Paleontologia

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116 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ ISSN 0101-9759 Vol. 28-1 / 2005 p. 116-130 Museus e a Divulgação Científica no Campo da Paleontologia Museums and Science Communication Concerning Paleontology Alexander Wilhelm Armin Kellner UFRJ, Museu Nacional, Setor de Paleovertebrados Quinta da Boa Vista s/n., São Cristóvão, Rio de Janeiro – RJ, 20940-040 email: [email protected] Recebido: 18/11/2005 Aprovado: 18/12/2005 Resumo O potencial dos museus como instrumentos de divulgação científica é reconhecido por todos. No entanto, no Brasil, estas instituições ainda se encontram bem longe desta missão, particularmente no que tange a divulgação da paleontologia. No presente artigo são abordados alguns aspectos da interface museu e divulgação científica. Pode ser estabelecido que os museus, aos quais comumente se associam três atividades básicas (pesquisa, guarda de acervo e exposições), são pobres com relação ao seu acervo paleontológico e suas exposições quando comparados às instituições européias e norte-americanas, resultando em um distanciamento de museu e sociedade. Entre as tentativas de modificar esta situação, o Museu Nacional/UFRJ, juntamente com o Museu de Ciências da Terra (DNPM), organizou em 1999 a mostra NO TEMPO DOS DINOSSAUROS que foi a exposição temporária mais visitada com a temática voltada para a pesquisa dos fósseis realizada no Brasil até agora. Entre os diversos benefícios, esta mostra despertou uma maior atenção da população para o campo da paleontologia. Esta experiência demonstrou que apenas com uma maior interação com a sociedade, a instituição museu poderá desenvolver o seu potencial de divulgação científica. Palavras-chave: divulgação científica, museus, paleontologia, exposições. Abstract Museums are generally regarded as having high potential for science communication. In Brazil, however, those institutions are still far away from

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Museus e paleontologia

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    Anur io do Inst i tu to de Geocincias - UFRJISSN 0101-9759 Vol. 28-1 / 2005 p. 116-130

    Museus e a Divulgao Cientfica no Campoda Paleontologia

    Museums and Science CommunicationConcerning Paleontology

    Alexander Wilhelm Armin Kellner

    UFRJ, Museu Nacional, Setor de PaleovertebradosQuinta da Boa Vista s/n., So Cristvo, Rio de Janeiro RJ, 20940-040

    email: [email protected]: 18/11/2005 Aprovado: 18/12/2005

    Resumo

    O potencial dos museus como instrumentos de divulgao cientfica reconhecido por todos. No entanto, no Brasil, estas instituies ainda seencontram bem longe desta misso, particularmente no que tange a divulgaoda paleontologia. No presente artigo so abordados alguns aspectos da interfacemuseu e divulgao cientfica.

    Pode ser estabelecido que os museus, aos quais comumente se associamtrs atividades bsicas (pesquisa, guarda de acervo e exposies), so pobrescom relao ao seu acervo paleontolgico e suas exposies quando comparadoss instituies europias e norte-americanas, resultando em um distanciamentode museu e sociedade. Entre as tentativas de modificar esta situao, o MuseuNacional/UFRJ, juntamente com o Museu de Cincias da Terra (DNPM),organizou em 1999 a mostra NO TEMPO DOS DINOSSAUROS que foi aexposio temporria mais visitada com a temtica voltada para a pesquisados fsseis realizada no Brasil at agora. Entre os diversos benefcios, estamostra despertou uma maior ateno da populao para o campo dapaleontologia. Esta experincia demonstrou que apenas com uma maiorinterao com a sociedade, a instituio museu poder desenvolver o seupotencial de divulgao cientfica.Palavras-chave: divulgao cientfica, museus, paleontologia, exposies.

