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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR - LABOMAR CURSO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS CRISTIANA SARAIVA PESSÔA PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA SOBRE A FLORA E ARBORIZAÇÃO NA CIDADE DE FORTALEZA-CE FORTALEZA 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR - LABOMAR CURSO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS

CRISTIANA SARAIVA PESSÔA

PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA SOBRE A FLORA E ARBORIZAÇÃO NA CIDADE DE FORTALEZA-CE

FORTALEZA 2017

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CRISTIANA SARAIVA PESSÔA

PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA SOBRE A FLORA E ARBORIZAÇÃO NA CIDADE DE FORTALEZA-CE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Ambientais do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Ambientais. Orientador: Prof. Marcelo Moro Freire

FORTALEZA

2017

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CRISTIANA SARAIVA PESSÔA

PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA SOBRE A FLORA E ARBORIZAÇÃO NA CIDADE DE FORTALEZA-CE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Ambientais do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Ambientais. Orientador: Prof. Marcelo Moro Freire

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Dr. Marcelo Freire Moro (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Prof. Dra. Cristina Baldauf

Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

_________________________________________ Prof. Dr. Fábio de Oliveira Matos

Universidade Federal do Ceará (UFC)

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AGRADECIMENTOS

Aos professores que aceitaram participar da banca Dra. Cristina Baldauf e Dr. Fábio Matos.

Muito obrigada pelo auxílio e dicas que ajudaram na realização do meu estudo.

Ao meu orientador professor Dr. Marcelo Moro por toda a ajuda durante esse processo da

realização do meu trabalho. Obrigada pela sua atenção durante todos esses meses e pelas tardes

de explicação e tira dúvidas.

À minha família pelo apoio durante todos esses anos de faculdade e “empurrões” do bem pra

que tudo desse certo.

Aos meus amigos que ajudaram na minha formação e me acompanharam desde o começo:

Adson (meu môzi), Debs, Isabele, Jova, Lorranis e Lia. Obrigada por todas as preterizações

maravilhoas nesses anos de curso e bafulês vividos nas aulas de campo.

À Luana (a.k.a imunda) e Marina (a.k.a Bafs). Obrigada por todo o apoio, ajuda nas correções

e risadas dos estresses. Fico muito feliz por a gente ter começado e terminado essa jornada

quase eterna juntas, e agora poder compartilhar esse parto não muito humanizado com vocês.

À minha podruga, Jasmin, pela paciência e incentivo durante todo esse ano. Obrigada por ter

me amado no meio de toda essa loucura e estresse, e por ter sido minha designer e corretora

particular nesse TCC.

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“Nature must not win the game, but she

cannot lose.”

(Carl G. Jung)

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RESUMO

Com a forte expansão das zonas urbanas, o desenvolvimento das cidades se tornou um grande

problema ambiental. Alguns dos impactos associados ao acelerado desenvolvimento das

metrópoles são a supressão da cobertura vegetal e a substituição de espécies nativas por exóticas

nas áreas urbanas. Juntos, esses fatores tendem a distanciar ainda mais os habitantes das

metrópoles da biodiversidade natural de cada local. Sendo assim, objetivou-se neste estudo

analisar a visão de pessoas na zona urbana da cidade de Fortaleza, estado do Ceará, sobre os

benefícios e desvantagens da arborização, incluindo sua qualidade e grau de importância, assim

como o conhecimento e preferência que os participantes possuem sobre espécies arbóreas. Para

este estudo foram aplicados 100 questionários aos transeuntes da praça Doutor Carlos Alberto

Studart Gomes (conhecida como “Praça das Flores”), localizada no município de Fortaleza. O

questionário possuía questões abertas e de múltipla escolha, onde foram registrados o nome

popular de espécies citadas pelos participantes, a opinião das pessoas sobre a arborização

urbana no geral e a qualidade da arborização na cidade de Fortaleza, assim como nos bairros

dos participantes. Os resultados mostraram que a maioria dos entrevistados citou mais espécies

exóticas do que nativas do Ceará, e que os mesmos reconhecem a importância da presença de

árvores na cidade, citando como principais vantagens a presença de sombra, melhoria da

qualidade do ar, redução da temperatura e beleza. Entretanto, 55% dos participantes associou a

presença de árvores a efeitos negativos ao meio urbano, como a sujeira, necessidade de

manutenção constante e os conflitos com as estruturas urbanas. Os dados mostraram ainda que

metade das pessoas entrevistadas (50%) considerou a cidade de Fortaleza medianamente

arborizada 53% e que 81% dos participantes não possuíam conhecimento sobre os conceitos de

espécie exótica a nativa. Com base nos resultados, concluiu-se que os participantes eram mais

familiarizados com espécies exóticas do Brasil do que com espécies nativas do Ceará, não

valorizando as mesmas para a arborização da cidade. Apesar de reconhecer a importância da

arborização no meio urbano, os participantes ainda associam a mesma a diversas desvantagens

causada pelo seu mau planejamento. Sendo assim, foi notado que é relevante fazer o uso da

Educação Ambiental para conscientizar os habitantes de Fortaleza sobre a necessidade de um

bom planejamento da arborização urbana, incluindo dados técnicos sobre o plantio correto de

árvores, promovendo ainda a valorização de espécies nativas da região.

Palavra Chave: Percepção. Arborização urbana. Espécies nativas. Espécies exóticas.

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ABSTRACT

With the strong expansion of urban areas, the development of cities has become a major

environmental problem. Some of the impacts associated with the rapid development of

metropolises is the suppression of vegetation cover and the replacement of native species by

exotic ones in urban areas. Together, these factors tend to distance the inhabitants of the

metropolis from the natural biodiversity of each location. Thus, the purpose of this study was

to analyze the vision of people in the urban area of the city of Fortaleza, Ceará state, on the

benefits and disadvantages of urban trees planting, including their quality and degree of

importance, as well as the knowledge and preference that the participants have on tree species.

For this study, 100 questionnaires were applied to pedestrians from the Plaza Carlos Alberto

Studart Gomes (known as "Praça das Flores"), located in the city of Fortaleza. The

questionnaire had open and multiple-choice questions, in which the popular names of the

species cited by the participants were recorded, as well as the opinion of the people about the

urban forestation in general and its quality in the city of Fortaleza, as well as in the participants’s

neighborhoods. The results showed that most of the participants named more exotic species

than native species of Ceará, and that they recognize the importance of the presence of trees in

the city, mentioning as main advantages the presence of shade, improvement of air quality,

reduction of temperature and beauty. However, 55% of the participants associated the presence

of trees with negative effects to the urban environment, such as dirt, need for constant

maintenance and conflicts with urban structures. The data also showed that half of the people

interviewed (50%) considered the city of Fortaleza to be fairly forested, and that 81% of the

participants did not have knowledge about the definition of exotic and native species. Based on

the results, it was concluded that the participants were more familiar with exotic species of

Brazil than with the native species of Ceará, not valuing them for the public tree planting in the

city. In addition, while recognizing the importance of trees to the urban environment, it is still

associated with several disadvantages caused by poor planning. Thus, it was noted that it is

relevant to make use of Environmental Education to raise the awareness of the inhabitants of

Fortaleza about the need for good planning of urban trees planting, including technical data on

correct planting of trees, and to promote the appreciation of native species in the region.

Keywords: Perception. Urban trees. Native species. Exotic species.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de localização da Praça das Flores no município de Fortaleza, Ceará...........24

Figura 2 - Interior da Praça das Flores localizada em Fortaleza, Ceará, com uma grande

quantidade de árvores presente no local (A) e áreas de lazer (B) ............................................. 25

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Faixa etária dos entrevistados. ................................................................................ 30

Gráfico 2 - Grau de escolaridade dos participantes .................................................................. 30

Gráfico 3- Zona onde cresceram os participantes .................................................................... 31

Gráfico 4 - Origem das espécies reportadas pelos entrevistados durante a questão sobre o conhecimento de espécies arbóreas. ......................................................................................... 38

Gráfico 5- Relação entre a idade e o número de espécies citadas ............................................ 38

Gráfico 6 - Relação entre a idade dos participantes e o número de espécies nativas do Ceará citadas ....................................................................................................................................... 39

Gráfico 7 - Boxplot do número de espécies lembradas por pessoas com diferentes relações com a zona urbana e rural, durante entrevistas na cidade de Fortaleza, Ceará. ....................... 40

Gráfico 8 - Origem das espécies preferidas para serem plantas na calçada ............................. 44

Gráfico 9 - Origem das espécies favoritas dos participantes. ................................................... 47

Gráfico 10 - Origem das espécies citadas para se ter próximo de casa pelos participantes. .... 50

Gráfico 11 - Origem das espécies associadas a infância dos participantes .............................. 54

Gráfico 12 - Características preferidas para o plantio de uma árvore ...................................... 55

Gráfico 13 - Classificação do grau de importância da arborização em ruas e calçadas ........... 55

Gráfico 14- Classificação do grau de importância da arborização em praças .......................... 57

Gráfico 15 - Percepção dos participantes sobre a qualidade da arborização da cidade de Fortaleza, CE. ........................................................................................................................... 61

Gráfico 16- Percepção sobre a a qualidade da arborização nos bairros dos participantes residentes da cidade de Fortaleza, Ceará. ................................................................................. 61

Gráfico 17 - Respostas dos participantes em relação ao conhecimento ou não sobre os conceitos abordados .................................................................................................................. 64

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Espécies reportadas pelos participantes .................................................................. 33

Tabela 2 - Espécies indicadas como preferidas para plantio em calçadas em frente às

residências dos entrevistados em Fortaleza, Ceará. .................................................................. 42

Tabela 3 - Espécies favoritas dos participantes ........................................................................ 45

Tabela 4 - Espécies indicadas pelos entrevistados como desejáveis para se ter próximo de

casa, em pesquisa realizada na cidade de Fortaleza, Ceará. ..................................................... 48

Tabela 5 - Espécies associdas a infância dos participantes. ..................................................... 52

Tabela 6 - Justificativas sobre o grau de importância da arborização em ruas e calçadas. ...... 56

Tabela 7 - Justificativas para o grau de importância da arborização em praças ....................... 57

Tabela 8 - Vantagens da arborização urbana citadas pelos participantes ................................. 59

Tabela 9 - Desvantagens da arborização urbana citadas pelos participantes. .......................... 60

Tabela 10- Respostas dos participantes em relação as afirmativas sobre a arborização urbana

.................................................................................................................................................. 62

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 14

2.1 Crescimento da urbanização e a arborização nas cidades .................................................. 14

2.2 Introdução de espécies exóticas e seus conceitos ............................................................... 16

2.3 O conhecimento popular e o estudo da Etnobotânica ......................................................... 19

2.4 O uso da Percepção Ambiental e da Educação Ambiental ................................................. 20

3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 23

3.1 Objetivo geral............................................................................................................. 23

3.2 Objetivos específicos ................................................................................................. 23

4 METODOLOGIA .............................................................................................................. 24

4.1. Área de estudo ................................................................................................................... 24

4.2 Coleta e análise dos dados ............................................................................................... 26

4.3 Aspectos Éticos .................................................................................................................. 27

4.4 Identificação botânica das espécies .................................................................................... 27

5 RESULTADOS ................................................................................................................... 30

5.1. Perfil dos participantes entrevistados ............................................................................... 30

5.2 Conhecimento popular sobre espécies arbóreas ................................................................. 32

5.3. Preferência de árvores para a calçada ................................................................................ 40

5.4 Árvores favoritas dos participantes .................................................................................... 44

5.5 Árvores preferidas para se ter próximo de casa .................................................................. 47

5.6 Árvores associadas a infância dos participantes ................................................................. 50

5.7 Características de plantio de uma árvore ............................................................................ 54

5.8 Percepção do grau de importância da presença de árvores em ruas, calçadas e praças ..... 55

5.9 Vantagens e desvantagens da arborização urbana .............................................................. 58

5.10 Percepção da arborização da cidade de Fortaleza e bairros dos participantes .................. 60

5.11 Questões com alternativas sobre fatos positivos e negativos da presença de árvores ...... 62

5.12 Conhecimento popular sobre o conceito de espécies exóticas e nativas .......................... 63

6 DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 65

6.1 Percepção sobre a flora ....................................................................................................... 65

6.2. Percepção da arborização urbana ...................................................................................... 69

7 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 74

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 75

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APÊNDICE A - MODELO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ....................................................................................................................... 87

APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .............................................. 88

APÊNDICE C – MATERIAL COMPLEMENTAR ................................................................ 91

APÊNDICE D - PANFLETO...................................................................................................79

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1 INTRODUÇÃO

Com a forte expansão das zonas urbanas, o desenvolvimento das cidades se tornou

um grande problema ambiental. Um dos impactos associados ao acelerado desenvolvimento das

metrópoles é a supressão da cobertura vegetal e a perda de biodiversidade, associadas à

diminuição de áreas verdes presentes na cidade (AMATO-LOURENÇO et al. 2016). O

desenvolvimento desordenado dos centros urbanos nas cidades brasileiras tipicamente não levou

em consideração a manutenção das áreas verdes, contribuindo assim, para essa redução excessiva

da vegetação nas cidades (COPQUE et al. 2011).

Outro desafio relacionado ao crescimento urbano é a substituição de espécies

nativas pelas espécies exóticas nas áreas urbanas (MCKINNEY, 2002). A utilização de espécies

exóticas no paisagismo e na arborização das cidades pode ocasionar invasões biológicas que

contribuem para a exclusão de espécies nativas, reduzindo assim a biodiversidade local

(TAVARES, 2014).

Além disso, por conta da redução da cobertura vegetal e de grande parte da flora da

zona urbana não ser nativa do local, as pessoas estão se distanciando ainda mais da vegetação

natural de suas regiões. Com isso, a população majoritariamente urbana tem poucas

oportunidades de conhecer as plantas nativas em seus habitats naturais, visto que, agora, as

pessoas possuem mais contato com espécies exóticas que são amplamente utilizadas como

plantas ornamentais (MCKINNEY, 2006; MORO; CASTRO, 2015).

Sendo assim, o presente estudo procurou mostrar como a urbanização pode

modificar a percepção que os participantes possuem sobre a importância da arborização no meio

urbano, assim como suas vantagens e desvantagens. O estudo também questionou se as pessoas

entrevistadas possuíam mais vínculos e memórias ligadas a espécies arbóreas nativas ou exóticas

do Ceará. Com isso, procurou-se analisar se a substituição gradativa da vegetação nativa por

exóticas para fins ornamentais e alimentícios, vem modificando a percepção e o conhecimento

dos participantes sobre quais espécies são mais comuns e preferidas por eles.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Crescimento da urbanização e a arborização nas cidades

De acordo com o relatório “Perspectivas da Urbanização Mundial” (World

Urbanization Prospects), produzido pela Divisão das Nações Unidas, 54% da população

mundial vive em áreas urbanas, tendo um aumento previsto para 66% em 2050 (UNITED

NATIONS, 2014). Esse crescimento urbano tende a resultar na degradação e redução dos

ecossistemas naturais, dentro e fora das cidades, com uma grande perda de serviços desses

ecossistemas (SALBITANO, et al., 2016). No Brasil, as cidades vêm passando por um período

de intenso crescimento e urbanização que, juntamente com um planejamento que não leva em

consideração os elementos naturais, causaram grandes prejuízos aos ecossistemas e à qualidade

de vida da sua população (LOBODA; ANGELIS, 2005).

