PARTE B: PERCEPÇÃO MUSICAL I Prática - Professor Zula · Professor de Teoria e Percepção, ......
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PARTE B: PERCEPÇÃO MUSICAL I – Prática
Dr. José Zula de Oliveira
Professor de Teoria e Percepção,
Análise e Canto Coral
A. INTRODUÇÃO
1.Programação para Percepção Musical: nível 1 (TP I)
(Este Caderno prevê a leitura e estudo de: a) Parte A: Musicalização I -
Teoria e complementarmente, b) Princípios de Ação para o Trabalho de
Musicalização e c) Programa e Bibliografia para Musicalização nível 1).
O que diferencia um músico das pessoas que não o são é o uso do sentido
da audição. E é por ele que vamos começar o treinamento da Percepção
Musical: treinar a forma de ouvir será então nosso objetivo central. Ouvir tudo em
música. Por dentro e por fora.
1.1 Veja a seguir o material bibliográfico para o cumprimento das cinco
tarefas a serem perseguidas para o desenvolvimento da audição nesta etapa do estudo.
1.1.1 - 1a. tarefa: ouvir regiões (grave, média e aguda) de uma fonte sonora, de
um instrumento p. ex. Sob o controle do professor, ouvir dos sons ambientais,
determinando-lhes suas regiões (se graves médias ou agudas) em relação ao lá1 do
diapasão.
1.1.2 - 2a. tarefa: ouvir intervalos: de 2a maior e menor melodicamente
ascendente / descendente e harmônica.
1.1.3 - 3a. tarefa: ouvir intervalos: de 3a maior e menor melodicamente
ascendente / descendente e harmônica.
1.1.2/3 Use o Programa EarMaster Pro2 - Ear Training Software for all musician
and music school:
1.1.2/3 Comparação de Intervalos: os exercícios de números 1 a 6 têm como
conteúdo identificar ao ouvir:
1.1.2.1 Intervalos de 2ª M/m melodicamente ascendente / descendente /
harmônica: os exercícios de 1 a 3, com uma nota comum e os exercícios de 13 a
15, os mesmos intervalos, sem nota comum;
1.1.3.1 Intervalos de 3ª M/m melodicamente ascendente/descendente
harmônica: os exercícios de 4 a 6 (com nota comum) e os exercícios de 16 a 18
(sem nota comum).
1.1.4 - 4ª tarefa: Reconhecer, entoar e dar nome às notas por graus conjuntos
(intervalos de 2as maiores e menores) e por graus de 3as maiores e menores.
1 O lá com 440 v/s (chamado de lá do diapasão) deve ser decorado. É a primeira “tatuagem”
musical. Não deve te largar nunca. 2 do Programa EarMaster constam muitos outros conteúdos que podem ser usados neste nível de
Percepção. Adiante relaciono outros itens usáveis em cada nível.
2
1.1.5 - 5ª. tarefa: Fazer ditados contendo os intervalos acima citados,
dizendo inclusive, de que intervalos se trata: se de 2ª ou de 3ª M / m.
1.2 Como material bibliográfico para o treinamento da Leitura contendo os
intervalos acima citados, dentre os mil e um métodos de musicalização, podem ser
usados os seguintes:
1.2.1 Para LEITURA RÍTMICA (metro/compasso):
1.2.1.1 Ottman/Rogers: Music for sight Singing. Páginas 1 a 9: exercícios de 1.1
a 1.59.
1.2.1.2 Hindemith – Adestramento Elementar para Músicos: Exercício 1:
números 1, 2 e 3.
1.2.1.3 Zula Oliveira: Caderno 2: Aprendendo música com qual hemisfério
cerebral. Página 54: Divisão da pulsação por 4 valores simétricos e suas combinações
com 2 e 3 ataques.
1.2.1.4 Pozzoli: Guia Teórico-Prático, I e II partes. Páginas 22 a 29: 1ª, 2ª, 3ª, 4ª
e 5ª. séries.
1.2.1.5 Gramani: Rítmica Viva e Apostila de Rítmica:
1.2.2 Para LEITURA DE INTERVALOS
1.2.2.1 Zula Oliveira: Grafia de música nova: Clave de regiões: grave, médio,
agudo.
