Poda de Inverno e Condução da vinha
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Poda de Inverno e Condução da vinha (Princípios e tipos de poda)
Monção, Adega Cooperativa
17 de Fevereiro de 2017
João Garrido e Teresa Mota (EVAG / CVRVV)
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Sumário
Importância da poda • Poda de formação
• Poda de produção
Tipos e Sistemas de poda
Princípios da poda
Carga, vigor e fertilidade
Técnicas de poda
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Por que podamos?
Conservar o equilíbrio vegetativo
Regularizar a produção
Manter a qualidade da produção
Rejuvenescer a videira
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Equilíbrio vegetativo
IR (Índice de Ravaz) = F/V kg uvas / kg lenha
Uvas Lenha
Depende da casta, da idade da videira e do meio vitícola
EX
PO
RTA
DA
RESERVADA
(Amido)
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Poda de Inverno (Poda em seco)
Uma poda bem feita, facilita muito a realização de algumas intervenções em verde e vice-versa
Esladroamento
Orientação
Desponta (Poda em verde)
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PODA: disciplina a videira Fisicamente com a poda confina-se a videira ao
espaço definido aquando a plantação.
3,0m
1,5
m CSA
O tipo de poda condiciona o
compasso de plantação e vice-versa
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Há duas FASES da PODA na videira:
• construção da estrutura física
Poda de FORMAÇÃO
• renovação do potencial produtivo
Poda de PRODUÇÃO
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Poda de Formação: 3 regras a cumprir
2. Eliminação de olhos nas
curvaturas, entrada no arame da vara
inserida do lado oposto
3. Boa atadura da guia sobre o arame.
1. Eleição de varas vigorosas, bem
posicionadas (nunca a menos de 20cm
do arame de entrada)
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Poda de Formação: entrada no arame
cordão bilateral
cordão unilateral
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Poda de formação de diferentes cordões (ano de entrada no arame / altura do tronco)
Fase 2 olhos
Fase vareta vertical
2ª
vara
vert
ica
l
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Conduções mais complexas: Cruzeta e GDC
5
2
4
3
1 : fase 2 olhos
6
Ano cruzeiro
2ª
vara
vert
ica
l
Formação dos braços
1,70 m
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Tipos de poda
Poda curta TALÃO
Poda longa VARA
Poda mista VARA + TALÃO
3 OLHOS
> 4 OLHOS
Princípio Guyot
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Sistemas de poda e condução
• Poda Sylvoz............... (vara comprida e empada, perpendicular ao eixo da videira)
• Poda Cazenave....... (vara inclinada e atada e talão)
• Poda Royat................(talões livres)
• Poda Guyot simples ou duplo…………….( varas compridas e empadas no sentido do eixo da videira)
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1º Princípio da poda
•É essencial o conhecimento da fertilidade dos olhos que varia com a sua posição na vara
Os 10 Princípios da Poda
(Adaptação de Hidalgo, 1975)
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Constituição do olho
Anatomicamente: 1 OLHO contém 3 GOMOS, o
que confere a vantagem de recuperar a perda de
um ramo jovem (após acidente ou geada)
abrolhando o 2º ou mesmo o 3º gomo, muito
embora de fertilidade inferior.
Olho latente
G.S.
G.P.
G.S.
Cachos
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Fertilidade dos olhos vs tipo de vara
Depende da
casta e do vigor
do lançamento
Adaptado A.Reynier (1986)
(olhos da coroa)
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Adaptado de Marco Marro (1981)
ladrão
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2º Princípio da poda
•A produção duma videira depende essencialmente do nº de olhos deixados à poda nesse ano, a que se chama carga
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Dentro dos limites de uma poda equilibrada: mais olhos – mais lançamentos – mais cachos
Varas longas = mais olhos
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3º Princípio da poda
• O vigor de uma cepa depende do número de folhas activas completamente desenvolvidas que apresentou durante o ciclo
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Fase pré-pintor: muitas folhas saudáveis e verdes
cv. Alvarinho
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cv. Loureiro
Indicador: 1 m2 folhas expostas para 1 kg de uvas
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4º Princípio da poda
• As videiras com bom vigor - com varas de grossura média - são as que dão mais produção e para garantir as próximas colheitas é imprescindível manter esse vigor em toda a videira
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Sistemas de condução:
Cargas:
C1= 5 olhos/m2 ( 50 000 olhos/ha)
C2= 7,5 olhos/m2 ( 75 000 olhos/ha)
C3= 10 olhos/m2 (100 000 olhos/ha)
Nota: o aumento de carga implica deixar varas mais compridas
CAR
CSR
Ensaio de cargas: Pedernã
(Arinto) / 196-17
Ano: 1995 (Garrido, 1995)
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Resultados
• Mais vigoroso...................................................
