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REVISTA ANO 02 ED. 002/2017 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Valorização do profissional da Engenharia INSPETORIA Pág. 08 ENTREVISTA Engenharia de Produção: previsão, análise e especificação em busca de resultados Pág. 14 ENERGIA SOLAR Sinônimo de energia limpa e renovável PÁG 10 CONDOMÍNIO Planejamento para garantia do sucesso final da obra Pág. 19

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Valorização do profissional da Engenharia

INSPETORIA

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ENTREVISTAEngenharia de Produção: previsão, análise e especificação em busca de resultadosPág. 14

ENERGIASOLARSinônimo de energia limpa e renovável

PÁG 10

CONDOMÍNIOPlanejamento para garantia do sucesso final da obraPág. 19

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Palavra do Presidente

EXPEDIENTE

Chegamos à nossa segunda edição em 2017! Nas

próximas páginas da revista do Conselho Regional

de Engenharia e Agronomia do Tocantins (CREA-

TO) buscamos trazer assuntos de interesse não só para o

profissional, mas também para a sociedade. Dentre os destaques

desta edição está a energia solar, grande potencial do nosso

estado. Além de ser inesgotável, é ainda uma fonte de energia

sustentável e renovável.

Em 2017 serão ainda realizadas as eleições dos Conselhos

Regionais e Federal, e Diretoria Regional da Caixa de Assistência

dos Profissionais do CREA (Mútua). A votação acontecerá

simultaneamente em todo o país, no mês de novembro. Os

candidatos disputam um mandato de três anos e serão eleitos

pelo voto direto dos profissionais e nesta edição trazemos uma

matéria detalhando todo o processo.

Focando em temas de interesse da classe, conversamos

com a Associação dos Engenheiros Ambientais do Estado do

Tocantins (AMBTO) para mostrar um pouco sobre a história da

entidade e como é a atuação dos engenheiros ambientais perante

a sociedade. Além de debater sobre a representação legal dos

profissionais que compõem o Sistema CONFEA/CREA em todo

o Tocantins.

Desta vez a Engenharia de Produção foi o assunto da nossa

entrevista. Convidamos um profissional com vasta experiência

na área e que atualmente compartilha o seu conhecimento em

sala de aula para futuros colegas de profissão. Na conversa o

professor Mábio Teodoro discutiu o mercado de trabalho no

Brasil e no exterior e falou sobre as particularidades da carreira.

Durante todo o ano temos desenvolvido ações e projetos

para melhorar a imagem e a credibilidade do Conselho no estado.

Investimos no setor de fiscalização e informática para que a

principal atividade do CREA-TO tenha cada vez mais condições

de ser executada da melhor forma possível. Este trabalho é

tema de uma reportagem, assim como a inauguração da sede

própria da Inspetoria de Paraíso, que irá assegurar que os

profissionais possam resolver demandas do Conselho com mais

conforto e qualidade nas instalações. Sendo assim o município

ganha com o prédio que vai beneficiar também a população.

Todas as informações acrescentam na vivência e nas práticas

profissionais. Esperamos que todos façam bom uso desse

conteúdo.

DIRETORIAEng. Civil Marcelo Costa MaiaPRESIDENTE (2015-2017)Eng. Amb. Rafael Marcolino de Souza1º VICE PRESIDENTEEng. Mec. Lucas Wagner Araújo Camelo Rocha2º VICE PRESIDENTEEng. Agro. Romilton Brito de Paixão2º DIRETOR ADMINISTRATIVOEng. Civ. Elievan Marques dos Santos1º DIRETOR FINANCEIROEng. Geo. Fábio Lúcio Martins Júnior2º DIRETOR FINANCEIRO

CONSELHEIROS TITULARESEng. Agro. João Alberto Rodrigues AragãoEng. Civ. Shirlene da Silva MartinsEng. Agro. Luiz Amado Pereira JúniorEng. Civ. Elievan Marques dos SantosEng. Civ. Luiz Fernando de Paula MachadoEng. Agro. Rafael Odebrecht MassaroEng. Agro. Romilton Brito de PaixãoEng. Elet. Carlos Humberto de Souza e SilvaEng. Elet. Dalmi Fábio da Silva

Eng. Elet. Ibrahim Daoud EliasEng. Civ. Renato Neves dos SantosEng. Civ. Jefferson Jaime CassoliEng. Geo. Fábio Lúcio Martins JúniorEng. Agro. Ubiratan Carlos Barreto AraújoEng. Mec. Lucas Wagner Araújo Camelo RochaEng. Amb. Cassius Ferreira GariglioEng. Amb. Benjamin Frederico AndersEng. Amb. Rafael Marcolino de SouzaEng. Amb. Antônio Rodrigues da Silva NetoEng. Agro. Cid Tacaoca MuraishiEng. Civ. Milton Septimio Alves Neto CONSELHEIROS SUPLENTESEng. Agro. Joseano Carvalho DouradoEng. Agro. Fernando Fernandes GarciaEng. Civ. Shirlene da Silva MartinsEng. Civ. Antônio Sávio FilhoEng. Civ. Marcione Nunes CoelhoEng. Agro. José Vieira JucáEng. Agro. Norton Rodrigues de LellisEng. Elet. Paulo Cezar Monteiro da SilvaEng. Elet. Walter Brum de PaulaEng. Elet. Luis Augusto Alves Simão

Eng. Civ. Jessica Nunes do CarmoEng. Civ. Fayad NetoEng. Geo. Regina Lúcia Ianes MartinsEng. Agro. João Barbosa FonsecaEng. Mec. Aliomar Silva BaymaEng. Amb. Loane Ariela Silva CavalcanteEng. Amb. André Cavalcante da SilvaEng. Amb. Tiago Araújo SodréEng. Amb. Túlio Martins DiasEng. Agro. Luis Henrique Froes MichelinEng. Civ. Roberta Maria Pereira Castro

ASS. DE COM: Letícia Bender/Alyce MilhomemJORNALISTAS: Luana Fernanda e Cecília SantosPRODUÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃORecords Propaganda FOTOGRAFIA: Renata RamosIMPRESSÃO: Gráfica AliançaTIRAGEM: 3.000 exemplares

CONTATOTelefone: (63) 3219 9800E-mail: [email protected]: www.crea-to.org.br

Um abraço e boa leitura!

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entrevista

Sumário

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08 10

19

03 06

05 24

inspetoria energiasustentável

condomínios

O futuro está no sol

A importância da Engenharia no projeto do seu condomínio

Paraíso ganha nova sede

Engenharia de Produção:o gestor de tecnologias

Editorial Fiscalização

Eleições Entidade

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RC Tocantins

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O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do

Tocantins (CREA-TO) vai eleger, por meio do voto direto dos seus

profissionais, o presidente do Conselho e da Diretoria Regional

da Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA (MÚTUA). As

eleições, que vão ser realizadas no dia 17 de novembro, na sede do

Conselho, acontecem a cada três anos. Na mesma data também

será escolhido o novo presidente do Sistema CONFEA/CREA.

O pleito ocorre simultaneamente em todo o país, das 09h

às 19h, obedecidos os horários locais. A diretoria eleita ficará no

cargo a partir do dia 1ª de janeiro de 2018 até 31 de dezembro de

2020. Já para o cargo de conselheiro federal, o processo eleitoral,

que tem a intenção de renovar o seu plenário, ocorre anualmente.

De acordo com o coordenador da comissão eleitoral do

CREA-TO, o engenheiro civil Elievan Marques dos Santos, o edital

foi lançado dia 10 de julho e as inscrições poderão ser feitas até

dia 28 de agosto. Os candidatos terão do dia 30 de setembro a 13

de novembro para fazer suas campanhas.

Segundo o coordenador do pleito poderá se candidatar todo

profissional que esteja em situação regular junto ao CREA-TO,

com um prazo de menos 30 dias anterior à data das eleições e

que esteja em pleno gozo de seus direitos políticos, civis, não

esteja impedido por nenhuma razão e ainda não tenha sofrido

condenação pelo código de ética profissional do Conselho. Para

concorrer ao cargo de presidente, o candidato também tem que

ter domicílio eleitoral de, no mínimo, um ano no Tocantins.

“Para disputar a eleição de diretor no Tocantins é necessário

que o profissional seja associado da Caixa de Assistência dos

Profissionais do Sistema CONFEA/CREA. Vale lembrar que para

exercer a cidadania profissional no pleito é preciso ser registrado e

estar em dia com o Conselho, ou seja, é preciso que o profissional

eleitor não possua débitos perante o Sistema CONFEA/CREA até

30 dias antes da eleição”, informa.

O CONSELHOO engenheiro explicou que a entidade é formada pelo

presidente, que é eleito pelo voto direto dos profissionais. Já o

conselho, com 21 profissionais indicados pelas entidades de

classe e dois profissionais indicados pelas instituições de ensino,

é composto por 23 conselheiros.

“A diretoria é formada na primeira reunião plenária do ano

escolhendo-se entre os conselheiros indicados o vice-presidente,

diretor financeiro e diretor administrativo”, esclarece.

Elievan ainda ressalta que a eleição tem fundamental

importância na vida dos profissionais da área tecnológica, porque

ela definirá quem vai conduzir a entidade que representa cada

profissional da Engenharia, Agronomia e áreas afins diante da

sociedade.

“O voto não é obrigatório e, justamente por isso, é importante

que os profissionais compareçam e participem do processo, de

modo a fortalecer o caráter democrático das nossas eleições”.

CREA-TOO atual presidente do CREA-TO, Marcelo Costa Maia,

enfatizou que o processo eleitoral é importante porque a avaliação

e escolha dos representantes se torna algo bastante valorizado.

Ele frisou que o profissional tem que pensar bem em quem vai

votar, pois são três anos de gestão à frente da instituição.

“O meu mandato está terminando agora. Posso ir à reeleição

ou entrar outra pessoa na presidência, mas os profissionais tem

que analisar os candidatos para ver quem vai trazer mais melhorias

para o nosso Conselho, que abrange 312 profissões, portanto é

um dos maiores do Brasil. Dessa forma, o profissional tem que

saber escolher para melhor valorização dos outros engenheiros”,

destaca Marcelo.