1.2.2.2 Hindemith – Adestramento elementar para Músicos: Exercícios. 4: 1, 2 a, b,
c.
1.2.2.3 Ottman/Rogers: Music for sight Singing. Páginas 13 a 24, Exercícios: 2.1 a
2.59.
1.2.3 Para AÇÃO COMBINADA (ritmo e melodia)
1.2.3.1 Hindemith – Adestramento elementar para Músicos. Exercícios 5 a, b, c e d.
1.2.3.2 Noël Galon: a) Cent cinquante dictées harmoniques (graduées) a 2, 3 et 4
parties. Première série: Páginas 1 a 6. (dos 6 exercícios propostos escolher os que
estiverem de acordo com os seus objetivos. No caso de ditados, escrever apenas uma
das duas partes, ou no máximo, escrever uma parte depois a outra).
b) Cent dictées musicales progressives à deux parties.
Première série: Págs. 1 a 8 (dos 20 exercícios propostos escolher apenas os que
estiverem de acordo com seus objetivos. Em ditados escrever apenas a 1ª. voz)
1.2.3.3 Ottman/Rogers: Music for sight Singing. Os já citados às Páginas 13 a
24, Exercícios: 2.1 a 2.59.
(Procure adquirir os textos acima citados! O estudo em casa solicita que você os
tenha).
Observações.
1. Não deixe de, tendo condições, adquirir as obras citadas e que foram referenciadas neste
trabalho. Elas vão ser usadas durante todos os níveis de nosso estudo.
3
2. Fica livre ao estudante e professores, escolher, da fartura dos exercícios aqui propostos, apenas
aqueles que sirvam aos seus objetivos, bem como acrescentar outros de sua livre e pedagógica escolha,
inclusive em outros métodos de musicalização.
3. Acho ser uma boa ideia, sempre que possível, ouvir peças didaticamente escolhidas, para que
não se perca a noção de música plena (completa). Ouvir música completa com “dedicação” será um ótimo
antídoto contra a austeridade da teoria e da realização de exercícios que nem sempre revelam a verdadeira
face da música. Cada uma das atividades abaixo relacionadas deve ser bem preparada para que de sua
audição resulte o máximo de aprendizados.
Sugestões para esta tarefa nos seis níveis:
a).Nivel 1: a partir do site: http://www.fsspx-brasil.com.br/mjcb/downloads/Orquestra_sinfonica.swf
ouvir o timbre dos instrumentos da orquestra e reconhece-los (os instrumentos) visualmente. Este site
apresenta toda a orquestra com a sonoridade (o timbre) de cada instrumento e ainda uma pequena
exposição de um trecho tocado por cada um deles. Aproveite é de graça!
b) Nivel 2: Pedro e o Lobo (Prokofiev)
c) Nivel 3: Guia do jovem para a orquestra (B. Britten).
d) Nivel 4: Carnaval dos Animais (Saint Saens). Desta peça ouça o aspecto descritivo de cada cena
usada pelo autor.
e) Nivel 5: A sugestão para este nível é a Fantasia / Abertura ROMEU E JULIETA (P. I.
Tchaikowsky). Com a partitura da peça que você vai ouvir na mão, ouça-a seguindo a melodia, a
harmonia e a instrumentação usada pelo autor.
f) Nivel 6: Uma sugestão para audição neste nível pode ser Sinfonia no 9, em mi menor, a NOVO
MUNDO” (A. DVORÁK). Na audição desta peca explore o caráter formal, histórico, social e
psicológico da composição.
Em cada nível não descuide de criar seus próprios exercícios e, sobretudo, “arrisque” fazer pequenas
composições de acordo com o nível que você cursa. Grave-as no celular e escute-as para avaliar sua
criatividade. Mostre-as ao seu professor. Não tenha vergonha de você mesmo(a).
B. Então, vamos começar a por a mão na massa!
1. Audição dos sons (Espaço em música): Exercícios. 1.1 Pare um momento e ouça os sons que o cercam. Distinga neles:
Os sons com maior audibilidade de harmônicos: os “sons musicais”;
SOLICITAÇÕES para as aulas de Teoria e Percepção:
1. Quem não tem ouvido absoluto, deve decorar o lá do diapasão. 2. Trazer
caderno pautado para anotações nas aulas. 3. Até o fim do curso (seis semestres),
ser capaz de copiar uma música em computador. 4. Possuir um livro de Teoria e um
de Solfejo (e estudar! Não espere só pelo professor). 5.Saber copiar música a mão.
