Portal Prof. Jorge - Realismo brasileiro
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REALISMO BRASILEIRO
Professor Jorge Jr. (JJ)
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PROFESSOR JORGE JR.
REALISMO MACHADIANO
Machado de Assis
ROMÂNTICO REALISTA
IDEALIZAÇÃO ANÁLISE
Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, conKsta, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, críKco e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mesKço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-‐se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que frequentará o autodidata Machado de Assis. Apesar de ter iniciado seus escritos com caracterísKcas românKcas, sua suas maiores obras foram realistas.
CARCTERÍSTICAS
CAPÍTULOS CURTOS
DIGRESSÕES
METALINGUAGEM
PSICOLOGISMO
PESSIMISMO COM A HUMANIDADE
CRÍTICA À BURGUESIA
IRONIA
TEMAS: ADULTÉRIO E LOUCURA
SUTILEZA E METÁFORA
O LEITOR PARTICIPA DA NARRATIVA
CONTOS
MISSA DO GALO
ALIENISTA
NOITE DE ALMIRANTE
A CARTOMANTE
UNS BRAÇOS
ENFERMEIRO
A IGREJA DO DIABO Extensão -‐ O Conto é, antes de mais nada, curto. Não há tempo para se espalhar em grandes detalhes, em suKlezas que destoam de seus tempos, de seu necessário ritmo de leitura. Um conto deve estar conKdo entre algumas palavras (no caso de micro contos) até um máximo de cinco a seis mil palavras. Linhas DramáPcas -‐ Enquanto que num romance podem haver várias linhas de desenvolvimento, como por exemplo, estórias secundárias acontecendo em volta da trama do protagonista, no caso do conto a trama é única. Tempo -‐ O conto não tem muito espaço para idas e vindas no tempo. A uKlização de recursos como o flash-‐back é rara, permanecendo a narraKva quase sempre em uma única linha de encaminhamento temporal. Espaço G-‐ Dada a curta extensão do conto, os seus cenários – e sua descrição, portanto! – são restritos. Final enigmáPco O mais comum é o conto com uma estrutura tradicional, com início, meio e fim. O final deve sempre ser uma surpresa, a resolução de um enigma, ou a inversão de uma situação que deveria seguir em direção oposta, ou que pareceria sem solução.
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS
Publicado em 1881, o livro aborda as experiências de um filho abastado da elite brasileira do século XIX, Brás Cubas. Começa pela sua morte, descreve a cena do enterro, dos delírios antes de morrer, até retornar a sua infância, quando a narraKva segue de forma mais ou menos linear – interrompida apenas por comentários digressivos do narrador.
NARRADOR -‐ A narração é feita em primeira pessoa e postumamente, ou seja, o narrador se autoinKtula um defunto-‐autor – um morto que resolveu escrever suas memórias. Assim, temos toda uma vida contada por alguém que não pertence mais ao mundo terrestre. Com esse procedimento, o narrador consegue ficar além de nosso julgamento terreno e, desse modo, pode contar as memórias da forma como melhor lhe convém.
FOCO NARRATIVO -‐ Com a narração em primeira pessoa, a história é contada parKndo de um relato do narrador-‐observador e protagonista, que conduz o leitor tendo em vista sua visão de mundo, seus senKmentos e o que pensa da vida. Dessa maneira, as memórias de Brás Cubas nos permiKrão ter acesso aos basKdores da sociedade carioca do século XIX.
TEMPO -‐ A obra é apoiada em dois tempos. Um é o tempo psicológico, do autor além-‐túmulo, que, desse modo, pode contar sua vida de maneira arbitrária, com digressões e manipulando os fatos à revelia, sem seguir uma ordem temporal linear. A morte, por exemplo, é contada antes do nascimento e dos fatos da vida. No tempo cronológico, os acontecimentos obedecem a uma ordem lógica: infância, adolescência, ida para Coimbra, volta ao Brasil e morte. A estranheza da obra começa pelo ktulo, que sugere as memórias narradas por um defunto. O próprio narrador, no início do livro, ressalta sua condição: trata-‐se de um defunto-‐autor, e não de um autor defunto. Isso consiste em afirmar seus méritos não como os de um grande escritor que morreu, mas de um morto que é capaz de escrever. O pacto de verossimilhança sofre um choque aqui, pois os leitores da época, acostumados com a linearidade das obras (início, meio e fim), veem-‐se obrigados a situar-‐se nessa incomum situação.
