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i PETROLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DE ROCHAS METAULTRAMÁFICAS DA FOLHA MARIANA (SF- 23-X-B-I), MINAS GERAIS

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PETROLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DE

ROCHAS METAULTRAMÁFICAS DA FOLHA MARIANA (SF-

23-X-B-I), MINAS GERAIS

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

Reitor

Prof. Dr. João Luiz Martins

Vice-Reitor

Prof. Dr. Antenor Barbosa Júnior

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

Prof. Dr. Tanus Jorge Nagem

ESCOLA DE MINAS

Diretor

Prof. Dr. José Geraldo Arantes de Azevedo Brito

Vice-Diretor

Prof. Dr. Wilson Trigueiro de Souza

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

Chefe

Prof. Dr. Issamu Endo

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E V O LU ÇÃ O CRU ST A L E RE CU RSO S N A T U RA IS

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CONTRIBUIÇÕES ÀS CIÊNCIAS DA TERRA – VOL.72

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Nº 313

PETROLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DE ROCHAS

METAULTRAMÁFICAS DA FOLHA MARIANA (SF-23-X-B-I), MINAS

GERAIS.

Thais Motta Veiga

Orientador

Prof. Dr. Newton Souza Gomes

Co-orientador

Prof. Dr. Marcos Tadeu de Freitas Suita

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais do

Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto como requisito

parcial à obtenção do Título de Mestre em Ciências Naturais, Área de Concentração:

Petrogênese/Depósitos Minerais/Gemologia

OURO PRETO

2011

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Universidade Federal de Ouro Preto – http://www.ufop.br

Escola de Minas - http://www.em.ufop.br

Departamento de Geologia - http://www.degeo.ufop.br/

Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais

Campus Morro do Cruzeiro s/n - Bauxita

35.400-000 Ouro Preto, Minas Gerais

Tel. (31) 3559-1600, Fax: (31) 3559-1606

Os direitos de tradução e reprodução reservados.

Nenhuma parte desta publicação poderá ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada ou

reproduzida por meios mecânicos ou eletrônicos ou utilizada sem a observância das normas de direito

autoral.

ISSN 85-230-0108-6

Depósito Legal na Biblioteca Nacional

Edição 1ª

V426p

Veiga, Thais Motta

Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas da Folha

Mariana (SF-23-X-B-I), Minas Gerais [manuscrito] / Thais Motta Veiga - 2011

xxii, 149f.; il. color.; tabs.; mapas. (Contribuições às Ciências da Terra.

Série M, v.72, n.313)

Orientador: Prof. Dr. Newton Souza Gomes

Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas.

Departamento de Geologia. Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e

Recursos Naturais.

Área de Concentração: Petrogênese/Depósitos Minerais/Gemologia

1 Petrologia - Teses. 2. Geoquímica - Teses. 3. Geocronologia - Teses.

I. Gomes, Newton Souza. II. Universidade Federal de Ouro Preto. III. Título.

CDU: 550.93(815.1)

Catalogação:[email protected]

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Aos meus queridos pais,

pessoas mais importantes da minha vida.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus por ser sempre meu caminho. Aos meus pais pelo amor e esforços

incondicionais. Ao meu orientador Prof. Dr. Newton Souza Gomes pelo apoio, revisões, esclarecimentos,

críticas construtivas e toda a imensa dedicação ao longo da dissertação. Ao Luiz Silva (Superg./CPRM)

pelo indispensável apoio nos estudos geocronológicos. A bolsista Pagu por tanta disposição em ajudar

quando necessário no desenvolvimento da dissertação. Aos meus irmãos Júlio e Ique, e toda a minha

família pelo carinho. Ao Leandro, namorado incrível, compreensivo e companheiro. Aos amigos, em

especial a minha melhor amiga Vinha, a Splik, Marcos, Débora, Amanda e Edgar, simplesmente por

serem meus verdadeiros amigos. Os meus sinceros e indeléveis agradecimentos!

Ao DEGEO pela infra-estrutura, que conjuntamente com a FAPEMIG e a CAPES tornaram

possível a realização do mestrado. Ao Bibinha pela boa vontade em auxiliar no trabalho de campo. Aos

funcionários do DEGEO, bem como o Mário e o Paulo pelo cuidado na laminação e João Bosco pela

ajuda na localização de livros e revistas procurados. Muito obrigada!

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Sumário

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1

1.1- CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................... 1

1.2 - OBJETIVOS ....................................................................................................................... 2

1.3 - LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO.......................................................................... 2

1.4 - MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 3

1.4.1 - Pesquisa Bibliográfica .................................................................................................. 3

1.4.2 - Mapeamento Geológico ................................................................................................. 3

1.4.3 - Estudos Petrográficos.................................................................................................... 4

1.4.4 - Química Mineral............................................................................................................ 4

1.4.5 – Geoquímica ................................................................................................................... 7

1.4.6 - Geocronologia ............................................................................................................... 8

1.5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ......................................................................... 9

CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ............................................................................... 11

2.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 11

2.2- PROVÍNCIA GEOTECTÔNICA SÃO FRANCISCO ................................................. 14

2.2.1- Complexo Santo Antônio do Pirapetinga ..................................................................... 14

2.2.2- Complexo Santa Bárbara ............................................................................................. 14

2.2.3- Supergrupo Rio das Velhas .......................................................................................... 15

2.2.4- Supergrupo Minas ........................................................................................................ 16

2.2.5- Grupo Sabará ............................................................................................................... 16

2.2.6- Grupo Itacolomi ........................................................................................................... 17

2.3- FAIXA MISTA .................................................................................................................. 17

2.4 - PROVÍNCIA GEOTECTÔNICA MANTIQUEIRA.................................................... 17

2.4.1- Complexo Acaiaca ........................................................................................................ 17

2.4.2- Complexo Mantiqueira ................................................................................................. 18

2.4.3- Grupo Dom Silvério...................................................................................................... 19

2.4.4- Rochas Granitóides ...................................................................................................... 20

2.4.5- Coberturas Cenozóicas................................................................................................. 21

2.5 – GEOLOGIA ESTRUTURAL ........................................................................................ 21

GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA................................................................................ 23

3.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 23

3.2- UNIDADES LITOLÓGICAS .......................................................................................... 25

3.2.1- Rochas Metaultramáficas com Minerais Ígneos Preservados ..................................... 25

3.2.2- Rochas Metaultramáficas de Baixo a Médio Grau ...................................................... 31

3.2.3 - Black Wall e Gnaisses Associados .............................................................................. 45

QUÍMICA MINERAL ................................................................................................................ 51

4.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 51

4.2-OLIVINA ............................................................................................................................ 51

4.3-PIROXÊNIOS .................................................................................................................... 53

4.4-ANFIBÓLIOS .................................................................................................................... 56

4.5-PLAGIOCLÁSIO .............................................................................................................. 63

4.6-BIOTITA ............................................................................................................................ 64

4.7-CLORITA ........................................................................................................................... 66

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4.8- TALCO .............................................................................................................................. 68

4.9- CARBONATO................................................................................................................... 69

4.10- MINERAIS OPACOS .................................................................................................... 69

METAMORFISMO .................................................................................................................... 71

LITOGEOQUÍMICA .................................................................................................................. 77

6.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 77

6.2- CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................................................ 77

6.3- LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS METAULTRAMÁFICAS .............................. 78

6.4- LITOGEOQUÍMICA DOS GNAISSES ENCAIXANTES LOCALMENTE ............. 97

ESTUDOS GEOCRONOLÓGICOS ......................................................................................... 99

7.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 99

7.2- CONSIDERAÇÕES INICIAIS........................................................................................ 99

7.3- DISCUSSÕES E RESULTADOS .................................................................................. 100

7.3.1- Método U-Pb (laser ablation) .................................................................................... 100

7.3.2- Método U-Pb (SHRIMP) ............................................................................................ 105

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES .............................................................................................. 109

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Lista de Figuras

FIGURA 1.01: Localização e vias de acesso da área de estudo ...................................................... 03

FIGURA 1.02: Mapa de distribuição espacial das ocorrências

estudadas.......................................................................................................... 05

FIGURA 2.01: Localização da Folha Mariana no Cráton São Francisco (modificado de Alkmim

2004) ........................................................................................................................ 12

FIGURA 2.02: Mapa geológico da Folha Mariana com destaque os principais municípios da

área de estudo (extraído e modificado de Baltazar e Raposo 1993) ...................... 13

FIGURA 3.01: Mapa de pontos em função da distribuição das amostras descritas ........................ 24

FIGURA 3.02A: Fotografia do afloramento de metaharzburgito do ponto 12 ................................... 27

FIGURA 3.02B: Fotografia evidenciando maior detalhe do metaharzburgito do ponto 12 ............... 27

FIGURA 3.02C: Fotomicrografia da lâmina delgada polida BL-07-38a (ponto 12) mostrando

olivina (Ol) anédrica serpentinizada inclusa em ortopiroxênio (Opx). LPP - Luz

polarizada paralela ................................................................................................... 27

FIGURA 3.02D: Fotomicrografia da lâmina delgada polida BL-07-38a (ponto 12) mostrando

antofilita (Ath) acicular sobrecrescida em ortopiroxênio (Opx) e alterando para

talco (Tlc). LPX - Luz polarizada cruzada ............................................................. 27

FIGURA 3.02E: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-96/13 (ponto 13) mostrando

pentlandita (Pn) na porção central e magnetita (Mag) na borda do cristal. Luz

refletida .................................................................................................................... 28

FIGURA 3.02F: Imagem de elétrons retroespalhados de pentlandita (Pn) alterando para

heazlewoodita (Hlw) na porção central e magnetita (Mag) na borda do cristal ..... 28

FIGURA 3.03A: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-1/2 (ponto 96) mostrando os

clinopiroxênios (Cpx) fraturados. LPX ................................................................... 30

FIGURA 3.03B: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-1/2 (ponto 96) mostrando o

clinopiroxênio alterando-se para mg-hornblenda (Mhb). LPX ............................. 30

FIGURA 3.04A: Fotografia evidenciando a foliação do talco xisto no ponto 19 no município de

Furquim ................................................................................................................... 34

FIGURA 3.04B: Fotomicrografia da lâmina PF/TV-44/20 (ponto 20) mostrando a foliação

crenulada, definida por talco (Tlc), e cristais de tremolita (Tr) e de carbonato

(lateral superior da foto). LPX ................................................................................ 35

FIGURA 3.04C: Fotomicrografia da lâmina BBL-0140-46 (ponto 93) mostrando a antofilita (Ath)

sob a forma porfiroblástica com substituição parcial por talco (Tlc). LPP ............. 35

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FIGURA 3.04D: Fotomicrografia da lâmina FQ-15-16 (ponto 111) mostrando calcopirita (Ccp),

pentlandita (Pn) e pirrotita (Po) associadas no talco xisto (Luz refletida) e a

imagem de elétrons retroespalhados dos mesmos ................................................... 35

FIGURA 3.05: Fotomicrografia da lâmina AV-22-105 (ponto 87) mostrando os cristais de

anfibólios analisados por microssonda eletrônica (LPP e Luz refletida), e

imagens de elétrons retroespalhados dos mesmos cristais de anfibólios, no

entanto evidenciando a presença de pseudomorfose total e parcial de tremolita

(Tr), porção escura, e antofilita (Ath), porção clara ................................................ 39

FIGURA 3.06A: Fotomicrografia da lâmina delgada polida 15b (ponto38) evidenciando uma

matriz de clorita (Chl), porfiroblastos de talco (Tlc) e apatita (Ap). LPP ............... 40

FIGURA 3.06B: Fotomicrografia da lâmina delgada polida 15b (ponto38) evidenciando uma

matriz de clorita (Chl), porfiroblastos de talco (Tlc) e apatita (Ap). LPX .............. 40

FIGURA 3.07: Fotografia que evidencia o xenólito de gnaisse em esteatito no ponto 5, na

Pedreira em atividade no distrito de Cachoeira do Brumado .................................. 46

FIGURA 4.01: Classificação da olivina analisada por microssonda eletrônica em

metaharzburgitos (BL-07-38a e PF/TV-25/12) ....................................................... 53

FIGURA 4.02A: Classificação dos clinopiroxênios analisados por microssonda eletrônica em

metaclinopiroxenitos (BL-07-114A e PF/TV-1/2) e actinolitito (BL-07-114C)

......................................................................................................................... 55

FIGURA 4.02B: Classificação dos ortopiroxênios analisados por microssonda eletrônica em

metaharzburgitos (BL-07-38a e PF/TV-25/12) ....................................................... 55

FIGURA 4.03A: Classificação dos ortoanfibólios em metaharzburgito (BL-07-38a e PF/TV-

25/12) e em clorita-talco granofels (AV-22-105) analisados por microssonda

eletrônica, segundo Leake et al. 1997 ..................................................................... 60

FIGURA 4.03B: Classificação dos clinoanfibólios em talco xisto (PF/TV-37/16) analisados por

microssonda eletrônica, segundo Leake et al. 1997 ................................................ 61

FIGURA 4.04: Imagens de elétrons retroespalhados de clorita-talco granofels, mostrando a

pseudomorfose total e parcial de antofilita (cinza claro) e tremolita (cinza

escuro), e os pontos analisados (em vermelho) por microssonda eletrônica .......... 61

FIGURA 4.05: Classificação dos clinoanfibólios analisados por microssonda eletrônica

(segundo Leake et al. 1997): Tr em clorita-talco granofels (AV-22-105) ............. 62

FIGURA 4.06: Classificação dos plagioclásios analisados por microssonda eletrônica nos

gnaisses de Cachoeira do Brumado. PF-09-09-3: xenólito; PF/TV-15/7: gnaisse

encaixante ................................................................................................................ 64

FIGURA 6.01: Diagrama discriminante de Viljoen & Viljoen (1969) que relaciona MgO, CaO e

Al2O3. A) Metaultramáficas da Folha Mariana; e, B) Ultramáficas e

Metaultramáficas da literatura ................................................................................. 86

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FIGURA 6.02: Diagramas discriminantes ternários de Coleman (1977): A) CaO x SiO2 x MgO

para as rochas metaultramáficas estudadas neste trabalho; B) CaO x SiO2 x MgO

para as rochas ultramáficas/metaultramáficas da bibliografia; C) Al2O3 x SiO2 x

MgO para a rochas metaultramáficas estudadas neste trabalho; e, D) Al2O3 x

SiO2 x MgO para rochas ultramáficas/metaultramáficas da bibliografia

......................................................................................................................... 87

FIGURA 6.03: Diagramas de variação binários em base anidra que apresentam o padrão de

distribuição para os litotipos estudados e retirados da bibliografia: A e B) Al2O3

x MgO; C e D) CaO x MgO; E e F) Al2O3 x SiO2 .................................................. 88

FIGURA 6.04: Diagramas de variação binários em base anidra que apresentam o padrão de

distribuição para os litotipos estudados e retirados da bibliografia: G e H); CaO x

SiO2; I e J) Cr x MgO; e, L e M) Ni x MgO ........................................................... 89

FIGURA 6.05: Diagramas que apresentam o comportamento de distribuição dos elementos

terras raras dos metaultramafitos da Folha Mariana. Dados normalizados por Sun

& McDonough (1989) para condrito C1 ................................................................. 94

FIGURA 6.06: Diagramas que apresentam o comportamento de distribuição dos elementos

terras raras das amostras retiradas da bibliografia comparadas uma a uma com a

média dos termos ultramáficos da Folha Mariana. Dados normalizados por Sun

& McDonough (1989) para condrito C1 ................................................................. 96

FIGURA 6.07: Diagrama triangular Anortita (An)- Albita (Ab)- Ortoclásio (Or) normativos de

classificação de rochas plutônicas (O’ Connor 1965) para os gnaisses de

Cachoeira do Brumado ............................................................................................ 97

FIGURA 7.01: Imagens de catodoluminescência (A, C, E e G) e de back-scattered (B, D, F e H)

com spot de aproximadamente 40 μm de alguns zircões datados do xenólito

gnáissico (e.g amostra PF-09-09-3) ........................................................................ 103

FIGURA 7.02: Imagens de catodoluminescência (A, C, E, G, I, L, N e P) e de back-scattered (B,

D, F, H, J, M, O e Q) com spot de aproximadamente 40 μm de alguns zircões

datados do xenólito gnáissico (e.g amostra PF-09-09-3) ........................................ 104

FIGURA 7.03: Diagrama discórdia-concórdia U/Pb LA-ICP-MS obtido na amostra de gnaisse

trondjhemítico (e.g. amostra PF-09-09-3) ............................................................... 105

FIGURA 7.04: Diagrama discórdia-concórdia U/Pb SHRIMP obtido na amostra de gnaisse

trondjhemítico (e.g. amostra PF-09-09-3) ............................................................... 106

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Lista de Tabelas

TABELA 1.01: Relação dos minerais analisados pela microssonda eletrônica e quantidade de

pontos correspondentes ............................................................................................. 06

TABELA 1.02: Tabela com os elementos analisados pela microssonda eletrônica, raio x, padrões

escolhidos (Coleção Ian Steele) e tempo de contagem dos silicatos, óxidos e

carbonatos ................................................................................................................. 07

TABELA 1.03: Tabela com os elementos analisados pela microssonda eletrônica, raio x, padrões

escolhidos (Coleção Ian Steele) e tempo de contagem dos sulfetos ......................... 07

TABELA 3.01: Composição mineralógica encontrada nos metaharzburgitos .................................. 26

TABELA 3.02: Composição mineralógica encontrada nos diopsiditos ............................................. 29

TABELA 3.03: Composição modal encontrada no metaortopiroxênio hornblendito ........................ 31

TABELA 3.04: Composição mineralógica encontrada nos talco xistos ............................................ 33

TABELA 3.05: Composição mineralógica encontrada nos esteatitos ............................................... 36

TABELA 3.06: Composição mineralógica encontrada nos clorita-talco granofels ........................... 37

TABELA 3.07: Composição mineralógica encontrada nos clorititos ................................................ 40

TABELA 3.08: Composição mineralógica encontrada nos tremolititos ............................................ 41

TABELA 3.09: Composição mineralógica do biotita-tremolita granofels ......................................... 42

TABELA 3.10: Composição mineralógica dos clorita-hornblenda granofels ................................... 43

TABELA 3.11: Composição mineralógica dos tremolita xistos ........................................................ 44

TABELA 3.12: Composição mineralógica encontrada no clorita-biotita-hornblenda granofels ....... 45

TABELA 3.13: Composição mineralógica encontrada no xenólito de anfibólio gnaisse................... 46

TABELA 3.14: Composição mineralógica encontrada no biotita-hornblenda gnaisse ...................... 48

TABELA 4.01: Composição química média (% em peso) de olivina em metaharzburgitos ............. 52

TABELA 4.02: Fórmulas estruturais médias das olivinas (calculadas com base na análise química

média) em metaharzburgito ...................................................................................... 52

TABELA 4.03: Composição química média (% em peso) do clinopiroxênio em diopsiditos e

ortopiroxênio em metaharzburgitos .......................................................................... 53

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TABELA 4.04: Fórmulas estruturais dos clino e ortopiroxênios (calculadas com base na análise

química média de 6 oxigênios equivalentes) presentes nos respectivos litotipos .... 54

TABELA 4.05: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) dos orto e

clinoanfibólios nos litotipos estudados ..................................................................... 56

TABELA 4.06: Fórmulas estruturais médias dos clino e ortoanfibólios (calculadas com base na

análise química média) presentes nos litotipos estudados ........................................ 59

TABELA 4.07: Composição química média (% em peso) dos plagioclásios em gnaisses ................ 63

TABELA 4.08: Fórmulas estruturais dos plagioclásios (calculadas com base na análise química

média e 32 oxigênios equivalentes) presentes nos gnaisses ..................................... 63

TABELA 4.09: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) das biotitas nos

litotipos estudados .................................................................................................... 65

TABELA 4.10: Fórmulas estruturais das biotitas (calculadas com base na análise química média)

presentes nos litotipos de Cachoeira do Brumado .................................................... 65

TABELA 4.11: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) das cloritas nos

litotipos estudados .................................................................................................... 66

TABELA 4.12: Fórmulas estruturais das cloritas (calculadas com base na análise química média e

28 oxigênios equivalentes) presentes nos litotipos estudados .................................. 67

TABELA 4.13: Composição química média (% em peso) do talco nas rochas metaultramáficas .... 68

TABELA 4.14: Fórmulas estruturais médias do talco (calculadas com base na análise química

média) presentes nos litotipos estudados .................................................................. 68

TABELA 4.15: Composição química média (% em peso) de carbonatos nos litotipos estudados .... 69

TABELA 4.16: Composição química média (% em peso) de cromita em metaharzburgito ............. 70

TABELA 4.17: Composição química média (% em peso) dos sulfetos em talco xisto e em

metaharzburgito ........................................................................................................ 70

TABELA 5.01: Associações mineralógicas observadas nos litotipos estudados ............................... 71

TABELA 6.01: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e

menores de amostras de rochas metaultramáficas da Folha Mariana, com suas

respectivas simbologias ............................................................................................ 79

TABELA 6.02: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e

menores de amostras de rochas metaultramáficas da Folha Mariana, com suas

respectivas simbologias ............................................................................................ 80

TABELA 6.03: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos-traço de amostras

de rochas metaultramáficas da Folha Mariana ......................................................... 81

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xviii

TABELA 6.04: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos-traço de amostras

de rochas metaultramáficas da Folha Mariana ......................................................... 82

TABELA 6.05: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e

menores dos litotipos da literatura ............................................................................ 83

TABELA 6.06: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos-traço dos litotipos

da literatura ............................................................................................................... 83

TABELA 6.07: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos terras raras das

rochas metaultramáficas estudadas............................................................................ 91

TABELA 6.08: Somatórios de elementos terras raras e as razões La/Yb e La/Sm ............................ 92

TABELA 6.09: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos terras raras dos

litotipos da bibliografia ............................................................................................. 93

TABELA 6.10: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores dos

gnaisses encaixados localmente em metaultramáficas de Cachoeira do Brumado .. 97

TABELA 7.01: Resultado das análises U-Pb LA-ICP-MS. Pbc e Pb* indicam porções comuns e

radiogênicas, respectivamente .................................................................................. 102

TABELA 7.02: Resultado das análises U-Pb SHRIMP. Pbc e Pb* indicam porções comum e

radiogênicas, respectivamente .................................................................................. 107

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Resumo

Este trabalho fundamenta-se em estudos petrológicos, geoquímicos e geocronológicos de rochas

metaultramáficas que ocorrem na região da Folha Mariana, situada a leste do Quadrilátero Ferrífero,

limitada pelos meridianos 43º 00’ e 43º 30’ de longitude W e pelos paralelos 20º 00’ e 20º 30’ de latitude

sul. A Folha Mariana engloba as províncias geotectônicas São Francisco e Mantiqueira. A primeira delas

compreende as seqüências metavulcano sedimentares arqueanas e proterozóicas do Quadrilátero Ferrífero,

além dos complexos Santo Antônio do Pirapetinga e Santa Bárbara, de idade arqueana, enquanto a

segunda engloba os Complexos Acaiaca e Mantiqueira, Grupo Dom Silvério além de granitóides de idades

proterozóicas. As rochas metaultramáficas são provavelmente intrusivas nos litotipos dos complexos

Acaiaca, Mantiqueira e Santo Antônio do Pirapetinga. Entre as rochas metaultramáficas, caracterizadas

pela presença de minerais de baixo a médio grau metamórfico, das fácies xisto verde a anfibolito, foram

descritos talco xistos, esteatitos, clorita-talco granofels, clorititos, biotita-tremolita granofels, clorita-

hornblenda granofels, tremolita xistos, tremolititos e actinolititos. Adicionalmente, diopsiditos e

metaharzburgitos, particularizados pela presença de textura ígnea e minerais primários preservados, foram

investigados. A paragênese ígnea dessas rochas é representada por clinopiroxênio ou ortopiroxênio ±

olivina ± cromita, sobre a qual se desenvolveram paragêneses metamórficas de fácies anfibolito (mg-

hornblenda ou antofilita) e xisto verde (actinolita ou serpentina ± mg-clorita ± talco). Estudos de química

mineral permitiram tipificar, entre outros, os seguintes minerais: olivina, clino ou ortopiroxênio, cromita,

pentlandita, calcopirita e heazlewoodita. A composição química das rochas investigadas se assemelha, em

termos gerais, à de rochas ultramáficas komatiíticas e, mais raro nesses termos, a de basaltos komatiíticos

de terrenos arqueanos da África do Sul, da Austrália e do Quadrilátero Ferrífero. Nos diopsiditos, os

elementos Cr, Ni e Co apresentam uma forte depleção, podendo ser o produto de uma diferenciação

magmática com cristalização fracionada associada e/ou diferenciação cumulática. O padrão de distribuição

dos elementos terras raras dessas rochas é semelhante ao observado em rochas ultramáficas da Rússia e ao

ortopiroxênio hornblendito e talco xistos estudados, o que permite inferir que os diopsiditos foram

originados a partir de um magmatismo ultramáfico. As idades obtidas pelo método U/Pb de 3,0 Ga, e 2,7

Ga são interpretadas como relacionadas aos processo de cristalização e metamorfismo dos xenólitos de

gnaisse trondhjemítico, respectivamente, enquanto a idade de 0,5 Ga estaria relacionada ao evento termal

Brasiliano.

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xxi

Abstract

This work is based in researches about petrologic, geochemical, geochronological aspects of

metautramafic rocks which occur in Folha Mariana, located in the Southeast of Quadrilatero Ferrifero,

limited by meridians 43º 00’ and 43º 30’ of longitude W and by parallels 20º 00’ and 20º 30’ of latitude S.

The Folha Mariana involves the geotectonic provinces São Francisco and Mantiqueira. The first of them

includes the sequences of sedimentary archeans and proterozoics meta-volcanic of Quadrilatero Ferrifero,

beside of Santo Antonio of Pirapetinga and Santa Barbara complexes, of archean age, while the second

one includes Acaiaca and Mantiqueira complexes, Dom Silverio Group beside of Grantoids of

proterozoics ages. The metautramafic rocks are intrusive in the litotipos of Acaiaca, Mantiqueira e Santo

Antonio do Piratininga complexes. Among the rocks the following litotypes could be characterized: talc

schists, steatite, chlorite-talc granofels, chloritites, biotite-tremolite granofels, chlorite homblende

granofels, tremolita schists, tremolitites and actinolitites. Further, diopsidites and metaharzburgites,

particularized by the presence of igneous texture and primary preserved minerals, were investigated. The

igneous paragenesis of these rocks is represented by clinopyroxene or orthopyroxene ± olivine ± chromite,

on which were developed amphibolite facies metamorphic paragenesis (mg–homblende or anthophyllite)

and greenschist (actinolite or serpentine ± mg–chlorite ± talc). Mineral chemistry studies allowed

characterize the following minerals: olivine, clinopýroxene, orthopyroxene, chromite, pentlandite,

chalcopyrite and heazlewoodite. The chemistry composition of the researched rocks is similar, in general

terms, to the komatiitic basalts of archean terrains of South Africa, Australia and Quadrilatero Ferrifero. In

the diopsidites, the elements Cr, Ni, and Co present a great depression due to fractional crystallization

processes. The REE-pattern distribution of these rocks is similar to the observed in ultramafics rocks from

Russia and in the orthopyroxene hornblendite and talc schists searched, that’s what allows inducing that

the diopsidites were originated from ultramafic magmatism. The ages obtained by the method U/Pb of 3,

0 Ga and 2, 7 Ga are comprehended as related to the crystallization and metamorphic process of the

trondhjemitic gneiss xenoliths, respectively, while the age of 0, 5 Ga could be related to the thermal

Brazilian event.

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1

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1- CONSIDERAÇÕES GERAIS

As rochas ultramáficas, que ocorrem na parte centro-sul do estado de Minas Gerais, têm

sido estudadas desde os trabalhos pioneiros de Harder & Chamberlin em 1915 que as

interpretaram como intrusivas. Dorr et al. (1957), ao realizar o mapeamento geológico do

Quadrilátero Ferrífero concluíram que as rochas ultramáficas da “Série” Rio das Velhas seriam

intrusivas no embasamento. Sichel (1983) definiu a unidade inferior do Supergrupo Rio das

Velhas como constituída por rochas plutônicas e vulcânicas de caráter peridotítico, da série

komatiítica identificada através de estruturas (spinifex, cumulus e quench) e baseada em

parâmetros químicos; e propôs uma idade arqueana para o grupo. Baltazar & Zucchetti (2003)

sugeriram pelo menos duas gerações de greenstone belt do Supergrupo Rio das Velhas (2900

Ma e 2780 Ma) na Folha Mariana.

Brandão e Jiamelaro (2008) mapearam nas proximidades das cidades de Acaiaca e

Barra Longa, corpos de rochas metaultramáficas, nos quais ocorrem cristais de olivina,

ortopiroxênio e clinopiroxênio muito bem preservados. A ocorrência de minerais instáveis como

olivina e ortopiroxênio bem preservados permite inferir que essas rochas metaultramáficas

teriam sido geradas num evento magmático posterior ao do greenstone belt Rio das Velhas, no

Quadrilátero Ferrífero-MG, de idade arqueana. Recentemente, Medeiros Jr. (2009) sugeriu que

essas rochas teriam sido submetidas às condições metamórficas da fácies granulito, pelo fato de

se encontrarem no interior do Complexo Acaiaca, onde predominam rochas granulíticas.

Os esteatitos, produto de alteração hidrotermal das rochas metaultramáficas, tem sido

objeto de estudo de diversos pesquisadores (e.g. Roeser et. al. 1980, Roeser et. al. 1987, Ladeira

et. al. 1983, Ladeira & Roeser 1983, Silva 1997, Jordt-Evangelista & Silva 2005) que tiveram

como ênfase a determinação do protólito e assinatura geoquímica dos litotipos. Esses litotipos

ocorrentes nas bordas leste e sudeste do Quadrilátero Ferrífero (Folha Mariana) foram

originados a partir de processos metassomáticos e metamórficos em baixo grau em rochas

ultrabásicas (Roeser et. al. 1987 e Roeser et. al. 1980).

Apesar dos numerosos estudos geológicos sobre as rochas metaultramáficas da Folha

Mariana, já realizados por uma plêiade de pesquisadores, uma série de questões pertinentes à

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gênese, à geoquímica, ao caráter intrusivo ou extrusivo, à idade, ao grau metamórfico e à

química mineral destes litotipos constituem ainda hoje incógnitas cuja elucidação se faz

necessária. Pretende-se com esta dissertação, através de uma abordagem pautada na

metodologia científica e trabalhos de pesquisa elucidar essas questões.

1.2 - OBJETIVOS

Os objetivos principais deste trabalho foram obter a idade relativa das rochas

metaultramáficas de Cachoeira do Brumado, através da datação de xenólitos de gnaisse

encaixados em algumas ocorrências metaultramáficas, além de caracterizar geoquimicamente as

rochas metaultramáficas da Folha Mariana e determinar aspectos genéticos e fácies

metamórficas desses litotipos. Também foram realizados estudos microscópicos suportados por

determinações de microssonda eletrônica que permitiram caracterizar as rochas e determinar, de

forma precisa a composição química das principais fases minerais.

1.3 - LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO

A área de trabalho situa-se na Folha Mariana (SF-23-X-B-I) que se posiciona na porção

centro-sudeste do Estado de Minas Gerais. A Folha Mariana possui aproximadamente 3.000

km2 de extensão e está limitada pelos meridianos 43º 00’ e 43º 30’ de longitude W de

Greenwich e pelos paralelos 20º 00’ e 20º 30’ de latitude sul. As sedes dos principais

municípios abrangidos pela área são: Acaiaca, Alvinópolis, Barra Longa, Cachoeira do

Brumado, Catas Altas, Diogo de Vasconcelos, Furquim e Mariana (figura 1.01).

O acesso à área de estudo a partir de Belo Horizonte é feito pela Rodovia Federal BR-

040 até a confluência com a BR-356. Segue-se posteriormente pela MG-262 no sentido Ponte

Nova até atingir aproximadamente 20 km após o Trevo de Acaiaca e Diogo de Vasconcelos,

local onde termina a área sentido leste-oeste. Para ter acesso ao norte da área deve-se seguir a

BR-262 até a cidade de Santa Bárbara, de onde se segue pela rodovia MG-129 sentido Mariana.

Outra forma de acesso, a partir de Belo Horizonte, é feita pela rodovia BR-381 (Fernão Dias)

até o cruzamento com a MG-123, nas proximidades do município João Monlevade, a partir do

qual se segue até Alvinópolis.

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Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol.72, 149p.

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Figura 1.01: Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo.

1.4 - MATERIAIS E MÉTODOS

1.4.1 - Pesquisa Bibliográfica

Inicialmente procedeu-se um estudo sistemático da literatura geológica disponível que

versava sobre as rochas metaultramáficas do Quadrilátero Ferrífero e em outras regiões pré-

cambrianas, bem como sobre análises de química mineral, dados geocronológicos e de

geoquímica dessas rochas, com ênfase em komatiítos e complexos acamadados.

1.4.2 - Mapeamento Geológico

Nesta etapa do trabalho foi feito um levantamento geológico das ocorrências de rochas

metaultramáficas na Folha Mariana, com destaque em alguns municípios como Cachoeira do

Brumado, Diogo de Vasconcelos, Furquim, Acaiaca, Barra Longa, Alvinópolis, Catas Altas e

adjacências com dados de campo levantados para interpretações litológicas e estratigráficas.

Nesse mapeamento, foram utilizados a base de dados cartográficos, assim como as folhas

topográficas Catas Altas, Alvinópolis, Mariana e Barra Longa em escala 1:50.000 e o mapa

geológico regional (Baltazar & Raposo 1993) de escala 1:100.000.

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A etapa de campo foi realizada nos meses de abril, agosto e setembro de 2009,

totalizando um período de 12 dias. Durante o desenvolvimento dessa etapa foram visitados 133

pontos (figura 1.02) e coletadas 95 amostras das quais foram selecionadas 50 para confecção de

lâminas delgadas polidas. Procurou-se assegurar a efetivação de uma amostragem sistemática

em afloramentos com rocha fresca.

1.4.3 - Estudos Petrográficos

Além das 50 lâminas confeccionadas, 48 de rochas metaultramáficas e 2 de rochas

gnáissicas, foram selecionadas 35 lâminas delgadas de rochas metaultramáficas da área estudada

confeccionadas em trabalhos geológicos de graduação da UFOP para o estudo ao microscópio

petrográfico com ênfase na identificação de protólitos e aspectos metamórfico-deformacionais.

Dentre os trabalhos geológicos referidos citam-se os de Barbosa & Pereira (2007), Barros &

Zagotto (2007), Morais & Oliveira (2007), Pimenta & Silva (2007), Silva & Gramigna (2007),

Brandão & Jiamelaro (2008). A descrição petrográfica foi realizada com auxílio do microscópio

petrográfico de polarização por luz incidente e transmitida.

1.4.4 - Química Mineral

Após a caracterização petrográfica, foram selecionadas 18 lâminas delgadas polidas

para a realização de análises químicas de minerais por intermédio de microssonda eletrônica,

totalizando 213 pontos. As análises foram realizadas no Laboratório de Microanálises (LMA)

no Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com um

equipamento de marca JEOL, modelo JCXA-8900RL. O equipamento utilizado operou com

voltagem de aceleração de 15 kV, feixe de corrente de 20 ŋA e espessura de feixe de 10μ.

Foram analisadas fases minerais de interesse visando-se obter uma caracterização precisa destas,

e os resultados formatados de acordo com o programa utilizado (Minpet 2.0 - Richard 1995)

para os cálculos das fórmulas estruturais dos minerais.

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

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Figura 1.02: Mapa de distribuição espacial das ocorrências estudadas.

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A tabela abaixo (tabela 1.01) mostra de maneira sucinta a quantidade de pontos por

mineral analisado.

Tabela 1.01: Relação dos minerais analisados pela microssonda eletrônica e quantidade de pontos

correspondentes.

MINERAL QUANTIDADE DE PONTOS

Olivina 9

Piroxênio 24

Anfibólio 81

Plagioclásio 5

Biotita 12

Clorita 27

Talco 12

Carbonato 13

Óxidos 22

Sulfetos 19

Foram analisados para os silicatos, óxidos e carbonatos os seguintes elementos: Na, K,

Mn, Mg, Ca, Fe, Al, Ti, Ni, Si, Cr e F e para os sulfetos, o Sb, Fe, Cu, S, As, Co e Ni. O teor

desses elementos é fornecido sob a forma de óxidos, com exceção do elemento F.

Os padrões escolhidos para os elementos analisados dos silicatos, óxidos, carbonatos

(tabela 1.02) e sulfetos (tabela 1.03) foram colocados nas tabelas seguintes.

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

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Tabela 1.02: Tabela com os elementos analisados pela microssonda eletrônica, raio x, padrões escolhidos

(Coleção Ian Steele) e tempo de contagem dos silicatos, óxidos e carbonatos.

Elementos

Analisados

Raio X Cristal analisado

no padrão

Nome do

Padrão

Tempo de Contagem

Pico Back

Na Ka TAP Jadeíta 10 s 5 s

K Ka PETJ Microclina 10 s 5 s

Mn Ka LIF Rodonita 10 s 5 s

Mg Ka TAP MgO 10 s 5 s

Ca Ka PETJ Wollastonita 10 s 5 s

Fe Ka LIF Magnetita 10 s 5 s

Al Ka TAP Al2O3 10 s 5 s

Ti Ka PETJ Rutilo 10 s 5 s

Ni Ka LIF NiO 10 s 5 s

Si Ka TAP Quartzo 10 s 5 s

Cr Ka PETJ Cr2O3 10 s 5 s

F Ka TAP Fluorita 10 s 5 s

Tabela 1.03: Tabela com os elementos analisados pela microssonda eletrônica, padrões escolhidos

(Coleção Ian Steele) e tempo de contagem dos sulfetos.

Elementos

Analisados

Raio X Cristal analisado

no padrão

Nome do

Padrão

Tempo de Contagem

Pico Back

Sb La PETJ Estibinita 10 s 5 s

Fe Ka LIF Pirita 10 s 5 s

Cu Ka LIF Calcopirita 10 s 5 s

S Ka PETJ Pirita 10 s 5 s

As Ka TAP Arsenopirita 10 s 5 s

Co La LIF Co Metal 10 s 5 s

Ni Ka LIF Ni metal 10 s 5 s

1.4.5 – Geoquímica

Para análises geoquímicas foram selecionadas 29 amostras de rochas para determinação

de elementos maiores pelo método ICP-AES (Inductively Coupled Plasma - Atomic Emission

Spectroscopy), enquanto os elementos menores e terras raras foram determinados pelo método

do ICP-MS (Inductively Coupled Plasma - Mass Spectrometer) no laboratório da firma ACME

ANALYTICAL LABORATORIES LTD, no Canadá. A preparação das amostras foi realizada

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

8

na mesma firma canadense, no entanto em uma filial na cidade de Goiânia (GO).

Os elementos analisados foram divididos em três grupos, segundo os códigos do

laboratório canadense, são eles os grupos 4A, 4B e 1DX. O Grupo 4A inclui alguns elementos

em forma de óxidos, tais como SiO2, Al2O3, Fe2O3, MgO, CaO, Na2O, K2O, TiO2, P2O5, MnO,

Cr2O3, Sc, além dos parâmetros LOI (perda ao fogo), Ct (carbono total) e St (enxofre total). O

Grupo 4B compreende os elementos traço, incluindo terras raras, tais como Ba, Be, Ce, Co, Cs,

Dy, Er, Eu, Ga, Gd, Hf, Ho, La, Lu, Nb, Nd, Ni, Pr, Rb, Sc, Sm, Sn, Sr, Ta, Tb, Th, Tm, U, V,

W, Y, Yb, Zr. O Grupo 1DX inclui os elementos Ag, As, Au, Bi, Cd, Cu, Hg, Mo, Ni, Pb, Sb,

Se, Ti, Zn.

Posteriormente, os resultados obtidos nas análises geoquímicas de rocha total foram

tratados com o auxílio dos softwares Geoplot e IgPlot.

1.4.6 - Geocronologia

As análises geocronológicas foram realizadas, pelos métodos U-Pb LA-MC-ICP-MS e

U-Pb SHRIMP, em zircões de um xenólito de gnaisse encontrado numa jazida de esteatito no

distrito de Cachoeira do Brumado. As análises U-Pb LA-MC-ICP-MS (Laser Ablation Multi-

Collector Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry) foram desenvolvidas no Laboratório

de Geocronologia no Instituto de Geociências na Universidade de Brasília (UnB), e as análises

U-Pb SHRIMP (Sensitive High Resolution Íon Microprobe), na Universidade Nacional da

Austrália (Australian National University- ANU, Canberra).

O xenólito de gnaisse foi desagregado no Laboratório da Universidade de Berna na

Suíça. A desagregação foi feita em meio aquoso, usando uma descarga elétrica (energia pulsada

HV). Gera-se assim uma fragmentação seletiva, isto é, uma fragmentação ao longo do limite dos

cristais, permanecendo estes intactos. Do material desagregado foram separados zircões com

auxílio de bromofórmio (D=2,85), no Laboratório de Geoquímica Ambiental (LGqA) do

Departamento de Geologia da UFOP, e com a utilização de bateia, no Laboratório de

Preparação de Amostras Geocronológicas (LOPAG) do Departamento de Geologia da UFOP.

Parte do material desagregado foi utilizada no Laboratório de Geocronologia na UnB, e o

restante do material foi enviado para análise na Universidade Nacional da Austrália.

