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Cadeira de

PATRIMÓNIO CULTURAL PORTUGUÊS

Artur Filipe dos Santos

www.cp.pt

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P A T RIMÓNIO I N D U ST RIAL P O RT U GU Ê S

O CAMINHO DE FERRO EM PORTUGAL – Aula 1

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AUTOR Artur Filipe dos Santos [email protected] www.artursantos.no.sapo.pt www.politicsandflags.wordpress.com www.omeucaminhodesantiago.wordpress.com • Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicação, Publicidade Relações Públicas e

Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor Universitário, consultor e investigador em Comunicação Institucional e Património, Protocolista, Sociólogo.

• Director Académico e Professor Titular na Universidade Sénior Contemporânea, membro da Direção do OIDECOM-Observatório Iberoamericano de Investigação e Desenvolvimento em Comunicação, membro da APEP-Associacao Portuguesa de Estudos de Protocolo. Membro do Grupo de Investigação em Comunicação (ICOM-X1) da Faculdade de Ciências Sociais e da Comunicação da Universidade de Vigo, membro do Grupo de Investigação em Turismo e Comunicação da Universidade de Westminster. Professor convidado das Escola Superior de Saúde do Insttuto Piaget (Portugal).Orador e palestrante convidado em várias instituições de ensino superior. Formador em Networking e Sales Communication no Network Group +Negócio Portugal.

• Especialista na temática dos Caminhos de Santiago, aborda esta temática em várias instituições de ensino e em várias organizações culturais.

3 Artur Filipe dos Santos

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A Universidade Sénior Contemporânea Web: www.usc.no.sapo.pt Email: [email protected] Edições online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com • A Universidade Sénior Contemporânea é uma instituição vocacionada

para a ocupação de tempos livres dos indivíduos que se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas matérias teóricas e práticas,adquirindo conhecimentos em múltiplas áreas, como línguas, ciências sociais, saúde, informática, internet, dança, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade de participação em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da USC, USC Web TV, conferências, colóquios, visitas de estudo. Desenvolve manuais didáticos das próprias cadeiras lecionadas(23), acessíveis a séniores, estudantes e profissionais através de livraria online.

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• Em Abril de 2015 a revista norte-americana Flavorwire elegeu as 10 mais belas estações de caminhos de ferro do mundo.

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• Entre estas dez estações, encontram-se duas gares portuguesas: a Estação do Rossio, em Lisboa, e a Estação de São Bento, no Porto.

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• Portugal é o único país europeu com duas gares nomeadas para esta lista.

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Estação de S. Bento, Porto

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• Na lista podemos também encontrar as estações de Atocha (Madrid), a Gare du Nord (Paris), a Grand Central Terminal (Nova Iorque), Sirkeci Station (Istambul), King’s Cross (Londres);

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• Union Station (Los Angeles), Central Railway Station (Sydney) e Dunedin Train Station (Dunedin, Nova Zelândia).

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• Esta dupla classificação é o corolário da história do Caminho de Ferro em Portugal, expressão maior dos feitos alcançados pelo património industrial e técnico português.

O Caminho de Ferro em Portugal

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PARA A HISTÓRIA DO CAMINHO DE FERRO EM PORTUGAL - PONTE SOBRE O CAMINHO DE FERRO DE LESTE SOBRE O TEJO - DESENHO DE NOGUEIRA DA SILVA

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• O princípio do caminho de ferro em Portugal, inaugurado em 28 de Outubro de 1856, foi um dos mais importantes acontecimentos da época.

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Em 28 de Outubro de 1856 foi inaugurado o primeiro troço de via férrea em Portugal. Com uma distância de 36 km , ligava Lisboa (Cais dos Soldados) ao Carregado

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• Desde lá, muitos são os marcos que assinala na história dos transportes – de um projecto inicial para ligação ferroviária ao Porto e à fronteira de Badajoz, alçou-se numa verdadeira rede ferroviária, com ligações internas e externas, em muito contribuindo para o desenvolvimento do País e sua aproximação à Europa.

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• Entre 1852 e 1893 Portugal dotou-se de mais de dois mil quilómetros de caminhos-de-ferro, que alteraram a forma como se viajava no Reino.

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Mapa da rede de caminhos de ferro em Portugal em 1895.

