Passa 3 eía noite Quando ch go &o xxszur':...

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- Passa 3 eía noite Quando ch go &o xxszur': sobru.o. está deser ta;IK Procuro no bolso a chave do port cliN.m.ro acontece 1- m imprevisto: um guarda dobra a esquina, assobiando. Corro e me escondo atrás de um E-1,' ,,tom(Svel. O homem vum caminhando lentamente; Chego ao port:ar pEra; uncoxsta -se no muro; boceja... Escondido atrás do a - tom6vel, chego conclusao que to cedo o homem nao saírI1i ±xx.2. .xkx:c preocupa-se en proteger a casa mais elegante d rua, vo mudar os meus planos... Aproveito um instnte de distraçao Ale, corro pa a o muro. 1i, prote- g*lo pela sombra, xx procuro um rombo na iela de x.2: arame, muito bem disfarçado por trepadeira. Sei onde está, pois eu mesmo o 1iz, - pre- vendo esta emergnci. Al6uns seguridos Lepoic , corro sem ruido pelas ›Jcuras. Contorno a casa; estou sob a sacada do _quarto priccipl. Tiro do bolso 1161, , ,„ cor .). de nylon fina ma±s resistete. Tem um sua extre- midade uma es - pcie de ncora, Calculo cuidadosamente O 'emgsso e 1-n - Çe . -, e_unda tentativa ela fica bem presa; t - 72,1)3,- d nisto estou treinado. Escalo - rede; tal como eu previra, , porta do ou=t). es - '..aberta ariou e qttcnte . A pei1s - uma Ieve bis i ta as cortinas de leve, tecido branco, Entro sem ruid f .do. O quarto no est'á., totalmente as eselras; uma minl'Iscula impadz de cabeceira ilumina, s&hre a cama, .um vulto de mulher. Duranue alguns segundo fico a contempl -la - o rosto,xxxxikimí x":4xY. , m1kxxxxarl. sem beleza envelhecido prematuramente, Os.lbios descorados, as maos, descarnadas puusadas 5801e o lençol. Dou um passo na direçao da capia e neste momento esbarro numa banqueta. 'Pia' senta-se na cama: Qual está da. - Sou eu; Helena. Silncío, =apor favor! Ah, Deita-se com um gemido. 3,. x5. L.xx. - Joag.E Santo-me abeira d caiva, E, garro mo fria. - Como vais, Helena? Assim... Como estás vendo, , e_noraste? - - x(axpxxxwx±xxxxxxDpst xx± voz me treme um pouco: - E os mdicos? O que dizem? - Sei lá.. Ainda no descobriram o que eu tenho. Ficamos em siincio Ela nome olha; fita o teto. sem me o nr3r, per- gunta:

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Passa 3 eía noite Quando ch go &o xxszur': sobru.o. está deser ta;IK Procuro no bolso a chave do port cliN.m.ro acontece 1-m imprevisto: um guarda dobra a esquina, assobiando. Corro e me escondo atrás de um E-1,',,tom(Svel. O homem vum caminhando lentamente; Chego ao port:ar pEra; uncoxsta -se no muro; boceja...

Escondido atrás do a- tom6vel, chego conclusao que to cedo o homem nao saírI1i ±xx.2..xkx:c preocupa-se en proteger a casa mais elegante d rua, vo mudar os meus planos...

Aproveito um instnte de distraçao Ale, corro pa a o muro. 1i, prote-

g*lo pela sombra, xx procuro um rombo na iela de x.2: arame, muito bem disfarçado por trepadeira. Sei onde está, pois eu mesmo o 1iz, -pre- vendo esta emergnci. Al6uns seguridos Lepoic , corro sem ruido pelas

›Jcuras. Contorno a casa; estou sob a sacada do _quarto priccipl. Tiro do bolso 1161, ,,„ cor.). de nylon fina ma±s resistete. Tem um sua extre-midade uma es -pcie de ncora, Calculo cuidadosamente O 'emgsso e 1-n - Çe . -, e_unda tentativa ela fica bem presa; t - 72,1)3,-d nisto estou treinado. Escalo - rede; tal como eu previra, , porta do ou=t).

es - '..aberta ariou e qttcnte . Apei1s -uma Ieve bis i ta as cortinas de leve, tecido branco, Entro sem ruidf.do. O quarto no est'á., totalmente as eselras; uma minl'Iscula impadz de cabeceira ilumina, s&hre a cama, .um vulto de mulher. Duranue alguns segundo fico a contempl -la - o rosto,xxxxikimí x":4xY.,m1kxxxxarl. sem beleza envelhecido prematuramente, Os.lbios descorados, as maos, descarnadas puusadas 5801e o lençol. Dou um passo na direçao da capia e neste momento esbarro numa banqueta. 'Pia' senta-se na cama:

Qual está da.