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

9

No Laboratório da UnB, após separação e tratamento dos minerais pesados, ainda foi

possível observar cristais de zircões e anfibólios misturados. O procedimento adotado para a

separação dos zircões e anfibólios foi colocá-los em uma placa de petri com álcool e

posteriormente movimentá-los de forma circular, de modo que os zircões se concentraram na

lateral da placa. Seguiu-se a seleção manual com o auxílio de uma lupa binocular. Os zircões

foram depositados em uma lâmina delgada coberta com uma fita dupla. Colocou-se um anel de

plástico de 9 mm de diâmetro na fita em torno dos zircões, preenchendo-o posteriormente por

resina epoxy. Esperou-se por um período de um dia a secagem do material. Dessa forma, foram

feitos dois mounts com aproximadamente 40 zircões cada mount. Após secagem, as superfícies

dos mounts receberam polimento com pasta diamantada a fim de expor superfícies de zircão.

Finalmente, logo após a exposição, foram realizadas as análises geocronológicas nos zircões.

Após esta etapa realizou-se a catodoluminescência no Laboratório de Microscopia

Petrográfica (LMP) do Instituto de Geociências da Universidade Federal de São Paulo (USP), a

fim de observar possíveis crescimentos secundários.

As análises U-Pb laser ablation, na UnB, foram realizadas sob a orientação do Prof. Dr.

Elton Luiz Dantas e Joseneusa Brilhante Rodrigues. O equipamento utilizado MC-ICP-MS

Thermo-Finnigan modelo Neptune operou com um laser de frequência igual a 10 Hz e uma

energia igual a 40%. O tamanho do diâmetro feito pelo laser em cada zircão possui cerca de 40

µm.

Os mounts foram levados para um banho ultra-sônico com HNO3 e água destilada. No

suporte de amostra de fibra sintética, presentes no equipamento, foram colocados os dois

mounts feitos, juntamente com um padrão, que posteriormente foram analisados. As análises de

LA-ICP-MS foram tomadas como tiros únicos em cristais de zircão individual.

As análises U-Pb SHRIMP em cristais de zircão foram desenvolvidas gentilmente pelo

Dr. Luiz Carlos da Silva (Superg./CPRM) e, assim como as análises de LA-ICP-MS, foram

tomadas como tiros únicos em cristais de zircão individual.

1.5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A presente dissertação possui oito capítulos, nos quais os dados obtidos ao longo do

desenvolvimento do trabalho são apresentados, sintetizados e interpretados de maneira coerente

e fluente no texto.

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

10

O primeiro capítulo aborda uma introdução ao tema, objetivos, localização da área e

metodologia de execução do presente trabalho. O segundo capítulo discorre uma revisão sucinta

de trabalhos geológicos de abrangência regional com enfoque na área estudada. A

caracterização petrográfica dos litotipos metaultramáficos da área é o tema do terceiro capítulo.

No quarto capítulo, são apresentados e interpretados dados de química mineral das rochas

estudadas na Folha Mariana. O quinto capítulo versa sobre as associações metamórficas das

rochas estudadas. No sexto capítulo são apresentados dados tratados da química de rocha. O

sétimo capítulo contém dados trabalhados de análises geocronológicas dos xenólitos de gnaisses

encaixados em esteatito. Por fim, no oitavo capítulo busca-se interpretar e retomar os resultados

obtidos ao longo do texto, confrontando-os com a literatura existente.

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CAPÍTULO 2

CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

2.1- INTRODUÇÃO

A área estudada situa-se entre as províncias geotectônicas São Francisco e Mantiqueira,

de modo que a primeira ocupa a porção oeste da Folha Mariana e a segunda, a porção leste

(figura 2.01).

A Província Geotectônica São Francisco (PGSF) abrange todo o território do Cráton do

São Francisco (CSF) (Almeida et al. 1977, 1981, Alkmin et al. 1993). Segundo os autores

supracitados, o embasamento do cráton é um núcleo arqueano que se estabilizou após o término

do Evento Transamazônico, envolvido por orógenos relacionados ao Ciclo

Brasiliano/Panafricano, a saber: a norte à Faixa Sergipana e Faixa Riacho do Pontal, noroeste à

Faixa Rio Preto, a oeste à Faixa Brasília, a sul à Faixa Ribeira (Alto Rio Grande) e a sudeste à

Faixa Araçuaí. O cráton foi delimitado com base nas variações da deformação das rochas

supracrustais e envolvimento do embasamento cratônico pela Orogênese Brasiliana (Almeida

1977; Alkmim et al. 1993).

No âmbito da Folha Mariana, a PGSF foi individualizada nas unidades: Complexo

Santo Antônio do Pirapetinga, Complexo Santa Bárbara e Supergrupo Rio das Velhas de idades

arqueanas, Supergrupo Minas de idade proterozóica e, por último, o Grupo Itacolomi (Baltazar

& Raposo 1993) (figura 2.02). Na PGSF predominam sequências de rochas supracrustais

metamorfizadas, predominantemente na fácies xisto-verde, associadas às rochas granitóides.

Esta província compreende ainda as seqüências metavulcano-sedimentares arqueanas e

proterozóicas do Quadrilátero Ferrífero.

A Província Geotectônica Mantiqueira (PGM), também denominada de Cinturão Móvel

Costeiro, representa um sistema orogênico neoproterozóico Brasiliano/Panafricano, formada

pelos orógenos Araçuaí, Ribeira, Dom Feliciano, São Gabriel e pela zona de interferência entre

os orógenos Brasília e Ribeira (Heilbron 2004). Além do limite o próprio CSF, o orógeno

Araçuaí tem como limite a costa brasileira, na altura do paralelo 21° S (Alkmin e Marshak

1998, Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos 2000, Pedrosa-Soares et al. 2001, Heilbron

2004). Dentro da PGM, a Folha Mariana insere-se no extremo sudoeste do orógeno Araçuaí,

setor Setentrional da Província.

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Na área investigada, a PGM é composta pelo Complexo Acaiaca, Complexo

Mantiqueira, Grupo Dom Silvério e pelos granitóides Córrego Taioba, Diogo de Vasconcelos,

Barra Longa, Estiva e Mombaça (figura 2.02), todos de idades proterozóica.

Figura 2.01: Localização da Folha Mariana no Cráton São Francisco (modificado de Alkmim 2004).

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

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Figura 2.02: Mapa geológico da Folha Mariana com destaque os principais municípios da área de estudo (extraído e modificado de Baltazar e Raposo 1993).

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

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2.2- PROVÍNCIA GEOTECTÔNICA SÃO FRANCISCO

2.2.1- Complexo Santo Antônio do Pirapetinga

De acordo com Baltazar & Raposo (1993), o Complexo Santo Antônio do Pirapetinga

(CSAP) é composto por gnaisses tonalíticos a graníticos associados a anfibolitos, esteatitos,

serpentinitos e talco-clorita xistos transformados metamórfica e metassomaticamente. Na

definição desses autores, o complexo está em contato com as supracrustais do Supergrupo Rio

das Velhas, com os gnaisses e/ou granitóides dos complexos Mantiqueira e Santa Bárbara e com

o Granitóide Diogo de Vasconcelos. As rochas do complexo, que se distribuem nas

proximidades de Bandeirantes, a oeste da área, e de Cachoeira do Brumado, a sul-sudeste,

podem ser correlatas à base do Supergrupo Rio das Velhas (Baltazar & Raposo 1993).

Baltazar & Raposo (1993) correlacionaram as idades obtidas por Teixeira (1982)(Rb-Sr

em rocha total: 2867 ± 128 Ma e 2726 ± 101 Ma) e por Machado et al. (1989)(U-Pb: 2776 ± 76

Ma e 2730 ± 10 Ma) para os gnaisses do CSAP, e concluíram que esses litotipos correspondem

a tonalitos e granitos gerados no final do Arqueano (no Ciclo Tectônico Jequié) que foram

posteriormente deformados.

2.2.2- Complexo Santa Bárbara

Segundo Baltazar & Raposo (1993) o Complexo Santa Bárbara pode ser correlacionado

ao CSAP e possui rochas que apresentam uma disposição alongada segundo a direção N-S. Os

autores propõem ainda que o Complexo Santa Bárbara seja constituído por gnaisses tonalíticos a

trondhjemíticos, normalmente bandados por rochas metagraníticas intrusivas nesses gnaisses, e

por xenólitos deformados de anfibolitos e metadioritos.

Com base nos dados geocronológicos, nas observações de campo e nas descrições de

lâminas delgadas, Baltazar & Raposo (1993) afirmam que o Complexo Santa Bárbara não

constitui o embasamento do Supergrupo Rio das Velhas, ao passo que as rochas desta unidade

teriam sido geradas, no mínimo, na fase inicial da geração dos vulcanitos da referida sequência

vulcano sedimentar.

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

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2.2.3- Supergrupo Rio das Velhas

As rochas do Supergrupo Rio das Velhas (SGRV) se distribuem pelo flanco leste do

Quadrilátero Ferrífero, bordejando a Serra do Caraça, Bento Rodrigues e Mariana, e envolvem o

Complexo Santa Bárbara, passando por Padre Viegas, Bandeirantes, Cachoeira do Brumado,

Monsenhor Horta e Cláudio Manoel (Baltazar & Raposo 1993).

Alguns autores (e.g. Schorscher 1978, 1979, Schorscher et al. 1982, Sichel 1983)

delimitaram estratigraficamente o SGRV, da base para o topo, pelos grupos Quebra-Osso, Nova

Lima e Maquiné. Dorr II (1969) foi o autor do trabalho final que se tornou referência para os

estudos posteriores a respeito de rochas metaultramáficas do Quadrilátero Ferrífero,

reinterpretadas como komatiítos por pesquisadores, entre os quais se destacam Schorscher

(1978), Ladeira (1981), Sichel (1983), Padilha et al. (1984), Shrank et. al. (1984), Noce et. al.

(1990), Pinheiro & Nilson (1993) e Costa (1995) e Jordt-Evangelista & Silva (2005).

Em contrapartida, Ladeira (1980) considerou desnecessária a criação do Grupo Quebra-

Osso, preferindo relacionar as rochas do grupo à base do Grupo Nova Lima. Posteriormente, o

autor subdividiu o Grupo Nova Lima em três unidades: unidade metavulcânica (antigo Quebra-

Osso); unidade metassedimentar química e unidade metassedimentar clástica.

Com base na Folha Mariana, Baltazar & Raposo (1993) subdividiram o SGRV nos

grupos Nova Lima e Maquiné. Segundo os autores, o Grupo Nova Lima pode ser dividido nas

subunidades peridotítica, que se refere ao Grupo Quebra-Osso de Schorscher (1979), e vulcano-

sedimentar. A subunidade Peridotítica Quebra-Osso é constituída por rochas ultramáficas

esteatitizadas e serpentinizadas. Rochas ultramáficas transformadas em talco-xisto com 70 a 90

% de talco são características da região e aparecem nas imediações do vilarejo de Bandeirantes.

A subunidade vulcano-sedimentar é representada por esteatitos, anfibólio xistos, granada fels,

clorita xistos, quartzo-biotita-plagioclásio xistos, biotita-estaurolita-plagioclásio-quartzo xistos,

quartzitos, quartzitos ferruginosos e formações ferríferas. E finalmente, sobre o Grupo Nova

Lima, o Grupo Maquiné é constituído por quartzitos ou rochas quartzosas com feldspatos e

micas, contendo níveis ferruginosos, alguns com aspecto de formações ferríferas.

Noce et al. (2002) apresentaram resultados geocronológicos recentes para as rochas da

região de Caeté do SGRV, e propuseram três episódios de vulcanismo situados à volta de 3030

Ma, 2930 Ma e 2780 Ma. Ademais, Suita et al. (2006) já descreveram um magmatismo mais

recente em Jeceaba, ao sul do Quadrilátero Ferrífero. São corpos de rochas ultramáficas com

olivina e ortopiroxênio cumuláticos intrudidos no Batólito de Alto Maranhão, este cuja idade

provável de cristalização determinada pelo método U-Pb em zircões, é de 2,13 Ga (Noce et al.

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2000). Entretanto, são necessários estudos geocronológico/evolutivos mais aprofundados e

precisos para se obter a história geológica concisa do SGRV.

2.2.4- Supergrupo Minas

O Supergrupo Minas (SGM) se sobrepõe ao SGRV, em nítida discordância erosiva e

angular. Originalmente denominada de “Série” Minas, por Derby (1906) e Harder &

Chamberlin (1915), esta unidade é composta por uma sequência plataformal de idade

proterozóica.

O SGM foi dividido, da base para o topo nos Grupos: Caraça (Wallace e Maxwell

1958), Itabira (Dorr II 1958a, 1958b) e Piracicaba (Pomerene, Simmons e Gair 1958). O Grupo

Caraça, constituído pelas formações Moeda e Batatal, corresponde à unidade inferior do SGM,

na qual é composta por quartzitos grossos, por vezes conglomeráticos e filitos constituídos

essencialmente por sericita, clorita e grafita. O Grupo Itabira, subdividido nas formações Cauê e

Gandarela, é a unidade intermediária clasto-química, formada por itabiritos (formação ferrífera),

itabiritos dolomíticos e dolomitos. A Formação Gandarela foi datada por Babinski et al. (1995),

que obtiveram, por meio do método Pb-Pb, uma idade de 2420 ± 19 Ma para rochas

carbonáticas, interpretado pelos mesmos autores como a idade de deposição dessas rochas.

Finalmente, por último, a unidade superior representada pelo Grupo Piracicaba, é composta

predominantemente por sedimentos clásticos. O Grupo Piracicaba subdivide-se, da base para o

topo, nas seguintes formações: Cercadinho, Fecho do Funil, Tabões e Barreiro.

2.2.5- Grupo Sabará

O Grupo Sabará foi inicialmente definido como formação por Gair (1958), no vale do

Rio das Velhas, ao norte da cidade de Sabará. Esta unidade ocorre em quase toda extensão do

Quadrilátero Ferrífero (Dorr II 1969), com exceção do Sinclinal da Moeda. Repousa

diretamente sobre as rochas do Grupo Piracicaba, com contato inferior estruturalmente

concordante, e localmente, contatos abruptos (Endo 1997). O Grupo Sabará é formado por

clorita xistos, filitos, quartzitos, rochas vulcanoclásticas, metagravaucas, conglomerados e

diamictito (Dorr II 1969, Renger et al.1994). Esses conglomerados são os primeiros portadores,

na seqüência do Supergrupo Minas, de seixos de granito e gnaisse, o que, segundo Renger et

al.(1994), indica importantes modificações na paleogeografia, com soerguimento de novas áreas

- fontes, aumento de erosão e de gradientes de transporte.

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Machado et al. (1992) dataram zircões detríticos, pelo método U-Pb e obtiveram uma

idade 2125 ± 4 Ma, interpretada por esses autores como a deposição do Sabará em uma bacia

foreland do Cráton São Francisco. Por esta razão, Renger et al. (1994) propuseram a elevação

da antiga Formação Sabará à categoria de grupo.

2.2.6- Grupo Itacolomi

O Grupo Itacolomi, originalmente descrito como “Série” Itacolomi por Guimarães

(1931), se sobrepõe ao Grupo Sabará e assenta discordantemente sobre as rochas do SGM. Para

Dorr II (1969), a unidade seria constituída por duas fácies: a fácies Santo Antônio, composta por

filitos, metaconglomerados, quartzito e quartzito ferruginoso com hematita e magnetita; e a

fácies quartizítica, tipo Itacolomi, constituída principalmente por quartzito, quartzito

conglomerático e quartzito ferruginoso.

O Grupo Itacolomi foi datado por Machado et al. (1993), que obtiveram idades no

intervalo entre 2180-3180 Ma, pelo método U-Pb em zircões detríticos.

2.3- FAIXA MISTA

O termo Faixa Mista foi denominado por Baltazar & Raposo (1993), no qual é

composta por gnaisses do Complexo Mantiqueira e rochas para-derivadas, básicas e ultrabásicas

correlacionáveis ao Supergrupo Rio das Velhas.

2.4 - PROVÍNCIA GEOTECTÔNICA MANTIQUEIRA

2.4.1- Complexo Acaiaca

Jordt-Evangelista & Müller (1986a, 1986b) classificaram as rochas do Complexo

Acaiaca como piribolitos, plagiogranulitos, granada sillimanita xistos e kinzigitos. De acordo

com Jordt-Evangelista (1984, 1985) essas rochas de alto grau metamórfico encontram-se quase

totalmente intercaladas por gnaisses bandados do Complexo Mantiqueira. A mesma autora foi

pioneira nas descrições dessas rochas na região de Acaiaca, denominando o complexo de

“Complexo Acaiaca”.

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Assim como já mencionado no capítulo anterior, Brandão e Jiamelaro (2008)

mapearam, nas proximidades do município de Acaiaca, corpos de rochas metaultramáficas com

cristais de olivina e ortopiroxênio muito bem preservados em meio às rochas granulíticas. A

ocorrência de minerais instáveis como olivina e ortopiroxênios bem preservados permite sugerir

que as rochas ultramáficas da unidade em questão poderiam ter sido geradas num evento

magmático pós-Rio das Velhas. Medeiros Jr. (2009) considerou essas rochas metamórficas de

fácies granulito, nomeando-as de olivina-piroxênio granofels, devido à inserção das mesmas no

interior da faixa onde predominam rochas granulíticas. Ainda segundo este autor a área do

Complexo Acaiaca é maior do que a área originalmente relatada por Jordt-Evangelista (1984) e

mapeada por Baltazar & Raposo (1993).

Teixeira et al. (1987) realizaram datação, pelo método Rb-Sr, e obtiveram uma idade

de 2000 Ma para o evento metamórfico de fácies granulito.

2.4.2- Complexo Mantiqueira

O Complexo Mantiqueira (Brandalise 1991) tem sido englobado em mais de uma

unidade litoestratigráfica desde a denominação do termo “Série” Mantiqueira por Barbosa

(1954). Desde então, a mesma associação litológica pode ser parcial ou totalmente incluída no

Complexo Piedade (Ebert 1958, Machado Filho et al. 1983, Silva et al. 2002), no Complexo

Gnáissico-Migmatítico (Silva 1978) ou no Complexo Barbacena (Hasui & Oliveira 1984). Com

base no contexto geotectônico, o Complexo Mantiqueira (CM) compõe uma extensa faixa de

ortognaisses de composição TTG (tonalito-trondhjemito-granodiorito), empurrados sobre a

margem meridional do Cráton do São Francisco (Silva et al. 2002, Noce et al. 2007).

O CM é composto por: biotita-anfibólio ortognaisses bandados que se intercalam

frequentemente a anfibolitos, na forma de lentes ou bandas concordantes, e metagabros, que

ocorrem na forma de corpos tabulares concordantes ou como diques; corpos de ortognaisses

quartzo-dioríticos; e gnaisses bandados semelhantes ao primeiro descrito, entretanto

migmatizados pelo aporte de material granítico injetado (Baltazar & Raposo 1993). Os autores

supracitados relatam que, na área do projeto, os gnaisses bandados de composição variada do

CM estão em contato de natureza tectônica com rochas granulíticas do Complexo Acaiaca, e

que no interior do complexo, ocorrem corpos individualizados dos granitóides Córrego Taioba,

Diogo de Vasconcelos e Barra Longa. Os litotipos desta unidade ocorrem segundo uma extensa

faixa N-S na porção centro-leste da Folha de Mariana (1:100.000).

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

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Dados geocronológicos obtidos por Teixeira et al. (1987) ao analisarem os gnaisses do

CM na região entre Ponte Nova e Rio Casca, pelo método Rb-Sr em rocha total, indicaram uma

idade de 2000Ma, interpretada como a idade de recristalização metamórfica destas rochas.

Segundo os autores supracitados, essas rochas seriam mais antigas do que 2000 Ma, uma vez

que teriam sido submetidas ao retrabalhamento crustal no Ciclo Transamazônico. Seguindo a

mesma linha de pensamento, Baltazar & Raposo (1993) relatam uma idade arqueana para os

gnaisses do CM.

Datações mais recentes realizadas por Silva et al. (2002) e Noce et al. (2007), pelo

método U-Pb em zircão (SHRIMP), indicaram idades entre 2180-2041 Ma, interpretadas como

idades de cristalização magmática paleoproterozóicas, e outras entre 2100 Ma e 560 Ma, idades

de recristalização metamórfica, para os gnaisses desta unidade. De acordo com esses autores, o

magmatismo estendeu-se até aproximadamente 2100 Ma, seguido por estágios colisionais a pós-

colisionais até cerca de 2050 Ma, no qual se associou ao primeiro evento metamórfico.

2.4.3- Grupo Dom Silvério

Na Folha Mariana, o Grupo Dom Silvério (GDS) é composto dominantemente por

biotita-muscovita quartzo xistos com intercalações locais de quartzitos e rochas alteradas

anfibolíticas e/ou calciossilicáticas (Baltazar & Raposo 1993). Os autores supracitados definem

o grupo como uma sequência de metamorfitos de médio a baixo grau, posicionada no extremo

sudeste da Folha Mariana. De acordo com Jordt-Evangelista & Muller (1986a, 1986b) esse

domínio é composto por quartzitos e mica xistos feldspáticos com granada, grafita e cianita,

com intercalações de rochas calciossilicáticas de paragênese típica de fácies anfibolito.

Fonseca et al. (1979) propôs uma idade Proterozóica Média para as litologias desta

unidade, inserindo-as no Grupo Andrelândia, ao passo que Machado et al. (1983) atribuem uma

idade Arqueana e uma natureza vulcano-sedimentar, tipo greenstone belt, para as mesmas.

Ademais, Brandalise (1991) posiciona o GDS no Proterozóico Inferior, e afirma que as

composições químicas das rochas do grupo são distintas daquelas do Supergrupo Rio das

Velhas. Brueckner et al. (2000) encontraram idades modelo de 2,1 Ga (TCHUR) e 2,3 Ga

(TDM), que indicam idades Paleoproterozóicas para os sedimentos que formaram GDS.

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2.4.4- Rochas Granitóides

Baltazar & Raposo (1993) agruparam os granitóides como corpos alongados segundo a

direção N-S, de composição granítica alcalina a tonalítica que sofreram processos magmáticos e

metassomáticos. Os autores relatam que os litotipos encontram-se frequentemente deformados

em distintas intensidades por processos de milonitização e associam-se aos gnaisses bandados

do CM. Dentre os granitóides, destacam-se os granitóides Córrego Taioba, Diogo de

Vasconcelos, Barra Longa, Córrego Estiva e Córrego Mombaça.

Granitóide Córrego Taioba

O Granitóide Córrego Taioba representa um corpo alongado heterogêneo posicionado

no interior dos gnaisses do CM, e possui em seu núcleo rochas granulíticas do Complexo

Acaiaca (Baltazar & Raposo 1993). É dominantemente quartzo-feldspático, com pouca biotita,

cuja composição varia de granítica a tonalítica.

Granitóide Diogo de Vasconcelos

Segundo Baltazar & Raposo (1993) o Granitóide Diogo de Vasconcelos, localizado a

noroeste do município de Diogo de Vasconcelos, representa um corpo alongado segundo NE-

SW no domínio dos gnaisses bandados do CM. É composto por ortognaisses homogêneos

associados a enclaves ou a pequenos corpos de anfibolitos.

Granito Barra Longa

O Granito Barra Longa é dominantemente quartzo-feldspático; possui foliação

milonítica incipiente ou bem desenvolvida e comumente intrusões de corpos tabulares

concordantes e diques de composição intermediária (Baltazar & Raposo 1993).

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

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Granitóides córregos Estiva e Mombaça

Esses granitóides são pequenos corpos que se distribuem na porção centro-norte da

Folha Mariana, no domínio do Grupo Nova Lima e na Faixa Mista, e composicionalmente,

variam de granitos a granodioritos.

2.4.5- Coberturas Cenozóicas

Correspondem aos depósitos detrito-lateríticos, concentrados sobre a Suíte Metamórfica

São Sebastião do Soberbo, e aluvionares, que se encontram assentados sobre os gnaisses do CM

(Brandalise 1991).

2.5 – GEOLOGIA ESTRUTURAL

As províncias geotectônicas São Francisco (PGSF) e Mantiqueira (PGM) possuem

características estruturais similares na Folha Mariana, devido ao posicionamento limítrofe desta

entre as duas províncias (Baltazar & Raposo 1993). Os autores supracitados interpretam que o

contato entre a PGSF e PM foi marcado por evento tectônico tangencial correlacionado ao Ciclo

Brasiliano, transpondo, reativando e paralisando as estruturas pretéritas.

Baltazar & Raposo (1993) sugerem que a PGSF apresenta um padrão de deformação de

estilo thrust-fold mais desenvolvido em decorrência das características das rochas dominantes,

dentre elas, sequências greenstone belts do Supergrupo Rio das Velhas, enquanto na PGM

predomina uma tectônica de empurrões (thrusts).

De acordo com autores acima citados, duas feições estruturais de caráter

predominantemente dúctil foram identificadas na região estudada. A mais antiga e importante é

representada pela foliação gnáissica/xistosidade de baixo ângulo gerada pelo processo de

transposição. Sobreposta a ela, encontra-se a feição estrutural mais recente representada por

zonas de cisalhamento transcorrentes de alto ângulo. Por último, tem-se uma tectônica rúptil

caracterizada por falhas extensionais normais cortando as demais estruturas.

Baltazar & Raposo (1993) agruparam as principais estruturas acima em quatro fases de

deformação, sendo correlacionadas a três eventos de natureza dúctil e um rúptil. A fase de

deformação D1, correlacionada a um evento de natureza dúctil de idade transamazônica, foi

obliterada pela deformação posterior D2. Apesar disso, estruturas pretéritas foram identificadas

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

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em alguns locais, tais como bandamento ou laminação gnáissica em microlitons interlaminares,

em dobras intrafoliais e em estruturas sigmoidais nos gnaisses do CM. A fase de deformação

D2 foi de magnitude maior na área, afetando todas as unidades pré-cambrianas das duas

províncias geotectônicas. Esta segunda fase é representada por foliação/bandamento gnáissico

de médio a baixo ângulo. A fase D3 é caracterizada por extensas zonas de cisalhamento dúctil

de alto ângulo, atribuída ao Ciclo Brasiliano. A fase de deformação D4 é tectônica extensional

rúptil, representada por falhas normais ou de gravidade.

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CAPÍTULO 3

GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA

3.1- INTRODUÇÃO

O presente capítulo versa a caracterização petrográfica dos corpos metaultramáficos da

área pesquisada desenvolvida em 85 lâminas delgadas. As principais rochas metaultramáficas

são as de baixo a médio grau, a saber: talco xistos, esteatitos, clorita-talco granofels, clorititos,

biotita-tremolita granofels, clorita-hornblenda granofels, tremolita xistos, tremolititos e

actinolititos. Não obstante ao intenso trabalho de campo e pesquisa ao microscópio petrográfico

não foi possível identificar resquícios de rocha ígnea original nessas rochas.

Em contrapartida, ao contrário das ocorrências de quase toda a área pesquisada,

totalmente metamorfizadas, os corpos metaultramáficos nas proximidades de Acaiaca/Barra

Longa e Barreto/Paracatuzinho ainda preservam, ocasionalmente, relictos de textura ígnea. Os

corpos de Acaiaca/Barra Longa apresentam menor grau de transformação metamórfica,

identificados como metaharzburgitos e diopsiditos, com vestígios de textura cumulática e

incipientes serpentinização, cloritização e/ou talcificação. Já o corpo de Barreto/Paracatuzinho

encontra-se uma transformação metamórfica mais proeminente, com uma anfibolitização e

preservação de piroxênios, identificado como metaortopiroxênio hornblendito.

A relação de contato entre as ocorrências ultramáficas é de difícil visualização devido às

descontinuidades, intemperismo e intensa deformação das ocorrências. É importante salientar

que neste trabalho foi feito um levantamento geológico das principais ocorrências de rochas

metaultramáficas na Folha Mariana.

Também é mostrado neste capítulo a descrição petrográfica do gnaisse encaixante, do

black wall e do xenólito de gnaisse encaixante encontrados em uma pedreira em atividade de

esteatito no distrito de Cachoeira do Brumado. Foi feita uma breve descrição do xenólito devido

às datações geocronológicas U-Pb laser ablation e U-Pb SHRIMP que serão abordadas no

capítulo 6.

No Anexo I, encontram-se tabelas com composição modal de todos os litotipos

descritos. A distribuição areal desses litotipos é mostrada na figura 3.01.

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Figura 3.01: Mapa de pontos em função da distribuição das amostras descritas.

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

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3.2- UNIDADES LITOLÓGICAS

Considerando as características petrográficas e o grau metamórfico, as rochas descritas

foram divididas em três associações litológicas: rochas metaultramáficas com minerais ígneos

preservados; rochas metaultramáficas de baixo a médio grau e por fim, black wall e gnaisses

associados (localmente).

3.2.1- Rochas Metaultramáficas com Minerais Ígneos Preservados

Metaharzburgitos

Os metaharzburgitos ocorrem na porção leste da área de pesquisa, entre a margem

direita do Córrego da Prata e a rodovia Barra Longa-Acaiaca (ver figura 3.01 pontos 12, 13 e

14), inserida no domínio de terrenos granulíticos, que segundo alguns autores (e.g. Medeiros Jr.

2009 e Brandão & Jiamelaro 2008) são representados pelo Complexo Acaiaca (Jordt-

Evangelista 1984, 1985). Essas rochas provavelmente ocorrem como intrusões em granulitos,

todavia não possuem contatos diretos com as rochas granulíticas encaixantes ao passo que

ocorrem sob a forma de afloramentos métricos dispersos e isolados nas proximidades da

drenagem da área. Esta intrusão dispõe-se na direção aproximada NE-SW, quase ortogonal a

direção N-S dos granulitos do Complexo Acaiaca.

Macroscopicamente, os metaharzburgitos apresentam coloração cinza e são formados,

basicamente, por cristais de olivina (até 1,5 cm), ortopiroxênio (até 2,5 cm) e ortoanfibólio. Em

termos texturais, essas rochas são faneríticas grossa a pegmatítica e originalmente do tipo

cúmulus, formadas por cristais de olivina, cromita e sulfetos e ainda do tipo pós-cúmulos de

ortopiroxênios.

Em lâminas delgadas, foi possível observar que os metaharzburgitos possuem textura

holocristalina, inequigranular seriada, fina a pegmatítica, e cumulática. São constituídos

principalmente de ortopiroxênio (35 a 45% em volume), olivina (25 a 30% em volume), e

volumes menores de antofilita, serpentina, mg-clorita e talco. Possuem ainda carbonato,

cromita, pentlandita, magnetita e por vezes heazlewoodita, esta última como mineral de

alteração da pentlandita. A tabela 3.01 mostra a composição mineralógica média, mínima e

máxima verificada nos metaharzburgitos, sendo que a heazlewoodita só foi identificada no

estudo de microscopia eletrônica. A serpentina se concentra unicamente segundo direções de

fraqueza da rocha, em forma de microveios, os quais podem ser observados mesmo em escala

de afloramentos.

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Tabela 3.01: Composição mineralógica encontrada nos metaharzburgitos.

Minerais %Min. %Máx. %Méd.

Ortopiroxênio 35,00 45,00 39,60

Olivina 25,00 30,00 27,00

Antofilita 5,00 12,00 8,60

Serpentina 5,00 10,00 7,20

Mg-clorita 3,00 10,00 6,60

Cromita 2,00 8,00 4,80

Talco 2,00 5,00 3,80

Carbonato 0,00 7,00 2,40

Pentlandita 0,00 <1 <1

Heazlewoodita 0,00 <1 <1

Os cristais de ortopiroxênio apresentam-se predominantemente com formas subédricas a

anédricas, de dimensões que atingem 2,5 cm de comprimento. Não raro envolvem em seu

interior, de modo poiquilítico, vários cristais menores de olivina reliquiar e minerais opacos

(frequentemente cromita). Os cristais mostram-se parcialmente talcificados nas bordas e

fraturados.

Os cristais incolores de olivina apresentam predominantemente formas anédricas

(plutonitos) e raramente subédricas. Estão intensamente fraturados e serpentinizados (figura

3.02C). Alguns cristais alteram-se parcialmente para antofilita e serpentina. Possuem muitas

inclusões de minerais opacos e aparecem por vezes inclusos no ortopiroxênio.

A antofilita ocorre na forma de cristais aciculares euédricos a subédricos, incolores, com

granulação variando de fina a grossa. Ocorre num arranjo aleatório e comumente sobrecrescida

em ortopiroxênio (figura 3.02D) e olivina. Alguns cristais apresentam substituição parcial por

talco.

A serpentina é formada tardiamente e preenche fraturas na olivina e ortopiroxênio.

Geralmente é verde pálida, devido à presença de Fe, mas também ocorre em tons de verde

amarelados. Possui birrefringência baixa, com predomínio de cores de polarização do início da

primeira ordem.

A Mg-clorita encontra-se como uma fina massa incolor nos intertícios de olivina e

ortopiroxênio associada comumente aos opacos, sob a forma de escamas de cor cinza normal.

Pode ocorrer à custa do piroxênio por causa do retrometamorfismo, e sugestivamente de

maneira tardia à custa da serpentina (esteatização).

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O talco ocorre ao redor de ortopiroxênio e, menos freqüentemente, cobre parcialmente a

antofilita. Esse mineral, juntamente com a clorita, representa possivelmente uma fase ainda mais

tardia que a serpentina, já que foi formado a partir dessa última.

O carbonato não foi observado em todas as lâminas. Quando identificado, ocorre como

cristais anédricos finos a médios, associando-se frequentemente aos opacos. As análises de

microssonda eletrônica mostraram composição magnesítica.

Os opacos correspondem a cristais finos, com formas anédricas e cavernas de corrosão

elucidando possíveis reações termodinâmicas intramagmáticas. A cromita predomina entre os

opacos, possui coloração cinza e encontra-se sob a forma subédrica a anédrica. Esse mineral

encontra-se comumente incluso em olivina. A pentlandita ocorre na forma anédrica, com

magnetita na borda dos cristais (figura 3.02E). Análises de microscopia eletrônica mostraram

que ocorre uma alteração dos cristais de pentlandita em heazlewoodita (figura 3.02F).

Figura 3.02A: Fotografia do afloramento de metaharzburgito do ponto 12.

Figura 3.02B: Fotografia evidenciando maior detalhe do metaharzburgito do ponto 12.

Figura 3.02C: Fotomicrografia da lâmina delgada polida BL-07-38a (ponto 12) mostrando olivina (Ol)

anédrica serpentinizada inclusa em ortopiroxênio (Opx). LPP - Luz polarizada paralela.

A B

C D

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Figura 3.02D: Fotomicrografia da lâmina delgada polida BL-07-38a (ponto 12) mostrando antofilita

(Ath) acicular sobrecrescida em ortopiroxênio (Opx) e alterando para talco (Tlc). LPX - Luz polarizada

cruzada.

Figura 3.02E: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-96/13 (ponto 13) mostrando pentlandita

(Pn) na porção central e magnetita (Mag) na borda do cristal. Luz refletida.

Figura 3.02F: Imagem de elétrons retroespalhados de pentlandita (Pn) alterando para heazlewoodita

(Hlw) na porção central e magnetita (Mag) na borda do cristal.

Diopsiditos

Os diopsiditos ocorrem à margem direita do Rio Carmo, na área da sede da Fazenda

Salazar, em meio a rochas granito-gnáissicas do Complexo Mantiqueira (Brandalise 1991,

Baltazar & Raposo 1993).

Nas proximidades de Barra Longa, a cerca de 2 Km a SW da cidade, essa unidade

ocorre como intrusão de dimensões métricas, com aspecto geral circular, em forma de matacões

não foliados, intensamente fraturados e alterados. Esta intrusão encontra-se cortada por

diversos veios com material pegmatítico. Macroscopicamente, a rocha possui cristais de

clinopiroxênios com dimensões pegmatóides.

E F

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Em lâminas delgadas observa-se que os diopsiditos possuem textura holocristalina,

fanerítica e inequigranular seriada, com granulação variando de grossa a pegmatítica. O

clinopiroxênio é o mineral dominante nos diopsiditos, podendo atingir até 97% da composição

mineralógica da rocha. Subordinadamente ocorrem cristais de clinoanfibólio. A tabela 3.02 traz

a composição mineralógica média, mínima e máxima verificada nessas rochas, sendo a

classificação dos clinopiroxênios e clinoanfibólios confirmada no estudo de microscopia

eletrônica.

Tabela 3.02: Composição mineralógica encontrada nos diopsiditos.

Minerais %Min. %Máx. %Méd.

Clinopiroxênio 95,00 97,00 96,00

Clinoanfibólios 3,00 5,00 4,00

Opacos <1 <1 <1

O clinopiroxênio ocorre como cristais de dimensões pegmatóides com incipiente

anfibolitização. Está intensamente alterado e fraturado (figura 3.03A). Análises de microssonda

eletrônica confirmaram a presença de diopsídio.

Os clinoanfibólios ocorrem de forma subédrica, como perfeitas seções basais, e

encontram-se levemente esverdeados. Esses minerais estão dispostos aleatoriamente na borda e

interior dos clinopiroxênios. Os clinoanfibólios identificados por microssonda eletrônica foram

a actinolita (BL-07-114A) e mg-hornblenda (PF/TV-1/2) (figura 3.03B).

Os opacos são quase inexistentes no metaclinopiroxenitos. Os poucos cristais

xenoblásticos estão inclusos nos clinopiroxênios.

Assim como os metaharzburgitos, os metaclinopiroxenitos afloram em grandes corpos

descontínuos, encontrando-se ora intensamente deformados em alguns pontos ora mais

preservados em outros. Estas rochas retrogradam para actinolititos em zonas mais deformadas.

Microscopicamente os actinolititos são rochas de granulação fina a média. Com

pleocroísmo em matizes de verde, nos quais a actinolita perfaz até 95% em volume desses

litotipos. São constituídos também por clinopiroxênio (2-5%) e por vezes biotita (5%) e

minerais opacos (<1).

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Figura 3.03A: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-1/2 (ponto 96) mostrando os

clinopiroxênios (Cpx) fraturados. LPX.

Figura 3.03B: Fotomicrografia da lâmina delgada polida PF/TV-1/2 (ponto 96) mostrando o

clinopiroxênio alterando-se para Mg-hornblenda (Mhb). LPX.

Metaortopiroxênio hornblendito

O metaortopiroxênio hornblendito se localiza entre os distritos de Barreto e

Paracatuzinho, nas proximidades do Rio Gualaxo do Norte, a cerca de 4 Km do Complexo

Acaiaca. É representado por apenas um litotipo na área de estudo (lâmina BL-02-102B, ponto

94). A amostra de metaortopiroxênio hornblendito se caracteriza por uma cor verde escura, com

granulação média a grossa.

Em análise microscópica observaram-se cristais anédricos até euédricos, de granulação

média a grossa, arranjados em uma trama inequigranular. Os constituintes maiores da rocha são

hornblenda e ortopiroxênio. A rocha é constituída também por ortoanfibólio, clinopiroxênio,

talco e minerais acessórios como o rutilo e opacos. A tabela 3.03 mostra a composição modal do

metaortopiroxênio hornblendito.

B

0,185 mm

Cpx

Cpx

0,185 mm

Cpx

Mhb

A B

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Tabela 3.03: Composição modal encontrada no metaortopiroxênio hornblendito.

Minerais % Modal

Hornblenda 70,00

Ortopiroxênio 10,00

Ortoanfibólio 7,00

Clinopiroxênio 5,00

Talco 5,00

Opacos 2,00

Rutilo 1,00

Os cristais de hornblenda são inequigranulares, variam de cristais finos (menos

frequentes) a grossos, e aparecem sob a forma euédrica a subédrica. Exibem pleocroísmo verde

claro a verde amarelado e substituem parcialmente os piroxênios.

O ortopiroxênio perfaz 10% em volume dessa rocha, é frequentemente anédrico e

altera-se para ortoanfibólio, tanto na porção central como nas bordas dos cristais. Os cristais

encontram-se intensamente deformados, com presença expressiva de fraturas.

O ortoanfibólio caracteriza-se pela extinção paralela em relação ao traço de clivagem.

Apresenta-se incolor e substitui parcialmente o ortopiroxênio. O clinopiroxênio ocorre ainda

na forma de finas lamelas inclusas em ortopiroxênio.

Nessa rocha o talco ocorre em quantidades traço, substituindo os anfibólios. Apresenta-

se sob a forma de cristais finos a médios, com tamanho máximo de 2mm, hábito lamelar e cores

de interferências vivas.

O rutilo ocorre como finos cristais anédricos. Minerais opacos encontram-se

disseminados na lâmina e são representados por cristais anédricos, com granulação fina.

3.2.2- Rochas Metaultramáficas de Baixo a Médio Grau

De modo geral, essas rochas metaultramáficas ocorrem associadas aos anfibolitos e

gnaisses das diversas unidades litológicas existentes na Folha Mariana. O grau de alteração das

rochas varia de afloramento para afloramento e, geralmente, é observada uma destruição total

das associações minerais primárias.

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Macroscopicamente, esses litotipos apresentam uma coloração cinza esverdeada, com

gradação para esbranquiçada devido às variações nas composições mineralógicas. As rochas

com maior teor de talco são untuosas ao tato. Observou-se a presença significativa de cristais de

magnetita e pirita em diversos afloramentos.

Outra característica verificada é a foliação bem pronunciada em algumas rochas (e.g.

talco xistos e tremolita xistos), incipiente (e.g. clorita-talco granofels e clorititos) e inexistente

em outras (e.g. esteatito, biotita-tremolita granofels, clorita-hornblenda granofels e tremolititos).

