Magmatismo y metamorfismo Magmatismo y metamorfismo Geodinámica interna: Magmatismo y metamorfismo.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PETROLOGIA DO MAGMATISMO TARDI-BRASILIANO NO MACIÇO SÃO JOSÉ DE CAMPESTRE (RN/PB), COM ÊNFASE
NO PLÚTON ALCALINO CAXEXA
Autor: MARCOS ANTONIO LEITE DO NASCIMENTO
Orientador: Prof. Dr. Zorano Sérgio de Souza
Co-orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Galindo
Dissertação n 15 / PPGG
Natal/RN, Março de 2000
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEODINÂMICA E GEOFÍSICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PETROLOGIA DO MAGMATISMO TARDI-BRASILIANO NO MACIÇO SÃO JOSÉ DE CAMPESTRE (RN/PB), COM ÊNFASE
NO PLÚTON ALCALINO CAXEXA
Autor: MARCOS ANTONIO LEITE DO NASCIMENTO
Dissertação de Mestrado apresentada em 24 de Março de 2000, para a obtenção do título de Mestre em Geodinâmica pelo Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica da UFRN.
Comissão Examinadora: Prof. Dr. Zorano Sérgio de Souza (PPGG/UFRN - orientador)
Prof. Dr. Jaziel Martins Sá (PPGG/UFRN) Prof. Dr. Herbet Conceição (PPPG/UFBA)
Natal/RN, Março de 2000
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Oh, minha menina, és de tudo que mais belo existe Ver tua beleza é esquecer tudo que há de triste
Tua presença, Debora, é tão sublime quanto o mar e o ar E estar sempre ao teu lado é ser amado
Ter pra sempre o teu olhar Que faz meu bem-querer, sustenta meu amor
E faz com que a cada dia eu te ame mais ... Sei que a tua boca já beijou a outra que não a minha
Sei que já amou a outros quando não me conhecia Mesmo assim, Debora, teu carinho me tomou o peito
E hoje sem você não mais consigo ser do mesmo jeito Então dedico a ti esse poema, tentando em versos dizer
Que eu te amo tanto Tentando gritar ao mundo
Debora, sem você, confesso, eu não vivo Sem você minha vida é um castigo
Sem você prefiro a solidão A sete palmos do chão
(adaptado de uma bela canção)
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AGRADECIMENTOS
“Nenhum homem é uma ilha. Para combater o bom combate precisamos de ajuda” (Paulo Coelho - Diário de um Mago)
Esta frase define a necessidade de todo o ser humano, que é de precisar da ajuda de
uma pessoa, mesmo aquele mais solitário. Acho muito difícil escrever esta parte da dissertação,
pois como um cara esquecido que sou, temo em omitir nomes de pessoas que foram, são e
serão muito importantes para mim. Assim, peço desculpas, a todos que não foram
mencionados nesses agradecimentos.
A força e a coragem que utilizo para hoje terminar este trabalho, devo simplesmente a
DEUS, àquele que me ajuda em todos os meus caminhos e que me orienta. Obrigado SENHOR
pela apoio durante toda a minha vida. Apesar de alguns ainda não compreenderem a
importância da Geologia na minha vida, é importante manifestar aqui todos os meus
agradecimentos à MINHA FAMÍLIA (Pai, Mãe, Irmãos, Tios, Primos etc). Obrigado pela força
dada durante todo o cotidiano e pela paciência de vocês. Mesmo preferindo ir para um local
bem melhor, diferente deste que nos encontramos, manifesto minha gratidão à Maria da
Conceição. Minha vó, valeu, a senhora é demais!!!
Gostaria de ser grato a todos os professores do Departamento de Geologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DG/UFRN) pelo ensinamento e vivência
concedido a minha pessoa durante esses anos que estive aqui.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Zorano Sérgio de Souza, agradeço a confiança coloca em
mim, não somente agora, nesta etapa de pós-graduação. Recordo a primeira vez que você
conversou comigo, me convidando a trabalhar em um projeto acadêmico e assim iniciando a
minha vida científica. Valeu, professor, pelas discussões sobre o tema petrologia, e mesmo sem
notar, por ter me ensinado a ser um pouco mais organizado. Aprendi muito contigo, tanto no
âmbito profissional como no pessoal. Ao meu co-orientador, que por muitas vezes se tornava o
próprio orientador, Prof. Dr. Antonio Carlos Galindo, gostaria de lhe agradecer por toda a
orientação repassada à minha pessoa. Devo a você a grande parte do meu aprendizado
sobre as rochas graníticas. Obrigado também pela grande paciência, principalmente durante
as leituras de meus textos. A você e Zorano (não necessariamente nesta mesma ordem), muito
obrigado por tudo, fico devendo essa.
É necessário deixar aqui meus agradecimentos à você Prof. Dr. Emanuel Ferraz Jardim
de Sá, que mesmo não acompanhando meus trabalhos na pós-graduação, me ensinou a lidar
com a geologia de uma forma mais coerente. Obrigado pelos seus ensinamentos.
Agradeço àqueles que de alguma forma possibilitaram a aquisição dos dados utilizados
neste trabalho. No que concerne aos geoquímicos fico grato ao Dr. Jean-Marc Lardeaux
(Laboratoire de Pétrologie et Tectonique da Universidade Claude Bernard I (Lyon) e aos Drs.
Venerando Eustáquio Amaro, Antonio Carlos Galindo e Raquel Franco de Souza, ambos do
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DG/UFRN. Com relação aos dados geocronológicos fico agradecido a Dra. Maria Helena de F.
Macedo do DG/UFRN, a doutoranda Maria Helena B. M. Hollanda e ao Dr. Márcio M. Pimentel,
ambos da UnB, bem como ao Dr. Koji Kawashita e a Ivone Sonoki (todos do CPGeo/USP).
Agradeço a obtenção dos dados de química mineral à doutoranda Rielva S. C. do
Nascimento (NEG-LABISE/UFPE) e ao Dr. Antonio Carlos Galindo (DG/UFRN).
Estendo meus agradecimentos aos órgãos que financiaram minha pesquisa (FINEP,
CNPq e FUNPEC), como também agradeço ao CNPq pela concessão da minha bolsa de
mestrado (No proc. 130990/98-1). No que diz respeito ao apoio logístico, fico muito grato ao
Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica (PPGG) e ao Departamento de
Geologia (DG/UFRN), pelo auxílio em despesas de campo, transporte/combustível e
documentação fotográfica, e ainda confecção de seções delgadas, infra-estrutura
laboratorial (bússolas, estereoscópios, microscópios petrográficos, microcomputadores,
martelos, entre outros).
Aos companheiros de aperreio e sufoco, agradeço a paciência de todos em me aturar
durante todas as dificuldades que tive na elaboração deste trabalho, bem como outros do
âmbito geológico. Obrigado, à minha turma Debora do Carmo Sousa, Mário Neto Cavalcanti
de Araújo, Jesimael Avelino da Silva, Ana Catarina Fernandes Coriolano, Ivaldo Rodrigues da
Trindade, Maurício Goes Souza, Flávia Taone de Lira Melo, Cristiano de Andrade Amaral e
Ubiraci Manuel Soares. Agradeço também aos numerosos amigos que colecionei durante esses
anos geológicos, em especial a Alex Francisco Antunes (valeu amigo!!!), Maria Helena Bezerra
Maia de Hollanda, Carlos César Nascimento da Silva, Patrícia Rose de Carvalho Costa, Eugênio
Pacelli Dantas, Luciano Henrique de Oliveira Caldas, Rielva Solimairy Campelo do Nascimento,
Silvana Diene Souza Barros, dentre muito outros.
Não intimamente ligado a geologia, mesmo assim, é mais do que necessário deixar
meus agradecimentos a um estilo de vida e pensamento. Muitas inspirações surgiram por sua
causa, nos momentos difíceis e (também) fáceis você me ajudou muito. Então deixo aqui meus
sinceros agradecimentos a ti “Rock and Roll”, obrigado pela ajuda.
Deixo para agradecer no final, àquela pessoa que consegue agüentar todo o meu
estresse e apoquentação durante esses últimos sete anos. Espero que essa fonte de paciência
nunca se esgote, pois pretendo ficar junto de ti, pelos menos o resto de minha vida. Poderia
escrever (e declamar) inúmeros poemas, e fazer com que esse item de agradecimento seja
maior que os números de páginas dessa dissertação. Entretanto, como muita gente não
entende o que é o amor, prefiro não deixar em palavras tudo aquilo que sinto por ti, pelo
menos aqui, já que a dedicatória desse trabalho é simplesmente só para você. Obrigado
Debora por você fazer parte da minha vida. Serei eternamente grato a Deus por ter colocado
você no meu caminho. Simplesmente TE AMO!!!
