Pé na Prancha

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SÃO PAULO, SÁBADO, DE MAIO DE www.readmetro.com EM AÇÃO Q uando o skatista Ryan Farrely criou, em 2005, o chamado free- line skate, mal sabia ele que o invento não só ga- nharia popularidade como seria indício de uma nova on- da entre os adeptos dos carri- nhos. “Até a metade dos anos 2000, o ciclo era o de substi- tuição de uma modalidade por outra. Mas de uns tempos para cá, o espírito ‘for fun’ da cultura skate voltou, e hoje é possível testemunhar dife- rentes formas de pranchas, e isso tem reciclado o cenário”, discorre o designer de sha- pes Tiago Matulja. O freeli- ne chama atenção por trazer uma proposta totalmente no- va: com uma prancheta em cada pé, o praticante se mo- vimenta lateralmente, e não de frente, como no caso dos patins. Além disso, o equipa- mento não fica preso aos pés, o que exige bastante habili- dade. Na esteira do freeline, o mercado se abre num ver- dadeiro leque para quem cur- te radicalizar sobre rodas. Do hangboard ao carveboard, so- bram opções de shapes inusi- tados nas lojas especializadas pela cidade. “A tendência é que as variações de downhill e freestyle se fortaleçam cada vez mais e ampliem o merca- do”, diz Matulja. METRO Carveboard Andar de carveboard tem uma vantagem em re- lação aos skates comuns, que é a de poder desli- zar por ladeiras de asfalto ruim em alta velocida- de sem levar aqueles costumeiros tombos quando as rodas travam com pedrinhas ou irregularidades no caminho. A bordo de um carve, é possível até se aventurar por terrenos arenosos, montanhosos ou mesmo esburacados. Isto, por conta das rodas, que são muito maiores, e, em alguns casos, pneus. Os modelos mais modernos oferecem a possibili- dade de instalação de um kit-freio. Sua alta perfor- mance em descidas e curvas é comparada à sensa- ção de estar se aventurando de snowboard. dropboards.com.br extremetoys.com.br monstersports.com.br florasurfboards.blogspot.com.br SAIBA MAIS Skate se desdobra em modalidades para atrair novos adeptos Freeline Criada nos Estados Unidos, esta modalidade, também chamada de “drift-skate”, mais parece um mix de patins com skate. Lá fora, já há campeonatos e equipes profissionais. No Brasil, é uma onda ainda re- cente, já que começou apenas no ano passado. “Esse é um produto impressionante, porque, seja você um excelente skatista ou patina- dor, vai ter que treinar um pouco para conseguir arriscar as primei- ras manobras”, diz Alberto Schichvarger, da Extreme Toys, importa- dora oficial. Segundo o fotógrafo Pedro Arcene, que já foi skatista e aderiu à modalidade há um mês e meio, “as possibilidades e tipos de manobras do freeline são mais desafiadoras e complexas. Quando es- tamos praticando, somos abordados por muitos skatistas e curiosos que nunca viram algo parecido.” PÉ NA PRANCHA Hangboard O nome deste shape re- mete à mais clássica das manobras do longboard, o hang 10. A modalidade pode ser praticada com ou sem o paddle (remo), vendido separadamente. Segundo descreve Fabio Teixeira, da DropBoards, “a prática simula exata- mente a sensação de sur- far no asfalto”. O design tradicional dá forma a uma prancha de 180 cen- tíme- tros, mas há quem prefi- ra o sha- pe menor, de 143 centíme- tros, conhecido co- mo “fish.” Pedro Arcene ensaia manobra de freeline na ladeira do Ipiranga Minicruiser Antes dos skates de alta performance que conhecemos hoje, a galera andava com esses modelos com cara de brinquedo. Não à toa, já que eles foram concebidos, nos anos 1970, para a simples recreação, tal qual o bam- bolê e o iô-iô, febres da época. Nomeados mini- cruisers, ou fishboard, por conta de seu formato, eles voltaram ao mercado para valer, só que dessa vez com resistentes shapes de plástico e eixos que proporcionam mais estabilidade. Nanoskate Inspirado nos famosos skates minicruisers, sucesso nos anos 1970, que também estão de volta com força ao mer- cado, o designer de pranchas Tiago Matulja investiu no na- noskate. Se o minicruiser tem 58 centímetros de compri- mento, o nano é ainda menor, do tamanho da sola do pé. Para andar num desses, a pessoa tem que ficar com os pés bem juntos sobre o shape, o que torna a experiência ain- da mais radical. Radicalizando com o nanoskate Atleta da DropBoards mandando ver no carve HERBERT PASSOS NETO VITOR ALMEIDA ROGÉRIO GARCIA

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Skate se desdobra em modalidades para atrair novos adeptos.