Talco xistos

Os talco xistos são os litotipos mais comuns da área de estudo. Os principais

afloramentos ocorrem nos municípios de Furquim, Barro Branco, Catas Altas, Alvinópolis,

Diogo de Vasconcelos, Cláudio Manuel, Bandeirantes e Cachoeira do Brumado.

Em lâminas delgadas, foi possível observar que o litotipo possui ora textura

lepidoblástica, caracterizada pela orientação preferencial de talco e por vezes clorita, ora textura

granolepidoblástica, dada pela orientação de talco e presença de cristais de carbonato e

anfibólios. Apresenta granulação fina a grossa e não raro a foliação encontra-se crenulada. Sua

composição é caracterizada predominantemente por talco e, em menores proporções, por clorita,

carbonato, clinoanfibólios, antofilita, rutilo, titanita e minerais opacos. A partir das propriedades

óticas e análises de microssonda eletrônica, os clinoanfibólios foram caracterizados como

tremolita e cummingtonita.

É importante salientar que não se identificaram antofilita, tremolita e cummingtonita

coexistindo entre si nas lâminas estudadas. Em geral, observou-se a presença pouco significativa

de antofilita (e.g. lâminas BBL-0140-46 e FQ-15-16), enquanto a tremolita e cummingtonita

(e.g. lâminas PF/TV-37/16 e 12b) podem estar relativamente abundantes em algumas amostras.

O resultado completo das análises modais das lâminas delgadas é apresentado no anexo I, sendo

que a tabela 3.04 mostra os valores mínimos, máximos e médios encontrados nas análises.

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Tabela 3.04: Composição mineralógica encontrada nos talco xistos.

Minerais %Min. %Máx. %Méd.

Talco 60,00 90,00 74,10

Mg-Fe-clorita 0,00 20,00 14,36

Carbonato 0,00 20,00 3,50

Opacos 0,00 10,00 3,36

Tremolita 0,00 15,00 2,73

Cummingtonita 0,00 13,00 <1

Antofilita 0,00 15,00 <1

Rutilo 0,00 <1 <1

Titanita 0,00 <1 <1

O talco ocorre como finas palhetas incolores, tabulares e/ou lamelares. Forma agregados

orientados com freqüente microestrutura em kink bands.

De modo geral a clorita caracteriza-se por cristais tabulares finos a médios (<1 até

3,5mm), com pleocroísmo nas matizes incolor a verde pálido. Juntamente com o talco,

comumente dispõe-se formando uma textura lepidoblástica e possui cor de interferência

anômala acastanhada. Trata-se de uma Mg-Fe-clorita, com teor de Fe variando de amostra para

amostra.

Os cristais de carbonato estão presentes nas lâminas FQ-12-81, PF/TV-44/20, PF/TV-

95/85 e FQ-15-16, sob a forma de finos cristais subidioblásticos a xenoblásticos.

Particularmente, na lâmina PF/TV-44/20 os cristais de carbonato formam mosaicos (figura

3.04B) que estão envolvidos pela foliação evidenciada pelo talco e, às vezes, clorita (pré e/ou

sin-tectônicos).

A tremolita, quando presente, está parcialmente transformada em talco. Os cristais de

tremolita estão intensamente fraturados e exibem formas idioblásticas e subidioblásticas.

Apresentam ângulo de extinção de aproximadamente 20º e é incolor. Com predominância na

forma acicular e mais raro prismática e losangular, cristais de tremolita dispõem-se ora segundo

direções preferenciais, ora de forma aleatória. Esse mineral possui granulação que varia de fina

a grossa, encontrando-se por vezes como porfiroblastos de comprimento entre 2,5 a 5 mm em

algumas lâminas.

A cummingtonita, mais rara nesses termos, ocorre como cristais subidioblásticos, com

granulação que varia de fina a grossa. Os cristais de granulação grossa, porfiroblastos, chegam a

atingir 8 mm de dimensão. Possui geminação polissintética, ângulo de extinção de

aproximadamente 10º em relação ao traço de clivagem e inclusões freqüentes de opacos. Não se

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encontram alinhados segundo uma direção preferencial. Foi observada a presença de zonamento

de cor em diversos cristais de cummingtonita da lâmina PF/TV-37/16, ao passo que a borda

encontra-se incolor e o centro levemente esverdeado. Análises de microscopia eletrônica

evidenciam que a coloração esverdeada tem uma relação direta com o conteúdo de Fe na

cummingtonita.

A antofilita, assim como a tremolita, é incolor e apresenta-se essencialmente fraturada.

Ocorre numa textura porfiroblástica, em cristais idioblásticos a subidioblásticos de granulação

média, substituída parcialmente por talco (figura 3.04C).

O rutilo ocorre como cristais xenoblásticos. A titanita aparece de maneira pouco

expressiva, essencialmente anédrica e caracteristicamente, apresenta cor castanho clara.

Os minerais opacos identificados são pirrotita, calcopirita, pentlandita (figura 3.04D),

pirita, magnetita e ilmenita. São caracterizados por cristais idioblásticos a xenoblásticos, de

granulação fina a média que podem estar inclusos em alguns minerais, tais como clorita e

carbonato. Não raramente, preenchem fraturas e se aglomeram segundo uma direção

preferencial.

Foliação

Figura 3.04A: Fotografia evidenciando a foliação do talco xisto no ponto 19 no município de Furquim.

A

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Figura 3.04B: Fotomicrografia da lâmina PF/TV-44/20 (ponto 20) mostrando a foliação crenulada,

definida por talco (Tlc), e cristais de tremolita (Tr) e de carbonato (lateral superior da foto). LPX.

Figura 3.04C: Fotomicrografia da lâmina BBL-0140-46 (ponto 93) mostrando a antofilita (Ath) sob a

forma porfiroblástica com substituição parcial por talco (Tlc). LPP.

Figura 3.04D: Fotomicrografia da lâmina FQ-15-16 (ponto 111) mostrando calcopirita (Ccp), pentlandita

(Pn) e pirrotita (Po) associadas no talco xisto (Luz refletida) e a imagem de elétrons retroespalhados.

Esteatitos

Os esteatitos descritos ocorrem próximos dos municípios de Cachoeira do Brumado,

Padre Viegas, Furquim, Catas Altas e Alvinópolis. De acordo com o mapa fornecido por

Baltazar & Raposo (1993), esses litotipos representam o Supergrupo Rio das Velhas.

D

B C

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Em termos macroscópicos, foi possível observar diversas piritas centimétricas e

ausência de foliações nos esteatitos.

A partir da análise petrológica, observou-se que os esteatitos apresentam uma textura

decussada, definida pelos agregados de talco, e granulação fina. O talco é o mineral dominante

nos esteatitos, podendo atingir até 100% da composição mineralógica da rocha (e.g. lâmina 6b).

Além desse mineral, de maneira subordinada, observaram-se cristais de clorita, antofilita e

clinoanfibólios. Minerais acessórios como rutilo, apatita e opacos foram também observados.

Verifica-se antofilita apenas na lâmina FQ-5-1a e clinoanfibólios nas lâminas PF/TV-24/7, FQ-

12-86 e 16b. A tabela 3.05 mostra a composição mineralógica mínima, máxima e média obtida

nos esteatitos.

Tabela 3.05: Composição mineralógica encontrada nos esteatitos.

Minerais %Min. %Máx. %Méd.

Talco 75,00 100,00 82,50

Cloritas 0,00 20,00 10,50

Opacos 0,00 10,00 4,40

Clinoanfibólios 0,00 5,00 1,10

Antofilita 0,00 10,00 1,00

Rutilo 0,00 1,00 <1

Apatita 0,00 <1 <1

O talco ocorre como finas palhetas incolores, que não exibem uma orientação

preferencial.

As cloritas identificadas são Mg-clorita e Mg-Fe-clorita, pois aparecem,

respectivamente, sob a forma de cristais incolores, que apresentam cor de interferência cinza e

l(-), e ainda sob a forma de cristais esverdeados, que por sua vez apresentam cor de interferência

anômala acastanhada e l(-).

Os clinoanfibólios possuem formas aciculares e/ou prismáticas, coloração incolor e

esverdeada e não estão orientados. A granulação varia de fina a média.

A antofilita ocorre como cristais aciculares porfiroblásticos de até 5 mm, são incolores e

evidenciam cores de interferência até o amarelo de 2ª ordem. Os cristais de ortoanfibólio não

possuem uma orientação preferencial.

O rutilo ocorre como finos cristais xenoblásticos. A apatita ocorre sob a forma euédrica,

com granulação fina e predominantemente inclusa em anfibólios.

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Os minerais opacos presentes nos esteatitos são pirita, magnetita e ilmenita. Assim os

opacos variam de idioblásticos (pirita) e xenoblásticos.

Clorita-talco granofels

As melhores exposições dos clorita-talco granofels destacam-se no distrito de Cachoeira

do Brumado e ocorrem, de maneira menos freqüente, nas localidades de Barro Branco,

Furquim, Cláudio Manuel, Catas Altas, Alvinópolis, Diogo de Vasconcelos e Bandeirantes.

Em algumas lâminas, verifica-se que os minerais filossilicatos (talco e clorita) dos

clorita-talco granofels se dispõem aleatoriamente em relação à estrutura, entretanto raramente

foram observadas palhetas que apresentam uma incipiente orientação. Em outras lâminas, em

menor proporção, observou-se uma textura granoblástica poligonizada devido à presença

significante de carbonatos em arranjos poligonizados. A granulação desses litotipos varia de

fina a média. Sua composição é caracterizada por talco, clorita, carbonato, tremolita e antofilita,

e apresenta como minerais acessórios a apatita, rutilo e opacos. Em termos gerais, a tremolita

não está presente nas lâminas delgadas que possuem antofilita. Todavia, análises de

microssonda eletrônica confirmaram a presença de pseudomorfose total e parcial em cristais de

tremolita e antofilita na lâmina delgada AV-22-105 (figura 3.05). A tabela 3.06 mostra as

composições mineralógicas mínimas, máximas e médias encontradas nos clorita-talco granofels.

Tabela 3.06: Composição mineralógica encontrada nos clorita-talco granofels.

Minerais %Min. %Máx. %Méd.

Talco 40,00 60,00 49,43

Cloritas 14,00 30,00 22,43

Carbonato 0,00 35,00 17,38

Opacos 1,00 10,00 5,14

Tremolita 0,00 30,00 4,24

Antofilita 0,00 15,00 1,28

Rutilo 0,00 2,00 <1

Apatita 0,00 <1 <1

Conforme mostrado na tabela logo acima, o talco é o mineral mais abundante dessa

rocha. Além do habitus subidioblástico dos cristais que ocorrem em escamas tabulares, a

birrefringência muito alta permite que o talco seja distinguido por suas cores de interferência

vivas de 3ª ordem. Esse mineral não possui orientação ao longo de uma determinada direção.

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Assim como as cloritas presentes nos esteatitos, as cloritas observadas nos clorita-talco

granofels são Mg-clorita e Mg-Fe-clorita. Esses minerais são representados por cristais

comumente tabulares e inequigranulares, que por vezes ocorrem como porfiroblastos de até 3,5

mm. Foi possível observar, em pouquíssimas lâminas, uma incipiente orientação das cloritas.

O carbonato é representado por cristais de granulação fina a grossa, podendo alcançar

tamanho de até 5 mm. Apresentam-se como cristais xenoblásticos, que se dispõem, não

raramente, segundo um arranjo poligonizado e também como cristais idioblásticos a

subidioblásticos isolados. Em grande parte, esses minerais ocorrem como poiquiloblastos,

apresentando constantes inclusões de opacos, talco e clorita. Encontram-se parcialmente

alterados, oxidados principalmente nas bordas dos cristais, gerando assim aspecto turvo.

A tremolita é relativamente abundante em algumas lâminas. Muitas vezes, seus cristais

encontram-se substituídos, total ou parcialmente, por talco. Correspondem comumente a cristais

incolores, com seções prismáticas, aciculares e por vezes losangulares (seções basais).

Apresenta ângulo de extinção em torno de 15 - 20º em relação às faces das seções mais

alongadas. Constitui granulação fina a média, com tamanho dos cristais de até 3 mm.

A antofilita, mineral de menor expressão em volume, aparece como cristais incolores

aciculares.

O rutilo ocorre como cristais xenoblásticos. A apatita encontra-se inclusa em tremolita,

sob a forma idioblástica com granulação fina.

Os minerais opacos são inequigranulares, com granulação que varia de fina a grossa, e

às vezes alinham-se nas fraturas. De formas comumente anédricas e subédricas, e raramente

euédricas, os opacos encontram-se alterados.

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0,185 mm

0,185 mm

Tr

Ath

Ath

Tr

Ath

Tr

Figura 3.05: Fotomicrografia da lâmina AV-22-105 (ponto 87) mostrando os cristais de anfibólios

analisados por microssonda eletrônica (LPP e Luz refletida), e imagens de elétrons retroespalhados dos

mesmos cristais de anfibólios, no entanto evidenciando a presença de pseudomorfose total e parcial de

tremolita (Tr), porção escura, e antofilita (Ath), porção clara.

Clorititos

Os clorititos estudados afloram entre os municípios de Catas Altas/Alvinópolis e nas

proximidades de Cachoeira do Brumado, Bandeirantes, Acaiaca e Diogo de Vasconcelos. Esse

litotipo apresenta cor verde e é composto essencialmente ou unicamente por clorita (75 a 100%

em volume), por esta razão denominou-se cloritito.

Em termos microestruturais, alguns litotipos encontram-se ora foliados, definindo uma

textura lepidoblástica e ora não foliados, definindo uma textura decussada. Os clorititos

possuem composição modal predominante de clorita, e secundariamente de talco, carbonato,

apatita, rutilo e minerais opacos. A tabela 3.07 evidencia a composição média, mínima e

máxima dos clorititos.

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Tabela 3.07: Composição mineralógica encontrada nos clorititos.

Minerais %Min. %Máx. %Méd.

Cloritas 72,00 100,00 83,20

Talco 0,00 25,00 9,70

Carbonato 0,00 10,00 4,00

Opacos 0,00 7,00 3,10

Apatita 0,00 1,00 <1

Rutilo 0,00 1,00 <1

As cloritas identificadas são Mg-clorita e Mg-Fe-clorita. Esses minerais encontram-se

predominantemente como cristais tabulares finos e, menos freqüente, como cristais médios.

Juntamente com o talco, em algumas amostras, não possuem orientação preferencial e em outras

estão orientados ao longo de uma determinada direção.

Os cristais de talco ocorrem de maneira variada nas lâminas descritas. Podem ser

encontrados com granulação fina em algumas lâminas, e como porfiroblastos de tamanhos

médios em outras (figuras 3.06A e 3.06B).

O carbonato, quando presente em lâmina delgada (e.g lâminas 4b, P-02b e 15b),

apresenta frequentemente textura porfiroblástica, chegando a atingir 3 mm de dimensão. É

inequigranular, com granulação variando de fina a média. Por vezes, encontram-se turvos

devido à alteração.

A apatita ocorre associada à clorita, destacando o seu relevo alto. Seus cristais possuem

granulação fina. O rutilo ocorre como cristais xenoblásticos.

Os opacos ocorrem como cristais idioblásticos a xenoblásticos, de tamanhos finos a

médios. Podem ser encontrados inclusos em carbonatos e associados à clorita.

Figura 3.06A: Fotomicrografia da lâmina delgada polida 15b (ponto 38) evidenciando uma matriz de

clorita (Chl), porfiroblastos de talco (Tlc) e apatita (Ap). LPP.

0,338 mm

Tlc Chl

Ap

0,338 mm

Tlc Chl

Ap

A B

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Figura 3.06B: Fotomicrografia da lâmina delgada polida 15b (ponto 38) evidenciando uma matriz de

clorita (Chl), porfiroblastos de talco (Tlc) e apatita (Ap). LPX.

Tremolititos

Os tremolititos foram encontrados unicamente nos arredores do município de Furquim e

são representados pelas lâminas FQ-5-2 e FQ-07-136. Esses litotipos são compostos

essencialmente por tremolita (80 a 95% em volume), e quantidades menores de talco, clorita e

minerais opacos. A xistosidade da rocha é definida pela orientação dos anfibólios.

Em análise microscópica observaram-se cristais anédricos até euédricos, de granulação

fina a grossa, arranjados em uma trama nematoblástica. A tabela 3.08 mostra as composições

mineralógicas mínimas, máximas e médias encontradas nos tremolititos.

Tabela 3.08: Composição mineralógica encontrada nos tremolititos.

Minerais %Min. %Máx. %Méd.

Tremolita 80,00 95,00 87,50

Talco 5,00 10,00 7,50

Opacos 0,00 10,00 5,00

Mg-clorita 0,00 <1 <1

Os cristais de tremolita podem perfazer de 80 a 95% desses litotipos e ocorrem como

cristais incolores a levemente esverdeados. Frequentemente encontram-se prismáticos

alongados subidioblásticos. São inequigranulares, com granulação variando de fina a grossa, e

não raro possuem maclas simples. Devido a poucas clivagens evidentes, os ângulos de extinção

foram medidos em relação ás faces das seções do eixo mais alongado de algumas seções,

encontrando-se uma variação de 10 a 30º nos ângulos. Possuem uma leve orientação

preferencial.

O talco ocorre como cristais finos incolores e tabulares na porção entre anfibólios.

Os opacos são xenoblásticos, com granulação fina. Mais raro nesses termos, a clorita

identificada é a Mg-clorita pois aparece sob a forma de cristais incolores que apresentam cor de

interferência cinza e l(-).

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Biotita-tremolita granofels

O biotita-tremolita granofels aflora nas proximidades do município de Mariana, entre os

rios Gualaxo do Norte e Gualaxo do Sul (ver figura 3.01 ponto 110). Macroscopicamente,

observou-se que a rocha possui uma coloração verde acinzentada e não se encontra foliada.

Em termos microestruturais, nota-se uma textura inequigranular, composta por minerais

de 0,4 a 5 mm de tamanho. É composto por tremolita, biotita, clorita e minerais opacos. A

tabela 3.09 mostra a composição mineralógica do biotita-tremolita granofels (e.g lâmina FQ-13-

103).

Tabela 3.09: Composição mineralógica do biotita-tremolita granofels.

Minerais % Modal

Tremolita 50,00

Biotita 30,00

Mg-Fe-clorita 15,00

Opacos 5,00

Os cristais incolores, prismáticos ou losangulares de tremolita dispõem-se

aleatoriamente vindo a formar, juntamente com a biotita e clorita, a textura decussada a

granoblástica da rocha. Ocorrem sob a forma de cristais idioblásticos, de granulação fina a

grossa, com cristais que chegam até 5 mm de tamanho. O ângulo de extinção está em torno de

15º e, com freqüência, são observadas maclas simples.

A biotita ocorre entre os cristais de tremolita, associados à clorita. Encontra-se

parcialmente substituída por clorita.

A Mg-Fe-clorita está presente sob a forma de cristais tabulares subidioblásticos, de

granulação fina a média. Aparece levemente esverdeada e apresenta cores de interferência

anômala acastanhada.

Os minerais opacos ocorrem sob a forma xenoblástica a subidioblástica, de granulação

fina a média.

Clorita-hornblenda granofels

Os clorita-hornblenda granofels ocorrem na porção central da área de estudo, a cerca de

1Km do município de Furquim, a direita do Córrego Lameiro, nas proximidades da Fazenda dos

Coelhos. Esses litotipos marcam o limite do Complexo Santo Antônio do Pirapetinga da base do

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Supergrupo Rio das Velhas.

Nesta área observaram-se também talco xistos e quartzitos, no entanto não possuem

contatos diretos com as rochas em questão. As amostras classificadas como clorita-hornblenda

granofels caracterizam-se por serem rochas verdes escuras, devido à quantidade dominante de

hornblenda, densas e homogêneas, no qual são representadas por duas lâminas (PF/TV-34/16 e

PF/TV-35/16) de um mesmo ponto (ponto 16).

Em lâminas delgadas observam-se que os clorita-hornblenda granofels possuem texturas

que variam de granoblástica a decussada, com granulação fina a média. Além da hornblenda,

podem portar quantidades menores clorita, carbonato, talco e minerais opacos. A tabela 3.10

evidencia a composição média, mínima e máxima dos clorita-hornblenda granofels.

Tabela 3.10: Composição mineralógica dos clorita-hornblenda granofels.

Minerais %Min. %Máx. %Méd.

Hornblenda 80,00 90,00 85,00

Mg-clorita 5,00 6,00 5,50

Carbonato 5,00 5,00 5,00

Talco 0,00 8,00 4,00

Plagioclásio 0,00 2,00 <1

Opacos <1 1,00 <1

A hornblenda perfaz até 90% em volume modal desses litotipos, apresentando-se como

cristais xenoblásticos a prismáticos. De modo geral, os cristais de hornblenda possuem

granulação que varia de fina a média. Notadamente caracteriza-se pelo pleocroísmo incolor -

verde azulado - verde oliva, e presença de clivagens que formam ângulos de 54º. O ângulo de

extinção medido em relação ao traço da clivagem compreende um valor entre 15 a 20º e a

birrefringência chega ao início da 2ª ordem.

As cloritas ocorrem como cristais esverdeados, com cor de interferência cinza normal.

Estão comumente preenchendo fraturas presentes em anfibólios e não possuem uma orientação

preferencial.

Os carbonatos ocorrem como cristais anédricos finos, intercristalinos, destacando-se

pela anisotropia de relevo e a extrema birrefringência de ordem superior.

Mais raro nesses termos, o talco é o produto da alteração da hornblenda nas porções

mais fraturas e alteradas desta. Os plagioclásios apresentam-se sob a forma de finos cristais

xenoblásticos na lâmina PF/TV-35/16. Os minerais opacos variam de euédricos a anédricos.

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Tremolita xistos

Os tremolita xistos foram encontrados nos municípios de Catas Altas/Alvinópolis,

Furquim e Cachoeira do Brumado. De ocorrência pouco freqüente, esses litotipos são

representados por três lâminas descritas no presente trabalho, a saber: FS-203A, FQ-09-67C e

FQ-13-71.

Em termos macroscópicos, os tipos encontrados são rochas de coloração cinza

esverdeada, compostos por agulhas de anfibólios e clorita, de granulação fina a média.

Em lâminas delgadas, os tremolita xistos possuem granulação fina a média,

caracterizados por textura inequigranular nematoblástica a lepidoblástica. Sua composição é

caracterizada por tremolita, clorita, talco e carbonato e apresenta como minerais acessórios o

rutilo e opacos. A tabela 3.11 evidencia a composição média, mínima e máxima dos tremolita

xistos.

Tabela 3.11: Composição mineralógica dos tremolita xistos.

Minerais %Min. %Máx. %Méd.

Tremolita 30,00 45,00 36,67

Clorita 15,00 45,00 34,33

Talco 10,00 20,00 16,00

Carbonato 0,00 20,00 7,67

Opacos 2,00 10,00 4,67

Rutilo 0,00 2,00 <1

A tremolita ocorre sob a forma de cristais prismáticos, losangulares e aciculares, de

granulação fina e média, que se caracteriza pela birrefringência predominantemente moderada, e

por vezes inclusa em cloritas. As seções do mineral são incolores ou fracamente pleocróicas.

A clorita encontra-se, de modo geral, como cristais lamelares inequigranulares, ora

como finos cristais e ora como médios cristais porfiroblásticos de até 4mm. Possuem maclas

polissintéticas e cores de interferência cinza normal (Mg-clorita) e anômala acastanhada (Mg-

Fe-clorita).

O talco ocorre como finas palhetas incolores, exibindo uma orientação preferencial.Os

cristais de carbonato ocorrem sob a forma de agregados granulares anédricos. Os minerais

opacos ocorrem frequentemente inclusos nas tremolitas e nos carbonatos, na foram de cristais

euédricos a subédricos. O rutilo ocorre como cristais xenoblásticos.

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3.2.3 - Black Wall e Gnaisses Associados

Observou-se uma jazida de esteatito no distrito de Cachoeira do Brumado, à margem

esquerda do Rio Gualaxo do Sul, onde a encaixante local é representada por biotita-anfibólio

gnaisse. A jazida expõe xenólitos métricos de anfibólio gnaisse, envolvidos por biotita, clorita e

anfibólios centimétricos, que provavelmente é o resultado de um processo metassomático entre

a encaixante e a rocha ultramáfica (black wall). A partir de análises microscópicas, essa zona

metassomática foi denominada de clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels.

Clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels (Black Wall)

Em lâmina delgada observa-se no Black Wall uma granulação fina a grossa, com textura

decussada. Os minerais dominantes na rocha são clinoanfibólios (50% em volume) e biotita

(40% em volume), e subordinadamente, Mg-Fe-clorita (10% em volume). O zircão ocorre em

pouquíssima quantidade na rocha. A tabela 3.12 mostra a composição mineralógica verificada

no clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels.

Tabela 3.12: Composição mineralógica encontrada no clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels.

Minerais % Modal

Clinoanfibólios 50,00

Biotita 40,00

Mg-fe-clorita 10,00

Zircão <1

Os cristais de clinoanfibólios ocorrem como porfiroblastos idioblásticos a

xenoblásticos. Frequentemente estão fraturados, podendo ocorrer como cristais menores e por

vezes possuem maclas simples. No centro de alguns cristais é possível observar uma coloração

esverdeada, no qual análises de microscopia eletrônica confirmaram a presença de hornblenda.

Já a borda, é incolor sendo a tremolita o clinoanfibólio identificado.

A biotita constitui agregados de palhetas que não exibem uma orientação preferencial,

possui inclusões de zircões e se associam à clorita.

A clorita ocorre sob a forma de cristais incolores a esverdeados que, assim como a

biotita, não exibem uma orientação preferencial. O zircão ocorre como pequenos cristais

prismáticos curto, inclusos em hornblenda e biotita.

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Anfibólio gnaisse (Xenólito)

O anfibólio gnaisse encontra-se por vezes com bandamentos centimétricos. É comum a

presença de veios de quartzo, algumas vezes boudinados, discordantes do bandamento gnáissico

ou se dispondo paralelamente a ele.

Figura 3.07: Fotografia que evidencia o xenólito de gnaisse em esteatito no ponto 5, na Pedreira em

atividade no distrito de Cachoeira do Brumado.

Em lâmina delgada observa-se no xenólito uma granulação fina a média e textura

granoblástica. É constituído dominantemente por plagioclásio e quartzo, e em menor

quantidade, clinoanfibólios (7% em volume). Além desses minerais, possuem carbonato, rutilo,

sericita, biotita, clinozoisita e zircão. A tabela 3.13 mostra a composição mineralógica

verificada no xenólito gnáissico (e.g lâmina PF-09-09-3). Uma particularidade é que as análises

de microssonda eletrônica mostraram que os clinoanfibólios presentes na rocha são actinolita e

mg-hornblenda.

Tabela 3.13: Composição mineralógica encontrada no xenólito de anfibólio gnaisse.

Minerais % Modal

Plagioclásio 50,00

Quartzo 40,00

Clinoanfibólios 7,00

Carbonato 2,00

Sericita 1,00

Biotita <1

Zircão <1

Clinozoisita <1

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O plagioclásio caracteriza-se por cristais incolores, xenoblásticos finos a médios, que se

justapõem por meio de contatos interlobados. Não raro exibe maclas polissintéticas e

zoneamento. Alguns cristais possuem alterações parciais para sericita e/ou epidoto.

O quartzo ocorre como cristais xenoblásticos finos a médios, e dispõe-se, com

frequência, segundo arranjo monominerálico com contatos intergranulares poligonizados.

Alguns cristais apresentam extinção ondulante e por vezes estão inclusos em clinoanfibólios.

Os clinoanfibólios ocorrem sob a forma de cristais subidioblásticos, ora aciculares ora

prismáticos, com granulação variando de fina a média. A maior parte dos cristais identificados é

actinolita, exibindo pleocroísmo incolor a verde claro. Raramente apresentam cristais de

hornblenda que exibem pleocroísmo de verde azulado a verde escuro. Alguns cristais possuem

inclusões de quartzo e zircão.

O carbonato ocorre subordinadamente na rocha, incluso em plagioclásios e em

clinoanfibólios. A sericita ocorre como pequenos cristais subidioblásticos, resultantes da

alteração dos plagioclásios. A biotita caracteriza-se por finas palhetas, em pouquíssima

quantidade. Os cristais de zircão ocorrem sob duas formas: prismático longo e granular

anédrico. A clinozoisita apresenta-se com a característica cor anômala azul anil, idioblástica e

associa-se ao plagioclásio.

Biotita-hornblenda gnaisse (Gnaisse encaixante)

O biotita-hornblenda gnaisse encontra-se mais alterado do que o anfibólio gnaisse

(xenólito). Apresenta composição trondhjemítica e exibe um pronunciado bandamento

composicional milimétrico a métrico. A orientação da biotita e da hornblenda definem a

foliação gnáissica.

Em lâmina delgada, observaram-se cristais arranjados em trama granolepidoblástica a

granonematoblástica, com granulação de fina a média. Pode-se observar, até em escala

microscópica, a intercalação de níveis félsicos (quartzo-feldspático) e máficos (biotita e

hornblenda). São constituídos principalmente de plagioclásio (30% em volume), hornblenda

(30% em volume), quartzo (20% em volume) e em quantidade menor de biotita. Além desses

minerais, contêm sericita, rutilo, carbonato, opacos, epidoto, mg-clorita, apatita e zircão. A

tabela 3.14 mostra a composição mineralógica verificada na biotita-hornblenda gnaisse (e.g.

lâmina PF/TV-15/7).

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Tabela 3.14: Composição mineralógica encontrada no biotita-hornblenda gnaisse.

Minerais % Modal

Plagioclásio 30,00

Hornblenda 30,00

Quartzo 20,00

Biotita 10,00

Sericita 3,00

Rutilo 3,00

Carbonato 2,00

Opacos 2,00

Epidoto <1

Mg-clorita <1

Apatita <1

Zircão <1

Os cristais de plagioclásio apresentam-se predominantemente xenoblásticos, de

granulação média e por vezes fraturados. Ocorre como cristais incolores, às vezes turvos, devido

à alteração intempérica. De modo geral, os cristais estão parcialmente substituídos por sericita

e/ou epidoto e frequentemente possuem maclas polissintéticas preservadas. Alguns cristais

possuem zonamento composicional.

A hornblenda apresenta-se sob a forma subidioblástica e alongada, formando uma

textura nematoblástica na rocha. Apresenta granulação que varia de fina a média, sendo que os

cristais médios representam os maiores cristais da rocha. Exibe pleocroísmo em matizes verde

azulado – amarelo acastanhado – verde oliva. Frequentemente possui halos pleocróicos,

originados por pequenos cristais de zircão, e inclusões de apatita, quartzo, zircão e opacos.

Associa-se à biotita e não raro encontram-se fraturados.

O quartzo ocorre como cristais xenoblásticos, de granulação fina a média, que

apresentam contatos que variam de serrilhados a poligonais. Alguns cristais possuem extinção

ondulante.

A biotita possui uma orientação preferencial e é relativamente abundante na rocha.

Mostra-se tabular, subidioblástica, com pleocroísmo em tons de castanho claro a amarelo e

comumente contém halos pleocróicos resultantes da inclusão de pequenos cristais de zircão.

Encontra-se parcialmente substituída por clorita e constitui, juntamente com a hornblenda, o

bandamento máfico da lâmina.

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49

Os cristais de sericita ocorrem como pequenos cristais subidioblásticos substituindo

parcialmente os plagioclásios, às vezes preenchendo fraturas. O rutilo mostra-se em cristais

xenoblásticos. O carbonato ocorre de forma idioblástica e subidioblástica, crescido em

plagioclásio. Os opacos ocorrem como cristais xenoblásticos. O epidoto ocorre como pequenos

cristais de cor de polarização amarela e substituindo parcialmente os plagioclásios

(saussuritização). A clorita apresenta-se incolor, de granulação fina e substituindo a biotita. A

apatita mostra-se idioblástica e inclusa na hornblenda. O zircão ocorre na forma de pequenos

cristais inclusos em hornblenda e biotita, gerando halos pleocróicos.

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51

CAPÍTULO 4

QUÍMICA MINERAL

4.1- INTRODUÇÃO

A ênfase do presente capítulo centra-se nos resultados de química mineral obtidos por

microssonda eletrônica de rochas metaultramáficas e dos gnaisses localmente encaixantes. Em

diversos cristais foram analisados pontos situados em centro e borda a fim de verificar a

presença de zonamento e variações composicionais. Dessa forma, o estudo de composição

química foi baseado na análise de 18 lâminas, totalizando 213 pontos em 104 cristais de

diversos minerais presentes nos litotipos da área estudada.

Após a análise de microssonda eletrônica, os resultados de química mineral obtidos dos

cristais de olivina, piroxênio, anfibólio, plagioclásio, clorita, talco, biotita e espinélio foram

tratados e calculados no software Minpet 2.0 (Richard 1995), no qual se obtiveram fórmulas

estruturais calculadas. Já os dados gerados pela análise dos sulfetos foram comparados com as

tabelas de composição química para minerais formadores de rocha compiladas por Deer et al.

1980.

Com exceção dos anfibólios que obtiveram o teor de Fe3+

calculado (sugerido por Leake

et al. 1997), todos os outros minerais analisados, e por vezes fórmulas estruturais calculadas,

apresentaram-se o Fe como Fe2+

. O resultado completo das análises químicas de microssonda

eletrônica é apresentado sistematicamente no Anexo II.

4.2-OLIVINA

Foram analisados ao todo cerca de 9 pontos em cristais de olivina presentes em

metaharzburgitos encontrados no município de Acaiaca, nos quais 3 pontos correspondem à

lâmina BL-07-38a e 6 pontos à PF/TV-25/12. A tabela 4.01 traz a média das análises para cada

lâmina de metaharzburgito.

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Tabela 4.01: Composição química média (% em peso) de olivina em metaharzburgitos.

Amostra SiO2 TiO2 Cr2O3 FeO MnO MgO K2O Total

BL-07-38a*1 39,38 0,01 0,03 13,32 0,08 46,52 0,01 99,34

PF/TV- 25/12*2 38,94 0,01 0,02 13,07 0,09 46,62 0,01 98,76

*1- média de 3 análises de olivina em metaharzburgito;

*2 - média de 6 análises de olivina em

metaharzburgito.

As olivinas possuem relações de FeO/MgO=0,286 para a lâmina BL-07-38a e

FeO/MgO=0,280 para a lâmina PF/TV-25/12. Na tabela 4.02 observam-se as fórmulas

estruturais médias das lâminas em questão. O cálculo da fórmula estrutural foi efetuado na base

de 4 oxigênios.

Tabela 4.02: Fórmulas estruturais médias das olivinas (calculadas com base na análise química média)

em metaharzburgito.

Lâmina Fórmula estrutural média Classificação mineral

BL-07-38a *1

(Mg1,7, Fe0,3)SiO4

Crisólita

PF/TV-25/12 *2

(Mg1,7, Fe0,3)SiO4

Crisólita

Os dados quantitativos de composição química gerados para cada ponto analisado do

cristal de olivina foram plotados no diagrama de classificação (figura 4.01). A olivina ocorre

com teores do membro forsterita que variam entre 86 a 87% e pode ser classificada como

crisólita em todas as análises com pequenas variações composicionais.

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Figura 4.01: Classificação da olivina analisada por microssonda eletrônica em metaharzburgitos (BL-07-

38a e PF/TV-25/12).

4.3-PIROXÊNIOS

Foram selecionadas 5 lâminas, sendo duas de diopsiditos (BL-07-114a e PF/TV-1/2),

uma de actinolitito (BL-07-114C) e duas de metaharzburgitos (BL-07-38a e PF/TV-25/12) para

estudo de química mineral de piroxênios com base na análise de 24 pontos por microssonda

eletrônica.

A tabela 4.03 apresenta a média das análises de piroxênios de cada lâmina analisada e a

tabela 4.04, suas respectivas fórmulas estruturais. Os cátions que compõem as fórmulas

estruturais foram calculados na base de 6 oxigênios.

Tabela 4.03: Composição química média (% em peso) do clinopiroxênio em diopsiditos e ortopiroxênio

em metaharzburgitos.

Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total

BL-07-114A*3 54,92 0,04 0,48 ** 4,60 0,51 15,54 24,03 0,16 0,01 100,28

PF/TV-1/2 *4 55,12 0,07 0,56 ** 2,92 0,38 16,89 24,14 0,07 0,02 100,16

BL-07-114C*5 53,36 0,02 0,55 0,02 5,91 0,64 14,32 24,17 0,20 0,01 99,21

BL-07-38a*6 55,80 0,06 0,88 0,11 9,13 0,11 33,03 0,08 ** 0,01 99,21

PF/TV-25/12*7 55,69 0,04 1,34 0,18 8,49 0,06 33,51 0,14 ** 0,01 99,44

*3 - média de 3 análises de clinopiroxênio (Cpx) em diopsidito; *

4 - média de 11 análises de Cpx em

diopsidito; *5

- média de 5 análises de Cpx em actinolitito; *6 - média de 3 análises de ortopiroxênio

(Opx) em metaharzburgito; *7

- média de 2 análises de Opx em metaharzburgito.

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Tabela 4.04: Fórmulas estruturais dos clino e ortopiroxênios (calculadas com base na análise química

média de 6 oxigênios equivalentes) presentes nos respectivos litotipos.

Lâmina Fórmula estrutural média Mineral Rocha

BL-07-114A *3

Ca0,95 (Mg0,85, Fe0,13)Si2O6

Diopsídio

Diopsidito

PF/TV-1/2 *4

Ca0,94(Mg0,92, Fe0,06)Si2O6

Diopsídio

Diopsidito

BL-07-114C *5

Ca0,97(Mg0,80,Fe0,18)Si2O6

Diopsídio

Actinolitito

BL-07-38a *6

(Mg1,73, Fe0,27)Si1,97Al0,03O6

Enstatita

Metaharzburgito

PF/TV-25/12*7

( Mg1,74, Fe0,25)Si1,94Al 0,06O6

Enstatita

Metaharzburgito

As figuras 4.02A e B mostram os gráficos de classificação dos clino e ortopiroxênios,

respectivamente. Conforme a figura abaixo, o clinopiroxênio situa-se inteiramente no campo do

diopsídio. O ortopiroxênio presente nos metaharzburgitos é bastante magnesiano, caracterizado

por enstatita entre 86 e 88%. As seções analisadas dos piroxênios, assim como relatado no

capítulo anterior, correspondem a cristais pós-cúmulos.

Os end members no diopsídio são de: En39,9: Fs4,1: Wo45,5 a En49,6: Fs10,6:

Wo49,9; e na enstatita é de En86,07: Fs12,1 a En87,7: Fs13,7.

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Figura 4.02A: Classificação dos clinopiroxênios analisados por microssonda eletrônica em diopsiditos

(BL-07-114A e PF/TV-1/2) e actinolitito (BL-07-114C).

Figura 4.02B: Classificação dos ortopiroxênios analisados por microssonda eletrônica em

metaharzburgitos (BL-07-38a e PF/TV-25/12).

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4.4-ANFIBÓLIOS

Os anfibólios ocorrem em grande parte das rochas metaultramáficas de baixo grau, nos

metaharzburgitos, diopsiditos, actinolititos, metaortopiroxênio hornblendito e gnaisses. Para o

estudo de química mineral dos anfibólios foram analisados por microssonda eletrônica um total

de 78 pontos em 14 lâminas.

Baseado na tabela de composição química média, mínima e máxima (tabela 4.05) e

principalmente, nos diagramas químicos quantitativos (figuras 4.03A e B e figura 4.04) gerados

para cada ponto analisado da seção mineral, foram identificados clino e ortoanfibólios, a saber:

antofilita (Ath), actinolita (Act), tremolita (Tr), mg-hornblenda (Mhb) e magnésio-

cummingtonita.

Tabela 4.05: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) dos orto e clinoanfibólios nos

litotipos estudados.

BL-07-38ª PF/TV-25/12 BL-07-114C BL-07-114ª

Ath Ath Act Act

Min. Max Média*8 Min. Max Média*9 Min. Max Média*10 Min. Max Média*11

SiO2 57,65 58,46 57,96 58,00 59,23 58,77 55,11 55,47 55,25 53,71 55,27 54,49

TiO2 0,00 0,03 0,01 0,00 0,01 0,00 0,03 0,06 0,04 0,09 0,16 0,12

Al2O3 0,03 0,10 0,07 0,05 0,08 0,07 2,14 2,27 2,23 2,55 4,25 3,40

Cr2O3 0,01 0,10 0,06 0,01 0,05 0,04 0,00 0,01 0,01 ** ** 0,00

FeO 8,62 9,08 8,79 8,77 9,00 8,92 8,55 8,96 8,82 8,84 9,49 9,17

MnO 0,11 0,17 0,14 0,13 0,15 0,14 0,43 0,56 0,49 0,40 0,47 0,40

MgO 28,59 29,13 28,87 29,17 29,60 29,47 18,09 18,44 18,25 17,31 17,95 17,63

NiO ** ** 0,00 ** ** 0,00 ** ** 0,00 ** ** 0,00

CaO 0,24 0,25 0,24 0,21 0,27 0,25 12,40 12,49 12,46 12,16 12,39 12,27

Na2O ** ** 0,00 ** ** 0,00 ** ** ** 0,26 0,40 0,33

K2O 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12 0,14 0,13 0,19 0,32 0,25

Total ** ** 96,14 ** ** 97,64 ** ** 97,68 ** ** 98,09

F ** ** 0,00 ** ** 0,00 ** ** 0,00 ** ** 0,00

Continuação. *8

- média de 3 análises de Ath em metaharzburgito; *9

- média de 4 análises de Ath em

metaharzburgito; *10

- média de 3 análises de Act em actinolitito; *11

- média de 2 análises de Act em

diopsidito.