    Abstract

    Museums are generally regarded as having high potential for sciencecommunication. In Brazil, however, those institutions are still far away from

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    accomplishing this mission, particularly regarding paleontology. Here we discussseveral aspects regarding science communication and museums. The threemain activities associated to museums are research, repositories of collectionsand exhibitions. The collections of the Brazilian museums and the exhibits tendto be poor when compared with similar European and North Americaninstitutions, causing a distance between museum and society. Among theattempts of changing this picture, the Museu Nacional/UFRJ, in collaborationwith the Museu de Cincia da Terra (DNPM), has organized in 1999 thetemporary exhibition THE TIME OF THE DINOSAURS, which turned out tobe the most visited exposition regarding fossils organized in the country so far.Among the several benefits of this exhibit was to increase the interest of thepopulation regarding paleontology. This experience has shown that the museummust interact more strongly with the society in order to fully develop its potentialof science communication.Keywords: science communication, museums, Paleontology, exhibitions

    1 Introduo

    A importncia da cincia, aliada ao desenvolvimento tecnolgico, , deuma forma geral, entendida pela sociedade. Mesmo nos pases ditos emdesenvolvimento, investimentos visando o progresso cientfico e tecnolgicoso apontados pelos governos como prioridades, num claro reconhecimentodos benefcios que podem ser gerados para a qualidade de vida da populao apartir dos avanos nesta rea. No entanto, como pode ser facilmente constatado,existe uma diferena entre o discurso e as aes: o atual investimento empesquisa, particularmente nas ditas bsicas, est longe de adequado na maioriados casos, incluindo-se neste cenrio o Brasil.

    Tambm existe um entendimento que qualquer mudana neste quadropassa obrigatoriamente pela educao cientfica de qualidade da populao.Esta educao cientfica pode ser gerada em diferentes nveis, como em escolasfundamentais e de ensino mdio, procurando desde cedo mostrar a importnciada pesquisa e despertando vocaes, e ao nvel universitrio, procurando formarpesquisadores de alta qualidade. Paralelamente a esta educao formal, muitospases tm adotado uma outra estratgia para procurar despertar o interesseda populao para as cincias: a divulgao cientfica. Esta maneira deeducao informal vem alcanando um destaque crescente nos ltimos anos,sendo disseminada atravs dos meios de comunicao, de programas deextenso universitria (p.ex., palestras, mini-cursos) e museus.

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    No entanto, salvo raras excees, os museus brasileiros tm-se mostradoantiquados e no tem conseguido acompanhar as mudanas vindas com osnovos tempos do mundo digital, da era da informtica e da Internet, fazendocom que a sua eficcia como instrumento de difuso (e conseqente educao)cientfica possa ser questionada. A situao particularmente delicada nasdisciplinas que compem as Cincias da Terra (Campos et al., 1997),especialmente quando se pensa em museus com colees e exposies dematerial geolgico e paleontolgico, que tm um enorme potencial para adivulgao cientfica. Nunca demais relembrar que levantamentos feitos emmuseus da Europa e dos Estados Unidos revelam que os organismos extintos(tendo os dinossauros como carro-chefe) so apontados como o principalinteresse dos visitantes.

    Neste artigo sero abordados alguns aspectos da interface museu edivulgao cientfica enfocando a Paleontologia, discutindo aspectos como acervoe exposio. Tambm apresentado mais detalhes da organizao e resultadosalcanados da mostra NO TEMPO DOS DINOSSAUROS, realizada peloMuseu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (atravs doDepartamento de Geologia e Paleontologia), em cooperao com o Museu deCincias da Terra do Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM).

    2 Museu - Definio

    Qual a melhor definio do que um museu? Apesar de parecer umapergunta fcil, existem muitas variaes do que se entende por este tipo deinstituio, que pode ser particular ou pblica. Em termos prticos, comumentese associam a um museu trs atividades bsicas: pesquisa, guarda de acervo eexposies.

    A atividade de pesquisa pressupe que o museu tenha no seu staff umou mais funcionrios destinados - parcialmente ou integralmente - para estefim. Este fato verdadeiro para uma grande parte das instituies,particularmente as mais antigas, mas no universal. Assim, mesmo sendodesejado visto que pode produzir muitos benefcios para a instituio, um museuque no realiza pesquisa no deixa de ser um museu.