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• Os portugueses, que antes apenas circulavam nos rios, junto à costa ou onde a ausência de obstáculos o permitia, passaram a dispor de um novo meio de locomoção que lhes encurtava as distâncias e aumentava o tempo disponível.

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Cerimónia de inauguração do Caminho de Ferro do Leste, em 7 de maio de 1853.

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28 de Outubro de 1856: inauguração da linha de ferro entre Lisboa e o Carregado

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• Postal da Estação de Caminhos de Ferro de Famalicão

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• O século XIX foi marcado pela aceleração do tempo e das viagens graças ao desenvolvimento das redes de caminhos-de-ferro.

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Mapa de Portugal com Linhas de Caminhos de Ferro e Estradas macadamizadas em 1864

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• Em Portugal esse fenómeno também se fez sentir se bem que tardiamente. Apesar dos esforços de Costa Cabral, ainda na década de 1840, só na segunda metade de Oitocentos, com a Regeneração, circulariam em Portugal comboios sobre carris, a imagem de marca do Fontismo.

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Chegada do 1º comboio a Vila Real

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As viagens antes do caminho-de-ferro

• Em Portugal à entrada do século XIX, os meios e vias de transportes e comunicações eram arcaicos.

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• Antes dos caminhos-de-ferro e das estradas que duravam mais do que um Inverno, «os eixos fundamentais dos transportes portugueses eram constituídos pela cabotagem na orla marítima e pela navegação fluvial»uma situação que remontava a épocas muito recuadas e que persistiria em algumas regiões até ao século XX.

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Cabotagem é a navegação entre portos marítimos de um mesmo país, sem perder a costa de vista.

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Em termos de comunicação interna, predominavam fracas estradas, carreiros, barcas de passagem fluvial ou a ausência de obstáculos geográficos, cruzados por almocreves, recoveiros e pouco confortáveis carros movidos a tracção animal (diligências, mala-postas, ómnibus, char-à-bancs, etc.).

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A construção ferroviária

• Foi Costa Cabral quem decretou o primeiro caminho-de-ferro em Portugal, entre Lisboa e Espanha, a construir pela Companhia das Obras Públicas.

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• No entanto, a instabilidade sociopolítica da segunda metade da década de 1840 baldou esses esforços que só seriam retomados pelo governo saído do golpe de 1 de Maio de 1851, onde pontificava Fontes Pereira de Melo, para quem os melhoramentos materiais…

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• (sobretudo vias de transporte e caminhos-de-ferro) eram o meio para aproximar Portugal das restantes nações da Europa, sendo precisamente «o consenso generalizado em torno deste problema que permitiria que a política de obras políticas seguisse quase sem oposição.

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• Ao longo da segunda metade do século XIX, seriam construídas várias linhas de caminhos-de-ferro que chegariam a todas as províncias nacionais. Em 1856, a Companhia Central Peninsular de Hardy Hislop leva os carris até ao Carregado.

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• Em 1861, uma companhia de brasileiros conclui a linha desde o Barreiro até às Vendas Novas e Setúbal.

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• Em 1859, chega a Portugal D. José de Salamanca que completa as linhas de Leste (1863) e do Norte (1864), entregando depois a exploração à CRCFP (Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses), que em 1877 chega ao Porto e em 1880 inaugura o Ramal de Cáceres .

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• O Ramal de Cáceres, também conhecido como Linha de Cáceres, foi uma ligação ferroviária portuguesa em bitola ibérica, não electrificada, que ligava a estação de Torre das Vargens, na Linha do Leste, à fronteira com Espanha, junto a Marvão-Beirã, numa distância total de 72,4 km.

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• No Alentejo, a Southeastern of Portugal Railway Company liga Vendas Novas a Évora (1863) e Beja (1864). Depois de uma atribulada rescisão contratual, o Estado levaria a via-férrea a Estremoz (1873), Pias (1887) e Algarve (1889).

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• Cruzando o centro do País tínhamos as linhas da Beira Alta e da Beira Baixa: a primeira foi inaugurada pela Companhia da Beira Alta em 1882;

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Estação de Abrantes, na segunda metade do Século XIX.

