Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

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PERFIL SOCIOECONÔMICO E EPIDEMIOLÓGICO DA

POPULAÇÃO IDOSA DO DISTRITO ESTADUAL DE

FERNANDO DE NORONHA - PE

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Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção

do grau de Mestre em Saúde Pública, pelo Departamento de

Saúde Coletiva – NESC, do Centro de Pesquisas Aggeu

Magalhães – CPqAM da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz.

Orientador: 'U��(GXDUGR�0DLD�)UHHVH�GH�&DUYDOKR

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Per f i l soc ioec onôm ic o e ep idem io lóg ic o da populaç ão idosa

do Dist r i t o Est adual de Fernando de Noronha - PE

��Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre

em Saúde Pública, pelo Departamento de Saúde Coletiva – NESC, do Centro de

Pesquisas Aggeu Magalhães – CPqAM da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz.��

Recife, 23 de março de 2004.

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Orientador:

______________________________

Profº Dr. Eduardo Maia Freese de Carvalho

NESC/CPqAM/Fiocruz

1º Examinador: 2º Examinador:

______________________________ ______________________________

Profª Drª Márcia Carréra Campos Leal Profª Drª Lia Giraldo da Silva Augusto

Deptº Medicina Social -UFPE NESC/CPqAM/Fiocruz

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'HGLFR�DRV�LGRVRV�LOKpXV��DWRUHV�VRFLDLV��FXMDV�KLVWyULDV�GH�YLGD�HP�)HUQDQGR�GH�1RURQKD�DMXGDUDP�D�FRQVWUXLU�HVWH�WUDEDOKR: Adalberto José da Silva, Adalgisa

Moura da Silva (Dasinho), Ana Martins (Nanete), Antônio Carmo de Santana,

Antônio Santana dos Santos (com saudade), Calixto Pereira, Carlos Augusto de

Araújo, Cecília Teixeira da Silva, Cícero Vital Nunes, Cleonice José de Souza, David

Alves Cordeiro, Davino Pereira de Sena, Ednaldo Paz e Silva (Pastor), Enói Soares

da Silva, Fernando Ferreira da Silva, Francisca Azevedo T. Gomes (Chiquinha),

Francisca Bezerra da Silva (Maria), Francisca Pacheco da Silva (Chica), Francisco

Cazeca da Costa (Chicó), Francisco Gomes da Silva (Mansinho), Francisco Paulo de

Oliveira (Chiquito), Francisco Pereira Alves (Chico da Horta), Gardência Caldas da

Silva, Glória Maria Cunha de Serpa Brandão, Ida Korossy Marques de Almeida, Ivan

Augustinho de Andrade (Mestre), João Benício Barbosa, João da Rocha Amorim

(Dandão), João Januário da Silva (Zé da Quixaba), João Miguel de Azevedo, João

Pedro do Nascimento, João Silvestre da Silva, José Benedito Lins Filho (Arlindo),

José Benedito Xavier (Padre), José de Arimathéa de Serpa Brandão, José

Fernandes Pereira (Zé Polícia), José Ferreira Campos (Campelo), José Ferreira da

Silva (Duda), José Gomes de Aguiar (Zezo), Josefa Maria de Azevedo de Lima

(Nazinha), Josefa Nunes de Almeida (Zefinha), Juvenal José de Medeiros (Veneno),

Manoel Batista Nascimento (Manoel Grande), Manoel da Luz do Nascimento (com

saudade), Maria Cícera Dionísio, Maria da Conceição Oliveira (Vó), Maria das Neves

Silva (Nevinha), Maria Dina dos Santos, Maria do Carmo Dias Barbosa (Pituca),

Maria do Livramento dos Santos Marinho, Maria dos Prazeres dos Santos, Maria

José Alves de Barros Silva, Maria José da Silva (Zezé), Maria José de Santana

(Nina), Maria Julieta da Silva, Maria Lúcia Serafim de Farias, Maria Madalena da

Silva, Maria Nailde da Silva Cordeiro, Maria Olindina dos Santos, Maria Raimunda

da Silva (Mª de Gouveia), Maria Rosa de Santana (com saudade), Moisés Inácio dos

Santos, Nilson Apory, Nivaldo Sebastião de Santana (Ivo Bomba), Olívia Chagas de

Oliveira Costa, Otaciana Flor, Paulo Avelino Dantas, Pedro Rosa da Silva

(Pedrinho), René Gerônimo de Araújo, Rita Borges Flor, Rocilda Ferreira de

Medeiros, Salviano José de Souza, Sebastiana Soares da Silva, Sebastião Alves de

Souza, Sebastião Francisco de Oliveira (Dr. Vaqueiro), Severina Helena Maria,

Severina Mª dos Santos (Silveira), Severino Cesário da Costa, Severino Gomes

Barbosa, Severino Rodrigues dos Santos (Biu Guarda) e Valdice Lima de Santana.

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$*5$'(&,0(1726���A Deus e Nossa Senhora dos Remédios (padroeira de Fernando de Noronha), pela luz que me ilumina... Aos meus avós (com saudade), Maria e Antônio, Gina e Alfeu, pelos exemplos que me inspiram e animam... Aos meus pais, Paula Frascinete e Geraldo, por tudo e por tanto! Aos queridos Rosita e Ariel (com saudade), pelo apoio essencial e irrestrito... A Romero, companheiro de tanto tempo e todas as horas, por caminhar sempre de mãos dadas comigo... Aos filhos Rodrigo, Renan e Vanessa, pelo sentido que dão a minha vida... A Hosan, Gina e Jasom, por serem irmãos de verdade... Ao amigo Heleno Armando da Silva (com saudade), por ter me permitido participar da sua história de vida e ter me ensinado o essencial sobre a vida em Fernando de Noronha; À Valdeci Colaço (com saudade), minha eterna professora, pelas aulas inesquecíveis...a sabedoria compartilhada! Aos amigos Augusto Alcalde, Cristiane Cavalcanti, Fábia Pottes, Luciana Venâncio e Rosana Almeida, pelas lições de vida e por se alegrarem com as minhas alegrias... Ao professor Eduardo Freese de Carvalho, por ter embarcado na minha ‘utopia’ e orientado os primeiros passos de uma longa ‘jornada’... À Cristina Carrazzone, companheira de campo, pela força amiga e pelo trabalho militante! À Verônica Modesto e Marcos Aurélio, minha família em Noronha, por terem me dado muito mais que abrigo e carinho...por Ítalo, principalmente! À Marília Siqueira Campos, Josete Melo e Anália Nuzya Garcia, pelos ensinamentos na área de gerontologia, pela amizade e boa companhia! A Dagoberto, Eustáquio, João Carlos e Lázaro, pela imprescindível colaboração.

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3HOR�DSRLR�HVVHQFLDO������Professor Emmanuel França (Magnífico Reitor da Universidade de Pernambuco);

Dr. Ênio Lustosa Cantarelli (Diretor do PROCAPE); Sr. Sérgio Salles (ex-

administrador do DEFN); Conceição Melo (assistente social do HUOC); Cláudia

Alves, Maria Auxiliadora de Oliveira, Rosângela Oliveira, Rosângela Passos, Raquel

Soares e Tatiana Santacruz (equipe de assistentes sociais da Divisão de Serviço

Social do HUOC); Dra. Lia Giraldo da Silva Augusto (NESC/CPqAM/Fiocruz);

professor Carlos Feitosa Luna (CPqAM/Fiocruz); Dra. Ana Paula de Oliveira

Marques e Dra. Márcia Carréra Campos Leal (Universidade Federal de

Pernambuco); Dr. Renato Veras (Universidade Estadual do Rio de Janeiro); Ana

Carolina de Melo da Silva, Cristina Carrazzone, Érica França de Araújo, Erlene

Roberta Ribeiro dos Santos, Fábio Lopes de Melo, Karina Conceição de Araújo,

Luciana Venâncio Santos Souza, Maria Geisiane de Souza, Maria Sandra Andrade,

Marinalda Anselmo Vilela e Odaléia Araújo Ferreira (minha turma do mestrado); Dra.

Janirza Cavalcante da Rocha Lima (Fundação Joaquim Nabuco); Adagilson Batista

da Silva, Mégine Carla Cabral da Silva e Romero Euclides da Silva (NESC/Fiocruz);

Débora de Oliveira, Janice de Andrade Dias, Lindinalva Maria de Menezes, Nilda de

Andrade Lima, Paulo Lira, Rivaldete de Souza, (equipe da Secretaria Acadêmica do

NESC/Fiocruz) e Sidália Aragão (apoio NESC/Fiocruz); Milton Luna da Silva,

Sr. Ernandes José de Souza, Sra. Eunice Maria de Oliveira, Sra. Ida Korossy de

Almeida, Sr. Carlos Alberto Flor, Sr. Moisés José de Souza e Sr. René Jerônimo

Araújo (Conselho Distrital de Fernando de Noronha); Sr. Marcos Aurélio da Silva

(Diretor do Parnamar/FN); Sra. Maria José Borges Lins e Silva (Marieta); Sr.

Fernando Filizola (coordenador de saúde da Adm. do DEFN); Srta. Larissa Morélia

Sá Vieira Macedo (Diretora do Hospital São Lucas); Sra. Sandra Valéria Lima

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(assistente social do DEFN); toda equipe do Hospital São Lucas, especialmente:

Adriana Flor, Carlos Augusto Alves de Santana, Edson Alves Barbosa, Eduardo

Marques da Silva, Eli Paes e Silva, Eliude Charamba Souza, Gildene Pereira do

Nascimento, Giselda Moura da Silva, Ivanildo Ferreira da Silva, Maria Flávia da Silva

Calixto, Rosânia Maria dos Santos e Wellington Cordeiro; Sr. Alcindo Cavalcanti de

Araújo Filho (Diretor Regional da Mongeral); e Sr. Erick Sobreira Guedes

(Laboratório Roche).

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3.4.1 Pré-teste ���3.4.2 Pesquisa de Campo� � � � � � � � ���

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Conhecer o perfil socioeconômico e epidemiológico do idoso ilhéu, identificando a

atual situação de saúde e apresentando peculiaridades da vida cotidiana da

população insular, minoritária, vivendo em situação de isolamento geográfico, no

Distrito Estadual de Fernando de Noronha - PE, é o principal objetivo deste trabalho.

O desenho censitário do estudo caracteriza-se pela realização de uma abordagem

epidemiológica descritiva de tipo corte transversal em população especial. Foram

entrevistados 80 idosos residentes na Ilha do universo de 88. O instrumento utilizado

para coleta de dados foi o Brazil Old Age Schedule (BOAS), questionário

multidimensional para estudos comunitários em população idosa. Basicamente, o

referencial teórico está fundamentado no conteúdo de disciplinas relacionadas ao

processo de envelhecimento humano e da saúde coletiva. Em Fernando e Noronha,

a Taxa de 4,3% não caracteriza a existência de uma população envelhecida e não

ocorre o processo de feminização da velhice, contrastando com a realidade

observada no Brasil, de forma geral. Os indicadores socioeconômicos, analisados

isoladamente, revelam o perfil de uma população diferenciada, quando comparada a

outras do Continente. No entanto, apesar da boa qualidade de vida, onde o IDH é

considerado um dos melhores do Brasil, o elevado custo de vida na Ilha chega a

superar os padrões observados em Pernambuco e na capital Recife. Do ponto de

vista gerontológico, os indicadores de autonomia e independência apontam para o

perfil de uma população saudável, porém, apesar da boa capacidade funcional,

foram encontradas elevadas taxas de prevalência de Diabetes Mellitus e

Hipertensão Arterial.

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The main aim of this study is to build up a socio-economic and epidemiological profile

of elderly people living on the island of Fernando de Noronha – a district that falls

under the jurisdiction of the State of Pernambuco in the Northeast of Brazil. It

establishes the current state of health of this population and reveals peculiarities of

the everyday life of the islanders, who constitute a minority living in a geographically

isolated location. The study takes the form of a census using a cross-section

descriptive epidemiological approach to a special population. Eighty elderly residents

of the island, of a total population of 88 were interviewed. Data was collected using

the BOAS (Brazil Old Age Schedule), a multidimensional questionnaire for

community studies among the elderly population. Theoretically, the study is based on

scholarly work on the ageing process in humans and community health. The

population of Fernando de Noronha cannot be classified as an ageing one, as elderly

people account for only 4.3% of the total. Neither are women coming to form an

increasingly larger proportion of the elderly population, in contrast to what has been

observed in Brazil as a whole. Socio-economic indicators, analysed separately,

indicate that the profile of the population is quite distinct from that of others on the

mainland. Nevertheless, despite the good quality of life, – the HDI being considered

to be one of the best in Brazil – the cost of living on the island is higher than that of

the rest of the State of Pernambuco and its capital Recife. From a gerontological

perspective, the indicators for autonomy and independence suggest that the

population is healthy, with good functional capacity, although the prevalence rates for

Diabetes Mellitus and Arterial Hypertension were found to be high.

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/,67$�'(�,/8675$d®(6���)LJXUDV���Figura 1 – Mapa do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha

Figura 2 – Mapa do Arquipélago de Fernando de Noronha

Figura 3 – Cordilheira Dorsal Meso-Atlântica

*UiILFRV���Gráfico 1 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Sexo.

Fernando de Noronha, 2002.

Gráfico 2 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por relato de Satisfação

com a Vida em Geral. Fernando de Noronha, 2002.

Gráfico 3 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Relato de

Incontinência Urinária e Freqüência de Ocorrência. Fernando de Noronha, 2002.

Gráfico 4 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN em relação à prática de

Atividade Produtiva Remunerada atualmente. Fernando de Noronha, 2002.

Gráfico 5 – Distribuição dos Idosos do DEFN por relato de Dificuldade para Dormir.

Fernando de Noronha, 2002.

Gráfico 6 – Distribuição dos Idosos do DEFN por relato de Dificuldade para se

Alimentar. Fernando de Noronha, 2002.

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Gráfico 7 – Distribuição dos Idosos do DEFN por relato de Perda de Agilidade.

Fernando de Noronha, 2002.

Gráfico 8 – Distribuição dos Idosos do DEFN por relato de Autonomia e

Independência para Sair de Casa (quando necessário). Fernando de Noronha, 2002.

Gráfico 9 – Distribuição dos Idosos do DEFN por relato de Vontade de Chorar.

Fernando de Noronha, 2002.

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/,67$�'(�7$%(/$6��Tabela 1 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Sexo e Idade.

Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 2 – Distribuição dos Idosos do DEFN em relação à Naturalidade. Fernando

de Noronha, 2002.

Tabela 3 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Tempo de Moradia

na Ilha, Última Visita feita ao Continente e Motivo da Visita. Fernando de Noronha,

2002.

Tabela 4 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Sexo e Grau de

Escolaridade. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 5 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Estado Conjugal,

Tempo de União e Idade do Cônjuge. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 6 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Número de Filhos(as)

Vivos(as). Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 7 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Situação de Moradia.

Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 8 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Auto-avaliação do

Estado de Saúde. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 9 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Diagnóstico Referido

de Saúde e indicação de Prejuízo à Capacidade Funcional. Fernando de Noronha,

2002.

Tabela 10 – Distribuição das freqüências dos idosos do DEFN por Situação dos

Prontuários no Hospital São Lucas. Fernando de Noronha, 2002.

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Tabela 11 – Distribuição da freqüência dos idosos do DEFN por Valores de Glicose

Plasmática (em mg/dl). Fernando de Noronha, 2003.

Tabela 12 – Distribuição da freqüência dos idosos do DEFN por Valores de Pressão

Arterial. Fernando de Noronha, 2003.

Tabela 13 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por auto-avaliação da

Capacidade Motora e relato de ocorrência de Quedas. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 14 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Auto-avaliação dos

sentidos da Visão e Audição. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 15 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Auto-avaliação da

Saúde Bucal. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 16 – Distribuição dos Idosos do DEFN em relação à Utilização de Serviços

Médicos e Dentários. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 17 – Distribuição dos Idosos do DEFN por Freqüência de Uso de Serviços

Médicos nos últimos Três Meses. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 18 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Utilização de

Ajudas/Apoios e Medicamentos e relato de Auto-medicação. Fernando de Noronha,

2002.

Tabela 19 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Identificação de

Pessoas que poderiam cuidá-los em caso de Doença e/ou Incapacidade. Fernando

de Noronha, 2002.

Tabela 20 – Distribuição dos Idosos do DEFN em relação à Ajuda Recebida por

Outra Pessoa. Fernando de Noronha, 2002.

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Tabela 21 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Grau de Autonomia

e Independência no Desempenho das Atividades da Vida Diária. Fernando de

Noronha, 2002.

Tabela 22 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por natureza das

Atividades Realizadas no Tempo Livre. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 23 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Situação Familiar.

Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 24 – Distribuição da freqüência dos Idosos por Área de Ocupação

Profissional durante a maior parte da vida. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 25 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN em relação à Fonte de

onde tira o Sustento para Sobrevivência. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 26 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Renda Própria

Mensal. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 27 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Renda Familiar

Mensal. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 28 – Distribuição dos Idosos do DEFN em relação ao Acesso a alguns

Serviços e Equipamentos no Domicílio. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 29 – Distribuição da freqüência dos Idosos do DEFN por Avaliação da

Situação Econômica (atual), comparada à Época dos 50 anos de Idade. Fernando

de Noronha, 2002.

Tabela 30 – Distribuição dos Idosos do DEFN em relação à avaliação da Condição

da Residência feita pela Entrevistadora. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 31 – Distribuição dos idosos do DEFN por freqüência do índice da escala de

SCO. Fernando de Noronha, 2002.

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Tabela 32 – Distribuição dos Idosos do DEFN em relação aos Sentimentos de

Solidão e Preocupação. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 33 – Distribuição dos Idosos do DEFN em relação à Expectativa em relação

ao Futuro e Estado Emocional Referido. Fernando de Noronha, 2002.

Tabela 34 – Distribuição dos Idosos do DEFN em relação às Principais Carências e

Problemas mais Importantes. Fernando de Noronha, 2002.

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/,67$�'(�$%5(9,$785$6�(�6,*/$6��ACS – Agente Comunitário de Saúde AIVD – Atividade Instrumental de Vida Diária APA – Área de Preservação Ambiental AVD – Atividade de Vida Diária BOAS – Brazil Old Age Schedule BPC – Benefício da Prestação Continuada CEP – Comissão de Ética em Pesquisa CNS – Conselho Nacional de Saúde CPqAM – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis DEFN – Distrito Estadual de Fernando de Noronha DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias DM – Diabetes Mellitus EDG – Escala de Depressão Geriátrica FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz HA – Hipertensão Arterial HUOC – Hospital Universitário Oswaldo Cruz IDH – Índice de Desenvolvimento Humano LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social MINTER – Ministério do Interior OMS – Organização Mundial da Saúde ONU – Organização das Nações Unidas PACS – Programa do Agente Comunitário de Saúde PARNAMAR – Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha

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PEI – Política Estadual do Idoso PMPE – Polícia Militar de Pernambuco PNI – Política Nacional do Idoso PNSI – Política Nacional de Saúde do Idoso PSF – Programa de Saúde da Família SCO – Síndrome Cerebral Orgânica SUS – Sistema Único de Saúde TFD – Tratamento Fora do Domicílio UFPE – Universidade Federal de Pernambuco UnATI – Universidade Aberta da Terceira Idade UNICAP – Universidade Católica de Pernambuco UPE – Universidade de Pernambuco

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/,67$�'(�$1(;26��Anexo 1 – Brazil Old Age Schedule (BOAS) ����

Anexo 2 – Formulário específico para pesquisa documental ����

Anexo 3 – Parecer do Conselho de Ética em Pesquisa (CEP) ����

Anexo 4 – Termo de Adesão à Pesquisa de Campo ����

Anexo 5 – Autorização da Diretoria do Hospital São Lucas para

manuseio dos prontuários dos idosos ���

Anexo 6 – Parecer da representante do Conselho Distrital de

Fernando de Noronha ����

Anexo 7 – Programa da I Conferência Distrital de Saúde do DEFN ����

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$35(6(17$d­2��Dos primeiros contatos intergeracionais, com os pais e avós, herdei as lembranças

de uma infância feliz e as primeiras lições práticas sobre a DWLWXGH� GR� FXLGDGR.

Sinceramente, desconheço um período da minha história em que não tenha

convivido com idosos e, na condição de aprendiz, continuo buscando sempre essa

convivência, visando o aperfeiçoamento pessoal e profissional. É bem melhor

aprender ouvindo histórias que decorando teorias.

Reconheço, a minha trajetória acadêmica ainda é incipiente, no entanto, são quase

dez anos de exercício profissional, na área de saúde pública, dedicando a

intervenção, enquanto Assistente Social, à causa do idoso. Assim, deixei marcada a

breve passagem pelo Hospital dos Servidores do Estado de Pernambuco e, desde

1998, atuo no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, compondo a equipe do Gero-

HUOC. Atualmente, também ocupo o cargo de Conselheira no Conselho Estadual

dos Direitos do Idoso (CEDI), coordenando a Comissão de Municipalização, pela

Universidade de Pernambuco.

Do contato com a complexa realidade em que se insere a questão da saúde do

idoso e ao me deparar com a escassez de estudos sobre populações especiais

minoritárias, vivendo em situação de isolamento, seja do ponto de vista geográfico,

étnico e/ou cultural, surgiu a ‘XWRSLD’ de iniciar essa busca rumo ao cotidiano

desconhecido dos idosos ilhéus, indígenas e quilombolas no estado de Pernambuco.

Page 23: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

22

O Distrito Estadual de Fernando de Noronha foi o primeiro lugar escolhido,

tendo em vista, a minha história de aproximação com a população insular.

Comunidade que me honrou recentemente com seu título de cidadania e com a qual

tenho assumido um compromisso profissional desde a época da graduação em

Serviço Social.

Este trabalho, em linhas gerais, aborda o processo de envelhecimento enquanto

categoria social de análise, considerando as dimensões ‘WHPSR� H� HVSDoR’, numa

dinâmica dialética, a partir do conteúdo de diferentes disciplinas. Destaca as

contribuições de diversos autores a respeito dos processos de ‘transição

demográfica e epidemiológica’ no Brasil e no mundo, enfatizando suas

peculiaridades. Registra uma síntese sobre a história de Fernando de Noronha e

propõe uma visão humanizada sobre o HVSDoR� LQVXODU. Revela o processo e as

dificuldades metodológicas encontradas durante a pesquisa de campo e apresenta

os resultados e conclusões do estudo sobre o SHUILO� VRFLRHFRQ{PLFR� H�HSLGHPLROyJLFR� GD� SRSXODomR� LGRVD� GR� '()1. Eis o primeiro passo de uma longa

jornada, a história que tenho para contar...

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23

���,1752'8d­2�� ��

>���@�VH�WRGRV�WLYHVVHP�WLGR�D�PHVPD�KLVWyULD���QmR�SRGHULDP�PDLV�VH�GLIHUHQFLDU�XQV�GRV�RXWURV��SRUTXH�FDGD�XP�GH�QyV�p�DTXLOR�TXH�RV�VHXV�DWRV�FULDUDP���8PEHUWR�(FR�������� 6REUH� D� (SLGHPLRORJLD� 6RFLDO� H� R� FRQFHLWR� GH� (VSDoR�� DOJXPDV�FRQVLGHUDo}HV���Ao realizar um estudo sobre o perfil socioeconômico e epidemiológico de uma

população, se faz necessário esclarecer alguns conceitos relacionados ao tema, ou

seja, a linha de pensamento que embasa o conteúdo teórico sobre a Epidemiologia

enquanto “Ciência da Saúde do Ser Social”, como propõe Juan Samaja (2003).

Definida como HVWXGR� GD� GLVWULEXLomR� H� GRV� GHWHUPLQDQWHV� GDV� GRHQoDV� HP�SRSXODo}HV�KXPDQDV, a epidemiologia foi considerada disciplina básica do campo da

Saúde Pública em 1840, quando a saúde das populações passou a ser assunto do

Estado, tendo como marco histórico as revoluções Francesa e Industrial na

Inglaterra no final do século XVIII, movimentos que reivindicaram um conjunto de

estudos e intervenções justificadas e legitimadas em nome do interesse coletivo,

principalmente, da classe operária (CASTELLANOS, 1997).

Os séculos XVIII e XIX foram marcados pelo processo de emergência da

epidemiologia e pela reafirmação das teorias contagionistas. A partir do

desenvolvimento da microbiologia, fundamentada na teoria do contágio, a

epidemiologia perde espaço para a etiologia, prevalecendo o domínio dos métodos

Page 25: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

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da medicina preventiva, centrada no indivíduo, ocorrendo uma mudança de

paradigmas, da perspectiva populacional para a individual. Nesse contexto, o objeto

de trabalho da nova perspectiva passou a ser o conjunto de doenças e diagnósticos

agrupados segundo certa taxonomia (CASTELLANOS, 1997).

Para Almeida Filho e Rouquayrol (1990),

A epidemiologia surgiu a partir da consolidação de um tripé de elementos conceituais, metodológicos e ideológicos: a Clínica, a Estatística e a Medicina Social. A Clínica se constitui nos séculos XVIII e XIX como a primeira ciência humana aplicada, baseada em um saber diagnóstico, prognóstico e terapêutico individual que potencialmente seria transferível ao nível coletivo, com o projeto de uma medicina das epidemias. Em paralelo, a Estatística, nascida no século XVIII para a medida do ‘estado moderno’ pela contagem dos seus cidadãos, exércitos e riquezas, possibilitou também a quantificação das doenças e seus efeitos. Finalmente, o movimento da Medicina Social, que marcou o campo médico na Europa Ocidental em meados do século XIX, propondo a saúde como uma questão fundamentalmente política, contribuiu com a perspectiva do coletivo para a constituição da nova disciplina.

Com o aparecimento da medicina social, durante os séculos XVIII e XIX, surgem as

investigações e explicações da situação de saúde associada à condição de vida,

principalmente na França e na Inglaterra, onde Engels desenvolveu um estudo sobre

a classe operária, a partir das relações sociais e de produção, porém, essa linha de

pensamento foi interrompida, dando lugar à hegemonia das teorias unicausais da

doença (PAIM, 1997).

No início do século XIX, surge uma estratégia bio-política de perspectiva integradora

na Saúde Coletiva, com a emergência da Medicina Social, porém, com a

incorporação da microbiologia de Pasteur, ocorre o processo de fragmentação na

formação profissional do médico. Somente a partir da segunda metade do século

XIX, inicia-se a difícil incorporação do social no entendimento do processo saúde-

doença (NUNES, 1995).

Page 26: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

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Mais recentemente, no século XX, com o ressurgimento da medicina social nas

décadas de 50 e 60, por exemplo, é retomada a temática 'Saúde e

Desenvolvimento', principalmente na América Latina (AL). Nos anos 70, no Brasil e

na AL, diversos estudos procuram apontar as repercussões negativas do modelo de

desenvolvimento econômico implantado, nas condições de vida da população,

surgindo as bases conceituais para a medicina social e a epidemiologia social. A

partir dos anos 90, ocorre o incremento da produção científica (estudos e

publicações) sobre o assunto (PAIM, 1997).

É interessante observar a explicação apresentada por Castellanos (1997), para

justificar a inviabilidade de se estudar a saúde pública a partir da perspectiva

individual, diante da complexidade dos sistemas populacionais, devido ao processo

de interação dos grupos humanos. O autor enfatiza a importância das abordagens

qualitativas para dar conta das dimensões subjetivas da Saúde Coletiva.

Outra contribuição de Castellanos (1997), a ser considerada, diz respeito aos

conceitos de FRQGLo}HV� GH� YLGD, que podem ser garantidas ao trabalhador pelos

seus rendimentos ou indiretamente pelas políticas públicas; HVWLOR� GH� YLGD,

significando o conjunto de comportamentos, hábitos, etc.; e FRQGLo}HV�GH� WUDEDOKR,

que podem gerar problemas de saúde. A partir destes conceitos, o autor relaciona a

situação de saúde da população às suas condições de vida, contextualizada na

estrutura de produção das sociedades, sendo imprescindível conhecer o conceito de

HVSDoR.

Page 27: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

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Czeresnia & Ribeiro (2000), afirmam que

Em epidemiologia o uso do conceito de espaço acompanhou o desenvolvimento teórico da geografia, especialmente da vertente chamada geografia médica. (...) As tentativas de redefinir o conceito de espaço em epidemiologia, acompanhando o desenvolvimento teórico-conceitual da geografia, buscaram incluir na compreensão do processo da doença, dimensões sociais, culturais e simbólicas.

Historicamente, o conceito de espaço sofreu algumas alterações na sua

interpretação, oscilando do espaço isolado (foco, microlocalizado) para o espaço

ecológico, ampliado, incluindo dimensões geográficas, históricas, políticas, sociais e

econômicas de análise, indicando, inclusive, fatores de risco, a partir da inserção da

população em determinados espaços. Castellanos (1997) ainda trabalha três

conceitos importantes para a compreensão de sua análise: FDSLWDO�FXOWXUDO� (permite

acesso ao saber sobre riscos de adoecer e prevenção dos mesmos),� FDSLWDO�HFRQ{PLFR� (possibilita maior acesso ao cuidado e condições de vida), e� FDSLWDO�VLPEyOLFR�(relaciona-se à dimensão subjetiva da satisfação das pessoas com a vida).

Assim, "o espaço é construído socialmente, e constitui portanto, uma possibilidade

de estratificar a população segundo condições de vida.

Diante da conjuntura atual, onde o processo de globalização simboliza a afirmação,

em escala mundial, do modo de produção capitalista na sua versão mais bárbara,

deixando para trás, como enfatizou Milton Santos (2003), as grandes questões

civilizatórias e humanísticas, a realidade impõe novas demandas, no sentido de

resgatar a dimensão humanizadora da Ciência. Nesse contexto, retomando Samaja

(2003), este propõe uma concepção ampliada da Epidemiologia, definida como

‘Ciência da Saúde do Ser Social’.

Page 28: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

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E ao conceber o indivíduo enquanto VHU�VRFLDO, sujeito da sua própria história, o lugar

onde vive, ou seja, o espaço humano, nos ensinou Milton Santos (1997), é a síntese,

sempre provisória e sempre renovada, das contradições e da dialética social [...] O

espaço é um conjunto indissociável de sistemas de objetos e de sistemas de ações.

Rompendo com o pragmatismo dos estudos meramente quantitativos, o desafio de

se desenvolver uma visão dialética da Epidemiologia, amplia para abranger

dimensões qualitativas, subjetivas e críticas da realidade estudada. Desta forma, ao

contemplar ‘tempo, espaço e mundo’, os estudos sobre a saúde dos indivíduos e/ou

populações deixam de atender os imperativos da técnica, simplesmente, para

concretizar o papel social da Ciência. Torna-se essencial, eis outro desafio, a

intervenção e colaboração entre cientistas (das diversas disciplinas), partindo do

próprio conceito de saúde, cuja origem do latim (salus), sugere noção de integridade,

visão holística, contemplando o coletivo e o indivíduo nas dimensões física, mental e

social.

O capital impera sobre o trabalho; o material impera sobre o humano; a técnica

impera sobre a ciência... Inverter este processo seria (quiçá?) o desafio mais

apaixonante e revolucionário da atualidade, no entanto, o movimento de resistência,

de enfrentamento ainda está enfraquecido, seja pela adesão dos cientistas aos

imperativos do sistema de produção vigente, seja por omissão. De fato, os

resultados produzidos nos meios acadêmicos servem mais a interesses específicos

que atendem às demandas reais das populações e enfrentam as iniqüidades sociais.

Page 29: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

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A respeito do assunto, Milton Santos (2003) manifestou sua preocupação:

A grande moda agora é pedir às universidades que perguntem às empresas que digam o que elas devem fazer. É considerado chique e permite ao CNPq se retirar do processo de financiamento. Só que, na produção de dados que têm relação com a vida, o resultado pode ser a corrupção da pesquisa e a desconfiança justificada em relação aos homens de ciência [...] Uma meia verdade serve a objetivos pragmáticos, mas uma meia verdade não é a verdade. E todas as meias verdades possíveis reunidas não produzem a verdade. As verdades parciais podem ser eficazes no interesse daqueles a quem interessem, mas não conduzem à verdade, e cedo ou tarde conduzirão a desastres.

Dando continuidade à pauta dos desafios que se impõem para a (SLGHPLRORJLD,

enquanto &LrQFLD�GD�VD~GH�GR�6HU�6RFLDO, relacionado às questões epistemológicas

e à formação profissional, outro desafio diz respeito ao fato de que as Ciências

Sociais e Humanas devem compor o conteúdo da Saúde Coletiva numa perspectiva

interdisciplinar, não somente como uma externalidade, ou seja, como um acréscimo

ao biológico. Qualquer discussão que queira ultrapassar o nível da implementação

imediata e superficial deve atentar que a interdisciplinaridade supõe entender o

universo como estando em fluxo contínuo (NUNES, 1995).

Ao afirmar ser mais importante conhecer como vive uma determinada população,

que saber como morre, Castellanos (1997), reforça a idéia da necessidade de

estabelecer contato com as dimensões do cotidiano do indivíduo e/ou população.

Para Milton Santos (1997),

Tempo, espaço e mundo são realidades históricas que devem ser mutuamente conversíveis, se a nossa preocupação epistemológica é totalizadora. Em qualquer momento, o ponto de partida é a sociedade humana em processo, isto é, realizando-se. Essa realização se dá sobre uma base material: o espaço e seu uso; o tempo e seu uso; a materialidade e suas diversas formas; as ações e suas diversas feições.

Para Czeresnia & Ribeiro (2000), a vertente da epidemiologia social, com base em

abordagem marxista, realizou estudos que alcançaram identificar origens e

condicionantes sociais e econômicos dos processos epidêmicos. Considerou

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epidemia como um acontecimento social, e não apenas a soma de casos de uma

mesma doença. Os autores enfatizam a problemática do subdesenvolvimento e,

principalmente, das desigualdades sociais como seus principais condicionantes. A

erradicação e o controle das epidemias não dependem apenas de diagnóstico e

intervenção biológica, mas de todos os elementos que participam da organização

social do espaço.