- Sou eu; Helena. Silncío, =apor favor! Ah,

Deita-se com um gemido.

3,.x5.L.xx.-Joag.E Santo-me abeira d caiva, E, garro mo fria. - Como vais, Helena?

Assim... Como estás vendo, , e_noraste?

- -x(axpxxxwx±xxxxxxDpst xx± voz me treme um pouco:

- E os mdicos? O que dizem?

- Sei lá.. Ainda no descobriram o que eu tenho.

Ficamos em siincio Ela nome olha; fita o teto. sem me o nr3r, per- gunta:

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- E tu?

mento parecer animado:

eu VOL bem, Helena:, Tenho comdro bastante; 1_51x±2;.nesUe ponto, os cora-panheiros tem me tratado como a um rei. Naturalmente, as saudades...

Ela me interrompe:

- Por que nao vieste ontem?

consegui, Tu sabes como e; provavelmeni.,e esto Vi&riando"a nossa casa. Ainda POUCO vi um guarda lá em baixo,. Hao -posso me arriscar- J.,--or

. mim nao me preocupo, mas tenho receio de te envolver num inquérito, ago-

ra Tue á. tua• ba.:J.de• -'flae CStá das melhores,—

-continua•sem me olhar:

atí.uáando levar ,s. esta

,-.Deixo•- escapar um suspiro.

•J'‘). discutimea isto muitas vazes, •Helena. Sé tentas...dissuadir-me',

.5abes'aue tenho Objetivo e luto para .ecnSeguilo.•.:11.•Preciso libertar o

nosso .pai's da e.scravi,dao em que ôle vive. -11 -preciso 'que . vol. -bernes a •ser..li- .

vres. 2noua110 isto no acontecer, terei de andar foragido como um bandido,

mas o dia cllegar e ento voltarei -para casa - ng„o Quero ser orgulhoso - mas

talvez COMO UM herói.

O rosto dela se abre num sorriso irônico.

OQ dia. O dia... Quando cheu,ar o dia? S6 te vejo à noitei!

do ida assí, Helena. 'Ao lês os jornai.S. No sul os 6perários esto em

greve- No_centro -, os estudante's ocuparam uma universidade...

ine corta..

- Esta bem. u estou cansada desta cantiga. Precisas dc dinheiro, Eduardo?

- Ora, Helena-- desg8sto na minha vez. Sinto-o.

Deiza.diSsa. guante?

&r.Axía±nT415L,sxmx±xxxY dixxx:f7,xx -.1,,,-. 'a quero o teu dinheiro.

- Nosso dinheiro.

teu. Eu nunca tive dinheiro. Sempre .fui um.pintér pobre, um revolu. ,• cionrie mLJro, wa oria. fflu...6• . que eras rica, Jei ai. energou•ibte..muit,o

.bem;- porisso cx1io qUe casásSeMeU dom separaçao•de 'bens,: Parece (rue o:estou

. vende,' no dia dó casamento - . nd <dia .do casamento ,,Jielena:.• - ..•dizendo:

com -a minha morte é com a morte de mInha filha...é que' . te apossaras do nosso , -

dínhhiro, vagabunda! E, ai ja no nos interessa. Podes ficar cdm ê - el" - - da- , - (Papai nao sabia o uue estava dizendo. - .'dtava muito doente nauue _ ,

tanto ó que morreu dois meses depois. .

- Foram dois meses de humilhaçoes contínuas.

- A porisso que te revoltas? --NZo. 11 porque acredito num mundo melhor. Um muildo sem cInhbro, Helena-

Teu pai -e-bava enganado; casei-me contigo'. porque te amo.

Abraçamó-nos.

Ficamos enlaçados alguns segundos. Be repente,e_a se desprende de mim:

- Eduardo... O Ohefe de- Polícia ontem, repetiu pelo rádio a mesma coisa da

semana passada: garantiu-te -ma julgamente honesto se te entregasses,

a epoca:

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O Chefe d Aquéle salafrário? Tu sabes to bem quanto eu que

le esta mentindo, Helena. A o homem mais cruel, mais sanguin6rio, mais hiperita que existe al2.3_ nosso pais. ,e eu me entregasse, receberias um

cadaver. Sinto muito, dona Helen:a... QuPrido fomos prend-lo, 'ele ten-

tou reagir... .ápesar de minhas ordens em contrário, um dos meus homens

perdeu 8 cabeça... Mas garanto-lhe que-âãr& será, punida!"

