POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA E O PROCESSO … · 1 POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA E O...
Transcript of POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA E O PROCESSO … · 1 POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA E O...
19/11/2016
1
POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO
CORPORATIVA E O PROCESSO
DE CERTIFICAÇÃO BANCÁRIA:
distintos atores e perspectivas
Edital MCTI/CNPq/MEC/CAPES Nº
07/2011 - Ciências Humanas, Sociais e
Sociais Aplicada.
Amyra Moyzes Sarsur
Fundação Pedro Leopoldo – Minas Gerais
Marcus Vinicius Gonçalves da Cruz
Fundação João Pinheiro – Minas Gerais - Brasil
Wilson Aparecido Costa de Amorim
FEA USP – São Paulo - Brasil
Autores
André Luiz Fischer
FEA USP – São Paulo - Brasil
19/11/2016
2
Analisar as políticas de gestão de pessoas e as
iniciativas de educação corporativa com o
movimento de certificação de trabalhadores
bancários no Brasil sob a perspectiva da
regulação do Estado – BACEN; dos bancos –
FEBRABAN e ANBIMA; e dos trabalhadores –
CONTRAF – CUT.
Objetivo Geral do Artigo
Abordagem qualitativa
Finalidade descritiva
Meio de investigação: estudo exploratório
Instrumentos de coleta de dados: análise documental,
observação e grupo de foco (CONTRAF-CUT)
entrevistas semiestruturadas (FEBRABAN, ANBIMA e
Bancos)
Aspectos Metodológicos
19/11/2016
3
Percurso Teórico
Modelo de competências
• Características conceituais, técnicas (remuneração, carreira, desenvolvimento, atração, seleção e retenção)
Educação Corporativa
• Ações educacionais para desenvolvimento de competências organizacionais e individuais para alcançar objetivos da organização
Bancos
• EC é ferramenta estratégica
• Possuem projetos de EC com parceiros estratégicos
• Institutos e fundações bancários suportam projetos
• Articulam-se em redes e dissiminamconhecimento
19/11/2016
4
Contexto Geral
Brasil pós 2000
• pressão por competitividade, gargalos diversos inclusive na mão-de-obra
• novo ordenamento da economia global
Inovações tecnológicas e de
gestão
mudanças técnico -organizacionais afetam as relações de trabalho (trabalho, qualificação, competência e formação profissional)
Gestão de RH–Brasil
• Empregabilidade (anos1990),
gestão por competências(anos 2000)
• Educação Corporativa
Contexto – Atores - Estado
Qualificação e Formação
• Historicamente, ação rarefeita em termos de políticas de qualificação da mão-de-obra(certificação ocupacional via Sistema S)
• Políticas públicas recentes:maior qualificação da mão de obra: concentrado via elevação da escolaridade média
Sistema Financeiro
• Banco Central
Executa orientações do CMN
Exige melhores práticas (gestão de riscos, controles internos e governança corporativa)
Política econômica: papel central (juros e câmbio) após plano Real
• CMN - Conselho Monetário Nacional
• Órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional
19/11/2016
5
Contexto – Trabalhadores SFN
Trabalhador
• Responsabilidade sobre seu próprio desenvolvimento e inserção no mercado de trabalho
• Empresas e governo isentos de uma atuação corresponsável
CONTRAF – CUT
• Representa bancários e financiários
• Não representa quase ou não-bancários (0,5 milhão de trabalhadores)
Contexto - Bancos
Períodos
• Década de 90: fortes ajustes estruturais (privatização, mais bancos estrangeiros etc)
• Década de 2000 em diante: expansão
• Busca de mais eficiência
Impactos
• Na dinâmica organizacional, . nas estratégias empresariais globais
nas relações de trabalho
no processo de qualificação de pessoal (envolvendo bancos, entidades governamentais e sindicais)
Alguns Números
• Cerca de 500 mil trabalhadores
• Contas Correntes em 2011: 91.9 milhões (174.8 milhões de correntistas)
• Agências: 21.278 agências e 175.000 terminais de autoatendimento (BACEN, 2013)
FEBRABAN
Forte influência política (MINELLA,1988)
121 bancos associados
Esforço por mudança de imagem (diálogo com a sociedade, educação financeira, acesso da população aos serviços financeiros etc)
19/11/2016
6
SFN – Contratação do Trabalho
Coletiva
• FEBRABAN X CONTRAF-CUT
• Negociação Coletiva: salários e outras condições de contratação do trabalho
• Não há cláusulas sobre competências
• Há cláusula sobre assédio moral (metas abusivas)
Individual
• Sem mediação do sindicato: organização do trabalho, remuneração variável segundo metas específicas etc
“reconhecimento formal dos conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências do trabalhador,
requeridos pelo sistema produtivo e definidos em
termos de padrões ou normas acordadas,
independentemente da forma como tenham sido
adquiridos” (INMETRO, 2005)
Definindo o que é “Certificação”
19/11/2016
7
Certificação do Trabalhador Bancário –Dimensões Institucionais - BACEN
Início e Desenvolvimento
• Resolução 3.057 de 2002: inicia certificação de empregados das instituições financeiras e demais instituições autorizadas
• Outras medidas: proporção crescente de trabalhadores certificados para atividades de distribuição e mediação de títulos, valores mobiliários e derivativos até o final de 2006
Desdobramentos
• Certificação fortalece a regulação, supervisão (fiscalização) do SFN
• Expansão do crédito e inclusão bancária dos anos recentes
• Normatização do Serviço de Atendimento ao Cliente dos bancos.e Ouvidorias
• Preocupação com o correspondente bancário (trabalhador não bancário?)