• Mais produtivo..................................................
• Com mais podridão..........................................
• Efeito da carga mais desvitalizante
CAR
CAR
CSR
CSR
Ao 4º ano no CAR foi ainda possível aplicar as mesmas cargas C1
e C2, enquanto no CSR só o nível da carga C1 (50 000 olhos/ha).
Nenhum dos 2 sistemas permitiu aplicar os 100 000 olhos/ha.
CAR: 75 000 olhos/ha
(aumento de rendimento sem quebra de álcool)
CSR: 50 000 olhos/ha
*Resultados semelhantes com o Loureiro (Carvalho, 1996)
9,5% CAR vs 18% CSR
CAR +50% CSR C2/CAR > C3/CSR
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Factores que interferem no vigor
VIGOR
CARGA
CASTA + PE
SOLO
CONDUÇÃO
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Efeito da Carga no Vigor
Carga
muito
BAIXA
Carga ÓPTIMA
Ramos normais
(olhos latentes) Netas (olhos prontos)
+ Ladrões (olho dormente)
+ Ramos vigorosos e
rebentações múltiplas
Desavinho
Carga
muito
ALTA
Baixo IA
+ Acrotonia
+ Ramos fracos
Inférteis
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Influência da orientação das varas
•Monoplano ou
•Biplano ou ou ou ou
•Tridimensional
Toda a vara orientada para cima adquire mais vigor
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Orientação e vigor dos lançamentos / Fertilidade do solo
Cruzeta
(Ret)
CSR
(Ret)
Lira
(Asc)
CAR
(Asc +Ret)
1070 1340 2520 1770
CSR (terreno mais fértil) CSA (terreno mais pobre)
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Vigor das castas (peso lenha de poda)
AZAL
Casta
(EVAG, 1993)
Peso da lenha de poda (kg/ha)
médios
Avesso 3700
Borraçal 3700
Azal 3400
Trajadura 3000
Espadeiro 3000
Loureiro 2500
Vinhão 2200
Arinto 2000
Alvarinho 1800 VINHÃO
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REBENTAÇÕES MÚLTIPLAS
NETAS
Manifestações de excesso de vigor
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40 cm
Exemplo: CAR / Longa
Empa: regula e controla o vigor
excessivo
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5º Princípio da poda
•O vigor das varas de uma videira é inversamente proporcional ao seu número
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RAMOS DE OLHOS LATENTES
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6º Princípio da poda
•O abrolhamento dos olhos depende da sua posição na vara, sendo os da extremidade privilegiados (acrotonia)
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Acrotonia / Orientação da vara
• Há castas com maior tendência para a acrotonia
• A empa contraria a acrotonia
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7º Princípio da poda
•Até certo limite, os cachos são tanto mais volumosos e pesados quanto menor for o seu número na videira
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Caso do Arinto e do Alvarinho
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Produtividade = f (casta, carga, fertilidade do
ramo, e peso médio do cacho)
ARINTO _0,9
LOUREIRO _1,5
BATOCA _1,1
TRAJADURA _1,7
AZAL BRANCO _1,3
AVESSO _1,6
ALVARINHO_ 1,8
Valores de IFP
PADEIRO DE BASTO _1,5
RABO DE OVELHA _1,5
ESPADEIRO _1,4
BRANCELHO _1,6
PEDRAL _2,0
BORRAÇAL _1,8
VINHÃO _1,8
AZAL TINTO _1,9
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8º Princípio da poda
• A poda deve estar em harmonia com as aptidões da casta, com o meio em que se situa e o seu potencial vegetativo (vigor, frutificação, idade da cepa, qualidade pretendida, etc)
![Page 41: Poda de Inverno e Condução da vinha](https://reader035.fdocuments.net/reader035/viewer/2022070314/62bf590c5162cf1dfb5ee0e7/html5/thumbnails/41.jpg)
Empa: permite mais carga por vara
Exemplo: Alvarinho / poda Guyot longo (arcure)
•Castas de entre-
nós longos
•Castas pouco
produtivas
•Castas com baixa
fertilidade nos
gomos basais
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9º Princípio da poda
•Em todos os sistemas de poda deve procurar-se que as folhas e os cachos, venham a gozar das melhores condições de calor, luz e arejamento
Boa distribuição das Unidades de Poda
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Distribuição da carga: unidades de poda
Ex: LYS / poda mista
30-40 cm
(entre videiras) 30-40 cm (na videira)
Unidade de frutificação = conjunto de varas e/ou talões