Jale era amigo do meu pai, Eduardo.

Sei disso, Helena. Foi aqui na tua c asa...

Na nossa casa. na tua casa que eu o conheci. Nos compreendemos logo.

quer dizer que vais continuar escondido.

-Sim,

Ela voltE:, o rosto para o outro -1„,:do.

Neste caso, mantenho a minha promessa.

Nao tamarás os reliiáios?

Ilxatamente.

que 0,1. volte?

""

„gm t éS.tá ajecVnao a nin;1:6m.•com iSio.

36 estás te des.-:Gruinde.. E me fazendo •sofrei.

.Eu te quero de voIL Eduardo. -Querete . a-meu lado,

Entao Iata comi.go2 Luta por tua ..sade! Helena, te_efonei .hoje ao. dr. Juir-•

ca; :ne realmente. no Ê•tem ainda um. diag,n.6stice, .mas me i7SSC .. que isto

naoimpede que•faças um uraacnto, hl remdios„ r,31. e at6 me,disse.e

oue'te portam mais•ferte..

Ela.dontinuá a .n.,o•me 'olhar. Tiro dó bóis° uM•peqUeno-enVeiope; . • cotém

'p?:),33.há. •Despejo-o no Copo de leite creme está sob de cabecéií,a,

.PréciSaS• td.alimentar,'Helena. Olha: quere.s fazer J gte a co se por mim?. •

'Toma e,.té copo de leite.

"Aa,o.

Po.r Helena.

g Se..volla. -para mim:

Se eu tomar, -prometes voltar amanha?

.Prometo.

-la toma o copo de minha -1-.49Z1,o e bebe - o - gytase de um gole 2pois,ffeCha os

olhos e deixa escapar um gemido.

- Que gosto horrível.., Como Me sabem mal os altmentos2

Vai te fazer. bem.

Levanto-me.

enho ,e ir, Helena,

Ela me olha zu-plice.•

J á? Ja.9

á. nmito , , arde, tens de dormir. PLiilayilla será outro dia. 4^,

Voltas amanha?

z

-

kfolt.o.

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-4MNWP

Beijamo-nos longente.

Desço pela corda, solto-a da sacada, guardo -a. „ :Passo pelo muto: o guarda

ainda es - c.,, no me, -E,£) lugar. Afasto-me sem ruT.do, em direçao oposta.

Caminho pelas ruas da cidade. No me arrisco a tomar um telxi; 'porisso ando

aapressado, respirahdo forte, o coraçao batendo doidamente no peito.

Finalmente, chego xxx.: , à estrada que leva para fora da cidade, no lugar

cognomU.nado -1:_lE,to da Cobra. Embrenho-me pela densa vegetaçao e depois de

alguns minutos chego a uma casinha de ifiadeira. Deveria estar escura; Mas hg luz e um rádio toca a todo o volume! Assustado, lanço-me ao chao. E ali fico, sem saber o ue fazer. Por fim decido investir. CauIelosamen-

te - ustejo pelo capim molhado 5n direçao a casa. Espio pela janela. Vejo

um homem gordo, com duas múlheres belissimas, por sinal - sentadas no

colo. T.41~11~1~111~

Abro a porta como um louco, afastox as mulheres e agarro-o pela gravata:

Idiota No te disse mil vêzeS para no vires aqui?

610 se xxl±xmlx desprende de mim:

- Calma, Eduardo: 'Ë assim que agradeces o presente que eu te trouxe?

Mostra-me as mui eres. No posso deixar de sorrir.

E depois - continua êle - quero saber a quantas andamos.

Mudo bem - respondo.- Hoje dei mais uma dose.

Quer dizer que o negócioEd?.: para?...

Dois ou três dias, no máximo.

- Bom. Entao 3a Posso anunciar que no -ha nadá contra ti?

Ainda no. Deixa para a semana que vem. -

-E o dinheiro? Logo depois.

Vê -14,, hein? Estou precisando. Vestir est-s belezinh , s nao e sopa, te., ? Elas nos abraçam. A loira está com ou ; a morena, comigo.

- Depois da dureza', nada como o descanso 7, murmura;

Dureza? - estranha a

É dura R vida de revolucionriol - grito, mu4T: e arrasto-a para a cama.

Do outro quarto, vêm risadas e gritinhos. A um grande praça, êste camara-da. Para um Chefe de Polj:cia-..

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