POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

24
Director Henrique Dias Freire • Ano XXVII • Edição 1142 • Quinzenário à sexta-feira • 8 de Maio de 2015 • Preço 1,40 ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 PUB > Pára tudo nas demolições na Ilha da Culatra. O responsável é o camaleão, mas não só, que os tribunais entenderam defen- der, para já, das investidas da Sociedade Polis. Este animal é especial , mesmo face aos humanos, também eles animais, mas até ao momento, parece, menos atendíveis no que toca a protecção. p. 2 Camaleão derrota Sociedade Polis > Mais uma edição do imperdí- vel Festival de Gastronomia do Mar de Tavira, que promete mos- trar por terras do Gilão a excelên- cia da cozinha e da dieta mediter- rânica. Um evento obrigatório para os comensais e apreciadores da boa mesa até ao fim do mês p. 5 Anselmo Ralph e Jay Hardway numa festa rija de dez dias SEMANA ACADÉMICA: > 7 D.R. D.R. Tavira propõe festa de sabor dedicada ao mar FESTIVAL GASTRONÓMICO Polícia na Concentração com atitude preventiva MOTARDS > 5 Algarve vai começar a formar intensivistas > 6 D.R. Turismo: Se a greve da TAP tem um efeito directo residual no turismo algarvio, os serviços aeroportuários esses estão até dia 18 profundamente afectados com a inoperabilidade das mangas de acesso aos aviões, há questões sérias para resolver no handling de Faro > 4 Greve na TAP e despedimentos no handling afectam Aeroporto de Faro EM FOCO 2 EM FOCO 2 POLICIAMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE MOTOS FOCADO NA PREVENÇÃO 3 TAVIRA CONVIDA A SABOREAR GASTRONOMIA DO MAR 5 HOSPITAIS DO ALGARVE FORMAM INTENSIVISTAS 6 SEMANA ACADÉMICA AGITA NOITE DE FARO 7 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11 D.R. SAÚDE D.R. D.R. D.R.

description

• CONHEÇA O POSTAL DESTA SEMANA! • (Sexta-feira 08/05) nas bancas com o jornal PÚBLICO • LEIA E PARTILHE A INFORMAÇÃO INDISPENSÁVEL SOBRE O ALGARVE • * NESTA EDIÇÃO COM O CULTURA.SUL * EM DESTAQUE NESTA EDIÇÃO: > Camaleão derrota Sociedade Polis > Greve na TAP e despedimentos no handling afectam Aeroporto de Faro > Semana Académica: Anselmo Ralphe Jay Hardway numa festa rija de dez dias > Polícia na Concentração com atitude preventiva > Tavira propõe festa de sabor dedicada ao mar > Algarve vai começar a formar intensivistas • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 22 de Maio: o indispensável sobre o Algarve

Transcript of POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

Page 1: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

Director Henrique Dias Freire • Ano XXVII • Edição 1142 • Quinzenário à sexta-feira • 8 de Maio de 2015 • Preço € 1,40

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR € 1,60

PUB

> Pára tudo nas demolições na Ilha da Culatra. O responsável é o camaleão, mas não só, que os tribunais entenderam defen-der, para já, das investidas da Sociedade Polis. Este animal é especial , mesmo face aos humanos, também eles animais, mas até ao momento, parece, menos atendíveis no que toca a protecção. p. 2

Camaleão derrota Sociedade Polis

> Mais uma edição do imperdí-vel Festival de Gastronomia do Mar de Tavira, que promete mos-trar por terras do Gilão a excelên-cia da cozinha e da dieta mediter-rânica. Um evento obrigatório para os comensais e apreciadores da boa mesa até ao fim do mês p. 5

Anselmo Ralph e Jay Hardway numa festa rija de dez dias

SEMANA ACADÉMICA:

> 7

d.r.

d.r.

Tavira propõe festa de sabordedicada ao mar

FESTIVAL GASTRONÓMICO

Polícia na Concentração com atitude preventiva

MOTARDS

> 5

Algarve vai começar a formar intensivistas

> 6

d.r.

Turismo: Se a greve da TAP tem um efeito directo residual no turismo algarvio, os serviços aeroportuários esses estão até dia 18 profundamente afectados com a inoperabilidade das mangas de acesso aos aviões, há questões sérias para resolver no handling de Faro > 4

Greve na TAP e despedimentos no handling afectam Aeroporto de Faro

EM FOCO 2 EM FOCO 2 POLICIAMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE MOTOS FOCADO NA PREVENÇÃO 3 TAVIRA CONVIDA A SABOREAR GASTRONOMIA DO MAR 5

HOSPITAIS DO ALGARVE FORMAM INTENSIVISTAS 6 SEMANA ACADÉMICA AGITA NOITE DE FARO 7 CLASSIFICADOS 9 OPINIÃO 11

d.r. SAÚDE

d.r.

d.r. d.r.

Page 2: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

em foco

2 | 8 de Maio de 2015

Camaleão trava demoliçõesPolis recua perante providência cautelar da Câmara de Olhão

Ricardo [email protected]

NA CORRIDA PELA POSSE AD-MINISTRATIVA das segundas habitações na Ilha da Culatra, particularmente no aglome-rado populacional do Farol, a história ditou que as passagens bíblicas e as fábulas às vezes se confirmam.

David e Golias, narrado nos escritos bíblicos de Samuel, e a Tartaruga e a Lebre, a fábula de Esopo, são rótulos perfeitos para o que o fraco e lento ca-maleão habitante da Ilha da Culatra conseguiu face à força e ímpeto da Sociedade Polis.

Na segunda-feira da passada semana, os elementos da Socie-dade Polis Ria Formosa que se deslocaram ao Farol para toma-rem posse administrativa das casas assinaladas para serem demolidas no âmbito das de-molições previstas para o Par-que Natural da Ria Formosa, re-gressaram a terra pouco depois de atracarem e desembarcarem na ilha barreira.

POLIS TRAVADA, POR AGO-RA, NA BARRA DOS TRIBUNAIS Acompanhados da polícia ma-rítima, os funcionários da Polis foram vencidos na barra dos tribunais administrativos com a aceitação pela Justiça de uma

providência cautelar intentada pela Câmara de Olhão, lidera-da por António Pina, cuja ar-gumentação girou em torno da necessidade de salvaguar-da o habitat do camaleão co-mum, uma espécie arborícola presente naquela ilha barreira.

CAMALEÃO É ESTRELA ENTRE OS ILHÉUS O camaleão garantiu assim a inviabilização da toma-da de posse administrativa das habitações, tornando-se uma verdadeira estrela dos ilhéus, que durante horas não arreda-ram pé do cais de acostagem, aguardando receosos a chegada dos funcionários da Polis.

A espécie enquadrada por especialistas entre as catego-rias “em perigo” e “vulnerável” quanto à classificação do risco de extinção, só existe em Portu-gal no Algarve e em particular na faixa costeira entre Vila Real de Santo António e Armação de Pêra.

Assinalada como uma das espécies existentes no Parque Natural da Ria Formosa, onde a Ilha da Culatra se insere, e sendo um dos riscos mais reconheci-dos para a manutenção do seu escasso efectivo a fragmentação e perturbação do seu habitat, o lento animal conhecido pela ca-pacidade de mimetizar o meio ambiente em que se encontra,

ditou a decisão do tribunal de, pelo menos por agora, or-denar a suspensão de todas as actividades da Sociedade Polis no âmbito da tomada de posse administrativa e demolição das casas na ilha.

CORDÃO HUMANO ASSINALA 25 DE ABRIL Já antes da passada semana os ilhéus tinham mani-festado de diversas formas a sua

oposição às demolições na Ilha da Culatra.

A 25 de Abril, enquanto o país comemorava a revolução, na ilha os protestos assumiram a forma de cordão humano, juntando mais de meia cente-na de pessoas, de acordo com a Agência Lusa.

A presença no local do autar-ca olhanense que envergou mes-mo uma t-shirt com a inscrição

“Je suis ilhéu”, numa reprodução do jargão das manifestações soli-dárias com a tragédia do Charlie Ébdo, em França, manifestava já então o apoio de António Pina à causa dos habitantes da ilha.

De acordo com o autarca, em declarações ao POSTAL, a acção que se segue naturalmente em termos processuais à providên-cia cautelar interposta pela au-tarquia é para continuar”.

“Estamos a defender os legí-timos interesses de pessoas, de Olhão e de Faro, essa é a questão que nos preocupa”, diz António Pina quanto à questão da com-petência territorial sobre a Ilha da Culatra, que pertence à Câma-ra de Faro.

Certo é que em definitivo a resposta aos anseios das popu-lações da ilha está a passar pela autarquia olhanense, ainda que estejamos apenas no campo de decisões judiciais cautelares. Longe portanto de uma decisão final.

António Pina sublinha que a providência cautelar alerta para além da questão relacionada com a protecção do camaleão, para um conjunto de falhas procedimentais da parte da So-ciedade Polis e do Ministério do Ambiente” que, refere, “estão mais preocupados em perse-guir as populações e derrubar as casas do que com o ambiente propriamente dito que é a sua competência directa”.

Seguem-se as cenas dos pró-ximos episódios de uma nove-la que poderia ter sido evitada, se bem pensada e estribada numa análise aprofundada e não meramente administrati-va, ainda mais quando os ins-trumentos de gestão territorial estão em parte já desfasados da realidade.

fotos: d.r.

Ô António Pina no Farol junto das populações da ilha no 25 de Abril

NOTA: Os dados recolhidos são processados automaticamente e destinam-se à gestão da sua assinatura e apresentação de novas propostas. O seu fornecimento é facultativo. Nos termos da lei é garantido ao cliente o direito de acesso aos seus dados e respectiva actualização.

Assine o

NOME __________________________________________________________________________________________________________________________ DATA DE NASCIMENTO _______ ⁄ ________ ⁄ ____________

MORADA __________________________________________________________________________________________ CÓD. POSTAL _________ - _____ — ________________________________________________

Assine através de TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA

IBAN PT 50

NIF TEL

BANCO _______________________________________________________________________________________________

AUTORIZAÇÃO DE PAGAMENTO - por débito na conta abaixo indicada, queiram proceder, até nova comunicação, aos pagamentos das subscrições que vos forem apresentadas pelo editor do jornal POSTAL do ALGARVE. Esta assinatura renova-se automaticamente. Qualquer alteração deverá ser-nos comunicada com uma antecedência mínima de 30 dias.

NOME DO TITULAR __________________________________________________________________________

20 €

Assine através de DINHEIRO, CHEQUE ou VALE POSTAL, à ordem de Postal do Algarve.25 €

(Anual) Portugal 25 ¤ I Europa 35 ¤ I Resto Do Mundo 45 ¤

Envie este cupão para:POSTAL DO ALGARVE - Rua Dr. Silvestre Falcão, nº 13 C, 8800-412 Tavira

EMAIL _______________________________________________________ PROFISSÃO ________________________________

_______________________________________________________________________________ASSINATURA IDÊNTICA À CONSTANTE NA FICHA DO BANCO DO TITULAR DA CONTA.

Page 3: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

região

8 de Maio de 2015 | 3

Policiamento da concentração de motos focado na prevençãoCâmara, Motoclube de Faro e autoridades chegama acordo

A CÂMARA DE FARO, o Moto-clube local e as autoridades che-garam a acordo sobre a actuação policial na próxima concentra-ção de motos da cidade, em Ju-lho, focada mais na prevenção do que na repressão, disse o presidente da autarquia.

Rogério Bacalhau afirmou que esta foi a principal conclu-são de uma reunião que juntou recentemente a autarquia, o Mo-toclube de Faro, a PSP e a GNR.

Decidida foi também a realiza-ção de uma campanha conjunta que dará conselhos aos partici-pantes para “garantir a seguran-ça de pessoas e bens”.

“Todos concordaram que a questão central é a da preven-ção e de garantir a segurança, em moldes idênticos aos que orientaram a acção policial no ano passado”, afirmou o autarca, frisando que “a tónica que está em cima da mesa é a da preven-ção e não a da repressão”.

O autarca acrescentou que a “operação nacional que se fa-zia há dois anos e que no ano passado já foi feita em moldes diferentes, vai-se manter”, com “policiamento no país inteiro, mas sem estar a mandar parar exaustivamente e a fazer opera-ções stop sucessivas”.

LEI É PARA CUMPRIR Rogério Bacalhau frisou que, “se for de-tectada alguma situação ilegal, a lei é para cumprir” e as autorida-des policiais têm de actuar, com a intenção de “manter os registos dos últimos anos sem acidentes ou vítimas”.

Sobre a campanha conjunta

que a Câmara, o Motoclube - or-ganizador da concentração - e as forças de segurança vão pôr no terreno, e que terá ainda de ser preparada, o autarca revelou que irá ser feita à semelhança do que “o motoclube já fez” em anos anteriores, com conselhos para os motociclistas, mas con-tendo “mais informações e cha-madas de atenção para determi-nados aspectos na condução e

de cuidados a ter”. Os motociclistas poderão,

assim, receber folhetos com os conselhos, com o objectivo “de manter margens de seguran-ça e de toda a gente poder ir à concentração, usufruir da festa, chegar a casa em condições de segurança e continuar a sua vida, recordando os bons momentos passados” em Faro, acrescentou Rogério Bacalhau. Lusa

dr

Ô Campanha dará conselhos aos motociclistas

pub

Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 FaroTelef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342

[email protected] ¦ www.advogados.com.pt

pub

Bruno Filipe Torres Marcos Notário

Cartório Notarial de TaviraExtrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e três de Abril de dois mil e quinze, exarada a folhas cinquenta e cinco e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A:

- Manuel Francisco Ramos Domingues, NIF 119194716, e mulher Maria Idalina do Carmo Domingues Ramos, NIF 115180028, ambos naturais da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comu-nhão de adquiridos, residentes no Porto Carvalhoso, caixa postal 219-P, 8800-166 Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, titulares, declararam:

- Que são donos e legítimos possuidores, em comunhão e com exclusão de outrem, dos onze prédios rústicos a seguir identificados, sitos na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, com o valor patrimonial tributário total de 1.911,72 €:

Verba Um: prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de mil oitocentos e cinquenta metros quadrados, sito em Porto Carvalhoso, que confronta a norte com Manuel João Pereira, sul e poente com caminho e nascente com António Custódio, inscrito na matriz sob o artigo 3299, com o valor patrimonial tributário de 21,60 €, igual ao atribuído;

Verba Dois: prédio rústico composto por terra de cultura com vinte figueiras, oito oliveiras, doze amendoeiras e pastagem, com a área de três mil novecentos e dez metros quadrados, sito em Porto Carvalhoso, que confronta a norte com Henrique Viegas, a sul com João Simplício Silvério, a nascente com Inácio Viegas e poente com caminho, inscrito na matriz sob o artigo 3330, com o valor patrimonial tributário de 244,14 €, igual ao atribuído;

Verba Três: prédio rústico composto por terra de cultura com três azinheiras, com a área de mil trezentos e sessenta metros quadra-dos, sito em Porto Carvalhoso, que confronta a norte com António Custódio, sul com Luís Miguel Martins, nascente com caminho e poente com João Domingues (Herdeiro), inscrito na respectiva matriz sob o artigo 3499, com o valor patrimonial tributário de 41,65 €, igual ao atribuído;

Verba Quatro: prédio rústico composto por terra de pastagem com dois sobreiros, com a área de novecentos metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte com Inácio Viegas, sul com Manuel António Martins, nascente com Henrique Viegas Sebastião, e poente com Manuel António Martins, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6004, com o valor patrimonial tributário de 25,84 €, igual ao atribuído;

Verba Cinco: prédio rústico composto por terra de cultura com seis oliveiras, três alfarrobeiras e pastagem, com a área de dois mil e cinquenta metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte com Manuel Viegas Sebastião e outro, sul com Inácio Viegas, nascente com caminho e poente com Ribeiro, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6078, com o valor patrimonial tributário de 178,06 €, igual ao atribuído;

Verba Seis: prédio rústico composto por terra de cultura, pastagem com oito oliveiras e catorze azinheiras, com a área de mil oitocen-tos e oitenta metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte com João Viegas, a sul com Ribeiro, nascente com Inácio Joaquim e poente com Almerinda do Carmo Domingues, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6086, com o valor patrimonial tributário de 122,13 €, igual ao atribuído;

Verba Sete: prédio rústico composto por terra de cultura com oito alfarrobeiras e dezassete oliveiras, com a área de mil quatrocentos e sessenta metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte com João Viegas, a sul e nascente com Henrique Viegas e poente com João Viegas e outros, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6089, com o valor patrimonial tributário de 462,44 €, igual ao atribuído;

Verba Oito: prédio rústico composto por terra de cultura, pastagem com cinco laranjeiras e uma oliveira, com a área de mil quatro-centos e dez metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte e nascente com Manuel da Paz Martins, a sul com Ribeiro e poente com Almerinda do Carmo Domingues, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6099, com o valor patrimonial tributário de 132,16 €, igual ao atribuído;

Verba Nove: prédio rústico composto por terra de pastagem com três azinheiras, com a área de cento e vinte metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte, a nascente e a poente com João Viegas e a sul com Manuel dos Reis, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6142, com o valor patrimonial tributário de 5,79 €, igual ao atribuído;

Verba Dez: prédio rústico composto por terra de cultura, pastagem com vinte e oito figueiras, vinha, nove oliveiras e seis alfarrobeiras, com a área de sete mil oitocentos e cinquenta metros quadrados, sito em Ribeira e Bemparece, que confronta a norte com João Viegas, a sul com Avelino Viegas, a nascente com José Inácio Martins e poente com Maria Idalina do Carmo Domingues, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6168, com o valor patrimonial tributário de 555,78 €, igual ao atribuído;

Verba Onze: prédio rústico composto por terra de pastagem com oito sobreiros e uma oliveira, com a área de quatro mil oitocentos e cinquenta metros quadrados, sito em Serro das Medas, que confronta a norte com Carolina do Rosário, a sul com José António Mar-tins, a nascente com Luís Viegas e poente com Ribeiro e outro, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 6240, com o valor patrimonial tributário de 122,13 €, igual ao atribuído;

- Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse, já no estado de casados entre si, por partilha meramente verbal, no ano de mil novecentos e noventa e um, em data que não podem precisar, e nunca reduzida a escritura pública, feita por óbito da mãe da justificante mulher, Maria do Carmo, falecida em seis de Dezembro de mil novecentos e noventa, residente que foi em Ribeira de Bemparece, Santa Catarina de Fonte do Bispo, não tendo deste modo título que lhes permita fazer o registo dos prédios em seu nome.