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SUMÁRIO
Resumo................................................................................................................................................. i Abstract................................................................................................................................................ iii Introdução........................................................................................................................................... v
PARTE 1 - REVISÃO DA GEOLOGIA E OBJETIVOS DESTE TRABALHO
CAPÍTULO 1. - GEOLOGIA REGIONAL........................................................................................................ 01
1.1 - Introdução..................................................................................................................... 01 1.2 - O Maciço Rio Piranhas................................................................................................ 01 1.3 - A Faixa Seridó................................................................................................................ 04 1.4 - O Maciço São José de Campestre.......................................................................... 05
CAPÍTULO 2. - MAGMATISMO BRASILIANO NO DOMÍNIO SERIDÓ.................................................................. 09
2.1 - Introdução..................................................................................................................... 09 2.2 - A Suíte Básica a Intermediária................................................................................... 12
2.3 - A Suíte Porfirítica............................................................................................................ 19 2.4 - A Suíte Leucogranítica................................................................................................. 212.5 - A Suíte Alcalina............................................................................................................. 22 2.6 - A Suíte Shoshonítica...................................................................................................... 23
CAPÍTULO 3. - PROBLEMAS, OBJETIVOS, LOCALIZAÇÃO E METODOLOGIA.................................................... 25
3.1 - Problemas e Objetivos................................................................................................. 25 3.2 - Localização da área e vias de acesso..................................................................... 26 3.3 - Metodologia empregada........................................................................................... 26
PARTE 2 - O PLÚTON CAXEXA E ROCHAS PLUTÔNICAS ASSOCIADAS
CAPÍTULO 4. - MAPEAMENTO GEOLÓGICO E LITOESTRATIGRAFIA................................................................. 29
4.1 - Introdução e Metodologia.......................................................................................... 29 4.2 - Arcabouço Litoestratigráfico...................................................................................... 30 4.2.1 - Complexo Gnáissico-Migmatítico............................................................. 30 4.2.2 - Unidade Metassedimentar.......................................................................... 31 4.2.3 - Plutonismo Brasiliano.................................................................................... 32 4.2.3.1 - Álcali-feldspato granito (Plúton Caxexa)................................. 32
4.2.3.2 - Anfibólio-biotita granito (Plúton Cabeçudo)...........................35 4.2.3.3 - Biotita microgranito...................................................................... 36 4.2.3.4 - Gabronorito a monzonito (Suíte Básica a Intermediária)...... 36 4.2.3.5 - Granitóide aluminoso (Tipo-S).................................................... 37
CAPÍTULO 5. - ASPECTOS PETROGRÁFICOS E TEXTURAIS DAS ROCHAS PLUTÔNICAS......................................... 41
5.1 - Introdução...................................................................................................................... 41 5.2 - Aspectos Gerais e Nomenclatura.............................................................................. 41 5.3 - Descrição Petrográfica................................................................................................ 43 5.3.1 - Álcali-feldspato granito (Plúton Caxexa)................................................. 43
5.3.2 - Anfibólio-biotita granito (Plúton Cabeçudo)........................................... 46 5.3.3 - Biotita microgranito...................................................................................... 49 5.3.4 - Gabronorito a monzonito (Suíte Básica a Intermediária)...................... 51 5.3.5 - Granitóide aluminoso (Tipo-S)..................................................................... 53 5.4 - Sinopse da Sequência de Cristalização das Suítes Estudadas............................. 55
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CAPÍTULO 6. - QUÍMICA MINERAL.............................................................................................................. 59
6.1 - Introdução...................................................................................................................... 59 6.1.1 - Piroxênios........................................................................................................ 59 6.1.2 - Anfibólios........................................................................................................ 63 6.1.3 - Biotitas............................................................................................................. 65 6.1.4 - Plagioclásios.................................................................................................. 68 6.1.5 - Granadas....................................................................................................... 71 6.1.6 - Titanitas........................................................................................................... 74 6.1.7 - Opacos........................................................................................................... 76
CAPÍTULO 7. - CONDIÇÕES DE CRISTALIZAÇÃO........................................................................................... 79
7.1 - Introdução...................................................................................................................... 79 7.1.1 - Geobarometria............................................................................................. 79
7.1.2 - Geotermometria.......................................................................................... 81 7.1.3 - Fugacidade de Oxigênio (fO2)................................................................... 85
CAPÍTULO 8. - CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA......................................................................................... 89
8.1 - Introdução...................................................................................................................... 89 8.2 - Caracterização Química............................................................................................. 89 8.2.1 - Elementos Maiores e Menores.................................................................... 89
8.2.2 - Elementos Traços, Terras Raras e Diagramas Multielementares........... 96 8.2.2.1 - Elementos Traços......................................................................... 96 8.2.2.2 - Elementos Terras Raras (ETR)....................................................... 99 8.2.2.3 - Diagramas Multielementares..................................................... 103 8.3 - Saturação em Alumina e Definição de Séries Magmáticas................................. 104 8.3.1 - Saturação em Alumina................................................................................ 104 8.3.2 - Definição de Séries Magmáticas............................................................... 105
CAPÍTULO 9. - PETROGÊNESE E AMBIENTE TECTÔNICO.................................................................................. 109
9.1 - Introdução......................................................................................................................109 9.2 - Anfibólio-biotita granito (Plúton Cabeçudo) e Biotita microgranito.................... 110
9.3 - Gabronorito a monzonito (Suíte Básica a Intermediária)...................................... 112 9.4 - Granitóide aluminoso................................................................................................... 114 9.5 - Álcali-feldspato granito (Plúton Caxexa)..................................................................114
9.5.1 - Mecanismo Petrogenético......................................................................... 114 9.5.2 - Discussão sobre a Gênese do Magma Alcalino..................................... 118 9.6 - Ambiente Tectônico..................................................................................................... 121
PARTE 3 - INTEGRAÇÃO DOS DADOS E CONCLUSÕES FINAIS
CAPÍTULO 10. - INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONCLUSÕES FINAIS.................................................................. 125
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 129ANEXO 01 - MAPA DE AFLORAMENTOS VISITADOSANEXO 02 - MAPA DE PONTOS DE AMOSTRAGEMANEXO 03 - ESBOÇO GEOLÓGICO DA ÁREA ESTUDADAANEXO 04 - TABELAS DAS ANÁLISES COMPLETAS DO CAPÍTULO DE QUÍMICA MINERALANEXO 05 - ARTIGO SUBMETIDO EM OUTUBRO DE 1999 À GEOCHIMICA BRASILIENSIS E
ARTIGO SUBMETIDO EM MARÇO DE 2000 À REVISTA BRASILEIRA DE GEOCIÊNCIAS
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LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1. - GEOLOGIA REGIONAL
Fig. 1.1 - Arcabouço tectono-estratigráfico da Província Borborema e seus limites.............. 02 Fig. 1.2 - Mapa geológico simplificado da Faixa Seridó com os