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PF/TV-1/2 BL-02-102B PF/TV-35/16

Mhb Mhb Mhb

Min. Max Média*12 Min. Max Média*13 Min. Max Média*14

SiO2 51,92 52,41 52,11 51,96 53,82 53,04 49,32 50,14 49,60

TiO2 0,22 0,27 0,24 0,14 0,23 0,16 0,27 0,3 0,29

Al2O3 5,12 5,61 5,42 4,69 6,28 5,24 7,39 8,04 7,77

Cr2O3 0,00 0,02 0,01 0,24 0,42 0,34 0,1 0,14 0,12

FeO 5,14 5,27 5,19 6,11 6,75 6,44 8,39 9 8,74

MnO 0,29 0,31 0,30 0,17 0,22 0,2 0,12 0,16 0,14

MgO 19,43 19,63 19,53 18,69 19,68 19,31 16,85 17,49 17,05

NiO 0,00 0,07 0,03 ** ** ** ** ** **

CaO 13,01 13,31 13,16 11,10 11,47 11,34 11,77 11,97 11,86

Na2O 0,72 0,81 0,78 ** ** ** ** ** **

K2O 0,30 0,33 0,31 0,02 0,08 0,05 0,08 0,1 0,08

Total ** ** 97,40 ** ** 96,14 ** ** 95,65

F 0,07 0,44 0,30 ** ** ** ** ** **

Continuação. *12

- média de 3 de Mhb em diopsidito; *13

- média de 8 análises de Mhb em

metaortopiroxênio hornblendito; *14

- média de 5 análises de Mhb em clorita-hornblenda granofels.

PF/TV-37/16 PF/TV-44/20 FQ-13-103

Mg-cummingtonita

(centro)

Mg-cummingtonita

(borda) Tr Tr

1 análise Min. Max Média*15 Min. Max Média*16 Min. Max Média*17

SiO2 55,89 57,48 58,04 57,83 57,06 57,8 57,40 56,34 56,96 56,68

TiO2 0,01 0,01 0,04 0,03 0,02 0,05 0,04 0,02 0,07 0,04

Al2O3 0,72 0,84 1,08 0,94 0,19 0,27 0,22 1,08 1,47 1,23

Cr2O3 0,12 0,13 0,24 0,18 0,05 0,11 0,08 0,24 0,39 0,33

FeO 14,9 10,07 10,97 10,63 3,14 3,35 3,28 3,37 4,20 3,81

MnO 0,62 0,32 0,48 0,39 0,1 0,16 0,12 0,07 0,16 0,11

MgO 23,64 25,30 25,98 25,6 22,75 22,83 22,79 22,09 22,67 22,40

NiO 0,00 ** ** ** ** ** ** 0,09 0,16 0,13

CaO 0,99 0,51 0,68 0,58 12,77 12,83 12,8 12,25 12,73 12,48

Na2O 0,00 ** ** 0,00 ** ** 0,00 0,23 0,36 0,30

K2O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,04 0,03

Total 96,89 ** ** 96,18 ** ** 96,82 ** ** 97,58

F 0,00 ** ** ** ** ** ** 0,00 0,15 0,06

Continuação. *15

média de 4 análises da borda de Mg-cummingtonita em talco xisto; *16

- média de 3

análises de Tr em talco xisto; *17

- média de 11 análises de Tr em biotita-tremolita granofels.

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AV-22-105 PF-09-09-2

Tr Ath Mhb (centro) Tr (borda)

Min. Max Média*18 Min. Max Média*18 Min. Max Média*19 Min. Max Média*19

SiO2 56,24 57,44 57,05 57,12 58,05 57,63 50,24 51,18 50,81 54,99 56,81 55,48

TiO2 0,02 0,08 0,05 0,00 0,01 0,01 0,15 0,19 0,17 0,00 0,06 0,03

Al2O3 0,60 0,81 0,71 0,07 0,09 0,08 6,88 8,37 7,51 1,39 4,05 2,99

Cr2O3 0,03 0,16 0,11 0,01 0,03 0,02 0,09 0,25 0,20 0,12 0,18 0,15

FeO 2,97 3,49 3,16 11,41 13,16 12,14 6,60 7,21 6,89 4,23 4,96 4,74

MnO 0,07 0,10 0,09 0,25 0,44 0,36 0,18 0,21 0,19 0,16 0,19 0,18

MgO 22,86 23,20 23,02 26,15 27,29 26,75 17,55 18,59 18,22 20,47 21,55 20,99

NiO 0,05 0,12 0,09 0,03 0,13 0,08 ** ** ** ** ** **

CaO 12,40 12,76 12,59 0,49 0,62 0,57 11,72 12,11 11,94 12,69 13,19 13,00

Na2O 0,12 0,23 0,17 0,01 0,04 0,02 ** ** 0,00 ** ** 0,00

K2O 0,01 0,03 0,02 0,00 0,01 0,01 0,07 0,11 0,09 0,02 0,05 0,03

Total ** ** 97,05 ** ** 97,57 ** ** 96,02 ** ** 97,60

F 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 ** ** ** ** ** **

Continuação. *18

- média de 4 análises de Tr e 4 de Ath em clorita-talco granofels; *19

- média de 5

análises de Mhb e 5 de Tr em clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels.

PF/TV-15/7 PF-09-09-3

Mhb Act Mhb

Min. Max Média*20 Min. Max Média*21 Min. Max Média*21

SiO2 44,91 50,13 47,12 53,75 54,35 54,05 51,15 51,81 51,47

TiO2 0,38 0,54 0,46 0,21 0,21 0,21 0,26 0,31 0,29

Al2O3 8,65 13,34 11,29 3,97 4,74 4,36 7,69 7,92 7,83

Cr2O3 ** ** ** ** ** ** ** ** **

FeO 9,81 12,08 11,28 7,81 8,25 8,03 9,11 9,19 9,15

MnO 0,17 0,25 0,21 0,15 0,22 0,19 0,20 0,23 0,21

MgO 12,84 16,39 14,33 17,95 18,17 18,06 16,83 17,39 17,09

CaO 10,53 10,77 10,63 12,09 12,13 12,11 10,60 10,92 10,74

Na2O 1,40 2,05 1,75 0,60 0,69 0,65 1,15 1,19 1,17

K2O 0,08 0,26 0,18 0,04 0,07 0,06 0,06 0,10 0,08

Total ** ** 97,23 ** ** 97,10 ** ** 98,03

*20 - média de 6 análises de Mhb no xenólito gnáissico;

*21 - média de 2 análises de Act e 6 análises de

Mhb no gnaisse encaixante.

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A tabela 4.06 evidencia a fórmula estrutural média para cada anfibólio identificado nas

lâminas analisadas, calculada com base anidra em 23 oxigênios. O cálculo da fórmula estrutural

seguiu as sugestões de Leake et al. (1997), onde os anfibólios tiveram o teor de Fe3+

calculado.

Foram utilizadas as normalizações na base de 15-NK ((Si+Al+Cr+Ti+Zr+Li+Fe+Mg+Mn+Ca)=15)

e 13CNK ((Si+Al+Cr+Ti+Zr+Li+Fe+Mg+Mn)=13) para o cálculo dos anfibólios cálcicos. Para os

anfibólios não-cálcicos o Fe2+

foi considerado ferro total.

Tabela 4.06: Fórmulas estruturais médias dos clino e ortoanfibólios (calculadas com base na análise

química média) presentes nos litotipos estudados.

Lâmina Fórmula estrutural média Mineral Rocha

BL-07-38a*8

(Mg5,95, Fe1,0)Si8O22(OH)2 Ath

Metaharzburgito

PF/TV-25/12*9

(Mg6,0, Fe1,0)Si8O22(OH)2 Ath Metaharzburgito

BL-07-114C*10

Ca1,9(Mg3,9,Fe0,7)(Fe3+

)0,3Si7,8, Al0,2O22(OH)2

Act

Actinolitito

BL-07-114A*11

Na0,05Ca1,9(Mg3,7, Fe0,9)(Fe3+

)0,2

Si7,7, Al0,3O22(OH)2

Act

Diopsidito

PF/TV-1/2 *12

Ca1,98(Mg4,2, Fe0,45)Si7,49, Al0,51O22(OH)2 Mhb

Diopsidito

BL-02-102B*13

Ca1,7(Mg4,03, Fe 2+

0,36 )(Al0,3, Fe

3+0,4)

Si7,42Al0,58O22(OH)2

Mhb

Metaortopiro-

xênio

hornblendito

PF/TV-35/16*14

Ca1,82(Mg3,62, Fe 2+

0,36)

(Al0,37, Fe3+

0,68)Si7,06Al0,94 O22(OH)2

Mhb

Clorita-

hornblenda

granofels

PF/TV-37/16*15

(Mg5, Fe2+

1,8, Mn0,1)Si8O22(OH)2

Mg-

cummingto-

nita (centro)

Mg-

cummingto-

nita (borda)

Talco xisto

(Mg5,31, Fe2+

1,24, Mn0,05)Si8O22(OH)2

PF/TV-44/20*16

Ca1,9(Mg4,7, Fe

2+0,2)Si7,9O22(OH)2 Tr

Talco xisto

FQ-13-103*17

Na0,1Ca1,85(Mg4,6, Fe2+

0,22)Si7,8Al0,2O22(OH)2 Tr

Biotita-tremolita

granofels

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AV-22-105*18

Na0,05Ca1,9(Mg4,72, Fe2+

0,06)Si7,8Al0,1O22(OH)2

Tr

Ath

Clorita-talco

granofels

(Mg5,5, Fe

2+1,4)Si8O22(OH)2

PF/TV-15/7*20

Na0,3Ca1,64(Mg3,1, Fe2+

0,9)(Al0,6,Fe3+

0,4)

Si6,76Al1,24O22(OH)2

Mhb

Gnaisse

(encaixante)

PF-09-09-3*21

Na0,2Ca1,8(Mg3,78, Fe2+

0,77)(Al0,31, Fe3+

0,17)Si7,6Al0,4O22(OH)2

Act

Mhb

Gnaisse

(xenólito)

Na0,3Ca1,7(Mg3,5, Fe2+

0,6)(Al0,5, Fe3+

0,5) Si7,2Al0,8O22(OH)2

PF-09-09-2*19

Ca1,8(Mg3,8, Fe2+

0,3)(Al0,4, Fe3+

0,5) Si7,15Al0,85O22(OH)2 Mhb

(centro)

Tr (borda)

Clorita-biotita-

tremolita-

hornblenda

granofels

(Black Wall)

Ca1,92(Mg4,31, Fe2+

0,28)(Al0,13, Fe3+

0,27)Si7,65Al0,35O22(OH)2

Os diagramas de classificação reformulados por Leake et al. (1997), figuras 4.03A e B e

4.04, mostram a classificação dos anfibólios analisados.

Conforme se observa na figura 4.03A, os ortoanfibólios analisados classificam-se como

antofilita nos metaharzburgitos (BL-07-38ª e PF/TV-25/12) e no clorita-talco granofels (AV-22-

105). Nos metaharzburgitos ocorre substituindo o ortopiroxênio.

Figura 4.03A: Classificação dos ortoanfibólios em metaharzburgito (BL-07-38a e PF/TV-25/12) e em

clorita-talco granofels (AV-22-105) analisados por microssonda eletrônica, segundo Leake et al. 1997.

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61

Por meio do diagrama da figura 4.03B, verifica-se que o clinoanfibólio identificado no

talco xisto (PF/TV-37/16) foi o magnésio-cummingtonita.

Figura 4.03B: Classificação dos clinoanfibólios em talco xisto (PF/TV-37/16) analisados por

microssonda eletrônica, segundo Leake et al. 1997.

Conforme dito no capítulo anterior, no clorita-talco granofels ocorre uma

pseudomorfose total ou parcial de tremolita e antofilita, sendo que a figura abaixo ilustra as

quatro análises pontuais de cada anfibólio da rocha. A presença de tremolita nesse litotipo pode

ser confirmada no diagrama de classificação dos clinoanfibólios cálcicos (figura 4.05).

Figura 4.04: Imagens de elétrons retroespalhados de clorita-talco granofels, mostrando a pseudomorfose

total e parcial de antofilita (cinza claro) e tremolita (cinza escuro), e os pontos analisados (em vermelho)

por microssonda eletrônica.

Ath

Ath

Tr

Tr

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62

A classificação dos clinoanfibólios cálcicos analisados é confirmada na figura 4.05, de

modo que mostra em alguns litotipos uma dispersão dos dados. Possivelmente esses

clinoanfibólios (e.g. actinolita, tremolita e magnésio-hornblenda) foram originados de diopsídio,

que hoje, encontram-se totalmente substituídos pelos anfibólios em questão.

Com base nas análises químicas dos anfibólios presentes em diopsiditos e actinolititos

encontrados no município de Barra Longa, verifica-se no diagrama logo abaixo a presença de

mg-hornblenda no litotipo PF/TV-1/2 e actinolita nos outros dois litotipos (BL-07-114A e BL-

07-114C). A partir da análise ao microscópio eletrônico, observou-se que a actinolita de ambas

as rochas substituem o clinopiroxênio.

O estudo de composição química dos anfibólios nos gnaisses de Cachoeira do Brumado

revelou a presença de magnésio-hornblenda em todas as lâminas analisadas (PF-09-09-3,

PF/TV-15/7 e PF-09-09-2). No xenólito (PF-09-09-3) os anfibólios apresentam uma variação

composicional de actinolita a magnésio-hornblenda. No clorita-biotita-tremolita-hornblenda

granofels (PF-09-09-2), rocha encontrada entre o xenólito de gnaisse e a metaultramáfica, existe

uma variação composicional do centro para a borda de mhb para tremolita, respectivamente

(figura 4.05).

O diagrama de classificação dos clinoanfibólios cálcicos mostra ainda a presença de:

tremolita em biotita-tremolita granofels (FQ-13-103) e em talco xisto (PF/TV-44/20);

magnésio-hornblenda em metaortopiroxênio hornblendito (BL-02-102) e por fim, magnésio-

hornblenda em clorita-hornblenda granofels (PF/TV-35/16).

Figura 4.05: Classificação dos clinoanfibólios cálcicos analisados por microssonda eletrônica (segundo

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Leake et al. 1997): Tr em clorita-talco granofels (AV-22-105); Tr em biotita-tremolita granofels (FQ-

13-103); Mhb em diopsidito (PF/TV-1/2); Act em diopsidito (BL-07-114A); Act em actinolitito (BL-07-

114C); Act. e Mhb em xenólito de gnaisse (PF-09-09-3); Mhb em gnaisse encaixante (PF/TV-15/7);

Mhb (centro) e Tr (borda) em clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels (PF-09-09-2); Mhb em

metaortopiroxênio hornblendito (BL-02-102B); Mhb em clorita-hornblenda granofels (PF/TV-35/16); Tr

em talco xisto (PF/TV-44/20).

4.5-PLAGIOCLÁSIO

Foram analisados por microssonda eletrônica 5 pontos em cristais de plagioclásio

presentes nos gnaisses intrudidos por rochas ultramáficas no município de Cachoeira do

Brumado, no qual 3 pontos correspondem ao xenólito gnáissico encaixante e 2 ao gnaisse

encaixante. As análises de borda e centro foram consideradas conjuntamente, ao passo que os

resultados mostraram-se homogêneos.

As composições químicas médias encontradas nas análises em cristais de plagioclásio

podem ser observadas na tabela 4.07, e suas respectivas fórmulas estruturais, calculadas na base

de 32 oxigênios, na tabela 4.08.

Tabela 4.07: Composição química média (% em peso) dos plagioclásios em gnaisses.

Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O Total

PF-09-09-3*22 64,05 0,00 22,95 0,05 0,01 0,01 4,35 8,20 0,09 99,71

PF/TV-15/7*23 64,28 0,01 22,00 0,06 0,02 0,00 3,72 8,55 0,08 98,71

*22 - média de 3 análises de plagioclásio no xenólito gnáissico;

*23 - média de 2 análises de plagioclásio

gnaisse encaixante.

Tabela 4.08: Fórmulas estruturais dos plagioclásios (calculadas com base na análise química média e 32

oxigênios equivalentes) presentes nos gnaisses.

Lâmina Fórmula estrutural média Classificação Mineral Rocha

PF-09-09-3*22

Na0,7Ca0,2Al1,19Si2,82O8

Oligoclásio

Gnaisse (xenólito)

PF/TV-15/7 *23

Na0,74Ca0,18Al1,15Si2,86O8

Oligoclásio

Gnaisse (encaixante)

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Os plagioclásios dos gnaisses não apresentam variação composicional considerável,

classificando-se como oligoclásio em ambas as lâminas analisadas. Os teores de anortita do

gnaisse encaixante variaram de An19,23 a An19,36. O xenólito gnáissico possui plagioclásio

ligeiramente mais cálcico (An 22,21 a An 22,88).

A classificação dos plagioclásios analisados é confirmada na figura 4.06, segundo os

componentes Ortoclásio (Or)-Albita-(Ab)-Anortita (An).

Figura 4.06: Classificação dos plagioclásios analisados por microssonda eletrônica nos gnaisses de

Cachoeira do Brumado. PF-09-09-3: xenólito; PF/TV-15/7: gnaisse encaixante.

4.6-BIOTITA

As biotitas analisadas foram encontradas em clorita-biotita-tremolita-hornblenda

granofels (PF-09-09-2) e em biotita-tremolita granofels (FQ-13-103), ambas as rochas de

Cachoeira do Brumado. Para a pesquisa de composição química das biotitas foram analisados

12 pontos por microssonda eletrônica, na qual 8 pontos foram em clorita-biotita-tremolita-

hornblenda granofels e 4 pontos em biotita-tremolita granofels. Mais uma vez, não foi

identificada uma variação composicional sistemática entre borda e núcleo dos cristais, o que

permitiu o tratamento em conjunto destes.

As composições químicas médias, mínimas e máximas encontradas nas análises em

cristais de biotita podem ser observadas na tabela 4.09, e suas respectivas fórmulas estruturais

médias, calculadas na base anidra de 24 oxigênios, na tabela 4.10.

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Tabela 4.09: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) das biotitas nos litotipos

estudados.

PF-09-09-2 FQ-13-103

Min. Max Média*24 Min. Max Média*25

SiO2 39,15 40,55 39,95 41,15 42,93 41,81

TiO2 0,35 0,55 0,46 0,86 1,03 0,95

Al2O3 14,47 14,89 14,75 12,85 12,89 12,95

Cr2O3 0,19 0,25 0,21 0,48 0,51 0,50

FeO 7,77 8,91 8,19 7,02 7,30 7,18

MnO 0,05 0,11 0,08 0,00 0,03 0,02

MgO 20,63 21,49 21,10 22,46 23,54 22,85

NiO ** ** 0,00 0,23 0,31 0,27

CaO 0,00 0,02 0,01 0,00 0,03 0,02

Na2O ** ** 0,00 0,16 0,20 0,18

K2O 9,76 10,22 10,01 8,68 9,06 8,92

Total ** ** 94,77 ** ** 95,78

F ** ** 0,00 0,03 0,46 0,15

*24 - média de 8 análises de biotita em clorita-biotita-tremolita-hornblenda granofels;

*25 - média de 4

análises de biotita em biotita-tremolita granofels.

Tabela 4.10: Fórmulas estruturais das biotitas (calculadas com base na análise química média) presentes

nos litotipos de Cachoeira do Brumado.

Lâmina Fórmula estrutural média Mineral Rocha

PF-09-09-2*24

[K1,95(Mg4,77, Fe2+

1,04)Ti0,05

Si6,06 Al2O20(OH, F)4]

Biotita

Clorita-biotita-tremolita-

hornblenda granofels

FQ-13-103 *25

[K1,7(Mg5,1, Fe+2

0,9)Ti0,11

Si6,2 Al2O20(OH, F)4]

Biotita

Biotita-tremolita granofels

As biotitas presentes nos dois litotipos são ricas em MgO e relativamente pobres em

FeO, sendo mais magnesiana no litotipo FQ-13-103. As biotitas analisadas são membros

intermediários da série isomorfa ferro-magnesiana flogopita-anita.

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66

4.7-CLORITA

As cloritas ocorrem praticamente em todas as rochas estudadas. Foram selecionadas 7

lâminas para a pesquisa de composição química com base nas cloritas, totalizando 27 e análises

por microssonda eletrônica.

O resultado completo das análises químicas de microssonda eletrônica em cristais de

clorita é apresentado no anexo II, sendo que a tabela 4.11 traz a composição química média

mínima e máxima (% peso) das seções de clorita presentes em cada lâmina analisada. Logo

após, a tabela 4.12 mostra as suas respectivas fórmulas estruturais médias calculadas com base

anidra em 28 oxigênios.

Tabela 4.11: Composição química média, mínima e máxima (% em peso) das cloritas nos litotipos

estudados.

15b FQ-07-01ª AV-22-105 FQ-15-16

Min. Max Média*26

Min. Max Média*27

Min. Max Média*28

Min. Max Média*29

SiO2 28,23 29,78 29,08 29,05 30,95 30,16 29,7 30,14 29,99 28,69 29,37 29,03

TiO2 0,03 0,09 0,06 0,03 0,05 0,04 0,05 0,12 0,09 0,05 0,07 0,06

Al2O3 17,14 18,33 17,62 17,87 19,55 18,75 19,38 19,77 19,64 19,15 19,75 19,36

Cr2O3 0,12 0,27 0,19 0,58 1,04 0,78 0,61 0,66 0,63 1,13 1,38 1,25

FeO 9,33 9,57 9,44 28,35 9,32 8,76 5,29 5,38 5,32 8,57 9,16 8,77

MnO 0,08 0,11 0,10 0,02 0,06 0,04 0,00 0,02 0,01 0,02 0,05 0,03

MgO 26,92 28,21 27,58 25,98 27,6 26,54 30,11 30,51 30,36 27,56 28,24 27,81

NiO ** ** ** ** ** 0,00 0,15 0,17 0,16 0,16 0,17 0,16

CaO 0,02 0,06 0,04 0,01 0,08 0,03 0,00 0,04 0,02 0,00 0,08 0,04

Na2O ** ** 0,00 ** ** 0,00 0,01 0,02 0,02 0,01

K2O 0,01 0,04 0,02 0,03 0,08 0,05 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00

Total ** ** 96,02 ** ** 97,29 ** ** 86,24 ** ** 86,53

F ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

Continuação. *26

média de 3 análises da borda de Mg-Fe clorita em cloritito; *27

- média de 3 análises de

Mg-Fe clorita em clorita-talco granofels; *28

- média de 4 análises de Mg-Fe clorita em clorita-talco

granofels; *29

- média de 3 análises de Mg-Fe clorita em talco xisto.

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67

FQ-13-103 PF/TV-96/13 PF-09-09-2

Min. Max Média*30

Min. Max Média*31

Min. Max Média*32

SiO2 30,79 30,98 30,88 31,66 32,06 31,82 28,45 29,87 29,19

TiO2 0,05 0,09 0,07 0,05 0,09 0,07 0,01 0,04 0,02

Al2O3 16,48 17,30 16,78 16,10 16,20 16,16 19,70 20,74 20,08

Cr2O3 0,59 0,92 0,82 1,75 1,98 1,86 0,11 0,16 0,14

FeO 7,32 7,88 7,6 3,69 3,82 3,73 8,81 9,06 8,95

MnO 0,00 0,07 0,03 0,00 0,02 0,01 0,12 0,17 0,14

MgO 29,27 30,35 29,89 31,94 32,33 32,15 27,63 28,55 28,17

NiO 0,23 0,31 0,26 0,28 0,36 0,31 0,00 0 0,00

CaO 0,00 0,01 0,01 0,01 0,03 0,02 0,00 0,03 0,02

Na2O 0,00 0,03 0,01 0,01 0,04 0,03 0,00 0,00 0,00

K2O 0,01 0,14 0,05 0,00 0,02 0,01 0,00 0,15 0,04

Total ** ** 86,38 ** ** 86,16 ** ** 86,76

F ** ** ** ** ** ** ** ** **

*30 - média de 5 análises de Mg-Fe clorita em biotita-tremolita granofels;

*31 - média de 4 análises de Mg

clorita em metaharzburgito; *32

- média de 5 análises Mg-Fe clorita em clorita-biotita-tremolita-

hornblenda granofels.

Tabela 4.12: Fórmulas estruturais das cloritas (calculadas com base na análise química média e 28

oxigênios equivalentes) presentes nos litotipos estudados.

Lâmina Fórmula estrutural média Mineral Rocha

15b*26

(Mg8,3, Fe 2+

1,6, Al2,05)(Si5,87, Al2,13)O20 (OH)16 Mg-Fe

clorita Cloritito

FQ-07-01A *27

(Mg7,83, Fe2+

1,45, Al2,34)(Si5,97, Al2,03)O20(OH)16 Mg-Fe

clorita

Clorita-talco

granofels

AV-22-105*28

(Mg8,71, Fe

2+0,86, Al2,22)(Si5,77, Al2,23) O20(OH)16 Mg-Fe

clorita

Clorita-talco

granofels

FQ-15-16*29

(Mg8,13, Fe2+

1,44, Al2,16)(Si5,69, Al2,31) O20(OH)16 Mg-Fe

clorita

Talco xisto

FQ-13-103*30

(Mg8,68, Fe2+

1,24, Al1,87)(Si6,02,Al1,98) O20(OH)16

Mg-Fe

clorita

Biotita-tremolita

granofels

PF/TV-96/13*31

(Mg9,2, Fe2+

0,6, Al1,76)(Si6,11,Al1,89) O20(OH)16 Mg clorita Metaharzburgito

PF-09-09-2*32

(Mg8,18, Fe2+

1,46, Al2,29)(Si5,69,Al2,31)O28 Mg-Fe

clorita

Clorita-biotita-

tremolita-hornblenda

granofels

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4.8- TALCO

O talco está presente em quase todas as rochas metaultramáficas estudadas, sendo o

silicato hidratado de magnésio mais comum nestas rochas com expressivo teor de magnésio.

Foram selecionadas 5 lâminas para a pesquisa de composição química com base no talco,

totalizando 12 análises de talco por microssonda eletrônica.

O resultado completo das análises químicas de microssonda eletrônica em cristais de

talco é apresentado no anexo II, sendo que a tabela 4.13 traz a composição química média desse

mineral em cada lâmina analisada. Logo após, a tabela 4.14 mostra as suas respectivas fórmulas

estruturais médias calculadas com base anidra em 22 oxigênios.

Tabela 4.13: Composição química média (% em peso) do talco nas rochas metaultramáficas.

Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO NiO CaO Na2O K2O Total

AV-22-105*33 61,96 0,02 0,08 0,01 2,55 0,01 29,60 0,12 0,03 0,03 0,00 94,39

FQ-15-16*34 61,92 0,01 0,09 0,02 3,63 0,00 28,75 0,20 0,00 0,01 0,01 94,64

PF/TV-44/20*35 61,80 0,03 0,13 0,02 2,67 0,02 29,19 ** 0,00 ** 0,02 93,86

FQ-07-1a*36 61,09 0,00 0,32 0,07 3,92 0,03 28,40 ** 0,02 ** 0,02 93,88

15b*37 60,76 0,02 0,10 0,02 2,58 0,03 29,01 ** 0,01 ** 0,02 92,53

*33 - média de 2 análises de talco (Tlc) em clorita-talco granofels;

*34 - média de 3 análises de Tlc em talco

xisto; *35

- média de 2 análises de Tlc em talco xisto;

*36 - média de 3 análises de Tlc em clorita-talco

granofels; *37

- média de 2 análises de Tlc em cloritito.

Tabela 4.14: Fórmulas estruturais médias do talco (calculadas com base na análise química média)

presentes nos litotipos estudados.

Lâmina Fórmula estrutural média Mineral Rocha

AV-22-105*33

(Mg5,7, Fe2+

0,3)Si8O22

Talco

Clorita-talco granofels

FQ-15-16*34

(Mg5,55, Fe2+

0,4)Si8O22

Talco

Talco xisto

PF/TV-44/20*35

(Mg5,65, Fe2+

0,3)Si8O22

Talco

Talco xisto

FQ-07-1a*36

(Mg5,53, Fe2+

0,45)Si8O22

Talco

Clorita-talco granofels

15b*37

(Mg5,7, Fe

2+0,3)Si8O22 Talco Cloritito

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

69

4.9- CARBONATO

Os carbonatos ocorrem em grande parte das metaultramáficas da área de estudo. Para a

pesquisa de química mineral de carbonato, foram analisados 13 pontos nos litotipos de Furquim,

Catas Altas e Bandeirantes. Os carbonatos identificados foram magnesita, no metaharzburgito

(BL-07-38ª), e dolomita no cloritito (15b), clorita-hornblenda granofels (PF/TV-35/16) e no

talco xisto (FQ-15-16).

As composições químicas médias encontradas nas análises em cristais de carbonatos

podem ser observadas na tabela 4.15.

Tabela 4.15: Composição química média (% em peso) de carbonatos nos litotipos estudados. Os valores

de CO2 foram calculados.

Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeO MnO MgO CaO Na2O K2O CO2 Total

BL-07-38ª *38 0,01 0,01 0,01 6,07 0,10 40,32 0,31 0,00 0,01 53,16 100,00

15b*39 0,01 0,00 0,01 2,95 0,51 18,53 29,02 0,00 0,01 48,95 100,00

PF/TV-35/16*40 0,02 0,01 0,00 5,96 0,45 16,79 29,70 0,00 0,00 47,05 100,00

FQ-15-16*41 0,00 0,02 0,02 4,29 0,55 18,74 29,85 0,02 0,00 46,46 100,00

*38 - média de 2 análises de magnesita em metaharzburgito;

*39 - média de 5 análises de dolomita em

cloritito; *40

- média de 3 análises de dolomita em clorita-hornblenda granofels; *41

- média de 3 análises

de dolomita em talco xisto.

4.10- MINERAIS OPACOS

Em termos gerais, os minerais opacos ocorrem como minerais acessórios nas rochas

metaultramáficas da Folha Mariana, sendo representados pelo espinélio e sulfetos.

O espinélio analisado por microssonda eletrônica presente em metaharzburgito

corresponde a cromita. Foram analisados 14 pontos em cristais de cromita presentes nos

metaharzburgitos encontrados entre o município de Acaiaca e Barra Longa. Ao passo que 8

análises foram feitas em seções minerais pertencentes a lâmina PF/TV-96/13, 2 análises em

seções da lâmina PF/TV-25/2 e por fim, 4 análises na BL-07-38a.

As composições químicas médias encontradas nas análises em cristais de cromita

podem ser observadas na tabela 4.16.

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Tabela 4.16: Composição química média (% em peso) de cromita em metaharzburgito.

Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 Cr2O3 FeO MnO MgO NiO CaO Na2O K2O Total

PF/TV-96/13*42 0,00 1,23 3,59 47,27 41,97 0,30 2,09 0,21 0,01 0,02 0,00 96,69

PF/TV-25/12*43 0,00 1,32 3,46 45,76 43,47 0,31 2,08 ** 0,01 ** 0,02 96,42

BL-07-38ª*44 0,00 1,26 3,12 44,99 44,12 0,3 2,31 ** 0,00 ** 0,01 96,12

*42 - média de 8 análises de cromita em metaharzburgito;

*43 - média de 2 análises de cromita em

metaharzburgito; *44

- média de 4 análises de cromita em metaharzburgito.

Os sulfetos analisados por microssonda eletrônica pertencem ao talco xisto (FQ-15-16)

e ao metaharzburgito (PF/TV-96/13), totalizando 19 análises. No talco xisto, os sulfetos são

representados por pentlandita (Pn), calcopirita (Ccp) e pirrotita (Po). Já nos metaharzburgitos,

são representados por pentlandita (Pn) e heazlewoodita (Hlw).

As composições químicas médias das análises em cristais dos diversos tipos de sulfetos

podem ser observadas na tabela 4.17.

Tabela 4.17: Composição química média (% em peso) dos sulfetos em talco xisto e em metaharzburgito.

Amostra Sulfetos Sb Fe Cu S As Co Ni Total

FQ-15-16*45

Pentlandita 0,00 29,04 0,00 33,79 0,00 1,86 36,19 100,88

Calcopirita 0,00 30,93 33,71 35,42 0,01 0,00 0,02 100,10

Pirrotita 0,00 59,56 0,01 40,14 0,02 0,01 0,91 100,65

PF/TV-96/13*46 Pentlandita 0,00 31,06 0,00 33,69 0,02 1,00 34,48 100,26

Heazlewoodita 0,01 1,10 0,00 27,13 0,00 0,01 71,40 99,65

*45 - média de 4 análises de Pn, 3 de Ccp e 4 de Po talco xisto;

*46 - média de 5 análises de Pn e 3 de

Hlw em metaharzburgito.

Os cristais de pirrotita [Fe1-xS] ocorrem intercrescidos em cristais de pentlandita

[(Ni,Fe)9S8] e calcopirita [CuFeS2] no talco xisto. O estudo de química mineral revelou a

presença de heazlewoodita (Ni3S2), produto de alteração da pentlandita, não observada ao

microscópio eletrônico, em metaharzburgito. A heazlewoodita foi descrita pela primeira vez por

Petterd (1910) como uma variedade de pentlandita. Posteriormente, Peacock et al. (1946)

descreveu uma amostra em Heazlewood (Tasmânia), nome pelo qual é responsável pela

denominação do mineral, e ainda obteve por espectometria de raios-X a composição química

Ni3S2.

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71

CAPÍTULO 5

METAMORFISMO

Conforme descrito em itens precedentes, as rochas metaultramáficas da área de pesquisa

foram consideradas como produto de protólitos ultramáficos que sofreram totais ou parciais

transformações mineralógicas e metamórficas, acompanhadas de hidratação, ainda que suas

estruturas e texturas ígneas primárias ocasionalmente tenham sido preservadas nas

proximidades dos municípios de Acaiaca, Barra Longa e Paracatuzinho. As associações

mineralógicas dominantes nos litotipos descritos no presente trabalho são mostradas na tabela

5.01.

Os processos metamórficos da área compreendem o metamorfismo e metassomatismo

de caráter regional, de baixo a médio grau (fácies xisto verde a anfibolito), associado à

percolação de fluidos tardios em fraturas/zonas cisalhadas, culminando com o surgimento de

serpentina, anfibólios, clorita, talco, carbonatos secundários entre outros. A seguir, será

enfatizada oportunamente uma breve descrição do metamorfismo.

Tabela 5.01: Associações mineralógicas observadas nos litotipos estudados.

Rocha Associações mineralógicas dominantes

Metaharzburgitos antofilita±serpentina±mg-clorita±talco±carbonato

Diopsiditos actinolita±hornblenda

Metaortopiroxênio

hornblendito mg-hornblenda+ortoanfibólio

Talco xistos Talco±clorita±carbonato±tremolita±cummingtonita±antofilita

Esteatitos talco±clorita±antofilita

Clorita-talco granofels talco+clorita±carbonato±tremolita±antofilita

Clorititos clorita±talco±carbonato

Tremolititos tremolita+talco

Biotita-tremolita granofels tremolita+biotita+clorita

Clorita-hornblenda granofels hornblenda+clorita+carbonato

Tremolita xistos tremolita+clorita+talco±carbonato

Gnaisses plagioclásio+quartzo±actinolita±hornblenda±biotita

Black Wall hornblenda+tremolita+biotita+clorita

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72

Os processos metamórficos/metassomáticos parecem ter apresentado uma abrangência

regional, uma vez que são responsáveis pela geração das associações dominantes, em termos

volumétricos, observadas nos termos ultramáficos investigados. A maioria das amostras

estudadas foi intensamente alterada por processos hidrotermais tardios, de modo que a principal

modificação mineralógica é a transformação dos minerais primários e secundários pré-

existentes em talco e, subordinadamente, em clorita.

Nos metaharzburgitos, além da presença de relictos de textura ígnea (olivina +

ortopiroxênio + cromita), ocorrem minerais secundários resultantes do metamorfismo de baixo a

médio grau, tais como: serpentina, clorita, talco, carbonato e antofilita. As associações minerais

dos metaharzburgitos podem ser representadas na forma de reações em diferentes estágios na

evolução das rochas em questão, a saber:

3 olivina + SiO2 + 4 H2O → 2 serpentina (Best 1982) [1]

9 talco + 4 olivina → 5 antofilita + 4 H2O (Winkler 1977) [2]

9 enstatita + 1 H2O → 1 antofilita + 1 olivina (Winkler 1977) [3]

olivina + enstatita + H2O → serpentina (Coleman 1977) [4]

olivina + 2 enstatita + espinélio + 4H2O → mg-clorita (Evans 1977) [5]

2 serpentina + 3CO2 → 1 talco + 3 magnesita + 3 H2O (Winkler 1977) [6]

2 talco + 1 magnesita → 1 antofilita + 1 H2O + 1 CO2 (Winkler 1977) [7]

As reações [1] e [4] representam processos de serpentinização incipiente, a partir dos

cristais de olivina nas rochas originais, com adição de sílica ou perda de magnésio para o

sistema e interação de fluido aquoso pobre em CO2. Segundo Maltman (1978) a formação de

serpentina é o primeiro produto do metamorfismo regional da fácies xisto verde, sendo que a

lizardita e a antigorita podem se formar até mesmo devido a reações autometassomáticas

durante os últimos estágios de cristalização de uma rocha magmática. A serpentina pode ser

originada também pela hidratação do ortopiroxênio (expressão [4]).

Nos metaharzburgitos estudados, as magnésio-cloritas provavelmente foram formadas

por processos de hidratação durante o metamorfismo que causou a alteração da olivina,

ortopiroxênio e espinélio (expressão [5]). As cloritas são minerais comuns em temperaturas de

até 400ºC, em metamorfismo de baixo a médio grau. De acordo com Deer et al. 1996, as

cloritas são, com frequência, formadas pela alteração hidrotermal de minerais ferromagnesianos.

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Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol.72, 149p.

73

Os estágios [6] e [7] indicam mudança para o sistema fluido aquoso, com fases ainda

mais tardias que a serpentina, assim como o talco e o carbonato.

De acordo com Chernosky (1976 in: Evans 1977), a estabilidade da associação

antofilita + olivina (forsterita) vai até 5 Kbar, enquanto Hemley et al. (1977 in: Evans 1977)

sugerem condições mínimas de formação no campo de 0,5 Kbar e 600°C. A antofilita pode ter

sido produzida também pela reação [8], representando o processo de metassomatismo, no qual o

aporte de sílica possivelmente veio das encaixantes silicosas e transportada pelo fluido aquoso:

antofilita → ortopiroxênio + quartzo + H2O [8]

Segundo Bucher & Frey (1994) a assembléia olivina + ortopiroxênio (associação ígnea)

é estável a partir de 670ºC. A ausência de tremolita e clinopiroxênio no metaharzburgito pode

indicar condições de temperatura abaixo de 700°C, ao passo que temperaturas acima deste valor

poderiam gerar a tremolita a partir da seguinte reação:

enstatita +olivina +SiO2 +H2O → tremolita +olivina [9]

No metaortopiroxênio hornblendito, a hornblenda é secundária, gerada a partir de

piroxênio primário, e possivelmente teve origem no metamorfismo. A partir das análises de

microssonda eletrônica nas hornblendas da rocha em questão, percebe-se que a razão

Mg/(Mg+Fe2+

) compreende um valor entre 0,91 a 0,92, interpretada como uma provável origem

metamórfica, já que as hornblendas primárias, em geral, são mais enriquecidas em Fe2+

(Mg/(Mg+Fe2+

)= 0,05 a 0,75). Por esta razão, sugere-se que a hornblenda magnesiana foi

gerada a partir de clinopiroxênios cálcicos que ocorrem em quantidades traço nas amostras,

após o pico do metamorfismo, quando a água entrou no sistema.

Nos litotipos metaultramáficos de baixo a médio grau, todos os silicatos magmáticos

foram totalmente transformados e substituídos por misturas de clorita magnesiana/fe-

magnesiana, antofilita e clinoanfibólios (cummingtonita, actinolita, tremolita e mg-hornblenda)

e talco. Roeser et al. 1980 sugeriram que os esteatitos do sudeste Quadrilátero Ferrífero foram o

produto de pelo menos duas transformações, no qual a primeira transformação seria a

serpentinização de protólitos ultramáficos e a segunda, a transformação de serpentinitos em

esteatitos (esteatitização ou talcificação). Dentre as prováveis reações para formação da

serpentina (serpentinização), destacam-se as reações [1] e [4]. Em termos gerais, a talcificação

(formação de talco) está vinculada à adição de SiO2 e variação de PCO2 (reações [6], [10], [11]

e [12]) em fluidos aquosos que percolam rochas ultramáficas (Johannes 1969, Evans 1977 e

Winkler 1977).

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74

serpentina + 1 SiO2 → talco + 1 H2O [10]

serpentina + 3CO2 → 2 quartzo + 3 magnesita + 3 H2O [11]

4 quartzo + 3 magnesita + H2O → talco + CO2 [12]

A ausência de quartzo nas rochas estudadas poderia ser explicada pelas combinações

das reações [11] e [12], no qual o quartzo foi utilizado para formar o talco novamente.

Os talcos xistos, clorita-talco xistos e esteatitos investigados neste trabalho apresentam a

associação mineral talco-antofilita que é apropriada para a determinação do grau metamórfico.