- Que, porém, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem titulares do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respectivos frutos, amanhando e limpando a terra, tratando das árvores, e deles retirando os respectivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invocam.

Tavira, 23 de Abril de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Acto registado sob o n.º 2/857

(POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)

Page 4: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

região

4 | 8 de Maio de 2015

Greve na TAP e despedimentos na Portway prejudicam o AlgarveDesidério Silva preocupado com paragem das mangas telescópicas. Victor Guerreiro alerta para os efeitos da greve na economia regional

d.r.

Ricardo [email protected]

A TAP ESTÁ A ENFRENTAR, des-de o dia 1 e durante dez dias, a greve dos pilotos que muita tin-ta tem feito correr sobre o equi-líbrio entre o direito à greve dos trabalhadores e a proporcionali-dade no uso deste instrumento de protesto por parte dos pilotos da companhia aérea de bandeira.

Certo é que o secretário de Es-tado da tutela, Sérgio Monteiro, já anunciou prejuízos directos na TAP de dez milhões de euros nos primeiros três dias de greve, esti-mando que os custos totais para os dez dias de protesto possam causar à companhia aérea mais de 30 milhões de euros. Isto ape-sar de, até ao momento, a TAP ter conseguido assegurar cerca de 70% dos voos programados para o período.

HOTELARIA REDUZ PREVISÃO DE PREJUÍZOS Já a hotelaria, atra-vés da Associação da Hotelaria de Portugal, em declarações à imprensa, baixou o valor dos prejuízos para o sector decorren-tes da greve para os 300 milhões de euros. Um valor ainda assim muito assinalável na entrada da época alta de turismo e num país onde este sector tem uma impor-tância preponderante.

“IMPACTO ECONÓMICO RESI-DUAL” No Algarve, Desidério Silva, presidente da Região de Turismo, afirmou ao POSTAL que “o impacto económico da greve da TAP é residual, uma vez que a companhia apenas voa para Faro a partir de aero-portos nacionais, sendo o tu-rismo principalmente garan-tido ao nível de entradas por outras companhias aéreas”.

Certo é que este “impacto residual” directo não deve ig-

norar o impacto indirecto de uma greve largamente conhe-cida pelos operadores de via-gens e turistas nos principais países de origem do turismo algarvio. A imagem do país e da região por associação como tendo dificuldades nos voos assegurados pela sua princi-pal companhia aérea podem ter efeitos difíceis de contabili-zar no que toca a reservas.

ACRAL PREOCUPADA COM EFEI-TOS INDIRECTOS NA REGIÃO Victor Guerreiro, presidente da associação empresarial regional ACRAL, sublinha que “a greve na TAP é no mínimo irresponsável, não só pelo prejuízo que afecta-rá a companhia aérea, mas tam-bém em termos de imagem da empresa e do país”.

O responsável associativo diz que o protesto gerará “um preju-ízo incalculável para a economia nacional, que será infinitamen-te superior ao prejuízo estimado para a TAP”, reforçando que “na região do Algarve, esta greve irá criar problemas à economia, às empresas e aos trabalhadores, muito para além do que seria admissível”.

“Na nossa região, onde existe a

possibilidade da economia equi-librar as contas no Verão, através do turismo, é francamente pre-ocupante, mais esta situação”, conclui.

MANGAS DO AEROPORTO PARA-LISADAS Entretanto, mantêm--se paralisadas, pelo menos até ao próximo dia 18, as mangas te-lescópicas que facilitam o acesso de passageiros aos aviões no Ae-roporto de Faro através de uma acostagem aos aparelhos que permite a ligação directa entre o terminal e o avião.

O recente despedimento de 12 funcionários da Portway levou à paralisação deste meio de acesso directo aos aviões, tornando os embarques e desembarques me-nos cómodos e mais demorados para os turistas que utilizam o Aeroporto Internacional de Faro.

Esta é uma situação que Desi-dério Silva vê com “preocupa-ção”, uma vez que “fica reduzida a qualidade do serviço prestado e dá uma má imagem do aero-porto que serve a região”.

Para o responsável pelo turis-mo regional, “esta é uma matéria que deverá ser resolvida no mais curto espaço de tempo, respei-tando os direitos dos trabalhado-

res eventualmente lesados, e que passa pela intervenção do Estado enquanto entidade reguladora do sector, que deve garantir a qualidade e eficiência dos servi-ços aeroportuários na principal região turística do país”.

O POSTAL apurou entretan-to que os problemas na área de handling, gestão de passageiros e serviços de bagagem, do Ae-roporto de Faro não se ficam só pelas mangas telescópicas, com as dificuldades dos serviços a atingirem outras áreas do han-dling como o serviço MyWay, responsável pela assistência a passageiros com capacidades de locomoção diminuídas, também garantido pela Portway.

A questão não é exclusiva do Aeroporto de Faro, afectando outros aeroportos nacionais com os trabalhadores a protestarem pelo excesso de trabalho e por condições contratuais e de apli-cação da lei laboral deficientes.

Ao que o POSTAL apurou, junto de fonte ligada à questão e que preferiu o anonimato, há trabalhadores que estão a in-tentar acções judiciais contra a Portway e obter vencimento nos tribunais, nomeadamente em outros aeroportos do continente.

Ô Maria Nunes recusa-se a abandonar a tecelagem

Hospitais do Algarve formam intensivistas pág. 6

pub

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRANos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia sete de Abril de dois mil e quinze, a folhas trinta e quatro, do livro de notas para escri-turas diversas número cento e setenta e cinco – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual VALÉRIO AFONSO, NIF 114.463.875 e mulher MARIA IDÁLIA BARÃO AFONSO, NIF 138.330.212, ambos naturais da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Largo Eira da Cruz, número 21, Cachopo, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber:

1 - Prédio sito em Vale Gavião, que consta de terra cultura, com a área de quatrocentos e setenta metros quadrados, que confronta do norte e sul com Albertina Maria, do nascente com caminho e do poente com Vítor de Campos Faísca, inscrito na matriz sob o artigo 4.069;

2 - Prédio sito em Vale Fuzil, que consta de terra cultura e pastagem, com a área de trezentos e oitenta metros quadrados, que confronta do norte com Olavo Francisco Barão, do sul e poente com ribeiro e do nascente com Virgínia do Rosário, inscrito na matriz sob o artigo 4.070;

3 - Prédio sito em Vale Fuzil, que consta de terra de cultura e oliveira, com a área de trezentos e oitenta metros quadrados, que confronta do norte com José Femenim, do sul e poente com ribeiro e do nascente com Albertina Maria, inscrito na matriz sob o artigo 4.071;

4 - Prédio sito em Castelos, que consta de terra de cultura e pastagem, com a área de três mil e cem metros quadrados, que confronta do norte e sul com Vítor de Santos Faísca, do nascente com Eulálio Francisco do Rosário e do poente com caminho, inscrito na matriz sob o artigo 4.203;

5 - Prédio sito em Castelos, que consta de terra cultura e pastagem, com a área de três mil quatrocentos e dez metros quadrados, que confronta do norte e nascente com Manuel Mendes, do sul com Virgínia do Rosário e do poente com caminho, inscrito na matriz sob o artigo 4.204;

6 - Prédio sito em Cercado da Barra, que consta de terra de pastagem, cultura com oliveiras e sobreiros, com a área de seis mil quatrocentos e cinquenta me-tros quadrados, que confronta do norte com Maria Antonieta Mendes Gago, do sul e poente com Inácio Guerreiro Narciso e do nascente com Manuel Pereira, inscrito na matriz sob o artigo 18.992;

7 - Prédio sito em Vale Gavião, que consta de pastagem e sobreiras, com a área de mil e duzentos metros quadrados, que confronta do norte e poente com António Ferro e outros, do sul com herdeiros de Marcelina Teresa e do nascente com Pedro Julião, inscrito na matriz sob o artigo 3.850.

Que adquiriram os prédios, em data imprecisa do ano de mil novecentos e no-venta e três, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Virgínia do Rosário e marido Salvador Barão, casados sob o regime da comu-nhão geral de bens, residentes que foram em Cachopo, Tavira. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, em 07 de Abril de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº. PAo478/2015 Factura nº. 0478

(POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)

Ô Mangas telescópicas estão paradas no Aeroporto de Faro, dificultando a vida aos passageiros

Lei n.º 2/99Em cumprimento do estabelecido no n.º 2 do art.º 16.º da Lei n.º 2/99 (Lei da Imprensa), Henrique Manuel Dias Freire, com o número de con-tribuinte 178 885 339, informa que é proprietário da publicação peri-ódica jornal “Postal do Algarve”, sendo o editor o “Postal do Algarve – Publicações e Editores, Lda”, cuja quota da sociedade é de 14.963,94 euros, pertencente 100% a Henrique Manuel Dias Freire.Mais informa que a gerência da sociedade é exercida por Henrique Ma-nuel Dias Freire.

www.postal.pt

O Algarve em notícias

Page 5: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

8 de Maio de 2015 | 5

região

pub

pub

Tavira convida a saborear gastronomia do marParticipam no festival 18 restaurantes do concelho

TAVIRA CELEBRA A DIETA ME-DITERRÂNICA, até ao próximo dia 24, com a realização do XII Festival de Gastronomia do Mar.

Pratos de polvo, atum, raia, bacalhau e outros sa-bores da costa algarvia inte-gram os menus dos 18 res-taurantes aderentes nas vilas de Cabanas e Santa Luzia, as-sim como na cidade.

A frescura e a riqueza dos produtos da época, conju-gada com a criatividade dos chefes, proporciona o conví-vio à volta da mesa.

PRÉMIOS PARA OS COMENSAIS Os participantes habilitam--se a ganhar um fim-de--semana e/ou duas noites, para duas pessoas, num dos seguintes alojamentos turís-ticos: Cabanas Park Resort, Casa Viana Guesthouse (Ca-banas), Lagoas (Tavira), Ho-tel Porta Nova (Tavira) e um dos 24 hotéis do Grupo Vila Galé Portugal ou Brasil.

Além disso, é possível, ainda, ser premiado com

uma actividade de anima-ção turística.

Os restaurantes que partici-pam no festival são: Abstracto, Aladino (Hotel Vila Galé Ta-vira), Coffee Shop & Restau-rante Álvaro de Campos, Amé-rica, Avenida, A Ver Tavira, Brisa do Rio, Mouraria (Pou-sada do Convento da Graça), Restaurante Mediterrânico & Wine Bar, O Tonel, Ponto de Encontro, Portas do Mar, Sa-

linas (Hotel Vila Galé Alba-cora), Gastronomy, Páteo da Ria, Rota dos Sabores, Vert’In e Casa do Polvo Tasquinha.

Razões mais do que su-ficientes para agendar nos seus planos para este mês uma visita a terras do Gilão e desfrutar do melhor que o mar tem para oferecer na re-gião algarvia.

A festa promete e você não vai querer faltar.MUNICIPIO DE TAVIRA

EDITAL Nº 15 /2015

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 16 de abril de 2015, foram tomadas as seguintes deli-berações:

1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 52/15/CM, referente a Prestação de contas - Ano 2014;

2. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 53/15/CM, referente a 2.ª Revisão ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano (GOPs);

3. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 54/15/CM, referente a 4.ª Alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano - Ano 2015;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 55/15/CM, referente a Atribuição de apoio à Cruz Vermelha Portuguesa;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 56/15/CM, referente a Atribuição de apoio à CIVIS - Asso-ciação para o Aprofundamento da Cidadania;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 57/15/CM, referente à Atribuição de apoio à Fabrica da Igreja Paroquial de Stª. Maria do Castelo;

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 58/2015/CM, referente ao Associação SCP - Safe Commu-nities Portugal – Redução de taxas;

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 59/15/CM, referente a Associação Cultural Bons Ofícios - Redução de taxas;

9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 60/15/CM, referente ao Projeto de alteração ao regulamento e tabela de taxas;

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 16 de abril do ano 2015

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)

pub

MUNICIPIO DE TAVIRAEDITAL Nº 17 /2015

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 28 de abril de 2015, foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 61/15/CM, 5.ª Alteração ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano de 2015;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 62/15/CM, referente a Atribuição de apoio à Associação da Academia de Música de Tavira e redução de taxas - Encontro Regional de Zumba;

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 63/15/CM, referente a Atribuição de apoio à Associação da Academia de Música de Tavira - evento “Zé Francisco - Caminho de Mar e de Luz”;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 64/15/CM, referente a Associação Internacional de Pare-miologia / International Association of Paremiology – Redução de taxas;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 65/15/CM, referente a Associação Erasmus Student Ne-twork Portugal - Redução de taxas;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 66/15/CM, referente à Denúncia do contrato de concessão de exploração da loja n.º 7 do Mercado da Ribeira;

7. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 67/2015/CM, referente ao Declaração de interesse munici-pal da atividade associativa do Clube Recreativo Tavirense;

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 28 de abril do ano 2015

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)

Município de TaviraEdital

JOSÉ OTÍLIO PIRES BAIA, Presidente da Assembleia Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em sessão ordinária da Assembleia Municipal de Tavira, realizada no dia 27 de abril de 2015, foram toma-das as seguintes deliberações:

1. Aprovado por unanimidade o Voto de Pesar pelo falecimento do Padre José Nabais Pereira;

2. Aprovada por maioria a moção com o titulo: “Por ocasião do 41º aniversário da Revolução de Abril” apresentada pela bancada da CDU - Coligação Democrática Unitária;

3. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 41/2015/CM, referente à APSI – Associação para a Promoção da Segurança Infantil – Revogação da adesão;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 42/2015/CM, referente à APHM – Associação Portuguesa de Habitação Municipal – Revogação da adesão;

5. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 49/2015/CM, referente à Assunção de compromissos plurianuais – Delegação de competências no Presidente, até ao limite de €99.759,58;

6. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 52/2015/CM, referente à Prestação de contas – Ano 2014;

7. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 53/2015/CM, referente à 2ª. Revisão ao Orçamento e às Grandes Opções do Plano (GOPs)

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume

Paços do Concelho, aos 27 dias do mês de abril do ano 2015

O Presidente da Assembleia Municipal,

José Otílio Pires Baia

(POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)

d.r.

Ô Evento divulga a gastronomia e restauração locais

Semana Académica agita noite de Faro pág. 7

Page 6: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

6 | 8 de Maio de 2015

Hospitais do Algarve formam intensivistasPodem candidatar-se médicos de todo o país e da Europa

d.r.

Ô Formação pode contribuir para atrair médicos para o Algarve

O CENTRO HOSPITALAR DO ALGARVE (CHA) vai começar em Julho a dar formação a subespecialistas em medici-na intensiva, o que pode con-tribuir para atrair médicos para o Algarve, disse à Lusa um responsável.

“Passámos de dois serviços sem grande visibilidade nesta área para formadores nacio-nais”, sublinhou à Lusa Luís Pereira, director do departa-mento de Emergência, Urgên-cia e Cuidados Intensivos do CHA.

Aquele centro hospitalar anunciou na semana passada que o Conselho Nacional Exe-cutivo da Ordem dos Médicos atribuiu àquele departamen-to, que integra os serviços de medicina intensiva de Faro e de Portimão, a capacidade for-mativa parcial de nível C para os próximos cinco anos.

Médicos de todo o país e da Europa podem candidatar-se às quatro vagas para subespe-cialistas nas áreas de medici-na intensiva e as vagas para a formação de médicos internos

passa de cinco para oito. Cada subespecialização tem a dura-ção de dois anos.

Para alcançar esta atribui-ção, o CHA conta com uma equipa de sete subespecialis-tas, remodelou os serviços de Portimão e Faro, aumentando o número de camas e atendi-mentos e adquiriu novos equipamentos.

No Hospital de Faro, o ser-viço de medicina intensiva passou de nove para 16 camas.

O investimento implicou ainda uma adequação dos rá-cios de camas ao número de médicos e enfermeiros, expli-cou o diretor do departamen-to de Emergência, Urgência e Cuidados Intensivos (DEUCI).

O CHA já tem capacidade formativa em várias especia-lidades mas a capacidade for-mativa na área da medicina intensiva poderá permitir a aquisição de capacidade for-mativa na área da anestesiolo-gia já que para esta área é ne-cessário que o hospital tenha serviço de cuidados intensivos de qualidade.

região

PUB

RTA marca presença na Feira das Viagens em Lisboa e Porto pág. 8

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRANos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia sete de Abril de dois mil e quinze, a folhas trinta e sete, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e cinco – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, ASSUNÇÃO MARIA HORTA LOURENÇO, NIF 128.742.917, natural da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim e marido RAFAEL LOURENÇO, NIF 128.742.925, natural da freguesia de Ca-chopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Cachopo, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, ambos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber:

1 - Prédio sito em Ferragial – Mealha – Cachopo, que consta de terra cultu-ra com amendoeiras, com a área de trezentos e cinquenta metros quadrados, que confronta do norte com Custódia Rosaria, do sul com José dos Reis e outro, do nascente com caminho público e do poente com Custódio da Luz Braz, inscrito na matriz sob o artigo 20.179;

2 - Prédio sito em Ribeirinha – Mealha – Cachopo, que consta de terra cultura com uma laranjeira, com a área de duzentos e trinta metros quadrados, que confronta do norte com Joaquim Pereira e outros, do sul com Maria Joa-na, do nascente com Mariana Serafina Rita Pereira e outros e do poente com ribeirinha, inscrito na matriz sob o artigo 20.259.