6. Estudar em casa as lições propostas.
4
Os sons com menor audibilidade de harmônicos: “sons indeterminados”,
ruídos, massas sonoras, sonâncias, “clusters”3 etc.
Mais tarefas:
1.1 Fique em silêncio e ouça os sons ao seu redor; perceba suas diferenças;
1.2 Produza sons diferentes com chaveiros, bugigangas, “instrumentos
mirins”. Perceba as diferenças destes sons;
1.3 Tente entoar e emitir alguns dos sons ouvidos ou produzidos (buzinas,
sirenes, campainhas, ferros percutidos, tubos soprados, instrumentos tradicionais ou
improvisados).
1.4 Pesquisar possibilidades de emitir sons diferentes em fontes sonoras
quaisquer, p. ex. latas, flautas, apitos etc.
1.5 Tentar representar graficamente alguns destes sons usando recursos de
ortografia moderna, como a “clave de regiões” (clave de Lindemberg) para representar
regiões graves, médias e agudas; use sinas de dinâmica (ff, f, p, pp) para representar
intensidades. Comece a compor!
Das propriedades dos sons vamos nos exercitar primeiro quanto à
Altura dos sons
1. Aprenda a distinguir na tessitura de uma fonte sonora, os sons:
Agudos
Médios
Graves
1.1 Quanto ao aspecto da tessitura, classifique os sons de uma fonte sonora à
sua escolha, determinando quando se trata de sons agudos, médios ou graves (lógico,
que você deve atender à tessitura do instrumento).
Obs. Em uma fonte sonora estas regiões se chamam de registro ou tessitura. E sua classificação
depende do repertório de sons do instrumento (fonte sonora) que está produzindo o som. Então: o que é
grave para uma flauta, não o é para uma tuba ou para o piano. A este tipo de altura dá-se o nome de
“altura relativa”, pois não são determinadas a partir do diapasão.
1.2 Produzir, em fontes sonoras diferentes, sons e em relação a eles emitir
(cantar ou tocar) sons mais agudos e mais graves.
1.3 Agora, prezado aluno, teste a tessitura de sua voz. Para isto use os
exercícios abaixo.
a) Usando a Fig. 1 (pag. seguinte), cante começando em seu registro médio e
glissando (“escorregando”) vá até o mais agudo de que você seja capaz; em b) vá do
registro médio ao mais grave, cantando as vogais a, e, i, o, u. Idem em c1 e c2, só que
agora obedecendo à indicação da duração: em c1) 2”, e em c2) 5”.
3 Talvez você desconheça alguns destes termos. Então comece o trabalho de pesquisa. O Google
está aí para isto. Mas pode também consultar a Apostina Grafia de Música Nova de J. Z. O. Ou, se estiver trabalhando com um professor, pergunte a ele o que você não souber.
Use a “clave de
Lindemberg” para representar
sons agudos, médios e graves.
Vide à direita.
5
b) idem, com duas linhas de movimento e a classe dividida em dois
grupos, realize a Fig. 2. Enquanto uma voz sobe, a outra desce.
Mas atenção! Em música (tradicional) estes sons “escorregados” não são os
mais comuns. É preciso afiná-los.
Então vamos afinar os sons. Em música tradicional usam-se preferencialmente
sons afinados a partir do lá do diapasão (440 v/s). Os sons determinados a partir do
diapasão classificam-se como tendo “alturas absolutas”4.
1.4 A primeira tarefa consiste em saber o nome das notas. É convencional a
aceitação de duas nomenclaturas: a) a alfabética (usada em alguns países de língua
anglo-germânica e outros como o Japão etc.), e b) a silábica (usada, sobretudo nos
países de língua latina, como o Brasil etc.). Então se exercite. Pode usar o diagrama
abaixo obedecendo ao ritmo proposto, em dois compassos:
a) repetindo a relação do nome das notas começando e terminando com dó.