��� &RQVLGHUDo}HV�VREUH�R�7HPSR�H�R�(VSDoR�GR�6HU�,GRVR�����

Envelhecer é inerente ao próprio ser humano, porém, o contexto em que ocorre é

ponto fundamental de diferenciação na vida das pessoas que atingem a chamada

terceira idade. A saúde do idoso irá depender de fatores associados a sua história,

condição socioeconômica, inserção na sociedade, no âmbito familiar, no mercado de

trabalho, entre outros, interferindo na sua qualidade de vida. Conforme Robledo

(1994),

O envelhecimento ocorre de formas variadas, independente da idade da pessoa. Existem pessoas que, aos 80 anos, estão em plena vida produtiva, apesar de todas as vicissitudes impostas pela idade, ao passo que pessoas que ainda não chegaram aos 60 anos encontram-se em estado de total decrepitude.

A história registra inúmeras tentativas de se definir um limite para a transição da fase

adulta à velhice. Como observa Beauvoir (1990), para Hipócrates (460 a.C. – 377

a.C.) a velhice resultava de uma ruptura do equilíbrio entre os quatro humores

(sangue, fleuma, bile amarela e bile negra), começando aos 56 anos. O médico

grego é o primeiro a comparar as etapas da vida humana às quatro estações da

natureza e a velhice ao inverno. Aristóteles (427 a.C. – 347 a.C.) considerava que a

condição de vida era o calor interior e associava a senescência ao resfriamento,

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acreditando que a perfeição do corpo se completa aos 35 anos e a da alma aos 50.

Segundo Dante (1472 – 1629), chega-se à velhice aos 45 anos.

De fato, a delimitação da passagem da fase adulta para a velhice extrapola a

discussão meramente cronológica para atingir dimensões subjetivas do processo de

envelhecimento, contemplando fatores biopsicossociais.

Embora a discussão sobre o tempo de ser idoso seja ampla e polêmica,

atravessando historicamente os campos da ciência, filosofia e religião, na verdade,

não se pode conceber o processo de envelhecimento associado unicamente à

dimensão ‘7HPSR’. Sendo assim, a idade cronológica é somente uma referência

quantitativa dos anos vividos por um indivíduo e o envelhecimento é um processo,

envolvendo fenômenos biopsicossociais, iniciado antes da velhice, que é uma fase

da vida, assim como a infância, adolescência e a fase adulta.

Entre os seres vivos, toda espécie possui um limite denominado ‘0i[LPD�'XUDomR�GH� 9LGD’, indicando o número de anos que uma espécie irá viver caso as

circunstâncias ambientais causadoras de doenças e mortes forem controladas.

Embora exista uma mitologia em relação às possibilidades de prolongamento da vida humana baseada em tecnologias geradas pela pesquisa científica, na realidade, há um limite genético biológico para a duração da vida humana. Existe um limite biológico para a duração das células do organismo humano, de forma que, mesmo sendo eliminadas todas as doenças, a duração máxima da vida humana não excederá cerca de 120 anos (NERI, 2001).

Ao considerar os fatores ambientais como determinantes no processo de

envelhecimento individual e populacional - a Organización Mundial de la Salud

(1984) define como população envelhecida aquela em que a proporção de pessoas

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com 60 anos e mais na população geral atinge 7%, com tendência a crescer -

concebe-se também padrões diferenciados de envelhecimento, fato que pode ser

claramente observado nos dados demográficos da expectativa de vida ao nascer,

nos diferentes contextos internacional, nacional e regional. Tal realidade irá

influenciar a delimitação do tempo de ser idoso nas sociedades.

Para a biologia, a expectativa de vida é normalmente definida como a duração média de vida para os membros da mesma espécie, a partir do nascimento. Para a demografia, expectativa de vida é a estimativa de vida, sobre a duração média de vida de uma coorte por ocasião do nascimento (NERI, 2001).

A priori, o envelhecimento no plano individual é definido em função dos anos vividos,

embora a idade cronológica não seja uma variável absoluta. Apesar da menção no

discurso legal, na prática, os indivíduos não nascem em condições reais de

igualdade, crescem e envelhecem no contexto de sociedades desiguais onde a luta

pela sobrevivência, para muitos, adquire dimensões desumanas no momento em

que o trabalho, além de não estar ao alcance de todos, também não garante a

reprodução da força de trabalho. Sendo assim, a história, a condição e os hábitos de

vida de cada indivíduo irão delinear o seu processo de envelhecimento.

O ‘7HPSR�,QWUtQVHFR’, criado por processos físicos, biológicos, psicológicos e sociais,

está estreitamente relacionado aos conceitos de LGDGH� ELROyJLFD, envelhecimento

biológico e idade funcional. Segundo Neri (2001),

A idade biológica é um indicador do tempo que resta a um indivíduo para viver, num dado momento de sua vida. O envelhecimento biológico ou senescência é, assim, o processo que preside ou determina o potencial de cada indivíduo para permanecer vivo, o qual diminui com o passar dos anos. O grau de conservação do nível da capacidade adaptativa, em comparação com a idade cronológica é tecnicamente referido como LGDGH�IXQFLRQDO.

Os conceitos de GHSHQGrQFLD�e DXWRQRPLD estão relacionados à idade funcional do

idoso, mas o que significam tais conceitos? Para Baltes & Silverberg (1995), a

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dependência, na velhice, é resultado de mudanças ocorridas ao longo do curso da

vida e englobam desde as mudanças biológicas até as transformações exigidas pelo

meio social. A dependência pode ser avaliada em três níveis: estruturada, como

resultado da circunstância cultural que atribui valor ao homem em função do que e

enquanto produz; a física, decorrente da incapacidade funcional, ou seja, falta de

condições para realizar as tarefas de vida diária; e comportamental, que é

socialmente induzida, pois advém do julgamento e das ações de outrem.

O outro conceito a ser abordado diz respeito à autonomia, assumido neste trabalho

como indicador do poder de decisão do idoso no meio em que habita, seja nas

relações familiares ou sociais que desenvolve. Para Gillon (1995), a autonomia pode

ser avaliada mediante três critérios: autonomia de ação, de vontade e de

pensamento. Segundo o autor, a autonomia de ação ocorre quando o homem pode

agir de forma independente, sem qualquer obstáculo; a autonomia de vontade é a

que permite ao ser humano decidir sobre coisas com base nas suas próprias

deliberações, e autonomia de pensamento é a que faz do homem, no uso de sua

capacidade intelectual, um ser que pode tomar decisões com base nas suas crenças

e valores.

A LGDGH�SVLFROyJLFD pode ser conceituada em dois sentidos, continua Neri (2001),

Um é análogo ao significado de idade biológica, e refere-se à relação que existe entre a idade cronológica e as capacidades, tais como percepção, aprendizagem e memórias, as quais prenunciam o potencial funcionamento futuro do indivíduo. O segundo uso do conceito da idade psicológica tem relação com o senso subjetivo da idade. Este depende de como cada indivíduo avalia a presença ou ausência de marcadores biológicos, sociais e psicológicos do envelhecimento em comparação com outras pessoas de sua idade.

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Além das idades biológica e psicológica, existe uma delimitação para o

envelhecimento, construída histórica e culturalmente no âmbito das sociedades. Tal

delimitação está associada aos papéis a serem desempenhados pelos indivíduos, a

partir da avaliação do grau de habilidade para exercê-los. Para Neri (2001),

O envelhecimento social é o processo de mudança em papéis e comportamentos que é típico dos anos mais tardios da vida adulta e diz respeito à adequação dos papéis e dos comportamentos dos adultos mais velhos ao que é normalmente esperado para as pessoas nessa faixa etária.

Os autores Birren & Schroots (apud NERI, 2001), são responsáveis pelas definições

mais aceitas sobre HQYHOKHFLPHQWR�SULPiULR,

Também referido como VHQHVFrQFLD ou HQYHOKHFLPHQWR�QRUPDO, trata-se de um fenômeno que atinge a todos os seres humanos pós-reprodutivos, por força de mecanismos genéticos típicos da espécie. É progressivo, ou seja, afeta gradual e acumulativamente o organismo. Seu resultado é diminuição na capacidade de adaptação. Não é doença. Comporta gradações, porque está sujeito à influência concorrente de muitos fatores. [...] Quando o indivíduo que envelhece preserva características e funcionalidade comparáveis às de indivíduos mais jovens, quando ele preserva a plasticidade comportamental e seu funcionamento excede o de seus contemporâneos, diz-se que tem um padrão de envelhecimento ótimo ou bem-sucedido (NERI, 2001).

O HQYHOKHFLPHQWR�VHFXQGiULR�RX�SDWROyJLFR,

Diz respeito a alterações ocasionadas por doenças associadas ao envelhecimento que não se confundem com as mudanças normais desse processo. Doenças associadas ao envelhecimento, como por exemplo as moléstias cardiovasculares, as cérebrovasculares e certos tipos de câncer exibem uma crescente probabilidade de ocorrência com o aumento da idade, em parte por causa de mecanismos genéticos, em parte em virtude de fatores ambientais, do estilo de vida e da personalidade. Demência senil e doenças neurológicas típicas da velhice são exemplos adicionais de moléstias associadas ao envelhecimento, já que sua prevalência na população idosa é muito maior do que em idades anteriores, mas sua etiologia não está ainda bem estabelecida (NERI, 2001).

Finalmente, o HQYHOKHFLPHQWR�WHUFLiULR�RX�WHUPLQDO, Está relacionado a um padrão de declínio terminal caracterizado por um grande aumento nas perdas físicas e cognitivas, num período relativamente curto, ao cabo do qual a pessoa morre, quer por causa de doenças dependentes da idade, quer pela acumulação dos efeitos do envelhecimento normal e do patológico. Não se sabe ainda o quanto ele é universal, mas o fenômeno de acumulação de perdas é reconhecido como ponto final das doenças terminais que ocorrem em qualquer idade. A

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interação entre os três tipos de envelhecimento é mais provável na velhice avançada (NERI, 2001).

Diante do que foi colocado, sem a pretensão de aprofundar a discussão a respeito

das divergências históricas e culturais, em torno da definição de um limite para

caracterizar o momento da transição para a velhice, serão abordados mais dois

aspectos considerados importantes para o desenvolvimento deste trabalho: o

primeiro relacionado à contribuição da física, a partir do ‘Paradoxo dos Gêmeos’, e o

segundo, ao contexto das relações sociais do modo de produção capitalista, onde o

indivíduo é avaliado pela sua capacidade de produzir.

Segundo afirma Hawking (1988),

As leis de movimento de Newton puseram um fim na idéia da posição absoluta no espaço. A teoria da relatividade libertou-se do tempo absoluto. Consideremos um par de gêmeos. Suponhamos que um deles vá viver no topo de uma montanha e o outro permaneça ao nível do mar. O primeiro gêmeo envelhecerá mais rápido do que o segundo. Assim, ao se encontrarem novamente, um será mais velho que o outro. Neste caso, a diferença das idades seria muito pequena, mas se tornaria muito maior se um dos gêmeos embarcasse, para uma longa viagem, numa nave espacial que se deslocasse em velocidade aproximada à da luz. Ao voltar, ele estaria muito mais jovem do que seu irmão que ficou na Terra. Isto é conhecido como o paradoxo dos gêmeos, mas só é um paradoxo se acreditarmos na idéia de um tempo absoluto. Na teoria da relatividade não há qualquer tempo absoluto; em vez disso, cada indivíduo tem sua própria medida pessoal de tempo, que depende de onde se está e como se desloca.

Apesar da referência cronológica ser a mais utilizada para contar o tempo de vida

das pessoas, existe uma orientação explícita, no sentido de que a dimensão do

tempo ou da idade, simplesmente, não pode ser delimitada fora do contexto

socioeconômico nem do espaço onde o indivíduo desenvolve suas relações sociais

e de trabalho. Neste sentido, para efeito de pesquisa científica, a maioria da

literatura geriátrica e gerontológica aceita o ponto de corte aos 60 anos, idade, a

partir da qual, os indivíduos seriam considerados idosos. Este é o corte etário

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adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para os países em

desenvolvimento. Para os países desenvolvidos, onde a expectativa média de vida é

maior, adota-se o ponto de corte dos 65 anos como a idade de transição das

pessoas para o segmento idoso da população (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA

SALUD, 2002).

Tal delimitação foi assumida como parâmetro para seleção da população investigada

neste trabalho, seguindo os critérios adotados pela Organización Mundial de la

Salud (2002), preconizados pela Política Nacional do Idoso - PNI (Lei no 8.842, de 4

de janeiro de 1994); em Pernambuco, pela Política Estadual do Idoso - PEI (Lei no

12.109, de 26 de novembro de 2001) e, recentemente, pelo Estatuto do Idoso (Lei nº

10.741, de 1º de outubro de 2003), considerando idoso a pessoa com idade a partir

dos 60 anos.

O segundo aspecto a ser abordado diz respeito à inserção do idoso no contexto das

sociedades de modo de produção capitalista, onde

A política de desenvolvimento que domina as sociedades industrializadas e urbanizadas sempre teve mais interesse na assistência materno-infantil e com os jovens. O investimento numa criança tem um retorno potencial de 60 anos ou mais de vida útil, produtiva, enquanto os amplos cuidados médico-sociais na tentativa de manutenção de uma vida saudável de um idoso não podem ser encarados como investimento. São na verdade um dever da sociedade para aqueles que deram tanto de si para as gerações futuras" (PAPALÉO NETTO, 1996).

A ênfase na problematização da questão do envelhecimento passa a ser

desenvolvida, sistematicamente, a partir do século XVII, na Europa, com a transição

do modo de produção feudal para o capitalista mercantil. Assim,

O envelhecimento das primeiras gerações de operários marcou a associação entre velhice, pobreza e incapacidade, pois se tratava de um segmento da população que não podia, devido ao avanço da idade ou incapacidade física, vender a sua força de trabalho, constituindo-se como

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um grupo dependente de algum tipo de assistência. Ao mesmo tempo, o declínio da produção familiar, seja na agricultura, seja em pequenas empresas domésticas, reduziu um sistema de remuneração familiar que permitia aos filhos cuidar dos pais envelhecidos (DEBERT & SIMÕES, 1994).

Imprescindível à compreensão do fenômeno do envelhecimento da população

mundial, enquanto questão social, é a relação direta da influência do modo de

produção capitalista na estrutura familiar, ou seja, a exploração do capital sobre o

trabalho, gerando salários irrisórios, obrigando todos os componentes da família a

desenvolver alguma atividade produtiva ou comercial, fora de casa, para manter uma

renda mínima de sobrevivência. Tal situação altera substancialmente o processo de

reprodução da força de trabalho, em escala ampliada, recaindo sobre os mais

'frágeis', do ponto de vista produtivo, o ônus pela desestruturação do trabalho

doméstico (SOUZA, 1985).

Com a desestruturação do trabalho doméstico, o cuidado para com os idosos,

crianças e portadores de deficiência, antes assumido pela mulher, tem sido

paulatinamente delegado às instituições prestadoras de serviços, sejam públicas,

privadas ou filantrópicas, porém, nem sempre, tais serviços são planejados e

executados para garantir a dignidade de seus usuários. As políticas sociais

direcionadas à população idosa não atendem à demanda real, tendo em vista a

ilegitimidade de suas concepções. Na maioria das vezes, nem o corte dos 60 anos

de idade, assumido pela Organización Mundial de la Salud (2002), para países em

desenvolvimento, é respeitado no momento do exercício da cidadania do idoso. No

Brasil, por exemplo, a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS (Lei no 8.742, de 7

de dezembro de 1993), mediante o Benefício da Prestação Continuada (BPC),

atualizado no Estatuto do Idoso (2003), garante 1 (um) salário mínimo mensal ao

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idoso, muito pobre, com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais de idade, num país

onde a expectativa de vida é de 68,5 anos, tendendo a baixar em algumas regiões

específicas.

Em síntese, ao considerar o processo de envelhecimento num contexto histórico,

bem como as representações culturais, implicações sociais e políticas, em torno da

questão, observam-se divergências de acordo com a época em que se analisa tal

processo, caracterizando visões diferentes e antagônicas acerca de como foi e tem

sido tratado o assunto, nas distintas sociedades. Como bem enfatiza Lepargneur

(1997),

Nas civilizações antigas, o ancião era geralmente respeitado por ele mesmo, pelo que tinha sofrido e trabalhado durante muitos anos e por representar a tradição, o saber individual e coletivo, capitalizando 'know-how' da tribo, a sabedoria que uma geração tem de transmitir à seguinte para formar uma família, uma etnia, uma nação, uma religião. Os anciãos na África negra e na Ásia do sudeste são geralmente respeitados não apenas em razão de sua experiência, mas também em razão de sua proximidade futura com os antepassados defuntos. Uma nação não se faz apenas com o desenvolvimento das inovações, mas também, pela contínua digestão de seu passado coletivo, algo que mal cabe na memória dos computadores. Outrora o novo era objeto de suspeita por não ter sido testado pelo tempo. A rapidez da evolução técnico-científica inverteu brutalmente estas valorações das épocas da vida.

A ênfase na produtividade, mediante um sistema de exploração do capital sobre o

trabalho, elege um segmento da população a ser privilegiado pelas políticas

públicas. Tal dinâmica, ao longo da história, vem beneficiando o investimento nos

mais jovens, em detrimento da população que, teoricamente, não estaria mais em

condições de competir no mercado de trabalho. Dessa forma, os imperativos do

sistema econômico passam a se sobrepor aos princípios da dignidade humana.

Recorrendo às palavras de Leonardo Boff (1999), “a relação do ser humano sobre o

instrumento se tornou uma relação do instrumento sobre o ser humano”.

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38

Seguindo a lógica do capital, a velhice é uma fase da vida em que as perdas são

acentuadas, principalmente pelas relações sociais desenvolvidas nas sociedades

capitalistas, onde o idoso é praticamente descartado, não só do mercado de trabalho

como também do foco de intervenção do Estado.

A ênfase na competição nega a capacidade de produzir e o saber acumulado das

pessoas mais velhas. Sem abordar as condições ambientais, as quais, muitas vezes,

são os verdadeiros impedimentos e barreiras à capacidade de produzir do idoso,

elabora-se um discurso ideologicamente preconceituoso a respeito do

envelhecimento. Portanto, a questão não seria de falta de habilidade ou

incompetência, na verdade, tais barreiras poderiam ser vencidas mediante

cooperação e adaptação, desde que houvesse real interesse da família,

comunidade, sociedade e poder público. Aludindo ao biólogo Humberto Maturana

(apud BOFF, 1999), pode ser dito que “a sociedade moderna neoliberal,

especialmente o mercado, se assenta na competição. Por isso é excludente,

inumana e faz tantas vítimas”.

A partir do momento em que o processo de envelhecimento é entendido enquanto

fenômeno biopsicossocial, considerando seus determinantes e diferenças, tanto na

dimensão individual quanto populacional, o princípio da eqüidade torna-se essencial

na abordagem conceitual da questão, bem como, no conteúdo das políticas públicas

direcionadas à população que envelhece.

Independentemente da idade que se utilize nos diferentes contextos, é importante reconhecer que a idade cronológica não é um indicador exato das mudanças que acompanham o envelhecimento. Existem variações consideráveis no estado de saúde, na participação e nos níveis de independência entre as pessoas idosas da mesma idade. Os responsáveis políticos devem ter isso em conta, ao traçarem políticas e programas para suas populações de idosos. Promulgar amplas políticas sociais baseadas unicamente na idade cronológica pode ser discriminatório e

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contraproducente para o bem-estar das pessoas de idade avançada (ORGANIZCIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 2002).

Concluindo, para desenvolver uma visão ampliada sobre µR�WHPSR�H�R�HVSDoR�GR�VHU�LGRVR¶, convém defender a dialetização das dimensões µWHPSR�� HVSDoR� H� PXQGR¶, abrindo trincheiras para uma visão totalizadora, considerando as condições de vida,

estilo de vida e condições de trabalho como determinantes no processo de

envelhecimento. ������2�)HQ{PHQR�GR�(QYHOKHFLPHQWR�GD�3RSXODomR�0XQGLDO�

Nos últimos trinta anos o ‘fenômeno do envelhecimento da população mundial’ tem

sido considerado um marco na história das relações sociais, exigindo novas posturas

do poder público e da sociedade, no sentido de atender às demandas impostas

pelas questões e situações sociais emergentes, a partir do processo de transição

demográfica em curso. “O envelhecimento da população é um dos maiores triunfos

da humanidade e também um dos nossos maiores desafios. Ao entrar no século

XXI, o envelhecimento à escala mundial impõe maiores exigências econômicas e

sociais a todos os países” (ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 2002).

Com base nas informações apresentadas no relatório da Organização das United

Nations (2001), observa-se que, no mundo, o número de pessoas com 60 anos ou

mais foi estimado em 605 milhões no ano de 2000. Este número está projetado para

atingir cerca de 2 bilhões em 2050, tempo em que será tão alto quanto o da

população infantil (0-14 anos). Este fato, ou seja, o crescimento da população idosa

e o declínio da infantil, irá marcar a primeira vez na história em que o número de

crianças e pessoas idosas será semelhante. Os países que apresentam maior

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número de idosos são a Grécia e a Itália, onde 24% da população é envelhecida.

Em termos de regiões, a maioria das pessoas idosas (53%) reside na Ásia, enquanto

a Europa apresenta a segunda maior população (24%). Na América Latina e Caribe

vivem 8% dos idosos da população mundial.

Vários fatores têm contribuído para o processo de transição demográfica, tais como:

avanço das pesquisas e o emprego de novas tecnologias de diagnóstico (laboratorial

e de imagem) e tratamento na área de saúde; diminuição das taxas de mortalidade

infantil (levando a um aumento da expectativa de vida), de fecundidade e natalidade;

prevenção com medida coletiva (vacinação em massa), controle e erradicação das

Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP), utilização de novos medicamentos mais

eficazes; e melhoria nas condições sanitárias das cidades permitindo aumento da

longevidade.

Diferente do conceito de longevidade, o qual,

Refere-se ao número de anos vividos por um indivíduo ou ao número de anos que, em média, as pessoas de uma mesma geração ou coorte viverão, o envelhecimento populacional não se refere a indivíduos, nem a cada geração, mas, sim, à mudança na estrutura etária da população, o que produz um aumento do peso relativo das pessoas acima de determinada idade, considerada como definidora do início da velhice. Este limite inferior varia de sociedade para sociedade e depende não somente de fatores biológicos, mas, também, econômicos, ambientais, científicos e culturais (CARVALHO & GARCIA, 2003).

Na visão de Andrews (apud BOFF, 1999), são aspectos importantes a serem

considerados para entender o fenômeno do envelhecimento da população mundial:

desde 1950, a esperança de vida ao nascer em todo o mundo aumentou 19 anos;

hoje em dia, uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou mais; para 2050,

estima-se que a relação será de um para cinco para o mundo em seu conjunto, e de

um para três para o mundo desenvolvido; segundo as projeções, o número de

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centenários – de 100 anos de idade ou mais – aumentará 15 vezes, de

aproximadamente 145 000 pessoas em 1999 para 2,2 milhões em 2050; e entre

1999 e 2050 o coeficiente entre a população ativa e inativa – isto é, o número de

pessoas entre 15 e 64 anos de idade por cada pessoa de 65 ou mais – diminuirá em

menos da metade nas regiões desenvolvidas, e em uma fração ainda menor nas

menos desenvolvidas.

Analisando as peculiaridades dos processos de envelhecimento ocorridos em países

desenvolvidos e em desenvolvimento, Gordilho et al. (2001) consideram que, no

primeiro caso,

Essa transição aconteceu lentamente, efetivando-se ao longo de mais de cem anos. Alguns desses países apresentam hoje um crescimento negativo da sua população, com uma taxa de nascimento mais baixa que a de mortalidade. A transição acompanhou a elevação da qualidade de vida das populações urbanas e rurais, graças à adequada inserção das pessoas no mercado de trabalho e às oportunidades educacionais mais favoráveis, além de melhores condições sanitárias, alimentares, ambientais e de moradia.

Nos países em desenvolvimento, a expectativa de vida começou a aumentar a partir

da década de 50, em decorrência do emprego de tecnologias, tais como: vacinas,

antibióticos, melhoria dos equipamentos médicos de diagnósticos e terapêuticos,

entre outros, reduzindo drasticamente a mortalidade por DIP, aumentando a

expectativa de vida, embora não necessariamente tenha ocorrido uma melhoria na

qualidade de vida da população geral.

Percebe-se, portanto, uma nítida diferença entre os processos de envelhecimento

populacionais ocorridos em alguns países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Naqueles, onde foi implementado o ‘Welfare State’, modelo de estado que exerce

diretamente as funções de reprodução da força de trabalho, foram garantidas

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condições materiais de bem-estar, expressas pela proteção ao trabalho, mediante

uma política de seguridade social, onde a população envelheceu lentamente, com

qualidade de vida, tendo acesso à previdência, assistência social e saúde, enquanto

o processo vivenciado nos países em desenvolvimento permitiu que a população

envelhecesse de forma acelerada, sem haver grandes mudanças nos indicadores de

pobreza das sociedades.

����3URFHVVRV�GH�7UDQVLomR�'HPRJUiILFD�H�(SLGHPLROyJLFD�QR�%UDVLO��7UDQVLomR�'HPRJUiILFD�

Atualmente, a população brasileira com idade a partir dos 60 anos é estimada em

torno de 15 milhões de pessoas.

Em 2025, segundo projeções demográficas, o Brasil será o sexto país do mundo a ter uma população de idosos, em termos absolutos. Estimam-se 33 milhões de indivíduos com mais de 60 anos de idade (SAYEG, 1997). Como resultado do aumento da expectativa de vida com a queda da natalidade, o Brasil segue uma tendência mundial de envelhecimento populacional, onde há duas décadas havia 16 idosos para cada 100 crianças (população de até 14 anos), dez anos depois eram 21 para 100 e hoje são 29 idosos para 100 crianças. Fato interessante é constatar que o maior crescimento proporcional foi das pessoas com 75 anos e mais. Eram 2,4 milhões de brasileiros nesta idade em 1991 e hoje são 3,6 milhões (IBGE, 2000).

Embora existam algumas divergências, entre autores, dados revelam que a primeira

fase do processo de transição demográfica no Brasil foi marcada pela diminuição

das taxas de mortalidade infantil, como decorrência do maior controle das doenças

infecciosas, obtida pelo uso de tecnologias sanitárias e médicas trazidas do exterior

na década de 40, caindo de 24 óbitos por mil nascidos vivos em 1940, para 13 por

mil em 1990. Com a diminuição das taxas de fecundidade, a partir da década de 60,

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é iniciada a segunda fase da transição demográfica, caindo de 6,28 filhos por mulher

em idade fértil, em 1960, para 4,35 em 1980 e 2,7 em 1991. Vale salientar que, no

mesmo período, no Brasil, a expectativa de vida ao nascer passou dos 42,74 para

os 60,08 anos em média (IBGE, 1992).

No entendimento de Carvalho & Garcia (2003), entre os anos 30 e 60 do século XX,

o sensível declínio da mortalidade infantil com a fecundidade mantida em níveis

altos, não gerou impacto significativo na estrutura etária proporcional. Ocorreu, na

época, o fenômeno denominado H[SORVmR�GHPRJUiILFD.

A essa situação se chama de quase-estabilidade (mortalidade declinante, fecundidade basicamente constante, taxas de crescimento crescentes e estrutura etária aproximadamente constante). Ao se começar o declínio sustentado de fecundidade é que se dá início ao processo de envelhecimento de uma população. Em vários países, inclusive o Brasil, que, até então, tinham uma população extremamente jovem, quase-estável, com o declínio da fecundidade, o ritmo de crescimento anual do número de nascimentos passou, imediatamente, a cair, o que fez com que se iniciasse um processo contínuo de estreitamento da base da pirâmide etária, conseqüentemente, de envelhecimento da população.

A partir da contribuição mais abrangente de Veras (2002),

A explicação para o crescimento da população do grupo etário de mais de 60 anos está na drástica redução das taxas de fecundidade, principalmente nos centros urbanos, sendo várias as razões para esta mudança no padrão reprodutivo. Um deles é o intenso processo de urbanização da população. Uma das conseqüências deste fato pode ser observado na crescente limitação do tamanho da família, ditada pelo PRGXV� YLYHQGL dos grandes centros urbanos (principalmente em um contexto de crise econômica), caracterizado, entre outras coisas, por uma progressiva incorporação da mulher à força de trabalho, uma crescente difusão dos meios contraceptivos, e pelas mudanças nos padrões socioculturais decorrentes da própria migração, além da ação massificadora dos meios de comunicação, sobretudo da televisão, que veicula um padrão associado, principalmente, às famílias pequenas.

Segundo Gordilho et al. (2001),

O processo de transição demográfica no Brasil caracteriza-se pela rapidez com que os aumentos absoluto e relativo das populações adulta e idosa vêm alterando a pirâmide populacional. Até os anos 60, todos os grupos etários registravam um crescimento praticamente idêntico, a partir daí, o grupo de idosos passou a liderar esse crescimento. À semelhança de outros países latino-americanos, o envelhecimento no Brasil é um fenômeno

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predominantemente urbano resultando, sobretudo, do intenso movimento migratório iniciado na década de 60, motivado pela industrialização desencadeada pelas políticas desenvolvimentistas.

Apesar de haver alguns impasses em relação à intensidade do impacto dos fatores

determinantes no processo de transição demográfica, não se pode negar a

importância de cada um deles. Outra característica marcante do envelhecimento no

Brasil diz respeito ao processo de feminização, onde, desde 1950, as mulheres têm

maior esperança de vida ao nascer, cuja diferença está ao redor de sete anos e

meio. Tal situação representa impacto considerável na demanda por políticas

públicas, visto que, embora as mulheres vivam mais que os homens, elas estão mais

sujeitas a deficiências físicas e mentais (GORDILHO et al., 2001).

Em síntese, conforme registra Kalache et al. (1987),

No Brasil, entre 1960 e 1980 houve uma queda de 33% na fecundidade. A diminuição no ritmo de nascimento resulta, em médio prazo, na ampliação relativa da população idosa. No mesmo período de 20 anos a expectativa de vida aumentou em oito anos. Entre os anos de 1980 e 2000, o aumento estimado se situa em torno de cinco anos, quando o brasileiro, ao nascer, terá a esperança de vida de 68 anos e meio. As projeções para o período de 2000 a 2025 permitem supor que a expectativa média de vida do brasileiro estará próxima dos 80 anos, para ambos os sexos.

Dessa forma, considerando as dimensões geográficas e populacionais da sociedade

brasileira, onde a história registra índices de desigualdades socioeconômicas

protagonizadas por um processo desumano de concentração de renda, tal realidade

irá marcar as diferenças no envelhecimento das populações nas diversas Regiões

do País, existindo no Sul e Sudeste padrões mais próximos daqueles observados

em países desenvolvidos, enquanto no Norte e Nordeste tais padrões aproximam-se

dos observados nos países subdesenvolvidos.

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45

Outra característica observada são as diferenças nos padrões de envelhecimento

nas Regiões do Brasil é verificada no Nordeste, por exemplo, onde a emigração da

população jovem acentua tal processo, devido à necessidade de deslocamento para

os grandes centros urbanos, em busca de oferta e melhores condições de trabalho.

Mais um indicador dessas diferenças, diz respeito à situação educacional, onde a

média de anos de estudo dos ‘Idosos Responsáveis pelos Domicílios’ é bastante

diferenciada entre as Unidades da Federação, variando de 6,0 no Distrito Federal a

2,5 anos de estudo no estado de Pernambuco. No Norte e Nordeste, onde a

população rural tem maior expressão, a média de estudo nas capitais é bastante

superior. No conjunto do Estado de Pernambuco, a escolaridade média dos idosos é

bem inferior à média encontrada para a capital Recife: 2,5 contra 5,6 (IBGE, 2000).

Ao observar os dados sobre o Rendimento Médio dos Idosos Responsáveis pelos

Domicílios, a lógica da diferenciação entre as Regiões se mantém, refletindo a

desigualdade na distribuição dos rendimentos em três níveis. O primeiro é referente

à variação dos rendimentos médios em função da situação do domicílio (urbana ou

rural), onde a renda rural representa algo em torno de 40% da renda urbana. O

segundo nível de desigualdade é verificado a partir do diferencial entre os

rendimentos médios extremos observados intra-regionalmente, constatando-se o

maior diferencial na Região Norte, onde o rendimento médio do idoso nas áreas

rurais do Amazonas corresponde a aproximadamente 54% do mesmo rendimento

verificado em Rondônia, havendo maior homogeneidade nas Regiões Sul e

Nordeste. O terceiro nível de desigualdade é verificado inter-regiões, onde o menor

rendimento médio dos responsáveis pelos domicílios foi verificado no Nordeste (R$

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198,00), equivalente a apenas 36,3% do mesmo rendimento no Centro-Oeste (R$

546,00) ou a 49,7% do rendimento rural auferido nas Regiões Sul e Sudeste (IBGE,

2000).

�7UDQVLomR�(SLGHPLROyJLFD�

Uma das maiores conquistas da humanidade foi a ampliação do tempo de vida, ampliação que se fez acompanhar de uma melhora substancial dos parâmetros de saúde das populações, ainda que estas conquistas estejam longe de se distribuir de forma eqüitativa nos diferentes países e contextos socioeconômicos. O envelhecimento da população é uma aspiração natural de qualquer sociedade, mas não basta por si só. Viver mais é importante desde que se consiga agregar qualidade a estes anos adicionais de vida (VERAS, 2001).

Apesar dos dados epidemiológicos apontarem sempre para o aumento da incidência

das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no mundo, o processo de

envelhecimento biológico não deve ser confundido com doença, sendo necessário

abordar a diferença entre os conceitos de VHQLOLGDGH e VHQHVFrQFLD. A palavra

senilidade está relacionada às alterações produzidas pelas diversas doenças que

podem acometer o idoso; senescência está relacionada às mudanças que ocorrem

no organismo apenas pela passagem dos anos, correspondentes aos efeitos

naturais do envelhecimento (cerebral, cardiovascular, respiratório, renal, digestivo,

osteoarticular e endocrinológico), enquanto processo normal, não podendo ser

interpretadas como patológicas (PASSARELI, 1997).

Acompanhando o processo de transição demográfica, a mudança no perfil de saúde

das populações é outro fenômeno que vem sendo observado. A morbimortalidade

que existia como decorrência de DIP, ao ser controlada, cede lugar para a

morbimortalidade por DCNT, como resultado do aumento da expectativa de vida das

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populações. Tal processo, denominado ‘7UDQVLomR� (SLGHPLROyJLFD’, também

apresenta características peculiares nos contextos das diferentes sociedades.