    A segunda atividade - guarda de acervo - talvez a mais importanteatribuio de um museu. A resposta mais comum quando as pessoas soperguntadas sobre o que um museu, est ligada noo que estes locais so

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    repositrios de objetos que possuem alguma importncia para a compreensodo mundo a nossa volta. Um museu sem acervo prprio no pode ser consideradoum museu, mesmo que tenha uma exposio e se intitule como tal. Neste casopode ser considerado como uma rea de exibio do acervo de alguma outrainstituio (at mesmo de um museu).

    Ainda com relao ao acervo, existem tambm os chamados museus inloco, onde o acervo so as prprias peas preservadas no local onde foramencontradas. No campo da paleontologia, um dos mais destacados o DinosaurNational Monument, em Utah, Estados Unidos, onde o pblico pode observarexemplares de dinossauros expostos na rocha onde foram encontrados, almde uma exposio de fsseis em um prdio que possui continuidade com o stiofossilfero (Chure, 1997). No Brasil, o parque Vale dos Dinossauros, em Sousana Paraba, um destes exemplos, onde pegadas de dinossauros so preservadasno local onde se formaram h milhes de anos. Faz parte deste parque tambmum pequeno prdio onde fsseis e outros objetos esto expostos (Leonardi &Carvalho, 2002).

    Por ltimo, a noo de museu est diretamente associada a umaexposio. Esta pode ser elaborada ou no, de grandes ou pequenas dimenses,mas tem que estar presente e obrigatoriamente disponvel para visitao (pagaou gratuita). Este tipo de exposio difere das colees didticas existentesem universidades ou colees particulares, onde o acesso regulado pelosproprietrios. Instituies que no possuem exposies abertas ao pblico nodevem ser consideradas museus stricto sensu.

    No caso do acervo paleontolgico, existem poucos museus que sededicam a guardar e expor apenas fsseis. As maiores exposies com materialpaleontolgico so o Museu de Cincias da Terra, que tambm possui umaexposio de rochas, meteoritos e minerais, e o Museu Nacional, que possuiexposies nas mais diversas reas como Botnica, Zoologia, Arqueologia,Geologia (meteoritos, rochas e minerais) e Antropologia (para citar alguns).

    Um levantamento com objetivo de determinar museus com ligao diretacom o conhecimento geolgico foi realizado por Lopes (1989), tendo sidoidentificados at aquela data aproximadamente 115 instituies. Infelizmente aautora no fez uma distino mais rgida do que ou no um museu, tendo sidoo provvel critrio apenas uma autodenominao ou o fato da existncia deobjetos de interesse geolgico. Das instituies relacionadas, apenas 31 puderamser analisados em mais detalhe pela autora, incluindo a composio do acervo.Destas, pelo menos 20 tinham material fossilfero (Lopes, 1989: tabela 3).

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    Sabemos que muitas outras tem surgido e no foram listados neste trabalho,como o Vale dos Dinossauros de Sousa na Paraba (Leonardi & Carvalho,2002), o Museu de Paleontologia de Santana do Cariri e o Centro de PesquisasPaleontolgicas da Chapada do Araripe no Cear (Kellner, 2002), o Centro dePesquisas Paleontolgicas Llewellyn Ivor Price de Peirpolis (Kellner, in press)e alguns outros. Estimamos que devam existir no Brasil entre 30 e 40 museusque possuem fsseis em seu acervo e nas exposies.

    3 Acervo e Exposies

    A questo do acervo um ponto fundamental para qualquer museu,tambm os que possuem material paleontolgico, e no tem recebido muitaateno pela sociedade com um todo. Quase sempre os acervos se formamantes mesmo dos museus. Exemplos so bastante numerosos na literatura.Um dos mais interessantes o caso do British Museum (Londres, Inglaterra),formado a partir da coleo particular de mdico ingls Hans Sloane. Outroexemplo o Museo Ernesto Bachman de Chocn (Neuqun, Argentina),formado para abrigar o dinossauro Giganotosaurus carolinii Coria & Salgado,1995, um dos maiores terpodes do mundo. Este museu fez da regio de Chocnpassagem obrigatria para os turistas que visitam esta parte de Neuqun.