Assim (figura 3):
Do – ré – mi – fá – sol – lá - si – dó / dó – si – lá –sol – fá – mi – ré – dó / dó
4 O conceito de altura relativa já foi apresentado antes.
Fig 1
Fig.2
Na figura à esquerda está o nome das
notas nas duas nomenclaturas mais usadas no
ocidente: a alfabética e a silábica.
Faça uma gincana com seu colega para
ver quem é mais rápido em dizer os nomes das
notas ascendente e descendentemente,
começando com qualquer uma. Obedeça ao
ritmo sugerido (que o professor lhe dirá como
realizar).
Repita o exercício até a exaustão!
Fig 3
6
b) agora, começando com dó, mas na repetição pulando de dó para ré... e
depois de ré para mi e assim por diante. Assim:
Do – ré – mi – fá – sol – lá - si – dó / dó – si – lá –sol – fá – mi – ré – dó / Ré
– mi – fá – sol - lá – si – dó –ré / ré - dó – si – lá – sol - fá – mi – ré / Mi – fá –
sol – lá – si – dó – ré – mi / mi – ré – dó – si – lá – sol – fá – mi / fá – sol - etc.
1.5 Como se escrevem as notas?
Para representar graficamente a altura absoluta de cada nota usam-se a pauta (de
11 linhas) combinada com as 3 claves. Veja ao lado (Figura 4).
Fig. 4: Na figura à direita estão representadas: a) a
pauta de 11 linhas, b) as 3 claves: sol, dó e fá, c) algumas
notas que são referenciais para conseguirmos as outras
segundo suas alturas absolutas: o lá do diapasão (lá 3), o
dó central (dó 3) e o fá 2.
Sabendo a posição destas notas é-
se capaz de dizer o nome de todas as outras em
qualquer clave, em qualquer índice acústico.
Basta treinar. Mas lembre-se: você deve se “doutorar” na clave do instrumento que você
toca ou estuda. Para as outras claves pode ir mais devagar.
Tem mais um complicador: as claves não aparecem sempre na mesma
linha da pauta. Desta forma, só para lembrar, veja na figura abaixo, as possíveis
posições de cada uma delas. Figura 5. Fig. 5: A figura 5 mostra as possíveis posições das claves no pentagrama: a) clave de sol:
sempre na 2ª linha; clave de fá: nas 3ª e 4ª linhas; clave de dó: nas 1ª, 2ª, 3ª e 4ª linhas. Cuidado:
o dó da clave de dó é sempre o dó central, esteja a clave em qualquer linha.
1.5 O professor (ou um colega) vai fazer testes de leitura nas 3 claves com
você. Vai indicar posição de notas nas 3 claves e você deverá dizer que notas estão
sendo indicadas. Figura 5a. Rápido. Não tenha medo. É fácil. Não desista. Persista.
Estude.
1.6 Abaixo um exercício divertido: diga qual a clave a ser usada para dar o
nome solicitado às notas escritas. Figura 6.
Fig 4
Fig. 5
Fig 5a
7
E agora?
Chegou a hora de reconhecer, ao ouvir, alguns intervalos. Adiante vamos explicar
alguns termos que no momento são novos. Tenha paciência... e persistência.
Reconhecer um intervalo é como reconhecer uma pessoa, uma casa, uma janela,
uma laranja, sua namorada (ou namorado) etc. Só que no caso do intervalo musical você
reconhece auditivamente, enquanto que nos casos citados, o reconhecimento é efetuado
visualmente.
As notas são separadas umas das outras por intervalos e a medida de intervalo é o
tom que dividido ao meio dá meio tom ou semitom. Veja na relação abaixo (Figura 7),
na relação dos intervalos naturais, estas distâncias: ré a mi = 1 tom, mi a fá = ½ tom etc.
Na relação dos intervalos naturais a distância de 1 tom é mais frequente do que a
de meio tom, que só aparece entre mi/fá e si/dó.
Então, vamos começar reconhecendo auditivamente os intervalos de 1 (um) e de
½ (meio) tom. Escute e grave estes intervalos na memória. E quando se topar por aí com
um tom, diga: é um tom... e se for ½ tom, diga: é meio tom. Cabra bom (boa)!