CREA-TO realiza neste semestre as eleições para o próximo triênio

ELEI

ÇÕ

ES

Créditos: Assessoria de Comunicação do TRE-TO

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 002/2017

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Tendo como uma de suas missões a fiscalização

do exercício profissional, promovendo a melhoria

da segurança e da qualidade de vida, o Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins (CREA-TO)

registrou 2709 relatórios de fiscalização e, dentre eles, 660

autos de infração entre os meses de janeiro a junho de 2017.

De acordo com o gerente de fiscalização do CREA-TO,

Saulo Almeida, o primeiro semestre do ano foi produtivo

para os fiscais, com muitas ações fiscalizatórias planejadas

e executadas. As equipes de fiscais do Conselho realizaram

forças-tarefa nos municípios de Palmas (fevereiro), Gurupi

(janeiro e abril), Porto Nacional (maio) e na região Norte do

No primeiro semestre de 2017, equipede fiscais do CREA-TO registra 2709relatórios e 660 autos de infração

FISC

ALIZ

AÇÃO

Curtas

Durante primeiro semestre de 2017 equipes de fiscais registraram 2709 relatórios de fiscalização e, dentre eles, 660 autos de infração, entre os meses de janeiro a junho

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RC Tocantins

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FISC

ALIZ

AÇÃOestado (Bico do Papagaio) em 33 cidades.

Segundo Saulo, a maior incidência de infração durante o

período foram as obras sem acompanhamento de engenheiros

da construção civil e as lavouras sem acompanhamento de

agrônomos.

A fiscalização do CREA-TO atuou nos primeiros seis

meses deste ano vistoriando as modalidades da Engenharia

como a Mecânica, Elétrica, Ambiental, Sanitária, Segurança

do Trabalho, dentre outras, com ênfase na Civil e Agronômica,

esta última em expansão no Estado, conforme o gerente.

“Fiscalizamos a modalidade de agronomia (lavouras,

armazéns gerais e transbordo) e os eventos realizados pelo

estado (carnaval, exposições agropecuárias, shows e eventos

particulares), mas também realizamos a fiscalização de rotina,

onde o fiscal acompanha e verifica as obras nas cidades que

o mesmo está lotado”, salienta Saulo. Durante o primeiro

semestre os fiscais também realizaram atendimentos a

denúncias e diligências solicitadas.

EQUIPEAtualmente, a equipe do Conselho está distribuída de

forma descentralizada geograficamente com cinco fiscais

vinculados à Sede, um na Inspetoria de Guaraí, um na

Inspetoria de Paraíso do Tocantins e um lotado na Inspetoria

de Araguaína, totalizando oito profissionais.

Apesar dos números de relatórios e autos de infração

parecerem elevados, segundo Saulo houve uma melhora em

relação ao ano passado. “A diminuição de autos de infração

sinaliza um progresso relativo à compreensão na hora de

executar serviços de Engenharia e Agronomia, por isso, a

constatação da regularidade diante

da visita do fiscal. Os dados revelam

que de janeiro a junho de 2016 foram

gerados 2892 relatórios de fiscalização

e 1072 autos de infração”, explica.

AMPLIAÇÃOPara melhorar o trabalho da equipe

de fiscalização, este ano, o CREA-TO

adquiriu, por meio do Conselho Federal

de Engenharia e Agronomia (CONFEA)

e do Programa de Desenvolvimento

Sustentável do Sistema CONFEA/

CREAS E MÚTUA (Prodesu), oito novos

veículos para suprir as demandas dos

fiscais. “Temos essa novidade em

relação aos carros adquiridos para

uso da fiscalização urbana, já que os

veículos menores satisfazem as necessidades dos fiscais.

Temos também mais dois veículos L-200 que são específicos

para o campo”.

Com todas as inovações, a expectativa para o próximo

semestre é ampliar a agenda de atuação dos fiscais e das forças

tarefas. “Temos grandes perspectivas para o próximo semestre

com a chegada de materiais para uso nas fiscalizações, a

implantação da plataforma arcgis, dos celulares institucionais,

tabletes e máquinas fotográficas. Outras expectativas são os

treinamentos previstos”, argumenta o gerente.

Nos próximos meses a agenda de fiscalização prevê

forças-tarefas nas modalidades Civil e Mecânica (agosto) e na

área da Agronomia (nos meses de setembro a dezembro).

Para o presidente do CREA-TO, Marcelo Costa Maia,

investir na fiscalização só reforça o quanto o Conselho está

preocupado em cumprir com sua missão e objetivos. “Nós

adquirimos mais veículos e estamos investindo no setor de

tecnologia da informação e reestruturamos a fiscalização para

dar mais qualidade para a equipe realizar um trabalho cada dia

melhor em todo o estado”, finaliza.

Fiscalização do CREA-TO fecha balanço do primeiro semestre

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 002/2017

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INSP

ETO

RIA

Com espaço amplo, mais comodidade,

informação e prestação de serviço para

engenheiros e agrônomos, a sede própria da

Inspetoria do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

(CREA-TO) foi inaugurada em Paraíso do Tocantins, cidade

localizada a 60 km da capital, no início deste segundo

semestre de 2017. O local vai atender profissionais de 18

municípios da região de Paraíso. O prédio fica localizado na

Avenida Santos Dumont, loteamento Vila Milena, quadra 39,

APM.

A obra, com área total de 183,63m² de construção,

conta com salas de atendimento aos profissionais do

Sistema, arquivo, sala de reuniões e auditório com 40

lugares. Todas as instalações atendem às normas de

acessibilidade.

O inspetor de Paraíso, o engenheiro de minas Manoel

Vieira Fernandes Neto, comenta que a edificação vai ser

muito importante para o município. Isso porque o lugar é

um espaço moderno, além de ter instalações amplas e

funcionais. O que para ele, é, acima de tudo, uma forma

de valorizar os engenheiros. Hoje a sede conta com 400

profissionais cadastrados.

“A principal e mais importante função da inspetoria é

a valorização do profissional ligado ao Conselho Federal de

Engenharia e Agronomia (CONFEA), pois abre um espaço

para discutir os principais problemas da nossa região,

e, além disso, é um canal de comunicação da população

com o órgão de fiscalização do exercício profissional das

Engenharias”, destacou.

CREA-TO inaugura Inspetoria em Paraíso do Tocantins

Sede de Inspetoria inaugurada em Paraíso do Tocantins

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RC Tocantins

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SEDEAlém de realizar a fiscalização do exercício profissional

do Sistema CONFEA/CREA, o espaço também se propõe

a debater as questões ligadas na área tecnológica e ainda

receber o cidadão que precisa resolver algum problema

ligado às engenharias. Além disso, esse é um espaço onde

engenheiros, agrônomos e cidadãos também podem levar

denúncias, dar sugestões e ainda fazer reclamações.

“O maior benefício para os profissionais, além de uma

sede com toda infraestrutura de atendimento, com sala de

reuniões e até auditório, é a valorização do profissional

do Sistema, pois na região é o único Conselho com uma

inspetoria desse tamanho. A presidência da atual gestão

do CREA-TO tem buscado melhorar o atendimento, fazendo

ações de reconhecimento e valorização profissional. Essa

construção é um avanço significativo que trará a visibilidade

que o Conselho precisa e merece”, garante Manoel.

Ainda de acordo com o inspetor, depois da inauguração

a sede tem acolhido engenheiros pedindo informações,

resolvendo demandas profissionais e situações ligadas

ao Sistema CONFEA/CREA. “A necessidade em relação à

inspetoria tem crescido. E isso prova a importância da sede

na cidade”, destaca.

O presidente do CREA-TO, Marcelo Costa Maia, afirmou

que a concretização da Inspetoria em Paraíso é muito

importante, porque foi um lugar almejado por diversos

profissionais da região. “Esta é a casa do engenheiro, porque

aqui ele pode conversar, planejar e procurar sua entidade.

Então é de fundamental valia para a Engenharia e Agronomia

do Estado do Tocantins. Acredito que o local representa um

ganho para todos. Foi um esforço conjunto para conseguir

esta obra”, comenta.

SOLENIDADEDurante a cerimônia de entrega da inspetoria foi

apresentado um projeto de lei protocolado na Câmara

Municipal de Araguaína, que trata sobre doação de um

terreno para a construção da sede própria do CREA na cidade.

Na ocasião, Marcelo também afirmou que já foi aprovado o

projeto para a reforma da sede de Palmas.

O presidente ressaltou que a atual gestão busca uma

instituição reconhecida e respeitada pelos profissionais

e sociedade. Segundo ele, as construções e reformas das

inspetorias são uma maneira de dar mais qualidade e conforto

para a rotina de trabalho. “Esperamos que os profissionais

aproveitem e façam bom uso desse espaço, pois a conquista

não é só nossa, é de Paraíso e da região”, enfatiza.

Para o presidente do CONFEA, José Tadeu da Silva, a

Inspetoria é importante para o fomento das discussões

relacionadas às engenharias. “Este passa a ser o endereço

de vários debates, onde a população vai poder procurar para

apresentar propostas. Esse local será uma referência para

Paraíso do Tocantins”, aposta.

Já o presidente da Associação Brasileira de Engenheiros

Civis (Abenc), Francisco Ladaga, citou que ter inspetorias no

interior é fundamental para o desenvolvimento do Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia e das profissões

agregadas. “Me orgulho muito em ver uma gestão que usa

os recursos a favor dos profissionais, o inspetor tem que

ser valorizado, até mesmo para que o trabalho prestado seja

cada vez melhor”, lembra.

HOMENAGEMComo forma de homenagear os profissionais do CREA-

TO o prédio e o auditório da inspetoria receberam os nomes

de engenheiros que deram uma importante contribuição para

o município de Paraíso do Tocantins, batizados de Lairson

Lopes (Engenheiro Agrônomo) e Jorge Sarmento Barroca

(Engenheiro Civil), respectivamente.

RECURSOSO dinheiro investido na obra é oriundo do Programa de

Desenvolvimento Sustentável Prodesu do sistema CONFEA/

CREA e MÚTUA, que tem como objetivo gerenciar recursos

orçamentários e financeiros para projetos voltados à

implementação de políticas de sustentabilidade.