Com isso, uma das maiores consequências desse crescimento é a supressão da

cobertura vegetal, que acaba contribuindo para uma série de impactos ambientais como, por

exemplo, a alteração no clima das cidades (FEITOSA et al. 2011). Entretanto, apesar de crescer

às custas da supressão da vegetação natural, zonas urbanas costumam implementar o plantio de

árvores em ruas e praças, bem como em espaços privados, como uma forma de amenizar parte

dos efeitos negativos da retirada da cobertura vegetal. Um exemplo dessa cobertura vegetal

dentro da cidade é a chamada arborização urbana que, segundo M.S Milano em 1988 (apud

MAGALHÃES, 2006), “consiste em um conjunto de áreas públicas e privadas com vegetação

predominantemente arbórea, incluindo árvores de ruas e avenidas, parques públicos e demais

áreas verdes”. Magalhães (2006) também chama atenção de que no Brasil o termo

“arborização” sempre foi utilizado para a ação ou o resultado do plantio de árvores, podendo

ser feitas tanto individualmente quanto em pequenos grupos nas praças, ruas, canteiros ou

jardins.

As características da vegetação no meio urbano dependem do processo de

urbanização. Sendo assim, quando esse processo ocorre de forma desordenada ou quando não

são levados em consideração os componentes ambientais do local, como a própria vegetação,

são gerados impactos capazes de levar os remanescentes florestais originais à extinção

(BIONDI; PEDROSA-MACEDO, 2008). De acordo com Loboda et al. (2005), a arborização

no Brasil é relativamente nova, tendo pouco mais de 100 anos. Porém, ainda segundo os autores,

em muitas cidades brasileiras esse processo vem acontecendo sem um planejamento adequado,

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visto que muitas vezes as árvores são vistas somente como decoração, e não como componentes

biológicos do ecossistema urbano. Isso traz à tona a necessidade de que os gestores levem em

consideração o papel desempenhado pelas árvores urbanas na melhoria da qualidade de vida

nas cidades (NICODEMO; PRIMAVESI, 2009).

Contudo, se bem implementada, uma arborização bem planejada e gerida é capaz

de trazer inúmeros benefícios ambientais para as cidades. Segundo a Organização das Nações

Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION

OF THE UNITED NATIONS, 2016), o plantio estratégico de árvores em áreas urbanas pode

resfriar o ar de 2 ºC até 8 ºC, assim como filtrar poluentes e partículas finas. Além disso, a

organização também relata que cada árvore consegue absorver por ano cerca de 150 kg de

dióxido de carbono (CO2), tendo o poder de mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Outros benefícios das árvores no meio urbano, citados por Pivetta e Silva Filho

(2002), são o bem-estar psicológico da população, sombra, a diminuição da poluição sonora,

que é bastante presente em cidades, a redução do impacto da água da chuva, assim como o seu

escorrimento superficial, entre outros. Além disso, Sambugaro-Santos e Rosa (2013)

mencionam que a arborização urbana atrai grupos faunísticos como as aves, por exemplo, que

auxiliam na polinização e dispersão de sementes dessas espécies arbóreas. Ainda segundo os

autores, essas árvores são muito importantes para a conservação da fauna local, visto que as

mesmas podem ser responsáveis por fornecer alimento, abrigo e lugar para nidificação das aves.

Porém, mesmo com todos os benefícios citados, a arborização urbana ainda

enfrenta grandes dificuldades de planejamento e implementação nas cidades. Biondi (2015, p.

94) explica que falhas no planejamento ou a falta dele na implantação da arborização urbana

também podem causar danos e prejuízos à cidade. Se não for levado em conta se a espécie é

adequada para o local, juntamente com um plantio inapropriado e a falta de manutenção, as

árvores podem provocar danos à rede elétrica, a calçadas e ruas, por conta de suas raízes, e

podem também levar ao entupimento de calhas e redes fluviais, devido ao acúmulo de folhas

(MILANO; DALCIN, 2000, p. 6). Ademais, a falta da participação da população e de projetos

de conscientização sobre a importância da arborização também são responsáveis pelo fracasso

dos plantios e manutenção das árvores, sendo necessário considerar a percepção da população

para se ter um planejamento e manutenção eficiente (RODRIGUES et al. 2010).

A seleção de espécies para serem utilizadas na arborização de ruas deve ser baseada

em características morfológicas específicas das árvores que a permitam conviver com as

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estruturas urbanas sem gerar conflitos (BIONDI; LIMA NETO, 2011, p. 12). Por isso, é

fundamental conhecer e levar em consideração particularidades de cada árvore, como:

resistência à praga e doenças; velocidade de desenvolvimento de média para rápida; possuir

floração; tamanho da copa; raízes profundas que não cresçam superficialmente; ausência de

princípios tóxicos e que possam causar alergia, entre outros (PIVETTA; SILVA FILHO, 2002).

Apesar de contar com um Plano Municipal de Arborização desde 2014, a cidade de

Fortaleza ainda enfrenta problemas relacionados a ineficiência do seu planejamento e

fiscalização, contribuindo para plantios inadequados e majoritariamente compostos por

espécies exóticas feitos pela própria população. O estudo de Moro e Castro (2015) revelou que

a maioria das árvores cultivadas na cidade de Fortaleza-CE eram exóticas pertencentes a poucas

espécies, causando assim, a desvalorização e substituição da biodiversidade local.

2.2 Introdução de espécies exóticas e seus conceitos

Para o melhor entendimento dos temas abordados durante esse estudo, foram

adotados conceitos para definir a origem das espécies. Com isso, foram utilizadas terminologias

propostas por Richardson et al. (2000) e Moro et al. (2012) para definir as diferentes categorias

de espécies em relação a sua origem, sendo elas:

● Espécie nativa: espécies que ocorrem naturalmente em uma determinada área devido a

sua própria capacidade de dispersão e competência ecológica, não tendo sido

introduzida por seres humanos.

● Espécie exótica: são espécies que não ocorreriam naturalmente em um determinado

local, se não fosse pela introdução intencional ou acidental feita pelo transporte humano.

● Espécies exóticas casuais (ou cultivadas): espécies exóticas que apesar de

conseguirem se tornar reprodutivas e produzir descendentes na sua nova área de

distribuição, não são capazes de manter uma população viável no ambiente sem a

intervenção humana direta, necessitando serem cultivadas. Caso esse cultivo ativo não

ocorra, essas espécies tenderão a serem extintas no local de introdução.

● Espécies exóticas naturalizadas: espécies que são capazes de se reproduzir de forma

constante no local em que foram introduzidas, conseguindo manter sua população por

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muito tempo sem a intervenção humana direta. Essas espécies não possuem uma grande

capacidade de dispersão, não sendo capazes de invadir outros ambientes.

● Espécie exótica invasora: espécies que, além de reproduzirem-se consistentemente e

serem capazes de manter uma população viável de forma autônoma, também possuem

a capacidade de dispersar-se e estabelecer-se em locais distantes de onde foi introduzida

originalmente, invadindo novas regiões geográficas para onde foram introduzidas.

Desde o início da agricultura, diferentes espécies têm sido transportadas para além

de suas barreiras naturais, que antes delimitavam a sua distribuição, sendo introduzidas pelos

seres humanos em novas regiões para fins de produção de alimentos, fibras, madeira, usos

comerciais e paisagismo, (SAMPAIO; SCHMIDT, 2014). Segundo Heiden, Barbieri e Stumpf

(2006), nas civilizações antigas, as pessoas já notavam plantas com características diferenciadas

e começaram a cultivá-las somente pelo prazer estético, dando início assim a um processo de

cultivo para fins ornamentais das espécies de plantas.

No Brasil, desde a época colonial, o paisagismo prioriza o uso de plantas exóticas

sobre as nativas (STUMPF et al., 2009). Esse fato pode ser explicado devido ao grande número

de plantas exóticas ornamentais que foram transportadas no processo de colonização do país,

por meio dos imigrantes que traziam consigo plantas que eram cultivadas em seus locais de

origem (HEIDEN; BARBIERI; STUMPF, 2006).

De acordo com Tombolato (2008), qualquer planta possui um potencial de uso

ornamental desde que seja bem enquadrada no ambiente que está sendo decorado e da sua

finalidade. Porém, algumas características se destacam e motivam a preferência da escolha de

determinadas plantas como a cor, textura, porte, aroma, entre outros (STUMPF et al., 2009).

Apesar do Brasil possuir uma grande biodiversidade de plantas com características

ornamentais (LEAL; BIONDI, 2006), na maioria das cidades brasileiras é comum encontrar

altos percentuais de espécies exóticas plantadas, geralmente acima de 70% (BIONDI; LIMA

NETO, 2011, p.13). Essa preferência por espécies exóticas utilizadas como plantas ornamentais

ocorre em boa medida pela falta de conhecimento e divulgação das espécies brasileiras

(LORENZI; SOUZA, 2001).

Com a crescente globalização ampliando os meios de transporte e o comércio

internacional, as espécies exóticas são cada vez mais introduzidas em locais onde não

encontram inimigos naturais, podendo torna-se mais eficiente do que as espécies nativas no uso

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de recursos (BRASIL, 2017). Com isso, quase metade do número de espécies que se tornaram

invasoras no mundo durante o tempo foi trazida com o propósito de ser utilizada como plantas

ornamentais (ZILLER, 2001a).

Além disso, quando são escolhidas árvores exóticas invasoras para estes fins, as

sementes começam a ser dispersadas por aves e morcegos, aumentando o índice de invasão

(LEÃO et al. 2011). Com isso, as espécies invasoras começam a tomar o lugar de espécies

nativas do local, resultando na perda da biodiversidade, modificando os ciclos, as características

dos ecossistemas e ainda alterando a paisagem natural (ZILLER, 2001b).

No Brasil, existe a Resolução CONABIO (Comissão Nacional de Biodiversidade)

n° 05, de 21 de outubro de 2009, que aprovou a Estratégia Nacional sobre Espécies Exóticas

Invasoras para combater essas espécies, tendo como objetivo

Prevenir e mitigar os impactos negativos de espécies exóticas invasoras sobre a população humana, os setores produtivos, o meio ambiente e a biodiversidade, por meio do planejamento e execução de ações de prevenção, erradicação, contenção ou controle de espécies exóticas invasoras com a articulação entre os órgãos dos Governos Federal, Estadual e Municipal e a sociedade civil, incluindo a cooperação internacional (BRASIL, 2009).

Essa estratégia prevê desde ações de controle de fronteiras e medidas de quarentena

dentro dos estados paSra espécies que podem vir a se tornar invasoras, até a educação e

sensibilização pública sobre as causas das invasões e os riscos que estão associados a suas

introduções. Infelizmente, essas medidas não são observadas na prática, visto que muitas

espécies exóticas ainda são utilizadas para fins ornamentais, sem qualquer tipo de estudo prévio

para saber seus impactos.

O estado do Ceará, por sua vez, decretou a Lei Nº 16002, de 02/05/2016, criando o

Programa Estadual de Valorização das Espécies Vegetais Nativas. Essa lei incentiva os

Municípios do estado a elaborarem os seus Planos Municipais de Arborização de acordo com

as diretrizes estabelecidas, promovendo a valorização das espécies vegetais nativas

(SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, 2016). Porém, a falta de fiscalização e

conscientização da população acaba interferindo na eficiência dessa lei, visto que muitas

espécies exóticas estão sendo plantadas na arborização das cidades do Ceará.

De acordo com um estudo de Gonçalves e Paiva em 2004 (apud FREITAS;

PINHEIRO; ABRAHÃO, 2015), a baixa diversidade de espécies na arborização das cidades

acaba resultando em uma preferência pelo uso de espécies exóticas, devido à falta de

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conhecimento das espécies nativas e da escolha pelo uso de espécies que já são tradicionalmente

usadas na arborização de outros locais. Por isso, a introdução de espécies nativas em sistemas

de cultivo é uma importante ferramenta para sua conservação (OLIVEIRA JÚNIOR et al.,

2013).

Sendo assim, por conta do amplo uso de espécies exóticas para paisagismo e

arborização no Brasil, é de se esperar que a população das grandes cidades, convivendo

majoritariamente com um ambiente urbanizado, esteja mais familiarizada com espécies

exóticas, amplamente cultivadas na arborização urbana do Brasil (e.g. Moro & Westerkamp,

2011) do que espécies nativas. Com isso, é dificultada a criação de projetos de conservação pela

falta de conhecimento da população sobre a biodiversidade de suas respectivas regiões, que foi

ocasionada pelo distanciamento da mesma (MCKINNEY, 2006).

2.3 O conhecimento popular e o estudo da Etnobotânica

Segundo Nascibem e Viveiro (2015), os saberes populares são aqueles

conhecimentos que as pessoas acumulam durante sua vida e servem para explicar e entender o

que as cerca. Ainda de acordo com os autores, esses conhecimentos são adquiridos através da

experiência em anos de trabalho e de vida, sendo parte da cultura dos indivíduos.

Silva e Melo Neto (2015) explicam que a evolução humana só se tornou possível

inicialmente devido ao acúmulo desses saberes e dos conhecimentos práticos fomentados pela

nossa espécie, que foram passados adiante entre as gerações, garantindo a nossa existência até

hoje. Os autores também afirmam que esses conhecimentos práticos que foram acumulados

constituíram um acervo de saberes das observações da natureza feitas pelas pessoas.

Um dos tipos de conhecimentos práticos levados durante as gerações são os de uso

das plantas. As plantas são como a identidade de um conjunto de pessoas, refletindo o que são,

seus pensamentos e a suas relações com a natureza (MEDEIROS; FONSECA; ANDREATA,

2004). A utilização dos vegetais ocorre antes do início da civilização oferecendo alimentação,

vestimentas e abrigo para as pessoas (SALGADO; GUIDO, 2008), fazendo com que, assim,

elas criem vínculos com as espécies.

Para entender melhor esse vínculo entre o conhecimento popular e as inter-relações

entre o meio biológico, em especial sobre a vegetação, se faz o uso da Etnobotânica. A

Etnobotânica é a ciência que estuda a relação existente entre os seres humanos e as plantas,

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assim como as informações populares que as pessoas adquiriram e os usos atribuídos aos

recursos vegetais (MARTINS et al. 2005; AGOSTINHO, 2016). As pesquisas nessa área são

importantes para patrocinar trabalhos sobre o uso sustentável da biodiversidade, por meio da

valorização e utilização do conhecimento prático das sociedades (FONSECA-KRUELS;

PEIXOTO, 2004).

Além disso, as pesquisas etnobotânicas permitem integrar o conhecimento

construído por uma população local ao conhecimento acadêmico sobre os fenômenos e

processos naturais, possuindo também um importante papel no resgate e valorização da cultura

das pessoas (MELO; LACERDA; HANAZAKI, 2008). Em locais que passam por

transformações ambientais e sociais, o estudo da Etnobotânica contribui para que o

conhecimento popular não seja totalmente perdido, permitindo assim, o registro de informações

relacionadas às interações entre pessoas e plantas (GANDOLFO; HANAZAKI, 2011).

De acordo com Anderson et al. (2011, p. 140), o conhecimento cultural sobre as

plantas é ao mesmo tempo uma construção pessoal e coletiva do conhecimento, composta tanto

pelas experiências das pessoas com as plantas, como pela compreensão social do que elas

significam para os que as usam em qualquer sociedade. Porém, os autores ressaltam que a

modernização pode levar à erosão do conhecimento dessas sociedades.

Através desse acúmulo de saberes, cada indivíduo percebe, reage e responde de

forma diferente às ações sobre o ambiente em que estão inseridos, onde as respostas e

manifestações decorrentes desse processo são o resultado das percepções, julgamentos e

expectativas de cada pessoa (FERNANDES et al., 2004). Sendo assim, para entender melhor

como as pessoas se relacionam com o meio em que estão inseridas e interpretar os seus

conhecimentos adquiridos durante a vida, é feito o uso da percepção ambiental.