1.7 Ouvir e dar resposta aos exercícios de 1 a 6, audição de intervalos, no
Programa EarMaster5.
Na primeira fase desta tarefa do aluno será cobrado apenas para dizer
qual dos dois intervalos tocados é “maior6”.
Na segunda fase ele deverá dizer os nomes dos intervalos ouvidos: qual é
um tom e qual é meio tom.
Na terceira fase o aluno deverá responder qual o intervalo maior logo
após ouvir o primeiro (antes de ouvir o segundo). Pois, se o primeiro for o maior (um
tom), então, ele será a resposta. Se o primeiro for menor (meio tom), então, a resposta
será o segundo. Entendeu?
Se você conseguir isto, é uma prova de que aprendeu a ouvir e distinguir
os intervalos que estão sendo treinados: intervalos de 1 tom e meio tom (um semitom).
5 O Programa EarMaster, além da aba “audição de intervalos” tem muitas outras que você deve
explorar à medida em que isto se preste a aprendizados (Identificação de Intervalos, Identificação de
acordes, Identificação de escalas etc.). “Fusce” o programa por sua conta. 6 “Maior” aqui tem o sentido de “mais amplo”, “mais distante”. É diferente do mesmo termo
usado para definir escalas, p. ex. “Dó maior”.
Fig 6
Fig 7
8
1.7.1 No EarMaster – audição de intervalos – os números de 1 a 6
mostram os intervalos de 2ª e 3a maiores e menores. O exercício de no. 1, testa 2ª M/m,
intervalos melódicos ascendentes; o de no. 2: testa 2ª M/m intervalos melódicos
descendentes; o de no. 3: testa 2ª M/m intervalos harmônicos.
Todos com uma nota comum.
1.7.2 Intervalo de 3ª maior e menor estão sendo testados nos números de 4 a
6. O exercício de no.4: testa 3ª M/m, intervalos melódicos ascendentes; o de no. 5: testa
3ª M/m intervalos melódicos descendentes; o de no. 6: testa 3ª M/m intervalos
harmônicos.
Todos com uma nota comum.
Exercícios: no Quadro (figura 8), ao ouvir, identifique e anote o intervalo maior,
com o número 1 se for o primeiro e com o número 2 se for o segundo. Ou seja:
a) qual dos dois pares de intervalos
é maior.
b) diga o nome dos intervalos, se 2ª
(ou 3ª), maior ou menor. Use o quadro
da Figura 8, para assinalar, na
horizontal, os números 1 ou 2.
Instrução à realização deste
exercício:
1º. Teste primeiro os números
1 a 3 (2ª M/m). Faça duas séries de
6 testes para cada número. Use o
Quadro da figura 8 para responder.
2º. Teste os números de 4 a 6
(3ª M/m). Idem, faça duas séries de
6 testes cada uma.
3º. Não se preocupe em “reconhecer” de que notas se tratam. Ouça os
intervalos e não as notas. Isto faz diferença: ouvir os intervalos é diferente de ouvir
as notas que o formam.
4º. Sendo necessário, repita os exercícios até que pelo menos 50% da turma
seja bem sucedida.
1.7.3 Os números de 13 a 18 correspondem aos números 1 a 6, mas sem
nota comum, ou seja: aos números de 1 a 3 correspondem 13 a 15; de 4 a 6
correspondem 16 a 18 também sem nota comum. Realize estes exercícios
alternando os que têm nota comum com os que não as têm. Se você for bem
1 2 3 4 5 6
1
2
3
4
5
6
Fig 8
9
sucedido nos dois casos, você aprendeu a distinguir um tom de um semitom. Assim
sendo, bata palmas para você mesmo.
Pelo resultado o professor avalia a assimilação dos alunos. Dá para avaliar
também qual o tipo de intervalos (se ascendente, descendente ou harmônico) é mais
problemático à percepção da classe e de cada aluno individualmente.
1.8 Cante os exercícios a seguir apresentados. Eles representam intervalos
diatônicos contidos na relação dos intervalos naturais.
1.8.1 Comece cantando a escala de Dó maior que tem os intervalos
abaixo indicados (Figura 9):
1.8.2 Na “Apostila de exercícios musicais”, cante a relação contida no
BONA , números de 1 a 5 (você já pode começar com o 5, em semicolcheias).