Autoridades durante inauguração da Inspetoria

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 002/2017

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Sócios da Unitá, Jonathan Rosa (administrador de empresas), Rafael Boff (engenheiro ambiental) e Fausto Lena (estudante de engenharia Civil e elétrica)

Mesmo localizado a 150 milhões de quilômetros

da Terra, a quantidade de energia solar recebida

pelo planeta azul é gigantesca. Para se ter

uma ideia ela é cinco mil vezes maior do que todo o consumo

mundial em eletricidade e energia térmica somados. O que

recebemos em radiação solar em um ano é 35 vezes maior do

que as reservas mundiais de petróleo, carvão, gás natural e

urânio reunidas.

Com tanto potencial e bem acima de nossas cabeças,

fica a dúvida: porque nunca utilizamos o sol como fonte de

energia renovável? Mesmo quando comparado a alternativas

também sustentáveis, o sol continua sendo um produtor com

mais potencial do que a energia eólica, biomassa, hidráulica e

geotérmica.

Do ponto de vista humano, a energia solar é considerada

inesgotável, já que a perspectiva é que o sol se apague

apenas daqui a 7,5 bilhões de anos. Uma matéria na revista

Superinteressante explica que o sol brilha porque tem muita

massa e assim, os átomos de hidrogênio que compõem seu

núcleo não suportam o peso sobre eles e se fundem, o que

causam reações nucleares sem interrupção.

Ao todo, a cada segundo, são queimados 700 milhões de

toneladas de hidrogênio, que liberam 386 bilhões de megawatts

de energia como calor, luz e outras radiações.

Com todos esses números, não tem como não pensar no

Tocantins como uma grande potência para energia solar, já que

por aqui, o astro maior da galáxia em que vivemos brilha com

força durante a maior parte do ano.

De acordo com o professor do Instituto Federal do Tocantins

(IFTO), Brunno Henrique Brito, que tem mestrado em Sistemas

de Energia Elétrica e ministra a disciplina de Eletricidade Básica

para o curso técnico em eletrotécnica, ainda não há estudos

que confirmam o potencial solar do Tocantins para sistemas

fotovoltaicos de energia. Ele explica que as pesquisas existem

apenas a nível nacional, com estatísticas que indicam quantos

sistemas estão instalados atualmente e quais as projeções para

o futuro relacionadas à energia fotovoltaica.

Mesmo com todas as apostas óbvias, enquanto isso, no

estado há apenas cinquenta e nove sistemas fotovoltaicos

conectados à rede e funcionando. Apesar das baixas estatísticas,

O futuro da energia sustentável e renovável está na maior estrela do planeta

ENER

GIA

SO

LAR

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RC Tocantins

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ENER

GIA

SO

LAR

para Brunno, este número ainda pode crescer e muito.

“Comparando com Minas Gerais, por exemplo, que já

tem mais de 2200 sistemas conectados a rede funcionando e

registrados junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),

dá para perceber que pode aumentar bastante. O Tocantins

tem hoje mais de 500 mil unidades consumidoras de energia.

Todas elas podem ter seu sistema fotovoltaico para geração de

energia”, argumenta.

Com dois processos de captação diferentes, o professor

explica como a energia solar funciona. De acordo com ele,

uma delas converte a energia vinda do sol em energia térmica,

geralmente utilizada em aquecedores solares, para aquecimento

de água.

Outra é a transformação da energia solar em elétrica, por

meio da produção da energia fotovoltaica. Essa segunda opção

está em ascendência no país por conta da baixa dos preços e da

viabilidade, que tem melhorado muito. Neste modelo, as placas

fotovoltaicas convertem os fótons de irradiância da energia

solar em energia e corrente elétrica.

Com o objetivo de formar mão de obra especializada para

instalação de painéis solares e sistemas fotovoltaicos, Brunno

foi um dos professores que ministrou um curso de qualificação

profissional na Faculdade Católica. Nele, os alunos trabalham

as duas formas de captação da energia solar, os sistemas

conectados à rede e os fotovoltaicos isolados.

“Nos sistemas que são conectados à rede, as placas

solares que geram energia em corrente contínua passam por

um inversor, um equipamento que vai converter essa corrente

contínua em corrente alternada e sincronizar com a corrente

alternada na rede elétrica. Nos sistemas fotovoltaicos isolados,

utilizados em comunidades mais afastadas, onde realmente

não tem energia elétrica, as placas solares fotovoltaicas são

armazenadas em baterias e eu posso ou não utilizar inversores

para alimentar as minhas cargas em corrente alternada, ou se

eu tiver todos os equipamentos em corrente contínua, o que é

um pouco mais difícil de acontecer, assim eu não preciso dos

inversores”, esclarece.

CRESCIMENTOSegundo o professor, a opção de energia solar fotovoltaica

tem crescido muito, e para ele, o que falta para essa modalidade

se popularizar é a ampla divulgação das suas potencialidades.

“As pessoas acham que é muito caro, que é algo inviável, que

só vai ser pago com 10, 15, 20 anos. Mas isso tem mudado

muito. Nos últimos anos os preços dos sistemas fotovoltaicos

conectados à rede tem diminuído bastante, enquanto as tarifas

de energia tem só aumentado. Para você ter uma ideia, hoje

os sistemas conectados à rede, dependendo do tamanho da

residência, conseguem se pagar entre quatro a seis anos.

E estou falando de um sistema que dura de 20 a 40 anos. Às

vezes, entre 15 e 20 anos é preciso trocar o inversor, mas mesmo

assim, se o sistema se paga entre quatro e seis anos você vai ter

uma geração de energia elétrica gratuita por muitos anos para

frente. Tem sido bem mais viável hoje. O custo inicial ainda é

relativamente caro, e ainda não se tem, já está começando

aparecer, umas linhas de crédito mais atrativas, mas de forma

muito tímida. Vale ressaltar que a manutenção do sistema

fotovoltaico é muito pequena”, conta.

Brunno acredita que apesar dos entraves que existem

atualmente em relação à energia fotovoltaica, a expectativa é

que este modelo cresça no país, já que o sistema tem barateado,

porque os equipamentos estão sendo construídos em larga

escala e até mesmo os componentes importados começaram a

ser montados ou fabricados no Brasil. Com isso, o preço tende

a despencar, o que não acontece com as tarifas de energia, que

devem apenas aumentar com o passar dos anos.

Além das dificuldades para a popularização da energia

fotovoltaica relacionadas aos valores iniciais de investimento,

a falta de informação é um grande problema, segundo Brunno.

Existem poucos financiamentos e linhas de crédito, já que de

acordo com ele, as taxas de juros oferecidas pelo mercado são

muito elevadas.

“Existem apenas algumas linhas de crédito, o que não

são tão acessíveis, porque são para públicos específicos. O

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), por

exemplo, tem a MÚTUA, que financia e tem taxas bem atrativas,

que não chegam a 1% ao mês e que viabiliza muito a instalação

do Sistema. Tenho um colega do IFTO que fez um financiamento

na MÚTUA para instalar um sistema na sua própria residência”.

CONECTADOS A REDEO professor conta que apesar de todas as dificuldades,

o crescimento na área da energia solar fotovoltaica está

aumentando principalmente no que diz respeito aos sistemas

conectados à rede. Segundo Brunno, a grande vantagem

deste modelo é que ele demanda apenas as placas solares e o

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inversor. Não é preciso baterias, como em sistemas isolados,

para isolar a energia.

“No sistema conectado à rede eu não preciso de bateria,

porque quando eu tiver gerando mais do que estiver consumindo

a energia vai para a rede da concessionária. Inclusive é

necessário utilizar um medidor bidirecional para medir tanto a

energia demandada da rede, quanto a que eu estou injetando

na rede elétrica quando estou gerando mais do que estou

consumindo. Isso existe na norma regulamentadora da ANEEL,

482/12, que determina certinho este sistema de compensação

de energia”, esclarece.

Para desmistificar o sistema de energia fotovoltaica

conectada à rede, o professor explica que ele funciona da

seguinte maneira: toda energia injetada na rede é abatida

da energia que se utiliza. Se o consumidor injetar mais do

que consumir ele não vende a energia excedente, ele gera

um crédito de quilowatts/horas que pode ser descontado da

conta ao longo de cinco anos. Já em sistemas isolados, pela

necessidade de baterias, que custam mais da metade do valor

de toda a instalação dos equipamentos, é preciso trocá-las a

cada três ou quatro anos. O que acaba só se tornando viável em

comunidades onde não há o atendimento da concessionária.

Um custo benefício, que para ele, não tem como mensurar, já

que, atualmente, é quase impossível viver sem energia.

Unindo o útil ao agradável e fazendo acontecerDe uma parceria com três amigos, com foco no sonho de

trabalhar e viver a sustentabilidade surgiu a Unità, empresa

formada pelos sócios Jonathan Rosa (administrador de

empresas), Rafael Boff (engenheiro ambiental) e Fausto Lena

(estudante de engenharia civil e elétrica) ainda em 2014. A Unità

trabalha com energia solar atendendo os estados do Tocantins,

Pará, Maranhão e Goiás, com obras em quatro áreas: Sistemas

Conectados a Rede (tem como princípio a economia na conta

de energia); Sistemas Desconectados da Rede (para locais

remotos, sem acesso a energia, é nesse tipo de sistema que são

utilizadas as baterias) e Sistemas de Aquecimento de Água e

Sistemas de Bombeamento de Água por Energia Solar.

Com especialidades diferentes, mas complementares

e essenciais para o bom funcionamento da empresa, os três

decidiram tornar o sonho real e partiram para a ação. “Bolamos

o nome, a missão e o planejamento da estrutura da empresa em

um dia e em pouco tempo depois colocamos tudo em prática.

Cada um puxa mais o trabalho para a sua área de formação,

mas o dia-a-dia e a demanda nos faz saber sobre tudo e como

funciona cada coisa dentro da empresa”, afirma Fausto.

O empresário conta que apesar de 2016 ter sido um

ano difícil, a Unità tem crescido anualmente, acompanhando

o crescimento da demanda brasileira pela tecnologia,

que é atualmente um dos maiores mercados do mundo,

proporcionalmente falando.