Maciços Rio Piranhas e São José de Campestre.......................................................... 05
CAPÍTULO 2. - MAGMATISMO BRASILIANO NO DOMÍNIO SERIDÓ
Fig. 2.1 - Mapa geológico do Domínio Seridó com as diferentes suítes magmáticas............ 10Fig. 2.2 - Diagrama Q-A-P normativo com os campos das séries magmáticas...................... 14 Fig. 2.3 - Diagramas de Harker para as suítes magmáticas........................................................ 15 Fig. 2.4 - Diagramas geoquímicos para as suítes magmáticas.................................................. 20 Fig. 2.5 - Classificação segundo o diagrama catiônico K-Na-Ca.............................................. 21
CAPÍTULO 3. - PROBLEMAS, OBJETIVOS, LOCALIZAÇÃO E METODOLOGIA
Fig. 3.1 - Mapa de localização da área......................................................................................... 27
CAPÍTULO 4. - MAPEAMENTO GEOLÓGICO E LITOESTRATIGRAFIA
Fig. 4.1 - Isócronas Rb/Sr para o álcali-feldspato granito............................................................ 34 Fig. 4.2 - Isócronas Sm/Nd para o álcali-feldspato granito.......................................................... 35Fig. 4.3 - Isócronas Sm/Nd para o granitóide aluminoso.............................................................. 37
CAPÍTULO 5. - ASPECTOS PETROGRÁFICOS E TEXTURAIS DAS ROCHAS PLUTÔNICAS
Fig. 5.1 - Diagrama Q-A-P, Q-(A+P)-M e Pl-Px-Hb para as suítes estudadas............................. 42 Fig. 5.2 - Ordem de cristalização em diferentes estágios para as suítes estudadas............... 55
CAPÍTULO 6. - QUÍMICA MINERAL
Fig. 6.1 - Diagramas de classificação dos piroxênios para a suíte básica a intermediária... 60 Fig. 6.2 - Diagramas de classificação dos piroxênios para o álcali-feldspato granito........... 62 Fig. 6.3a - Diagrama Di-Ac-Hd para o álcali-feldspato granito.................................................. 62 Fig. 6.3b - Diagrama Di-Hd com a substituição Mg, Ca e Al por Mn, Fe+2 e Fe+3.................... 62 Fig. 6.4 - Composição dos anfibólios estudados........................................................................... 64 Fig. 6.5 - Diagrama de classificação das biotitas trioctaédricas................................................ 65 Fig. 6.6 - Diagrama de classificação das biotitas (AlIV vs. Fe/(Fe+Mg)...................................... 67 Fig. 6.7 - Diagrama discriminante para as biotitas estudadas.................................................... 67 Fig. 6.8 - Representação esquemática para as composições dos plagioclásios................... 68 Fig. 6.9 - Representação das composições dos plagioclásios no álcali-feldspato granito... 70 Fig. 6.10 - Diagrama Albita-Anortita-Ortoclásio para os plagioclásios estudados.................. 70 Fig. 6.11 - Vetores de substituição para os plagioclásios no álcali-feldspato granito............ 71 Fig. 6.12 - Composição das granadas para o álcali-feldspato granito.................................... 72 Fig. 6.13 - Composição das granadas para o granitóide aluminoso........................................ 74
CAPÍTULO 7. - CONDIÇÕES DE CRISTALIZAÇÃO
Fig. 7.1 - Diagrama com as isotermas para o geotermômetro de Zr........................................ 82 Fig. 7.2 - Mapa com a localização das amostras e resultados termobarométricos............... 84 Fig. 7.3 - Diagrama do Log fO2 vs. temperatura (Wones 1989)................................................... 86 Fig. 7.4 - Projeção do Log fO2-T para cristalização da hedenbergita e andradita................ 86 CAPÍTULO 8. - CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA
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Fig. 8.1 - Diagramas de variação do tipo Harker para elementos maiores............................. 97 Fig. 8.2 - Diagramas de variação do tipo Harker para elementos traços................................ 98 Fig. 8.3 - Espectros de elementos terras raras para as suítes plutônicas estudadas............... 102Fig. 8.4 - Diagramas multielementar para as suítes plutônicas estudadas............................... 103Fig. 8.5 - Representação das rochas estudadas segundo o índice de Shand........................ 105Fig. 8.6 - Classificação segundo o diagrama catiônico K-Na-Ca.............................................. 105Fig. 8.7 - Diagramas usados na definição de séries magmáticas.............................................. 107
CAPÍTULO 9. - PETROGÊNESE E AMBIENTE TECTÔNICO
Fig. 9.1 - Diagrama confrontando elementos incompatível vs. compatível para o anfibólio-biotita granito........................................................................................ 111
Fig. 9.2 - Comparação entre as razões iniciais de Sr no anfibólio-biotita granito e biotita microgranito e as obtidas para rochas similares no Domínio Seridó............ 112
Fig. 9.3 - Diagrama confrontando elementos incompatível vs. compatível para as rochas básicas a intermediárias........................................................................ 113
Fig. 9.4 - Diagramas do tipo Harker para o álcali-feldspato granito......................................... 115Fig. 9.5 - Diagrama confrontando elementos incompatível vs. compatível
para o álcali-feldspato granito........................................................................................ 115Fig. 9.6 - Modelamento de cristalização fracionada para o álcali-feldspato granito........... 118Fig. 9.7 - Razão inicial de Sr vs. quantidade de Sr ou Rb para o álcali-feldspato granito...... 120Fig. 9.8 - Diagrama Rb/Sr vs. Sr com considerações genéticas para as suítes estudadas.... 122Fig. 9.9 - Diagrama de ambiente tectônico para as rochas estudadas.................................. 123Fig. 9.10 - Diagrama multielementar de ambiente tectônico para as suítes estudadas...... 124
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2. - MAGMATISMO BRASILIANO NO DOMÍNIO SERIDÓ
Tabela 2.1 - Correlação entre as principais classificações de rochas plutônicas brasilianas na Província Borborema.......................................................................... 11
Tabela 2.2 - Fontes bibliográficas utilizadas para as diferentes suítes brasilianas.................... 12 Tabela 2.3 - Parâmetros geoquímicos das diferentes suítes magmáticas brasilianas............ 13
CAPÍTULO 4. - MAPEAMENTO GEOLÓGICO E LITOESTRATIGRAFIA
Tabela 4.1 - Dados analíticos Rb/Sr (rocha total - RT) para o álcali-feldspato granito........... 33Tabela 4.2 - Dados analíticos Sm/Nd (RT e mineral) para o álcali-feldspato granito............. 35 Tabela 4.3 - Dados analíticos Sm/Nd (RT e mineral) para o granitóide aluminoso................. 37
CAPÍTULO 5. - ASPECTOS PETROGRÁFICOS E TEXTURAIS DAS ROCHAS PLUTÔNICAS
Tabela 5.1 - Composição modal representativa do álcali-feldspato granito......................... 45 Tabela 5.2 - Composição modal representativa do anfibólio-biotita granito......................... 47 Tabela 5.3 - Composição modal representativa do biotita microgranito................................ 50 Tabela 5.4 - Composição modal representativa da suíte básica a intermediária................. 52 Tabela 5.5 - Composição modal representativa do granitóide aluminoso............................. 54
CAPÍTULO 6. - QUÍMICA MINERAL
Tabela 6.1 - Médias das análises químicas de ortopiroxênio da suíte básica a intermediária e clinopiroxênio do álcali-feldspato granito................... 61
Tabela 6.2 - Médias das análises químicas de anfibólio dos anfibólio-biotita granito,
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biotita microgranito e suíte básica a intermediária................................................ 63 Tabela 6.3 - Médias das análises químicas de biotita dos anfibólio-biotita granito,
biotita microgranito, suíte básica a intermediária e granitóide aluminoso........ 66 Tabela 6.4 - Médias das análises químicas de plagioclásio de todas as suítes estudadas... 69 Tabela 6.5 - Médias das análises químicas de granada do álcali-feldspato granito e
granitóide aluminoso.................................................................................................... 72 Tabela 6.6 - Médias das análises químicas de titanita dos álcali-feldspato granito,
anfibólio-biotita granito e biotita microgranito........................................................ 75 Tabela 6.7 - Médias das análises químicas de opacos dos álcali-feldspato granito,
anfibólio-biotita granito, biotita microgranito e suíte básica a intermediária.... 77
CAPÍTULO 7. - CONDIÇÕES DE CRISTALIZAÇÃO
Tabela 7.1 - Pressões em kbar para os anfibólio-biotita granito, biotita microgranito, suíte básica a intermediária e ortognaisses.............................................................. 80
Tabela 7.2 - Temperaturas em C para os anfibólio-biotita granito, biotita microgranito, suíte básica a intermediária e ortognaisses.............................................................. 82
Tabela 7.3 - Temperaturas em C através do Zr para os álcali-feldspato granito, anfibólio-biotita granito, biotita microgranito e suíte básica a intermediária.... 83
Tabela 7.4 - Estimativa da fO2 para os anfibólio-biotita granito e biotita microgranito......... 85 Tabela 7.5 - Estimativa da fO2 para o álcali-feldspato granito................................................... 87
CAPÍTULO 8. - CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA
Tabela 8.1 - Composição química em elementos maiores e traços, e alguns parâmetros geoquímicos representativos do álcali-feldspato granito............... 90
Tabela 8.2 - Composição química em elementos maiores e traços, e alguns parâmetros geoquímicos representativos do anfibólio-biotita granito............... 92
Tabela 8.3 - Composição química em elementos maiores e traços, e alguns parâmetros geoquímicos representativos do biotita microgranito...................... 93