Que adquiriram os prédios em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Manuel Mateus Coelho, solteiro, maior, residente que foi em Mealha, Cachopo, Tavira. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, usufruindo dos mesmos, cultivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrup-ção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, em 07 de Abril de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº. PAO 480/2015 Factura nº.0480

(POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maiol de 2015)

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRANos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia dezassete de Abril de dois mil e quinze, a folhas sessenta e quatro, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e cinco – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justi-ficação, na qual, DANIEL DA CONCEIÇÃO DIONISIO, NIF 117.612.510 e mulher CE-SALTINA MARIA PEREIRA DIONISIO, NIF 117.612.553, ambos naturais da freguesia de Conceição, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Rua Oliveira Gomes, número 31, Belas, Sintra, declararam:

Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto por terra de pastagem, oliveiras, azinheiras e uma figueira, sito em Corte António Martins, União das Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, a confrontar do norte com Gracinda da Conceição Domingues, Jacinto José Ro-drigues e José Domingos Gonçalves, do sul com Sesinando Fernandes, José Domingos Gonçalves e outro, do nascente com Estrada e José Domingos Gonçalves e do poente com caminho, inscrito na matriz sob o artigo 12.261 (anterior artigo 12.581 da extinta freguesia de Conceição.

Que adquiriram o prédio por lhes ter sido adjudicado por partilha amigável e verbal, nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais interessados, na herança aberta por óbito dos pais do justificante marido, Manuel António Dionísio, que também usava e era conhecido por Manuel Dionísio e Mariana Faustina, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Corte António Martins, Conceição, Tavira, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e dois.

Que desde esse ano possuem o prédio em nome próprio, usufruindo do mesmo, cul-tivando a terra, tratando das árvores e recolhendo os frutos, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o prédio por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, em 17 de Abril de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº. PAO548/2015 Factura nº. 0549

(POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)

pub

Bruno Filipe Torres Marcos Notário

Cartório Notarial de Tavira

Extrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Nota-riado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e oito de Abril de dois mil e quinze, exarada a folhas oitenta e duas e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A:

- José da Conceição Fernandes Valente, NIF 176018115, e mulher Maria Manuela Gonçalves Valente Fernandes, NIF 129074705, naturais ele da freguesia da Con-ceição, concelho de Tavira, e ela da freguesia do Azinhal, concelho de Castro Marim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no Sítio da Carrapateira, caixa postal 411-Z, 8800-065 Conceição de Tavira, freguesia da União das Freguesias da Conceição e Cabanas de Tavira, declararam:

- Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, sitos na Carrapateira, freguesia da União das Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira:

- verba um: prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de mil quatrocentos e sessenta metros quadrados, que confronta a norte com José Rodrigues, a sul com Flo-rinda Romeira, a nascente com José Francisco e a poente com Francisco Viegas, inscrito na matriz sob o artigo 1589, com proveniência no artigo 1462 da extinta freguesia da Conceição, com o valor patrimonial tributário de 18,76 €, igual ao atribuído;

- verba dois: prédio rústico composto por terra de pastagem, com a área de mil e cin-quenta metros quadrados, que confronta a norte com Florinda Romeira, a sul com Lu-ciano Jesus Rodrigues e outros, a nascente com José Fernandes Inácio, e a poente com Luciano Jesus Rodrigues, inscrito na matriz sob o artigo 1490, com proveniência no artigo 1363 da extinta freguesia da Conceição, com o valor patrimonial tributário de 7,20 €, igual ao atribuído;

- Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse, já no estado de casados entre si, do seguinte modo:

A) o da verba um em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por com-pra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Manuel Gonçalves e mulher Serafina Maria, já falecidos, com a última residência habitual na Ribeira do Junco, Vila Nova de Cacela, Vila Real de Santo António, e a Mário de Jesus Domingos e mulher Maria da Graça Gonçalves Afonso, residentes no Sítio da Almiranta, em Tavira;

B) e o da verba dois em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a António Fernandes e mulher Maria José, residentes na Portela Alta de Cima, Odeleite, Castro Marim;

- Que, assim, justificam os referido imóveis, porquanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem titulares do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respectivos fru-tos, amanhando e limpando a terra, tratando das árvores, e deles retirando os respectivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invocam.

Tavira, 28 de Abril de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Acto registado sob o n.º 2/881

(POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)

PUB

ESPECTÁCULO DE MAGIA

Luís de Matos traz ‘Chaos’ ao Auditório de OlhãoO “ONE MAN SHOW”, que é Luís de Matos, apresenta o seu mais recente trabalho no Auditório Municipal de Olhão no próximo sábado, às 21.30 horas.

“Luís de Matos Chaos” é como se intitula o novo espec-táculo do mágico português mais premiado e distinguido de sempre.

Conforme refere a autarquia olhanense em nota de impren-sa, “a mesma forma que o ba-ter de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque, tam-bém a presença de cada espec-tador reflecte-se na representa-ção de Luís de Matos Chaos”, que promete “uma noite ines-quecível, plena de interacção e mistério, repleta de feitos inexplicáveis que perduram

na memória de cada especta-dor que os vive”.

Em “Luís de Matos Chaos”, os mais estranhos elementos interagem de forma mágica e surpreendente. Saramago dis-se um dia que o ‘caos’ é uma ordem por decifrar. Em “Luís de Matos Chaos” o “decifrar” não é uma opção. Os 90 mi-nutos de espectáculo são uma combinação única da imagina-ção colectiva de todos os que nele participam.

“Luís de Matos Chaos” é uma experiência mágica sem precedentes, uma colecção de mistérios tornados realidade em cada representação, cons-tituindo uma viagem mági-ca pessoal, intransmissível e memorável. Ilusão ou rea-lidade? A escolha é de cada espectador.

Page 7: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

região

8 de Maio 2015 | 7

d.r.

Ô Os D.A.M.A. vão estar na Semana Académica do Algarve

Semana Académica agita noite de FaroDez dias de animação no País das Maravilhas

pubpub

Ricardo [email protected]

IR À SEMANA ACADÉMICA DA UNIVERSIDADE DO ALGARVE custa este ano para o comum dos mortais 75 euros com bi-lhete integral pré-pago, com-prável até hoje, dia 8, 70 euros para os estudantes em geral e 65 para os estudantes da aca-demia, anuncia a Associação Académica da Universidade do Algarve, responsável pela organização do evento.

A festa vai ocupar a zona junto às piscinas municipais da cidade até 16 de Maio e as ‘hostilidades’ foram abertas ontem com a Monumental

Serenata de Abertura.Hoje sobem ao palco Car-

lão, depois do palco maior do País das Maravilhas ser estre-ado pelos HMB. Os Dynamic Duo estão encarregados de fechar a noite.

Cabeças-de-cartaz desta 30 edição da Semana Académica são Anselmo Ralph e Jay Har-dway e prometem enchentes para ver e ouvir as vedetas com a companhia de muita anima-ção estudantil e outro tanto de álcool.

O fim-de-semana vai ser ocu-pado com Sacik Brow Regula e dj Ride, no sábado, e com Rú-ben Filipe, Rui Unas e dj Van Breda, no domingo.

Os populares Fábio Lagarto e Rosinha garantem a animação de segunda-feira, dia 11, com os D.A.M.A. e Nome a gerirem o palco para a noite de terça-feira.

A meio da próxima sema-na Tributo e Jimmy P são os senhores que se seguem com a quinta-feira, por regra dia grande da diversão académica, a contar com as subidas às tábu-as das tunas.

À entrada do fim-de-sema-na final da festa, sexta-feira garante Mundopardo e An-selmo Ralph, a fechar com Meninos da Vadiagem, en-quanto no sábado actuam os Átoa, Diogo Piçarra e Jay Hardway.

Uma edição com orça-mento reduzido no que toca a gastos com o cartaz de artistas, mas que prome-te não esmorecer a vontade dos estudantes darem largas

à efusiva académica.Noites de menos descanso

para parte da cidade a verda-de é que Faro e o Algarve não seriam os mesmos sem a aca-demia e os estudantes, por isso

a regra de ouro é a animação, porque a vida são três dias e a semana académica dez.

Momentos a não perder para quem gosta de música e muita movida

Page 8: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

8 | 8 de Maio de 2015

RTA marca presença na Feira das Viagens em Lisboa e PortoIniciativa pretende atrair turistas para as férias de Verão

d.r.

Ô Feira disponibiliza pacotes turísticos a preços muito competitivos

A REGIÃO DE TURISMO DO AL-GARVE (RTA) vai estar presente na 3.ª edição da Feira das Via-gens, que decorre entre esta sexta-feira e domingo, na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, e de 15 a 17 de Maio no Palácio da Bolsa, no Porto.

Pelo segundo ano consecuti-vo, a RTA participa neste certa-me, com entrada gratuita, onde pretende promover a sua oferta turística para o ano inteiro.

No âmbito da estratégia pro-mocional da região para o mer-cado interno, “o Algarve estará representado num espaço exclu-sivo, onde os visitantes poderão usufruir de um atendimento e aconselhamento profissional e ainda da oferta de diversos ma-teriais promocionais”, anuncia a RTA em nota de imprensa.

A Feira das Viagens, que con-tará com a presença do presiden-

te da RTA, Desidério Silva, na sessão de abertura, “tem por ob-jectivo proporcionar às famílias portuguesas as melhores oportu-nidades de férias de Verão, a pre-ços competitivos. Esta iniciativa destina-se ainda a apoiar o trade turístico nacional, numa acção de hard selling”, afirma a RTA.

Num ambiente descontraído e intimista, os visitantes da feira

vão encontrar cerca de 70 stan-ds de delegações de turismo nacional e internacional, ope-radores e agentes de viagens, operadores de cruzeiros, revis-tas e outras entidades ligadas ao turismo.

A Feira das Viagens abre ao público entre as 10 e as 22 ho-ras nas sextas e sábados e está aberta até às 20 aos domingos.

REGIÃO

MUNICIPIO DE TAVIRAAVISO

Oferta de Estágios profissionais – área de Informática5.ª Edição PEPAL

Torna-se público, nos termos e para os efeitos do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 166/2014, de 6 de novembro, conjugado com o n.º 3 da Portaria n.º 254/2014, de 09 de dezembro, que se encontram abertas, pelo prazo de 10 (dez) dias úteis, contados da data do aviso publicitado no sítio da internet do Municipio de Tavira, as candidaturas ao procedimento de recrutamento e seleção de 1 estágio, no âmbito da 5.ª edição PEPAL, na área de formação de informática, a decorrer no municipio de tavira, por um período de 12 meses não prorrogável.

Os interessados deverão apresentar as candidaturas em suporte papel, através do preenchimento do formu-lário de candidatura PEPAL – 5.ª Edição, podendo ser entregues pessoalmente na Secção de Expediente e Apoio, até às 17h00 do termo do prazo de candidatura mencionado no aviso, acompanhado dos restantes do-cumentos exigidos ou remeter por correio registado, com aviso de receção, para Câmara Municipal, Praça da República, 8800-951 Tavira, expedidas até ao termo do prazo fixado para a apresentação das candidaturas.

Para o efeito, os potenciais candidatos, deverão, obrigatoriamente consultar a página eletrónica do Mu-nicípio de Tavira (www.cm-tavira.pt/Balcao Virtual/Recursos Humanos/PEPAL), onde poderão ter acesso ao formulário de candidatura e ao teor do aviso de publicitação do estágio.

Paços do Município, aos 5 de maio de 2015

A Vice-Presidente da Câmara Municipal,

Ana Paula Martins

PUB

Bruno Filipe Torres Marcos Notário

Cartório Notarial de TaviraExtrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte de Abril de dois mil e quinze, exarada a folhas vinte e oito e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A:

- Maria Eulália da Conceição Fernandes Afonso, NIF 117089583, casada sob o regime da comunhão de adquiridos com Mário Rodrigues Afonso, NIF 109041143, naturais ela da freguesia da Luz, concelho de Tavira, e ele da freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, residentes em Ribeirinha, caixa postal número 60-Z, 8800-063 Conceição de Tavira, de-clarou:

- Que é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, nas respectivas proporções indicadas, e com a natureza de bens pró-prios dela, dos sete prédios rústicos sitos na freguesia da União das Freguesias de Conceição e Cabanas de Tavira, concelho de Tavira, com origem na extinta freguesia da Conceição, com o valor patrimonial tributário total de 164,46 €, igual ao atribuído.

I - Prédios não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira:

Verba Um: direito a um quarto indiviso do prédio rústico composto por terra de cultura e pastagem, com a área de doze mil metros quadrados, sito na Portela do Bicho, que confronta a norte com José Januário Valente, a sul com António Rodrigues Gonçalves, a nascente com Manuel das Eiras e a poente com Maria da Conceição, inscrito na matriz sob o artigo 3726, com proveniência no artigo 3614, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 25,84 €, igual ao atribuído;

Verba Dois: direito a um quarto indiviso do prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de seiscentos metros quadrados, sito na Ladeira do Cercado, que confronta a norte com Ribeiro, a sul e nascente com José Pereira e a poente com Francisco Pereira da Conceição, inscrito na matriz sob o artigo 3832, com proveniência no artigo 3720, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 4,31 €, igual ao atribuído;

Verba Três: direito a três quartos indivisos do prédio rústico composto por terra de cultura e árvores, com a área de quatro mil e duzentos metros quadrados, sito na Serra da Volta, que confronta a norte com terra de baldio, a sul com António Manuel, nascente com Manuel Domingos Fernandes e outro e a poente com Manuel António, inscrito na matriz sob o artigo 3904, com proveniência no artigo 3792, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 66,81 €, igual ao atribuído;

Verba Quatro: direito a três quartos indivisos do prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de seis mil e novecentos metros quadrados, sito no Serro da Volta, que confronta a norte, sul e nascente com Francisco Pereira da Conceição e a poente com António Rodrigues Gonçalves, inscrito na matriz sob o artigo 3907, com proveniência no artigo 3795, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 59,21 €, igual ao atribuído;

II - Prédios descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, mas não inscritos a favor da justificante:

Verba Cinco: direito a um quarto indiviso do prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de oitocentos metros quadrados, sito no Cercado, que confronta a norte com Vicente Rosa Gonçalves, sul e poente com Francisco Pereira da Conceição, e nascente com ribeiro, inscrito na matriz sob o artigo 3844, com proveniência no artigo 3732, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 2,51 €, igual ao atribuído, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número três mil oitocentos e oitenta e seis, ainda da freguesia da Conceição;

Verba Seis: direito a um quarto indiviso do prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de novecentos metros quadrados, sito em Barreira, que confronta a norte com José Pereira, sul e nascente com António Manuel, e poente com Francisco Pereira Con-ceição, inscrito na matriz sob o artigo 3954, com proveniência no artigo 3842, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 2,89 €, igual ao atribuído, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número três mil oitocentos e oitenta e nove, ainda da freguesia da Conceição;

Verba Sete: direito a um quarto indiviso do prédio rústico composto por terra de cultura, com a área de mil metros quadrados, sito na Soalheira, que confronta a norte com Vicente Rosa Gonçalves, sul com Manuel Pereira, nascente com Jacinto Domingos, e poente com Maria da Conceição, inscrito na matriz sob o artigo 3942, com proveniência no artigo 3830, com o valor patrimonial tributário correspondente ao dito direito de 2,89 €, igual ao atribuído, descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número três mil oitocentos e oitenta e oito, ainda da freguesia da Conceição.

- Que esses prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse por sucessão hereditária por óbito de seus pais Zacarias Fernandes e mulher Rita da Conceição, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, falecidos, respec-tivamente, no dia cinco de Janeiro de dois mil e sete, e no dia treze de Setembro de dois mil e onze, tendo sido declarada sua única e actual herdeira sua filha, ela justificante – como tudo consta de duas escrituras de habilitação, uma celebrada no Cartório Notarial em Tavira do Notário Joaquim Augusto Lucas da Silva, em vinte e três de Fevereiro de dois mil e sete, exarada a folhas cento e quarenta e quatro, do Livro de notas para escrituras diversas número Sessenta e dois – A, e outra neste Cartório, em vinte e três de Janeiro de dois mil e quinze, lavrada a folhas cento e quarenta e uma do Livro de notas para escrituras diversas número Cinquenta e Seis – A.

- Que, por sua vez, os seus pais adquiriram aqueles imóveis do seguinte modo:

A) os das verbas um, dois, cinco, seis e sete em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e oito, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a António Domingos e mulher Maria João, já falecidos, com a última residência habitual no Largo da Igreja, Santa Luzia, Tavira;

B) os das verbas três e quatro em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e oito, por compra meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita também aos referidos António Domingos e mulher Maria João, bem como a José Domingos Fernan-des ou José Domingues Fernandes e mulher Maria Custódia Domingas ou Maria Custódia Domingos, residentes que foram em Eiras, Conceição de Tavira, e Manuel Domingos Fernandes e mulher Maria Rita, residentes que foram no Sítio dos Alhos, em Conceição de Tavira, todos já falecidos;

- nunca chegando a outorgar as respectivas escrituras, não tendo deste modo título que lhe permita fazer o registo dos prédios em seu nome.

- Que, assim, justifica os referidos imóveis, porquanto há mais de vinte anos, primeiro os seus pais e depois ela, justificante, por sucessão na posse que aqueles já vinham exercendo, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência, nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de ela e os seus pais não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares e co-titulares do direito de propriedade destes prédios rústicos, e assim o julgando as demais pessoas, os seus pais e depois ela, justificante, têm possuído aqueles prédios na proporção do seu direito – cultivando-os, amanhando a terra, tratando das árvores, colhendo os respectivos frutos, nele pastando os animais, usufruindo dos seus rendimentos, suportando os encargos ou despesas com a sua manutenção –, ajustando com os demais compos-suidores ou consortes a divisão do seu uso e fruição e a repartição dos seus encargos ou despesas; pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu por USUCAPIÃO os referidos imóveis, o que invoca.