Para ele, 2017 está sendo, até o momento, o melhor ano

da tecnologia no país e a expectativa é que os próximos quatro

anos sejam ainda melhores. Fausto acredita no potencial que o

Tocantins tem para a energia solar e garante que pode reverter

todas estas possibilidades em negócios.

“Queremos seguir literalmente o conceito de unir o

útil ao agradável. Para muitos, o sol no estado é um grande

contratempo, então porque não transformar algo que parece

ruim em uma enorme fonte financeira e também com grande

retorno ambiental?! Porém, como tudo que é novo (apesar

da tecnologia ser muito mais antiga, do século 19) ainda

enfrentamos muitas barreiras, uma delas é a desinformação.

Muitas pessoas não procuram essa solução por achar que pode

ser cara ou não entender bem como funcionam os sistemas”.

Quebrando todas as barreiras para o futuro, o empresário

ressalta as dificuldades para democratizar o uso da energia solar

com ares e certezas de quem acredita na transformação. Assim

como o professor Brunno, Fausto argumenta que a falta de

produção nacional dos equipamentos, mão de obra qualificada

e de incentivos governamentais ainda são impedimentos para

propagação da energia fotovoltaica, porém, o caminho que

parece difícil, será superado.

“Na minha opinião, o primeiro problema é a falta de

produção nacional dos equipamentos, que é muito tímida e com

preços pouco competitivos com os importados. O segundo é a

falta de mão de obra qualificada em todas as áreas da tecnologia,

desde a pessoa que vai executar os sistemas ao empresário. O

terceiro é a necessidade de mais incentivos governamentais

para o cliente que quer adquirir o produto. Praticamente

todos os bancos já possuem linhas de crédito que podem ser

utilizadas para a aquisição dos sistemas, porém pode melhorar

muito mais com linhas de crédito subsidiadas. O retorno para

o país é muito maior, já que estamos com um grande déficit na

geração de energia e essa é uma excelente solução para esse

problema através da micro e minigeração de energia distribuída.

Ao invés de pensar em obras imensas e caras com impactos

ambientais proporcionais nós podemos fazer com que a própria

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comunidade gere boa parte de sua demanda energética de

forma limpa e sustentável”.

ÁREA DE ATUAÇÃOA Unità é especialista em energia solar em todas as suas

aplicações e trabalha com a filosofia da chave na mão, ou

seja, o cliente apresenta sua necessidade e a empresa oferece

a solução completa, com projeto, venda do equipamento,

execução e atendimento pós-venda.

E enquanto o mercado se especializa com mão de

obra e qualificação, o empresário conta que ainda luta para

desmistificar a ideia de que as soluções sustentáveis significam

ideias caras, o que, para ele, é um grande equívoco.

“Um dos maiores pilares da sustentabilidade é justamente

a financeira e a energia solar não é diferente. Quando os

sistemas são para serem utilizados em áreas remotas e sem

acesso à energia, na maioria dos casos, é a melhor solução

já de saída. Porém para aquelas pessoas que investem com

a intenção de diminuir o gasto com a conta de luz o retorno é

praticamente certo, pois são equipamentos que duram em

média 40 anos funcionando, então além de retorno, geram lucro

para quem os utiliza”.

Os benefícios relativos à sustentabilidade também são

apontados pelo professor Brunno, que afirma que a energia

solar é altamente renovável e ambientalmente preferível em

comparação com as hidrelétricas e principalmente em relação

às termelétricas.

“Sabemos que existem termelétricas que funcionam com

biomassa, que é também uma fonte renovável de energia. As

pessoas poderiam argumentar que as hidrelétricas também são

uma fonte renovável. Porém, as usinas causam alto impacto

ambiental e social porque você precisa desmatar o local, é

preciso remanejar os ribeirinhos. Existe esta separação. No

caso da energia solar, ela é uma fonte de energia de baixo

impacto que vale muito a pena”, pondera.

QUEM INSTALOUE para além da teoria, quem colocou tudo na prática e

instalou o sistema acredita que a energia solar é sim o futuro

do planeta. O pecuarista Eduardo Guimarães, que mora em

Palmas, resolveu investir e hoje tem energia solar fotovoltaica

em casa. Para ele, além da economia com a conta de energia,

ser sustentável é também um fator importante.

“Decidi colocar por dois motivos, primeiro porque estamos

numa região muito quente, a energia é muito cara e o calor é

muito aguçado. Minha conta de energia era muito alta por

causa do uso de ar condicionado. Segundo, porque estamos

colaborando com a ecologia”.

Eduardo conta que a economia é real. Dependendo da

época do ano, ela chega a 100% do consumo da família. “Na

ausência da chuva, quando a incidência de sol é maior, a

economia chega a 100% do que consumimos. No período de

chuva varia bastante e de acordo com a incidência do sol. Em

tempo nublado, temos menos geração de energia”.

Sem temer o custo de implantação, o pecuarista conta que

o investimento está valendo muito a pena, já que segundo seus

cálculos, o retorno do que foi gasto deve voltar para o bolso da

família nos próximos quatro anos.

“Mesmo ciente de que o custo de implantação seria

caro e o retorno deste investimento aconteceria em torno de

quatro anos, mas sei que a vida útil do sistema é de 70 anos.

Portanto, próximos 66 anos será apenas para usufruir. Hoje

estou menos suscetível aos aumentos e mudanças tarifárias

então, a minha economia se torna quase 100%. Estou inclusive

já me preparando para ampliar o sistema porque depois da

implantação abusamos um pouco pela empolgação e teve um

aumento do consumo. O sol nasce todos os dias, é de graça

então temos que aproveitá-lo”.

QUEM QUER INSTALAR A ENERGIA SOLAR NO TOCANTINS E SABER DOS BENEFÍCIOS SE LIGA NAS DICAS ABAIXO:

No Estado: A lei nº 3.179/2017, que institui a política, traz os

instrumentos e objetivos da Pró-Solar, que tem como finalidade aproveitar

o potencial do Tocantins e racionalizar o consumo de energia elétrica. São

previstos investimentos para o desenvolvimento tecnológico e a geração

(fotovoltaica e fototérmica) para comercialização e autoconsumo nas

áreas urbanas e rurais, pela iniciativa pública e privada, considerando o

uso residencial, comunitário, comercial, industrial e agropecuário.

Em Palmas: Quem aderir ao Palmas Solar poderá ter descontos

de até 80% do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), proporcional

ao índice de aproveitamento de energia solar; descontos de até 80%

do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), incidente

sobre: I - os projetos, as obras e instalações destinadas à fabricação,

comercialização e distribuição de componentes para os sistemas de

energia solar; II - os serviços de instalação, operação e manutenção dos

sistemas de energia solar, pelo prazo de até 10 anos; descontos de até

80% do Imposto de Transferência de Bens Imóveis (ITBI), proporcional ao

índice de aproveitamento de energia solar.

ENER

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SO

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 002/2017

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Entrevista:MODALIDADE

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Por que o senhor escolheu a profissão de Engenharia de

Produção? Conte-nos como tem sido esta carreira, desde o

início até hoje.

Tenho formação em Magistério. Logo que sai dessa

área me interessei por informática, manutenção,

redes e telecomunicação. Comecei a trabalhar

com isso e dentro deste contexto fundei com um amigo, uma

empresa de desenvolvimento de softwares de gerenciamento

comercial. Ele cuidava da parte de programação e eu cuidava do

atendimento ao público, treinamentos e etc. Neste ínterim surgiu

a oportunidade de fazer um curso de Engenharia de Produção

na Universidade Estadual do Pará (UEPA), meu estado, sou de

Conceição do Araguaia. De lá pra cá passei pela Leitbom, Dow

CorningMetais do Pará, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) e depois fui convidado por um economista

daqui para vir trabalhar como consultor na Federação das

Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO). Por meio desse

trabalho fiz consultoria para o IEL e para o Sebrae. Comecei a

trabalhar em vários programas do Governo Federal atendendo

o Sistema S. Conheci muito o Tocantins com esta experiência,

aproximadamente umas cem cidades, tanto atendendo o

Sebrae, quanto o Senai. Quando a economia começou a dar

sinais de desaceleração, eu acertei com a empresa e paramos.

Recebi a proposta para lecionar na Faculdade Católica. Já

tinha passado por um processo de seleção, mas nunca tinha

aceitado, porque até então eu tinha que fazer várias viagens e

não era viável.

E o que faz um engenheiro de produção?

Um engenheiro de produção tem, obviamente, a formação

básica de todo engenheiro, porque dentro de todo contexto

industrial a gente vai ter que lidar com outros engenheiros, o

civil, mecânico, eletricista, de alimentos. E com todos eles o

engenheiro de produção pode trabalhar conjuntamente. Mas de

que forma? Na forma de gestor. O engenheiro de produção é

um gestor de tecnologias. Qual o principal objetivo dele? É gerir

de forma otimizada todos os recursos da empresa. Sejam eles

de pessoal, econômico, financeiro, materiais. O engenheiro de

produção tem uma formação generalista e bem mais holística,

porque a gente já consegue perceber o impacto de cada ação,

não só naquela célula, não só naquele local, mas o impacto

que aquilo vai ter em todos os setores da empresa. É bom? É

benéfico? Quando? Quando se estabelece metas e indicadores

e a gente sabe exatamente onde precisa ir para atingir aquele

objetivo.

Satisfeitíssimo com a profissão, o professor que começou

no Magistério em Conceição do Araguaia e trabalhou em

grandes empresas do Pará, Mábio Teodoro é um engenheiro

de produção de mão cheia. Professor da Faculdade Católica

do Tocantins, já trabalhou como consultor na Federação das

Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO) quando percorreu

quase o todo estado desenvolvendo projetos para a FIETO,

SEBRAE e IEL. Agora em sala de aula o engenheiro de

produção e segurança do trabalho se orgulha de repassar seu

conhecimento para os acadêmicos e futuros profissionais,

que segundo ele, já estão dominando o mercado de trabalho.

Quer saber por que a Engenharia de Produção pode mudar a

sua empresa? Confira a entrevista na íntegra!