1.8.3 Você pode também tentar fazer os números 46 e 47, 41 a 43, 49 e
50, 53 a 75, do BONA, em que predominam os intervalos de 2ª M/m. combinadas com
pausas e ligaduras. (Onde sua tessitura não alcançar, transponha).
1.8.4 Os intervalos de 3ª M/m podem ser treinados em BONA,
Exercícios 6 a 8, 52, 38 e 40, 51, 55, 57 e 58. (Onde sua tessitura não alcançar,
transponha). (O melhor é você conseguir um BONA7 por ai em algum sebo).
(Os exercícios acima citados devem ser feitos aos poucos e não necessariamente
todos no nível 1).
1.8.5 Agora, cante a relação dos intervalos naturais começando com a
nota ré, depois com a nota mi, depois com a nota fá etc. (transponha se necessário).
Siga o diagrama abaixo. Figura 10.
1.8.6 Cante os exercícios8 de 2.1 a 2.52 do Ottman / Nancy.
(Veja cópia à parte, “Apostila de exercícios musicais”)9. Vá se acostumando com os
acidentes, sustenidos e bemóis.
7 P. Bona, italiano, viveu de 1808 a 1878. Entre outras obras, deixou um “método de divisão”
musical muito conhecido. 8 Dos 52 exercícios propostos escolha os que mais estiverem de acordo com os seus objetivos.
Fig 9
Fig 10
10
Para executar os exercícios propostos, pedimos para o aluno não se preocupar com o que não sabe
(p. ex. compassos, ligaduras etc,) e sim, com o que sabe (figuras, nome das notas, intervalos etc.).
Professor: aproveite os exercícios de “cantar” para observar se alguém tem problema de
“entoação”. Se tiver, tente corrigir. Se não conseguir peça socorro a quem o possa ajudar. Nenhum
professor é obrigado a pontificar em todos os assuntos.
1.8.7 Vamos fazer ditados em que estejam contidos os intervalos
diatônicos de 2ª M/m tendo como ponto de partida o lá do diapasão (440 v/s).
Em uma pauta de 5 linhas e clave de sol, o aluno deve indicar com uma “bolinha”
( ), a posição na pauta dos sons tocados (ou cantados). Use a pauta abaixo.
1.8.8 Idem, com os intervalos de 2ª e 3ª M/m.
1.8.9 Na “Apostila de exercícios musicais”, cante a relação contida no
BONA, números de 6 a 8.
1.8.10 Veja na “Apostila de exercício musicais” sobre os exercícios de 1
a 5 do Noël Galon: 150 Dictées Harmonique graduées ...:
1.8.10.1 a) cantar a parte superior dos exercícios citados enquanto
ouve o professor tocar as duas partes;
1.8.10.2 b) idem, cantar a parte inferior;
1.8.10.3 c) escrever apenas a voz superior (Alunos mais adiantados
podem tentar escrever as duas partes).
1.8.10.4 Idem, Exercícios nos. de 1 a 8 do Noël Galon Cent
Dictées musicales progressives ...(Veja cópia em “Apostila de exercícios musicais”).
Para treinar 2ª s e 3ª s maiores e menores, acho que os exercícios aqui apresentados são
suficientes. Mas lembre: o aluno não pode ir adiante nesta fase do aprendizado se não tiver assimilado
bem estas tarefas.
2. Audição de pulsação, compasso e ritmos (tempo em
música)
A música se dispõe no espaço e no tempo. No espaço os sons e todos os
seus parâmetros. No tempo as durações (pulsação, metro, compasso e os ritmos -
combinações de durações). Até aqui trabalhamos com os sons e algumas de suas
propriedades. Agora vamos trabalhar um pouco com os parâmetros temporais. Abaixo
exercícios para treinar a pulsação.
9 Boa parte destes exercícios podem ser repetidos no item 3 ação combinada.
11
2.1 Pulsação (metro, compasso).
A pulsação é a estruturação do tempo (físico). É o “papel milimetrado”
sobre o qual se “desenha” a música. Duração da Pulsação é determinada pelo
andamento. O andamento e indicado pelo metrônomo10
.
