Pós modernidade
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PÓS-
MODERNIDADE
DE C
AD
Ê NC
I A |
ALT E R
NAT I V
A |
SO
LUÇ
ÃO
Pré-moderno• “Moderno” é sinônimo de “atual” desde 495,
quando surgiu a palavra modernus• A filosofia clássica não procurava criar
sistemas, mas aproximar-se da verdade acerca do mundo e do homem
Moderno• A Idade Moderna considerava-se a superação
da antecedente• Baseou-se em sistemas que negam a
experiência dos sentidos ou o processo de pensamento, que têm um único ou poucos pontos de contato com a realidade e que reivindicam ser a única explicação global
Pós-moderno• Negação de uma época que se considerava
perene• Começa com a invenção da geometria não-
Euclidiana, os movimentos artísticos dos anos 20 e o romance Finnegans Wake (1939) de James Joyce
• Somente após a 2ª Guerra, suas evidências tornaram-se inequívocas
JOGO DE PALAVRAS
CADINHO C
ULTURAL
Conte
xto
atual
do
pensa
men
to e
da
ação
ENTRE A CRENÇA E A CIÊNCIA
Modernismo ousola ratio
Fideísmo ousola fide
Pós-modernismo ou nec ratio nec
fides
Catolicismo oufides et ratio
ÂMBITOS DE ATUAÇÃO
Mundo da academia
Mundo da mídia
Mundo da cultura
Mundo do ethos
Mundo da mística
VANGUARDA D
A DES
ILUSÃO
Pós-m
oder
nism
o: u
m s
uicíd
io il
ustra
do
Racionalismo destruidor
Grandes Guerras
Holocausto
Guerra Fria
crise energéticados anos
70
Metanarrativas frustradaseliminação da
dor pela ciência e
tecnologia
fim da religião mediante o
progresso e a educação
fim da guerra através da
prosperidade
Desencanto“morte
de Deus” (Nietzsch
e)
“mortedo
homem”(Foucault
)
“morteda razão”(Storck)
DIAGNÓSTICO PESSIMISTA
Desumanização literária• O pós-modernismo
ataca o homem como o modernismo atacou a Deus para exaltar o homem
• Alain Robbe-Grillet queria que a literatura descrevesse o homem como um objeto, no máximo “um inseto entre insetos”, técnica aplicada em suas obras
Pós-modernismo filosófico• A filosofia tentou
justificar o movimento literário ex post facto
• Não é um sistema doutrinal estruturado, mas uma atmosfera, uma tonalidade
• Não busca a verdade, mas nega que seja alcançável e inclusive nega a natureza
Desconstrução• As metanarrativas
pretenderam construir edifícios intelectuais, vistos como tentativas de prescrever, circunscrever e controlar a realidade, mais do que de descrevê-la
• O extremismo desconstrutivista é uma “antidefinição” teórica do pensamento
DECLÍNIO RACIONALIZADO
A ORIG
EM DE U
M
CONCEITO
Alguém
sem
pre in
venta
• Pertencia à geração de pensadores como Michel Foucault, Jacques Derrida, Charles Deleuze, Georges Dumézil, Roland Barthes e Jean Baudrillard
• Foi membro ativo do grupo Socialisme ou Barbarie, mas acabou criticando tanto o capitalismo quanto a burocracia soviética
• Ironizou os discursos de poder e os projetos da modernidade
ESTOPIM: FRANÇOIS LYOTARD (1924-1998)
• Síntese razoável das tendências culturais
• Diagnóstico certeiro das mudanças intelectuais então em voga na Europa
• Consagrou o nome pós‑modernismo para a o movimento geral
Não se confunda com“Condição pós‑moderna”
(The Condition of Postmodernity, 1989), do
geógrafomarxista britânico
David Harvey
A OBRA: “LA CONDITION POSMODERNE” (1979)
CONTEÚDO: MODELOS EXPLICATIVOS FALHOS
legitimação do saber
prioridade da linguagem nas ciências sociais
cultura acima da economia
explicações holísticas
Ao marxismo, ao estruturalismo e a outros ismos,seguiram‑se novas questões intelectuais que o próprio índice do livro já
apontava:
DOS TERMOS À
REA
LIDADE
Do pós
-mod
ernis
mo
à pós
-mod
ernid
ade
• Qualquer revisão crítica do legado do racionalismo ilustrado, comumente etiquetado como modernidade
• Posição a favor do não, mais do que nova proposta aos velhos problemas
• Mal‑estar das minorias, insatisfação com a uniformização e o ordenamento
“PÓS-MODERNISMO”
• Desde Paris, multinacional da novidade intelectual, infiltrou-se em todos os âmbitos: arquitetura, cinema, literatura, jornalismo