2.4 O uso da Percepção Ambiental e da Educação Ambiental

De acordo com Roppa et al. (2007), a percepção ambiental pode ser entendida

como:

“[...] o ato, efeito ou faculdade de perceber, adquirir conhecimento a partir de algo por meio dos sentidos, compreender, ouvir. Dessa maneira, a percepção tem o sentido de aquisição de informações pelos atores sociais, oriundos da realidade do meio externo e de sua própria interação com o mundo material que os cerca. ” (ROPPA et al. 2007).

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21

Os estudos que envolvem a percepção ambiental são essenciais para compreender

as inter-relações entre o homem e o ambiente, assim como a sua relação no espaço em que está

inserido (FERNANDES et al., 2004). Esses estudos podem assim fornecer subsídios para

fomentar estratégias que reduzam os problemas socioambientais e para programas educacionais

que proporcionem o envolvimento e participação social em processos de gestão ambiental

(VASCO; ZAKRZEVSKI, 2010). Com isso, é notado que a percepção ambiental, como objeto

de estudo, estabelece uma grande fonte de conhecimento, estando baseada em diferentes teorias

que procuram esclarecer as percepções do ser humano em relação ao espaço que ele habita

(ALMEIDA; SCATENA; LUZ, 2017).

Portanto, deve também ser levado em consideração que as diferentes culturas,

classes econômicas, a desigualdade e as realidades urbanas influenciam diretamente na

percepção que um indivíduo possui em relação à conservação do meio natural (MELAZO,

2005). Entretanto, Viana et al. (2014) destacam que no estudo da percepção não deve ser

buscado somente o entendimento do que os indivíduos percebem, mas também deve ser

fomentada a sensibilização, consciência e compreensão do ambiente ao seu redor. Ainda

segundo os autores, a percepção como uma ferramenta de pesquisa é essencial para gestores

públicos desenvolverem programas que envolvam a sociedade.

Além disso, o estudo da percepção ambiental de uma população proporciona obter-

se informações que são de grande importância para uma melhor gestão das cidades, incluindo

os processos que possuem relação à arborização de suas ruas (RODRIGUES et al., 2010).

Segundo Emer e Corona (2003), a expansão da área urbana e a concentração da população nas

cidades foram responsáveis pela diminuição da percepção da relação homem-natureza do

cotidiano da maioria da sociedade. Os autores também mencionam que a paisagem das cidades

atuais remete a tendência do uso de áreas impermeáveis e exclusão dos elementos naturais,

como as árvores.

Com isso, as árvores, que são um dos principais elementos de ligação entre os seres

humanos e a natureza, passam a disputar espaço na paisagem com outros elementos do meio

urbano como postes, fiações elétricas e calçadas, sendo assim, percebidas como algo distante e

separado da vida urbana (MONICO, 2001). Por isso, mesmo a arborização sendo a principal

representação da natureza dentro da sociedade urbana, esse contato com o meio natural se

encontra distante e é ignorado por muitas pessoas que habitam o meio urbano, por as mesmas

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não estarem tendo um papel fundamental no planejamento e gerenciamento dos espaços

(EMER; CORONA,2003).

Por esse motivo, é importante fazer o uso de ferramentas de Educação Ambiental

para aumentar o interesse popular nas questões ambientais e, com isso, conseguir a

incorporação de práticas ambientalmente corretas no quotidiano da sociedade (VIANA et

al.,2014). Sendo assim, a Educação Ambiental juntamente à Percepção Ambiental deve ter

como propósito transmitir conhecimentos e compreensão dos problemas ambientais,

propiciando uma maior sensibilização das pessoas em relação a preservação dos recursos

naturais, assim como a correção de processos que podem afetar a qualidade de vida nos centros

urbanos (MELAZO, 2005).

O entendimento das diferentes formas de construção da percepção em relação aos

valores e ações que as pessoas possuem frente ao meio ambiente, pode ser considerado de

grande importância para que projetos de Educação Ambiental sejam eficazes em atingir grande

parte da sociedade, provocando assim mudanças efetivas na preservação do meio ambiente

(OLIVEIRA; CORONA, 2011). Sendo assim, através da Educação Ambiental, o participante é

convidado a refletir sobre as questões ambientais, tornando-se consciente perante as relações

entre o homem e o meio ambiente, possibilitando o entendimento sobre a realidade em que está

inserido, assim como suas ações (HELBEL; VESTENA, 2017).

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

O estudo teve como objetivo central a compreensão do conhecimento de pessoas na

zona urbana da cidade de Fortaleza, estado do Ceará, sobre os benefícios e desvantagens da

arborização, incluindo sua qualidade e grau de importância, assim como o conhecimento sobre

espécies arbóreas.

3.2 Objetivos específicos

● Investigar se os entrevistados possuem mais vínculos com espécies exóticas ou nativas

do estado do Ceará.

● Avaliar a importância, segundo a percepção dos entrevistados, da presença de árvores

em ruas, calçadas e praças.

● Identificar as principais vantagens e desvantagens sobre a arborização, conforme

percebido pelos participantes.

● Analisar como os participantes avaliam a qualidade da arborização em seus bairros e na

cidade de Fortaleza-CE.

● Verificar o conhecimento popular sobre os conceitos de espécies nativas e exóticas.

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4 METODOLOGIA

4.1. Área de estudo

A praça Doutor Carlos Alberto Studart Gomes (antigo Bosque General Eudoro

Correia), conhecida popularmente como Praça das Flores, está localizada no Bairro Aldeota

(coordenadas 3°44'21.39"S; 38°29'55.42"W) na cidade de Fortaleza-CE (Figura 1). Ela se

destaca no contexto urbanizado da cidade por apresentar um grande número de árvores

plantadas em toda a sua área de extensão (Figura 2). A praça foi escolhida como local das

entrevistas por apresentar um grande fluxo de transeuntes.

Figura 1 - Mapa de localização da Praça das Flores no município de Fortaleza, Ceará.

Fonte: imagem de satéite: Google Earth, 2017

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Figura 2 - Interior da Praça das Flores localizada em Fortaleza, Ceará, com uma grande quantidade de árvores presente no local (A) e áreas de lazer (B)

Fonte: Autora (2017)

De acordo com Wirtzbiki (2015), estima-se que o plantio das árvores na praça tenha

sido feito a partir da execução do projeto arquitetônico da mesma em 1983. Porém, em 2016, a

praça foi revitalizada por uma parceria entre a Prefeitura e o grupo BSPAR Incorporações,

mantendo a arborização original e fazendo o plantio de novas espécies.

Estando inserida na cidade de Fortaleza, um município densamente urbanizado e o

quinto município mais populoso do Brasil (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE,

2010 apud. Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, IPECE, 2015), a praça é um

foco de sombra, convívio social e prática de esportes no Bairro da Aldeota. Segundo dados do

regime climático do ano de 2003 captados por Aguiar et al. (2004), a temperatura média de

Fortaleza foi de 27,3 °C, representando uma cidade quente durante o ano todo, mesmo com as

brisas provenientes do mar. Por isso, a vegetação da praça propicia aos seus frequentadores um

alívio temporário dos efeitos das altas temperaturas da área urbana.

Entretanto, essa praça bem arborizada é uma exceção na cidade de Fortaleza. Alves

(2013) chama a atenção de que a cidade vem sofrendo rápidas modificações e transformações

em relação a verticalização, ocorrendo a substituição de residências menores com quintais

arborizados por grandes edifícios com jardins de plantas de pequeno porte, apenas para

finalidades paisagísticas.

Com essa rápida expansão populacional, vem ocorrendo a diminuição da cobertura

vegetal da cidade. O Inventário Ambiental de Fortaleza (FORTALEZA, 2003) cita que

originalmente o Município era inteiramente recoberto por vegetação nativa, porém, por conta

das ocupações impróprias, essa vegetação vem sendo amplamente reduzida. O Inventário

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também cita que durante 34 anos (de 1968-2002) foi detectado um decréscimo de

aproximadamente 63% da cobertura florestal em Fortaleza.

4.2 Coleta e análise dos dados

A execução da pesquisa aconteceu durante o segundo semestre de 2017, por meio

da aplicação de um questionário previamente elaborado, onde foram apresentadas aos

entrevistados questões objetivas e abertas (Apêndice B). Ao início da entrevista, foram

coletadas informações sobre o perfil dos participantes para serem utilizados como variáveis,

incluindo dados socioeconômicos (idade e escolaridade), a cidade e estado em que nasceram,

assim como se os participantes haviam crescido ou não na zona rural, ou se ainda possuíam

algum contato com a mesma.

Em seguida, foram feitas perguntas referentes à visão das pessoas sobre a

arborização urbana, assim como o seu conhecimento sobre a flora e a valorização de espécies

arbóreas. Antes da aplicação oficial, foi feito o uso de um de um questionário piloto para avaliar

as possíveis mudanças que deveriam ser feitas, a fim de melhorar o instrumento de pesquisa.

Os questionários foram aplicados por meio de entrevistas espontâneas aos

transeuntes da Praça das Flores com idade igual ou superior a 18 anos. A amostragem foi feita

de forma não probabilística, utilizando a técnica de amostragem por acessibilidade ou

conveniência (GIL, 2008 p. 94). Nesse tipo de amostragem, é selecionada as pessoas que estão

disponíveis, não possuindo, assim, um rigor estatístico sobre a população. Ainda de acordo com

Gil (2008, p. 94), é admitido que essa população possa representar o universo amostrado.

Ao todo foram aplicados 100 questionários coletando informações de caráter

quantitativo e qualitativo. Após a coleta dos dados, os resultados foram organizados em tabelas

digitais, para serem analisados de acordo com os objetivos da pesquisa. Para a análise dos

dados, foram utilizados métodos de estatística descritiva (média, mediana, desvio padrão e

frequência), assim como métodos estatísticos paramétricos (teste ANOVA), para comparar uma

variável em grupos diferentes, e métodos estatísticos não-paramétricos (teste de correlação),

para comparar a associação entre duas variáveis diferentes, realizados no software Past

(HAMMER; HARPER; RYAN, 2001).

Por possuir questões dissertativas, as respostas dos participantes foram separadas

em categorias semelhantes para facilitar a interpretação dos dados obtidos. Entretanto, os dados

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brutos registrados podem ser observados no Apêndice C. De acordo com Santos, Soares e

Fontoura (2004), a categorização de informações baseia-se em agrupar dados de acordo com a

sua similaridade, sintetizando o conteúdo e extraindo a mensagem mais importante. Os autores

sugerem que os pesquisadores devem buscar um equilíbrio evitando um alto número de

categorias, onde as mesmas devem ser baseadas em um único princípio ou critério de avaliação.

Gil (2008, p. 157) reforça que a categorização é necessária para analisar adequadamente os

resultados, devido à grande variedade de respostas que podem ser dadas pelos indivíduos

entrevistados. O autor também sugere que não deve ser estabelecido um grande número de

categorias para não dificultar a análise e interpretação dos dados, assim como a inclusão de uma

categoria que que envolva poucos elementos.

Após a aplicação dos questionários, os participantes receberam um panfleto

contendo os conceitos de espécies exóticas e nativas, assim como o exemplo de algumas

espécies nativas indicadas para a arborização da cidade, e exóticas invasoras que podem causar

impactos ambientais (Apêndice D). O panfleto teve como finalidade promover a

conscientização e educação dos participantes da pesquisa em relação a importância do uso de

espécies nativas para a arborização da cidade.

4.3 Aspectos Éticos

Por ser uma pesquisa científica envolvendo seres humanos, o presente trabalho foi

realizado de acordo os preceitos éticos expostos na Resolução 466/12 e a Resolução 510/16,

garantindo assim, o respeito aos seus participantes, a anonimidade dos dados obtidos durante

as entrevistas, e a aplicação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) por todas as pessoas que participaram da pesquisa.

4.4 Identificação botânica das espécies

Como os entrevistados se referiam às espécies por seus nomes populares, foi

atribuído a cada nome popular uma espécie botânica. Para algumas espécies, além do nome,

também foi perguntado aos participantes a cor e o tamanho das sementes, assim como a

coloração das flores, para auxiliar na identificação do nome científico.

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Para a identificação das espécies vegetais citadas pelos participantes foram

consultadas as principais fontes que relatam nomes científicos e populares de plantas nativas,

ornamentais e frutíferas: LORENZI (1992); LORENZI et al. (1996); LORENZI (1998);

LORENZI; SOUZA (2001); LORENZI et al. (2003); LORENZI et al. (2004); LORENZI et al.

(2006); LORENZI (2009); LORENZI (2010); MORO; CASTRO (2015). Além disso, também

foi levado em consideração a base em nosso conhecimento sobre as espécies nativas e exóticas

do Brasil e dos nomes aplicados a estas espécies.

Porém, é importante ressaltar que essa nomenclatura popular pode variar de local

para local, entre regiões, e até mesmo de um país para o outro, onde uma mesma planta pode

ter diversos nomes associados a ela, assim como uma mesma nomenclatura pode ser comum a

diferentes plantas (PEDRALLI, et al. 2002). Por conta dessa variação de nomes, deve ser levado

em consideração que o nome científico das plantas registradas foi baseado em hipóteses de

acordo com a literatura e o conhecimento comum sobre as espécies, visto que pelas entrevistas,

não era possível saber ao certo qual espécie veio à mente das pessoas no momento da pergunta.

Além disso, sabendo que o nome popular de espécies varia de acordo com a região, para nos

auxiliar na identificação foi levado também em consideração o estado em que os participantes

nasceram, assim como a cidade onde cresceram.

Em relação à origem e forma de vida, as espécies foram classificadas de acordo

com o banco de dados da “Flora do Brasil 2020” (FLORA DO BRASIL 2020, 2017). As

espécies que não eram consideradas como árvores pela Flora do Brasil, foram registradas com

o símbolo “*” nas tabelas de dados. Além disso, levando em consideração as informações

obtidas no banco de dados, foram consideradas nativas do Ceará espécies que possuíam

distribuição natural no estado e haviam sido registradas no Estado pela Flora do Brasil; nativas

do Brasil aquelas que haviam sido registradas como ocorrendo naturalmente em qualquer lugar

do Brasil, mas não no Ceará; e espécies exóticas aquelas que não possuem ocorrência natural

no Brasil, podendo ser naturalizadas, cultivadas ou somente exóticas introduzidas.

Na nomenclatura botânica, o nome científico de uma espécie é composto pelo

gênero e seu epíteto. Sendo assim, algumas espécies registradas durante a pesquisa foram

classificadas somente a nível de gênero. Para aquelas espécies em que o nome popular é

comumente aplicado a duas ou mais espécies diferentes do mesmo gênero, foi utilizada a

abreviatura botânica “sp.” após o gênero. Já para aquelas que poderiam ser classificadas como

várias espécies do mesmo gênero, foi usada a abreviatura “spp.”.

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Algumas espécies mencionadas pelos participantes se mantiveram com um grau de

incerteza maior em relação a sua identificação. Entretanto, baseando-se na literatura e

conhecimento sobre aplicação de nomes populares, foi considerado que provavelmente seria a

espécie indicada, acompanhada pelo símbolo “?” para marcar sua dúvida.

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5 RESULTADOS

5.1. Perfil dos participantes entrevistados

Dos 100 entrevistados, 49% das pessoas eram do sexo feminino e 51% do sexo

masculino. A faixa etária dos participantes variou de 18 a 86 anos, tendo uma média de 44 anos

e mediana de 45 anos. A faixa de idade mais abundante dentro da pesquisa, foi a de pessoas com

idade igual ou maior que 50 anos, como pode ser visto no Gráfico 1.

Gráfico 1- Faixa etária dos entrevistados.

Fonte: Elaborado pela autora.

Quanto à escolaridade, foi notado que a maioria dos entrevistados possuía um grau

de escolaridade de médio a alto, visto que 33% dos participantes possuíam o Ensino Médio

Completo, 28% haviam concluído o Ensino de Nível Superior, e somente duas pessoas eram

analfabetas (Gráfico2).