De acordo com Carvalho et al. (1998),

Tomando-se como referência o Brasil, observamos que o processo histórico verificado neste século, no País, em nada se assemelha, por exemplo, ao ocorrido nos países capitalistas europeus que implementaram a industrialização conjuntamente com políticas de µ:HOIDUH�6WDWH¶. Este Estado de µEHP� HVWDU� VRFLDO¶ decorreu das políticas públicas implantadas, principalmente, nas áreas de educação, saúde e seguridade social, associadas com políticas de expansão econômica, assegurando trabalho e renda (salário).

No Brasil, a transição epidemiológica indica um novo padrão, onde

A principal característica que diferencia a nossa população em processo de envelhecimento da dos países desenvolvidos é que o Brasil ainda possui uma alta proporção de sua população na faixa etária de 0-14 anos, e este grupo jovem tem suas próprias necessidades sociais e médicas específicas, sobretudo a necessidade de aprimoramento na educação e a erradicação de doenças comuns. Ao mesmo tempo, a população que envelhece coloca novas exigências para os serviços sociais e de saúde. Os problemas de saúde das pessoas idosas são freqüentemente de natureza crônica e podem requerer intervenções custosas e o uso de tecnologia complexa. O crescimento projetado das despesas varia de país para país. Contudo, a estimativa média do custo de saúde de uma pessoa idosa poderia cobrir o custo de três pessoas de menos idade (VERAS, 1994).

Neste contexto, o Brasil registra ainda elevados índices de DIP e DCNT, além das

chamadas enfermidades ‘emergentes e reemergentes’, delineando um perfil

epidemiológico complexo e heterogêneo.

Existe no País um predomínio da mortalidade por DCNT, principalmente cardiovascular (1a causa de óbito) sobre DIP que declina acentuadamente. As Causas Externas, que correspondem aos acidentes de trânsito, homicídios e suicídios, representam a segunda posição na mortalidade por grandes grupos de causas, observando-se um aumento das neoplasias malignas, diabetes e SIDA. (CARVALHO et al., 1998).

Relacionada à saúde do idoso, a realidade brasileira revela uma lacuna estrutural a

ser preenchida, havendo carência de equipes de profissionais capacitados para

atender a referida população e ambientes devidamente adaptados para recebê-la.

Como a população envelhece e os idosos são mais freqüentemente afetados por doenças crônicas, o número de consultas tende a se ampliar

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progressivamente. Sabemos também que esse número ampliado de consultas leva a um incremento substancial do consumo de medicamentos, exames complementares e hospitalização (VERAS, 2001).

Embora protegido pelos direitos de cidadania, o usuário que atingir a chamada

‘terceira idade’ provavelmente enfrentará sérias dificuldades de acesso aos serviços

públicos de saúde, como por exemplo: falta de informação sobre os direitos e

recursos disponíveis; escassez de meios de transporte devidamente adaptados,

burocracia institucional, entre outros. Tais dificuldades serão agravadas de acordo

com a situação socioeconômica do idoso, interferindo significativamente na sua

qualidade de vida. A respeito do assunto, Mendes (apud VERAS, 2003), enfatiza

que:

A baixa resolutividade do modelo em curso, a precariedade dos serviços ambulatoriais, a escassez dos serviços domiciliares, a falta de instâncias intermediárias (como os hospitais-dia e centros de convivência), fazem com que o primeiro atendimento ocorra em estágio avançado, dentro do hospital, o que não só aumenta os custos como diminui as chances de um prognóstico favorável.

Apesar dos esforços que vêm sendo feitos no sentido de efetivar, na prática,

Políticas Públicas capazes de causar impactos positivos no cotidiano da população

idosa, ainda predomina a µFLGDGDQLD�GH�SDSHO¶, ou seja, a maioria da população sofre

as conseqüências desumanas do processo histórico de iniqüidade e exclusão social,

contando apenas com o aparato legal, muitas vezes, Leis nem sequer

regulamentadas, como é o caso da PEI no estado de Pernambuco.

Nas palavras de Sayeg (1997),

Muito se tem improvisado em termos de Geriatria e Gerontologia. Vários profissionais, na área de saúde, não têm qualificação porque não tiveram oportunidade, na Universidade, de fazer cursos de extensão ou especialização. Isso faz com que muitos desses profissionais, que atuam junto aos idosos, incorram em erros graves, até mesmo, em alguns casos, prejudicando e causando o que chamamos de µLDWURJHQLD¶ de atendimento, por puro desconhecimento. Torna-se, então, fundamental o treinamento de Recursos Humanos, a qualificação de pessoal. E, isto, não envolve só a classe médica, uma vez que a Geriatria e Gerontologia trabalham com

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conceito multidisciplinar. Logo, o médico, não trabalha sozinho, mas com a ajuda de vários profissionais. Todas as profissões que tenham interface com o problema, com a atenção do envelhecimento, devem ter elementos qualitativos, em termos de Recursos Humanos.

E o resultado de todo esse processo irá afetar diretamente o setor saúde,

demandando novas posturas do poder público para administrar os impactos do

envelhecimento na agenda das políticas sociais. Neste sentido, foi elaborada a

Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI)1, tendo como objetivo: SHUPLWLU� XP�HQYHOKHFLPHQWR� VDXGiYHO�� R� TXH� VLJQLILFD� SUHVHUYDU� D� FDSDFLGDGH� IXQFLRQDO�� D�DXWRQRPLD�H�PDQWHU�R�QtYHO�GH�TXDOLGDGH�GH�YLGD�GR�LGRVR (GORDILHO et al., 2001).

����2�,GRVR�H�D�,OKD���

Ao adotar o processo de envelhecimento como categoria social de análise,

transcendendo os limites da idade cronológica ou biológica, considera-se que

A saúde e a qualidade de vida dos idosos, mais que em outros grupos etários, sofrem a influência de múltiplos fatores físicos, psicológicos, sociais e culturais. Assim, avaliar e promover a saúde do idoso significa considerar variáveis de distintos campos do saber, numa atuação interdisciplinar e multidimensional (ANDERSON, 1997).

A realidade evidencia a necessidade de estudos que permitam conhecer o perfil do

idoso, nos diferentes contextos sociais, com a finalidade de subsidiar o planejamento

de políticas públicas cujos resultados causem impactos positivos na vida cotidiana

das referidas populações. Criar medidas que garantam a dignidade do ser humano,

viabilizando níveis satisfatórios de autonomia e independência durante a fase em

que as perdas fisiológicas se acentuam, significa promover a saúde do idoso.

1 Aprovada pela Portaria no 1.395, de 9 de dezembro de 1999 e publicada no DOU no 237-E, seção 1, página 20 a 24 de 13 de dezembro de 1999.

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Considerando, enfim, a importância do tema abordado e a necessidade de

investimento em pesquisa sobre a população idosa brasileira - que apresenta

características específicas, devido a diversos fatores socioeconômicos, políticos,

culturais, inclusive relacionados ao espaço geográfico de um país com dimensões

continentais, onde historicamente a iniqüidade social vem sendo revelada no cenário

de uma sociedade marcada pelos contrastes de representar, no contexto

internacional, uma das dez maiores economias do mundo e ao mesmo tempo ocupar

a escala dos sexagésimos países em índice de desenvolvimento humano - este

trabalho investigou uma população idosa, cuja situação de isolamento geográfico é

uma de suas características mais peculiares.

O estado de Pernambuco está localizado na região Nordeste do Brasil, ocupando

uma área de aproximadamente 98.307 Km2. É formado por 185 municípios,

distribuídos em 5 meso-regiões: Metropolitana do Recife, Mata Pernambucana,

Agreste Pernambucano, Sertão Pernambucano e Sertão do São Francisco, além do

Distrito Estadual de Fernando de Noronha.

Em Pernambuco, segundo dados da IBGE (2000), atualmente existem

aproximadamente 704. 886 idosos, numa população geral de 7. 918. 344 habitantes.

Recife é a terceira Capital do País em número de população idosa, representando

uma Taxa de Envelhecimento de 9,4%. A proposta de estudar o universo dos idosos

residentes no DEFN surgiu como possibilidade de desenvolver um estudo pioneiro,

para traçar o perfil socioeconômico e epidemiológico da população insular, onde são

verificados os melhores indicadores regionais de qualidade de vida.

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O DEFN foi instituído pela Lei nº 11.304, de 28 de dezembro de 1995, que também

aprovou a sua Lei Orgânica. Desde então,

O DEFN, entidade autárquica integrante da administração direta do Poder Executivo, exerce sobre toda extensão da área territorial do Arquipélago de Fernando de Noronha a jurisdição plena atribuída às competências estadual e municipal, bem como os poderes administrativos e de polícia próprios de ente público (PERNAMBUCO, 1995).

Quanto à Organização do DEFN, sua estrutura de direção superior é composta por

dois órgãos: a Administração-Geral, órgão executivo do DEFN, dirigido e

representado pelo Administrador-Geral, nomeado pelo Governador do Estado, após

prévia aprovação da indicação pela Assembléia Legislativa; e o Conselho Distrital,

câmara de consulta e fiscalização das atividades exercidas pela Administração

Geral, com poderes de indicação e deliberação sobre matérias específicas de

interesse direto da população do Arquipélago. Os Conselheiros Distritais são eleitos

através do voto direto e secreto dos eleitores residentes e domiciliados em Fernando

de Noronha, inscritos na sua jurisdição, para o exercício do mandato de quatro anos.

(PERNAMBUCO, 1995).

A opção pela linha de pesquisa ‘A Saúde das Populações de Pernambuco: Cidade e

Campo no contexto Regional’ foi feita com a intenção de incluir a 'Ilha' nesta

temática, contemplando as peculiaridades históricas, sociais, demográficas e

epidemiológicas de uma comunidade que vive isolada do Continente. Uma das

peculiaridades do DEFN, diz respeito à taxa de envelhecimento populacional local

(4,3%), que não acompanha o processo de envelhecimento observado no País

(8,6%). Atualmente, em Fernando de Noronha, existe uma população fixa estimada

em 2. 051 habitantes, entre os quais, 88 são idosos (IBGE, 2000).

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52

A importância deste estudo é justificada pela necessidade de se conhecer essa

população idosa, isolada, minoritária, numa comunidade onde as políticas públicas

tendem historicamente a privilegiar setores ligados ao ‘PHLR� DPELHQWH’, turismo e

população jovem, principalmente, quando consideramos a Taxa de Crescimento

Médio Geométrico Anual da Ilha (2,21%), que supera as médias Nacional (1,36%) e

Estadual (0,75%), exigindo planejamento, a médio prazo, para manter o equilíbrio

entre recursos naturais disponíveis e capacidade de ocupação populacional

(BRASIL, 2000).

Outro fato que chamou atenção foi a escassez de dados sobre os idosos residentes

em Fernando de Noronha. E a originalidade deste trabalho está relacionada

justamente ao impacto que o estudo poderá causar na agenda da saúde pública

local, no momento em que seus gestores estão sensíveis à questão do

envelhecimento.

Ao destacar ‘meio ambiente’, propondo uma visão crítica sobre o termo, este

momento é propício à reprodução do pensamento de Milton Santos (2003), o qual

discorreu da seguinte forma sobre o assunto:

O termo ‘meio ambiente’ me incomoda profundamente. Não é uma questão corporativa; é que meio ambiente se constitui apenas uma metáfora, portanto não se pode teorizar a partir dessa noção. O que há é o PHLR, que por simplificação às vezes se chama meio ambiente, o que constitui também uma redução. [...] Uma dessas visões é a visão de território freqüentemente confundida com a visão do ambiente. Na realidade, território também não é uma categoria analítica. A categoria analítica é o território usado pelos homens, tal qual ele é, isto é, o espaço vivido pelos homens, sendo também, o teatro da ação de todas as empresas, de todas as instituições. Desse espaço humanizado, as cidades são hoje a grande representação e a grande esperança. �

��

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53

����$VSHFWRV�+LVWyULFRV�GR�'LVWULWR�(VWDGXDO�GH�)HUQDQGR�GH�1RURQKD�

O Arquipélago de Fernando de Noronha, descoberto oficialmente no ano de 1503,

por Américo Vespúcio, numa expedição patrocinada pelo fidalgo Fernan de Loronha,

só foi ocupado pelos portugueses a partir de 1737, ao ser incorporado à Capitania

de Pernambuco, quando foi fundada a Vila dos Remédios. Segundo relato histórico

dos autores Silva & Melo (2000),

Ainda no século XVI muitos a visitariam. Muitos navegadores descansariam ali das jornadas pelo mar. Dali levariam madeira para suas embarcações. Dali tirariam alimentos - frutos e raízes, ovos, aves, tartarugas para sua alimentação. [...] Até que, no século XVII, o homem veio para ficar. [...] Inicialmente, por 25 anos: os holandeses (1629 a 1654), chegam, erguem um reduto no alto de um morro. Arrendam a terra a gente de nobreza. [...] O século XVIII seria decisivo. A presença dos franceses (1736 a 1737) despertaria a atenção de Portugal pelo abandono a que havia relegado sua primeira Capitania no Brasil, jamais ocupada pelo seu donatário. Nas rotas das grandes navegações, aquele espaço abandonado significava perigo. E uma estratégia de ocupação e defesa surgiria, traçando-se espaços para vilas, onde viveriam prisioneiros comuns de Pernambuco e, eventualmente, presos políticos ou por razões políticas, de muitos lugares do Brasil.

Desde o início do processo de desenvolvimento do Arquipélago, a população de

Fernando de Noronha passou a sofrer as conseqüências de várias administrações

públicas autoritárias, sem participação popular. Tal situação pode ser analisada

consideradas as finalidades para ocupação do Arquipélago, quase sempre

associadas à vigilância e punição de presos comuns e políticos, bem como,

segurança nacional.

A Vila dos Remédios (sede da Colônia Correcional), teve seu traçado urbano delimitado em dois largos, que se uniriam em um dos ângulos, um – o poder civil – diante da edificação de comando; o outro – o poder religioso – diante da Igreja de N.Sª dos Remédios. [...] Dez fortificações nasceram da estratégia militar implantada, para defender todas as praias onde fosse possível o desembarque, sendo nove espalhadas pelos 17Km2 da ilha principal e uma isolada, sobre um morro, em frente ao porto natural, de Santo Antônio. [...] Obrigados a trabalhar até a exaustão, foi a mão de obra carcerária que construiu tudo. Pedras foram sendo levadas para os pontos escolhidos. Áreas foram devastadas na sua vegetação, para darem lugar aos conjuntos arquitetônicos ou prédios isolados que se instalavam (SILVA & MELO, 2000).

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Ainda sobre a história da ocupação de Fernando de Noronha, Silva & Melo (2000)

continuam:

Por 201 anos vigoraria o presídio comum de Fernando de Noronha. Muito pouco seria acrescentado ao espaço, senão cabanas para presos de bom comportamento e suas famílias, em meados do século XIX, após a liberação de também serem remetidas mulheres para a ilha, tanto companheiras dos correcionais como mulheres prisioneiras, igualmente condenadas – como os homens ali mantidos - a longas penas. E com essa liberação veio o aumento da população, vieram os risos infantis, a necessidade de programas escolares e de saúde, o controle excessivo da conduta de cada um dos que aí viviam, submetidos a um regime de extrema rigidez. [...] O presídio político criado em 1938, após a cessão da ilha à União, não traria grandes mudança ao traçado urbano. Substituíam-se homens, apenas. Saíam os ladrões, os assassinos de Pernambuco, condenados a longas penas, para chegarem os comunistas, aliancistas e integralistas de todo o Brasil, homens letrados movidos por ideais considerados subversivos, submetidos ao serviço braçal, encontrando o derivativo da Arte para sublimarem aqueles dias de humilhação, fazendo teatro nas horas de descanso, como um refrigério para seus atormentados espíritos. E saem os presos comuns, transferidos para a Ilha Grande, no Rio de Janeiro, somente permanecendo ali os que se haviam mostrado úteis aos trabalhos do dia a dia.

A história de Fernando de Noronha começou a tomar novo rumo, em relação ao

processo de conquista dos direitos de cidadania da população insular, a partir dos

anos 80, culminando em 1987, quando tomou posse o primeiro Governador Civil do

Arquipélago, vinculado ao Ministério do Interior (MINTER). Pela primeira vez, a meta

principal do Governo passou a ser "...a recuperação da cidadania da população

civil de Fernando de Noronha, que há décadas habita o Território, sem que antes

tenha tido direitos e deveres formalmente explicitados e legalmente constituídos"

(BRASIL, 1988).

Terminada a Segunda Guerra Mundial, restou o Território Federal, rígido e hierárquico. Restaram uns poucos que haviam atravessado os muitos tempos noronhenses, descendentes de presos, de guardas, de gente do Continente que se haviam acostumado à solidão daquelas paragens e à extrema beleza do lugar. Restavam pescadores, agricultores, construtores, carpinteiros, cozinheiros, professores leigos, que por serem bons nas tarefas que cumpriam, eram necessários ao funcionamento diário. Restavam crianças que cresciam sob o domínio do Exército, depois da Aeronáutica, do EMFA e, finalmente, do Ministério do Interior (MINTER), período em que a ilha recebeu seu único Governador civil e tempo das mais significativas mudanças, enquanto território sob o domínio da União (1987 / 1988). A população dobrou, nesse tempo não militarizado mas ainda fronteira e território federal (SILVA & MELO, 2000).

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Em 1988, após aprovação da nova Constituição brasileira, o Arquipélago de

Fernando de Noronha volta a ser administrado pelo estado de Pernambuco, na

condição de Distrito Estadual, sem levar em consideração a opinião da população

insular.

Surgiu também aí a primeira Assembléia Popular, inaugurando um tempo de querer-se democracia e não submissão. O ilhéu começava a aprender a questionar, exigir, propor, decidir. Inicia-se, de fato, a construção de um cidadão noronhense. Só aí apareceria também o interesse na preservação do patrimônio cultural, deixado ao abandono por tanto tempo (SILVA e MELO, 2000).

Naquele mesmo ano, a concretização da luta do ilhéu pela preservação da natureza,

seria outro acontecimento marcante na história das relações sociais da Ilha. De

acordo com Silva & Melo (2000),

Já nesse tempo, a comunidade científica internacional vinha sendo mobilizada para reconhecer o potencial ambiental ainda existente no arquipélago, merecedor de ser transformado em unidade de conservação, sob a proteção de órgãos ambientalistas de nível nacional. Iniciado em 1982, esse movimento evoluiu até transformar-se em projeto e, finalmente, dar origem ao Parque Nacional Marinho (PARNAMAR/FN), criado em setembro de 1988 (fig. 1).

A administração do Parque é Federal, a cargo do Instituto Brasileiro de Meio

Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que se compromete a

preservar o ambiente e proporcionar oportunidades para o turismo ecológico e a

pesquisa científica, como é o caso dos ProjetosTartaruga Marinha (TAMAR) e

Golfinho Rotador. A área restante é Área de Proteção Ambiental (APA), permitindo o

uso urbano acompanhado de cuidados ambientais.

Hoje, Noronha é Patrimônio Ambiental da Humanidade, reconhecido pela UNESCO. O PARNAMAR (fig. 03), abrange 70% de toda área terrestre e marinha até 50 metros de profundidade e o restante é APA, Área de Proteção Ambiental (GUERRIERO, 2002).

Em linhas gerais, a população insular conta com uma infra-estrutura de serviços

básicos. Na área da saúde, o Hospital São Lucas, de natureza pública estadual,

caracteriza-se por ser um hospital geral, o único no Arquipélago, contando com uma

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equipe de nível superior: três médicos (clínico geral, pediatra e obstetra/

ginecologista); duas enfermeiras; três odontólogos e um farmacêutico/bio-químico;

nível médio: dez auxiliares de enfermagem; duas recepcionistas; quatro motoristas e

um agente administrativo; e nível elementar: quatro funcionários responsáveis pelos

serviços gerais, lavanderia e limpeza.

O Hospital São Lucas apresenta instalações para prestar serviços de emergência,

existindo uma sala específica para pacientes que necessitam ficar em observação;

curativos e gesso; atendimento ambulatorial com dois consultórios médicos

(ginecologia, clínica médica e pediatria) e um gabinete odontológico; raio-X;

laboratório de análises clínicas; vacinação; nebulização; expurgo; cirurgias; partos e

internação, contando com três enfermarias, totalizando sete leitos, sendo dois para a

clínica médica, três para pediatria e dois para a obstetrícia.

Em Noronha, segundo o censo do IBGE (2000), residem 2. 051 habitantes, sendo

1. 059 homens e 992 mulheres. A taxa de Alfabetização corresponde a 93,50% entre

as pessoas residentes com 10 anos e mais de idade. Na Ilha existe uma creche, a

Escolinha Bem-Me-Quer, para crianças na faixa etária dos 4 meses aos 5 anos de

idade e a Escola Arquipélago de Fernando de Noronha, abrangendo desde a

alfabetização ao ensino médio.

Dos 467 domicílios particulares permanentes, 398 contam com abastecimento de

água na forma de rede geral; 64 com poços ou nascentes e 5 com outras formas de

abastecimento. A coleta do lixo abrange a totalidade dos domicílios. São 453

domicílios com banheiro ou sanitário, entre os quais, 274 com esgotamento sanitário

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ligado à rede geral e 14 domicílios sem banheiro ou sanitário. O esgotamento

sanitário foi apontado como uma das principais carências, em termos de infra-

estrutura, por não atender à demanda total da Ilha (BRASIL, 2000).

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��2%-(7,926

�����*HUDO��TRAÇAR O PERFIL SOCIOECONÔMICO E EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO

IDOSA DO DISTRITO ESTADUAL DE FERNANDO DE NORONHA.

����(VSHFtILFRV

Conhecer a situação socioeconômica da população idosa do DEFN;

Avaliar os indicadores de Autonomia e Independência da população idosa do

DEFN;

Identificar a prevalência das Doenças Crônicas Não Transmissíveis na população

idosa do DEFN.

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��352&(',0(1726�0(72'2/Ï*,&26������ÈUHD�GH�(VWXGR��Segundo informações oficiais, 21 ilhas e ilhotas de formação vulcânica conformam o

Arquipélago de Fernando de Noronha (fig. 2), que surgiu há 12 milhões de anos,

como um dos cumes da Cordilheira Dorsal Meso-Atlântica (fig. 3), quando fortes

explosões de material liquefeito jorraram do interior da Terra a 3o 54’ de latitude sul e

32o 25’ de longitude oeste. O Arquipélago é uma montanha com cerca de 4 500

metros de profundidade e 60 quilômetros de diâmetro na base. Na superfície ocupa

uma área de 26Km2. O ponto mais alto é o Pico, medindo 321 metros de altura. O

clima é sempre quente, com temperatura média anual de 27o C, pouca variação

entre dia e noite e duas estações definidas: uma seca, de agosto a fevereiro, e uma

úmida, de março a julho (GUERRIERO, 2002).

Fernando de Noronha também é o nome da Ilha principal do Arquipélago, onde a

pesquisa foi realizada, tendo sido presídio comum (1737/1938); presídio político da

União (1938/1942); destacamento misto durante a II Guerra Mundial (1942/1945);

Território Federal (1942/1988); e reintegrado ao Estado de Pernambuco (1988). É a

única Ilha habitada, dista 545Km da cidade do Recife e possui uma área de 17Km2.

Apresenta uma população fixa de 2.051 habitantes, onde a Taxa de Envelhecimento

é de 4,3%, existindo 88 idosos (IBGE, 2002).

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)LJXUD���– Mapa do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha

)RQWH��$JHQGD�&XOWXUDO�)HUQDQGR�GH�1RURQKD�����

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)LJXUD�� – Mapa do Arquipélago de Fernando de Noronha

)RQWH��$JHQGD�&XOWXUDO�)HUQDQGR�GH�1RURQKD������

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)LJXUD�� – Cordilheira Dorsal Meso-Atlântica

)RQWH��$JHQGD�&XOWXUDO�)HUQDQGR�GH�1RURQKD�����

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����'HVHQKR�GR�(VWXGR��Caracteriza-se por ser um estudo descritivo, quantitativo, epidemiológico, de corte

transversal, em população especial, apresentando como vantagens: o baixo custo, o

alto potencial descritivo e a simplicidade analítica. Segundo Rouquayrol & Almeida

Filho (1999), esse tipo de investigação produz "instantâneos" da situação de saúde

de uma população ou comunidade, com base na avaliação individual do estado de

saúde de cada um dos membros do grupo, produzindo indicadores globais de saúde

para o grupo investigado.

Para alguns tipos de doença, especialmente aquelas de caráter crônico, como

Hipertensão Arterial (HA) e Diabetes Mellitus (DM), por exemplo, visando estimar

ainda o risco por essas enfermidades, calculou-se a WD[D�GH�SUHYDOrQFLD, que pode

ser definida simplesmente como a proporção de casos de uma certa doença (ou

evento relacionado à saúde) em uma população delimitada, em um tempo

determinado.

����'HILQLomR�GD�3RSXODomR��Por ser censitário, foram incluídas no estudo todas as pessoas idosas residentes no

DEFN, com idade a partir dos 60 anos. Do Universo de 88 idosos ilhéus, foram

entrevistados 80, ocorrendo 05 (cinco) perdas de idosos que não estavam na Ilha e

03 (três) exclusões de idosos que não estavam em condições de saúde mental para

responder às questões do Brazil Old Age Schedule - BOAS (anexo 1), nos dois

momentos da pesquisa de campo.

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����&ROHWD�GH�'DGRV��3.4.1 Pré-teste

Visando testar o instrumento selecionado e calcular o tempo necessário para sua

aplicação, na semana anterior à Pesquisa de Campo, foram entrevistados 06 (seis)

idosos, cadastrados no serviço de atendimento ambulatorial de gerontogeriatria do

Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), da Universidade de Pernambuco

(UPE), tendo sido os mesmos devidamente convidados e esclarecidos a respeito

dos objetivos do procedimento. Após as entrevistas, não ocorreu a necessidade de

fazer modificações no questionário.

�3.4.2 Pesquisa de Campo

O Instrumento utilizado durante as entrevistas foi um questionário multidimensional

para estudos comunitários na população idosa. As pessoas responsáveis pela

pesquisa de campo foram as mestrandas Cristina de Fátima Velloso Carrazzone

(MSP 052/02) e Sálvea de Oliveira Campelo e Paiva (MSP 062/02), durante os

períodos de 28 de outubro a 06 de novembro e 14 a 20 de dezembro de 2002, na

Ilha de Fernando de Noronha, mediante visitas domiciliares, evitando que o idoso

sofresse possíveis transtornos de deslocamento e espera no momento da entrevista.

As visitas domiciliares foram feitas com o acompanhamento do Agente Comunitário

de Saúde (ACS), do Programa de Saúde da Família (PSF), responsável por cada

área específica, permitindo atualizar o cadastro dos idosos residentes no DEFN.

Page 66: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

65

Também foram realizadas reuniões com a Diretoria e equipe do Hospital São Lucas,

visando buscar estratégias para a cobertura total da população idosa insular.

Concomitantemente ao período das entrevistas, foi realizada a pesquisa documental

nos arquivos e prontuários do Hospital São Lucas, a fim de colher informações sobre

a prevalência das DCNT na população em estudo. Para isso, foi elaborado um

formulário específico (anexo 2), onde foram registradas informações sobre o estado

de saúde do idoso, a partir de dados secundários, utilizando como fonte os

prontuários médicos, com o objetivo de comparar com os diagnósticos referidos

pelos entrevistados durante a pesquisa de campo.

Para comparar os diagnósticos de Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial, referidos

pela população durante a pesquisa de campo, foram feitos testes de glicemia digital

e aferimento de pressão arterial durante o período de 25 de setembro a 03 de

outubro, por profissionais técnicos em enfermagem, do Hospital São Lucas,

devidamente acompanhados pelo ACS responsável pela área da residência do idoso

e a Assistente Social responsável pela Pesquisa.

Os parâmetros para classificação do diagnóstico de HA seguiram as recomendações

da Organização Mundial de Saúde (1983), considerando hipertensão os valores

iguais ou superiores a 90mm Hg (diastólica) e 140 mm Hg (sistólica) e, para a

sistólica isoladamente, valor acima de 160 mm Hg. Os parâmetros para o

diagnóstico de DM seguiram as recomendações da Sociedade Brasileira de

Diabetes – SBD (2001), considerando a falta de ingestão calórica de no mínimo oito

horas (jejum) e os valores de glicose plasmática (em mg/dl). Os resultados dos

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testes de glicemia digital foram agrupados em três categorias: (1) glicemia de jejum

normal (<110 mg/dl); (2) glicemia de jejum alterada (�����PJ�GO�H������PJ�GO��H�����suspeição de caso de DM (�����PJ�GO��� 9DOH� VDOLHQWDU� TXH�� QHVWH� HVWXGR�� Qão foi

realizado teste pós-prandial (2 horas após 75g glicose) para identificar tolerância à

glicose diminuída (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2001). Trata-se

apenas de rastreamento para comparar com os dados de morbidade referida.

����'HILQLomR�GR�,QVWUXPHQWR�GH�&ROHWD�GH�'DGRV���O BOAS foi selecionado como instrumento funcional multidimensional mais

adequado aos objetivos da pesquisa. Adaptado para a realidade brasileira pelo

professor Renato Veras da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), sofreu

novas adequações, nas Seções I e VII, para a realidade específica de Fernando de

Noronha. O BOAS está dividido em 09 seções, versando sobre: I informações gerais

(perguntas de 1 a 10); II saúde física (11 a 24); III utilização de serviços médicos e

dentários (25 a 31); IV atividades de vida diária (32 a 35a); V recursos sociais (36 a

41); VI recursos econômicos (42 a 50); VII saúde mental (51 a 70); VIII necessidades

de problemas que afetam o entrevistado (71 e 72), e IX avaliação do entrevistador

(itens 1 a 6).

Na Seção I, as perguntas fornecem uma idéia geral da situação pessoal e doméstica

do idoso, tendo sido acrescentadas questões sobre o tempo de moradia na Ilha, o

grau de mobilidade do idoso ilhéu e a utilização do espaço domiciliar para fins

comerciais, com o objetivo de estudar aspectos peculiares do cotidiano da

população idosa insular (VERAS, 1994).

Page 68: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

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A Seção II contém perguntas relacionadas à opinião do entrevistado a respeito do

seu estado de saúde, em comparação com os últimos anos de sua vida e com

pessoas de sua faixa etária; seus maiores problemas de saúde e como estes podem

afetar seus padrões habituais de atividade. São incluídas também perguntas sobre

problemas específicos que afetam os padrões funcionais do idoso (VERAS, 1994).

O propósito da Seção III é obter informações quanto ao conhecimento, direitos, uso

e grau de satisfação por parte do idoso em relação a vários tipos de serviços de

saúde. São incluídas também perguntas destinadas a verificar a ajuda ou

assistência que a pessoa idosa pode obter, na área de saúde, da sua família ou de

outros (VERAS, 1994).

A Seção IV inclui seis perguntas. A primeira compreende um total de quinze itens

que, juntos, indicam graus relativos de autonomia funcional na execução das

atividades do dia-a-dia. As outras são voltadas para a verificação de assistência real

ou potencial nessas atividades, identificando a pessoa que mais ajuda o

entrevistado. Também há perguntas que visam verificar sua participação social, nas

atividades domésticas e comunitárias e o grau de satisfação com as mesmas

(VERAS, 1994).

As perguntas da Seção V objetivam avaliar vários aspectos e dimensões de

satisfação do idoso nas suas relações com a família e vizinhos, os tipos de ajuda

e/ou assistência recíprocas, o grau de interação familiar e comunitária e/ou de

isolamento. A Seção VI tem o propósito de obter informações sobre a situação de

trabalho/aposentadoria do idoso (VERAS, 1994).

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A Seção VII, de rastreamento de saúde mental, segundo Veras (1994), é uma

tradução do questionário Short-CARE e inclui perguntas planejadas para avaliar os

dois principais distúrbios mentais da velhice: demência e depressão. No entanto,

para aplicação no DEFN, algumas modificações foram feitas. A escala da Síndrome

Cerebral Orgânica (SCO), contendo uma série de testes, que fornecem uma

prevalência pontual da deficiência cognitiva, foi aplicada na íntegra. O ponto de corte

utilizado na escala do BOAS foi 3 e acima. Em relação à escala de depressão, o

cálculo do escore não pode ser aplicado neste estudo. Por motivos éticos, para a

realidade da Ilha, três perguntas do questionário original foram excluídas. A decisão

foi tomada devido à falta de um psiquiatra na equipe para dar suporte a uma

demanda emergente, a partir da entrevista, durante a pesquisa de campo. Então,

como não existiria a possibilidade de atendimento imediato por um especialista, as

perguntas associadas ao sentimento de suicídio não foram contempladas. Sendo

assim, as informações relacionadas à escala de depressão serão apresentadas no

formato de freqüências simples, mediante ilustração gráfica (VERAS, 1994).

Apesar de ser um questionário extenso, foi surpreendente a aceitação do

instrumento pela população entrevistada, contrariando o pensamento inicial de que

tantas perguntas provavelmente cansariam os idosos. Dependendo da criatividade

do entrevistador, todo o processo poderá acontecer num clima de diálogo, sem a

mecanização do estilo ‘check list’.

Em média, as entrevistas duraram cerca de 42 minutos, tempo que pode variar,

dependendo de alguns fatores como: o estado de saúde do idoso; seu interesse pela

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pesquisa; do ambiente onde acontece a entrevista; das pessoas que participam do

processo, entre outros.

�����&RQVLGHUDo}HV�eWLFDV�

Este Projeto foi encaminhado ao Conselho de Ética em Pesquisa (CEP) da

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) / Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães

(CPqAM), tendo sido aprovado (anexo 3), por atender às normas éticas da

Resolução 196, de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) /

Ministério da Saúde, sobre pesquisas científicas envolvendo seres humanos,

resguardando o princípio de proteção e respeito à dignidade dos sujeitos da

pesquisa, conforme estabelecido a partir de Nuremberg, em 1947.

O Projeto também foi enviado ao Conselho Distrital e à Administração do DEFN.