• Gerou debates e polêmicas
• Tornou-se tema de cientistas sociais que não sabem em quê consistia exatamente
PENETRAÇÃO DA IDEIA
• Pós‑modernidade é o pós‑modernismo dando a cara
• Contrariando a profecia derridana, as ideias escaparam dos textos acadêmicos para o dia‑a‑dia das pessoas
O PÓS‑MODERNISMO NA RUA
EFEIT
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aces
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IMPERATIVOS PÓS-MODERNOS
A presença de personagens desimportantes nos meios de comunicação
A exposição da intimidade como moeda corrente no reino do intranscendente
Arte‑lixo vendida a preço de ouro, o banal tornado sacral
O espetáculoe o ícone substituem monumentos e silhares
A aparência vale mais que a realidade e o resultado, mais que o processo
• Valores do pós-guerra: transparência, informação, abertura; liberdade de expressão e de escolha; solidariedade; consenso
• Mas isso também geroua difusão midiática do secularismo,do hedonismo,da infidelidade,do transitório e do episódico
VALORES E DESVALORES
• Bebe-se a cultura doknow-how tecnológico, avanços científicos, trivialidades efêmeras e aforismos politicamente corretos
• Falta sentido da vida (know-how da alma)
• Perdeu-se a arte de ler, pensar, conversar: só existem os “hollow men” de T.S. Eliot
NOVOS BÁRBAROS
• Famílias desestruturadas, orfandade doméstica, vizinhança sem rosto, emigrantes sem-teto, compras substituindo as festas
• Fome de reconhecimento, amizade, intimidade, comunhão
• A miríade de escolhas oculta sentimento de rejeição
DESEJOS MUDOS
• As pessoas não encontram a verdade nem a sabem procurar
• Existe satisfação com a realidade fictícia desenhada pelo abuso da linguagem e pelas falsas convicções
• A ausência de experiência espiritual impede de perceber tais anseios
DE PAZES COM A ILUSÃO
ALTER
NATIV
AS
Viradas
pós
-mod
ernas
DA DECADÊNCIA À ALTERNATIVA
“Novos sofistas” Alternativas
Derrida Foucault
filha da crise
discurso
radical
mera especulaç
ão
três viradas (turns)
geraram movimentos
mais duradouros e práticos nas
ciências sociais
Decadência
• Mais antiga, foi a causa indireta das demais
• “Não há realidade fora do texto” (Jacques Derrida)
• A linguística e a antropologia tornaram‑se as estrelas do novo panorama epistemológico
• É preciso conhecer os mecanismos de criação e uso da palavra para não cair na sua rede invisível
VIRADA LINGUÍSTICA FILOSÓFICA
• Os historiadores se deram conta de que seu linguajar tornara‑se hermético, sem interesse público, abstrato, mais feito de processos do que de história, de esquemas a priori do que de interpretação de dados
• Daí a volta para o sujeito, para as coisas, para a cultura
VIRADA NARRATIVA
• Busca de uma nova concepção de mundo
• Os valores identitários,as tradições adventícias,a consciência das vicissitudes históricas, assumem um importante papel acima da economia e do monstro ordenador da modernidade
VIRADA HISTORICISTA LITERÁRIA
SEGUNDA ONDA P
ÓS-
MODERNA
Rumo
à co
nsciê
ncia
UMA REAÇÃO À FALTA DE CRIATIVIDADE
Cultura de massa do entre‑Guerras• Derrubada das fronteiras de classe• Lógica depauperização de todo movimento elitista
aplicado de forma sistêmica• O igualitarismo transformou os espectadores em
protagonistas
Show do desagrado• Sofrimento alheio• Affairs de esportistas desimportantes• Estupidez das beldades
Novas perspectivas• Responsabilidade a que não se pode mais renunciar• A identidade só é resgatada quando se toma consciência
de um mundo à deriva• Desafio de conduzir a contento os processos de
integração social
COORDENADAS: IDENTIDADE E CONSCIÊNCIA
Resgateda memória
Restabelecimentode relações
Reposicionamento
do indivíduo na coletividade
Recomposição das notícias
fragmentárias
Remoção de máscaras e holofotes
QUEM É Q
UEM
Autore
s e
publicaç
ões
• Relativismo• Resgatou elementos da
psicologia• Loucura, corporalidade e
