Parnasianismo e Simbolismo

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Nenhum movimento cultural é globalizante. Não se pode imaginar que todos os setores e pessoas da sociedade viveram da mesma forma em determinado momento. Por isso, pode-se dizer que em certas épocas há uma ideologia predominante, porém não globalizante.

Nessa edição, será abordada duas escolas literárias: Parnasianismo e Simbolismo.

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Parnasianismo

• Origem;

• Características

• Curiosidades

• Autores e poesias

• Mitologia

Simbolismo

• Características gerais

• Extras

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"Não há nada mais belo que algo que não serve para nada...".

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Movimento literário de origem francesa, deu-se na década de 60, através da revista Parnase contemporain, dirigida por Théophile Gautier, e representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no século XIX em oposição ao romantismo.

Nasceu com a publicação de uma série de poesias, precedendo de algumas décadas o simbolismo. O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas, uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da Antiguidade clássica.

Caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e vocabular, pela rima rica e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos. O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a valorização da mitologia. Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e paisagens. A descrição visual é o forte da poesia parnasiana, assim como para os românticos são a sonoridade das palavras e dos versos. Os autores parnasianos faziam uma "arte pela arte", pois acreditavam que a arte devia existir por si só, e não por subterfúgios, como o amor, por exemplo

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Parnasianismo no Brasil

Representa um desligamento da realidade local no que essa tinha de pobre, feia e suja. Na adoção de valores europeus, os poetas fecham suas obras para um mundo grosseiro, feito de horrores, pestes e exploração, trocando o país concreto pela antigüidade, pelo sonho com a cidade-luz, Paris, e pelo nacionalismo ufanista. Nem todos os parnasianos são conservadores do ponto de vista político, mas sua arte o é.

Pode ser associado à Belle Époque - época dourada das elites européias, que se divertem com os lucros do espólio imperialista. O can-can, os cabarés e cafés parisienses, os janotas que bebem licor e as prostitutas de alta classe formam a imagem frenética de um mundo enriquecido e alegre. Uma certeza inabalável preside esse mundo: a de que ele é eterno e superior.

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Olavo Bilac foi eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros pela revista Fon-Fon em 1907. Juntamente com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia, foi a maior liderança e expressão do parnasianismo no Brasil, constituindo a chamada Tríade Parnasiana. A publicação de Poesias, em 1888 rendeu-lhe a consagração.

Ele já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Rui Minharro na minissérie "Chiquinha Gonzaga" (2002) e Carlos Alberto Riccelli no filme "Brasília 18%" (2006).

Raimundo Corrêa

Alberto de Oliveira

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Ciclo

Manhã. Sangue em delírio, verde gomo, Promessa ardente, berço e liminar: A árvore pulsa, no primeiro assomo Da vida, inchando a seiva ao sol... Sonhar! Dia. A flor - o noivado e o beijo, como Em perfumes um tálamo e um altar: A árvore abre-se em riso, espera o pomo, E canta à voz dos pássaros... Amar!

Tarde. Messe e esplendor, glória e tributo; A árvore maternal levanta o fruto, A hóstia da idéia em perfeição... Pensar!

Noite. Oh! Saudade!... A dolorosa rama Da árvore aflita pelo chão derrama As folhas, como lágrimas... Lembrar!

Olavo Bilac

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• A melhor definição de Olavo Bilac é feita por Antonio Candido: "admirável poeta superficial".

• Superficial nele são os quadros históricos e mitológicos, o erotismo de salão, as miniaturas descritivas e o nacionalismo ufanista. Os temas, em geral, não estão à altura do domínio técnico e dos recursos de linguagem. Como acentua o próprio Antonio Candido, o poeta transforma tudo, o drama humano e a natureza, em "espetáculo", em coisa, em matéria-prima dos recursos esculturais do verso.Com algumas exceções, seus poemas nada aprofundam e ainda passam uma sensação de frieza.

Caricatura de Olavo Bilac

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Ceres é o nome romano para a deusa grega Demeter.Para os gregos Ceres era a deusa mãe da Terra. Seduzida por Zeus ela teve uma filha dele, Persephone. Persephone cresceu alegremente entre as outras filhas de Zeus, mas sendo extremamente atraente e bela seu tio Hades se apaixonou por ela. Um dia enquanto Persephone estava colhendo flores o chão se abriu, Hades apareceu e arrastou-a para o Inferno. Persephone gritou enquanto isto acontecia mas, embora ouvindo-a gritar, quando Ceres chegou ao local não havia mais sinal de Persephone. Por nove dias e nove noites Ceres vagou pelo mundo com uma tocha acesa em ambas as mãos procurando a sua adorada filha. Somente no décimo dia ela encontrou Helios, que ve tudo, e que foi capaz de dizer a ela o que tinha realmente acontecido. Ceres então decidiu abandonar a sua condição divina até que sua filha retornasse para ela. Demeter