Todos os idosos residentes na Ilha foram esclarecidos a respeito dos objetivos da

pesquisa e convidados a assinar Termo de Adesão (anexo 4). A identidade dos

entrevistados foi preservada. Para consultar os prontuários, foi solicitada autorização

à Diretoria do Hospital São Lucas (anexo 5). No mesmo período em que foi

encaminhada uma versão da dissertação para emissão de um parecer acadêmico,

antes da defesa, seguiu uma cópia para ser lida por uma representante do Conselho

Distrital de Fernando de Noronha, a qual, também emitiu seu parecer sobre a

dissertação (anexo 6). Após a aprovação do trabalho, os resultados serão

socializados na comunidade do DEFN.

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����3URFHVVDPHQWR�H�$QiOLVH�GRV�'DGRV�

O processamento e análise foram feitos pela própria mestranda, auxiliada por dois

estatísticos, professores Carlos Feitosa Luna do CPqAM/Fiocruz e José Natal

Figueirôa do Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP), mediante utilização

dos softwares Epi Info 6 e Excel 1997. Para análise dos dados foram utilizados os

recursos da estatística analítica (ou indutiva), mediante o teste de ‘qui-quadrado’

(chi-square), indicado para comparar dados nominais, constituindo uma medida de

discrepância entre as freqüências observadas e as esperadas (DORIA FILHO,

1999).

Para construir as Tabelas, foram utilizados critérios de seleção por indicadores e

agrupamento das variáveis, sempre que se fez necessário, viabilizando a descrição

dos resultados, feita de acordo com a seqüência das seções do BOAS. O capítulo

da discussão foi trabalhado de forma a responder os objetivos do estudo.

������2�3URFHVVR�PHWRGROyJLFR��D�KLVWyULD�GD�SHVTXLVD������$�HVFROKD�GR�7HPD��Na verdade, este trabalho é a continuidade de um processo iniciado ainda no

período da graduação em Serviço Social, pela Universidade Católica de

Pernambuco (UNICAP), quando foi elaborada uma monografia intitulada “Fernando

de Noronha: a outra face do paraíso”, abordando a trajetória histórica da cidadania

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do ilhéu, abrindo um canal para registrar os depoimentos da população, num

momento de transição política na Ilha.

É importante salientar o vínculo que foi estabelecido e mantido com a população

insular, desde a primeira aproximação, em 1990, até os dias atuais. A escolha pelo

tema não foi feita de maneira aleatória. O fato de não existir nenhum trabalho

científico sobre as condições de vida e de saúde da população idosa do DEFN, era

um fator de peso. No entanto, a decisão foi tomada consideradas as peculiaridades

históricas, sociais, políticas e culturais da Ilha, onde o mundo acadêmico, como já foi

colocado, tem valorizado pesquisas na área de ‘meio ambiente’, negligenciando as

áreas sociais e humanas.

As visitas à Ilha e o contato com a população em 1990, quando a técnica utilizada

para a entrevista foi a KLVWyULD� GH� YLGD, possibilitou o contato com uma realidade

complexa, diante da situação política daquele momento. Havia conflitos, as pessoas

sentiam medo de falar. O Regime Autoritário havia deixado marcas profundas no

cotidiano do ilhéu, como registra Janirza Lima (2003),

Vale salientar que não foi somente na esfera do mundo do trabalho que as diversas administrações militares do Arquipélago de Fernando de Noronha - Exército, Marinha e Aeronáutica - desenvolveram sua ação hegemônica. Elas comandavam os diferentes domínios do cotidiano, a vida familiar, religiosa, política, lúdica e educacional.

Foi nesse contexto histórico que surgiram personagens humanos inesquecíveis,

como o Sr. João Barrão, idoso, tendo as duas pernas amputadas, não deixou de

exercer o trabalho de agricultor. Utilizando-se de dois banquinhos, plantou, colheu e

abasteceu a Ilha inteira de milho, no ano anterior à pesquisa. E apesar das

entrevistas terem sido realizadas com os vários segmentos etários da população

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insular, desde aquele momento, depois da ‘conversa’ com outras pessoas idosas,

como o Sr. Salviano e o Sr. Chico da Horta, por exemplo, sentia-se que naquela Ilha

havia muita história para se contar e ouvir...

2�,QVWUXPHQWR�GH�&ROHWD�GH�'DGRV��A escolha do instrumento de coleta de dados é um momento decisivo para o

desenvolvimento da pesquisa. Consideradas as especificidades de cada grupo

populacional, é imprescindível tecer alguns breves comentários a respeito da

necessidade de abrir canais para a fala das pessoas que já viveram muitos anos.

Como bem afirmou Umberto Eco (1995), “para sobreviver é preciso contar histórias”.

Até a própria história só sobrevive se for contada. E quem tem mais histórias para

contar que os mais velhos e experientes?

Em geral, existe uma tendência acadêmica de valorizar a quantificação dos dados,

em prejuízo à via qualitativa da pesquisa. Tal constatação pode ser observada nos

próprios instrumentos de coleta de dados, cujas questões fechadas não permitem

registrar a opinião do entrevistado, limitando e, muitas vezes, omitindo informações

sobre aspectos importantes da vida e da saúde. Dificilmente, por exemplo, são

abordadas questões relacionadas ao sentido da vida, sonhos, amor e sexualidade

do idoso.

Em outras palavras, os instrumentos para coleta de dados, via de regra, não

viabilizam o diálogo entre os participantes, tolhendo a fala e as respostas do idoso.

Cabe ao pesquisador criar estratégias para a realização de dois sentidos do verbo

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‘contar’: (1) verificar o número, a quantidade; e (2) narrar, relatar. Sendo assim, abrir

canais para a fala do idoso, o relato da experiência, deve ser objetivo de quem

queira conhecê-lo, seja na perspectiva de população especial ou na individual,

permitindo o diálogo, definido por Paulo Freire (1989) como sendo “o encontro entre

os homens, mediatizados pelo mundo, para designá-lo”.

Assim, para traçar o perfil socioeconômico e epidemiológico da população idosa do

DEFN, o BOAS foi selecionado como instrumento mais adequado, principalmente,

devido ao seu conteúdo multidimensional para estudos comunitários. É

imprescindível colocar, neste instante, a colaboração prestada pelo professor Renato

Veras, ainda durante a elaboração do projeto de pesquisa, no sentido de tirar

algumas dúvidas e orientar sobre a aplicação do BOAS.

$�3HVTXLVD�GH�&DPSR��'RFXPHQWDO�H�&RPSDUDomR�GH�'LDJQyVWLFR��A etapa mais rica de todo o processo, sem sombra de dúvida, foi a pesquisa de

campo. No início, ocorreram alguns entraves, ou seja, fatos que fugiram ao controle

do planejamento da Pesquisa e que serão abordados aqui, para efeito de

contribuição. Sem o cadastro dos idosos, do contato com a Administração do DEFN

ficou entendido não haver na Ilha mais que 40 indivíduos, apesar do Censo do IBGE

(2000) registrar a presença de 88 idosos. A respeito deste dado, foi alegado que

muitos haviam migrado da Ilha para o Continente e outros haviam morrido. Diante

da informação, contando com uma população inferior aos números oficiais, o

planejamento para a pesquisa de campo foi alterado, no sentido de dispensar o

terceiro pesquisador. Levando em consideração o número indicado pela

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Administração do DEFN e o tempo necessário para as pesquisas de campo e

documental, todo processo foi repensado para acontecer no período de 08 (oito)

dias, contando com a participação de duas pesquisadoras e a supervisão do

orientador.

Apesar dos vários contatos feitos, na tentativa de conseguir a relação com os nomes

dos idosos, visando agendar as entrevistas com antecedência, só foi possível ter

acesso à primeira versão do cadastro quando a equipe já estava na Ilha. A primeira

viagem foi patrocinada pela mestranda responsável pela Pesquisa, CPqAM/Fiocruz,

PROAP da CAPES e Administração do DEFN. Ao chegar na Ilha dia 28 de outubro

de 2002, por volta das 18:00h , mesmo sem o cadastro, foram feitas as primeiras

entrevistas, na Vila do Trinta, com idosos já conhecidos.

No dia 29 de outubro, a partir das 8:00h, horário em que a equipe deveria estar em

campo, foi realizada uma reunião com a Diretoria e os agentes de saúde do Hospital

São Lucas, momento em que surgiu uma relação onde constavam os nomes de 67

pessoas. Os dados eram todos divergentes, a Administração referia 40 idosos,

existia uma outra listagem fornecida pela Gerência de Ação Social, em 2001, onde

constavam cerca de 90 nomes e o Censo do IBGE (2000) sugeria a existência de 88

idosos.

No dia 30 de outubro se fez necessária outra reunião com a equipe do Hospital local,

a partir das 17:00h, para rever e atualizar a relação dos nomes dos idosos. O

resultado dessa reunião foi preocupante porque, com base nos cadastros do PSF,

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aumentou de 67 para 120 o número de idosos do DEFN. Desde então, todo o

planejamento da pesquisa de campo precisou ser novamente alterado.

Foi interessante observar como, teoricamente, o que seriam elementos facilitadores

para a realização de uma pesquisa abrangendo o universo da população de idosos

(sua condição de isolamento e a quantidade relativamente pequena de indivíduos),

na prática, diante daquela situação, (distante do Continente e sem condições de

retornar para iniciar todo o processo), tornaram-se elementos dificultadores para a

realização da Pesquisa, a partir do momento em que não poderia ser ultrapassado o

limite dos 10% de perdas.

Para dar conta de todas as entrevistas, a jornada prevista para o trabalho de campo,

de oito horas/dia, foi praticamente dobrada para dezesseis horas/dia, tendo sido

necessário abdicar dos intervalos para as refeições e anotações no Diário de

Campo. Sendo assim, a maratona começava às 6:00h e terminava às 22:00h. Foi

louvável o apoio recebido da comunidade local. A título de agradecimentos, é

necessário registrar o que não cabe nos questionários nem nas tabelas, ou seja, a

participação plena da população, não havendo nenhuma recusa para responder um

questionário tão extenso, além do carinho com que as pesquisadoras foram

recebidas em todos os domicílios. Este, portanto, foi o diferencial positivo e subjetivo

que proporcionou esquecer as dificuldades e condições reais de trabalho de campo.

Não foi difícil abdicar das refeições porque, sempre, era oferecida mui

carinhosamente uma fruta, caldo de cana, água de coco, refrigerante, um lanche,

enfim, um incentivo real para tocar a Pesquisa em frente. Também se faz necessário

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registrar, além dos alimentos, as caronas, os abraços, os apertos de mão, os beijos

no rosto e as bênçãos recebidas dos idosos de Noronha. Este lado é o que não se

‘conta’ mas ficará aqui merecidamente registrado.

Justiça se faça também ao empenho da equipe do Hospital São Lucas para

contornar os contratempos, no sentido de prestar apoio irrestrito, atendendo, na

medida do possível, às reivindicações feitas pela equipe de pesquisadoras. O ACS

não tinha hora para encerrar a jornada de trabalho, os motoristas se desdobravam

para conciliar as demandas da rotina do Hospital e da pesquisa de campo, sem falar

na própria Diretora do serviço que abraçou a causa como parte da Política de Saúde

local.

É claro que durante as entrevistas ou mesmo após o término, surgiram algumas

conversas paralelas e questionamentos, nem sempre relacionados ao estudo

propriamente dito, mas, ao cotidiano dos ilhéus. Sendo assim, algumas consultas

foram realizadas pela médica Cristina Carrazzone e intervenções sociais e

encaminhamentos foram feitos pela assistente social Sálvea Campelo. No entanto,

um fato que chamou bastante atenção foi a freqüência com que as questões

associadas à sexualidade, principalmente feminina, vieram à tona.

Durante todo o período da Pesquisa as listas com os nomes dos idosos foram

checadas e atualizadas, surgindo, inclusive, novos indivíduos cujos nomes não

estavam registrados em nenhuma delas. Dos 120 indivíduos, verificados aqueles

que migraram definitivamente da Ilha para o Continente, os que ainda não haviam

completado os 60 anos de idade e os casos de óbito, permaneceram 90 idosos.

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Vale salientar que não se contava com o apoio permanente de transporte, recurso

escasso na Ilha, fato que dificultou, ainda mais, o desenvolvimento do trabalho. O

desgaste emocional das pesquisadoras foi intenso, no entanto, o físico foi exaustivo.

Na verdade, apesar de ter sido realizado o pré-teste do instrumento de coleta de

dados, junto aos idosos do ambulatório de gerontogeriatria do HUOC/UPE, as

entrevistas realizadas no ambiente domiciliar demandam maior duração de tempo

devido ao deslocamento do pesquisador e fatores relacionados ao cotidiano do

idoso, como por exemplo, a presença de familiares, principalmente dos netos, no

momento da pesquisa. Em média, as entrevistas duraram 42 minutos, havendo

casos em que foram necessários 120 minutos, ou seja, duas horas para o

preenchimento completo do BOAS.

Apesar de todo esforço, contando com a ajuda da comunidade, da equipe de saúde

local e da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), diante das dificuldades estruturais,

do esgotamento físico das pesquisadoras e dos imprevistos - para se ter uma idéia,

alguns idosos só foram entrevistados após a quarta ou quinta visita domiciliar - o

prazo de oito dias foi esgotado quando apenas 73 idosos haviam sido entrevistados.

A pesquisa documental não foi realizada e existia uma perda de mais de 10% do

universo, tendo em vista que o total, até então, era de 90 indivíduos.

No dia 06 de novembro, no período da manhã, antes de retornar ao Recife, todo

processo foi comunicado ao então Administrador do DEFN, no Palácio de São

Miguel, momento em que também foi colocada a necessidade do retorno à Ilha para

concluir a pesquisa de campo e realizar a documental.

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Ao chegar ao Recife, imediatamente, foi visitado um casal de idosos, cujos nomes

constavam na relação dos 90 indivíduos. Os dois revelaram que não voltariam mais

à Ilha, pois, haviam mudado definitivamente de endereço. Sendo assim, coincidindo

com os dados do IBGE (2000), eram 88 idosos os residentes no DEFN.

Estava concluído o Censo, constando os nomes, apelidos, localização e telefones

dos 88 indivíduos. Tal documento foi remetido à Diretoria do Hospital São Lucas.

Naquele momento, era uma preocupação latente do profissional odontólogo local,

saber qual o estado de saúde bucal da população de idosos da Ilha. Numa conversa

informal, o mesmo foi comunicado a respeito da necessidade de se fazer um

acompanhamento dessa população especial, diante do que havia sido registrado

nessa área específica de atenção à saúde. O Censo foi repassado ao odontólogo

que visitou e avaliou todos os idosos.

O segundo momento da pesquisa de campo e a documental, apoiado pelo

CPqAM/Fiocruz e pela Adminisração do DEFN, foi agendado para o período de 14 a

20 de dezembro de 2002. Naquela ocasião, por questões éticas, a autorização para

manuseio dos prontuários do Hospital São Lucas foi solicitada formalmente. E outro

pedido foi feito, informalmente, para que fosse providenciada a seleção dos

prontuários dos idosos, facilitando o desenvolvimento da pesquisa documental.

Outra vez a surpresa, ao chegar à Ilha foi constatado que os prontuários não haviam

sido separados e novamente o planejamento necessitou ser alterado. Após

entrevistar alguns idosos, se visitava o Hospital São Lucas na tentativa de encontrar

mais algum prontuário. Nesse período, foram realizadas mais 7 (sete) entrevistas e

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consultados apenas 38 dos 88 prontuários solicitados. Praticamente, a pesquisa

documental foi inviabilizada pela falta da maioria dos prontuários. O fato foi

comunicado à Diretoria do Hospital local e o problema já foi solucionado. Segundo

informações, atualmente todos os idosos possuem seus respectivos prontuários,

inclusive com os registros do acompanhamento feito pelo PSF.

Diante da alta prevalência de HA e DM, tomando por base os diagnósticos referidos

pela população de idosos e levando em consideração as falhas no processo da

pesquisa documental, se fez necessária mais uma visita à Ilha, dessa vez, para

comparar os diagnósticos, realizando os testes de glicemia digital e aferimento de

pressão arterial.

No dia 02 de setembro de 2003 foi realizada reunião com o Coordenador de Saúde,

na sede da Administração do DEFN, em Recife, para esclarecimentos sobre os

objetivos da nova visita à Ilha. Foram solicitados e acertados os detalhes dos

procedimentos técnicos e administrativos que seriam necessários à realização dos

testes para diagnóstico de HA e DM, incluindo a disponibilidade de recursos

humanos e materiais.

Vale registrar, com a chegada do Coordenador de Saúde, foi planejada e realizada a

primeira Conferência Distrital de Saúde em Fernando de Noronha, de 26 a 27 de

setembro, constituindo um marco histórico nas relações sociais da Ilha, evento do

qual o CPqAM/Fiocruz fez parte, atendendo ao convite para participar da

Conferência de Abertura, proferir algumas palestras e coordenar mesas (anexo 7).

Sem sombra de dúvida, outra experiência inesquecível! Em decorrência do evento,

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80

pela primeira vez na história, o DEFN seria representado na V Conferência Estadual

de Saúde de Pernambuco, em Olinda, no mês de novembro de 2003.

Mestranda e orientador, voltam à Ilha no dia 25 de setembro de 2003, dessa vez

patrocinados pela Mongeral, CPqAM/Fiocruz, Laboratório Roche e Administração do

DEFN. Apesar dos contatos prévios, ocorreram imprevistos que prejudicaram o

desenvolvimento dos testes de glicemia digital e aferimento da pressão arterial. A

dificuldade de transporte, bem como o não treinamento da equipe para utilizar o

glicosímetro, inviabilizaram os dois primeiros dias de pesquisa. Contornados os

problemas, o processo fluiu até o final do trabalho de campo, com o total apoio da

equipe do Hospital São Lucas, principalmente, com a participação efetiva dos

técnicos de enfermagem, agentes de saúde e motoristas.

Para trabalhar da melhor maneira possível, em acordo com a equipe de saúde local,

o agendamento dos testes foi feito pelo ACS responsável por cada área específica,

o qual se encarregava de comunicar sobre a visita, o objetivo e a necessidade do

jejum. Para não provocar ansiedade nos idosos nem deixá-los esperando sem se

alimentar durante muito tempo, a equipe se reunia no Hospital a partir das 5:30h

(Noronha está sempre em horário de verão), e partia para o trabalho de campo, por

isso, foi apelidada de ‘HTXLSH�EDFXUDX’.

A partir dos testes, conforme parâmetros utilizados, quando os resultados estavam

alterados os idosos eram aconselhados a procurar o serviço de saúde. Em três

momentos ocorreram intervenções mais específicas, envolvendo um caso de

depressão e dois de DM completamente descontrolada, cujos valores de glicose

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plasmática atingiram os limites dos 496 mg/dl e 427 mg/dl, tendo sido imediatamente

encaminhados ao Hospital São Lucas.

Eis alguns detalhes do trabalho de campo que, não raras as vezes, se repetem de

alguma forma no cotidiano dos pesquisadores. Diante de todo processo e,

principalmente do aprendizado, seria oportuno encerrar este item reproduzindo as

conhecidas palavras de Helder Câmara: “Não, não pares. É graça divina começar

bem. É graça maior persistir na caminhada certa, manter o ritmo [...] Mas a graça

das graças é não desistir [...]”.

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��5(68/7$'26��Dando continuidade ao trabalho, neste item, serão apresentados os resultados do

Censo realizado envolvendo a população idosa do DEFN. Do universo de 88

indivíduos, foram entrevistados 80, portanto os percentuais expressam o número de

idosos acompanhados e/ou estudados durante as pesquisas de campo, documental

e testes de glicemia digital e aferimento de pressão arterial. A seqüência das

informações segue o mesmo roteiro das Seções do BOAS, conforme registrado na

metodologia.

����,QIRUPDo}HV�*HUDLV�±�6HomR�,�GR�%2$6���Considerando a distribuição dos idosos por sexo, os dados do Gráfico 1 revelam, na

Ilha, maior número de indivíduos do sexo masculino em relação ao sexo feminino,

porém, no caso específico desta população, a análise realizada demonstra não

haver diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos.

Masculino Feminino

(

21χ = 0,05 p = 0,9971)

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Em relação à idade, existe diferença estatisticamente significativa (p = 0,035) na

distribuição por grupos etários. Na Tabela 1 é observado que 58,8% concentra-se no

intervalo dos 60 aos 69 anos, caracterizando uma população de idosos

relativamente jovens. Ao estabelecer uma relação entre idade e sexo, os resultados

demonstram que 48,8% dos homens e 28,2% das mulheres atingiram ou

ultrapassaram a faixa dos 70 anos de vida.

7DEHOD���'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�,GRVRV�GR�'()1�SRU�6H[R�H�,GDGH��)HUQDQGR�GH�1RURQKD��������

,GDGH�6H[R� 0DVFXOLQR� )HPLQLQR� 7RWDO�)DL[D�(WiULD� 1� �� 1� �� 1� ��

60 a 64 16 39,0 10 25,6 26 32,5 65 a 69 5 12,2 16 41,0 21 26,2 70 a 74 9 22,0 6 15,4 15 18,8 75 e + 11 26,8 7 18,0 18 22,5

(23χ = 8,59 p = 0,0353)

Na Tabela 2, percebe-se, com exceção de dois indivíduos nascidos na Ilha, que a

grande maioria migrou de vários estados nordestinos, principalmente de

Pernambuco, 43,8%, e do Rio Grande do Norte, 33,8%, embora o estado do

Amazonas também esteja representado no universo da população estudada.

7DEHOD��� �'LVWULEXLomR�GRV�,GRVRV�GR�'()1�HP�UHODomR�j�1DWXUDOLGDGH��)HUQDQGR�GH�1RURQKD��������� 1DWXUDOLGDGH� �1� ���Pernambuco 35 43,8 Rio Grande do Norte 27 33,8 Paraíba 8 10,0 Ceará 3 3,8 Alagoas 2 2,5 Noronha/PE 2 2,5 Amazonas 1 1,2 Bahia 1 1,2 Sergipe 1 1,2

Considerando o tempo de moradia na Ilha, os dados da Tabela 3 demonstram haver

diferenças estatísticas significativas (p < 0,00001) na medida em que, a grande

maioria, 56,3% dos indivíduos, reside na Ilha há 41 anos e mais. Foi verificado que

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65% dos idosos visitaram o Continente há menos de 01 (um) ano (p = 0,000...),

indicando alto grau de mobilidade. Considerando o número de respostas, os motivos

mais freqüentes para as vindas ao Continente foram: tratamento de saúde (51,2%),

visitar familiares (30%) e vindas a passeio (21%). Alguns também vieram a trabalho

(10%).

7DEHOD���'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�,GRVRV�GR�'()1�SRU�7HPSR�GH�0RUDGLD�QD�,OKD��ÒOWLPD�9LVLWD�IHLWD�DR�&RQWLQHQWH�H�0RWLYR�GD�9LVLWD��)HUQDQGR�GH�1RURQKD�������

�&DUDFWHUtVWLFDV�GD�0RELOLGDGH�

�1� %

7HPSR�GH�PRUDGLD��DQRV�� Até 10 10 12,4 11 a 20 13 16,3 21 a 40 12 15,0 41 e + 45 56,3

(23χ = 41,9 p < 0,00001)

ÒOWLPD�YLVLWD�DR�&RQWLQHQWH��DQRV�� Menos de 1 52 65,0 1 a 2 18 22,6 3 e + 10 12,4

( 22χ = 37,3 p = 0,0000)

0RWLYR�GD�9LVLWD� Tratamento de saúde 41 51,2 Visitar familiares 24 30,0 Passeio 21 26,3 Outros 10 12,4 Trabalho 8 10,0 �

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A Tabela 4 demonstra que, apesar de 63,4% dos homens e 64,1% das mulheres

afirmarem saber ler e escrever, nos indicadores do grau de escolaridade formal

percebe-se o deficiente nível educacional, tendo em vista que 38,5% dos homens e

20% das mulheres aprenderam a ler e escrever sem freqüentar escola. Convém

destacar que a partir do curso primário somente 02 (dois) idosos completaram o 2º

grau e 05 (cinco) possuem estudos universitários.

7DEHOD���'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�,GRVRV�GR�'()1�SRU�6H[R�H�*UDX�GH�(VFRODULGDGH��)HUQDQGR�GH�1RURQKD��������

�0DVFXOLQR� �)HPLQLQR� �7RWDO��*UDX�GH�(VFRODULGDGH�� �1� ��� �1� ��� �1� ���6DEH�OHU�H�HVFUHYHU� Sim 26 63,4 25 64,1 51 63,8 Não 15 36,6 14 35,9 29 36,2

( 21χ = 0,00 p = 0,9493)

� (VFRODULGDGH� Nenhuma 10 38,5 5 20,0 15 29,4 Primário 12 46,2 14 56,0 26 51,0 Ginásio ou 1º grau 0 0,0 3 12,0 3 5,9 2º grau completo 1 3,8 1 4,0 2 3,9 Curso superior 3 11,5 2 8,0 5 9,8 � � Quanto ao estado conjugal, existe diferença estatisticamente significativa

(p= 0,000...), desta forma, 66,2% dos indivíduos estão casados ou morando junto

com um(a) companheiro(a), dentre os quais, 67,7% selaram tal união há mais de

trinta anos. Com relação à idade dos cônjuges, percebe-se que 34% são pessoas

idosas, na faixa etária dos 60 aos 69 anos de idade e 22,6% acima dos 70 anos,

muito embora 18,9% ainda sejam adultos jovens com idade até os 49 anos.

(Tabela 5).

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7DEHOD���'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�,GRVRV�GR�'()1�SRU�(VWDGR�&RQMXJDO��7HPSR�GH�8QLmR�H�,GDGH�GR�&{QMXJH��)HUQDQGR�GH�1RURQKD���������6LWXDomR�&RQMXJDO�

�1� ���(VWDGR�FRQMXJDO� Casado/ Morando junto 53 66,2 Viúvo 22 27,5 Divorciado/ Separado 3 3,8 Nunca casou 2 2,5

(23χ = 85,3 p = 0,0000)

7HPSR�GH�XQLmR��DQRV�� Até 14 8 15,1 15 a 29 6 11,3 30 a 44 17 32,1 45 e + 19 35,8 Não Sabe/Não responde 3 5,7 ,GDGH�GR�F{QMXJH� Até 39 2 3,8 40 a 49 8 15,1 50 a 59 10 18,8 60 a 69 18 34,0 70 e + 12 22,6 Não Sabe/Não Responde 3 5,7

Referente ao arranjo familiar, conforme observado na Tabela 6, visivelmente, a atual

geração de idosos ilhéus foi responsável pelo crescimento demográfico na Ilha onde,

a maioria, ou seja, 91,3% teve mais que três filhos.��7DEHOD���'LVWULEXLomR� GD� IUHT�rQFLD� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� SRU� 1~PHUR� GH� )LOKRV�DV�� 9LYRV�DV���)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� �1~PHUR�GH�ILOKRV��

1� %

Até 2 7 8,8 3 a 4 21 26,2 5 a 6 17 21,3 7 a 8 14 17,5 9 a 10 10 12,4 11 e + 11 13,8

(25χ = 9,70 p = 0,0842)

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A respeito do arranjo domiciliar, os dados na Tabela 7 demonstram que apenas

3,8% dos idosos moram sozinhos, 26,2% com 2 ou 3 pessoas, 18,8% com 4 ou 4 e

25% estão residindo com, no mínimo, 6 pessoas. Para 73,8% o espaço físico da

casa é suficiente, embora 16,3% reclame pela falta de privacidade domiciliar. Um

dado peculiar do grupo pesquisado diz respeito ao fato de 20% dos idosos terem

suas casas utilizadas como Pousadas, participando das atividades ligadas à área de

turismo, no momento em que 75% destes trabalham regularmente nas referidas

Pousadas.

7DEHOD���'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�,GRVRV�GR�'()1�SRU�6LWXDomR�GH�0RUDGLD��)HUQDQGR�GH�1RURQKD��������

�6LWXDomR�GH�0RUDGLD���1� ���

1~PHUR�GH�SHVVRDV�UHVLGLQGR�FRP�R�LGRVR� Nenhuma 3 3,8 1 18 22,4 2 a 3 21 26,2 4 a 5 15 18,8 6 e + 20 25,0 Não Sabe/Não Responde 3 3,8 (VSDoR�ItVLFR�VXILFLHQWH�SDUD�IDPtOLD� Sim 59 73,8 Não 13 16,2 Não Sabe/Não Responde 8 10,0 &DVD�XWLOL]DGD�FRPR�SRXVDGD� Sim 16 20,0 Não 64 80,0

'HVHPSHQKD�DWLYLGDGH�QD�SRXVDGD� Sim 12 75,0 Não 4 25,0

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A análise estatística dos dados do Gráfico 2 demonstra diferença significativa

(p = 0,000...) na distribuição, pelo fato da grande maioria afirmar estar satisfeita com

a vida. Os relatos de insatisfação estão relacionados a problemas de alcoolismo, por

exemplo, enfrentados pelos idosos no âmbito familiar, geralmente envolvendo seus

descendentes diretos: filhos e/ou netos.

Satisfeito Insatisfeito

(2

1χ = 72,2 p = 0,0000)

�����6D~GH�)tVLFD�±�6HomR�,,�GR�%2$6��A análise da Tabela 8 revela diferenças estatisticamente significativas nas

distribuições das variáveis observadas. 71,2% dos idosos auto-avaliam o estado de

saúde como sendo bom, 15% ótimo e 13,8% ruim (p = 0,000...). Em comparação

com os últimos 05 (cinco) anos, para 47,4% o estado de saúde continua o mesmo;

23,8% afirma ter melhorado e 28,8% refere ter piorado. Ao se comparar às pessoas

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conhecidas da mesma idade ou faixa etária, 57,5% acredita estar em melhores

condições de saúde, 21,3% igual e apenas 10% se sente pior.

7DEHOD���'LVWULEXLomR� GD� IUHT�rQFLD� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� SRU� $XWR�DYDOLDomR� GR� (VWDGR� GH� 6D~GH��)HUQDQGR�GH�1RURQKD���������$XWR�DYDOLDomR�GR�HVWDGR�GH�VD~GH��

�1� ���&ODVVLILFDomR� Ótima 12 15,0 Boa 57 71,2 Ruim 11 13,8

( 22χ = 51,78 p = 0,0000)

&RPSDUDomR�FRP�RV�~OWLPRV���DQRV� Melhorou 19 23,8 Igual 38 47,4 Piorou 23 28,8

( 22χ =7,53 p = 0,0232)

&RPSDUDomR�FRP�RXWUDV�SHVVRDV� Melhor 46 57,5 Igual 17 21,3 Pior 8 10,0 Não Sabe/Não Responde 9 11,2

(23χ = 47,5 p = 0,0000)

Em relação à morbidade referida, foi constatado que na população estudada 75%

apresenta problema de saúde, sendo altas as prevalências das DCNT, onde 36,3%

refere HA e 17,5% DM. Entre os que relatam problemas de saúde, 32,8% informam

prejuízos à Capacidade Funcional. (Tabela 9).

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7DEHOD���'LVWULEXLomR� GD� IUHT�rQFLD� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� SRU� 'LDJQyVWLFR� 5HIHULGR� GH� 6D~GH� H�LQGLFDomR�GH�3UHMXt]R�j�&DSDFLGDGH�)XQFLRQDO��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� �'LDJQyVWLFR�5HIHULGR�GH�6D~GH��

�1� %

7HP�SUREOHPDV�GH�VD~GH� Sim 60 75,0 Não 19 23,7 Não Sabe/Não Responde 1 1,3

3ULQFLSDLV�SUREOHPDV�GH�VD~GH� HAS 29 36,3 Sistema Osteo-muscular 19 23,9 Diabetes 14 17,5 Problemas de visão 7 8,8 Doenças do Coração 4 5,0 Sistema Circulatório 3 3,8 Doenças Digestivas 3 3,8 Outros 17 21,4 3UHMXt]R�j�FDSDFLGDGH�IXQFLRQDO� Sim 20 32,8 Não 40 65,6 Não Sabe/Não Responde 1 1,6

A pesquisa documental revelou que menos da metade da população idosa, ou seja,

47,5%, tinha prontuário naquele momento. Entre os que possuíam prontuário, em

97,4% dos casos, constava algum registro de consulta de Atenção Primária e

Hospitalização, 94,6% apresentava diagnósticos e 74,3% confirmava, pelo menos,

um diagnóstico referido pelo entrevistado. Entre os 25,7% prontuários com

diagnósticos não confirmados, a maioria registrava doenças não referidas pelos

idosos e atendimentos de emergência. (Tabela 10).

���

Page 92: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

91

7DEHOD��� 'LVWULEXLomR�GDV�IUHT�rQFLDV�GRV� LGRVRV�GR�'()1�SRU�6LWXDomR�GRV�3URQWXiULRV�QR�+RVSLWDO�6mR�/XFDV��)HUQDQGR�GH�1RURQKD��������6LWXDomR�GR�3URQWXiULR�

�1� ���7HP�SURQWXiULR� � �Sim 38 47,5 Não 42 52,5

$WHQGLPHQWR�5HJLVWUDGR� � �Sim 37 97,4 Não 1 2,6

'LDJQyVWLFR�5HJLVWUDGR� � �Sim 35 94,6 Não 2 5,4

&RQILUPD�GLDJQyVWLFR� � �Sim 26 74,3 Não 9 25,7

�Do total de 80 idosos que participaram da pesquisa de campo, 58 realizaram o teste

de glicemia digital, dentre os quais, 7 não estavam em jejum e foram excluídos da

Tabela, no entanto, além de não referir DM, este grupo apresentou resultados dentro

dos parâmetros da normalidade; 2 indivíduos haviam falecido; 2 não foram

localizados; 7 se recusaram a realizar o exame e 11 não estavam na Ilha naquele

momento. Como pode ser observado na Tabela 11, a maioria, ou seja, 70,6% dos

idosos submetidos ao teste de glicemia digital, apresentaram resultados normais;

15,7% estavam com a glicemia de jejum alterada ou tolerância à glicose diminuída e

13,7% configuravam suspeição de casos de DM.

