Pedologia

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Universidade Eduardo Mondlane Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico Elementos da Geografia Física Discente: Alfai Bene Docente: Benilda Reis Maputo, 2015 Pedologi a

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Universidade Eduardo MondlaneFaculdade de Arquitectura e Planeamento Físico

Elementos da Geografia FísicaDiscente: Alfai BeneDocente: Benilda Reis Maputo, 2015

Pedologia

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ÍndiceIntrodução…………………………………………………………………………………………………………….…21. Pedologia……………………………………………………………………………………………………….…….31.1. Principais pesquisadores…………………………………………………………………………………..32. Conceito de solo…………………………………………………………………………………………………..32.1. Pedogênese……………………………………………………………………………………………………….32.2. Factores de formação do solo…………………………………………………………………………...33. Classificação dos solos………………………………………………………………………………………….43.1. Quanto à formação……………………………………………………………………………………………43.2. Quanto à granulometria…………………………………………………………………………………….44. Camadas ou horizontes do solo……………………………………………………………………………55. Propriedades do solo……………………………………………………………………………………………66. Importância do solo……………………………………………………………………………………………..67. Solos em Moçambique…………………………………………………………………………………………68. Relação com arquitectura…………………………………………………………………………………….7Conclusão…...……………………………………………..…………………………………………………………..8Recomendações………….……………………………..……………………………………………………………8Bibliografia…………………..………………………………………………………………………………………….9

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IntroduçãoO processo de formação os solos designa- se por pedologia, sendo o solo a camada da superfície terrestre, ele que constitui importância vital para os seres vivos.Na superfície terrestre podemos encontrar diversos tipos de solo em que cada tipo possui suas próprias características.Os vários tipos de solo diferem entre si devido à rocha-mãe a partir da qual se formaram. A formação de um solo inicia-se com a degradação da rocha-mãe, seguindo-se processos erosivos como o vento e a chuva que desagregam a rocha e provocam alterações químicas que levam à sua fracturação.Após acção destes agentes verifica-se o enriquecimento do solo em matéria orgânica, formando-se assim o solo primitivo. Ocorre a fixação de seres vivos mais complexos e acentua-se a acumulação de matéria orgânica, havendo também a degradação dos fragmentos rochosos. Deste modo vai-se verificando a evolução do solo.

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Seus discípulos Glinka (1867- 1929) e Neustrayev (1874 - 1928), voltaram a enfatizar o conceito de solo como uma entidade em si, mas com características que correspondem aos locais onde se desenvolvem.Sibirtev desenvolveu uma classificação de solos de diferenciação em três grupos que são: solos zonais, solos azonais, solos intrazonais. Outro pilar da Pedologia é Marbut (1863 - 1935), americano , que traduziu textos russos sobre a pedologia e, decidiu levar a cabo a tradução em Inglês dos mesmos textos em cima e difundir os conceitos da escola russa entre os geógrafos de seu país. Marbut mantém a teoria dos múltiplos e independentes processos na gênese dos solos. Ele também propôs uma classificação coerente dos solos em seis categorias, denominados: ordens, subordens, grupos, famílias, séries e tipos.Kellogg (1902 - 1980) sucedeu como diretor Marbut na investigação de solo, e, continuou estudando solos com base nos critérios estabelecidos pela Dokuchaev e Glinka.

2. Conceito de soloO solo é um corpo de material tridimensional que cobre a superfície terrestre, ou por outra é a camada superficial da crosta terrestre.O solo é composto por minerais provenientes da degradação das rochas e de material orgânico de origem vegetal e animal. O processo de origem dos solos é chamado de pedogênese.

2.1. Pedogênese Pedogênese é o processo químico e físico de de formação e de evolução dos solos. Ou processo de alteração que actua sobre um material litológico ( rocha) , originando um solo.

2.2. Factores de formação dos solos O solo é produto de uma acção combinada e simultânea de diversos factores. A intensidade de algum factor pode ser determinante na criação do solo. Os factores de formação dos solos: o clima, material de origem, organismos, tempo e relevo.