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O exílio que Ceres impôs a si mesma de sua condição divina fez a Terra se tornar estéril, de modo que Zeus ordenou a Hades que devolvesse Persephone à sua mãe. Só que isto não era mais possível. Durante a sua estadia no Inferno de Hades, Persephone havia comido uma semente de romã, o que a ligava para sempre a Hades. Foi obtido então um acordo segundo o qual Ceres retornaria ao Monte Olimpus e Persephone dividiria o ano em duas partes: metade com a sua mãe a outra metade no Inferno. Esta é a razão pela qual quando Persephone deixa o Inferno para estar com a sua mãe a Terra floresce, trazendo a Primavera e o Verão aos mortais como um sinal da alegria de ambas as divindades. Quando chega o momento de Persephone deixar sua mãe para ir ao Inferno, o Outono e o Inverno cobrem a Terra em sinal de profunda tristeza.

Persephone

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Conheça os principais deuses gregos

Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.Afrodite - deusa do amor e da beleza.Poseidon - deus dos mares Hades - deus dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.Apolo - deus da luz e das obras de artes.Artemis - deusa da caça.Ares - divindade da guerra..Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de AtenasHermes - divindade que representava o comércio e as comunicaçõesHefestos - divindade do fogo e do trabalho.

Afrodite

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No final do século XIX, a literatura que representou essa nova forma de ver o mundo foi o Simbolismo. Os Simbolistas, insatisfeitos com a onda de cientificismo e materialismo a que esteve submetida a sociedade industrial européia na segunda metade do século passado, representam a reação da intuição contra a lógica, do subjetivismo contra a objetividade científica, do misticismo contra o materialismo, da sugestão sensorial contra a explicação racional. O Simbolismo começa por ser, portanto, uma negação do materialismo, do positivismo, do determinismo e outras atitudes  científico-filosóficas que embasaram a estética Realista/Naturalista/Parnasiana. É, por outro lado, um retorno ao subjetivismo romântico, ao predomínio do "eu", da imaginação e da emoção, ainda de modo mais profundo e radical. É também uma volta à atitude conflitual tensa do Barroco e ao espiritualismo e religiosidade da era medieval.

Assim, os simbolistas representam um grupo social que ficou à margem do cientificismo do século XIX e que procurou resgatar certos valores românticos varridos pelo Realismo, tais como o espiritualismo, o desejo de transcendência e de integração com o universo, o mistério, o misticismo, a morte, a dor existencial (sem, contudo, cair na afetação sentimental romântica.).

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• Linguagem vaga, fluida, que prefere sugerir a nomear. Utilização de substantivos abstratos, efêmeros, vagos e imprecisos;

• Presença abundante de metáforas, comparações, aliterações, assonâncias, paronomásias, sinestesias;

• Subjetivismo e teorias que voltam-se ao mundo interior;

• Antimaterialismo, anti-racionalismo em oposição ao positivismo;

• Misticismo, religiosidade, valorização do espiritual para se chegar à paz interior;

• Pessimismo, dor de existir; • Desejo de transcendência, de integração cósmica,

deixando a matéria e libertando o espírito; • Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte,

assim como momentos de transição como o amanhecer e o crepúsculo;

• Interesse pela exploração das zonas desconhecidas da mente humana (o inconsciente e o subconsciente) e pela loucura. Observação: Na concepção Simbolista o louco era um ser completamente livre por não obedecer às regras. Teoricamente o poeta simbolista é o ser feliz.

A origem dessa tendência espiritualista e até mística situa-se nas camadas ou grupos da sociedade que ficaram à margem do processo de avanço tecnológico e científico do capitalismo do século XIX e da solidificação da burguesia no poder. São setores da aristocracia decadente e da classe média que, não vivendo a euforia do progresso material, da mercadoria e do objeto, reagem contra ela. Propõem a volta da supremacia do sujeito sobre o objeto, rejeitando desse modo o desmedido valor dado às coisas materiais.

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Os Malditos

Essa concepção da realidade e da arte trazida pelos Simbolistas suscita reações entre setores positivistas da sociedade. Chamados de malditos ou decadentes, os simbolistas ignoram a opinião pública, desprezam o prestígio social e literário, fechando-se numa quase religião da palavra e suas capacidades expressivas.

Ao contrário do que aconteceu na Europa, onde o Simbolismo se sobrepôs ao Parnasianismo, no Brasil o Simbolismo foi quase inteiramente abafado pelo movimento parnasiano, que gozou de amplo prestígio entre as camadas cultas até as primeiras décadas do século XX. Apesar disso, a produção simbolista deixou contribuições significativas, preparando terreno para as grandes inovações que iriam ocorrer no século XX, no domínio da poesia.