Page 93: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

92

7DEHOD����'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�LGRVRV�GR�'()1�SRU�9DORUHV�GH�*OLFRVH�3ODVPiWLFD��HP�PJ�GO���)HUQDQGR�GH�1RURQKD��������&DWHJRULDV� 1� ��'0�UHIHULGD� Sim 14 17,5 Não 66 82,5 Total 80 100,0 '0�PHGLGD� Glicemia normal (<110) 36 70,6 Glicemia alterada (������������ 8 15,7 Suspeição de Caso (>126) 7 13,7 Total¹ 51 100,0 'LIHUHQoDð� � ����p-valor=0,5659 0HGLFDGR�D� Sim 2 3,9 Não 49 96,1 (1) Sete indivíduos não estavam em jejum e não referiam DM. (2) A diferença entre as prevalências encontradas (DM referida e DM medida) foi de 3,8%, não havendo diferença significativa estatisticamente. �

Do total de 80 idosos que participaram da pesquisa de campo, 58 tiveram PA

aferida; 2 indivíduos haviam falecido; 2 não foram localizados; 7 se recusaram a

realizar o exame e 11 não estavam na Ilha naquele momento. Como pode ser

observado na Tabela 12, metade dos idosos submetidos ao aferimento de PA,

apresentaram resultados alterados, indicando suspeição de casos.

Page 94: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

93

7DEHOD����'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�LGRVRV�GR�'()1�SRU�9DORUHV�GH�3UHVVmR�$UWHULDO��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� &DWHJRULDV� 1� % +$�UHIHULGD� Sim 29 36,3 Não 51 64,7 Total 80 100,0 +$�DIHULGDï� Sim (������PP�+J����PP�+J� 29 50,0 Não (< 140 mm Hg/90 mm Hg) 29 50,0 Total 58 100,0 'LIHUHQoDð� � �����p-valor=0,1063 0HGLFDGR�D�ñ� Sim 6 10,3 Não 51 87,9 (1) Dos idosos aferidos 09 (nove) apresentaram PA diastólica isolada alterada e 01 (um) sistólica isolada alterada. (2) A diferença entre as prevalências encontradas (PA referida e PA aferida) foi de 13,7%, não havendo diferença significativa estatisticamente. (3) Um dos indivíduos não sabia/lembrava se havia sido medicado antes do aferimento da PA. ���Os dados na Tabela 13 revelam que, do universo pesquisado, 15 indivíduos referem

inibição da mobilidade, 24 referem problemas nas articulações e 8 sofreram quedas

no período dos três meses que antecederam a pesquisa de campo.

��7DEHOD����'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�,GRVRV�GR�'()1�SRU�DXWR�DYDOLDomR�GD�&DSDFLGDGH�0RWRUD�H�UHODWR�GH�RFRUUrQFLD�GH�4XHGDV��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� �&DSDFLGDGH�0RWRUD��

�1� %

3UREOHPDV�PRWRUHV� Inibição da mobilidade 15 37,5 Problemas nas articulações 24 60,0 Falta de membros 1 2,5

4XHGD�QRV�~OWLPRV���PHVHV� Sim 8 10,0 Não 72 90,0

Page 95: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

94

Na população estudada 56,3% informa que a visão está em ótimo ou bom estado de

saúde, embora 41,2% o considere ruim e 2,5% péssimo. Entre estes dois últimos

grupos, 45,7% relata prejuízo à capacidade funcional. Referente à audição, 87,5%

indica estado de saúde bom ou ótimo, enquanto 12,5% afirma ser ruim e, deste

último grupo, 60% menciona prejuízo à capacidade funcional, como pode ser

observado na Tabela 14.

�7DEHOD����'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�,GRVRV�GR�'()1��SRU�$XWR�DYDOLDomR�GRV�VHQWLGRV�GD�9LVmR�H�$XGLomR��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� �$XWR�DYDOLDomR�GRV�6HQWLGRV��

�1� %

9LVmR� Ótima 5 6,3 Boa 40 50,0 Ruim 33 41,2 Péssima 2 2,5

� 3UHMXt]R�j�FDSDFLGDGH�IXQFLRQDO� Sim 16 45,7 Não 19 54,3 $XGLomR� Ótima 32 40,0 Boa 38 47,5 Ruim 10 12,5 3UHMXt]R�j�&DSDFLGDGH�)XQFLRQDO� Sim 6 60,0 Não 4 40,0

A auto-avaliação (Tabela 15) revela que apenas 15% dos idosos apresentam bom

estado de saúde bucal e, em 87,7% dos casos, a situação é considerada ruim ou

péssima. Para 76,2% dos entrevistados está faltando a maioria ou todos os dentes.

Destes, 60% refere usar dente postiço, dentadura, etc.

Page 96: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

95

7DEHOD����'LVWULEXLomR� GD� IUHT�rQFLD� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� SRU� $XWR�DYDOLDomR� GD� 6D~GH� %XFDO��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� �$XWR�DYDOLDomR�GD�6D~GH�%XFDO�

�1� %

&ODVVLILFDomR� Boa 12 15,0 Ruim 21 26,3 Péssima 46 57,4 Não Sabe/Não Responde 1 1,3

4XDQWLGDGH�GH�GHQWHV� Poucos dentes faltando 19 23,8 Maioria ou todos os dentes faltando 61 76,2

'HQWH�SRVWLoR��GHQWDGXUD��HWF�� Sim 48 60,0 Não 31 38,7 Não Sabe/Não Responde 1 1,3 ��O relato de ocorrência de incontinência urinária foi feito por 21,3% dos entrevistados.

(Gráfico 3).

� Sim Não

Page 97: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

96

����8WLOL]DomR�GH�6HUYLoRV�0pGLFRV�H�'HQWiULRV�±�6HomR�,,,�GR�%2$6��Faz parte da rotina da população estudada contar com o serviço médico local, onde

82,4% procura o Hospital São Lucas para tratamento de saúde. Em relação ao

serviço odontológico, a maioria, ou seja, 46,3% não procura atendimento nenhum

alegando a falta da maioria ou todos os dentes e medo do ‘dentista', no entanto,

40% busca atendimento no serviço dentário local. A insatisfação foi manifestada por

2,5% dos usuários idosos e a grande maioria (86,2%) se revela satisfeita com os

serviços prestados no Hospital de maneira geral. (Tabela 16).

7DEHOD����'LVWULEXLomR�GRV� ,GRVRV�GR�'()1�HP� UHODomR�j�8WLOL]DomR�GH�6HUYLoRV�0pGLFRV�H�'HQWiULRV��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� �8WLOL]DomR�GH�6HUYLoRV�0pGLFRV�H�'HQWiULRV��

�1� %

6HUYLoR�PpGLFR�SURFXUDGR� Nenhum 7 8,8 Hospital São Lucas 66 82,4 Serviço Credenciado/ Continente 7 8,8

� 6HUYLoR�RGRQWROyJLFR�SURFXUDGR� Nenhum 37 46,2 Hospital São Lucas 32 40,0 Serviço Credenciado/ Continente 7 8,8 Serviço Particular 4 5,0

6DWLVIDomR�FRP�RV�VHUYLoRV�

Satisfeito 69 86,2 Não satisfeito(a) 2 2,5 Não utiliza 7 8,8 Não Sabe/ Não Responde 2 2,5

Page 98: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

97

Considerando o número de respostas, percebe-se que a maioria dos idosos (51)

foi consultada por profissionais médicos; (43) fizeram exames clínicos; outros (16)

foram ao hospital local para receber medicação; um número considerável (12)

foram socorridos na emergência; alguns (8) estiveram internados em hospital ou

clínica; um grupo (11) foi ao dentista e poucos (2) fizeram tratamento fisioterápico,

pelo menos uma vez nos três meses que antecederam o momento da pesquisa de

campo. Considerando ainda os dados da Tabela 17, é possível verificar que tais

demandas, na maioria dos casos, ocorreram mais de uma vez durante o período

delimitado.

7DEHOD����'LVWULEXLomR�GRV�,GRVRV�GR�'()1�SRU�)UHT�rQFLD�GH�8VR�GH�6HUYLoRV�0pGLFRV�QRV�~OWLPRV�7UrV�0HVHV��)HUQDQGR�GH�1RURQKD��������

�8PD�YH]� 0DV�GH�XPD�YH]� �1RV�~WOLPRV���PHVHV�����1� % 1� %

Consultou o médico

51

35,7

31

60,8

Fez exames clínicos

43

30,1

27

62,8

Fez tratamento fisioterápico

2

1,3

2

100

Foi socorrido na emergência

12

8,4

5

41,7

Foi ao hospital para receber medicação

16

11,2

11

68,8

Esteve internado em hospital ou clínica

8

5,6

5

62,5

Foi ao dentista

11

7,7

5

45,5 ����������� ������������������� ����� �������� ���������� � ���� ������ ���!����"�#�$���$����� �#���% ��� %�$�� "�"�&� �� ���'��������"%��� �����

���(��� � ��)%*��"������+ ��� �$��� �"���� � ����� ,���-���� ��� � ��.��/� �����0� ��� � ���,���� ����� 1

Page 99: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

98

Com base nos dados da Tabela 18, entre os entrevistados, 71,3% faz uso de

óculos ou lentes de contato; 60% possui dentes postiços, dentadura ou ponte

e apenas 2,5% usa bengala. A maioria dos idosos (63,8%) faz uso de pelo

menos um medicamento; 28,2% de um a dois e 11,8% até três

medicamentos. Apenas um indivíduo referiu auto-medicação.

��7DEHOD����'LVWULEXLomR� GD� IUHT�rQFLD� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� SRU� 8WLOL]DomR� GH� $MXGDV�$SRLRV� H�0HGLFDPHQWRV�H�UHODWR�GH�$XWR�PHGLFDomR��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� �$MXGDV�$SRLRV�0HGLFDPHQWRV��

�1� %

8VR�GH�$MXGDV�$SRLRV� Dentes postiços, dentadura, ponte 48 60,0 Óculos ou lentes de contato 57 71,3 Bengala 2 2,5

� 8VR�GH�PHGLFDPHQWRV� Sim 51 63,8 Não 29 36,2 4XDQWLGDGH�GH�PHGLFDPHQWRV� � �1 (um) 51 60,0 2 (dois) 24 28,2 3 (três) 10 11,8

$XWR�PHGLFDomR�

Sim 1 2,0 Não 50 98,0

Ao informar o possível cuidador, em caso de necessidade, 42,4% aponta a filha

mulher como a pessoa mais indicada, 40,0% recorreria ao(à)

esposo(a)/companheiro(a), 10% conta com o filho, 5% com outro familiar e um

indivíduo não identifica possível cuidador. (Tabela 19).

���

Page 100: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

99

7DEHOD����'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�,GRVRV�GR�'()1�SRU�,GHQWLILFDomR�GH�3HVVRDV�TXH�SRGHULDP�FXLGi�ORV�HP�FDVR�GH�'RHQoD�H�RX�,QFDSDFLGDGH��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� �3RVVtYHO�&XLGDGRU�� 1�

%

4XHP�SRGHULD�DMXGDU"� Ninguém 1 1,3 Esposo(a)/ Companheiro(a) 32 40,0 Filho 8 10,0 Filha 34 42,4 Outro familiar 4 5,0 Não Sabe/Não Responde 1 1,3 ���� ������$WLYLGDGHV�GD�9LGD�'LiULD��$9'V��±�6HomR�,9�GR�%2$6��Do universo estudado, 83,8% recebe algum tipo de ajuda de outra pessoa e 16,2%

não (p = 0,000...). Ao indicar a pessoa que mais ajuda, 37,3% informa ser o cônjuge

e 28,4% a filha. (Tabela 20).

7DEHOD����'LVWULEXLomR�GRV�,GRVRV�GR�'()1�HP�UHODomR�j�$MXGD�5HFHELGD�SRU�2XWUD�3HVVRD��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� �$MXGD�GH�2XWUD�3HVVRD�

�1� %

5HFHEH�DMXGD� Sim 67 83,8 Não 13 16,2

( 21χ =36,45 p = 0,0000)

3HVVRD�TXH�PDLV�DMXGD� Esposo(a)/ Companheiro(a) 25 37,3 Filho 1 1,5 Filha 19 28,4 Outro familiar 8 11,9 Empregado(a) 8 11,9 Outros 3 4,5 Não Sabe/Não Responde 3 4,5

Page 101: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

100

Em geral, a Tabela 21 demonstra que o grau de habilidade da população estudada

para desenvolver as AVDs, indica níveis satisfatórios de autonomia e independência,

valendo salientar que, entre os entrevistados, 75% refere não sair de casa dirigindo

o próprio carro. A esta situação não se aplica o argumento da falta da habilidade, ou

seja, tal informação está relacionada a uma peculiaridade da Ilha, onde o número de

automóveis é bastante reduzido.

7DEHOD�����'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�,GRVRV�GR�'()1�SRU�*UDX�GH�$XWRQRPLD�H�,QGHSHQGrQFLD�QR�'HVHPSHQKR�GDV�$WLYLGDGHV�GD�9LGD�'LiULD��)HUQDQGR�GH�1RURQKD���������$WLYLGDGHV�GD�9LGD�'LiULD��

�1� ���Sair de casa utilizando transporte 72 90,0 Sair dirigindo próprio carro 20 25,0 Sair de casa p/ curtas distâncias 75 93,8 Preparar a própria refeição 62 77,5 Comer a refeição 78 97,5 Arrumar casa, cama, etc. 63 78,8 Tomar os remédios 69 86,3 Vestir-se 79 98,8 Pentear os cabelos 78 97,5 Caminhar em superfície plana 78 97,5 Subir/ descer escadas 74 92,5 Deitar e levantar da cama 79 98,8 Tomar banho 78 97,5 Cortar as unhas dos pés 61 76,3 Ir ao banheiro em tempo 78 97,5

A análise dos indicadores de satisfação com as atividades desenvolvidas durante o

tempo livre, demonstra estatisticamente existir diferença significativa na distribuição,

pois, 96,3% dos idosos estão satisfeitos. Como pode ser observado: 91,3% assiste

TV; 90% anda pela Vila; 86,3% costuma visitar amigos e parentes; 85% recebe

visitas de amigos; 84% recebe visitas de parentes; 77,5% faz compras; 71,2% ouve

rádio e 70% vai à Igreja. A leitura é um hábito praticado apenas por 42,5% dos

Page 102: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

101

idosos; somente 44% faz alguma atividade de lazer e sai para encontros sociais;

apenas 31,5% pratica esportes, etc. (Tabela 22).

7DEHOD����'LVWULEXLomR�GD� IUHT�rQFLD� GRV� ,GRVRV�GR�'()1�SRU�QDWXUH]D�GDV�$WLYLGDGHV�5HDOL]DGDV�QR�7HPSR�/LYUH��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� $WLYLGDGHV�QR�7HPSR�/LYUH�

�1� %

Ouve rádio 57 71,2 Assiste TV 73 91,3 Lê revistas, livros e jornais 34 42,5 Recebe visitas de parentes 67 84,0 Recebe visitas de amigos 68 85,0 Anda pela sua Vila 72 90,0 Vai à igreja 56 70,0 Vai a jogos 16 20,0 Pratica esporte 25 31,5 Faz compras 62 77,5 Visita amigos 69 86,3 Visita parentes 69 86,3 Sai para passeios longos 18 22,5 Sai para encontros sociais 35 44,0 Costura, borda, tricota 25 31,3 Faz alguma atividade de lazer 35 44,0 Outros 21 26,3

6DWLVIDomR�FRP�DV�DWLYLGDGHV� Sim 77 96,3 Não 2 2,5 Não Sabe/Não Responde 1 1,2

(21χ =71,2 p = 0,0000)

�����5HFXUVRV�6RFLDLV�±�6HomR�9�GR�%2$6��Os dados da Tabela 23 demonstram que a maior parte, ou seja, 92,4% dos

entrevistados estão satisfeitos com as pessoas que residem na mesma casa. Além

de dividir o espaço do domicílio, os idosos recebem ajuda da família: do total de

respostas, 51,6% conta com a companhia dos parentes; 26,3% com ajuda financeira

e 11,6% moradia. Do total de respostas, a maioria dos idosos presta ajuda à família:

Page 103: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

102

27,5% de ordem financeira e companhia; 25% de moradia; e 17,2% cuida de

crianças (netos).

�7DEHOD����'LVWULEXLomR�GD�IUHT�rQFLD�GRV�,GRVRV�GR�'()1�SRU�6LWXDomR�)DPLOLDU��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� 6LWXDomR�)DPLOLDU�

�1� %

6DWLVIDomR�FRP�DV�SHVVRDV�GH�FDVD� Mora só 1 1,3 Satisfeito(a) 74 92,4 Insatisfeito(a) 5 6,3

5HFHEH�DMXGD�GD�IDPtOLD� Financeira 25 26,3 Moradia 11 11,6 Companhia 49 51,6 Outro tipo 10 10,5

3UHVWD�DMXGD�j�IDPtOLD� Financeira 56 27,5 Moradia 51 25,0 Companhia 56 27,5 Cuida de crianças 35 17,2 Outro tipo 6 2,8

����5HFXUVRV�(FRQ{PLFRV�±�6HomR�9,�GR�%2$6��A maior parte, ou seja, 18,8% desenvolveu atividades domésticas; 8,8% se dedicou

à agropecuária e serviços gerais; 7,5% à carreira militar; 6,3% às áreas de pesca e

construção, entre outras. (Tabela 24).

Page 104: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

103

7DEHOD�����'LVWULEXLomR� GD� IUHT�rQFLD� GRV� ,GRVRV� SRU� ÈUHD� GH� 2FXSDomR� 3URILVVLRQDO� GXUDQWH� D�PDLRU�SDUWH�GD�YLGD��)HUQDQGR�GH�1RURQKD���������ÈUHD�GH�RFXSDomR��

�1� ���Do lar 15 18,8 Agropecuária 7 8,8 Pesca 5 6,3 Encanador 2 2,4 Comércio 3 3,8 Medicina 1 1,3 Cozinha 4 5,0 Serviços Gerais 7 8,8 Militar 6 7,5 Motorista 4 5,0 Construção 5 6,3 Educação 2 2,4 Corte e Costura 2 2,4 Mecânica de Autos 2 2,4 Outras 15 18,8

O Gráfico 4 demonstra que 66,3% dos idosos continuam desempenhando atividades

produtivas remuneradas.

Sim Não Não sabe / não responde

(21χ =10,05 p = 0,0015)

Page 105: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

104

De acordo com a Tabela 25, do total de respostas, 39,7% desenvolve atividade

produtiva remunerada; 35,1% tira o sustento da aposentadoria e 17,6% da pensão

ou ajuda do cônjuge.

7DEHOD����'LVWULEXLomR�GD� IUHT�rQFLD�GRV� ,GRVRV�GR�'()1�HP�UHODomR�j�)RQWH�GH�RQGH� WLUD�R�6XVWHQWR�SDUD�6REUHYLYrQFLD��)HUQDQGR�GH�1RURQKD���������)RQWH�GH�6XVWHQWR�SDUD�6REUHYLYrQFLD��

�1� ���Do trabalho 52 39,7 Da aposentadoria 46 35,1 Da pensão/ ajuda do(a) esposo(a)/ companheiro(a) 23 17,6 Da ajuda de parentes ou amigos 6 4,6 De aluguéis, investimentos, etc. 1 0,7 Outras fontes 3 2,3 �

A Tabela 26 demonstra a participação econômica ativa do idoso, porém, apesar de

36,2% possuir renda mensal superior a 05 S.M., a maioria, ou seja, 51,3% possui

renda de até 05 S.M. Devido ao fato, principalmente, de ser algum familiar que se

encarrega de receber o dinheiro dos idosos, 12,5% não sabe informar o valor da

própria renda.

7DEHOD���� �'LVWULEXLomR� GD� IUHT�rQFLD� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� SRU� 5HQGD� 3UySULD� 0HQVDO�� )HUQDQGR� GH�1RURQKD���������5HQGD�GR�,GRVR��6�0����

�1� ���< 1 1 1,3 1 |-- 2 13 16,3 2 |-- 3 11 13,7 3 |-- 4 9 11,2 4 |-- 5 7 8,8 5 |-- 6 10 12,5 6 |-- 8 8 10,0 8 e + 11 13,7 Não Sabe/ Não Responde 10 12,5

Page 106: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

105

A tabela 30 demonstra que 30% do grupo entrevistado não soube informar o valor

da renda familiar; para 27,5% o valor é de até 05 S.M; enquanto para 42,5% a renda

familiar é superior aos 05 S.M. (Tabela 27).

7DEHOD����'LVWULEXLomR� GD� IUHT�rQFLD� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� SRU� 5HQGD� )DPLOLDU� 0HQVDO�� )HUQDQGR� GH�1RURQKD���������5HQGD�)DPLOLDU��6�0����

�1� ���< 1 1 1,2 1 |-- 2 9 11,3 2 |-- 3 5 6,3 3 |-- 4 5 6,3 4 |-- 5 2 2,4 5 |-- 6 7 8,8 6 |-- 8 11 13,7 8 e + 16 20,0 Não Sabe/ Não Responde 24 30,0

Em Noronha, todos têm acesso ao serviço de energia elétrica nos domicílios; 98,8%

possui água encanada, geladeira/congelador, rádio e televisão; 87,5% conta com

sistema de esgotos e telefone e 35% tem automóvel em casa. Equipamentos e

recursos tecnológicos como vídeo-cassete, DVD e computador ainda não fazem

parte do cotidiano da maioria dos idosos. (Tabela 28).

7DEHOD����'LVWULEXLomR�GRV� ,GRVRV�GR�'()1�HP�UHODomR�DR�$FHVVR�D�DOJXQV�6HUYLoRV�H�(TXLSDPHQWRV�QR�'RPLFtOLR��)HUQDQGR�GH�1RURQKD���������6HUYLoRV��(TXLSDPHQWRV��

�1� ���Água encanada 79 98,75 Eletricidade 80 100 Sistema de esgoto 70 87,5 Geladeira/ Congelador 79 98,75 Rádio 79 98,75 Televisão 79 98,75 Vídeo-cassete 23 28,75 DVD 3 3,75 Computador 9 11,25 Telefone 70 87,5 Automóvel 28 35

Page 107: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

106

Ao avaliar a situação econômica (atual) comparada à época dos 50 anos de idade,

apenas 16,3% do grupo entrevistado refere ter piorado. Com o advento do turismo

na última década, houve um incremento na renda (p = 0,0016). Sendo assim, 48,7%

informa que a situação econômica melhorou. Para 31,3% o rendimento mensal dá e

sobra; em 38,7% dos relatos tal rendimento é suficiente e não sobra nada;e para

27,5% dos idosos, o rendimento mensal não é suficiente para cobrir as despesas

mensais. (Tabela 29).

7DEHOD�����'LVWULEXLomR� GD� IUHT�rQFLD� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� SRU� $YDOLDomR� GD� 6LWXDomR� (FRQ{PLFD��DWXDO���FRPSDUDGD�j�eSRFD�GRV����DQRV�GH�,GDGH��)HUQDQGR�GH�1RURQKD���������$YDOLDomR�6LWXDomR�(FRQ{PLFD�

�1� ���(P�UHODomR�j�pSRFD�GRV����DQRV� � �Melhor 39 48,7 A mesma 27 33,7 Pior 13 16,3 Não Sabe/ Não Responde 1 1,3

( 22χ =12,86 p = 0,0016)

5HQGLPHQWR� Dá e sobra 25 31,3 Dá na conta certa 31 38,7 Sempre falta um pouco 20 25,0 Sempre falta muito 2 2,5 Não Sabe/ Não Responde 2 2,5

(23χ =24,05 p = 0,0000)

Ao observar as condições de moradia dos idosos, no momento em que as

entrevistas aconteciam nos seus domicílios, para o entrevistador, na maioria dos

casos, ou seja, 51,3% a condição da residência foi avaliada como sendo boa,

porém, um percentual considerável de 27,4% vive em condições de moradia ruim ou

péssima. (Tabela 30).�

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107

7DEHOD����'LVWULEXLomR� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� HP� UHODomR� j� DYDOLDomR� GD� &RQGLomR� GD� 5HVLGrQFLD� IHLWD�SHOD�(QWUHYLVWDGRUD��)HUQDQGR�GH�1RURQKD���������&RQGLomR�GD�5HVLGrQFLD��

�1� ���Ótima 17 21,3 Boa 41 51,3 Ruim 20 25 Péssima 2 2,4 �

�����6D~GH�0HQWDO�±�6HomR�9,,�GR�%2$6���Ao responder às nove questões da escala da SCO, cujo ponto de corte adotado

corresponde a 1/3 de erros, percebe-se que, entre os homens, 11,8%, e entre a

mulheres, 18,4%, apresentam deficiência cognitiva, embora a análise dos resultados

indique não haver diferença estatisticamente significativa entre os “escores”

masculino e feminino (p = 0,3335). (Tabela 31).

� 7DEHOD����'LVWULEXLomR�GRV�LGRVRV�GR�'()1�SRU�IUHT�rQFLD�GR�tQGLFH�GD�HVFDOD�GH�6&2��)HUQDQGR�GH�1RURQKD�������

Masculino Feminino Escore N % N %

0 21 51,2 14 35,9 1 9 22,0 11 28,2 2 5 12,2 5 12,8 3 2 4,9 - - 4 1 2,4 5 12,8 5 - - 2 5,1 6 2 4,9 1 2,6 7 - - - - 8 1 2,4 1 2,6

Page 109: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

108

Apesar do isolamento geográfico, mas, por estar inserido no contexto familiar, a

maioria, 65%, não refere sentimento de solidão e 35%, refere o sentimento de

solidão. 37,5% informa ter se sentido preocupado por algum motivo durante o mês

que antecedeu a entrevista. (Tabela 32).

� 7DEHOD����'LVWULEXLomR� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� HP� UHODomR� DRV� 6HQWLPHQWRV� GH� 6ROLGmR� H� 3UHRFXSDomR��)HUQDQGR�GH�1RURQKD��������6HQWLPHQWR�GH�6ROLGmR�H�3UHRFXSDomR�

�1� ���6HQWLX�VH�VROLWiULR�QR�~OWLPR�PrV� � �Sim 28 35,0 Não 52 65,0

&RP�TXH�IUHT�rQFLD�VH�VHQWLX�VROLWiULR� Sempre 9 32,1 Algumas vezes 17 60,8 Não Sabe/ Não Responde 2 7,1

(VWHYH�SUHRFXSDGR�QR�~OWLPR�PrV� Sim 30 37,5 Não 46 57,5 Não Sabe/ Não Responde 4 5,0 �

Ao responder à questão sobre dificuldade para dormir, do total de 79 indivíduos,

23% referiram insônia e 77% não sentiam nenhuma dificuldade para dormir.

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109

Sim Não

O Gráfico 6 demonstra que 83,7% refere estar se alimentado bem e 16% tem

sentido dificuldade para se alimentar.

��

� Sim Não

��

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110

Entre os entrevistados, do total de 78 indivíduos, 37,5% referiram que, com o passar

do tempo, estão ficando mais lerdos(as).

��

Sim Não

Os dados no Gráfico 8 reforçam a questão da autonomia entre a população

estudada, ao demonstrar que 90% sai de casa quando se faz necessário, embora

10% dos idosos refiram não sair.

� Sim Não

Page 112: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

111

A vontade de chorar foi referida por 36,2% dos idosos. Fato interessante foi o relato,

sobre a vontade de chorar durante a entrevista, devido à oportunidade de falar sobre

a história de vida. Outros idosos disseram que choram quando assistem TV e vêem

as cenas de violência urbana. (Gráfico 9).

Sim Não

Praticamente, a população idosa da Ilha é especial, no sentido de manter um estado

de alegria e satisfação com a vida, em geral. Para 75% as expectativas para o futuro

são positivas; 17,5% não menciona expectativa, mas, também não refere afirmação

negativa e 7,5% descreve o futuro negativamente. 95,5% do grupo afirma estar feliz,

2,5% não está feliz e 2,5 não sabe ou não responde. (Tabela 33).

Page 113: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

112

�7DEHOD����'LVWULEXLomR�GRV� ,GRVRV�GR�'()1�HP�UHODomR�j�([SHFWDWLYD�HP�UHODomR�DR�)XWXUR�H�(VWDGR�(PRFLRQDO�5HIHULGR��)HUQDQGR�GH�1RURQKD������� �([SHFWDWLYDV�)XWXUDV�(VWDGR�(PRFLRQDO��

�1� %

([SHFWDWLYD�SDUD�R�IXWXUR� Menciona e pensa no futuro 60 75,0 Não menciona e não refere afirmação negativa 14 17,5 Futuro descrito negativamente 6 7,5

6HQWH�VH�IHOL]�DWXDOPHQWH� Sim 76 95,0 Não 2 2,5 Não sabe/ Não responde 2 2,5

��������� 1HFHVVLGDGHV� H� 3UREOHPDV� TXH� $IHWDP� R� (QWUHYLVWDGR� ±� 6HomR� 9,,, GR�%2$6��

Na Tabela 34 verificamos que, para 25,8% dos entrevistados a maior carência é a

econômica; para 18,2% é de moradia; 15,2% transporte e 12,1% lazer. A maioria

dos idosos, 57,4%, não relata problema importante no dia-a-dia; 13,7% se preocupa

com os filhos e netos e 5% refere problemas de ordem econômica.

�����������������

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113

7DEHOD����'LVWULEXLomR� GRV� ,GRVRV� GR� '()1� HP� UHODomR� jV� 3ULQFLSDLV� &DUrQFLDV� H� 3UREOHPDV� PDLV�,PSRUWDQWHV��)HUQDQGR�GH�1RURQKD���������1HFHVVLGDGHV�H�3UREOHPDV��

�1� ���3ULQFLSDLV�FDUrQFLDV� � �Econômica 17 25,8 Moradia 12 18,2 Transporte 10 15,2 Lazer 8 12,1 Segurança 0 0,0 Saúde 4 6,0 Alimentação 1 1,5 Companhia/ Contato pessoal 14 21,2

3UREOHPD�PDLV�LPSRUWDQWH�GR�GLD�D�GLD� Não relata problemas 46 57,4 Econômico 4 5,0 Saúde 1 1,3 Medo da violência 0 0,0 Moradia 3 3,8 Transporte 1 1,3 Conflitos familiares 2 2,5 Isolamento/ solidão 3 3,8 Preocupação com filhos/ netos 11 13,7 Outros 9 11,2

Page 115: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

114

��',6&866­2��Historicamente, ao longo dos seus cinco séculos, desde e após a ocupação

portuguesa, o Brasil, além da tão propagada dimensão continental, compreendendo

uma extensa área geográfica e territorial, com suas imensas riquezas naturais, se

caracteriza também por sua diversidade étnica e cultural, por grandes diferenças

inter-regionais e acentuadas desigualdades sociais, determinadas por um processo

contínuo de concentração de riqueza e renda. Este processo histórico, de exclusão

social, ainda em curso, traz no seu bojo inúmeras contradições políticas,

socioeconômicas e ideológicas entre as classes sociais e as várias frações dessas

classes, impedindo um desenvolvimento equânime da sociedade brasileira. Nesta

compreensão, é verificado no complexo e heterogêneo perfil epidemiológico do País,

que este processo historicamente configurado, demarca o cotidiano e a qualidade de

vida das diferentes comunidades/populações que conformam a atual sociedade

brasileira (CARVALHO, 1991 e 2003).

Portanto, conhecer o Brasil, significa viajar na história, pisar no chão de cada lugar

onde exista uma determinada população, encontrar as pessoas e ouvir o que elas

têm para contar, principalmente, quando quem fala é alguém que já viveu muitos

anos. Embora nas últimas décadas o processo acelerado de envelhecimento tenha

sido incluído na pauta da agenda acadêmica e das Políticas Públicas, ainda são

escassos os estudos sobre as condições de vida e de saúde das populações

minoritárias, vivendo em situação especial, como é o caso dos idosos ilhéus,

indígenas e quilombolas, por exemplo, no estado de Pernambuco. Sem levar em

consideração as demandas sociais específicas de uma determinada população, o

Page 116: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

115

conteúdo dessas Políticas Públicas carece de legitimidade, não servindo à proposta

de enfrentamento nem causando impactos verdadeiramente positivos na realidade

onde se pretende intervir.

Neste momento, é preciso estabelecer um ponto de vista mais ampliado sobre

Fernando de Noronha. De fato, o caminho azul que conduz à Ilha, o Oceano

Atlântico, é bonito! O tempo e a distância que separam o Continente do Arquipélago

parecem mediatizados por uma peleja entre o real e o sonho. Após o período da

travessia, do caminho de céu e mar, o Arquipélago surge como por encanto! À

primeira vista, parece desabitado por seres humanos. A paisagem é fascinante!

Noronha é um paraíso! Sem discordar totalmente desta exclamação, é necessário

acrescentar, à visão de Paraíso, a noção de um espaço geográfico, um dado social,

ou seja, citando Milton Santos (1997), significa dizer: Fernando de Noronha é muito

mais do que simples oferta de praias e trilhas, ainda que também seja isso.

No entanto, SDLVDJHP� e HVSDoR não são sinônimos. A paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessíveis relações localizadas entre homem e natureza. O espaço, portanto, são essas formas mais a vida que as anima. [...] A rigor, a paisagem é apenas a porção da configuração territorial que é possível abarcar com a visão. [...] Paisagem e sociedade são variáveis complementares cuja síntese, sempre por refazer, é dada pelo espaço humano. [...] E o espaço humano é a síntese, sempre provisória e renovada das contradições e da dialética social.

Indo além do que a visão permite, para traçar o perfil socioeconômico e

epidemiológico da população idosa do DEFN, foi aberto um canal para o diálogo, no

sentido de viabilizar contato com a dimensão subjetiva do cotidiano da comunidade

local. E, aos poucos, a partir dos relatos, muitas vezes, inesperados, uma realidade

Page 117: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

116

passou a ser desvelada... Recorrendo às palavras da antropóloga Janirza Lima

(2003), convém alertar:

Noronha foi - e ainda é - um espaço mapeado pelo processo sutil de segregação e seu traçado apenas é conhecido por quem se coloca como parte do espaço insular. Através da observação paciente, no convívio prolongado na Ilha, pelas conversas informais, percorrendo as cenas, descobrindo os atores que desempenham papéis diversos na vida cotidiana, ontem e hoje em Noronha pude vislumbrar esse traçado. A meu ver, a própria história da ocupação humana no Arquipélago influiu diretamente nesse processo.