Gráfico 2 - Grau de escolaridade dos participantes

Fonte: Elaborado pela autora.

3228

1410

8 5 20

5

10

15

20

25

30

35

Ensino MédioCompleto

EnsinoSuperiorCompleto

EnsinoFundamentalIncompleto

EnsinoSuperior

Incompleto

Ensino MédioIncompleto

EnsinoFundamental

Completo

AnalfabetoNúm

ero

de

pess

oas

Escolaridade

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Os entrevistados eram naturais de 12 estados do Brasil e, embora a maioria tenha

nascido no Estado do Ceará (82%), 4% foram oriundos no Piauí, 3% Brasília e 11% de outros

estados (dados completos disponíveis no Apêndice C). Entre os participantes, a maioria,

correspondente a 64% dos entrevistados, havia crescido na própria cidade de Fortaleza.

Em relação a zona onde os participantes cresceram, constatou-se que

majoritariamente as pessoas haviam crescido na zona urbana, representando 77% do total, e

somente 23% havia crescido na zona rural (Gráfico 3). Dentre os que cresceram na zona urbana,

46% dessas pessoas ainda possuíam algum contato com a zona rural, como sítios ou casa de

parentes.

Gráfico 3- Zona onde cresceram os participantes

Fonte: Elaborado pela autora

Dentre todos os participantes, foram entrevistadas pessoas de 45 bairros diferentes

da cidade de Fortaleza, e pessoas de 3 municípios do Estado do Ceará, sendo eles Caucaia,

Pacatuba e Pindoretama. A maioria dos entrevistados morava atualmente no bairro Aldeota

(15%), no qual a praça é localizada, e no bairro Meireles (9%), o que poderia explicar a alta taxa

de escolaridade entre os entrevistados, visto que esses dois bairros possuem as maiores rendas

médias da cidade e altos índices de alfabetização, segundo dados do Instituto de Pesquisa e

Estratégia Econômica do Ceará (2012). O restante dos bairros registrados pode ser visto no

Apêndice C.

23%

77%

Zona rural

Zona urbana

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5.2 Conhecimento popular sobre espécies arbóreas

Na primeira questão, onde os entrevistados eram convidados a citar o nome de

espécies de árvores que conheciam, foram registradas 38 famílias botânicas e 103 etnoespécies,

das quais 65 foram identificadas a nível de espécie; 22 foram classificadas somente a nível de

gênero; oito permaneceram como prováveis espécies, com um grau maior de incerteza

(marcadas com “?”); duas não foram identificadas e uma foi identificada somente a nível de

família.

Das 103 etnoespécies, foram registradas 12 que não são classificadas como árvores,

segundo os registros de forma de vida especificados pela Flora do Brasil 2020. Essa associação

errônea pode ter feita por muitas dessas espécies citadas possuírem um porte médio ou alto e

um tronco lenhoso. Porém, o maracujá (Passiflora edulis), melão (Cucumis melo), citronela

(Cymbopogon nardus) e o dedo-de-cão (Euphorbia cf. tirucalli), são espécies arbustivas,

herbáceas ou trepadeiras que não se assemelham visualmente a uma árvore, demonstrando que

esses participantes não eram familiares com a forma de vida dessas espécies.

É importante ressaltar que algumas espécies foram registradas com nomes

diferentes, como é o caso da Ficus benjamina, que foi citada como ficus e sempre-verde;

Terminalia catappa que recebeu nome de castanhola e sete-copas, e a Mimosa caesalpiniifolia,

mencionada como sabiá e unha-de-gato.

Também é relevante destacar que a espécie Adenanthera pavonina foi nomeada

como Pau-Brasil pelos participantes nessa e em outras questões. A diferenciação dessa espécie

para o verdadeiro Pau-Brasil (Paubrasilia echinata) foi feita através da indicação da cor e

tamanho das sementes pelos entrevistados.

Nesta questão, a Mangueira (Mangifera indica), classificada como uma exótica

cultivada segundo dados da Flora do Brasil 2020, foi a árvore mais lembrada, sendo citada por

70 pessoas. Outras espécies bastante citadas pelos participantes foram o Cajueiro (Anacardium

occidentale), nativa do Estado do Ceará, citado por 58 pessoas; Coqueiro (Cocos nucifera)

mencionado 29 vezes, e a Castanhola (Terminalia catappa) citada 28 vezes. A tabela completa dos

nomes populares indicados pelos participantes, bem como as prováveis espécies botânicas às

quais as pessoas se referiam, pode ser vista na Tabela 1.

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Tabela 1 - Espécies reportadas pelos participantes

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Anacardiaceae Mangifera indica L. Mangueira Exótica (cultivada) 70 Anacardiaceae Anacardium occidentale L. Cajueiro Nativa do Ceará 58

Arecaceae Cocos nucifera L. (*) Coqueiro Exótica (naturalizada) 29 Combretaceae Terminalia catappa L. Castanhola/Sete copas Exótica (naturalizada) 28

Myrtaceae Psidium guajava L. Goiabeira Exótica (naturalizada) 24 Anacardiaceae Spondias purpurea L. Ciriguela Exótica 24

Fabaceae Adenanthera pavonina L. Pau-Brasil Exótica 16 Lauraceae Persea americana Mill. Abacateiro Exótica (naturalizada) 16 Myrtaceae Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry Jambo Exótica (naturalizada) 16 Meliaceae Azadirachta indica A. Juss Nim Exótica 13 Rutaceae Citrus sinensis Osbeck. (?) Laranjeira Exótica (naturalizada) 13

Myrtaceae Eucalyptus spp. Eucalipto Exótica 13 Malpighiaceae Malpighia emarginata Moc. & Sesse ex DC. Acerola Exótica (cultivada) 13 Bignoniaceae Tabebuia spp./Handroantus spp. Ipê - 12

Rutaceae Citrus aurantifolia (Christm.) Swingle (?) Limoeiro Exótica 11 Musaceae Musa X paradisiaca L. (*) Bananeira Exótica (cultivada) 10 Fabaceae Tamarindus indica L. Tamarindo Exótica (cultivada) 10

Annonaceae Annona muricata L. Graviola Exótica (cultivada) 9 Moraceae Ficus benjamina L. Ficus/Sempre-verde Exótica 9 Moraceae Artocarpus heterophyllus Lam. Jaqueira Exótica (naturalizada) 8

Sapindaceae Talisia esculenta (Cambess.) Radlk. Pitombeira Nativa do Ceará 8 Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro Nativa do Ceará 8

Anacardiaceae Spondias mombin L. Cajazeira Nativa do Ceará 7

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34

Tabela 1 (continuação)

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Arecaceae Não identificada Palmeira - 7 Poaceae Bambusa spp. Bambu Exótica 6

Caricaceae Carica papaya L. Mamoeiro Exótica (naturalizada) 6 Fabaceae Hymenaea courbaril L. Jatobá Nativa do Ceará 6 Myrtaceae Plinia cauliflora (Mart.) Kausel Jabuticaba Nativa do Brasil 6 Myrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels Azeitona-Roxa Exótica (naturalizada) 6 Fabaceae Paubrasilia echinata

(Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis. Pau-Brasil Nativa do Brasil 5

Arecaceae Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore (*) Carnaúba Nativa do Ceará 5 Euphorbiaceae Croton blanchetianus Baill. Marmeleiro Nativa do Ceará 5

Fabaceae Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz Jucá Nativa do Ceará 5 Fabaceae Mimosa caesalpiniifolia Benth. Sabiá/Unha-de-gato Nativa do Ceará 5

Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira Nativa do Ceará 5 Arecaceae Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook Palmeira-imperial Exótica 5 Fabaceae Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico Nativa do Ceará 4

Annonaceae Annona squamosa L. Ata Exótica (cultivada) 4 Rubiaceae Genipa americana L. Jenipapo Nativa do Ceará 4

Bignoniaceae Handroanthus spp./Tabebuia spp. Ipê-roxo - 4 Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.)

Mattos (?) Pau d'arco Nativa do Ceará 4

Sapotaceae Manilkara zapota (L.) P.Royen Sapotizeiro Exótica (cultivada) 4 Fabaceae Mimosa tenuiflora (Wild.) Poir. Jurema Nativa do Ceará 4

Bombacaceae Adansonia digitata L. Baobá Exótica 3 Meliaceae Cedrela spp. Cedro Nativa do Ceará 3

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35

Tabela 1 (continuação)

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Boraginaceae Cordia oncocalyx Allemão Pau-branco Nativa do Ceará 3 Pinaceae Pinus spp. Pinheiro - 3 Fabaceae Prosopis juliflora (Sw.) DC. Algaroba Exótica (cultivada) 3 Fabaceae Senna spp./Cassia spp. Acácia Exótica 3

Anacardiaceae Spondias dulcis Parkinson Cajarana Exótica 3 Arecaceae Platonia insignis Mart. (?) Bacuri Nativa do Brasil 2

Oxalidaceae Averrhoa carambola L. Carambola Exótica (cultivada) 2 Casuarinaceae Casuarina equisetifolia L. Casuarina Exótica 2

Rutaceae Citrus reticulata Blanco Tangerina Exótica (naturalizada) 2 Combretaceae Combretum leprosum Mart. Mufumbo Nativa do Ceará 2

Fabaceae Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. Flamboyant Exótica (cultivada) 2 Arecaceae Euterpe oleracea Mart. Açaí Nativa do Brasil 2

Bignoniaceae Handroanthus spp. Ipê-amarelo - 2 Fabaceae Inga spp. Ingá Nativa do Brasil 2

Chrysobalanaceae Licania tomentosa (Benth.) Fritsch Oiti Nativa do Ceará 2 Chrysobalanaceae Licania rigida Benth. Oiticica Nativa do Ceará 2

Sapotaceae Manilkara spp. Maçaranduba Nativa do Brasil 2 Passifloraceae Passiflora edulis Sims (*) Maracujá Nativa do Ceará 2

Fabaceae Pithecellobium dulce (Roxb.) Benth. Mata-fome Exótica (naturalizada) 2 Fabaceae Poincianella spp. Catingueira Nativa do Ceará 2 Rosaceae Prunus spp. Cerejeira Exótica 2 Fabaceae Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby (?) Canafístula - 2

Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze (?) Araucaria Nativa do Brasil 1

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36

Tabela 1 (continuação)

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Rosaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. & Zucc. Pereiro Nativa do Ceará 1 Fabaceae Bauhinia ungulata L. Mororó Nativa do Ceará 1 Bixaceae Bixa orellana L. Urucum Nativa do Ceará 1

Nyctaginaceae Bougainvillea sp. (*) Bougainville Nativa do Brasil 1 Myrtaceae Campomanesia spp. Guabiraba Nativa do Brasil 1 Meliaceae Carapa guianensis Aubl. (?) Andiroba Nativa do Brasil 1

Caryocaraceae Caryocar sp. Pequi Nativa do Brasil 1 Malvaceae Ceiba spp. Barriguda Nativa do Brasil 1 Lauraceae Cinnamomum spp. Canela - 1 Rubiaceae Coffea arabica L. (*) Café Exótica (cultivada) 1 Fabaceae Copaifera spp. Copaíba Nativa do Brasil 1

Boraginaceae Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. (?) Fré-jorge Nativa do Ceará 1 Urticaceae Cecropia palmata Willd. Torem Nativa do Ceará 1

Cucurbitaceae Cucumis melo L. (*) Melão Exótica (cultivada) 1 Poaceae Cymbopogon nardus (L.) Rendle (*) Citronela Exótica (naturalizada) 1 Fabaceae Enterolobium timbouva Mart. Timbaúba Nativa do Ceará 1

Euphorbiaceae Euphorbia tirucalli L. (?) Dedo-de-cão Exótica 1 Moraceae Ficus spp. Gameleira - 1

Phytolaccaceae Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms (?) Pau d'alho Nativa do Ceará 1 Malvaceae Gossypium hirsutum L. (?) (*) Algodão Exótica (naturalizada) 1 Rosaceae Malus X domestica Borkh Macieira Exótica (cultivada) 1 Arecaceae Mauritia flexuosa L.f (*) Buriti Nativa do Ceará 1 Meliaceae Melia azedarach L. (?) Cinamomo Exótica (naturalizada) 1 Rubiaceae Morinda citrifolia L. Noni Exótica (cultivada) 1

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Tabela 1 (continuação)

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Malvaceae Pachira aquatica Aubl. Munguba Nativa do Ceará 1 Arecaceae Roystonea regia (Kunth) O.F.Cook Palmeira-real Exótica 1

Taxodiaceae Sequoia sempervirens (D.Don) Endl. Sequoia Exótica 1 Anacardiaceae Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro Nativa do Ceará 1 Bignoniaceae Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith (?) Ipê-branco Nativa do Ceará 1

Vitaceae Vitis vinifera L. (*) Parreira Exótica 1 - Não identificada Chapéu-de-couro - 1 - Não Identificada Caberoba - 1

(?) Espécie incerta; (*) não possui forma de vida arbórea; (-) distribuição ou família não identificada. Fonte: Elaborada pela autora.

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É importante ressaltar que, em relação à origem das espécies registradas nessa

questão, a maioria foi classificada como exótica para o Brasil (45 espécies), seguida por 31

espécies nativas do Ceará, 13 nativas do Brasil e para 8 espécies não foi identificada a sua

origem (Gráfico 4). Dentre o total de exóticas citadas, 31.8% (14 espécies) foram classificadas

como naturalizadas e 29,6% (14 espécies) como cultivadas.

Gráfico 4 - Origem das espécies reportadas pelos entrevistados durante a questão sobre o conhecimento de espécies arbóreas.

Fonte: Elaborado pela autora.

Para estudar a relação entre a idade dos participantes e o número de espécies citadas,

foi realizado um teste de correlação. O teste de normalidade de Shapiro-Wilk mostrou que a

variável “número de espécies citadas” diferiu significativamente da normalidade (p normal=

0,04023). Por isso, utilizamos o teste de correlação não-paramétrica de Spearman e obtivemos

um rs = 0,44331 e um p(uncorr) = 3,8545E-06. Com isso, concluímos que existe uma relação

significativa entre as duas variáveis, mostrando que os participantes de maior idade lembraram

um número significativamente maior de espécies que participantes mais jovens (Gráfico 5).

Gráfico 5- Relação entre a idade e o número de espécies citadas

Fonte: Elaborado pela autora

46%

32%

14%

8% Exótica do Brasil

Nativa do Ceará

Nativa do Brasil

Origem nãoidentificada

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39

Um teste de normalidade de Shapiro-Wilk também foi utilizado para testar a

hipótese da relação entre a idade dos participantes e o número de espécies nativas do Ceará que

foram lembradas. Para o teste dessa hipótese foram excluídos os participantes que haviam

nascido e crescido em outros Estados. Os resultados demonstraram que a variável “número de

espécies nativas do Ceará” diferiu da normalidade (pnormal = 7,645E-11). Sendo assim, foi

utilizado novamente o teste de correlação de Spearman, onde obtivemos rs = 0,40488 e

p(uncorr) = 2,9371E-05. Com isso, foi mostrado que também havia uma relação significativa

entre as duas variáveis, visto que quanto maior a idade do participante, maior o número de

espécies nativas do Ceará mencionadas.

Gráfico 6 - Relação entre a idade dos participantes e o número de espécies nativas do Ceará citadas

Fonte: Elaborado pela autora.