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• a segunda foi-o pela CRCFP em 1893. Ligada à Linha da Beira Alta encontramos a Linha de Lisboa a Torres Vedras e à Figueira com ramal para Sintra, inaugurados na sua totalidade pela CRCFP em 1890.

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A Linha de Sintra viu o seu primeiro troço, entre Alcântara-Terra e Sintra inaugurado em 2 de Abril de 1887.

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• Além destas grandes vias, foram construídos alguns ramais caminhos-de-ferro de importância secundária: a Linha do Porto à Póvoa e Famalicão (1881), a Linha de Guimarães (1884), a Linha do Tua (1887), o Ramal de Viseu (1890) e o Ramal de Cascais (1895).

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a Estação Ferroviária da Senhora da Hora, entrou ao serviço em 01 de Outubro de 1875, sendo uma interface ferroviária da Linha do Porto à Póvoa de Varzim.

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• Dentro das grandes cidades também se construíram caminhos-de-ferro: em Lisboa, do Rossio a Campolide na linha de Lisboa a Torres e Sintra (1891) e desde Benfica até Santa Apolónia (1893).

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Estação de Santa Apolónia, inicialmente denominada "Estação Central" - muito embora o vulgo a apelidasse por "Estação do Cais dos Soldados"

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• No Porto, ligou-se a estação de Campanhã à Alfândega da cidade (1888) e à estação central em São Bento (1896).

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Estação de Campanhã: Inaugurada em 20 de Maio de 1875 como início da linha do Minho até Braga - Em 1877 a Linha do Norte chegou à estação de Campanhã – foto de Emílio Biel

portoarc.blogspot.com

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• A ligação a Leixões far-se-ia pela linha até às pedreiras de São Gemil, que entroncava na linha do Porto a Famalicão na Senhora da Hora.

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Ampliação da estação e ligação projectada ao Porto de Leixões[

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• Também Coimbra teve direito a um ramal desde a estação na Linha do Norte até ao centro da cidade, construído pela CRCFP em 1885, sendo depois o prolongamento até Arganil concedido à empresa Fonseca, Santos & Viana-

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Estação de Caminhos de Ferro de Coimbra

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• A Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses foi a principal operadora do transporte ferroviário em Portugal. Fundada em 11 de Maio de 1860, pelo empresário espanhol José de Salamanca y Mayol, com o nome de Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.

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• Alterou a sua designação após a Implantação da República Portuguesa, em 5 de Outubro de 1910.

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• Na primeira metade do Século XX, passou por um processo de expansão, tendo assimilado várias empresas ferroviárias privadas, e os caminhos que ferro que tinham estado sob a gestão do Governo Português.

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Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, S. A. R. L.. Logótipo da Companhia, numa automotora da Série 9300

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• No entanto, os efeitos da Segunda Guerra Mundial, e o avanço dos transportes rodoviário e aéreo deterioraram de tal forma a sua situação económica que, após a Revolução de 25 de Abril de 1974, foi necessário nacionalizar a Companhia, transformando-se numa nova instituição, denominada de Caminhos de Ferro Portugueses.

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• Em 28 de Outubro de 1856 foi inaugurado o primeiro troço de via férrea em Portugal. Com uma distância de 36 km, ligava Lisboa (Cais dos Soldados) ao Carregado.

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• No dia seguinte, foi aberto ao público com duas viagens de ida e volta por dia: Lisboa – Carregado 8h45 e 16h / Carregado – Lisboa 7h e 14h15.

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Locomotiva a vapor Cp 355 em Campolide - 1911

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• A linha é explorada pela Companhia Real dos Caminhos-de-Ferro Portugueses que modifica a bitola utilizada, passou de via estreita (1,45) para via larga (1,67), e fica responsável pela construção das linhas do Leste e do Norte

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Estação de Espinho, séc. XIX

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• A 1 de Julho de 1861 é concluída a ligação do Carregado a Santarém.

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Antiga locomotiva em exposição na Estação de Santarém

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• A linha do Leste é concluída em 1863 com a abertura do troço de Elvas à fronteira com Espanha.