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Quando o skatista Ryan Farrely criou, em 2005, o chamado free-line skate, mal sabia

ele que o invento não só ga-nharia popularidade como seria indício de uma nova on-da entre os adeptos dos carri-nhos. “Até a metade dos anos 2000, o ciclo era o de substi-tuição de uma modalidade por outra. Mas de uns tempos para cá, o espírito ‘for fun’ da cultura skate voltou, e hoje é possível testemunhar dife-rentes formas de pranchas, e isso tem reciclado o cenário”, discorre o designer de sha-pes Tiago Matulja. O freeli-ne chama atenção por trazer

uma proposta totalmente no-va: com uma prancheta em cada pé, o praticante se mo-vimenta lateralmente, e não de frente, como no caso dos patins. Além disso, o equipa-mento não fica preso aos pés, o que exige bastante habili-dade. Na esteira do freeline, o mercado se abre num ver-dadeiro leque para quem cur-te radicalizar sobre rodas. Do hangboard ao carveboard, so-bram opções de shapes inusi-tados nas lojas especializadas pela cidade. “A tendência é que as variações de downhill e freestyle se fortaleçam cada vez mais e ampliem o merca-do”, diz Matulja. METRO

CarveboardAndar de carveboard tem uma vantagem em re-lação aos skates comuns, que é a de poder desli-zar por ladeiras de asfalto ruim em alta velocida-de sem levar aqueles costumeiros tombos quando as rodas travam com pedrinhas ou irregularidades no caminho. A bordo de um carve, é possível até se aventurar por terrenos arenosos, montanhosos ou mesmo esburacados. Isto, por conta das rodas, que são muito maiores, e, em alguns casos, pneus. Os modelos mais modernos oferecem a possibili-dade de instalação de um kit-freio. Sua alta perfor-mance em descidas e curvas é comparada à sensa-ção de estar se aventurando de snowboard.

dropboards.com.brextremetoys.com.brmonstersports.com.brflorasurfboards.blogspot.com.br

SAIBA MAIS

Skate se desdobra em modalidades para atrair novos adeptos

FreelineCriada nos Estados Unidos, esta modalidade, também chamada de “drift-skate”, mais parece um mix de patins com skate. Lá fora, já há campeonatos e equipes profissionais. No Brasil, é uma onda ainda re-cente, já que começou apenas no ano passado. “Esse é um produto impressionante, porque, seja você um excelente skatista ou patina-dor, vai ter que treinar um pouco para conseguir arriscar as primei-ras manobras”, diz Alberto Schichvarger, da Extreme Toys, importa-dora oficial. Segundo o fotógrafo Pedro Arcene, que já foi skatista e aderiu à modalidade há um mês e meio, “as possibilidades e tipos de manobras do freeline são mais desafiadoras e complexas. Quando es-tamos praticando, somos abordados por muitos skatistas e curiosos que nunca viram algo parecido.”

PÉ NA PRANCHAHangboard

O nome deste shape re-mete à mais clássica das manobras do longboard, o hang 10. A modalidade

pode ser praticada com ou sem o paddle (remo), vendido separadamente. Segundo descreve Fabio

Teixeira, da DropBoards, “a prática simula exata-

mente a sensação de sur-far no asfalto”. O design

tradicional dá forma a uma prancha de 180 cen-

tíme-tros,

mas há quem prefi-

ra o sha-pe menor,

de 143 centíme-tros, conhecido co-

mo “fish.”

Pedro Arcene ensaia manobrade freeline na ladeira do Ipiranga

MinicruiserAntes dos skates de alta performance que conhecemos hoje, a galera andava com esses modelos com cara de brinquedo. Não à toa, já que eles foram concebidos, nos anos 1970, para a simples recreação, tal qual o bam-bolê e o iô-iô, febres da época. Nomeados mini-cruisers, ou fishboard, por conta de seu formato, eles voltaram ao mercado para valer, só que dessa vez com resistentes shapes de plástico e eixos que proporcionam mais estabilidade.

NanoskateInspirado nos famosos skates minicruisers, sucesso nos anos 1970, que também estão de volta com força ao mer-cado, o designer de pranchas Tiago Matulja investiu no na-noskate. Se o minicruiser tem 58 centímetros de compri-mento, o nano é ainda menor, do tamanho da sola do pé. Para andar num desses, a pessoa tem que ficar com os pés bem juntos sobre o shape, o que torna a experiência ain-da mais radical.

Radicalizando como nanoskate

Atleta da DropBoardsmandando ver no carve

HERBERT PASSOS NETOVITOR ALMEIDA

ROGÉRIO GARCIA

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