    A importncia do acervo para um museu pode ser resumida da seguinteforma. Um bom acervo atrai bons pesquisadores para a instituio, que possueminteresse direto na pesquisa. Baseadas neste acervo, bons pesquisadores tendema realizar pesquisas relevantes e de qualidade, que so divulgadas para o pblicoatravs da mdia, exposies e palestras. Como resultado, a sociedade passa aser mais bem informada sobre as atividades realizadas pelo museu, que passaa ser valorizado e ocupar uma posio mais destacada. Este interesse pelasociedade auxilia a instituio na obteno de mais verbas, que, com recursos,pode melhorar a sua estrutura geral de funcionamento e o nvel de serviosprestados para a prpria sociedade (por exemplo, atravs de exposies oumelhoria das condies de armazenamento das colees), alm de obter umamelhor possibilidade de financiamento para a pesquisa, que envolve coletas decampo, aumentando o acervo da instituio. Este, por sua vez, poder servir debase para novas pesquisas e assim sucessivamente (Kellner, 2004b). Destaforma, todo o museu que ambiciona crescer tem, obrigatoriamente, que fazeresforos no sentido de aumentar e melhorar o seu acervo.

    Informaes sobre o acervo paleontolgico depositado nos museusbrasileiros so escassos. Algumas instituies tm realizado levantamentos,

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    porm estes tendem a ser restritos muitas vezes a listas de colees especficas(p.ex. Campos, 1985; Macedo et al., 1999; Henriques et al., 2000; Fernandes& Fonseca, 2001; Nuvens et al., 2002; Antunes et al., 2004). Um levantamentorecente sobre este tipo de publicao foi realizado por Fernandes et al. (inpress). No existem informaes gerais sobre a quantidade total e a composiodos acervos dos museus brasileiros, que poderiam fornecer uma idia maisprecisa da natureza dos objetos depositados nestas instituies. O levantamentofeito por Lopes (1989) um bom incio, mas, para os dias de hoje, estdesatualizado e incompleto.

    Ainda no que tange o assunto acervo de interesse paleontolgico, podeser feito uma triste e preocupante constatao: as instituies brasileiras sopobres, bem mais do que se pensa. Para se ter uma dimenso, a coleo depaleovertebrados do Museu Nacional rene menos de 8.000 exemplares.Tomando como comparao o American Museum of Natural History (NovaIorque, Estados Unidos), instituio com as mesmas caractersticas de museude histria natural (apesar de mais novo do que o Museu Nacional), pode serverificada a existncia de cerca de 50.000 exemplares apenas de peixes fsseis.Em termos de mamferos, este nmero sobe para 125.000. Na Amrica do Sul,o Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia (BuenosAires, Argentina) outra instituio tradicional de histria natural comparvelao Museu Nacional, conta com cerca de 35.000 exemplares.

    Ainda no que se refere ao acervo, a situao de armazenamento emmuitas instituies totalmente insatisfatria. Em alguns casos, o prprio prdioonde estas instituies esto alojadas encontra-se em visvel estado de abandonoe com a infra-estrutura ameaada. Tambm h carncia de profissionais tcnicosque poderiam atuar na preparao e conservao de exemplares. A posiode preparador de fsseis, por exemplo, inexistente nas principais instituiescom linhas direcionadas para a pesquisa de fsseis (como universidades),incluindo-se os museus.