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QUINCAS BORBA
A história gira em torno da vida de Pedro Rubião de Alvarenga, ex-‐professor primário, que torna-‐se enfermeiro e discípulo do filósofo Quincas Borba, que falece no Rio, na casa de Brás Cubas. Com isso, Rubião é nomeado herdeiro universal do filósofo, sob a condição de cuidar de seu cachorro, de nome Quincas Borba também. Rubião, então, parte para o Rio de Janeiro e, na viagem, conhece o capitalista CrisPano de Almeida e Palha e também Sofia que lhe dispensava olhares e delicadezas. Sofia era mulher de CrPsPano, mas Rubião se apaixonou por ela, tendo em vista o modo em que os dois entraram em sua vida. O amor era tão grande que Rubião foi obrigado a assumi-‐lo perante Sofia. Para o espanto, Sofia recusa seu amor, mesmo tendo lhe dado esperanças tempos atrás, e conta o fato para CrisPano. Apesar de sua indignação, o capitalista conKnua suas relações com Rubião pois queria obter os restos da fortuna que ainda exisKa. O amor de Sofia, não correspondido, aos poucos começa a despertar a loucura em Rubião. Essa loucura o levou à morte e foi comparada à mesma que causou o falecimento de Quincas Borba. Louco e explorado por várias pessoas, principalmente Palha e Sofia, Rubião morre na miséria e assim se exemplifica a tese do humaniKsmo
A FILOSOFIA HUMANISTAS -‐ -‐“Supões-‐se em um capo de duas tribos famintas. As batatas apenas chegavam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-‐se suficientemente e morrerão de inanição. A paz, neste caso, é a destruição; a guerra, é a esperança. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí, a alegria da vitória, os hinos, as aclamações. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-‐se. Ao vencido, o ódio ou compaixão.....Ao vencedor, as batatas !”
IAIÁ GARCIA
Iaiá Garcia foi escrito em 1878 e a trama se desenrola entre os anos de 1866 e 1871. Casamentos arranjados, amores proibidos e jogos de interesse compõem este painel que retrata a sociedade contemporânea ao autor.
Uma história singela, ao gosto românKco e um tanto convencional, em Iaiá Garcia, Machado de Assis começa a revelar as qualidades que mais tarde farão dele um grande romancista: a finura de esKlo, o senso de humor que já reponta aqui e ali, a recriação de ambientes, a exata caracterização de personagens, principais ou secundários, como Raimundo, o preto africano, escravo liberto e inteiramente dedicado a Luís Garcia. Mas está longe ainda dos seus grandes momentos de criação literária, que se iniciam a parKr do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Iaiá Garcia antecipa a experimentacao das Memórias Póstumas de Brás Cubas, e portanto, este romance não se encaixa na primeira fase de Machado propriamente dita, mas deve ser considerado como uma obra de transição.
O úlKmo dos romances da primeira fase de Machado de Assis, Iaiá Garcia apresenta uma clara influência de José de Alencar; os personagens e a trama são Kpicamente românKcos, mas já pode se ver que algo não está totalmente românKco: personagens secundários mais realistas e nada de vilões; os amores de Jorge por Estela e de Procópio por Iaiá são honestos, mas efêmeros; Estela recusa o casamento não por não amá-‐lo, mas por diferenças de classe social (ela é mais pobre); e Estela e Luís não se casam por amor e sim por um misto de esKma e conveniência.
Prof. Jorge Jr. (JJ)
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