�6REUH�R�3HUILO�6RFLRHFRQ{PLFR���

A Ilha apresenta algumas peculiaridades, comparadas ao que foi estabelecido como

realidade geral do perfil da população idosa do País. No DEFN a taxa de 4,3% indica

não ocorrer o processo de envelhecimento populacional verificado no Brasil (8,6%),

em Pernambuco (8,9%) e no Recife (9,4%). A feminização da velhice, significando

uma maior presença relativa de mulheres na população idosa, não é observada na

Ilha, onde não há diferença estatisticamente significativa, conforme observado no

capítulo de resultados deste estudo. Dessa forma, na distribuição entre homens e

mulheres, ao contrário do que ocorre continente brasileiro, a proporção de idosos na

população masculina corresponde a 7,8% e na feminina atinge o limite dos 9,3%. No

Recife, por exemplo, o processo de feminização é bem acentuado sendo idosos,

7,5% dos homens e 11% das mulheres (IBGE, 2000).

A população idosa do DEFN, com maior concentração no intervalo dos 60 aos 69

anos de idade (58,8%), pode ser considerada, segundo os critérios de Hazzard

(1990), como constituída majoritariamente por idosos ainda jovens, embora seja

Page 118: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

117

expressiva a quantidade de idosos velhos (22,5%) acima dos 70 anos. Para se ter

uma idéia, segundo Sayeg (1997), no Brasil, as pessoas que ultrapassaram os 80

anos de idade, ou seja, idosos em idade muito avançada, os quais trazem em sua

grande maioria, limitações provenientes de DCNT, representam um contingente

superior a 1 milhão e 200 mil pessoas, sendo a faixa que mais cresce na população.

Em relação à escolaridade, no Brasil, onde mesmo havendo um aumento

significativo no indicador de alfabetização na última década, quando a proporção de

idosos alfabetizados passou de 55,8% (1991) para 64,8% (2000), o contingente de

idosos analfabetos é expressivo, representando cerca de 5,1 milhões de pessoas.

Ao considerar os níveis de alfabetização segundo sexo, em geral, os homens

continuam sendo mais alfabetizados do que as mulheres com 67,7% contra 62,6%,

respectivamente. Tal realidade pode ser analisada levando-se em consideração as

características da sociedade e as políticas de educação prevalecentes nas décadas

de 1930 e 1940, quando o acesso à escola era ainda muito restrito, principalmente,

para as mulheres (IBGE, 2000).

Diferindo do Continente, em Fernando de Noronha é observada outra peculiaridade,

ou seja, não existe diferença estatística significativa nos níveis de alfabetização por

sexo, embora seja baixo o nível de escolaridade dos idosos ilhéus. Alguns

aprenderam a ler e escrever sem freqüentar escola, poucos concluíram os ensinos

médio e fundamental, sendo bastante reduzido o número de pessoas com nível

superior. A respeito do assunto, seria oportuno deixar registrada a fala de dois

idosos, em relação a como se sentem diante da situação de analfabetismo: “2�PHX�

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118

VRQKR�p�DSUHQGHU�D�OHU�H�HVFUHYHU” (F. P. S. - 69 anos). “$�~QLFD�FRLVD�TXH�HX�LQYHMR�QHVWH�PXQGR�p�D�SHVVRD�TXH�VDEH�OHU�H�HVFUHYHU” (S. F. O. - 70 anos).

Na Ilha, ocorre diversificação em relação à ocupação profissional dos entrevistados,

no entanto, acompanhando a lógica do grau de escolaridade da população, percebe-

se que a profissionalização ocorreu nos níveis menos especializados da divisão

técnica do trabalho, de acordo com os dados no capítulo dos resultados.

Quando observada a origem dos idosos ilhéus, com exceção de dois nativos, a

grande maioria, é natural de estados nordestinos. São majoritariamente

pernambucanos e potiguares, os quais, ‘chegaram’, via de regra, para trabalhar.

Praticamente essa população específica envelheceu na Ilha, a partir do momento em

que mais da metade vive em Fernando de Noronha há, pelo menos, mais de quatro

décadas.

Aspecto interessante, é perceber a estabilidade do relacionamento conjugal do idoso

onde, 66,2%, além de estar casado ou morando junto, selou a união há mais de três

décadas. São casais, geralmente de idosos, os quais, praticamente, foram

responsáveis pelo crescimento demográfico em Fernando de Noronha, onde quase

todos tiveram entre três e mais filhos. Janirza Lima (2003), denomina de ‘Q~FOHR�IXQGDGRU’ as três famílias mais numerosas - Flor, Salviano e Pereira - além de outras

famílias nucleares que se instalaram no Arquipélago na década de 1940, quando foi

extinto o presídio político e Fernando de Noronha sofreu um esvaziamento

demográfico, por força de um decreto presidencial, provocando a migração de

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119

retorno da população para o Continente. A autora, na sua importante contribuição,

enfatiza que os atuais idosos foram os primeiros substitutos, como habitantes livres,

da população carcerária em Noronha.

Também é alto o percentual de viuvez (22,5%) e, para a infelicidade dos mais

velhos, a realidade de uniões estáveis não tem sido incorporada no cotidiano das

gerações mais jovens, entre as quais, a influência do turismo vem modificando o

comportamento social. A respeito do assunto, Silva & Melo (2000) comentam:

Essa transformação pode ser observada em suas mais diversas dimensões como a econômica, na formação de uma classe média nativa, voltada para as atividades turísticas; a social, no surgimento e consolidação de novos comportamentos sociais, especialmente na estrutura familiar dos ilhéus, onde são observados altos índices de solvência dos matrimônios; e a cultural, na promoção de uma cultura muito mais ‘pasteurizada’ que de base local, pela facilidade de importação (troca) de experiências culturais entre a população nativa, os turistas e os ‘haoles’ (termo pejorativo, utilizado para designar os não nativos).

Sabe-se da importância dos idosos no âmbito doméstico. No Brasil, segundo dados

do IBGE (2000), 84,4% ocupam papel de destaque no modelo de organização da

família, sendo responsáveis pelos domicílios. A história, de certa forma, se repete

em Noronha, onde o controle do desenvolvimento ambiental limita o número de

construções de casas, além de ser alto o custo de material para construção civil.

Portanto, existe uma tendência no sentido das gerações mais jovens continuarem

morando na casa dos pais e/ou avós. Poucos moram sozinhos ou com apenas uma

pessoa, muitos residem com, no mínimo, cinco pessoas. Apesar das famílias

populosas, a maioria não reclama da falta de espaço e privacidade, declarando

satisfação com as pessoas de casa. Todavia, deve ser ressaltado o fato de 35% dos

idosos, mesmo assim, ter referido sentimento de solidão durante o mês que

antecedeu a pesquisa de campo. Então, o que estará acontecendo nas relações

familiares entre os mais jovens e os idosos ?

Page 121: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

120

Para Leonardo Boff (2000),

O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato, é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.

E a título de reflexão, alguns estudos demonstram a inviabilidade de pensar o idoso

como ser ‘frágil’, destituído da capacidade de ‘cuidar’, como alguns querem

acreditar. Essa visão alienada precisa ser erradicada, no sentido de abolir práticas

discriminatórias como a infantilização, segregação e estigmatização que afetam

diretamente a dignidade e a cidadania do idoso. É inconcebível olhar o idoso como

foco unilateral das atenções de cuidado, negando a realidade de troca nas relações

familiares e sociais.

Em Fernando de Noronha, por exemplo, 70% dos idosos prestam ajuda de ordem

financeira à família, enquanto 31,3% recebem o mesmo tipo de ajuda. Em relação à

moradia, 63,8% dos idosos acolhem familiares dos vários graus de parentesco,

principalmente, filhos(as), noras, genros e netos, enquanto apenas 13,8% recebem a

mesma ajuda. É importante destacar, 43,8% dos idosos costumam cuidar de

crianças, geralmente, netos e bisnetos, dando suporte aos filhos e respectivos

cônjuges ou companheiros(as) para que possam trabalhar. Não ultrapassando para

limites de exploração, essa experiência intergeracional é necessária e positiva no

cotidiano do idoso, o qual não pode viver segregado em ‘guetos’ para velhos.

A título de curiosidade, o demógrafo Ronald Lee (apud MARINHO, 2003), nos seus

estudos com mamíferos de várias espécies, destaca a importância do contato

intergeracional, enfatizando o cuidado como a razão evolutiva da sobrevivência dos

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121

‘velhos e inférteis’. É interessante o questionamento feito à teoria evolutiva clássica,

que associa a razão da existência à capacidade reprodutiva, no entanto, frisa o

autor, "o valor reprodutivo do indivíduo passa a ser só uma parte da teoria da

evolução. Os investimentos que esses indivíduos fazem nos mais novos também

são importantes e ajudaram essas espécies a sobreviver".

Outra peculiaridade, que surgiu com a implementação do turismo, foi a alternativa

encontrada pelos ilhéus para incrementar a renda familiar, abrindo o espaço

domiciliar, sem nenhuma infra-estrutura, para receber os turistas, como observam

Silva & Melo (2000),

No primeiro momento da chegada do Turismo, tudo foi adaptado. O único hotel – Hotel Esmeralda – implantou-se na antiga Base Americana de Observação de Mísseis Teleguiados, na região do Boldró. Para isso, demoliu-se parte das construções pré-moldadas, batizadas como “iglus” pelos ilhéus, para erguerem-se construções - novos apartamentos - mais confortáveis, dentro dos padrões mínimos exigidos. Também criou-se aí, pouco depois, o Sistema de Hospedagem Domiciliar, transformando as residências em local de acolhida de uns poucos hóspedes, de forma prosaica e nem sempre satisfatória, cujos impactos sociais sobre as famílias foram quase sempre os mais negativos possíveis, inclusive para a saúde da família, que se via transferida para o fundo do lote, passando a residir em sub-habitações levantadas com material improvisado.

Atualmente é surpreendente constatar a inserção de, pelo menos, um quarto da

população de idosos nessa realidade de convívio domiciliar com os turistas, a

maioria deles, participando ativamente da gerência ou executando tarefas

relacionadas ao cotidiano administrativo das Pousadas. Para alguns, segundo

relataram, esse contato é positivo, permite a troca inclusive intergeracional, no

entanto, para outros, a necessidade de conviver com turistas de diversos lugares e

culturas diferentes, não tem sido uma experiência de todo positiva, principalmente,

pela perda de privacidade.

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122

Com a implementação do turismo, conforme já foi mencionado, ‘muita coisa mudou

nas relações socioeconômicas da Ilha’ e mais da metade da população idosa

(48,7%) refere que a situação econômica melhorou em relação à época em que

tinha 50 anos de idade, no entanto, para 27,5% dos entrevistados, o rendimento

mensal é insuficiente para se manter.

A exemplo de outras sociedades, em Noronha a maioria da população idosa (66,3%)

desenvolve atividade produtiva remunerada, sendo oportuno fazer algumas

observações relacionadas à qualidade e o custo de vida na Ilha. Considerada a

melhor na região Nordeste, com base no cálculo do Índice de Desenvolvimento

Humano (IDH), Fernando de Noronha ocupa positivamente o décimo lugar no

ranking das cidades brasileiras, acompanhando os níveis das regiões Sul e Sudeste

do País, superando cidades como Caxias do Sul (RS) e Curitiba (PR), conforme

registrado no Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil (2004). Para efeito de

comparação, no ranking dos estados brasileiros, Pernambuco ocupa o décimo oitavo

lugar em IDH, valendo salientar que, até as primeiras cinqüenta cidades

classificadas, não existe nenhuma da região nordeste. Entretanto, como Distrito

Estadual de Pernambuco, Noronha ocupa lugar de destaque, quando comparada

aos diversos municípios nordestinos.

Por outro lado, é importante considerar o alto custo de vida em Fernando de

Noronha, inclusive para os ilhéus que são obrigados a pagar preços elevados em

relação à média do Continente, por produtos essenciais à sobrevivência, tais como:

água potável, gás de cozinha, alimentos, combustível, entre outros, onde os preços

são, no mínimo, o dobro dos verificados em Recife, capital do Estado. Existe,

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123

curiosamente, alusão a uma moeda fictícia, de domínio popular na Ilha, ilustrando

bem a situação, ou seja, ‘um noronha (N$ 1,00) equivale a dois reais (R$ 2,00)’.

A exemplo do que ocorre no Continente brasileiro, as principais fontes de sustento

do idoso ilhéu são: o trabalho, a aposentadoria e a pensão e/ou ajuda do(a)

esposo(a)/companheiro(a). A maioria dos idosos (51,3%) possui renda própria no

valor de até cinco salários mínimos, valor superior aos encontrados na população

idosa brasileira geral, cuja renda dos 20,2 milhões de aposentados não chega aos

dois salários mínimos, com base nos dados da Previdência Social (apud BERZINS,

2003).

Ao observar os valores da renda familiar, percebe-se um incremento, no entanto,

30% dos entrevistados desconhecem o valor aproximado da renda familiar, por não

terem acesso à informação sobre os salários percebidos pelos parentes residentes

no mesmo domicílio. Não raras as vezes, ocorre a inserção de membros da família

no mercado informal, desenvolvendo atividades ligadas às áreas de comércio e

turismo, dificultando ainda mais o acesso do idoso à informação sobre a renda

familiar. Com base nas respostas obtidas, em alguns casos com muita dificuldade, a

maioria das famílias dos idosos (42,4%) possui renda superior a cinco salários

mínimos, mas, é importante destacar, mesmo agregando a participação financeira

dos familiares, a renda de uma parcela expressiva de idosos (27,5%), não ultrapassa

o limite dos 5 salários mínimos.

Como herança do ‘tempo dos coronéis’, período que durou 45 anos (1942-1987),

nos lembra Janirza Lima (2003), quando os gestores do Exército, da Aeronáutica e

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124

do Estado-Maior das Forças Armadas (Emfa) comandaram todo o processo de

ocupação humana e territorial bem como da construção urbana do Arquipélago,

gerindo igualmente todos os serviços públicos e infra-estruturas, a população insular

tem acesso a serviços como água encanada (98,75%); eletricidade (100%); sistema

de esgoto (87,5%), diferente dos níveis de acesso de populações residentes no

Continente. Em relação aos equipamentos, os recursos ligados aos meios de

comunicação como TV, rádio e telefone estão ao alcance da grande maioria, com

exceção de computador, DVD e automóvel, os quais são produtos escassos para a

realidade da Ilha e ainda não foram incorporados à rotina de vida dos idosos.

A respeito da estética domiciliar no DEFN, Janirza Lima (2003) faz a seguinte

observação: “a arquitetura das habitações resume-se no efeito utilidade: local de

recomposição das energias, das forças, lugar para dormir, comer e descansar. Tudo

que possa quebrar essa normalidade é evitado e anulado”. Tem-se o conhecimento

de que no Arquipélago a fauna e a flora são bem protegidas e preservadas, o

ecossistema é equilibrado, existindo o empenho de várias instituições, cientistas e

técnicos no sentido de preservar o meio. Porém, ao analisar o conteúdo das

Políticas de Preservação Ambiental, inclusive da Agenda 21 do DEFN, a impressão

que se tem é a de que o ser humano é uma dimensão secundária nesse processo,

não estando contemplado no conteúdo das Políticas, sendo apenas

responsabilizado pela preservação do ambiente, no qual não está inserido

holisticamente. Nesse contexto, não é de se admirar que mais de um quarto dos

idosos estejam vivendo em residências cujas condições de moradia são ruins ou

péssimas, assim observadas e avaliadas pelas pesquisadoras de campo deste

estudo.

Page 126: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

125

Além da questão da moradia, foram apontadas outras carências de ordem

socioeconômica, diante do elevado custo de vida; contato pessoal/companhia,

diante do sentimento de solidão; transporte, diante das dificuldades de locomoção e

do número limitado de automóveis; e lazer, diante da ausência de opções para os

mais velhos.

Sutilmente, pode ser observada outra peculiaridade: nenhum, entre os entrevistados,

reclama da violência nem da falta de segurança. Eis um dado positivo, constante na

fala da população idosa do DEFN, onde 57,4% não relata problemas importantes no

dia-a-dia, apesar de 37,5% ter indicado algum tipo de preocupação, sendo mais

destacadas e repetidas as que dizem respeito ao cuidado com as gerações mais

jovens e conflitos familiares.

Embora poucos idosos tenham referido insatisfação com a vida, tais relatos sempre

estão associados a problemas envolvendo seus descendentes, filhos e/ou netos, os

quais, segundo os entrevistados, apresentam algum tipo de dependência química,

principalmente por álcool, cujos comportamentos prejudicam o relacionamento

familiar e a saúde do próprio idoso. É preciso, mais uma vez, deixar registrada a

preocupação latente das gerações mais velhas com o futuro das novas gerações em

Noronha. Diante dos relatos e depoimentos, a visão de Paraíso disseminada com

muito romantismo através da mídia, vai ganhando uma conotação realista no

conjunto das cidades brasileiras. Alcoolismo e uso de drogas ilícitas têm sido

denunciados constantemente pelos ilhéus como problemas sociais existentes no

DEFN, atingindo não só os jovens mas indivíduos de outras faixas etárias, inclusive,

alguns idosos.

Page 127: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

126

Na verdade, existe uma tendência, por parte da mídia e do poder público, em tornar

invisíveis os problemas sociais enfrentados pela população insular. Problemas estes,

que invadem a vida dos ilhéus e os lares das famílias, assim como ocorre em todas

as sociedades humanas e Fernando de Noronha não é exceção. Considerando o

início do processo de envelhecimento ainda na fase adulta, será que neste momento

a comunidade de Fernando de Noronha está se preparando para envelhecer

saudavelmente? Mesmo nos relatos da grande maioria que referiu estar satisfeita

com a vida, a retórica pela preocupação com as gerações mas jovens também é

seguramente uma unanimidade.

Silva & Melo (2000) fizeram algumas observações pertinentes sobre a brusca

mudança nos regimes de governo em Fernando de Noronha e a conseqüente

abertura para o turismo, sem nenhum planejamento social, ou seja,

Se por um lado, o turismo trouxe divisas, trouxe também fortes medidas coercitivas. Se possibilitou a aproximação entre residentes e o mundo exterior, também acatou a liberação para tudo o que se proibia no tempo de domínio federal e que agora era aceito e possível. As trocas entre os que vinham e os que recebiam foram beneficiando e criando uma classe média turística com baixa escolaridade e nenhuma profissionalização. Um grande aliado foi recebido com a chegada da imagem televisiva, retransmitida via satélite e produzindo programas locais. Fernando de Noronha se ‘globalizou’. O mundo lá fora veio de forma rápida, eficiente e, infelizmente, também destruidora. Nivelaram-se costumes. Diminuíram diferenças. Novos padrões sociais foram sendo importados, interferindo diretamente no comportamento da população e da paisagem, modificando condutas e procedimentos, para o bem ou para o mal.

�6REUH�RV�,QGLFDGRUHV�GH�$XWRQRPLD�H�,QGHSHQGrQFLD�����Conforme comentado anteriormente, o envelhecimento populacional provoca nas

diferentes sociedades uma inquietação, no sentido de responder às demandas

sociais emergentes a partir desse fenômeno, tendo em vista, ser a população idosa

Page 128: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

127

a que proporcionalmente consome mais serviços de saúde. Tal retórica é explícita

nos discursos das principais Organizações de Saúde do mundo inteiro, entre as

quais, a própria Organización Mundial de la Salud (2002), defendendo a promoção

do ‘(QYHOKHFLPHQWR�$WLYR’, enquanto processo de otimização das oportunidades de

saúde, participação e seguridade com a finalidade de melhorar a qualidade de vida,

à medida que as pessoas envelhecem. [...] Lembrando que o envelhecimento ativo

se aplica tanto aos indivíduos quanto aos grupos populacionais. [...] O termo ‘DWLYR’

faz referência a uma participação contínua nas questões sociais, econômicas,

culturais, espirituais e cívicas, não só à capacidade para estar fisicamente ativo ou

participar da mão-de-obra.

Partindo desta visão mais ampliada, com base nos resultados deste estudo, os

idosos ilhéus, reforçando o dado da satisfação com a vida, afirmam possuir ótimo

(15%) e bom (71,2%) estado de saúde, a maioria, mantendo o mesmo padrão nos

últimos cinco anos, havendo inclusive os que indicam melhora. Em comparação com

as outras pessoas da mesma faixa etária, novamente a maioria afirma estar em

melhores condições de saúde. No entanto, um grupo merece atenção especial, ou

seja, para 13,8% a autopercepção do estado de saúde é ruim. Ao comparar com os

últimos cinco anos, para 28,8% dos idosos a saúde piorou e 10% a considera pior

em relação às pessoas da mesma faixa etária.

A satisfação com a vida e a autopercepção positiva do estado de saúde são dois

indicadores subjetivos que refletem a boa qualidade de vida da maioria dos idosos

do DEFN, onde 95% também afirma estar feliz, havendo quase um consenso em

relação ao privilégio de envelhecer na Ilha, segundo ficou registrado num dos

Page 129: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

128

momentos da pesquisa de campo: “e� PDUDYLOKRVR� HQYHOKHFHU� HP� )HUQDQGR� GH�1RURQKD�” (J. B. L. F. – 66 anos). Há também os dois que se orgulham de ter nascido

em Noronha e não perdem a oportunidade de evidenciar o fato: “(X� VRX� R� QDWLYR�PDLV� YHOKR� GD� ,OKD” (D. A. C. – 71 anos). “(X� QDVFL� DTXL� H� VRX� D� ILOKD�PDLV� YHOKD�GDTXL” (R. F. M. – 77 anos).

Contrastando com os dados positivos de satisfação com a vida, autopercepção da

saúde e sentimento de felicidade, 37,5% dos idosos afirmaram estar ficando mais

lerdo(a) com o passar do tempo e 36,2% sentia vontade de chorar. Eis um desabafo

sofrido que reflete o pensamento de um idoso a respeito do seu processo de

envelhecimento: “$�YHOKLFH�p�D�SLRU�GH�WRGDV�DV�GRHQoDV” (S. J. S. – 85 anos).

Outro dado positivo é perceber que a grande maioria (75%) menciona expectativas

(projetos, sonhos) e pensa no futuro, enquanto outros (17,5%), apesar de não

mencionar expectativa, não faz nenhuma afirmação negativa. Somente 7,5%

descreve o futuro negativamente e poucos não estão felizes.

Ao avaliar o estado de saúde da visão, para 43,7% a situação oscila entre ruim e

péssima, destes, 45,7% indicam prejuízo à capacidade funcional e, como já era

esperado, mais da metade usa óculos ou lentes de contato. Quanto à audição,

apesar de ser menor a freqüência daqueles que a consideram ruim (12,5%), não

havendo quem a classifique como péssima, a proporção dos que referem prejuízo à

capacidade funcional é de 60% dos casos.

Page 130: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

129

A respeito do assunto, a Organización Mundial de la Salud (2002), informa que

atualmente, no mundo, há 180 milhões de pessoas com perda de capacidade visual,

das quais, 45 milhões são cegos. A maioria deles são idosos, já que a deterioração

visual e a cegueira aumentam de forma acentuada com idade, tendo como principais

causas a catarata, o glaucoma, a degeneração macular e a retinopatia diabética.

Relacionada à audição, no mundo, segundo estimativas, mais de 50 por cento das

pessoas maiores de 65 anos sofrem algum grau de perda de capacidade auditiva.

Vale salientar a imprescindível necessidade de investimento em cuidados para

preservar e recuperar a capacidade visual e auditiva do idoso, tendo em vista a

promoção da saúde, bem como, sua inserção social. As perdas visuais e auditivas

provocam dificuldades de mobilidade e comunicação, atingindo direta e

negativamente as dimensões da autonomia e independência do idoso.

Quanto à capacidade motora, é interessante observar que 50% indicam algum tipo

de problema, entre os quais, 60% referem problemas nas articulações e 37,5% já

desenvolveu algum tipo de inibição da mobilidade. Eis um indicador a ser

considerado seriamente na agenda da Política de Saúde do DEFN devido,

principalmente, às condições dos entornos físicos do Arquipélago, onde o terreno é

acidentado e, mesmo nas áreas mais urbanizadas, existem poucas ruas asfaltadas,

muitas ladeiras, pedras pelo caminho, poeira, calor intenso, pouca iluminação

pública, entre outros.

Conforme a Organización Mundial de la Salud (2002),

Os entornos físicos que tenham em conta as pessoas idosas, podem estabelecer a diferença entre independência e dependência para todas as pessoas, mas, são de especial importância para as que estão

Page 131: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

130

envelhecendo. Por exemplo, os idosos que vivem em um entorno inseguro ou em áreas com múltiplas barreiras físicas são menos propícios a sair e, portanto, são mais propensos ao isolamento, à depressão e também a ter um pior estado físico e mais problemas de mobilidade. (...) O entorno físico envolve riscos que podem provocar lesões debilitantes e dolorosas nas pessoas maiores. As lesões como conseqüência das quedas, queimaduras e acidentes de tráfego são as mais freqüentes.

E, por mencionar quedas, na Ilha, 10% dos idosos sofreram quedas nos três meses

que antecederam a pesquisa. Sabe-se que as quedas, na maioria das vezes,

poderiam ser evitadas e são causas crescentes de complicações à saúde, gastos de

tratamento e morte. Os perigos do entorno que aumentam o risco de cair são

justamente a má iluminação; terrenos irregulares, escorregadios e ausência de

corrimão para apoiar-se em escadas. As conseqüências das quedas para os idosos

são mais acentuadas em relação aos mais jovens, pois, lesões de mesma gravidade

podem acarretar maior perda de capacidade funcional; longos períodos de

internação hospitalar; processo demorado de reabilitação (serviço inexistente em

Fernando de Noronha), e maiores riscos de dependência e falecimento

(ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 2002).

Um número considerável, 21,3%, informou ocorrência de incontinência urinária, ou

seja, mais de um quarto dos entrevistados. É importante lembrar a existência de

serviços especializados para o tratamento do problema que provoca uma situação

de desconforto e inibição do idoso perante a família e a sociedade. A incontinência

urinária pode gerar a sensação de insegurança e conseqüente isolamento social do

idoso.

A inserção do idoso no âmbito familiar permite o estabelecimento de canais de troca

e nesse contexto se desenvolve a prática do ‘cuidado’, no sentido mais amplo da

Page 132: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

131

palavra. De acordo com o que foi visto no item anterior, o idoso ilhéu, em sua grande

maioria, conta com a companhia e algum tipo de ajuda dos familiares. Apesar das

mudanças nos padrões socioculturais e na estrutura familiar, ainda assim, 65,7%

informa ser o(a) esposo(a)/companheiro(a) ou a filha, as pessoas que mais ajudam.

A exemplo dos resultados apresentados em outros estudos, como o de Kátia Barreto

(1999), sobre uma população de idosos da Universidade Aberta da Terceira Idade

da Universidade Federal de Pernambuco (UnATI/UFPE), onde 38,3% dos

entrevistados indicaram a filha como ‘cuidadora potencial’, em Fernando de Noronha

o fato se repete, ou seja, a filha foi identificada como ‘cuidadora potencial’, em caso

de doença e/ou necessidade, por 42,4% dos idosos.

Os recursos para lazer ao alcance da população idosa são escassos e as atividades

desempenhadas no tempo livre são, praticamente, as de rotina, conforme elencadas

na tabela 24 no capítulo dos resultados. A grande maioria, 96,3%, informa estar

satisfeita com as atividades desenvolvidas. Observando os valores das freqüências

simples, é necessário esclarecer alguns aspectos do cotidiano da população insular:

somente 42,5% dos idosos têm o hábito da leitura, dado que reflete o grau de

escolaridade e alfabetização, sem dúvida, no entanto, reflete também a dificuldade

de se adquirir revistas, livros e jornais na Ilha, onde não existe, até o momento, uma

banca ou livraria.

A Organización Mundial de la Salud (2002), enfatiza que os baixos níveis de

educação e alfabetização se associam ao maior risco de perda de capacidade

funcional e morte entre as pessoas à medida que envelhecem, bem como, aos

maiores índices de desemprego. A educação nos primeiros anos de vida, junto com

Page 133: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

132

as oportunidades de aprendizagem durante toda vida, podem ajudar às pessoas a

desenvolver as aptidões e a confiança que necessitam para adaptar-se e seguir

sendo independentes à medida que envelhecem.

Ir a jogos e praticar esportes são atividades desenvolvidas pela minoria. O fato de

não dirigir o próprio carro, referido por um quarto dos entrevistados, na verdade, tem

mais relação com outra peculiaridade local que com a capacidade do idoso. O

número de automóveis é reduzido no DEFN , por existir um controle rígido da

entrada de veículos automotores. Entretanto, vale referir que, muitas vezes, o idoso

não dirige automóvel mas conduz embarcações a longas distâncias. Lembrando

que, em se tratando de Fernando de Noronha, o caminho do Mar leva muito mais

longe que o da Terra.

Outro indicador importante relacionado à capacidade funcional do idoso, diz respeito

à identificação de deficiência cognitiva. Segundo Veras (1994), o rastreamento

comunitário fornece os sintomas fundamentais da demência, tais como a

desorientação e a deficiência de memória recente. Considerando o ponto de corte

usado na escala do BOAS (1/3), a prevalência pontual de deficiência cognitiva

encontrada foi de 18,75% em Fernando de Noronha, valor relativamente alto,

comparado aos percentuais encontrados no estudo de Veras (1994), envolvendo

populações de idosos dos distritos de Copacabana, Méier e Santa Cruz, no Rio de

Janeiro, onde os valores encontrados foram 5,95%, 9,84% e 29,75%

respectivamente. Do total de casos rastreados, utilizando o instrumento BOAS, no

DEFN, 60% são mulheres e 40% homens suspeitos de estarem sofrendo os

sintomas de deficiência cognitiva relacionada à SCO. Segundo Veras (1994),

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133

Nas populações em envelhecimento, a cognição deficiente assume importância crescente com o avanço da idade. O impacto da demência sobre a autonomia de um indivíduo e a capacidade de cuidar de si mesmo é muito significativo, e é vital que os planejadores locais de assistência de saúde e os serviços de assistência social possam tomar decisões racionais sobre a necessidade de serviços.

Fora de questionamento está a importância do Hospital São Lucas, sendo a primeira

referência para a demanda dos problemas de saúde da população insular, único

serviço disponível na Ilha. São poucos os casos (8,8%) em que existe a demanda

direta pelos serviços conveniados e particulares oferecidos no Continente.

Os idosos ilhéus realmente procuram o hospital local quando necessário,

principalmente, em se tratando de atendimento médico. De uma forma geral (86,2%)

estão satisfeitos com os serviços prestados. Apesar da situação de isolamento, ao

se fazer necessário o deslocamento do idoso para cuidar da saúde em Recife,

quando o Hospital São Lucas não dispõe do suporte necessário para atendê-lo, lhe

é garantido o exercício da cidadania, mediante o Tratamento Fora do Domicílio

(TFD), concedido, exclusivamente, a pacientes atendidos na rede pública ou

conveniada/contratada do SUS.

Portanto, apesar de alguns exercerem o direito de ir e vir para passear e visitar

familiares no Continente, o alto grau de mobilidade dos idosos, de fato, está

associado a sua situação de saúde. O preço da passagem aérea promocional para

os ilhéus é alto, mesmo com o desconto de mais de 60% acordado entre o Governo

do Estado e as companhias aéreas, atualmente, segundo informações da

Administração do DEFN, o valor cobrado para o translado Noronha-Recife-Noronha

corresponde a R$ 326,00 (trezentos e vinte e seis reais) e o ilhéu ainda precisa

aguardar numa lista de espera.

Page 135: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

134

Em relação ao serviço odontológico, também oferecido no Hospital São Lucas,

diferente da demanda pelo atendimento médico, é maior o número de idosos que

não buscam esse tipo de tratamento em relação aos que buscam. Na maioria das

vezes, a resposta obtida para este comportamento está relacionada ao fato do idoso

ter perdido a maioria ou todos os dentes e acreditar que saúde bucal não se

direciona aos ‘desdentados’. Outras vezes ocorrem relatos de sentimento de medo

do ‘dentista’. O nível de saúde bucal do idoso ilhéu oscila do ruim ao péssimo

(83,7%), segundo auto-avaliação, com poucas exceções (15%). Diante do quadro

apresentado, não é novidade o fato de ser elevado o uso de dentes postiços e

dentaduras, no entanto, o relato de uso é inferior ao de necessidade, dado

merecedor de maior investigação, por parte dos profissionais de saúde locais, tendo

em vista a importância da saúde bucal para a qualidade de vida do indivíduo.

Uma observação pertinente a respeito do translado para Recife, são as dificuldades

enfrentadas pela população insular, diante da falta de apoio para percorrer os

caminhos necessários, visando a recuperação da saúde, principalmente, aqueles

que não têm família na capital do Estado. Não existe um local destinado ao

acolhimento dos ilhéus no Continente. No caso do idoso, diante das especificidades

da velhice, este se depara com uma realidade completamente diferente da

vivenciada na Ilha. O impacto desta mudança chega a ser altamente negativo

inclusive, se o caso demanda internação hospitalar.

Nas palavras de Veras (2002),

É sabido que os idosos consomem mais dos serviços de saúde, as suas taxas de internação são bem mais elevadas quando comparadas a qualquer outro grupo etário e o tempo médio de ocupação do leito é três vezes maior. A falta de serviços domiciliares e/ou ambulatoriais faz com que o primeiro

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135

atendimento se dê em estágio avançado no hospital, aumentando os custos e diminuindo as chances de um prognóstico favorável. Os problemas de saúde nos mais velhos são crônicos e múltiplos, perduram por vários anos, requerendo pessoal qualificado, equipe multidisciplinar, equipamentos e exames complementares, em outras palavras, exigem o máximo da tecnologia produzida pelo complexo médico industrial.

O Estatuto do Idoso (2003), no seu capítulo IV (GR� GLUHLWR� j� VD~GH), Artigo 16,

assegura ao idoso internado ou em observação, o direito a acompanhante, devendo

o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em

tempo integral, segundo critério médico. No entanto, pela falta de apoio no Recife,

muitas vezes, o acompanhante é praticamente internado junto com o paciente, não

havendo possibilidade de substituição.

Reafirmando o pensamento de Veras (2002),

Do ponto de vista de saúde pública, a capacidade funcional surge como um novo conceito de saúde mais adequado para instrumentar e operacionalizar uma política de atenção à saúde do idoso. Ações preventivas, assistenciais e de reabilitação em saúde devem objetivar melhorar e, sempre que possível, recuperar a capacidade funcional perdida pelo idoso. Um enfoque que transcende o simples diagnóstico e tratamento de doenças específicas. Uma política de saúde do idoso deve portanto ter como objetivo maior a manutenção da máxima capacidade funcional do indivíduo que envelhece, pelo maior tempo possível. Isto significa a valorização da autonomia ou autodeterminação e a conservação da independência física e mental do idoso.