Tabela 8.4 - Composição química em elementos maiores e traços, e alguns parâmetros geoquímicos representativos da suíte básica a intermediária....... 94
Tabela 8.5 - Composição química em elementos maiores e traços, e alguns parâmetros geoquímicos representativos do granitóide aluminoso................... 95
Tabela 8.6 - Comparação média de composição química das suítes estudadas................ 96 Tabela 8.7 - Dados de elementos terras raras para o álcali-feldspato granito....................... 100Tabela 8.8 - Dados de elementos terras raras para o anfibólio-biotita granito....................... 100Tabela 8.9 - Dados de elementos terras raras dos biotita microgranito e
granitóide aluminoso.................................................................................................... 101 Tabela 8.10 - Dados de elementos terras raras da suíte básica a intermediária.................... 101
CAPÍTULO 9. - PETROGENÊSE E AMBIENTE TECTÔNICO
Tabela 9.1 - Dados analíticos Sm/Nd para as rochas plutônicas estudadas........................... 111Tabela 9.2 - Dados analíticos Rb/Sr para os anfibólio-biotita granito,
biotita microgranito e álcali-feldspato granito........................................................ 112Tabela 9.3 - Composições químicas dos minerais utilizados no modelamento....................... 117Tabela 9.4 - Resultados obtidos no modelamento por cristalização fracionada................... 117Tabela 9.5 - Coeficientes de partição mineral/líquido para os elementos terras raras......... 117
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LISTA DE FOTOS
CAPÍTULO 4. - MAPEAMENTO GEOLÓGICO E LITOESTRATIGRAFIA
Foto 4.1 - Bandamento gnáissico (S2+S3) composto por bandas máficas e félsicas............... 38Foto 4.2 - Xistosidade bandada (S2) paralela ao acamamento S0............................................ 38Foto 4.3 - Boudins sigmoidais de quartzo-feldspato nos micaxistos........................................... 38Foto 4.4 - Fenocristais milimétricos de granada nas rochas alcalinas....................................... 38Foto 4.5 - Aspecto de campo das rochas alcalinas (acamamento magmático).................. 38Foto 4.6 - Rochas porfiríticas associadas aos bolsões de material básico (diorítico?)............ 38Foto 4.7 - Dique de biotita microgranito alojado nos ortognaisses............................................ 39Foto 4.8 - Soleiras de biotita microgranitos alojadas nos micaxistos.......................................... 39Foto 4.9 - Aspecto das rochas da suíte básica a intermediária................................................. 39Foto 4.10 - Granitóide aluminoso derivado da fusão parcial de micaxistos............................ 39
CAPÍTULO 5. - ASPECTOS PETROGRÁFICOS E NOMENCLATURA DAS ROCHAS PLUTÔNICAS
Foto 5.1 - Paragênese máfica encontrada nas rochas alcalinas do Plúton Caxexa............. 57Foto 5.2 - Cristal de andradita tardi-magmática com hábito intersticial/esquelético........... 57Foto 5.3 - Fenocristal de k-feldspato no Plúton Cabeçudo......................................................... 57Foto 5.4 - Lamelas de biotita parcialmente transformada para epídoto................................ 57Foto 5.5 - Processo de esfenitização dos opacos encontrados no Plúton Cabeçudo.......... 57Foto 5.6 - Cristal de anfibólio encontrado nas rochas micrograníticas..................................... 57Foto 5.7 - Cristal de alanita parcialmente alterado nas rochas micrograníticas.................... 58Foto 5.8 - Transformação parcial de ortopiroxênio em anfibólio e opacos............................. 58Foto 5.9 - Finos cristais de opacos ao longo das clivagens de biotitas e andaluzita.............. 58Foto 5.10 - Cristal tardio de granada no granitóide aluminoso.................................................. 58
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Resumo
i
RESUMO
A área estudada localiza-se na extremidade nordeste da Província Borborema, no
denominado Maciço São José de Campestre (RN e PB). Relações de campo e dados
petrográficos, geoquímicos e isotópicos permitem individualizar cinco suítes distintas de rochas
plutônicas representados por: álcali-feldspato granito (Plúton Caxexa), que constitui o principal
alvo desta dissertação, anfibólio-biotita granito (Plúton Cabeçudo), biotita microgranito,
gabronorito a monzonito (Suíte Básica a Intermediária) e granitóide aluminoso.
O Plúton Caxexa está lateralmente associado a Zona de Cisalhamento Remígio-
Pocinhos, alojado ao longo da interface milonítica entre o substrato gnáissico e os micaxistos.
Este plúton corresponde a uma intrusão sintectônica alongada na direção N-S, com cerca de
50 km2 de superfície aflorante. Ele é formado exclusivamente por álcali-feldspato granitos,
tendo como minerais acessórios clinopiroxênio (aegirina-augita e hedenbergita), granada
(andradita), titanita e magnetita. Quimicamente, classificam-se como rochas alcalinas de alta
sílica (>70% em peso), metaluminosas a fracamente peraluminosas (coríndon normativo 10%), Sr, razões de #Fe (90-98) e índice agpaítico (0,86-1,00),
e anomalia positiva de Eu.
O Plúton Cabeçudo compõe-se de rochas com textura porfirítica, comumente
contendo enclaves magmáticos de composição básica a intermediária, mostrando feições do
tipo mingling e mixing. Petrograficamente, é constituído por fenocristais de k-feldspato e
plagioclásio como minerais essenciais, além de anfibólio, biotita, titanita e magnetita como
acessórios. Quimicamente, mostra características metaluminosas e afinidade com rochas
transicionais cálcio-alcalina e alcalina (subalcalina monzonítica). Apresentam espectros de
terras raras com anomalia negativa de Eu e conteúdos de terras raras leves e pesadas mais
elevados do que as rochas do Plúton Caxexa e do microgranito.
Os microgranitos ocorrem predominantemente na porção centro-leste, sob a forma de
diques e soleiras, com espessura decimétrica, alojados principalmente nas ortoderivadas e
com menor freqüência nos micaxistos. Seu posicionamento tardio com relação às demais
plutônicas é evidenciado através de diques encaixados em rochas dos plútons Caxexa e
Cabeçudo. Petrograficamente, são biotita granitos, contendo também titanita, anfibólio,
allanita, opacos e zircão como minerais acessórios. Quimicamente, diferem das rochas
porfiríticas, por serem peraluminosas, mais evoluídas, e terem espectros de terras raras mais
fracionados.
As rochas básicas a intermediárias ocorrem como um grande corpo elíptico de direção
NE-SW, na parte SE da área, bem como soleiras em micaxistos. Modalmente, são gabronoritos a
monzonitos, contendo os dois piroxênios e biotita como minerais máficos mais freqüentes, além
de anfibólio, titanita, ilmenita e allanita. Essas rochas mostram um comportamento químico que
não se adequa nem às séries cálcio-alcalinas típicas, nem às alcalinas, podendo representar
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Resumo
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possivelmente uma série monzonítica (shoshonítica). Os espectros de terras raras possuem
anomalia negativa de Eu menos pronunciada e conteúdos de terras raras maiores do que nas
outras suítes. Os granitóides aluminosos são volumetricamente restritos, sendo identificados
através da forte migmatização em micaxistos que bordejam a suíte básica a intermediária,
destacando-se alguns corpos na porção sul da área. Mineralogicamente, são identificados
granada, andaluzita, biotita e muscovita, sendo a suíte de característica geoquímica
peraluminosa.
Dados isotópicos de Rb-Sr [rocha total (RT)] e Sm-Nd (RT + mineral) permitem estimar a
idade mínima de cristalização (578 14 Ma) e a idade de fechamento final do sistema Rb-Sr
(536 4 Ma) para o Plúton Caxexa. Os granitóides aluminosos possuem idade Sm-Nd (rocha total
+ mineral) semelhante a do Plúton Caxexa, com valor de 574 67 Ma. A forte interação de
bandas de cisalhamento e diques pegmatíticos, facilitou a abertura do sistema Rb-Sr,
impossibilitando a obtenção de idades geocronológicas para o Plúton Cabeçudo e o
microgranito.
Dados termobarométricos utilizando o geotermômetro anfibólio-plagioclásio e
geobarômetro do Al em anfibólio indicam condições mínimas de 560 C e 7 kbar para o Plúton
Cabeçudo, 730 C e 6 kbar para o microgranito e 743 C e 5 kbar para a suíte básica a
intermediária. O geotermômetro de Zr mostra temperaturas mais elevadas, de 855 C, 812 C e
957 C, respectivamente, para aquelas suítes, enquanto o Plúton Caxexa apresenta
temperaturas da ordem de 757 C. Os plútons Caxexa, Cabeçudo e microgranito cristalizaram-
se sob condições de alta fugacidade de oxigênio (presença de magnetita). Por outro lado, a
ocorrência de ilmenita na suíte básica a intermediária indica condições menos oxidantes para
a sua evolução.
Relações de campo demonstram o caráter intrusivo dos granitóides em uma crosta continental
já relativamente estabilizada. Isto é comprovado por dados petrográficos e geoquímicos, que
sugerem um contexto tectônico tardi- ou pós-colisional. Interpreta-se, daí, a geração e
posicionamento das suítes granitóides durante os eventos tardios da orogênese brasiliana.
Finalmente, o confronte de Nd (600 Ma), TDM e razões isotópicas iniciais de estrôncio (ISr) não
permitem definir a(s) fonte(s) adequada(s) dentre as unidades crustais do substrato gnáissico
atualmente aflorante no MSJC. Ensaios preliminares levando em conta a relação Rb/Sr vs. Sr
deixam em aberto a possibilidade do manto metassomatisado (enriquecido em TRL, Ba, Sr, Zr)
ter sido uma das fontes principais, contaminada em diferentes proporções (menor na básica a
intermediária) por material da crosta continental. Desta forma, um manto enriquecido não
seria uma particularidade da litosfera neoproterozóica, mas uma característica marcante da
porção nordeste da Província Borborema desde o Arqueano e o Paleoproterozóico.
