Pesquisa Lei Seca SBOT-ES 2009

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UM ANO E MEIO DE “LEI SECA” Um levantamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional Espírito Santo (SBOT-ES) sobre o comportamento, no trânsito, de universitários da Grande Vitória depois da entrada em vigor da lei n° 11.705/2008.

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Um ano e meio de "Lei Seca"Um levantamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional Espírito Santo (SBOT-ES) sobre o comportamento, no trânsito, de universitários da Grande Vitória depois da entrada em vigor da lei n° 11.705/2008.

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UM ANO E MEIO DE “LEI SECA”Um levantamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional Espírito Santo (SBOT-ES) sobre o comportamento, no trânsito, de universitários da Grande Vitória depois da entrada em vigor da lei n° 11.705/2008.

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Introdução

O artigo 3° do Estatuto da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), base de todas as políticas referentes às regionais da SBOT, traz em seu parágrafo 2° uma recomendação de extrema importância acerca do papel que a Sociedade tem perante a população brasileira. Segundo o parágrafo em questão, é uma das finalidades da SBOT:

“Representar e apresentar sugestões aos poderes públicos, privados e filantrópicos cooperando também com outras instituições congêneres, para a solução das questões profissionais, sociais e educacionais.”

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Objetivo da Pesquisa

Foi com base em tal finalidade que a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia Regional Espírito Santo (SBOT-ES) decidiu se empenhar na realização desta pesquisa.

Diante disso, o objetivo foi fazer um levantamento do comportamento e das atitudes, no trânsito, de universitários da Grande Vitória após a implementação da chamada “Lei Seca” ou “Lei da Alcoolemia Zero”, ocorrida no dia 20 de junho de 2008.

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Metodologia

Realizada com o auxílio de um questionário estruturado, a

pesquisa foi elaborada tendo como base o método

quantitativo de análise.

Além disso, foi utilizada a técnica de entrevistas pessoais,

as quais foram realizadas nos pátios e locais de acessos de

instituições de ensino superior localizadas nas cidades de

Vitória, Vila Velha e Serra.

Por fim, os questionários foram aplicados nos dias 18, 19, 20 e 23 de novembro de 2009.

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Metodologia

Nas três cidades citadas anteriormente, o trabalho foi realizado junto aos alunos das seguintes instituições de ensino superior:

- Centro de Ensino Superior Anísio Teixeira (Cesat) – Serra (ES)

- Centro Universitário Vila Velha (UVV) – Vila Velha (ES)

- Faculdades Integradas Espírito-santenses (Faesa) – Campus de São Pedro e Av. Vitória – Vitória (ES)

- Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) – Vitória (ES)

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Metodologia

A equipe formada para a realização da pesquisa foi composta

de um supervisor, um operador de dados e quatro

entrevistadores.

Todos os profissionais envolvidos com a fase de coleta de

informações receberam treinamento específico para esse

trabalho.

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Amostra

A amostra foi composta de 402 entrevistas, distribuídas entre as cidade de Vitória, Vila Velha e Serra.

Foram entrevistados universitários de ambos os sexos; de diversos cursos das áreas de Biomédicas, Exatas e Humanas; com idade entre 18 e 60 anos; com posse de Carteira Nacional de Habilitação (CNH); e que têm hábito de dirigir automóvel.

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Amostra

A amostra, levando-se em conta a idade e o sexo dos entrevistados, obteve o seguinte desenho:

Mas. Fem. Total

18 a 29 anos 208 135 343

30 a 60 anos 25 34 59

Total 233 169 402

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Resultados

Os dados obtidos permitiram fazer uma análise do comportamento dos universitários no trânsito de um modo geral após a implantação da “Lei Seca”.

Serviram também para detectar algumas diferenças de comportamento entre universitários do sexo masculino e do sexo feminino.

Por fim, mostraram qual é a avaliação feita pelos universitários em relação à eficácia da “Lei Seca”.

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Informações levantadas

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Frequência com que costuma sair de carro para se divertir com os amigos:

Como mostra o gráfico, a maioria dos universitários (tanto do sexo masculino quanto feminino) costuma sair de carro com maior frequência no fim de semana.