�6REUH�D�3UHYDOrQFLD�GDV�'RHQoDV�&U{QLFDV�QmR�7UDQVPLVVtYHLV��� �Como foi visto anteriormente, a maioria dos brasileiros envelheceram sem mudanças

nos padrões de qualidade de vida, participaram do projeto de industrialização do

País sem garantias de trabalho digno, salários justos e pagaram com a saúde pela

própria sobrevivência. “Estudos com base populacional têm demonstrado que, no

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136

Brasil, a maioria dos idosos (mais de 85%) apresenta pelo menos uma enfermidade

crônica e, cerca de 15%, pelo menos cinco (IBGE, 2002).

Em Fernando de Noronha, esse número é menor, correspondendo a 75% do

universo entrevistado, onde 32,8% referiu prejuízo à capacidade funcional em

decorrência de DCNT. Comparado ao estudo de Veras (1994), onde 82,5% dos

entrevistados não relataram problema de saúde física, o valor encontrado no DEFN

passa a ser relativamente alto.

Contrastando com o estudo de Veras (1994), onde as taxas de prevalência

encontradas para DM e HA foram respectivamente de 7,8% e 20,5%, no DEFN foi

relevante rastrear altas prevalências de DM (17,5%) e HA (36,3%) na população

estudada, dados que, associados aos indicadores de faixa etária, denunciam a

necessidade de acompanhamento gerontológico, no sentido de prevenir os agravos

decorrentes da falta de controle destas doenças crônicas, preservando a capacidade

funcional desses idosos que deverão conviver com as referidas enfermidades por

mais de quinze, vinte anos... Conforme Gordilho et al. (2001),

A maior parte dos idosos é, na verdade, absolutamente capaz de decidir sobre seus interesses e de se organizar, sem necessidade de ajuda de quem quer que seja. De acordo com os mais modernos conceitos gerontológicos, esse idoso que mantém sua autodeterminação e prescinde de qualquer ajuda ou supervisão para agir no seu cotidiano deve ser considerado um idoso saudável, ainda quando portador de uma ou mais doença crônica.

O fato de ter referido alguma DCNT implica, para a maioria dos idosos, no

entendimento de estar tratando a doença devidamente, pois, haviam sido

consultados pelo médico (63,8%) e realizaram exames clínicos (53,8%) nos três

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137

meses que antecederam a Pesquisa de Campo. O dado também reflete a qualidade

do serviço prestado pelo PSF, o qual, de acordo com Veras (2002),

[...] Como modelo de atenção à saúde da população, estruturado de forma a melhorar o acesso da população aos serviços de saúde, priorizando o domicílio, configura-se como uma excelente estratégia de estratificação de risco e de identificação do idoso fragilizado, minorando as dificuldades do mesmo em conseguir assistência adequada aos seus problemas de saúde. Dessa forma, este modelo de atenção é capaz de desenvolver ações preventivas no plano primário e mesmo secundário”.

Uma peculiaridade do DEFN em relação ao PSF diz respeito ao número de famílias

acompanhadas pela equipe local. No Recife, por exemplo, atualmente uma equipe

se encarrega de atender o total de 850 famílias, enquanto na Ilha existem 500

famílias aproximadamente, segundo informações da Diretoria do Hospital São

Lucas.

Uma informação interessante é o fato de 63,8% dos idosos fazerem uso regular de

medicamentos, enquanto 36,2% não o fazem, eis um dado curioso, considerando

que nos estudos de Bernstein et al. (apud Rozenfeld, 2003), a proporção de idosos

que não usa qualquer medicação é de 4% a 10%, podendo chegar a 20% segundo

estudos de Laukkanen (apud Rozenfeld, 2003). Tal realidade demonstra uma baixa

nos valores observados em Noronha, onde apenas um indivíduo referiu a prática de

auto-medicação.

Com o objetivo de comparar o diagnóstico de saúde referido pelo idoso no momento

da pesquisa de campo com os dados secundários registrados nos prontuários do

Hospital São Lucas, se tentou realizar um levantamento detalhado das informações,

porém, essa etapa do estudo foi praticamente inviabilizada devido à não existência

ou não localização de mais da metade dos prontuários. No entanto, a partir dos

dados disponíveis, foram observados registros de atendimentos e diagnósticos que

Page 139: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

138

confirmavam ao menos uma DCNT referida pelos entrevistados embora não

houvesse notificação de outras doenças também referidas por alguns indivíduos.

Outra etapa foi realizada no sentido de comparar a morbidade referida com os

diagnósticos de DM e HA utilizando-se testes de glicemia digital e aferimento de

pressão arterial. Apesar de não ter sido uma validação de diagnóstico propriamente

dita, os valores encontrados praticamente reforçaram a prevalência das doenças

referidas no BOAS, sugerindo, inclusive, necessidade de maior investigação dos

casos. Na pesquisa de campo foi encontrada uma prevalência de 17,5% de DM,

dado proporcionalmente confirmado na pesquisa documental e no teste, porém,

chamando atenção para o fato de haver 15,7% de indivíduos com glicemia de jejum

alterada ou tolerância à glicose diminuída e mais 13,7% suspeição de casos, ou

seja, indicadores de uma taxa ainda mais alta. Para o diagnóstico de HA a

prevalência encontrada na pesquisa de campo foi de 36,3%, também confirmada na

pesquisa documental e o teste revelou 50% de suspeição de casos. A diferença

encontrada entre as prevalências referida e medida, no caso de DM, foi de 3,8% e,

no caso de HA, entre as prevalências referida e aferida, a diferença foi de 13,7%. A

análise estatística, para os dois casos, revelou não haver diferença significativa entre

os valores das prevalências encontradas, demonstrando haver coincidência entre a

morbidade referida e a mensurada.

Conforme anunciado anteriormente, de fato, envelhecer sem nenhuma doença, no

contexto da sociedade brasileira, é mais uma exceção do que regra e, ainda

segundo Veras (2002),

Qualquer que seja o indicador de saúde analisado, haverá sempre uma proporção maior entre aqueles de mais de 60 anos, isto quer dizer maior utilização dos serviços de saúde e mais custos. [...] É importante frisar que,

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139

podemos antever uma deterioração do sistema de saúde, não apenas para os idosos, mas para toda sociedade, conseqüência do gasto crescente na área de saúde.

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140

���&21&/86®(6��A metodologia e o referencial teórico utilizados foram adequados para responder os

objetivos traçados, no entanto, a título de questionamento, para um estudo de

rastreamento de prevalência, baseado na morbidade referida, o questionário BOAS

apresentou-se como instrumento complexo. Diante do que foi apresentado e

discutido, em relação ao perfil socioeconômico e epidemiológico da população idosa

do DEFN, este estudo apresenta as seguintes conclusões:

� 2V� SDGUões diferenciados de envelhecimento atingem tanto as dimensões do

indivíduo e da população, devendo-se levar em conta seus determinantes históricos,

biopsicossociais e culturais, no momento em que se pretende estudar uma

realidade. Em Fernando de Noronha, o processo de envelhecimento não

acompanha os padrões observados no estado de Pernambuco, na capital Recife e

no contexto nacional. Entre outras peculiaridades, a população insular apresenta

Taxa de Envelhecimento inferior a 7%, não ocorre o processo de feminização na

Ilha, a atual população de idosos se caracteriza por ser constituída por migrantes de

estados nordestinos.

� 2� SHUILO� VRFLRHFRQ{PLFR� UHYHOD� D� H[LVWência de uma população privilegiada,

quando comparada a outras do Continente, muito embora, em alguns aspectos,

como por exemplo, o nível de alfabetização e grau de escolaridade, acompanhe os

mesmos padrões observados no País. Apesar da boa qualidade de vida e do IDH

ser um dos melhores, quando comparado a outros municípios do País, o alto custo

de vida na Ilha, acima dos padrões observados no Continente, é uma realidade

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141

vivenciada pelo idoso ilhéu. Este fato, o mantém ativamente no mercado de trabalho,

como estratégia de sobrevivência para incrementar a renda própria e a familiar.

� � 2� LVRODPHQWR� JHRJUiILFR� UHODFLRQDGR� à condição socioeconômica interferem no

exercício da cidadania do idoso, por exemplo, o direito de ir e vir está

proporcionalmente associado a sua situação de saúde, diante das dificuldades de

acesso devido ao alto custo dos meios de transporte para fazer o translado do

Arquipélago ao Continente e vice-versa.

�2V�LQGLFDGRUHV�GH�$XWRQRPLD�H�,QGHSHQGência apontam para a existência de uma

população, em geral, saudável, do ponto de vista da gerontológico, apesar da

presença de várias DCNT. Neste sentido, foi verificado que a maioria dos idosos tem

mantido sua capacidade funcional. Entretanto, esta realidade deve ser ponto de

maior investigação e investimento, por parte da equipe de saúde local, tendo em

vista as elevadas taxas de prevalência de DCNT encontradas na Ilha. Estas

indicaram a necessidade de intervenção preventiva, evitando agravos das doenças e

prejuízos à capacidade funcional do idoso. In loco foi constatado que o sistema de

saúde, até o momento, não contempla nenhum serviço de reabilitação para a

população.

�&RQVLGHUDQGR�D�DOWD�SUHYDOência de DCNT, o padrão geral de envelhecimento do

ilhéu, a exemplo do observado no contexto Nacional, não acompanha os níveis de

qualidade de vida observados no DEFN. Embora a capacidade funcional tenha sido

preservada, na maioria dos casos, não se pode negligenciar as taxas de Diabetes

Mellitus e Hipertensão Arterial primária ou essencial.

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142

O perfil, ora apresentado, permite visualizar as principais características do universo

de uma população especial insular relacionado aos perfis de outras populações, seja

no contexto estadual ou nacional. Ao conceber a epidemiologia enquanto ciência da

saúde do ser social, implica necessariamente reconhecer a importância dos

aspectos subjetivos da saúde das populações, levando em consideração suas

peculiaridades e respeitando suas diferenças, inclusive, nas formas de

enfrentamento e tratamento das doenças. Fernando de Noronha é Brasil. E o Brasil

não é, simplesmente, a soma de todos os Estados que compõem a República

Federativa, assim como o todo não é meramente a soma de todas as partes. Nesta

perspectiva dialética, de acordo com Sartre (apud SANTOS, 1997), “o todo está

inteiramente presente na parte como seu sentido atual e seu destino”.

Sendo assim, o Brasil está inteiramente presente em Fernando de Noronha e, a

exemplo do que vem sendo feito no contexto nacional, é necessário conhecer de

maneira abrangente a saúde da população insular, abordando os ciclos de vida,

contemplando as diferentes faixas etárias, com o objetivo de acompanhar o

processo de nascimento, amadurecimento, envelhecimento e morte da população,

mas, essa já é uma outra história...

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143

��5(&20(1'$d®(6��� 0HUHFHP� VHU� UHVSHLWDGRV� H� FRQKHFLGRV� RV� HVSDoRV� RQGH� YLYHP� SRSXODoões

minoritárias e isoladas, seja do ponto de vista geográfico, étnico ou cultural, visando

a maior aproximação com o cotidiano de seus hábitos de vida, condições

socioeconômicas e situação de saúde. Suas peculiaridades e demandas específicas

devem ser contempladas na agenda das Políticas Públicas, fazendo prevalecer o

princípio da eqüidade social.

�$�SUHYDOência pontual de deficiência cognitiva rastreada na Ilha, também indica a

real necessidade de planejamento e desenvolvimento de ações básicas de saúde,

no sentido de preservar, manter e recuperar a capacidade cognitiva, prevenindo,

diagnosticando e tratando alguns idosos com quadro de demência, e dessa forma

evitando impactos negativos sobre a autonomia e capacidade de auto-cuidado do

idoso.

� ,PSUHVFLQGtYHO� p� R� LQYHVWLPHQWR� GR� *RYHUQR� GR� (VWDGR� H� GD� $GPLQLVWUDoão do

DEFN na capacitação e aperfeiçoamento da equipe de saúde local, tendo em vista a

sua essencial importância no momento da prestação dos serviços de saúde à

população insular. Distante do Continente, sem contar com o suporte imediato dos

serviços de média e alta complexidade, não raras às vezes, tais profissionais se

deparam e enfrentam situações de emergência, nas quais, desprovidos dos recursos

e equipamentos necessários aos procedimentos. Vale referir que a competência

técnica e o compromisso profissional são ainda alguns dos recursos que acabam

fazendo a diferença e salvando vidas humanas em situações de carências.

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144

�$�$GPLQLVWUDoão do DEFN possui um escritório na cidade do Recife, no entanto,

mesmo diante das conhecidas dificuldades enfrentadas pelos ilhéus, principalmente,

aqueles que não têm familiares na capital do Estado, incluindo os idosos, ainda não

existe nenhum recurso para acolher a população insular, no momento em que ocorre

esse tipo de demanda. A solução para o problema deve ser contemplada na agenda

das Políticas Públicas locais, visando um processo de atendimento humanizado,

quando de sua vinda ao Continente para tratamento e recuperação da saúde.

Page 146: Perfil socioecon{mico e epidemiolygico da populaomo idosa do ...

145

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Anexo 1 Brazil Old Age Schedule (BOAS)

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)81'$d­2�26:$/'2�&58=�&(1752�'(�3(648,6$6�$**(8�0$*$/+­(6�'(3$57$0(172�'(�6$Ò'(�&2/(7,9$��3(648,6$�62%5(�2�3(5),/�62&,2(&21Ð0,&2�(�(3,'(0,2/Ï*,&2�'$�3238/$d­2�,'26$�'2�',675,72�(67$'8$/�'(�)(51$1'2�'(�12521+$���3(��%5$=,/�2/'�$*(�6&+('8/(��%2$6��9(56­2�)1���������48(67,21È5,2�%2$6���%5$=,/�2/'�$*(�6&+('8/(�� QUESTIONÁRIO MULTIDIMENSIONAL PARA ESTUDOS COMUNITÁRIOS NA POPULAÇÃO IDOSA As informações contidas neste questionário permanecerão confidenciais. COORDENAÇÃO: SÁLVEA CAMPELO 1~PHUR�GR�TXHVWLRQiULR��5HJLVWUR� ÈUHD��&OXVWHU Nome do Entrevistado Endereço (Rua, Av.) Bairro (Vila) DEFN CEP Telefone Nome do Entrevistador Data da Entrevista

),2&58=�

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,QIRUPDo}HV�*HUDLV�� ���6H[R�GR�(QWUHYLVWDGR�������(QWUHYLVWDGRU: Indique o sexo da pessoa entrevistada 1. Masculino 2. Feminino ���4XDQWRV�DQRV�R�D��6U��D��WHP"��......... anos 998. N.S./N.R ���(P�TXH�HVWDGR�GR�%UDVLO�R�D��6U��D��QDVFHX"��Nome do estado ................................................................. 98. N.S./N.R ���+i�TXDQWR�WHPSR��DQRV��R�D��6U��D��PRUD�QHVWD�,OKD"������������........... (número de anos) 98. N.S./N.R. �D��+i�TXDQWR�WHPSR��PHVHV�DQRV��R�D��6U��D��YLVLWRX�R�&RQWLQHQWH�SHOD�~OWLPD�YH]"������������........... (número de anos) 1. Não visitou o Continente depois que veio morar na Ilha 98. N.S./N.R. �E��4XDO�R�PRWLYR�GD�VXD�YLVLWD�DR�&RQWLQHQWH"�

1. Passeio 2. Visitar familiares 3. Tratamento de saúde 4. Trabalho 5. Outro Especifique: .................................................. 8. N.S./N.R. ���2�D��6U��D��VDEH�OHU�H�HVFUHYHU"��������������������������������������������������

1. Sim 2. Não �9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QD�4���D�� 8. N.S./N.R. �D��4XDO�p�VXD�HVFRODULGDGH�Pi[LPD�FRPSOHWD"���������������������������������������������������������1. Nenhuma 2. Primário 3. Ginásio ou 1º grau 4. 2º grau completo (científico, técnico ou equivalente) 5. Curso superior 7. N.A. 8. N.S./N.R. ���$WXDOPHQWH�TXDO�p�R�VHX�HVWDGR�FRQMXJDO"����������������������������������

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����(QWUHYLVWDGRU� Marque apenas uma alternativa 1. Casado/morando junto 2. Viúvo (a) (9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QDV�4V���D��H��E�) 3. Divorciado(a) / separado (a) �9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QDV�4V���D��H��E�� 4. Nunca casou �9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QDV�4V���D��H��E�� 8. N.S./N.R. ���D��+i�TXDQWR�WHPSR�R�D��6U��D��HVWi�FDVDGR�D����PRUDQGR�MXQWR"������������ (QWUHYLVWDGRU: A pergunta se refere ao casamento atual ........... (número de anos) 97. N.A. 98. N.S./N.R �E��4XDO�D�LGDGH�GH�VXD��VHX��HVSRVD��R��"�������������������� .......... anos de idade 97. N.A. 98. N.S./N.R. ���2�D��6U��D��WHYH�ILOKRV"��HP�FDVR�SRVLWLYR��TXDQWRV"����������������� (QWUHYLVWDGRU: Especifique o número de filhos................/ filhas .................. ............ (número total de filhos/as) 00. Nenhum 98. N.S./N.R. ���4XDQWDV�SHVVRDV�YLYHP�FRP�R�D��6U��D��QHVWD�FDVD"����������������������� ......... pessoas 00. Entrevistado(a) mora só. �9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QD�4���D���98. N.S./N.R. �D��4XHP�VmR�HVVDV�SHVVRDV"� (QWUHYLVWDGRU: Para cada categoria de pessoas indicada pelo entrevistado marque a resposta 6,0. 6,0�����1­2������1$�������16�15�1. Esposo(a) / companheiro(a) 1 2 7 8

2. Pais 1 2 7 8 3. Filhos 1 2 7 8

4. Filhas 1 2 7 8 5. Irmãos/irmãs 1 2 7 8

6. Netos(as) 1 2 7 8 7. Outros parentes 1 2 7 8 8. Amigos 1 2 7 8 9. Empregado(a) 1 2 7 8 �E��6XD�FDVD�p�XWLOL]DGD�FRPR�SRXVDGD"�

1. Sim 2. Não 8. N.S./N.R. (QWUHYLVWDGRU��Se 2 (NÃO) �9i�SDUD�4���H���

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�F��2�D��6U��D��GHVHPSHQKD�DOJXPD�DWLYLGDGH�UHJXODU�QD�SRXVDGD"�1. Sim Especifique:

........................................................................ 2. Não 8. N.S./N.R.

�G��2�IDWR�GH�WHU�TXH�FRQYLYHU�FRP�WXULVWDV�QD�VXD�FDVD�R�D��LQFRPRGD"�1. Sim 2. Não 8. N.S./N.R.

�H��2�HVSDoR�ItVLFR�GD�VXD�FDVD�p�VXILFLHQWH�SDUD�D�VXD�IDPtOLD"�3. Sim 4. Não 9. N.S./N.R. ���&RPR�R�D��6U��D��VH�VHQWH�HP�UHODomR�j�VXD�YLGD�HP�JHUDO�"�

(QWUHYLVWDGRU: Leia para o entrevistado as alternativas listadas. Marque apenas uma opção. 1. Satisfeito(a) �9i�SDUD�D�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4���D�� 2. Insatisfeito(a) 8. N.S./ N.R. �D��4XDLV�VmR�RV�SULQFLSDLV�PRWLYRV�GH�VXD�LQVDWLVIDomR�FRP�D�YLGD"�(QWUHYLVWDGRU: Não leia para o entrevistado as alternativas listadas

6,0���1­2��1$�16�15�1. Problema econômico 1 2 7 8 2. Problema de saúde 1 2 7 8 3. Problema de moradia 1 2 7 8 4. Problema de transporte 1 2 7 8 5. Conflito nos relacionamentos pessoais 1 2 7 8

����)DOWD�GH�DWLYLGDGHV�� � � � �� �� �� ��7. Outro problema (especifique) ..................... 1 2 7 8 �����2EVHUYDomR�GR�HQWUHYLVWDGRU��2�HQWUHYLVWDGR�LQIRUPRX�VXD�LGDGH�QD�4����9RFr�DFKD�HVWD�LQIRUPDomR��1. Idade plausível/ consistente/ correta 2. O entrevistado informou idade que não corresponde à impressão do observador;

ou é obviamente errada ou não sabe ou forneceu resposta incompleta.

6$Ò'(�)Ë6,&$� $JRUD��HX�JRVWDULD�GH�OKH�ID]HU�DOJXPDV�SHUJXQWDV�VREUH��VXD�VD~GH�� ��� (P�JHUDO��R�D��6U��D��GLULD�TXH�VXD�VD~GH�HVWi:

(QWUHYLVWDGRU: Leia para o entrevistado as alternativas de 1 a 4.

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Marque apenas uma opção 1. Ótima 2. Boa 3. Ruim 4. Péssima 8. N.S./N.R ��� (P�FRPSDUDomR�FRP�RV�~OWLPRV���DQRV��R�D��6U��D��GLULD�TXH�VXD����������VD~GH KRMH�p�� (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas de 1 a 3. Marque apenas uma opção. 1. Melhor 2. Mesma coisa 3. Pior 8. N.S./N.R ��������� (P�FRPSDUDomR�FRP�DV�RXWUDV�SHVVRDV�GH�VXD�LGDGH��R�D��6U��D��GLULD���������TXH VXD�VD~GH�HVWi: (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas de 1 a 3. Marque apenas uma opção. 1. Melhor 2. Igual 3. Pior 8. N.S./N.R. ��� $WXDOPHQWH�R�D��6U��D��WHP�DOJXP�SUREOHPD�GH�VD~GH�" 1. Sim 2. Não �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QDV�4V����D�����E��H���F�� 8. N.S./ N.R. ��D. 4XDLV�VmR�RV�SULQFLSDLV�SUREOHPDV�GH�VD~GH�TXH�R�D��6U��D��HVWi�HQIUHQWDQGR"��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� (QWUHYLVWDGRU� Especifique os problemas. 1$��������������16�15� 1) ............................................... 97 98

2) ............................................... 97 98 3) ............................................... 97 98

��E� +i�TXDQWR�WHPSR" (QWUHYLVWDGRU� Anote em meses o período de duração dos problemas

0(6(6�����������0(6(6������1$�����16�15 28�0$,6� 1) .................................. ........... 96 97 98 2) .................................. ........... 96 97 98

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3) .................................. ........... 96 97 98 ��F��(VWH�SUREOHPD�GH�VD~GH�DWUDSDOKD�R�D��6U��D��GH�ID]HU�FRLVDV�TXH���������������SUHFLVD�RX�TXHU�ID]HU�"�1. Sim 2. Não 7. N.A. 8. N.S./N.R. ��� 3RU�IDYRU��UHVSRQGD�VH�R�D��6U��D��VRIUH�GH�DOJXP�GHVWHV�SUREOHPDV�����������(QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado todas as alternativas listadas. Marque as respostas correspondentes. 6,0��������1­2��������16�15� a. Problema nos pés que inibe sua mobilidade 1 2 8

(Ex.: joanete, calos, dedos torcidos, unha do pé encravada, etc.) b. Problemas nas articulações dos braços, 1 2 8 mãos, pernas, pés c. Falta algum braço, mão, perna, pé 1 2 8

��D� 2�6U��D��UHFHEHX�DOJXPD�DMXGD��WUDWDPHQWR�GH�UHDELOLWDomR ���������RX�DOJXPD�RXWUD�WHUDSLD�SDUD�HVWH�SUREOHPD�"��� 1. Sim 2. Não 7. N.A. 8. N.S./N.R. ����� 2�D��6U��D��WHYH�DOJXPD�TXHGD�WRPER��QRV�~OWLPRV���PHVHV�"�1. Sim 2. Não �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QDV�4V����D��H���E�� 8. N.S./N.R. ��D. 2�D��6U��D��SRGH�VH�OHYDQWDU�VR]LQKR�D��GR�FKmR�" 1. Sim �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4���E���2. Não 7. N.A. 8. N.S./ N.R. ��E. 4XDQWR�WHPSR�R�D��6U��D��ILFRX�QR�FKmR�DWp�UHFHEHU�DMXGD" ........... minutos 997. N.A. 998. N.S./N.R. ��� (P�JHUDO��R�D��6U��D��GLULD�TXH�VXD�YLVmR��FRP�RX�VHP�D�DMXGD�GH yFXORV��HVWi�� (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas de 1 a 4. Marque apenas uma opção.

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0. (o entrevistado é uma pessoa cega) 1. Ótima �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D�� 2. Boa �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D�� 3. Ruim 4. Péssima 8. N.S./N.R. ��D. (VWH�VHX�SUREOHPD�GH�YLVmR�DWUDSDOKD�R�D��6U��D��GH�ID]HU�DV�FRLVDV TXH�R�D��6U��D��SUHFLVD���TXHU�ID]HU�"�1. Sim 2. Não 7. N.A. 8. N.S./N.R. ��. (P�JHUDO��R�D��6U��D��GLULD�TXH�VXD�DXGLomR��FRP�RX�VHP�D�DMXGD�GH DSDUHOKRV��HVWi�� (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas de 1 a 4. Marque apenas uma opção. 1. Ótima �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D�� 2. Boa �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D�� 3. Ruim 4. Péssima 8. N.S./N.R. ��D. (VWH�VHX�SUREOHPD�GH�DXGLomR�DWUDSDOKD�R�D��6U��D��GH�ID]HU�DV����������FRLVDV TXH�R�D��6U��D��SUHFLVD���TXHU�ID]HU�"�1. Sim 2. Não 1. N.A. 2. N.S./N.R. ��������(P�JHUDO��TXDO�p�R�HVWDGR�GRV�VHXV�GHQWHV�" (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas de 1 a 4. Marque apenas uma opção. 1. Ótimo 2. Bom 3. Ruim 4. Péssimo 8. N.S./N.R. ������������������ (VWi�IDOWDQGR�DOJXP�GRV�VHXV�GHQWHV�"� (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas de 1 a 4. Marque apenas uma opção. 1. Não está faltando dente 2. Poucos dentes estão faltando 3. A maioria ou todos os dentes estão faltando

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8. N.S./N.R. ������ 2�D��6U��D��WHP�DOJXP�GHQWH�SRVWLoR��GHQWDGXUD��SRQWH���"� 1. Sim 2. Não 8. N.S./N.R. ��� 2�D��6U��D��WHP�DOJXP�SUREOHPD�GH�GHQWH�TXH�OKH�DWUDSDOKD� PDVWLJDU�RV�DOLPHQWRV"�1. Sim 2. Não 8. N.S./N.R. &RP�R�SDVVDU�GD�LGDGH�p�EDVWDQWH�QRUPDO�DSDUHFHUHP�DOJXQV�3UREOHPDV�GH�EH[LJD�RX�LQWHVWLQR��(X�JRVWDULD�GH�OKH�ID]HU�GXDV�3HUJXQWDV�VREUH�HVWH�DVVXQWR� ��� $FRQWHFHX�FRP�R�VHQKRU�GH�SHUGHU�XP�SRXFR�GH�XULQD�H�VH�PROKDU��������DFLGHQWDOPHQWH��VHMD�SRUTXH�QmR�GHX�WHPSR�GH�FKHJDU�DR�EDQKHLUR��������RX�TXDQGR�HVWi�GRUPLQGR��RX�TXDQGR�WRVVH�RX�HVSLUUD��RX�ID]�IRUoD"� 1. Sim 2. Não �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D�� 8. N.S./N.R. ���������������D��&RP�TXH�IUHT�rQFLD�LVVR�DFRQWHFH"� 1. Uma ou duas vezes por dia 2. Mais de duas vezes por dia 3. Uma ou duas vezes por semana 4. Mais do que duas vezes por semana 5. Uma ou duas vezes por mês 6. Mais de duas vezes por mês 7. N.A. 8. N.S./N.R. ��� 2EVHUYDomR�GR�(QWUHYLVWDGRU��+i�VLQDLV�GH�LQFRQWLQrQFLD" �FKHLUR�GH�XULQD��1. Sim 2. Não

87,/,=$d­2�'(�6(59,d26�0e',&26�(�'(17È5,26� $JRUD��HX�JRVWDULD�GH�OKH�SHUJXQWDU�VREUH�RV�VHUYLoRV�PpGLFRV�TXH�R�D��6U��D��WHP�GLUHLWR�GH�XVDU�� ��. 4XDQGR�R�6U��D��HVWi�GRHQWH�RX�SUHFLVD�GH�DWHQGLPHQWR�PpGLFR� RQGH�RX�D�TXHP�R�D��6U��D��QRUPDOPHQWH�SURFXUD"��� (QWUHYLVWDGRU� Marque apenas uma alternativa. Se 0.(Ninguém), faça a

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pergunta 25a.; se 1,2,3,4 ou 8, vá para Q.26 e marque N.A. na Q.25a. Nome de onde ou a quem procura .................................................. 0. Ninguém ou o entrevistado não procura o médico há muito tempo. 1. Serviço médico de uma instituição pública gratuita. 2. Serviço médico credenciado pelo seu plano de saúde 3. Médicos/ Clínica particulares 4. Outros (especifique) ...................................................... 8. N.S./N.R. ��D. 2�6U��D��QmR�SURFXUD�XP�PpGLFR�Ki�PXLWR�WHPSR�SRUTXH�QmR�SUHFLVRX���������������RX�SRUTXH�WHP�GLILFXOGDGH�SDUD�LU�DR�PpGLFR"�4XH�GLILFXOGDGH"������������6,0������1­2�����1$������16�15�0. Porque não precisou 1 2 7 8 1. Dificuldade de locomoção/transporte 1 2 7 8 2. Dificuldade de acesso/demanda reprimida 1 2 7 8 3. Dificuldade financeira para pagar 1 2 7 8 4. Porque não tem ninguém para levar 1 2 7 8 5. Porque tem medo de ir ao médico 1 2 7 8

����3RU�RXWUD�UD]mR�HVSHFLILTXH������������������������������� �� �� �� ��� ��� 2�D��6U��D��HVWi�VDWLVIHLWR�FRP�RV�VHUYLoRV�PpGLFR�TXH�XWLOL]D��������QRUPDOPHQWH"�1. Sim 2. Não 3. Não utiliza serviços médicos ou não precisa consultar médico há muito tempo �9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QD�4���D���8. N.S./N.R. ��D� (P�JHUDO��TXDLV�RV�SUREOHPDV�TXH�PDLV�OKH�GHVDJUDGDP�TXDQGR� R�D��6U��D��XWLOL]D�RV�VHUYLoRV�PpGLFRV"� (QWUHYLVWDGRU� Não leia para o entrevistado as alternativas listadas. Classifique as respostas nas categorias listadas, de acordo com as instruções do Manual para esta pergunta. Na dúvida, registre a resposta do entrevistado no item 08. Outros problemas. 6,0� 1­2� 1$� 16�15�1. O custo dos serviços médicos 1 2 7 8 2. O custo dos medicamentos que são prescritos 1 2 7 8 3. Os exames clínicos que são prescritos 1 2 7 8 4. A demora para a marcação das consultas /exames 1 2 7 8 5. O tempo de espera para ser atendido(a) no consultório 1 2 7 8 6. O tratamento oferecido pelos médicos 1 2 7 8 7. O tratamento oferecido pelo pessoal não médico 1 2 7 8 8. Outros problemas (especifique) .............................................. 1 2 7 8

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���� 4XDQGR�R�D��6U��D��QHFHVVLWD�GH�WUDWDPHQWR�GHQWiULR��RQGH�RX�D�TXHP R�D��6U��D��QRUPDOPHQWH�SURFXUD"� (QWUHYLVWDGRU� Classifique a resposta e marque apenas uma alternativa Nome de onde ou a quem procura ................................................ 0. Ninguém ou o entrevistado não procura o dentista há muito tempo. �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D���1. Serviço dentário de uma instituição pública gratuita. 2. Serviço dentário credenciado pelo seu plano de saúde 3. Dentista particular 4. Outros (especifique) ........................................................ 8. N.S./N.R. ��D. 2�6U��D��QmR�SURFXUD�XP�GHQWLVWD�Ki�PXLWR�WHPSR�SRUTXH�QmR�SUHFLVRX���������������RX�SRUTXH�WHP�GLILFXOGDGH�SDUD�LU�DR�GHQWLVWD"�4XH�GLILFXOGDGH"������������6,0������1­2�����1$������16�15�0. Porque não precisou 1 2 7 8 1. Dificuldade de locomoção/transporte 1 2 7 8 2. Dificuldade de acesso/demanda reprimida 1 2 7 8 3. Dificuldade financeira para pagar 1 2 7 8 4. Porque não tem ninguém para levar 1 2 7 8 5. Porque tem medo de ir ao dentista 1 2 7 8

����3RU�RXWUD�UD]mR�HVSHFLILTXH������������������������������� �� �� �� �� ��. 1RV�~OWLPRV�WUrV�PHVHV��R�D��6U���D�� ����������6,0����1­2���16�15�a. Consultou o médico no consultório ou em casa 1 2 8 b. Fez exames clínicos 1 2 8 c. Fez tratamento fisioterápico 1 2 8 d. Teve de ser socorrido(a) na Emergência 1 2 8 e. Foi ao hospital / clínica para receber medicação 1 2 8 f. Esteve internado em hospital ou clínica 1 2 8 g. Foi ao dentista 1 2 8

���D. 'RV�VHUYLoRV�DFLPD��TXDO��LV��R�D��6U��D��XWLOL]RX�PDLV�GH�XPD�YH]" (QWUHYLVWDGRU� Repita para o entrevistado apenas os itens citados na pergunta acima como utilizados. Para os não utilizados marque NA.

