Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

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Marketing Estratégico Docente: Prof. Carlos Picado Realizado por: Ana Paula Oliveira, n.º 6220 Danny Almeida, n.º 6069 João Arruda, n.º 6095 Maria do Rosário Santiago, n.º 6066 310509 Museu de Aveiro

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Trabalho realizado no ambito da disciplina de Marketing Estrategico

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Page 1: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

 

Marketing  Estratégico  

Docente:    

Prof.  Carlos  Picado  

Realizado  por:  

Ana  Paula  Oliveira,  n.º  6220  

Danny  Almeida,  n.º  6069  

João  Arruda,  n.º  6095  

Maria  do  Rosário  Santiago,  n.º  6066  

 

31-­‐05-­‐09  

Museu  de  Aveiro  

Page 2: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

Conteúdo  Sumário  Executivo.........................................................................................................................4  

1.  Análise .......................................................................................................................................5  

1.1.  Ambiente  Externo ..............................................................................................................5  

1.1.1.  Breves  considerações  sobre  o  estado  da  cultura  em  Portugal....................................5  

1.1.2.  O  distrito  e  concelho  de  Aveiro...................................................................................8  

1.1.3.  Indicadores  Macroeconómicos ...................................................................................8  

1.2.  Sector ...............................................................................................................................10  

1.2.1.  Matriz  SWOT  do  sector  dos  museus .........................................................................10  

1.2.2.  Modelo  das  5  Forças  de  Porter .................................................................................11  

1.3.  Clientes.............................................................................................................................13  

1.4.  Concorrência ....................................................................................................................16  

1.4.1.  Museu  Marítimo  de  Ílhavo ........................................................................................16  

1.4.2.  Museu  da  Cidade  de  Aveiro ......................................................................................19  

1.5.  Análise  Interna .................................................................................................................24  

1.5.1.  Breve  história  do  museu ...........................................................................................24  

1.5.2.  Colecções...................................................................................................................24  

1.5.3.  Recursos  físicos .........................................................................................................24  

1.5.4.  Recursos  Humanos....................................................................................................25  

1.5.5.  Recursos  Financeiros.................................................................................................25  

1.5.6.  Recursos  de  Marketing..............................................................................................25  

1.5.7.  Horário ......................................................................................................................25  

1.5.8.  Ingresso .....................................................................................................................25  

2.  Missão,  Objectivos  de  Marketing  e  STP ..................................................................................27  

2.1.  Missão ..............................................................................................................................27  

2.2.  Objectivos  de  Marketing ..................................................................................................27  

2.3.  Segmentação....................................................................................................................27  

2.4.  Targeting ..........................................................................................................................28  

2.5.  Posicionamento................................................................................................................28  

3.  Estratégia  de  Marketing ..........................................................................................................30  

3.1.  Política  de  Produto...........................................................................................................30  

3.1.1.  Inovação ....................................................................................................................30  

Page 3: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

3.1.2.  Atributos  do  serviço ..................................................................................................30  

3.1.3.  Marca ........................................................................................................................31  

3.2.  Politica  de  Preço...............................................................................................................32  

3.3.  Politica  de  Distribuição.....................................................................................................33  

3.3.1.  Política  de  Pessoas ....................................................................................................33  

3.3.2.  Politica  de  Espaço......................................................................................................33  

3.3.3.  Processos...................................................................................................................34  

3.4.  Politica  de  comunicação...................................................................................................35  

3.4.1.  Orçamento  para  a  comunicação ...............................................................................35  

3.4.2.  Canais  de  comunicação  escolhidos ...........................................................................35  

Conclusão ....................................................................................................................................38  

Bibliografia ..................................................................................................................................39  

Anexos.........................................................................................................................................41  

 

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Sumário  Executivo    

A  estratégia  de  ontem  foi  o  que  nos  possibilitou  sobreviver  até  agora,  mas  uma  nova  estratégia  

deve  ser  criada  se  quisermos  garantir  a  nossa  sobrevivência  no  futuro.  

(Paul  Levesque)  

 

O  Museu  de  Aveiro,  ou  Museu  de  Santa  Joana  Princesa,  é  a  Instituição  que  originou  o  presente  plano  estratégico  de  marketing.  

Este  foi  fundado  em  1911,  sendo  actualmente  tutelado  pelo  Instituto  Português  dos  Museus,  e  

localiza-­‐se  no  centro  da  cidade  de  Aveiro.  

Na  estratégia  que  projectámos  para  o  Museu,  considerámos  que  o  objecto  fundamental  da  sua  missão  como  Instituição  é  o  de  satisfazer  as  necessidades  de  lazer  e  cultura  dos  seus  visitantes.    

No   entanto,   e   num  meio   instável   como   o   que   vivemos   actualmente,   é   necessário   repensar  alguns   aspectos,   cujas   repercussões   se   irão   traduzir   nos   objectivos   traçados   neste   plano,  

resultando  assim  num  esforço  para  diminuir   a   elevada  dependência  que  o  Museu  de  Aveiro  tem,   quer   em   relação   ao   Instituto   dos   Museus   e   da   Conservação,   quer   em   relação   aos  Mecenas.  O  estímulo  de  determinados  segmentos-­‐alvo  é  outro  dos  aspectos  reflectidos  neste  

plano.  

Segundo  os   objectivos   que   traçámos,   iremos   realçar   na   nossa   estratégia,   os   segmentos-­‐alvo  das   escolas   e   dos   jovens   adultos   (15/25   anos   e   cartão-­‐jovem),   dado   que   o   segmento   dos  jovens  não  tem  aderido  até  agora  de  modo  significativo,  embora  tenha  um  forte  potencial.  

Consideraremos   como   principais   concorrentes   o   Museu   Marítimo   de   Ílhavo   e   o   Museu   da  

Cidade,   dada   a   sua   proximidade   geográfica   do   Museu   de   Aveiro.   No   que   concerne   ao  posicionamento,  este  será  diferenciado,  de  acordo  com  os  segmentos  abordados.  

Definimos  a  nossa  estratégia  com  base  no  Marketing-­‐Mix,  abordando  todas  as  suas  variáveis.  

Esperamos  que  este  plano  seja  a  génese  de  um  período  próspero  para  o  Museu  de  Aveiro,  e  que   os   objectivos   delineados   se   tornem   uma   realidade,   isto   é,   que   possamos   constatar  

melhorias  ao  nível  da  adesão  do  público  mais  jovem,  e  que  o  Museu  conquiste  um  pouco  mais  de  autonomia  

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1.  Análise  

1.1.  Ambiente  Externo    

1.1.1.  Breves  considerações  sobre  o  estado  da  cultura  em  Portugal  “A  Cultura  é  um  elemento  indispensável  para  o  desenvolvimento  das  capacidades  intelectuais  e  para   a   qualidade   de   vida,   factor   de   cidadania   e   instrumento   fulcral   para   a   compreensão   e  conhecimento   crítico   da   realidade”   (Portal   da   Cultura,   2009).   Por   este   motivo,   os   estados  

devem   fomentar   as   actividades   culturais,   ajudando   assim   a   elevar   o   nível   geral   de  desenvolvimento  intelectual  dos  seus  cidadãos.  

Em  Portugal,  ”  o  Ministério  da  Cultura  (MC)  é  o  departamento  governamental  ao  qual  compete  prosseguir  uma  política  global  e  coordenada  na  área  da  cultura  e  domínios  relacionados  (…)  É  

seu   dever   melhorar   as   condições   de   acesso   dos   cidadãos   à   Cultura   e,   ao   mesmo   tempo,  defender   e   salvaguardar   o   património   cultural,   incentivando   novas   modalidades   do   seu  conhecimento  e  fruição”  (Portal  da  Cultura,  2009).  

Em  termos  estratégicos,  o  MC  prossegue  as   linhas  orientadoras   traçadas  pelos  governos  nos  

seus  planos  de  governação,  bem  como  as  Grandes  opções  do  plano,  que  são  traçadas  a  cada  ano.  

No  plano  de  governo  realizado  em  2005  pelo  Partido  Socialista  (partido  que  venceu  as  eleições  

legislativas  nesse  mesmo  ano),   foram  traçados  as  seguintes  três   finalidades  essenciais  para  a  área  da  cultura:  

“  A  primeira  é  retirar  o  sector  da  cultura  da  asfixia  financeira  em  que  três  anos  de  governação  à   direita   o   colocaram.   A   segunda   é   retomar   o   impulso   político   para   o   desenvolvimento   do  

tecido   cultural   português.   A   terceira   é   conseguir   um   equilíbrio   dinâmico   entre   a   defesa   e  valorização  do  património  cultural,  o  apoio  à  criação  artística,  a  estruturação  do  território  com  equipamentos  e  redes  culturais,  a  aposta  na  educação  artística  e  na  formação  dos  públicos  e  a  

promoção   internacional   da   cultura   portuguesa”   (Programa   do   XVII   Governo   Constitucional,  2005).  

O  mesmo  plano  previa  também  que  a  médio  prazo,  a  cultura  representasse  1%  do  Orçamento  de   estado   (OE).   Porém,   não   só   esta   meta   não   se   cumpriu,   como   parece   cada   vez   mais  

longínqua,  como  podemos  ver  na  tabela  seguinte:  

 

Tabela  1  -­‐  Despesa  total  consolidada  do  MC  em  Milhões  de  €  (fonte:  Orçamentos  de  Estado  de  2005,  2006,  2007,  2008  e  2009)  

  2005   2006   2007   2008   2009  

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Total   285.1   260.6   236.8   245.5   212  %  do  OE   0.6   0.5   0.4   0.4   0.3      

Como   podemos   verificar   existe   uma   tendência   de   decréscimo   dos   valores   atribuídos   ao  

Ministério  da  Cultura,  quer  seja  em  nível  absoluto,  quer  em  relativo,  sendo  2009  o  ano  em  que  as  verbas  são  menores.  

Nos   anos   de   2003   e   2004   a   despesa   total   consolidada,   ainda   com   o   Governo   anterior  (coligação   dos   partidos   PSD   E   CDS-­‐PP),   foi   de   255.2M€   e   273.4M€   respectivamente  

(Orçamentos  de  Estado  de  2003  e  2004).   Isto  significa  que  o  governo  não  conseguiu  atingir  a  meta  a  que  se  propôs  em  2005  no  plano  de  governo.  

Apesar   desta   tendência   negativa,   nas  Grandes  Opções   do   Plano   de   2009   o   governo   assume  que  “a  valorização  da  cultura  é  um  elemento  estruturante  do  programa  de  governo”  (Grandes  

Opções   do   Plano,   2009).   O   que   dá   a   entender   que   apesar   do   corte   efectuado   a   cultura  continua  a  ser  importante  para  o  governo.    

Prova   disso   têm   sido   as   várias   obras   de   salvaguarda   e   valorização   do   património   das   quais  beneficiaram   (e   nalguns   casos   ainda   beneficiam)   os  museus   de   Aveiro   e   de   Évora,   o  museu  

Alberto  Sampaio,  o  museu  de  Lamego,  entre  outros.  Estas  obras  têm  recebido,  para  além  de  fundos   nacionais,   fundos   do   QREN.   De   acordo   com   dados   do   Instituto   dos   Museus   e   da  Conservação,   os   projectos   PIDDAC   2009   para   a   realização   das   obras   receberão   6M€   de  

financiamento  nacional  e  3.63M€  de  financiamento  comunitário  (Plano  de  Actividades  do  IMC,  2009).  

Há  que  referir  também  no  que  toca  aos  museus  que  tem  vindo  a  ser  desenvolvido  um  esforço  

para  que  estes  acompanhem  a  era  digital,  tanto  pela  criação  de  sites  dos  museus,  como  pela  digitalização   do   conteúdo   dos   mesmos,   já   disponível   nos   sites   www.matrizpix.imc-­‐ip.pt   e  www.matriznet.imc-­‐ip.pt.  

A  entidade  responsável  pelos  museus  em  Portugal  é  o  Instituto  dos  Museus  e  da  conservação  

(IMC),   um   organismo   dependente   do   ministério   da   cultura.   O   IMC   “   (…)   tem   por   missão  desenvolver  e  executar  a  política  cultural  nacional  nos  domínios  dos  museus  e  da  conservação  e   do   restauro,   bem   como   do   património   cultural   móvel   e   do   património   imaterial,  

designadamente   através   do   respectivo   estudo,   preservação,   conservação,   valorização   e  divulgação,  da  qualificação  dos  museus  portugueses,  da  gestão  das   instituições  museológicas  dependentes   do   Ministério   da   Cultura,   do   reforço   da   Rede   Portuguesa   de   Museus   e   da  

definição  e  difusão  de  normativos  para  estes  sectores”  (Orgânica  e  Estatutos  do  IMC  ,  2009).  

Na  tabela  seguinte  demonstramos  como  tem  evoluído  os  orçamentos  do  IMC:  

 

Tabela  2  -­‐  Financiamento  do  IMC  em  Milhões  de  €  (fonte:  Orçamentos  de  Estado  de  2006,  2007,  2008  e  2009)  

Ano   Orçamento  de  estado  

Financiamento  UE  

Receitas  próprias  

Outras  fontes  

Total   Variação  Homologa  

%  

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2006   14.2   7.8   4.7   0   26.7   -­‐  2007   10.3   5.7   4.6   0.2   20.8   -­‐22  2008   14.3   14.3   6.3   0   34.9   68  2009   9.5   4.4   6.6   0   20.5   -­‐41    

Podemos  verificar  que  os  orçamentos  anuais  não  seguem  nenhuma  tendência,  sendo  bastante  

voláteis.  É  de  notar  que  em  2008,  o  orçamento  foi  substancialmente  superior  aos  outros  anos,  isto  deveu-­‐se  principalmente  a  um  maior  apoio  comunitário  dado  às  obras  de  conservação  e  restauração  efectuadas  em  muitos  museus.  

Muitas   vozes  de  especialistas  no   sector   se   têm   levantado   contra   a   actuação  do   governo  em  

relação   à   cultura.   Num   encontro   de   especialistas   culturais   da   vertente   museológica   em  Dezembro   de   2007,   era   consensual   que   o   governo   tinha   uma   “   (…)   política   cultural  fragmentada  na  sua  acção,  mais  virada  para  acções  pontuais  sem  procurar  uma  planificação  a  

médio  e  longo  prazo,  e  que  muito  concretamente  nos  remete  para  a  ausência  evidente  de  uma  política   museológica.   A   este   propósito,   saliente-­‐se   a   crítica   a   uma   política   do   governo,  

actualmente  mais  virada  para  a  realização  de  “eventos”,  com  maior  preocupação  no  imediato  e  no  efémero”  (Debate  sobre  a  crise  nos  museus  portugueses,  2007).  Mais  recentemente,  em  Abril  de  2009,  várias  personalidades   ligadas  à  cultura  preparam-­‐se  para   lançar  um  manifesto  

pela  cultura.  Segundo  um  dos  promotores  desta  iniciativa,  João  Mário  Grilo,  “a  cultura  tem  de  ser   olhada   como   valor   e   não   como   despesa,   e   reivindicar   um   lugar   digno   no   orçamento   de  Estado”  (Manifesto  pela  Cultura,  2009).  

Apesar  de  existirem  muitas   criticas   à   actuação  do   governo  actual,   tal   como  existiram  com  o  

governo   anterior,   é   preciso   que   se   compreenda   que   não   pode   ser   unicamente   o   estado   a  contribuir   para   a   cultura,   é   necessário   que   a   própria   sociedade   também   contribua   e   nessa  óptica  torna-­‐se  fundamental  entender  o  que  é  o  mecenato.  

Existem   vários   tipos   de  mecenato,   porém  neste   trabalho   quando  nos   referimos   a  mecenato  

estamos  a  referirmo-­‐nos  a  mecenato  cultural.  Este  consiste  no  apoio  financeiro  ou  em  espécie  dado  às  artes  e  à  cultura  em  geral  feito  por  pessoas  singulares  ou  colectivas.  Em  compensação  por   esses   apoios   os   mecenas   recebem   benefícios   fiscais.   De   acordo   com   a   lei   em   vigor  

(Decreto-­‐Lei   n.º   108/2008,   de   26   de   Junho),   relativa   aos   benefícios   fiscais   do  mecenato,   as  pessoas   colectivas   podem   considerar   como   custos   ou  perdas   do   exercício   os   donativos   num  valor  correspondente  a  120%  ou  130%1,  até  um  limite  de  6/1000  do  volume  de  vendas  ou  dos  

serviços   prestados.   Os   donativos   em   dinheiro   atribuídos   pelas   pessoas   singulares   são  dedutíveis  à  colecta  do  IRS  até  um  valor  correspondente  a  25%  das  importâncias  atribuídas.    

É  também  importante  perceber  que  mesmo  a  nível  nacional  existem  muitas  diferenças  no  que  toca   à   cultura.   Uma   família   Lisboeta,   por   exemplo,   gasta   em   média   cerca   de   1405€   em  actividades  de  Lazer,  Distracção  e  Cultura,  já  uma  família  Alentejana  gasta  621€,  sendo  que  a  

média   a   nível   nacional   é   de   997€.   Essas   mesmas   despesas   médias   também   variam   muito  

                                                                                                                         1  130%,  quando  atribuídos  ao  abrigo  de  contratos  plurianuais  celebrados  para  fins  específicos  que  fixem  os  objectivos  a  prosseguir  pelas  entidades  beneficiárias  e  os  montantes  a  atribuir  pelos  sujeitos  passivos  

Page 8: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

consoante   a   tipologia   das   áreas   urbanas.   Nas   zonas   predominantemente   urbanas,   o   gasto  

médio  é  de  1179€,  enquanto  que  nas  zonas  predominantemente  rurais  é  de  418€.  Estas  disparidades  no   gasto  médio  em  actividades  de   Lazer,  Distracção  e  Cultura  podem   ser  explicadas   pelos   diferentes   níveis   de   rendimentos   das   diferentes   zonas,   sendo   que   as   zonas  

com   um   maior   rendimento   médio   per   capita,   as   pessoas   tendem   a   gastar   mais   nestas  actividades.  Outra  explicação  prende-­‐se  com  a  quantidade  de  locais  destinados  a  este  tipo  de  actividades  por   zona.   É  de  esperar  que,  por  exemplo,  numa  aldeia  de  Trás-­‐os-­‐Montes  exista  

menos  actividades  do  que  no  Porto  (INE,  2009).  

 

1.1.2.  O  distrito  e  concelho  de  Aveiro  O   distrito   de   Aveiro   pertencente   à   província   tradicional   da   Beira   Litoral,   salvo   os   concelhos  mais   a   norte   que   pertencem   ao  Douro   Litoral,   tem   2808   km²   de   área   e   752   867   habitantes  

(2006).   Ao   nível   do   concelho,   Aveiro   tem   73335   habitantes   dos   quais   35219   são   homens   e  38116  mulheres.  De  1991  a  2001,   a  população  do   concelho  de  Aveiro   cresceu  10.4%,   sendo  este   crescimento   justificado  pelos  presidentes  das   juntas  de   freguesia  pelo  desenvolvimento  

de  novas  áreas  habitacionais.  A  população  residente  no  concelho  de  Aveiro,  com  idades  compreendidas  entre  os  0  e  14  anos  e   entre   os   15   e   24   anos   diminuiu   11,6%,   e   3,9%,   respectivamente.   Enquanto   em   1991   a  

população   do   grupo   etário   dos   0   aos   14   correspondia   a   20,3%  da   população,   em  2001   essa  faixa  etária  corresponde  a  16,3%  da  população   total   residente.  No  que   respeita  à  população  

residente  entre  os  15  e  os  24  anos  de  idade,  em  1991,  esse  grupo  etário  correspondia  a  16,5%  da  população   total,   enquanto   em  2001   a   percentagem  dessa   faixa   etária   sobre   a   população  total   diminui,   correspondendo   a   apenas   14,4%.   Estes   dados   indicam-­‐nos   que   a   população  

Aveirense,   tal   como   acontece   na   maior   parte   dos   concelhos,   está   a   ficar   cada   vez   mais  envelhecida.  

Em  termos  do  nível  educacional,  o  concelho  de  Aveiro  apresenta  em  2001  uma  situação  mais  favorável   do   que   a   Região   Centro   e   o   Continente:   42,8%   da   população   com   escolaridade  

inferior   ou   igual   ao   1º   Ciclo   do   Ensino   Básico   e   16,3%   da   população   com   cursos  médios   ou  superiores.  Em  2001,  Portugal  tinha  49,3%  da  população  sem  habilitações  escolares  ou  apenas  com   o   1º   Ciclo   e   a   Região   Centro   54%.  Quanto   ao   peso   da   população   com   curso  médio   ou  

superior,  Portugal  tinha  11,3%  e  a  Região  Centro  10,1%.  (INE,  2002)  

 

1.1.3.  Indicadores  Macroeconómicos  O   ano   de   2009   está   profundamente   afectado   por   uma   crise   económica   à   escala   global,  

resultante   de   vários   factores   tais   como   a   crise   do  mercado   imobiliário   nos   EUA   (subprime),  grandes   escândalos   financeiros,   o   forte   nível   de   endividamento   das   economias   ocidentais,  entre   outros.   Todos   estes   factores   geraram   ainda   outra   crise   nos   mercados,   uma   crise   de  

confiança  e  como  consequência,  os  empresários  desinvestem  e  as  famílias  retraem  o  consumo.    

Neste  cenário,  a  economia  portuguesa,  sendo  totalmente  aberta  ao  exterior,  tem  enfrentado  muitas  dificuldades.  As  estimativas  do  Produto   Interno  Bruto   (PIB),   apresentadas  abaixo,   são  disso  um  reflexo.  

Page 9: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

 

Tabela  3  -­‐  Taxa  de  variação  homóloga  do  PIB  (Fonte:  INE)  

Período  de  referência  dos  dados   PIB  –  Taxa  de  variação  homóloga  %  4º  Trimestre  de  2007   2  1º  Trimestre  de  2008   0.8  2º  Trimestre  de  2008   0.6  3º  Trimestre  de  2008   0.4  4º  Trimestre  de  2008   -­‐1.8    

A  taxa  de  desemprego  também  tem  evoluído  negativamente  nos  últimos  tempos  fruto  da  crise  internacional.  A  situação  é  pior  na  faixa  etária  dos  15  aos  24  anos,  onde  a  taxa  de  desemprego  

é  de  18%  (4º  trimestre  de  2008).  Na  tabela  seguinte  podemos  verificar  a  evolução  da  taxa  de  desemprego  ao  longo  dos  últimos  trimestres:  

 

Tabela  4  -­‐  Taxa  de  desemprego  (Fonte:  INE)  

Período  de  referência  dos  dados   Taxa  de  desemprego  em  %  4º  Trimestre  de  2007   7.8  1º  Trimestre  de  2008   7.6  2º  Trimestre  de  2008   7.3  3º  Trimestre  de  2008   7.7  4º  Trimestre  de  2008   7.8    

A   retracção   do   consumo   fez   com  que   as   empresas   tendessem   a   não   aumentar   o   preço   dos  bens.   Isto,   aliado   à   diminuição   do   preço   do   petróleo   fizeram   com   que   Índice   de   preços   no  consumidor  (IPC)  iniciasse  um  ciclo  de  decrescimento,  estando  já  muito  próximo  do  0  (Janeiro  

e  Fevereiro  de  2009)  e  portanto,  perto  dum  cenário  de  deflação.  Na  tabela  seguinte  podemos  ver  a  evolução  do  IPC:  

 

Tabela  5  -­‐  Taxa  de  variação  Homologa  do  IPC  (Fonte:  INE)  

Período  de  referência  dos  dados   IPC  –  Taxa  de  variação  homóloga  %  Outubro  2008   2.3  Novembro  2008   1.4  Dezembro  2008   0.8  Janeiro  2009   0.2  Fevereiro  2009   0.2    

Com  um  menor   rendimento  as  pessoas   sentem-­‐se   inseguras  e   tendem  a  deixar  de  consumir  bens  e  serviços  não  essenciais.  Como  a  Cultura  não  é  algo  essencial,  pensamos  que  pode  sofrer  

bastante   com   esta   crise.  

Page 10: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

1.2.  Sector    

De  seguida  passaremos  à  apresentação  da  análise  SWOT.  Enumerámos  os  pontos  fortes  e  os  

pontos  fracos  (factores  internos  que  podem  ser  controlados  pelo  museu)  e  as  oportunidades  e  ameaças  do  sector  (factores  externos  ao  museu  que  não  podem  ser  evitados  mas  cujo  impacto  pode   ser   atenuado/aproveitado   através   de   um   bom   planeamento)   relativos   ao   sector  

museológico.   Para   sustentar   os   pontos   escolhidos  baseámo-­‐nos   em  dados  do   I.N.E.,   notícias  online  e  numa  entrevista  feita  à  Dr.ª  Simonetta  Luz  Afonso  pelo  Jornal  de  Negócios  (Jornal  de  Negócios  -­‐  Suplemento  Weekend,  2009)  

1.2.1.  Matriz  SWOT  do  sector  dos  museus  

Pontos  Fortes:  • Aumento  das  visitas,  principalmente  nos  últimos  3  anos;  • Possibilidade  de  utilização  das  novas  tecnologias  dentro  dos  museus  para  promover  a  

democratização  do  acesso  à  cultura  criando  um  ambiente  interactivo  que  poderá  ser  

alterado   com   o   intuito   de   promover   a   volta   ao   museu,   contrariando   o   ambiente  estático  que  existia  no  passado;  

• O   impulso   dado   pela   presença   virtual   de   muitos   museus   (como   em  

www.matrizpix.imc-­‐ip.pt  e  www.matriznet.imc-­‐ip.pt);  • Realização  de  eventos  “extra-­‐museu”  como  exposições,  concertos,  etc.  

• Recurso  a  lojas  dentro  dos  museus  para  obter  receitas  extra.  

 

Pontos  Fracos:  • O   facto   de   em  muitos   casos   ainda   se   ter   que  pagar   para   entrar   nos  museus   o   que,  

tendo   em   conta   a   situação   económica   do   país,   impossibilita   que   muitas   pessoas  acedam  aos  mesmos;  

• Instabilidade   política   que   se   traduz   em   constantes   alterações   nas   políticas   de  

financiamento  dos  museus;  • Elevada  sazonalidade;  • Os   jovens   normalmente   só   visitam   os   museus   quando   essas   visitas   são   feitas   no  

âmbito  escolar;  • A  ausência  de  uma  promoção  dos  museus  frequente,  sustentada  e  contínua;  •  O   estrangulamento   que   alguns   mecenas   fazem   à   gestão   dos   museus,   sendo   os  

primeiros  a  decidir  em  que  aspectos  as  empresas   irão   investir   tornando  o  mecenato  numa  forma  de  publicidade  para  a  imprensa  e  não  um  investimento  para  as  empresas  em  forma  de  responsabilidade  social;  

 

Page 11: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

Oportunidades:  • Desenvolvimento  constante  da  tecnologia  que  poderá  proporcionar  mais  e  melhores  

experiências  a  médio/longo  prazo;  

• Diminuir  a  sazonalidade  das  visitas;  • Tornar   os   museus   em   espaços   cada   vez   mais   orgânicos   e   interactivos   para   que   se  

possam  criar  pontes  mais  fortes  com  as  escolas  de  modo  a  que  estas  incluam  as  visitas  

regulares  aos  museus  como  parte  fundamental  da  educação  dos  jovens;  • Criação   de   uma   ponte   cada   vez  mais   forte   entre   o   sector   da   cultura   e   o   sector   do  

turismo  trabalhando  na  programação  conjunta  entre  os  dois;  

• Promover  os  museus  de  forma  permanente,  sustentada  e  contínua.  

 

Ameaças  • Existem  cada  vez  mais  ofertas  a  nível  de  turismo;  • Situação   económica   do   pais   que,   prolongando-­‐se   impedirá   muitas   pessoas   de   ter  

acesso  aos  museus  pagos;  

• A   diminuição   na   taxa   de   natalidade   que   se   tem   vindo   a   verificar   nos   últimos   anos  (excepto  no  último)  

1.2.2.  Modelo  das  5  Forças  de  Porter  

Potencial  de  novas  entradas:  As  barreiras  à  entrada  de  autarquias  no  sector  dos  museus  são  relativamente  pequenas  pois  o  

produto  oferecido  não  é  exclusivo  já  que  existem  diversos  tipos  de  museus.  A  única  barreira  à  entrada   a   destacar   é   o   requisito   de   capital   necessário   pois   existe   a   necessidade  de   efectuar  avultados  investimentos  iniciais  para  entrar  no  negócio.    

Conclusão:  Média-­‐alta  

 

Pressão  de  produtos  substitutos:  Tendo  em   conta  que  o  museu  é  um  produto  de  natureza   cultural   podemos   classificar   como  

produtos   substitutos   aqueles   produtos   que   visem   satisfazer   a   mesma   necessidade.   Os  visitantes  dos  museus  têm  como  objectivo  satisfazer  uma  necessidade  de  desenvolvimento  a  nível   cultural,   necessidades   de   entretenimento,   descoberta   do   passado   ou   do   património  

nacional  ou  local.  A  pressão  por  parte  dos  produtos  substitutos  é  cada  vez  maior  quer  a  nível  de  galerias  de  arte,  palácios,   entre  outros.   Para  além  disso  podemos  ainda   considerar   como  produtos  substitutos  a  oferta  a  nível  do  entretenimento  tal  como  o  cinema,  concertos,  etc.  

Conclusão:  Alta  

 

Page 12: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

Poder  negocial  dos  fornecedores:  No  caso  dos  museus  podem  considerar-­‐se  como  fornecedores  os  mecenas  e  o  Estado.  Na  sua  generalidade,  os  museus  estão  muito  dependentes  de  fundos  provenientes  destes  e  não  têm  

grandes  hipóteses  de  os  influenciar.    

Conclusão:  Alto  

 

Rivalidade  entre  concorrentes  actuais  Baixa   rivalidade   entre   os   concorrentes.   O   crescimento   do   mercado   é   alto.   Diversidade   dos  concorrentes  é  média-­‐baixa.  O  nível  de  publicidade  dos  correntes  é  baixo.  

Conclusão:  Baixo  

 

Poder  negocial  dos  clientes  O   poder   negocial   dos   clientes   reside   no   facto   da   oferta   dos   museus   ser   relativamente  indiferenciada  pois  pode  ser  encontrada  noutros  museus  que  abordem  assuntos  semelhantes.  A   excepção   à   regra   reside   nos   museus   com   uma   oferta   muito   exclusiva   que   não   pode   ser  

encontrada   noutros   museus   (Museu   do   Louvre   por   exemplo),   no   entanto   esses   museus  acabam  por  ser  geridos  de  forma  a  que  a  comunidade  em  geral  possa  tomar  contacto  com  as  exposições.  

Os  clientes  podem  ter  também  acesso  a  informação  relativa  aos  museus  que  se  encontram  à  

sua  disposição,  podendo  escolher  antecipadamente  aqueles  que  se  adaptam  melhor  aos  seus  gostos  

Conclusão:  Médio-­‐baixo  

 

Atractividade  do  sector:  média-­‐baixa  

 

Page 13: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

1.3.  Clientes    

O  Museu  de  Aveiro,  ou  Museu  de  Santa  Joana  Princesa,  como  muitas  vezes  é  referido,  é  um  museu   privilegiado   em   termos   de   localização   geográfica,   e   é   servido   por   uma   rede   de  

transportes  suficientemente  abrangente.  

Os   clientes   que   procuram   o   Museu   de   Aveiro,   esperam   que   a   visita   que   realizam   lhes  satisfaçam  as  suas  necessidades  de  conhecimento,  estimulando  a  sua  criatividade  e  cultura  em  geral.  

Os  segmentos-­‐alvo  do  museu  são  diversos  incluindo  os  jovens,  os  jovens  adultos,  as  escolas,  os  

seniores,  os  adultos  e  os  turistas  

De   um  modo   geral,   o   número   de   visitantes   do  museu,  tem   evoluído   favoravelmente   ao   longo   dos   últimos   3  anos,   verificando-­‐se  um  pequeno  decréscimo  em  2008,  

conforme  o  gráfico  ao  lado  demonstra.    

No  primeiro  trimestre  deste  ano,  foram  registadas  cerca  de  3821  visitas,  no  entanto,  dentro  das  modalidades  de  visitantes   que   considerámos   na   nossa   análise,   são   de  

salientar   os   que   têm   idade   superior   a   65   anos  (portugueses),   e   os   jovens   (portugueses),   em   idade  escolar.  Um  dos  segmentos-­‐alvo  do  museu  de  Aveiro,  os  

turistas,   têm   de   um   modo   geral,   um   poder   de   compra   que   lhes   permite   este   tipo   de  investimento  na  cultura  pessoal,  enquanto  que  os  estudantes  beneficiam  de  preços  especiais.  No   entanto,   deve-­‐se   referir   que   devido   a   obras   que   estão   a   ser   realizadas   no   museu,   as  

entradas  para  o  mesmo  são  temporariamente  gratuitas.    

Numa  iniciativa  dirigida  ao  segmento-­‐alvo  das  escolas,  e  numa  faixa  etária  específica  dos  8  aos  13  anos,  surgiu  o  projecto  Museave,  que  resultou  de  uma  candidatura  do  consórcio  fundado  pelo   Museu   de   Aveiro   (entidade   gestora),   e   os   Municípios   de   Aveiro,   Vagos   e   Oliveira   do  

Bairro,  tendo  por  objectivo  a  disponibilização  de  uma  aplicação  digital  capaz  de  transmitir,  de  forma   interactiva,  os  conteúdos   relacionados  com  a  história  que  envolve  o  Museu  de  Aveiro  (www.eraumavezemaveiro.com).   Sem   dúvida   que   este   tipo   de   iniciativa,   é   crucial   para   a  

sobrevivência  do  Museu,  e  deve  estender-­‐se  a  outros  segmentos,  actuais  e  potenciais,  numa  perspectiva  inovadora  e  interactiva  com  o  público-­‐alvo.    

Segundo  os  gráficos  2  e  3,  que  assim  como  os  restantes,   foram  realizados  tendo  por  base  os  dados   recolhidos   do   Instituto   Português   dos   Museus,   podemos   constatar   que   os   meses  

compreendidos  entre  Maio  e  Setembro,  são  aqueles  que  mais  visitantes  trazem  ao  Museu  e  os  visitantes  são  maioritariamente,  de  nacionalidade  portuguesa.  

0  10000  20000  30000  40000  50000  60000  

2006   2007   2008  

Visitantes  

Gráfico  1-­‐  Evolução  do  nº  de  visitantes  (Fonte:  IMC,  quadros  específicos  de  2006,  2007  e  2008)  

Page 14: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

 

 

 

Ao  analisarmos  o  gráfico  4,  podemos  também  constatar  que  a  percentagem  de  visitantes  aos  

Domingos   e   Feriados,   tem   vindo   a   diminuir   entre   2006   e   2008,   de   14   %   a   8   %,  

respectivamente.   Existem   outras   modalidades   de   visitantes   que   também   verificam   uma  

evolução   negativa,   mas   tal   situação   poderá   estar   relacionada   com   o   facto   dos   visitantes  

classificados   nas   mesmas,   terem   sido   “transferidos”   para   a   modalidade   que   denominamos  

“outros”.   Isto   é,   a  modalidade   “outros”   que   ainda   é   bastante   abrangente   (passes   de   2   dias,  

passes  de  5  dias,  bilhete  de  família,  bilhete  conjunto,  livre,  entre  outras)  tem  demonstrado  um  

crescimento  favorável,  representando,  em  2006  27%  das  visitas  totais,  47%  em  2007  e  51%  em  

2008.  

 

2006 (%)

2007 (%)

2008 (%)

Nacionais 66,4133 79,806 79,078 Estrangeiros 33,5867 20,194 20,922 100 100 100

0  

10000  

Janeiro   Fevereiro   Março   Abril   Maio   Junho   Julho   Agosto   Setembro   Outubro   Novembro  Dezembro  

2006   2007   2008   2009  

0  

20  

40  

60  

80  

2006   2007   2008  

Nacionais  

Estrangeiros  

Gráfico  2  -­‐  Evolução  do  nº  de  Visitas  mensais  entre  2006  e  2009  (Fonte:  IMC,  quadros  específicos  de  2006,  2007  e  2008)  

 

Gráfico  3  -­‐  Visitantes  nacionais  e  estrangeiros  em  %  (Fonte:  IMC,  quadros  específicos  de  2006,  2007  e  2008)  

Page 15: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

0  

10  

20  

30  

40  

50  

60  

2006   2007   2008  

Adultos  

Jovens  <14  anos  

Jovens  Adultos  15/25  anos  Cartão-­‐jovem  

Sénior  (>65  anos)  

Professores  

Domingos/Feriados  

Escolas  

Outros  

Gráfico  4  -­‐  Evolução  do  nº  de  visitantes  entre  2006  e  2008  por  modalidades  (Fonte:  IMC,  quadros  específicos  de  2006,  2007  e  2008)  

 

Page 16: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

1.4.  Concorrência    

A   análise   da   concorrência   deve   ser   feita   adoptando   uma   postura   prospectiva,   pelo   que   é  

importante   identificar  os  concorrentes  ainda  pouco  conhecidos  e  calcular  o  seu  potencial  de  crescimento.  

Deste  modo  é  necessário   identificar  quais  os  potenciais  museus  que  poderão  ser   substitutos  do  Museu  de  Aveiro.  

Cremos  que  os  concorrentes  são  definidos  pelos  gostos,  estilo  de  vida  e  classe  social  da  população.   No   entanto,   devido   à   falta   de   meios,   vamos   considerar   como   nossos  concorrentes  os  museus  que  se  encontram  mais  próximos  geograficamente  do  museu  de  Aveiro.  

Assim  para  esta  fase  serão  objecto  de  análise  os  seguintes  Museus:    

• Museu  Marítimo  de  Ílhavo  • Museu  da  Cidade  de  Aveiro  

   

De   seguida   será   apresentada   uma   análise   detalhada   de   cada   Museu   em   estudo,  nomeadamente   a   respeito   da   História,   dos   projectos   recentes   de   remodelação   e   ampliação  

assim  como   também  serão   focadas  as  exposições  patentes,   as   temáticas,   as   colecções  entre  outros  aspectos  importantes  a  ter  em  consideração.  

 

1.4.1.  Museu  Marítimo  de  Ílhavo  O   Museu   Marítimo   de   Ílhavo   nasceu   a   8   de   Agosto   de   1937,   começou   por   assumir   uma  vocação  etnográfica  e   regional.  É   testemunho  da   forte   ligação  dos   ílhavos  ao  mar  e  à  Ria  de  

Aveiro.  São  suas  referências  a  “faina  maior”  (a  pesca  do  bacalhau)  e  as  fainas  agro-­‐marítimas  da  Ria.  

A   cada   tema   corresponde   uma   exposição   permanente   oferecendo   a   quem   o   visita   a  possibilidade  de  reencontrar  ou  de  conhecer  inúmeros  vestígios  de  um  passado  ainda  recente.  

O  edifício  onde  hoje  habita  o  Museu  Marítimo  de   Ílhavo,   foi   inaugurado  a  21  de  Outubro  de  

2001  e  é  considerado  uma  obra  de  arte  pública  visto  ser  o  exemplo  de  arquitectura  moderna  em  que  um  dos  seus  principais  objectivos  é  o  de  permitir  que  cada  visitante  embarque  numa  verdadeira  aventura  dos  sentidos,  conhecimento  e  lazer  (Museu  Maritimo  de  Ilhavo,  2009).  

Page 17: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

Prémios    O   projecto   de   ampliação   e   remodelação   do   Museu   Marítimo   de   Ílhavo,   da   auditoria   do  

gabinete  de  arquitectura  ARX,   Lda.,   foi  um  elemento   impulsionador  da   renovação  do  museu  enquanto  instituição  museológica.  

Foi  distinguido  com  o  prémio  AICA/MC  2002,  da  Associação  Internacional  dos  críticos  de  Arte  do  Ministério   da   Cultura,   nomeado   para   o   prémio   SECIL   2002   e   ainda   com   um   prestigiado  

prémio  da  União  Europeia  para  a  Arquitectura  contemporânea  2003/  Mies  Van  Der  Rohe.  

Ainda   de   acordo   com   a   nota   de   imprensa   nº   22/2008   relativa   ao   Museu,   o   livro   Museu  Marítimo   de   Ílhavo   editado   em   2007   no   âmbito   das   comemorações   dos   setenta   anos   do  

Museu,   é   distinguido   com   o   prémio   “Melhor   Catálogo”   da   Associação   Portuguesa   de  Museologia  (APOM)  (Museu  Maritimo  de  Ilhavo,  2009).      

 

Colecções  O  MMI  alberga  uma  vasta  colecção  de  objectos  relacionados  com  a  pesca  à  linha  do  bacalhau  e  com  as  fainas  agro-­‐marítimas  da  Ria  de  Aveiro,  destacando-­‐se  as  artes  de  pesca  da  laguna.    

O  museu  é  constituído  por   três  grandes  colecções:  a   colecção  de  cultura  material   (relativa  à  pesca);  a  colecção  da  etnografia  da  Ria  de  Aveiro  e  a  colecção  de  Arte  destacando  a  Pintura  (a  

óleo  e  a  aguarela  de  meados  do  século  XX),  o  Desenho,  a  Escultura  (gesso  e  cerâmica),  as  artes  decorativas   e   em   especial   destaque   para   a   colecção   de   Malacologia   (maior   colecção   de  conchas  do  país).  (Museu  Maritimo  de  Ilhavo,  2009)  

 

Exposições  O  museu  possui  quatro  exposições  permanentes,   todas  de   temática  marítima,   fazendo  parte  

do  seu  património:  

• No   piso   inferior   –   A   Sala   da   Faina   Maior   /   Capitão   Francisco   Marques   –   somente  dedicada   ao   tema   da   pesca   do   bacalhau   à   linha   com   dóris.   Neste   piso   ainda   se  encontra  a  Sala  da  Ria  –  dedicada  às  fainas  agro-­‐marítimas  da  Ria  de  Aveiro.  

• No  piso  superior  –  A  Sala  dos  Mares  –  referente  à  memória  da  expansão  oceânica  dos  portugueses   e  dos   Ílhavos.  Nesta   sala   também  é  possível   observar  uma   colecção  de  instrumentos   náuticos   e   miniaturas   de   embarcações   de   tempos   antigos.   O   piso  

superior   é   constituído   ainda   pela   Sala   das   Conchas   (colecção   oferecida   por   Pierre  Delpeut,  nos  anos  sessenta)  (Museu  Maritimo  de  Ilhavo,  2009).  

 

Navio  Museu  Santo  André    Este   antigo   arrastão   bacalhoeiro   nasceu   na  Holanda   em   1948,   fruto   de   uma   encomenda   da  Empresa  de  Pesca  de  Aveiro.  

Page 18: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

Nos   anos   oitenta   surgiram   restrições   à   pesca   que   resultaram   na   redução   e   abate   da   frota,  

incluindo  o  Navio  Santo-­‐André.  

O  armador  do  navio,  António  do  Lago  Cerqueira  Lda.  e  a  Câmara  Municipal  de  Ílhavo  decidiram  em  mútuo  acordo  transformar  o  navio  velho  num  novo  museu.  

A  23  de  Agosto  de  2001  foi   inaugurado  e  convertido  em  museu  e  pretende  mostrar  como  se  vivia  e  trabalhava  a  bordo  dos  barcos  que  iam  ao  bacalhau  nos  mares  do  Oceano  Atlântico.  

Segundo   uma   nota   de   imprensa   salienta-­‐se   que   durante   os   seus   primeiros   anos   de   vida,  

ultrapassou  os  100  mil  visitantes  (Museu  Maritimo  de  Ilhavo,  2009).  

 

Serviço  Educativo  Este  tipo  de  serviço  pretende  oferecer  a  todas  as  escolas  básicas  e  secundárias  um  programa  

pedagógico   de   visitas   orientadas   ao   Museu   e   ao   Navio   Santo   André,   estando   este   último  inserido  também  no  programa  de  visitas  do  M.M.I.  

Trata-­‐se  portanto  de  uma  secção  especializada  com  vista  à  promoção  de  ateliês  temáticos  e  na  criação  de  interacções  entre  escolas  e  museus  (Museu  Maritimo  de  Ilhavo,  2009).  

 

Horário  do  Museu  Marítimo  de  Ílhavo  -­‐  Terça-­‐Feira  a  Sexta-­‐Feira  das  09h30  ao  12h30  e  das  14h30  às  18h00;  

-­‐  Sábados  e  Domingos  das  14h30  às  18h00.  

 

Ingresso  do  M.M.I  -­‐  Adulto  :                      2,50  

-­‐  Jovem  (6-­‐17):    1,25  

-­‐  Cartão-­‐Jovem:  1,25  

-­‐Sénior  (>  65)  :      1,25  

-­‐Família:  

(Casal  +2  filhos):6,00  

 

Web  O  Museu  Marítimo  de  Ílhavo  conta  com  uma  página  Web  inteiramente  dedicada  e  trabalhada  

a  pensar  nos  seus  visitantes  ou  potenciais  visitantes  assim  como  todo  o  público  em  geral.  

Page 19: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

Através   desta   página:   www.museumaritimo.cm-­‐ilhavo   é   possível   dar   a   conhecer   todo   um  

historial   rico   em   conhecimento,   cultura   e   actividades   sociais   desenvolvidas   a   pensar   nas  pessoas  de  todas  as  faixas  etárias.    

O  portal  do  Museu  fornece  também  informação  sobre  os  produtos  que  tem  na  sua  loja  virtual  disponíveis  para  vender  nomeadamente  livros,  catálogos,  postais  e  filmes  DVD  do  M.M.I,  assim  

como   também   fornece   informação   actualizada   sobre   notas   de   imprensa   e   artigos   de  investigação.    

 

Objectivos  Em  suma  os  objectivos   fulcrais   do  MMI   são  o  de   continuar   a  dignificar   a   importância   social,  económica   e   cultural   da   pesca   na   região;   assim   como   também   homenagear   os   heróis   (já  celebrados  ou  ainda  anónimos)  das  pescarias   longínquas,  do  bacalhau  e  das  fainas  marítimas  

dos  ilhavenses.    

 

A  considerar  ainda:  • Nota  de  Imprensa  nº1/2009  (Museu  Maritimo  de  Ilhavo,  2009)  

 

 –   Balanço   de   2008-­‐   o   Museu   encerrou   o   ano   de   2008   com   um   novo   recorde   histórico   de  

visitantes:   65   631   (cerca   de   30   000   referem-­‐se   às   visitas   ao   Navio   –   Museu   Santo   André);  performance   que   contrariamente   à   tendência   da   maioria   dos   museus   portugueses   vem  gratificar  a  estratégia  de  crescimento  sustentável  do  M.M.I.  

No   intuito   de   consolidar   o   projecto   museológico   e   de   qualificar   as   suas   práticas,   o   M.M.I  

concluiu   em   Dezembro   de   2008   o   seu   processo   de   candidatura   à   Rede   Portuguesa   de  Museus;  trata-­‐se  de  um  reforço  de  cooperação  com  outros  museus  portugueses  possibilitando  

assim  a  partilha  de  projectos  expositivos.  

-­‐   Em  2008  o  Museu   também   reconheceu  um  crescimento  das   suas   actividades  de  extensão,  uma  vez  que  a  sua  exposição  “Caixa  da  Memória”  foi  acolhida  em  cinco  localidades  do  litoral  português,  permitindo  a  comunicação  do  seu  projecto  e  a  construção  de  públicos.  

-­‐   No   sentido   de   ampliar   as   suas   dinâmicas   à   escala   internacional   o   M.M.I   estabeleceu   um  

acordo  com  o  Museu  de  Roterdão  (um  dos  maiores  museus  marítimos  europeus)  no  intuito  de  realizar  uma  exposição  sobre  a  pesca  transoceânica  do  bacalhau,  que  estará  patente  no  museu  holandês  durante  o  Verão  de  2009.    

 

1.4.2.  Museu  da  Cidade  de  Aveiro  O   antigo   Museu   da   República   Arlindo   Vicente   tem   como   base   o   desenvolvimento   de   um  sistema  complementar  entre  os  diversos  pólos  temáticos  a  explorar  e  a  desenvolver.  

Page 20: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

O   Museu   da   Cidade   de   Aveiro   trata-­‐se   actualmente   de   um   museu   polinucleado,   projecto  

iniciado  em  2007  e  que  contou  com  vários  investimentos  no  decorrer  do  ano  de  2008.  

Este   Museu   contempla   assim   para   além   do   Museu   da   Cidade,   o   Ecomuseu   Marinha   da  Troncalhada,  o  Museu  Etnográfico  de  Requeixo  e  o  Museu  Arte  Nova  (Casa  Major  Pessoa).  

O  Regulamento  do  Museu  da  Cidade  de  Aveiro  cita  na  sua  nota  justificativa  que  Aveiro  é  uma  cidade  de  novas  experiências  ao  nível  da  arquitectura  contemporânea,  de  tradição  e  história,  

ou  seja,  alberga  múltiplas  realidades  que  importa  explorar.  

Deste   modo,   a   aposta   do   Museu   da   Cidade   centra-­‐se   essencialmente   no   sentido   de  desenvolver  um  sistema  complementar  envolvendo  vários  pólos  temáticos  a  explorar.  

E  é  neste  seguimento  que  foi   lançada  uma  candidatura  ao  Programa  Operacional  de  Cultura,  tendo  o  Museu  da  Cidade  de  Aveiro  recebido  o  respectivo  comparecer  do  Instituto  dos  museus  

e  da  conservação.  

Com   a   abertura   do  Museu,   com   especial   destaque   para   a   exposição   de   alguns   objectos   da  colecção   da   Câmara   Municipal   de   Aveiro,   é   possível   trazer   ao   público   local,   nacional   e  internacional  a  história  da  Cidade.    

 

Colecções  Este  Museu  alberga  colecções  de  pintura,  peças  de  cerâmica,  trajes,  arte,  azulejos,  fotografia  (imagoteca),   artefactos   arqueológicos,   objectos   etnográficos   e   serão   ainda   afectados   ao  

Museu   peças   adquiridas   pelas   dotações   orçamentais   da   Câmara   Municipal   ou   com   verbas  extraordinárias   destinadas   especialmente   a   esse   fim,   espécies   resultantes   de   legados   e  doações  ou  aquelas  que  sejam  consideradas  propriedade  do  município  e  ainda  as  depositadas  

pelas  autarquias  locais  e  por  pessoas  singulares  ou  colectivas.  

 

Horário  de  Funcionamento  do  Museu  da  Cidade  

-­‐   Funciona   de   Terça-­‐Feira   a   Domingo   e   encerra   às   Segundas-­‐Feiras,   feriados   nacionais   e  

municipal.  

-­‐  As  salas  de  exposição  estão  abertas  ao  público  das  10h  às  19h  e  “sempre  que  se  justifique”  durante  a  noite.  

O   Museu   da   Cidade   de   Aveiro   conta   ainda   com   um   Serviço   Educativo   (facilitando   à  comunidade  o  acesso  aos  bens  culturais,  à  sua   identificação  e  ao  seu  conhecimento);  Centro  

de   Documentação   (destinado   a   “aglutinar”   a   informação,   resultado   de   investigações  produzidas   no   local   e   todo   o   material   do   Concelho);   Grupo   de   Amigos   do   Museu   (com   o  objectivo   de   estimular   o   voluntariado)   e   Promoção   de   Programas   de   sustentabilidade  

Financeira  e  “co-­‐financiamento”  com  o  recurso  ao  mecenato  cultural.  

 

Page 21: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

Ingresso  do  Museu  da  Cidade  -­‐  O  bilhete  mais  barato  é  de  2  euros,  apenas  dando  acesso  a  um  dos  núcleos  do  equipamento;  

 -­‐  A  visita  a  todos  os  módulos  é  válida  por  cinco  dias  e  custa  5  euros;  

-­‐  As  entradas  em  grupo  têm  preços  acessíveis;  

-­‐  A  entrada  é  gratuita  aos  menores  de  12  anos  ou  maiores  de  65  anos,  portadores  de  cartão  jovem  ou   de   cartão   de   estudante,   grupos   escolares   em   visita   de   estudo,   grupos   convidados  

pelo   Museu   ou   pela   Câmara   ou   sócios   da   Associação   Portuguesa   de   Museologia   e   do  International  Council  of  Museums.  

 

Núcleos  do  Museu  da  Cidade  de  Aveiro:  

Ecomuseu  Marinha  da  Troncalhada  Ecomuseu  localizado  no  Cais  das  Pirâmides  em  Aveiro,  promove  visitas   livres  e/  ou  guiadas  a  

uma  marinha  de  sal  transformada  em  Ecomuseu,  onde  o  visitante  poderá  aprender  e  visualizar  os  métodos  ancestrais  de  produção  de  sal.  

 

Núcleo  Museológico  Santa  Ana  de  Requeixo  Este   Museu   fornece   visitas   específicas   ao   museu   etnográfico,   repositório   da   história   e  tradições   locais   e   regionais,   retratando   as   actividades   campestres   da   vida   ribeirinha   da  freguesia  e  das  comunidades  rurais  vizinhas.  

Museu  Arte  Nova    A   Arte   Nova2   chegou   a   Aveiro   em   1904,   acabando   por   desaparecer   em   1920.   Na   cidade  

existem   três  edifícios  de  Arte  Nova  no   sentido  verdadeiro  do   termo.  Todos  os   restantes   são  adaptações  das  fachadas  de  construções  habitacionais.  

Uma   das   casas   construídas   de   raiz   segundo   o   estilo   Arte   Nova   é   a   casa   Major   Pessoa,  projectada  pelo  arquitecto  Silva  Rocha  e  pelo  arquitecto  Ernesto  Korrodi.  

As  suas  visitas  sob  marcação  têm  o  objectivo  de  estimular  a  captação  e  fidelização  de  públicos  

e  envolver  a  comunidade  no  projecto.

Ao   nível   das   suas   fachadas   do   edifício   (frente   e   trás)   a   decoração   é   exuberante   e   recorre   a  flores,  animais  e   formas  curvilíneas  estilizadas,  elementos  bem  característicos  do  movimento  Arte  Nova.  

Durante   as   visitas   é   possível   aceder   a   três   pisos,   área   exterior   bem   como   as   suas   futuras  

funcionalidades  como  Museu  de  Arte  Nova.    

                                                                                                                         2  Tendência  arquitectónica  do  fim  do  século  XIX  

Page 22: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

No   fundo,   o   que   o   Museu   pretende   é   estimular   o   público   envolvendo   a   comunidade   no  

processo  de  criação  e  desenvolvimento  dos  conteúdos  museológicos;  enriquecer  o  roteiro  Arte  Nova  da  Cidade;  integrar  o  espaço  urbano  enquanto  colecção  do  Museu  Arte  Nova  e  fomentar  a  sustentabilidade  do  Museu  da  Cidade  de  Aveiro.  

O   Projecto   Museu   Arte   Nova   nasceu   do   estudo   e   levantamento   do   património   Arte   Nova  

aveirense,   assim   como   também   da   constatação   da   sua   beleza,   valor   artístico   e   potencial  cultural  e  turístico.  Desta  forma  é  criado  o  programa  “Aveiro  Arte  Nova  –  Estratégia  Integrada  de  Salvaguarda  e  Promoção”  que  actua  em  diversos  eixos   salientando  o  estabelecimento  de  

parcerias  nacionais  e  internacionais,  acções  de  sensibilização  e  promoção  e  a  criação  da  Bolsa  de  Salvaguarda  Arte  Nova,  actualmente  em  preparação  para  lançamento  público.  

Para  levar  a  cabo  os  objectivos  do  programa  museológico,  o  Museu  Arte  Nova  assenta  em  três  ideias  fundamentais:  

1. Criação  do  Salão  de  Chá  Arte  Nova  (ocupando  o  primeiro  piso  do  Museu  pretende  ser  um  espaço  aberto  a  todos,  de  acesso  livre);  

2. Laboratório   de   Ideias   (de   exposições   temporárias   a   actividades   e   iniciativas   várias,  pretende  desafiar  os  visitantes  a  descobrir  as  várias  facetas  do  movimento  Arte  Nova);  

3. “Museu   nas   ruas   da   cidade”   (a   colecção   principal   do  Museu   encontra-­‐se   nas   várias  

ruas   da   cidade   através   dos   seus   edifícios   e   fachadas   de   pendor   Arte   Nova,   assim,  através   da   realização   de   visitas   da   intervenção   no   espaço   público,   o   Museu   está  completamente  integrado  no  quotidiano  urbano).  

Em  suma,  o  Museu  Arte  Nova,   integrado  no  conceito  de  Museu  da  Cidade  polinucleado,  tem  como   grande   aposta   e  mais-­‐valia,   actuar   na   cidade   ao   nível   do   urbanismo   e   conservação   e  

também   através   do   estímulo   ao   comércio   local   e   enriquecimento   cultural,   aumentando   a  qualidade  de  vida  dos  munícipes.  

 

A  considerar  ainda:  

• Artigo  publicado  na  imprensa  electrónica  “O  Aveiro”  (O  Aveiro,  2008):  

 

 -­‐  Câmara  Municipal  de  Aveiro  refere  que  durante  o  ano  de  2007  verificou-­‐se  um  aumento  do  

número  de  visitantes  ao  Museu  da  Cidade  de  Aveiro   (subida  de  cerca  de  10%  em  relação  a  2006),   que   se   deve   ao   facto   de   se   terem   desenvolvido   diferentes   e   variadas   actividades  nomeadamente  seminários,  palestras,  exposições,  entre  outras;  

-­‐  A  Câmara  Municipal  avança  ainda  com  a  informação  a  respeito  do  mês  com  maior  afluência  

de   visitantes,   tendo   sido   o   mês   de   Junho   (8961   visitantes)   devido   sobretudo   às   visitas  efectuadas  ao  Ecomuseu  Marinha  da  Troncalhada.    

 

Page 23: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

• A  Agenda  de  eventos  de  Aveiro  (Aveiro  em  Festa,  2009):  

 -­‐  Comunica  a  realização  de  um  Workshop   internacional   (25-­‐05-­‐2009  a  26-­‐05-­‐2009),  “Museu  da  Cidade”  que  será  organizado  pela  Câmara  Municipal  de  Aveiro,  pela  Universidade  de  Aveiro  e  pela  Fundação  Eng.º  António  Pascoal  em  que  será  debatido  o  conceito  de  Museu  da  Cidade,  

tendo  por  base  a  comemoração  dos  250  anos  de  Aveiro  como  Cidade  (em  2009);  

 

-­‐   Finalidade:   proporcionar   aos   participantes   a   troca   de   impressões   com   alguns   especialistas  internacionais  desta  temática  despertando  a  consciência  para  o  valor  do  património.  

-­‐  O  Museu  entende  que  envolver  o  cidadão  é  importante  para  o  desenvolvimento  sustentável  da  sociedade  e  é  conhecendo  as  suas  raízes  e  projectando-­‐as  para  o  futuro  que  se  conseguirá  

construir  uma  identidade  e  criar  auto-­‐estima.  

Page 24: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

1.5.  Análise  Interna    

As   informações  descritas   à   frente   foram   retiradas  do   site  dos   IMC  e   estão   citadas   como   tal.  

Todas  as   informações  não  citadas  foram  obtidas  a  partir  duma  reunião  do  membro  do  grupo  Danny  Almeida  com  a  conservadora  do  Museu  de  Aveiro,  Sra.  Maria  da  Luz  Nolasco.  

 

1.5.1.  Breve  história  do  museu  “O  museu   de   Aveiro   foi   fundado   em   1911,   por   pressão   de   intelectuais   aveirenses,   no   antigo  Convento  de  Jesus  de  Aveiro.  De  início,  o  edifício  foi  ocupado  parcialmente  pelo  Museu,  sendo  o  restante  utilizado  por  outras   repartições  públicas.  Por  pressão,   junto  dos  poderes  políticos,  o  

Museu   acabou   por   ocupar   paulatinamente   todo   o   edifício   que   fora   convento   dominicano   de  clausura,   fundado  em  1461,   século  XV,  por  D.  Brites   Leitoa,   Senhora  do   círculo  do   Infante  D.  Pedro.  Sofreu  modificações  estruturais  e  expositivas  ao  longo  dos  tempos,  sendo  de  destacar  as  

efectuadas   pelo   director   Alberto   Souto,   na   década   de   40”   (Intituto   dos   Museus   e   da  Conservação,  2009).  

Actualmente,  o  museu  encontra-­‐se  em  obras  de  renovação  e  ampliação,  tendo  sido  construído  um  novo  edifico  onde  se  vão  situar  as  reservas,  oficinas  e  sala  de  exposições  temporárias,  bem  

como   as   zonas   técnicas   e   elevador.   Estas   obras   permitirão   melhorar   significativamente   as  condições   de   funcionamento   e   a   criação   de   novos   espaços   para   a   colecção   e   de   serviços  

(Intituto  dos  Museus  e  da  Conservação,  2009).  Estas  obras  têm  um  custo  total  de  5.800.669€  dos  quais  2.540.334,50€  provêm  do  QREN.  O  museu  encontra-­‐se  sob  a  tutela  do  IMC  e  tem  como  alguns  dos  mecenas  a  C.A.C.I.A.,  a  Delta  

Cafés,  a  Galp,  a  Portucel,  entre  outros.    

1.5.2.  Colecções  “As  colecções  compreendem  pintura  do  século  XV  ao  século  XX,  com  destaque  para  a  pintura  religiosa  dos  séculos  XV  e  XVI;  escultura  religiosa  em  pedra  e  madeira  policromada;  altares  e  estruturas   retabulares  em   talha  dourada  dos   séculos  XVII   e  XVIII.  No  núcleo  de  ourivesaria  e  

Joalharia,  destaca-­‐se  a  colecção  de  índole  religiosa  do  século  XVII  a  XIX.  Merecem  igualmente  referência   os   têxteis   de   índole   religiosa   do   século   XVI   a   XVIII.    São   colecções   essencialmente   religiosas,   provenientes   dos   extintos   conventos   de  Aveiro,   com  

incidência   relevante   para   o   Convento   de   Jesus,   completadas   por   outras   provenientes   dos  extintos  conventos  de  Lisboa  e  Coimbra”  (Intituto  dos  Museus  e  da  Conservação,  2009).    

1.5.3.  Recursos  físicos  O   edifício   do   museu   é   proeminente   visto   de   fora,   tendo   formas   arquitectónicas   muito  

detalhadas  e  encontrando-­‐se  em  bom  estado  de  conservação.  Em  termos  de  acessibilidades,  o  museu  situa-­‐se  numa  avenida  muito  movimentada.  Encontra-­‐se   relativamente   próximo   da   estação   de   comboios   e   param   nas   suas   proximidades   os  

Page 25: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

autocarros  nº  2,  5,  6,  7,  8  e  12.  O  único  senão  em  termos  de  acessibilidades  é  a  inexistência  de  

um  parque  de  estacionamento.  Em  termos  de  interiores,  a  zona  principal  de  exposição  do  museu  encontra-­‐se  em  bom  estado  de  conservação.  

Existem  reservas  onde  são  guardadas  as  obras  que  não  se  encontram  em  exposição,  sendo  que  estas  possuem  as  condições  indicadas  para  assegurar  a  qualidade  das  mesmas.    

1.5.4.  Recursos  Humanos  Trabalham  no  museu  de  Aveiro  18  pessoas,  15  a  tempo  inteiro  e  3  a  tempo  parcial,  sendo  que  o  numero  de  colaboradores  tem  decrescido  nos  últimos  anos.  Os  colaboradores  do  museu  são  

formados  em  áreas  relacionadas  com  a  museologia,  tais  como  História  da  Arte,  História,  Belas  Artes  e  Arqueologia.  Existem  também  estagiários  que  se  encontram  em  formação.  Não   existe   voluntariado,   embora   exista   vontade   por   parte   dos   responsáveis   do   museu   em  

instituir  uma  politica  de  voluntariado.    

1.5.5.  Recursos  Financeiros  Não  conseguimos  obter  dados  das  receitas  internas,  quer  a  nível  da  venda  de  ingressos,  quer  ao   nível   da   venda   de   livros   e   souvenirs.   Também   não   conseguimos   saber   qual   o   montante  

fornecido  pelos  mecenas.  Em  termos  do  orçamento  do  IMC,  o  museu  de  Aveiro  receberá  em  2009  330.000€.    

1.5.6.  Recursos  de  Marketing  O  Museu   de   Aveiro   não   possui   departamento   de  Marketing,   nem  uma   estratégia   formal   de  Marketing,  não  possuindo  também  colaboradores  da  área  das  ciências  empresariais.  

Porém,  a  direcção  do  museu  entende  que  o  Marketing  é  importante  ao  nível  da  promoção  do  

museu   e   por   essa   razão   contrata   agências   de   comunicação   que   tratam   da   realização   dos  outdoors  e  dos  panfletos.  

A   internet   é   uma   poderosa   ferramenta   de   comunicação   nos   dias   de   hoje.   Nesse   sentido,   o  Museu   de   Aveiro   está   em   vias   de   possuir   um   website.   Os   conteúdos   do   mesmo   já   estão  

definidos,  sendo  que  ainda  falta  disponibiliza-­‐los  online,  ou  seja,  implementar  o  site.  

 

1.5.7.  Horário  De  3.ª  feira  a  Domingo:  10.00h-­‐17.30h  (Museu  e  Igreja  de  Jesus  do  Museu  de  Aveiro).  

Encerrado  ao  público  à  2ª  Feira  e  nos  feriados  de  1  de  Janeiro,  Domingo  de  Páscoa,  1  de  Maio  e  25  de  Dezembro.  Entre  15  de  Junho  e  30  de  Julho,  a  Igreja  é  visitável  até  às  19.30h.  

 

1.5.8.  Ingresso  -­‐Bilhete  Normal  -­‐  2  €  

Page 26: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

Descontos:  -­‐Professores  de  qualquer  grau  de  ensino,  jovens  (15-­‐25  anos),  reformados  –  1  €  -­‐Cartão  Jovem  –  0,80  €  

Page 27: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

2.  Missão,  Objectivos  de  Marketing  e  STP    

2.1.  Missão    

O  Museu  de  Aveiro  deve  proporcionar  aos  visitantes  momentos  de  lazer  e  estímulo  intelectual  ao  interagir  com  a  arte  e  o  património,  ligando  gostos,  pessoas  e  ideias  

Deve  tratar-­‐se  da  conservação  e  restauro  das  obras,  realizar  pesquisas  e  permitir  que  outros,  nomeadamente  académicos,  as  realizem.  

Deve   servir-­‐se   a   comunidade   com   exposições   e   iniciativas   de   qualidade,   tentando   também  

retirar   desta   algum   proveito,   de   modo   a   tornar-­‐se   cada   vez   mais   auto-­‐sustentável.   As  exposições  devem  ser  realizadas  tendo  em  conta  os  vários  segmentos  da  comunidade,  pois  o  museu  é  uma  instituição  pública  e  como  tal  não  se  pode  focalizar  excessivamente.  

O  museu  deve   ter  uma  relação  próxima  e   franca  com  os  mecenas  e  com  o   IMC,  dado  que  a  

estes  se  deve,  em  grande  parte,  a  sobrevivência  do  museu.  

Todos  os  stakeholders  devem  ser  tratados  com  ética  e  simpatia.  

 

2.2.  Objectivos  de  Marketing    

-­‐Aumentar  as  visitas  em  10%  em  2010,  em  15%  em  2011  e  em  20%  em  2012.  

-­‐Aumentar  as  visitas  de  jovens  e  escolas  em  20%  nos  próximos  três  anos.  

-­‐Aumentar  a  notoriedade  em  15%  até  2012.  

-­‐Lançar  a  marca  do  museu  até  2011.  

-­‐Aumentar  as  vendas  da  loja  em  10%  no  ano  2010  e  15%  em  2011.  

-­‐Aumentar  as  visitas  por  parte  das  escolas  em  30%  nos  próximos  3  anos.  

 

2.3.  Segmentação    

Os  critérios  de  segmentação  escolhidos  foram  a  idade,  a  nacionalidade  do  visitante  e  o  tipo  de  visita  (escolar  ou  não  escolar).  A   idade  dos  visitantes  é  um  critério   importante  pois  os  gostos  em   relação   à   arte   tendem  a   variar   com   a   idade   das   pessoas.   A   nacionalidade   dos   visitantes  

Page 28: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

também  é  importante,  dado  que  para  receber  visitas  de  estrangeiros  os  museus  devem  estar  

munidos   de   certas   competências,   tais   como   indicações   em   várias   línguas   e   a   existência   de  guias  poliglotas.  As  visitas  escolares  por   representarem,  normalmente,  uma  grande   fatia  das  visitas  aos  museus  também  merecem  ser  distinguidas.  

Todos   estes   critérios   são   facilmente  mensuráveis   e   pelas   razões   citadas   acima,   acreditamos  

que  têm  um  elevado  valor  operacional.  

 Tendo   em   vista   os   critérios   citados   anteriormente,   definimos   seis   segmentos   de   mercado  diferentes:  

• Escolas   (Até  ao  12º  ano)  –  12591  alunos  no  concelho  de  Aveiro  no  ano   lectivo  2006-­‐2007  (INE,  2009)  

• Jovens  (  <15)  -­‐  11  921  jovens  residiam  no  concelho  de  Aveiro  em  2001  (INE,  2002)  • Jovens  adultos  (15  –  24)  -­‐  10  563  jovens  residiam  no  concelho  de  Aveiro  em  2001  (INE,  

2002),  mais  14701  da  Universidade  de  Aveiro  no  ano  lectivo  2008-­‐2009  (Universidade  

de  Aveiro,  2009)  • Adultos  (25-­‐64)  -­‐  40  221  adultos  residiam  no  concelho  de  Aveiro  em  2001  (INE,  2002)  • Seniores  (>  64)  -­‐  10  630  seniores  residiam  no  concelho  de  Aveiro  em  2001  (INE,  2002)  

• Turistas  -­‐  1.414.800  turistas  em  2007  na  Região  Centro  (Turismo  de  Portugal,  2009)  

Quando   quantificamos   anteriormente   os   segmentos   definindo   o   concelho   de   Aveiro   como  referência,  não  desejamos  limitar  as  suas  fronteiras.  Apenas  quantificamos  para  que  se  tenha  uma  ideia  da  dimensão  dos  segmentos  a  um  nível  mais  local.  

 

2.4.  Targeting    

O   museu,   sendo   público,   deve   atender   aos   gostos   e   necessidades   de   todos   os   segmentos.  

Porém,  ao  analisar  as  estatísticas  do  museu  verifica-­‐se  que  os  jovens  visitam  pouco  o  museu.  Ora,   sendo   os   jovens   uma   grande   parte   da   população   (se   contarmos   com   os   jovens   da  Universidade  de  Aveiro),   torna-­‐se  evidente  que  este  segmento  terá  que  merecer  mais  relevo  

na  nossa  estratégia,  já  que  apresenta  um  imenso  potencial.    

Também   nos   dirigimos   especialmente   ao   segmento   das   escolas,   já   que   através   destas  podemos  aumentar  muito  as  visitas  ao  museu  (devido  à,  normalmente,  grande  dimensão  dos  grupos  escolares).  

Obviamente,   a   nossa   estratégia   também   focalizará   todos   os   outros   segmentos   referidos  

anteriormente.  

 

2.5.  Posicionamento    

Page 29: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

Vamos  apostar  numa  estratégia  de  marketing  diferenciado,  ou  seja,  desejamos  ter  diferentes  

posicionamentos  em  diferentes  segmentos:  

• Escolas  –  A  visita  ao  museu  tem  que  ser  interactiva  e  divertida  para  conseguir  superar  as  expectativas  dos  alunos  e  distingui-­‐lo  face  à  concorrência.  

• Jovens   e   jovens   adultos   –   Inovação   e   exposições   de   artistas   contemporâneos.  

Adequados  a  temas  que  interessem  aos  jovens  mais  concretamente  os  estudantes  da  Universidade.  Fazer  com  que  olhem  para  o  museu  como  uma  força  cultural  com  a  qual  podem  interagir  para  obter  conhecimento.  

• Adultos;   Seniores   e   Turistas   –   Ambiente   acolhedor   e   confortável   onde   se   possam  descontrair  e  obter  conhecimento  enquanto  visitam  as  exposições.  

Page 30: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

3.  Estratégia  de  Marketing  

3.1.  Política  de  Produto    

3.1.1.  Inovação  O  primeiro  ponto  a  tocar  na  definição  estratégica  do  produto  é  definir  se  este  será  ou  não  uma  inovação.  Em  relação  ao  Museu  de  Aveiro,  consideramos  que  será  uma  inovação  ao  nível  local  não   só   pelos   novos   espaços,   mas   principalmente   pela   realização   de   exposições   e   outros  

eventos  dirigidos  a  segmentos  específicos  tais  como  as  escolas  e  os  jovens.  

Com  as  obras  que  decorrem  estão  a  ser  criados  novos  espaços.  Estes  devem  ser  utilizados  para  a  realização  de  exposições  temporárias   ligadas,  principalmente,  aos   jovens.  Utilizando   jovens  artistas   contemporâneos   da   região,   o   museu   pode   realizar   exposições   a   baixo   custo,  

promovendo  ao  mesmo  tempo  os  jovens  artistas.  Neste  âmbito,  devem  ser  criadas  pontes  com  os  cursos  ligados  às  artes  da  Universidade  de  Aveiro,  para  que  os  alunos  possam  participar.    

Estas  exposições  devem  ser  alteradas  com  frequência  para  que  os  jovens  repitam  a  visita  e  se  tornem  fiéis  clientes.  

Nesses   mesmos   espaços   também   devem   ser   criadas   exposições   voltadas   para   as   escolas,  

tentando  criar-­‐se  uma  mistura  de  arte  tradicional  com  arte  digital.  Neste  caso,  a  utilização  da  arte  digital   (como  por  ex.  pintura  e   ilustração  digital,  modelagem  tridimensional,  arte  fractal,  entre  outros)  funcionará  como  um  chamariz  para  os  alunos.  Para  conseguir  prender  a  atenção  

dos   alunos,   os   guias   devem   criar   interactividade,   não   se   limitando   à   simples   exposição   dos  factos  relacionados  com  as  obras.  

Na   fachada   do   edifício   devem   constar   sempre   em   grandes   cartazes   quais   são   as   exposições  

temporárias   que   se   estão   a   realizar,   para   tentar   cativar   as   pessoas   que   passam   junto   ao  museu.  

Com  o  intuito  de  tornar  o  museu  auto-­‐sustentável  deve-­‐se  tentar  aumentar  as  vendas  da  loja  através   da   colocação   de   novos   produtos   à   venda   e   deve   ser   estudada   a   possibilidade   de  

instalação   dum   serviço   de   cafetaria,   que   ajudará   também   a   criar   um   ambiente   mais  descontraído.  

Devem   também   ser   realizados   eventos   especiais,   tais   como   a   noite   dos  museus   ou   eventos  fora  de  portas.  

 

3.1.2.  Atributos  do  serviço  Em  relação  aos  atributos  do  serviço  prestado  pelo  museu,  existe  a  necessidade  de  privilegiar  alguns   atributos   em  detrimento  de  outros,   dado  que  o  museu  não   tem  uma  oferta   topo  de  

gama  para  poder  privilegia-­‐los  todos.  

Page 31: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

Aos  diferentes  atributos  atribuiremos  uma  pontuação  de  1  a  10,  sendo  que  1  representa  muito  

negligenciado  e  10  representa  muito  privilegiado:  

• Acessibilidade  –  4  • Comunicação  –  9  • Competência  –  3  

• Cortesia  –  8  • Credibilidade  –  7  • Fiabilidade  –  4  

• Reactividade  –  6  • Segurança  -­‐3  • Tangibilidade  –  4  

• Compreensão  –  7  

Estes   atributos   foram   retirados   de   Lambin   (2000).   Decidimos   privilegiar   a   comunicação,   isto  porque   desejamos   manter   os   clientes   bem   informados   acerca   das   actividades   do   museu.  Também   se   dá   relevo   à   cortesia   e   à   compreensão,   dado   que   desejamos   que   os   nossos  

colaboradores   sejam  educados  para   com  os   clientes,   percebendo   também  quais   são  as   suas  necessidades,  de  modo  a  satisfaze-­‐las  do  melhor  modo.  A  credibilidade  também  deve  ser  um  ponto  forte  do  museu,  devendo-­‐se  sempre  fazer  um  esforço  por  alcançar  e  se  possível  exceder  

as  expectativas  dos  clientes.    

 

3.1.3.  Marca  Para   aumentar   a   notoriedade   do   museu   será   criada   uma   marca   que   deverá   claramente  

identificar  o  museu  de  Aveiro  e  diferencia-­‐lo  da  concorrência.  Será  criado  um  logótipo  que  não  será  demasiado  sóbrio,  tendo  em  conta  que  também  desejamos  atingir  o  segmento  dos  jovens  

e  das  escolas.  A  construção  do   logótipo  será  feita  por  uma  empresa  externa,  especialista  em  comunicação.  

Page 32: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

3.2.  Politica  de  Preço    

Em   termos   práticos,   e   no   caso   específico   do   Museu   de   Aveiro,   a   definição   de   um   preço   é  

realmente   relevante   para   o   sucesso   da   estratégia   de   Marketing.   O   preço   deve   ser  percepcionado   pelos   clientes   como   a   tradução   justa   do   serviço   que   estão   a   adquirir.   No  entanto,  é  relevante  o  facto  de,  uma  vez  tutelado  pelo  Instituto  Português  dos  Museus  (IPM)  

existirem   já   escalões   que   estipulam   o   preço   para   os   bilhetes   gerais,   os   quais   devem   ser  respeitados.    

No   caso   do  Museu   de   Aveiro,   e   através   dos   dados   recolhidos   no  website   do   IPM,   antes   do  período   de   obras,   ele   pertencia   ao   4.º   escalão   (€   2,00),   mas   segundo   a   previsão   para   a  

reabertura  do  Museu  após  as  obras,  este  será  considerado  no  3.º  escalão  (€  3,00).  

Sendo   verdade   que   não   podemos   influenciar   directamente   o   preço   das   entradas,   iremos  desenvolver  preços  segmentados  para  alguns  dos  nossos  segmentos-­‐alvo,  de  modo  a  atingir  os  objectivos  a  que  nos  propusemos  no  plano  estratégico  de  Marketing.    

Em  termos  de  estratégia  de  preço  vamos  considerar  um  conjunto  de  descontos  que  se  aplicará  

durante   todo   o   ano,   e   uma   estratégia   de   preços   sazonal,   isto   é,   um   modo   de   atenuar   as  disparidades  no  número  de  visitas  ao  longo  do  ano.  

Os  descontos  que  serão  concedidos  incidem  todos  eles  sobre  o  preço  praticado  para  o  bilhete  

geral.  Nos  vários  descontos  a  serem  praticados,  é  o  segmento  das  escolas  e  o  segmento  dos  jovens  (15/25  anos  e  cartão-­‐jovem),  que  mais  vamos  beneficiar,  não  desfazendo  a  relevância  dos   restantes   segmentos.  É  que  nesta  estratégia  específica,  definimos  alguns  objectivos  cuja  

relação   com   estes   segmentos   está   intimamente   relacionada.   Para   além   das   situações   de  entrada  livre,  podemos  revelar  que  os  segmentos  anteriormente  referidos,  serão  os  que  mais  benefícios   terão   ao   visitar   o   Museu   de   Aveiro,   o   que   em   alguns   casos   também   se   poderá  

traduzir  numa  lembrança  simbólica,  nomeadamente  para  as  escolas.  

Na   expectativa   de   captarmos   mais   visitantes   nos   meses   de   Outono/   Inverno,   concedemos  nesse  período  de  tempo,  e  só  aos  fins-­‐de-­‐semana,  descontos  sobre  o  bilhete  geral  e  bilhete  de  família  bastante  apelativos,  mas  que  no  entanto  não   serão   tão  elevados   como  os  descontos  

para  as  escolas  e  jovens  (15/25  anos  e  cartão-­‐jovem)  

Concluindo  a  nossa  estratégia  de  preços,  esperamos  que  estas  medidas  sejam  suficientemente  arrojadas   para   contribuir   para   a   prossecução   dos   objectivos   da   estratégia   de   Marketing,  ressalvando  que  apesar  de  no  momento  termos  colocado  em  destaque  alguns  segmentos-­‐alvo,  

todos  eles  são  imprescindíveis  para  a  evolução  salutar  do  Museu  de  Aveiro.  

Page 33: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

3.3.  Politica  de  Distribuição    

3.3.1.  Política  de  Pessoas    Política  de  Recrutamento    

O   processo   de   recrutamento   será   feito   tendo   em   conta   as   características   compiladas   no  modelo   apresentado   em   anexo   (Anexo   1)   onde   figuram   as   características   mínimas   VS  

características  desejadas  de  cada  membro  do  staff.  

Objectivos  da  política  de  recrutamento  e  coaching:  

1)  Encontrar  pessoas  com:  

-­‐  Aparência  cuidada;  

-­‐  Boas  capacidades  de  comunicação;  

-­‐  Rápido  a  mostrar  interesse  (como  forma  de  avaliar  se  o  candidato  está  realmente  interessado  no  trabalho);  

-­‐  Capacidade  para  acompanhar  a  discussão  de  determinado  assunto  dando  ideias;  

-­‐  Sabe  aproveitar  as  oportunidades  e  destaca-­‐se  dos  demais;  

-­‐  Tem  interesses  na  área  da  cultura  bem  desenvolvidos.  

2)  Desenvolver  o  potencial  do  staff  ao  máximo.    

A   “Museum   and   Galleries   Comission”   (Fopp,   1997)   aconselha   a   investir   anualmente   2%   das  receitas   do  Museu   na   formação   do   staff,   no   entanto   este   valor   é   apenas   uma   estimativa   e  

deverá  ser  ajustado  de  museu  para  museu.  Convém  no  entanto  ficar  com  uma  referência  do  valor  médio.  

3)  Manter  o  staff  motivado  tendo  atenção  às  variáveis  implicadas  na  motivação  (Anexo  2)  

4)  Controlo  do  staff  e  avaliação  do  feedback  (Anexo  3)  

3.3.2.  Politica  de  Espaço  Devemos:  

-­‐Criar  horários  que  se  adaptem  às  necessidades  dos  visitantes;  

-­‐Melhorar  a  sinalização  do  Museu,  não  só  dentro  da  cidade  mas  também  na  periferia,  para  que  os   visitantes   possam   ter   fácil   acesso   e   uma   melhor   orientação   dentro   e   fora   do   centro   da  cidade.  

Page 34: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

3.3.3.  Processos  É  necessário  proceder  à  criação  de  um  guião  (blueprint)  que  una  pessoas,  espaço  e  processos  de   modo   a   controlar   a   interacção   dos   visitantes   com   o  Museu.   O   guião   não   se   deve   focar  

apenas  no  “front  office”  ou  seja,  nos  membros  do  staff  que   interagem  directamente  com  os  visitantes,   mas   também   no   “back   office”,   i.e.,   nos   membros   do   staff   que   trabalham   no  background   (Mudie   &   Angela,   1993).   O   guião   possibilita   que   a   politica   de   marketing   seja  

facilmente  embebida  na  parte  operacional  do  serviço.  

Para  desenvolver  um  guião  de  forma  eficaz  é  imprescindível  ter  em  conta  o  espaço,  as  pessoas  e  os  processos  e,  a  partir  daí,  criar  uma  planta  das  interacções  entre  as  três  variáveis  (exemplo:  Anexo  4).  

Para  criar  este  plano  existem  aspectos  concretos  a  ter  em  conta:  

-­‐Todos  os  pontos  principais  do  serviço  estão   identificados  para  que  possam  ser  vistos  clara  e  

objectivamente;  

-­‐Os  pontos  susceptíveis  a  falhas  estão  identificados;  

-­‐Os   padrões   de   execução   considerados   aceitáveis   por   um   usuário   são   definidos   para   cada  função.  Estes  representam  as  metas  de  qualidade  do  serviço;  

-­‐Todos  os  “momentos  de  verdade”  são   identificados,   i.e.,  os  pontos  críticos  que  poderão  dar  origem  a  uma  enorme  satisfação  ou  um  enorme  descontentamento  por  parte  do  visitante.  

-­‐No   final,   o   guião   deve   ser   avaliado   não   só   pelos   órgãos   de   gestão  mas   também   por   todos  

aqueles  que  participam  nos  pontos  abrangidos  pelo  guião.  

 

Page 35: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

3.4.  Politica  de  comunicação    

Os  objectivos  da  política  da  comunicação  são  os  seguintes:  

• Desenvolver  e  melhorar  a  imagem  do  museu  aumentando  a  notoriedade;  • Informar   potenciais   visitantes   sobre   o   museu   e   os   seus   atributos   mais  

importantes;  • Desenvolver  e  manter  uma  relação  constante  com  os  visitantes,   informando-­‐

os  acerca  das  actividades  do  museu  e  obtendo  feedback  acerca  das  mesmas.  

 

3.4.1.  Orçamento  para  a  comunicação  O  orçamento  para  a   comunicação  do  Museu   será  9%  do   total  das   receitas.  As   implicações  a  nível   do   orçamento   podem   parecer   à   partida   extremamente   elevadas   no   entanto,   para   o  

Museu  de  Santa  Joana  realmente  realizar  o  seu  objectivo  principal  –  servir  o  público  –  então  este  terá  que  ter  conhecimento  do  museu  e  das  actividades  realizadas.  O  valor  escolhido  foi  de  9%   pois   de   acordo   com   a   “Museums   and   Galleries   Commission”   e   o   “Arts   Council   of   Great  

Britain”  é  este  o  valor   ideal  para  ser  afectado  à  comunicação  dos  museus  em  geral   (McLean,  2003).  

3.4.2.  Canais  de  comunicação  escolhidos  No   caso   dos  museus   a   comunicação   pode   ser   gerada   pelo   próprio  museu   sendo   nesse   caso  

completamente  controlada,  ou  ser  gerada  fora  do  museu  por  word-­‐of-­‐mouth  ou  pelos  media  (ex:  critica  num  jornal  local  acerca  de  determinada  exposição;  conversa  casual  entre  amigos).  

Com   base   nos   objectivos   da   política   de   comunicação,   dos   principais   canais   de   comunicação  usados   nos  museus   em   geral   (Anexo   5)   os   canais   escolhidos   para   chegar   ao   público   são   os  

seguintes:  

1)  Criação  de  uma  Identidade  corporativa  /  Imagem  corporativa  Como  foi  referido  anteriormente,  criaremos  uma  marca  e  um  logótipo  atractivo,  que  simbolize  

os  valores  do  museu  com  vista  a  reforçar  a  marca.    

-­‐Recorreremos  a  serviços  externos  para  criar  o  logótipo  da  marca.  Este  será  criado  com  vista  a  ser   duradouro   e   com   visão,   não   devendo   reflectir   modas   correntes   mas   sim   algo   que   não  esteja  ultrapassado  no  próximo  ano;  

-­‐A  informação  com  os  detalhes  referente  ao  design  do  logótipo  estarão  detalhados  no  briefing  

a  enviar  à  equipa  de  designers;  

Page 36: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

-­‐  O  logótipo  aparecerá  em  todos  os  aspectos  do  museu:  no  espaço  do  museu,  indumentária  do  

staff,  panfletos,  publicidade,  etc.  

2)  Personal  selling  Este  será  um  dos  pontos  principais  da  política  de  comunicação  pois  olhamos  para  o  nosso  staff  

como  embaixadores  do  Museu,  i.e,  uma  extensão  da  personalidade  e  da  visão  do  Museu.  É  por  isso  extremamente  necessário  tornar  o  contacto  dos  visitantes  com  cada  um  dos  membros  do  staff   numa   experiencia   positiva   com   vista   a   potenciar   visitas   futuras.   Por   esse   motivo   é  

necessário:  

-­‐Recrutamento  rigoroso;  

-­‐Formação  do  staff  antes  de  cada  evento  com  vista  a  dar  todas  as  informações  necessárias  aos  visitantes;  

-­‐Uniforme  criados  para  reflectir  a  identidade  corporativa  que  será  constantemente  transmitida  aos  clientes,  outros  membros  da  staff  e  todos  os  stakeholders  em  geral  reforçando  a  imagem  

do  museu  

3)  Literatura  promocional  -­‐Recorreremos  a  panfletos  e  a  posters  para  promover  as  actividades  do  museu;  

-­‐Daremos   no   entanto   um   maior   relevo   aos   panfletos   pois   de   acordo   com   alguns   estudos  (McLean,  2003),  os  visitantes  de  museus  não  referem  os  posters  como  algo  que  os  impulsione  a  visitar  um  Museu  devido  à  escassa  informação  presente  nos  mesmos;  

-­‐Os   panfletos   podem   ainda   ser   levados   para   casa   pelos   visitantes,   possibilitando   a   consulta  

mais  tarde  e  com  mais  calma  decidir  a  evento  assistir.  

4)  Publicidade  Recorreremos   a   outdoors   situados   no   exterior   do  Museu   aproveitando   assim   a   sua   óptima  localização   já  que  grande  parte  dos  habitantes  da  cidade  de  Aveiro  passa   regularmente  pela  

Avenida   do  Museu.  Os  outdoors   deverão   ser   estudados   com  muito   cuidado   no   que   toca   ao  posicionamento   já  que   todos  os   segmentos-­‐alvo  da  nossa  comunicação  estarão  em  contacto  com  o  outdoor.  

 

5)  Relações  públicas  A   importância  das   relações  públicas  para  o  museu  é  definida  pelo   “British   Institute  of  Public  Relations”   como   “um   esforço   sustentado   e   planeado   para   estabelecer   e   manter   uma   boa  

relação   entre   a   organização   e   o   seu   público”   (McLean,   2003).   Para   sermos   bem   sucedidos  neste  propósito  torna-­‐se  fundamental  criar:  

-­‐Publicações  (press-­‐releases,  relatórios  anuais,  brochuras,  posters,  artigos  em  jornais,  etc);  

Page 37: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

-­‐Eventos,  conferencias  de  imprensa,  seminários,  palestras  e  conferencias  em  geral;  

-­‐Histórias  que  criem  interesse  junto  dos  media.  A  atenção  dada  pelos  media  é  das  formas  de  

publicidade   mais   baratas   e   eficazes.   No   entanto   não   existe   um   controlo   directo   sobre   a  informação  que  os  jornalistas  passam  cá  para  fora;  

-­‐Boas  relações  com  os  jornalistas  para  que  estes  estejam  “do  lado  do  museu”;  

-­‐Redes  sociais  e  blogue  

 

6)  Redes  sociais  na  internet  e  blogue  A   utilização   de   redes   sociais   tem   vindo   a   aumentar   nos   últimos   anos,   achamos   por   isso  necessário   criar   um   espaço   para   o   Museu   nas   principais   redes   sociais   para   acompanhar   a  tendência  do  mercado.  De  acordo  com  estudos  efectuados,  a  maior  parte  das  empresas  que  

utiliza  as  redes  sociais  fá-­‐lo  para  obter  uma  maior  exposição  do  negócio  (Anexo  6)  logo,  tendo  em  conta  que  um  dos  nossos  objectivos  de  marketing  é  aumentar  a  notoriedade,  a  criação  de  um  blogue   e   perfil   nas   principais   redes   sociais   é   essencial.   Para   além  disso   é   uma   forma  de  

comunicação  com  custos  praticamente   inexistentes.  Nos  dias  que  correm,  estas   ferramentas  são   utilizadas  maioritariamente   por   um   segmento  mais   jovem   (Anexo   7)   no   entanto   não   as  utilizaremos   para   comunicar   exclusivamente   com   esse   segmento.   Futuramente,   dada   a  

crescente   utilização   da   internet   por   parte   dos   adultos/seniores,   teríamos   a   inevitável  necessidade   de   incluir   todos   os   segmentos-­‐alvo   na   comunicação   o   que   danificaria   o  posicionamento  do  museu.    

Pontos  a  abordar:  

-­‐Perfil  no  Hi5  por  ser  a  rede  social  com  maiores  utilizadores  em  Portugal (Marktest, 2009);  

-­‐Perfil   no   Facebook   por   ser   a   rede   social   com   maior   crescimento   nos   últimos   meses.  

Adicionalmente,   o   Facebook   foi   escolhido   pela   Microsoft   para   fazer   parte   do   software  Windows  Live   (Globo.com,  2009).  Considerando  que  a  Microsoft  é  a   criadora  do  Windows  e  este  é  o  sistema  operativo  com  mais  utilizadores  em  todo  o  mundo,  tudo  leva  a  crer  que,  após  

a  adição  do  Facebook  ao  Windows  Live,  a  adesão  a  esta  rede  social  seja  exponencial  nos  países  (entre  eles  Portugal)  onde  ainda  não  é  tão  conhecida;  

-­‐Perfil   no   Twitter.   Apesar   de   ser   uma   ferramenta   de   comunicação   ainda   com   pouco  utilizadores   (mas   em   crescimento)   permite   uma   enorme   rapidez   de   contacto   “cliente   –  

empresa”  e  vice-­‐versa.    

-­‐Canal   no   Youtube   com  o   objectivo   de  mostrar   vídeos   com  o   balanço   (positivo)   das   últimas  actividades  do  museu  como  forma  de  promoção.  

-­‐Utilizaremos  um  membro  do  staff  para  actualizar  constantemente  todas  as  plataformas.  Este  membro   do   staff   estará   em   contacto   constante   com   os   órgãos   de   gestão   para   que   se  

mantenha  a  par  de  toda  a  informação  relativa  a  eventos  que  possa  vir  a  interessar  aos  clientes,  informando  por  sua  vez  os  órgãos  de  gestão  acerca  do  feedback  obtido  dos  visitantes.  

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 Conclusão    

As  obras  realizadas  no  museu  de  Aveiro  têm  o  potencial  de  trazer  muitos  benefícios  ao  mesmo,  isto  porque,  com  um  espaço  mais  amplo  e  com  melhores  condições  é  possível  fazerem-­‐se  exposições  para  atrair,  principalmente,  os  jovens  adultos  e  as  escolas.  

Uma  politica  de  preços  segmentados,  visando  atrair  os  segmentos  referidos  anteriormente  

também  é  necessária,  visto  que  estes  segmentos  precisam  de  ser  estimulados  pelo  factor  preço,  já  que,  normalmente,  não  possuem  rendimentos  muito  elevados.  

Em  termos  de  distribuição  e  mais  especificamente  no  que  concerne  aos  processos,  é  de  

salientar  a  criação  de  um  guião  que  una  pessoas,  espaço  e  processos  de  modo  a  controlar  a  interacção  dos  visitantes  com  o  Museu.  

Todos  os  pontos  referidos  anteriormente  têm  pouco  valor  se  o  museu  não  tiver  uma  política  de  comunicação  bem  definida,  que  consiga  transmitir  uma  boa  imagem  ao  público-­‐alvo.  Para  

esse  efeito  serão  utilizados  vários  meios  de  comunicação,  entre  os  quais  destacamos  a  utilização  de  redes  sociais  na  Internet  e  Blogue.  Este  meio  surge  devido  à  necessidade  de  acompanharmos  as  novas  tendências,  para  captar,  principalmente,  o  segmento  dos  jovens  

adultos.  

Através  da  estratégia  definida,  pensamos  que  é  possível  atingir  os  objectivos  de  marketing  propostos.  

A  nível  de  metodologia,  este  trabalho  foi  realizado  através  de  análise  documental  em  livros,  jornais  e  na  Internet,  sendo  que  também  realizamos  uma  reunião  com  a  conservadora  do  

Museu  de  Aveiro,  Sra.  Maria  da  Luz  Nolasco.  

No  que  concerne  a  limitações,  desejávamos  ter  realizado  questionários  para  conseguirmos  ter  uma  ideia  mais  concreta  das  percepções  que  as  pessoas  têm  sobre  o  museu.  Por  termos  algumas  limitações  ao  nível  do  tempo  foi-­‐nos  impossível  realizar  os  questionários.    

Também  por  limitações  de  tempo  não  pudemos  visitar  os  museus  concorrentes,  o  que  limitou  

a  nossa  percepção  acerca  das  actividades  de  marketing  por  eles  realizadas.  

Também  não  conseguimos  obter  informações  acerca  dos  fundos  atribuídos  pelos  mecenas  ao  museu  de  Aveiro,  o  que  seria  útil,  visto  que  poderíamos,  caso  se  justificasse,  criar  também  uma  política  de  angariação  de  mais  mecenas.

Page 39: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

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Page 41: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

Anexos  

 

Anexo  1  

Page 42: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

 

Anexo  2  

 

Page 43: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

Anexo  3  

 

 

Anexo  4  

Page 44: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

 

Anexo  5  

 

 

 

Anexo  6  

 

Page 45: Plano de Marketing para o Museu de Santa Joana

   

 

Anexo  7