    A combinao de acervo pobre e infra-estrutura precria acaba serefletindo na exposio, que a rea de maior contato com o pblico. Sopoucos os museus brasileiros com material paleontolgico que possuem umaexposio permanente de qualidade, com os exemplares expostos de formacompatvel com insituies semelhantes da Amrica do Norte e Europa.Informaes desatualizadas, etiquetas velhas, expositores desgastados com otempo, falta de conceito com peas misturadas sem critrio especfico, faltade multi-mdia e partes mais interativas e iluminao inadequada so algunsdos problemas mais recorrentes. Esta situao no passa despercebida pela

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    populao basta fazer um levantamento do nmero de cartas que so enviadasaos jornais reclamando do abandono e situao na qual se encontram diversosmuseus do pas. Tudo isto tem contribudo para o distanciamento cada vezmaior entre museus e a sociedade, comprometendo a eficcia da educao edivulgao cientfica realizadas por este tipo de instituio.

    4 Exposio No Tempo dos Dinossauros

    Nos ltimos anos, o Departamento de Geologia e Paleontologia do MuseuNacional tem realizado mostras temporrias, visando a divulgao cientficano campo da Paleontologia. Destas, a que teve a maior repercusso at apresente data foi a exposio temporria NO TEMPO DOS DINOSSAUROS,realizada em conjunto com o Museu de Cincias da Terra. Apesar de suaorganizao ter sido bastante complicada, ela foi a exposio temporria maisvisitada com a temtica voltada exclusivamente para paleontologia realizadano Brasil at agora, e ilustra bem as dificuldades, mas tambm as compensaesde um empreendimento deste porte.

    Em 1998, a empresa Yomiuri Shimbun (jornal de grande circulao noJapo), em parceria com o National Science Museum de Tquio, realizaramuma exposio chamada DINOSAURS FROM GONDWANA LAND,reunindo material de diversas instituies da Argentina, Austrlia e EstadosUnidos (Kellner, 1999a). As instituies brasileiras tinham sido excludas emum primeiro momento em funo do desconhecimento dos organizadores sobreo material fossilfero brasileiro, particularmente de dinossauros e outrosvertebrados de grande porte do Mesozico, que se encontram depositados nopas. O motivo deste desconhecimento decorrente da limitada divulgaoque o Brasil faz de seu acervo paleontolgico e, indiretamente, da pouca projeointernacional das pesquisas realizadas no pas nesta rea (o que tem mudadonos ltimos anos, graas ao esforo de vrios grupos de pesquisa). Atravs deum contato pessoal, foi possvel a incluso do Museu Nacional e doDepartamento Nacional de Produo Mineral na organizao desta exposio,ambos tendo enviado rplicas e peas originais que fizeram parte da mostra. Omaior destaque brasileiro foi o esqueleto do arcossauro primitivo Prestosuchus,que foi doado pelo American Museum of Natural History ao Museu de Cinciasda Terra em 1993 e montado em 1997 (Kellner & Campos, 1997).

    Durante este processo, um gerente da empresa Integral (do GrupoLachmann), encarregada de fazer o transporte das peas brasileiras, quandosoube que uma grande parte do material emprestado para o Japo nunca tinhasido exposto no territrio nacional, se prontificou a auxiliar na organizao de

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    uma exposio deste tipo no Brasil. Posteriormente, a imprensa soube do assunto,e realizou matrias comentando o fato, inclusive lamentado a dificuldade deorganizar exposies de qualidade sobre paleontologia no Brasil (O Globo, 1998;Bonalume Neto, 1998).

    Posteriormente, atravs da iniciativa do Museu Nacional, a empresaPetrobras se prontificou a financiar a exposio NO TEMPO DOSDINOSSAUROS, que envolviam as peas que estavam voltando do Japo.Esta mostra foi inaugurada em 10 de junho de 1999, e ficou montada por novemeses (at 10 de maro de 2000). Logo depois, ela foi transferida para o RioCentro, ficando exposta de 6 a 17 de agosto de 2000, como parte das atividadesdo 31st International Geological Congress, e atualmente se encontra nasexposies permanentes do Museu de Cincias da Terra.