Simbolismo no Brasil

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Principais autores

Cruz e Sousa: O Cavador do Infinito.           Cruz e Sousa (1862 - 1898), filho de

escravos, foi amparado por uma família aristocrática, que o ajudou nos estudos. Ao transferir-se para o Rio, sobreviveu trabalhando em pequenos empregos e sempre foi alvo do preconceito racial. Na juventude, teve uma grande decepção amorosa ao apaixonar-se por uma artista branca. Acabou casando-se com Gravita, uma negra, que mais tarde ficaria louca. De quatro filhos que o casal teve, apenas dois sobreviveram. Cruz e Souza morreu com 36 anos, vítima de tuberculose. Suas únicas obras publicadas em vida foram Missal e Broquéis.

As características mais importantes da obra de Cruz e Sousa são:

No plano temático: a morte, a transcendência espiritual, a integração cósmica, o mistério, o sagrado, o conflito entre a matéria e espírito, a angústia e a sublimação sexual, a escravidão e uma verdadeira obsessão por brilhos e pela cor branca.

No plano formal: destacam-se as sinestesias, as imagens surpreendentes, a sonoridade das palavras, a predominância de substantivos e utilização de maiúsculas, com a finalidade de dar um valor absoluto a certos termos.

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Lá, nas celestes regiões distantes,No fundo melancólico da Esfera,Nos caminhos da eterna PrimaveraDo amor, eis as estrelas palpitantes.

Quantos mistérios andarão errantes,Quantas almas em busca da Quimera,Lá, das estrelas nessa paz austeraSoluçarão, nos altos céus radiantes.

Finas flores de pérolas e prata,Das estrelas serenas se desataToda a caudal das ilusões insanas.

Quem sabe, pelos tempos esquecidos,Se as estrelas não são os ais perdidosDas primitivas legiões humanas?!

As Estrelas

Cruz e Souza

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Alphonsus de Guimarães

Alphonsus de Guimarães (1870 - 1921) nasceu em Ouro Preto, estudou Direito em São Paulo e foi durante muitos anos juiz em Mariana, cidade histórica, vizinha de Ouro Preto.

         

Marcado pela morte da prima Constança - a quem amava e contava apenas 17 anos -, sua poesia é quase toda voltada ao tema da morte da mulher amada, que aconteceu apenas dois dias antes de seu casamento. Todos os outros temas que explorou, como natureza, arte e religião, estão de alguma forma relacionados àquele. A exploração do tema da morte abre ao poeta, por um lado, o vasto campo da literatura gótica ou macabra dos escritores ultra-românticos, recuperada por alguns simbolistas; por outro lado, possibilita a criação de uma atmosfera mística e litúrgica, em que abundam referências ao corpo morto, ao esquife, às orações, às cores roxa e negra, ao sepultamento

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ISMÁLIAQuando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar.  No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar...  E no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar...  E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar...  As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...

Alphonsus de Guimarães

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  O Simbolismo seguiu algumas correntes filosóficas em voga no fim do Século XIX. São elas:  Intuicionismo,

por Henry Bergson. Tinha como objetivo a busca de

novas realidades interiores. No entanto, essas realidades interiores, o "eu" profundo, serão praticamente incomunicáveis, por constituírem um mundo extremamente vago, complexo e corrompido à simples tentativa de ser traduzido em palavras, já que a própria consciência e natureza dessas realidades são irredutíveis à fala, colocando-se fora de todo controle do pensamento e da razão.

Teorias de Nicolal Von Hartamn.           Em sua Teoria do Inconsciente,

Von Hartamn cria o inconsciente, entidade desconhecia que existe por trás de tudo e que é totalmente inalcançável.

          O inconsciente daria explicação aos fenômenos, mas essa explicação não chegaria ao conhecimento do homem. O sentimento de impotência diante do enigma do Universo, essa incógnita, gera o pessimismo.

Teorias de Soren Kierkegaerd           Definem o homem como uma síntese de infinito e finito; de temporal e eterno; de liberdade e de necessidade. Kierkegaerd entende que qualquer opção do ser humano conduz ao desespero pela impossibilidade de conciliar a finitude e a infinitude; a transcendência e a existência

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Faróis é um livro simbolista escrito pelo Cruz e Souza.

É um filme baseado na obra de Edmond Rostand, um simbolista françês.

CRUZ E SOUZA - O POETA DO DESTERRO

Cinebiografia do poeta negro Cruz e Sousa, marco do Simbolismo na literatura brasileira. Com Kadu Carneiro e Maria Ceiça