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Prof. Elvis CaioFICHA DE ESTUDO DE CULTURA RELIGIOSAPluralidade cultural: a influncia da religio na sociedade

Pluralidade cultural

O homem um ser social e, portanto, possui sua individualidade e diversidade, pois ao conviver socialmente adquire novas caractersticas, novos hbitos, atitudes, valores culturais. E, para sentir-se bem, precisa estar bem consigo mesmo e com os diferentes grupos sociais que conviva. Com isto, o homem vai adquirindo habilidades diversas, completando-se e completando a sociedade.

Moreira (2007) em seus estudos culturais entende a palavra cultura no sentido plural, como culturas e afirma que:

corresponde aos diversos modos de vida, valores e significados compartilhados por diferentes grupos (naes, classes sociais, grupos tnicos, culturas regionais, geracionais, de gnero etc.) e perodos histricos. Trata-se de uma viso antropolgica de cultura, em que se enfatizam os significados que os grupos compartilham, ou seja, os contedos culturais. Cultura identifica-se, assim, com a forma geral devida de um dado grupo social, com as representaes da realidade e as vises de mundo adotadas por esse grupo.

Numa viso sociolgica, a cultura nasce a partir da interao entre os homens. A cultura brasileira, como qualquer tipo de cultura pluricultural. Ou seja, envolvida por diversas culturas, respeitando as diferenas apresentadas por essas culturas.

Atravs da sociabilidade, que a tendncia natural da espcie humana para viver em sociedade e desenvolvida por meio do processo de socializao, pelo qual o indivduo se integra ao grupo em que nasceu assimilando sua cultura, que vivemos e transformamos nossos valores culturais.

A multiplicidade de culturas e etnias tem caracterizado as sociedades modernas. Portanto, a idia de multiculturalismo uma resultante desses processos civilizatrios marcados pela heterogeneidade. So caractersticas do multiculturalismo: O reconhecimento da filiao de cada indivduo a um grupo cultural; o destaque herana cultural de cada um desses grupos, para que os demais possam apreci-la e respeit-la; a afirmao da equivalncia dos vrios grupos tnico-culturais de uma sociedade; a postulao do direito dos grupos sociais manterem sua singularidade cultural; o enaltecimento da diversidade como caracterstica positiva das sociedades modernas. Religio na SociedadeApesar de, no passado, a grande maioria dos cristos terem permanecido por sculos unidos na mesma Igreja, a sociedade brasileira hoje fortemente marcada pelo pluralismo religioso. Segundo estudos apresentados na Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil (1999), este pluralismo acentuou-se muito nos ltimos anos, tanto no plano quantitativo quanto na variedade das formas. Isso torna pertinente o estudo comparativo das suas vrias tradies, no que diz respeito tradio em si, teologia, ao governo eclesistico, doutrinas, formas de linguagem, etc.

A sociedade brasileira formada no s por diferentes etnias, como tambm por imigrantes de diferentes pases. Alm disso, as migraes colocam em contato grupos bastante diversos e que a convivncia entre estes grupos nos planos cultural e social marcada pelo preconceito e pela discriminao.

Viver democraticamente nessa pluralidade e reconhecer que para que exista a identidade nacional, devemos crer na riqueza da diversidade etnocultural do patrimnio social cultural brasileiro (PCN, 1997), pois nas diversas esferas da vida poltica, econmica, cultural, comprova-se um relativismo tico, que, determina em grande parte os relacionamentos afetivos e familiares e esse o grande desafio da escola, valorizando a trajetria particular dos grupos que compem a sociedade, pois as pessoas no dispem mais de referncia para orientar a prpria conduta e, neste caso, sua conduta religiosa.

A histria , geralmente, a melhor forma de pensar e nos ajuda a compreender a origem e o movimento das transformaes sociais. Logo, todas as vezes que quisermos entender sobre a integrao/incluso/excluso de pessoa, devemos recorrer aos estudos histricos para entendermos melhor sobre a diversidade cultural e nela a religiosidade presente e trabalhada nas escolas.

O poder da religio na educao e no comportamento dos indivduos manifesta-se atravs da imposio de uma cultura sobre outra. Todos ns somos responsveis para que no processo cultural as crenas religiosas, assim como os demais aspectos do processo multicultural se espalhem pelo mundo como verdades universais. Ou seja, o que pregam deve ser seguido pelos seus membros, sendo assim, respeitadas e difundidas entre aqueles que consideram a religio como parte fundamental para o seu desenvolvimento humano, enquanto ser social.

Dessa forma pode haver uma interferncia sobre a vida dos indivduos, dependendo das circunstncias no convvio familiar e no que diz respeito formao intelectual e social dos sujeitos, j que podem ocorrer limitaes quanto aos valores pregados pela religio de certo e errado e o que a escola chama de riquezas culturais e que devem ser respeitadas. Religio x educao escolar

A escola deve ser um local onde todos aprendam o tempo todo, transformando seus comportamentos e onde as regras do espao pblico devem ser baseadas na tolerncia, no respeito aos direitos humanos e na noo de cidadania, reconhecendo e valorizando a diversidade cultural, atuando sem excluso, sem discriminao, e sim com a plena e consciente forma cidad, com a proposta de uma escola universal, voltada a todos.A religio est impregnada no modo de ser das pessoas, na vivncia familiar, contribuindo para possveis mudanas comportamentais. Nesse contexto, pode ser que ocorram, por exemplo, pontos de divergncias entre o ambiente escolar e os valores postos por ela. Segundo VYGOTSKY apud MOLL (1996):[...] uma necessidade intrnseca deve ser despertada e incorporada a uma tarefa necessria e relevante para a vida. S ento poderemos estar certos de que ela se desenvolver no como hbito de mos e dedos, mas como uma forma nova e complexa de linguagem.

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MOREIRA, Antonio Flvio Barbosa. Currculo, Conhecimento e Cultura in MEC Indagaes sobre Currrculo. Braslia, Ministrio da Educao: Secretaria de Educao Bsica: 2007.

MOLL, L. C. Vygotsky e a Educao: implicaes pedaggicas da psicologia scio-histrica. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1996.