6,0����1­2�����1$������16�15�1. Consultou o médico no consultório ou em casa 1 2 7 8 2. Fez exames clínicos 1 2 7 8 3. Fez tratamento fisioterápico 1 2 7 8 4. Teve de ser socorrido(a) na Emergência 1 2 7 8 5. Foi ao hospital / clínica para receber medicação 1 2 7 8 6. Esteve internado em hospital ou clínica 1 2 7 8

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7. Foi ao dentista 1 2 7 8 ����������2�D��6U��D��QRUPDOPHQWH�XVD�� 6,0����1­2�16�15�a. Dente postiço, dentadura, ponte 1 2 8 b. Óculos ou lente de contato 1 2 8 c. Aparelho de surdez 1 2 8 d. Bengala 1 2 8 e. Muleta 1 2 8 f. Cadeira de rodas 1 2 8 ��D��$WXDOPHQWH��R�D��6U��D��HVWi�SUHFLVDQGR�WHU�RX�WURFDU������ (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado apenas as ajudas mencionadas na questão anterior. Marque as respostas correspondentes. � � � � � � �SIM NÃO NS/NR

1. Dente postiço, dentadura, ponte 1 2 8 2. Óculos ou lentes de contato 1 2 8 3. Aparelho de surdez 1 2 8 4. Bengala 1 2 8 5. Muleta 1 2 8 6. Cadeira de rodas 1 2 8 7. Outros(especifique) ............................... 1 2 8 ����2�D��6U��D��WRPD�UHPpGLR"��1. Sim 2. Não �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QDV�4V����D����E� �H���F�� 8. N.S./N.R. ��D� 4XH�UHPpGLRV�R�D��6U��D��HVWi�WRPDQGR�DWXDOPHQWH" Entrevistador: Se nenhum, vá para a Q. 31 e marque NA nas Qs. 30b. e 30c. 1$�� 16�15�

1) ........................................ 97 98 2) ........................................ 97 98 3) ........................................ 97 98 ��E� 4XHP�UHFHLWRX" 1$�� 16�15�

1) ........................................ 97 98 2) ........................................ 97 98 3) ........................................ 97 98 ��F. (P�JHUDO�TXDLV�VmR�RV�SUREOHPDV�RX�DV�GLILFXOGDGHV�PDLV�LPSRUWDQWHV�TXH�R�D�

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6U��D��WHP�SDUD�REWHU�RV�UHPpGLRV�TXH�WRPD�UHJXODUPHQWH"� 6,0����1­2�����1$������16�15�1. Problema financeiro 1 2 7 8 2. Dificuldade de encontrar o remédio na farmácia 1 2 7 8 3. Dificuldade em obter a receita de remédios controlados 1 2 7 8 4. Outro problema ou dificuldade (especifique)...................... 1 2 7 8 7. N.A. 1 2 7 8 8. N.S./N.R. 1 2 7 8 �������� 1R�FDVR�GH�R�D��6U��D��ILFDU�GRHQWH�RX�LQFDSDFLWDGR�D���TXH�SHVVRD SRGHULD�FXLGDU�GR�D��6U��D�"�0. Nenhuma 1. Esposo(a) / companheiro(a) 2. Filho 3. Filha 4. Outra pessoa da família 5. Outra pessoa de fora da família (indique qual)................................... 8. N.S./N.R.

$7,9,'$'(6�'$�9,'$�',È5,$��$9'�� ��� 2�D��6U��D���FDSD]�GH�ID]HU�VR]LQKR�D��DV�VHJXLQWHV�DWLYLGDGHV� (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado todas as perguntas e marque as alternativas correspondentes. No caso de o entrevistado ter colostomia ou usar cateter, marque 1­2 em ³R´. 6,0������1­2�����16�15

a. Sair de casa utilizando um transporte 1 2 8 (ônibus, van, táxi, trem, metrô, barca, etc.) b. Sair de casa dirigindo seu próprio carro 1 2 8

c. Sair de casa para curtas distâncias (caminhar pela vizinhança) 1 2 8 d. Preparar sua própria refeição 1 2 8

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e. Comer a sua refeição 1 2 8

f. Arrumar a casa, a sua cama 1 2 8

g. Tomar os seus remédios 1 2 8

h. Vestir – se 1 2 8 i. Pentear seus cabelos 1 2 8

j. Caminhar em superfície plana 1 2 8

k. Subir/descer escadas 1 2 8

l. Deitar e levantar da cama 1 2 8 m. Tomar banho 1 2 8

n. Cortar as unhas dos pés 1 2 8 o. Ir ao banheiro em tempo 1 2 8

��. +i�DOJXpP�TXH�DMXGD�R�D��6U��D��D�ID]HU�DOJXPDV�WDUHIDV�FRPR�OLPSH]D DUUXPDomR�GD�FDVD��YHVWLU�±�VH��RX�GDU�UHFDGRV�TXDQGR�SUHFLVD"�1. Sim 2. Não �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D�� 8. N.S./N.R. ��D� 4XDO�D�SHVVRD�TXH�PDLV�OKH�DMXGD�QHVVDV�WDUHIDV"� (QWUHYLVWDGRU� marque apenas uma alternativa 1. Esposo(a) / companheiro(a) 2. Filho 3. Filha 4. Uma outra pessoa da família (quem?)............................ 5. Um(a) empregado(a) 6. Outro (quem?) ............................... 7. N.A. 8. N.S./N.R. ���� 1R�VHX�WHPSR�OLYUH�R�D��6U��D��ID]��SDUWLFLSD�GH��DOJXPD�GHVVDV�DWLYLGDGHV� ������Entrevistador:�/HLD�SDUD�R�HQWUHYLVWDGR�WRGDV�DV�SHUJXQWDV�H�PDUTXH�DV�� alternativas correspondentes. 6,0������1­2�����16�15 a. Ouve rádio 1 2 8 b. Assiste a televisão 1 2 8 c. Lê jornal 1 2 8 d. Lê revistas e livros 1 2 8 e. Recebe visitas 1 2 8 f. Vai ao cinema, teatro, etc 1 2 8 g. Anda pelo seu bairro 1 2 8 h. Vai à igreja (serviço religioso) 1 2 8 i. Vai a jogos (esportes) 1 2 8

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j. Pratica algum esporte 1 2 8 k. Faz compras 1 2 8 l. Sai para visitar os amigos 1 2 8 m. Sai para visitar os parentes 1 2 8 n. Sai para passeios longos (excursão) 1 2 8 o. Sai para encontro social ou comunitário 1 2 8 p. Costura, borda, tricota 1 2 8 q. Faz alguma atividade para se distrair (jogos de cartas, xadrez, jardinagem, etc.) 1 2 8 r. Outros (especifique) ............................. 1 2 8 ��� 2�D��6U��D��HVWi�VDWLVIHLWR�D��FRP�DV�DWLYLGDGHV�TXH�GHVHPSHQKD�QR�VHX� WHPSR�OLYUH"�1. Sim �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D�� 2. Não 8. N.S./N.R. ��D� 4XDLV�VmR�RV�SULQFLSDLV�PRWLYRV�GH�VXD�LQVDWLVIDomR�FRP�DV�DWLYLGDGHV TXH�R�D��6U��D��GHVHPSHQKD�QR�VHX�WHPSR�OLYUH"� (QWUHYLVWDGRU� Marque apenas uma alternativa 6,0������1­2����1$���16�15� 1. Problema com o custo 1 2 7 8 2. Problema de saúde que o(a) impede de se engajar em uma atividade 1 2 7 8 3. Problema com falta de motivação em fazer coisas (tédio, aborrecimento) 1 2 7 8 4. Problema de transporte que limita seu acesso aos lugares que deseja ir 1 2 7 8 5. Outras razões (especifique) ................................... 1 2 7 8 �������9�� �5(&85626�62&,$,6� 1HVWD�VHomR��HX�JRVWDULD�GH�OKH�ID]HU�DOJXPDV�SHUJXQWDV�D�UHVSHLWR�GH�VXDV������UHODo}HV�GH�DPL]DGH�FRP�DV�RXWUDV�SHVVRDV�H�D�UHVSHLWR�GH�UHFXUVRV�TXH�DV�SHVVRDV�LGRVDV�FRVWXPDP�XVDU�QD�VXD�FRPXQLGDGH������ 2��D��6U��D��HVWi�VDWLVIHLWR�D��FRP�R�UHODFLRQDPHQWR�TXH�WHP�FRP�DV SHVVRDV�TXH�PRUDP�FRP�R�D��6U��D�"�

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0. Entrevistado mora só 1. Sim 2. Não 8. N.S./N.R. ��� 4XH�WLSR�GH�DMXGD�RX�DVVLVWrQFLD�VXD�IDPtOLD�RIHUHFH" �IDPLOLDUHV�TXH�YLYHP���RX�TXH�QmR�YLYHP�FRP�R�HQWUHYLVWDGR��� (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas listadas. 6,0����1­2��16�15�a. Dinheiro 1 2 8 b. Moradia 1 2 8 c. Companhia / cuidado pessoal 1 2 8 d. Outro tipo de cuidado / assistência (especifique) .................................. 1 2 8 ��� 4XH�WLSR�GH�DMXGD�RX�DVVLVWrQFLD�R�D��6U��D��RIHUHFH�SDUD�VXD�IDPtOLD" (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas listadas. 6,0����1­2��16�15�a. Dinheiro 1 2 8 b. Moradia 1 2 8 c. Companhia / cuidado pessoal 1 2 8 d. Cuidar de criança 1 2 8 e. Outro tipo de cuidado / assistência (especifique) .................................. 1 2 8 ��� 2�D��6U��D��HVWi�VDWLVIHLWR�D��FRP�R�UHODFLRQDPHQWR�TXH�WHP�FRP VHXV�DPLJRV"�0. Entrevistado(a) não tem amigos 1. Sim 2. Não 8. N.S./N.R. ��� 2�D��6U��D��HVWi�VDWLVIHLWR�D��FRP�R�UHODFLRQDPHQWR�TXH�WHP�FRP VHXV�YL]LQKRV"�0. Entrevistado(a) não tem relação com os vizinhos 1. Sim 2. Não 8. N.S./N.R. ��. 1D�VHPDQD�SDVVDGD�R�D��6U��D��UHFHEHX�YLVLWD�GH�DOJXPD�GHVWDV�SHVVRDV" 6,0����1­2��16�15�a. Vizinhos / amigos 1 2 8 b. Filhos(as) 1 2 8 c. Outros familiares 1 2 8 d. Outros (especifique) ................................. 1 2 8

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9,�� 5(&85626�(&21Ð0,&26� ����4XH�WLSR�GH�WUDEDOKR��RFXSDomR��R�D��6U��D��WHYH�GXUDQWH�D�PDLRU�� SDUWH�GH�VXD�YLGD"� (QWUHYLVWDGRU� Anote o tipo de trabalho ............................................... 01. Nunca trabalhou �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D�� 02. Dona de casa �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D�� 98. N.S./N.R. ��D��3RU�TXDQWR�WHPSR"� Número de anos:................ 97. N.A. 98. N.S./N.R. ����$WXDOPHQWH�R�D��6U��$��WUDEDOKD"�3RU�WUDEDOKR�TXHUR�GL]HU�TXDOTXHU������DWLYLGDGH�SURGXWLYD�UHPXQHUDGD� 1. Sim �9i�SDUD�4�����H�PDUTXH�1�$��QD�4����D�� 2. Não 8. N.S./N.R ��D� &RP�TXH�LGDGH�R�D��6U��D��SDURX�GH�WUDEDOKDU" ...............anos 97. N.A. 98. N.S./N.R. ����'H�RQGH�R�D��6U��D��WLUD�R�VXVWHQWR�GH�VXD�YLGD" 6,0����1­2��16�15 a. do seu trabalho 1 2 8 b. da sua aposentadoria 1 2 8 c. da pensão/ajuda do(a) seu (sua) esposo(a) 1 2 8 d. da ajuda de parentes ou amigos 1 2 8 e. de aluguéis, investimentos 1 2 8 f. de outras fontes................................. 1 2 8 ����(P�PpGLD��TXDO�p�D�VXD�UHQGD�PHQVDO"� (QWUHYLVWDGRU� Caso haja mais de uma fonte, anote a soma destes valores. (Atenção: valor líquido) rendimento mensal __ __ __ __ __ N.S./N.R. 8 0 0 0 8 ��D.4XDO�i�D�UHQGD�PpGLD�PHQVDO�GDV�SHVVRDV�TXH�YLYHP�QHVWD�UHVLGrQFLD"�1mR�SUHFLVR�VDEHU�R�YDORU�H[DWR��EDVWD�GL]HU�±�PH�R�YDORU�DSUR[LPDGR�� (QWUHYLVWDGRU� Se o entrevistado vive sozinho e tem rendimento, repita o valor informado na Q. 45. Se o entrevistado vive sozinho e não tem rendimento, marque N.A. nesta questão e na Q. 45b. Rendimento mensal __ __ __ __ __ N.A. 7 0 0 0 7 N.S./N.R. 8 0 0 0 8

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��E� 4XDQWDV�SHVVRDV��LQFOXLQGR�R�D��6U��D���YLYHP�FRP�HVVH�UHQGLPHQWR� IDPLOLDU��GR�VHX�UHQGLPHQWR�� .................... pessoas 97. N.A. 98. N.S./N.R. ����3RU�IDYRU��LQIRUPH�PH�VH�HP�VXD�FDVD���DSDUWDPHQWR�H[LVWHP�RX�HVWmR�������IXQFLRQDQGR�HP�RUGHP�RV�VHJXLQWHV�LWHQV� (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas listadas: 6,0����1­2��16�15 a. Água encanada 1 2 8 b. Eletricidade 1 2 8 c. Ligação com a rede de esgoto 1 2 8 d. Geladeira/congelador 1 2 8 e. Rádio 1 2 8 f. Televisão 1 2 8 g. Vídeo – cassete 1 2 8 h. DVD 1 2 8 i. Computador 1 2 8 j. Telefone 1 2 8 k. Automóvel 1 2 8 ��� 2�D��6U��D��p�SURSULHWiULR�D���DOXJD��RX�XVD�GH�JUDoD�R�LPyYHO��������RQGH�UHVLGH"� (QWUHYLVWDGRU� Para cada uma das três categorias (propriedade, aluguel ou usa de graça) verifique em qual o entrevistado se enquadra. Especifique apenas uma alternativa. 1. Propriedade da pessoa entrevistada ou do casal 2. Propriedade do cônjuge do entrevistado 3. Alugado pelo entrevistado 4. Morando em residência cedida sem custo para o entrevistado 5. Outra categoria (especifique) ..................................... 8. N.S./N.R. ��� (P�FRPSDUDomR�D�TXDQWR�R�D��6U��D��WLQKD����DQRV�GH�LGDGH��D�VXD�DWXDO VLWXDomR�HFRQ{PLFD�p�� (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas listadas. Marque apenas uma opção 1. Melhor 2. A mesma 3. Pior 8. N.S./N.R. �������

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��� 3DUD�VXDV�QHFHVVLGDGHV�EiVLFDV��R�TXH�R�D��6U��D��JDQKD� (QWUHYLVWDGRU� Leia para o entrevistado as alternativas listadas de 1 a 4. Marque apenas uma opção. 1. Dá e sobra 2. Dá na conta certa 3. Sempre falta um pouco 4. Sempre falta muito 8. N.S./N.R. ��� 2EVHUYDomR�GR�HQWUHYLVWDGRU��4XDO�p�D�FRQGLomR�GD�UHVLGrQFLD GR�D��HQWUHYLVWDGR�D�"�1. Ótima 2. Boa 3. Ruim 4. Péssima

9,,�� 6$Ò'(�0(17$/�� e�EDVWDQWH�FRPXP�DV�SHVVRDV�WHUHP�SUREOHPDV�GH�PHPyULD�TXDQGR�FRPHoDP�D�HQYHOKHFHU��'HVWH�PRGR��HX�JRVWDULD�GH�OKH�ID]HU�DOJXPDV�SHUJXQWDV�VREUH�HVWH�DVVXQWR��$OJXPDV�SHUJXQWDV�WDOYH]�QmR�VHMDP�DSURSULDGDV�SDUD�R�D��6U��D���RXWUDV�EDVWDQWHV�LQDGHTXDGDV��1R�HQWDQWR��HX�JRVWDULD�TXH�R�D��6U��D��OHYDVVH�HP�FRQWD�TXH�WHQKR�TXH�ID]HU�DV�PHVPDV�SHUJXQWDV�SDUD�WRGDV�DV�SHVVRDV���

���. (VWD�SHVTXLVD�HVWi�VHQGR�UHDOL]DGD�SHOD�)XQGDomR�2VZDOGR�&UX]�±�)LRFUX]��(X�JRVWDULD�TXH�R�D��6U��D��UHSHWLVVH�SDUD�PLP�HVWH�QRPH�H�JXDUGDVVH�QD�PHPyULD�

1. Repete Fiocruz ou algo próximo

2. Não consegue/não repete/não responde

��. (P�TXH�DQR�R�D��6U��D��QDVFHX"� Ano do nascimento:................................

1. Ano do nascimento aparentemente correto

2. Informa ano do nascimento que: não corresponde à impressão do observador; ou é

inconsistente com a data anteriormente obtida; ou é obviamente errada; ou não sabe ou

fornece resposta incompleta.

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��� 4XDO�p�R�HQGHUHoR�GH�VXD�FDVD"��1. Informa endereço correto

2. Informa endereço incorreto; ou não sabe ou fornece informação incompleta

����+i�TXDQWR�WHPSR�R�D��6U�D��PRUD�QHVWH�HQGHUHoR"�� .................. anos

1. Informação sobre tempo de residência aproximadamente correto/plausível

2. Informa tempo de residência obviamente errado, ou não sabe.

��� 2�D��6U��D��VDEH�R�QRPH�GR�DWXDO�SUHVLGHQWH�GR�%UDVLO"�5HJLVWUH�............................................................................................................

1. Nome do presidente correto/quase correto

2. Informa nome incorreto ou não recorda nome do presidente

��� (P�TXH�PrV�GR�DQR�QyV�HVWDPRV"�Mês do ano:.............................................................

1. Mês correto

2. Informa incorretamente o mês ou não sabe

��� (P�TXH�DQR�QyV�HVWDPRV"�Registre:.............................................................

1. Ano correto

2. Informa incorretamente o ano ou não sabe

��� (X�JRVWDULD�TXH�R�D��6U��D��FRODERUDVVH��ID]HQGR�DOJXQV�SHTXHQRV��������H[HUFtFLRV���������2�D��6U��D��SRGHULD�FRORFDU�DV�PmRV�VREUH�RV�VHXV�MRHOKRV"�������(QWUHYLVWDGRU� Marque SIM para correto e NÃO para incorreto.

6,0�����1­2�a. Por favor, toque com a mão direita o seu ouvido direito 1 2�b. Agora com a mão esquerda o seu ouvido direito 1 2

c. Agora com a mão direita o seu ouvido esquerdo 1 2

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��� 2�D��6U��D��VH�OHPEUD�GR�QRPH�GD�)XQGDomR�TXH�HVWi�UHDOL]DQGR�HVWD��������SHVTXLVD"�� 5HJLVWUH�.................................................................................................... 1. )LRFUX] – Fundação Oswaldo Cruz (ou algo próximo)

2. Não se lembra ou fornece outros nomes

$JRUD�HX�JRVWDULD�GH�OKH�ID]HU�DOJXPDV�SHUJXQWDV�D�UHVSHLWR�GH�FRPR�R�D��6U��D��YHP�VH�VHQWLQGR�XOWLPDPHQWH�HP�UHODomR�D�FHUWDV�FRLVDV��(X�JRVWDULD�GH�FRPHoDU�SHUJXQWDQGR�VREUH�VXDV�~OWLPDV�TXDWUR�VHPDQDV���

��� 2�D��6U��D��VHQWLX�VH�VROLWiULR�D��GXUDQWH�R�~OWLPR�PrV"�1. Sim

2. Não �9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QD�4���D����8. N.S./N.R.

��D��&RP�TXH�IUHT�rQFLD�R�D��6U��D��VH�VHQWLX�VROLWiULR�D�"�1. Sempre

2. Algumas vezes

7. N.A

8. N.S./N.R.

��. 2�6U��D��HVWHYH�SUHRFXSDGR�GXUDQWH�R�~OWLPR�PrV"�1. Sim

2. Não��9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QD�4���D�� 8. N.S./N.R.

��D. 2�D��6U��D��HVWHYH�SUHRFXSDGR�D��QR�~OWLPR�PrV�HP�UHODomR�D�TXH�WLSR�GH����������FRLVD"���������(QWUHYLVWDGRU��após esta introdução, segue-se o complemento desta pergunta:

��2�D��6U��D��GLULD�TXH�VH�SUHRFXSD�HP�UHODomR�D�TXDVH�WXGR"�5HJLVWUH�......................................................................................................

1. Sim

2. Não

7. N.A.

8. N.S/N.R.

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��� 2�D��6U��D��WHP�DOJXPD�GLILFXOGDGH�SDUD�GRUPLU"�������(QWUHYLVWDGRU� Se o entrevistado não tem dificuldade para dormir, marque NÃO

na opção “D” e 1�$��na opção “E”. Se ele tiver dificuldade em dormir, continue

a questão, VRQGDQGR, como se segue:

��2�TXH�LPSHGH�R�D��6U��D��GH�GRUPLU�RX�OKH�ID]�DFRUGDU�QR�PHLR�GD�QRLWH"�� ��2�TXH�p�TXH�R�D��6U��D��ILFD�SHQVDQGR�TXDQGR�HVWi�DFRUGDGR�QD�FDPD"�� ��2�D��6U��D��WHP�SUREOHPD�HP�GRUPLU�SRUTXH�VH�VHQWH�WHQVR�D��RX�SUHRFXSDGR�D�"�� ��2X�SRUTXH�R�D��6U��D��VH�VHQWH�GHSULPLGR�D�"�� ��2X�GHYLGR�D�RXWUDV�UD]}HV"������������������ � � � � � � � 6,0���1­2���1$���16�15�a. Dificuldade para dormir 1 2 8

b. Dificuldade para dormir devido a preocupação ou

ansiedade, depressão ou pensamento depressivo 1 2 7 8

��� 2�D��6U��D��WHYH�GRU�GH�FDEHoD�QR�PrV�SDVVDGR"�1. Sim

2. Não

8. N.S./N.R.

��� 2�D��6U��D��WHP�VH�DOLPHQWDGR�EHP�QR�~OWLPR�PrV"�1. Sim �9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QD�4���D���2. Não

8. N.S./N.R.

��D� 4XDO�p�R�PRWLYR�GR�D��6U��D��QmR�HVWDU�VH�DOLPHQWDQGR�EHP"� 5HJLVWUH�...................................................................................................

1. Não tem se alimentado bem por falta de apetite ou por estar deprimido(a)

preocupado(a)/nervoso(a)

2. Outras razões

7. N.A.

8. N.S./N.R.

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��� 2�D��6U��D��VHQWH�TXH�HVWi�ILFDQGR�PDLV�OHUGR�D��RX�FRP�PHQRV�HQHUJLD"�1. Sim

��� Não �9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QDV�4V���D�����E��H���F���8. N.S./N.R.

��D.�(P�DOJXPD�KRUD�GR�GLD�R�D��6U��D��VH�VHQWH�PDLV�OHUGR�D��RX�FRP�PHQRV����������HQHUJLD"�3. Mais lerdo(a), com menos energia no período da manhã

4. Mais lerdo(a), com menos energia em outros períodos do dia ou não especifica período determinado.

7. N.A.

8. N.S./N.R.

��E� 1R�~OWLPR�PrV�R�D��6U��D��WHP�HVWDGR�FRP�PHQRV�HQHUJLD�RX�FRPR�GH����������FRVWXPH"�1. Com menos energia

2. Como de costume ou com mais energia

7. N.A.

8. N.S./N.R.

��F� $WXDOPHQWH�R�D��6U��D��VHQWH�IDOWD�GH�HQHUJLD�SDUD�ID]HU�VXDV�FRLVDV�QR��������������������VHX�GLD�D�GLD"��1. Sim, sinto falta de energia

2. Não, não sinto falta de energia

7. N.A.

8. N.S./N.R.

����'XUDQWH�R�~OWLPR�PrV�R�D��6U��D��VH�VHQWLX�PDLV�LUULWDGR�D��]DQJDGR�D��GR��������TXH�GH�FRVWXPH"�1. Sim

2. Não

8. N.S./N.R.

��

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��� 2�D��6U��D��VDL�GH�FDVD�VHPSUH�TXH�SUHFLVD�RX�TXHU�VDLU"�1. Sim �9i�SDUD�4����H�PDUTXH�1�$��QD�4���D���2. Não

8. N.S./N.R.

��D. &RPR�R�D��6U��D��VH�VHQWH�D�UHVSHLWR"

5HJLVWUH��......................................................................... 1. Fica chateado(a)/ aborrecido(a)

2. Não fica chateado(a)/ aborrecido(a)

7. N.A.

8. N.S./N.R.

$JRUD�PDLV�DOJXPDV�SHUJXQWDV�UiSLGDV�VREUH�FRPR�R�D��6U��D��VH�VHQWH���

����2�D��6U��D��WHP�VHQWLGR�YRQWDGH�GH�FKRUDU"���������(QWUHYLVWDGRU� Em caso afirmativo pergunte: R�D��6U��D��FKRURX�QR�~OWLPR��������������PrV"�em caso negativo, anote a resposta Não.

5HJLVWUH��................................................................................. 1. Sim

2. Não

7. N.A.

8. N.S./N.R.

��� 4XDQGR�R�D��6U��D��ROKD�SDUD�R�IXWXUR��FRPR�R�D��6U��D��VH�VHQWH��TXDLV�VmR��������DV�VXDV�H[SHFWDWLYDV�SDUD�R�IXWXUR"�1. Menciona expectativas e pensa no futuro

2. Não menciona expectativas mas também não refere a nenhuma afirmação

negativa

3. O futuro é descrito negativamente ou amedrontador ou insuportável

8. N.S./N.R.

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�����'H�XP�PRGR�JHUDO��R�D��6U��D��VH�VHQWH�IHOL]�QRV�GLDV�DWXDLV"�1. Sim

2. Não

8. N.S./N.R

9,,,�� 1(&(66,'$'(6�(�352%/(0$6�48(�$)(7$0�2�(175(9,67$'2����� $WXDOPHQWH��GD�OLVWD�DEDL[R���TXDLV�VmR�DV�VXDV�SULQFLSDLV�QHFHVVLGDGHV�RX����������FDUrQFLDV"�������(QWUHYLVWDGRU��Leia para o entrevistado todas as perguntas e marque as

alternativas correspondentes.

6,0����������1­2���������16�15�a. Carência econômica 1 2 8

b. Carência de moradia 1 2 8

c. Carência de transporte 1 2 8

d. Carência de lazer 1 2 8

e. Carência de segurança 1 2 8

f. Carência de saúde 1 2 8

g. Carência de alimentação 1 2 8

h. Carência de companhia e contato pessoal 1 2 8

����������

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��� 3DUD�ILQDOL]DU�HVWD�HQWUHYLVWD��HX�JRVWDULD�TXH�R�D��6U��D��PH�LQIRUPDVVH��������TXDO�R�SUREOHPD�PDLV�LPSRUWDQWH�GR�VHX�GLD�D�GLD��������(QWUHYLVWDGRU��Anote apenas uma alternativa

00. Entrevistado(a) não relata problemas importantes

01. Problema econômico

02. Problema de saúde (deterioração da saúde física ou mental)

03. O medo da violência

04. Problema de moradia

05. Problema de transporte

06. Problemas familiares (conflitos)

07. Problemas de isolamento (solidão)

08. Preocupação com filhos/netos

09. Outros problemas (especifique)........................................................................

98. N.S/N.R.

(175(9,67$'25��/(,$�3$5$�2�$��(175(9,67$'2�$����3$5È*5$)2�6(*8,17(��Algumas pessoas como o(a) Sr.(a) que foram entrevistadas nesta pesquisa vão ser reentrevistadas numa outra ocasião. No caso de o(a) Sr.(a) ser uma das pessoas escolhidas (esta escolha, procedida através de sorteio) eu gostaria de pedir a sua permissão para uma nova entrevista. Esclareço que essa nova entrevista, se ocorrer, será bem pequena e eu estarei acompanhando(a) por um(a) outro(a) colega de equipe. Para isto eu gostaria de solicitar sua permissão para um novo possível contato. O(a) Sr.(a) poderia me informar seu nome completo

( __________________________________________________ ) e, caso o(a) Sr.(a) tenha o número do seu telefone ( ________________________ )?

(QWUHYLVWDGRU� assegure para a pessoa entrevistada que seu nome foi solicitado apenas para facilitar uma possível rápida nova entrevista para verificação das informações coletadas por parte do entrevistador. As respostas contidas neste questionário, como também o nome do entrevistado, permanecerão estritamente confidenciais.

� ���

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177

�����������0XLWR�REULJDGR�D��SHOD�VXD�FRODERUDomR��� 2�D��6U��D��WHP�DOJXPD�SHUJXQWD�TXH�JRVWDULD�GH�ID]HU"�� 2�D��6U��D��JRVWDULD�GH�DFUHVFHQWDU�DOJXPD�FRLVD�D�PDLV�VREUH�R�TXH�Mi��

PHQFLRQRX"������ (QWUHYLVWDGRU��registre a resposta do entrevistado aqui

,;��$9$/,$d­2�'2�(175(9,67$'25�(VWDV�SHUJXQWDV�GHYHUmR�VHU�UHVSRQGLGDV�SHOR�HQWUHYLVWDGRU�LPHGLDWDPHQWH�DSyV�GHL[DU�D�UHVLGrQFLD�GR�D��HQWUHYLVWDGR�D��

�� 7HPSR�GH�GXUDomR�GD�HQWUHYLVWD��HVSHFLILTXH��..................minutos

���1R�JHUDO��DV�UHVSRVWDV�VmR�FRQILiYHLV"�1. Sim

2. Não

���1R�JHUDO��R�D��HQWUHYLVWDGR�D��HQWHQGHX�DV�SHUJXQWDV�IRUPXODGDV"�1. Sim

2. Não

���4XDO�IRL�D�UHDomR�GR�HQWUHYLVWDGR�FRP�D�HQWUHYLVWD��1. Positiva

2. Negativa

���'XUDQWH�D�HQWUHYLVWD��KDYLD�DOJXPD�RXWUD�SHVVRD�SUHVHQWH��1. Sim

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2. Não �9i�SDUD�4���H�PDUTXH�1�$��QDV�4V��D��H��E�� ��D��9RFr�GLULD�TXH�D�SUHVHQoD�GH�XPD�RXWUD�SHVVRD�DIHWRX�D�TXDOLGDGH�GD��������HQWUHYLVWD�HP�DOJXP�DVSHFWR�LPSRUWDQWH"�1. Sim

2. Não

7. N.A.

�E��4XH�HIHLWR�D�SUHVHQoD�GHVWD�SHVVRD�WHYH�QD�TXDOLGDGH�GD�HQWUHYLVWD"�1. Positiva

2. Negativa

7. N.A.

����3RU�IDYRU� IDoD�DOJXPD�RXWUD�REVHUYDomR�VREUH�D�HQWUHYLVWD�TXH�YRFr�MXOJD�LPSRUWDQWH�

(QWUHYLVWDGRU��325�)$925��/(,$�(�$66,1(�6(8�120(�� Eu reli o questionário após a entrevista e certifico que todas as respostas às

perguntas formuladas foram anotadas de acordo com as respostas dadas pelo

entrevistado e que todas as colunas e espaços que requerem preenchimentos

foram completados de acordo com as instruções recebidas. Eu me

comprometo a manter sob estrita confidencialidade o conteúdo das perguntas,

das respostas e dos comentários do entrevistado, como também sua

identidade.

NOME DO ENTREVISTADOR

DIA MÊS ANO

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Anexo 2

Formulário específico para pesquisa documental

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Anexo 3 Parecer do Conselho de Ética em Pesquisa (CEP)

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Anexo 4

Termo de Adesão à Pesquisa de Campo

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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA

CURSO DE MESTRADO EM SAÚDE PÚBLICA

3(648,6$�62%5(�2�3(5),/�62&,2(&21Ð0,&2�(�(3,'(0,2/Ï*,&2��'$�3238/$d­2�,'26$�'2�',675,72�(67$'8$/�'(�)(51$1'2�'(�12521+$

7(502�'(�$'(6­2�¬�3(648,6$� Eu ______________________________________________________, portador do RG número

____________________, após leitura conjunta com o pesquisador, a respeito dos objetivos do

estudo sobre a população idosa de Fernando de Noronha, quais sejam: Traçar o perfil

socioeconômico e epidemiológico da população idosa do Distrito Estadual de Fernando de Noronha

(DEFN); Diagnosticar a situação socioeconômica da população idosa do DEFN; Avaliar os

indicadores de autonomia e independência da população idosa do DEFN; e Identificar a prevalência

das doenças crônicas não transmissíveis na população idosa do DEFN, e estando consciente e ciente

do seu teor e suas conseqüências, inclusive de que não receberei benefício financeiro pela minha

participação na pesquisa e poderei cancelar este termo de adesão a qualquer momento, concordo em

responder o questionário apresentado, cujos resultados serão publicados, resguardando a minha

identidade.

Fernando de Noronha, ____ de _______________ de 2002.

(assinatura)

Centro de Pesquisa AGGEU MAGALHÃES

),2&58=�

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Anexo 5

Autorização da Diretoria do Hospital São Lucas para

manuseio dos prontuários dos idosos

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Anexo 6

Parecer da representante do Conselho Distrital

de Fernando de Noronha

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6È/9($�&$03(/2�������Sempre que a recordo, vejo em minha mente uma pessoa laboriosa, prestativa e

dedicada ao bem estar dos idosos, compreendendo, apoiando, estimulando e

erguendo-lhes a auto-estima.

Em seu trabalho, na sua dissertação, conseguiu conversando e levantando dados,

penetrar inteligentemente no âmago e na essência dos problemas enfrentados pelos

idosos, inserindo-os no contexto social, “ouvindo o que têm para contar”, com

extrema paciência e carinho, relacionando às condições de vida.

Fernando de Noronha ofereceu à Sálvea, o caminho para descobrir, no meio do

Oceano, vidas vividas e bem vividas, com suas peculiaridades e riquezas de

experiências; mulheres e homens guerreiros, rostos vincados pela incerteza e

sofrimento, porém, determinados; idosos esses, cuja singularidade foi sabiamente

capturada, fazendo analogias com os idosos de outras localidades.

Percebe-se, desde o início da leitura dessa valiosa dissertação, a facilidade e

objetividade de sua linguagem, próprios de uma pesquisadora sensível e

comprometida com as verdades de seu tempo.

Ida Korossy

(Conselheira do Conselho Distrital de Fernando de Noronha)

Março/2004

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Anexo 7

Programa da I Conferência Distrital de Saúde do DEFN

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