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Painel de Azulejos: Ponto do Rio Caia Estação de Elvas

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• Estação de Elvas, umas das estações mais ricas de Portugal em arte azulejar:

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Azulejos de Vencedor do Concurso das Estações Floridas - Elvas

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• Estação de Elvas, umas das estações mais ricas de Portugal em arte azulejar:

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Painel de Azulejos: Porta de S. Vicente

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• Estação de Elvas, umas das estações mais ricas de Portugal em arte azulejar:

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O Caminho de Ferro em Portugal

Painel de Azulejos: Monte Regional

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Painel de Azulejos: Aqueduto da Amoreira

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• A 1 de Maio de 1865 é inaugurada a estação de Santa Apolónia (então com um único andar) onde outrora existira um mosteiro com o mesmo nome.

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• Só a partir de 1873 a estação deixa de estar fora de mão, com o início das carreiras dos “americanos” entre Santa Apolónia e Santos.

O Caminho de Ferro em Portugal

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• A linha do Norte fica concluída em 1877, com a construção da ponte metálica sobre o rio Douro e a chegada do comboio à estação da Campanhã no Porto.

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tram-porto.ernstkers.nl

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• Em 1908 é aprovado o projecto para a ampliação da estação de Santa Apolónia. A sua ligação à linha de Cascais nunca se chegou a realizar, assim como nunca atraiu o tráfego marítimo para o qual tinha sido projectada.

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Primeiros projectos

• No Século XIX, as vias de comunicação no interior do país eram muito deficientes, especialmente as estradas, sendo as modalidades mais utilizadas a navegação marítima e fluvial.

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O Caminho de Ferro em Portugal

“De todas as estradas de Portugal há uma com uma mística e algo de lendário que a distingue das outras, e a quem foi dado o nome de Estrada Nacional nº2 (antiga ESTRADA REAL). Foi Projetada como ligação entre Chaves e Faro num percurso vertiginoso pela espinha dorsal do país sendo a estrada nacional mais extensa de Portugal e a única que o atravessa de lés a lés”.

http://hernanicardoso.pt/

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• Assim, durante o governo de António Bernardo da Costa Cabral, iniciaram-se as primeiras tentativas para a instalação de um sistema ferroviário no país , tendo, em Agosto de 1844, Benjamim de Oliveira apresentado a construção, com capitais britânicos, de uma ligação ferroviária entre Lisboa e o Porto.

O Caminho de Ferro em Portugal

Fábricas junto à estação de Espinho Anos 1920

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• No entanto, este projecto foi recusado, porque, naquela altura, se considerava que um caminho de ferro entre Lisboa e Alcácer do Sal seria mais útil, e lucrativo.

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A Estação Ferroviária de Alcácer do Sal é uma interface da Linha do Sul, que servia a localidade de Alcácer do Sal, no Distrito de Setúbal, em Portugal. Entrou ao serviço em 25 de Maio de 1920 e foi encerrada aos serviços de passageiros no dia 1 de Dezembro de 2011.

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• Em Dezembro do mesmo ano, foi instituída, por iniciativa de José Bernardo da Costa Cabral, a Companhia das Obras Públicas, sendo um dos principais objectivos desta empresa a instalação de uma ligação ferroviária entre Lisboa e Espanha e à rede ferroviária europeia, e de edificar, na capital portuguesa, um grande porto para navios transatlânticos ;

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• este projecto, criado por iniciativa de D. Luís I, previa que passageiros viriam, por via férrea, de toda a Europa até Lisboa, onde poderiam retomar a sua viagem até às Américas em navios.

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• Em meados do Século XIX, a Companhia Central e Peninsular dos Caminhos de Ferro em Portugal, que tinha sido contratada para construir uma ligação ferroviária entre Lisboa e Espanha, encontrava-se com dificuldades técnicas e financeiras, o que estava a atrasar o projecto consideravelmente;

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Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses Formação

O Caminho de Ferro em Portugal

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Clique para ver os primeiros estatutos a Companhia Real dos Caminhos-de-Ferro Portugueses, aprovados em 1860

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• o empresário inglês Samuel Morton Peto, que se encontrava a dirigir as obras, foi encarregado de formar uma nova empresa, que substituísse a Companhia Peninsular, mas sem sucesso, tendo o seu contrato sido terminado em 6 de Junho de 1859.