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1. Pedologia A palavra pedologia provém do grego pedon que significa solo, terra e logos= estudo. Assim sendo, pedologia é o ramo da Geografia Física que estuda os solos e os seus processos de formação no seu ambiente natural. A pedologia estuda a pedogênese, a morfologia e a classificação de solos.

1.1. Principais pesquisadoresO fundador da pedologia é o geógrafo russo Vasily Dokuchaev (1846 - 1903), que lançou as bases do estudo do solo.Seu primeiro artigo sobre o tema foi de 1883, quando ele publicou um relatório sobre um estudo de campo realizado em um chernozem (tipo de solo), onde descreveu os principais grupos. Ele definiu solo como um corpo natural e independente, formado sob a influência de vários fatores, dos quais ele considerava ser a vegetação mais importante. Vasily Dokuchaev

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3. Classificação dos solos

3.1. Quanto à formação Solos zonais- aqueles em que o principal elemento responsável pela sua formação

é o clima. São solos bem formados (maduros). Solos azonais-  aqueles que não tem características bem desenvolvidas, ou

seja, aqueles que existem em ambientes instáveis, por exemplo, em aluviões e colúvios.

Solos intrazonais- são solos em que o relevo local ou material de origem prevalecem sobre o clima.

3.2. Quanto à granulometria Solos  arenosos-  Aqueles que possuem consistência granulosa como a areia.

formado principalmente por cristais de quartzo e minerais primários. Solos argilosos- São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas

na fracção argila. Solos siltosos- São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas

na fracção silte, geralmente são muito erosíveis. O silte não se agrega como as argilas, e ao mesmo tempo as suas partículas são muito pequenas e leves.

Latossolo-  São solos muito profundos (maior que 2m), bem desenvolvidos, localizados em terrenos planos ou pouco ondulados, tem textura granular e coloração amarela ou vermelha escura.

Solos  orgânicos-  São solos compostos de materiais orgânicos (restos de organismos mortos e em decomposição), além da areia e da argila. Este solo é o que mais favorece o desenvolvimento da vida das plantas.

Solos de montanhas- São solos considerados um solo jovem, isso por estarem em formação ou terem acabado de se formarem.

Solo de calcário- É um tipo de solo formado por partículas de rochas. É um solo seco e esquenta muito ao receber os raios solares. Este tipo de solo é muito comum em regiões do deserto.

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Solos azonais Solos intrazonaisSolos zonais

Solos arenosos Solos argilosos Solos siltosos Latossolo

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4. Camadas ou horizontes do soloO solo possuí camadas horizontais de morfologia diferente entre si, e essas camadas são chamadas de horizontes. Ao conjunto destes horizontes, sua ordem e constituição dá-se o nome de perfil pedológico.O perfil do solo apresenta os seguintes horizontes:

Horizonte O- É uma camada orgânica constituída por restos de plantas e animais em decomposição.

Horizonte A- É uma camada superficial rica em detritos orgânicos de partes de plantas e de seres vivos em estado de decomposição estabilizado – o húmus.

Horizonte B- É horizonte de maior concentração de argilas, acumulam- se aqui também minerais provenientes dos horizontes A e C. É o solo com coloração mais forte, agregação e desenvolvimento.

Horizonte C- É essencialmente constituído pela rocha-mãe pouco alterada, fracamente fragmentada.

Horizonte R- É a rocha mãe não alterada, é constituída por massas rochosas praticamente inalteradas. É a partir desta camada que se formam os solos.

Horizonte OHorizonte A

Horizonte E

Horizonte B

Horizonte C

Horizonte R

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Solos orgânicos Solos de montanhas Solo de calcário

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5. Propriedades do solo Textura:  A textura do solo depende da proporção de areia, do silte (ou limo),

ou argila na sua composição, pois, é caracterizado pelo o tamanho das partículas, enfim na capacidade de infiltração e de absorção da água.

Estrutura: A estrutura de um solo consiste na forma como os seus constituintes se organizam. A estrutura é então referente ao tamanho das partículas e os espaços vazios entre estas.