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Resumo
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ABSTRACT
The area studied is located on the north-easternmost portion of the Borborema Province,
on the so-called São José de Campestre Massif, States of RN and PB, Northeast Brazil. Field
relations and petrographic, geochemical and isotope data permitted the separation of five
suites of plutonic rocks: alkali-feldspar granite (Caxexa Pluton), which constitutes the main
subject of this dissertation, amphibole-biotite granite (Cabeçudo Pluton), biotite microgranite,
gabbronorite to monzonite (Basic to Intermediate Suite) and aluminous granitoid.
The Caxexa Pluton is laterally associated to the Remígio – Pocinhos Shear Zone, with its
emplacement along the mylonitic contact between the gneissic basement and the micashists.
This pluton corresponds to a syntectonic intrusion elongated in the N-S direction, with about 50
km2 of outcropping surface. It is composed exclusively of alkali-feldspar granites, having
clinopyroxene (aegirine-augite and hedenbergite), andradite-rich garnet, sphene and
magnetite. It is classified geochemically as high silica rocks (>70 % wt), metaluminous to slightly
peraluminous (normative corindon < 1%), with high total alkalis (>10% wt), Sr, iron number
(#Fe=90-98) and agpaitic index (0.86-1.00), and positive europium anomaly.
The Cabeçudo Pluton is composed of porphyritic rocks, commonly containing basic to
intermediate magmatic enclaves often with mingling and mixing textures. Petrographically, it
presents k-feldspar and plagioclase phenocrysts as the essential minerals, besides the
accessories amphibole, biotite, sphene and magnetite. It is metaluminous and shows
characteristics transitional between the calc-alkaline and alkaline series (or monzonitic
subalkaline). Its REE content is greater than those ones of the Caxexa Pluton and biotite
microgranite, and all spectra have negative europium anomalies.
The biotite microgranites occur mainly on the central and eastern portion of the
mapped area, as dykes and sheets with decimetric thickness, hosted principally in orthogneisses
and micashists. Their field relationships as regards the Caxexa and Cabeçudo plutons suggested
that they are late-tectonic intrusions. They are typically biotite granites, having also sphene,
amphibole, allanite, opaques and zircon in the accessory assemblage. Geochemically they
can be distinguished from the porphyritic types because the biotite microgranites are more
evolved, peraluminous, and have more fractionated REE spectra.
The Basic to Intermediate rocks form a volumetrically expressive elliptical, kilometric scale
body on the Southeast, as well as sheets in micashists. They are classified as gabbronorites to
monzonites, with the two pyroxenes and biotite, besides subordinated amounts of amphibole,
sphene, ilmenite and allanite. These rocks do not show a well-defined geochemical trend,
however they may possibly represent a monzonitic (shoshonitic) series. Their REE spectra have
negative europium anomalies and REE contents greater than the other suites. The aluminous
granitoids are volumetrically restricted, and have been observed in close association with
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Resumo
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migmatised micashists bordering the gabbronorite pluton. They are composed of almandine-
rich garnet, andalusite, biotite and muscovite, and are akin to the peraluminous suites.
Rb-Sr (whole rock) and Sm-Nd (whole-rock and mineral) isotopes furnished a minimum
estimate of the crystallization (578±14 Ma) and the final resetting age of the Rb-Sr system (536±4
Ma) in the Caxexa Pluton. The aluminous granitoid has a Sm-Nd garnet age similar to that one of
the Caxexa Pluton, that is 574±67 Ma. The strong interaction of shear bands and pegmatite
dykes favoured the opening of the Rb-Sr system for the Caxexa Pluton and biotite microgranite.
The amphibole-plagioclase geothermometer and the Al-in amphibole geobarometer
indicate minimum conditions of 560°C and 7 kbar for the Cabeçudo Pluton, 730°C and 6 kbar
for the microgranite and 743°C and 5 kbar for the basic to intermediate suite. The Zr saturation
geothermometer reveals temperatures of respectively 855°C, 812°C and 957°C for those suites,
whereas the Caxexa Pluton shows temperatures of around 757°C. The Caxexa, Cabeçudo and
microgranites suites crystallized under high fO2 (presence of magnetite). On the other hand, the
occurrence of ilmenite suggests less oxidant conditions in the basic to intermediate suite.
Field relations demonstrate the intrusive character of the granitoids into a tectonically
relatively stable continental crust. This is corroborated by petrographic and geochemical data,
which suggest a late- or post-collisional tectonic context. It follows that the generation and
emplacement of those granitoid suites is related to the latest events of the Brasiliano orogeny.
Finally, the relationships between eNd (600 Ma), TDM (Nd) and initial Sr isotope ratio (ISr) do not
permit to define the precise sources of the granitoids. Nevertheless, trace element modelling
and isotopic comparisons suggest the participation of the metasomatised mantle in the
generation of these suites, probably modified by different degrees of crustal contamination. In
this way, a metasomatised mantle would not be a particular characteristic of the
Neoproterozoic lithosphere, but a remarkable feature of this portion of the Borborema Province
since Archaean and Paleoproterozoic times.
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Introdução
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INTRODUÇÃO
A porção NE da Província Borborema tem apresentado uma expressiva evolução do
seu conhecimento geológico nos últimos 15 anos. Um grande avanço se verifica na
compreensão do magmatismo brasiliano e sua relação com as zonas de cisalhamento de
escala litosférica.
Dentre as várias unidades tectônicas desta província, aquela situada a norte do
Lineamento Patos tem sido objeto de pesquisas mais intensivas, particularmente na região de
ocorrência da clássica Faixa Seridó. Nessa área, os granitóides brasilianos são
volumetricamente muito abundantes. Eles truncam tramas plano-lineares prévias de litologias
do embasamento gnáissico-migmatítico e de metassedimentos do Grupo Seridó. Portanto, o
entendimento desse plutonismo é de fundamental importância para uma melhor definição de
um modelo tectônico para a Faixa Seridó, bem como o papel exercido pelos maciços Rio
Piranhas e São José de Campestre ao final da orogênese brasiliana.
Nos últimos anos, têm sido reportada a presença de granitóides alcalinos no Maciço
São José de Campestre (Araújo et al. 1993; Hollanda et al. 1995; Nascimento et al. 1997), sendo
reconhecidos os plútons Serra do Algodão, Serra do Boqueirão, Japi e Caxexa, o último
constituindo o alvo do presente trabalho. Desta forma, o estudo visa contribuir para o avanço
no conhecimento do plutonismo alcalino da porção oriental da Faixa Seridó, sendo
particularmente direcionado a granitóides com paragêneses exóticas do tipo albita +
clinopiroxênio + granada.
Na dissertação em lide, procedeu-se a uma subdivisão em três partes. Na primeira, faz-
se uma revisão do conhecimento geológico regional, enfatizando o plutonismo brasiliano. São
apontados alguns problemas pendentes e situado o Plúton Caxexa no contexto regional, além
de citações das metodologias aqui utilizadas. A segunda parte descreve o plúton alcalino
Caxexa e demais rochas plutônicas, além de suas encaixantes, com capítulos específicos
relativos a dados de campo, petrográficos, texturais, geocronológicos, geoquímicos e
geotermobarométricos. A última parte integra as informações precedentes e propõe um
modelo de evolução tectônica e petrológica do magmatismo alcalino.
Os resultados parciais dos dados aqui obtidos, na forma de artigos completos, foram
submetidos em outubro de 1999 ao periódico Geochimica Brasiliensis e em março de 2000 à
Revista Brasileira de Geociências. Uma cópia dos mesmos encontram-se no anexo 5, além de
uma versão sintética do primeiro, sendo referida a Nascimento et al. (1999b).
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Parte 1
Revisão da Geologia e
Objetivos deste Trabalho
Capítulo 1Geologia Regional
-
Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Capítulo 1 - Geologia Regional
1
CAPÍTULO 1
GEOLOGIA REGIONAL
1.1 - Introdução.
O nordeste do Brasil compõe a denominada Província Borborema, termo usado por
Almeida et al. (1977) para englobar o conjunto de unidades geológicas estabilizadas ao final
da orogênese brasiliana. Seus limites são marcados a norte e leste por bacias costeiras, a oeste
pela Bacia do Parnaíba e a sul pelo Cráton São Francisco (fig. 1.1). A luz dos conhecimentos
atuais (Jardim de Sá 1994), essa província compreende vastas áreas de rochas gnáissico-
migmatíticas de idades Arqueana e Paleoproterozóica, correspondendo ao substrato
geológico regional. Elas compõem blocos que separam extensas faixas de rochas supracrustais
(metassedimentos e metavulcânicas), cujas idades variam de Paleo a Mesoproterozóicas
(Zona Transversal, entre os lineamentos Pernambuco e Patos, Ceará Central e Faixa Seridó) a
Neoproterozóicas (NW do Ceará e faixas Sergipana e Riacho do Pontal, as duas últimas no
limite sul da província). Duas características marcantes da Província Borborema são o
expressivo magmatismo brasiliano e o notável sistema de zonas de cisalhamento, constituindo
o último episódio de deformação dúctil regional afetando a região (Jardim de Sá 1994).