distribuídos ao longo do cordão
Boa distribuição UF ‘buracos’ na sebe
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Exemplo no LYS: ‘buracos’ definidos à poda ante
s
após
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Exemplo: CSA / Curta
18-20 cm
![Page 46: Poda de Inverno e Condução da vinha](https://reader035.fdocuments.net/reader035/viewer/2022070314/62bf590c5162cf1dfb5ee0e7/html5/thumbnails/46.jpg)
Exemplo: CAR / Longa
antes
1
2
3
![Page 47: Poda de Inverno e Condução da vinha](https://reader035.fdocuments.net/reader035/viewer/2022070314/62bf590c5162cf1dfb5ee0e7/html5/thumbnails/47.jpg)
10º Princípio da poda
•Para podar uma unidade de frutificação, deve eleger-se a vara situada mais abaixo e mais próxima do eixo do cordão
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![Page 49: Poda de Inverno e Condução da vinha](https://reader035.fdocuments.net/reader035/viewer/2022070314/62bf590c5162cf1dfb5ee0e7/html5/thumbnails/49.jpg)
Princípio GUYOT: talão na base da vara
Princípio
GUYOT
1
2
O talão (2 olhos) deve ser feito
numa vara com bom vigor
Talão mal
posicionado
Talão tardio demais
(acrotonia da vara)
A vara deve ter
alguma inclinação
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Técnicas na poda: eleição de varas e cortes
1 2
Escolho… Elimino
Corto pelo nº olhos
que pretendo: talão
atrás da vara
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A principal função do TALÃO é a renovação da u.f.
A posição do talão deve anteceder a da vara e ser mais próxima da eixo
1 2
Escolho… Elimino
Corto pelo
nº olhos
que
pretendo
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Poda MISTA: vara alternada com o talão (sem seguir o Princípio Guyot)
1
2
2
1
3
4
5
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Cortes na vara do ano
O corte na vara do ano deve ser inclinado: do lado do olho para o lado oposto
Errado Errado Correcto
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Cortes na vara de 2 anos
correcto
errado
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Mecanização da poda
Pré-podadoras
Tesouras eléctricas
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Pré-podadora
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•INCONVENIENTE: só para cordão ascendente;
sobre varas não empadas e só em vinhas sãs
VANTAGENS
•Diminuir o tempo real de poda
•Evita retirar lenha dos arames
•Facilita a visualização da poda
•Útil se pretendemos realizar a poda a 2 tempos (atrasar a
rebentação/geadas)
Pré-podadora
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Tesouras
eléctricas
FELCO 820 Mais rapidez
Menor esforço para corte maiores
Mais difícil executar cortes perfeitos
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Cuidados de ordem sanitária As tesouras que se utilizam na poda podem ser veículos de transmissão de doenças e pragas, conhecidas como doenças de lenho, que podem propagar-se:
• Pelas feridas de poda – maior risco em feridas de grande dimensão e em lenha de dois ou mais anos
• Proteger as grandes feridas com pastas fungicidas à base de cobre
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• Pelo varedo doente não destruído de que se deixa permanecer na vinha e cujas formas hibernantes o vento transporta facilmente
• Esca – destruir a lenha da
poda para eliminar formas hibernantes do fungo
• Ácaros tetraniquídeos –
destruir a lenha da poda para eliminar os ovos
No caso de trituração na vinha, queimar sempre a madeira com mais de 2 anos
![Page 61: Poda de Inverno e Condução da vinha](https://reader035.fdocuments.net/reader035/viewer/2022070314/62bf590c5162cf1dfb5ee0e7/html5/thumbnails/61.jpg)
Outras medidas culturais
• Necrose bacteriana – cortes de poda corretos
para evitar grandes feridas e choros (com doença) sobre os gomos
• Cochonilha Algodão – raspar os troncos para
eliminar ninfas ou fêmeas adultas aí abrigadas
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Então perante uma vinha doente:
• Devem-se desinfetar as tesouras e serrotes uma vez chegados ao fim de uma linha (balde com lexívia a 5%) ou usar tesouras com desinfeção associada
• Podar separadamente as videiras doentes (no final ou início)
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Obrigada