A formação da antofilita foi experimentalmente estudada por Winkler (1974) que concluiu que a

reação [7] se processa a 500ºC. Johannes (1969) ao investigar experimentalmente o sistema

MgO-SiO2-H20-CO2, determinou o campo de estabilidade da paragênese talco-magnesita entre

350º. C e 550º. C a 2 Kbar e entre 490º.C e 660º. C a 7 Kbar. Roeser (1977) descreve nos xistos

que ocorrem próximos a uma pedreira de esteatito em Cachoeira do Brumado, a mudança da

associação mineral muscovita-clorita-granada para muscovita-granada-biotita-estaurolita.

Winkler (1977) propõe como limite entre os graus fraco e médio do metamorfismo o

desaparecimento da clorita com o consequente aparecimento da estaurolita. Hoschek (1969)

determina experimentalmente que a estaurolita pode se formar sob condições de 500º. C e

4Kbar.

O aparecimento de clorita em rochas ultramáficas pode ser expresso através da equação

[5], que relaciona o aparecimento de clorita, em protólitos ultramáficos, apenas com entrada de

água no sistema, de acordo com Evans (1977). Segundo Winkler (1977) a paragênese actinolita-

talco-corita-magnesita, observada nos litotipos estudados é estável sob condições da fácies

xisto-verde em temperaturas de 350º C.

A formação de clinoanfibólios cálcicos nessas rochas pode ter sido dada, além da

introdução de uma fase fluida no sistema, a introdução de cálcio, ou até mesmo a alteração de

piroxênio na rocha ultramáfica de origem. De acordo com Evans e Trommsdorff (1970 in:

Winkler 1977), em temperaturas em torno de 400 a 500ºC a tremolita pode ser formada a partir

da serpentina e do diopsídio pela reação [13]. Conforme a reação [14] a tremolita pode ser

formada a partir do diopsídio e talco, com queda de temperatura. A tremolita começa a ser

gerada na fácies anfibolito, quando o clinopiroxênio não se transforma em hornblenda. Tanto a

tremolita, quanto a mg-hornblenda se tornam instáveis a baixas temperaturas e transformam-se

em actinolita.

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Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol.72, 149p.

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5 serpentina + 2 diopsídio → tremolita + 6 olivina + 9 H2O [13]

2 diopsídio + talco → tremolita [14]

Segundo Winkler (1977) a biotita é considerada de grau médio quando se associa a

muscovita, por esta razão acredita-se que a associação tremolita + biotita + clorita do biotita-

tremolita granofels é coerente com o de baixo grau (fácies xisto verde).

Os xenólitos de gnaisse e a zona black wall ostentam associações compatíveis com grau

baixo-médio de metamorfismo (fácies anfibolito). A associação principal do xenólito é

composta por plagioclásio + quartzo ± actinolita ± hornblenda ± biotita e do black wall, por

tremolita ± hornblenda ± biotita ± clorita. A partir da análise dessas associações é possível

estabelecer que essas rochas sofreram processos retrometamórficos/metassomáticos. O

zonamento metassomático, nesse caso o Black Wall, relaciona-se geralmente quando está em

contato com rochas ultramáficas e rochas silicosas conjuntamente. Esta zona metassomática de

clorita avança sobre a zona de talco (baixo grau metamórfico), ou de tremolita para marcar os

estágios de maior mobilidade do A12O3 e formar uma zona metassomática, inicialmente

delgada, de anfibólio com Al (actinolita → hornblenda).

Em suma, contata-se que as rochas metaultramáficas estudadas foram submetidas ao

predominantemente ao metamorfismo de fácies xisto verde que localmente alcançou à fácies

anfibolito.

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77

CAPÍTULO 6

LITOGEOQUÍMICA

6.1- INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados obtidos com as análises

geoquímicas realizadas no laboratório da firma ACME ANALYTICAL LABORATORIES

LTD, no Canadá, das rochas metaultramáficas da Folha Mariana (SF-23-X-B-I) e, de menor

importância, do gnaisse de Cachoeira do Brumado. E ainda, para fins de comparação, serão

plotados em diagramas os dados litogeoquímicos dos termos ultramáficos e metaultramáficos da

literatura mundial, como aqueles de Hall (1932), Bowes et al. (1973), Naldrett & Cabri (1976),

Condie (1981), Arndt (1986b), Raposo (1991), Baltazar & Raposo (1993), Lahaye et al. (1995),

Junqueira (1997), Batanova et al. (2005), Goulart (2006), Arndt (2008).

Conforme discutido em capítulos anteriores, nas rochas metaultramáficas da área, muito

raramente são observados relictos de texturas cumuláticas. No geral, observa-se uma alteração

total da mineralogia primária nessas rochas que foram metamorfizadas com intensidades

variáveis. Nesses casos procurou-se escolher as amostras com menor grau de alteração que

foram analisadas via microssonda eletrônica.

Os litotipos analisados foram os metaharzburgitos, diopsiditos, metaortopiroxênio

hornblendito, talco xistos, clorita-talco granofels, tremolita xistos, clorititos, clorita-hornblenda

granofels e gnaisses.

6.2- CONSIDERAÇÕES INICIAIS

As rochas metaultramáficas estudadas possuem teores de sílica que variam de 26 a 53

(% em peso) (tabelas 6.01 e 6.02). Deste modo, os elevados teores de SiO2 em diversas rochas

não permitem classificá-las como ultrabásicas. Entretanto a mineralogia (talco, clorita,

anfibólios, por vezes, olivina e piroxênios), os altos teores de Cr, Ni, Co e os elementos-traço

Nb, Zr, Y e Ti são compatíveis com rochas ultramáficas de composição ultrabásica (ver tabelas

6.03 e 6.04).

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

78

Roeser et al. (1987) mencionam que a adição da sílica nas rochas originais

ultrabásicas/ultramáficas deve-se ao metassomatismo, no qual além da sílica outros elementos

podem ter sido mobilizados, considerando-se que o silício é um dos elementos menos móvel

durante os processos metassomáticos. Sanford (1982) propôs que nas zonas metassomáticas,

originadas a partir de rocha ultramáfica, ocorre adição de SiO2, CO2, FeO, CaO e Al2O3 e perda

de MgO.

Segundo alguns autores (Pearce & Cann 1973, Floyd & Winchester 1975, Winchester &

Floyd 1977, Meschede 1986, entre outros), os elementos-traço Nb, Zr, Y, Ti e terras-raras têm

se mostrado como excelentes indicadores para inferir sobre a composição original de rochas

metamorfizadas, uma vez que são elementos de potencial iônico intermediário, considerados

pelos autores supracitados relativamente imóveis sob condições de metamorfismo de baixo

grau, intemperismo e alteração hidrotermal. Já os elementos de baixo potencial iônico (e.g. Na,

Mg, K, Ca, Ni, Rb, Sr, Cs e Ba) e de alto potencial iônico (e.g. Si, P, B, C e S) apresentam

mobilidade sob condições de baixo grau metamórfico, por exemplo, na transformação de uma

paragênese primária para clorita (Winchester 1984, Brewer & Atkin 1989).

6.3- LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS METAULTRAMÁFICAS

Por definição, os elementos maiores podem ser considerados como aqueles cuja

concentração na rocha é maior que 1 (% em peso). Os elementos menores possuem uma

concentração na rocha que varia de 1 a 0,1 (% em peso) e os elementos-traço são aqueles cuja

concentração é menor do que 0,1 da porcentagem em peso. Os elementos denominados de terras

raras (ETR) estão dentro do grupo dos elementos-traço e normalmente, são mais úteis para

estudos petrológicos devido às suas relativas imobilidades.

As análises litogeoquímicas de elementos maiores, menores e traço das rochas

metaultramáficas estudadas são apresentadas nas tabelas 6.01, 6.02, 6.03 e 6.04 e das rochas

ultramáficas e metaultramáficas retiradas da bibliografia são apresentadas nas tabelas 6.05 e

6.06. Os resultados completos das análises, e suas respectivas transformações (e.g. Fe2O3t

→FeOt), Total, Ct (carbono total) e St (enxofre total), dentre outros, encontram-se no Anexo III.

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Contribuições às Ciências da Terra-Série M, vol.72, 149p.

79

Tabela 6.01: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e menores de amostras de rochas metaultramáficas da Folha Mariana, com suas

respectivas simbologias. Mhrz- metaharzburgitos; Dpd- diopsiditos; Mopx hbd- Metaortopiroxênio hornblendito e Tlc xst- talco xisto.

Rocha Mhrz Dpd Mopx hbd Tlc xst

Simbologia

Amostra PF/TV-25/12 PF/TV-96/13 PAC-123 BL-07-114ª PF/TV-101/15 BL-07-114C BL-02-102B 9b FQ-07-134 PF-5 FQ-12-81 PF/TV-44/20 PF/TV-

95/85

FQ-11-

130

FQ-15-

16

SiO2 45,70 43,59 42,16 53,36 52,30 53,20 53,52 52,36 51,98 45,80 50,24 44,99 52,61 48,04 39,80

TiO2 0,08 0,09 0,08 0,06 0,18 0,11 0,18 0,14 0,13 0,20 0,15 0,12 0,09 0,18 0,14

Al2O3 2,31 2,19 2,09 0,95 2,04 2,91 4,79 5,41 4,35 9,02 4,38 4,33 2,97 6,36 5,17

FeOt* 10,29 10,38 11,00 4,35 6,33 8,55 7,19 7,53 8,34 7,62 8,12 10,25 8,02 9,24 8,04

MnO 0,09 0,09 0,08 0,48 0,57 0,53 0,22 0,05 0,04 0,10 0,13 0,18 0,18 0,10 0,18

MgO 34,76 34,66 36,28 15,54 14,11 16,76 19,21 25,51 26,74 27,07 25,04 25,13 27,78 27,00 25,31

CaO 0,13 0,18 0,09 23,43 22,05 14,73 10,71 0,01 0,02 0,02 2,95 5,16 0,76 0,02 5,56

Na2O 0,00 0,00 0,00 0,13 0,24 0,33 0,54 0,02 0,01 0,01 0,05 0,00 0,02 0,02 0,01

K2O 0,00 0,00 0,00 0,13 0,13 0,22 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

P2O5 0,01 0,01 0,01 0,00 0,06 0,00 0,02 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01

Cr2O3 0,93 1,05 0,93 0,01 0,01 0,02 0,29 0,42 0,96 0,43 0,30 0,48 0,37 0,43 0,37

LOI 3,70 5,60 5,10 0,80 1,00 1,40 2,00 7,10 5,80 8,20 7,00 7,60 5,60 6,90 13,8

TOTAL 98,00 97,84 97,82 99,24 99,02 98,76 98,71 98,56 98,37 98,47 98,37 98,24 98,41 98,3 98,39

CaO/

Al2O3 0,06 0,08 0,04 24,66 10,81 5,06 2,24 0,002 0,005 0,002 0,67 1,19 0,26 0,003 1,08

Al2O3/

TiO2 28,88 24,33 26,13 15,83 11,33 26,45 26,61 38,64 33,46 45,10 29,20 36,08 33,00 35,33 36,93

FeOt*= Todo o Fe

2+ calculado como FeO.

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

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Tabela 6.02: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e menores de amostras de rochas metaultramáficas da Folha Mariana, com suas

respectivas simbologias. Chl-tlc gfs- clorita-talco granofels; Tr xst- tremolita xisto; Chl-hbl gfs- clorita-hornblenda granofels.

Rocha Chl-tlc gfs Tr xst Clorititos Chl-hbl gfs

Simbologia

Amostra FQ-09-25B PF/TV-11/5 PF/TV-16/8 PF/TV-17/9 PF/TV-38/17 PF/TV-39/18 FQ-09-67C FQ-11-20 AV-23-69C 4b PF/TV-34/16 PF/TV-35/16

SiO2 42,02 42,8 41,13 40,71 41,78 36,17 43,06 36,23 36,53 25,84 46,02 45,31

TiO2 0,11 0,13 0,17 0,24 0,06 0,07 0,41 0,32 0,22 1,47 0,36 0,45

Al2O3 5,00 5,62 5,59 4,79 2,78 3,14 10,14 14,35 13,35 16,83 11,80 10,85

FeOt * 6,74 7,34 7,14 8,13 5,96 6,14 7,86 8,11 6,90 12,80 11,03 10,64

MnO 0,11 0,11 0,13 0,15 0,12 0,10 0,12 0,08 0,09 0,19 0,13 0,13

MgO 27,76 28,12 27,39 26,66 31,20 32,10 24,9 27,85 29,32 24,44 14,07 14,92

CaO 4,62 2,93 8,00 4,48 1,30 2,23 3,71 0,58 0,52 2,72 10,85 11,52

Na2O 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,06 0,22 0,01 0,02 0,00 2,07 1,89

K2O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,04 0,00 0,17 0,20

P2O5 0,00 0,01 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,44 0,25 0,11 0,10 0,03

Cr2O3 0,29 0,36 0,36 0,28 0,25 0,25 0,87 0,21 0,40 0,02 0,16 0,25

LOI 11,90 11,10 12,70 13,00 15,10 18,30 7,20 10,20 10,30 13,60 1,70 2,30

TOTAL 98,56 98,53 102,64 98,44 98,58 98,57 98,50 98,37 98,94 98,02 98,46 98,49

CaO/ Al2O3 0,92 0,52 1,43 0,94 0,47 0,71 0,37 0,04 0,04 0,16 0,92 1,06

Al2O3/ TiO2 45,45 43,23 32,88 19,96 46,33 44,86 24,73 44,84 60,68 11,45 32,78 24,11

FeOt*= Todo o Fe

2+ calculado como FeO.

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

81

Tabela 6.03: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos-traço de amostras de rochas

metaultramáficas da Folha Mariana. Mhrz- metaharzburgitos; Dpd- diopsiditos; Mopx hbd-

metaortopiroxênio hornblendito; Tlc xst- talco xisto; Chl-tlc gfs- clorita-talco granofels; Tr xst- tremolita

xisto; Chl-hbl gfs- clorita-hornblenda granofels. Os valores negativos significam resultados abaixo do

limite de detecção.

Rocha Amostra Cs Rb Ba Th U Nb Ta W Pb Sr Be Zr Y Hf Tl

Mhrz

PF/TV-25/12 -0,1 0,8 3,0 0,2 0,2 0,8 0,1 0,6 2,2 1,6 1,0 7,8 1,7 0,2 -0,1

PF/TV-96/13 -0,1 0,8 3,0 0,3 0,3 0,8 0,1 0,6 2,9 2,0 2,0 7,8 1,7 0,2 -0,1

PAC-123 -0,1 0,4 4,0 0,2 0,2 0,7 0,2 0,8 2,4 0,9 1,0 12,2 1,3 0,4 -0,1

Dpd BL-07-114A -0,1 7,2 18,0 0,3 0,1 0,4 -0,1 -0,5 1,3 21,4 -1,0 10,3 8,5 0,2 -0,1

PF/TV-101/15 -0,1 4,9 26,0 1,8 1,9 2,0 0,2 0,7 4,5 30,6 2,0 35,5 18,4 1,2 -0,1

BL-07-114C -0,1 3,8 8,0 -0,2 0,1 0,6 -0,1 -0,5 0,7 8,4 -1,0 24,4 10,4 1,0 -0,1

Mopx hbl BL-02-102B -0,1 0,3 5,0 0,6 0,2 6,7 0,2 -0,5 0,6 9,1 -1,0 10,9 11,2 0,4 -0,1

Tlc xst

9b -0,1 0,4 3,0 -0,2 0,4 0,5 -0,1 -0,5 2,1 -0,5 -1,0 7,9 0,6 0,2 -0,1

FQ-07-134 -0,1 0,2 4,0 -0,2 -0,1 0,3 -0,1 -0,5 0,2 -0,5 -1,0 9,0 0,8 0,3 -0,1

PF-5 -0,1 0,3 4,0 -0,2 -0,1 0,2 -0,1 -0,5 0,7 -0,5 -1,0 7,3 1,9 0,3 -0,1

FQ-12-81 -0,1 0,1 -1,0 -0,2 -0,1 0,1 -0,1 -0,5 0,5 9,1 -1,0 7,2 2,9 0,2 -0,1

PF/TV-44/20 -0,1 0,1 2,0 -0,2 -0,1 1,0 -0,1 -0,5 0,6 19,6 -1,0 5,8 11,1 -0,1 -0,1

PF/TV-95/85 -0,1 0,2 -1,0 0,6 -0,1 1,7 -0,1 -0,5 0,3 2,4 -1,0 7,7 2,1 0,2 -0,1

FQ-11-130 -0,1 0,2 59,0 -0,2 0,2 0,3 -0,1 -0,5 4,0 -0,5 -1,0 8,0 6,8 0,1 -0,1

FQ-15-16 -0,1 0,2 -1,0 -0,2 -0,1 0,2 -0,1 -0,5 1,5 55,2 -1,0 6,7 3,9 0,2 -0,1

Chl-tlc gfs

FQ-09-25B -0,1 0,1 -1,0 -0,2 -0,1 0,2 -0,1 -0,5 0,6 52,8 -1,0 5,8 3,8 0,2 -0,1

PF/TV-11/5 -0,1 0,1 -1,0 -0,2 -0,1 0,2 -0,1 -0,5 0,8 20,9 -1,0 6,9 3,1 0,1 -0,1

PF/TV-16/8 -0,1 0,1 2,0 -0,2 0,2 0,7 -0,1 1,3 1,2 28,1 -1,0 8,8 2,8 0,3 -0,1

PF/TV-17/9 -0,1 0,2 53,0 -0,2 -0,1 1,3 -0,1 -0,5 1,7 47,6 -1,0 11,9 5,1 0,4 -0,1

PF/TV-38/17 0,1 0,9 1,0 0,3 -0,1 11,2 0,3 -0,5 0,3 4,1 -1,0 4,7 2,0 0,1 -0,1

PF/TV-39/18 0,2 0,8 3,0 -0,2 -0,1 0,1 -0,1 -0,5 0,3 4,7 -1,0 4,2 2,5 -0,1 -0,1

Tr xst FQ-09-67C -0,1 0,2 4,0 0,2 1,2 1,1 -0,1 18,5 0,5 4,7 -1,0 14,5 6,3 0,4 -0,1

Cloritito

FQ-11-20 0,2 0,3 10,0 4,9 0,9 6,8 0,9 2,7 0,6 5,5 -1,0 37,8 30,6 1,5 -0,1

AV-23-69C 0,1 2,6 44,0 0,9 0,8 3,3 0,4 -0,5 48,0 3,8 1,0 9,5 306 0,2 -0,1

4b -0,1 0,3 3,0 0,7 0,3 6,9 0,4 -0,5 0,9 23,9 -1,0 72,4 5,1 2,0 -0,1

Chl-hbl gfs PF/TV-34/16 0,4 1,4 23,0 1,0 2,3 5,1 0,7 -0,5 0,7 23,2 3,0 34,7 51,2 1,5 -0,1

PF/TV-35/16 0,4 2,4 78,0 0,2 0,3 3,2 0,3 -0,5 0,5 25,8 2,0 21,4 12,3 0,6 -0,1

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

82

Tabela 6.04: Continuação...

Rocha Amostra Er Sc V Co Ni Cr Cu Zn Ga Sn Mo Bi As Ag

Mhrz

PF/TV-25/12 0,18 11 56 109,40 2112 6363,1 2,2 31 5,3 2,0 0,5 -

0,1 0,8

-

0,1

PF/TV-96/13 0,15 9 57 132,20 2789 7184,1 17,5 29 5,8 1,0 0,4 0,6 3,9 -

0,1

PAC-123 0,15 9 52 141,50 2749 6363,1 5,3 38 5,2 1,0 0,2 0,2 2,3 -

0,1

Dpd

BL-07-114ª 0,88 3 30 12,50 44 68,4 1,5 15 3,6 1,0 0,2 -

0,1 -0,5

-

0,1

PF/TV-101/15 1,76 5 64 18,00 83 68,4 1,5 19 6,6 5,0 0,2 -

0,1 0,6

-

0,1

BL-07-114C 1,02 5 66 30,80 114 136,8 2,0 14 9,0 3,0 0,2 -

0,1 1,2

-

0,1

Mopx

hbd BL-02-102B 1,12 18 82 48,90 980 1984,2 1,7 3 6,5 1,0 0,4

-

0,1 0,6

-

0,1

Tlc xst

9b 0,06 13 108 82,60 1776 2873,6 28,5 14 6,9 -1,0 -0,1 0,4 -0,5 -

0,1

FQ-07-134 0,04 13 92 99,40 1733 6568,3 5,6 5 4,3 -1,0 -0,1 -

0,1 -0,5

-

0,1

PF-5 0,17 20 135 88,70 1416 2942,1 4,3 26 8,5 -1,0 -0,1 -

0,1 -0,5

-

0,1

FQ-12-81 0,29 18 103 108,20 1545 2052,6 426,1 16 4,5 -1,0 -0,1 0,2 1,5 0,3

PF/TV-44/20 0,71 20 137 81,80 1656 3284,2 6,0 13 4,4 -1,0 0,1 -

0,1 -0,5

-

0,1

PF/TV-95/85 0,19 9 42 86,70 1930 2531,5 60,0 15 4,9 -1,0 -0,1 0,4 0,9 -

0,1

FQ-11-130 0,71 25 107 89,90 1661 2942,1 7,1 20 5,0 -1,0 -0,1 -

0,1 -0,5

-

0,1

FQ-15-16 0,46 20 96 93,90 1835 2531,5 42,0 10 4,2 -1,0 -0,1 0,2 2,2 -

0,1

Chl-tlc gfs

FQ-09-25B 0,45 19 75 85,50 1743 1984,2 22,1 6 3,8 -1,0 -0,1 0,7 1,3 -

0,1

PF/TV-11/5 0,37 22 87 82,30 1454 2463,1 13,6 10 3,8 -1,0 0,2 1,9 0,9 -

0,1

PF/TV-16/8 0,27 19 104 77,60 1498 2463,1 41,0 9 5,1 -1,0 -0,1 0,3 0,7 -

0,1

PF/TV-17/9 0,34 18 88 86,40 1650 1915,8 43,6 17 5,0 -1,0 -0,1 0,4 1,0 -

0,1

PF/TV-38/17 0,20 12 58 78,10 1801 1710,5 77,7 13 3,8 -1,0 0,1 2,2 2,1 -

0,1

PF/TV-39/18 0,19 11 79 79,30 1852 1710,5 12,9 10 3,6 -1,0 -0,1 0,6 0,9 -

0,1

Tr xst FQ-09-67C 0,68 31 147 80,50 1082 5952,5 292,0 18 11,5 -1,0 -0,1 -

0,1 0,7

-

0,1

Cloritito

FQ-11-20 2,66 28 83 89,20 1537 1436,8 0,6 28 14,6 -1,0 -0,1 -

0,1 -0,5

-

0,1

AV-23-69C 33,24 16 98 100,70 1830 2736,8 2,2 23 15,5 -1,0 -0,1 -

0,1 7,6

-

0,1

4b 0,54 65 252 89,90 443 136,8 0,3 31 15,2 -1,0 -0,1 -

0,1 0,5

-

0,1

Chl-hbl

gfs

PF/TV-34/16 4,62 36 240 56,50 507 1094,7 3,9 14 12,9 5,0 0,2 0,3 4,2 -

0,1

PF/TV-35/16 1,26 41 244 57,40 375 1710,5 7,6 9 11,6 3,0 0,2 0,4 20,5 -

0,1

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83

Tabela 6.05: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores e menores dos litotipos da literatura (ver referências abaixo, com suas respectivas

amostras, litotipos e localizações).

Amostra Simbologia SiO2 TiO2 Al2O3 Fe2O3t MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 Cr2O3 LOI CaO/Al2O3 Al2O3/TiO2

M661

44,40 0,19 3,25 0,21 0,12 42,80 1,01 0,01 0,01 ** ** 12,90 0,30 17,11

B12 47,60 0,44 4,29 0,49 0,20 27,10 8,00 0,05 0,01 0,03 ** 5,70 1,86 9,75

29 43,80 0,27 1,27 0,30 0,11 36,50 1,43 0,21 0,32 ** 0,63 ** 1,13 4,70

36 49,02 0,10 4,41 0,11 0,18 30,50 3,05 0,41 0,02 0,01 0,74 ** 0,69 44,10

K 42,90 0,36 7,46 0,40 0,22 24,00 7,21 0,13 0,06 0,02 ** ** 0,97 20,72

AG3 43,48 0,17 5,18 9,15 0,14 30,95 2,88 0,09 0,02 0,04 0,36 7,33 0,56 30,47

X3 39,60 0,19 6,40 5,30 0,13 19,00 13,2 0,04 0,03 ** 0,34 14,7 2,06 33,68

D 42,30 0,19 4,12 0,21 0,17 32,47 4,17 0,32 0,05 0,03 ** ** 1,01 21,68

Tabela 6.06: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos-traço dos litotipos da literatura. O valor negativo significa resultado abaixo do limite de detecção.

Amostra Simbologia Sc V Cr Co Ni Cu Cs Rb Ba Sr Nb Zr Y Pb Th U

M661

20,60 76 2199 123 2977 ** 0,33 0,50 0,72 6,56 0,31 10,47 4,56 0,04 0,03 0,01

B12 21,80 107 2364 121 1802 28,90 0,40 0,52 5,52 36,90 1,43 26,00 8,90 0,15 0,16 0,03

29 ** ** 4400 ** 1179 ** ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

36 ** ** 5064 ** 1886 239,70 ** ** ** ** ** ** ** ** ** **

K ** 170 2700 110 1300 87,00 ** ** ** ** ** 35,00 ** ** ** **

AG3 18,67 98 2452 108 1601 23,07 1,67 2,10 10,67 16,87 0,57 10,93 6,97 ** 0,23 0,10

X3 18,00 103 2299 52 458 6,00 ** ** 18,00 79,00 ** 32,00 -3 ** ** **

D ** 12,6 2680 96 1780 54,20 ** ** ** ** ** 28,50 ** ** ** **

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M661: Amostra de peridotito (P) da África do Sul [Arndt (1986b in: Arndt 2008)]

B12: Amostra de greenstone belt (Gb) de Barberton [Lahaye et al. (1995 in: Arndt 2008)]

29: Amostra de harzburgito de Bushveld [Hall (1932 in: Naldrett & Cabri 1976)]

36: Amostra de harzburgito de Stillwater [Bowes et al. (1973 in: Naldrett & Cabri 1976)]

K: Amostra de komatiíto peridotítico (Kp) do Cinturão Abitibi [Condie (1981 in: Baltazar & Raposo

1993)]

AG3: Média de três amostras de meta-ortopiroxenito (Mopx) de Itaguara-Rio Manso (MG) [Goulart

(2006)]

X3: Amostra de talco xisto (Tlc xst) de Mina dos Raposos (MG) [Junqueira (1997)]

D: Média de cinco amostras de rochas ultramáficas do Complexo Santo Antônio do Pirapetinga- [Raposo

(1991 in: Baltazar & Raposo 1993)].

Os metaharzburgitos, comparativamente a outras rochas ultramáficas analisadas,

apresentam os maiores teores de MgO (35 - 36% em peso) e de elementos traço Cr (6363 - 7184

ppm), Co (109 -142 ppm) e Ni (2112 - 2790 ppm). A presença significativa de Ni nos

metaharzburgitos deve-se possivelmente a pentlandita (Ni,Fe)9S8 e ao raro mineral

heazlewoodita (Ni3S2). Esses litotipos apresentam as menores concentrações médias de TiO2,

MnO, CaO, Na2O e K2O. As amostras de clorititos apresentam concentrações de MgO que

variam de 24 a 29 (% em peso), o maior teor de Al2O3 (13 a 17% em peso) e a menor

concentração de SiO2 (26 a 36% em peso) em relação às outras rochas. Em geral, as amostras

possuem teores elevados de MgO, chegando a 36% do teor total.

Algumas rochas metaultramáficas estudadas no presente trabalho (e.g. clorita-talco

granofels e clorititos) apresentam valores elevados de LOI (perda ao fogo), com valores de até

18 (% em peso), ocasionados pela presença de minerais hidratados (clorita, talco e tremolita)

e/ou carbonatos.

Segundo os autores Viljoen & Viljoen (1969) e Arndt & Nisbet (1982), uma das

assinaturas diagnósticas de suíte komatiítica é que a razão CaO/Al2O3 deve estar compreendida

no intervalo de 0,8 a 1,0. No caso dos metaultramafitos estudados, com exceção dos diopsiditos,

a razão CaO/Al2O3 possui valores que situam entre 0,002 a 2,24 (ver tabela 6.01 e Anexo III

calculadas em base anidra), intervalo em que alguns termos seriam excluídos das definições dos

autores supracitados.

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Arndt et al. (1977) ressaltam que aspectos químicos característicos dos komatiítos são:

conteúdo relativamente baixo de TiO2 em relação aos toleítos; alto conteúdo de magnésio; alta

razão CaO/Al2O3; e baixo conteúdo de elementos incompatíveis. Brooks & Hart (1974) utilizam

os seguintes parâmetros para classificar os komatíitos: SiO2 menor que 53%, MgO maior que

9%, K2O e TiO2 menores que 0,9%. Outra característica ainda aceita para a identificação de

komatiítos é o baixo conteúdo de Hf, Y e Zr quando comparados entre rochas com razões

MgO/FeO similares.

Verifica-se que os komatiítos de Barberton apresentam uma razão de CaO/Al2O3 maior

do que 1 (Viljoen et al. 1982), aproximando-se aos valores de parte das amostras analisadas

neste trabalho (e.g. BL-02-102, PF/TV-44/20, FQ-15-16, PF/TV-16/8 e PF/TV-35/16). De

modo geral, as amostras com razões elevadas devem-se à presença de carbonatos, anfibólios

cálcicos ou piroxênios cálcicos, como por exemplo, o diopsídio em diopsiditos.

A razão mais baixa de CaO/Al2O3 (0,002) foi encontrada nos talco xistos, de modo que

sugerem-se transformações metamórficas e metassomáticas, com empobrecimento de CaO ou

enriquecimento em Al2O3. Andrews-Jones (1968) e Korzhinsky (1950) evidenciaram uma

sequência de mobilidade metassomática, dentre o qual o elemento Ca é considerado mais móvel

do que o elemento Al devido ao seu baixo potencial iônico.

Em diversas lâminas delgadas, quantidades consideráveis de cloritas foram observadas,

contribuindo com um enriquecimento no conteúdo de Al, relativamente condizente com a

composição química observada nos litotipos (ver Anexo I). Já as amostras com concentrações

menores de Al2O3 traduzem os litotipos com minerais desprovidos ou pobres em Al, tais como

talco, serpentina, tremolita e antofilita. Baixas proporções de Al na análise química

correspondem às menores proporções modais ou ausência de clorita.

Os altos teores de Al2O3 das diversas amostras alteradas, bem como os teores de Fe2O3t

e TiO2 podem ser interpretados como resultado de troca metassomática com as encaixantes.

Roeser et al. (1987) ressaltam o intenso intercâmbio de elementos de rochas ultramáficas

originais com rochas encaixantes durante processos metamórficos/metassomáticos, ao passo que

auréolas de clorita e biotita (black wall) podem ser formadas entre essas rochas.

Quanto aos valores de CaO/Al2O3, TiO2 e MgO, as rochas estudadas assemelham-se ao

harzburgito de Stillwater (Bowes et al. 1973) e às rochas ultramáficas do Complexo Santo

Antônio do Pirapetinga (Raposo 1991). A razão média de Al2O3/TiO2 dos diopsiditos é de 18,

valor mais próximo, dentre todos os metaultramafitos estudados, ao valor condrítico

(aproximadamente 20).

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86

Segundo Arndt & Nisbet (1982), os peridotitos komatiíticos são caracterizados

quimicamente por teores de TiO2 menores que 0,9% e de MgO acima de 18%. No que se refere

ao teor de TiO2, a maioria das rochas analisadas se enquadram nas concentrações definidas por

pelos autores, com exceção da amostra 4b, cujo teor elevado de TiO2 (equivalente a 1,72% em

base anidra, ver anexo III) estaria relacionado à mineralogia particular da rocha, com presença

significativa de rutilo. Quanto ao teor de MgO, com as únicas exceções das amostras de

diopsiditos e clorita-hornblenda granofels, os litotipos estudados podem ser classificados como

peridotitos komatiíticos, já que possuem de 20 a 39% de MgO (equivalentes em base anidra).

No diagrama MgO - CaO - Al2O3 (figura 6.01) de Viljoen & Viljoen (1969), os dados

obtidos foram plotados, e assim verificou-se que a maioria das rochas agrupa-se relativamente

próxima ao vértice MgO, mostrando além de certa regularidade composicional, elevado

conteúdo do óxido em questão. Essas rochas assemelham-se à disposição das rochas utilizadas

para comparação, ao passo que tanto as amostras estudadas quanto as amostras da bibliografia

concentram-se, em sua maioria, no campo dos peridotitos komatiíticos.

Figura 6.01: Diagrama discriminante de Viljoen & Viljoen (1969) que relaciona MgO, CaO e Al2O3. A)

Metaultramáficas da Folha Mariana; e, B) Ultramáficas e Metaultramáficas da literatura.

A B

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As figuras 6.02 (diagramas ternários) e 6.03 (diagramas de variação) apresentam o

comportamento químico das diversas amostras estudadas, comparadas com as amostras da

bibliografia. E mais uma vez, nota-se um comportamento similar dessas amostras (e.g.

metaharzburgitos estudados com o harzburgito de Bushveld).

SiO2 MgO

Al2O3

SiO2 MgO

Al2O3

CaO

Al2O3

SiO2 MgO

CaO

SiO2 MgO

CaO

Al2O3

CaO

A

B

C

D

CaO (%)

MgO (%)SiO2 (%)

Al2O3 (%)

MgO (%)SiO2 (%)

Figura 6.02: Diagramas discriminantes ternários de Coleman (1977): A) CaO x SiO2 x MgO para as

rochas metaultramáficas estudadas neste trabalho; B) CaO x SiO2 x MgO para as rochas

ultramáficas/metaultramáficas da bibliografia; C) Al2O3 x SiO2 x MgO para as rochas metaultramáficas

estudadas neste trabalho; e, D) Al2O3 x SiO2 x MgO para rochas ultramáficas/metaultramáficas da

bibliografia.

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0

5

10

15

20

10 20 30 40 50

Al2

O3

(%)

MgO (%)

0

5

10

15

20

10 20 30 40 50

Al2

O3

(%)

MgO (%)

0

5

10

15

20

25

10 15 20 25 30 35 40 45

Ca

O (%

)

MgO (%)

0

5

10

15

20

25

10 15 20 25 30 35 40 45

CaO

(%

)

MgO (%)

0

5

10

15

35 40 45 50 55

Al2

O3

(%)

SiO2 (%)

0

5

10

15

35 40 45 50 55

Al2

O3

(%)

SiO2 (%)

A B

C D

E F

Figura 6.03: Diagramas de variação binários em base anidra que apresentam o padrão de distribuição

para os litotipos estudados e retirados da bibliografia: A e B) Al2O3 x MgO; C e D) CaO x MgO; E e F)

Al2O3 x SiO2.

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89

0

5

10

15

20

25

20 30 40 50 60

Ca

O (%

)

SiO2 (%)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

10 15 20 25 30 35 40 45

Cr

(p

pm

)

MgO (%)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

10 15 20 25 30 35 40 45

Cr

(pp

m)

MgO (%)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

10 15 20 25 30 35 40 45

Ni

(pp

m)

MgO (%)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

10 15 20 25 30 35 40 45

Ni (

pp

m)

MgO (%)

M

G H

I J

L

0

5

10

15

20

25

20 30 40 50 60

Ca

O (%

)

SiO2 (%)

Figura 6.04: Diagramas de variação binários em base anidra que apresentam o padrão de distribuição

para os litotipos estudados e retirados da bibliografia: G e H); CaO x SiO2; I e J) Cr x MgO; e, L e M) Ni

x MgO.

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90

Nos diagramas de variação, os litotipos estudados apresentam uma correlação negativa

de CaO e Al2O3 com MgO, e uma correlação positiva foi observada entre Cr e Ni com MgO.

Entretanto, a correlação negativa de Al2O3 em função de MgO não é tão clara, sugerido devido

ao alinhamento de clorita-hornblenda granofels e metaharzburgitos. A dispersão observada entre

as amostras, pode estar associada à mobilização do MgO durante a serpentinização/talcificação

de possíveis olivinas e ortopiroxênios nos protólitos dos metaultramafitos estudados. No

diagrama CaO versus SiO2 as amostras de diopsiditos se distanciam do restante dos litotipos

devido à presença significante desses óxidos no mineral diopsídio.

Em relação aos elementos traço, com exceção dos diopsiditos, as amostras mostram-se

enriquecidas em Cr e Ni, com valores nos intervalos de 1436-7184 ppm e 980-2790 ppm,

respectivamente (Tabela 6.03). Nos diopsiditos, os elementos-traço Cr e Ni apresentam uma

forte depleção, podendo ser o produto de uma diferenciação magmática com cristalização

fracionada associada e/ou diferenciação cumulática.

Elementos terras raras

As análises geoquímicas para elementos terras raras das amostras das rochas

metaultramáficas da Folha Mariana encontram-se na tabela 6.07. Na tabela 6.09 têm-se os dados

de elementos terras raras das rochas ultramáficas e metaultramáficas retirados da bibliografia.

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91

Tabela 6.07: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos terras raras das rochas

metaultramáficas estudadas. Mhrz- metaharzburgitos; Dpd- diopsiditos; Mopx hbd- metaortopiroxênio

hornblendito; Tlc xst- talco xisto; Chl-tlc gfs- clorita-talco granofels; Tr xst- tremolita xisto; Chl-hbl gfs-

clorita-hornblenda granofels. Os valores negativos significam resultados abaixo do limite de detecção.

Rocha Amostra La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Mhrz

PF/TV-25/12 0,5 1,1 0,06 0,5 0,50 0,00 0,11 0,02 0,16 0,05 0,18 0,04 0,26 0,04

PF/TV-96/13 0,5 0,7 0,04 0,4 0,50 0,00 0,15 0,02 0,12 0,03 0,15 0,04 0,26 0,04

PAC-123 0,6 0,8 0,09 0,6 0,50 0,00 0,12 0,01 0,11 0,03 0,15 0,03 0,21 0,04

Dpd BL-07-114ª 15,5 9,4 5,35 19,6 3,14 0,58 2,14 0,32 1,64 0,31 0,88 0,15 0,91 0,14

PF/TV-101/15 44,1 29,3 10,69 41,0 5,79 0,94 4,00 0,63 3,22 0,59 1,76 0,28 1,75 0,26

BL-07-114C 11,4 2,3 3,61 11,3 2,00 0,37 1,58 0,27 1,68 0,32 1,02 0,15 1,08 0,16

Mopx hbd BL-02-102B 9,8 10,3 4,00 15,7 2,93 1,04 2,10 0,33 1,81 0,36 1,12 0,17 1,20 0,19

Tlc xst

9b 0,8 0,9 0,09 0,4 0,00 0,00 0,12 -0,01 -

0,05 -0,02 0,06 0,01 0,05 0,01

FQ-07-134 2,7 0,4 0,70 2,4 0,29 0,05 0,19 0,02 0,08 -0,02 0,04 0,02 -

0,05 -0,01

PF-5 2,5 0,6 0,39 1,4 0,12 0,05 0,21 0,03 0,22 0,04 0,17 0,03 0,17 0,03

FQ-12-81 4,5 0,9 1,45 5,8 0,85 0,12 0,59 0,09 0,46 0,10 0,29 0,05 0,30 0,05

PF/TV-44/20 1,2 1,1 0,13 0,8 0,26 0,08 0,57 0,11 0,83 0,20 0,71 0,11 0,65 0,11

PF/TV-95/85 0,9 2,0 0,14 0,7 0,08 -

0,02 0,25 0,03 0,29 0,06 0,19 0,04 0,27 0,04

FQ-11-130 19,9 2,3 6,12 19,7 3,24 0,55 1,70 0,28 1,47 0,26 0,71 0,11 0,75 0,10

FQ-15-16 4,8 1,0 1,54 5,2 0,82 0,16 0,69 0,12 0,67 0,14 0,46 0,07 0,46 0,07

Chl-tlc gfs

FQ-09-25B 1,0 1,4 0,11 0,8 0,11 0,03 0,40 0,06 0,47 0,13 0,45 0,07 0,44 0,08

PF/TV-11/5 0,4 0,5 -0,02 -0,3 0,00 0,04 0,24 0,05 0,39 0,10 0,37 0,06 0,32 0,06

PF/TV-16/8 0,5 1,0 0,05 0,4 0,09 0,05 0,25 0,05 0,27 0,07 0,27 0,05 0,24 0,05

PF/TV-17/9 0,9 1,4 0,13 0,9 0,20 0,08 0,44 0,08 0,44 0,11 0,34 0,06 0,30 0,06

PF/TV-38/17 0,5 0,9 0,06 -0,3 0,00 0,03 0,16 0,03 0,15 0,05 0,20 0,03 0,19 0,03

PF/TV-39/18 0,4 0,5 0,14 -0,3 0,19 0,08 0,32 0,07 0,36 0,09 0,19 0,06 0,30 0,06

Tr xst FQ-09-67C 1,1 2,7 0,41 1,9 0,43 0,15 0,71 0,14 0,90 0,21 0,68 0,10 0,72 0,11

Cloritito

FQ-11-20 12,0 17,3 2,99 13,1 3,02 0,66 3,99 0,73 4,44 0,95 2,66 0,37 2,11 0,32

AV-23-69C 1425 110 485 1530 235 38 114 19 88 13 33 4,67 30 3,71

4b 9,8 20,9 2,37 10,1 2,29 0,25 2,11 0,27 1,19 0,20 0,54 0,08 0,55 0,11

Chl-hbl

gfs

PF/TV-34/16 24,8 52,1 8,52 31,7 7,37 2,38 7,25 1,43 8,62 1,68 4,62 0,71 4,31 0,60

PF/TV-35/16 2,5 5,1 0,64 2,6 0,79 0,93 1,42 0,27 1,81 0,40 1,26 0,19 1,16 0,17

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

92

Tabela 6.08: Somatórios de elementos terras raras e as razões La/Yb e La/Sm. Mhrz- metaharzburgitos;

Dpd- diopsiditos; Mopx hbl- metaortopiroxênio hornblendito; Tlc xst- talco xisto; Chl-tlc gfs- clorita-

talco granofels; Tr xst- tremolita xisto; Chl-hbl gfs- clorita-hornblenda granofels.