A área de trabalho situa-se no extremo NE da Província Borborema, mais precisamente
na região denominada por Jardim de Sá (1994) de Faixa Seridó. Entretanto, aqui é aplicada a
denominação “Domínio Seridó” para a região compreendida entre o Lineamento Patos (a sul),
a Zona de Cisalhamento Portalegre (a oeste), e os sedimentos meso-cenozóicos das bacias
Potiguar e Pernambuco-Paraíba (a norte e leste, respectivamente), em virtude da definição de
o termo Faixa Seridó confundir com a nomenclatura oferecida ao conjunto de
metassedimentos do Grupo Seridó (a conhecida Faixa Seridó).
1.2 - O Maciço Rio Piranhas.
Este maciço foi inicialmente denominado por Brito Neves (1983) e Santos & Brito Neves
(1984) para representar um conjunto de rochas gnáissico-migmatíticas, correspondendo ao
embasamento da Faixa Seridó, cuja borda leste seria a Zona de Cisalhamento Picuí-João
Câmara (fig. 1.2). Os outros limites são a Zona de Cisalhamento Portalegre (a oeste), o
Lineamento Patos (a sul) e sedimentos mesozóicos da Bacia Potiguar (a norte).
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Capítulo 1 - Geologia Regional
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Figura 1.1 - Arcabouço tectono-estratigráfico da Província Borborema e seus limites (Jardim de Sá 1994).
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
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Seu embasamento corresponde a rochas de alto grau, representadas por duas
associações principais. A mais antiga compreende uma seqüência metavulcanossedimentar
formada por anfibolitos e paragnaisses diversos. A mais jovem, volumetricamente dominante, é
formada por suítes de rochas metaplutônicas de composição tonalítica a granítica de
afinidade cálcio-alcalina e subalcalina (Souza et al. 1993; Jardim de Sá 1994).
Tendo em vista essas variações litológicas, Hackspacher & Sá (1984), Hackspacher et al.
(1990) e Dantas et al. (1991) defendem a separação desse embasamento em dois
componentes distintos, um denominado de Grupo São Vicente, correspondendo às rochas
metavulcanossedimentares provavelmente mais antigas; e o outro, o Grupo Caicó, referido por
Legrand et al. (1991b) como Suíte Magmática de Caicó, possuindo composição mais ácida,
intrusivo no anterior. Outros autores (Jardim de Sá 1984; Macedo et al. 1991; Souza et al. 1993)
utilizam o termo Complexo Caicó para todo o conjunto de unidades que constituem o
embasamento gnáissico-migmatítico, em virtude de não haver diferenças de idades
significativas entre as unidades mencionadas. Os primeiros dados geocronológicos de
ortognaisses do Complexo Caicó referem-se a isócronas Rb-Sr obtidas por Brito Neves et al.
(1975) e Pessoa (1976), onde calculou-se uma idade de cerca de 2,7 Ga. Posteriormente,
análises de zircão pelos métodos U-Pb (Hackspacher et al. 1990; Dantas et al. 1991; Legrand et
al. 1991b), Pb-Pb por evaporação (Macedo et al. 1991; Souza et al. 1993) e Rb-Sr em rocha
total de amostras cogenéticas (Souza et al. 1993) apontaram para idades entre 2,23 e 2,15 Ga.
Granitóides intrusivos designados G2 e G3 por Jardim de Sá et al. (1981), com respectivas
idades Paleoproterozóica e Neoproterozóica, ocorrem distribuídos em todo o maciço. Os tipos
G2 correspondem a rochas metaplutônicas de composição granítica, subordinadamente
tonalítica a granodiorítica, derivadas de protólitos ígneos com textura porfirítica (atualmente
augen gnaisses) ou fanerítica grossa a média. Subordinadamente, ocorrem soleiras de granitos
e leucogranitos contendo biotita, granada e muscovita, além de metapegmatitos intrusivos
nos gnaisses do embasamento e na Formação Jucurutu (Jardim de Sá 1994). Dados
geoquímicos fornecidos por Martin et al. (1990), Medeiros et al. (1991) e Jardim de Sá (1994)
identificam suítes cálcio-alcalinas potássicas, subalcalinas e em menor quantidade cálcio-
alcalina com fontes mantélicas que sofreram diferentes graus de contaminação crustal. Dados
isotópicos através do método Rb-Sr (Macedo et al. 1984; Jardim de Sá et al. 1987) sugerem
idade de 1,95 0,05 Ga para essas rochas. Legrand et al. (1991b) mostram valores semelhantes,
da ordem de 1,94 0,12 Ga, utilizando U-Pb em zircões. Jardim de Sá (1994), argumenta que em
virtude dessas rochas possuírem um comportamento sintectônico ao evento tangencial D2, o
intervalo entre 2,0 a 1,9 Ga estaria relacionado a esse evento, o qual afetou o substrato
gnáissico e o Grupo Seridó. Legrand et al. (1991b) consideram a idade de 1,94 Ga como uma
estimativa mínima e relacionada à perda de Pb durante o ciclo Brasiliano. Desta forma, haveria
uma aproximação nas idades entre os augen gnaisses (G2) e os ortognaisses Caicó (G1), fato
esse que tornaria pouco provável a ocorrência de um ciclo de sedimentação (o Grupo Seridó)
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
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entre as épocas de geração dois tipos de ortognaisses (Legrand et al. 1991b). Em relação aos
granitóides G3, os mesmos serão descritos com maiores detalhes no capítulo 2.
1.3 - A Faixa Seridó.
Os limites da Faixa Seridó (referida como FSe) são representados a norte pela Bacia
Potiguar, a leste pela Zona de Cisalhamento Picuí-João Câmara, a sul pelo Lineamento Patos e
a oeste pelo Maciço Rio Piranhas (fig. 1.2). Essa faixa compreende uma seqüência supracrustal
dominada por rochas metassedimentares, repousando discordantemente sobre um
embasamento gnáissico-migmatítico (Complexo Caicó), sendo ambas as unidades afetadas
por grandes estruturas e intenso magmatismo neoproterozóico.
A FSe corresponde a uma mega-seqüência deposicional. Seu posicionamento
cronoestratigráfico ainda representa motivo de controvérsias. Segundo Jardim de Sá & Salim
(1980), o grupo apresenta-se subdividido em paragnaisses basais, com intercalações de
mármores, calciossilicáticas, micaxistos, metavulcânicas e formações ferríferas (Formação
Jucurutu), metaconglomerados e quartzitos (Formação Equador) em posição intermediária e
no topo micaxistos feldspáticos e aluminosos, apresentando feições sedimentares com
características turbidíticas, possuindo subordinadamente intercalações de metavulcânicas,
mármores e calciossilicáticas (Formação Seridó). Jardim de Sá (1994) defende um modelo de
evolução no qual as três formações fariam parte de um único ciclo de sedimentação de idade
Paleoproterozóica. Todavia, Archanjo & Salim (1986) e Caby et al. (1991) propõem a presença
de uma discordância entre o Grupo Jucurutu (formações Jucurutu na base e Equador no topo)
e o Grupo Seridó, este último com uma fácies conglomerática basal denominada Formação
Parelhas. Esse modelo advoga uma idade mais jovem (Neoproterozóica) para a Formação
Seridó, permanecendo as formações Equador e Jucurutu com idade Paleoproterozóica.
A obtenção de idades absolutas para o Grupo Seridó tem sido feita indiretamente a
partir dos corpos granitóides pré-brasilianos (tipo G2), datados em um intervalo de 2,0 a 1,9 Ga
pelos métodos Rb-Sr (rocha total), U-Pb e Pb-Pb em zircões (Macedo et al. 1984; Jardim de Sá
et al. 1987; Legrand et al. 1991b), que são intrusivos no embasamento gnáissico-migmatítico, na
Formação Jucurutu e, de modo restrito, na Formação Seridó. Entretanto, discussões sobre as
idades desse grupo vêm sendo ampliadas em virtude de novas datações. Van Schmus et al.
(1995), analisando uma amostra da Formação Jucurutu pelo método U-Pb em zircões, obteve
valores de 1,75 Ga, por eles interpretada como a idade máxima da sedimentação e possível
estimativa do vulcanismo associado. Van Schmus et al. (1996) reportam idades Sm-Nd de 1,2
Ga (idade máxima ?) para xistos da Formação Seridó e 1,6 Ga para gnaisses Jucurutu.