É muito importante para o músico ter consciência da pulsação sob a qual
executa uma música. Não pode atrasar nem correr. Vamos nos exercitar quanto a
este assunto. Use o pezão.
2.1.1 Escute o “tic-tac11
” de um grande relógio de parede que você tenha na
mente. (Um bate-estaca também serve).
Acompanhe este “tic-tac” com o “pezão”.
Depois de algum tempo (20 segundos?) junte a mão direita com o
“pezão”.
A seguir, depois de mais 20 segundos, junte também a mão esquerda.
A seguir, depois de mais 20 segundos, cante com a sílaba “pá” no mesmo
ritmo do pezão e das mãos.
Total 80 segundos. Se você foi capaz de manter a pulsação, sem adiantar
nem atrasar durante todo este tempo, você tem boa motricidade e boa percepção de
tempo. Quem sabe... será um bom músico!
2.1.2 Ajuste o metrônomo para 60 pulsações por minuto12
e execute o exercício da
figura 11:
Professor: aproveite
para observar se alguém tem
problema de “ritmo”. Se tiver tente corrigir. Se
não conseguir peça socorro a
quem o possa ajudar. Se for preciso, repita o
exercício.
2.1.3 E agora você pode executar o exercício da figura 12. Use o pezão e cante
com a sílaba “tá.” A “bolinha” representa o ataque. O tracinho a duração do som e os
tracinhos verticais, as pulsações.
10 Baixe da internet um metrônomo. Procure por Musical Lite. É grátis e é uma beleza! 11
Aliás, o relógio não faz “tic´tac”. Ou faz “tic´tic” ou “tac-tac”. O “tic-tac” está na cabeça de quem ouve.
12 Ah! Não tem metrônomo! Por que não baixou ainda da internet? O programa é musical Lite.
Também pode baixar mobile metronome. Vai no Baxaki. Aproveite. É de graça.
Fig 11
Fig 12
12
2.2.4 Os exercícios seguintes foram tirados do Hindemith: 2 e 3 a, b, c, g, h. Veja
a “Apostila de exercício musicais” traz a cópia destes exercícios.
Relembrando: A pulsação é o metro do tempo. Tem a duração
determinada pelo andamento que por sua vez é indicado pelo metrônomo.
Em todos os casos ela pode ser agrupada em outros valores ou subdividida por
valores simétricos, como por 2, por 3, por 4, por 5, por 6 etc. As subdivisões mais
comuns são por 2, por 3 e por 4. A maioria das células rítmicas é composta a partir
destas subdivisões.
O quadro à direita (figura
13) mostra vários conteúdos que
aos poucos a aluno vai ter que
aprender. Mas, por enquanto,
vamos devagar.
Fixe a linha b): ela mostra
as figuras (que quando representam
durações, chamam-se valores;
quando representam sons, chamam-
se notas.
Para elas, as figuras,
tem uma regra básica:
a figura seguinte tem a
duração da metade da
anterior. Por conseguinte, a
anterior tem o dobro da
duração da seguinte.
Esta regra vai nos
ajudar a subdividir a pulsação
por valores simétricos que
vão constituir as células rítmicas de cuja combinação vão ser
formados os ritmos.
A subdivisão normal dos valores da linha b) é 2, 4 etc. daí
dizer-se que estes valores são de subdivisão binária.
Então, tendo que a pulsação seja representada pela semínima
podemos compor algumas células rítmicas com base na divisão por
4, no caso 4 semicolcheias. Veja a Figura 14 ao lado.
Cada professor tem um método para ensinar as subdivisões da
pulsação. Meu método é (para começar) numerar as partes das
subdivisões da pulsação por 4 e batendo a pulsação, contar 1, 2, 3, 4. Isto
facilita a execução das combinações com 2 e 3 ataques.
Tenho me dado muito bem com este método e, prova disto é que
no máximo em duas aulas consigo que os alunos executem todas as
combinações apresentadas na figura ao lado. Geralmente começo os
exercícios do Pozzoli pela 2ª Série e não tenho encontrado dificuldade em
Fig 13
Fig 14
13
os alunos executarem todas as células rítmicas com base na subdivisão binária. A partir daí a
execução da Primeira série é “bico”.