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Como age ao sair de carro para se divertir com os amigos:

Neste ponto, percebe-se claramente que as universitárias respeitam mais a “Lei Seca” do que os estudantes do sexo masculino. Enquanto mais de 60% das mulheres disseram que vão e voltam dirigindo sem beber quando saem para se divertir com os amigos, menos de 40% dos homens disseram fazer o mesmo. Já a porcentagem de homens que, ao saírem de carro para se divertir, vão e voltam dirigindo mesmo bebendo (muito ou pouco) é bem maior que a porcentagem de mulheres que tem o mesmo comportamento.

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Frequência com que alguém da roda de amigos volta dirigindo, mesmo depois de beber:

Mais uma vez, fica evidente a diferença de comportamento entre os sexos. A frequência com que alguém da roda de amigos volta dirigindo mesmo depois de beber apurada nas respostas masculinas é bem mais expressiva do que aquela notada nas respostas femininas. Destaque: 24% dos homens disseram que alguém da roda de amigos “muitas vezes” volta dirigindo depois de beber enquanto 15% das mulheres relataram a mesma situação.

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Alguém do grupo de saída/balada já esteve envolvido em colisão de trânsito após ter ingerido algum tipo de bebida:

Aqui, vê-se que a combinação álcool-direção ainda é responsável por um número expressivo de ocorrências de acidentes no universo dos universitários. Aproximadamente 30% dos entrevistados relataram que alguém do grupo de saída/balada já esteve envolvido em colisão de trânsito após ter ingerido algum tipo de bebida.

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Frequência com que dirige/já dirigiu após ter bebido mais de um copo de chopp/cerveja ou mais de uma taça de vinho:

Percebe-se que os universitários de um modo geral tem evitado de dirigir após ter bebido. Porém, se levada em conta a diferença por sexo, vê-se que o comportamento das mulheres é mais exemplar do que o dos homens.

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Costuma utilizar o cinto de segurança do carro, no banco dianteiro, como motorista:

Mas. (%)

Fem. (%)

Total (%)

Sim. 98,3% 99,4% 98,8%Não. 1,7% 0,6% 1,2%

Costuma utilizar o cinto de segurança do carro, no banco dianteiro, como carona:

Mas. (%)

Fem. (%)

Total (%)

Sim. 97,9% 98,2% 98%Não. 2,1% 1,8% 2%

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Utilização do cinto de segurança

O resultado das entrevistas mostrou que a utilização do cinto de segurança no banco dianteiro, seja como motorista ou como passageiro, é uma prática recorrente entre os universitários.

Quase 100% dos entrevistados disseram fazer uso de tal recurso de segurança no banco dianteiro. Na comparação entre os sexos, a taxa de utilização do cinto pelas mulheres é maior que a revelada pelos homens.

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Frequência com que usa o cinto de segurança quando está no banco traseiro:

Diferente do que foi constatado em relação à utilização do cinto de segurança no banco dianteiro, quando se trata de utilizar o cinto no banco traseiro, os universitários demonstraram um péssimo hábito: apenas 20% disseram utilizar o recurso sempre. No caso dos homens, mais da metade disse nunca utilizar o cinto no banco traseiro.

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Comportamento com a implantação da “Lei Seca:

Mas. (%)

Fem. (%)

Total (%)

Hoje, quando vou sair, uso transporte alternativo em vez de meu carro.

21% 27,2% 23,6%

Evito sair dirigindo, pois reconheço os riscos de beber e dirigir.

40,3% 28,4% 35,3%

Não bebo, se vou dirigir, por causa da multa cara e da possibilidade de prisão.

38,6% 44,4% 41%

Percebe-se aqui que os universitários foram bastante afetados pelo caráter punitivo da “Lei Seca”. Tanto homens quanto mulheres evitam beber e dirigir por conta da multa cara e da possibilidade de prisão. No caso dos homens, os riscos de beber e dirigir também são levados em conta na hora de evitar a combinação álcool-direção.

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Com a entrada em vigor da “Lei Seca”...

Mas. (%)

Fem. (%)

Total (%)

Diminuiu bastante o percentual de jovens que bebiam e dirigiam.