poder reconstruídos conforme os valores sociais
Michel Foucault(1926-1984)
• Desconstrutivismo• Descobriu os mecanismos
culturais de criação de significados
• Colheu contribuições de Saussure, Heidegger e Wittgenstein
Jacques Derrida(1930-2004)
• Organizou a obra conjuntaA Virada Linguística,criando a moda dos volumes recompilatórios
• Consagrou a expressão e colocou a linguística no centro do debate contemporâneo
Richard Rorty(1931-2007)
Hayden White (1928-)
Meta-história (1973):Bem acolhido entre os filósofos e críticos literários, menos entre os historiadores que se consideravam cientistasApresentou o texto histórico como artefato literário e não como produto de ciência experimental
Natalie Z. Davis (1928-)• Reintroduziu a história das
mulheres e resgatou a linguagem narrativa como alternativa à linguagem marxista, quantitativista e estruturalista
Carlo Ginzburg (1939-)• Introduziu a micro‑história,
centrada no quotidiano de personagens anônimos
Simon Schama (1945-)• Mitologia e memória coletiva
Paul Ricœur(1913-2005)
Tempo e narrativa, 3 vol. (1983-85):Especulação sobre o relato tanto como forma de transmissão quanto como configurador da existênciaPerquiriu as raízes da identidade e como a linguagem configura a memória
Hans‑Georg Gadamer(1900-2002)• Mais brilhante discípulo de
Heidegger, aplicou seu transcendentalismo e sua ontologia às criações linguísticas
Norbert Elias(1897-1990)
O processo civilizador (1936):Obra só recebida nos anos 80, influenciada por Weber, Marx e o pintor britânico Lucien FreudDemonstra o nascimento de uma nova ideia de indivíduo e de autoconsciência com seus mecanismos de autocontrole
BUSCA
Três
rota
s de
fuga
• Crescente brecha entre ricos e pobres
• Mas, para muitos ocidentais, a vida pode ser bastante boa
• O que se quiser consumir,pode-se conseguir
• Cultura publicitária orientada deliberadamente aos consumidores mais jovens
TEMPO DE CRISE
• A verdade já não se recebe nem precisa ser provada, pois “não existe nada objetivo”
• Quase todas os gostos pessoais podem ser atendidos e satisfeitos
• Aspiração generalizada pelo agora, mais e melhor
• A inflação do individualismo ameaça a coesão social: a família e a comunidade
TUDO É POSSÍVEL, NADA É CERTO
• Cultura dominada pela escolha, preferência pessoal e imediatez
• A religião torna-se a la carte, mas o futuroapresenta-se enigmático
• A Igreja institucional tende a parecer antiquada para as novas gerações
• O esoterismo aparenta oferecer respostas
TEMPORADA PARA FUTUROLOGIA
Deuspara
responder
Comunidade para
pertencer
Necessitado paraajudar
A VELHA FARMACOPEIA
POSTU
RAS INTE
LECTU
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Relat
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mo,
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1ª POSTURA: ABRAÇAR O NIILISMO
Nietzsche• herói intelectual do nazismo• ícone dos tempos modernos
• autor mais lido nas universidades
O ceticismo e a descrença que o iluminismo liberal direcionou contra a religião tradicional devem voltar-se contra os próprios fundamentos do liberalismo
Campos mais afetados• ciências sociais• comunicação• artes• humanidades
Protágoras: o homem como regra de todas as coisas
Pico della Mirandola:o homem livre para se moldar
Maquiavel & Bacon:o homem insolente, dominador da natureza
Hobbes & Locke:o homem politicamente individualizado
Nietzsche:o homem sem Deus, capaz de tudo
Lad
o n
eg
ro d
a e
xp
eri
ên
cia
Oci
den
tal• Abando
no da tradição
• Crise moral
• Abuso da liberdade
• Lei do mais forte
• Mau exemplo para o mundo
2ª POSTURA: CLÁSSICOS VS. ANACRÔNICOS
Donald Kagan
3ª POSTURA: A ÉTICA DA AUTENTICIDADE
René Descartes Pensar por si:independência
John LockeVontade prévia à sociedade: democracia participativa
Jean-Jacques Rousseau
Autodeterminação: responsablidade
Johann HerderOriginalidade: liberdade
Virada subjetivaCharles Taylor
Obrigad
o!
@nar
ajr