Poesia Chinesa

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Poesia Chinesa com tradução Uma produção da BE da escola sec. de Tondela Dedicada aos alunos da nossa escola de origem chinesa

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Poesia Chinesacom tradução

Uma produção da BE da escola sec. de Tondela

Dedicada aos alunos da nossa escola de origem chinesa

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赋得江边柳 翠色连荒岸, 烟姿入远楼。 影铺秋水面, 花落钓人头。 根老藏鱼窟, 枝低系客舟。 萧萧风雨夜, 惊梦复添愁。

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PARA OS SALGUEIROS JUNTO AO RIO

Um halo em jade às margens devolutas nuvens procuram pavilhões distantes As sombras deitam-se no rio de Outono as flores descem sobre os pescadores Raízes densas são abrigo aos peixes e enlaçam os ramos barcos visitantes Suspira a noite à chuva geme ao vento vertem tristeza os sonhos revolutos

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赠邻女 羞日遮罗袖, 愁春懒起妆。 易求无价宝, 难得有心郎。 枕上潜垂泪, 花间暗断肠。 自能窥宋玉, 何必恨王昌。

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A UMA GAROTA DO BAIRRO

A manga esconde em gaze o dia, tímidaE é primavera, há que maquiar-se

Dar com tesouros sem preço: isso é fácilAchar um homem amante, tão difícil

No travesseiro as lágrimas se ocultame em meio às flores cala o coraçãomas se posso namorar um Song Yu

por que lamentaria um Wang Chang?

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明月夜留别

离人无语月无声,

明月有光人有情。

别后相思人似月,

云间水上到层城。

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ADEUS EM UMA NOITE DE LUA

Separar em silêncio, e a lua resplende

sem rumor nem fala. O sentimento

irradia o adeus que falta, e à lua

cintilam nuvens, águas e cidades

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相思怨 人道海水深,

不抵相思半。

海水尚有涯,

相思渺无畔。

携琴上高楼,

楼虚月华满。

弹著相思曲,

弦肠一时断。

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CANTO DE SAUDADE

Profundo, dizem do mar, suas águas tão mais ao fundo chega a saudadeMar sem margens, larga a sua praia

e mais longe alcança meu sentimentoTomo o alaúde, subo as escadassó no terraço, com a lua cheia

e esta canção que diz: estou triste toco e arrebento as cordas, as tripas

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湖上卧病喜陆鸿渐至 昔去繁霜月, 今来苦雾时。

相逢仍卧病,欲语泪先垂。 强劝陶家酒, 还吟谢客诗。

偶然成一醉, 此外更何之。

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DOENTE JUNTO AO LAGO – SAUDAÇÃO A LU YU

Sobre a geada a lua, à tua idae hoje retornas na amarga neblina

Eis-me deitada, enferma, aqui me encontrasÀ fala acorre a lágrima, escorre

Vens, e do vinho de Tao me oferecese te devolvo um poema de XieEncher a cara contigo outra vez

mais do que isso, que posso querer?

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春望词四首

风花日将老, 佳期犹渺渺。 不结同心人, 空结同心草。

那堪花满枝, 翻作两相思。 玉箸垂朝镜, 春风知不知。

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CANÇÃO CONTEMPLANDO A PRIMAVERA

Ao sopro do dia envelhecem as flores

Longe o momento, tão longa a espera

Nenhum laço une amor e amante

trança o vazio meu nó-do-amor

Insuportáveis os galhos repletos,

flores demais! Saudades aos montes

Plena manhã, o espelho reflecte

a primavera as lágrimas, o vento

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Canção do trigo à maneira de Han

O trigo está verde:Preciso é que amadureça.

E quem serão os ceifeiros?- As mães os seus meninos...

(Os homens estão para o sulA combater os bárbaros).

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Por um anónimo da Dinastia T'sin(*)

Os mandarins compram cavalos brancos.Os grandes senhores têm palácios de oiro.

Mas, cuidado:Nem uma palavra, amigo.

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(*)Período em que foram queimados os livros e enterrados vivos todos os poetas

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金生麗水玉出崑崗劍號巨闕珠稱夜光果珍李柰菜重芥薑海鹹河淡鱗潛羽翔

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Dia após dia a chuva cai.

Semana após semana a erva cresce.

Ano após ano o rio corre.

Setenta anos, setenta anos,

E a roda dos sonhos ainda a girar.

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Um cento de montanhas sem pássaro algum.

Dezasseis mil quilómetros sem o rasto do homem.

Um barco. Um velho homem com uma capa de

palha,

sozinho na neve, a pescar no rio gelado.

Wang Hung Kung

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风轻轻轻 抚弄你发稍

O vento subtilmente, subtilmente, subtilmente, brinca com o seu cabelo.

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窗外是快枯黄的叶 

Do lado de fora da janela, há uma folha seca e amarelada.

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Folhas secas, folhas secas

O vento é que vos levanta

Ah irmãos, meus irmãos,

Cantai vós, eu de seguida.

Folhas secas, folhas secas,

O vento sopra-as p'ra longe

Ah irmãos, meus irmãos,

Cantai vós, depois sou eu.

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Nas escadas de Jade cresce

Ainda o branco orvalho,

O frio que toda a noite

Encharcou umas meias de seda.

Ela desce

A persiana de cristal

E contempla a Lua

Envidraçada do Outono

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Xin Qiji (1140-1207)

Na minha juventude, ignorando o sabor da melancolia

Procurava a inspiração nos altos pavilhões

E escrevia belos versos muito melancólicos.

Agora que não ignoro o gosto da melancolia

Não tenho nada a dizer

Nada a dizer

A não ser: “o tempo está fresco. Que belo Outono”.

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Xi Kang (223-262)

Um alaúde e um poema chegam para a minha felicidade

Vaguear pela lonjura é um tesouroCheio do caminho que percorro sozinho

Em direcção ao fim do saber e do eu.

Tranquilo e sem cuidadosPara quê procurar outrem?

Sou um habitante das montanhas mágicasQue rejubila no pensamento e alimenta o seu espírito.