Tavira, 20 de Abril de 2015.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Acto registado sob o n.º 2/819

(POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 8 de Maio de 2015)

PUB

Page 9: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

zzzZZZ pág. ##

8 de Maio de 2015 | 9

anúncios ı classificados

Tractor - Rega, Lda

Acordos com:Medis, Multicare,C.G.D., Allianz

Acordos com:Multicare, C.G.D.,Allianz

Farmácias de Serviço

ALBUFEIRA

ARMAÇÃO DE PÊRA

FARO

LAGOA

LAGOS

LOULÉ

MONCHIQUE

OLHÃO

PORTIMÃO

QUARTEIRA

SÃO BART. DE MESSINES

SÃO BRÁS DE ALPORTEL

SILVES

TAVIRA

VILA REAL de STº ANTÓNIO

SEXTA SÁBADO DOMINGO SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA

Santos Pinto Piedade Piedade Piedade Piedade Piedade Piedade

Sousa - Sousa Central - - Edite

Higiene Caniné Pereira Penha Baptista Helena Alexandre

Vieira Vieira Lagoa Lagoa Lagoa Lagoa Lagoa

Neves Ribeiro Lacobrigense Silva Telo Neves Ribeiro

Chagas Pinto Avenida Martins Chagas Pinto Avenida

Moderna Moderna Moderna Hygia Hygia Hygia Hygia

Ria Nobre Brito Rocha Pacheco Olhanense Ria

Central Pedra Moderna Carvalho Rosa Amparo Arade

Algarve Mª Paula Mª Paula Mª Paula Mª Paula Mª Paula Mª Paula

- - Algarve - Algarve - -

S. Brás Dias Neves Dias Neves Dias Neves S. Brás Dias Neves S. Brás

- João de Deus Cruz Portugal - - Cruz Portugal -

Felix Sousa Sousa Montepio Mª Aboim Central Felix Franco

Carrilho Carmo Carmo Carmo Carmo Carmo Carmo

Susete MaiaMedicina dentária

e Odontologia

Rua Libânio Martins, n.º 1 A - Faro' 289 045 457 - 914 922 721 . [email protected]

JÁ ABRIU - A 1ª. GERÊNCIADE JOÃO PAULO & JOSEFINA

ESPERAMOS POR SI!

Rua Dr. Silvestre Falcão, nº. 11 – R/chão - Loja 2 - F (Nas traseiras do banco BPI)

Contacto: 281 328 531

23

Rua de Santo António, n.º 68 - 5º Esq. 8000 - 283 FaroTelef.: 289 820 850 ¦ Fax: 289 878 342

[email protected] ¦ www.advogados.com.pt

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRA

Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia sete de Abril de dois mil e quinze, a folhas quarenta, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta e cinco – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual, MARIA OTILIA MARTINS CARDEIRA, NIF 108.879.593 e marido MANUEL DOS SAN-TOS CARDEIRA, NIF 108.879.577, ambos naturais da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Rua do Centro de Dia, número 10, Cachopo, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios rústicos, ambos sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira, a saber:

1 - Prédio sito em Barranco dos Guinchos, que consta de terra cultura e pastagem, com a área de trezentos e noventa metros quadrados, que confronta do norte e sul com António Ferro, do nascente com ribeiro e do poente com caminho, inscrito na matriz sob o artigo 4.900;

2 - Prédio sito em Laranjo, que consta de terra cultura e pastagem, com a área de oitocentos metros quadrados, que confronta do norte com António, do sul com Manuel Femenim, do nascente com Ana dos Ramos e do poente com ribeiro, inscrito na matriz sob o artigo 4.806.

Que adquiriram os prédios em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e três, por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita a Manuel Francisco e mulher Maria Angelina, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Cachopo, Tavira. Que desde esse ano possuem os prédios em nome pró-prio, usufruindo dos mesmos, cultivando e amanhando a terra, pagando contribuições e impostos devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, em 07 de Abril de 2015

A funcionária por delegação de poderes;

Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/3

Conta registada sob o nº.PAO479/2015 Factura nº. 0479

(POSTAL do ALGARVE, nº 1142, de 24 de Abril de 2015)

Vendem-se 3 YorkshireTerrier machos

Vacinados e desparasitados, disponíveis a partir de 20de Maio. Pai com L.O.P prateado e dourado, mãe dourada.

Valor 300 €. Contactar pela via S.M.S para o n° 927 573 639

ou por email [email protected], pelo que responderemos em seguida

Page 10: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

zzz ZZZ pág. ##anúncios ı necrologia

10 | 8 de Maio de 2015

FUNERAIS - CREMAÇÕES - TRASLADAÇÕES PARA TODO O PAÍS E ESTRANGEIRO

ATENDIMENTO PERMANENTE - OFERTA DE ANÚNCIO DE NECROLOGIA E CARTÕES MEMÓRIA

Tel. : 281 323 205 - Fax: 281 323 514 • 965 484 819 / 917 764 557

Artigos Funerários e Religiosos / Catálogo de Lápides e Campas

AGÊNCIA FUNERÁRIA

Santos & Bárbara, Lda

SANTA MARIA – TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO – TAVIRA

MANUEL FLORIVAL ARRAIS GASPAR24-04-1926 / 03-05-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

CONCEIÇÃO - TAVIRACONCEIÇÃO E CABANAS DE TAVIRA - TAVIRA

NICOLINA DO NASCIMENTO02-01-1927 / 27-04-2015

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos a acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

FUNERAIS | CREMAÇÕES | TRASLADAÇÕES ARTIGOS RELIGIOSOS

MANUTENÇÃO DE CAMPAS E JAZIGOS FLORES

Funerárias:Sítio da PalmeiraLUZ DE TAVIRATel. /Fax: 281 961 170

Av. Maria LizardaMONCARAPACHOTel: 289 798 380

Rua Soledade 19OLHÃOTel. 289 713 534

Tlms: 966 019 297 (Carlos Palma) 963 907 469 (Gonçalo Correia) [email protected] - www.funeraria correia.pt

SERVIÇO PERMANENTE 24h

VENDE-SE ou ARRENDA-SE4 terrenos agrícolas com excelente localização e acessibilidade, com águada barragem,

situados na Asseca a 3 minutos da cidade de TaviraPomar de citrinos: 8.158 m2 - Terra de semear: 8.000 m2 - Terra de semear: 9.788 m2 - Pomar de citrinos e

terra de semear 6.370 m2 - Área total: 32.316 m2

Contacto: 918 201 747

AGÊNCIA FUNERÁRIA

Empresarecomendada

TAVIRARua Dr. Miguel Bombarda n.º 25Tel. - 281 323 983 - 281 381 881

LUZ DE TAVIRAEN 125, n.º 32 – Tel. - 281 961 455

VILA REAL STO. ANTÓNIORua 25 de Abril n.º 32 – Tel. - 281 541 414

FUNERÁRIA PATROCÍNIO Tlm. - 968 685 719 Rua João de Deus, n.º 86 – Tel. -281 512 736

IDALÉCIO PEDRO Tlm. - 964 006 390

Serviços Fúnebres

Solicite orçamento antes de decidir

Tavira

969 003 042Emergência 24 horas

965 040 428Vila Real Sto. António

962 406 031

[email protected][email protected] [email protected]

Coroa de flores artificiais c/ moldura, cartões memoriais, livro de condolências e serviço de água no velório

CABANAS DE TAVIRA

JOAQUIM JOSÉ MARTINS DE OLIVEIRA

77 ANOS

AGRADECIMENTOA sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 9 de Abril, para o Cemitério de Conceição de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia pelo seu eterno descanso, celebrada na Igreja Nossa do Mar em Cabanas de Tavira

“Paz à sua Alma”“Serviços Fúnebres efectuados

pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”Tavira • Luz • V.R.Stº António

Telm. 964 006 390 - 965 040 428

CABANAS DE TAVIRA

MARIA DE LURDES GUERREIRO

97 ANOS

AGRADECIMENTOSua querida família cumpre o doloroso dever de agra-decer reconhecidamente a todas as pessoas que as-sistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 13 de Abril, para o Cemitério de Conceição de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia pelo seu eterno descanso, celebrada dia 18 de Abril, às 18.30 horas na Igreja Nossa do Mar em Cabanas de Tavira.

“Paz à sua Alma”

“Serviços Fúnebres efectuados pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”

Tavira • Luz • V.R.Stº AntónioTelm. 964 006 390 - 965 040 428

TAVIRA

BAUCIS CAMÉLIA DE SOUSA ESPADINHA

88 ANOS

AGRADECIMENTOA família enlutada cumpre o doloroso dever de agra-decer reconhecidamente a todas as pessoas que as-sistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 28 de Abril, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, celebrada dia 3 de Maio, pelas 17.00 horas, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo

“Paz à sua Alma”

“Serviços Fúnebres efectuados pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”

Tavira • Luz • V.R.Stº AntónioTelm. 964 006 390 - 965 040 428

Page 11: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

opinião

Sobe

& d

esce Vitória camaleónica

Frágil e lento foi o camaleão quem mais ordenou contra a força da Sociedade Polis dois dias depois das comemo-rações do 25 de Abril. Até ver tudo suspenso nas demolições na Ilha do Farol (Ler pág. 2).

Aviação e aeroportos

Com a TAP em greve e a paragem das mangas telescópicas no aeroporto de Faro, a que se somam os prenúncios de fortes lutas laborais, nada parece calmo e favorável na maior porta de entrada da região (Ler pág. 4).

A Direcção-Geral do Consu-midor produziu uma brochura sobre estas comunicações elec-trónicas que tantas vezes nos atarantam, são desorientações que nos podem sair caro. O lei-tor poderá encontrar o texto na íntegra em www.consumidor.pt ou https://www.facebook.com/dgconsumidor. Vamos ao essen-cial, às questões de sobrevivên-cia. Estamos a falar dos serviços que são disponibilizados me-diante remuneração: televisão, telefone fixo e móvel e acesso à

internet fixa e móvel como os operadores oferecem um con-junto diversificado de serviços, a primeira coisa é comparar e es-colher a melhor oferta. Quando quer comparar as ofertas, os ele-mentos prioritários a ponderar são: serviço que é oferecido, o preço (tarifário; mensalidade; preço de instalação; preço de ac-tivação; promoções…); períodos de fidelização, quando existem; condições de cancelamento e de renovação do contrato. Os ope-radores deverão ser prudentes nas suas promessas publicitá-rias. Por exemplo, a expressão “ilimitado” só deve ser utilizada para ofertas que sejam efectiva-mente sem limites ou restrições ao longo de todo o período de duração do contrato.

Passando para a fidelização, a legislação em vigor prevê que a sua duração cobre um período máximo de 24 meses para con-tratos celebrados com consumi-

dores, mas também determina que devem ser propostos con-tratos com prazo de 12 meses. Os operadores têm obrigação de disponibilizar um meio sim-ples e expedito para que o cliente possa a todo o momento saber quando se conclui o período de fidelização e quanto deve pagar em caso de denúncia antecipada.

Passando para a alteração das condições contratuais, o opera-dor pode alterá-las no decurso do contrato mas deve comu-nicá-las por escrito com uma antecedência mínima de um mês e informar sobre o direito de consumidor poder anular o contrato sem qualquer penali-dade. Quanto à falta de paga-

mento da factura, o operador é obrigado a emitir um pré-aviso com prazo adicional de 30 dias para pagamento da factura. De-corrido o prazo adicional sem que tenha ocorrido uma das seguintes situações: pagamen-to, reclamação por escrito dos valores ou acordo escrito com o operador quanto à sua regula-rização, o serviço será suspenso por 30 dias. E se após estes 30 dias persistir o incumprimento, haverá lugar à resolução auto-mático do contrato.

Importa reter esta informa-ção: para conhecer os opera-dores e as respectivas ofertas, a ANACOM disponibiliza no seu sítio da internet – www.anacom--consumidor.com informações úteis que os consumidores de-vem ter em conta, nomeada-mente antes de contratar o ser-viço, bem como um simulador – o COM.escolha – que ajuda a comparar as ofertas.

8 de Maio de 2015 | 11

ficha técnica

Sede: Rua Dr. Silvestre Falcão, n.º 13 C - 8800-412 Tavira - Algarve Tel: 281 320 900 | Fax: 281 320 909 E-mail: [email protected]: www.postal.pt

Director: Henrique Dias(CP 3259).

Editor: Ricardo Claro (CP 9238). Redacção: Cristina Mendonça (CP 3258), Humberto Ricardo (CP 388).Design: Profissional Gráfica. Colaboradores fotográficos: José A. N. Encarnação “MIRA” Colaboradores: Beja Santos (defe-sa do consumidor), Nelson Pires (CO76). Departamento Comercial, Publicidade e Assinaturas: Anabela Gonçalves, José Francisco.Propriedade do título: Henrique Manuel Dias FreireEdição: Postal do Algarve - Publicações e Editores, Lda. Contribuinte nº 502 597 917. Depósito Legal: nº 20779/88. Registo do Título (dgcs): ERC nº 111 613. Impressão: Naveprinter Distribuição: Banca - Logista, à sexta-feira com o Público/VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda e CTT.

Membro: APCT - Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação; API - Associação Portuguesa de Imprensa.

Tiragem desta edição:7.869 exemplares

O elementar sobre os serviços de comunicações electrónicas

E-mail da redacção:

[email protected]

Esta é uma iniciativa das Bibliotecas Paula Nogueira do Agrupamento de Escolas Professor Paula Nogueira (Olhão) em parceria com a Casa da Juventude de Olhão e o POSTAL, que semanalmente divulga os problemas e as soluções deste jogo. Várias escolas do Algarve já aderiram à iniciativa: AE Professor Paula Nogueira (Olhão) / AE da Sé (Faro) / AE D. Afonso III (Faro) / AE Dr. Alberto Iria (Olhão) / Colégio Bernardette Romeira (Olhão) / AE Dr. João Lúcio (Fuseta) / AE de Estoi (Faro) / AE Joaquim Magalhães (Faro) / AE do Montenegro (Faro) / AE de Castro Marim (Vila Real de St. António) / AE Professora Diamantina Negrão / (Albufeira) / Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas (Mega Agrupamento de São Brás de Alportel) / Escola Secundária João de Deus (Faro) / Agrupamento de Escolas D. Paio Peres Correia (Tavira) / Casa da Juventude (Olhão) / Postal do Algarve. Convidamos todas as escolas e bibliotecas, interessadas em aderir ao Jogo da Língua Portuguesa e receber os materiais para o mesmo, a contactar: [email protected] ou [email protected].

>> SOLUÇÃO da edição passada

>> ASSINALE A FRASE CORRETA

� A – É proprio da atividade jornalística elaborar noticiase apresentar noticiarios. � B – É próprio da atividade jornalistica elaborar notícias e apresentar noticiários. � C – É próprio da atividade jornalística elaborar noticias e apresentar noticiários. � D – É próprio da atividade jornalística elaborar notícias e apresentar noticiários.

Beja SantosAssessor do Instituto de Defesado Consumidor e consultor do POSTAL

No outro dia saímos todos de casa atrasados.

- O Ser Humano devia ter asas. Assim éramos mais rápi-dos e não tínhamos que andar sempre a correr - comentou o Ricardo enquanto nos precipi-távamos pelas escada abaixo.

- Não sejas parvo! O Ser Hu-mano tem as melhores asas de

todas as espécies. Eu não troca-va as asas interiores pelas exte-riores, digo-te já!

Mais tarde, nesse dia, voltei por acaso a ver o vídeo do si-lencioso reencontro, no Moma, da artista performativa Marina Abramovic com uma antiga paixão que não via há mais de 30 anos. Comovi-me de novo. E

lembrei-me das tais asas.Não creio que seja apenas a

capacidade intelectual da nossa espécie que nos traz toda a van-tagem. O que nos faz maiores, melhores, mais rápidos e aptos à evolução, é esta capacidade de nos eternizarmos no amor. Quem ama é imortal. Pelo me-nos enquanto ama.

Temos asas interiores, capazes de nos levar para fora do nosso corpo em segundos, porque sa-bemos amar.

Reforço o que disse enquanto, naquela manhã, descia as esca-das à pressa: não trocava as asas interiores, que todos temos, por absolutamente nada. Sei que vo-amos com as asas certas.

Nas asas certas

Ana Amorim Dias - [email protected]

d.r.

� A – Eu movome depressa. � B – Eu movu-me depressa. � C – Eu môvo-me depressa. ; D – Eu movo-me depressa.

Page 12: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

últimaSelma Uamusse dá concerto na apresentação do Festival MED Todos os nomes vão ser anunciados no próximo dia 12

Ô Cantora moçambicana cantará no Cine-Teatro Louletano

Tiragem desta edição:7.869 exemplares

d.r.

O POSTAL regressa no dia

22 de Maio

pub

O CARTAZ OFICIAL DA 12ª EDI-ÇÃO DO FESTIVAL MED vai ser apresentado no próximo dia 12, pelas 21.30 horas, no Cine--Teatro Louletano. Neste even-to, que será apresentado por Raquel Bulha, da Antena3, serão anunciados todos os nomes que fazem parte dos palcos principais daquele que é um dos mais importantes festivais de World Music da Europa.

Serão ainda anunciadas as parcerias que a organização irá ter nesta edição para di-namização dos palcos secun-dários, nomeadamente Palco Bica e Palco Arco, bem como algumas novidades previstas neste Festival MED.

A apresentação contará com um espectáculo com a cantora moçambicana Selma Uamusse.

Com uma trajectória entre o jazz, o rock, o gospel e a soul, Selma Uamusse nasceu em Maputo, em 1981, e em 1988 veio viver para Portugal onde

canta profissionalmente des-de 2000. Integra formações de diversos estilos musicais, do afrobeat ao blues. Criou em nome próprio os projectos Sel-

ma Uamusse Nu Jazz Ensem-ble e Tributo a Nina Simone.

Para além do seu percurso pessoal tem feito inúmeras co-laborações com Rodrigo Leão, Samuel Úria, Luísa Sobral, Ana Moura, Ana Bacalhau, Susana Travassos, Márcia, e fez parte dos Wraygunn.

Entre Maputo e Lisboa en-contra-se a gravar o seu pri-meiro álbum em nome pró-prio. A componente rítmica da música moçambicana é uma das suas referências, utilizan-do-se de instrumentos como a mbira, e a timbila. A estreia do seu projecto a solo aconteceu em 2014, conquistando então a audiência e a crítica que lhe teceu rasgados elogios.

As entradas para este espec-táculo têm um preço de cinco euros.

pub

PEÇAS PARA MÁQUINAS INDUSTRIAIS E MARÍTIMAS

V.K.P.VIKO PEÇAS

Contactos: 289 149 956 / 919 906 369 / 911 092 128E-mail: [email protected]

Praceta Infante D. Henrique, Lt. 8, r/c D - FARO

pub pubpub

Page 13: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

www.issuu.com/postaldoalgarve7.869 EXEMPLARES

Mensalmente com o POSTAL

em conjuntocom o PÚBLICO

MAIO2015n.º 80

d.r

.

Da minha biblioteca: Uma Viagem ao Algarve

a duas vozes p. 11

Miguel Ângeloa solo

e em versão

pop p. 5

Entrevista :

d.r.

Algarve Nature Week 2015

p. 7

d.r.

Missão Cultura:

“Dez anos depois”p. 2

Sala de leitura:

Coração acordeão: a poética de um fole vital

d.r.

p. 8

d.r.

Momento:

Monchique, a Montanha Sagrada

p. 10

d.r.

Espaço ao património:

Page 14: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

08.05.2015 2 Cultura.Sul

AGENDAR

Celebra-se amanhã, 9 de Maio, o Dia da Europa ou Dia da União Europeia, uma data que parece mais política do que qualquer ou-tra coisa, mas que celebra a data da Declaração Schuman, realiza-da pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de França, em Paris em 1950 e que ditou o arranque da criação daquilo que hoje co-nhecemos como União Europeia.

Culturalmente esta data mar-ca a criação de condições sem paralelo para a paz e para a se-gurança e defesa do património, nunca a Europa gozou de um tão longo período de ausência de conflitos bélicos de larga escala, excepção feita aos Balcãs.

A União Europeia e os tratados e convenções assinados entre os países europeus da UE a 28 e ou-tros Estados Europeus, determi-naram políticas de conservação patrimonial, de fomento e de-fesa das identidades culturais e criaram espaço, com a queda de muitas ditaduras para um fluir li-vre da cultura como forma maior de comunicação entre os povos.

Os orçamentos para a cultu-ra continuam ainda hoje a re-presentar uma ínfima parte das verbas alocadas aos deveres do Estado para com os cidadãos, mas a cultura é hoje, mais ampla, mais difundida, mais tranversal e acima de tudo, muito mais livre.

Os avanços conquistados podem a muitos surgir como dados adquiridos fruto de uma vida na constância da sua exis-tência, mas a verdade é que, num momento em que os di-reitos adquiridos se debatem com o totalitarismo das libera-lidades de Governos e políticos desregrados, importa sublinhar sempre que há conquistas que não podem ser descuradas e que a liberdade e o direito à cul-tura são lutas permanentes con-tra quem as ouse desrespeitar.

A Europa e a Cultura “Dez anos depois”

Passaram dez anos desde que teve lugar o “Faro, Capital Nacio-nal da Cultura” (Março de 2005); passaram dez anos desde que foi inaugurado o Teatro Municipal de Faro (Julho de 2005); passa-ram dez anos desde que foi assi-nada a Convenção de Faro, sob o título a Convenção Quadro do Conselho da Europa Relativa ao Valor do Património Cultural para a Sociedade (27 de Outubro de 2005). O que mudou?

Os objetivos de “Faro, Capi-tal Nacional da Cultura 2005” (FCNC) foram estabelecidos em Resolução do Conselho de Minis-tros nº 96/2004, de 19 de Julho, e afirmava que a FCNC pretendia alcançar fundamentalmente os seguintes objetivos: “1 - Resgatar a cidade e a região da marginalida-de cultural, atraindo para as ati-vidades culturais novos públicos e a grande massa da população que delas tem estado afastada; 2 - Apostar na continuidade e na consolidação dos projetos cultu-rais existentes na cidade e na re-gião, e contribuir para a elevação do nível cultural da sociedade algarvia; 3 - Projetar nacional e internacionalmente a cidade de Faro e a região do Algarve, am-bas enquanto polos de turismo cultural e de atividades ligadas às

indústrias da cultura e do lazer.” Por sua vez, reconhecendo a

necessidade de colocar a pessoa e os valores humanos no centro de um conceito alargado e interdis-ciplinar de património cultural, a Convenção de Faro veio salien-tar o valor e as potencialidades de um património cultural bem gerido, enquanto fonte de desen-volvimento sustentável e também de qualidade de vida numa socie-dade em constante evolução.

A Convenção de Faro reconhe-ce que cada pessoa, no respeito dos direitos e liberdades de ou-trem, tem o direito de se envol-ver com o património cultural da sua escolha, como expressão do direito de participar livremente na vida cultural consagrada na Declaração Universal dos Di-reitos do Homem das Nações Unidas (1948) e garantido pelo Pacto Internacional relativo aos Direitos Económicos, Sociais e Culturais (1966). Cada um de nós possui uma responsabili-dade individual e coletiva no processo contínuo de definição e gestão do património cultural. O património cultural tem tam-bém um contributo principal para o diálogo intercultural.

O valor da actividade cultural para a vitalidade económica e para o desenvolvimento de co-munidades sustentáveis tem sido reconhecido em vários documen-tos da UNESCO: as conclusões da Conferência Mundial sobre Polí-ticas Culturais, de 1982, da Co-

missão Mundial sobre Cultura e Desenvolvimento denominado “Our creative diversity” de 1995, da Conferência Intergoverna-mental sobre Políticas Culturais de 1998 e do Conselho da Euro-pa, intitulado “In from the Mar-gins”, de 1997. Não esqueçamos também os diversos instrumen-tos do Conselho da Europa, desig-nadamente: Convenção Cultural Europeia (1954); Convenção para a Salvaguarda do Património Ar-quitectónico da Europa (1985); Convenção Europeia para a Pro-tecção do Património Arqueoló-gico (1992, revista); e Convenção Europeia da Paisagem (2000).

Novas políticas, novos consumos

Os estudos científicos vieram

demonstrar que as alterações verificadas nas políticas edu-cativas e culturais, da segunda metade do século XX, tiveram um papel determinante nas características sócio demográfi-cas, motivações e interesses das pessoas. Também sustentam a evidência de uma nova cultura de consumo em que produtores e mediadores culturais, e turís-ticos, desempenham um papel fundamental porque permitem colocar à fruição de todos (visi-tantes e residentes) a produção realizada. Para os destinos turís-ticos do Sul da Europa, em que a participação da população na fruição cultural é ainda reduzida e a produção muito frágil, a pro-cura de produtos e serviços cul-turais por parte dos turistas (na-cionais ou estrangeiros) constitui

um contributo que não pode ser negligenciado, para a sustentabi-lidade da região.

Algumas cidades da região re-únem condições para constituir uma oferta cultural organizada em rede. Essa organização só tra-ria benefícios, uma vez que não possuem, por si só, de forma iso-lada, uma capacidade de atração comparável a outras cidades his-tóricas de renome internacional. A criação de uma marca regio-nal, com base na identidade co-mum das cidades, reforçará cer-tamente a identidade da região.

Será fundamental introduzir uma prática sistemática de reco-lha de informação relativa aos pú-blicos e visitantes da região, uma vez que as tendências de procura tendem à fragmentação. Todos os agentes regionais e locais, públi-cos e privados, devem assumir um papel activo na inventariação dos recursos, no conhecimento das diferentes comunidades (re-sidentes e visitantes), na criação de condições de acolhimento, no apoio aos visitantes e na organiza-ção e promoção de actividades e eventos. Uma das vantagens des-ta abordagem será um reforço da notoriedade, da imagem e da identidade e a criação de uma cultura de excelência.

A questão que permanece será: O que mudou? Será que os objectivos do FCNC e da Conven-ção foram concretizados? Como podemos consolidar estes per-cursos e estes objectivos?

A juventude de hoje!

Eis que chegamos, em Olhão, a mais um mês de MOSTRA-TE, mais um mês da Juventude. A Ju-

ventude é hoje um tema central, não só no discurso, como tam-bém na atividade política. Nem sempre foi assim.

Sou de uma geração que, em termos de apoio à Juven-tude, foi muito beneficiada em relação à dos meus pais, e ao longo de toda a minha vida política tenho defendido e tentado implementar cada vez mais estruturas onde os jovens se possam encontrar e

desenvolver os seus projetos.Avançámos muito, e fizemo-

-lo em pouco tempo. Há mais espaços de encontro e inter-câmbio de ideias e projetos, há maior oferta lúdica, cultural e desportiva, há maior sensibili-dade para uma idade especial na vida de todos, onde as ques-tões são mais do que as respos-tas, as dúvidas muito maiores que as certezas.

Falta fazer muito. Falta mais

preocupação laboral com os jovens que terminam a sua for-mação e não têm emprego. Fal-ta respeito pelos jovens, quando responsáveis políticos os incen-tivam a emigrar, sangrando o país da parte mais ativa e sonha-dora da sua população. Faltam programas escolares que res-pondam aos desafios do século XXI e integrem na formação dos jovens as extraordinárias poten-cialidades que a nova sociedade

da informação oferece.Aos jovens cabe-lhes usufruir

dos recursos humanos e mate-riais que colocamos à sua dispo-sição para desenvolverem as suas atividades, a nós, poder político, cabe-nos o mais difícil. Cabe-nos entender os sonhos e aspirações de uma geração que cresce ao som das dificuldades e, ainda assim, insiste em sonhar quan-do lhe deixam. Cabe-nos dar--lhes resposta e esperança.

Ricardo [email protected]

Editorial Missão Cultura

Direção Regionalde Cultura do Algarve

Juventude, artes e ideias

António PinaPresidente da Câmara de Olhão

“NOVOS MUNDOS”De 23 de Maio a 19 de Julho | Museu de PortimãoTimo Dillner nasceu em Wismar na Alemanha em 1966, vive em Bensafrim, Lagos, há 16 anos. ´e um artista multifacetado que apresenta pinturas, poe-mas, obras gráficas, esculturas e vídeo

“DIAS DE FADO”16 MAI | 21h30 | Centro Cultural de LagosTrês fadistas interpretam os mais mediáticos fados que a diva cantou ao longo da sua carreira, tais como “Estranha forma de vida”, “Ai Mouraria”, Maria Lis-boa ou “Povo que Lavas no rio”

d.r.

Isabel Pires de Lima, então ministra da Cultura, na assinatura da Convenção de Faro

Page 15: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

08.05.2015  3Cultura.Sul

Espaço AGECAL

O território do Baixo Guadiana algarvio, raiano e de matriz me-diterrânica, compreende os con-celhos sotaventinos de Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim. A maior densidade populacional no litoral e barrocal é contraposta pelo povoamento disperso na serra, na sua maioria constituída por montes, marcados pela obstinada ruralidade e habitu-ados a sobreviver com os recursos naturais disponíveis. A humaniza-ção do território, fruto do convívio de séculos com povos diferentes e do aproveitamento desses recursos, levou ao desenvolvimento de artes e saberes fundamentais para a sub-

sistência das suas gentes.Mais serrana que costeira, a pai-

sagem do Baixo Guadiana, seca e xistosa, é atravessada pelas tortuo-sas ribeiras afluentes do Guadiana: Vascão, Foupana, Odeleite, Beliche e Rio Seco, em cujas várzeas cres-cem os canaviais, de onde se extrai a cana utilizada para fazer os cestos ou canastras, outrora fundamentais para o armazenamento das frutas colhidas nos pomares ribeirinhos e no transporte do peixe capturado na própria ribeira. A cestaria, um ofício transmitido entre gerações ao longo de várias décadas, marcou a aldeia de Odeleite que, segundo os habitantes, via as ruas cheias de gente que trabalhava a cana, dia e noite, para dar forma aos cestos e engordar o orçamento familiar. Até as mulheres trabalhavam os cestos, facto pouco comum, pela cestaria ser um ofício efectuado quase ex-clusivamente por homens. A altera-ção do contexto social, bem como a evolução dos materiais, tornou barato e acessível o uso do cartão e do plástico, que substituíram os cestos e as canastras em cana, hoje objectos particulares de fruição

turística. A cestaria perdeu assim a sua função original, de uso quo-tidiano, e tornou-se num elemen-to cultural, valorizado, símbolo do

“saber fazer” da comunidade do Baixo Guadiana.

Todavia, a cana continua a ser associada às mais diversas activi-

dades desenvolvidas no território. Na agricultura, é utilizada no va-rejo e na apanha de frutos secos e da azeitona, nas hortas para sus-tentar o crescimento de trepadei-ras, como o feijoeiro, o tomateiro de armar e a ervilheira. A preser-vação dos gestos, usos e modos de trabalhar a cana é fundamental, de maneira a que a sua continuidade e consequente redescoberta face à contemporaneidade seja feita de forma sustentável e com recurso às técnicas tradicionais. A participa-ção das comunidades, detentoras do saber, é essencial, seja no pro-cesso de investigação ou na procu-ra de novos usos.

Numa época em que o turismo de carácter cultural cresce, a dina-mização das artes e ofícios próprios da cana, agora também objecto de cultura e lazer, passará, em parte, pela divulgação em tertúlias ou pa-lestras, mas também na formação de novos artífices, apostando na originalidade e em novos produ-tos, sem que se descaracterizem os materiais e as técnicas tradicionais.

Grande ecrã

Redescobrir a matéria: os trabalhos em cana no Baixo Guadiana

Pedro PiresTécnico de Património Cultural e pós-gra-duado em Património Imaterial, membro do CEPAC/UAlg, onvidado da AGECAL

d.r.

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | [email protected]

SESSÕES REGULARES | CINE-TEATRO AN-TÓNIO PINHEIRO | 21.30 HORAS

14 MAI | GETT (O PROCESSO DE VIVIANE AMSALEM), Ronit e Shlomi Elkabetz – Is-rael/Al/F 2014 (115’) M/14

21 MAI | I LOVE KUDURO, Mário Patrocí-nio - Port/Angola 2014 (96’) M/1223 MAI | 678 (CAIRO 678), Mohamed Diab - Egípto 2010 (100’) M/1428 MAI | LES COMBATTANTS (OS COM-BATENTES), Thomas Cailley - França 2014 (98’) M/12

Tavira prepara mostras anuais de cinema

Já estamos em plena pre-paração das nossas anuais Mostras de Cinema, que irão decorrer no local habitual, os belos Claustros do Con-vento do Carmo, de 17 a 27 de Julho (Europeu) e de 7 a 17 de Agosto (Não Europeu). Eventos ideais para descobrir e/ou rever filmes de grande qualidade e sensibilidade, num ambiente agradável e atraente em todos os senti-dos, apenas comparável com um cenário do filme de Giu-seppe Tornatore: Nuovo Cine-ma Paradiso...

Entretanto, também não nos esquecemos de trazer a Tavira a nossa oferta semanal de fil-mes diferentes dos que passam nos centros comerciais. E neste mês de Maio propomos mais uma sessão extraordinária no sábado, dia 23: Cairo 678, um filme egípcio surpreendente, com a estreia como realizador do argumentista Mohamed Diab. Um entre centenas de fil-

mes de grande qualidade (e de baixo orçamento - apenas dois milhões de dólares) que nun-ca chegaram a estrear em Por-tugal, apesar de terem pernas

para andar! Iremos exibi-lo no nosso Cineclube com legenda-gem dupla: português e inglês. Por favor não o percam!

Cineclube de Tavira

fotos: d.r.

Cineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

IPDJ | 21.30 HORAS 12 MAI | O PEQUENO QUINQUIN, Bruno Dumont, França, 2014, 197’, M/1219 MAI | MAMÃ, Xavier Dolan, Canadá, 2014, 134’, M/1426 MAI | OUTRA FORMA DE LUTA, João Pinto Nogueira, Portugal, 2014, 80’, M/12

A TELA AOS SÓCIOS: UMA QUESTÃO CINE-CLUBISTA | 21.30 HORAS | SEDE CCF14 MAI | CASANOVA, Federico Fellini, Itália, 1976, 155’

21 MAI | QUERELLE, Rainer Werner Fass-binder, França/Alemanha, 1982, 104’, M/1828 MAI | JLG POR JLG, Jean-Luc Godard, França, 1995, 53’, M/12

FILME FRANCÊS DO MÊS | BIBLIOTECA MU-NICIPAL FARO - 21H30 - ENTRADA LIVRE22 MAI | Un Poison Violent, Katell Quil-levere, França, 2010, 92

Cena do filme ‘Cairo 678’, que representa a estreia na realização do argumentista Mohamed Diab

“Os homens precisaram do testemunho dos seus antepassadose cada época precisou dos conhecimentos anteriores para poder criar e inovar”

Xavier Greffe, 1986

Page 16: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

08.05.2015 4 Cultura.Sul

Tocar tambor como quem grita - Günter Grass

O escritor alemão Günter Grass, Prémio Nobel da Literatu-ra em 1999, morreu aos 87 anos, em Abril de 2015. Considerado uma das mais importantes fi-guras da cultura alemã do pós--guerra, Günter Grass tornou-se persona non grata quando confes-sou, na sua trilogia autobiográ-fica, iniciada com Descascando a Cebola (2007), que narra a sua vida entre 1939 e 1959, como se alistou voluntariamente nas SS. No espírito desse processo de descascar a cebola de forma a revelar o núcleo da verdade, Grass escreve como aos 15 anos se apresentou voluntariamente para o serviço militar na Ale-manha nazi e como aos 17 pas-sou a envergar o uniforme das Waffen-SS. E este episódio que ocupa apenas duas páginas no conjunto da sua vida acabou por despertar grande polémica.

O Tambor de Lata, o seu roman-ce de estreia, só foi novamente publicado entre nós no cin-quentenário da sua publicação original (1959), numa tradução melhorada pela D. Quixote. O li-vro foi considerado escandaloso e pornográfico, mas a verdade é que narra de forma cómica, ale-górica e fantástica a história da Alemanha desde o final do sécu-lo XIX até 1960. A obra é repleta de histórias picarescas e cómicas, atravessada por elementos fan-tásticos e mágicos, num registo fluído, eivado de jogos de lingua-gem e de algum barroquismo de linguagem, próximo do carna-valesco, cujo estilo lembra afinal Gabriel García Márquez e talvez por isso mesmo alguns críticos tenham apontado a obra como um exemplo europeu do realis-mo mágico. 

O narrador, na primeira pes-soa, confessa logo nas primeiras linhas que está internado num «asilo de alienados» (pág. 13). Mas o autor, justamente numa época em que se prenunciava a morte do romance, dá novo ímpeto à arte da narrativa e não deixa de ironizar: «Pode-se co-meçar uma história pelo meio e criar confusão, avançando e recuando com ousadia. Pode--se assumir uma pose moderna

(...). Também se pode afirmar logo de início que hoje em dia é impossível escrever um roman-ce, mas depois, por assim dizer dissimuladamente, produzir um bestseller bem espesso para o au-tor se apresentar por fim como o último dos romancistas.» (pp. 15-16).

E será sempre a ironizar, para poder falar de assuntos sérios e delicados do pós-guerra, que a narrativa de Oskar vai discorren-do, a partir de um início desde logo cativante e estranhamente desconcertante: «Começo muito antes de mim; porque ninguém deveria escrever a sua vida sem arranjar paciência para recordar, antes da própria existência, pelo menos metade dos avós.» (pág. 16). Oskar conta então a histó-ria da sua avó materna, Anna Bronski, e de como ela se sentou num batatal, em 1899, com as suas quatro saias, cor de casca de batata, cuja ordem ia trocando consoante o dia da semana, de forma a que a saia melhor ficasse sempre por cima das outras, e de como Joseph Koljaiczek, procu-rado por ser um incendiário, se esconde de dois polícias debaixo das suas saias. Enquanto a polí-cia procura desesperadamente o homem e interroga a mulher sentada frente a uma fogueira, a comer batatas assadas, esta dei-xa sair fundos suspiros enquan-to aponta para outra direção. No final do primeiro capítulo, quando os polícias finalmente desistem de procurar o foragi-do, Anna Bronski ergue-se, des-cobrindo Joseph Koljaiczek, que estava enrodilhado no chão, mas logo se levanta, fecha a bragui-lha, e a partir desse momento «não lhe largou mais as saias» (pág. 24).

O maravilhoso patente nesta obra está especialmente conti-do em torno de Oskar que nas-ce em 1924 com a inteligência de um adulto e uns enormes olhos azuis. No dia do seu tercei-ro aniversário, Oskar recebe um tambor de lata, e nesse mesmo dia, ao ouvir o pai dizer-lhe que quando chegar a adulto será ele a tomar conta da loja da família, ele decide parar de crescer, como forma de evitar as responsabili-dades e pesos ou expectativas próprias de uma idade adulta. Ao longo da sua vida, Oskar irá tocar uma série de tambores, que nas suas mãos ganham um triplo poder: invocatório, pois enquan-to Oskar o percute isso permite--lhe regressar ao passado e resga-tar as suas memórias, como faz no final da sua vida, enquanto

está no asilo e procura escrever as suas memórias; protestatório, como arma de contestação ao que lhe impõem; encantatório, ao jeito do flautista de Hamelin, pois seduz e hipnotiza as pessoas com o som do seu tamborzinho de brinquedo. Oskar tem ainda outra capacidade extraordinária: uma voz «vitricida», que parte vidro de forma tão eficaz como uma arma supersónica.

Esta recusa de Oskar em cres-cer e tornar-se adulto, apesar de possuir as capacidades cogniti-vas de um, simboliza a sua nega-ção de fazer parte de um mundo que ele considera estar a enlou-quecer, consoante se avizinha a Segunda Grande Guerra, e o ru-far do seu tambor representa o seu protesto face à passividade da época, face ao que a História preparava, e que por muito ima-ginável que parecesse acabou por se tornar realidade. Este é, aliás, o princípio subjacente ao realismo mágico: a forma como o mundano e o fantástico se in-terligam de forma comum, em

que os factos mais incríveis não despertam grande estranheza no leitor, se bem que aqui não se trate de eventos mágicos como o levitar de tapetes, mas sim de outros factos absolutamente in-críveis, como o extermínio de milhares de pessoas, aparente-mente aceite de forma natural.

Existe todavia uma certa am-biguidade na leitura da obra pois chega a indiciar-se a possibi-lidade de que Oskar, afinal, não é uma criança, mas sim um anão, o que pode invalidar a questão do maravilhoso, embora não anule a estranheza e a singulari-dade que envolve este romance. Este rapaz incorre também em brincadeiras sexuais precoces com Maria, a mulher que cuida-va dele e que depois casará com o pai, pelo que quando nasce Kurt não se sabe bem se será fi-lho ou neto do marido.

Além da sua natureza física diferente, a diferença de Oskar face à sociedade que o envolve está igualmente patente no seu comportamento e nos papéis

que assume ao longo da sua vida: como chefe de um gangue que assalta lojas, graças ao po-der da sua voz que pulverizava facilmente as monstras; quando se junta a uma trupe circense de anões que entretém as tropas na linha da frente; em Düsseldorf, Oskar torna-se músico de jazz, sempre acompanhado do seu tambor... A (in)sanidade mental do narrador nunca chega a ser claramente confirmada ou des-mentida, ao longo desta densa narrativa de quase setecentas pá-ginas, em que o pequeno Oskar percorre a história alemã desde

1899 até 1954.A título de curiosidade, Gün-

ter Grass visitava regularmente o Algarve, onde possuía uma casa em Portimão, e expunha a sua obra como artista plástico no Centro Cultural de São Lou-renço. No seu dário de viagens, Em Viagem - De Uma Alemanha à Outra (1990), o autor escreve so-bre o Vale das Eiras, onde tinha uma casa, desde 1980, sem tele-visão. Grass gostava de receber, de cozinhar, de desenhar as suas gravuras a tinta de choco, de lula ou de polvo, e de se ocupar das suas plantas.

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

Letras e Leituras

fotos: d.r.

Günter Grass, Prémio Nobel da Literatura em 1999

Page 17: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

08.05.2015  5Cultura.Sul

Miguel Ângelo: a solo e definitivamente pop

Cultura.Sul (C.S) - Estará hoje (dia 8 de Maio, data de saída do Cultura.Sul em banca) num concerto em Pêra, Silves, apresentado como acústico. O que podem os espectadores esperar para o concerto desta noite?

Miguel Ângelo (MA) - Neste concerto íntimo apresentarei algumas das novas canções de “Segundo”, mas também via-jarei por outras ligadas à minha carreira. Nestes ambientes mais próximos, além das canções cantadas existem as histó-rias contadas e a participação directa do público, o que tornará certamente a noite muito especial.

C.S - Ontem, em Silves, no âmbito da iniciativa “Lado B”, participou desta tertúlia que tenta revelar uma outra perspectiva sobre os artistas portugueses. Há um ‘lado b’ de Mi-guel Ângelo neste percurso a solo que iniciou em 2012, com o “Primeiro”, face ao conhecido percurso com os Delfins?

MA - O Labo B de cada um é o com-plemento do Lado A, mas não quer dizer que tenha menos importância. O que está menos exposto roda nes-se lado B: as origens, as influências, a presença determinante dos outros nas nossas vidas... Normalmente, é um lado mais obscuro, mais calmo e pessoal. Na minha carreira a solo baseio-me mais no meu lado pessoal do que quando estava com os Delfins, por razões ób-vias. É também nos meus romances

que vou mais fundo ao mergulhar na privacidade das minhas sensações e pensamentos.

C.S - “Primeiro” é encarado como um verdadeiro ‘statement of purpose’ de um futuro a solo. É isto de facto? Como é que vê hoje a reacção do pú-blico a esta escolha?

MA - Vejo muito bem face ao feedba-ck que recebo, mas tenho a noção que estou a construir algo, a iniciar um novo percurso, independentemente de suces-sos ou falhanços passados. Essa declara-ção de intenções, quando anunciei não só o “Primeiro” como o “Segundo” e o “Ter-ceiro”, tem a ver com isso, com a necessida-de de construir um conjunto sólido de novas canções que me acompanhem nos próximos anos, dando-me autono-mia.

C.S - “Timidez”, lançado quatro anos antes, a solo mas com os Delfins ainda ‘no activo’ é muito diverso de “Primeiro”. Neste último temos o re-gisto determinador do que pretende para este caminho a solo?

MA - “Timidez” foi lançado no final dos anos 90, quando os Delfins se afas-taram dos estúdios de gravação por alguns anos. Foi a maneira de dar res-posta ao pedido para a escrita da ban-da sonora do filme Zona J e também de gravar algumas das canções que tinha na gaveta, às quais juntei mais umas ver-sões de canções favoritas. Embora sen-do fruto de uma escolha muito pessoal,

“Timidez” é mais fragmentado que os capítulos da nova trilogia. Nessa altura não planeei nenhum início de carreira a solo, até porque os Delfins eram a mi-nha nave-mãe e por isso nunca encarei o “Timidez” como o início de um percurso a solo, sem no entanto lhe querer retirar a devida importância.

C.S - “Ray’s Bar” é por muitos des-conhecido, mas é para si mais um ca-minho desenhado no âmbito desta segunda fase da carreira?

MA - Quando peguei acidentalmen-te numa guitarra acústica, por volta

de 2004 - quando os Delfins faziam a sua tour unplugged – iniciei uma nova abordagem à composição de canções, ao ponto de basear nela a minha car-reira a solo. Devido a isso aproximei-me muito da música folk - nova e velha - e até de algum country mais ou menos alternativo. “Ray’s Bar” tem muito a ver com isso, o EP foi gravado numa sala de estar e quer em escrita, quer em sono-ridade aproxima-se muito do conceito

que descrevi em cima. Precisava de mui-ta verdade nas novas canções, de uma nova abordagem na escrita de letras e de uma sonoridade nua e crua que soasse intemporal.

C.S - Sente necessidade de se afastar de forma marcante, em termos de re-gisto, face ao som dos Delfins a que está indelevelmente ligado?

MA - Já senti mais, na realidade. Em “Timidez” claramente, até porque o grupo ainda existia, e em “Primeiro” talvez até inconscientemente! Mas chega-se a uma altura em que a fuga

de nós próprios se torna in-consequente e produz efeitos contrários. O velho sonho de estar bem com Deus e o Diabo já queimou muitas pestanas... Com 30 anos de carreira tudo se resume ao nosso essencial, à nossa verdade e vontade. Não quer dizer que não se experi-mentem novas sonoridades, novos caminhos, mas com a distância olha-se para trás e con-segue reconhecer-se uma matriz da qual é impossível afastarmo--nos de modo natural.

C.S - “Segundo” é o seu novo disco, mais pop, já consegue percepcionar a reacção do seu público?

MA - As reacções estão para já a ser melhores do que em re-

lação ao “Primeiro”, na generalidade. Acho que está a chegar a mais gente, a conseguir entrar nalguns sítios onde o “Primeiro” não entrou. Está a vencer preconceitos, o que já é uma vitória e penso que é um disco para palcos maiores, mais eléctrico e mais enérgico.

C.S - A trilogia que integra estes dois primeiros trabalhos completar--se-á com que registo musical? Tem

ideia já?MA - Esta trilogia destina-se a criar

uma base sólida de canções que me permitam seguir uma carreira a solo, reconhecida e apreciada, completando e aumentando a história que tive du-rante 25 anos com os Delfins. “Tercei-ro” encerrará essa trilogia, num futuro próximo.

C.S - Como é que vê a produção de escrita para canções e a composição na cena musical da actualidade em Portugal?

MA - Há na realidade poucos com-positores e autores que escrevam para terceiros, o que deixa muitos bons in-térpretes - a maior parte revelados em programas de televisão – sem nada para cantar ou acrescentar. À excepção do Fado, na música portuguesa impera o conceito de cantautor, muito ligado ao facto da sobrevivência e resistência profissional dependerem da actividade musical ao vivo. No entanto, já se escre-ve mais e melhor em português do que há alguns anos...

C.S - Depois de dois discos a solo, onde é que se vê enquadrado no pa-norama musical, independentemen-te dos chamados rótulos comercial-mente válidos?

MA - Sempre gostei das voltas que a música pop(ular) dá, dos círculos em espiral por cima de si própria. As refe-rências são quase tudo para mim. São o que é importante renovar e comu-nicar, até porque partimos todos dos mesmos princípios humanistas, na so-ciedade ocidental.

Enquadro-me na grande tradição da escrita de canções, com a ambição que essas canções não sejam apenas uma banda sonora distante ou música de dança no elevador e na aula de ginásti-ca. Ambiciono que as canções fiquem e falem por si, depois de partir.

Ricardo ClaroJornalista / Editor

A capa do mais recente disco de Miguel Ângelo

Há vozes inconfundíveis e Miguel Ângelo é uma delas.Associada necessariamente aos Delfins, banda de que foi vocalista por 25 anos, a voz do cantor está hoje plasmada nos álbuns que fazem parte da carreira a solo que decidiu trilhar após o fim do agrupa-mento que lhe deu a fama.“Primeiro” e, mais recente-mente, “Segundo”, são os discos de uma trilogia que o escritor, compositor e músi-co quer que sejam a base de uma carreira a solo sólida.Definitivamente pop, “sem-pre gostei das voltas que a música pop(ular) dá, dos

círculos em espiral por cima de si própria”, para Miguel Ângelo o que importa é mui-to mais do que o rótulo, “en-quadro-me na grande tra-dição da escrita de canções, com a ambição que essas canções não sejam apenas uma banda sonora distante ou música de dança no ele-vador e na aula de ginástica. Ambiciono que as canções fi-quem e falem por si, depois de partir”.Música para ouvir, repetir e deixar entranhar, numa das vozes mais reconhecidas da cena musical portuguesa contemporânea.

fotos: d.r.

Panorâmica

Page 18: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

08.05.2015 6 Cultura.Sul

As descobertas na ciência podem ser fonte de inspiração artística?

Artes visuais

Saul Neves de JesusProfessor catedrático da UAlg;Pós-doutorado em Artes Visuais pela Universidade de Évora

Um aspeto pouco abordado nas relações entre a arte e a ci-ência diz respeito a conceitos ou descobertas científicas poderem servir como fonte inspiradora das criações artísticas.

Diversos têm sido os artistas que consideram que a obra de arte “é filha do seu tempo”. Nes-se sentido, a produção artística pode ser influenciada por múlti-plos fatores, em particular pelas descobertas da ciência no perí-odo em que a criação artística ocorre.

Por exemplo, as ideias de Go-ethe sobre as cores tiveram um importante impacto sobre o tra-balho de Turner, o qual produ-ziu inclusivamente uma pintura intitulada “Luz e Cor (Teoria de Goethe)” (1843).

A Teoria da Relatividade de Einstein tem sido uma das des-cobertas que mais tem procu-rado ser expressa na produção artística. Em particular, há vá-rias publicações que destacam a influência da Teoria da Relati-vidade na pintura surrealista de Remedios Varo, nomeadamen-te pelo físico Alan Friedman (2000), no artigo “Física influen-cia a arte: evidências na pintura surrealista de Remedios Varo” (“Physics influences art: evidence in surreal painting of Remedios Varo”). Mas considera-se que a teoria da relatividade de Eins-tein está também presente em obras doutros artistas, em particular Picasso, Mondrian, Kandisnky, Marinete e Salva-dor Dali. Este último parece ter sido aquele que melhor expres-sa a influência desta teoria nal-guns dos seus trabalhos. Neste âmbito, destaca-se a sua pintu-

ra “A persistência da memória” (1931), em que coloca três re-lógios no mesmo espaço, suge-rindo que no mesmo espaço se expressam diferentes tempora-lidades. Isto não obstante Dali referir que a inspiração para o desenho dos “relógios moles” tenha surgido quando estava a comer um queijo Camembert derretido (Úbeda, Marquès & Pons, 2004).

Da análise feita sobre a influ-ência que as descobertas ocor-ridas na ciência tiveram na pro-dução realizada pelos artistas, enquanto tema dos trabalhos destes, concluímos que Dali foi provavelmente o artista em cuja obra, ao longo de todo o seu percurso e de forma intencional e sistemática, foram integrados temas estudados no âmbito científico, correspondendo a importantes descobertas ocor-ridas durante o século XX em diversos domínios científicos.

Nesse sentido, abordou nos seus trabalhos artísticos temas como a bomba atómica ou a elucidação da estrutura do DNA, sendo até considerado que tinha uma “obsessão pela ciência” (op. cit., 2004).

Para Dali existia, antes de tudo, metafísica, a qual se di-versificava em ciência e em arte. Considerava que o único grande conhecedor de arte e metafísi-ca era Leonardo Da Vinci e, tal como os artistas do Renasci-mento, aspirava associar arte e ciência.

Assim, a sua obra reflete as principais teorias e descobertas científicas do século XX, indo os seus interesses desde a ma-temática, a física e a genética, até à psicologia e à psicanálise.

A Psicologia, sobretudo na sua componente de Psicanálise, era uma das ciências em que Dali mais se apoiava, como revela o seu quadro “O enigma do dese-jo” (1929), em que repete a pa-lavra “Ma mere” inúmeras vezes em espaços que representam a força do inconsciente. E a in-fluência da psicanálise vai estar presente ao longo do percurso

artístico de Dali, tendo inclusiva-mente feito o “Retrato de Freud” (1937). Um outro quadro que se destaca na sua obra foi realizado uns anos mais tarde, “Sonho cau-sado pelo voo de uma abelha à volta de uma romã, um segundo antes de despertar” (1944), em que o cenário do sonho ocupa quase toda a tela, aparecendo a abelha à volta da romã apenas como um pormenor quase im-percetível.

