Porque é que o iPad não é indicado para as Forças de Vendas (Pharma)
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O lançamento do iPad foi
ansiosamente esperado
pelos consumidores...
Até a Indústria
Farmacêutica, tão avessa
a novidades tecnológicas
e a mudanças, parece ter
embarcado no frenesim
iPad. Este foi o factor que
me levou a escrever este
artigo.
Multimédia
Rui Belona
e-Business Director da JRS Pharmarketing
Porque é que o iPad não é indicado para as forças de vendas
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Macintosh, sistema preferido
dos designers e criativos
para a execução dos seus
trabalhos. E foi aqui que
percebi o poder da marca
Apple e dos seus produtos
(como o Macintosh ou Mac)…
Como marketeer que sou,
não podia deixar de tirar o
chapéu ao posicionamento
construído por Steve Jobs,
baseado num design atraente
e inovador que apelava
claramente ao seu público-
-alvo.
Claro que um produto tem
de ser bom para conseguir
esse posicionamento,
mas não vamos entrar
aqui em considerações
técnicas (ainda). A saga
de inovação da Apple
continuou (e continua) a
manter o posicionamento da
marca, com o lançamento
de produtos como iPod e o
iPhone, levando a marca a
um consumo massificado a
nível mundial que o Mac não
tinha conseguido (o market
share a nível mundial do Mac
sempre foi residual quando
comparado com o PC).
O lançamento do iPhone 4
foi marcado por problemas
técnicos, nomeadamente
com queixas de perda de
sinal dependendo da forma
como o utilizador segurava
o aparelho. Mais uma vez,
o poder da marca superou
estas questões e as vendas
do iPhone 4 parecem não
ser beliscadas por estas
questões. Um problema
destes poderia ter sido a
morte de uma marca menos
forte, mas não a Apple.
Um pouco de história
Eu sou um (grande) fã da
tecnologia. Os avanços que
foram feitos em termos de
tecnologia desde a minha
infância são brutais.
Claro que, na altura, o meu
contacto com tecnologia
era em termos de lazer,
com o videogravador VHS
e o ZX Spectrum… Hoje
temos leitores Blu-ray e as
consolas de videojogos de
última geração com gráficos
incríveis.
Por questões económicas,
apenas travei conhecimento
com o mundo dos PC já
na universidade, onde
comecei a trabalhar com
o Windows 3.11. Quando
entrei para a JRS fui
apresentado ao mundo
”Como marketeer que sou, não podia
deixar de tirar o chapéu ao
posicionamento construído por
Steve Jobs...”
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E chega o iPad
O lançamento do iPad foi
ansiosamente esperado pelos
consumidores, como uma
criança que tem de esperar
pela noite de Natal para abrir
aquele presente enorme que
está debaixo do pinheiro. Os
números mostram que é o
lançamento de um produto
“computorizado” de maior
sucesso, deixando o iPhone
e a Nintendo Wii a milhas de
distância.
Até a Indústria Farmacêutica,
tão avessa a novidades
tecnológicas e a mudanças,
parece ter embarcado no
frenesim iPad. Este foi
o factor que me levou a
escrever este artigo.
A empresa onde trabalho
desenvolve produtos
e-detailing em várias
plataformas (no passado
desenvolveu e-detailing para
a Agnitio e agora é parceira
da Proscape) e para vários
clientes, e essa experiência
deu-nos a visão de alguns
pontos importantes para uma
visita deste género.
Vantagens e
desvantagens do iPad
Como é óbvio, o iPad
tem vantagens para os
seus utilizadores, que são
importantes também para as
forças de vendas da Indústria
Farmacêutica:
• O seu peso (0,68 kg
no modelo Wi-Fi e
0,73 kg no modelo Wi-Fi
+ 3G) torna-o fácil de
transportar nas visitas
médicas;
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• O tempo de duração da
bateria é importante
– e aqui o iPad tem
claramente um ponto
forte – com uma duração
de 10h em visionamento
de filmes;
• A qualidade do ecrã
é inegável, com uma
visibilidade e clareza
impressionante;
• O sistema de navegação
é intuitivo e tem uma
curva de aprendizagem
reduzida;
• A App Store é, sem
dúvida, uma mais-valia,
mas a sua utilização para
a Indústria Farmacêutica
é residual.