    Alm dos exemplares que tinham sido expostos no Japo, a versobrasileira foi ampliada procurando apresentar para o pblico no apenas osdinossauros, mas tambm a diversidade da vida que existia no planeta duranteo tempo em que estes rpteis dominaram a superfcie da Terra. Foramdestacadas as espcies existentes no pas, que eram praticamente desconhecidaspelo pblico leigo. Ao total dez sees principais foram organizadas: umaintrodutria (conhecimento gerais sobre a paleontologia e geologia), seis sobrepaleontologia (incluindo invertebrados marinhos, plantas terrestres, insetos, umareconstruo de um afloramento e uma ponte de vidro sobre o dinossauroGondwanatitan faustoi Kellner & Azevedo, 1999, cuja descrio foi publicadadurante a exposio), duas sobre meteoritos e uma ltima sobre extinesatuais (Kellner, 1999b). Participaram nesta exposio pesquisadores depaleovertebrados, paleoinvertebrados e meteortica, estudantes e estagiriosalm dos funcionrios da oficina do Museu Nacional.

    A comparao de alguns nmeros entre a mostra brasileira e a doJapo bastante interessante e diagnstica do abismo existente em termosde exposies sobre este tema organizadas no Brasil e em outros paises. Area ocupada pela mostra japonesa foi de aproximadamente 6.000 m2, averba gasta estimada em 2,5 milhes de dlares americanos, entrada valendocerca de 10 dlares americanos e com um tempo de durao de trs mesesem Tquio e dois em Nagoya, trazendo um pblico total em torno de 250mil visitantes. A mostra brasileira ocupou aproximadamente 250 m2,consumiu cerca de 50 mil dlares americanos, a entrada era equivalente a2,5 - 3 dlares americanos (livre para escolas e crianas, que compreendema maior parte dos visitantes) e durou nove meses, trazendo um pblicoestimado entre 220 e 240 mil visitantes. Em comum est o fato de que asduas foram um grande sucesso nos seus respectivos pases, talvez

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    proporcionalmente ainda mais no Brasil do que no Japo (que j possuitradio neste tipo de evento). Uma comparao realizada pela revistaIsto dos primeiros 40 dias da durao de diversas exposies realizadasno Rio de Janeiro nesta poca, a mostra dos dinossauros com 66.740visitantes ficou atrs apenas da exposio de Picasso (136.509 visitantes)no Museu de Arte Moderna (MAM) e a da mostra sobre arte italiana entreGuerras e arte Mapuche (80.000 visitantes) no Museu Nacional de BelasArtes (Vieira, 1999).

    Apesar da exposio NO TEMPO DOS DINOSSAUROS no ter sidoa primeira com esta temtica no pas, o seu sucesso em termos de crtica epblico suplantou a todas as outras (p.ex. Candida, 1999; Vieira, 2000). Apesarda dificuldade de se analisar o motivo para este sucesso, trs so os fatoresque devem ser destacados. O primeiro o timing - a mostra em questo foiorganizada quando o interesse sobre os dinossauros no mundo e tambm noBrasil foi renovado a partir dos filmes Jurassic Park (Kellner, 1993) e TheLost World (Kellner, 1997). O segundo ponto a qualidade da exposio emsi, que contou com uma estrutura profissional. Havia, alm dos pesquisadores,um programador visual, tcnicos de iluminao, funcionrios do Museu Nacionalespecializados em serralheria, carpintaria e pintura. Tambm havia umadedicao muito grande dos estudantes e estagirios que estavam presentesno Setor de Paleovertebrados do Museu Nacional naquela data (alm de algunsvoluntrios), atuando na montagem, moldagem e confeco de rplicas utilizadasna exposio. Alm disso, foi incorporada na equipe a figura do paleoartistaque, apesar de no ter tido treino prtico sob orientao cientfica at ento,tinha um grande talento nato: Maurlio Silva de Oliveira. Depois disso, Maurliose aperfeioou, chegando a ganhar prmios internacionais - os primeiros deum paleoartista brasileiro (Kellner, 2004a). E o terceiro e fundamental agenteque contribuiu para o sucesso desta mostra foi a figura do assessor de imprensa,que era o primeiro profissional nesta rea que o Museu Nacional teve.