Começo pondo números nas subdivisões da pulsação (1, 2, 3, 4). Na terceira aula,
substituo os números por uma sílaba (como “tá”) definida, e em pouco tempo está-se cantando a
maioria dos ritmos (p. ex. de música popular, como um samba) com base na subdivisão da
pulsação por 4, principalmente quando o tempo é representado pela semínima.
Na quarta aula, ponho as pausas. Na quinta, ponho ligaduras. Na sexta misturo tudo...
2.1.5 Vamos treinar as células de 1 a 8 (Figura 14). Com um apontador, o
professor indica aleatoriamente, as figuras para os alunos as executem cantando com os
números. Cada número no seu lugar rítmico! Siga primeiramente um andamento
moderado (MM=60). Vá aos poucos acelerando o andamento, até pelo menos MM=100.
2.1.6 Agora faça ditados, professor! O professor executa aleatoriamente,
algumas destas células rítmicas da figura 14 e o aluno deverá reconhecer de que célula
se trata, indicando-a pelo número escrito ao lado esquerdo de cada uma delas, no
tracinho após cada teste. Antes de executar a célula, o que será repetido 3 vezes, o
professor dá o andamento contando as subdivisões 1, 2, 3, 4 (no ritmo é claro!).
1. ____ 2. ____ 3. ____ 4. ____
5. _____ 6. ____ 7. ____ 8. ____
2.1.7. Professor: vá no seu ritmo, mas a estas alturas o aluno deve ter condições de
treinar com os exercícios do Pozzoli. Comece com a série 2ª. depois volte para a 1ª.
2.1.8. Observação geral aos exercícios do método de Pozzoli. Observe que os
exercícios se desenvolvem sob o seguinte esquema:
1ª série: usa pulsação e subdivisão da pulsação por dois e uso de pausas
correspondentes,
2ª série: usa pulsação e subdivisão da pulsação por 2 e por 4 e uso de pausas
correspondentes,
3ª série: usa subdivisão da pulsação por 4 e combinações com 3 ataques e
respectivas pausas,
4ª série: usa pulsação e subdivisões com 2 e 3 ataques e respectivas pausas,
5ª série: usa pulsação e subdivisão com 2 e 3 ataques respectivas pausas.
Veja a “Apostila de exercícios musicais” com a cópia das duas primeiras séries
do Pozzoli.
2.1.8. Agora os exercícios do Ottmann podem ser colocados para a prática dos
alunos. De páginas 3 a 11, exercícios 1.1 a 1.59. Os citados exercícios obedecem ao
seguinte desenvolvimento:
a) 1.1 a 1.24. para exercitar a Leitura à primeira vista.
b) 1.25 a 1.29 para exercitar a leitura a duas partes
c) 1.30 a 1.59 para exercitar a representação da pulsação por valores
diferentes da semínima e mudanças de compasso.
2.1.9. Não esqueça do Hindemith, os exercícios
a) 6.1 a) b) c) e d) para tocar ou cantar a parte superior e bater em percussão
a inferior. Se achar conveniente mude o andamento.
14
b) 6.3 a) b) c) e d) para tocar e cantar em voz alta.
3. Audição: Ação combinada, Sons e Ritmos (espaço e
tempo).
3.1. Vários dos exercícios já fornecidos contém a parte dos intervalos
combinados com os ritmos. Reveja:
3.1.1 Do Ottman, os exercícios de 2.44 a 2.49
3.1.3 Do Hindemith, o exercício1: nos. 1 a 7,
3.1.4 Do Noël Galon, dos anexados escolher tarefas condizentes com o
nível dos alunos.
3.1.5 Do BONA, nos 41 a 43, 74 e outros que ache conveniente.
3.2. Faça alguns ditados do Noel Galon, exercícios 1 a 6 do caderno Cent
cinquante dictées graduées a 2, 3 et 4 parties. Dos 6 exercícios propostos escolher os
que mais estiverem de acordo com os objetivos visados. Escrever apenas uma das duas
partes executadas. Dos alunos mais adiantados pedir que escrevam as duas partes.
4. Textos musicais para leitura à primeira vista.
4.1 Em anexo, no final da “Apostila de exercícios musicais”
Paz e bem!