POR CAMINHOS DE SANTIAGO - viagensecompanhias.com CAMINHOS DE SANTIAGO 1ª. parte... · da Corunha...

13
POR CAMINHOS DE SANTIAGO Estava na altura de “bater panelas”, como costuma dizer a companheira Carolina, auto-caravanista convicta de 6 anos, sobre o barulho que ouve durante as viagens com os pais. As férias de verão proporcionavam uma viagem que não devia ultrapassar os 17 dias, mapas consultados, o destino escolhido foi o norte de Espanha. Ao pensar nas estradas destas regiões, já desbravadas em viagens anteriores, fomos levados a encontrar um roteiro, que desse um novo interesse aos quilómetros que iríamos percorrer. Escolhemos fazer O Caminho de Santiago, mas no sentido inverso, iríamos começar pela zona da Corunha e terminar nos Pirinéus em Roncesvalles. Fechada a porta e confiantes de que nada estava esquecido, deixamos a casa fixa e entrámos na itinerante, a solidariedade dos vizinhos que ficavam alerta para qualquer eventualidade atenuaria em muito a angustia que todos sentimos neste momento. A viagem para norte começou com os limpa-para-brisas a funcionar, mas durante o percurso até ã Figueira da Foz, a nossa primeira paragem, acabámos por ter o sol como companhia. Estacionámos no local habitual junto á praia, com a companhia de muitas autocaravanas que por aqui se encontravam. N 40º 08`57`` W 8º 52` 3`` Depois do jantar um passeio pelas ruas da cidade e a visita ao casino foram o programa para a noite.

Transcript of POR CAMINHOS DE SANTIAGO - viagensecompanhias.com CAMINHOS DE SANTIAGO 1ª. parte... · da Corunha...

POR CAMINHOS DE SANTIAGO Estava na altura de “bater panelas”, como costuma dizer a companheira Carolina, auto-caravanista convicta de 6 anos, sobre o barulho que ouve durante as viagens com os pais. As férias de verão proporcionavam uma viagem que não devia ultrapassar os 17 dias, mapas consultados, o destino escolhido foi o norte de Espanha. Ao pensar nas estradas destas regiões, já desbravadas em viagens anteriores, fomos levados a encontrar um roteiro, que desse um novo interesse aos quilómetros que iríamos percorrer. Escolhemos fazer O Caminho de Santiago, mas no sentido inverso, iríamos começar pela zona da Corunha e terminar nos Pirinéus em Roncesvalles. Fechada a porta e confiantes de que nada estava esquecido, deixamos a casa fixa e entrámos na itinerante, a solidariedade dos vizinhos que ficavam alerta para qualquer eventualidade atenuaria em muito a angustia que todos sentimos neste momento. A viagem para norte começou com os limpa-para-brisas a funcionar, mas durante o percurso até ã Figueira da Foz, a nossa primeira paragem, acabámos por ter o sol como companhia. Estacionámos no local habitual junto á praia, com a companhia de muitas autocaravanas que por aqui se encontravam. N 40º 08`57`` W 8º 52` 3``

Depois do jantar um passeio pelas ruas da cidade e a visita ao casino foram o programa para a noite.

A noite foi tranquila e o pequeno almoço foi tomado na pastelaria que fica mesmo em frente do estacionamento “ Pastelaria o Relógio”, onde aproveitámos para comprar o pão fabricado no local. O mercado tradicional da Figueira constitui para nós uma atracção, os produtos frescos e o ambiente humano ali presente são o avivar de gratas memórias. Lulas tão frescas, quero um kg, e pode limpá-las? Ó freguês até lhe limpo a carteira, quanto mais as lulas..

. Comprados os restantes ingredientes para a caldeirada, retomámos a viagem para o próximo destino, Viana do Castelo. A chuva voltou a fazer companhia e só a “grande caldeirada de lulas” comida numa área de serviço da autoestrada fez aparecer o sol.

Aproveitámos a paragem para repor o nível de águas limpas. o jerrican com um tubo no gargalo, comprado antes do inicio da viagem, resultou perfeitamente e com apenas três viagens a casa de banho, ficámos com mais 45 litros de água no depósito. O Monte de Santa Luzia foi o primeiro destino da visita a Viana, optámos por estacionar junto á estação do Elevador que permite vencer o desnível de 160 metros para se alcançar a basílica.

O Elevador com a maior extensão existente em Portugal (650m) foi construído em 1923 e remodelado em 2006, é atualmente propriedade da Câmara Municipal. Uma viagem de ida e volta custa 3€.