    Por todo o impacto gerado, a exposio NO TEMPO DOSDINOSSAUROS pode ser considerada um marco para o Brasil. Em termosde Museu Nacional, foram os recursos advindos desta mostra que tornarampossveis a instalao dos primeiros compactadores nas colees destainstituio que, graas a um financiamento da Vitae em 2005 conseguiu quepraticamente todas as colees (herbrio, zoologia, mineralogia, etc...) pudessemser armazenadas neste tipo de mobilirio. O seu sucesso abriu possibilidadespara outras mostras (no apenas de paleontologia) que foram realizadas nosanos subseqentes, geralmente patrocinadas pela Petrobras. Ademais, comesta exposio houve um aumento significativo da visibilidade do campo da

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    paleontologia a nvel nacional, em especial da paleontologia de vertebrados.Inmeros artigos realizados durante e aps esta exposio fizeram com queaumentasse o interesse por parte da mdia brasileira sobre as pesquisasrealizadas por cientistas nacionais, no apenas os atuantes no Museu Nacional.

    Esta exposio tambm demonstrou claramente o interesse da populaosobre temas ligados a animais extintos, e uma segunda mostra, intitulada EMBUSCA DOS DINOSSAUROS, uma parceria do Museu Nacional comdiversas empresas da iniciativa privada, tambm obteve um grande sucesso.Do ponto de vista tcnico, esta ltima foi melhor do que a exposio de 1999,tendo uma parte mais interativa, incluindo cenas de um documentrio sobre aatividade de campo realizada por pesquisadores brasileiros e a contextualizaodesta atividade com a cultura local de reas onde existem depsitos fossilferos.

    5 Consideraes finais

    A divulgao cientfica uma preocupao crescente em diversos paises,inclusive no Brasil. Nos ltimos anos houve, inclusive, a publicao de diversosartigos e livros procurando enfocar este tema (p. ex., Massarani et al., 2005).Pelo menos em teoria, o potencial dos museus para a divulgao cientfica no questionado. O papel destas instituies neste mbito vem sendo discutidodesde 1926, quando Roquette Pinto se tornou Diretor do Museu Nacional. Noentanto, em termos prticos, poucas so as instituies que podem serclassificadas como museus que tem desempenhado bem este papel no Brasil.As limitaes, na maioria dos casos, esto vinculadas a questes financeiras,que podem ser consideradas tpicas para os pases em desenvolvimento. Estaslimitaes financeiras afetam desde a obteno de acervo (por coleta ouconfeco de rplicas) at a exposio do mesmo.

    No que se refere Paleontologia, a situao particularmente complexa,uma vez que existe uma carncia generalizada de museus com fsseis noBrasil. Felizmente comeam a aparecer algumas importantes iniciativas dacriao deste tipo de instituio em regies onde existem depsitos com fsseiscomo o Museu de Histria Natural de Taubat (So Paulo), o Museu dePaleontologia de Marlia (So Paulo), o Museu de Paleontologia de Monte Alto(So Paulo), o Centro de Pesquisas Paleontolgicas Llewellyn Ivor Price(Peirpolis, Minas Gerais), o Museu de Paleontologia de Santana do Cariri(Cear), entre outros. Apesar de no possuir uma abrangncia nacional, estetipo de instituio (bastante difundida na Europa e na Amrica do Norte) divulgainformaes sobre os fsseis, conscientizando a populao local sobre a riquezae importncia do patrimnio paleontolgico que existe na regio.

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    Outro problema pelos quais todos os museus com acervo paleontolgicotm passado est na rea tcnica. No existem profissionais especializados napreparao e conservao de fsseis. O prprio cargo de preparador de fsseis inexistente, contrastando com a valorizao que este profissional possui empases como os Estados Unidos. A preparao de material paleontolgicocomumente feito por alunos e estagirios, que no podem se dedicar a estatarefa em tempo integral e a fazem por um perodo do estgio, que relativamente curto. Conseqentemente comum nas exposies a presenade fsseis sem preparao ou ento apenas parcialmente preparados.