Mábio Teodoro, apaixonado pela carreira, tem uma vasta experiência como engenheiro de produção

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RC Tocantins

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Existem comportamentos e casos similares que você

encontra nestas empresas que visita?

A maioria dos empresários do país não tem formação.

Alguns até correm atrás, vão se formar, buscam a Federação

das Indústrias, o SENAI, o SESC ou o Sebrae e buscam

aperfeiçoar o seu conhecimento. Porém, a maioria,

geralmente, nos segmentos que trabalhei no Tocantins

(madeira e mobiliário, metal mecânico e ceramista), vieram

do chão. São empresários que também foram operadores e

se transformaram porque sabiam produzir, mas não tinham

o knowhow. Quando visitávamos a empresa isso era notório.

Muitos tinham a formação técnica, mas não tinham formação

empresarial. Falham em detalhes mínimos, o que dificulta

a atuação do engenheiro de produção. Eu tenho formação

de engenheiro de produção, mas também tenho formação

em contabilidade, custos industriais, gerais e economia.

Estudamos o impacto econômico de cada ação. Muitas vezes

temos que falar: ‘Infelizmente você vai precisar correr atrás e

aprender a administrar e valorizar o seu negócio, a sua marca.

Tratar do planejamento estratégico, fazer plano de negócios’.

Tem empresa que até hoje não sabe quanto ganha, porque

não sabe quanto perde.

O senhor é professor e em vários cursos a gente discute

a diferença entre o que se aprende na universidade e o

mercado de trabalho. O senhor veio da iniciativa privada e

agora está no universo acadêmico. Como as instituições de

ensino têm preparado estes alunos para eles ingressarem no

mercado de trabalho de uma forma realista? Isso é possível?

Na minha formação o grande problema era termos

empresas disponíveis a abrir suas portas para que pudéssemos

por em prática o conhecimento adquirido na academia. Aqui

em Palmas o curso já está com seis anos e meio, formamos

duas turmas. Cotidianamente temos conquistado a confiança

dos empresários com o nosso trabalho. Vamos lá, visitamos,

expomos o que podemos fazer para o empresariado, de que

forma que os acadêmicos podem estar contribuindo com o

negócio dele, com uma parte específica, sem invadir, sem

desmerecer. Não é uma atividade que é propriedade nossa.

Independente do tipo de negócio, do tipo de fábrica, do tipo

de operação, o engenheiro de produção adquire habilidade

de estudar o negócio, o sistema de produção, o processo

produtivo, seja ele de bens, produto ou serviço. Temos trazido

o maior número de aulas práticas pra dentro da sala de aula

e externa. Os alunos têm pelo menos uma visita técnica por

semestre. Muitas empresas querem ser incluídas, muitos

alunos querem participar das atividades. Para facilitar isso

temos um sistema de produção, similares de produção, que

tratam de uma questão básica, que é você antecipar ações

que, porventura, iria realizar na empresa, mas sem que haja

investimento muito caro. Hoje para contratar uma empresa

para fazer um trabalho em uma padaria, para fazer um

trabalho de simulação, ela pode cobrar no mínimo de R$13 a

R$15 mil para entregar o trabalho que irá apontar exatamente

onde estão os problemas. Para entregar as soluções é um

novo serviço, que faz parte de outro portfólio. Os nossos

alunos estão aprendendo a resolver, mas com a visão: ‘Temos

um problema aqui. De que forma vamos conseguir resolver?’.

Como por exemplo, o problema é que a empresa tem um

operador quando deveria ter dois. Quando justificaria esta

alocação deste recurso, que é chamado humano, que gera um

recurso econômico, para atender aquela demanda naquele

momento? Esta demanda é real? Ela é apenas específica? Os

alunos conseguem sim encarar os desafios que encontram

no mercado de trabalho, temos tido resultados muito bons e

em alguns casos excelentes, saídos da Católica. Dos nossos

alunos não temos nenhum desempregado.

Como está a Engenharia de Produção para o Tocantins?

Quais as nossas particularidades em relação à área por aqui?

A nossa maior particularidade é o desconhecimento

do empresário em relação a este profissional. Já que este

não tem uma demanda obrigatória, como os que trabalham

com Segurança do Trabalho, Ambiental, Licenciamento, Civil

Arquitetura, Planta. À medida que o mercado de trabalho tem

conhecido este profissional e a capacidade que ele tem de

atuar na empresa e trazer bons resultados, isso tem trazido

retorno, afinal todos os nossos alunos ou ex-alunos estão

empregados, trabalhando, até em empresas multinacionais,

de grande porte, dentro do Tocantins. Muitos estão formando

seu próprio negócio em áreas como logística, transporte, até

mesmo uma escola de futebol. Eles têm traçado seu caminho

e de forma alguma tem ficado sem trabalhar. O Tocantins

precisa e quer o profissional de Engenharia de Produção.

Qual é a relação da tecnologia com a Engenharia de

Produção? Como ela facilita este trabalho?

A grande questão de todo o tempo, para o engenheiro

de produção não é diferente, o principal diferencial nosso é o

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 002/2017

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tempo. Quanto custa o tempo? Quanto custa o nosso tempo?

E para a empresa, quanto custará? A tecnologia vem para

reduzir o tempo que gastaríamos para chegar a um resultado

que não saberíamos se seria satisfatório ou não. Quando

eu falo sobre simulação, área que sou apaixonado desde a

academia, ela traz uma possibilidade de redução de tempo e

incertezas. Você vai trabalhar com o que é mais certo, mais

palpável e vai reduzir tempo. E tempo é dinheiro. Quando

perdemos tempo estamos perdendo dinheiro, porque poderia

estar produzindo e gerando renda com isso. O empresário não

pode ficar parado, ele precisa tomar decisões. O engenheiro

de produção, junto com a tecnologia, vem para trazer isso. A

principal característica que os professores de Engenharia de

Produção têm cobrado dos nossos acadêmicos é a geração

de informações válidas, afinal é isso que fará o empresário

tomar uma decisão correta. A tecnologia vem pra isso, para

facilitar, para encurtar tempo, para reduzir desperdícios.

Quais as habilidades que o engenheiro de produção

precisa ter? Qual o perfil desse profissional?

Ele precisa ser muito versátil. Temos dez grandes áreas

de engenharia de produção e dentro destas áreas, elas se

propõem e requerem profissionais com perfis diferentes. O

nome Engenharia de Produção remete a uma ideia de chão

de fábrica, de indústria, de operação. Este profissional,

especificamente, tem que possuir uma capacidade de

comunicação. Tanto escrita, quanto oral. Ele precisa saber

comunicar com as pessoas, entender o lado delas. Já que a

nossa principal ferramenta é o ser humano e ele é o detentor

de todo o poder da produção. Não podemos

tratar o trabalhador como uma ferramenta

qualquer. É importante dominar o inglês e ter o

conhecimento técnico e básico da Engenharia,

e tudo que é específico da Engenharia de

Produção, que é ter o domínio de ferramentas

de gestão de processos, de logística, simulação

de trabalho.

E no caso do estudante que ainda está

escolhendo seu curso, quem esse jovem

precisa ser?

Ele precisa gostar muito de desafios. Ele

precisa ter a habilidade de lidar com pessoas,

porque são elas que vão operar. Eu como

engenheiro vou programar, vou planejar e

passar o que eu quero que seja executado, o que seja feito.

Mas é preciso que tenha uma sinergia. Isso precisa vir do chão

de fábrica, da operação. Pode vir de cima, mas precisa estar

disseminado embaixo. O adolescente que está pensando em

escolher este curso precisa gostar de desafio, de problemas

e de resolver estes problemas. A partir daí ele vai correr atrás

das ferramentas para tentar resolvê-los. Este jovem precisa

saber que todo dia vai ser uma coisa nova. O mínimo da rotina

de um engenheiro de produção é uma empresa problemática.

Não existe uma empresa que não tem problemas diariamente.

O mais cômodo do engenheiro de produção é ficar em uma

empresa por 10, 20 anos. Quem não quiser isso, vai passar

um período ali, aprender, resolver os problemas e seguir em

frente. Vai fazer como eu, consultoria.

Qual o currículo desejável para este profissional de

Engenharia de Produção? É preciso ter uma especialização?

Cursos de aperfeiçoamento?

É preciso ter a habilidade de liderança. Tem que

fazer uma especialização na área que ele se identificar na

graduação, como uma das três grandes áreas. Engenharia

de Segurança do Trabalho, eu mesmo tenho pós nesse

segmento. Tem que gostar de todos os aspectos da produção,

da saúde. A manutenção do trabalhador da melhor forma

possível é interessante para a empresa, ela investe nisso.

Não é vantajoso ter esse trabalhador doente. Temos também

a logística. Hoje o Brasil demanda muito nessa parte. E

ainda tem a área de gestão de processos específicos, que

é aquela que este profissional vai para o chão de fábrica,

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No laboratório, Mábio fala sobre as áreas que um engenheiro de produção pode trabalhar

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RC Tocantins

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simular, trazer os resultados para a empresa. Tem também

a área de manutenção, que a gente também trabalha porque

percebemos que em qualquer operação dependemos de uma

máquina para trabalhar, seja do celular ou de uma grande

máquina. Tudo que não é ser humano é considerado uma

ferramenta que necessita de manutenção. Uma área que

tem muita demanda e que anteriormente eram assumidas

pelo engenheiro mecânico. Mas o engenheiro de produção

que tem uma visão mais global, mais ampla, precisa saber

porque essa máquina estará funcionando. É importante saber

Excel avançado, conhecer tecnologias de sistema de gestão

integrada em segurança, meio ambiente e qualidade. Todos

eles são sistemas de produção separados, mas quando uma

empresa é muito dedicada e quer ser eficiente ela integra isso.

O profissional precisa ter o conhecimento de sistemas como

ARPS, de comunicação externa.

Nós falamos do Brasil, mas outra opção é esse

profissional trabalhar fora do país. Como é a realidade e as

opções para o profissional que deseja ir para o exterior?