ETRL ETRP ETRL/ETRP La/Yb La/Sm

Mhrz

PF/TV-25/12 2,09 0,86 2,43 1,92 **

PF/TV-96/13 1,57 0,81 1,94 1,92 **

PAC-123 2,02 0,70 2,89 2,86 **

MÉDIA 1,96 0,79 2,49 2,19 **

Dpd

BL-07-114A 53,57 6,49 8,25 17,03 4,94

PF/TV-101/15 131,82 12,49 10,55 25,20 7,62

BL-07-114C 30,98 6,26 4,95 10,56 5,70

MÉDIA 72,12 8,41 8,57 18,89 6,50

Mopx hbd BL-02-102B 43,77 7,28 6,01 8,17 3,34

Tlc xst

9b 2,19 0,25 8,76 16,00 **

FQ-07-134 6,54 0,36 18,17 270,00 9,31

PF-5 5,06 0,90 5,62 14,71 20,83

FQ-12-81 13,62 1,93 7,06 15,00 5,29

PF/TV-44/20 3,57 3,29 1,09 1,85 4,62

PF/TV-95/85 3,82 1,17 3,26 3,33 11,25

FQ-11-130 51,81 5,38 9,63 26,53 6,14

FQ-15-16 13,52 2,68 5,04 10,43 5,85

MÉDIA 12,52 2,00 6,27 14,02 6,59

Chl-tlc gfs

FQ-09-25B 3,45 2,10 1,64 2,27 9,09

PF/TV-11/5 0,92 1,59 0,58 1,25 **

PF/TV-16/8 2,09 1,25 1,67 2,08 5,56

PF/TV-17/9 3,61 1,83 1,97 3,00 4,50

PF/TV-38/17 1,49 0,84 1,77 2,63 **

PF/TV-39/18 1,31 1,45 0,90 1,33 2,11

MÉDIA 2,15 1,51 1,42 2,07 6,27

Tr xst FQ-09-67C 6,69 3,57 1,87 1,53 2,56

Cloritito

FQ-11-20 49,07 15,57 3,15 5,69 3,97

AV-23-69C 3822,85 304,89 12,54 47,29 6,05

4b 45,71 5,05 9,05 17,82 4,28

MÉDIA 47,39 10,31 4,60 8,20 4,11

Chl-tlc gfs

PF/TV-34/16 126,87 29,22 4,34 5,75 3,36

PF/TV-35/16 12,56 6,68 1,88 2,16 3,16

MÉDIA 69,72 17,95 3,88 4,99 3,35

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

93

Tabela 6.09: Resultado das análises geoquímicas (em ppm) para elementos terras raras dos litotipos da

bibliografia. P- peridotito; Gb- greenstone belt; KP- komatiíto peridotiítico; Mopx- meta-ortopiroxenito;

Tlc xst- talco xisto.

Local Litotipo La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

África do Sul P 0,37 1,07 0,18 0,98 0,38 0,11 0,55 0,10 0,65 0,15 0,43 0,07 0,43 0,07

Barberton Gb 1,61 5,06 0,76 3,87 1,19 0,39 1,45 0,25 1,51 0,33 0,93 0,13 0,86 0,13

C. Abitibi KP 0,45 1,18 ** 1,33 0,45 0,21 0,50 0,09 ** ** 0,41 ** 0,88 0,08

Rio Manso Mopx 1,53 1,93 0,32 1,57 0,47 0,15 0,63 0,14 0,90 0,21 0,61 0,09 0,58 0,09

M. Raposos Tlc xst 1796 4,00 ** 1,41 0,25 0,18 0,34 ** 0,52 0,12 0,36 ** 0,37 0,05

CSAP ** 0,60 1,64 ** 1,52 0,51 0,20 0,63 ** ** ** 0,51 ** 0,66 0,10

Para melhor visualização dos padrões de distribuição de Elementos Terras Raras (ETR),

as assinaturas particulares dos metaultramafitos estudados foram divididas em dois diagramas

normalizados em relação ao condrito C1 (carbonoso) de Sun & McDonough (1989) (Figuras

6.05).

No primeiro diagrama, o padrão de distribuição de ETR mostra que os diopsiditos,

metaortopiroxênio hornblendito e talco xistos possuem um comportamento semelhante e são

altamente enriquecidos em ETR, com enriquecimento mais evidente em elementos terras raras

leves (ETRL, La - Eu) em relação aos pesados (ETRP, Er - Lu). Esses litotipos apresentam

valores decrescentes para os ETRL, com uma pronunciada anomalia negativa de Ce,

apresentando, a partir dos elementos terras raras intermediários (ETRI, Ga - Ho) até os ETRP,

um comportamento praticamente linear, salvo a exceção da leve anomalia negativa de Eu em

parte das amostras. Os padrões semelhantes dessas três distintas rochas poderiam sugerir um

protólito ígneo para as rochas em questão ou ainda o resultado de uma diferenciação magmática

com cristalização fracionada associada, fato discutido a contento no capítulo 8. A verticalidade

aproximada das curvas pode indicar o elevado fracionamento da fonte dos magmas geradores

dessas rochas. Nos metaharzburgitos, os padrões apresentam uma leve concavidade para cima,

mostram anomalias negativas de Pr e Tb, e possuem valores normalizados de ETR < 1 (variam

entre ~0,2 e ~1) em relação ao condrito.

No segundo diagrama, os padrões de elementos terras apresentam um comportamento

essencialmente linear e, de modo geral, as amostras são mais fracionadas que os valores do

condrito C1. As curvas dos clorititos mostram dois padrões distintos, sendo um sub-horizontal,

com anomalias negativas de Eu, enquanto o outro padrão apresenta valores decrescentes de

ETR e um maior enriquecimento dos elementos em questão, com uma pronunciada anomalia

negativa de Ce, assemelhando-se aos metaultramafitos mais fracionados do primeiro diagrama.

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

94

0.1

1

10

100

1000

La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Ro

cha/C

ondri

to C

1

Sun+McDon.1989-REEs

Metaharzburgitos DiopsiditosMetaortopiroxênio hornblendito Talco xistos

0.1

1

10

100

1000

10000

La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Ro

cha/C

ondri

to C

1

Sun+McDon. 1989-REEs

Clorita-talco granofels Tremolita xistos Clorititos Clorita-hornblenda granofels

Figura 6.05: Diagramas que apresentam o comportamento de distribuição dos elementos terras raras das

rochas metaultramáficas da Folha Mariana. Dados normalizados por Sun & McDonough (1989) para

condrito C1.

Nota-se um enriquecimento generalizado em ETRL não condizente com rochas dessa

natureza. O ocorrido deve-se possivelmente à adição de elementos incompatíveis, que segundo

Carmichael et al. 1974, podem ter sido adicionados às rochas em questão por processos

metassomáticos/metamórficos (e.g. talco xistos). Nota-se ainda uma alta razão La/Yb nos

clorititos, podendo sugerir uma contaminação do material durante a jornada manto-crosta.

A

B

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

95

A figura 6.06 evidencia diagramas que apresentam o comportamento de distribuição de

elementos terras raras das médias dos termos metaultramáficos analisados neste trabalho e, para

fins de comparação, das rochas ultramáficas e metaultramáficas da bibliografia. Para evitar

superposição das curvas, as amostras retiradas da bibliografia foram comparadas uma a uma

com a média dos litotipos estudados. Observa-se que todas as amostras da bibliografia

apresentam um comportamento similar aos tremolita xistos.

Em termos gerais, o padrão de distribuição de elementos terras raras mostra que as

rochas metaultramáficas apresentam um enriquecimento de ETRL em relação aos ETRP [razões

La/Yb(N) entre 1,25 a 270 e (ETRL)N/(ETRP)N > 1]. Apenas duas amostras de clorita-talco

granofels apresentam valores próximos a 1 [La/Yb(N) = 0,58 e 0,90 e, (ETRL)N/(ETRP)N =

1,25 e 1,33] indicando pequena diferenciação em relação ao condrito C1, evidenciando que as

rochas, em questão, originaram-se a partir de fusão do manto primitivo, com pouco ou sem

resíduo. Os diopsiditos mostram maior enriquecimento médio em termos de ETRL [La/Yb(N) =

18,9, La/Sm(N) = 6,5 e (ETRL)N/(ETRP)N = 8,6], com a razão de La/Yb(N) e La/Sm(N) igual a

2,9.

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0.1

1

10

100

La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Ro

cha/C

ondri

to C

1

Sun+McDon. 1989-REEs

0.1

1

10

100

La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Ro

cha/C

ondri

to C

1

Sun+McDon. 1989-REEs

0.1

1

10

100

La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Ro

cha/C

ondri

to C

1

Sun+McDon. 1989-REEs

0.1

1

10

100

La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Ro

cha/C

ondri

to C

1

Sun+McDon. 1989-REEs

0.1

1

10

100

La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Ro

cha/C

ondri

to C

1

Sun+McDon. 1989-REEs

0.1

1

10

100

La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Ro

cha/C

ondri

to C

1

Sun+McDon. 1989-REEs

Figura 6.06: Diagramas que apresentam o comportamento de distribuição dos elementos terras raras das

amostras retiradas da bibliografia comparadas uma a uma com a média dos termos ultramáficos da Folha

Mariana. Dados normalizados por Sun & McDonough (1989) para condrito C1.

A B

C D

E F

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

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6.4- LITOGEOQUÍMICA DOS GNAISSES ENCAIXANTES LOCALMENTE

Conforme abordado em capítulos precedentes, a única finalidade de ser obter resultados

analíticos de química de rocha para os gnaisses encaixados, localmente, em metaultramáficas no

distrito de Cachoeira do Brumado foi devido à datação geocronológica do xenólito. Por esta

razão, a litogeoquímica dos litotipos em questão será brevemente discutida no presente item.

A tabela apresentada no Anexo III mostra os elementos maiores, menores e traço para

os xenólitos de gnaisse, sendo que as análises litogeoquímicas de elementos maiores são

apresentadas na tabela 6.10.

Tabela 6.10: Resultado das análises geoquímicas (% em peso) para elementos maiores dos gnaisses

encaixados localmente em metaultramáfica de Cachoeira do Brumado.

Rocha Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeOt* MnO MgO CaO Na2O K2O P2O5 Cr2O3 LOI

Gnaisses PF/TV-15/7 56,05 0,40 19,65 3,99 0,07 5,02 5,30 6,58 0,73 0,07 0,08 1,40

PF-09-09-3 61,99 0,02 21,56 0,55 0,01 1,18 4,16 8,13 0,81 0,00 0,00 1,40

O diagrama triangular segundo os componentes Anortita (An)-Albita (Ab)-Ortoclásio

(Or) de O´Connor (1965) (figura 6.07) permite uma melhor visualização da composição

normativa dessas amostras. A classificação normativa dos gnaisses pode ser correlacionada a

rochas ígneas de composição trondhjemítica.

Ab Or

An

Granito

Xenólito de gnaisse

Trondhjemito

Gnaisse encaixante

Figura 6.07: Diagrama triangular Anortita (An)- Albita (Ab)- Ortoclásio (Or) normativos de classificação

de rochas plutônicas (O’ Connor 1965) para os gnaisses de Cachoeira do Brumado.

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99

CAPÍTULO 7

ESTUDOS GEOCRONOLÓGICOS

7.1- INTRODUÇÃO

Os estudos geocronológicos foram realizados em cristais de zircão de amostra de

xenólito de gnaisse trondhjemítico (e.g. amostra PF-09-09-3 de Cachoeira do Brumado) no

Laboratório de Geocronologia no Instituto de Geociências na Universidade de Brasília (UnB),

pelo método U-Pb LA-MC-ICP-MS (Laser Ablation Multi-Coletor Espectrometria de Massas

com Plasma Indutivamente Acoplado) e no Laboratório da Universidade Nacional da Austrália

(Australian National University, Canberra), pelo método U-Pb SHRIMP (Sensitive High

Resolution Íon Microprobe).

Além do zircão (silicato de zircônio, ZrSiO4) conter uma quantidade de U (urânio) e Pb

(chumbo) suficiente para aplicação do método U-Pb, o mineral em questão possui uma elevada

temperatura de bloqueio (~800 ºC) e uma alta resistência para troca química e recristalização.

Por estas razões, escolheu-se o zircão, alojado em uma maior concentração no gnaisse, para

efetuar análises geocronológicas no presente trabalho. Assim, obteve-se uma idade relativa das

rochas metaultramáficas do distrito de Cachoeira do Brumado por meio da datação do xenólito

gnáissico encaixado na ocorrência metaultramáfica (esteatito).

7.2- CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O elemento químico urânio tem três isótopos que ocorrem naturalmente, o 238

U, 235

U e

234U, sendo que os dois primeiros se desintegram para

206Pb e

207Pb, respectivamente. A análise

dos isótopos radioativos 238

U e 235

U , e radiogênicos 206

Pb e 207

Pb permite a determinação da

idade de cristalização do mineral. Uma outra informação importante de idade pode ser obtida

pela razão 207

Pb/ 206

Pb que considera apenas os isótopos “filhos”, não afetados por perdas

recentes. O 234

U é o produto intermediário do decaimento do U e Th (tório). O 232

Th se

desintegra para o 208

Pb.

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

100

Dadas as condições de sistema fechado dos zircões, as razões 206

Pb/238

U (ordenada) e

207Pb/

235U (abscissa) quando plotadas em gráfico representam o sistema U-Pb, que conspiram

em uma curva desde a sua formação. Esta curva é o “locus” de todos os valores concordantes

(idade radiométrica verdadeira), denominada de “Concórdia” por Wetherill (1956).

Em termos gerais, o sistema isotópico U-Pb se abre sob condições de baixo grau

metamórfico, e desta forma, ganha ou perde U, Pb e Th. Em muitos casos, os dados mostram-se

discordantes devido à alteração de U e Pb e a presença de chumbo original na estrutura mineral

de tal forma que a idade radiométrica poderá exceder a idade real. O 204

Pb pode ser considerado

um elemento-chave para a detecção da quantidade de chumbo original e é tratado como estável

de referência (Faure 1977). Este isótopo não radiogênico de Pb e a perda de U deslocam as

análises para uma estimativa abaixo da curva de concórdia, formam linhas denominadas de “

Linhas de Discórdias” que interceptam a curva da concórdia no intercepto superior

(cristalização do mineral) e no intercepto inferior. É importante destacar que o problema do

conteúdo de Pb não radiogênico pode ser resolvido por procedimentos de correção de

composições 206

Pb/204

Pb e 207

Pb/206

Pb.

Os sistemas U-Pb e Th-Pb podem ser interpretados por meio de diagramas isocrônicos.

De modo geral, as isócronas U-Pb de amostras de rocha total não são possíveis devido à elevada

perda de U. Em contrapartida, as isócronas Th-Pb possuem uma expressiva utilidade, ao passo

que o elemento tório é menos móvel do que o elemento urânio.

7.3- DISCUSSÕES E RESULTADOS

7.3.1- Método U-Pb (laser ablation)

As análises geocronológicas U-Pb laser ablation foram realizadas em dois mounts de

uma mesma amostra do gnaisse trondhjemítico em diferentes frações de cristais de zircão

(tamanhos que variam de 80 a 300 μm, figuras 7.01 e 7.02). Todas as análises foram

tomadas como tiros (spots) únicos em 31 cristais de zircão individual. Estes cristais de zircão,

em virtude de se encontram intensamente fraturados, são considerados como de má qualidade.

O método LA-ICP-MS permite a obtenção de razões isotópicas com alta resolução

espacial de micrômetros. Para se aplicar esta técnica às superfícies dos zircões dos mounts

receberam polimento, a fim de permitir uma melhor exposição aos spots, e foram analisadas de

forma puntual, juntamente com o padrão internacional GJ (padrão de zircão fornecido pelo

GEMOC, Austrália). Os procedimentos analíticos e as condições operacionais do laser ablation

estão sintetizados no item 1.4.6 (capítulo 1).

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

101

Um dos problemas enfrentados na aplicação desta técnica foi que as análises do padrão

internacional GJ não obtiveram resultados satisfatórios (e.g idades de 207

Pb/206

Pb iguais a 612,5

± 54 e 626 ±56 Ma), já que a idade de referência obtida por Jackson et al. (2004) de 207

Pb/206

Pb

foi de 608,6 ± 1 Ma. Na tabela 7.01 são apresentados os resultados das análises U-Pb LA-ICP-

MS.

As razões 232

Th/238

U variam entre 0,01 e 0,32, típicas de grãos derivados de rochas

magmáticas.

A estrutura interna de parte dos zircões imagiada pela catodoluminescência e back-

scattered depois da análise pode ser observada nas figuras 7.01 e 7.02, e a distribuição das

análises do xenólito no diagrama discórdia-concórdia da figura 7.03.

As relações corrigidas de 206

Pb/238

U e 207

Pb/206

Pb foram transferidas para a tabela 7.01

em informações de idades usando o software Isoplot (Ludwig 2003). O software também foi

utilizado para plotar o diagrama de concórdia.

A maior parte das análises obtidas para a amostra de gnaisse é discordante (Fig. 7.03),

de modo que os zircões encontram-se enfileirados supostamente em diferentes discórdias,

rendendo uma idade aproximada de cristalização magmática da rocha de 3.0 Ga (intercepto

superior). Sugere-se que a idade de 2742 ± 54Ma represente o evento metamórfico de geração

dos gnaisses. O intercepto inferior de 0,5 Ga provavelmente relacionar-se-ia ao um evento

termal de baixo grau metamórfico de idade brasiliana, amplamente reconhecido na região.

Pode-se dizer esse dado geocronológico não é robusto, devido ao alto valor da dispersão

(MSWD = 6.5).

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Veiga T. M. 2011, Petrologia, Geoquímica e Geocronologia de Rochas Metaultramáficas...

102

Tabela 7.01: Resultado das análises U-Pb LA-ICP-MS. Pbc e Pb* indicam porções comuns e radiogênicas, respectivamente.

Grain spot 206

Pbc 232

Th 206

Pb/238

U 207

Pb/235

U 207

Pb/206

Pb Erro Erro Erro

(%) /238

U (Idade) (Idade) (Idade) 207

Pb*/206

Pb* (%) 207

Pb*/235

U (%) 206Pb

*/238

U (%) ρ (rho)

1.1 0.63 0.02 605.1 ± 29.0 614.3 ± 27.0 648.2 ± 66.4 0.06125 ± 3.2 0.831 ± 5.9 0.09842 ± 5.0 0.84

2.1 0.11 0.02 2635.6 ± 68.3 2803.5 ± 32.8 2926.6 ± 23.9 0.21275 ± 1.5 14.816 ± 3.5 0.50508 ± 3.2 0.90

3.1 0.01 0.01 2073.7 ± 59.0 2436.0 ± 32.2 2754.1 ± 19.0 0.19138 ± 1.2 10.013 ± 3.5 0.37944 ± 3.3 0.94

4.1 0.16 0.04 2455.2 ± 50.4 2580.4 ± 28.9 2680.3 ± 31.4 0.18300 ± 1.9 11.696 ± 3.1 0.46354 ± 2.5 0.85

5.1 0.04 0.06 2267.4 ± 47.3 2562.1 ± 23.9 2804.3 ± 11.8 0.19733 ± 0.7 11.469 ± 2.6 0.42153 ± 2.5 0.96

6.1 0.66 0.01 1216.4 ± 46.7 1768.4 ± 35.7 2501.0 ± 16.2 0.16436 ± 1.0 4.706 ± 4.3 0.20768 ± 4.2 0.97

7.1 0.03 0.06 2357.6 ± 34.5 2620.7 ± 19.4 2830.6 ± 18.3 0.20055 ± 1.1 12.210 ± 2.1 0.44156 ± 1.8 0.84

8.1 0.20 0.01 1672.5 ± 65.5 2212.3 ± 41.9 2758.1 ± 26.3 0.19185 ± 1.6 7.835 ± 4.8 0.29621 ± 4.5 0.95

9.1 0.07 0.02 1793.4 ± 31.5 2284.4 ± 19.5 2758.3 ± 13.0 0.19187 ± 0.8 8.485 ± 2.2 0.32074 ± 2.0 0.93

10.1 0.03 0.04 2144.9 ± 25.5 2543.8 ± 15.4 2879.3 ± 14.5 0.20662 ± 0.9 11.247 ± 1.7 0.39477 ± 1.4 0.84

11.1 0.06 0.03 1867.1 ± 47.2 2321.4 ± 28.5 2749.0 ± 20.0 0.19080 ± 1.2 8.838 ± 3.2 0.33595 ± 2.9 0.92

12.1 0.43 0.02 1773.8 ± 33.7 2216.7 ± 24.2 2655.5 ± 26.8 0.18029 ± 1.6 7.874 ± 2.7 0.31674 ± 2.2 0.83

13.1 0.44 0.03 1993.9 ± 37.4 2480.6 ± 21.4 2907.5 ± 12.8 0.21026 ± 0.8 10.508 ± 2.3 0.36247 ± 2.2 0.94

14.1 0.01 0.18 2464.8 ± 62.4 2799.1 ± 29.8 3049.8 ± 13.9 0.22967 ± 0.9 14.748 ± 3.2 0.46573 ± 3.1 0.96

15.1 0.02 0.05 2670.7 ± 39.2 2837.2 ± 20.0 2957.7 ± 17.9 0.21689 ± 1.1 15.349 ± 2.1 0.51329 ± 1.8 0.85

16.1 0.04 0.03 2392.0 ± 30.4 2686.1 ± 15.7 2915.6 ± 11.4 0.21130 ± 0.7 13.089 ± 1.7 0.44927 ± 1.5 0.90

17.1 0.24 0.02 1338.5 ± 66.9 1878.5 ± 47.2 2542.4 ± 15.6 0.16846 ± 0.9 5.360 ± 5.6 0.23077 ± 5.6 0.99

18.1 0.01 0.32 2971.3 ± 111.7 3039.3 ± 45.9 3084.6 ± 18.4 0.23474 ± 1.2 18.951 ± 4.9 0.58554 ± 4.7 0.97

19.1 0.62 0.02 1639.3 ± 37.2 2141.6 ± 26.3 2665.5 ± 24.9 0.18138 ± 1.5 7.241 ± 3.0 0.28955 ± 2.6 0.87

20.1 1.47 0.02 1315.3 ± 29.7 1827.2 ± 21.9 2473.6 ± 12.1 0.16171 ± 0.7 5.046 ± 2.6 0.22634 ± 2.5 0.96

21.1 0.02 0.03 2714.7 ± 66.4 2879.2 ± 29.7 2996.3 ± 15.2 0.22215 ± 0.9 16.040 ± 3.2 0.52366 ± 3.0 0.95

22.1 0.07 0.03 1819.4 ± 25.7 2318.0 ± 17.8 2791.7 ± 18.1 0.19582 ± 1.1 8.804 ± 2.0 0.32609 ± 1.6 0.82

23.1 0.08 0.06 2286.0 ± 58.8 2499.3 ± 31.7 2677.6 ± 26.5 0.18270 ± 1.6 10.722 ± 3.5 0.42563 ± 3.1 0.90

24.1 0.11 0.05 2360.0 ± 36.1 2646.9 ± 18.5 2874.1 ± 12.7 0.20597 ± 0.8 12.555 ± 2.0 0.44210 ± 1.8 0.92

25.1 0.03 0.03 2411.7 ± 41.9 2639.5 ± 20.8 2819.2 ± 12.8 0.19914 ± 0.8 12.457 ± 2.2 0.45369 ± 2.1 0.93

26.1 0.27 0.17 1533.2 ± 30.0 2072.0 ± 21.0 2660.7 ± 15.9 0.18085 ± 1.0 6.695 ± 2.4 0.26850 ± 2.2 0.91

27.1 0.05 0.08 2391.1 ± 40.0 2569.2 ± 21.2 2712.8 ± 18.1 0.18664 ± 1.1 11.556 ± 2.3 0.44907 ± 2.0 0.87

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103

Continuação.

Grain spot 206

Pbc 232

Th 206

Pb/238

U 207

Pb/235

U 207

Pb/206

Pb Erro Erro Erro

(%) /238

U (Idade) (Idade) (Idade) 207

Pb*/206

Pb* (%) 207

Pb*/235

U (%) 206Pb

*/238

U (%) ρ (rho)

28.1 0.04 0.07 2103.3 ± 37.4 2412.3 ± 23.6 2684.5 ± 25.2 0.18347 ± 1.5 9.759 ± 2.6 0.38580 ± 2.1 0.82

29.1 1.24 0.02 1615.4 ± 18.2 2155.0 ± 12.9 2717.8 ± 11.6 0.18721 ± 0.7 7.351 ± 1.5 0.28487 ± 1.3 0.86

30.1 0.04 0.13 2368.7 ± 30.8 2595.6 ± 17.0 2777.9 ± 15.8 0.19418 ± 1.0 11.888 ± 1.8 0.44404 ± 1.6 0.84

31.1 0.56 0.03 1677.6 ± 39.2 2180.3 ± 25.5 2693.7 ± 18.2 0.18450 ± 1.1 7.561 ± 2.9 0.29723 ± 2.6 0.92

PAD GJ 0.14 0.32 679.9 ± 10.2 664.5 ± 14.4 612.5 ± 54.1 0.06025 ± 2.5 0.924 ± 3.0 0.11124 ± 1.6 0.67

PAD GJ 0.18 0.30 668.2 ± 12.3 658.7 ± 15.7 626.0 ± 56.1 0.06063 ± 2.6 0.913 ± 3.2 0.10922 ± 1.9 0.73

Figura 7.01: Imagens de catodoluminescência (A, C, E e G) e de back-scattered (B, D, F e H) com spot de aproximadamente 40 μm de alguns zircões datados do xenólito

gnáissico (e.g amostra PF-09-09-3).

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104

Figura 7.02: Imagens de catodoluminescência (A, C, E, G, I, L, N e P) e de back-scattered (B, D, F, H, J,

M, O e Q) com spot de aproximadamente 40 μm de alguns zircões datados do xenólito gnáissico (e.g

amostra PF-09-09-3).

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105

Figura 7.03: Diagrama discórdia-concórdia U/Pb LA-ICP-MS obtido na amostra de gnaisse

trondjhemítico (e.g. amostra PF-09-09-3).

7.3.2- Método U-Pb (SHRIMP)

Todas as análises de SHRIMP foram tomadas como tiros (spots) únicos em 12 cristais

individuais de zircão.

Na tabela 7.02 são apresentados os resultados das análises U-Pb SHRIMP. As análises

do xenólito de gnaisse trondjhemítico foram distribuídas no diagrama discórdia-concórdia da

figura 7.04.

Os zircões analisados possuem valores de U e Th no intervalo entre 180-2447 ppm e 18-

58 ppm, respectivamente, sendo que as razões de 232

Th/238

U compreendem valores no intervalo

entre 0,02 a 0,23.

No diagrama concórdia, 11 spots se alinham segundo uma discórdia com intercepto

superior de 3006 ± 17 Ma, interpretado como a idade de cristalização. A mesma discórdia tem

intercepto inferior de 552 ± 41 Ma, cujo significado é duvidoso. Mas uma vez, nota-se que o

dado não é robusto por causa do seu alto valor da dispersão (MSWD = 6.7).

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106

Figura 7.04: Diagrama discórdia-concórdia U/Pb SHRIMP obtido na amostra de gnaisse trondjhemítico

(e.g. amostra PF-09-09-3).

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107

Tabela 7.02: Resultado das análises U-Pb SHRIMP. Pbc e Pb* indicam porções comum e radiogênica, respectivamente. O erro no padrão de calibração foi de 0,43% (não

incluindo os erros abaixo, quando comparados aos dados de diferentes mounts). (1) – Pb comum corrigido usando a medida de 204

Pb.

Grain.Spot

206

Pbc

(%)

U

(ppm)

Th

(ppm)

232Th

/208

U

206

Pb*

(ppm)

(1) 206

Pb/238

U

(Idade)

(1) 207

Pb/206

Pb

(Idade)

Discórdia

(%)

(1) 207

Pb*/206

Pb*

Erro

(%)

(1) 207

Pb*/235

U

Erro

(%)

(1) 206

Pb*/238

U

Erro

(%)

Erro de

correção

1.1 0.89 779 18 0.02 163 1398 ±17 2643.5 ± 7.8 47 0.17898 0.47 5.975 1.4 0.2421 1.3 0.943

2.1 0.00 219 21 0.10 93 2591 ±30 2901 ± 4.9 11 0.20941 0.3 14.28 1.4 0.4947 1.4 0.977

3.1 0.00 182 41 0.23 71.4 2429 ±29 2930.5 ± 5.9 17 0.21326 0.36 13.45 1.5 0.4576 1.4 0.969

4.1 0.16 813 32 0.04 195 1582 ±19 2790.4 ± 5 43 0.19567 0.31 7.51 1.4 0.2782 1.3 0.975

5.1 0.39 487 23 0.05 152 1987 ±23 2883 ± 6 31 0.2071 0.37 10.31 1.4 0.3611 1.4 0.966

6.1 0.57 408 20 0.05 85.7 1403 ±17 2681.3 ± 9.7 48 0.1831 0.58 6.137 1.5 0.243 1.4 0.919

7.1 0.20 2447 58 0.02 323 920 ±11 2214 ±13 58 0.1389 0.74 2.939 1.5 0.1534 1.3 0.872

8.1 0.50 1279 44 0.04 281 1461 ±17 2667 ± 5 45 0.18154 0.3 6.366 1.3 0.2543 1.3 0.974

9.1 0.04 180 28 0.16 80.4 2694 ±31 2966.4 ± 5.4 9 0.21805 0.34 15.6 1.4 0.5189 1.4 0.973

10.1 0.37 936 25 0.03 192 1377 ±17 2617.3 ± 9.4 47 0.17618 0.56 5.785 1.4 0.2381 1.3 0.921

11.1 0.12 221 22 0.10 101 2757 ±31 2984.7 ± 5.2 8 0.22054 0.33 16.23 1.4 0.5336 1.4 0.974

12.1 0.03 742 21 0.03 258 2193 ±25 2913.6 ± 3.2 25 0.21104 0.2 11.79 1.4 0.4051 1.4 0.990

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108

Em suma, as idades de cristalização magmática do xenólito obtidas pelos dois métodos (laser

ablation e SHRIMP) são compatíveis.

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109

CAPÍTULO 8

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Conforme abordado em capítulos precedentes, a maioria dos termos metaultramáficos aflorantes

na Folha Mariana sofreram, a partir de protólitos ultramáficos, totais transformações mineralógicas. A

talcificação foi o principal processo de transformação mineralógica atuante nessas rochas. Em

contraposição, identificaram-se rochas metaultramáficas com texturas ígneas reconhecíveis, nas quais se

observam paragêneses ígneas representadas por clinopiroxênio ou ortopiroxênio ± olivina ± cromita em

metaharzburgitos, diopsiditos e metaortopiroxênio hornblendito.

As rochas investigadas foram regionalmente submetidas ao metamorfismo de fácies xisto verde e,

localmente, à fácies anfibolito. Os processos metamórficos/metassomáticos da área associam-se aos

processos hidrotermais tardios, culminando com o surgimento de serpentina, anfibólios, clorita, talco,

carbonatos secundários entre outros.

No presente trabalho, foram feitos estudos de detalhe de química mineral, nos quais permitiram

tipificar diversos minerais nas rochas em questão, a saber: olivina (crisotila), diopsídio, enstatita,

antofilita, actinolita, mg-hornblenda, cummingtonita, tremolita, biotita, cloritas, talco, dolomita,

magnesita, cromita, pentlandita, pirrotita, calcopirita e heazlewoodita.

Nos metaharzburgitos de Acaiaca, a cristalização dos sulfetos de Ni (heazlewoodita e pentlandita)

ocorreu possivelmente após a cristalização do Cr-espinélio (agora Fe-cromita), pois o sulfeto está em

contato retilíneo e ao redor do espinélio, o que indica possível saturação do magma em S após a formação

do espinélio cúmulus no metaharzburgito e anterior ao diopsidito. A Fe-cromita é tipicamente um produto

de transformação pós-magmática, seja tardi-magmática ou produto de alteração metamórfica de fácies

anfibolito. A cristalização de heazlewoodita pode indicar um magma saturado em S e Ni que evoluiu para

um magma com S, Ni e Fe na sua cristalização e fracionamento.

Ainda persistem controvérsias na interpretação de questões pertinentes à origem ultramáfica dos

metaharzburgitos e dos diopsiditos encontrados nas regiões de Acaiaca e Barra Longa, respectivamente.

Entretanto, o tamanho dos cristais de olivina, ortopiroxênio e clinopiroxênio, indica uma provável origem

plutônica, a inexistência de textura granoblástica e de xistosidade, aliadas ao trend dos corpos em direção

E-W aproximadamente ortogonal ao trend regional constituem argumentos a favor de uma origem ígnea

posterior ao evento metamórfico de alto grau que afetou a região.

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110

Nos metaharzburgitos, os valores de En (86-88%) no ortopiroxênio pós-cúmulus são compatíveis

com os de Fo na olivina cúmulus (86-87%), típicos de rochas harzburgíticas de corpos máfico-

ultramáficos acamadados intracratônicos. Estes valores de Fo e En de piroxênio e olivina são idênticos aos

valores anteriormente determinados por MEV-EDS (Suita et al. 2006). De acordo com Brucher & Frey

(2002) as olivinas metamórficas são essencialmente magnesianas e, no entanto obteve-se uma composição

de 13 a 14% do componente ferroso faialita nas olivinas das rochas em questão (ver item 4.2, capítulo 4).

Portanto em termos composicionais e texturais, conclui-se uma origem magmática para essas olivinas dos

metaharzburgitos.

Enquanto a natureza ígnea do protólito dos metaharzburgitos é inquestionável, ainda persiste

dualidade na interpretação dos diopsiditos, por apresentarem baixos teores de minerais opacos e de alguns

elementos tais como Ni, Co e Cr, têm sido interpretados por alguns pesquisadores (e.g. Medeiros Jr. 2009)

como rochas paraderivadas submetidas às condições metamórficas da fácies granulito. O tipo de protólito

para os diopsiditos da área de Barra Longa, não está totalmente esclarecido, havendo argumentos tanto a

favor como contrários a uma origem sedimentar, a partir do metamorfismo de alto grau de margas, como

postulado pelo autor supracitado.

Uma dúvida que ainda persiste é que se a rocha tivesse originado a partir de um educto

sedimentar, como por exemplo, um calcário impuro, deveria ocorrer, ainda que de forma subordinada,

minerais como epidoto, granada, carbonato ou quartzo, o que não foi observado nas lâminas estudadas.

Nota-se que a composição química do diopsídio dos diopsiditos investigados neste trabalho (ver tópico

4.3, capítulo 4) é semelhante à encontrada por Batanova et. al. (2005) em piroxenitos de complexos ígneos

acamadados no Complexo Galmoenan (Rússia).

Com base no estudo das relações de campo, descrições petrográficas suportadas por análises de

microssonda e, sobretudo de geoquímica de alguns elementos do grupo das terras raras, foi possível

demonstrar que o padrão de distribuição desses elementos dos diopsiditos estudados é semelhante ao

observado em piroxenitos da Rússia (Fershtater et al. 1998 ) e aos talco xistos e metaortopiroxênio

hornblendito estudados no presente trabalho, ao passo que a diferença da composição química poderia

estar relacionada a processos de cristalização fracionada do magma de natureza ultramáfica.

Wilson (1989) estudando o comportamento dos elementos incompatíveis Ce, Yb e Sm, durante a

fusão parcial do sistema olivina-ortopiroxênio-diopsídio, mostra que o coeficiente de partição do Ce é de

0,001 na olivina, 0,03 no ortopiroxênio e 0,1 no diopsídio. Os valores para o Yb são de 0,002, 0,05 e 0,28

respectivamente na olivina, no ortopiroxênio e diopsídio. O elemento Sm tem comportamento idêntico. De

sorte que, admitindo-se um processo de cristalização fracionada envolvido na geração das rochas

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

111

metaultramáficas deve-se esperar um enriquecimento destes elementos incompatíveis nos litotipos mais

evoluídos. Wilson (1989) estuda o comportamento de elementos altamente incompatíveis com

coeficientes de distribuição de 0,1, 0,5, 1,0 e 10 durante o processo de cristalização fracionada e constata

um aumento exponencial da concentração dos elementos incompatíveis no melt durante o processo. Ou

seja, a concentração dos elementos no líquido residual em relação ao líquido original aumenta

exponencialmente, após uma taxa de cristalização da ordem de 75%. Como ficou demonstrado neste

trabalho, os teores dos elementos Ce, Yb e Sm mostram em forte enriquecimento nos

metaclinopiroxenitos em comparação com os metaharzburgitos.

O elevado enriquecimento anômalo dos ETR, observado tanto nos diopsiditos como no

metaortopiroxênio hornblendito e nos talco xistos, relaciona-se provavelmente a processos de alteração

hidrotermal e/ou intempéricos. Cotten et al. (1995) demonstram através de estudos experimentais de

lixiviação que os ETR são facilmente mobilizados pela água sob condições de alta oxidação e baixa

temperatura. Os autores ao compararem padrões de distribuição de ETR de basaltos subaereamente

expostos com amostras semelhantes coletadas no substrato oceânico na Polinésia Francesa, e observaram

nas amostras de superfície a presença de microfraturas preenchidas com habdofana que é um fosfato de

terras raras. Os autores relacionam ao preenchimento das microfraturas à percolação de águas superficiais

em clima tropical.

É importante destacar que os diopsiditos são rochas raras, compostas essencialmente pelo

clinopiroxênio diopsídio, que ocorrem numa diversidade enorme de contextos geológicos, sendo que seus

mecanismos genéticos constituem tema de controvérsia entre os pesquisadores. Pyton et al. (2007)

interpretam os diopsiditos dos complexos ofiolíticos de Omã, como o resultado da alteração hidrotermal

de peridotitos mantélicos. Santosh et al. (2010) atribuem a atuação de fluidos hidrotermais em zonas de

subducção como mecanismo responsável pela formação dos diopsiditos de uma zona de sutura

gondwânica de idade neoproterozóica a cambriana no sul da Índia. Queiroga et al. 2006 descrevem a

associação de diopsiditos, metacherts e sulfetos em rochas ofiolíticas na região de Minas Novas em

Minas Gerais. Esses ofiolitos representariam segundo Pedrosa-Soares et al. (1998) remanescentes da

crosta oceânica consumida durante a orogênese neoproterozóica Araçuaí – Congo. Uma origem

sedimentar para o protólito de diopsiditos é interpretada por Lyndemayer (1981 in: Teixeira et al. 2010)

ao observar níveis da rocha intercalados em seqüências supracrustais compostas por magnetita quartzitos e

olivina mármores no distrito cuprífero de Curaçá, no norte do estado da Bahia. Interpretação idêntica é

defendida por Volkert & Drake Jr. (1999) para a origem das lentes de diopsiditos dispostas

concordantemente com a foliação de piroxênios gnaisses proterozóicos da região de New Jersey nos

Estados Unidos. Queiroga et al. (2011) reportam a ocorrência de corpos lenticulares de diopsiditos

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encaixados em rochas ultramáficas nas regiões de Malacacheta e São José da Safira em Minas Gerais.

Batanova et al. (2005) descrevem diopsiditos associados a dunitos e harzburgitos, que seguramente teriam

sido gerados por processos de cristalização fracionada de um magma peridotítico.

A composição química das rochas investigadas se assemelha, em geral, à de rochas ultramáficas

peridotíticas komatiíticas e, mais raro nesses termos, a de basaltos komatiíticos de terrenos arqueanos da

África do Sul, da Austrália e do Quadrilátero Ferrífero. Com exceção dos metaharzburgitos, que são de

origem plutônica, e dos tremolita xistos que possuem um padrão de ETR semelhante aos

metaharzburgitos, a gênese da maioria das amostras investigadas é de difícil interpretação, devido à

intensa transformação mineralógica e metamórfica dessas rochas.

De acordo com os dados fornecidos pelas análises de química de rocha, a razão CaO/Al2O3 possui

valores que situam entre 0,002 a 2,24, no qual não se enquadram ao intervalo de 0,8 a 1,0 das suítes

komatiíticas segundo os autores Viljoen (1969) e Arndt & Nisbet (1982). As razões de CaO/Al2O3 muito

baixas se devem à quantidades consideráveis de clorita, enriquecidas em Al. As rochas com razões mais

elevadas apresentam minerais como carbonatos, anfibólios cálcicos ou piroxênios cálcicos, como por

exemplo, o diopsídio em diopsiditos.