Porosidade: A porosidade do solo é o espaço que existe entre as partículas e que podem ser preenchidos por ar ou água.

Permeabilidade: A permeabilidade está relacionada com a porosidade, e consiste na capacidade que o solo tem de se deixar atravessar pela água.

6. Importância do soloO solo é o chão que pisamos, onde andamos e construímos nossas casas. É a superfície onde vivem a maioria dos animais e sobre a qual está a maior parte das plantas. É dele que as plantas retiram a água e os sais minerais indispensáveis para o seu desenvolvimento. O solo é um recurso natural básico, constituindo uma componente fundamental dos ecossistemas e dos ciclos naturais, é um reservatório de água, um suporte essencial do sistema agrícola e um espaço para as actividades humanas. 7. Solos em MoçambiqueAs condições geológicas e o tipo de clima são factores que influenciam bastante nas características dos solos, apresentando entre eles, uma notória diferenciação.Na região norte do país, onde predominam rochas do pré-câmbrico e relevante precipitação, os solos predominantes são os argilosos, variando entre os franco-argilosos-avermelhados que ocupam a maior área e que são mais vulneráveis à erosão e os solos argilosos vermelhos e acastanhados profundos, com boa permeabilidade e drenagem, menos vulneráveis á erosão. No litoral da região norte, a presença de rochas do fanerozoico deram origem a outro tipo de solos. São solos arenosos de dunas costeiras e de origem fluvial.Na zona centro, predominam os franco-argilo-arenosos avermelhados, mas existem consideráveis extensões de solos franco-argilo-arenosos acastanhados ao sul da província de Tete. Ao longo da bacia do Zambeze, no curso médio e inferior deste rio, os solos fluviais, com elevada fertilidade, tomam lugar, misturando-se primeiro com os anteriores e tornando-se mais predominantes na costa. Ao sul do país, predominam os solos arenosos de baixa fertilidade e de baixo poder de retenção de água. Ao longo dos vales dos rios, encontram-se solos fluviais de alta fertilidade. Ao longo da fronteira e associando-se à cadeia dos Libombos, existem solos delgados, poucos profundos e muito pouco aptos para a agricultura.

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8. Relação com Arquitectura

Na arquitectura a pedologia relaciona- se duma forma "indireta", porque sendo arquitectura a arte de projectar, para a execução dos projectos na obra é necessário ter materiais de construção. Daí que a pedologia assume um papel importante sendo que ela estuda o processo de formação dos solos. É necessário ter em conta que o solo é um recurso natural e fundamental para a construção, e é através desse recurso natural que para a execução do projecto na obra precisa- se para a edificação de infra- estruturas. Porque sem o solo não produziriam- se materiais como por exemplo: blocos, betão, argamassa, mosaicos, telhas, e nem iriamos ter lugar pera assentar os edifícios. Por isso deve- se ter em consideração que o solo é um material indispensável para a construção.

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ConclusãoSolo corresponde à decomposição de rochas que ocorre por meio de ações ligadas ao clima, material de origem, organismos, tempo e relevo. E é através dessas acções que existem diversos tipos de solo na natureza, e esses solos constituem um valor importante porque desempenham uma grande variedade de funções vitais, de carácter ambiental, ecológico, social e económico, constituindo um importante elemento paisagístico, patrimonial e físico para o desenvolvimento de infra-estruturas e actividades humanas.

RecomendaçõesO solo é um recurso finito, limitado e não renovável. Os processos de degradação do solo constituem um grave problema a nível mundial, com consequências ambientais, sociais e económicas significativas. À medida que a população mundial aumenta, devemos proteger o solo como recurso vital, sobretudo para produção alimentar, evitando a poluição destes porque a vida dos seres vivos também pode ser afectada.

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Bibliografia http://www.revistas.usp.br/rdg/article/viewFile/47088/50809 pt.wikipedia.org/wiki/Pedologia http://www.infopedia.pt/$pedologia http://pt.slideshare.net/profmariateresa/tipos-de-solo-1-c?related=2 http://www.unccd.int/ActionProgrammes/mozambique-other2002.pdf

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