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Capítulo 1 - Geologia Regional
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Figura 1.2 - Mapa geológico simplificado da Faixa Seridó com os Maciços Rio Piranhas e São José de
Campestre (modificado de Jardim de Sá et al. 1995 e Dantas 1997). O retângulo a sul do MSJC delimita a
área desta dissertação.
1.4 - O Maciço São José de Campestre.
São creditados a Barbosa & Braga (1974) os primeiros trabalhos neste maciço, ao
divulgarem um mapa geológico na escala 1:250.000 com a caracterização geológica e
petrográfica de migmatitos e gnaisses indiferenciados. Brito Neves (1983) e Santos & Brito Neves
(1984) denominaram o conjunto de rochas que ocorrem a leste do “sistema de dobramento
Seridó” de Maciço Caldas Brandão/São José de Campestre, sendo adotada aqui a segunda
denominação, referida por MSJC. O MSJC limita-se a sul e oeste pelas zonas de cisalhamento
Remígio-Pocinhos (ZCRP) e Picuí-João Câmara (ZCPJ), respectivamente, e a norte e leste por
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
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sedimentos meso-cenozóicos das bacias Potiguar e costeira (fig. 1.2). De acordo com relações
de campo (Jardim de Sá et al. 1993) e tratamento digital de imagens de satélite (Amaro 1998)
têm-se verificado que as zonas de cisalhamento no MSJC se comportam distintamente
daquelas observadas na porção central da FSe. Neste maciço, observa-se uma tectônica
transtrativa/transcorrente, onde as estruturas de baixo ângulo são progressivamente
verticalizadas aproximando-se de zonas de cisalhamento, diferentemente do que ocorre no
Maciço Rio Piranhas. Entre duas zonas de cisalhamento de direção NE e cinemática dextrógira,
encontra-se um conjunto de zonas com direção NW originando um mosaico de pequenos
blocos retangulares. Essas zonas NW apresentando cinemática sinistrógira podem representar
falhas antitéticas em um sistema conjugado com aquelas transcorrências E-W e NE, que
ocorrem na Província Borborema (Dantas 1997).
Recentemente, Dantas (1997) e Dantas et al. (1997, 1998), através de mapeamento
geológico e estudo isotópicos de Nd apresentaram um contexto mais complexo. Inicialmente,
foi reconhecido um núcleo arqueano na porção central do MSJC, formado por ortognaisses,
diversos tipos de migmatitos, granulitos e uma seqüência de rochas básicas. Dados U-Pb (em
zircão) forneceram idade de 3,4 Ga nos ortognaisses, 3,2 Ga nos migmatitos e em granulitos, e
2,7 Ga em sienitos, sendo que as idades modelo TDM variam de 3,77 a 3,2 Ga. Circundando esse
núcleo, encontram-se rochas metaplutônicas paleoproterozóicas, variavelmente
migmatizadas, com composição oscilando de dioritos a granodioritos, além de augen gnaisses
e leucogranitos. Dados geocronológicos U-Pb em zircão de granodioritos indicaram idades de
cristalização no intervalo de 2,2 a 2,15 Ga. As idades TDM variam de 2,4 a 2,3 Ga para os
terrenos a sul do bloco arqueano e 2,6 a 2,5 Ga para aqueles a oeste. Estas rochas são
correlacionadas aos componentes metaplutônicos do Complexo Caicó, discutidos
anteriormente (vide Maciço Rio Piranhas).
Por fim, as unidades mais jovens estão representadas basicamente por micaxistos
correlacionados à Formação Seridó (Trindade et al. 1993; Jardim de Sá 1994), que afloram
como fatias isoladas no extremo nordeste (Ielmo Marinho) e a sul do MSJC (NW de Remígio). A
leste de Pedra Preta (RN) e sudeste de Barra de Santa Rosa (PB), análises U-Pb em zircões nas
rochas identificadas como metatufos intercalados nos xistos Seridó forneceram idades de
741 15 Ma, sendo esses zircões interpretados como de origem ígnea (Van Schmus et al. 1995).
Assim sendo, a Formação Seridó possuiria uma idade Neoproterozóica. Jardim de Sá (1996)
discorda da interpretação deste valor de 741 15 Ma, e sugere que os metatufos seriam, na
realidade, soleiras de granitóides brasilianos e pelo menos parte dos zircões analisados nos
micaxistos (aqueles com formas euedrais, claros e límpidos) poderiam representar cristais
metamórficos. Todavia, considerada válida tal hipótese, o magmatismo brasiliano (650-550 Ma)
seria bem mais jovem do que o metamorfismo de alta temperatura, contrariando as idéias
vigentes. Os granitóides brasilianos também fazem parte dessa unidade mais jovem e ocorrem
como diversos plútons de diferentes afinidades magmáticas. Em geral, eles possuem idades
-
Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Capítulo 1 - Geologia Regional
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modelo em torno de 2,2 Ga, indicando a participação de uma fonte paleoproterozóica na sua
gênese. Dentre os granitóides que ocorrem no MSJC, tem-se verificado a identificação de
vários plútons com afinidade alcalina (Araújo et al. 1995; Hollanda et al. 1995; Galindo et al.
1997b; Nascimento et al. 1997), representando o “cortejo alcalino” do MSJC. Representam
corpos sintectônicos descritos como álcali-feldspato granitos, além de sienogranitos, quartzo
sienitos e quartzo álcali-feldspato sienitos. Possuem a associação clinopiroxênio ± andradita ±
titanita e correspondem aos granitóides Serra do Algodão e Serra do Boqueirão (Araújo 1995;
R.S.C. Nascimento 1998), Caxexa (M.A.L. Nascimento 1998) e Japi (Hollanda et al. 1995;
Hollanda 1998).
-
Capítulo 2Magmatismo Brasiliano no Domínio Seridó
-
Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Capítulo 2 - Magmatismo Brasiliano no Domínio Seridó
9
CAPÍTULO 2
MAGMATISMO BRASILIANO NO DOMÍNIO SERIDÓ
2.1 - Introdução.
A atividade plutônica brasiliana constitui uma das mais importantes feições do Domínio
Seridó, sendo representada em toda sua extensão por diversos batólitos, stocks e diques (fig.
2.1). O grande volume e a diversidade deste plutonismo, associado a relativa carência de
dados de campo, petrográficos, geoquímicos e geocronológicos, têm dificultado a
elaboração de uma classificação mais precisa para as várias suítes brasilianas nesta região.
Uma das primeiras tentativas de classificação foi proposta por Almeida et al. (1967) ao
posicionarem as rochas plutônicas da Província Borborema com respeito ao Ciclo Brasiliano: i)
granitóides sin-tectônicos, subdivididos nos tipos Itaporanga (porfiríticos) e Conceição
(equigranulares); e ii) granitóides tardi-tectônicos, compreendendo os tipos Catingueira e
Itapetim. Posteriormente, Brito Neves & Pessoa (1974) e Santos & Melo (1978), também
trabalhando na Província Borborema, mais precisamente no Domínio da Zona Transversal,
acrescentaram uma gama de dados petrográficos ao estudo de Almeida et al. (1967), todavia
mantendo a mesma interpretação em relação ao posicionamento tectônico. Jardim de Sá et
al. (1981), agora restringindo-se ao Domínio Seridó, sugeriram uma classificação baseada em
parâmetros estruturais, ocasião em que os granitóides relacionados ao evento Brasiliano foram
reagrupados nos subtipos Gx (rochas básicas a intermediárias), G3 (granitos e granodioritos
porfiríticos ou equigranulares) e G4 (leucogranitos tardios). Sial (1987) individualizou quatro
grande grupos de granitóides para a Província Borborema, através de dados geoquímicos,
classificando-os nos Grupos Cálcio-alcalino Potássico, Cálcio-alcalino, Trondhjemítico e
Peralcalino. Jardim de Sá (1994) distinguiu as suítes básica a intermediária, porfirítica e
leucogranítica, às quais foram adicionadas rochas com afinidades shoshonítica (Galindo et al.
1997a) e alcalina (Galindo 1993; Araújo et al. 1993; Hollanda et al. 1995; M.A.L. Nascimento et
al. 1997). Recentemente, Ferreira et al. (1998) reconheceram nove grupos de granitóides e
sienitóides na Província Borborema, de acordo com critérios petrográficos e geoquímicos,
sendo constatado no Domínio Seridó cinco tipos distintos, denominados de cálcio-alcalino alto-
K com e sem epídoto magmático, peralcalino, shoshonítico e cálcio alcalino peraluminoso.
Do exposto, percebe-se, que há invariavelmente a aplicação de terminologias
petrográficas e texturais, juntamente à nomenclaturas geoquímicas (tabela 2.1), o que
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PPGG/CCET/UFRN Capítulo 2 - Magmatismo Brasiliano no Domínio Seridó
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dificulta a distinção clara entre as várias suítes. A proposta deste capítulo é sintetizar os dados
disponíveis (tabelas 2.2 e 2.3), visando demonstrar as características petrográficas, geoquímicas
e geocronológicas de cada suíte. Optou-se por seguir as denominações mais comuns da
literatura (Jardim de Sá 1994, Galindo et al. 1997a e b, entre outros), onde termos de
conotação petrográfica e geoquímica são utilizados.