Levando em conta que os diopsiditos foram intrudidos em gnaisses do Complexo Mantiqueira, e

que o metaortopiroxênio hornblendito e talco xistos possuem uma distribuição de ETR semelhantes aos

diopsiditos, pode-se partir do pressuposto que as rochas em questão foram formadas por um magmatismo

ultramáfico e que parte dos termos metaultramáficos estudados podem não pertencer ao greenstone belt

Rio das Velhas. Observou-se também a ocorrência de minerais instáveis como olivina e ortopiroxênios

bem preservados nos metaharzburgitos em meio a rochas granulíticas, o que corrobora que essas rochas

podem ter sido geradas num evento magmático pós-Rio das Velhas.

Nos últimos anos, diversos pesquisadores (Jordt-Evangelista & Silva 2005, Brandão & Jiamelaro

2008, Suita et al. 2006, Fonseca 2011, entre outros) têm reportado, nos terrenos pré-cambrianos, a

ocorrência de rochas ultramáficas com texturas ígneas reconhecíveis, nas quais se observam minerais

instáveis como olivinas, orto e clinopiroxênios muito bem preservados. As rochas ultramáficas ora

intrudem o embasamento cristalino arqueano, ora as sequências proterozóicas da série Minas, (Endo 2011,

comunicação verbal) além de granitóides do Batólito Alto Maranhão, datados de 2.13 Ga.

Os resultados geocronológicos deste trabalho permitiram concluir uma idade relativa máxima para

parte dos corpos metaultramáficos, a partir da datação geocronológica do xenólito gnáissico em uma

jazida de esteatito no distrito de Cachoeira do Brumado. Apesar da baixa qualidade dos zircões ter

comprometido a eficiência dos resultados obtidos pelos métodos laser ablation e SHRIMP, assim como

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

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um elevado valor de dispersão (MSWD= 6.5 a 6.7), foi possível obter interpretações geocronológicas com

ressalvas, bem como a idade de cristalização magmática do granito de aproximadamente 3 Ga em ambas

as análises e uma idade de 2.7 Ga para o evento metamórfico de geração do gnaisse (método Laser

ablation). A idade de 0,5 Ga obtida pelo método do SHRIMP estaria provavelmente relacionada ao evento

termal Brasiliano.

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Contribuições às Ciências da Terra- Série M, vol.72, 149p.

127

ABREVIATURA DOS MINERAIS (Kretz 1983, Whitney & Evans 2010)

Act - Actinolita

Ap - Apatita

Ath - Antofilita

Bt - Biotita

Cam - Clinoanfibólio

Cb - Carbonato

Ccp - Calcopirita

Chl - Clorita

Cpx - Clinopiroxênio

Cum - Cummingtonita

Di - Diopsídio Dol - Dolomita

Ep - Epidoto

Hbl - Hornblenda

Hlw - Heazlewoodita

Mag - Magnetita

Mgs - Magnesita

Mhb - Magnésio hornblenda

Oam - Ortoanfibólio

Ol - Olivina

Olg - Oligoclásio

Opq - Opacos

Opx - Ortopiroxênio

Qz - Quartzo

Pl - Plagioclásio

Pn - Pentlandita

Po - Pirrotita

Rt - Rutilo Ser - Sericita

Srp - Serpentina

Tlc - Talco

Tr - Tremolita

Zrn – Zircão

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ANEXO I

ANÁLISE MODAL DAS LÂMINAS DELGADAS

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METAHARZBURGITOS

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia/(% volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N

Acaiaca

697826 7752339 BL-07-38a Opx(35);Ol(30);Ath(5);Srp(10);Chl(10);Tlc(2);Cb(2);Opq(6) Sim ** 12

697994 7752400 PF/TV-27/13 Opx(45);Ol(25);Ath(8);Srp(7);Chl(5);Tlc(2);Opq(8) ** ** 13

697994 7752400 PF/TV-96/13 Opx(35);Ol(25);Ath(11);Srp(7);Chl(7);Cb(7);Tlc(5);Opq(3) Sim Sim 13

697928 7752033 PF/TV-25/12 Opx(38);Ol(25);Ath(12);Srp(7);Chl(8);Tlc(5);Opq(5) Sim Sim 12

697989 7752462 PAC-123 Opx(45);Ol(30);Ath(7);Srp(5);Chl(3);Cb(3);Tlc(5);Opq(2) ** Sim 13

DIOPSIDITOS E ACTINOLITITOS

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia/(% volumétria) M.E* Geoquímica Ponto UTM-E UTM-N

Barra Longa

701448 7754199 PF/TV-1/2 Cpx(97); Mhb(3);Opq(<1) Sim ** 96

701448 7754199 BL-07-114A Cpx(95);Act(5);Opq(<1) Sim Sim 96

701472 7754225 PF/TV-31/15 Act(90);Opx(3);Oam(5);Cpx(2) ** ** 15

701472 7754225 PF/TV-101/15 Act(95); Cpx(5) ** Sim 15

701448 7754199 BL-07-114C Act(93);Cpx(2);Bt(5) Sim Sim 96

METAORTOPIROXÊNIO HORNBLENDITO

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia/(% volumétria) M.E* Geoquímica Ponto UTM-E UTM-N

Paracatuzinho 691209 7756536 BL-02-102B Opx(25);Cam(50);Oam(12);Cpx(5);Tlc(5);Opq(2);Rt(1) Sim Sim 94

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TALCO XISTOS

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N

Furquim 687662 7749101 PF/TV-37/16 Tlc(85);Chl(1);Cum(13);Opq(1) Sim ** 16

688965 7749429 PF/TV-40/19 Tlc(70);Chl(10);Cb(15);Cam(3);Opq(2) ** ** 19

Barro Branco 675002 7740647 PF/TV-44/20 Tlc(60);Chl(10);Tr(15);Cb(7);Opq(8) Sim Sim 20

Catas Altas/Alvinópolis

680061 7781182 19b Tlc(80);Chl(15);Op(5) ** ** 31

679884 7782682 12b Tlc(85);Cum(8);Opq(7) ** ** 36

679934 7783960 17b Tlc(75);Chl(23);Opq(2);Rt(<1) ** ** 48

679755 7784411 8b Tlc(75);Chl(20);Opq(5) ** ** 49

678997 7785560 9b Tlc(80);Chl(18);Opq(2) ** Sim 53

678997 7785560 18b Tlc(90);Chl(7);Opq(3) ** ** 53

673287 7778233 10b Tlc(80);Chl(18);Opq(1);Rt(1) ** ** 77

679847 7758502 BBL-0104-020 Tlc(70);Chl(25);Cam(5);Opq(<1) ** ** 91

680488 7785528 BBL-0140-46 Tlc(75);Chl(20);Oam(2);Opq(3) ** ** 93

679641 7784451 PF-5 Tlc(70);Chl(25);Cam(2);Opq(3) ** Sim 119

Trevo Acaiaca/Diogo de Vasc. 693698 7743589 PF/TV-95/85 Tlc(70);Chl(10);Cb(3);Ath(15);Opq(2) ** Sim 85

Cláudio Manuel 692475 7760349 AV-22-127 Tlc(70); Chl(5);Tr(15);Cb(5);Opq(5) ** ** 88

689911 7761182 AV-22-174 Tlc(65);Chl(15);Tr(10); Opq(10) ** ** 89

Bandeirantes

673002 7752288 FQ-07-134 Tlc(80); Chl(15);Opq(5);Rt(<1) ** Sim 101

672669 7748950 FQ-11-18 Tlc(80);Chl(20) ** ** 106

673537 7748500 FQ-11-130 Tlc(80);Chl(10);Cb(8);Opq(2) ** Sim 108

Padre Viegas/Bandeirantes 674545 7744940 FQ-15-16 Tlc(60);Chl(15);Cb(20);Ath(3);Opq(2) Sim Sim 111

Cachoeira do Brumado 673125 7745890 FQ-12-81 Tlc(70);Chl(15);Tr(10);Cb(4);Opq(1) ** Sim 109

679326 7744037 P-02ª Tlc(60);Chl(20);Cb(15);Opq(5) ** ** 125

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ESTEATITOS

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N

Cachoeira do Brumado 684027 7744968 PF/TV-24/7 Tlc(80);Chl(15);Cam(3);Opq(1);Rt(1) ** ** 7

684129 7745037 FQ-12-86 Tlc(80);Chl(10);Cam(5);Opq(5) ** ** 123

Padre Viegas 677189 7742297 FQ-16-146 Tlc(80);Chl(15);Opq(4);Rt(1);Ap(<1) ** ** 115

Furquim 688473 7750870 FQ-5-1a Tlc(80);Chl(3);Oam(10);Cb(2);Opq(5) ** ** 98

Catas Altas/Alvinópolis

679932 7782577 2b Tlc(80);Chl(10);Opq(9);Rt(1) ** ** 33

678767 7778028 11b Tlc(85);Chl(5);Opq(10) ** ** 40

678724 7778102 5b Tlc(90);Chl((7);Opq(3) ** ** 41

678805 7777894 6b Tlc(100) ** ** 44

679856 7783519 13b Tlc(75);Chl(20);Opq(5) ** ** 47

679817 7784445 16b Tlc(75);Chl(20);Cam(3);Opq(2);Rt(<1) ** ** 50

TREMOLITITOS

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia/(% volumétria) M.E* Geoquímica Ponto UTM-E UTM-N

Furquim 688578 7750774 FQ-5-2 Cam(95);Tlc(5);Chl(<1) ** ** 99

672136 7751884 FQ-07-136 Cam(80);Tlc(10);Opq(10) ** ** 103

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CLORITA-TALCO GRANOFELS

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N

Barro Branco

677156 7737493 PF/TV-10/5 Tlc(40);Chl(25);Cb(30);Cam(2);Opq(3) ** ** 5

677156 7737493 PF/TV-11/5 Tlc(55);Chl(25);Cb(15);Opq(5) ** Sim 5

677156 7737493 PF/TV-12/5 Tlc(40);Chl(20);Cb(35);Opq(5) ** ** 5

Furquim

688856 7749629 PF/TV-38/17 Tlc(55);Chl(17);Cb(15);Cam(8);Opq(5) ** Sim 17

688970 7749520 PF/TV-39/18 Tlc(45);Chl(15);Cb(25);Cam(10);Opq(5) ** Sim 18

678929 7780268 7b Tlc(60);Chl(30);Cb(1);Cam(5);Opq(2);Rt(2) ** ** 46

688053 7749890 FQ-09-25B Tlc(40);Chl(20);Cb(20);Oam(15);Opq(5) ** Sim 104

Cláudio Manuel 684371 7763219 AV-21-105 Tlc(53);Chl(20);Cb(20);Cam(2);Opq(5) ** ** 86

691409 7763343 AV-22-105 Tlc(40);Chl(20);Cam(25);Oam(12);Opq(3) Sim ** 87

Catas Altas/Alvinópolis 679626 7781968 FS-95B Tlc(45);Chl(30);Cb(20);Opq(5) ** ** 118

Cachoeira do Brumado

682957 7743323 PF/TV-16/8 Tlc(50);Chl(25);Cb(20);Opq(5) ** Sim 8

683233 7743250 PF/TV-17/9 Tlc(45);Chl(30);Cb(20);Cam(4);Opq(1) ** Sim 9

679022 7744178 FQ-16-07A Tlc(45);Chl(20); Cb(4);Cam(30);Opq(1);Ap(<1) ** ** 114

679951 7744510 P-03b Tlc(55);Chl(15);Cb(20);Opq(10) ** ** 126

682012 7744689 P-04ª Tlc(60);Chl(20);Cb(15);Opq(5) ** ** 127

682012 7744689 P-04b Tlc(55);Chl(30);Cb(10);Opq(5) ** ** 127

680784 7743575 P-06ª Tlc(45);Chl(30);Cb(10);Opq(15) ** ** 130

679799 7740211 P-10 Tlc(55);Chl(15);Cb(20);Opq(10) ** ** 131

Bandeirantes 671422 7751444 FQ-07-1a Tlc(60);Chl(35);Opq(5) Sim ** 100

669738 7745751 FQ-15-246 Tlc(55);Chl(15);Cb(25);Opq(5) ** ** 113

Diogo de Vasconcelos 679676 7732013 P-13 Ta(50);Chl(14);Cb(30);Cam(3);Opq(3) ** ** 132

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CLORITITOS

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N

Catas Altas/Alvinópolis

679740 7781903 1b Chl(85);Tlc(10);Opq(5) ** ** 23

678955 7780712 4b Chl(80);Tlc(5);Cb(10);Opq(5);Ap(<1) ** Sim 38

678955 7780712 15b Chl(75);Tlc(10);Cb(10);Opq(3);Ap(1);Rt(1) Sim ** 38

678985 7780713 FS-17ª Chl(75);Cam(15);Oam(5);Opq(5) ** ** 116

Bandeirantes 673318 7748710 FQ-11-20 Chl(75);Tlc(25);Opq,Ap,Rt(<1) ** Sim 107

Cláudio Manuel 702419 7760548 AV-23-69C Chl(75);Tlc(2);Cam(13);Opq(10) ** Sim 90

Miguel Rodrigues 682513 7739924 PF-09-02-2 Chl(72);Tlc(20);Cam(5);Opq(3) ** ** 120

Cachoeira do Brumado 679326 7744037 P-02b Chl(75);Tlc(15);Cb(10) ** ** 125

680042 7743343 PF/TV-07/4 Chl(100) ** ** 4

Acaiaca/ Diogo de

Vasconcelos 693577 7743670 PF/TV-91/85 Chl(100) ** ** 85

BIOTITA-TREMOLITA GRANOFELS

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N

Mariana 685472 7745000 FQ-13-103 Cam(50);Bt(30);Chl(15);Opq(5) Sim ** 110

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CLORITA-HORNBLENDA GRANOFELS

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N

Furquim 687662 7749101 PF/TV-34/16 Cam(90);Chl(5);Cb(5);Opq(<1) ** Sim 16

687662 7749101 PF/TV-35/16 Cam(80);Chl(6);Tlc(8);Cb(5);Opq(1) Sim Sim 16

TREMOLITA XISTOS

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia (% Volumétria) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N

Catas Altas/Alvinópolis 679839 7779309 FS-203A Tlc(18);Chl(45);Cam(35);Opq(2) ** ** 117

Furquim 687641 7749372 FQ-09-67C Tlc(20);Chl(43);Cam(30);Cb(3);Opq(2);Rt(2) ** Sim 105

Cachoeira do Brumado 684072 7744635 FQ-13-71 Tlc(10);Chl(15);Cam(45);Cb(20);Opq(10) ** **

GNAISSES E BLACK WALL

Local Coordenadas

Lâmina Mineralogia/(% volumétrica) M.E* Geoquimica Ponto UTM-E UTM-N

Cachoeira do Brumado

684027 7744968 PF-09-09-3 Pl(50);Qz(40);Cam(7);Cb(2);Ser(1);Bt(<1);Zrn(<1);Clinozoizita(<1) Sim Sim 7

684027 7744968 PF-09-09-2 Cam(50);Bt(40);Chl(10);Zrn(<1) Sim ** 7

684027 7744968 PF/TV-15/7 Pl(30);Cam(30);Qz(20);Bt(10);Ser(3);Rt(3);Cb(2);Opq(2);(Zrn,Chl,Ep,Ap<1) Sim Sim 7

*M.E- Microssonda Eletrônica

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ANEXO II

DADOS DE MICROSSONDA ELETRÔNICA OBTIDOS

DURANTE A PRESENTE DISSERTAÇÃO

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AMOSTRA BL-07-38a AMOSTRA PF/TV-25/12

OLIVINA OLIVINA

Ol1 Ol2 Ol3 MÉDIA Ol1 Ol2 Ol3 Ol4 Ol5 Ol6 MÉDIA

SiO2 38,58 39,83 39,73 39,21 SiO2 39,12 38,67 38,19 37,96 39,63 40,08 38,94

TiO2 0,00 0,00 0,02 0,00 TiO2 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,01

FeO 13,51 13,29 13,17 13,40 FeO 12,62 13,04 12,94 12,69 13,42 13,73 13,07

MnO 0,09 0,08 0,08 0,09 MnO 0,09 0,08 0,09 0,08 0,09 0,08 0,09

MgO 46,32 46,72 46,51 46,52 MgO 46,65 46,28 46,70 46,15 47,30 46,62 46,62

CaO 0,01 0,00 0,00 0,01 CaO 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

K2O 0,02 0,00 0,00 0,01 K2O 0,00 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01

Cr2O3 0,04 0,00 0,04 0,02 Cr2O3 0,00 0,00 0,02 0,03 0,04 0,00 0,02

Total 98,57 99,92 99,55 99,25 Total 98,49 98,09 97,96 96,92 100,49 100,52 98,75

Si 0,98 0,99 0,99 0,99 Si 0,99 0,98 0,97 0,98 0,98 0,99 0,98

Fe2 0,29 0,28 0,28 0,28 Fe2 0,27 0,28 0,28 0,27 0,28 0,29 0,28

Mg 1,75 1,74 1,73 1,74 Mg 1,76 1,75 1,77 1,77 1,75 1,72 1,75

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AMOSTRA BL-07-114A AMOSTRA BL-07-114C

DIOPSÍDIO DIOPSÍDIO

Di1 Di2 Di3 MÉDIA Di1 Di2 Di3 Di4 Di5 MÉDIA

SiO2 54,95 54,35 55,47 54,92 SiO2 53,65 52,75 53,58 53,31 53,50 53,36

TiO2 0,03 0,02 0,07 0,04 TiO2 0,00 0,04 0,01 0,03 0,04 0,02

Al2O3 0,39 0,47 0,57 0,48 Al2O3 0,56 0,57 0,54 0,49 0,60 0,55

FeO 5,92 5,35 2,52 4,60 FeO 5,96 5,91 5,93 5,81 5,93 5,91

MnO 0,66 0,58 0,29 0,51 Cr2O3 0,02 0,03 0,01 0,01 0,01 0,02

MgO 14,62 14,98 17,01 15,54 MnO 0,63 0,67 0,63 0,65 0,61 0,64

CaO 24,03 23,66 24,39 24,03 NiO 0,00 0,00 0,05 0,00 0,00 0,01

Na2O 0,15 0,20 0,12 0,16 MgO 14,24 13,89 14,54 14,33 14,62 14,32

K2O 0,00 0,00 0,03 0,01 CaO 24,21 24,00 24,18 24,33 24,11 24,17

Total 100,75 99,61 100,47 100,28 Na2O 0,21 0,20 0,20 0,17 0,24 0,20

Ca 48,53 48,15 48,53 48,41 K2O 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01

Mg 41,08 42,42 47,10 43,53 Total 99,48 98,07 99,67 99,14 99,67 99,21

Ca 49,23 49,52 48,81 49,33 48,65 49,11

Mg 40,29 39,87 40,84 40,43 41,04 40,50

AMOSTRA PF/TV-1/2

DIOPSÍDIO

Di1 Di2 Di3 Di4 Di5 Di6 Di7 Di8 Di9 Di10 Di11 MÉDIA

SiO2 54,76 53,73 54,41 55,79 55,36 55,48 55,73 55,18 55,46 54,88 55,55 55,12

TiO2 0,10 0,06 0,10 0,00 0,07 0,05 0,03 0,06 0,06 0,10 0,09 0,07

Al2O3 1,40 0,52 0,57 0,07 0,48 0,53 0,28 0,46 0,63 0,53 0,69 0,56

FeO 3,38 2,83 3,35 2,98 2,54 2,27 2,98 3,21 3,08 2,87 2,65 2,92

MnO 0,38 0,38 0,32 0,45 0,31 0,36 0,41 0,32 0,41 0,38 0,41 0,38

MgO 17,39 16,01 16,50 16,72 17,36 17,38 17,26 16,88 16,64 16,57 17,06 16,89

CaO 22,64 24,66 24,00 24,53 24,23 24,11 24,42 24,35 24,04 23,90 24,65 24,14

Na2O 0,18 0,17 0,06 0,05 0,03 0,02 0,05 0,05 0,05 0,08 0,04 0,07

K2O 0,06 0,05 0,00 0,01 0,02 0,00 0,01 0,00 0,02 0,04 0,02 0,02

Total 100,29 98,41 99,31 100,60 100,40 100,20 101,17 100,51 100,39 99,35 101,16 100,16

Ca 45,49 49,87 48,17 48,60 47,87 47,89 47,80 48,13 48,16 48,29 48,54 48,07

Mg 48,61 45,05 46,08 46,09 47,73 48,03 47,01 46,42 46,38 46,58 46,75 46,79

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AMOSTRA BL-07-38a AMOSTRA PF/TV-25/12

ORTOPIROXÊNIO ORTOPIROXÊNIO

Opx1 Opx2 Opx3 MÉDIA Opx1 Opx2 MÉDIA

SiO2 55,98 55,92 55,50 55,80 SiO2 55,86 55,51 55,69

TiO2 0,07 0,04 0,07 0,06 TiO2 0,03 0,05 0,04

Al2O3 1,19 0,52 0,93 0,88 Al2O3 1,34 1,33 1,34

FeO 9,25 9,03 9,11 9,13 FeO 8,23 8,74 8,49

Cr2O3 0,17 0,04 0,11 0,11 Cr2O3 0,21 0,15 0,18

MnO 0,13 0,10 0,11 0,11 MnO 0,05 0,06 0,06

MgO 32,96 33,50 32,64 33,03 MgO 33,79 33,23 33,51

CaO 0,10 0,06 0,07 0,08 CaO 0,11 0,17 0,14

K2O 0,01 0,01 0,00 0,01 K2O 0,00 0,01 0,01

Total 99,86 99,22 98,54 99,21 Total 99,62 99,25 99,44

Ca 0,19 0,11 0,13 0,14 Ca 0,21 0,32 0,26

Mg 86,07 86,64 86,21 86,30 Mg 87,73 86,79 87,26

AMOSTRA BL-07-38A AMOSTRA PF/TV-25/12

ANTOFILITA ANTOFILITA

Ath1 Ath2 Ath3 MÉDIA Ath1 Ath2 Ath3 Ath4 MÉDIA

SiO2 57,65 57,77 58,46 57,96 SiO2 58,00 58,98 58,86 59,23 58,77

TiO2 0,00 0,03 0,01 0,01 TiO2 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00

Al2O3 0,10 0,03 0,07 0,07 Al2O3 0,07 0,07 0,08 0,05 0,07

FeO 8,62 9,08 8,69 8,80 FeO 9,00 8,77 8,98 8,91 8,92

Cr2O3 0,10 0,01 0,08 0,06 Cr2O3 0,05 0,04 0,01 0,05 0,04

MnO 0,17 0,14 0,11 0,14 MnO 0,14 0,13 0,15 0,13 0,14

MgO 28,59 28,88 29,13 28,87 MgO 29,17 29,60 29,52 29,58 29,47

CaO 0,25 0,24 0,24 0,24 CaO 0,25 0,27 0,26 0,21 0,25

K2O 0,00 0,01 0,00 0,00 K2O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total 95,48 96,19 96,79 96,15 Total 96,69 97,86 97,86 98,16 97,64

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AMOSTRA BL-07-114C AMOSTRA BL-07-114A AMOSTRA S/N

ACTINOLITA ACTINOLITA MG-HORNBLENDA

Act1 Act2 Act3 MÉDIA Act1 Act2 MÉDIA Mhb1 Mhb2 Mhb3 MÉDIA

SiO2 55,11 55,47 55,16 55,25 SiO2 55,27 53,71 54,49 SiO2 51,92 52,01 52,41 52,11

TiO2 0,04 0,03 0,06 0,04 TiO2 0,09 0,16 0,13 TiO2 0,22 0,22 0,27 0,24

Al2O3 2,27 2,14 2,27 2,23 Al2O3 2,55 4,25 3,40 Al2O3 5,53 5,61 5,12 5,42

FeO 8,55 8,96 8,96 8,82 FeO 8,84 9,49 9,17 FeO 5,14 5,17 5,27 5,19

Cr2O3 0,01 0,00 0,01 0,01 MnO 0,4 0,47 0,44 Cr2O3 0,02 0,02 0,00 0,01

MnO 0,48 0,43 0,56 0,49 MgO 17,95 17,31 17,63 MnO 0,31 0,29 0,31 0,30

MgO 18,44 18,23 18,09 18,25 CaO 12,39 12,16 12,28 MgO 19,43 19,53 19,63 19,53

CaO 12,49 12,4 12,48 12,46 Na2O 0,26 0,40 0,33 CaO 13,01 13,17 13,31 13,16

K2O 0,14 0,13 0,12 0,13 K2O 0,19 0,32 0,26 Na2O 0,81 0,81 0,72 0,78

Total 97,53 97,77 97,69 97,68 Total 97,94 98,27 98,11 K2O 0,30 0,33 0,31 0,31

F 0,07 0,44 0,40 0,30

NiO 0,07 0,00 0,01 0,03

Total 96,83 97,60 97,76 97,40

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AMOSTRA BL-02-102B

MG-HORNBLENDA

Mhb1 Mhb2 Mhb3 Mhb4 Mhb5 Mhb6 Mhb7 Mhb8 MÉDIA

SiO2 53,82 53,42 53,02 53,45 53,56 51,96 52,49 52,61 53,04

TiO2 0,14 0,15 0,15 0,14 0,15 0,23 0,19 0,16 0,16

Al2O3 5,01 5,00 5,01 4,69 4,82 6,28 5,74 5,41 5,24

FeO 6,16 6,74 6,34 6,11 6,54 6,69 6,75 6,20 6,44

Cr2O3 0,37 0,24 0,27 0,34 0,28 0,42 0,38 0,40 0,34

MnO 0,21 0,22 0,20 0,17 0,21 0,17 0,21 0,21 0,20

MgO 19,58 19,46 19,55 19,68 19,56 18,69 19,00 18,95 19,31

CaO 11,46 11,24 11,10 11,47 11,47 11,31 11,25 11,45 11,34

K2O 0,06 0,02 0,06 0,06 0,04 0,07 0,08 0,05 0,05

Total 96,80 96,49 95,71 96,11 96,63 95,82 96,11 95,43 96,14

AMOSTRA PF/TV-37/16

Mg-CUMMINGTONITA

Mg-

cum(núcleo) MÉDIA

Mg-

cum(borda)1

Mg-

cum(borda)2

Mg-

cum(borda)3

Mg-

cum(borda)4 MÉDIA

SiO2 55,89 55,89 58,00 57,79 58,04 57,48 57,83

TiO2 0,01 0,01 0,01 0,04 0,02 0,03 0,03

Al2O3 0,72 0,72 0,97 0,85 1,08 0,84 0,94

FeO 14,90 14,90 10,97 10,80 10,07 10,68 10,63

Cr2O3 0,12 0,12 0,24 0,14 0,19 0,13 0,18

MnO 0,62 0,62 0,48 0,38 0,32 0,39 0,39

MgO 23,64 23,64 25,30 25,75 25,98 25,36 25,60

CaO 0,99 0,99 0,51 0,58 0,54 0,68 0,58

K2O 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00

Total 96,89 96,89 96,48 96,34 96,22 95,57 96,18

AMOSTRA PF/TV-35/16

MG-HORNBLENDA

Mhb1 Mhb2 Mhb3 Mhb4 Mhb5 MÉDIA

SiO2 49,48 49,71 49,32 49,34 50,14 49,60

TiO2 0,30 0,28 0,30 0,30 0,27 0,29

Al2O3 7,86 7,64 7,90 8,04 7,39 7,77

FeO 8,87 8,52 9,00 8,94 8,39 8,74

Cr2O3 0,12 0,10 0,13 0,14 0,13 0,12

MnO 0,15 0,16 0,15 0,12 0,13 0,14

MgO 16,95 16,96 16,85 16,99 17,49 17,05

CaO 11,78 11,83 11,95 11,77 11,97 11,97

K2O 0,08 0,08 0,08 0,10 0,08 0,08

Total 95,58 95,29 95,66 95,73 95,98 95,65

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AMOSTRA FQ-13-103

TREMOLITA

Tr1 Tr2 Tr3 Tr4 Tr5 Tr6 Tr7 Tr8 Tr9 Tr10 Tr11 MÉDIA

SiO2 56,90 56,85 56,96 56,34 56,54 56,40 56,87 56,82 56,72 56,37 56,76 56,68

TiO2 0,03 0,03 0,07 0,05 0,05 0,02 0,02 0,04 0,05 0,02 0,04 0,04

Al2O3 1,21 1,09 1,20 1,34 1,16 1,42 1,18 1,08 1,26 1,47 1,08 1,23

FeO 3,79 3,83 3,59 4,20 4,08 3,91 3,78 3,49 3,37 3,88 3,97 3,81

Cr2O3 0,39 0,32 0,24 0,39 0,34 0,25 0,37 0,33 0,31 0,38 0,32 0,33

MnO 0,12 0,07 0,09 0,12 0,08 0,12 0,13 0,08 0,08 0,16 0,12 0,11

MgO 22,43 22,51 22,67 22,17 22,35 22,37 22,53 22,51 22,65 22,09 22,17 22,40

CaO 12,25 12,56 12,73 12,32 12,46 12,58 12,39 12,67 12,55 12,39 12,36 12,48

Na2O 0,29 0,23 0,29 0,31 0,28 0,34 0,34 0,25 0,36 0,36 0,26 0,30

K2O 0,01 0,01 0,02 0,03 0,04 0,04 0,02 0,01 0,03 0,04 0,03 0,03

F 0,05 0,15 0,09 0,02 0,10 0,12 0,01 0,15 0,00 0,00 0,00 0,06

NiO 0,13 0,12 0,09 0,12 0,13 0,13 0,16 0,14 0,13 0,16 0,14 0,13

Total 97,60 97,77 98,04 97,41 97,41 97,70 97,80 97,57 97,51 97,32 97,25 97,58

AMOSTRA AV-22-105

TREMOLITA ANTOFILITA

Tr1 Tr2 Tr3 Tr4 MÉDIA Ath1 Ath2 Ath3 Ath4 MÉDIA

SiO2 56,24 57,07 57,44 57,44 57,05 SiO2 58,05 57,71 57,12 57,62 57,63

TiO2 0,04 0,08 0,02 0,07 0,05 TiO2 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01

Al2O3 0,60 0,68 0,76 0,81 0,71 Al2O3 0,09 0,08 0,07 0,09 0,08

FeO 3,49 3,11 2,97 3,07 3,16 FeO 11,41 11,87 13,16 12,10 12,14

Cr2O3 0,03 0,16 0,10 0,13 0,11 Cr2O3 0,03 0,02 0,02 0,01 0,02

MnO 0,08 0,07 0,09 0,10 0,09 MnO 0,25 0,40 0,44 0,34 0,36

MgO 22,91 22,86 23,09 23,20 23,02 MgO 27,29 27,06 26,15 26,48 26,75

CaO 12,40 12,76 12,65 12,53 12,59 CaO 0,56 0,49 0,59 0,62 0,57

Na2O 0,12 0,17 0,17 0,23 0,17 Na2O 0,01 0,02 0,01 0,04 0,02

K2O 0,03 0,02 0,01 0,03 0,02 K2O 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01

F 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 F 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00

NiO 0,11 0,08 0,05 0,12 0,09 NiO 0,13 0,08 0,03 0,06 0,08

Total 96,05 97,06 97,35 97,73 97,05 Total 97,70 97,67 97,56 97,33 97,57

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AMOSTRA PF-09-09-2

MG-HORNBLENDA TREMOLITA

Mhb1 Mhb2 Mhb3 Mhb4 Mhb5 MÉDIA Tr1 Tr2 Tr3 Tr4 Tr5 MÉDIA

SiO2 51,13 50,36 50,24 51,15 51,18 50,81 55,05 56,81 55,14 54,99 55,43 55,48

TiO2 0,15 0,19 0,19 0,18 0,16 0,17 0,04 0,00 0,03 0,06 0,04 0,03

Al2O3 7,29 8,37 7,83 6,88 7,16 7,51 2,79 1,39 3,19 4,05 3,52 2,99

FeO 6,76 7,21 7,10 6,60 6,79 6,89 4,76 4,23 4,88 4,96 4,89 4,74

Cr2O3 0,09 0,25 0,25 0,21 0,22 0,20 0,12 0,17 0,12 0,18 0,15 0,15

MnO 0,18 0,20 0,18 0,21 0,19 0,19 0,18 0,18 0,19 0,19 0,16 0,18

MgO 18,35 17,55 18,17 18,59 18,43 18,22 20,94 21,55 21,30 20,47 20,70 20,99

CaO 11,96 12,04 11,72 12,11 11,86 11,94 12,69 13,18 12,98 12,94 13,19 13,00

K2O 0,10 0,08 0,11 0,08 0,07 0,09 0,02 0,02 0,03 0,05 0,03 0,03

Total 96,01 96,25 95,79 96,01 96,06 96,02 96,59 97,53 97,86 97,89 98,11 97,60

AMOSTRA PF/TV-15/7

MG-HORNBLENDA

Mhb1 Mhb2 Mhb3 Mhb4 Mhb5 Mhb6 MÉDIA

SiO2 44,91 44,91 46,43 46,46 49,90 50,13 47,12

TiO2 0,53 0,54 0,48 0,42 0,39 0,38 0,46

Al2O3 13,10 13,34 11,76 12,15 8,75 8,65 11,29

FeO 12,08 12,01 11,87 11,91 9,81 9,98 11,28

MnO 0,19 0,22 0,21 0,20 0,17 0,25 0,21

MgO 12,84 13,08 13,85 13,68 16,11 16,39 14,33

CaO 10,57 10,77 10,58 10,62 10,71 10,53 10,63

Na2O 2,05 1,89 1,81 1,87 1,40 1,46 1,75

K2O 0,26 0,21 0,20 0,20 0,11 0,08 0,18

Total 96,52 96,97 97,19 97,51 97,35 97,85 97,23

AMOSTRA PF-09-09-3

ACTINOLITA MG-HORNBLENDA

Act1 Act2 MÉDIA Mhb1 Mhb2 Mhb3 Mhb4 Mhb5 Mhb6 MÉDIA

SiO2 54,35 53,75 54,05 51,45 51,15 51,81 52,63 52,33 51,13 51,75

TiO2 0,21 0,21 0,21 0,31 0,30 0,26 0,28 0,29 0,28 0,29

Al2O3 3,97 4,74 4,36 7,87 7,92 7,69 5,75 6,41 7,01 7,11

FeO 7,81 8,25 8,03 9,14 9,19 9,11 9,05 9,00 8,74 9,03

MnO 0,15 0,22 0,19 0,21 0,20 0,23 0,22 0,21 0,19 0,21

MgO 18,17 17,95 18,06 17,39 16,83 17,06 17,41 17,35 17,03 17,18

CaO 12,13 12,09 12,11 10,71 10,60 10,92 11,35 11,70 10,79 11,01

Na2O 0,60 0,69 0,65 1,15 1,19 1,16 1,02 1,13 1,15 1,13

K2O 0,07 0,04 0,06 0,06 0,10 0,08 0,07 0,07 0,12 0,08

Total 97,46 97,94 97,70 98,29 97,48 98,32 97,78 98,49 96,44 97,80

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AMOSTRA PF-09-09-3 AMOSTRA PF/TV-15/7

OLIGOCLÁSIO OLIGOCLÁSIO

Olg1 Olg2 Olg3 MÉDIA Olg1 Olg2 MÉDIA

SiO2 64,17 64,00 63,98 64,05 SiO2 64,02 64,53 64,28

TiO2 0,00 0,00 0,00 0,00 TiO2 0,01 0,01 0,01

Al2O3 22,85 23,04 22,97 22,95 Al2O3 21,77 22,23 22,00

FeO 0,09 0,05 0,00 0,05 FeO 0,08 0,04 0,06

MnO 0,01 0,02 0,00 0,01 MnO 0,00 0,04 0,02

MgO 0,00 0,01 0,01 0,01 MgO 0,00 0,00 0,00

CaO 4,42 4,33 4,31 4,35 CaO 3,76 3,68 3,72

Na2O 8,16 8,15 8,29 8,20 Na2O 8,60 8,49 8,55

K2O 0,11 0,07 0,08 0,09 K2O 0,08 0,07 0,08

Total 99,81 99,67 99,64 99,71 Total 98,32 99,09 98,71

Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe3 0,00 0,00 0,00

Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00

Fe2 0,01 0,01 0,00 0,01 Fe2 0,01 0,01 0,01

Mn 0,00 0,00 0,00 0,00 Mn 0,00 0,01 0,00

Mg 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg 0,00 0,00 0,00

Ca 0,84 0,82 0,82 0,82 Ca 0,72 0,70 0,71

Na 2,79 2,79 2,84 2,80 Na 2,98 2,92 2,95

K 0,03 0,02 0,02 0,02 K 0,02 0,02 0,02

Ab 76,43 76,97 77,30 76,90 Ab 80,16 80,33 80,24

An 22,88 22,58 22,21 22,56 An 19,36 19,23 19,29

Or 0,69 0,44 0,49 0,54 Or 0,48 0,44 0,46

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AMOSTRA PF-09-09-2 AMOSTRA FQ-13-103

BIOTITA BIOTITA

Bt1 Bt2 Bt3 Bt4 Bt5 Bt6 Bt7 Bt8 MÉDIA Bt1 Bt2 Bt3 Bt4 MÉDIA

SiO2 40,20 39,95 39,15 39,91 40,00 40,55 40,40 39,46 39,95 SiO2 42,93 41,80 41,35 41,15 41,81

TiO2 0,35 0,38 0,47 0,55 0,47 0,48 0,47 0,52 0,46 TiO2 0,86 0,94 0,95 1,03 0,95

Al2O3 14,88 14,80 14,85 14,75 14,59 14,78 14,89 14,47 14,75 Al2O3 13,15 12,89 12,85 12,89 12,95

Cr2O3 0,20 0,22 0,19 0,20 0,22 0,22 0,21 0,25 0,21 Cr2O3 0,51 0,50 0,48 0,50 0,50

FeO 8,16 8,91 7,77 8,24 8,04 8,27 7,91 8,21 8,19 FeO 7,02 7,16 7,25 7,30 7,18

MnO 0,05 0,10 0,07 0,11 0,08 0,07 0,11 0,08 0,08 MnO 0,00 0,03 0,00 0,03 0,02

MgO 21,49 20,63 20,80 21,15 21,24 21,09 21,30 21,06 21,10 MgO 23,54 22,78 22,63 22,46 22,85

CaO 0,01 0,02 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 CaO 0,02 0,00 0,02 0,03 0,02

K2O 9,85 10,22 9,76 10,15 9,93 10,13 10,07 9,99 10,01 Na2O 0,16 0,18 0,18 0,20 0,18

Total 95,19 95,23 93,06 95,07 94,57 95,59 95,36 94,05 94,77 K2O 8,68 9,06 8,91 9,01 8,92

Si 6,06 6,06 6,03 6,04 6,07 6,09 6,07 6,04 6,06 F 0,03 0,07 0,46 0,05 0,15

Ti 0,04 0,04 0,05 0,06 0,05 0,05 0,05 0,06 0,05 NiO 0,28 0,31 0,24 0,23 0,27

Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Total 97,18 95,72 95,32 94,88 95,78

Fe2 1,03 1,13 1,00 1,04 1,02 1,04 1,00 1,05 1,04 Si 6,25 6,22 6,20 6,19 6,22

Cr 0,02 0,03 0,02 0,02 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 Ti 0,09 0,11 0,11 0,12 0,11

Mn 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Fe2 0,86 0,89 0,91 0,92 0,89

Mg 4,83 4,66 4,78 4,77 4,81 4,72 4,77 4,80 4,77 Cr 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06

Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mg 5,11 5,05 5,06 5,03 5,06

K 1,89 1,98 1,92 1,96 1,92 1,94 1,93 1,95 1,94 Ca 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00

CF 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,05 0,05 0,05 0,06 0,05

O 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 K 1,61 1,72 1,71 1,73 1,69

CF 0,03 0,07 0,44 0,05 0,14

O 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00

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AMOSTRA 15b AMOSTRA FQ-07-01A AMOSTRA AV-22-105

CLORITA CLORITA CLORITA

Chl1 Chl2 Chl3 MÉDIA Chl1 Chl2 Chl3 MÉDIA Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 MÉDIA

SiO2 28,23 29,22 29,78 29,08 SiO2 30,49 30,95 29,05 30,16 SiO2 29,70 30,10 30,02 30,14 29,99

TiO2 0,09 0,07 0,03 0,06 TiO2 0,03 0,05 0,05 0,04 TiO2 0,11 0,05 0,08 0,12 0,09

Al2O3 18,33 17,38 17,14 17,62 Al2O3 17,87 19,55 18,83 18,75 Al2O3 19,77 19,76 19,38 19,66 19,64

Cr2O3 0,12 0,27 0,18 0,19 Cr2O3 0,58 0,73 1,04 0,78 Cr2O3 0,61 0,62 0,63 0,66 0,63

FeO 9,57 9,33 9,43 9,44 FeO 8,35 8,62 9,32 8,76 FeO 5,38 5,29 5,29 5,33 5,32

MnO 0,11 0,08 0,10 0,10 MnO 0,05 0,02 0,06 0,04 MnO 0,00 0,00 0,02 0,01 0,01

MgO 27,62 26,92 28,21 27,58 MgO 26,04 25,98 27,60 26,54 MgO 30,35 30,51 30,46 30,11 30,36

CaO 0,06 0,02 0,03 0,04 CaO 0,01 0,08 0,01 0,03 CaO 0,01 0,00 0,02 0,04 0,02

K2O 0,02 0,04 0,01 0,02 K2O 0,04 0,08 0,03 0,05 Na2O 0,02 0,02 0,02 0,01 0,02

H2O 11,86 11,79 12,01 11,89 H2O 11,92 12,29 12,14 12,12 K2O 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00

