PLANO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO ESTADO DE GOIÁS · 2015-11-17 · reaproveitamento e à reciclagem...
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PLANO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO ESTADO
DE GOIÁS
ELABORAÇÃO DO PROGNÓSTICO
(PRODUTO 8)
GOIÂNIA
NOVEMBRO/2015
APRESENTAÇÃO
O presente documento, que constitui o denominado Produto 08 – Elaboração do
Prognóstico - contempla as projeções realizadas para a geração de resíduos sólidos urbanos
(RSU) no horizonte de vinte anos, além das potencialidades econômicas relacionadas ao
reaproveitamento e à reciclagem dos RSU, e ao tratamento dos resíduos da construção civil
(RCC) e dos resíduos dos serviços de saúde (RSS), com a apresentação de cenários futuros.
Este estudo segue as orientações constantes no Contrato no. 013/2013, firmado entre
o Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Recursos Hídricos,
Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos (SECIMA), e a Fundação de Apoio à
Pesquisa da Universidade Federal de Goiás (FUNAPE/UFG).
O contrato no. 13/2013 é resultado do repasse de R$ 558.000,00 por meio do contrato
no. 0373289-57/2011 celebrado entre a União, por intermédio do Ministério do Meio
Ambiente, representado pela Caixa Econômica Federal, e a SECIMA, objetivando a execução do
Programa Implanta PNRS.
A equipe técnica responsável pela elaboração do PERS é composta por pesquisadores
da Universidade Federal de Goiás (UFG) sob a coordenação do Núcleo de Resíduos Sólidos e
Líquidos (NURSOL/UFG).
EQUIPE TÉCNICA
A equipe técnica envolvida na elaboração deste produto foi constituída pelos seguintes
pesquisadores:
DRA. SIMONE COSTA PFEIFFER Engenheira Geóloga
(Coordenadora)
DR. ERALDO HENRIQUES DE CARVALHO Engenheiro Civil
(Vice-coordenador)
MSC. LÍVIA MARIA DIAS Engenheira Civil
MSC. DIOGO APPEL COLVERO
Engenheiro Mecânico
DR. NILSON CLEMENTINO FERREIRA Engenheiro Cartógrafo
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Sudeste Goiano, por
município, nos anos 2015 e 2035 .................................................................................................. 4
Figura 2 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Sul Goiano, por
município, nos anos 2015 e 2035 .................................................................................................. 5
Figura 3 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Sudoeste Goiano,
por município, nos anos 2015 e 2035 ........................................................................................... 6
Figura 4 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Oeste Goiano, por
município, nos anos 2015 e 2035 .................................................................................................. 7
Figura 5 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Noroeste Goiano,
por município, nos anos 2015 e 2035 ........................................................................................... 8
Figura 6 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Metropolitana de
Goiânia, por município, nos anos 2015 e 2035 ............................................................................. 9
Figura 7 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Centro Goiano, por
município, nos anos 2015 e 2035 ................................................................................................ 10
Figura 8 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Entorno do Distrito
Federal, por município, nos anos 2015 e 2035 ........................................................................... 11
Figura 9 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Norte Goiano, por
município, nos anos 2015 e 2035 ................................................................................................ 12
Figura 10 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Nordeste Goiano,
por município, nos anos 2015 e 2035 ......................................................................................... 13
Figura 11 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região
Sudeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035 .............................................................. 14
Figura 12 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Sul
Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035 ............................................................................ 15
Figura 13 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região
Sudoeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035 ............................................................ 16
Figura 14 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região
Oeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035 ................................................................. 17
Figura 15 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região
Noroeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035 ............................................................ 18
Figura 16 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região
Metropolitana de Goiânia, por município, nos anos 2015 e 2035.............................................. 19
Figura 17 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região
Centro Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035 ................................................................ 20
Figura 18 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região