Para descobrir se pessoas que nasceram na zona rural ou pessoas que ainda possuem

contato com a mesma lembravam de mais espécies do que pessoas que nasceram e só têm

contato com a zona urbana, avaliamos o número de espécies lembradas por pessoas nessas três

categorias: “pessoas que nasceram na zona rural”, “pessoas que nasceram na zona urbana, mas

mantêm contato com a zona rural”, e “pessoas que nasceram na zona urbana e só têm contato

com este ambiente”. O teste de normalidade de Shapiro-Wilk para essas três classes mostrou

que os dados não diferiam significativamente da normalidade (a categoria das pessoas que

possuíam contato com a zona rural teve um pnormal= 0,3948; a categoria das pessoas que

haviam nascido na zona rural pnormal= 0,05741; e pessoas que nasceram na zona urbana e não

possuem contato com a rural pnormal=0,06661).

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Como todos os valores de “p” foram maiores que 0,05, os dados foram

considerados normais. Por isso, para comparar o número de espécies lembradas nestas três

categorias foi utilizado o teste paramétrico ANOVA. Com este teste, obtivemos o valor de

p(same) = 0,2179, de modo que não podemos considerar que há uma diferença significativa no

número de espécies lembradas por cada categoria. Porém, através do boxplot, pode ser notado

que a mediana do número de espécies citadas por participantes que nasceram na zona rural é

maior do que as demais, podendo dar indícios que essas pessoas lembram de mais espécies,

embora esses dados não sejam significativos (Gráfico 7).

Gráfico 7 - Boxplot do número de espécies lembradas por pessoas com diferentes relações com a zona urbana e rural, durante entrevistas na cidade de Fortaleza, Ceará.

(1) Cresceu na zona rural; (2) Cresceu na zona urbana; (3) Cresceu na zona urbana, mas possui contato com

a zona rural. Fonte: Elaborado pela autora.

5.3. Preferência de árvores para a calçada

Em relação a preferência dos entrevistados para a escolha de uma espécie arbórea

para ser plantada na calçada em frente à sua residência, foram registradas 17 famílias botânicas

e 33 etnoespécies, das quais 20 foram identificadas a nível de espécie; sete a nível de gênero;

quatro se mantiveram com um grau de incerteza maior, e uma espécie foi identificada somente

a nível de família. Dentre os participantes, 15 pessoas não souberam responder à pergunta.

A espécie mais citada pelos entrevistados como desejável para plantio em frente às

suas residências foi o jambo (Syzygium malaccense), classificado como exótica naturalizada

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41

pela Flora do Brasil 2020 (2017), apontado por 24 pessoas, seguido pelo nim-indiano

(Azadirachta indica), classificado como exótica, mencionado por 19 pessoas e o ficus (Ficus

benjamina), também classificado como exótica, citado por oito pessoas. A relação completa

das árvores indicadas como desejáveis pelos participantes pode ser observada na Tabela 2.

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Tabela 2 - Espécies indicadas como preferidas para plantio em calçadas em frente às residências dos entrevistados.

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Myrtaceae Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry Jambo Exótica (naturalizada) 24 Meliaceae Azadirachta indica A. Juss Nim Exótica 19 Moraceae Ficus benjamina L. Ficus/Sempre-verde Exótica 8

Combretaceae Terminalia catappa L. Castanhola Exótica (naturalizada) 6 Anacardiaceae Mangifera indica L. Mangueira Exótica (cultivada) 5 Bignoniaceae Handroanthus spp. Ipê-amarelo - 4 Bignoniaceae Handroanthus spp./Tabebuia spp. Ipê-roxo - 4

Arecaceae Não identificada Palmeira - 4 Anacardiaceae Anacardium occidentale L. Cajueiro Nativa do Ceará 3 Bignoniaceae Tabebuia spp./Handroantus spp. Ipê - 3

Arecaceae Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore (*) Carnaúba Nativa do Ceará 2 Arecaceae Cocos nucifera L. (*) Coqueiro Exótica (naturalizada) 2 Malvaceae Gossypium hirsutum L. (?) (*) Algodão Exótica (naturalizada) 2 Arecaceae Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook Palmeira-imperial Exótica 2 Fabaceae Senna spp./Cassia spp. Acácia Exótica 2

Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro Nativa do Ceará 2 Fabaceae Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico Nativa do Ceará 1 Fabaceae Bauhinia ungulata L. Pata-de-vaca Nativa do Ceará 1

Nyctaginaceae Bougainvillea sp. (*) Bougainville Nativa do Brasil 1 Casuarinaceae Casuarina equisetifolia L. Casuarina Exótica 1

Rutaceae Citrus cf. aurantifolia (Christm.) Swingle Limoeiro Exótica 1 Rutaceae Citrus cf. sinensis Osbeck. Laranjeira Exótica (naturalizada) 1 Fabaceae Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. Flamboyant Exótica (cultivada) 1

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Tabela 2 (continuação)

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Verbenaceae Duranta erecta L. (?) (*) Pé-de-ouro Exótica (naturalizada) 1 Myrtaceae Plinia cauliflora (Mart.) Kausel Jabuticaba Nativa do Brasil 1

Apocynaceae Plumeria spp. Jasmim Exótica (cultivada) 1 Arecaceae Roystonea regia (Kunth) O.F.Cook Palmeira-real Exótica 1 Salicaceae Salix spp. Chorão Exótica 1

Anacardiaceae Spondias mombin L. Cajazeira Nativa do Ceará 1 Anacardiaceae Spondias purpurea L. Ciriguela Exótica 1

Fabaceae Tamarindus indica L. Tamarindo Exótica (cultivada) 1 Cupressaceae Thuja occidentalis L. Árvore da vida Exótica 1

(?) Espécie incerta; (*) Não possui forma de vida arbórea; (-) Distribuição ou Família não identificada. Fonte: Elaborada pela autora

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44

Nessa questão, foi registrado que a maioria das espécies etnobotânicas citadas pelos

participantes foram classificadas como exóticas do Brasil (20 espécies), seguidas por seis

nativas do Ceará, quatro que ficaram sem distribuição identificada e duas espécies que eram

nativas do Brasil (Gráfico 8). Dentre as espécies não-nativas do Brasil, foi notado que 30% (seis

espécies) foram classificadas como exóticas naturalizadas e 20% (quatro espécies), como

exóticas cultivadas.

Gráfico 8 - Origem das espécies preferidas para serem plantas na calçada

Fonte: Elaborado pela autora

5.4 Árvores favoritas dos participantes

Nessa questão, as pessoas entrevistadas foram convidadas a expressar sua

preferência pessoal por espécies de árvores, se houvesse alguma, mostrando que 77% dos

participantes possuíam uma ou mais árvores favoritas e 23% não souberam responder ou não

possuíam nenhuma preferência. Com os dados obtidos, foram registradas 35 etnoespécies, das

quais 23 foram identificadas a nível de espécie; oito a nível de gênero; uma a nível de família,

e somente uma ficou como incerta (“?”).

Dentre as espécies citadas como preferidas, a Mangueira (Mangifera indica) foi a

mais mencionada pelos participantes, escolhida por 26 pessoas. Em segundo lugar, ficou o

Cajueiro (Anacardium occidentale), citado por 12 pessoas, seguido pelo Coqueiro (Cocos

nucifera), mencionado 10 vezes. O restante das espécies identificadas mencionadas na questão,

estão presentes na Tabela 3.

62%19%

6%13% Exótica

Nativa do Ceará

Nativa do Brasil

Origem nãoidentificada

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45

Tabela 3 - Espécies favoritas dos participantes.

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citada

Anacardiaceae Mangifera indica L. Mangueira Exótica (cultivada) 26 Anacardiaceae Anacardium occidentale L. Cajueiro Nativa do Ceará 12

Arecaceae Cocos nucifera L. (*) Coqueiro Exótica (naturalizada) 10 Myrtaceae Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry Jambo Exótica (naturalizada) 8

Bignoniaceae Tabebuia spp./Handroantus spp. Ipê - 6 Bignoniaceae Handroanthus spp. Ipê-amarelo - 5

Fabaceae Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. Flamboyant Exótica (cultivada) 4 Moraceae Ficus benjamina L. Ficus/Figueira/Sempre-verde Exótica 4

Anacardiaceae Spondias purpurea L. Ciriguela Exótica 4 Meliaceae Azadirachta indica A. Juss Nim Exótica 3

Malpighiaceae Malpighia emarginata Moc. & Sesse ex DC. Acerola Exótica (cultivada) 3 Myrtaceae Plinia cauliflora (Mart.) Kausel Jabuticaba Nativa do Brasil 3 Myrtaceae Psidium guajava L. Goiabeira Exótica (naturalizada) 3 Fabaceae Tamarindus indica L. Tamarindo Exótica (cultivada) 3 Fabaceae Senna spp./Cassia spp. Acácia Exótica 3 Arecaceae Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore (*) Carnaúba Nativa do Ceará 2

Bignoniaceae Handroanthus spp./Tabebuia spp. Ipê-roxo - 2 Musaceae Musa X paradisiaca L. (*) Bananeira Exótica (cultivada) 2 Arecaceae Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook Palmeira-imperial Exótica 2 Myrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels Azeitona-roxa Exótica (naturalizada) 2 Arecaceae Não identificada Palmeira - 2 Fabaceae Adenanthera pavonina L. Pau-Brasil Exótica 1

Annonaceae Annona muricata L. Graviola Exótica (cultivada) 1

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Tabela 3 (continuação)

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Moraceae Artocarpus heterophyllus Lam. Jaqueira Exótica (naturalizada) 1 Rutaceae Citrus cf. sinensis Osbeck. Laranjeira Exótica (naturalizada) 1

Nyctaginaceae Bougainvillea sp. (*) Bougainville Nativa do Brasil 1 Myrtaceae Eucalyptus spp. Eucalipto Exótica 1

Euphorbiaceae Hevea brasiliensis (Willd. ex A.Juss.) Müll.Arg. Seringueira Nativa do Brasil 1 Fabaceae Hymenaea courbaril L. Jatobá Nativa do Ceará 1

Passifloraceae Passiflora edulis Sims (*) Maracujá Nativa do Ceará 1 Lauraceae Persea americana Mill. Abacateiro Exótica (naturalizada) 1 Pinaceae Pinus spp. Pinheiro - 1 Rosaceae Prunus spp. Cerejeira Exótica 1

Combretaceae Terminalia catappa L. Castanhola Exótica (naturalizada) 1 Anacardiaceae Spondias mombin L. Cajazeira Nativa do Ceará 1

(?) Espécie incerta; (*) não possui forma de vida arbórea; (-) Distribuição ou Família não identificada. Fonte: Elaborada pela autora.

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47

Foi notado que a maioria das árvores preferidas pelos participantes eram exóticas

do Brasil (22 espécies), representando 64% do total de espécies identificadas, e cinco (15%)

eram nativas do Ceará. Além disso, cinco espécies se mantiveram com a origem não

identificada e três eram nativas do Brasil (Gráfico 9). Mais uma vez, ficou representada a

desvalorização que os participantes possuíam em relação às árvores nativas. Dentre as exóticas,

oito espécies foram classificadas como naturalizadas e seis espécies como exóticas cultivadas.

Gráfico 9 - Origem das espécies favoritas dos participantes.

Fonte: Elaborado pela autora.

5.5 Árvores preferidas para se ter próximo de casa

Durante essa pergunta, os entrevistados dissertaram sobre quais espécies os mesmos

gostariam de ter próximas a sua casa (por exemplo, em praças próximas ou outros locais do

bairro), mas não necessariamente plantadas nas suas calçadas. Foram registradas 47

etnoespécies, das quais 29 foram identificadas a nível de espécie; 11 a nível de gênero; três

ficaram como dúvida; quatro ficaram com um grau maior de incerteza (“?”) e duas não puderem

ser identificadas por nós. Dentre os entrevistados, 25% não souberam responder.

Das espécies identificadas, foi notado que a Mangueira (Mangifera indica) foi a

preferida dos participantes sendo mencionada 20 vezes, seguida pelo Jambo (Syzygium

malaccense), citado 13 vezes, e o Cajueiro (Anacardium occidentale) e o Nim (Azadirachta

indica), que foram mencionados por 11 pessoas (Tabela 4).

64%15%

9%

12% Exótica

Nativa do Ceará

Nativa do Brasil

Origem nãoidentificada

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Tabela 4 - Espécies indicadas pelos entrevistados como desejáveis para se ter próximo de casa, em pesquisa realizada na cidade de Fortaleza, Ceará.

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Anacardiaceae Mangifera indica L. Mangueira Exótica (cultivada) 20 Myrtaceae Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry Jambo Exótica (naturalizada) 13

Anacardiaceae Anacardium occidentale L. Cajueiro Nativa do Ceará 11 Meliaceae Azadirachta indica A. Juss Nim Exótica 11 Moraceae Ficus benjamina L. Ficus/Sempre-verde Exótica 5 Musaceae Musa X paradisiaca L. (*) Bananeira Exótica (cultivada) 5

Combretaceae Terminalia catappa L. Castanhola Exótica (naturalizada) 5 Bignoniaceae Handroanthus sp. Ipê-amarelo - 4 Bignoniaceae Tabebuia spp./Handroantus spp. Ipê - 4

Fabaceae Adenanthera pavonina L. Pau-Brasil/Jeriquiti Exótica 3 Arecaceae Cocos nucifera L. (*) Coqueiro Exótica (naturalizada) 3 Myrtaceae Eucalyptus spp. Eucalipto Exótica 3 Fabaceae Tamarindus indica L. Tamarindo Exótica (cultivada) 3

Annonaceae Annona muricata L. Graviola Exótica (cultivada) 2 Moraceae Artocarpus heterophyllus Lam. Jaqueira Exótica (naturalizada) 2 Poaceae Bambusa spp. Bambu Exótica 2

Nyctaginaceae Bougainvillea sp. (*) Bougainville Nativa do Brasil 2 Casuarinaceae Casuarina equisetifolia L. Casuarina Exótica 2

Rutaceae Citrus cf. sinensis Osbeck. Laranjeira Exótica (naturalizada) 2 Fabaceae Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. Flamboyant Exótica (cultivada) 2

Sapindaceae Talisia esculenta (Cambess.) Radlk. Pitombeira Nativa do Ceará 2 Arecaceae Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook Palmeira-Imperial Exótica 2 Fabaceae Senna spp./Cassia spp. Acácia Exótica 2

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Tabela 4 (continuação)

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Myrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels Azeitona-roxa Exótica (naturalizada) 2 Fabaceae Cassia sp. Acácia-rosa - 1 Fabaceae Paubrasilia echinata

(Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis. Pau-Brasil Nativa do Brasil 1

Palmaceae Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore (*) Carnaúba Nativa do Ceará 1 Rubiaceae Genipa americana L. Jenipapo Nativa do Ceará 1 Malvaceae Gossypium hirsutum L. (?) (*) Algodão Exótica (naturalizada) 1

Bignoniaceae Handroanthus spp./Tabebuia spp. Ipê-roxo - 1 Fabaceae Hymenaea courbaril L. Jatobá Nativa do Ceará 1 Fabaceae Inga spp. Ingazeiro Nativa do Brasil 1

Sapotaceae Manilkara zapota (L.) P.Royen Sapotizeiro Exótica (cultivada) 1 Moringaceae Moringa oleifera Lam. (?) Acácia-branca Exótica 1

Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão Aroeira Nativa do Ceará 1 Lauraceae Persea americana Mill. Abacateiro Exótica (naturalizada) 1 Pinaceae Pinus spp. Pinho - 1

Clusiaceae Platonia insignis Mart. (?) Bacuri Nativa do Brasil 1 Myrtaceae Plinia cauliflora (Mart.) Kausel Jabuticaba Nativa do Brasil 1

Apocynaceae Plumeria spp. Jasmim Exótica (cultivada) 1 Myrtaceae Psidium guajava L. Goiabeira Exótica (naturalizada) 1

Passifloraceae Passiflora edulis Sims (*) Maracujá Nativa do Ceará 1 Anacardiaceae Spondias dulcis Parkinson Cajarana Exótica 1 Anacardiaceae Spondias purpurea L. Ciriguela Exótica 1

- Não Identificada Ipê-vermelho - 1 - Não Identificada Mandeville - 1

(?) Espécie incerta; (*) não possui forma de vida arbórea; (-) Distribuição ou Família não identificada. Fonte: Elaborada pela autora.