Aliás, muitos dos trabalhos realizados no âmbito do surre-alismo têm conteúdos oníricos na sua base. Dali coloca nas pin-turas o inconsciente, o universo submergido revelado pelas teo-rias de Freud e os símbolos re-feridos por Freud na “Interpre-tação dos sonhos” (1900), livro considerado como a “bíblia” de Dali (Barnes, 2009). O próprio Dali referia: “Eu trabalho cons-tantemente no momento de dormir. As minhas melhores ideias vêm dos meus sonhos e a atividade mais Dalineana produz-se enquanto durmo” (op. cit., 2004). A importância do dormir no processo criativo é também expressa na sua pin-tura “Sono” (1937).

No âmbito das ditas “ciências

exatas”, nos anos 30 Dali foi in-fluenciado pelo Princípio da In-certeza de Eisenberg (1927), um enunciado da Mecânica Quân-tica, segundo o qual pode ha-ver interferência sobre o objeto quando tentamos avaliá-lo. Nes-te sentido, o que se vê depende do próprio observador, pois o observador determina a própria realidade com a sua observação. Este pressuposto coincide com as conclusões também obtidas pelas investigações realizadas no âmbito da teoria da forma (Gestalt), tendo Dali destacado a importância deste aspeto em várias obras. Vejam-se os seus trabalhos “O enigma intermi-nável» (1938) e “Rosto deitado» (1935), bem como “O rosto de Mae West” (1934-35).

Nos anos 40, surge um inte-resse particular pela Física Nu-clear, pelo que nos seus qua-dros os objetos decompõem-se em partículas que flutuam no espaço como átomos. É o caso das obras “A separação do átomo” (1947), “Equilibrio intra-atómico duma pluma de cisne” (1947), “Galáctea de es-feras” (1952) e “Desintegração da persistência da memória” (1952/54). Em relação a este

último, Dali referiu que “após vinte anos de absoluta imobili-dade, desintegraram-se agora os relógios moles dinamicamente” (Maddox, 1990). Este retomar de alguns temas trabalhados anteriormente, traduz um sen-tido evolutivo na forma de os abordar ao longo do seu per-curso, indo integrando novas perspetivas e influências.

Conforme referiu Dali: “A era atómica moderna é muito ele-gante. Não há nada tão alegre como a colisão e explosão dos conflitos intra-atómicos da Físi-ca Nuclear. A minha maior ale-gria é contemplar estes terríveis conflitos dos eletrões e dos áto-mos, todos saltando e bailan-do numa sensação eurítmica extraordinária” (op. cit., 2004).

Em 1953, na revista “Na-ture” (vol.171, nº4356) é pu-blicado o artigo “A estrutura molecular do ácido nucleico”, por Watson e Crick, os quais ganharam o Prémio Nobel, em 1962, pela descoberta da estrutura do ADN. Nesse pe-ríodo, Dali afirmou: “Hoje a única estrutura legítima é a estrutura molecular do ácido desoxirribonucleico” (op. cit., 2004). Inspirado nesta teoria

pintou, por exemplo, “Paisa-gem de borboletas (O Grande Masturbador numa paisagem surrealista com ADN)” (1957) e “Galacidalacidesoxyribonuclei-doácido” (1963).

Dali conheceu pessoalmente Watson em 1965, tal como ha-via conhecido Freud em 1938, ou Ilya Prigogine, Prémio Nobel da Química (1977). Isto porque Dali gostava de aprofundar as teorias propostas através do di-álogo com os próprios autores das descobertas científicas.

Nas matemáticas, conheceu René Thom, vencedor da Me-dalha Fields, com os seus traba-lhos sobre a teoria das catástro-fes, sendo considerado que as curvas das suas equações estão presentes no último quadro de Dali, “A cauda da andorinha” (1983).

Também conheceu Thomas Banchoff, que trabalhava com princípios da matemática so-bre objetos a quatro dimen-sões, sendo especializado em geometria diferencial, procu-rando desenvolver métodos gráficos em computador. O quadro “Em busca da quarta dimensão” (1979) traduz a in-fluência deste cientista.

Dali, que não acreditava na morte (“Não creio na minha própria morte. Não creio na morte em geral e em particu-lar na morte de Dali”; op. cit., 2004), morreu em 1989, ten-do na sua mesa de cabeceira li-vros dos cientistas Stephen Ha-wking, Matila Ghyka e Erwin Schrodinger, traduzindo a sua “intimidade” com a ciência até ao fim da sua vida.

Nota: Este artigo integra o livro “Construção de um percurso

multidisciplinar, integrativo e de síntese nas Artes Visuais”, de Saul Neves de Jesus ([email protected]),

podendo ser adquirido na Fnac de Faro (Fórum Algarve). Todas as

receitas obtidas com a venda deste livro revertem a favor da compra

de uma mesa de gravura para o curso de Artes Visuais

da Universidade do Algarve

Obra “A persistência da memória” (1931), de Salvador Dali

d.r.

AGENDAR

“ALBUFEIRA, UMA COSTA DIVERSIFICADA”Até 30 MAI | Galeria de Arte Pintor Samora Barros – AlbufeiraRicardo Belela mostra, através das suas fotografias, a magnífica costa do concelho de Albufeira, onde começam as praias rochosas e acabam os grandes areais do sotavento algarvio

“LIFE IS A SECOND OF LOVE”8 MAI | 21.30 | Centro Cultural de LagosConcerto revelará Rita Redshoes num registo mais próximo e intimista do habitual, em que os novos temas conviverão com os menos recentes

Page 19: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

08.05.2015  7Cultura.Sul

Momento

Algarve Nature

Week 2015

Foto de Ana Omelete

Espaço ALFA

Eu nunca fui de fazer fotografia de desporto, foram poucas as oportunida-des que procurei, os meus interesses gra-vitam mais para os outros géneros, mas não quer dizer que não goste de a fazer. A fotografia de desporto requer teleob-jetivas mais caras, no mínimo 300mm para cima, se quisermos fotografar com a proximidade que desejamos e a foto-grafia tem tudo a ver com proximidade. Ser criativo neste género pode ser um grande desafio, uma vez que podere-mos estar limitados por diversos facto-res. Além da relação proximidade/dis-tância, temos que lidar com a restrição do espaço em que nos podemos movi-mentar. Se estamos juntamente com o público, que vem em massa para estes eventos, a compactação é tal que se tor-

na difícil escolher os melhores sítios. Se estamos dentro do recinto das provas, os lugares destinados aos fotógrafos são igualmente pré-definidos e geralmente os ângulos não são os melhores e temos igualmente que competir o espaço com os outros fotógrafos. Em alguns casos, temos que lidar com os mesmos facto-res meteorológicos que os concorren-tes, calor, frio, vento, chuva, poeira ou lama, está tudo lá para nos dificultar a nossa visão e, claro, testar ao limite os equipamentos fotográficos, por isso to-mem algumas precauções nesse senti-do, nomeadamente, sacos de proteção e panos para limpar as lentes. Mas em última instância, o resultado final vai depender imensamente destes dois fa-tores seguintes, a obrigação de leitura da antecipação da ação e a sorte, que dada à velocidade que os acontecimentos fluem, irá ser determinante.

Para nós, a criatividade do ângulo, proximidade, antecipação e sorte, fa-zem a fotografia... a técnica, precisão e esforço extremo fazem o atleta! Tudo isto converge para um momento deci-sivo que geralmente não dura mais de um milésimo de segundo.

Desporto e fotografia, ambos ligados por momentos decisivos

Mauro RodriguesMembro da ALFA

1ª Etapa da Taça de Portugal de Downhill - São Brás de Alportel - 2015

Page 20: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

08.05.2015 8 Cultura.Sul

Um olhar sobre o património

Sala de leitura

Por um Museu participativo, participe você também!

No próximo dia 18 de maio irá celebrar-se o Dia Internacio-nal dos Museus. Esta celebração proporciona, anualmente, uma oferta diversificada de activida-des abertas à sociedade, subor-dinadas a um tema. O tema deste ano é “Museus para uma sociedade sustentável”, através do qual se pretende promover a reflexão sobre a actuação hu-mana e as suas repercussões sobre o meio em que actua,

promovendo igualmente o de-bate sobre o papel dos museus no processo de transição para uma sociedade sustentável.

Este último objectivo é bas-tante revelador e inquietante ao mesmo tempo. Revelador por-que assume que, apesar de to-dos os avanços - tecnológicos e não só - ainda estamos longe de ser uma sociedade sustentável; e inquietante porque ainda assim, somos diariamente confronta-dos com situações que nos “es-fregam na cara” que ainda esta-mos muito longe deste sonho. E atenção! Quando falamos em desenvolvimento sustentável não nos retiremos da equação, porque afinal de contas nós pró-prios sofremos as repercussões dos nossos gestos e atitudes.

E o que tudo isto tem a ver com museus? Pode ter tudo a

ver ou então pode não ter nada a ver. Depende do museu e do que ele queira para si próprio.

Longe vão os tempos em que os museus eram vistos como cápsulas do tempo, nas quais estavam encapsulados os ob-jectos e artefactos que fizeram a nossa história. Repositório do passado, que se apresenta-va aborrecido e desprovido de interesse, ao longo dos últimos anos foi sendo reinterpretado, reanalisado e apresentado de diversas formas com o objecti-vo de cativar um maior número de visitantes. Nesta reinvenção do museu, enquanto espaço de lazer e conhecimento, o envol-vimento da comunidade onde está inserido é de significativa importância. E este envolvimen-to tem que ser transversal a essa comunidade, ou seja, abrangen-

do todas as faixas etárias, desde os “pequenotes” até aos seus avós, com objectivos de actu-ação concretos para cada uma delas e acima de tudo corres-pondendo às suas necessidades concretas, que podem estar di-recta ou indirectamente ligadas à Museologia.

Directa ou indirectamente porque o papel de um Mu-seu deve, e à priori tem todas as condições para o fazer, de-sempenhar um papel activo na educação e transmissão do conhecimento sobre o qual ele trata, mas também deve promo-ver uma participação activa na comunidade, despoletando a reflexão e o pensamento crítico e criativo, tendo por base o in-centivar o adquirir consciência sobre o que fomos e o que so-mos com o intuito de promover

a reflexão sobre o que queremos ser. E desta forma o Museu, en-quanto entidade viva da socie-dade, deixa de ser algo do pas-sado para se transformar numa entidade de futuro. Com uma visão aberta para o exterior, com um olhar escrutinador e uma postura interventiva acerca dos diversos fenómenos sociais, políticos e culturais, como não poderia deixar de ser, os níveis de envolvimento de, para e com a comunidade serão certamen-te diferentes. Como ficou pro-vado com três casos recentes e sintomáticos deste tipo de en-volvimento: nos EUA e na Aus-trália, no seguimento da morte de negros às mãos da polícia e do assassinato de três jovens muçulmanos (EUA) e no segui-mento de um caso de sequestro por parte de um refugiado ira-

niano (Austrália), os profissio-nais dos museus chamaram a si um papel activo e interventivo na discussão das problemáti-cas associadas a estes eventos. Estas acções, só por si, fortale-cem o sentimento de pertença para com o Museu e para com a comunidade, numa relação de dois sentidos, contribuindo então para que o nosso desen-volvimento se não sustentável, pelo menos que seja consciente.

Aproveito ainda para de-safiá-lo: dia 16 de maio cele-bra-se a Noite Europeia dos Museus e, durante a qual, os vi-sitantes serão desafiados a des-cobrir estes espaços em horá-rios menos convencionais. Mas não se assuste. Os museus não mordem! Aventure-se, parta à descoberta e se for caso disso, surpreenda-se!

No princípio era o ar… Para Anaxímenes de Mileto, filósofo grego do séc.VI a.C., era essa a substância básica da existência, o princípio único criador, om-nipresente e essencial ao cresci-mento de todas as coisas. O acor-deão vive desse sopro vital, dos ditames de um fole (im)previsí-vel que parece conter a vida toda lá dentro: sereno ou ofegante, re-laxado ou contraído, sonoro ou (mais) silencioso – como o pulsar de um coração, que precisa desse “vento” que lhe insufla o fôlego primordial.

A analogia não é inocente, bebida na feliz metáfora de Alexandre O’Neill presente no poema “Acordeão”, de 1946, o qual o poeta remata com o sin-crético verso “coração acordeão”. É esse acordeão – que consegue afinar pelo diapasão do coração e sabe como tocar nas teclas mais sensíveis dessa misteriosa e palpitante “escala cromática” invisível aos olhos – que inebriou músicos como Édith Piaf ou Ja-

cques Brel, entre muitos outros. No tema “L’accordéon de la vie”, que Brel gravou em 1953 e es-treou no Olympia de Paris em 1964 (valendo-lhe uma ovação em pé de três minutos), surge o irrepetível acordeão do velho músico, que faz o público so-nhar, chorar, dançar, e que tem o condão de percorrer os quatro cantos da vida e do amor. E há mesmo um neologismo da lavra de Brel, quando, a certo passo, a letra nos relembra que a vida, para que a possamos perdoar, acordeona para nós.

“L’accordéoniste”, um dos pri-meiros sucessos de Piaf (datado de 1940 e composto por Michel Emer), por seu lado, conta a his-tória de uma prostituta que não conseguia ficar indiferente ao apelo magnético do pequeno ra-paz alegre que tocava acordeão, cuja sonoridade emanada pelos seus dedos finos e longos de ar-tista parecia penetrar-lhe a pele deixando-a num misto de tensão e euforia, emocionada, sem fôle-go, em catarse purificadora, num tempo suspenso. Essa música (a “java”) acalentava-lhe na alma o sonho de uma vida a dois, livre e sem constrangimentos, depois da terrível guerra, num regresso que tragicamente não aconte-ceria…

Cerram-se os olhos por mo-mentos e a esperança, o desen-canto, a ironia, a melancolia, a (violentíssima) ternura, a ale-

gria ganham no acordeão uma dimensão singular de expressi-vidade e densidade psicológicas através dessa fascinante mecâni-ca, plena de essência e complexi-dade (feita de ar, fole, palhetas, caixas harmónicas de madeira e “corredores” ora abertos ora oclusos – como os labirintos da subjectividade humana), que ora alinha, ora solavanca/questiona e “desarruma” o corpo e o espírito.

Nos anos 50 do século passa-do o reputado fotógrafo Robert Doisneau andou dias a fio pelas

ruas parisienses seguindo o cha-mamento voluptuoso de uma acordeonista e de uma cantora que espalhavam pela multidão o plangente lamento “Tu ne peux pas t’figurer comme je t’aime” (tema de Suzy Delair, com Paul Miskari). Impressionou-lhe o contraste de atitude entre as duas figuras e, sobretudo, o aparente desapego e indiferença com que a jovem instrumentista derramava a poderosa melodia, numa postura quase luxuriante, ociosa, levemente impiedosa, a

qual lhe conferia um encanto bruxuleante capaz até de atear uma grande fogueira em plena Idade Média, como Doisneau escreveria.

O magnetismo da presença, a força profunda e ardente (felina) do olhar e o desprendimento en-volvente da acordeonista – e por-que o impacto performativo de um instrumento é indissociável desse precioso diálogo corporal, técnico, cénico-visual e emocio-nal com o mesmo – confluíam assim numa melopeia aneste-siante que inundava ruas, bares e becos, hipnotizando a curio-sa e atenta lente de Doisneau. Seria uma das suas fotografias mais icónicas, captada de 1953 em Paris.

O imaginário colectivo e a tradição portugueses estão, aliás, repletos de indivíduos que, de acordeão ou concerti-na na mão, se tornaram numa espécie de deuses, de figuras míticas, que cativavam pelo sentido poético, estético, lírico das suas vivências. A imagem do acordeonista cego (alguém que tem os olhos na ponta dos dedos) tem, neste particular, uma espe-cial ressonância na memória po-pular, pela sua presença assídua e emblemática em festas, feiras e mercados (e nas ruas) onde

tocava, cantava e/ou vendia fo-lhetos de cordel, entusiasmando até muitos futuros praticantes para a fruição da música. Como se a cegueira lhe conferisse, pela sensibilidade e vivência inerentes, ainda mais verdade, ocultação (apelativa) e envolvência à sua música, fazendo-nos parar para ouvir/sentir o gemer, o grito do seu fole-salvação, a máquina de vento que carrega consigo e que parece falar como uma orquestra.

Para os antigos os ventos sim-bolizavam transições do passado para o futuro. Em tempos mais recentes, muitos têm sido os novos fôlegos criativos na arte de reinventar o acordeão. Um exemplo marcante (entre ou-tros possíveis): Yann Tiersen, na banda sonora d’O fabuloso desti-no de Amélie Poulain (2001), sou-be, como poucos, acordeonar a vida, neste caso uma história ar-rebatadora de nostalgia, solidão trágica, descoberta, reencontro, sonho, pequenos gestos e amor. No fundo, uma (intemporal) valsa do destino modulada por uma musicalidade rente à pele e ao coração, que nos guia pelas nossas mais insondáveis e cati-vantes ruas interiores…

(a 6 de Maio assinala-se o Dia Mundial do Acordeão)

Coração acordeão: a poética de um fole vital

Paulo PiresProgramador culturalno Município de [email protected]

Se vires como se alonga em minhas mãos a músicaentendes o que eu digo acordeão da lua

David Mourão-Ferreira

Alexandre FerreiraLicenciado em PatrimónioCultural pela UAlg

d.r.

Page 21: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

08.05.2015  9Cultura.Sul

Maio

Pedro [email protected]

O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N

Em terra de silêncio

Em 1975, António de Macedo (escritor, cineasta e prof. universitário; Lisboa 1931), realizou o filme «O Princípio da Sabedoria», cujos exteriores foram rodados maioritaria-mente em Estoi, esse pedaço esquecido em terra de silêncio, junto ao palácio rococó que em 1909 o arquiteto Domingos da Silva Meira encheu de escultura e que há pouco voltou a ser resgatado ao abandono e destruição.

Um seixo

Um seixo saltita na água parada e sal-pica gotas com brilho. Tanta emoção, que se evapora, e mergulha enfim, juntando-

-se aos seus pares no fundo, num des-canso. Até que as correntes das estações os repuxem mais para lá da sua vasa...