55,4% 59,2% 57%

Continua a mesma coisa, os jovens continuam bebendo e dirigindo.

44,6% 40,8% 43%

Porém, mesmo os universitários assumindo o peso do caráter punitivo da “Lei Seca, quando se trata de avaliar a eficácia da lei não há unanimidade nas opiniões. Uma parcela considerável dos entrevistados (mais de 40%) acredita que a “Lei Seca” não muda em nada o comportamento dos jovens e que eles continuam bebendo e dirigindo.

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Hoje, você anda de carona com um motorista que tenha bebido?

Mas. (%)

Fem. (%)

Total (%)

Sim. 47,6% 24,9% 38,1%Não. 52,4% 75,1% 61,9%

Mas. (%)

Fem. (%)

Total (%)

Sempre. 7,2% 14,3% 9,2%Muitas vezes. 29,7% 9,5% 24,2%Raramente. 63,1% 76,2% 66,7%

Com que frequência pega carona com um motorista que tenha bebido?

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Carona com motorista que tenha bebido

Uma grande parcela dos universitários assume que pega carona com alguém que tenha bebido. Isso mostra que mesmo com a implementação da “Lei Seca” ainda é evidente o comportamento arriscado por parte desse grupo.

Os universitários do sexo masculino mostraram que dão menos atenção ainda aos riscos de pegar carona com motorista que tenha bebido. Quase metade dos entrevistados disseram fazer isso atualmente.

Já as mulheres pensam diferente. Mais de 75% das entrevistadas disseram não pegar carona com motorista que tenha bebido.

Do total daqueles que assumiram pegar carona com alguém que tenha bebido, os homens também se destacaram por fazer isso com mais frequência. Quase 30% dos entrevistados disseram que muitas vezes recorrem a essa prática, enquanto 9% das mulheres disseram fazer o mesmo.

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É a favor ou contra a “Lei Seca”?

Mas. (%)

Fem. (%)

Total (%)

A favor. 96,1% 97% 96,5%Contra. 3,9% 3% 3,5%

Por fim, uma avaliação curiosa. Para os universitários, o caráter punitivo da “Lei Seca é um dos fatores que mais influencia no comportamento no trânsito. Por outro lado, a maioria acredita que com a implantação da lei, não muda nada e os jovens continuam bebendo e dirigindo. Mesmo assim, quase 97% dos entrevistados se declararam a favor da “Lei Seca”.

Isso mostra que mesmo alguns universitários sendo descrentes quanto à eficácia da lei, ela ainda assim é bem recebida pela maioria.

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Conclusões

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Conclusões

Após um ano e meio da entrada em vigor da “Lei Seca”, o comportamento, no trânsito, de universitários da Grande Vitória mostra que existem tanto resultados positivos advindos da nova lei quanto pontos que precisam ser melhorados.

Sobretudo no que se refere à combinação entre álcool e direção, os homens apresentam comportamentos mais desaconselháveis do que as mulheres.

O uso do cinto de segurança no banco dianteiro é uma prática recorrente entre os universitários. Porém, quando estão no banco traseiro, poucas pessoas tem esse hábito.

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Conclusões

A multa alta e a possibilidade de prisão são os fatores que mais influenciam o comportamento dos universitários na hora de optar por misturar ou não a bebida com a direção. Portanto, pode-se dizer que boa parte dos resultados alcançados com a implantação da “Lei Seca” se deve ao seu caráter punitivo.

Quanto à eficácia da “Lei Seca”, os universitários se mostraram descrentes. Para muitos, o comportamento dos jovens não foi afetado pela nova legislação e eles continuam bebendo e dirigindo do mesmo modo como faziam antes da entrada em vigor da lei.

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Conclusões

Com a “Lei Seca”, o número de pessoas que pega carona com motorista que tenha bebido ainda é alto. Isso mostra que as pessoas estão mais preocupadas com a punição proveniente da lei do que com os riscos de acidentes aos quais estão sujeitas.

Mesmo com certa desconfiança quanto à eficácia da nova regulamentação, quase todos os entrevistados se mostraram a favor da “Lei Seca”.