Entorno do Distrito Federal, por município, nos anos 2015 e 2035 ........................................... 21
Figura 19 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região
Norte Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035 ................................................................. 22
Figura 20 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região
Nordeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035 ............................................................ 23
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Evolução da geração de resíduos sólidos urbanos no estado de Goiás ....................... 1
Tabela 2 – Projeção populacional, por região administrativa, para o estado de Goiás ................ 1
Tabela 3 - Estimativa da geração per capita de resíduos sólidos urbanos, por faixa populacional,
para o estado de Goiás .................................................................................................................. 2
Tabela 4 – Composição gravimétrica obtida para diferentes municípios goianos ....................... 2
Tabela 5 – Estimativa da geração de RSU, por região administrativa, para o estado de Goiás .... 3
Tabela 6 - Estimativa da geração de materiais recicláveis potencialmente comercializáveis nas
regiões do estado de Goiás no ano de 2035 ............................................................................... 25
Tabela 7 – Geração estimada de resíduos da construção civil para as regiões do estado de
Goiás, ano base 2010 .................................................................................................................. 26
Tabela 8 – Estimativa da geração de resíduos de serviços de saúde em estabelecimentos
hospitalares no estado de Goiás, por região de planejamento .................................................. 27
SUMÁRIO
1 EVOLUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADO DE GOIÁS ................................. 1
2 POTENCIALIDADES ECONÔMICAS DO SETOR E CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS ......................... 24
2.1 Resíduos sólidos urbanos – recicláveis secos .................................................................... 24
2.2 Resíduos da construção civil e de serviços de saúde ........................................................ 26
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 28
1
1 EVOLUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADO DE GOIÁS
O aumento da geração de resíduos sólido urbanos está diretamente vinculado ao
crescimento demográfico e ao consumo que, por sua vez, é estimulado pelo aumento da
oferta de produtos no mercado e do poder aquisitivo da população. Embora a redução da
geração per capita de resíduos seja um dos objetivos a serem perseguidos, verifica-se que, de
forma geral, há uma tendência de aumento desta taxa, fato este observado inclusive nos
países mais desenvolvidos. Na Tabela 1 encontram-se apresentados dados referentes a esses
resíduos, para o estado de Goiás, publicados em diferentes anos pela Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE).
Tabela 1 - Evolução da geração de resíduos sólidos urbanos no estado de Goiás
Ano População total (hab.) RSU coletado (t/dia) Per capita coletado
(kg/hab.dia)
2012 6.154.996 5.852 0,951
2013 6.434.048 6.146 0,955
2014 6.523.222 6.278 0,962
Fonte: ABRELPE (2013, 2014).
De acordo com a projeção populacional realizada neste plano, considerando-se a
média da taxa de crescimento populacional de cada município goiano nos últimos dez anos, a
população total estimada para o estado em 2015 é de 6.659.689 habitantes e, em 2035, de
9.389.054 habitantes (Tabela 2).
Tabela 2 – Projeção populacional, por região administrativa, para o estado de Goiás
Região População total em 2015 (hab.)
% da população em 2015
População total em 2035 (hab.)
% da população em 2035
Norte Goiano 320.703 4,8 343.495 3,7
Nordeste Goiano 185.474 2,8 244.660 2,6
Noroeste Goiano 147.888 2,2 164.135 1,8
Centro Goiano 678.077 10,2 868.246 9,2
Entorno do Distrito Federal
1.193.986 17,9 1.887.414 20,1
Oeste Goiano 353.134 5,3 385.576 4,1
Metropolitana de Goiânia
2.444.922 36,7 3.652.158 38,9
Sudeste Goiano 272.321 4,1 357.929 3,8
Sudoeste Goiano 625.857 9,4 909.992 9,7
Sul Goiano 437.327 6,6 575.450 6,1
Estado de Goiás 6.659.689 100,00 9.389.054 100,00
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
2
Segundo a projeção realizada, as regiões Metropolitana de Goiânia e Entorno do
Distrito Federal concentrarão, no ano de 2035, um percentual ainda maior da população do
estado de Goiás, indicando um processo de urbanização observado também nos demais
estados do país. No Apêndice A do Produto 6, denominado “Estudos de prospecção, escolha
do cenário de referência e elaboração de diretrizes e estratégias do PERS”, encontram-se
apresentadas as estimativas de população, geração per capita e geração total de RSU, por
região e município, para os anos de 2015 e 2035.
Para o estado de Goiás, tendo em vista a atual desaceleração da economia brasileira e
uma projeção de crescimento econômico modesto para os próximos anos, considera-se que a
geração per capita por faixa populacional (Tabela 3) e a composição gravimétrica dos RSU
(Tabela 4) se manterão constantes ao longo do horizonte de projeto deste plano, próximos aos
valores atuais. Para reduções significativas nos valores destas características, faz-se necessária
a implantação de um conjunto eficaz de programas e ações que tratem, além da
conscientização ambiental, da redução de taxas e impostos para quem gerar menos resíduos.