Cada dia é uma cançãoCada dia é uma canção que se junta a este

álbum de litoral. Hoje de um instrumental feito de vento a bater nas portadas, a puxar nuvens para a faixa costeira e que sopram as notas molhadas sobre as pautas de areias, as terragens dos caminhos, e das flores do tempo que faz agora.

Sul, Sol e Sal

Durante este mês a Galeria Sul, Sol e Sal (r. vasco da gama, 18 - Olhão) estará no Real Ma-rina Hotel & Spa (Olhão) a mostrar uma expo-sição colectiva - retrospectiva da sua atividade iniciada em dezembro último. Fotografias de António Jorge Nunes, Paulo Côrte Real e Jorge Jubilot; uma instalação de Joana Rocha e cerâ-mica de Lucia Minder

«Viagem ao Algarve»

«Viagem ao Algarve» (los libros del estra-perlo, 2014 – tradução de António Cabrita)

é título do livro de Diego Mesa (Ayamon-te,1962), inspirado na «Viagem a Portu-gal» de José Saramago, que Cristina Felício apresentará na noite de sábado, 9 de maio, na Casa Álvaro de Campos em Tavira, pelas 21h45, e que contará com leituras de textos por alunos da escola secundária de Tavira e ainda com o fadista Tiago Nené.

Sessão da tarde

Tardes de diversão e cultura com fados acontecem no Ginásio Clube de Faro (r. ivens, 12), numa organização da Associa-ção de Fado do Algarve, que vem promo-vendo quinzenalmente aos domingos à tarde sessões de fado em que tomam parte associados que desejem cantar nesta tertú-lia, evento que se inicia às 16h30 e pode ser visitado na página facebook da associação.

Crescer“Existe algo de opressivo nos locais onde cres-

cemos. Gostámos de lá ter vivido e gostamos de lá voltar, mas viver ali seria muito estranho”.

Já não sei bem onde (acho que foi num fil-me) recolhi esta citação do escritor norte--americano John Updike, mas captou-me pelo facto de se aplicar tão bem ao que eu penso e sinto apesar de continuar a amar o local onde em dias subia às açoteias e miran-tes observando o horizonte das horas azuis sem fim. As ilhas eram mundos a conquis-tar em breve. Depois descia à rua e corria livremente…

Lugar de segredos

Sento-me numa pedra junto ao canavial, e no silêncio possível por estes dias, consi-go ouvir as passagens do vento. Contemplo a ribeira e a água em serena queda. Se um dia reparar ou souber que ela já não corre por entre as pedras far-te-ei saber que… me fui deste… outrora lugar de segredos a que chamam ‘Pego do Inferno’, estranho nome para um sítio que se faz valer de um elemen-to tão vital.

fotos: d.r.

AGENDAR

“CONCERTO DE RUI MASSENA”8 MAI | 21.30 | Teatro das Figuras - FaroO maestro estreia-se nos palcos como compositor e pianista, acompanhado pelo violino de Gaspar San-tos em dois temas

“QUIM ROSCAS E ZECA ESTACIONÂNCIO”30 MAI | 21.30 | Centro Cultural de LagosJoão Rodrigues e Pedro Alves encontram-se no leque de humoristas mais populares em Portugal, celebri-zados pelos personagens “Quim e Zé” do programa da RTP – Telerural

Page 22: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

08.05.2015 10 Cultura.Sul

Monchique, a Montanha SagradaEspaço ao Património

No âmbito da minha ativi-dade enquanto arqueólogo es-tagiário da Câmara Municipal de Monchique, participei num conjunto de iniciativas subordi-nadas à gestão do património concelhio, tendo em vista o es-tudo, a salvaguarda e a valoriza-ção do seu património cultural, bem como a sensibilização e a educação patrimonial da po-pulação monchiquense. Nesse sentido, partilho aqui alguns apontamentos sobre o poten-cial científico e as particularida-des do património histórico-ar-queológico existente no espaço concelhio de Monchique, assim como algumas reflexões sobre as atividades de índole cultural que tenho desenvolvido nesta mara-vilhosa e peculiar região serrana.

Breve contextualizaçãoda Serra de Monchique

O território concelhio de Monchique situa-se em pleno coração do barlavento algarvio, estando implantado numa área que apresenta uma interessante mistura de características medi-terrânicas e atlânticas. A Serra de Monchique constitui uma incon-tornável referência na paisagem, tanto para as comunidades que habitaram o atual sul de Portu-gal, como para os navegadores que navegaram pelas águas que rodeiam o extremo sudoeste do velho continente. Ademais, integra uma linha de fronteira natural entre o atual Algarve e o Alentejo, “funcionando”, des-de tempos antigos, como uma importante zona de passagem, grosso modo, entre o litoral e o interior. Além de ser uma serra imponente – a mais alta do sul de Portugal –, detento-ra de boas condições naturais de defesa e de locais propícios para o controlo dos territórios envolventes, também possui uma assinalável abundância de água e uma variada fauna e flo-ra. Assume-se, também, como um território de fortes tradições místicas, especialmente religio-sas. Existem diferenças notáveis entre o concelho de Monchique e os concelhos circundantes, as quais influenciaram, ao longo

dos tempos, os usos e costumes dos habitantes deste território.

A Montanha Sagrada

Desde tempos remotos que a Serra de Monchique atraiu dife-rentes povos, em muito devido à copiosidade dos seus recursos naturais, com especial destaque para a qualidade das águas que brotam do seu subsolo. Prova disso, é o fato de ter existido um modesto balneário termal ro-mano nas pitorescas Caldas de Monchique. Embora tenham promovido a sua monumenta-lização, os romanos não foram os primeiros a frequentar este emblemático local, visto que subsistem, na sua envolvência, várias necrópoles e sepulturas atribuídas, especialmente, aos períodos Neolítico e Idade do Bronze. Importa salientar que o testemunho mais antigo que se refere diretamente às águas da Serra de Monchique provém de uma inscrição epigráfica consa-grada às “Águas Sagradas”, pa-tente numa ara romana que foi encontrada no local onde, ou-trora, existiu o balneário termal romano.

Um pouco por todo o espaço concelhio subsistem vestígios patrimoniais do passado, o que indica que este território não passou despercebido às várias comunidades e aos distintos momentos civilizacionais que se sucederam ao longo de mi-lénios no sudoeste peninsular. Através da análise de fontes es-critas sabemos que, durante a ocupação islâmica da Península Ibérica, a Serra de Monchique era denominada por Munt Sãqir – cuja tradução significa “Mon-tanha Sagrada”. Embora não se conheçam referências diretas à denominação romana desta serra, existem indícios de que seria designada por Mons Sacer, portanto a “Montanha Sagrada”.

Gestão e educação patrimonial, arqueologia

e turismo cultural

A “idade de ouro” da arque-ologia no espaço concelhio de Monchique circunscreve-se à década de 1940. Ao longo des-sa incontornável década foram identificados diversos sítios arqueológicos, especialmente monumentos sepulcrais, ten-do sido realizadas as primeiras escavações arqueológicas nesta serra. A partir da década seguin-te constatou-se uma assinalável escassez de investigações arque-ológicas sistemáticas neste espa-ço concelhio. Todavia, ao longo dos últimos anos essa tendência

tem vindo a ser alterada, tendo--se assistido a alguns passos no sentido da identificação, estudo, proteção e valorização do patri-mónio cultural concelhio, bem como para a sensibilização e educação patrimonial da popu-lação monchiquense. Conquan-to constituam pequenos passos são, porém, fundamentais para a abertura de novos e próspe-ros horizontes, tendo em vista a valorização do património con-celhio e, concomitantemente, o desenvolvimento do turismo cultural e o retorno socioeconó-mico para a população monchi-quense – os principais interessa-dos na sua história e herança cultural.

A partir do ano transato su-cederam-se várias iniciativas direcionadas para a educação e sensibilização patrimonial da população monchiquense. A título de exemplo, salienta-se a realização de várias palestras no âmbito do Ciclo de Conferências “História, Memória e Património do Concelho de Monchique”, a execução de visitas guiadas ao património histórico-arqueoló-gico concelhio e a concretização de exposições relacionadas com o património cultural concelhio. O principal intuito dessas inicia-tivas relacionou-se com a apro-ximação entre o conhecimento científico e a população local, sublinhando-se a crescente ade-são e envolvimento da comuni-dade concelhia – especialmente escolar e sénior.

Nos últimos anos verificou-se o desenvolvimento do turismo cultural e do turismo de nature-za no Algarve, como novas “fer-ramentas” de atração turística para “combater” o velho para-digma do turismo de praia. No entanto, para valorizar um terri-tório é fundamental identificar e entender as suas realidades e as suas particularidades, respei-tando-o e “explorando” de um modo não destrutivo as suas potencialidades. Com efeito, é desejável a convivência entre o património e o turismo, através de uma estratégia centrada na sustentabilidade. Para tal, é ne-cessário continuar a fomentar a aproximação entre a comu-nidade científica e a população local, o diálogo entre os órgãos de várias tutelas e das universi-dades e os órgãos de poder local, honrar e incentivar as atividades tradicionais desta região serrana, envolver a comunidade local e a população em geral.

Ainda há um longo cami-nho a percorrer no que respeita ao conhecimento e à valoriza-ção do património cultural da “Montanha Sagrada”, tendo em vista a sustentável “exploração” socioeconómica dos seus recur-sos patrimoniais. Entre as várias carências, destaca-se a inexistên-cia de uma Carta do Património Cultural concelhio e de um Mu-seu de âmbito municipal. Na incontornável obra intitulada Estudos Arqueológicos nas Caldas de Monchique, é referido que “(…) toda a região serrana do Algarve é copioso filão a explo-rar cientificamente”, afirmação que continua atual volvidos mais de sessenta anos, particularmen-te no respeitante ao património histórico-arqueológico do con-celho de Monchique.

Fábio Capela Arqueólogo estagiáriono Município de Monchique

Inscrição epigráfica consagrada às ‘Águas Sagradas’ da ‘Montanha Sagrada’

fotos: d.r.

Cerro do Castelo de Alferce. Acção de sensibilização e educação patrimonial

Ficha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor: Ricardo Claro

Paginaçãoe gestão de conteúdos:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• Artes visuais:

Saul de Jesus• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço Cultura:

Direcção Regionalde Cultura do Algarve• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Grande ecrã:

Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista

• Letras e literatura: Paulo Serra• Momento:

Ana Omelete• O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N: Pedro Jubilot• Panorâmica:

Ricardo Claro• Património:

Isabel Soares• Sala de leitura:

Paulo Pires• Um olhar sobre o património:

Alexandre Ferreira

Colaboradoresdesta edição:António PinaFábio CapelaPedro PiresMauro Rodrigues

Parceiros:Direcção Regional de Cultu-ra do Algarve, FNAC Forum Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.postal.pt

e-paper em:www.issuu.com/postaldoalgarve

facebook: Cultura.Sul

Tiragem:7.869 exemplares

Page 23: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

08.05.2015  11Cultura.Sul

Da minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

Depois de ler o livro de Die-go Mesa, vêm à memória desta cronista uns versos de Camões: «Transforma-se o amador na cousa amada/ por virtude do muito imaginar».

Ao ler o livro de José Sa-ramago, Viagem a Portugal (1981), o mesmo terá acon-tecido a Diego Mesa, escritor natural de Ayamonte e gran-de apaixonado pelo nosso país, que mantém um blogue intitu-lado http://aulajosesaramago.wordpress.com, onde divulga o trabalho que se vai fazendo em prol da disseminação da obra do Nobel da Literatura português, que o inspirou a refazer os seus passos.

Escrito na terceira pessoa, Sa-ramago designa a personagem que percorre o país de lés a lés como «o viajante». E este viajante vai ser, para Diego Mesa, «o ou-tro viajante», já que, assumindo uma personagem equivalente, adota um estilo e retórica reco-nhecíveis para o leitor.

Tomando como ponto de par-tida o último capítulo, «De Algar-ve e sol, pão seco e pão mole», que ocupa 18 páginas na edição da Viagem a Portugal, do Círculo de Leitores, e fazendo dele o seu guia de viagem, um novo viajante percorre esta terra, de uma ponta a outra, de carro e de comboio, revisitando os lugares ali men-cionados. Naturalmente que, passados mais de 30 anos desde a 1ª edição daquela obra, muitas coisas se alteraram e é bom saber que, na sua maioria, para melhor. Os passos citados de José Sarama-go aparecem em itálico no texto de Diego Mesa, que muito bem os enquadra.

Não se pense, porém, que este novo viajante apenas repete o

que o outro visitou. É verdade que o usa como guia, mas tam-bém faz dele a sua inspiração para novos percursos, como a visita mais demorada a Porti-mão ou a viagem de comboio entre Vila Real de Santo António e Lagos. Além disso, a Viagem ao Algarve tem algumas breves (e úteis) notas de rodapé e, no final, uma boa bibliografia que pode-rá ajudar o leitor interessado em aprofundar mais o assunto. Para que fique perfeito, só fal-

ta que a próxima edição tenha uma boa revisão de texto.

Precisando de selecionar al-guns excertos para aqui consta-rem, deixou-se esta cronista levar pelo seu interesse especial por ruínas e museus, apresentando dois apontamentos sobre estes tipos de espaços.

As ruínas romanas de Milreu

Sobre Estoi, diz Saramago (que ali terá estado, provavel-

mente, entre 1979 e 1981, datas em que viajou para escrever o livro): «As ruínas da vila romana de Milreu […] estão sujas e aban-donadas. Contudo, pelo que ain-da conserva, é das mais comple-tas que se encontram no País. O viajante percorreu-as sob um sol de justiça, viu conforme soube, mas sente a falta de alguém que identifique os lugares, as de-pendências, alguém que ensine a olhar. Mas aquilo que teve mais dificuldade em entender foi uma casa arruinada que está no pla-no mais alto: lá dentro há man-

jedouras baixas, e estas cortes de gado dão diretamente para habitações que seriam de gente. Por onde entrava o gado? […]».

Já Diego Mesa viu, felizmente, uma outra realidade: «hoje em dia o recinto está devidamente cercado e na entrada foi cons-truído um edifício que serve de receção ao visitante, simples e funcional, com painéis que ex-plicam a história das ruínas. Tem a sorte de vir acompanhado por dois amigos arqueólogos que lhe identificam os lugares, as depen-dências, que o ensinam a olhar o que a vista alcança, ao contrário do outro viajante […]. Da casa arruinada de que faz menção o outro viajante também não há rasto […], a não ser que se trate do edifício novo que se situa no nível mais alto mas que está fechado, pelo que este viajante não pode ver o que o outro viajante viu e muito menos responder às suas

dúvidas. Pelo menos hoje. Porque amanhã saberá que em meados do século XV ou inícios do XVI, sobre as velhas e abandonadas ruínas romanas, foi construída uma casa, hoje restaurada por ser um ‘único e precioso exemplo algarvio de arquitectura civil com contrafortes cilíndricos’».

De facto, Milreu está uma obra condigna: quem agora visitar o sítio tem à sua disposição painéis explicativos sobre os diversos es-paços que se podem ver ao ar li-vre e no interior da Casa Rural. E, para poder também acrescentar alguma coisa, esta cronista pediu ao arqueólogo João Bernardes, docente da Universidade do Al-garve, que lhe esclarecesse algu-mas dúvidas, ao que ele gentil-mente acedeu, explicando que a casa esteve habitada até meados do século XX. O Estado, entretan-to, comprou o espaço e, quando Saramago terá visitado o local, as

obras ainda não teriam começa-do. E, sim, havia, nessa época, um espaço para o gado, o qual ainda hoje pode ser percebido, numa zona deixada empedrada. A inauguração oficial deste restau-ro aconteceu apenas em 2003.

Uma visita a Portimão

José Saramago pouco diz so-bre Portimão, tendo-lhe dedica-do apenas um parágrafo com 19 linhas. Como o «viajante foi à igreja matriz e achou-a fechada», fica-se pelo «melhor dela [que] está à vista de toda a gente, e é o pórtico» e parte para Lagos. O viajante espanhol tem mais sor-te e encontra a igreja aberta, mas como está a ser celebrada missa e «está cheia a igreja, a abarrotar», vê, igualmente, apenas o exterior. No entanto, não se vai logo em-bora e nessa noite fica alojado na cidade. Mais uma vez se conside-ra com sorte, porque, da cafetaria do hotel, abrigado do temporal que entretanto se fazia sentir, pôde apreciar o «espetáculo da chuva golpeando com força os vi-dros» e os «raios que iluminavam o céu de Portimão com a sua luz muito intensa». No dia seguinte foi visitar «o museu que está im-plantado numa antiga fábrica de conservas, no porto […]. Aplaude, este viajante, o sentimento, a sen-sibilidade demonstrada na recu-peração do material que confor-mava a vida dentro da fábrica, e menos o cheiro característico da mesma, quase não lhe falta ne-nhum detalhe».

Este livrinho tem o tamanho ideal para servir de guia de bolso e um conteúdo que nos deleita: ficamos com vontade de sair de casa e de visitar estes lugares que nos são apresentados com muito carinho por Diego Mesa, cujo modo como relata a sim-patia das pessoas que com ele se cruzam, a simplicidade com que pequenas contrariedades são resolvidas, os pormenores artísticos que aprecia, diz muito do seu amor por estas terras e estas gentes.

E esta cronista termina, fa-zendo coro com Saramago: «É preciso recomeçar a viagem. Sempre».

Diego Mesa, escritor natural de Ayamonte

d.r.

AGENDAR

“LACUNAS”Até 12 JUN | Museu Municipal de LouléAs peças de Ricardo Lopes nascem da vontade de ex-plorar a relação entre as formas, os seus significados e os espaços que ocupam em todas as dimensões físicas e metafísicas da nossa existência

“ALGARVE EM PRETO E BRANCO”Até 30 MAI | Posto Municipal de Exposiçõesde LagosExposição de Alexandre Manuel. A sua paixão é fotografar paisagens da região costeira algarvia, onde grava as maravilhas naturais em constante movimento.

Uma Viagem ao Algarve a duas vozes

Page 24: POSTAL 1142 - 8 MAI 2015

pub