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Em relação a distribuição natural das espécies identificadas, foi notado que 27 eram

exóticas do Brasil (62%), sete (16%) nativas do estado do Ceará, cinco (11%) nativas do Brasil e

cinco (11%) não tiveram a origem identificada (Gráfico 10). Dentre as espécies que não eram nativas

do Brasil, nove foram classificadas como exóticas naturalizadas e sete como cultivadas.

Gráfico 10 - Origem das espécies citadas para se ter próximo de casa pelos participantes.

Fonte: Elaborado pela autora

5.6 Árvores associadas a infância dos participantes

Nessa questão, os entrevistados foram indagados sobre quais árvores eles possuíam

lembranças de sua infância como, por exemplo, uma árvore que gostavam de subir ou que estava

presente na casa de seus pais e avós, e marcou suas memórias. Dentre os participantes, 85%

lembraram do nome de uma árvore que estava associada à sua infância e souberam nomear a espécie,

enquanto 15% não associavam nenhuma árvore ou não conseguiram lembrar do nome.

Entre as pessoas que não lembravam de nenhuma espécie de árvore que havia estado

presente na sua infância, a média de idade foi de 30,4 anos (com desvio padrão de 15,3 anos para

mais ou para menos), onde a maioria possuía de 18-37 anos, e somente três pessoas estavam acima

de 37 anos. Além disso, também foi notado que 80% dessas pessoas haviam crescido na zona urbana

e não possuíam nenhum tipo de contato com a zona rural.

Durante essa questão, foram registradas 32 etnoespécies, onde 24 foram identificadas a

nível de espécie, quatro a nível de gênero e duas espécies ficaram incertas (“?”). Dentre as 30 espécies

62%16%

11%

11% Exótica

Nativa do Ceará

Nativa do Brasil

Origem nãoidentificada

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51

etnobotânicas registradas, apenas duas não foram classificadas como árvore de acordo com a Flora

do Brasil.

Em relação às espécies citadas, foi notado que novamente a Mangueira (Mangifera

indica) foi a mais citada, sendo mencionada por 22 participantes. Em segundo lugar ficou a Goiabeira

(Psidium guajava), citada 18 vezes; em seguida o Cajueiro (Anacardium occidentale) mencionado

17 vezes e a Ciriguela (Spondias purpurea) 13 vezes. O restante das espécies citadas pode ser

observado na Tabela 5.

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52

Tabela 5 - Espécies associdas a infância dos participantes.

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de Vezes citadas

Anacardiaceae Mangifera indica L. Mangueira Exótica (cultivada) 22 Myrtaceae Psidium guajava L. Goiabeira Exótica (naturalizada) 18

Anacardiaceae Anacardium occidentale L. Cajueiro Nativa do Ceará 17 Anacardiaceae Spondias purpurea L. Ciriguela Exótica 13

Myrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels Azeitona-roxa/Jamelão Exótica (naturalizada) 7 Myrtaceae Syzygium malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry Jambo Exótica (naturalizada) 6

Arecaceae Cocos nucifera L. (*) Coqueiro Exótica (naturalizada) 3 Sapotaceae Manilkara zapota (L.) P.Royen Sapotizeiro Exótica (cultivada) 3 Lauraceae Persea americana Mill. Abacateiro Exótica (naturalizada) 3

Sapindaceae Talisia esculenta (Cambess.) Radlk. Pitombeira Nativa do Ceará 3 Fabaceae Tamarindus indica L. Tamarindo Exótica (cultivada) 3

Combretaceae Terminalia catappa L. Castanhola Exótica (naturalizada) 3 Moraceae Artocarpus heterophyllus Lam. Jaqueira Exótica (naturalizada) 2 Moraceae Ficus benjamina L. Ficus/Benjamin Exótica 2 Myrtaceae Plinia cauliflora (Mart.) Kausel Jabuticaba Nativa do Brasil 2

Annonaceae Anonna spp. Ariticum Nativa do Brasil 1 Fabaceae Paubrasilia echinata

(Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis. Pau-Brasil Nativa do Brasil 1

Myrtaceae Campomanesia spp. Guabiraba Nativa do Brasil 1 Rutaceae Citrus cf. sinensis Osbeck. Laranjeira Exótica (naturalizada) 1

Boraginaceae Cordia oncocalyx Allemão Pau-Branco Nativa do Ceará 1 Myrtaceae Eucalyptus spp. Eucalipto Exótica 1 Rubiaceae Genipa americana L. Jenipapo Nativa do Ceará 1

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Tabela 5 (continuação)

Família Provável Espécie Nome popular Origem Número de vezes citadas

Malvaceae Gossypium hirsutum L. (?) (*) Algodão Exótica (naturalizada) 1 Fabaceae Hymenaea courbaril L. Jatobá Nativa do Ceará 1

Fabaceae Mimosa caesalpiniifolia Benth. Sabiá Nativa do Ceará 1 Fabaceae Mimosa tenuiflora (Wild.) Poir. Jurema Nativa do Ceará 1 Fabaceae Poincianella spp. Catingueira Nativa do Ceará 1 Rutaceae Pyrus communis L. Pêra Exótica (cultivada) 1

Anacardiaceae Spondias dulcis Parkinson Cajarana Exótica 1 Anacardiaceae Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro Nativa do Ceará 1

(?) Espécie incerta; (*) não possui forma de vida arbórea; (-) Distribuição ou Família não identificada. Fonte: Elaborada pela autora.

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54

Com isso, pode ser notado que a maioria das espécies citadas eram exóticas do

Brasil, representando 57% do total (17 espécies), seguidas pelas nativas do Ceará,

correspondendo a 30% do total (nove espécies) e o restante, representando 13% do total (quatro

espécies), sendo classificadas como nativas do Brasil (Gráfico 11). Em relação as exóticas, foi

notado que a maioria era classificada como exótica naturalizada, com nove espécies citadas e

quatro como exóticas cultivadas. É claro o predomínio de plantas frutíferas nas espécies

associadas à infância.

Gráfico 11 - Origem das espécies associadas a infância dos participantes

Fonte: Elaborado pela autora

5.7 Características de plantio de uma árvore

Quando convidados a escolher até três características mais valorizadas para o

plantio de uma árvore, foi notado que os entrevistados tinham uma maior preferência por

árvores com a presença de flores (citada 77 vezes), presença de frutos (citada 74 vezes) e por

árvores que possuem um porte grande (citada 50 vezes), como pode ser observado no Gráfico

12. Além disso, dentre as 11 pessoas que marcaram a opção “Outras”, foi observado que seis

mencionaram que preferiam árvores que gerassem sombra e quatro que fossem árvores

“frondosas” ou com a copa grande. Outras características mencionadas pelos participantes

foram: “não perder muita folha”, “raiz que não estrague a estrutura das casas e canos” e “médio

porte”.

57%30%

13%

Exótica

Nativa do Ceará

Nativa do Brasil

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55

Gráfico 12 - Características preferidas para o plantio de uma árvore

Fonte: Elaborado pela autora.

5.8 Percepção do grau de importância da presença de árvores em ruas, calçadas e praças

Já em relação a relevância da presença de árvores na área urbana, quando indagados

sobre o grau de importância da presença de árvores em ruas e calçadas, 66% dos entrevistados

classificou como muito importante, 28% classificaram como importante, 4% classificaram

como desnecessário e 2% como pouco importante (Gráfico 13). Para a justificativa da escolha

do grau de importância, as respostas dos participantes foram separadas em categorias,

englobando grupos de respostas semelhantes para facilitar a análise dos dados.

Gráfico 13 - Classificação do grau de importância da arborização em ruas e calçadas

Fonte: Elaborado pela autora

66%

28%

2%4%

Muito Importante

Importante

Pouco Importante

Desnecessário

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56

Com isso, foi observado que os participantes achavam importante ou muito

importante a presença de árvores nas ruas e calçadas devido à sombra fornecida (citada 47

vezes), a redução da temperatura (mencionada 31 vezes) e a melhoria da qualidade do ar

proporcionada pelas árvores (registrada 24 vezes). As justificativas categorizadas podem ser

observadas na Tabela 6.

Tabela 6 - Justificativas sobre o grau de importância da arborização em ruas e calçadas.

Justificativas categorizadas Número de vezes citadas

Sombra 47

Redução da temperatura 31

Melhoria da qualidade do ar 24

Importante para o meio ambiente/natureza 19

Produção de oxigênio 15

Beleza 15

Outros 13

Desvantagem 7

Nenhuma 5

Contato com a natureza 4

Bem-estar 4

Preservação do meio ambiente 3

Atrativo para pássaros 3

Frutos 3

Melhoria da qualidade de vida 2

Fonte: Elaborada pela autora.

Nessa questão foi notado também que sete pessoas mencionaram desvantagens da

presença de árvores nas ruas e calçadas, classificando a mesma como pouco importante ou

desnecessária. Dentre essas desvantagens, a mais citada foi a justificativa de que as árvores

atrapalham o fluxo de pessoas (mencionada por cinco pessoas). Além disso, também foram

mencionados como desvantagens danos às calçadas, danos às casas, necessidade de manutenção

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57

constante e a sujeira provocada. Todas as justificativas mencionadas pelos participantes podem

ser vistas no Apêndice C.

Já referente a classificação do grau de importância da presença de árvores em

praças, foi constatado que 87% dos participantes consideraram muito importante e 13%

classificaram como importante, mostrando que todos os participantes acharam necessário a

existência de árvores neste local (Gráfico 14).

Gráfico 14- Classificação do grau de importância da arborização em praças

Fonte: Elaborado pela autora

Como justificativa dessa importância da presença de árvores em praças, as

principais mencionadas entre os participantes foram a sombra (49 pessoas), redução da

temperatura (30 pessoas) e beleza (19 pessoas), como pode ser visto na Tabela 7. Todas as

justificativas registradas dos participantes podem ser vistas no Apêndice C. Somente uma

pessoa não soube justificar sua resposta.

Tabela 7 - Justificativas para o grau de importância da arborização em praças

Justificativas categorizadas Número de vezes citadas

Sombra 49

Redução da temperatura 30

Beleza 17

Lazer 17

Melhoria da qualidade do ar 15

87%

13%

Muito Importante

Importante

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Tabela 7 (continuação)

Justificativas categorizadas Número de vezes citadas

Bem-estar 11

Outros 11

Contato com a natureza 8

Importante para o meio ambiente/natureza 8

Melhoria da qualidade de vida 7

Atrativo para pássaros 4

Torna o ambiente agradável 2

Fonte: Elaborado pela autora

5.9 Vantagens e desvantagens da arborização urbana

Os participantes foram pedidos para que escolhessem até três vantagens da

arborização, considerando o que eles achavam mais positivo e importante sobre a presença de

árvores na cidade. Além disso, os entrevistados também foram questionados sobre as

desvantagens da arborização no contexto urbano, podendo expressar ou não, efeitos negativos

que eles achavam que a mesma poderia trazer.

Entre as vantagens apontadas pelas pessoas, notou-se que a maioria observa como

benefício da arborização a presença de sombra fornecida pelas árvores, sendo mencionada por

55 pessoas. Outra vantagem bastante enfatizada pela população foi a melhoria da qualidade do

ar, citada por 39 pessoas, seguida pela redução da temperatura (35 pessoas), beleza (27 pessoas)

e presença de frutos para alimentação (15 pessoas). O restante das vantagens categorizadas

pelos participantes, pode ser observada na Tabela 8. Durante essa questão, duas pessoas não

souberam responder.

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59

Tabela 8 - Vantagens da arborização urbana citadas pelos participantes.

Vantagens categorizadas Número de vezes citadas

Sombra 55

Melhoria da qualidade do ar 39

Redução da temperatura 35

Beleza 27

Presença de fruto 15

Produção de oxigênio 12

Outros 11

Importante para o meio ambiente/natureza 11

Importante para os pássaros 9

Bem-estar 8

Melhoria da qualidade de vida 6

Importante para animais 4

Ambiente agradável 3

Flores 3

Lazer 3

Contato com a natureza 2

Fonte: Elaborada pela autora

Além disso, também foi observado que 55% dos entrevistados acreditavam que a

arborização possuía alguma desvantagem, enquanto 45% acreditavam que não. Com isso, foi

mostrado que a principal desvantagem citada pelos participantes foi a sujeira provocada pelas

árvores (mencionada 31 vezes). Os entrevistados também consideraram como pontos negativos

da presença de árvores na cidade a necessidade constante de manutenção, como poda e limpeza

(14 pessoas), assim como a falta dessa manutenção pode vir a causar danos (11 pessoas). O

restante das respostas categorizadas pode ser observado na Tabela 9.

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60

Tabela 9 - Desvantagens da arborização urbana citadas pelos participantes.

Desvantagens categorizadas Número de vezes citadas

Sujeira 31

Necessidade de manutenção constante 14

Falta de manutenção causa problemas 11

Quebrar calçadas 7

Queda de árvores 7

Outras 6

Gera insegurança 4

Atrapalha o trânsito 4

Problemas com a fiação 3

Atrapalha na calçada 3

Fonte: Elaborada pela autora

5.10 Percepção da arborização da cidade de Fortaleza e bairros dos participantes

Quando os participantes foram convidados para classificar a arborização da cidade

de Fortaleza em relação a quantidade de árvores presentes na cidade, foi notado que 50% das

pessoas classificaram como medianamente arborizada; 36% como pouco arborizada, e a

minoria representando 14%, como muito arborizada (Gráfico 15).

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Gráfico 15 - Percepção dos participantes sobre a qualidade da arborização da cidade de Fortaleza, CE.

Fonte: Elaborado pela autora

Já em relação a arborização dos bairros dos participantes, o nível de insatisfação foi

bem maior, sendo registrado que 49% das pessoas entrevistadas classificou o bairro como pouco

arborizado, 30% como medianamente arborizado e a minoria com 14% como muito arborizado

(Gráfico 16). É importante ressaltar que para essa análise, foram excluídos os participantes de

outros municípios e bairros não identificados, por não estarem inseridos dentro da cidade de

Fortaleza, a qual era o foco do estudo. As tabelas com a classificação de arborização dos bairros

podem ser observadas no Apêndice C.

Gráfico 16- Percepção sobre a a qualidade da arborização nos bairros dos participantes residentes da cidade de Fortaleza, Ceará.

Fonte: Elaborado pela autora

14%

50%

36%Muito arborizada

Medianamente arborizada

Pouco arborizada

15%

32%53%

Muito Arborizado

Razoavelmente Arborizado

Pouco Arborizado

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62

5.11 Questões com alternativas sobre fatos positivos e negativos da presença de árvores

Durante essa questão, foi apresentado aos participantes uma série de afirmativas

onde os mesmos eram convidados a responder se concordavam ou não com elas. Algumas

alternativas abordavam desvantagens em relação a arborização, enquanto outras, vantagens

oferecidas pelas árvores (Tabela 10).

Com a obtenção das respostas, foi notado que a maioria das pessoas em algumas

afirmativas associam as árvores a fatores negativos como sujeira (60% concordaram) e

problemas a rede elétrica (66% concordaram), justificando que isso aconteceria caso a poda não

fosse feita. Dentre os entrevistados, 95% concordaram com a afirmativa que de a poda era

necessária para as árvores.

Entre as afirmativas com desvantagens da arborização, a que mencionava os danos

a calçadas (Afirmativa 7), foi a única onde a maioria não concordou (53%). As outras

afirmativas que apresentavam vantagens da arborização foram todas bem aceitas pelos

entrevistados, onde a maioria sempre optava por concordar.