Tabela 3 - Estimativa da geração per capita de resíduos sólidos urbanos, por faixa populacional, para o estado de Goiás
Faixa populacional urbana para os municípios de Goiás (hab.)
Geração per capita projetada de RSU (kg/hab.dia)
Até 5.000 0,46
5.001 a 10.000 0,46 a 0,52
10.001 a 20.000 0,52 a 0,58
20.001 a 50.000 0,58 a 0,67
50.001 a 100.000 0,67 a 0,74
100.001 a 200.000 0,74 a 0,80
200.001 a 500.000 0,80 a 0,89
500.001 a 1.300.000 0,89 a 0,99
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
Tabela 4 – Composição gravimétrica obtida para diferentes municípios goianos
Município Composição gravimétrica (%)
Fonte Orgânico Reciclável Outros
Caldas Novas 59 31 10 Fonseca et al., 2004 apud
Marques Jr. e Pasqualetto, 2005
Chapadão do Céu 60 30 10 SANEACEU, 2011
Goianésia 68 24 8 Carvalho, 2003
Goiânia 61 30 9 Ribeiro, Pinheiro e Melo, 2012
Hidrolândia 64 32 4 Carvalho e Ferreira, 2005
Pirenópolis 45 33 22 Bainema, 2012 apud Barboza et
al., 2013
Nerópolis - 28 - Maia, Milanez e Carvalho, 2014
Média 60 30 10
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
3
De acordo com a projeção de população (ver Tabela 2) e a geração per capita (ver
Tabela 3), foi feita a projeção da geração de RSU para as diferentes regiões do estado de Goiás
(Tabela 5). Na referida tabela, pode-se observar que a geração de RSU no final do horizonte de
projeto deste plano será cerca de 50% superior a de início de plano.
Tabela 5 – Estimativa da geração de RSU, por região administrativa, para o estado de Goiás
Região Estimativa da geração diária de
RSU em 2015 (t/dia) Estimativa da geração diária de
RSU em 2035 (t/dia)
Norte Goiano 188,23 205,06
Nordeste Goiano 100,64 140,31
Noroeste Goiano 84,63 96,49
Centro Goiano 497,50 667,75
Entorno do Distrito Federal 880,26 1.485,82
Oeste Goiano 192,49 216,69
Metropolitana de Goiânia 2.212,59 3.424,68
Sudeste Goiano 168,39 233,82
Sudoeste Goiano 429,67 667,97
Sul Goiano 279,16 387,20
Estado de Goiás 5.033,56 7.525,79
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
Nas Figuras 1 a 10 encontram-se apresentadas as distribuições espaciais das
populações totais estimadas para cada município goiano, nos anos de 2015 e 2035, por região
administrativa e, nas Figuras 11 a 20, as estimativas de geração de RSU, para os mesmos anos,
por região administrativa do estado.
4
Figura 1 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Sudeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
5
Figura 2 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Sul Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
6
Figura 3 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Sudoeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
7
Figura 4 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Oeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
8
Figura 5 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Noroeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
9
Figura 6 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Metropolitana de Goiânia, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
10
Figura 7 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Centro Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
11
Figura 8 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Entorno do Distrito Federal, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
12
Figura 9 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Norte Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
13
Figura 10 – Distribuição espacial da população total estimada para a região Nordeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
14
Figura 11 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Sudeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
15
Figura 12 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Sul Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
16
Figura 13 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Sudoeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
17
Figura 14 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Oeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
18
Figura 15 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Noroeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
19
Figura 16 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Metropolitana de Goiânia, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
20
Figura 17 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Centro Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
21
Figura 18 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Entorno do Distrito Federal, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
22
Figura 19 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Norte Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
23
Figura 20 – Distribuição espacial da geração estimada de resíduos sólidos urbanos na região Nordeste Goiano, por município, nos anos 2015 e 2035
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
24
Para os resíduos da construção civil (RCC) e de serviços de saúde (RSS), é muito
provável que suas taxas de crescimento ao longo dos anos equivalham a mesma observada
para os RSU. Para os demais resíduos, com a exceção dos de mineração, considera-se razoável
a mesma observação tendo em vista que o aumento da população reflete-se em maior
consumo de produtos agropecuários, industriais e sujeitos à logística reversa, além de
aumento de serviços de transportes. Da mesma forma, uma vez que os índices de saneamento,
no mínimo, serão mantidos nos valores atuais, também entende-se como razoável a adoção
dessas mesmas taxas para os resíduos dos serviços públicos de saneamento básico.