A Basílica situada no alto do monte de Santa Luzia, foi construída no inicio do séc. XIX e a sua arquitetura é inspirada no Sacré Cour de Monmartre em Paris.

Para os que tenham melhor forma física, a subida ao zimbório será recompensada com vistas assombrosas sobre Viana, ouve quem afirmasse que em dias limpos se pode ver Ponte de Lima ou mesmo o monte de Santa Tecla já em Espanha.

O dia enevoado não oferecia essas vistas, mas a visita ao interior da Basílica e aos jardins que a circundam proporcionaram momentos agradáveis.

Voltámos á autocaravana e dirigimo-nos para o centro de Viana. Estacionámos num parque perto da ponte Eifel junto ao rio. N 41º 41´41´´ W 8º 49´ 7´

Este parque de estacionamento fica junto á Praça de Touros, está enquadrado numa zona verde e com apoio de café. Por detrás da Praça de Touros costumam estar estacionadas algumas autocaravanas. Após o jantar acompanhado com um belo por do Sol decidimos que para a noite iríamos estacionar no parque da zona Oeste, junto ao Forte de Santiago. N 41º 41´24´´ W 8º 50´12´´ O parque muito amplo com vista para o Monte de Santa Luzia, está perto do centro da cidade.

O Festival de Música Celta, a decorrer na cidade e a exposição sobre Festas Populares no Posto de Turismo, foram um bom complemento para a visita noturna ás ruas de Viana.

Foguetes e grande alarido no parque de estacionamento fizeram com que o despertar fosse mais cedo do que o previsto. É a Romaria da Confraria de Viana do Castelo ao Monte de Santa Luzia faz-se uma vez por ano, gritou alguém em resposta á pergunta sobre o que se estava a passar.

Os peregrinos muito animados com a sua Fé seguiram na sua caminhada, e nós fomos visitar a cidade. A Praça da República com a sua monumentalidade é um ponto de passagem obrigatório, os Antigos Passos do Concelho, a Igreja e Edifício da Misericórdia ou o Chafariz, todos do séc. XVI, formam um conjunto que por muitas visitas que se façam a esta cidade não deixam de nos impressionar.

Situado nesta praça, e alojado no antigo edifício do Banco de Portugal, fica o Museu do Traje de Viana do Castelo, criado em 1997.

Construído em 1958 este edifício configura a arquitetura do Estado Novo.

Por fora tem dois painéis monumentais da autoria de Roque Gameiro e por dentro encerra a identidade Vianense e Alto Minhota de que o Traje é o principal expoente.

As exposições permanentes e temporárias, tendo sempre o traje como referência, permitem um reencontro com as tradições etnográficas Minhotas.

Continuámos o nosso passeio pela zona ribeirinha até encontrarmos o Navio Hospital Gil Eanes, atracado na antiga doca comercial de Viana. .

Conhecedores da epopeia que constituía a captura do bacalhau, foi com entusiasmo e muita curiosidade que pagámos os 2€ da entrada para a visita.

Construído nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo em 1955, teve como missão, apoiar a frota bacalhoeira nos mares da Terra Nova e Gronelândia. Prestar assistência hospitalar aos pescadores e tripulantes da frota, foi a principal função deste navio, mas muitas outras foram desempenhadas, navio capitania, navio correio, navio rebocador e mesmo quebra gelos. Todas estas atividades estão documentadas, assim como a vida a bordo. Na visita merecem especial atenção a zona hospitalar e as cozinhas,

Foi resgatado da sucata em 1998 pela Fundação Gil Eanes, após uma inédita campanha que envolveu todos os Vianenses, tendo o custo da operação atingido os 250.000€. Espaço museológico com várias valências, constitui um ponte de visita que em muito valoriza a cidade de Viana. Foi com uma ultima passagem pela ponte de comando que nos despedimos deste navio.

Regresso á autocaravana para o almoço, sempre acompanhados pelas paisagens Minhotas.

Seguimos viagem pela estrada N13 na direção de Caminha. Um supermercado de uma grande distribuidora mesmo á saída de Viana, serviu para o café e as ultimas compras antes de deixarmos o nosso país. Em Caminha o ferryboat, Santa Rita de Cássia, da Câmara Municipal, assegura as travessias diárias entre Caminha e A Guarda.

www.cm-caminha.pt

Pagos os 4€ do bilhete e após uma pequena espera, seguimos a viagem agora marítima que nos levava para terras de Espanha. Fim da primeira parte Vamos seguir por TERRAS DE ESPANHA