Até onde sei o Brasil é um espaço de grandes

oportunidades para o engenheiro. O processo hoje é invertido,

estamos trazendo profissionais de fora para atuar aqui. A

demanda interna é muito grande. Quando fazia faculdade

sabia que existiam muitas oportunidades para ir para a

Nova Zelândia e Austrália, porque eles demandam muito de

engenheiros e o engenheiro de produção, que é o engenheiro

industrial, é o que tem mais demanda, porque ele agrega

muito valor para a empresa. Até brinco com meus alunos,

e digo que eles precisam saber o valor que eles têm. Como

a gente pode calcular o valor que temos? Calculando o que

geramos de valor para empresa. O que fiz nesta empresa que

melhorou? Impactou nas vendas? No produto? Na qualidade?

Na satisfação do cliente? Na marca? Preciso monetizar isso,

preciso calcular. Em um momento de se vender eu sempre

digo que consigo. Como profissional digo que qualquer

indústria do Tocantins hoje, com a experiência que tenho,

consigo aumentar a produtividade, de no mínimo, 10%.

Quando falamos de empresas possíveis para o

engenheiro de produção atender, falamos de uma padaria até

uma indústria de grande porte?

Sim. De qualquer segmento. Tudo que você imagina que

envolve o ser humano, ferramenta, materiais, equipamentos, a

gente pode trabalhar.

Falamos sobre a questão de especializações, dentro

da Engenharia de Produção. Como é nesta área? Hoje em dia

sabemos que é tudo muito rápido, este profissional precisa

estar se reciclando?

Sim, ele precisa muito. A tecnologia chegou para nos

beneficiar, mas ela também traz surpresas. Toda dia nos

deparamos com uma nova proposta. Para o profissional

que trabalha com sistema, de repente aparece outro melhor,

que vai te dar dados melhores, que vai te proporcionar

maior produtividade e essa migração é um susto. Às vezes

é uma ruptura muito grande. Você, às vezes, precisa largar,

abandonar o conhecimento, não todo, mas o domínio de uma

ferramenta para migrar para outra. Porque aquela antiga já

não te serve. Os conhecimentos acadêmicos, eu sei hoje o que

estudei e o que de fato a gente aplica na prática com totalidade

e o que não é praticado no mundo, mas ainda constam na

literatura como formação específica. Aqui na Católica a gente

senta todo semestre e enxuga. Tenho uma disciplina chamada

engenharia de fábrica, ela nunca é igual todo semestre, por

causa da tecnologia, por causa das interações. Hoje em dia

o mundo está todo interconectado por causa da internet e

os sistemas produtivos também. Hoje em dia temos algo

chamado ‘cadeia de suprimento’ onde o planejamento prevê a

compra de um material que não existe mais no Brasil e demora

seis meses para chegar, mas ele precisa estar na minha

empresa tal dia e tal horário porque ele precisa operar. Como

vou planejar isso? Quem vende? Tenho que saber inglês, ter o

contato de fornecedor fora e tenho que planejar. A gente hoje

À medida que o mercado de trabalho tem conhecido este profissional e a capacidade que ele tem de atuar na empresa e trazer bons resultados, isso tem trazido retorno, afinal todos os nossos alunos ou ex-alunos estão empregados, trabalhando, até em empresas multinacionais, de grande porte, dentro do Tocantins

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 002/2017

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está dependente e depende da tecnologia para trabalhar e como

a tecnologia muda o tempo inteiro, precisamos estar atualizado

também. É bem desafiador.

Você me disse que a Engenharia de Produção vem para evitar

perda e gerar lucro. Quero saber onde entra a sustentabilidade?

Para uma empresa economizar energia, gasto de produto? Como

é o namoro da Engenharia de Produção com sustentabilidade?

Uma coisa anda sem a outra?

Funciona assim o namoro: a Engenharia de Produção ama o

não desperdício. Até faço uma pergunta interessante para meus

alunos, porque um dos pilares da Católica é a sustentabilidade,

sempre pergunto para eles onde eles acham que economizam

mais água e alguns respondem ‘tomando menos banho’, ‘lavando

menos roupa’, ‘fechando a torneira’. ‘Porque vocês pensam

assim?’, eu questiono. Afinal, tudo que produzimos depende

da água, tudo que existe no mundo, a nossa volta, depende da

água para ser produzida. Toda matéria é um subproduto que

tem como insumo a água, direta ou indiretamente. As pessoas

falam muito da pecuária, que é uma das grandes vilãs ambientais

a gente pensa: quanto se gasta para produzir um quilo de

alimento? São aproximadamente 13 mil litros para cada quilo

de carne. Se você dividir esse quilo em um bife de 150 gramas,

ele vai ter aproximadamente três mil litros de água nele. Se você

não comeu ou deixou para depois, você jogou três mil litros de

água fora. Este tipo de visão que o engenheiro de produção

precisa ter. Quando um produto, como, por exemplo, no ramo de

mobiliário não fica do gosto do cliente e ele diz que não quer,

quem fica com esse prejuízo? Se o produto iria ser vendido por

R$15 mil, tirando o lucro que viria, o empresário perde R$8 mil

de material, insumo, serviço pago ao profissional. A gente trata

disso, de reaproveitar, de reutilizar, de não fabricar errado, de

não fabricar fora de especificidade, de especificação, tem que

estar em conformidade, primeiro com o que o cliente espera.

O que ele espera? Um produto bom. Se existe a demanda é

porque o produto tem um valor agregado específico, que não

necessariamente é um valor só de produto, mas são valores que

ultrapassam o controle da Engenharia de Produção, um valor

social. O engenheiro de produção cuida disso, percebe isso. A

sustentabilidade é isso, é a gente, ao máximo, fazer com que os

sistemas não gerem resíduos e quando isso acontece, ele precisa

ser ao máximo reaproveitado.

Como a Engenharia de Produção trabalha para contribuir

para um mundo melhor? É evitando o desperdício? Aproveitando

o que se iria jogar fora?

A Engenharia de Produção não fecha a torneira, ela regula

a torneira para sair apenas a água necessária. Um estudo bem

interessante sobre isso é que cada pessoa demanda de uma

quantidade diferente de água para tomar um banho. Então é

simples, vamos fazer um estudo para saber quanto cada um usa

e determinar exatamente quanto tempo, ou quantos litros vão ser

gasto, que tipo de sabonete será utilizado, qual shampoo... Qual

demanda mais? Vamos estudando os mínimos detalhes para

poder gerar o resultado com o menor desperdício possível, com o

maior valor agregado possível para satisfazer todo mundo, o meio

ambiente, um mundo melhor e um consumo mais consciente.

Professor, analisando sua carreira e olhando para trás, hoje

você se sente um profissional realizado? Quais foram os projetos

mais bacanas que realizou?

Estou muito realizado. Por quê? Você consegue imaginar

tudo isso que eu falei, entrando na cabeça de um acadêmico

e ele conseguindo aprender todo esse conhecimento, pelo

menos os valores desse conhecimento e ele sendo consciente

das habilidades que ele tem? Uma das questões do perfil é a

autoconfiança. Você precisa saber que você é capaz. E que todas

as ferramentas que você precisa utilizar estão disponíveis, você

só precisa saber como encontrá-las. A coisa mais importante

foi isso que aconteceu para mim. Às vezes fica meio nebuloso

na formação, não apenas para a Engenharia de Produção, mas

para todas as formações, o que eu vou fazer, como vou fazer...

Meu maior desafio foi chegar a uma empresa, sem conhecer

absolutamente nada e nem ninguém e em dois meses, conseguir

aumentar a produtividade para ela lucrar R$22 milhões por ano.

Usando o que? Um software de simulação gratuito. Em dois

meses. Saí, executei uma atividade, que nenhuma consultoria

que tinha sido paga para fazer, tinha feito. Até hoje tenho uma

vaga nessa empresa se quiser voltar. Estou muito satisfeito,

é muito gratificante. A parte da gratificação também vem à

medida que a gente entra na academia para lecionar e vai se

apaixonando também por este tipo de resultado que ocorre com

os alunos, porque aí não é apenas eu. É o que eu aprendi, o que

eu conheço e o que consegui repassar para eles. O repasse só

é percebido na execução. Alguns podem ter mais dificuldade,

menos dificuldade, mas depende muito do perfil e da área que

a pessoa escolhe. Não tem como escolher tudo, às vezes temos

áreas, até mesmo conflitantes. Como você vai dividir o seu tempo

para duas coisas? Não é possível. Mas a satisfação vem disso

aí. De saber que alguém conseguiu fazer o que era capaz, mas

porque preparamos eles de forma correta. Isso é muito bom.

ENTR

EVIS

TA

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RC Tocantins

19

CO

ND

OM

ÍNIO

Aliado ao sonho da casa própria é cada vez mais comum

algumas pessoas optarem por morar em um condomínio

fechado. Junto com esse desejo entra a esperança de

uma vida mais segura, um imóvel mais barato, seguindo a

tendência dos grandes centros. No Brasil, há mais de 40

anos esse mercado começou a ganhar espaço nos lugares

com maior número de habitantes.

Em Palmas a situação segue esse fluxo e acompanha

o boom do desenvolvimento. Como a cidade vem crescendo

nos últimos anos - para sermos mais exatos em meados de

2008 - não é difícil notar a quantidade de prédios residenciais

que foram erguidos na mais nova capital brasileira de lá

para cá. Agregado a essa modalidade, vale lembrar que hoje

quase todo mundo trabalha e passa o dia fora de casa, e

uma das maneiras de buscar mais segurança é morar em um

apartamento. Talvez esse seja o motivo principal de trocar a

moradia convencional por um espaço no prédio, às vezes até

mesmo com pequenos metros quadrados.

Outro fator importante nessa escolha é a privacidade,

provavelmente esse é também um dos motivos cruciais

que levam as pessoas a optarem por um condomínio. Mas

afinal, como funciona a parte de planejamento de um prédio

residencial?

Segundo as regras do Conselho Regional de Engenharia

e Agronomia do Tocantins (CREA-TO), a contratação de

um profissional habilitado garante a aplicação correta das

práticas relativas a todos os projetos envolvidos, além de

otimizar custos por meio de orientação sobre materiais e

produtos e sobre a destinação correta dos resíduos.