Tabela 10- Respostas dos participantes em relação as afirmativas sobre a arborização urbana

Afirmativas

Número de pessoas que responderam

“sim”

Número de pessoas que responderam

“não”

“As árvores sujam ruas e calçadas” (1)

60 40

“As árvores são importantes para a alimentação de animais

silvestres” (2)

98

2

“As árvores precisam ser podadas” (3)

95 5

“As árvores reduzem o calor da cidade” (4)

97 3

“As árvores causam problemas a rede elétrica ou telefônica” (5)

66

34

“As árvores tornam a cidade mais bonita” (6)

100 0

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63

Tabela 10 (continuação)

Afirmativas

Número de pessoas que responderam

“sim”

Número de pessoas que responderam

“não”

“As árvores causam problemas nas calçadas” (7)

47 53

“As árvores são importantes para a melhoria da qualidade do ar”

(8)

100 0

Fonte: Elaborado pela autora

5.12 Conhecimento popular sobre o conceito de espécies exóticas e nativas

Durante essa questão, os participantes eram questionados se saberiam dizer o que

seria uma espécie exótica e uma espécie nativa. Para os que responderam que sim, era pedido

para que descrevessem os conceitos de forma breve durante a entrevista, para que, assim,

pudesse demonstrar a equivalência dessa resposta. Sendo assim, foram consideradas respostas

razoáveis aquelas em que os participantes se referiam a espécies exóticas como aquelas que não

eram naturais do local em que se encontravam, sendo introduzidas, e nativas aquelas que eram

naturais de uma determinada área.

Foi notado que a grande maioria não sabia dizer o que seria cada um dos conceitos

(81%), e o restante (19%), conseguiu elaborar uma explicação razoável sobre o que seriam

(Gráfico 17). Com isso, não foi notado uma relação entre o grau de escolaridade dos

participantes e a resposta dessa questão, visto que a maioria dos participantes que sabiam

responder, assim como os que não sabiam responder, pertenciam ao nível superior completo e

ensino médio completo. Porém, é importante destacar que dos que conseguiram elaborar um

conceito válido, nenhum possuía um grau de escolaridade menor do que o ensino médio

completo.

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64

Gráfico 17 - Respostas dos participantes em relação ao conhecimento ou não sobre os conceitos abordados

Fonte: Elaborado pela autora.

19%

81%

SimNão

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65

6 DISCUSSÃO

6.1 Percepção sobre a flora

Os resultados obtidos mostraram que em todas as questões que abordavam o tema

sobre conhecimento e preferência das espécies arbóreas, a maioria dos participantes citou mais

espécies exóticas do que as nativas do Ceará, ou nativas do Brasil sem ocorrência no Ceará. De

acordo com Heiden, Barbieri e Stumpf (2006), isso pode ser explicado devido a grande parte

das plantas consideradas ornamentais que são cultivadas e utilizadas para o paisagismo, não

serem nativas dos locais em que estão plantadas. Santos, Silva e Souza (2011) também

comprovaram esse fato mostrando que a maioria das espécies arbóreas cultivadas em praças no

município de Crato-CE, eram exóticas.

Foi notado também que além do baixo número de espécies nativas do Ceará citadas,

essas espécies também eram menos indicadas como árvores preferidas e para serem plantadas

próximo às casas. Moro e Westerkamp (2011) afirmam que poucas árvores nativas são usadas

para propósitos ornamentais na cidade de Fortaleza e, por isso, os cidadãos não reconhecem

mais as árvores de sua região.

Durante os resultados das entrevistas, foi possível notar que as espécies Mangifera

indica (Mangueira) e Sysygium malaccensis (Jambeiro) foram escolhidas por muitos

participantes para o plantio em calçadas e como árvores favoritas. Em um estudo sobre a

percepção da arborização urbana em Macapá (CASTRO; DIAS, 2013), foi registrado que as

mesmas espécies também foram preferidas pela maioria dos participantes para a arborização de

seus bairros. Esses resultados comprovam a homogeneização da arborização e da preferência

por determinadas espécies, visto que mesmo em cidades diferentes onde a composição da

vegetação natural também é bastante distinta, existe uma predileção das pessoas pelas mesmas

espécies exóticas. De acordo com Mckinney (2006), a urbanização é uma das maiores causas

dessa homogenizaçao, visto que a ela promove a uniformização das cidades, contribuindo para

que as mesmas espécies exóticas sejam introduzidas em diferentes metrópoles.

Também é interessante ressaltar que a Mangueira (Mangifera indica) foi a árvore

mais citada em quatro das cinco questões que abordavam o conhecimento da flora, sendo menos

preferida somente para ser plantada em calçadas, devido ao seu porte. No estudo feito por Silva,

Batista A. e Batista D. (2015) foi demonstrado que a mangueira também foi a espécie preferida

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66

pela população no cenário urbano da cidade de Belém no Pará, mostrando mais uma vez a

uniformização da paisagem em locais diferentes.

Outra espécie que foi bastante citada pelos participantes para ser utilizada na

arborização de calçadas e para se ter próximo de casa, foi o Nim (Azadirachta indica).

Atualmente, essa espécie é uma das árvores utilizadas para fins ornamentais mais plantadas em

várias cidades do Nordeste do Brasil (MORO; WESTERKAMP, 2011; MORO;

WESTERKAMP; ARAÚJO, 2014). O problema com o Nim é que essa espécie produz um

grande número de sementes por indivíduo, se dispersando por grandes distâncias da sua planta

progenitora e apresentando uma rápida taxa de crescimento, podendo assim, se tornar uma

invasora em poucos anos (MORO; WESTERKAMP; MARTINS, 2013), potencialmente

reduzindo a biodiversidade local. Apesar do Plano de Arborização da cidade de Fortaleza não

permitir o plantio dessa e de outras espécies consideradas invasoras em áreas públicas, a

Prefeitura não realiza programas de educação ambiental e de fiscalização nas ruas para impedir

que essa introdução ocorra (DIÁRIO DO NORDESTE, 2016).

Outro fator que merece ser destacado, foi o número de exóticas naturalizadas e

cultivadas citadas pelos participantes, onde muitos ficaram surpresos ao descobrir que estas não

eram nativas do Ceará ou do Brasil. De acordo com Zenni (2015), o Brasil possui 525 plantas

vasculares consideradas exóticas naturalizadas registradas em seu território. Com isso, foi

mostrado que uma parte significativa da flora do Brasil é composta por espécies introduzidas

que possuem populações naturalizadas, que um dia poderão ou não, se tornarem invasoras.

Sendo assim, esses fatos podem explicar a proximidade dos participantes com essas espécies.

É interessante ressaltar que quando interrogados sobre as árvores que remetiam a

sua infância, algumas pessoas de acima de 68 anos citaram espécies naturalizadas, como a

goiabeira (Psidium guajava) e a azeitona-roxa (Syzygium cumini), demonstrando que as

mesmas foram introduzidas a muito tempo no país e permanecem até hoje. Além disso, nessa

mesma questão das três espécies mais citadas pelos participantes, uma era exótica cultivada,

outra naturalizada e somente uma nativa do Ceará, onde todas elas eram espécies frutíferas

comuns no país.

O cajueiro (Anacardium occidentale) foi a espécie nativa do Ceará mais citada em

todas as questões. A cajucultura possui uma grande importância para o Nordeste do Brasil,

sendo uma rica atividade econômica e social, garantindo a renda de mais de 150 mil pessoas no

estado do Ceará (FIGUEIREDO, 2000). Esse fato poderia explicar a familiaridade dos

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67

participantes com essa espécie, visto que a mesma é uma importante fonte de renda para o

estado e possui diversos produtos derivados de sua castanha e de seu pedúnculo.

Durante a pesquisa, foi interessante notar que muitos dos participantes se referiram

a espécie exótica Adenanthera pavonina como Pau-Brasil, acreditando que ela fosse a árvore

nativa e simbólica do país Paubrasilia echinata. Esse registro mostrou como a substituição da

flora nativa por espécies exóticas confunde as pessoas e diminui o conhecimento que as mesmas

possuem sobre ela.

Também foi notado que as principais árvores citadas em cada questão,

apresentavam características semelhantes, como a presença de frutas, flores ou possuir uma

copa grande. Essas características também foram as mais citadas na questão referente às

preferências de atributos de uma árvore para o plantio, mencionadas também como vantagens

da arborização. Outros autores também comprovaram que a presença de flores e frutos são

vistas como características positivas na presença da arborização urbana pelas pessoas

(ARAÚJO J.; ARAÚJO A.; ARAÚJO A.C, 2010; BABALOLA; RAJI, 2016; CAMACHO-

CERVANTES et al., 2014; CASTRO; DIAS, 2013; RODRIGUES et al. 2010; ROPPA et al.

2007).

Em um estudo realizado por Queiroz (2015), também foi notado que entre a maioria

das árvores indicadas para a arborização de praças, se destacaram árvores frutíferas e de porte

grande. Entretanto, a falta de conhecimento sobre as espécies de árvores frutíferas do Brasil e

do estado, demonstram a desvalorização da biodiversidade local. Essa carência de

conhecimento contribui para um modelo de paisagismo com a presença majoritariamente de

espécies exóticas, podendo aumentar as ameaças de casos de invasões biológicas a partir da

flora cultivada como ornamental (BRACK; KINUPP; SOBRAL, 2007). Zenni (2013)

comprovou esse fato mostrando em seu estudo que no Brasil, a horticultura é uma das principais

causas de introdução de espécies que se tornam invasoras com o tempo.

A idade dos participantes foi uma variável importante para a pesquisa, mostrando

que existe uma correlação significativa da mesma com o número de espécies reportadas. Com

isso, percebemos que a há uma tendência entre os participantes do estudo de que pessoas mais

jovens lembrem do nome de menos espécies arbóreas do que a maioria das pessoas mais velhas,

assim como associaram menos espécies nativas ao serem questionados sobre a árvore marcante

da sua infância. Além disso, muitos participantes jovens, que já nasceram e cresceram no

contexto urbano, não possuíam lembranças de terem tido uma árvore associada à sua infância.

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68

Salgado e Guido (2008) e Soares et al. (2017), também encontraram resultados semelhantes em

seu estudo, mostrando que entrevistados mais velhos possuiam um maior conhecimento sobre

as plantas dos que os mais jovens.

Esses resultados podem ser explicados através do processo intenso de urbanização

que reduz a natureza na cidade devido a substituição das áreas verdes para a construção

(HENRIQUE, 2009, p. 172). A urbanização também diminui o contato das pessoas com o

ambiente natural, assim como os meios de comunicação, que em grande maioria divulgam a

fauna e flora exóticas, contribuindo para a desvalorização da diversidade do país (SCHERER;

PINHEIRO; ESSI, 2015). Com isso, as pessoas acabam se distanciando da biodiversidade local

e deixando de reconhecer o componente natural nativo de sua região. Em um estudo

demonstrando a percepção entre três gerações sobre arborização nativa urbana em Santa

Catarina, Bragagnolo e Dorigon (2015) mostraram que a geração composta por jovens do

Ensino Médio, apresenta mais riscos de introdução de espécies exóticas, pelo fato do

conhecimento ter sido reduzido entre as gerações ao longo do tempo e os mesmos não

conseguirem mais diferentenciar as espécies exóticas das nativas. Por isso, a maioria dos jovens

do estudo já não reconheciam mais as espécies nativas e nem percebiam a importância da

vegetação para o equilíbrio do meio ambiente.

Apesar do local em que as pessoas cresceram (zona urbana ou rural) não apresentar

resultados significativos em relação ao número de espécies citadas, foi notado que a mediana

do número de espécies mencionadas por participantes que haviam crescido na zona rural, era

maior do que a mediana do número de espécies citados pelas demais. O deslocamento da

população de seus ambientes naturais para as regiões urbanas, implica na diminuição do contato

com esses ambientes, levando a perda do conhecimento popular que foi acumulado há várias

gerações (VALLE, 2002 apud PINTO; AMOROZO; FURLAN, 2006). De acordo com

Gandolfo e Hanazaki (2011), no passado as pessoas que residiam no meio rural estabeleciam

uma relação direta com os elementos naturais, construindo um conhecimento local sobre a

biodiversidade. Porém, no novo contexto urbano, esses conhecimentos passam a não ter mais

um valor essencial para a sobrevivência, estando em risco de ser perdido com o tempo sem ser

registrado. Soares et al. (2017) comprovaram também que a população urbana de seu estudo

possuía um conhecimento menor sobre espécies de plantas do que as populações locais e

tradicionais.

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Em relação aos conceitos de espécies exóticas e nativas, é preocupante observar a

falta de conhecimento da população no geral. Mesmo as pessoas que entendiam o conceito, não

possuíam conhecimento dos impactos provocados por algumas espécies exóticas. Um dos

grandes problemas no controle das espécies exóticas e da sua introdução, é exatamente a falta

de conhecimento do público sobre essa questão (STEIN, 2004 apud OLIVEIRA; MACHADO,

2009). Segundo Oliveira e Pereira (2010) no Brasil existe um grande distanciamento entre a

disseminação do conhecimento científico e a população. Por isso, é necessário o uso da

educação ambiental e estabelecer uma comunicação apropriada com a comunidade sobre o que

são esses conceitos, principalmente sobre exóticas invasoras, explicando os seus riscos ao meio

ambiente e à sociedade para que eles possam ser assim evitados (OLIVEIRA; PEREIRA, 2010).

6.2. Percepção da arborização urbana

Já em relação às questões sobre a percepção da arborização urbana, foi notado que

os participantes consideraram o grau de importância da presença de árvores maior em praças

do que em ruas e calçadas, além de associarem mais o bem-estar e lazer das árvores em praças

do que nas outras questões. Esse fato pode ser explicado pelas praças serem áreas públicas

destinadas especialmente ao lazer e recreação, promovendo o convívio mútuo das pessoas que

as frequentam (BRITO et al., 2012). Além disso, as praças são uma área estratégica para a

arborização, visto que as mesmas são locais de menos confronto com as construções urbanas

(REZENDE; SANTOS, 2010). Oliveira, Callejas e Nogueira (2013), concluíram em seu estudo

que a vegetação em praças é um dos fatores determinantes no uso e principalmente permanência

das pessoas nas praças, devido ao conforto oferecido pela sombra das árvores, podendo explicar

os resultados obtidos no presente estudo.

Muitos participantes citaram o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida

associada a presença de árvores no meio urbano. Segundo Biondi (2015, p. 50 e 91), a

arborização urbana é de fato capaz de influenciar no humor e vontade das pessoas, assim como

condicionar o seu equilíbrio mental e físico, por promoverem nesses ambientes, o convívio

social, recreação e prática de esportes, reduzindo assim o estresse.

No geral, as justificativas dadas para a o grau de importância da presença das

árvores nas calçadas e em praças, foi bastante similar com os fatores associados às vantagens e

desvantagens da arborização pelos participantes. Em todas essas questões, a sombra foi o fator

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desejável mais citado entre os entrevistados. Essa escolha pode ser justificada por Fortaleza está

localizada em uma região que possui temperaturas do ar elevadas durante todo o ano e altos

índices de radiação solar, gerando um clima desconfortável, fazendo assim com que a

população busque formas para aliviar o calor e conseguir um maior conforto térmico (REPELLI

et al. 1998). A literatura mostrou que diversos outros trabalhos também chegaram a resultados

iguais, onde a sombra era a vantagem ou benefício mais citado pelos participantes (ARAÚJO;

ARAÚJO; ARAÚJO, 2010; CASTRO; DIAS, 2013; RIBEIRO, 2009; RODRIGUES et al.

2010).