O Caminho de Ferro em Portugal

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Samuel Morton Peto, empreendedor Engenheiro civil e empresário do Caminho de ferro

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• Assim, o governo elaborou um novo contrato, em 30 de Julho, com o empresário espanhol José de Salamanca y Mayol, que formou a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, para construir a ligação ferroviária das Linhas do Norte e Leste;

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O Caminho de Ferro em Portugal

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• os estatutos desta empresa foram elaborados em 12 de Dezembro, e aprovados no dia 22 do mesmo mês, tendo a empresa sido formalmente constituída em 11 de Maio de 1860 , embora o decreto que oficializou este acto só foi publicado em 20 de Junho.

O Caminho de Ferro em Portugal

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• Em 25 de Junho de 1865, a Companhia Real adquiriu os direitos de exploração da Linha do Norte a José de Salamanca; no dia 10 de Novembro, a escritura pública foi aprovada, e o troço já construído, entre Lisboa e Ponte da Asseca, passou para a Companhia.

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O Caminho de Ferro em Portugal

Gado atravessando o rio na Ponte da Asseca (princípio do século XX)

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Operações

• Em Janeiro de 1902, já tinha chegado uma das locomotivas encomendadas pela Companhia à casa Fives-Lille para assegurar os serviços rápidos, encontrando-se, nesse mês, a ser montada nas oficinas de Lisboa.

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O Caminho de Ferro em Portugal

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• O relatório de 1901, apresentado nesse mês, reportava que a situação financeira da Companhia era bastante favorável, devido, principalmente, à queda dos preços do carvão.

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A ocomotivean°30 de tipo 031T da Sociedade Fives-Lille

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• Transição para a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses

• Após a Implantação da República Portuguesa, em 5 de Outubro de 1910, a Companhia Real é transformada, nesse ano, na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.

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Logótipo da Companhia, numa automotora da Série 9300

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Primeira Guerra Mundial

• Após o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, verificou-se um forte aumento nos preços do carvão, o que levou a Companhia a reduzir os serviços, e utilizar lenhas para alimentar as suas locomotivas,

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A Série 0181 a 0190, também identificada como Série 0180, foi uma classe de locomotiva a tracção a vapor, utilizada em Portugal desde 1924 como parte do pagamento da dívida da Alemanha, devido à Primeira Guerra Mundial.

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• o que gerava vários problemas de manutenção do material circulante; esse ano ficou, igualmente, marcado por várias greves gerais dos ferroviários, tendo sido praticados graves actos de sabotagem que conduziram à necessidade de ser ordenada uma intervenção do Exército.

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• A Segunda Guerra Mundial veio degradar, de forma considerável, a situação dos caminhos de ferro em Portugal, uma vez que provocou uma forte escassez de combustíveis líquidos e sólidos, especialmente após a entrada dos Estados Unidos da América na guerra

O Caminho de Ferro em Portugal

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• com a queda nas importações de carvão, deixou-se de se poder assegurar os serviços ferroviários, pelo que a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses começou a experimentar, entre 1941 e 1942, a adaptação das fornalhas das locomotivas a óleos combustíveis.

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Comboio atravessando o Douro na Régua

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• As experiências foram bem sucedidas, mas a Companhia não quis expandir o uso deste sistema, devido às dificuldades de aprovisionamento que já nessa altura se sentiam.

O Caminho de Ferro em Portugal

Locomotiva de transporte de carvão junto à Estação do Barreiro,.

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• Assim, começou a utilizar, nas locomotivas, carvões nacionais, de pior qualidade, e lenhas; isto gerou, no entanto, problemas ambientais, devido à quantidade de lenha necessária, e provocava irregularidade nas marchas.

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O Caminho de Ferro em Portugal

Locomotiva de transporte de carvão junto à Estação do Barreiro,.

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• Para resolver este problema, foi feito um acordo com o Ministério da Economia, que garantiu um fornecimento estável de óleo combustível à Companhia, pelo que esta foi avante com a adaptação da sua frota, o que permitiu regularizar a circulação ferroviária.

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O Caminho de Ferro em Portugal

Outra questão que se verificou nesta altura foi o facto de grande parte do parque de material motor deter já uma avançada idade, o que resultava em problemas na tracção de comboios de passageiros e mercadorias; com efeito, em 1943, existiam 406 locomotivas em funcionamento, das quais 41 por cento apresentavam 50 ou mais anos de idade, 29,5 por cento tinham 30 a 50 anos, e as restantes tinham 20 ou menos anos.