Tendências
• Mais bancarização
• Basileia e internacionalização
• Rosca sem fim por qualificação do trabalho bancário
Certificação do Trabalhador Bancário Dimensões Institucionais – As certificadoras
ANBIMA
• Representa 340 empresas que operam no mercado de capitais (entre eles, bancos de investimentos e múltiplos com carteira de investimento)
• Entidade certificadora
• Certificação Profissional ANBIMA – CPA 10 e 20
• Certificação de Gestores ANBIMA (CGA)
• Certificação Especialista de Investimento ANBIMA (CEA)
FEBRABAN
• Resolução nº 3.954 do CMN, Certificação: correspondente bancário
• Número estimado de potenciais trabalhadores a serem certificados: 300 mil
Outras
• ABECIP: crédito imobiliário
• ABBC: ouvidoria
19/11/2016
8
Certificação do Trabalhador Bancário
Certificação do Trabalhador Bancário –Dimensões Institucionais – Os Bancos
Participação
• Discussão das normas de certificação diretamente ou via suas entidades de representação
Gestão de RH
• Gestão por competências alinhada à estratégia corporativa
• Mapeamento de competências e/ou conhecimentos
• Disseminação de cultura de qualificação
Carreira
EC: (treinamentos e competências) (preparação para a certificação)Formação de banco de profissionaisForte indução à certificaçãoCondição para sucessão e novos postos
19/11/2016
9
Certificação do Trabalhador Bancário –Dimensões Institucionais – Os Sindicatos
Prestação de serviço
• Cursos preparatórios
• Estar próximo ao bancário
Reivindicações
• Tempo livre para o estudo e exames
• Contrários ao correspondente bancário
• Não reivindica participação na definição de forma ou conteúdo da certificação
O que constata
• Pressão pela certificação (risco de perda de bloqueio à carreira ou perda do emprego)
• Bancos definem quem precisa da certificação
Certificação do Trabalhador Bancário –Dimensões Institucionais – Os Bancários
Contexto
• Exigência de perfomanceindividualizada
• Metas
Carreira
• Processo de trabalho e Carreira vinculada à certificação
• Treinamento e Desenvolvimento
• Educação Corporativa
• contingente para sucessão ou novos postos
Consequências
• Certificação pressiona: regras externas de mercado e advindas de agência reguladora do Estado condicionam sua carreira e processo de trabalho
19/11/2016
10
Certificação Bancária
BACEN
BancosCertificadoras
Sindicatos
Bancário
Negociação
Macro
Negociação
Micro
Negociação
Meso
ConsideraçõesA gestão por competências nos bancos passa pelo processo de
certificação profissional dos bancários
Órgão-agência de Estado define, com grande repercussão sobre o
sistema financeiro (nível macro), as certificações
Certificadoras (elaboram e aplicam exames) consolidam uma solução
negociada entre alguns dos atores do sistema bancário no nível meso, ou
seja, de mercado
Entre o banco e o bancário (nível micro) quase não há negociação
(sindicato não interfere)
Os quase ou não bancários aumentam em número (e são certificados)
19/11/2016
11
ConsideraçõesInstitucionalização da certificação criou parâmetros de qualificação para
o trabalho bancário
Início de cultura de melhor atendimento ao cliente (via certificação)
Não há linearidade na forma como a certificação é vista entre os diversos
atores (regulação, exigência para a carreira, imposição etc)
Educação Corporativa incorpora a preparação para a certificação às suas
práticas
Internalização da certificação nos bancos é diversificada entre eles, mas
procura reforçar traços culturais dos bancos (bancos de pessoas, brilho
nos olhos, banco de carreira etc)
Iniciativas de educação corporativa nos bancos (via certificação) são
tímidas quanto à interação com a educação formal
Considerações Finais
Bancário Clientes Riscos
Certificação:
Indispensável para
emprego e carreira
Condição de
empregabilidade
Imposição (não se
discute forma ou
conteúdo com o
trabalhador)
Ainda não é possível
verificar melhoria no
atendimento em
função da certificação
Viés corporativo (e
privado) na
certificação e
regulação
Pela ausência do
sindicato ou de órgãos
de defesa do
consumidor na
definição das
certificações
19/11/2016
12
Contatos: