Pharmacevtica nº59

52

description

Pharmacevtica - Revista da Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (AEFFUL)

Transcript of Pharmacevtica nº59

Page 1: Pharmacevtica nº59
Page 2: Pharmacevtica nº59
Page 3: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 1

Estimados leitores, A quinquagésima nona edição da Pharmacevtica constitui um marco de viragem. Idealizada e concebida ao detalhe, a revista da Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (AEFFUL) adquire uma nova personalidade, imprimindo o cunho de profissionalismo e de individualidade que há tanto ambicionávamos. O Núcleo Redactorial da Pharmacevtica renúne em si o privilégio de escrever, a cada edição, artigos sobre vários temas, que passam por actividades desenvolvidas pela AEFFUL, mas também sobre temáticas que marcam a actualidade e que têm uma conotação indissociável do registo da nossa futura profissão. Esqueçamos por um momento as preocupações e a interminável lista de tarefas a cumprir. Centremos antes a nossa atenção na urgência de delinear um plano para as nossas vidas profissionais. Crise. Permitam-

-me a ousadia de mencionar outra que não a económica. Refiro-me à crise de criatividade, de novas ideias, à crise que impõe uma necessidade urgente de pensar em estratégias que nos permitam contornar os imensos desafios que assombram a nossa geração. Justifiquemos de forma incontestável que podemos ser mais do que simplesmente a tão famosa «geração à rasca». Precisamos de credibilidade, mas acima de tudo de um voto de confiança. Nas nossas capacidades, nas nossas ideias. Porque nem todas são boas, mas algumas são brilhantes. Aprender a crescer não é fácil, mas educar a humildade parte de quem ensina, um ensino que já não é tão atractivo, antes uma breve transmissão passiva de conhecimentos. Partilhem as vossas experiências porque só assim conseguiremos contornar uma outra crise: a competitividade irracional, a ânsia irrefutável de que o outro falhe. A união faz, de facto, a força. Ao Núcleo Redactorial da Pharmacevtica (NRP) e ao Departamento de Publicações e Imagem (DPI) da AEFFUL agradeço a profunda dedicação e empenho que depositaram nesta edição.Despeço-me de vós, queridos leitores, agradecendo a oportunidade que me foi concedida há dois anos atrás para que assumisse a coordenação deste projecto. Mais do que um privilégio, esta jornada constituiu uma imensa aprendizagem. O meu mais sincero obrigada por nos acompanharem ao longo destas edições.

Um simpático até já, Catarina Silva

Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da

Universidade de LisboaAvenida Prof. Gama Pinto

1649-003 Lisboatelf: 21 793 39 56fax: 21 796 87 94

email: [email protected]

email: [email protected]

direcçãoJoão Castilho

coordenaçãoCatarina Silva

núcleo redactorialJoão Neves

João BernardoMário SantosInês MartinsAna DuarteSara PereiraTiago Vieira

ediçãoCatarina Silva

David CandeiasRicardo Pouca-Roupa

agradecimentosApoios | Colaboradores | AEFFUL | A Feminina | TAFUL | APEF | AAUL

| DPI | Núcleo de Fotografia

ApoiosAssociação Nacional das Farmácias

Caixa Geral de DepósitosFaculdade de Farmácia da U.L.

Instituto Português da JuventudeOrdem dos Farmacêuticos

Universidade de Lisboa600 exemplares

periodicidadeSemestral

designCatarina Silva

David CandeiasRicardo Pouca-Roupa

impressãoMultitema

telf: 21 032 43 00email: [email protected]

www.multitema.pt

pH59.indt 1 15/11/2011 19:25:38

Page 4: Pharmacevtica nº59

pH59.indt 2 15/11/2011 19:25:42

Page 5: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 3

Caros colegas e estimados leitores,

É novamente com enorme honra que tenho a oportunidade de dirigir-vos algumas palavras. Desta, com o saudosismo inerente ao facto de ser a última vez que o faço, na revista Pharmacevtica, enquanto Presidente da Direcção da AEFFUL.Frequentemente dizemos que o tempo corre sem darmos por ele. Não poderia estar mais de acordo. Passados dez meses da Tomada de Posse, orgulho-me em poder dizer-vos que tem sido um prazer trabalhar para vocês. III Acção de Formação de Gestão em Farmácia, V Curso de Formação de Mediadores para a Educação na Saúde em Factores de Risco Cardiovascular, XIII Curso de Farmácia Prática, VII Conferência À Conquista do Primeiro Emprego, XVI Sarau Académico, XV Seminário, ou até mesmo a Semana do Caloiro foram algumas das demais actividades que já marcam este mandato. Aos que despertámos a curiosidade e aos que participaram, um sincero obrigado. Ser dirigente associativo só tem o seu real propósito quando existe, da vossa parte, receptividade e interesse. Remetendo-me a outro assunto, não poderia, de forma alguma, perder o momento sem dar-vos a minha opinião relativamente a uma questão que cada vez mais nos assoma: o nosso futuro enquanto farmacêuticos e a inseparável empregabilidade. Com ou sem dados estatísticos que o suportem, a verdade é que assistimos a tempos tendencionalmente mais árduos e que são transversais a todas as áreas. No entanto, não devemos baixar os braços. Não devemos simplesmente apoiar-nos nessa constatação. Devemos sim, querer investir em nós próprios enquanto cidadãos e futuros profissionais. Apostar na nossa formação e fazer valer as nossas melhores capacidades, ressalvando o que dos outros nos distingue será, a meu ver, a chave-mestra para o nosso sucesso neste competitivo mercado. Importa, por isso, estarmos atentos às mudanças do sector e a todas as suas implicações, de forma a que tenhamos a valiosa capacidade de nos adaptarmos. Se me permitem, dirijo-me agora a dois anos em particular, por diferentes razões. Aos caloiros, peço somente que aproveitem. Rendam-se a esta nova vida que é ser estudante universitário. Entreguem-se aos vossos novos colegas. A simplicidade de ser-se caloiro é algo que não devem deixar fugir. Aproveitem

aquele que, certamente, será o melhor ano do vosso percurso na FFUL. Aos finalistas, sugiro que desfrutem ao máximo os últimos meses que vos restam antes de dar início à nova etapa que se aproxima. Partilho convosco as saudades que já marcam o meu dia-a-dia cada vez que me apercebo do quão próximo do fim, esta longa caminhada de cinco anos, está. Momentos que inevitavelmente não esqueceremos. Emoções à parte, lembrem-se e apoiem-se sempre no seguinte: somos fortes e reunimos todas as condições para vingar futuramente. A todos, desejo o maior sucesso no cumprimento dos vossos objectivos. Deem prossecução ao nome de excelência desta instituição da qual nos orgulhamos em pertencer. Por fim, resta-me apelar a que tirem o máximo partido das actividades que a AEFFUL ainda tem reservadas para vocês. Participem, envolvam--se! Saudações Académicas

João CastilhoPresidente da DAEFFUL

“Ser dirigente associativo só tem o seu real propósito quando existe, da vossa parte, receptividade e interesse.”

pH59.indt 3 15/11/2011 19:25:47

Page 6: Pharmacevtica nº59

4 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Por | Flávio Monteiro

Cada vez mais um número maior de pessoas viaja grandes distâncias e com maior frequência. Nestas, os viajantes estão expostos a uma variedade de riscos que dependem essencialmente do destino, da duração e da finalidade da viagem, e condicionarão a farmácia que o viajante deve transportar. Assim, a avaliação destes riscos para a saúde deve ser responsabilidade do médico com conhecimento na matéria e do viajante que deve ser informado.

Oradores | Prof.ª Doutora Paula Resende | Prof.ª Doutora Quirina Santos-Costa

GIPES | 3 de Março de 2011

Por | Sara Pereira

A discussão de diversos temas pertinentes, começou com uma perspectiva geral dos factores de risco cardiovascular e das doenças cardiovasculares, partindo-se posteriormente para a farmacoterapia destas doenças, bem como para a importância da alimentação e do exercício físico na sua prevenção. Para além destes temas foi também dada formação no manuseamento de dispositivos de rastreio e em técnicas de abordagem em comunicação interpessoal na área de saúde, que puderam ser mais tarde aplicados pelos formandos numa campanha de rastreio de hipertensão, glicémia, IMC, IMG e colesterol na população de oito Faculdades da Universidade de Lisboa.

GIPES | 30 e 31 de Março de 2011

V Curso de Formação de mediadores para a eduCação na saúde em FaCtores de risCo

CardioVasCular

Por | Carolina Coelho

O objectivo primordial deste curso passou pela aquisição de noções e conceitos básicos na utilização deste programa. Foi cedido um CD e um manual o que permitiu, acompanhado do computador portátil, simular vários casos de atendimento, acompanhando da melhor forma todos os conteúdos abordados pelo formador. O curso constituiu uma mais-valia para o aprofundamento das nossas competências neste programa e uma oportunidade de preparação para o estágio em Farmácia Comunitária.

Formadores | Dr. António Henrique - Glintt

Curso siFarma 2000

Workshop mediCina do Viajante

pH59.indt 4 15/11/2011 19:25:57

Page 7: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 5

Por | Inês Damião

Esta conferência constituída por quatro módulos contou com a colaboração da Dr.ª Ana Horta da RHfarma que, no módulo I, nos deixou uma visão global do mercado farmacêutico da actualidade, dando-nos uma ideia do tempo médio de colocação de um farmacêutico após a conclusão do curso. No módulo II tivemos o prazer de ouvir a Dr.ª Ângela Fonseca, da RHManagement, enfatizar os pontos-chave para a correcta elaboração de um curriculum vitae, aspecto particularmente relevante para os participantes que já terminaram ou que se encontram na recta final do curso. A Dr.ª Catarina Duarte, do Gabinete de Apoio Psicopedagógico aos Estudantes da FPCE-UL, foi a oradora escolhida para, no módulo III, nos dar a conhecer a importância e dinâmica de uma entrevista de emprego. Já a tarde ia longa quando o módulo IV teve inicio, contudo foi o mais dinâmico e interactivo, contando com a presença do Dr. Carlos Martins da COMPETE, que nos ensinou a construir a CEB (característica efeito benefício) pessoal, e nos deu algumas dicas para a construção de uma carta de apresentação apelativa, para a identificação dos nossos pontos fracos, e a forma como podem ser explorados em nosso benefício durante uma entrevista de emprego. Durante este módulo tivemos ainda oportunidade de assistir a uma simulação de entrevista de emprego, ao longo da qual o Dr. Carlos enfatizou alguns dos aspectos que devemos ter em atenção antes e durante a entrevista.

Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais | 11 de Maio de 2011

Vii ConFerênCia À Conquista do primeiro emprego

Por | Catarina Silva

A Farmácia tem sofrido um processo evolutivo acentuado desde 1974, estando actualmente vocacionada para um papel de cariz social e empresarial. Numa época conturbada, considerando o prisma sócio-económico, é necessário lembrar que as farmácias asseguram muitas vezes a continuidade da terapêutica a populações desfavorecidas, concedendo medicamentos a crédito à população. Desta forma, sublina-se a importância da sustentabilidade e necessidade de independência da farmácia. Nesta óptica, e considerando a farmácia uma microeconomia, a gestão é efectuada tendo em conta não só a gestão financeirade, como também a gestão de recursos humanos e de recursos materiais. As condicionantes inerentes à farmácia são múltiplas e variadas, contando para tal: as alterações demográficas e económicas; o fenómeno da globalização; as cadeias de farmácias; a concorrência; o próprio mercado farmacêutico e sistemas de saúde; e a liberalização da propriedade da farmácia. Estes constituíram importantes pontos de discussão, veiculando certamente o interesse a posteriori de se aprofundar as implicações e omodelo de funcionamento de algo tão concreto e necessário como a gestão da farmácia.

Gabinete de Educação e Formação | 5 de Abril de 2011

iii aCção de Formação de gestão em FarmáCia

III A

cção

de

Form

ação

de

Gest

ão e

m F

arm

ácia

pH59.indt 5 15/11/2011 19:26:00

Page 8: Pharmacevtica nº59

6 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Enquanto Farmacêuticos iremos cruzar-nos com diversas questões delicadas como a interrupção voluntária da gravidez, a eutanásia ou até a promoção de medicamentos. Neste sentido, o XV Seminário AEFFUL terá contribuído seguramente para a reflexão e criação de perspectivas e pontos de vista por parte dos participantes, cumprindo o objectivo ambicionado de contribuir para a formação de profissionais de saúde mais esclarecidos e fundamentalmente conscientes.O dia iniciou-se com o Professor Doutor Pedro Caridade de Freitas, Director Jurídico da APIFARMA e Professor Auxiliar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que com uma elucidativa apresentação, introduziu o tema “Deontologia e Legislação Farmacêutica”. Os participantes facilmente se envolveram naquela que seria a temática abordada durante todo o Painel I moderado pelo Professor Doutor José Pedro Sousa Dias. De seguida, seguiu-se uma intervenção acerca da Legislação aplicada à Farmácia de Oficina, que pretendeu salientar alguns aspectos legais nas comummente conhecidas “Farmácias Comunitárias” que, para além de prestarem serviços aos utentes, prosseguem a sua actividade direccionada ao público na área da saúde. Para tal contámos com a colaboração da Associação Nacional das Farmácias,

XV seminário aeFFulÉtiCa e deontologia FarmaCêutiCa

representada pelo Dr. Filipe Azóia. Para finalizar este painel, a Dra. Telma Costa, Directora Técnica da Tecnifar, realizou uma intervenção focando aspectos éticos na promoção dos medicamentos. Após a pausa para almoço iniciou-se o Painel II com o Professor Doutor António Barbosa, Director do Centro de Bioética, que lançou o mote para uma tarde que se viria a revelar rica em temas éticos e morais capazes de causar alguma inquietação nos participantes. Seguidamente, contámos com a cativante e efusiva apresentação do Professor Doutor Fernando Araújo, Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, “Objecção à Consciência”, dando ênfase à dispensa da “pílula abortiva” pelo Farmacêutico. O painel II terminou com uma inigualável palestra acerca do “Testamento Vital” por parte do Professor Doutor José de Oliveira Ascensão.O dia culminou com uma Mesa Redonda, moderada pelo Professor Pedro Caridade de Freitas, que reuniu o Professor Doutor Carolino Monteiro, Conselheiro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, o Professor Doutor Fernando Araújo, o Professor Doutor José de Oliveira Ascensão e Professora Doutora Mafalda Videira.

Agradecimentos | Direcção da AEFFUL | Professora Doutora Mafalda Videira

Departamento Educativo | 10 de Outubro de 2011

Por | Isabel Fortunato

pH59.indt 6 15/11/2011 19:26:06

Page 9: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 7

A FFUL foi convidada a comparecer em mais um café concerto organizado pela AEFFUL, desta vez com duas bandas. À medida que ia anoitecendo, o tão aguardado público começou a chegar às imediações do anfiteatro F, local onde tudo se encontrava preparado para uma noite bem passada. O concerto abriu ao som de música com influências de jazz, pelos “Garret”. Uma banda um tanto ao quanto menos conhecida que deve o seu nome à rua onde se encontrava a tocar no momento do convite para este preciso concerto. Os “Shakra” continuaram com o concerto e proporcionaram uma selecção de covers bem conhecidas do público presente. Tal como no ano anterior, o conceito de concertos informais manteve-se com as pessoas a entrarem

CaFÉ - ConCerto

Como já é hábitual, a diversão e a formação marcaram aquele que foi o XIII Encontro Nacional de Estudantes de Farmácia (ENEF). Por um lado todos puderam descomprimir com as festas temáticas Heaven & Hell, Poker Night e Last Chance, bem como desfrutar de várias actividades desportivas e ter até aulas de surf. A aliar a tudo isso, não faltaram os Workshops de Barman e de Dança, onde foi possível dar asas à imaginação e à criatividade. Pela vertente mais educativa, tiveram lugar duas formações: uma sobre Marketing e outra sobre

Xiii enContro naCional de estudantes de FarmáCia

Empreendedorismo; estas serão certamente bastante úteis, visto tratarem de temas bastante importantes e actuais na área farmacêutica.Mais um ENEF chegou ao fim, mas fica sempre a certeza de que haverá um próximo, cheio de novas e diversas experiências para recordar! APEF | 1 a 4 de Abril de 2011 | Hotel Tivoli Marina, Portimão

e saírem do anfiteatro, entre um e outro copo de cerveja, e com as bandas a terem uma prestação que reuniu o agrado de todos. A noite encerrou com um conjunto de Dj’s de renome na casa FFUL, que manteve a animação pela noite fora. No fundo, mais um evento muito bem conseguido onde foi possível conversar, beber um pouco, cantar e até mesmo dançar, numa noite que cheirou a Verão.

Departamento Cultural e Académico |

7 de Abril de 2011

Por | Tiago Vieira

Por | Sara Pereira

pH59.indt 7 15/11/2011 19:26:08

Page 10: Pharmacevtica nº59

8 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Chegado o mês de Maio arrisco-me a dizer que não há nenhum FFULiano dedicado que consiga desviar a sua atenção da Farmo de Verão! De facto, este é um dos mais aguardados eventos do ano e, desta vez, Albufeira foi o sítio eleito para mais um fim-de-semana em grande convívio e animação, ingredientes indispensáveis como preparação para a época de exames que se aproximava a passos largos.Assim, rumámos às belas terras do sul onde nos aguardava um belo clima que desde logo nos despertou para uma noite em cheio, de tema “de se lhe tirar o chapéu”. Durante a noite o desfile de chapéus foi incessante: do mais simples ao mais exuberante, por toda a discoteca a adesão ao tema foi notável!Com o nascer do sol um novo dia se inicia…. Ou, para outros, apenas se encerra o primeiro de três dias de pura diversão!No dia seguinte deu-se início à II Farmo Cup onde todos tiveram oportunidade de demonstrar os seus talentos desportivos. Para os menos habilidosos, a praia ou a piscina foram o cenário ideal para um bronze digno

Farmo de Verão

de comentários na segunda-feira feira seguinte, no nosso bar…E como em tempo de festa o tempo voa, depressa caiu mais uma noite de folia, desta vez com o tema “Farmo Fit”. Cada ano, o seu desporto: cada pessoa vestiu o seu tema correspondente e de repente vimo-nos rodeados dos mais variados tipos de desportistas: nadadores, tenistas, ciclistas, judocas e futebolistas.O prémio para a melhor máscara foi entregue ao 5.º ano que tão bem se disfarçou, sacrificando a sua noite com balizas às costas; isto sim, é o verdadeiro espírito da Farmo!A noite foi longa e indubitavelmente divertida para todos, que mesmo ao chegar a casa, com o dia já a nascer, revelaram energia ao planear o dia seguinte.O último dia da Farmo é sempre o mais aproveitado! Entre malas semi-feitas e os horários dos transportes já em mente, toda a gente se dedica a usufruir das últimas horas de diversão, uma última oportunidade de gozar um dia de sol na companhia dos amigos…. Esta vez não foi excepção e tivémos à nossa disposição inúmeras actividades para nos entreter: workshops de samba, capoeira e até um touro mecânico!

Por | Ana Duarte

pH59.indt 8 15/11/2011 19:26:14

Page 11: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 9

Com o último dia, chegou também a última noite…De tema “Facebook party”, esta noite foi o encerramento de mais uma Farmo “só de sonho”, à qual todos nós atribuímos um grandioso “Like”! Um lugar onde não há problemas nem preocupações, onde trabalhos e exames deixam de existir para dar lugar à verdadeira alma académica de cada um.Aqui vive-se, festeja-se, convive-se, compensando assim os restantes dias, definitivamente mais enfadonhos!

Departamento Cultural e Académico | 6 de Maio de 2011| Albufeira

“Um lugar onde não há problemas nem preocupações, onde trabalhos e exames deixam de existir para dar lugar à verdadeira alma académica de cada um.”

pH59.indt 9 15/11/2011 19:26:24

Page 12: Pharmacevtica nº59

10 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Por | Bruna Tavares

Entre som de trovões abrem-se as portas para o Olimpo. Uma alegre sinfonia de timbres vai ressoando à medida que o palco é posto a descoberto. Colunas sobre nuvens vão envolvendo toda a mistura de cores que o entusiasmo não consegue esconder. Estando a audiência composta: Cruzam-se olhares...O silencia cai e as luzes apagam-se.“Boa Noite Aula Magna. Bem-vindos ao XVI Sarau Académico da Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa”. Foram as palavras que deram início à noite de 19 de

Maio, uma das noites mais aguardadas do ano. Pequenos focos de luzes surgiram, assim como uma canção que nos remontou a outros tempos. E por entre tanta emoção, o espectáculo iniciou-se ao som de Cosmic Love, com uma dança representativa do espírito vivido para a realização deste sarau: o quebrar de todas as barreiras dos comuns mortais. Sob a protecção dos deuses, Lucas Pinto e Bárbara Montóia subiram ao palco e a sua indumentária não deixou dúvidas quanto ao tema escolhido para este espectáculo – A FFUL no Olimpo. Após três longos meses de trabalho e dedicação, chegou finalmente o dia onde conjuntamente com professores, alunos,

pH59.indt 10 15/11/2011 19:26:26

Page 13: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 11

de muito trabalho abdicou muitas vezes das suas preciosas horas para ajudar os outros, o incansável Flávio Monteiro. E como as coincidências são coisas que assistem neste sarau, a deusa apresentadora, Bárbara Montóia, arrecadou os prémios Finalista e Espírito Académico. Já por outro lado, Patrícia Monteiro por agradar a gregos e troianos recebeu o Farmoaward de Fashion. Não são só os deuses que têm figuras divertidas e curiosas, também na FFUL existe um Cláudio Carmona, a Personagem que alegra os nossos dias e um Curioso que desce à Terra e espalha todas as notícias do Submundo, João Pereira. Quanto ao amor, também esse existe no Olimpo, tal se provou quando Márcio Lavrador e Filipa Rodrigues receberam o prémio Casal. E pelo consenso de Afrodite, os nossos apresentadores dividiram a sua beleza imortal pela Rapariga, Raquel Santareno, e pelo Rapaz, João Roma. Como a história não é outra não deixámos de ouvir A Feminina e os nossos homens de barba rija, TAFUL. Também congratulámos com o Prémio Carreira o Professor António Calado e a Sara Duarte com o Prémio de Desportista. Desvendando os segredos da Caixa de Pandora ouvimos os talentos de Miguel Ponte e Sofia Cruz e do grupo André Reis, Alexandre Piteira e Miguel Santos. No final da noite as palmas brindam o esforço de um semestre, e os que estiveram sempre por trás do palco podem respirar de alívio: Objectivo concluído!

Mas tá? Então se tá, tá!

funcionários e outros convidados, a Associação dos Estudantes comemorou mais um ano de existência, neste caso, os seus já muitos 97 anos.Antes das musas da arte proclamarem os heróis, João Castilho, Presidente da DAEFFUL, saudou toda a Aula Magna e agradeceu a todos os que tornaram possível a concretização desta noite sonhada tantas noites antes. Com enorme nostalgia presenteou com uma palavra cada membro da sua direcção, reforçando o espírito de uma equipa unida e dedicada, e não deixando de congratular o trabalho desenvolvido pela COISA 2011.A noite seguiu-se com os habituais momentos de sátira que tanto caracterizam a nossa peculiar faculdade, em que toda e qualquer parecença com o Cartoon Disney é pura coincidência. Todos aqueles que se distinguiram durante o ano são elevados à categoria de imortais. O primeiro a passar o portão do Olimpo foi João Rocha, o qual sob aplausos não conseguiu esconder a imensa alegria, salientando a ironia de não ter ganho o prémio de caloiro no seu ano e de agora receber em suas mãos a coluna que o congratula como Professor. Seguiu-se o Farmoaward Funcionário para aquela que com um sorriso, uma palavra ou um gesto torna os nossos dias melhores, a nossa querida D. Lurdes. E por não ter hesitado em seguir o lema Dura Praxis Sed Praxis, Maria Mariano, relembrando os restantes colegas que estavam na mesma categoria, recebe emocionada o prémio de Caloira. Para compor ainda mais o nosso Concílio, seguiu-se a entrega do Farmoaward para o Colega que no meio

pH59.indt 11 15/11/2011 19:26:28

Page 14: Pharmacevtica nº59

12 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Por | Gonçalo Jesus

É sempre um desafio, ao chegar ao fim dos exames do 5º ano, escolher o destino da nossa grande Viagem de Finalistas: México, Miami(!), Jamaica(!), Brasil… Bem, a verdade é que não é assim um desafio tão grande. Após irmos a votos, a maioria escolheu Brasil e pensando bem, esta era claramente a hipótese mais forte. A certeza de que íamos passar 15 dias (imaginem 5 farmos seguidas) num lugar paradisíaco com festas, actividades e bebida todos os dias, não só facilitou a escolha como criou uma ansiedade que só ia acabar com o desembarque em Terras de Vera Cruz.Depois de conhecermos os nossos guias, o primeiro destino era Maria Farinha. Foi a estadia mais curta dos 3 destinos mas nem por isso foi a menos agitada. A festa na primeira noite e um passeio de “catamarã” foram o mote para provar as primeiras caipirinhas, Skol’s e, claro, para os primeiros escaldões. Era de facto o destino mais modesto, mas era também o sítio com maior abertura para lidar com certos imprevistos que ocorrem numa viagem desta natureza. E nós fizemos questão de aproveitar!De Maria Farinha seguíamos para Porto Galinhas, com paragem em Olinda e Recife, onde chegámos já de noite mas ainda a tempo de um jantar de picanha ao som de música tradicional brasileira. Em Porto Galinhas estivemos em praias fantásticas, tivemos guerra de lama, passeios de buggy, festas na piscina e na praia, enfim. Até as viagens de autocarro eram de festa, com moches nos corredores ao som do Dalila (valeu Luciano!).Em Pipa o momento alto foi mesmo as viagens de buggy. Aí foi emoção do início ao fim nas Dunas de Genipabu onde também parámos para fazer

Viagem de Finalistas 2006/2011

Aerobunda. Água de côco, Açaí, capirinhas, caipifruta, mais caipirinhas, foi desde o primeiro dia ao último, e o Hiroshima fez questão que nunca faltasse nada, numa descida memorável (ou não…) pela avenida da vila.É conhecida a relação que os portugueses têm com a palavra saudade, mas o nossos homólogos brasileiros sentiram a nossa partida tanto, se não mais, que nós. Foi uma despedida emotiva e, após a normal foto de grupo, seguimos para fazer o check in e aguardar o regresso a casa. Chegava ao fim o que foi, para mim, uma viagem inesquecível. Não poderia acabar sem mencionar algumas pessoas que não tiveram possibilidade de estar connosco, cuja falta foi de certeza sentida por todos. Foi muito positivo ver como todos se deram a conhecer entre si independentemente das afinidades que se foram criando ao longo do curso. Foram 2 semanas (que foram para muitos as únicas verdadeiras férias de Verão em 2011) irrepetíveis, que no fim pareciam ter passado a voar, mas que foram para além das expectativas de todos. Parabéns a todos os finalistas!

pH59.indt 12 15/11/2011 19:26:33

Page 15: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 13

Por | João Neves

Finalmente havia chegado o dia em que todos os Caloiros pensavam desde que tinham aterrado enquanto pára-quedistas na FFUL: a tão esperada cerimónia do Traçar da Capa. O dia aproximava-se rapidamente e, depois do magnífico XVI Sarau Académico FFUL, faltava apenas uma semana que passou num piscar de olhos. Já tínhamos visto muitos dos nossos amigos fazer o respectivo traçar da capa noutras faculdades e como tal a nossa expectativa e ansiedade crescia ainda mais enquanto víamos fotografias de outras festas e de outros trajes negros. Assim, caloiro que é caloiro FFUL estava devidamente trajado reunido à porta do bar, curiosamente chamado Papa-Caloiros, para o jantar Tasca Castelinho organizado pela comissão 08/13. Os sorrisos nos rostos abriam-se sempre que mais uma cara conhecida chegava, os abraços e as festas recomeçavam sempre que outra capa aparecia para se juntar ao, cada vez maior, mar negro que ali se reunia.Já no jantar nada de novo: brindes com os amigos, fotografias com as amigas! Muita animação e um grande espírito abriam da melhor forma esta noite que prometia ser inesquecível para a maioria dos presentes…Depois do jantar todos se dirigiram para a rua onde, pouco depois, todas as atenções se voltavam. De repente dezenas de trajes negros se colocaram de joelhos. Caloiros no chão, Doutores de pé. Assim se começava por proclamar o Juramento do Padrinho e, logo depois, o Juramento do Caloiro. Tudo de pé. Chegara a hora de traçar a capa. E os caloiros passaram a Pastranos! Abraços, beijos, saltos, lágrimas e ainda um bocadinho de ginjinha ou aguardente para completar a festa! Depois deste momento a animação prolongou-se até de madrugada mas, no coração de todos, serão os poucos minutos do traçar que irão guardar para sempre. Uma nota ainda de parabéns aos Cafofos por terem vencido o prémio de melhor corda. Depois de anos a questionar o porquê de usar traje percebi tudo numa só noite. A alegria de usar o traje negro com os nossos colegas e amigos, o orgulho de pertencer a uma família que existia, existe e existirá depois de nós e o orgulho de poder ostentar tudo isso e muito mais nalgumas peças de roupa que, separadas, pouco ou nada simbolizam mas que, em conjunto, formam aquele que é, provavelmente, o mais icónico símbolo dos universitários portugueses.

arraial das palmeiras

pH59.indt 13 15/11/2011 19:26:45

Page 16: Pharmacevtica nº59

14 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

período pharmaCeVtiCo

Chegados à Faculdade, temos a errónea percepção de que o espírito académico e que todos os momentos em que vemos Doutores e Veteranos trajados se resumem única e exclusivamente a uma palavra: Praxe. Na verdade, rapidamente percebemos que não. Facilmente captamos a mensagem. Na FFUL, orgulhamo-nos por poder dizer que muitos são os momentos em que o nosso mérito académico é reconhecido. Momentos que marcam o nosso percurso nesta casa. Nesse sentido, a Mui Nobre Academia de Pharmacia desenvolve inúmeras cerimónias integradas no tão nosso Período Pharmacevtico destinadas a Terceiranistas, Quartanistas e Quintanistas sem esquecer, claro está, os Caloiros. Para todos os que não puderam marcar presença, para os mais distraídos ou simplesmente para os mais curiosos, deixamo-vos aqui o que melhor marcou o Período Pharmacevtico do ano transacto.

14 De Março, Queima da Sebenta - Artilhados dos slides, sebentas e até mesmo

dossiers, reúnem-se assim os Quintanistas para

mais uma Queima da Sebenta. Ao longo

do curso muitas são as cadeiras

que nos dão algumas dores

de cabeça, com as

q u a i s

estabelecemos uma menor empatia, podemos assim dizer sem ferir susceptibilidades. No entanto, e curiosamente, quando se coloca a questão “Qual foi a cadeira que menos gostaste?” as respostas recaem quase sempre sobre as mesmas. Este ano não podia ser excepção e a vencedora pertence aos clássicos: Química-Física como a número um do “Elas foram Fogo”. Uma cerimónia divertida mas, acima de tudo, “libertadora”.

11 De Maio, Imposição do Grelo - Esta cerimónia, destinada aos Terceiranistas, designados em código de praxe como Putos, contou com o Anfiteatro F cheio. Mais do que isso, distinguiu-se pelo expressivo número de padrinhos e madrinhas, entre os quais ex-alunos da FFUL, que fizeram questão em marcar presença e entregar a insígnia pessoal Grelo aos seus afilhados, um gesto muito representativo do característico espírito da nossa faculdade. Após a entrega, algumas lágrimas, entre várias gargalhadas, fizeram-se cair com a visualização do vídeo de ano, recordando os momentos até agora vividos por este ano tão unido.

14 De Maio, Queima das Fitas - Após cinco anos, é com pesar que vemos chegar o tão receado final. Este dia é marcado por muita alegria, mas acima de tudo por uma constante melancolia. A faculdade é assim invadida pelos Quintanistas, acompanhados de familiares e amigos, no dia que marca o término do seu percurso académico. Por entre discursos

chorosos, muitos risos e momentos, inesquecíveis com certeza, os Finalistas vão assim queimando

a Fita Negra, símbolo das más

pH59.indt 14 15/11/2011 19:26:50

Page 17: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 15

memórias enquanto estudantes universitários. O dia prolongava-se, talvez numa tentativa de evitar este simbólico adeus, terminando por fim com as actuações da TAFUL e da Feminina, seguidas de um brinde aos nossos Finalistas e ao seu futuro. Após esta cerimónia, restavam-nos as saudades: por parte daqueles que vão então encarar um novo desafio e dos que ficam, sabendo que sentirão a sua falta.

17 De Maio, Queima do Grelo/Imposição da Fita - Surge assim mais uma tarde, agora num ambiente mais calmo. Os Quartanistas reúnem-se para a Queima do Grelo, após a qual impõem a Fita. Marca-se assim a entrada numa nova etapa, o ano de Finalistas, e sente-se no ar, disfarçado de grande alegria, o pesar deste passar. Apesar de nos apercebemos que o fim está próximo, guardam-se as lágrimas durante mais um ano, e a cerimónia decorre com uma alegre descontração. Alguns discursos divertidos, até canções foram ouvidas, e as amizades construídas ao longo destes anos são notórias pelos alunos que fizeram questão de proceder à cerimónia em conjunto, mesmo que isso implicasse alguns atropelamentos. Por fim, chega a hora do brinde. Um brinde a quatro anos, um brinde às amizades, um brinde ao último ano que se aproxima.

26 De Maio, Traçar da Capa - E chegamos ao fim de mais um ano. E que ano! Com alguma certeza dizemos, o ano de caloiro é provavelmente o mais marcante da faculdade. Ao fim de um ano de praxe, de risos, de muito respeito, chega assim o momento. O momento em que os caloiros vestem pela primeira vez o Traje Académico. Esta cerimónia, incluída no Arraial das Palmeiras da AEFFUL contou com a inquestionável presença das Tunas da casa, a TAFUL e a Feminina, e pelo meio da folia surge assim o momento de seriedade em que

vemos os nossos caloiros passarem à categoria de Pastranos. Algumas lágrimas, risos e, acima de tudo, muito orgulho marcam o momento. A cerimónia inicia-se com a atribuição dos prémios das actividades organizadas para os caloiros: o V CascoPaper, em que a corda Pilão do Harém foi a vencedora, o Prémio de Melhor Corda que coube à corda Cafofo, e ainda a atribuição dos prémios da actividade FFUL tem Talento. As atenções páram para mais um intimidante momento: dá-se início à vistoria aos trajes e com felicidade acrescentamos que as repreensões foram escassas. Entram assim os padrinhos e as madrinhas e após um íntimo e emotivo momento a festa pára novamente para se escutar a Serenata da TAFUL, dedicada aos novos Pastranos. Terminamos com um brinde ao final deste começo e a tudo o que se avizinha.

O nosso último obrigada vai para todos os participantes: sem vós nada disto faria sentido, nem valeria a pena.

MNAP 2011-2012

Por | Catarina Simões-Lopes | João Castilho| Agradecimentos | MNAP 2010-2011 | AEFFUL

pH59.indt 15 15/11/2011 19:26:53

Page 18: Pharmacevtica nº59

16 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Por | Mui Nobre Academia de Pharmacia

O Espírito Académico sempre foi uma fonte de orgulho na nossa faculdade. E como uma árvore não nasce das folhas, também o Espírito tem de ser incutido aos novos alunos da FFUL, para que estes o passem para as gerações vindouras. É com este intuito que se constrói, desde 2007, uma equipa anual para a Mui Nobre Academia de Pharmacia.No passado dia 14 de Setembro, foi aprovada por maioria, em A s s e m b l e i a Geral da Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, a nova equipa da Mui Nobre Academia de Pharmacia, para o ano lectivo de 2011/2012. A presidir a equipa encontram-se Tiago Gaspar, como Dux Honoris, Raquel Santareno, como Dux Veteranorum e José Honório, como Dux Facultatis.A nova equipa é ainda composta pelo Veterano Amadeu Mendes, pelos Quintanistas Catarina Simões-Lopes, Diogo Baltazar, João Bernardo, Maria

equipa mnap 2011/2012

Inês Martins, Marisa Farrajota e Tânia Castanheira, pelos Quartanistas Catarina Morgado, Diogo Almeida, Francisco Cabrita, João Lopes, Sara Cândido e Tiago Santos, pelos Putos Diogo Viana, Ricardo Pouca-Roupa e pela Putisa Sara Torgal.

A Mui Nobre Academia de P h a r m a c i a promete integrar os novos caloiros e impôr o Código de Praxe em todos os seus trâmites. Para além de instaurar a Praxe, esta equipa tem, como um dos seus grandes o b j e c t i v o s , incorporar todos os Doutores e Veteranos nesta, bem como englobar os Semi-Putos e Semi-Putisas de

uma maneira produtiva, sem que nunca excedam os seus direitos e limites expressos no Código de Praxe.A Mui Nobre Academia de Pharmacia informa ainda, que os estagiários poderão praxar só com a capa, sendo, no entanto, obrigatório o uso de Traje Académico para todos os Doutores e Veteranos no Tribunal de Praxe. Podem fazê-lo a partir de Setembro do ano civil em que queimam as fitas.

pH59.indt 16 15/11/2011 19:26:58

Page 19: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 17pH59.indt 17 15/11/2011 19:27:00

Page 20: Pharmacevtica nº59

18 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

pH59.indt 18 15/11/2011 19:27:04

Page 21: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 19

ViVênCias de tunante

Esta ida a Tomar ainda nos valeu algum tempo de antena no programa semanal da rádio de Tomar, “Capas Negras”. A actuação na abertura do concerto dos UHF, partilhando também o palco com esta emblemática banda, em dois dos seus temas; e ainda a actuação conjunta com a West Europe Orchestra, num projecto aliciante e ao mesmo tempo inovador, são decerto experiências que ficam para contar. E, como todos os anos, participámos na nossa Queima das Fitas, no Sarau Académico e no Arraial das Palmeiras, actuações estas tão acarinhadas por todas nós, não fossem elas dirigidas ao nosso público favorito, o FFULiano! Por tudo isto, e por tanto que fica por dizer, posso garantir que este ano foi muito especia. Sim, porque a 10 de Maio deste ano, comemorámos os 15 anos de vida daquilo que começou por ser um sonho, um grande projecto, que deu vida à grande família d’A Feminina. De todos estes momentos guardo recordações que nunca esquecerei.Mas, afinal, quem sou eu? Eu sou uma Feminina. E tu estás à altura do desafio?

Por | A Femina

Toca o despertador. Nem acredito que já são horas de começar o dia. Ainda sinto o desgaste do fim-de-semana… Das festas, das actuações pelas ruas, do palco, dos convívios, de todas as emoções sentidas… Pés na terra! Está na hora da aula.Passo o dia à espera do ensaio. Será que evoluí? Será que já domino aquela sequência complexa de acordes, pela qual batalhei toda a semana? Logo à tarde se verá o parecer das exigentes veteranas. Numa roda-viva constante, com o traje sempre à mão, o semestre voa dia após dia, ensaio após ensaio, festival após festival, sem esquecer as divertidas actuações de cariz académico, recheadas do verdadeiro espírito que nos une – o espírito de tunante! Já no ensaio, as novidades são muitas. Novas caras, novas músicas, novos desafios. Sempre novos desafios. Com alegria constante, duas horas se passam num abrir e fechar de olhos e tanta coisa fica por ver, ouvir, tocar, cantar… Com a aproximação do fim-de-semana, certamente virá um novo festival e mais prémios para conquistar. Não podemos desistir, já se sabe que isso é palavra que não entra no nosso vocabulário, e que o digam os colegas da Sala Universia, ao som dos belos acordes emanados do Espaço Pharmaceutico. Depois do ensaio, termina o dia. Olho agora para trás e recordo tudo o que vivi: começando o semestre em beleza com o III Retiro d’A Feminina em S. Pedro de Moel, onde pusémos à prova a nossa criatividade, explorando as nossas capacidades em novos ritmos musicais; partimos mais tarde para o V Sellium em Tomar, que nos proporcionou não só um reencontro com a nossa amiga Tuna Templária de Tomar, como também os prémios de Melhor Pandeireta, Melhor Instrumental, Tuna mais público, Melhor Apresentação e Melhor Tuna.

pH59.indt 19 15/11/2011 19:27:09

Page 22: Pharmacevtica nº59

20 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Por | TAFUL

Todas as histórias que são histórias têm um começo. E todos os começos têm, na sua evidência, intervenientes e interveniências. Assim, para esta edição, fui esgravatar na memória dos mais velhos intervenientes desta história. Sérgio Vilão e Jorge Silveira estavam lá quando as histórias começaram a ser contadas, muitas delas “pela mão” dos próprios. Honrados fundadores da TAFUL, hoje, dezasseis anos depois, nota-se que acham que passou demasiado depressa – como todas as coisas boas que deixam saudades.

1 - Contam-se pelos dedos o conjunto de tunas que já têm dezasseis anos de existência. Como é que era o panorama em 1995 a nível de tunas? Existiam festivais sequer (pelo menos em Lisboa)?Nós nascemos no momento em que começaram a surgir as Tunas nas Faculdades. Em Lisboa havia a Estudantina, a TUIST, a Tuna da Internacional e em 95/96/97 quase todas as Faculdades começaram a ter Tunas. No resto do país já havia um movimento assinalável de vida académica com grande reflexo nas Tunas que representavam Academias (Estudantina de Coimbra, Orfeão do Porto, as Tunas Universitárias do Porto, Aveiro, Minho, etc.) e reproduziam clássicos do Universo estudante (alguns com décadas: “Amores de estudante”, “O teu segredo”, “Balada da despedida”, etc.). Haviam poucos festivais de carácter competitivo. Em Lisboa, talvez só mesmo o TUIST. O primeiro festival em que participámos, penso que terá sido em 96, em Ciências Médicas, ganhámos Tuna Mais Tuna e temos um diploma amarelo comprovativo disso mesmo pregado na parede da Sala com a assinatura da actual estrela, Kátia Guerreiro. Ah e um festival no Beato com a Internacional a actuar em palco com o filho de um dos Tunos trajado. Devia ter uns três anitos, o miúdo. Na altura, com dezanove, vinte anos estávamos longe de pensar que o mesmo nos aconteceria a nós!2 - Isto tudo começa como? Tem de ter havido uma

a tuna que não sabia ser tunaou Como a tuna aCadÉmiCa de FarmáCia da uniVersidade de lisboa se tornou menina e moça…

ideia surgida de algum lado, uma situação concreta. Algum momento caricato? Sim, tenho claramente essa ideia. Éramos uma Tuna Mista. P’raí dezasseis gajos e cinco gajas. Um dia, um dos nossos tunos (que não vou dizer o nome completo, mas que começa por S, acaba em O e tem Vilão no nome) decidiu fazer uma serenata surpresa a uma menina directamente na casa dela. A Tuna foi toda. Embebedámo-nos violentamente (lembro-me vagamente de ter vomitado directamente para a minha capa e para o caixilho da janela do carro do dito tuno) e quando chegámos à casa da menina informámos as gajas da Acetuna (o nome na tuna mista) que não fazia sentido gajas fazerem serenatas a gajas. A conversa não correu bem, azedou, parte foi-se embora (mas a serenata foi feita com todo o rigor!). Reunimos na antiga sala de alunos da FFUL, às cinco da manhã, bêbados e nove de nós decidiu sair da tuna mista e formar a Masculina. Aliás, a Tuna Académica de Farmácia (sim, porque para nós não havia Tunas Masculinas, isso já era um pressuposto no termo “Tuna”). E assim surgiu o nome da TAFUL. 3 - “Vamos formar uma tuna!”. Certo. Mas como é que isso se faz quando não existe um cancioneiro, instrumentos, dinheiro, material humano? Quando não existe ninguém que nos diga como fazer (se é que isto é verdade)? O grande dinamizador da Tuna (a que chamávamos o 1º Maior) foi o Luís “Aturotu” Lourenço. Ele tinha

A TAFUL, no ano da graça de 2000

pH59.indt 20 15/11/2011 19:27:13

Page 23: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 21

tido uma experiência prévia na Estudantina e foi ele que, por carolice inicial, reuniu pessoas (na altura, não interessava muito se cantavam ou tocavam, porquê agora interessa?) para ir dando forma à Tuna. Dinheiro foi algum investido por nós. A maior parte dos instrumentos era dos Tunos. E foi ele que, com o amor que tinha à Tuna, foi construindo o Monstro que se vê hoje. Tivemos o 1º projecto de ensaio na casa do Zé Segundo e foi o Luís, que sabia tocar quase tudo, que ensinou alguns de nós a dar os primeiros passos na música. A partir daí foi só lançar o boato e em menos de nada já fazíamos várias actuações “semi-pro” que iam dando para financiar o projecto (instrumentos, despesas de deslocações, jantaradas, etc.). 4 - Aquelas confusões com A Feminina acerca da sala da tuna? Fizemos batota ou foram elas? E quanto tempo tinha a Acetuna de existência? Expliquem-me que eu próprio já perdi o fio à meada...Há toda uma epopeia antes dessa história. Confusões com a Feminina eram, na altura, o pão-nosso de cada dia. Lembro-me das discussões da sala e, vagamente, que teremos ocupado a sala com as nossas coisas e de lá não saírmos. A Acetuna existiu durante um ano e meio. Posteriormente à saída dos nove magníficos, ainda durou mais uns seis meses porque alguns dos gajos da Acetuna ainda ficaram. Ou seja, durante seis meses tivemos uma Tuna Mista e a Tuna Académica de Farmácia. Quanto a insultos e discussões, lembro-me de alguns que incluíam ofensas direccionadas para as relações (sexuais, inclusive) existentes entre meninas da Feminina e gajos da Estudantina. De resto, eram apenas pirraças... Quem desdenha quer comprar… Mas éramos e ainda hoje somos muito amigos! Pelo menos no que toca à malta que saiu da faculdade na mesma altura que nós, mais ou menos por volta de 2000, mais ano menos ano! 5 - Depois mais ou menos quando é que sentiram que tínhamos definitivamente uma tuna? Quando entra a malta mais nova? A praxe começa a ter um papel relevante na integração dos novatos? Começámos muito bem em 96. Lembro-me de tocarmos na Semana Académica de Lisboa e sermos um sucesso brutal. No dia seguinte, a Rádio Energia (era a rádio dos putos na altura) destacou

a “prestação-surpresa” da TAFUL na noite da SAL. Tinham adorado o Sr. Doutor, o Cheira Bem e a versão que tocávamos do Vira dos Mamonas Assassinas. Depois, o nosso filtro de entrada durante dois, três anos foi muito apertado: éramos um grupo um pouco fechado, não era fácil entrar, tínhamos dificuldades em que entrasse malta nova. E para aí em 99 tínhamos grandes problemas. Tocámos várias vezes com sete, oito pessoas… Então começámos a abrir mais, a participar no primeiro dia dos Caloiros, a seleccionar alguns para passarem o primeiro dia connosco…6 - Como isto já começa a ficar para o grandito, como é que vêem a tuna nos dias de hoje? É certo que somos cada vez mais a entrar todos os anos mas até que ponto é que isso é sinónimo de qualidade? Amolecemos ou somos melhores assim? Acho que 1995 e 2011 estão à distância de uma geração… e é tudo diferente! As pessoas, os interesses, os enquadramentos familiares, a própria disponibilidade para a vida académica… Os Tunos em 1995 não seriam melhores nem piores, mas eram mais um grupo à parte, como eram os surfistas. O filtro que impusemos durante uns anos era bom porque os que estavam eram mesmo Tunos “à séria” (seríamos doze, treze no activo e conseguiam ir sempre dez, onze). Por outro lado, fez com que tivéssemos dificuldades de prolongar o espírito. Durante muitos anos lembro-me que a Tuna era dependente do pessoal que já estava a trabalhar. Agora, felizmente já não é assim. 7 - Continua-se a vir com o mesmo prazer? Continua-se a gostar da instituição como sempre?Claro, sempre! É lógico que o facto de ter idade para ser pai de alguns leva a um distanciamento inicial que gosto de fazer desvanecer ao longo do tempo. Mas digo isto com todo o sentimento: a TAFUL foi o projecto de vida que me deu mais prazer ajudar a construir. E é reconfortante e uma surpresa ter verificado ao longo dos anos que afinal funciona... sem nós! É um pouco como ver os filhos tornarem-se independentes!

Na próxima edição, mais algumas estórias sobre a criação deste Monstro, que é a TAFUL!

pH59.indt 21 15/11/2011 19:27:16

Page 24: Pharmacevtica nº59

22 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Por | Ana Guerreiro, Madalena Soares, Melanie Reis, Pedro Coelho

O NAS 2011 cresceu para podermos ser mais a alertar-te para o mundo à tua volta. Para sermos mais a ajudar-te, por exemplo, no que diz respeito ao que precisas de saber sobre as bolsas, e para desenvolver mais actividades, em que te queremos envolver! Ao longo do ano, o nosso painel continuou a contemplar semanalmente as ementas dos refeitórios da Universidade de Lisboa, os anúncios dos alojamentos na nossa cidade, informações sobre as bolsas no ensino superior e a novidade foi a caixa do correio – o espaço para as sugestões de todos. Este ano o nosso painel vai continuar e queremos que sejas parte activa nele. Visita-o e procura-nos sempre que precisares. Durante o último semestre, organizámos o III Workshop do NAS subordinado ao tema O idoso na sociedade – a visão de quem trabalha por perto, impulsionámos a recolha de tampinhas que revertem para material ortopédico e organizámos a recolha de alimentos na Farmo. Ainda divulgámos novidades sobre a nossa sociedade, informações sobre associações que recebem voluntários, entre outras curiosidades, tudo isto na newsletter

juntos podemos Fazer a diFerença

que mensalmente enviamos. Divulgamos ainda actividades pontuais aos nossos leitores mais interessados. Se queres receber estas informações, envia-nos o teu email para [email protected] fim, fazemos-te reflectir… Conciliar as aulas, o estudo e o tempo que resta para ajudar o outro é um desafio. Não deixes que o comodismo e a indolência perante o outro sejam um pretexto. Olha que a falta de jeito também não é desculpa! Queremos sensibilizar-te para o que podes trazer de bom à comunidade ou à vida de alguém. Segue uma sugestão para todos:

Projecto na Baixa de Lisboa que visita idosos no seu domicílio: http://maisproximidademelhorvida.com/.

Está prevista uma reunião com todos os interessados para divulgar este projecto. Manifesta o teu interesse para o nosso e-mail.

Envolve-te!

Núcleo de Acção Social da AEFFUL | [email protected]

pH59.indt 22 15/11/2011 19:27:19

Page 25: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 23

Núcleo Redactorial da Pharmacevtica (NRP): A Investigação Científica em Portugal tem registado um crescimento significativo nos últimos anos. No papel de investigador como vê esta evolução?

João Gonçalves (JG): Em qualquer tipo de cidade desenvolvida, a investigação científica é fulcral para o desenvolvimento do país, tendo em consideração a necessidade de criar mais força crítica para desenvolver novos produtos, novas ideias. Mas também é necessário que haja uma estratégia de se perceber melhor para onde é que se quer que esta investigação vá. Nesse sentido, somos um país de pequenos recursos, pelo que apostar na investigação científica só por apostar constitui um desperdício de dinheiro. Por exemplo, apostar muito

em investigação básica, para um país como o nosso que necessita que a investigação científica seja a base do desenvolvimento desse país, a investigação básica, só, não é suficiente. É necessário haver uma componente muito mais aplicada. Há outras pessoas que pensam de outra maneira. Mas a minha opinião é que a investigação aplicada será um objectivo para Portugal muito mais realista do que aquilo que tem sido feito até agora que é uma aposta na investigação em geral e «vamos ver o que resulta daqui!». A crise económica vai trazer uma redução desses recursos, podendo dar origem a que a investigação seja focada em aspectos muito mais aplicados, no fundo vamos chegar a um ponto em que a investigação científica vai ter que demonstrar que já fez alguma

João Gonçalves é Professor Associado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e Investigador Principal na Unidade de Pesquisa de Antivirais e Retrovírus no Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. O Núcleo Redactorial da Pharmacevtica teve o privilégio de realizar esta entrevista num ambiente descontraído, trazendo a discussão temas actuais que estão implicítos ao futuro do Sector Farmacêutico. Uma história que não deve deixar de ser lida por todos vós.

João Gonçalves

pH59.indt 23 15/11/2011 19:27:21

Page 26: Pharmacevtica nº59

24 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

coisa. Portanto, quem não conseguir mostrar esse resultado prático dessa investigação terá que forcar-se em áreas mais produtivas, estimulando um tecido da investigação mais produtivo em termos de competição internacional. Depois há a questão da concorrência intenacional. Vamos olhar para esquemas ou estratégias de crescimento de alguns países e uma das principais áreas em que apostam sempre é na Investigação e Desenvolvimento para que os seus produtos sejam melhores do que os dos outros países. Portanto a concorrência é mundial neste momento. Países que não tínhamos como concorrentes, como sendo países da América do Sul, nos próximos dez anos vão ser altamente competitivos. Em dez anos a China conseguiu também uma investigação muito mais competitiva, com mais fundos inclusivé que os EUA.

NRP: A despesa total em investigação aproxima Portugal dos actuais níveis médios de investigação e desenvolvimento na União Europeia. Em termos práticos, de que forma é que este investimento representa um benefício para a investigação em Portugal?

JG: Claramente é um benefício, mas estes números fazem-me confusão, porque são números. Interessa-me sim perceber, por um lado, quais são as áreas e, por outro, como é que se está a avaliar este investimento. Hoje sabemos que muito dinheiro foi gasto e não sabemos bem como nem porquê. É altura de pensar um bocadinho e perceber para que sítios é que queremos alocar esse investimento. Outra questão fundamental é a questão da protecção da investigação. Por exemplo, fala-se muito em investigação mas a protecção em termos de patentes em Portugal está muito reduzido. Não é que não se faça investigação, mas há um fosso entre as pessoas patentearem e a investigação.

NRP: Entre 2008 e 2009 verificou-se um reforço da comunidade científica nacional, superando mesmo a média da União Europeia. Na sua opinião, a

comunidade científica reúne os apoios necessários para acompanhar este crescimento?

JG: Vou-vos dar o exemplo do meu laboratório. No meu laboratório cheguei a ter já quinze pessoas, entre bolseiros de Doutoramento e de Investigação Científica. Devido à escassez e ao problema do financiamento, essas quinze pessoas neste momento estão reduzidas a dez. Para onde é que foram essas pessoas? Uns abandonaram o País, outros a Investigação. Assim, esta questão é muito relativa: o que é que o estado ganhou ao estar a gastar milhares de euros na formação dessa pessoa? Se ela foi para outra actividade que não a investigação, então não ganhou nada. Se foi lá para o estrangeiro quem vai ganhar são os outros países, porque essas pessoas não vão voltar. E não vão voltar porquê? Porque no fundo, depois vão ter tanta qualificação que, para voltar para Portugal, não haverá condições para os absorver. Outra coisa: dão imensas bolsas de Doutoramento e de Pós-Doutoramento, mas depois não há o apoio aos laboratórios para os projectos.

“... somos um país de pequenos recursos, pelo que apostar na investigação científica só por apostar constitui um desperdício de dinheiro.”

pH59.indt 24 15/11/2011 19:27:24

Page 27: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 25

Na minha opinião, este governo deveria repensar as bolsas e os laboratórios, equilibrando a oferta com a procura. A aliar a tudo isto há o factor desânimo, porque fazer investigação é uma autêntica maratona. Fazer um doutoramento de quatro anos envolve um projecto durante o qual o nosso objectivo primordial nem sempre é alcançado. Há altos e baixos. Ao longo destes dez anos que estou aqui na faculdade, apercebi-me que a própria mentalidade das pessoas e a sua disponibilidade emocional ao longo de quatro anos muda muito. Estamos a investir demais em quantidade e pouco em qualidade. Não na qualidade das pessoas que estamos a formar, mas na qualidade do investimento que estamos a fazer.

NRP: Actualmente é o Investigador Principal na Unidade de Pesquisa de Antivirais e Retrovírus no Instituto de Medicina Molecular (IMM) da FMUL. Dentro das áreas de pesquisa quais os projectos de investigação que estão em curso?

JG: Eu sou Investigador Principal no IMM, mas também sou Investigador aqui na Faculdade. A unidade de Retrovírus e Antivirais aqui da Faculdade optou por se afiliar ao laboratório em questão. Há alguns anos atrás decidiu-se que este grupo fosse associado então ao IMM. As duas áreas principais em questão são os Anticorpos e o HIV. São duas áreas que ao princípio parecem estar afastadas uma da outra, mas que no fundo são complementares. O histórico da minha investigação vem do HIV. Depois de acabar o doutoramento fui para áreas mais aplicadas, isto é, liguei-me mais à Indústria Farmacêutica, o que me deu uma visão mais distante da investigação básica, ficando esta sempre como um complemento daquilo que eu quereria fazer que passava por coisas mais aplicadas para termos mais capacidade de intervenção terapêutica sobre algumas áreas. O boom dos Anticorpos recombinantes foi durante os anos noventa e, nessa altura, comecei a interessar-me pelos mesmos. No fundo consistem na manipulação de Anticorpos de modo a darmos aos mesmos melhores propriedades, mais eficazes e de maior segurança à terapêutica. Essa aposta foi boa porque no fundo a Indústria Farmacêutica já tinha percebido o seu interesse na área e hoje os Anticorpos terapêuticos representam 25% de todo o volume de negócios da indústria

farmacêutica mundial. Tratando-se de uma área em florescimento, quando eu voltei para Portugal no início do ano 2000, no fundo fui estimular esta investigação cá em Portugal e aqui na Faculdade. São muito poucos os grupos que trabalham em Anticorpos recombinantes em Portugal, mas sempre com actividade terapêutica. Ora, quando nós construímos um Anticorpo, temos que o aplicar em qualquer coisa. Como a doença que eu conhecia era o HIV, procurei veicular a investigação no sentido de manipularmos os Anticorpos e dar-lhes novas funcionalidades, mais eficazes do que aquelas que eles naturalmente têm. Utilizamos neste momento Anticorpos como vectores de vacinas. É uma área relativamente nova no meio deste conceito. Tem uma série de nuances tecnológicas, mas basicamente nós pensamos que os Anticorpos são a chave para novas vacinas. Portanto são áreas complementares mas que podem ser aplicadas cada uma delas em diferentes perspectivas. Neste momento, estamos já a tentar passar os Anticorpos para o cancro, para neutralizar novos antigénios celulares, encontrar novos alvos terapêuticos na superfície de células cancerígenas e, para além disso, estamos a manipular o Anticorpo de modo a que ele possa levar citotóxicos directamento a células cancerígenas, de modo a ter uma potência maior em termos de morte celular. No fundo são estes os projectos que estão em desenvolvimento.

NRP: Portugal integra o grupo de países “moderadamente inovadores”, ao lado de países como Espanha, Polónia, Hungria, Grécia, República Checa e Itália. A Indústria Farmacêutica (IF) constribuiu de forma significativa para alcançar este patamar?

JG: Pouco. A IF em Portugal contribuiu pouco para isso. São poucas as Indústrias em Portugal que realmente investem nalguma investigação e desenvolvimento para o desenvolvimento. Temos o caso da Bial e da Hovione, e poderemos ter mais um ou dois exemplos. O que é que temos a seguir? Temos as Startup, pequenas empresas que estão a começar, que são no fundo desenvolvidas a partir de Investigadores que estiveram na Universidade e que constróiem uma empresa baseada numa tecnologia. Mas o grau de envolvimento dessa Indústria com essas pequenas empresas é muito pequeno e ainda

pH59.indt 25 15/11/2011 19:27:25

Page 28: Pharmacevtica nº59

26 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

existe uma aversão muito grande na IF ao risco. Ou seja, o risco ainda é algo que está longe da estratégia empresarial. O problema importante em Portugal neste momento é que desde o início dos anos noventa se perdeu muito tecido produtivo. Nós tínhamos IF muito importantes em Portugal no início dos anos noventa que começaram a desaparecer devido à deslocalização das empresas. Na mesma linha, o incentivo do estado à capacidade produtiva das empresas foi reduzido e, portanto, começaram a desaparecer. Agora temos representantes de Multinacionais, sendo que essas ainda não têm muito interesse em apostar numa Investigação Nacional. Acontece uma coisa interessantíssima: a Investigação é tão concorrencial, tão competitiva, que as Multinacionais deslocalizam os seus investimentos

facilmente. E Portugal é um país muito pequeno na Europa para mostrar-se competitivo a esse ponto. A crítica que normalmente se faz é que o que nós fazemos é muito semelhante ao que a Alemanha faz. Nós não nos estamos a diferenciar muito do que os outros fazem. E um investidor perante a realidade que nós temos em Portugal neste momento, prefere investir na Alemanha do que investir em Portugal. A própria ligação da Medicina dos hospitais à Investigação é diferente. Ou seja, quando uma IF nos contacta e diz que gostaria muito de explorar a nossa tecnologia, mas pergunta de seguida como é que estamos a pensar testá-la e nós dizemos que as testamos em células, eles ficam reticentes. Porque tudo isto é muito interessante mas não estamos a traduzir isto para o doente. Na Alemanha e na Inglaterra desenvolve-se e testa-se em amostras de doentes. A Indústria vê claramente que apostamos em tecnologia e que está a crescer, mas que esse crescimento é desfazado. É quase como a carta de Bill Gates. No fundo, nós no meio de duas ou três mil pessoas temos de chamar a atenção em alguma coisa. A ideia é sempre perceber o que os outros andam a fazer e fazer de maneira diferente. A IF no fundo o que quer é que nós abordemos o mesmo

problema mas de maneiras diferentes. A IF em Portugal não contribuiu e não está a ter um papel activo agora também. Nós talvez estejamos como a Grécia, considerando este grupo de países. A Polónia é interessante, porque se está a focar em áreas como a Informática e o software. Mas se olharmos para a República Checa e para a Hungria estão altamente desenvolvidas. Mas aí entra a história: eles estão muito ligados à Alemanha e durante o Bloco Comunista eles apostaram imenso em Cultura e Educação, e mantêm essa disciplina e rigidez Germânica. Potencialmente e efectivamente, estão mais desenvolvidos do que nós.

NRP: Em Biotecnologia Farmacêutica (BIF), disciplina que lecciona na FFUL, há uma clara aposta em associar o trabalho de pesquisa e criatividade a futuros projectos. Considera que esse tipo de avaliação poderá no futuro ser a chave para aliciar novos Investigadores?

JG: Aqui sou altamente parcial no que vou dizer! (risos) Mas acho que esta é uma das maneiras para aliciar novos Investigadores e novas formas de pensar. As pessoas estão muito à espera de conceitos quando vão para as aulas, mas é preciso partir para as generalidades que, no fundo, são aplicações desses conceitos. E portanto essa maneira de induzir a pessoa a utilizar outros conceitos poderá, por um lado, integrar todo o conhecimento que vocês já têm para trás, mas poderá também dar uma ideia do que é que podem fazer com isso. E os projectos que têm ganho e que têm ido à final deste projecto de BIF são excelentes neste sentido: vocês ficam com a noção de como é que se pode conceber um produto. Muitos deles falhavam se fosse para a prática, tudo bem, mas isto é a génese da ideia: conseguirmos integrar os vários saberes para construir um produto. Esta maneira de pensar é diferente daquilo que estão habituados no curso, mas é importante para aprenderem a pensar. Há sempre uma dificuldade tremenda em escolher aqueles cinco que vão à final, porque vocês chegam ao fim e se conseguirem integrar tudo aquilo que vocês sabem será o melhor trabalho. E essa capacidade é exactamente a de ser investigador. Acho que é a primeira vez no curso que vocês ouvem falar de algo prático nesse sentido: vou fazer uma coisa que no fundo pode ter algum

“A ideia é sempre perceber o que os outros andam a fazer e fazer de maneira diferente.”

pH59.indt 26 15/11/2011 19:27:26

Page 29: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 27

impacto! E esse impacto económico é uma coisa que claramente não pode estar patenteada.

NRP: No seu percurso Académico, além da Licenciatura em Ciências Farmacêuticas na FFUL, completou um PhD na Harvard Medical School. De que forma esta experiência influenciou o seu trajecto profissional?JG: Influencia sempre. Claramente porque todo o ambiente que se vive em Harvard não se compara em nada com o ambiente de uma Universidade em Portugal. Estão lá pessoas de todo o Mundo. Quando eu era estudante não havia companheirismo. Naquela Universidade havia pessoas de todo o mundo que se aglomeravam, e que mesmo sendo altamente competitivas, criavam um ambiente muito propício àquilo que se chama a excelência. Claro que isso molda a nossa criatividade e fomenta a necessidade de querermos sempre melhor. No nosso curso é essencial começar a estimular a criatividade. Quando eu fui para Harvard não sabia em que é que consistiria o meu projecto e fizeram-me andar a visitar vários laboratórios. Tive que falar com as pessoas e perceber o que queria fazer e como o iria fazer. Este curso, se fosse bem aproveitado, podia ser extraordinário dada a sua multidisciplinaridade! Os Americanos são muito pró-activos e fazem com que o aluno seja o dono da sua própria criatividade, ou seja, ele tem que encontrar alguma coisa e estimula essa criatividade, essa capacidade de encontrar algo novo. Na Europa isso não acontece, pelo menos nos sítios que eu conheço, não está a ser muito estimulado. Quando fui para lá fui literalmente lançado aos «leões». Se eu perguntasse qual é o livro que vou ler levava uma cacetada! (risos) Nestes projectos lêem-se artigos, os livros têm três ou quatro anos de atraso. Onde é que está a realidade?

“Naquela Universidade havia pessoas de todo o mundo que se aglomeravam, e que mesmo sendo altamente competitivas, criavam um ambiente muito propício àquilo que se chama a excelência.”

Os livros servem para definições. Face àquilo que eu aprendi, o ensino no Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas está a ser feito ao contrário.

NRP: Propomos-lhe um desafio. Se tivesse de contar uma história em particular da sua vida a fim de cativar os estudantes para ousarem na sua vida profissional, qual seria a mensagem que lhes passaria?

JG: Desta não estava à espera. Posso contar uma história: depois de ter feito o Doutoramento lá fora, em noventa e seis, vim ver qual era a possibilidade em Portugal. Toda a gente dizia: «Espectacular, estiveste nos EUA, agora vens para cá e há n oportunidades». É a mesma coisa que vocês ouvem falar durante o curso: que podem ter isto e aquilo, mas quando chega a realidade, quando nós aterramos, a realidade é completamente diferente. Eu lembro-me de nessa altura as portas se fecharem todas, mas todas! Todas aquelas que eu pensava que estavam abertas, tanto a nível da Investigação, Universidade, Indústria.

Na Indústria então tinha qualificações a mais. Claramente aqui uma das coisas que uma pessoa pode pensar é que se acabou, que não há hipótese, que «vou viver a vida e vou ganhar dinheiro!». E eu fiz isso. Fui para a IF no estrangeiro durante três anos. Mas claramente fica aquela noção de que eu poderia fazer mais qualquer coisa, que não era bem isto que eu queria. Um dia estava eu nos EUA e estava a almoçar, e chega um colega à minha mesa, com o

pH59.indt 27 15/11/2011 19:27:26

Page 30: Pharmacevtica nº59

28 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

seu tabuleiro, e eu não o conhecia de lado nenhum. Começámos a falar sobre Anticorpos, que era a área que estava mais a dar naquela altura e apresentámo-nos. Depois ele diz-me que trabalhava em Anticorpos e perguntou-me o que é que eu fazia, ao que eu disse que estava na Indústria. E ele convidou-me para ir lá. Há aqui um ponto fulcral: a partir deste momento

mantenho-me como estou ou se eu der um salto de volta à investigação fico a saber até onde poderia ir. Essa pessoa chama-se Carlos Barbas, é Americano, mas era um dos pioneiros dos Anticorpos. Eu larguei

a Indústria, despedi-me e fui para lá, sem saber basicamente para onde é que ia. E porquê? Nota-se muito nas pessoas que vão trabalhar aquele bichinho de querer fazer mais alguma coisa, algo mais inovador e eu senti que esse era o momento. Vim para Portugal e iniciei uma área que estava em florescimento e que daí a dez, quinze anos estaria no topo dos fármacos a utilizar. E no fundo a lição foi esta: nós primeiro temos que arriscar nos primeiros anos, ou seja, não podemos deixar para trás aquilo que queremos fazer. E vocês são novos e quando acabarem o curso têm vinte e três, vinte e quatro anos. Arrisquem durante três ou quatro anos. Não custa nada. Não é muito tempo para arriscar, mas pelo menos ficam com essa noção de que estão a arriscar em algo que poderá ter futuro ou não. Eu arrisquei, quando devia ter arriscado não o fiz, olhando para trás deveria ter arriscado totalmente desde o início, mas isso também me dá a visão de que se não tivesse ido para a Indústria, não teria esta visão tão mais prática do que é a Investigação e tudo o mais. Nunca invistam muito naquilo que é o agora, pensem sempre um bocadinho mais além. Porque vai demorar muito tempo até entrarem numa vida activa e portanto têm que procurar naquelas áreas que daqui a quatro, cinco anos vão atingir o auge. Falando com as pessoas certas e tentanto perceber quais os desenvolvimentos. Hoje estou onde estou porque num almoço fortuito aquele senhor me convenceu que aquela era uma área na qual apostar!

pH59.indt 28 15/11/2011 19:27:28

Page 31: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 29

34th epsa annual Congress

“Congresso anual, lisboa 2011”

Por | Bruno Marques, Reception Committee Chairperson | 34º Congresso Anual da EPSA | 11 a 17 de Abril de 2011 | Lisboa, Portugal

O que motivou a realização do congresso 2011 em Portugal?

O meu envolvimento junto da European Pharmaceutical Students’ Association (EPSA) iniciou-se no ano de 2007 quando me convidaram para abraçar um novo projecto, integrar a Direcção da Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (AEFFUL) enquanto Liaison Secretary (LS), elo de ligação e representação da AEFFUL junto da EPSA. Por meio da EPSA, a AEFFUL tem oportunidade de conhecer projectos elaborados por outras associações e adoptá-los, enriquecendo assim a componente extra-curricular dos estudantes da FFUL e defendendo os seus interesses dando voz aos mesmos durante a tomada de decisões em Assembleia Geral. A ideia de realizar este Congresso surgiu em Outubro de 2008, durante a Autumn Assembly em Dubrovnik, Croácia, conjuntamente com um amigo e membro da Direcção da AEFFUL 2007, António Valério, durante a qual começamos a “divagar” acerca da realização de um Annual Congress em Lisboa e o grande desejo de darmos a conhecer uma actividade de âmbito internacional e todas as suas valências aos

estudantes Portugueses. E assim foi, em Abril de 2009, submetemos uma candidatura em nome da AEFFUL para a organização do Annual Congress e em sede de Assembleia Geral da EPSA durante o 32nd EPSA Annual Congress em Reims, França, apresentei-a a todos os membros, tendo sido a proposta aprovada por unanimidade, representando para nós um enorme voto de confiança na organização deste evento.

Como correu o processo de organização do evento? A organização deste evento iniciou-se com a formação de um Reception Committee (RC) constituído por 23 alunos/recém Mestres em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL) e um Adivser Board de 9 personalidades todas elas com um ponto em comum: terem sido dirigentes associativos da AEFFUL, participado em eventos da EPSA e para alguns um envolvimento directo junto da EPSA em anos anteriores.São notórias as dificuldades económicas que o país está a atravessar e muito se reflectiu na obtenção de apoios/patrocínios para a realização deste evento, que ao longo dos 2 anos se tornou também uma luta para nós, tendo sido elaborado um Partnership Booklet para o devido efeito.

pH59.indt 29 15/11/2011 19:27:32

Page 32: Pharmacevtica nº59

30 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Outro desafio importante foi gerir mais de 400 participantes durante a semana toda do evento e toda a logística inerente ao avultado número de estudantes oriundos dos diversos países membros do espaço Schengen que, para além de não falarem Português, não conheciam a cidade de Lisboa, o que nos obrigou a fazer um acompanhamento regular a todos eles desde a sua chegada até ao dia de partida.

O que motivou a escolha do tema para o simpósio e como foi realizada a escolha dos oradores?

O tema do Simpósio é escolhido anualmente pelos membros da EPSA em sede de Assembleia Geral durante o AC anterior, sendo que o tema escolhido para este Congresso foi a Farmacovigilância. Os oradores foram escolhidos pela equipa da EPSA, na pessoa de João Duarte, Vice-President of Education e simultaneamente membro do RC, tendo em conta os seus parceiros europeus como o Pharmaceutical Group for the European Union (PGEU) ou a European Medicines Agency (EMA), que têm pontos

de vista muito relevantes na área da segurança do medicamento, e tendo também em conta as nossas organizações nacionais como o Infarmed, a ANF, Ordem dos Farmacêuticos ou a APIFARMA.

Balanço do eventoO 34th EPSA Annual Congress ficará para sempre como o maior Congresso Europeu de Estudantes de Farmácia até hoje realizado. Ultrapassámos o número de 400 participantes, excluindo o RC e os membros da Direcção da AEFFUL envolvidos na organização. Foi a primeira vez que um Congresso Anual teve a participação de mais de 30 membros

“Foi a primeira vez que um Congresso Anual teve a participação de mais de 30 membros da EPSA (...) estando presentes mais de 26 nacionalidades em Assembleia Geral, um marco histórico”.

Novembro 2011 | pharmacevtica 59

pH59.indt 30 15/11/2011 19:27:38

Page 33: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 31

da EPSA (Associated Members e Ordinary Members) estando representadas mais de 26 nacionalidades em Assembleia Geral, um marco histórico. De realçar a presença do executivo da European Federation for Pharmaceutical Sciences (EUFEPS) numa sessão conjunta com a EPSA, que permitiu fortalecer os laços já existentes entre ambas as instituições. O feedback que nos tem chegado com o passar do tempo é extremamente positivo e reconfortante para toda a organização, as pessoas adoraram toda a semana e própria envolvência e boa disposição do RC sempre presente em cada dia que passava do Congresso foi muita vez referida como um ponto-chave para o sucesso da actividade. Não poderia encerrar este capítulo sem agradecer à AEFFUL por todo o importantíssimo apoio logístico que os membros da Direcção ofereceram para que este semana se pautasse pela excelência a que a AEFFUL nos tem habituado ao longo dos seus 97 anos de história associativa e perseverança activa na defesa dos interesses de quem representa, a qual foi premiada

no jantar de gala com o prémio de EPSA Member of the Year, votação realizada via online a nível Europeu.Por último gostaria de agradecer a toda a minha equipa por todo o trabalho árduo, horas a fio de reuniões, telefonemas, e-mails, etc, ao longo destes dois anos para tornar um sonho realidade. Para mim, o encerrar de uma vida de estudante e participação associativa estudantil com a cereja no topo do bolo e com enorme orgulho por termos realizado, em nome da AEFFUL, o maior Congresso da história EPSA.

Agradecimentos | Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia da UL, Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, Reception Committee | Patrocinadores Oficiais | APIFARMA, Secção Regional de Lisboa da Ordem dos Farmacêuticos, Associação Nacional das Farmácias, Angelini, Jansen, Pfizer

Pharmacevtica 59 | Novembro 2011

pH59.indt 31 15/11/2011 19:27:42

Page 34: Pharmacevtica nº59

32 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Por | Anette Aaland Krokaas | EPSA Immediate Past President 2011/2012

An event took place few months ago, which would alter the lives and minds

of over 400 pharmacy students and recent pharmacy graduates from all

over Europe. This event also marked the end of the mandate of my team,

as well as my term as the President of EPSA. It was time to hand over

the responsibilities of the association to fresh minds, but first, the EPSA

Annual Congress was to happen. But not just any Annual Congress; the

biggest congress in the history of EPSA!

This congress was everything an adventurous student could ask for. The

participants were able to truly see, taste and experience Lisbon, Portugal and

Portuguese culture throughout the week, at the same time as getting to know

EPSA and learning about pharmacy and themselves through the sessions

and workshops. Everything was well balanced, and the program diverse,

in order to give the best possible experience – from the musical

performances at the National Night to the sightseeing

and of course to the unforgettable Gala night at the

feet of Jesus. I believe that you, the members of the

Reception Committee (RC), ensured that over 400

people experienced the week of their life.

Now I find myself back at the scene of the congress

– at the Faculty of Pharmacy in Lisbon doing

the research for my thesis – and it is hard to not

look for EPSA participants in the hallways.

Portugal, Lisbon and the people here have made

an everlasting impression on me. The biggest

thanks goes to the RC for organizing, without

doubt, the most remarkable and memorable

EPSA Congress I have ever attended, while at

the same time staying organized and helpful the

whole time. You reached for the sky, and I believe

that you found yourselves there! Finally, thank

you for keeping the EPSA Spirit alive!

Yours in EPSA,

Anette Aaland Krokaas

so simple, so beautiFul

pH59.indt 32 15/11/2011 19:27:44

Page 35: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 33

Por | Inês Martins | 57th IPSF World Congress | Hatyai, Tailândia, 2011

Há uma terra onde o calor sufoca e humedece, das zero às vinte e quatro horas. Onde em Agosto é Inverno e tão depressa o Sol brilha, como a seguir está a chover. Onde anoitece às seis da tarde e a noite acaba às vinte e três… Para a maioria dos habitantes! Nessa terra vêem-se três Budas por metro quadrado, conduz-se à direita e pela esquerda, pelo menos em teoria. Na verdade, conduz-se por onde há espaço, passam-se vermelhos, desrespeitam-se passadeiras… Bom, não há passadeiras!... Mas há famílias inteiras em cima de motocicletas e tuk tuk’s a perder de vista. É uma terra de gente humilde, simples, bondosa, de uma candura deliciosa. É a “terra dos sorrisos” e não poderia haver melhor nome para a descrever, porque para onde quer que se olhe há um sorriso à nossa espera. Hatyai fica a vinte e duas horas de viagem, mais coisa, menos coisa. São duas escalas, três aviões, quatro aeroportos e seis horas de diferença. É um bocadinho de jet lag, que cedo se esquece no bulício de um congresso internacional. Dia 3 de Agosto chegámos à cidade que, durante dez dias, seria palco do 57th IPSF World Congress. No sul da Tailândia, cerca de 400 estudantes de ciências farmacêuticas reuniram-se para aprender, trocar experiências e decidir o futuro da Federação. Os dias eram preenchidos com workshops dos mais variados temas, desde “Uso Racional de Medicamentos” a “Combate à Contrafacção”, “Doenças Neurodegenerativas” e “Gestão de Stress”. De um dos workshops resultou uma campanha de saúde pública, a favor da cessação tabágica, onde os estudantes tiveram oportunidade de intervir no terreno. Os Simpósios Educacional e Científico foram palcos enriquecidos com a multiculturalidade que só um evento destes oferece. No primeiro compararam-se currículos escolares do norte da Europa com os da América do Sul, passando pelos países Africanos e Orientais, e no segundo discutiram-se medicinas alternativas e complementares com a presença e contributo de todos os pontos cardeais. Decorreram ainda as semi-finais e final mundial

SawaSdee kha!Lat:7° 1’ 48.0864” N, Long: 100° 27’ 17.5134” E

pH59.indt 33 15/11/2011 19:27:47

Page 36: Pharmacevtica nº59

34 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

do CAD, onde a vencedora portuguesa, Ana Rita Silva do ISCSEM, teve oportunidade de participar, e realizaram-se vários trainnings dedicados às competências não formais. Como não poderia deixar de ser, tiveram lugar as várias sessões da 57ª Assembleia Geral da IPSF, onde foram discutidos todos os assuntos referentes à Federação, desde a admissão de novos membros, discussão e aprovação dos relatórios do ano transacto e eleição do executivo para 2012, entre outros. Se durante o dia todas as horas eram preenchidas com formação, à noite a estória mudava. Era tempo para viver o “IPSF Spirit”, conhecer a cultura Tailandesa e abraçar os costumes do mundo. Mas a melhor parte eram as after parties. Sair do hotel, entrar no tuk tuk e, 20 baht depois, chegar ao SugarBeat, ao Bix, ao Night Market. Dançar música ocidental, intervalada com Tailandesa e vibrar com a banda ao vivo, que nunca falhava. Regatear tudo e baixar os preços, já de si irrisórios. Voltar ao hotel, pedir uma club sandwich no lobby e rumar à piscina. Mergulhar, nadar, rir, conversar, sair de lá a altas horas da madrugada. E no dia a seguir, fazer tudo outra vez. É um congresso mundial. São dez dias que passam à velocidade da luz, muito mais rápido do que desejaríamos. É o supremo clichet do encontro

diversificado de culturas dos quatro cantos do mundo e da riqueza com que somos preenchidos, com tanta intensidade, em tão pouco tempo. É o sorriso Tailandês, a loucura Holandesa, a fofura Japonesa, o profissionalismo Sueco, a sabedoria Indiana. É o vagar Colombiano, a calma Espanhola, a intensidade Australiana, a simpatia Canadiana e a interventividade Iraniana. É o contentamento da Tanzânia, a vontade de aprender do Sudão, a abertura da Algéria e o atrevimento do Rwanda. É o profissionalismo Egípcio, a timidez Chinesa, a coragem Sul-Africana. E é a alegria do Português, de gargalhada fácil e despreocupada, a quem o medo de experimentar tudo e mais alguma coisa é algo que não lhe assiste. Foram quinze, os tugas que constituíram uma delegação de sonho, que não se

esqueceu do Vinho do Porto e do Moscatel e deu a conhecer ao mundo a essência de Portugal. Todos os recursos de estilo não chegam para descrever a experiência e transmitir o sentimento. Não há adjectivos para a emoção do dia da partida, não há explicação para o elo que se forma. Há saudade, muita saudade, e a promessa de voltar para o ano e conquistar o Egipto. A todos, sem excepção, um enorme khob-khun kha.

pH59.indt 34 15/11/2011 19:27:53

Page 37: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 35

estudantes da FFUL decidiram fazer! Sair da zona de conforto, partir à descoberta, experimentar, experienciar, viver! De Londres à República Checa, passando pela Roménia, Indonésia, Estados Unidos ou Canadá, foram muitas as opções de destino, bastando para isso uma enorme vontade de enriquecimento não só curricular mas acima de tudo pessoal. Sendo um programa de intercâmbio pressupõe-se, obviamente, uma “troca de estudantes”. Assim, durante o mês de Agosto, a AEFFUL recebeu doze estudantes de vários países para realizarem os seus estágios: dois em Análises Clínicas e dez em Farmácia Comunitária. No Verão de 2011, os incomings, provenientes dos Estados Unidos, Turquia, França, Eslováquia, Hungria, Polónia e Eslovénia tiveram então a oportunidade de receber o que de melhor Portugal tem para oferecer!Fazer SEP é uma experiência internacional única que abre portas e alarga horizontes, por isso, fica atento! Nos tempos que correm temos de sair da bolha em que vivemos e arriscar – o nosso destino está 360º à nossa volta.

Por | Inês Martins | Contact Person

A verdade é que a Terra é redonda e se caminharmos sempre para Este acabamos por voltar ao ponto de partida. Também ouvi dizer, algures por aí, que o nosso planeta descansa seguro nas costas de uma tartaruga invisível, que por sua vez assenta nas costas de outra tartaruga invisível, até ao infinito e não consigo deixar de pensar que se uma tartaruga suporta o peso de um planeta, porque não pôr a mochila às costas e partir à aventura?Este ano, foi isso que cerca de 24

IPSF StudentS’ exchange ProgrammeO teu destinO é O mundO

pH59.indt 35 15/11/2011 19:27:55

Page 38: Pharmacevtica nº59

36 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Por | Pedro Barroca | 13th EPSA Summer University | Varsóvia, Polónia, 2011

Varsóvia. Uma cidade surpreendente em mais formas do que me é possível enumerar. Surpreendente, também, o facto de a Summer University da EPSA ter tido a sua 13ª edição nesta capital nada auspiciosa em termos de Verão e torreira litoral. Não havendo mar, esperar-se-ia a ausência de ondas, mas as condições climatéricas, instáveis já de si por força do hábito, primaram desta vez pelas flutuações extremas, oscilando por vezes como se de um maremoto se tratasse. Não obstante, o evento e a cidade foram revelando progressivamente as suas virtudes conjuntas no decorrer de uma semana populada e percorrida por estudantes de farmácia das mais diversas nacionalidades. Pela cidade de Chopin, nos dias livres, abundava entre os participantes o espírito aventureiro e a necessidade de encontrar um ponto de câmbio, o malfadado “kantor”, fonte maioritária dos tão necessários “zloty” – a moeda local – e etiologia confirmada do peculiar síndrome de abstinência verificado em alguns dos participantes portugueses; eles sabem quem são! O que não abundava, contudo, era o conhecimento da língua inglesa entre os locais, facto que deu à delegação portuguesa vários momentos de diversão normalmente seguidos, algum tempo depois, por momentos de desorientação geográfica sempre resolvida pelo autocarro mágico, de seu número 116. Desde a corrida ao pequeno-almoço até às noites intermináveis, com vários trainings, workshops, e turismo pelo meio, a delegação portuguesa foi simplesmente incansável e inapagável tanto da memória das restantes como da sua. Começando num pequeno bar típico e passando por locais tão improváveis – e tão improvavelmente divertidos – como um barco ou um restaurante chinês, as noites de Varsóvia culminaram num espectacular clube nocturno situado por debaixo de um dos edifícios mais emblemáticos da cidade: o Palácio para a Ciência e Cultura. E com direito, inclusive, a uma DJ com aspirações a stripper – ou seria o contrário? De qualquer das formas, os cerca de 100 participantes, sendo a maioria principiantes nas andanças da EPSA, mostraram ter o espírito e o interesse necessários para dar a esta Summer University a sua essência multifacetada, dividida entre festas imparáveis, um excelente programa educacional e o constante intercâmbio cultural já característico destes eventos. A todos os que fizeram desta uma semana verdadeiramente inesquecível, Dziękuję!

Fly aboVe the raCeLat: 52° 14’ 19.4388” N | Long: 21° 0’ 38.3976” E

pH59.indt 36 15/11/2011 19:28:01

Page 39: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 37

“A indústria farmacêutica pode estimular um diálogo novo em torno do investimento crescente nos cuidados de

saúde”

“Acredito que ainda temos energias para resistir. E temos também obrigação de acreditar, embora isso seja cada vez

mais difícil.”

“Pretende contribuir-se para que Portugal se torne mais competitivo na área da

investigação clínica através da criação de condições para o aumento do número de EC, preferencialmente de fases mais precoces.”

Dr. Helder Mota Filipe | INFARMED Notícias

“A Indústria Farmacêutica portuguesa tem vindo a afirmar-se fora de portas, em

mercados estrategicamente relevantes. A maioria das exportações portuguesas

acontece para países em franco desenvolvimento, desde a Rússia aos continentes Africano e Americano.”

Dr. António Chaves Costa | APIFARMA, Suplemento Saúde Pública do Expresso | 1 de Outubro de 2011

“(...) importa que os decisores políticos e a própria opinião pública não percam de vista o inestimável valor do Medicamento e as conquistas proporcionadas pela

constante inovação terapêutica na Saúde Pública”Dr. João Almeida Lopes | APIFARMA | Suplemento Saúde Pública

do Expresso | 1 de Outubro de 2011

“O sector das farmácias está hoje nas mãos da banca e dos fornecedores.”

Dr. João Cordeiro | Jornal i | Junho 2011

“A tuberculose recuou pela primeira vez no mundo.“

OMS | 12 de Outubro de 2011

“Se encapsularmos a substância activa dentro dos nano contentores e eles

protegerem a molécula durante a sua passagem vai ficar disponível maior

quantidade dessa substância activa, o que permite que se tome muito menor

quantidade de medicamento”

Dr. José Paulo da Silva | Centro de Investigação em Química do Algarve (CIQA) | acerca da sua

investigação em desenvolver um novo tipo de nano contentores capazes de transportar medicamentos dentro do corpo humano | 18

Outubro 2011

pH59.indt 37 15/11/2011 19:28:03

Page 40: Pharmacevtica nº59

38 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

“Não é admissível que haja genéricos que estão aprovados num conjunto significativo de países europeus e que em Portugal possa haver entraves. Isto será claramente uma

prioridade, haverá um ganho enorme para o Estado e para o cidadão”

Dr. Paulo Macedo | Ministro da Saúde | Jornal de Negócios | 29 de Julho de 2011

“Portugal está no bom caminho relativamente ao consumo de

medicamentos genéricos mas (…) existe ainda uma enorme margem de progressão

para estes fármacos (…)”

Dr. Paulo Lilaia | Presidente APOGEN

“Necessitamos de um pensamento audaz e criativo que reconheça que a saúde e a economia estão intimamente ligadas. Um forte investimento na saúde e um sector

farmacêutico forte significam investir no futuro da saúde e no bem-estar dos

cidadãos europeus.”

Dr. Arthur J. Higgins | Presidente da EFPIA | Maio 2009

“Se a situação clínica em concreto é uma situação de verdadeira urgência, ou não deve haver pagamento, ou deve ser tido em conta esse aspecto. Se é uma situação realmente

urgente não deve haver qualquer pagamento. Há é que moderar um acesso ao serviço urgente para o qual não há

razoabilidade ”

Dr. Jorge Simões | Presidente da Entidade Reguladora da Saúde | acerca das Taxas Moderadoras.

“Vai ser duro de engolir”

Dr. Pedro Pitta Barros | Economista| acerca do corte de 800 milhoes de euros no sector da

saúde | 17 Outubro 2011 | Antena 1

“A Direcção da ANF, concluindo que foi marginalizada da discussão de uma

problemática vital para os doentes e para a sobrevivência das farmácias, numa altura em que estas atravessam uma gravíssima crise económica e financeira, acabou de

apresentar a sua demissão.”Comunicado de Imprensa da Direcção da ANF |

acerca da decisão do Governo sobre a redução da margem das Farmácias

pH59.indt 38 15/11/2011 19:28:07

Page 41: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 39

Por | Tiago Gonçalves | Presidente da Direcção Geral da AAUL

Em tempos de crise parece que, por vezes, tudo o que pode correr mal acaba por correr, efectivamente, ainda pior. Com esta adaptação da Lei de Murphy, não se pretende deitar mais achas para a fogueira do pessimismo reinante, mas a verdade é que a regra em causa parece encaixar-se nas experiências que têm vindo a ser feitas, ao longo dos últimos tempos, no campo da Acção Social no Ensino Superior.Acontece que, como bem sabemos, a atribuição de bolsas de estudo tem sido alvo de constantes análises e revisões por parte do poder político, destacando-se as modificações operadas ao longo do último ano e meio. Neste espaço de tempo, acumularam-se grandes e pequenas vitórias para os estudantes, por via do sucesso das suas reivindicações neste campo, mas ganhou predominância em todo o debate um factor que, lá está, surge hoje em permanência, nestes tempos de crise: tem o Estado condições financeiras para garantir a existência de um sistema de atribuição de bolsas de estudo que se quer justo, eficiente e suficientemente abrangente? Se é verdade que tem vindo a ser feito um esforço permanente para manter a dotação orçamental relativa a bolsas de estudo, ou seja, para não baixar a previsão de despesa com atribuição de bolsas, a verdade é que o sistema em si, na sua dinâmica, deve garantir, por um lado, que esse valor é efectivamente gasto (porque o Estado assume que há disponibilidade para tal), e, por outro, que a sua distribuição é justa, permitindo a inclusão de estudantes que, sem este apoio, não teriam suporte financeiro para aceder ao ensino superior público. Por isso, em boa parte dos casos de que falamos, não basta que a bolsa seja mais ou menos equivalente à propina paga: é necessário atingir o ponto que dá a capacidade ao estudante de cobrir, minimamente, também os outros custos associados à frequência do Ensino Superior. No entanto, situações como esta multiplicam-se por via das constantes experiências efectuadas à volta das fórmulas de cálculo das bolsas de estudo. De facto, o regime transitório, previsto para aqueles que deixavam de ser bolseiros por via de um excesso de rendimento, abrigou uma considerável parcela de alunos que, no ano lectivo que se inicia, correm o sério risco de se verem obrigados a arranjar uma fonte de financiamento alternativa para poderem continuar a frequentar o Ensino Superior.A partir deste início de ano lectivo, já sabemos que contaremos com um regulamento de atribuição de bolsas diferente. Se, por um lado, este novo documento vem acabar com alguns dos factores absurdos que marcaram a antiga versão, como a contabilização das bolsas dos irmãos no cálculo do rendimento do agregado familiar do estudante, por outro, muita coisa ainda está por esclarecer. Até que ponto não poderá ser mais injusta a nova fórmula de cálculo? Qual a explicação para se continuar a considerar, em algumas situações, alguns membros do agregado familiar como uma parcela de pessoa?As incertezas próprias dos tempos de crise são já suficientes para termos com que nos preocupar num futuro próximo. Esperamos, por isso, que a incerteza resultante das experiências na acção social não persista por muito mais tempo. E que aquilo que pode correr mal acabe por correr, desta vez, bem melhor.

a Crise aos pontapÉs na aCção soCial

pH59.indt 39 15/11/2011 19:28:10

Page 42: Pharmacevtica nº59

40 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

O presente artigo reúne excertos do Documento Estratégico de Política Educativa redigido no seguimeto da discussão efectuada em sede de Estados Gerais da AAUL.1 – Situação Financeira da Universidade de Lisboa “Na actual conjuntura económico-financeira, verificam-se cortes cegos e horizontais, previstos no Orçamento de Estado relativo a 2012, na dotação das Instituições de Ensino Superior. (…) Os estudantes consideram que, inevitavelmente, estes factores terão impacto na qualidade de ensino, começando já a ser notórias as implicações destas restrições orçamentais. Nesse sentido, ainda que os problemas não afectem em igual grau todas as faculdades, algumas das dificuldades detectadas parecem ser transversais a todas elas: bloqueio da renovação geracional do corpo docente; necessidade de adaptação dos recursos humanos (docentes e não docentes), bem como de materiais pedagógicos, ao número de estudantes e adiamento da manutenção de infra-estruturas. (….) A partir daqui, novos cortes, como os previstos, representam uma situação de asfixia insuportável.”2- A Fusão entre a Universidade de Lisboa e a Universidade Técnica de Lisboa “Urge amplificar o debate referente a este tema, numa perspectiva de acelerar o processo de fusão das duas universidades. (…) Do ponto de vista académico, permitir-se-á articular saberes distintos, com o objectivo de sermos parte de uma instituição de alto nível internacional. (…) Centramos a importância do debate nas vantagens que, do ponto de vista académico, científico e cultural advirão da fusão, constituindo os ganhos de eficiência financeira, ainda que em menor grau, uma matéria indissociável da actual conjuntura económico-financeira. (…) O argumento que se baseia na ideia small is beautiful, sustentando posições mais cépticas em relação a esta discussão, não deverá proceder, uma vez que uma instituição pequena, só por si, não garante melhor qualidade de ensino, se não tiver recursos financeiros e massa crítica para tal. (…) a Associação Académica da Universidade de Lisboa declara o seu apoio a este projecto de fusão, que deve ser pensado

de forma concertada tanto na vertente académica como na discussão referente ao novo modelo de governo da Universidade. Manifestamos, por esta via, vontade de acompanhar e de ser ouvidos ao longo de todo o processo.”3 – Acção SocialNo âmbito da acção social directa, consideramos ainda essencial: a abertura de um novo prazo de candidaturas para os alunos que ingressaram este ano lectivo no Ensino Superior pelo regime geral; o aumento do valor de referência da bolsa de estudo de 11 para 12 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS) e a remoção do escalão 0 da contabilização do património mobiliário. (…) É essencial a defesa e preservação de um leque de mecanismos, designadamente: o acesso à alimentação em cantinas e bares, cujo preço da refeição se deve manter baixo; o alojamento, sublinhando-se o facto de o número de camas em residências da Universidade de Lisboa ser muito inferior ao que seria desejável no âmbito de um apoio global ao estudante deslocado; por fim, o funcionamento de serviços de informação, de reprografia, de apoio bibliográfico e de material escolar, que pode na Universidade de Lisboa ser optimizado no âmbito dos Serviços Partilhados.”4 – Programas de Mobilidade – Desafios para o Futuro “No plano de construção do Espaço Europeu de Ensino Superior, defendemos uma maior harmonização do conceito inerente ao programa Erasmus. (…) Os estudantes da Universidade de Lisboa sublinham a inexistência de uma recepção e de um acompanhamento realizados, de forma global, para alunos incoming de toda a Universidade. Verifica-se ainda que as próprias faculdades e as respectivas Associações Académicas ou de Estudantes, no seu contexto particular, podem desenvolver estratégias para um apoio mais constante, em parceria com os seus gabinetes Erasmus. Por fim, salienta-se a necessidade de uma maior divulgação referente a outros programas de mobilidade, tais como o programa Almeida Garrett, no âmbito da mobilidade nacional, e do programa Leonardo da Vinci, no plano internacional.”

estados gerais da aaul

pH59.indt 40 15/11/2011 19:28:12

Page 43: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 41

a globalização do merCado FarmaCêutiCo

A globalização é um fenómeno

capitalista e complexo que teve o seu início na Era dos Descobrimentos desenvolvendo-se a partir

da Revolução Industrial. Compreender a globalização implica um aprofundamento do conhecimento económico, social, cultural

e político, com vista à obtenção de uma homogeneização da cultura populacional. Assim, gerou-se uma fase de expansão capitalista, tornando possível

a realização de transações financeiras, conduzindo à expansão de negócios, até então restritos ao seu mercado de actuação para mercados distantes e emergentes, sem que,

no entanto, existisse a necessidade imperativa de um investimento alto de capital financeiro.Segundo Karl Marx, para fazermos História temos de compreendê-la. Integrar os factos

históricos relatados e as suas implicações, sejam vantagens declaradas ou desvantagens ainda por delimitar, contribuem para o processo de evolução do fenómeno de globalização.

Neste sentido, e tendo como principal objectivo enfrentar os desafios futuros do Sector Farmacêutico, num ambiente agitado e de rápida mudança, é crucial conhecer as perspectivas de crescimento do sector a nível mundial. Igualmente crítico é a caracterização do mercado farmacêutico Português, enquadrando a realidade internacional num plano nacional, e vice-versa. Para tal, a caracterização do mercado farmacêutico Português e o impacto da Nova Política do Medicamento, entre outros condicionalismos, tornam-se items indissociáveis. Resultado da mutação do mercado no sector farmacêutico, regista-se uma predisposição cada vez maior dos órgãos de comunicação social para a área da saúde, tendo-se assistido nos últimos anos a um reforço nas campanhas institucionais de publicidade. Considerando o aumento significativo do número de farmacêuticos, concretamente em Portugal, nem sempre esse número reflecte a existência de um plano concreto com vista à obtenção

de resultados com um maior impacto ao nível global. A atitude em relação ao futuro é, em última instância, a tradução efectiva de uma posição assertiva e necessária, na medida

em que questões mais altas se elevam, como sendo a gestão da empregabilidade e, acima de tudo, da qualidade profissional reportada à figura do farmacêutico.

É fulcral apreender o conceito de risco numa sociedade orientada para o futuro, constituindo este a dinâmica estimuladora de uma sociedade

que se revê num papel de agente de mudança e com capacidade evolutiva devidamente direccionada, objectivando

a concretização de reais imposições que o sector atravessa.

Por | Catarina Silva

pH59.indt 41 15/11/2011 19:28:14

Page 44: Pharmacevtica nº59

42 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Por | Mário Santos | Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia | 11 a 13 de Março de 2011, Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

O Fórum Educacional é uma actividade que pretende reunir todos os Estudantes do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF), fomentando a discussão sobre temas pertinentes da actualidade, tendo como objectivo final a produção de documentos conclusivos que expressem a opinião dos participantes. Os temas discutidos nesta edição foram a “Prescrição de medicamentos mediante a introdução da sua Denominação Comum Internacional (DCI) ou Nome Genérico”, “Mercado de trabalho: Perspectivas e novos caminhos”, “Limitações dos Estágios Curriculares” e “O Farmacêutico na Indústria”. O programa do Fórum contemplava também a vertente formativa, mas devido a alguns contratempos de

X Fórum eduCaCional apeF

Por | Catarina Silva | Associação Nacional de Farmácias | 25 e 26 de Março de 2011, Centro de Congressos de Lisboa O 10º Congresso da ANF realizou-se este ano em simultâneo com mais uma edição da Expofarma – Feira Nacional de Farmácia, que decorreu no mesmo local entre os dias 25 a 26 de Março. A Política Social do Medicamento foi o tema eleito, não só pela sua manifesta actualidade, como também pela urgente necessidade de compreender as tendências de organização dos sistemas de saúde, constituindo este último o painel intodutório do Congresso. Enquadrar as visões dos diferentes profissionais da área de saúde, sejam Farmacêuticos e Médicos, com a visão dos doentes e do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. – surge como uma rede indissociável que, a ser prontamente comunicativa, constituirá progressivamente alicerces mais fortes para

10.º Congresso anFpolítiCa soCial do mediCamento

última hora, as formações não foram leccionadas. No entanto, os participantes aproveitaram o tempo para trabalhar afincadamente nos seus temas, dado que no último dia ocorreria um plenário para a apresentação das conclusões que, contou com a presença do excelentíssimo Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, o Prof. Doutor. Carlos Maurício Barbosa.Por fim, congratular a Direcção da APEF por mais uma actividade de sucesso, reforçando a importância destas iniciativas, que além de permitirem uma saudável partilha de opiniões e ideais, são também um espaço de confraternização entre os diversos Membros.

enfrentar uma crise que se abate sobre o sector da saúde de forma cada vez mais premente. A Política de Comparticipação dos Medicamentos foi abordada no sentido de percepcionar outras realidades da Comunidade Europeia, nomeadamente, aquelas que são praticadas em França e na Finlândia. E porque as questões de nada servem sem uma alternativa passível de ser considerada, foi apresentada uma proposta para Portugal.Actualmente, as Farmácias Portuguesas enfrentam desafios incontornáveis e que exigem uma eficiente optimização dos serviços de forma a conferir uma maior sustentabilidade do espaço laboral e dos Farmacêuticos que nele habitam. A questão ficou no ar: «Farmácias Portuguesas – Onde estamos? Para onde vamos?».

pH59.indt 42 15/11/2011 19:28:16

Page 45: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 43

A man must be big enough to admit his mistakes, smart enough to profit from them, and strong enough to correct them. John C. Maxwell

líderes de nós próprios

Hoje em dia fala--se tanto sobre liderança. Fazemos parte da geração que vê surgir o conceito de inteligência emocional e todas as possibilidades que esta abre.

Fala-se sobre a necessidade de desenvolvermos capacidades que não nos são ensinadas na faculdade. Como gerirmos o trabalho em equipa da melhor forma, tal como a aprender a gerir o nosso tempo. Procuramos desenvolver as nossas capacidades comunicativas e aprender a lidar com situações de stress. Formações e mais formações. Tudo com o intuito de nos enriquecermos, tudo com o intuito da procura da excelência cada vez mais necessária nos dias que correm.Assumimos que a palavra liderança se aplica única e exclusivamente à posição que ocupamos na nossa vida, quer falemos do nosso grupo de amigos, ou quem sabe num futuro próximo, num conceito laboral. E crescemos a ouvir que há quem tenha nascido para liderar, outros, para ser liderados. Bem, permitam-me discordar. Todos nascemos para liderar, pelo menos a nós próprios.Antes de liderarmos alguém, temos que saber liderar a nossa vida e por muitas vezes esquecemo-nos deste primeiro passo. Esta primeira meta que passa assim por assumirmos perante nós próprios o que nos move, o que nos faz sair da cama todos os dias, ou o que nos obriga a permanecer nesta, quem sabe, todo um domingo.Conhecermos os nossos defeitos, mas conhecermos

Por | Catarina Simões-Lopes

também as nossas qualidades. Aprender a gerir uns e outros, consoante as situações. Ouvir os outros, óbvio, mas nunca nos esquecermos de nos ouvir a nós próprios. Sabermos os nossos limites e limitações. O auto-conhecimento é uma ferramenta poderosíssima e a sua aplicação de forma transversal a todas as áreas da nossa vida é crucial.Sabermos quando dizer não e aprender que as pessoas não vão gostar menos de nós por isso. Aprender a transmitir os nossos objectivos e sentimentos aos outros, compreendendo as nossas crenças e valores e podendo assim não ultrapassar também as dos outros. Aprender a assumir os nossos erros e aquilo que devemos melhorar. Como crescer sem nos auto-avaliarmos? Podemos crescer, ou simplesmente mudar. A escolha cabe a cada um de nós. Duvido que sejamos capazes de liderar alguém antes de nos conhecermos. Um líder, em última análise, não manda, ensina. Mas como ensinar o que não sabemos? Como liderar o caminho sem o conhecer? Ou pior, sem saber qual o caminho que queremos tomar?Não sei cinco passos rápidos de como atingir este estágio de auto-conhecimento. Por favor, se souberem, partilhem. Desconheço que haja algum tipo de fórmula mágica que nos permita saber controlar assim, e a este nível, a nossa vida. No entanto, acredito que é um processo de auto-aprendizagem e que acima de tudo, às vezes, é preciso parar, analisar, olharmo-nos em retrospectiva para, depois sim, continuar. Qualquer construção começa pelo estabelecimento dos seus alicerces, não por um telhado vistoso.

pH59.indt 43 15/11/2011 19:28:18

Page 46: Pharmacevtica nº59

44 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Por | João Bernardo

Quem diria que neste nosso cantinho à beira mar plantado se encontra uma das dez melhores cidades do Mundo? Pois é, Lisboa em todo o seu esplendor, convence e seduz muitos turistas, já para não falar dos seus habitantes. É uma cidade cosmopolita, como as suas homónimas europeias, mas ao mesmo tempo com uma tradição e arquitectura milenares. Sete colinas e um rio definem a cidade que é muito mais que a soma das suas partes. Quando a Lua está alta, ouve-se o Fado, que com toda a sua melancolia contrasta com os sorrisos das travessas sinuosas do boémio Bairro Alto, onde se encontram as tribos alfacinhas. Entre a Graça e o Príncipe Real, é um sobe e desce de velho, antigo, recuperado e novo. Encontra-se ainda, em Belém, a imagem de um povo que se rejubila num passado brilhante, em que esta era a capital da Aldeia Global.Mas não só de passado vive Lisboa. Entre as antiguidades, a calçada, e as estreitas ruas, encontramos traços de modernidade. Seja em museus de arte contemporânea, seja em novos edifícios com uma arquitectura recente.Lisboa, que esteve dormente desde o fatídico terramoto, renasceu das cinzas no final do século passado. Entre lusos e estrangeiros, a nossa bela capital foi redescoberta, e tornou-se moderna e cheia de vida. Onde antes se encontravam armazéns

menina e moça

antigos e montes de entulho, agora vêem-se pessoas com uma cerveja na mão, a passear à beira Tejo, por entre novas construções que nos levam para os oceanos. E os cheiros... Os cheiros que pairam nas ruas, especialmente da Baixa Pombalina, fazem crescer água na boca. Os peixes, as carnes, a comida portuguesa, que persiste em tentar paladares oriundos de todos os cantos do Mundo. Já para não falar do ex-libris da doçaria portuguesa: o Pastel de Belém. Feito na oficina do segredo, ninguém, a não ser os chefes dessa famosa casa, sabe a receita desta preciosidade. A nossa preciosidade.E o povo português, que sempre teve uma queda para o mar, encontra em Lisboa um porto seguro. As praias que rodeiam a cidade, são o destino principal quando o calor aperta. Além dos inúmeros barcos que se fazem passear no Tejo, entre pontes, nas manhãs de Domingo.Lisboa é uma cidade de cores, cheiros, sabores e texturas. Mas acima de tudo é uma cidade de vida. Acorda cedo para se deitar tarde, que já esteve muito tempo na cama. Quem vem, apaixona-se, quem está, quer ficar, quem vai, despede-se com saudade. Que me perdoem os Invictos, mas esta tem que ser a capital do nosso país. E por isso eu digo “Lisboa não sejas francesa”.

pH59.indt 44 15/11/2011 19:28:25

Page 47: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 45

Por | Ana Duarte

Sento-me numa inércia total e observo o que me rodeia. Este tempo fugaz que todos querem agarrar mas nenhum até hoje conseguiu tal feito. É esta inércia que faz fugir as horas e os dias, pairar na imensidão do vazio sem saber o que aguardar. É esta inércia que faz parar o curso natural da vida, das pessoas, das coisas. Mas será que podemos culpar o tempo pelo tormento da Humanidade? Guerras, confrontos, tragédias. O Homem vive desde sempre na ansiedade de conquistar o mundo, sem no entanto se aperceber de que é o mundo que o tem dominado.Ao conquistarmos a liberdade, perdemos os valores que nos tornam uma espécie distinta de todas as outras, e que nos fazem muitas vezes olhar para nós mesmos, incrédulos com as nossas próprias acções. De entre os inúmeros benefícios que a liberdade nos trouxe, não há dúvida de que também contrariou a evolução do Homem enquanto ser racional, que vive em sociedade com os seus semelhantes. Passámos a não olhar a meios para atingir os nossos bens individuais, atravessando muitas vezes a linha que determina o ético, o justo, o compreensível, imperdoável para um ser que sempre se vangloriou dos seus valores como sendo a fraternidade, igualdade e lealdade. Isto foi o que perdemos. Na falsa ilusão da busca pela igualdade, destrói uma

janela panorâmiCa

comunidade inteira, pondo termo à vida de tantos outros, sendo esses outros “iguais” a ele mesmo. Quais serão então as justificações para estes actos? Até hoje, ninguém soube dar resposta. Até hoje, ninguém procurou resposta. A verdade é que este assunto caiu na banalidade e parece que assim continuará, dormente, na sociedade em que vivemos, até que um dia não subsista ninguém para contar esta terrível fatalidade. Como podemos aceitar tal destino? Não podemos compactuar mais com este estilo de vida mortífero que vivemos, dia após dia. Vivemos tempos conturbados, é certo… Mas não o suficiente para largar tudo, baixar os braços e assistir da plateia à destruição daquilo que tanto custou aos nossos antepassados conquistar. É tempo de parar e analisar aquilo que nos rodeia, entender a realidade e abraçá-la, ser parte dela. É tempo de reprovar o ódio, a inveja, a violência e combatê-los com altruísmo, perseverança e generosidade. É tempo de agir, agarrar o tempo e mobilizá-lo numa verdadeira odisseia de sentidos, objectivos, percepções, mudanças, acções. Acções! Acções que nos levem mais longe, para além de nós mesmos, para além daquilo que julgamos conseguir alcançar. É tempo de reescrever a história da Humanidade.

pH59.indt 45 15/11/2011 19:28:31

Page 48: Pharmacevtica nº59

46 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Agora que o IVA aplicado aos Espectáculos vai aumentar (de 6 para 23%), importa escolher cuidadosamente – que é como quem diz, ponderar os

gastos – os concertos a que se quer ir.

Pois bem, a sugestão desta edição é uma espécie de 2 em 1, que combina um preço acessível com concertos a rodos: o Vodafone Mexefest. 2 dias

que obrigam os melómanos lisboetas a calcorrear a Av. da Liberadade, percorrendo várias salas de espectáculos (que vão desde o Cabaret Maxime

ao Teatro Tivoli) e ouvindo artistas como James Blake, Toro y Moi, PAUS, Junior Boys, Dead Combo, We Trust…para mais informações é favor

consultar www.vodafonemexefest.com/.

+Concertos:•Cansei de Ser Sexy – 28/11 @ TMN ao Vivo

•Rihanna – 17/12 @ Pavilhão Atlântico

•LMFAO - 16/01 @ Coliseu dos Recreios

•Mastodon - 22/01 @ Coliseu dos Recreios

No que às novidades musicais diz respeito, realçam-se 3 lançamentos. O

primeiro, dos Reis do Progressive Kuduro, os nossos Buraka Som Sistema. Ao

segundo álbum – Komba – atingem uma maioridade à muito anunciada e o

novo single ‘We Stay Up(all Night)’ promete agitar as pistas de dança por esse

Mundo fora. Depois, o lançamento do 5º álbum dos Coldplay, intitulado Mylo

Xyloto, cujo single “Every Teardrop Is a Waterfall” já conta com algum airplay.

Por último e para os apreciadores do verdadeiro Rock, foi lançado este mês The

Hunter, o novo LP dos Mastodon. Rock de barba rija é o que a banda americana nos

traz - eles que, irão realizar o primeiro concerto em nome próprio em Portugal, no

início de 2012.

+ informações:http://www.timeout.pt/http://www.guiadanoite.net/

pH59.indt 46 15/11/2011 19:28:42

Page 49: Pharmacevtica nº59

pharmacevtica 59 | Novembro 2011 47

Agora que o IVA aplicado aos Espectáculos vai aumentar (de 6 para 23%), importa escolher cuidadosamente – que é como quem diz, ponderar os

gastos – os concertos a que se quer ir.

Pois bem, a sugestão desta edição é uma espécie de 2 em 1, que combina um preço acessível com concertos a rodos: o Vodafone Mexefest. 2 dias

que obrigam os melómanos lisboetas a calcorrear a Av. da Liberadade, percorrendo várias salas de espectáculos (que vão desde o Cabaret Maxime

ao Teatro Tivoli) e ouvindo artistas como James Blake, Toro y Moi, PAUS, Junior Boys, Dead Combo, We Trust…para mais informações é favor

consultar www.vodafonemexefest.com/.

+Concertos:•Cansei de Ser Sexy – 28/11 @ TMN ao Vivo

•Rihanna – 17/12 @ Pavilhão Atlântico

•LMFAO - 16/01 @ Coliseu dos Recreios

•Mastodon - 22/01 @ Coliseu dos Recreios

No que às novidades musicais diz respeito, realçam-se 3 lançamentos. O

primeiro, dos Reis do Progressive Kuduro, os nossos Buraka Som Sistema. Ao

segundo álbum – Komba – atingem uma maioridade à muito anunciada e o

novo single ‘We Stay Up(all Night)’ promete agitar as pistas de dança por esse

Mundo fora. Depois, o lançamento do 5º álbum dos Coldplay, intitulado Mylo

Xyloto, cujo single “Every Teardrop Is a Waterfall” já conta com algum airplay.

Por último e para os apreciadores do verdadeiro Rock, foi lançado este mês The

Hunter, o novo LP dos Mastodon. Rock de barba rija é o que a banda americana nos

traz - eles que, irão realizar o primeiro concerto em nome próprio em Portugal, no

início de 2012.

Estreou no dia 26 de Outubro no Teatro Tivoli,

a “Fuga”, peça em que Maria Rueff assume

o papel principal de um elenco que conta

também com José Pedro Gomes, Jorge

Mourato, João Maria Pinto e Sónia Aragão.

Pode ler-se na sinopse que esta comédia

gira à volta da demissão de um ministro

após um escândalo de corrupção que lhe

destrói a carreira política e da sua mulher

o abandonar, fugindo com o jornalista

que divulgou esse mesmo escândalo.

Estará em cena até 20 de Novembro e

promete proporcionar muitas risadas e

momentos de diversão.

+Teatro:

10 milhões e picos @ Teatro Villaret

39 Degraus @ Auditório do Casino

Estoril

+ informações:O Anjo BrancoJosé Rodrigues dos SantosA vida de José Branco mudou no dia em que entrou naquela aldeia perdida no coração de África e se deparou com o terrível segredo. O médico tinha ido viver na década de 1960 para Moçambique, onde, confrontado com inúmeros problemas sanitários, teve uma ideia

revolucionária: criar o Serviço Médico Aéreo.

TrespassDrama, ThrillerNicholas Cage, Nicole Kidman

Enquanto são mantidos reféns, a situação de

um casal piora com a descoberta de traição.

pH59.indt 47 15/11/2011 19:28:59

Page 50: Pharmacevtica nº59

48 Novembro 2011 | pharmacevtica 59

Este ano realizou-se a 5ª edição consecutiva do concurso de novas bandas de garagem portuguesas organizado pelo Núcleo de Rádio da nossa AEFFUL, as Purple Sessions! Tivemos a honra de contar com os convidados do júri Noiserv e Os Pinto Ferreira, para ajudar o nosso Núcleo na decisão da melhor banda dos dois dias deste concurso que se realizou, como já é tradição, no Musicbox, em pleno Cais do Sodré.O primeiro dia, 29 de Março, abriu com uma banda vinda de Beja, os Máscara, com o seu rock progressivo essencialmente instrumental. Aos Máscara seguiram-se os Trip Inn, de Lisboa.Presentearam-nos com um funk bem disposto e pouco usual, um estilo que se vê com menor regularidade neste concurso, mas que demonstra mais uma vez a variedade de estilos musicais sempre presentes. A terminar a noite subiram ao palco os Strap 58, uma jovem banda vinda do Cartaxo que nos apresentou o seu punk/rock. Grande energia e presença em palco foram as principais características desta banda, que já conta com imensos fãs. O segundo dia do concurso decorreu dia 5 de Abril e iniciou-se com a actuação dos extremamente energéticos Jack & Dante. Vindos de Massamá e com o seu rock que não se leva demasiado a sério, conquistaram o público com facilidade.Os Super Clarks seguiram-se com o seu rock que

Por | Sara Fernandes | NRAEFFUL

V purple sessions

cheira a Verão e nos deixa a bater o pé ao seu ritmo, vindos também de Lisboa.Fechámos em beleza a última noite representada somente pela grande Lisboa (de forma não propositada) com os 9 live cats. Mais uma banda de rock jovem e dançável com a particularidade engraçada de ir trocando de instrumentos ao longo da actuação!Entregámos por fim, o grande prémio aos Jack & Dante e o segundo prémio aos Trip Inn. Como prémio acrescido a um voucher em material de som, os Jack & Dante tiveram ainda a oportunidade de tocar no nosso Arraial das Palmeiras para toda a FFUL.

pH59.indt 48 15/11/2011 19:29:06

Page 51: Pharmacevtica nº59
Page 52: Pharmacevtica nº59