No caso da mineração, para a projeção da taxa de crescimento da geração de resíduos
ao longo do horizonte de projeto, foi calculada a média ponderada a partir da taxa de
crescimento da produção das principais substâncias minerais entre os anos de 2006 a 2010
(SEGPLAN, 2013), a qual resultou em 20%.
Considera-se que as composições gravimétricas dos RSS, RCC, transporte, saneamento,
agrossilvopastoris e mineração também se manterão constantes ao longo do horizonte de
projeto deste plano.
2 POTENCIALIDADES ECONÔMICAS DO SETOR E CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
2.1 Resíduos sólidos urbanos – recicláveis secos
Para a avaliação da potencialidade econômica dos resíduos recicláveis presentes nos
resíduos sólidos urbanos, foram consideradas a geração estimada para os mesmos no ano de
2035, a meta de recuperação a ser alcançada e o valor médio de venda atual obtido para o
estado de Goiás - R$ 320,00 por tonelada de materiais recicláveis, conforme detalhado no
Produto 5 (Tabela 6).
De acordo com os dados, verifica-se que as regiões com maior geração de recicláveis
são a Metropolitana de Goiânia, Entorno do Distrito Federal, Sudoeste Goiano e Centro
Goiano. Estas regiões são as maiores geradoras também em 2015.
25
Tabela 6 - Estimativa da geração de materiais recicláveis potencialmente comercializáveis nas regiões do estado de Goiás no ano de 2035
Região Estimativa de materiais
potencialmente comercializáveis para atender a meta de 25% (t/mês)
Estimativa da renda obtida com a comercialização dos materiais
recicláveis (R$/mês)
Norte Goiano 461,38 147.641,60
Nordeste Goiano 315,70 101.024,00
Noroeste Goiano 217,10 69.472,00
Centro Goiano 1502,43 480.777,60
Entorno do Distrito Federal 3343,09 1.069.788,80
Oeste Goiano 487,56 156.019,20
Metropolitana de Goiana 7705,54 2.465.772,80
Sudeste Goiano 526,09 168.348,80
Sudoeste Goiano 1502,94 480.940,80
Sul Goiano 871,20 278.784,00
Estado de Goiás 16.933,03 -
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
É importante observar que na rota tecnológica da reciclagem, além dos custos
referentes às unidades de triagem, é preciso, também, computar os demais custos envolvidos
referentes aos gastos com a coleta seletiva, transporte e aterramento dos rejeitos. Além
desses custos, deve ser considerada, na análise econômica, a receita proveniente com a venda
dos recicláveis e a economia com a coleta convencional e aterramento dos resíduos
encaminhados à central de triagem. Desta forma, conforme já demonstrado no Produto 5,
conclui-se que, para as prefeituras, a rota da reciclagem é onerosa do ponto de vista
econômico já que tradicionalmente todos os custos envolvidos ficam sob responsabilidade da
mesma. Assim, para a sustentabilidade da rota, é essencial a cobrança de taxa específica.
Entretanto, do ponto de vista ambiental e social, a importância da rota é indiscutível,
já que resulta na minimização da utilização de recursos naturais, reduz gases de efeito estufa,
amplia a vida útil dos aterros sanitários, proporciona a incorporação dos materiais em seu ciclo
de vida e permite a inclusão socioeconômica dos catadores de recicláveis quando organizados
em cooperativas ou associações. Com base nos valores futuros de geração e considerando-se a
manutenção do valor de comercialização dos mesmos, verifica-se a possibilidade de geração
de novos postos de trabalhos e uma receita razoável para os catadores, em especial nas
regiões Metropolitana de Goiânia e Entorno do Distrito Federal.
Observa-se que, para a gestão adequada dos resíduos recicláveis, é essencial a
realização de campanhas educativas junto à população e a existência de infraestrutura
adequada para a triagem dos mesmos. Uma vez triados, é fundamental que haja empresas que
comercializem e reciclem esses materiais. Assim, o incentivo do Estado à instalação de
empresas deve ser priorizado, em especial nas regiões identificadas como maiores geradoras.