Juntamente com a sombra, outro fator bastante citado foi a redução da temperatura

da cidade proveniente das árvores. De acordo com Schubert (1979), as árvores conseguem

interceptar, absorver e refletir essa radiação solar, além de resfriar o ar através da transpiração,

mostrando que de fato, esses indivíduos podem gerar uma sensação de refrescamento e

ventilação, como foi citado pelos participantes. Roppa et al. (2007) e Rodrigues et al. (2010)

apresentaram resultados muito semelhantes em seu trabalho, onde a redução do calor também

foi segunda vantagem da arborização mais citada pelos participantes.

A melhoria da qualidade do ar também foi bastante mencionada como vantagem e

justificativa do grau de importância. Além disso, 100% dos participantes concordaram que as

árvores ajudam nessa melhoria da qualidade do ar, mostrando assim que os entrevistados têm

uma sensação de “ar mais limpo” ao estarem perto de árvores. Em um estudo de Babalola e

Raji (2016) sobre a percepção sobre as árvores em uma universidade da Nigéria, também foi

comprovado que a maioria dos participantes (84,9%) acreditavam que as árvores ajudam na

purificação do ar.

De fato, as árvores possuem a capacidade de reduzir a poluição atmosférica na

forma de gás através da absorção pelos estômatos das suas folhas (NOWAK, 2002). Porém,

Rocha (2014) mostrou em seu estudo que apesar dos frequentadores da Praça das Flores se

sentirem bem em relação a qualidade do ar devido a presença marcante de vegetação na praça,

a qualidade do ar nesse local está comprometida devido ao alto fluxo de automóveis que passam

nas ruas e avenidas que contornam a praça. Esse estudo também mostrou que a presença de

vegetação no local foi significativa para reduzir os níveis de Materiais Particulados Respiráveis

na atmosfera, mas não o suficiente para deixar os níveis abaixo do que é permitido pela

Organização Mundial da Saúde (ROCHA, 2014).

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A beleza foi outro fator bastante citado em todas as questões, mostrando a

valorização pela estética. De acordo com Silva (2008), o embelezamento é o principal fator que

contribuiu historicamente para a implantação da arborização nas cidades, ajudando também a

promover o bem-estar das pessoas. No estudo de Silva e Moraes (2016), ao perguntarem aos

participantes a primeira palavra que os mesmos associavam com arborização urbana, a “beleza”

foi uma das mais citadas.

Os participantes da pesquisa também citaram bastante a importância da arborização

para o meio ambiente e para a Natureza. De fato, a arborização urbana é essencial para

estabelecer funções ecológicas com o meio como, por exemplo, oferecer abrigo e alimento para

a avifauna (BIONDI, 2015, p. 89), que também foram citados pelos entrevistados. Entretanto,

foi notado que os participantes basearam essas suas respostas no senso comum, visto que os

mesmos não sabiam elaborar uma explicação para justificar essa resposta.

Em relação às desvantagens é importante ressaltar como a maioria dos entrevistados

citou pelo menos um fator negativo em relação as árvores que estão localizadas dentro da

cidade. De acordo com Milano e Dalcin (2000, p. 6), parte dessa resposta negativa pode ser

explicada pela falta de planejamento e manutenção adequada das árvores, provenientes da

rápida expansão urbana do Brasil, que indisponibilizou o desenvolvimento de tecnologias e

métodos para essas questões. Esse fato também poderia explicar o motivo pelo qual os

participantes consideraram o grau de importância das árvores menor em ruas e calçadas.

Sendo assim, muitos participantes afirmaram que o problema da arborização estava

na falta de manutenção, como a poda e a limpeza das folhas, não reconhecendo o fato de

espécies de porte inadequado serem plantadas em lugares indevidos (eg. Árvores de grande

porte sob fiação ou próximas a muros). Foi observado também que mesmo pessoas que

afirmaram que não existiam desvantagens na arborização, concordaram com as alternativas da

questão de múltipla escolha que falavam sobre os pontos negativos.

A sujeira provocada pelas árvores por conta da queda de folhas, foi a desvantagem

mais citada pelos participantes. Em um estudo sobre a avaliação da arborização urbana no

Paraná (MALAVASI; MALAVASI, 2001), a sujeira causada pelas árvores também foi a

desvantagem mais citada pelos participantes do estudo. Essa resposta mostra o

desconhecimento de como esse fator é na verdade é muito importante para o solo. A queda das

folhas e de outros componentes da copa da árvore, formam uma camada chamada de

“serrapilheira” que ajuda na transferência de nutrientes desses compostos para o solo, e que são

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absorvidos pelas plantas e organismos do solo (ANDRADE; TAVARES; COUTINHO, 2003).

Porém, esses componentes não são aproveitados nas áreas urbanas, sendo tratados somente

como resíduos.

Muitas pessoas também citaram a necessidade de manutenção constante como uma

desvantagem. Entretanto, essa manutenção incessante ocorre exatamente pelo mau

planejamento e o plantio de árvores inadequadas, que acabam por gerar conflitos com outras

estruturas urbanas, como as fiações elétricas, muros, calçamentos e postes de iluminação

(RIBEIRO, 2009).

Outro fator a ser destacado, foi que a falta de manutenção, problemas com a fiação

e árvores atrapalhando o trânsito, foram frequentemente ligados a necessidade de poda. Porém,

Biondi (2015, p. 95) afirma que a poda de árvores na maioria dos casos é feita de forma

inadequada, onde a negligência da técnica acaba resultando na mutilação da copa e em uma

intensa remoção de galhos. Com isso, as árvores perdem seus benefícios ambientais como

sombra, regulamento do microclima, e acabam tornando-se esteticamente desagradáveis

(BIONDI, 2015, p. 95).

Por conta das podas em excesso e que são feitas sem nenhuma técnica, cinco árvores

caem por mês na cidade de Fortaleza devido à essa prática inadequada, segundo dados da

Empresa de Manutenção e Limpeza (Emlurb), mostrados em uma reportagem saída na mídia

(DIÁRIO DO NORDESTE, 2013). Ainda segundo os dados apresentados nesta reportagem, a

Emlurb também registrou que no período de janeiro até abril de 2013, 128 árvores caíram não

só pelo procedimento errado de poda, mas também por conta do plantio indevido, ventos fortes

ou doenças. Esses dados podem explicar a preocupação dos participantes em relação a queda

de árvores, que apesar de muitos associarem com árvores velhas, na verdade são árvores vítimas

do mau planejamento urbano. Curiosamente, há em Fortaleza uma cultura de podar as plantas

sempre que elas crescem um pouco mais. Embora ter um grande porte ou uma grande copa seja

indicado como algo positivo pelos participantes, são poucas as árvores que chegam a manifestar

esses atributos, visto que assim que crescem a um tamanho médio, já são fortemente danificadas

por podas pela população.

É interessante ressaltar também como os índices de violência em uma cidade podem

alterar a percepção das pessoas sobre a temática. Segundo dados do Instituto de Pesquisas

Econômicas Aplicadas (CERQUEIRA et. al., 2017), Fortaleza é o 13.º município mais violento

do Brasil no ano de 2015, podendo justificar o receio dos participantes ao acharem que as

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árvores poderiam ser utilizadas como esconderijo por ladrões ou atraírem pessoas para

roubarem seus frutos.

A percepção da qualidade da arborização da cidade de Fortaleza pelos participantes

mostrou uma contradição nos resultados, onde a maioria considerou a cidade medianamente

arborizada, mas em relação ao seu próprio bairro, a maior parte dos entrevistados o definiu

como pouco arborizado. Esses dados podem ser interpretados mostrando como a maior

arborização da cidade está localizada somente em alguns bairros, não estando distribuída

uniformemente dentro da cidade.

De acordo com Pedlowsk, Adell e Heynen (2003), a distribuição de árvores não é

igual em bairros com padrões econômicos diferentes. Segundo estes autores, bairros

considerados de alta renda possuem melhores condições ambientais e tem mais acesso aos

serviços ambientais provenientes das árvores como a sombra e redução da temperatura, por

exemplo, enquanto bairros mais pobres são mais áridos e possuem um número reduzido de

árvores.

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7 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos resultados obtidos durante a pesquisa, conclui-se que de fato os

entrevistados eram mais familiarizados e citavam mais espécies exóticas do que nativas do

Ceará. Além disso, notou-se que existe uma maior valorização pelo plantio e preferência por

espécies exóticas do que por nativas. Com as informações coletadas, também foi possível

concluir que apesar da maioria dos participantes reconhecer a importância da presença de

árvores na cidade, elas também foram associadas a diversas desvantagens ocasionadas pelo mau

planejamento da arborização.

Por isso, foi visto que é relevante fazer o uso de programas de Educação Ambiental

para conscientizar os habitantes de Fortaleza sobre a necessidade de um bom planejamento da

arborização urbana, incluindo dados técnicos sobre o plantio correto de árvores. Além disso,

foi notado que a divulgação de conhecimento é essencial para promover a valorização de

espécies nativas da região.

É importante ressaltar que os resultados obtidos durante esta pesquisa não podem

ser generalizados para toda a população de Fortaleza. Sendo assim, para se ter uma visão mais

ampla da percepção dos moradores da cidade, seria necessária a aplicação de questionários em

diferentes locais, aumentando o número amostral. É indicado também o levantamento das

espécies arbóreas dos locais em que a entrevista está sendo feita, para demonstrar assim, qual

flora está sendo apresentada as pessoas no seu dia-a-dia.

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APÊNDICE A - MODELO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidado para participar da pesquisa intitulada “Percepção da população urbana sobre a flora e arborização na cidade de Fortaleza-CE”. Caso não queira, você pode se recusar a participar. Esta é uma pesquisa voltada ao público com idade igual ou maior que 18 anos. Leia as informações abaixo e se tiver alguma dúvida, faça perguntas para que a pesquisa seja esclarecida.

Meu nome é Cristiana Saraiva Pessôa, estudante da Universidade Federal do Ceará (UFC), e estou desenvolvendo um estudo sobre o conhecimento popular de espécies de árvores e a percepção sobre arborização da cidade. Com esse estudo, desejo saber quais espécies de árvores as pessoas têm uma maior afinidade, assim como o entendimento dos benefícios e desvantagens da presença de árvores no meio urbano. Essa pesquisa é relevante para conscientizar as pessoas sobre a importância da arborização urbana, assim como quais espécies devem ser utilizadas. É possível que o você sinta desconforto, como constrangimento durante a entrevista. A fim de evitar este risco, as respostas serão confidenciais e analisadas de forma anônima, não permitindo a sua identificação por terceiros. A qualquer momento você pode parar a entrevista ou desistir de participar da mesma sem nenhum prejuízo à sua pessoa. A entrevista contém 20 perguntas e levará aproximadamente 15 minutos, onde a sua participação será voluntária e você não será pago para participar. Os resultados do estudo serão utilizados somente para compreender a percepção ambiental das pessoas, visando à produção de pesquisas acadêmicas. Endereço do laboratório responsável pela pesquisa:

Nome: Laboratório de de Biogeografia e estudos da vegetação – BIOVEG Pesquisador responsável: Prof. Dr. Marcelo Freire Moro Instituição: Instituto de Ciências do Mar – LABOMAR / Universidade Federal do Ceará - UFC Endereço: Avenida da Abolição, 3207 - Meireles, Fortaleza - CE, 60165-081. Telefone para contato: (85) 3366-7000 / E-mail: [email protected]

ATENÇÃO: Se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua participação na pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFC/PROPESQ – Rua Coronel Nunes de Melo, 1000 - Rodolfo Teófilo, fone: 3366-8344. (Horário: 08:00-12:00 horas de segunda a sexta-feira). O CEP/UFC/PROPESQ é a instância da Universidade Federal do Ceará responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres humanos. O abaixo assinado _______________________________________________, _____ anos, declara que é de livre e espontânea vontade que está como participante de uma pesquisa. Eu declaro que li cuidadosamente este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que, após sua leitura, tive a oportunidade de fazer perguntas sobre o seu conteúdo, como também sobre a pesquisa, e recebi explicações que responderam por completo minhas dúvidas. E declara, ainda, estar recebendo uma via assinada deste termo. ________________________________________ _____________________, _____/_____/_____ Entrevistado(a) (local) (data) ________________________________________ ______________________________________ Testemunha (caso entrevistado não saiba ler) Entrevistador(a)

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APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR - LABOMAR GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

QUESTIONÁRIO

Local da entrevista:________________ Data da entrevista: _____________ Hora: _____ PERFIL DO ENTREVISTADO Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Idade: ______ Grau de escolaridade do entrevistado: ( ) Analfabeto ( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino superior incompleto ( ) Ensino superior Cidade / Estado onde nasceu: ________________________ Cresceu na cidade de origem ou migrou para outra? Em qual cidade cresceu? ( ) Cidade de origem ( ) Migrou ______________________ Você cresceu na zona rural ou possui algum tipo de contato com a mesma? (sítio, casa de familiares, etc) ( ) Sim, cresci na zona rural ( ) Sim, tenho algum tipo de contato com a zona rural ( ) Não Bairro onde reside atualmente: __________________________ PERGUNTAS 1. Você poderia listar nomes de árvores que você conhece? ______________________________________ ______________________________________

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2. Se você fosse plantar uma árvore na sua calçada, quais espécies de árvores você escolheria? ______________________________________ ______________________________________ 3. Quais são as árvores que você mais gosta? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4. Se você fosse plantar uma árvore, quais dessas características você iria preferir nela? (cite até 3) ( ) Presença de flores ( ) Porte grande ( ) Presença de frutos ( ) Porte pequeno ( ) Ausência de frutos ( ) Resistência a poda ( ) Outras __________________________________________________________________________ 5. Você acha que ter árvores nas ruas e calçadas é algo: ( ) Muito Importante ( ) Importante ( ) Pouco Importante ( ) Desnecessário Justifique sua resposta. ______________________________________ ______________________________________ ______________________________________ 6. Você acha que ter árvores nas praças é algo: ( ) Muito Importante ( ) Importante ( ) Pouco Importante ( ) Desnecessário Justifique sua resposta. ______________________________________ ______________________________________ 7. Cite até 3 vantagens da arborização. ________________________________________________________________________ 8. Cite até 3 desvantagens da arborização. ________________________________________________________________________ 9. Quais espécies de árvores você gostaria que fossem plantadas próximas a sua residência? _________________________________________________________________________ 10. Você considera a cidade de Fortaleza: ( ) Muito arborizada ( ) Medianamente arborizada ( ) Pouco arborizada

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11. Como você classificaria a arborização do seu bairro? ( ) Muito arborizado ( ) Razoavelmente arborizado ( ) Pouco arborizado 12. Você associa alguma árvore a sua infância? ( ) Sim ( ) Não Se sim, Qual? ______________________________________________________________ 13. Responda “sim” para alternativas que você concorda e “não” para alternativas que você discorda. ( ) As árvores sujam ruas e calçadas ( ) As árvores são importantes para a alimentação de animais silvestres ( ) As árvores precisam ser podadas ( ) As árvores reduzem o calor na cidade ( ) As árvores causam problemas a rede elétrica ou telefônica ( ) As árvores tornam a cidade mais bonita ( ) As árvores causam problemas nas calçadas ( ) As árvores são importantes para a melhoria da qualidade do ar 14. Você sabe o que é uma “espécie exótica” e “espécie nativa”? ( ) Sim ( ) Não

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APÊNDICE C – MATERIAL COMPLEMENTAR

O material complementar referente aos dados brutos da pesquisa, contendo as

respostas originais dos participantes, assim como os bairros e estados registrados, e a

classificação da arborização dos de cada um dos bairros, podem ser acessados através do link:

https://docs.google.com/spreadsheets/d/1m2IOuL44RhKW_nyCayRFYZ_TfQ4bsPdpUUbk1

AFxtEE/edit?usp=sharing

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APÊNDICE D - PANFLETO

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APÊNDICE D – PANFLETO