Tabela 2.2 - Fontes bibliográficas utilizadas na individualização das diferentes suítes brasilianas, totalizando 217 análises químicas (quantidades entre parênteses).
Suítes Corposestudados
Fontes
Básica a intermediária (47) Totoró, Acari, Poço Verde, São João do Sabugi.
Jardim de Sá (1994); Z.S.Souza (dados não publicados).
Porfirítica (87) Acari, Monte das Gameleiras, Patu-Caraúbas.
Jardim de Sá et al. (1986); Galindo (1982, 1993); Jardim de Sá (1994).
Leucogranítica (17) Dona Inês, Picuí, Acari e Monte das Gameleiras.
McMurry et al. (1987a, b); Silva (1993); Galindo (1982); Jardim de Sá (1994).
Alcalina (MSJC - 45) (Umarizal - 11)
Serra do Algodão, Serra do Boqueirão, Japi, Caxexa, Umarizal.
R.S.C. Nascimento (1998); Hollanda (1998); M.A.L. Nascimento et al. (1997); Galindo (1993).
Shoshonítica (10) Quixaba. Galindo (1993); Galindo et al.(1997a)
Nos ítens seguintes procede-se a descrição petrográfica e geoquímica das diferentes
suítes de rochas plutônicas brasilianas. Para evitar repetições, os elementos terras raras são
simbolizados por ETR, sendo os leves ETRL, e os pesados ETRP. O número de magnésio,
correspondendo a proporção em mol de MgO/FeO, é referido como #Mg.
2.2 - A Suíte Básica a Intermediária.
Ocorre como pequenos plútons isolados ou associados a corpos de granitos porfiríticos.
Compreende rochas de composição variando, desde termos gabro/dioríticos até quartzo
monzoníticos, de acordo com o diagrama Q-A-P normativo (fig. 2.2). Possuem textura fina a
média (ou grossa nos tipos gabróides), equigranular ou inequigranular, estes com fenocristais
de plagioclásio. Diferentes fácies (gabros e anfibólio dioritos) eventualmente ocorrem juntos em
um mesmo afloramento, podendo tratar-se de diferentes graus de fracionamento de um único
magma, ou de líquidos imiscíveis oriundos de um mesmo magma progenitor (Jardim de Sá
1994).
Os corpos de Totoró, Poço Verde e São João do Sabugi apresentam como minerais
máficos augita ou diopsídio e hiperstênio, mostrando algumas vezes transformações para
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PPGG/CCET/UFRN Capítulo 2 - Magmatismo Brasiliano no Domínio Seridó
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anfibólio. Os termos quartzo dioríticos possuem hornblenda como máfico dominante, cuja
composição varia de Fe-edenita a hastingsita (A.C. Galindo, comunicação verbal), além de
biotita. Subordinadamente, ocorrem microclina e quartzo formando a matriz destas rochas.
Outros acessórios comuns são titanita, opacos, zircão e apatita.
Figura 2.2 - Diagrama Q-A-P normativo (Le Maitre 1976) e campos de séries magmáticas (Lameyre &
Bowden 1982) para o magmatismo brasiliano no Domínio Seridó.
Legenda: 2. álcali-feldspato granito; 3a. sienogranito; 3b. monzogranito; 4. granodiorito; 6*. quartzo álcali-
feldspato sienito; 7*. quartzo sienito; 8*. quartzo monzonito; 9*. quartzo monzodiorito/quartzo monzogabro;
10*. quartzo diorito/quartzo gabro; 8. monzonito; 9. monzodiorito/monzogabro; 10. diorito/gabro. tr.
trondhjemítico; th. tholeítico; calc. cálcio-alcalino; mz. monzonítico; al. granitóides aluminosos em
províncias alcalinas; alc. alcalino; mob. granitos crustais.
São rochas com certa variação de SiO2 (48-60%), Mg# entre 64 e 11, e razão K2O/Na2O
de 0,3 a 1,5 (tabela 2.3). Diagramas de Harker (fig. 2.3) mostram correlação negativa de TiO2,
Fe2O3t, MgO e CaO, enquanto K2O correlaciona-se positivamente com SiO2. Por seu turno,
Al2O3 possue trajetória particular, inicialmente aumentando até cerca de 55% SiO2, passando a
decrescer a partir deste valor. Os elementos traços Ba, Zr e Rb são claramente incompatíveis,
enquanto que os demais estão dispersos nos diagramas. Comparada às outras suítes, a básica
a intermediária é mais rica em Fe2O3t, MgO, CaO, TiO2 e P2O5 (fig. 2.3). Os ETR são fraco a
moderadamente fracionados (LaN/YbN=11-70), com anomalia de Eu ligeiramente positiva ou
negativa (Eu/Eu*=0,6-1,2) (tabela 2.3). Apresentam afinidade geoquímica com séries
shoshonítica (Leterrier et al. 1990; Jardim de Sá 1994), e de acordo com diagramas
discriminantes geoquímicos representam rochas transicionais cálcio-alcalinas a alcalinas
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Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
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19
subalcalinas?) (fig. 2.4a, b). No diagrama K-Na-Ca (fig. 2.5) essas rochas plotam paralelamente
ao trend cálcio-alcalino, sendo as mais pobres em K e mais ricas em Ca dentre todas as suítes
estudadas. Tratam-se de rochas essencialmente metaluminosas, com razões A/CNK
-
Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Capítulo 2 - Magmatismo Brasiliano no Domínio Seridó
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cálcio-alcalina como demonstrado no diagrama K-Na-Ca (fig. 2.5), sendo mais enriquecida em
K que a suíte anterior. Representam rochas meta a peraluminosas, com razões A/CNK entre
0,83-1,10.
Figura 2.4 - Diagramas discriminantes geoquímicos para as suítes magmáticas brasilianas. (a)
Log10(K2O/MgO) vs. SiO2 (Rogers & Greenberg 1981); (b) índice de alcalinidade (Wright 1969); (c) R1-R2
(De La Roche et al. 1980); e (d) álcalis total vs. sílica - TAS (Lameyre 1987), com os trends monzonítico (mz),
alcalino (alc), granodiorítico (gd) e trondhjemítico (tr). Em traçejado a divisória dos campos subalcalino e
alcalino (Miyashiro 1978). Segue a legenda da figura 2.3.
A maior quantidade de dados geocronológicos do magmatismo brasiliano refere-se a
suíte em lide. Sete amostras da fácies porfirítica grossa do Maciço de Acari definem uma
isócrona Rb-Sr (rocha total) com 547 21 Ma (1 ), ISr=0,7076 0,0004 e MSWD=0,8 (Jardim de Sá
1994). Esse valor corrobora o obtido por Legrand et al. (1991a), que dataram o maciço através
do método U-Pb em zircão, obtendo uma idade de 555 5 Ma (1 ). Galindo (1993) e Galindo et
al. (1993) reportam um grande volume de dados isotópicos Rb-Sr para rochas porfiríticas do
extremo NW do Maciço Rio Piranhas, concluindo que a atuação do evento Brasiliano naquela
região deu-se no intervalo entre 630 Ma e 570 Ma. No plúton Monte das Gameleiras, uma
-
Petrologia do magmatismo no MSJC (RN-PB), com ênfase no plúton alcalino Caxexa Nascimento, M.A.L. (2000)
PPGG/CCET/UFRN Capítulo 2 - Magmatismo Brasiliano no Domínio Seridó
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isócrona Rb-Sr (rocha total) com 5 amostras (Galindo 1982), forneceu a idade de 547 6 Ma (1 )
e ISr=0,7094 0,0001 (2 ).
Figura 2.5 - Classificação das suítes
magmáticas brasilianas de acordo com o
diagrama catiônico K-Na-Ca (Barker & Arth
1976). Segue a mesma legenda da fig. 2.3.
2.4 - A Suíte Leucogranítica.
As rochas que compõem esta suíte são encontradas em diversos locais na forma de
enxames de diques, soleiras e corpos isolados, exemplificados em Serra Pelada (NW de Ielmo
Marinho), Dona Inês e Picuí, ou no contexto dos maciços polidiapíricos Acari, São José de
Espinharas e Brejo do Cruz (Jardim de Sá 1994).
Composicionalmente são essencialmente monzogranitos (fig. 2.2), equigranulares ou
microporfiríticos, de textura média a fina, com determinadas fácies portando granada (plútons
de Picuí, Silva 1993; e Dona Inês, Borges 1996). Plagioclásio (oligoclásio), microclina e quartzo
são os mine