Em todos os casos, o órgão orienta que toda obra ou

serviço deve estar sob responsabilidade da empresa ou do

profissional autônomo, legalmente habilitado no CREA-TO.

Esses engenheiros devem também registrar a Anotação de

Responsabilidade Técnica (ART) relativa à obra ou serviço.

Esse documento é importante porque ele é encarregado de

definir quem são os responsáveis técnicos por alguma obra

Moradia mais segura que acompanha o crescimento do Tocantins

Acompanhando o boom do crescimento, os arranha-céus já fazem parte do cenário da Capital

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 002/2017

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ou serviço da área da Engenharia, com o objetivo de apontar as

principais características do empreendimento.

De acordo com o engenheiro civil Bruno Tavares, o

planejamento de um condomínio de habitação multifamiliar

ocorre no início do projeto. Nesse momento são realizados os

estudos e levantamentos das necessidades que o público alvo

exige. Nesta etapa há vários requisitos a serem levados em

conta, como localidade, público alvo por fase de renda familiar

e nível de acabamentos que serão empregados.

“Só assim é possível avaliar a viabilidade do

empreendimento. Durante a fase de execução os engenheiros

têm um papel importante, que é realizar tudo isso com a

máxima qualidade e segurança para tornar o investimento

dos compradores em imóveis notáveis atendendo suas

expectativas”, completa.

Conforme o especialista, a segurança de empreendimentos

como condomínios verticais é o principal item durante toda

execução da obra. Segundo o profissional, ela deve ser

observada de várias formas, o engenheiro deve cuidar tanto das

proteções coletivas, quanto das proteções individuais, além de

capacitar e treinar os operários rotineiramente. É um trabalho

contínuo até a conclusão do prédio, qualquer descuido com

esse requisito pode ser fatal.

Nesse ponto também entram as regras da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é importante em

todo processo de construção. “Ela regulamenta as normas,

com conceitos e padrões construtivos aprovados e definidos da

melhor forma, garantindo a qualidade de cada etapa e todo o

processo construtivo”, frisa.

Bruno ressalta que é crucial observar o material que será

utilizado no empreendimento, o que vai de encontro com a

segurança e qualidade da obra. “Essa escolha vai de acordo com

as necessidades do projeto, obviamente tudo deve atender aos

critérios das normas técnicas e aos orçamentos estabelecidos

pela obra. Da mesma forma, cada etapa da construção exige um

profissional habilitado para trabalhos distintos”, ressalta.

PROFISSIONALQuantos aos profissionais, os envolvidos são os mais

diversos como pedreiros, ajudantes, carpinteiros, azulejistas,

serralheiros, pintores, engenheiros civis, engenheiros

mecânicos, engenheiros eletricistas, técnicos de segurança

do trabalho, arquitetos e etc. Bruno explica que todos eles são

importantes para o sucesso do empreendimento. O especialista

lembra que o trabalho do engenheiro, por exemplo, passa por

todo o processo.

“É ele quem faz o estudo e as escolhas dos materiais, mão

de obra e tecnologias a serem implantadas em cada etapa.

Também é dele toda responsabilidade pelo o que acontece na

obra, desde atender todos os requisitos, padrões normativos e

legislações específicas, como a conferência dos equipamentos

de segurança, tudo com a finalidade de garantir a entrega de

um produto com máxima qualidade que o mercado hoje exige”.

Questionado sobre as novas técnicas capazes de amenizar

os custos de produção, mas que ao mesmo tempo oferecem

segurança, Bruno destaca que a Engenharia vem evoluindo

constantemente e abre espaço para fatores não convencionais.

“A questão da segurança evoluiu muito, desde a conscientização

dos trabalhadores, quanto dos padrões, e isso contribui para

aplicação dessas novas tecnologias e ao mesmo tempo no

ganho de produtividade dentro do canteiro de obras”.

E apesar do país atravessar uma crise política e o

mercado ter reagido mais timidamente em relação a novos

empreendimentos, para o engenheiro, os rumos de novas

obras de condomínio ainda são promissores no Tocantins.

“A crise política e econômica afetou muito o setor, mais o

estado continua a crescer nesse sentido, por ser um estado

e uma capital jovens há muito que ser feito e o mercado vem

respondendo, timidamente, mas continua respondendo”.

ORIENTAÇÕES TÉCNICASNa área da Mecânica não é diferente quando se trata

de obras de condomínio. Nesse campo os profissionais

também devem atender várias orientações técnicas, como por

exemplo, a instalação de elevadores. O engenheiro mecânico

CO

ND

OM

ÍNIO

Apartamento, opção mais barata e segura

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RC Tocantins

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Raimundo Carvalho explica que primeiramente é realizada

uma consultoria sobre o assunto para evitar que o

empreendimento não fique prejudicado durante a fase de

construção.

“Se não fizer o estrutural do prédio de acordo com as

medidas ideais para a instalação dos elevadores, a obra

pode ser prejudicada porque ela vai ser obrigada a se

adequar ao projeto que realmente atenda ao equipamento

para aquele empreendimento”, informa.

Raimundo completa que sem os projetos, tais como:

ar condicionado, gás canalizado, exaustão de ar, rede

de combate à incêndio e elevadores seria praticamente

inviável o funcionamento de um prédio.

“Primeiro o elevador vai ajudar na acessibilidade

dos moradores e o ar-condicionado, que proporciona

o conforto térmico. No caso do gás-canalizado, por lei,

é exigido que o empreendimento tenha uma central de

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), evitando que se utilize

o botijão comum P13kg, que não devem ser usados em

apartamentos e condomínios multifamiliares”, menciona.

Quanto à construção de elevadores respeitando o

número de andares, o engenheiro lembra que o assunto

ainda gera polêmica. Segundo ele, existem condomínios

com quatro andares que ainda não possuem elevador,

mas, em sua opinião, o projeto deveria prever isso para

o futuro.

“Na maioria das capitais brasileiras existem leis

cobrando a instalação de elevador para este tipo de

empreendimento. Hoje temos a lei da acessibilidade

muito exigida em órgãos públicos, também deveria ser

obrigatória para os condomínios residenciais. Quanto à

questão de quantos andares é permitido a instalação de

elevador, a grandeza da obra requer a necessidade deste

equipamento, podemos utilizá-lo a partir de duas paradas,

vai depender apenas do investidor”, completa.

A segurança dos elevadores também é algo

extremamente importante, porque acima de tudo,

compromete a vida dos moradores. Conforme o

engenheiro, ela segue alguns passos.

“Inicialmente apresentamos o projeto mecânico de

acordo com o arquitetônico, ou seja, tamanho da caixa de

corrida e percurso, observa-se então se o empreendimento

necessitará de elevador com ou sem casa de máquina,

acompanhamento da construção da caixa do elevador,

instalação conforme o projeto e regulagem e teste de

qualidade. Por exemplo, podemos citar a realização

do ensaio do freio de segurança. Nós acompanhamos

desde o início da obra até a entrega final do equipamento

instalado, testado e em pleno funcionamento.”, informa.

SUSTENTABILIDADENos dias atuais muito tem se falado em

sustentabilidade, que envolve acima de tudo, consciência

ambiental e trabalho coletivo e o assunto ganha, cada vez

mais, espaço nos condomínios. As ações para desenvolver

o tema no dia-a-dia são simples e exigem apenas

responsabilidade e um trabalho em conjunto. Elas podem

ser aplicadas desde a concepção do projeto, passando

pela fase de execução das obras e por fim nas atividades

diárias dos moradores. Seja na coleta seletiva do lixo, no

racionamento da água ou instalação de equipamentos,

que ajudam a reduzir os custos e consumo da energia

elétrica, optando, por sua vez, pela solar.

“Também é interessante encontrar dispositivos para

diminuir a temperatura dos ambientes de um apartamento.

Nos condomínios é importante que haja uma força tarefa

de todos. A reciclagem também é algo importante, porque

com ela você deixa de tirar a matéria prima da natureza

para produzir determinado produto e só recicla o bem de

consumo que já existe”, enfatiza o conselheiro suplente

do CREA-TO, o engenheiro ambiental André Cavalcante.

CERTIFICAÇÃO AMBIENTALA prática sustentável pode gerar a certificação

ambiental, a qual pode ser aplicada nos prédios. Com ela

é possível amenizar os impactos das construções e tornar

um ambiente melhor para todos.

Conforme André, todas as atividades do condomínio,

os resíduos gerados, tal com a destinação devem estar de

acordo com as normas da ABNT e ainda com a Lei 12.305,

que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

“Devemos segregar os resíduos sólidos e destinar

o lixo corretamente, ou seja, o que é reciclável vai para

reciclagem, matéria orgânica pode virar adubo e só o

que não tiver como aproveitar vai para o aterro sanitário.

Essa prática, com certeza, já traz bastante diferença para

o lugar que você mora e consequentemente para o meio

ambiente”, alerta.

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SEAG

ETO

Quando a gente pensa em associativismo

pensamos também no sentimento de cooperação

e espírito de fortalecimento por uma causa

comum a todos. Em outras palavras, o associativismo é uma

maneira nobre de reafirmar e viver a cidadania, para que

possamos construir um mundo mais justo e igualitário. Além

do mais, uma associação tem o papel de trazer conhecimento,

onde ideias são criadas para buscar uma sociedade mais

harmônica e desenvolvida.

Com o objetivo de defender os interesses profissionais e

somar esforços em busca de propósitos comuns, estreitando

as relações de boa convivência entre seus associados

e promovendo o intercâmbio cultural e profissional, a

Associação dos Engenheiros Ambientais do Estado do

Tocantins (AMBTO) foi criada há 17 anos no estado.

A entidade saiu do papel no dia 31 de maio de 2000 com

o nome de “Engenheiros Ambientais Associados – ENAMA”.

No começo, a profissão ainda era desconhecida e, vários

AMBTO defende engenheiros e desenvolve ações de conservação do meio ambiente

Criada há 17 anos, AMBTO fortalece ações de conscientização ambiental

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RC Tocantins

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ENTI

DAD

E

profissionais, recém-formados, enfrentavam dificuldades no

mercado de trabalho e até mesmo junto ao Conselho Regional

de Engenharia e Agronomia do Tocantins (CREA-TO).