Total 96,01 95,12 96,92 96,02 Total 95,38 98,35 98,13 97,29 NiO 0,15 0,16 0,17 0,16 0,16

Si 5,71 5,94 5,95 5,87 Si 6,13 6,04 5,74 5,97 Total 86,10 86,51 86,10 86,24 86,24

Ti 0,01 0,01 0,01 0,01 Ti 0,01 0,01 0,01 0,01 Si 5,73 5,77 5,79 5,80 5,77

Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,02 0,01 0,01 0,02 0,01

Fe2 1,62 1,59 1,58 1,59 Fe2 1,41 1,41 1,54 1,45 Fe2 0,87 0,85 0,85 0,86 0,86

Cr 0,02 0,04 0,03 0,03 Cr 0,09 0,11 0,16 0,12 Cr 0,09 0,09 0,10 0,10 0,10

Mn 0,02 0,01 0,02 0,02 Mn 0,01 0,00 0,01 0,01 Mg 8,73 8,72 8,76 8,64 8,71

Mg 8,32 8,16 8,40 8,30 Mg 7,81 7,56 8,13 7,83 Ca 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00

Ca 0,01 0,00 0,01 0,01 Ca 0,00 0,02 0,00 0,01 Na 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01

Na 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00

K 0,01 0,01 0,00 0,01 K 0,01 0,02 0,01 0,01 Al 4,49 4,46 4,40 4,45 4,45

O 28,00 28,00 28,00 28,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 Ni 0,02 0,02 0,03 0,02 0,02

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AMOSTRA FQ-15-16 AMOSTRA FQ-13-103

CLORITA CLORITA

Chl1 Chl2 Chl3 MÉDIA Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 Chl5 MÉDIA

SiO2 29,02 29,37 28,69 29,03 SiO2 30,87 30,91 30,79 30,98 30,86 30,88

TiO2 0,07 0,05 0,06 0,06 TiO2 0,07 0,06 0,09 0,07 0,05 0,07

Al2O3 19,75 19,15 19,18 19,36 Al2O3 16,78 16,74 16,48 16,60 17,30 16,78

Cr2O3 1,38 1,13 1,25 1,25 Cr2O3 0,92 0,88 0,83 0,87 0,59 0,82

FeO 8,59 8,57 9,16 8,77 FeO 7,72 7,88 7,67 7,32 7,40 7,60

MnO 0,02 0,02 0,05 0,03 MnO 0,02 0,07 0,01 0,03 0,00 0,03

MgO 27,56 28,24 27,64 27,81 MgO 29,83 30,22 29,78 30,35 29,27 29,89

CaO 0,05 0,08 0,00 0,04 CaO 0,01 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01

Na2O 0,00 0,01 0,01 0,01 Na2O 0,03 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01

K2O 0,00 0,00 0,01 0,00 K2O 0,04 0,01 0,14 0,02 0,02 0,05

NiO 0,17 0,16 0,16 0,16 NiO 0,28 0,31 0,24 0,23 0,25 0,26

Total 86,61 86,78 86,21 86,53 Total 86,57 87,08 86,04 86,49 85,74 86,38

Si 5,68 5,73 5,66 5,69 Si 6,01 5,99 6,03 6,02 6,04 6,02

Ti 0,01 0,01 0,01 0,01 Ti 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe2 1,41 1,40 1,51 1,44 Fe2 1,26 1,28 1,26 1,19 1,21 1,24

Cr 0,21 0,17 0,20 0,19 Cr 0,14 0,14 0,13 0,13 0,09 0,13

Mn 0,00 0,00 0,01 0,00 Mn 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00

Mg 8,04 8,21 8,13 8,13 Mg 8,66 8,73 8,70 8,79 8,54 8,68

Ca 0,01 0,02 0,00 0,01 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Na 0,00 0,00 0,00 0,00 Na 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

K 0,00 0,00 0,00 0,00 K 0,01 0,00 0,04 0,01 0,01 0,01

O 28,00 28,00 28,00 28,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00

Al 4,55 4,40 4,46 4,47 Al 3,85 3,82 3,80 3,80 3,99 3,85

Ni 0,03 0,03 0,03 0,03 Ni 0,04 0,05 0,04 0,04 0,04 0,04

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AMOSTRA PF/TV-96/13 AMOSTRA PF-09-09-2

CLORITA CLORITA

Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 MÉDIA Chl1 Chl2 Chl3 Chl4 Chl5 MÉDIA

SiO2 31,67 31,87 32,06 31,66 31,82 SiO2 29,87 29,63 29,46 28,45 28,54 29,19

TiO2 0,06 0,09 0,06 0,05 0,07 TiO2 0,02 0,01 0,02 0,03 0,04 0,02

Al2O3 16,21 16,10 16,20 16,13 16,16 Al2O3 19,72 19,70 19,73 20,74 20,53 20,08

Cr2O3 1,77 1,94 1,75 1,98 1,86 Cr2O3 0,16 0,12 0,11 0,14 0,15 0,14

FeO 3,70 3,71 3,82 3,69 3,73 FeO 9,06 8,89 8,98 9,02 8,81 8,95

MnO 0,00 0,00 0,02 0,00 0,01 MnO 0,12 0,13 0,17 0,16 0,13 0,14

MgO 32,22 31,94 32,33 32,12 32,15 MgO 28,55 28,25 28,20 28,24 27,63 28,17

CaO 0,03 0,02 0,01 0,03 0,02 CaO 0,02 0,03 0,02 0,02 0,00 0,02

Na2O 0,02 0,03 0,01 0,04 0,03 Na2O 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

K2O 0,01 0,00 0,02 0,02 0,01 K2O 0,01 0,00 0,03 0,01 0,15 0,04

NiO 0,36 0,30 0,28 0,29 0,31 NiO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Total 86,05 86,00 86,56 86,01 86,16 Total 87,53 86,76 86,72 86,81 85,98 86,76

Si 6,09 6,13 6,12 6,09 6,11 Si 5,76 5,76 5,74 5,55 5,61 5,69

Ti 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00

Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe2 0,60 0,60 0,61 0,59 0,60 Fe2 1,46 1,45 1,46 1,47 1,45 1,46

Cr 0,27 0,30 0,26 0,30 0,28 Cr 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02

Mn 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Mn 0,02 0,02 0,03 0,03 0,02 0,02

Mg 9,23 9,15 9,21 9,21 9,20 Mg 8,21 8,19 8,19 8,21 8,10 8,18

Ca 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00 Ca 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00

Na 0,01 0,01 0,00 0,02 0,01 Na 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

K 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 K 0,00 0,00 0,01 0,00 0,04 0,01

O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 O 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00 28,00

Al 3,67 3,64 3,64 3,65 3,65 Al 4,48 4,51 4,53 4,76 4,75 4,61

Ni 0,06 0,05 0,04 0,04 0,05 Ni 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

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AMOSTRA PF/TV-44/20 AMOSTRA FQ-07-01A AMOSTRA 15b

TALCO TALCO TALCO

Tlc1 Tlc2 MÉDIA Tlc1 Tlc2 Tlc3 MÉDIA Tlc1 Tlc2 MÉDIA

SiO2 62,05 61,55 61,80 SiO2 60,59 61,25 61,43 61,09 SiO2 60,84 60,68 60,76

TiO2 0,03 0,02 0,03 TiO2 0,00 0,01 0,00 0,00 TiO2 0,02 0,01 0,02

Al2O3 0,13 0,12 0,13 Al2O3 0,29 0,30 0,36 0,32 Al2O3 0,12 0,08 0,10

Cr2O3 0,00 0,04 0,02 Cr2O3 0,02 0,06 0,14 0,07 Cr2O3 0,03 0,01 0,02

FeO 2,80 2,54 2,67 FeO 3,58 4,23 3,96 3,92 FeO 2,63 2,52 2,58

MnO 0,02 0,01 0,02 MnO 0,02 0,08 0,00 0,03 MnO 0,03 0,02 0,03

MgO 29,13 29,25 29,19 MgO 28,72 28,34 28,15 28,40 MgO 29,11 28,90 29,01

CaO 0,00 0,00 0,00 CaO 0,00 0,02 0,03 0,02 CaO 0,01 0,00 0,01

K2O 0,01 0,02 0,02 K2O 0,01 0,02 0,04 0,02 K2O 0,02 0,02 0,02

Total 94,17 93,55 93,86 Total 93,23 94,31 94,11 93,88 Total 92,81 92,24 92,53

Si 8,02 8,01 8,01 Si 7,96 7,97 8,00 7,98 Si 7,99 8,01 8,00

Al 0,02 0,02 0,02 Al 0,05 0,05 0,06 0,05 Al 0,02 0,01 0,02

Ti 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00

Fe2 0,30 0,28 0,29 Fe2 0,39 0,46 0,43 0,43 Fe2 0,29 0,28 0,28

Cr 0,00 0,00 0,00 Cr 0,00 0,01 0,01 0,01 Cr 0,00 0,00 0,00

Mn 0,00 0,00 0,00 Mn 0,00 0,01 0,00 0,00 Mn 0,00 0,00 0,00

Mg 5,61 5,67 5,64 Mg 5,62 5,50 5,46 5,53 Mg 5,70 5,68 5,69

Ca 0,00 0,00 0,00 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00 Ca 0,00 0,00 0,00

K 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,01 0,00 K 0,00 0,00 0,00

O 22,00 22,00 22,00 O 22,00 22,00 22,00 22,00 O 22,00 22,00 22,00

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AMOSTRA AV-22-105 AMOSTRA FQ-15-16

TALCO TALCO

Tlc1 Tlc2 MÉDIA Tlc1 Tlc2 Tlc3 MÉDIA

SiO2 62,05 61,86 61,96 SiO2 63,03 61,14 61,59 61,92

TiO2 0,03 0,00 0,02 TiO2 0,00 0,00 0,02 0,01

Al2O3 0,07 0,08 0,08 Al2O3 0,03 0,08 0,16 0,09

Cr2O3 0,00 0,02 0,01 Cr2O3 0,02 0,01 0,03 0,02

FeO 2,68 2,42 2,55 FeO 3,75 3,56 3,58 3,63

MnO 0,02 0,00 0,01 MnO 0,00 0,00 0,00 0,00

MgO 29,32 29,88 29,60 MgO 28,50 28,78 28,97 28,75

CaO 0,02 0,03 0,03 CaO 0,00 0,01 0,00 0,00

Na2O 0,00 0,06 0,03 Na2O 0,01 0,00 0,03 0,01

K2O 0,00 0,00 0,00 K2O 0,00 0,02 0,00 0,01

NiO 0,12 0,11 0,12 NiO 0,24 0,18 0,18 0,20

Total 94,31 94,46 94,39 Total 95,58 93,78 94,56 94,64

Si 8,01 7,98 7,99 Si 8,06 7,98 7,98 8,01

Ti 0,00 0,00 0,00 Ti 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe3 0,00 0,00 0,00 Fe3 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe2 0,29 0,26 0,28 Fe2 0,40 0,39 0,39 0,39

Cr 0,00 0,00 0,00 Cr 0,00 0,00 0,00 0,00

Mn 0,00 0,00 0,00 Mn 0,00 0,00 0,00 0,00

Mg 5,65 5,74 5,69 Mg 5,44 5,60 5,59 5,54

Ca 0,00 0,00 0,00 Ca 0,00 0,00 0,00 0,00

Na 0,00 0,02 0,01 Na 0,00 0,00 0,01 0,00

K 0,00 0,00 0,00 K 0,00 0,00 0,00 0,00

O 22,00 22,00 22,00 O 22,00 22,00 22,00 22,00

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AMOSTRA PF/TV-96/13 AMOSTRA FQ-15-16

PENTLANDITA PENTLANDITA

Pn1 Pn2 Pn3 Pn4 Pn5 MÉDIA Pn1 Pn2 Pn3 Pn4 MÉDIA

Sb 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Sb 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe 30,65 31,50 30,07 31,47 31,63 31,06 Fe 29,27 29,55 29,15 28,18 29,04

Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

S 33,80 33,86 33,78 33,32 33,72 33,69 S 33,66 33,85 33,83 33,82 33,79

As 0,06 0,06 0,00 0,00 0,00 0,02 As 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00

Co 0,98 1,07 1,10 0,99 0,84 1,00 Co 1,80 1,92 1,90 1,83 1,86

Ni 34,95 34,15 34,04 34,99 34,27 34,48 Ni 36,44 36,09 35,91 36,33 36,19

Total 100,44 100,64 98,99 100,78 100,46 100,26 Total 101,17 101,40 100,79 100,16 100,88

AMOSTRA PF/TV-96/13 AMOSTRA FQ-15-16

HEAZLEWOODITA PIRROTITA CALCOPIRITA

Hlw1 Hlw2 Hlw3 MÉDIA Po1 Po2 Po3 Po4 MÉDIA Ccp1 Ccp2 Ccp3 MÉDIA

Sb 0,00 0,04 0,00 0,01 Sb 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Sb 0,00 0,00 0,00 0,00

Fe 0,77 0,84 1,68 1,10 Fe 60,27 59,79 59,84 58,34 59,56 Fe 30,95 30,98 30,88 30,93

Cu 0,00 0,00 0,00 0,00 Cu 0,02 0,00 0,01 0,00 0,01 Cu 33,43 33,96 33,75 33,71

S 27,14 26,88 27,36 27,13 S 39,78 39,95 40,34 40,49 40,14 S 35,49 35,51 35,26 35,42

As 0,00 0,00 0,00 0,00 As 0,07 0,01 0,02 0,00 0,02 As 0,00 0,00 0,02 0,01

Co 0,00 0,00 0,03 0,01 Co 0,01 0,00 0,03 0,00 0,01 Co 0,00 0,00 0,00 0,00

Ni 70,77 71,41 72,02 71,40 Ni 0,93 0,91 0,92 0,88 0,91 Ni 0,03 0,00 0,03 0,02

Total 98,69 99,17 101,09 99,65 Total 101,07 100,66 101,16 99,71 100,65 Total 99,90 100,45 99,94 100,10

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ANEXO III

DADOS DE QUÍMICA DE ROCHA TOTAL OBTIDOS

POR ICP-AES E ICP-MS

ELEMENTOS MAIORES E MENORES (% EM PESO)

ELEMENTOS TRAÇO E TERRAS RARAS (EM PPM)

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Rocha Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeOt* Fe2O3t MnO MgO CaO

Metaharzburgitos

PF/TV-25/12 45,7 0,08 2,31 10,29 11,44 0,09 34,76 0,13

PF/TV-96/13 43,59 0,09 2,19 10,38 11,54 0,09 34,66 0,18

PAC-123 42,16 0,08 2,09 11,00 12,22 0,08 36,28 0,09

Diopsiditos BL-07-114A 53,36 0,06 0,95 4,35 4,83 0,48 15,54 23,43

PF/TV-101/15 52,3 0,18 2,04 6,33 7,04 0,57 14,11 22,05

BL-07-114C 53,2 0,11 2,91 8,55 9,50 0,53 16,76 14,73

Metaortopiroxênio

Hornblendito BL-02-102B 53,52 0,18 4,79 7,19 7,99 0,22 19,21 10,71

Talco xistos

9b 52,36 0,14 5,41 7,53 8,37 0,05 25,51 0,01

FQ-07-134 51,98 0,13 4,35 8,34 9,27 0,04 26,74 0,02

PF-5 45,8 0,20 9,02 7,62 8,47 0,10 27,07 0,02

FQ-12-81 50,24 0,15 4,38 8,12 9,02 0,13 25,04 2,95

PF/TV-44/20 44,99 0,12 4,33 10,25 11,39 0,18 25,13 5,16

PF/TV-95/85 52,61 0,09 2,97 8,02 8,91 0,18 27,78 0,76

FQ-11-130 48,04 0,18 6,36 9,24 10,27 0,10 27,00 0,02

FQ-15-16 39,8 0,14 5,17 8,04 8,94 0,18 25,31 5,56

Clorita-talco granofels

FQ-09-25B 42,02 0,11 5,00 6,74 7,49 0,11 27,76 4,62

PF/TV-11/5 42,8 0,13 5,62 7,34 8,16 0,11 28,12 2,93

PF/TV-16/8 41,13 0,17 5,59 7,14 7,93 0,13 27,39 8,00

PF/TV-17/9 40,71 0,24 4,79 8,13 9,03 0,15 26,66 4,48

PF/TV-38/17 41,78 0,06 2,78 5,96 6,62 0,12 31,20 1,30

PF/TV-39/18 36,17 0,07 3,14 6,14 6,82 0,10 32,10 2,23

Tremolita xistos FQ-09-67C 43,06 0,41 10,14 7,86 8,74 0,12 24,90 3,71

Clorititos

FQ-11-20 36,23 0,32 14,35 8,11 9,01 0,08 27,85 0,58

AV-23-69C 36,53 0,22 13,35 6,90 7,67 0,09 29,32 0,52

4b 25,84 1,47 16,83 12,80 14,22 0,19 24,44 2,72

Clorita hornblenda

granofels

PF/TV-34/16 46,02 0,36 11,80 11,03 12,26 0,13 14,07 10,85

PF/TV-35/16 45,31 0,45 10,85 10,64 11,82 0,13 14,92 11,52

Gnaisses PF/TV-15/7 56,05 0,40 19,65 3,99 4,43 0,07 5,02 5,30

PF-09-09-3 61,99 0,02 21,56 0,55 0,61 0,01 1,18 4,16

FeOt* - Valor calculado a partir do valor obtido em Fe2O3t , todo o Fe

2+ foi calculado como FeO.

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Continuação....

Rocha Amostra Na2O K2O P2O5 Cr2O3 LOI Total Ct St

Metaharzburgitos

PF/TV-25/12 0,00 0,00 0,01 0,93 3,70 98,00 0,11 <0.02

PF/TV-96/13 0,00 0,00 0,01 1,05 5,60 97,84 0,73 0,07

PAC-123 0,00 0,00 0,01 0,93 5,10 97,82 0,36 0,03

Diopsiditos BL-07-114A 0,13 0,13 0,00 0,01 0,80 99,24 0,04 <0.02

PF/TV-101/15 0,24 0,13 0,06 0,01 1,00 99,02 0,07 <0.02

BL-07-114C 0,33 0,22 0,00 0,02 1,40 98,76 0,02 <0.02

Metaortopiroxênio

Hornblendito BL-02-102B 0,54 0,04 0,02 0,29 2,00 98,71 <0.02 <0.02

Talco xistos

9b 0,02 0,00 0,01 0,42 7,10 98,56 0,04 <0.02

FQ-07-134 0,01 0,00 0,00 0,96 5,80 98,37 <0.02 <0.02

PF-5 0,01 0,00 0,00 0,43 8,20 98,47 0,04 <0.02

FQ-12-81 0,05 0,00 0,01 0,30 7,00 98,37 0,37 1,07

PF/TV-44/20 0,00 0,00 0,00 0,48 7,60 98,24 0,79 <0.02

PF/TV-95/85 0,02 0,00 0,01 0,37 5,60 98,41 0,26 0,10

FQ-11-130 0,02 0,00 0,01 0,43 6,90 98,30 <0.02 <0.02

FQ-15-16 0,01 0,00 0,01 0,37 13,80 98,39 2,41 0,15

Clorita-talco granofels

FQ-09-25B 0,01 0,00 0,00 0,29 11,90 98,56 1,90 0,07

PF/TV-11/5 0,01 0,00 0,01 0,36 11,10 98,53 1,16 0,04

PF/TV-16/8 0,01 0,00 0,02 0,36 12,70 102,64 1,71 0,04

PF/TV-17/9 0,01 0,00 0,00 0,28 13,00 98,45 1,95 0,11

PF/TV-38/17 0,02 0,01 0,00 0,25 15,10 98,58 3,03 0,16

PF/TV-39/18 0,06 0,01 0,00 0,25 18,30 98,57 4,10 0,02

Tremolita xistos FQ-09-67C 0,22 0,01 0,00 0,87 7,20 98,50 0,14 <0.02

Clorititos

FQ-11-20 0,01 0,00 0,44 0,21 10,20 98,38 <0.02 <0.02

AV-23-69C 0,02 0,04 0,25 0,40 10,30 97,94 0,06 <0.02

4b 0,00 0,00 0,11 0,02 13,60 98,02 1,10 <0.02

Clorita hornblenda

granofels

PF/TV-34/16 2,07 0,17 0,10 0,16 1,70 98,46 0,04 <0.02

PF/TV-35/16 1,89 0,20 0,03 0,25 2,30 98,49 0,36 0,12

Gnaisses PF/TV-15/7 6,58 0,73 0,07 0,08 1,40 99,33 0,08 <0.02

PF-09-09-3 8,13 0,81 0,00 0,00 1,40 99,81 0,12 <0.02

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Resultados calculados em base anidra

Rocha Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 FeOt* MnO MgO CaO

Metaharzburgitos

PF/TV-25/12 47,48 0,08 2,41 10,70 0,09 36,11 0,14

PF/TV-96/13 46,23 0,11 2,33 11,01 0,11 36,73 0,2

PAC-123 44,52 0,08 2,21 11,6 0,08 38,24 0,09

Diopsiditos BL-07-114A 53,80 0,06 0,96 4,39 0,48 15,67 23,62

PF/TV-101/15 52,84 0,18 2,06 6,39 0,58 14,25 22,27

BL-07-114C 53,97 0,11 2,95 8,67 0,54 17,00 14,94

Metaortopiroxênio Hornblendito BL-02-102 54,64 0,18 4,89 7,34 0,22 19,60 10,93

Talco xistos

9b 56,42 0,15 5,85 8,11 0,05 27,48 0,01

FQ-07-134 55,21 0,14 4,62 8,87 0,04 28,43 0,02

PF-5 49,96 0,22 9,87 8,31 0,11 29,50 0,02

FQ-12-81 54,08 0,16 4,71 8,75 0,14 26,96 3,18

PF/TV-44/20 48,76 0,13 4,71 11,12 0,19 27,23 5,58

PF/TV-95/85 55,76 0,10 3,16 8,51 0,19 29,46 0,80

FQ-11-130 51,63 0,19 6,85 9,93 0,11 29,05 0,02

FQ-15-16 46,25 0,16 6,05 9,37 0,21 29,41 6,47

Clorita-talco granofels

FQ-09-25B 47,81 0,12 5,72 7,67 0,12 31,53 5,24

PF/TV-11/5 48,24 0,15 6,34 8,27 0,12 31,67 3,32

PF/TV-16/8 46,98 0,19 6,29 8,18 0,15 31,27 9,13

PF/TV-17/9 46,83 0,29 5,54 9,38 0,17 30,73 5,17

PF/TV-38/17 49,31 0,08 3,29 7,04 0,14 36,81 1,57

PF/TV-39/18 44,39 0,10 3,88 7,56 0,13 39,34 2,75

Tremolita- xistos FQ-09-67C 46,46 0,44 10,97 8,48 0,13 26,83 4,00

Clorititos

FQ-11-20 40,40 0,38 15,98 9,07 0,09 31,05 0,65

AV-23-69C 40,80 0,26 14,91 7,73 0,12 32,75 0,58

4b 30,01 1,72 19,50 14,85 0,23 28,38 3,17

Clorita hornblenda granofels PF/TV-34/16 46,82 0,37 12,02 11,22 0,13 14,31 11,04

PF/TV-35/16 46,40 0,46 11,11 10,90 0,13 15,28 11,79

FeOt* - todo o Fe

2+ foi calculado como FeO.

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Continuação....

Rocha Amostra Na2O K2O P2O5 Cr2O3 Total CaO/Al2O3 Al2O3/TiO2

Metaharzburgitos

PF/TV-25/12 0,00 0,00 0,01 0,98 98,00 0,06 30,13

PF/TV-96/13 0,00 0,00 0,00 1,12 97,84 0,09 21,18

PAC-123 0,00 0,00 0,01 0,99 97,82 0,04 27,63

Diopsiditos BL-07-114A 0,13 0,13 0,00 0,01 99,24 24,60 16,00

PF/TV-101/15 0,24 0,13 0,07 0,01 99,02 10,81 11,44

BL-07-114C 0,33 0,22 0,00 0,02 98,75 5,06 26,82

Metaortopiroxênio

Hornblendito BL-02-102 0,55 0,04 0,02 0,30 98,71 2,24 27,17

Talco xistos

9b 0,02 0,00 0,01 0,45 98,56 0,002 39,00

FQ-07-134 0,01 0,00 0,00 1,03 98,37 0,004 33,00

PF-5 0,01 0,00 0,00 0,47 98,47 0,00 44,86

FQ-12-81 0,05 0,00 0,01 0,33 98,37 0,68 29,44

PF/TV-44/20 0,00 0,00 0,00 0,52 98,24 1,18 36,23

PF/TV-95/85 0,02 0,00 0,01 0,40 98,41 0,25 31,60

FQ-11-130 0,02 0,00 0,01 0,49 98,30 0,003 36,05

FQ-15-16 0,01 0,00 0,01 0,45 98,39 1,07 37,81

Clorita-talco granofels

FQ-09-25B 0,01 0,00 0,00 0,34 98,56 0,92 47,67

PF/TV-11/5 0,01 0,00 0,01 0,40 98,53 0,52 42,27

PF/TV-16/8 0,01 0,00 0,02 0,41 98,60 1,45 33,11

PF/TV-17/9 0,01 0,00 0,00 0,32 98,44 0,93 19,10

PF/TV-38/17 0,02 0,01 0,00 0,31 98,58 0,48 41,13

PF/TV-39/18 0,07 0,01 0,00 0,34 98,57 0,71 38,80

Tremolita xistos FQ-09-67C 0,24 0,01 0,00 0,94 98,50 0,36 24,93

Clorititos

FQ-11-20 0,01 0,00 0,50 0,24 98,37 0,04 42,05

AV-23-69C 0,02 0,04 0,28 0,45 98,94 0,04 57,35

4b 0,00 0,00 0,14 0,02 98,02 0,16 11,34

Clorita hornblenda

granofels

PF/TV-34/16 2,11 0,18 0,10 0,16 98,46 0,92 32,49

PF/TV-35/16 1,93 0,20 0,03 0,26 98,49 1,06 24,15

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Rocha Amostra Cs Rb Ba Th U Nb Ta W Pb Sr Be Zr Hf Tl

Metaharzburgitos

PF/TV-25/12 <0,10 0,80 3,00 0,20 0,20 0,80 0,10 0,60 2,20 1,60 1,00 7,80 0,20 <0,10

PF/TV-96/13 <0,10 0,80 3,00 0,30 0,30 0,80 0,10 0,60 2,90 2,00 2,00 7,80 0,20 <0,10

PAC-123 <0,10 0,40 4,00 0,20 0,20 0,70 0,20 0,80 2,40 0,90 1,00 12,20 0,40 <0,10

Diopsiditos

BL-07-114A <0,10 7,20 18,00 0,30 0,10 0,40 <0,10 <0,50 1,30 21,40 <1,00 10,30 0,20 <0,10

PF/TV-

101/15 <0,10 4,90 26,00 1,80 1,90 2,00 0,20 0,70 4,50 30,60 2,00 35,50 1,20 <0,10

BL-07-114C <0,10 3,80 8,00 <0,20 0,10 0,60 <0,10 <0,50 0,70 8,40 <1,00 24,40 1,00 <0,10

Metaortopiroxênio hornblendito BL-02-102B <0,10 0,30 5,00 0,60 0,20 6,70 0,20 <0,50 0,60 9,10 <1,00 10,90 0,40 <0,10

Talco xistos

9b <0,10 0,40 3,00 <0,20 0,40 0,50 <0,10 <0,50 2,10 <0,50 <1,00 7,90 0,20 <0,10

FQ-07-134 <0,10 0,20 4,00 <0,20 <0,10 0,30 <0,10 <0,50 0,20 <0,50 <1,00 9,00 0,30 <0,10

PF-5 <0,10 0,30 4,00 <0,20 <0,10 0,20 <0,10 <0,50 0,70 <0,50 <1,00 7,30 0,30 <0,10

FQ-12-81 <0,10 0,10 <1,00 <0,20 <0,10 0,10 <0,10 <0,50 0,50 9,10 <1,00 7,20 0,20 <0,10

PF/TV-44/20 <0,10 0,10 2,00 <0,20 <0,10 1,00 <0,10 <0,50 0,60 19,60 <1,00 5,80 <0,10 <0,10

PF/TV-95/85 <0,10 0,20 <1,00 0,60 <0,10 1,70 <0,10 <0,50 0,30 2,40 <1,00 7,70 0,20 <0,10

FQ-11-130 <0,10 0,20 59,00 <0,20 0,20 0,30 <0,10 <0,50 4,00 <0,50 <1,00 8,00 0,10 <0,10

FQ-15-16 <0,10 0,20 <1,00 <0,20 <0,10 0,20 <0,10 <0,50 1,50 55,20 <1,00 6,70 0,20 <0,10

Clorita-talco granofels

FQ-09-25B <0,10 0,10 <1,00 <0,20 <0,10 0,20 <0,10 <0,50 0,60 52,80 <1,00 5,80 0,20 <0,10

PF/TV-11/5 <0,10 0,10 <1,00 <0,20 <0,10 0,20 <0,10 <0,50 0,80 20,90 <1,00 6,90 0,10 <0,10

PF/TV-16/8 <0,10 0,10 2,00 <0,20 0,20 0,70 <0,10 1,30 1,20 28,10 <1,00 8,80 0,30 <0,10

PF/TV-17/9 <0,10 0,20 53,00 <0,20 <0,10 1,30 <0,10 <0,50 1,70 47,60 <1,00 11,90 0,40 <0,10

PF/TV-38/17 0,10 0,90 1,00 0,30 <0,10 11,20 0,30 <0,50 0,30 4,10 <1,00 4,70 0,10 <0,10

PF/TV-39/18 0,20 0,80 3,00 <0,20 <0,10 0,10 <0,10 <0,50 0,30 4,70 <1,00 4,20 <0,10 <0,10

Tremolita xistos FQ-09-67C <0,10 0,20 4,00 0,20 1,20 1,10 -0,10 18,50 0,50 4,70 <1,00 14,50 0,40 <0,10

Clorititos

FQ-11-20 0,20 0,30 10,00 4,90 0,90 6,80 0,90 2,70 0,60 5,50 <1,00 37,80 1,50 <0,10

AV-23-69C 0,10 2,60 44,00 0,90 0,80 3,30 0,40 <0,50 48,00 3,80 1,00 9,50 0,20 <0,10

4b <0,10 0,30 3,00 0,70 0,30 6,90 0,40 <0,50 0,90 23,90 <1,00 72,40 2,00 <0,10

Clorita hornblenda PF/TV-34/16 0,40 1,40 23,00 1,00 2,30 5,10 0,70 <0,50 0,70 23,20 3,00 34,70 1,50 <0,10

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Rocha Amostra Y Er Sc V Co Ni Cr Cu Zn Ga Sn Mo Bi As Ag

Metaharzburgitos

PF/TV-25/12 1,70 0,18 11,00 56,00 109,40 2112,00 6363,06 2,20 31,00 5,30 2,00 0,50 <0,10 0,80 <0,10

PF/TV-96/13 1,70 0,15 9,00 57,00 132,20 2789,00 7184,10 17,50 29,00 5,80 1,00 0,40 0,60 3,90 <0,10

PAC-123 1,30 0,15 9,00 52,00 141,50 2749,00 6363,06 5,30 38,00 5,20 1,00 0,20 0,20 2,30 <0,10

Diopsiditos

BL-07-114A 8,50 0,88 3,00 30,00 12,50 44,00 68,42 1,50 15,00 3,60 1,00 0,20 <0,10 -0,50 <0,10

PF/TV-

101/15 18,40 1,76 5,00 64,00 18,00 83,00 68,42 1,50 19,00 6,60 5,00 0,20 <0,10 0,60 <0,10

BL-07-114C 10,40 1,02 5,00 66,00 30,80 114,00 136,84 2,00 14,00 9,00 3,00 0,20 <0,10 1,20 <0,10

Metaortopiroxênio hornblendito BL-02-102 11,20 1,12 18,00 82,00 48,90 980,00 1984,18 1,70 3,00 6,50 1,00 0,40 <0,10 0,60 <0,10

Talco xistos

9b 0,60 0,06 13,00 108,00 82,60 1776,00 2873,64 28,50 14,00 6,90 <1,00 <0,10 0,40 -0,50 <0,10

FQ-07-134 0,80 0,04 13,00 92,00 99,40 1733,00 6568,32 5,60 5,00 4,30 <1,00 <0,10 <0,10 -0,50 <0,10

PF-5 1,90 0,17 20,00 135,00 88,70 1416,00 2942,06 4,30 26,00 8,50 <1,00 <0,10 <0,10 -0,50 <0,10

FQ-12-81 2,90 0,29 18,00 103,00 108,20 1545,00 2052,60 426,10 16,00 4,50 <1,00 <0,10 0,20 1,50 0,30

PF/TV-44/20 11,10 0,71 20,00 137,00 81,80 1656,00 3284,16 6,00 13,00 4,40 <1,00 <0,10 <0,10 -0,50 <0,10

PF/TV-95/85 2,10 0,19 9,00 42,00 86,70 1930,00 2531,54 60,00 15,00 4,90 <1,00 <0,10 0,40 0,90 <0,10

FQ-11-130 6,80 0,71 25,00 107,00 89,90 1661,00 2942,06 7,10 20,00 5,00 <1,00 <0,10 <0,10 -0,50 <0,10

FQ-15-16 3,90 0,46 20,00 96,00 93,90 1835,00 2531,54 42,00 10,00 4,20 <1,00 <0,10 0,20 2,20 <0,10

Clorita-talco granofels

FQ-09-25B 3,80 0,45 19,00 75,00 85,50 1743,00 1984,18 22,10 6,00 3,80 <1,00 <0,10 0,70 1,30 <0,10

PF/TV-11/5 3,10 0,37 22,00 87,00 82,30 1454,00 2463,12 13,60 10,00 3,80 <1,00 0,20 1,90 0,90 <0,10

PF/TV-16/8 2,80 0,27 19,00 104,00 77,60 1498,00 2463,12 41,00 9,00 5,10 <1,00 <0,10 0,30 0,70 <0,10

PF/TV-17/9 5,10 0,34 18,00 88,00 86,40 1650,00 1915,76 43,60 17,00 5,00 <1,00 <0,10 0,40 1,00 <0,10

PF/TV-38/17 2,00 0,20 12,00 58,00 78,10 1801,00 1710,50 77,70 13,00 3,80 <1,00 0,10 2,20 2,10 <0,10

PF/TV-39/18 2,50 0,19 11,00 79,00 79,30 1852,00 1710,50 12,90 10,00 3,60 <1,00 <0,10 0,60 0,90 <0,10

Tremolita xistos FQ-09-67C 6,30 0,68 31,00 147,00 80,50 1082,00 5952,54 292,00 18,00 11,50 <1,00 <0,10 -0,10 0,70 <0,10

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Rocha Amostra Y Er Sc V Co Ni Cr Cu Zn Ga Sn Mo Bi As Ag

FQ-11-20 30,60 2,66 28,00 83,00 89,20 1537,00 1436,82 0,60 28,00 14,60 <1,00 <0,10 <0,10 <0,50 <0,10

Clorititos AV-23-69C 306,50 33,24 16,00 98,00 100,70 1830,00 2736,80 2,20 23,00 15,50 <1,00 <0,10 <0,10 7,60 <0,10

4b 5,10 0,54 65,00 252,00 89,90 443,00 136,84 0,30 31,00 15,20 <1,00 <0,10 <0,10 0,50 <0,10

Clorita hornblenda PF/TV-34/16 51,20 4,62 36,00 240,00 56,50 507,00 1094,72 3,90 14,00 12,90 5,00 0,20 0,30 4,20 <0,10

PF/TV-35/16 12,30 1,26 41,00 244,00 57,40 375,00 1710,50 7,60 9,00 11,60 3,00 0,20 0,40 20,50 <0,10

Gnaisse PF/TV-15/7 23,10 2,18 17,00 58,00 18,40 145,00 550,00 6,10 17,00 16,70 2,00 0,50 <0,10 1,20 <0,10

PF-09-09-3 0,70 0,05 <1,00 <8,00 2,40 28,00 0,00 1,90 1,00 13,50 <1,00 0,20 <0,10 0,90 <0,10

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Rocha Amostra La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Metaharzburgitos

PF/TV-25/12 0,50 1,10 0,06 0,50 <0,05 <0,02 0,11 0,02 0,16 0,05 0,18 0,04 0,26 0,04

PF/TV-96/13 0,50 0,70 0,04 0,40 <0,05 <0,02 0,15 0,02 0,12 0,03 0,15 0,04 0,26 0,04

PAC-123 0,60 0,80 0,09 0,60 <0,05 <0,02 0,12 0,01 0,11 0,03 0,15 0,03 0,21 0,04

Diopsiditos BL-07-114A 15,50 9,40 5,35 19,60 3,14 0,58 2,14 0,32 1,64 0,31 0,88 0,15 0,91 0,14

PF/TV-101/15 44,10 29,30 10,69 41,00 5,79 0,94 4,00 0,63 3,22 0,59 1,76 0,28 1,75 0,26

BL-07-114C 11,40 2,30 3,61 11,30 2,00 0,37 1,58 0,27 1,68 0,32 1,02 0,15 1,08 0,16

Metaortopiroxênio

Hornblendito BL-02-102B 9,80 10,30 4,00 15,70 2,93 1,04 2,10 0,33 1,81 0,36 1,12 0,17 1,20 0,19

Talco xistos

9b 0,80 0,90 0,09 0,40 <0,05 <0,02 0,12 <0,01 <0,05 <0,02 0,06 0,01 0,05 0,01

FQ-07-134 2,70 0,40 0,70 2,40 0,29 0,05 0,19 0,02 0,08 <0,02 0,04 0,02 -0,05 -0,01

PF-5 2,50 0,60 0,39 1,40 0,12 0,05 0,21 0,03 0,22 0,04 0,17 0,03 0,17 0,03

FQ-12-81 4,50 0,90 1,45 5,80 0,85 0,12 0,59 0,09 0,46 0,10 0,29 0,05 0,30 0,05

PF/TV-44/20 1,20 1,10 0,13 0,80 0,26 0,08 0,57 0,11 0,83 0,20 0,71 0,11 0,65 0,11

PF/TV-95/85 0,90 2,00 0,14 0,70 0,08 <0,02 0,25 0,03 0,29 0,06 0,19 0,04 0,27 0,04

FQ-11-130 19,90 2,30 6,12 19,70 3,24 0,55 1,70 0,28 1,47 0,26 0,71 0,11 0,75 0,10

FQ-15-16 4,80 1,00 1,54 5,20 0,82 0,16 0,69 0,12 0,67 0,14 0,46 0,07 0,46 0,07

Clorita-talco granofels

FQ-09-25B 1,00 1,40 0,11 0,80 0,11 0,03 0,40 0,06 0,47 0,13 0,45 0,07 0,44 0,08

PF/TV-11/5 0,40 0,50 <0,02 <0,30 <0,05 0,04 0,24 0,05 0,39 0,10 0,37 0,06 0,32 0,06

PF/TV-16/8 0,50 1,00 0,05 0,40 0,09 0,05 0,25 0,05 0,27 0,07 0,27 0,05 0,24 0,05

PF/TV-17/9 0,90 1,40 0,13 0,90 0,20 0,08 0,44 0,08 0,44 0,11 0,34 0,06 0,30 0,06

PF/TV-38/17 0,50 0,90 0,06 <0,30 <0,05 0,03 0,16 0,03 0,15 0,05 0,20 0,03 0,19 0,03

PF/TV-39/18 0,40 0,50 0,14 <0,30 0,19 0,08 0,32 0,07 0,36 0,09 0,19 0,06 0,30 0,06

Tremolita xistos FQ-09-67C 1,10 2,70 0,41 1,90 0,43 0,15 0,71 0,14 0,90 0,21 0,68 0,10 0,72 0,11

Clorititos

FQ-11-20 12,00 17,30 2,99 13,10 3,02 0,66 3,99 0,73 4,44 0,95 2,66 0,37 2,11 0,32

AV-23-69C 1424,80 109,70 484,72 1530,40 235,31 37,92 113,85 18,76 87,66 12,87 33,24 4,67 30,13 3,71

4b 9,80 20,90 2,37 10,10 2,29 0,25 2,11 0,27 1,19 0,20 0,54 0,08 0,55 0,11

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Rocha Amostra La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

Clorititos

FQ-11-20 12,00 17,30 2,99 13,10 3,02 0,66 3,99 0,73 4,44 0,95 2,66 0,37 2,11 0,32

AV-23-69C 1424,80 109,70 484,72 1530,40 235,31 37,92 113,85 18,76 87,66 12,87 33,24 4,67 30,13 3,71

4b 9,80 20,90 2,37 10,10 2,29 0,25 2,11 0,27 1,19 0,20 0,54 0,08 0,55 0,11

Clorita hornblenda granofels PF/TV-34/16 24,80 52,10 8,52 31,70 7,37 2,38 7,25 1,43 8,62 1,68 4,62 0,71 4,31 0,60

PF/TV-35/16 2,50 5,10 0,64 2,60 0,79 0,93 1,42 0,27 1,81 0,40 1,26 0,19 1,16 0,17

Gnaisse PF/TV-15/7 31,80 56,30 6,39 24,40 4,73 1,36 4,62 0,75 4,21 0,78 2,18 0,35 2,00 0,30

PF-09-09-3 14,00 22,10 1,80 5,50 0,60 0,53 0,29 0,03 0,08 <0,02 0,05 0,02 0,10 0,03

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