Espere! Não saia já a correr
para ir comprar um iPad…
Pelo menos leia o resto do
artigo e decida por si se as
limitações existentes são
suficientes para procurar
alternativas (que existem),
ou se são fáceis de ignorar:
• Uma das grandes
críticas ao iPad é a
falta de suporte da
tecnologia Flash. Não
vamos aqui discutir se o
Flash é realmente uma
tecnologia imperfeita
ou não, mas a realidade
é que existe muito
conteúdo em Flash já
feito, principalmente na
Indústria Farmacêutica,
com apresentações
interactivas,
filmes educativos,
demonstrações, etc. Está
pronto para deitar tudo
para o lixo e começar
de novo para poder ter
o iPad? E a Internet?
Grande parte dos sites
tem conteúdos em Flash
que não vão ser lidos no
seu iPad;
• Não tem portas USB ou
SD Card. O interface
com outros dispositivos
está seriamente limitado
ao não incluir portas
standard. Não existe uma
forma fácil de colocar
ou retirar ficheiros do
seu iPad. Claro que já
existem adaptadores,
mas vão ficar deslocados
(podem facilmente ser
danificados), não estando
integrados no aparelho;
"Porque temos clientes que compraram
o iPad para as suas forças
de venda, já desenvolvemos um
software que permite correr
apresentações Flash no mesmo”
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• Não permite ligações
HDMI… Então não
estamos na era HD?
Qualquer aparelho de
televisão mais recente
tem pelo menos uma
entrada HDMI. Se o
iPad não dá para ligar
a uma tv ou projector,
utilizá-lo para falar a
mais que uma pessoa
torna-se impossível (ou
pelo menos muiiiiiito
complexo);
• Inexistência de
câmara Web. Para uma
utilização pela Indústria
Farmacêutica nas suas
forças de vendas, esta
limitação não tem grande
impacto, mas não deixa
de ser incompreensível
esta ausência num
aparelho multimédia hoje
em dia.
Veredicto Final
Claro que o iPad irá
influenciar os standards da
indústria. Já começam a falar
do html5 como alternativa
ao Flash, as marcas de
CRM começam a lançar
actualizações para os seus
softwares para que possam
sincronizar com o iPad.
Porque temos clientes que
compraram o iPad para
as suas forças de vendas,
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Nota: esta tabela foi compilada com informação retirada da Internet na altura em que este artigo foi redigido [Janeiro
2011]
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já desenvolvemos um
software que permite correr
apresentações Flash no
mesmo, permitindo visitas
médicas interactivas…
Mas continuo a dizer que o
iPad não é indicado para as
forças de vendas… Não é
uma ferramenta de trabalho
por excelência.
A utilização deste tipo de
ferramentas no e-detailing
deve ser regida pela
premissa “anything, anytime,
anywhere”… Mas o iPad
está fechado a muitos dos
standards do mercado (USB,
HDMI, SD Card, Flash),
complicando o fácil acesso
a informação e conteúdos já
existentes noutros formatos
e meios.
Se eu fosse um decisor e
tivesse de optar, o iPad
não seria a minha escolha,
não nesta altura… Não
com as limitações actuais.
Actualmente, existem
alternativas melhores no
mercado para atingir os
objectivos que a Indústria
Farmacêutica pretende (ou
devia pretender) de uma
ferramenta deste género.
Se está a pensar em entrar
na corrida aos iPad, informe-
-se bem. A Internet é uma
boa ferramenta de pesquisa,
mas tenha cuidado, procure
várias fontes… Existem
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Comente este artigo na versão online
disponível em www.rcmpharma.com/
revistas/revista-11/capa-11.html
sempre várias visões da
mesma questão.
E lembre-se: o ‘factor UAU’
de mostrar um iPad ao
médico só dura uma vez,
e deixa de ser um factor
diferenciador quando todos
o têm.
Concentre-se na sua
estratégia digital, pois é ela
que irá fazer a diferença e
não o dispositivo, que serve
apenas de suporte à sua
mensagem.