Locomotiva a valpor “Estremoz”

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• Após o fim da Segunda Guerra Mundial e a normalização do comércio internacional, entre 1946 e 1947, o crescimento massivo do parque automóvel , e a introdução das linhas aéreas tiveram efeitos nefastos para o transporte ferroviário em todo o mundo;

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Ford Modelo T foi um modelo de automóvel produzido pela fábrica norte-americana Ford que popularizou o automóvel e revolucionou a indústria automobilística. Vigésimo projeto da marca, a partir de 1903, foi produzido por 19 anos entre os anos de 1908 e 1927.

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• para responder a esta ameaça, aproveitou-se a reconstrução da rede ferroviária na Europa atingida pela Guerra para a requalificar e modernizar, com novos traçados, material circulante, e infra-estruturas, como estações, pontes e vias.

O Caminho de Ferro em Portugal

Comboio atravessando o Douro na Régua

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• Em contraste, em Portugal, as infra-estruturas não foram reconstruídas, uma vez que não tinham sido atingidas pela Guerra, mas estavam obsoletas, devido ao isolamento geográfico, acentuado pela Guerra Civil Espanhola;

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Comboio na linha da Régua

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• por outro lado, verificou-se um movimento de certo abandono pelo caminho de ferro, liderado pelo ministro Duarte Pacheco, que afirmava que este meio de transporte não possuía qualquer futuro.

O Caminho de Ferro em Portugal

Duarte José Pacheco GCC GCSE (Loulé, 19 de abril de 1900] — Setúbal, 16 de novembro de 1943) foi um engenheiro e estadista português.

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• Modernização da rede de caminhos de ferro • A partir dos Anos 50, a visão do transporte ferroviário alterou-se,

deixando de ser um meio de transporte universal, que transportava tudo para qualquer sítio, para passar a ser uma forma de assegurar a deslocação de certos bens e passageiros, para destinos específicos;

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O Caminho de Ferro em Portugal

O Foguete foi um serviço ferroviário rápido, que unia as cidades de Lisboa e Porto, em Portugal. Na sua época, era o comboio mais luxuoso em Portugal. A sua velocidade comercial, de 100 km/h, chegou a ser, durante algum tempo, a mais elevada na Península Ibérica.

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• a natureza dos passageiros e da carga transportada sofreu uma transformação, com um acréscimo nos passageiros de longa distância, e uma aumento na tonelagem das mercadorias, para destinatários específicos.

O Caminho de Ferro em Portugal

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• Para mitigar a estagnação do caminho de ferro, foi apresentado o I Plano de Fomento, que previa o investimento de 100 milhões de escudos por ano entre 1953 e 1958 , e ao abrigo do qual foram realizados os projectos de electrificação da Linha de Sintra e de parte da Linha do Norte.

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O Caminho de Ferro em Portugal

Comboios Linha de Sintra - Anos 70

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• Um valor semelhante foi utilizado no II Plano de Fomento, levado a cabo entre 1959 e 1964, e que cresceu para 300 milhões no Plano Intercalar, entre 1965 e 1976 Além disso, também recebeu fundos do Plano Marshall, com o qual adquiriu algumas locomotivas e outro material circulante.

O Caminho de Ferro em Portugal

Unidade tripla eléctrica “Budd” UTE 2000, da linha de Sintra, em 1957

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• Com estes apoios financeiros, a Companhia pôde modernizar-se, tendo substituído as suas carruagens de madeira por metálicas, mais seguras.

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O Caminho de Ferro em Portugal

Série 0600/0650 da CP

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• A Revolução dos Cravos e a nacionalização dos Caminhos de Ferro Portugueses

• Em 25 de Abril de 1974, no entanto, deu-se uma Revolução, que teve profundos efeitos sobre a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses; com efeito, a empresa foi alvo de inspecções

O Caminho de Ferro em Portugal

CP 82-10 Shindler

www.comboios.org

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• que verificaram a existência de graves problemas laborais, até então escondidos pela própria organização, e cuja resolução veio fragilizar a já instável situação económica da Companhia , devido ao aumento das despesas com pessoal, que não puderam ser compensadas com ajustes nas tarifas.