Na época, pouco se sabia sobre o curso e as habilidades

desses profissionais, o que inicialmente levou os primeiros

engenheiros ambientais a se registrarem no Conselho de

Química ao invés de procurarem o CREA-TO.

Por causa dessa situação, os profissionais formados

na Fundação Universidade do Tocantins (Unitins) e

Universidade Federal do Tocantins (UFT) resolveram criar a

AMBTO e assim definir as atribuições e direitos da categoria

em uma entidade específica, o que valorizaria a profissão e

delimitaria as atribuições da área.

De acordo com o presidente da associação, Rafael

Marcolino de Souza, a AMBTO desenvolve um relevante

papel na sociedade, porque busca repassar os valores éticos

e profissionais aos seus associados, e, por consequência,

trabalha em defesa da coletividade e do desenvolvimento

sustentável.

Segundo o presidente, a entidade atua diretamente na

promoção de pontos como: integração dos engenheiros

ambientais do Tocantins, defesa das atribuições dos

profissionais, fortalecimento da classe e valorização do

desenvolvimento sustentável, além de promover a ética

entre seus associados em defesa própria e da sociedade em

função da necessidade dos deveres desse profissional.

Atualmente, a AMBTO congrega cerca de 300

profissionais atuantes no estado, bem como, estimula a

participação dos estudantes da área, a fim de fortalecer

a categoria e ampliar sua atuação junto à sociedade

tocantinense em geral.

Vale ressaltar que a associação é uma sociedade civil

de direito privado, mas sem fins lucrativos, políticos ou

religiosos, com sede, domicílio e foro jurídico em Palmas,

capital do Tocantins.

“O meio ambiente, por se tratar de uma área

especialmente frágil e que deve ser amplamente protegida,

precisa de atores que briguem por sua preservação e

conservação, nesse sentido, a associação tem papel

importante com ideologias e atitudes voltadas aos seus

colaboradores na implementação de valores e ideias que

aproximam os engenheiros ambientais da sociedade. Essa

interação traz uma energia que converge naturalmente

para a defesa do meio ambiente saudável, agradável e

economicamente viável, propiciando o desenvolvimento das

cidades e do estado como um todo”, comenta Rafael.

Segundo o presidente, além das ações estatutárias a

AMBTO promove eventos técnicos junto aos associados e

para a comunidade. Nos encontros são discutidos temas

voltados para as questões ambientais.

“A AMBTO desenvolve ações em parceria com a

Companhia de Saneamento do Tocantins junto aos

chacareiros da região do Córrego Brejo Comprido com

atividades voltadas à conservação das áreas de preservação

permanente, atividades de educação ambiental e de

conscientização da necessidade de preservação do meio

ambiente com palestras em eventos do Dia Do Meio

Ambiente, semanas acadêmicas entre outras iniciativas

sociais”, pondera.

Rafael explica que também é papel da entidade realizar

intercâmbio com as demais associações de engenheiros

ambientais do país, bem como com as outras entidades

voltadas ao tema do desenvolvimento sustentável. Ele conta

que a AMBTO ainda participa ativamente das decisões

que envolvem questões do meio ambiente, através seus

representantes junto aos órgãos competentes, e está sempre

envolvida em outras atividades técnicas desenvolvidas junto

às universidades e com a comunidade.

ASSOCIADOS Para o conselheiro do CREA-TO, o engenheiro

ambiental Cassius Ferreira, que também é membro da

AMBTO, a entidade hoje é extremamente importante para

os profissionais da área na região Norte, especificamente

para o Tocantins. Isso porque ela tem um trabalho bem

definido junto à Câmara Técnica das engenharias Ambiental

e Civil no Conselho, bem como é a associação com mais

representantes nesse segmento.

“Pelo seu número de associados e efetividade na

participação, atualmente a associação tem muita relevância

para a Engenharia, uma vez que, congrega todo mundo e

representa esse horizonte de engenheiros ambientais dentro

de uma câmara técnica do Conselho”, menciona.

Segundo Cássius, a associação oferece atualmente

vantagens como descontos em postos de combustíveis,

auxílio jurídico profissional e específico quando o associado

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 002/2017

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precisa desse tipo de assessoria e luta pela valorização

profissional e pelas causas da categoria.

“Além desses benefícios temos toda a parte social,

quando promovemos reuniões, palestras, cursos e eventos

destinados à melhoria do conhecimento profissional e

social”, frisa.

SUSTENTABILIDADECassius ressalta que a pauta da sustentabilidade, por ser

uma das principais lutas do engenheiro ambiental, também

é prioridade da AMBTO. Para ele, por este profissional buscar

o desenvolvimento de forma sustentável, o trabalho do

engenheiro precisa estar diretamente ligado às boas práticas

realizadas por eles.

“Nós atuamos com a sustentabilidade dentro de

conselhos, como o de Meio Ambiente, o de Recursos Hídricos,

o de Desenvolvimento Econômico. Temos representantes em

todos esses lugares. Nessas instâncias podemos defender

e lutar pelos critérios ambientais para que determinados

projetos sejam respeitados e criados, no caso de não

existirem. Esse é o direcionamento da Engenharia Ambiental

com relação à sustentabilidade”, defende.

ATUAÇÃOO conselheiro ainda explicou que atualmente a função

da AMBTO é congregar qualquer tipo de conflito entre

profissionais da área do meio ambiente. Ele lembrou que

todas as profissões da Engenharia, antes do ano 2000,

tinham atuação dentro da área ambiental, o que não era bem

visto pelos profissionais com formação específica na área.

“Isso gera um conflito de atribuições profissionais. Por

isso, hoje, um dos principais objetivos da AMBTO é no sentido

de congregar essas profissões, de tentarmos organizar essa

atuação para que todos possam trabalhar dentro da sua área

específica, sem gerar conflito para ninguém”, destaca.

MUDANÇASO associado ainda lembrou que, por uma decisão do

Engenheiro ambiental Rafael Marcolino de Sousa, presidente da AMBTO

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Ministério da Educação (MEC), com o objetivo de organizar e

definir a atuação, os novos cursos de Engenharia Ambiental

recebem agora as nomenclaturas Ambiental e Sanitária.

Nesse contexto, a AMBTO atua junto aos novos engenheiros,

organizando esta atuação e priorizando a convivência

harmônica dentro do mercado e do meio ambiente.

“Estamos atuando para que os engenheiros ambientais

que se formaram antes dessa decisão do MEC possam ir à

universidade e fazer as matérias complementares dessa nova

grade e assim possam, posteriormente, buscar também essa

atribuição de engenheiro ambiental e sanitarista, conforme

os que estão hoje adentrando no mercado profissional”,

ressalta.

TRAJETÓRIADepois de 17 anos de história, trabalhando pelos direitos

dos engenheiros ambientais, para o presidente, ao longo

dessa trajetória a AMBTO conseguiu avanços significativos

para seus associados. Dentre eles, conseguiu garantir que os

engenheiros ambientais do Tocantins tivessem atribuições

como: por exemplo, a elaboração e execução de planos de

gerenciamento de resíduos sólidos, cadastro ambiental rural

e outras atividades de licenciamento ambiental.

“Outra representação muito importante da associação é

junto aos conselheiros do CREA-TO, sendo quatro titulares e

quatro suplentes que defendem os direitos dos engenheiros,

com especial atenção às questões e atribuições dos

ambientais que atuam no estado”, finaliza.

“Nós atuamos com a sustentabilidade dentro de conselhos, como o de Meio Ambiente, o de Recursos Hídricos e de Desenvolvimento Econômico. Temos representantes em todos esses lugares. Nessas instâncias podemos

defender e lutar pelos critérios ambientais para que determinados projetos sejam respeitados

e criados, no caso de não existirem”, menciona o engenheiro ambiental Cassius Ferreira,

Conselheiro do CREA-TO

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Engenheiro ambiental Cassius Ferreira, membro da AMBTO

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AS CONQUISTAS DOCREA TOCANTINS

Todas essas conquistas são para que você, profissional do CREA-TO, tenha mais suporte no seu dia a dia de trabalho. Com um conselho ativo e mais próximo as nossas profissões crescem e se fortalecem ainda mais!

Aprovação da reforma da sede em Palmas

Sede própria de Augustinópolis em construção

Reforma da Inspetoria de Gurupi

Sede própria da Inspetoria de Paraíso

Lançamento do aplicativo para celular

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RC Tocantins

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AS CONQUISTAS DOCREA TOCANTINS

Todas essas conquistas são para que você, profissional do CREA-TO, tenha mais suporte no seu dia a dia de trabalho. Com um conselho ativo e mais próximo as nossas profissões crescem e se fortalecem ainda mais!

Aprovação da reforma da sede em Palmas

Sede própria de Augustinópolis em construção

Reforma da Inspetoria de Gurupi

Sede própria da Inspetoria de Paraíso

Lançamento do aplicativo para celular

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Revista Crea Tocantins Ano 02 Ed. 002/2017

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PROFISSIONAL, O SEU VOTO FAZ A DIFERENÇA!

2017Nestas eleições, serão escolhidos, por voto direto dos profissionais: Presidente do Confea;

27 Presidentes de Creas; 27 Diretores-Gerais e 27 Diretores Administrativos das Caixas de

Assistência dos Profissionais dos Creas (Mútuas Regionais); 1 Conselheiro Federal pelo

Estado do Acre (Modalidade Civil); 1 Conselheiro Federal pelo Estado de Alagoas

(Modalidade Industrial); 1 Conselheiro Federal pelo Estado do Amapá (Grupo Agronomia);

1 Conselheiro Federal pelo Estado do Rio de Janeiro (Modalidade Elétrica); e 1 Conselheiro

Federal pelo Estado de Sergipe (Grupo Agronomia).

As Eleições Gerais do Sistema Confea/Crea e Mútua ocorrerão em 13 de novembro

de 2017. O pleito será realizado

simultaneamente em todo o país,

das 9h às 19h, obedecidos os

horários locais.

Para mais informações, visite o

portal do Crea do seu estado ou

acesse: www.confea.org.br.

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Revista CREA-TO.pdf 1 18/07/2017 14:22:58