26
No cenário avaliado, pode-se considerar que haverá redução do mesmo quantitativo
de recicláveis nos resíduos encaminhados para os aterros sanitários, o que provavelmente
implicará na redução dos custos com a coleta convencional e operação dos aterros.
Entretanto, os custos relativos à rota da reciclagem possivelmente aumentarão.
Quanto à gestão dos resíduos sólidos urbanos em geral, considera-se fundamental a
formação de consórcios para a disposição final dos mesmos. Para tanto, é essencial a
participação do Estado, tanto orientando tecnicamente a constituição dos consórcios quanto
apoiando financeiramente sua implantação. Caso o cenário atual seja mantido, as
consequências ambientais, sanitárias e sociais continuarão desfavoráveis.
2.2 Resíduos da construção civil e de serviços de saúde
Na avaliação do potencial econômico dos RCC e dos RSS considerou-se que a taxa de
crescimento desses resíduos ao longo dos próximos 20 anos seja equivalente a taxa observada
para os RSU. Para os resíduos em questão, foi observado, com base no diagnóstico realizado,
um potencial de atuação do setor privado no tratamento desses resíduos, cabendo ao poder
público estimular a participação dessas empresas e fiscalizá-las.
Considerando-se a geração estimada para os RCC no ano de 2010 (Tabela 7), verifica-se
que os maiores quantitativos são gerados nas regiões Metropolitana de Goiânia e Entorno do
Distrito Federal (56,63% do total de RCC), sendo, portanto, as regiões prioritárias para a
implantação de unidades de beneficiamento.
Tabela 7 – Geração estimada de resíduos da construção civil para as regiões do estado de Goiás, ano base 2010
Região Geração estimada de RCC (t/dia) Percentual por região (%)
Norte Goiano 351,98 4,48
Nordeste Goiano 161,47 2,05
Noroeste Goiano 159,89 2,03
Centro Goiano 817,08 10,40
Entorno do Distrito Federal 1.362,18 17,33
Oeste Goiano 386,84 4,92
Metropolitana de Goiânia 3.088,61 39,30
Sudeste Goiano 296,41 3,77
Sudoeste Goiano 719,78 9,16
Sul 515,53 6,56
TOTAL 7.859,77 100,00
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
27
A correta gestão dos RCC, considerando-se o aproveitamento dos mesmos, resulta na
produção de agregados reciclados com diferentes empregabilidades e reduz a possibilidade de
disposições irregular que demandam ações corretivas, normalmente onerosas e insuficientes.
No caso dos RSS, segundo estimativa realizada para o ano de 2010 (Tabela 8), as
regiões de maior geração destes resíduos são a Metropolitana de Goiânia e o Centro Goiano,
responsáveis por 61,5% do total gerado no estado. Estas regiões são, portanto, as prioritárias
para a implantação de unidades de tratamento.
Tabela 8 – Estimativa da geração de resíduos de serviços de saúde em estabelecimentos hospitalares no estado de Goiás, por região de planejamento
Região Geração de RSS hosp.
(kg/mês) Percentual de geração de RSS
hosp. por região (%)
Norte Goiano 96.954,90 5,1
Nordeste Goiano 39.125,70 2,1
Noroeste Goiano 44.079,60 2,3
Centro Goiano 230.508,00 12,1
Entorno do Distrito Federal 91.899,90 4,8
Oeste Goiano 96.106,50 5,1
Metropolitana de Goiânia 939.825,60 49,4
Sudeste Goiano 88.245,14 4,6
Sudoeste Goiano 157.817,10 8,3
Sul Goiano 117.174,90 6,2
Estado de Goiás 1.901.737,34 100
Fonte: NURSOL/UFG, 2015.
A implantação de novas unidades de tratamento resulta na livre concorrência entre as
empresas, o que, espera-se, reduz o custo para o gerador motivando-o a destinar de forma
adequada seus resíduos e contribuindo para um cenário mais favorável no futuro.
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS (ABRELPE). Panorama dos resíduos sólidos no Brasil - 2013. Disponível em: <http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2013.pdf>. Acesso em: 03 nov. 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS (ABRELPE). Panorama dos resíduos sólidos no Brasil - 2014. Disponível em: <http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2014.pdf>. Acesso em: 03 nov. 2015.