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O Caminho de Ferro em Portugal

Série 0600/0650 da CP

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• Por outro lado, também se descobriram vários problemas sociais, de educação, saneamento básico, e de higiene, ocultados pelo regime do Estado Novo, que necessitavam de ser urgentemente solucionados, e que retiraram fundos ao caminho de ferro.

O Caminho de Ferro em Portugal

CP 0467

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• Um terceiro factor foi a crise económica, exacerbada pelas Crises do petróleo de 1973 e 1978, e que reduziu substancialmente o tráfego ferroviário.

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O Caminho de Ferro em Portugal

CP 4707

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• Da Década de 1980 até ao final do Século XX

• O investimento no transporte ferroviário só voltou a crescer significativamente a partir de 1986 , na sequência da entrada do país na União Europeia , tendo atingido um novo auge na Década de 1990, com a ampliação e modernização das principais estações, dentro e fora das zonas metropolitanas de Lisboa e do Porto, electrificação de várias linhas importantes,

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Intercidades, Anos 90

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• como a da Cintura e Braga, e da resolução de grandes estrangulamentos de tráfego, através da quadruplicação de parte da Linha do Norte, e do Rio Douro, pela Ponte de São João, em 1992.

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• Também foram corrigidos os traçados em planta de vários troços, o que permitiu o aumento da velocidade, e renovados cerca de 1000 quilómetros de via.

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Alfa Pendular é o nome do comboio de alta velocidade da companhia portuguesa CP. Liga as cidades de Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa, e Faro entre outras cidades intermédias, com onze circulações diárias. No início da exploração, em 1999, o comboio Alfa Pendular (substituindo o serviço Alfa, até então composto por locomotiva+carruagens) ligava apenas a estação de Lisboa - Santa Apolónia à estação de Porto-Campanhã, circulando assim somente na Linha do Norte.

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• Após este esforço de modernização, o transporte ferroviário pôde continuar a assegurar o seu papel, insubstituível, entre os sistemas de transportes em Portugal.

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• Em 1997, iniciou-se um processo de profunda reorganização do transporte ferroviário em Portugal, com a criação da Rede Ferroviária Nacional para gerir as infra-estruturas ferroviárias pesadas, retirando esta função à operadora Caminhos de Ferro Portugueses.

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• Por seu turno, a CP adoptou uma política mais centrada na qualidade do serviço, principalmente na aposta em novo material circulante, nomeadamente a inauguração dos comboios Alfa Pendular na Linha do Norte, em 1999.

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• Por seu turno, a Rede Ferroviária Nacional continuou o programa de desenvolvimento iniciado na Década de 1980, completando obras importantes como a travessia do Rio Tejo pela Ponte 25 de Abril, em 1999.

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• Em 2002, foi encerrada a Linha da Póvoa, para a sua substituição pelo Metro do Porto.[60] Em 2004, foram concluídas as obras de modernização da Linha de Guimarães e do Ramal de Braga, e da Linha do Minho até Nine.

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• Em 2009, o Ramal da Figueira da Foz foi encerrado pela Rede Ferroviária Nacional, por motivos de segurança ; e, em 1 de Fevereiro de 2011, foram extintos os serviços Regionais no Ramal de Cáceres.

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Bibliografia

https://www.cp.pt/institucional/pt/cultura-ferroviaria/historia-cp/cronologia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_dos_Caminhos_de_Ferro_Portugueses

http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/8823.pdf

http://passamos_como_o-rio.blogs.sapo.pt/115589.html

http://www.ocomboio.net/PDF/mgf-arquitectura2.pdf

http://webrails.tv/tv/?p=20318

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cronologia_do_caminho_de_ferro_em_Portugal

104 Património Cultural – O Caminho de Santiago

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Bibliografia

http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/itinerarios/industrial/21/

http://observador.pt/2015/04/01/as-10-belas-estacoes-comboio-duas-sao-portuguesas/

http://flavorwire.com/282987/the-most-beautiful-train-stations-in-the-world

http://flavorwire.com/

http://greensavers.sapo.pt/2012/05/23/duas-estacoes-portuguesas-entre-as-10-mais-belas-do-mundo-com-fotos/

http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2014/10/estacao-de-santa-apolonia.html - A ver História da Estação de Santa Apolónia

105 Património Cultural – O Caminho de Santiago