    Mudanas na atual situao dos museus com acervo paleontolgicosomente podem ser alcanadas a mdio e longo prazo. Entre as atividadesque os museus poderiam oferecer esto cursos de extenso e palestrasabertas ao pblico. Estas atividades no necessariamente teriam que serfeitas pelos pesquisadores, mas poderiam ser desempenhadas por alunosde ps-graduao devidamente treinados para este fim. Talvez fosse possvelestudar uma maneira com que estes alunos ganhassem crditos paradesempenhar uma atividade de divulgao cientfica por um determinadoperodo (um semestre, por exemplo), que tambm despertaria no futuroprofissional a conscientizao sobre a importncia da divulgao cientficapara a sociedade e para a sua prpria pesquisa.

    Outra iniciativa a organizao de exposies temporrias, recebendoacervo de outros museus ou mesmo enviando e participando de mostras emoutras partes do pas, particularmente naquelas que carecem de museus comfsseis. Um museu itinerante de paleontologia, que visitaria cidades de pequenoporte, por exemplo, seria uma iniciativa muito interessante no que tange adivulgao cientfica e poderia ser feita a um custo relativamente baixo,particularmente se houver o suporte das prefeituras ou empresas dos locais.

    Tambm necessria a compreenso por parte dos organizadores e dasinstituies que exposies so empreendimentos complexos e cada vez maisuma atividade multidisciplinar formada por profissionais como pesquisadores,administradores, muselogos, arquitetos, cengrafos, tcnicos, educadores,profissionais de propaganda e de informtica, assessores de imprensa eprofissionais especializados na captao de recursos. A participao dopesquisador - necessria, mas no suficiente - deveria se dar mais na parte daconceituao e informao tcnica da exposio e menos na parte museogrficaou na maneira de traduzir os dados cientficos para o pblico.

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    Desta forma, para alcanar sucesso, uma exposio deveria abandonaro modelo tradicional onde, sob a presso da falta de recursos, so adotadassolues caseiras, que sempre acabam sendo desenvolvidas de formaamadora. Apesar da boa vontade, este modelo simplesmente no tem condiesde competir com as inovaes tecnolgicas que so experimentadas pelapopulao no seu dia-a-dia (shoppings, parques de diverso, etc...).

    Apesar de todas as dificuldades para implementaes de exposiesque possam auxiliar na divulgao da paleontologia, importante que a atualgerao de pesquisadores se conscientize da necessidade de apresentar esteinteressante campo das Cincias da Terra para a sociedade, que, de certamaneira financia a pesquisa atravs das agencias de fomento (CNPq, Faperj,Finep, Fapesp, Funcap, etc...) ou leis de incentivo a cultura. Em muitos pasesda Europa, como Alemanha e Frana, a posio e oferta de empregos na reade paleontologia nos museus e em outras instituies de pesquisa est emregresso. Segundo colegas destes pases, um dos motivos para esta situao o fato de que os pesquisadores nas dcadas passadas ficaram muito tempoem suas torres de marfim, sem apresentarem o campo (ou o resultado desuas pesquisas) para a sociedade, seja via um contato mais estreito com amdia, ou seja pela renovao de exposies em suas respectivas instituies.

    Todas estas iniciativas apontadas acima, alm de inmeras outras quepoderiam ser levantadas, tm por objetivo fazer com que a instituio museuaumente a sua participao e interao com a sociedade. De forma resumida,experincias passadas demonstraram que um museu que no dialoga com asociedade est condenado extino e uma sociedade que no valoriza e noinveste em seus museus j est, pelo menos em parte, culturalmente extinta.Esta mensagem vale para todas as reas da cincia, incluindo a paleontologia.

    Apesar da dificuldade na mudana da situao, est claro que, se nadafor feito, as futuras geraes de profissionais atuantes na pesquisa de fsseisse depararo com a mesma realidade de hoje e todo o campo continuar ficandoem segundo plano no cenrio mundial, e o potencial da divulgao cientfica apartir dos museus no ser plenamente desenvolvido.

    6. Agradecimentos

    Gostaria de agradecer Profa. Maria Antonieta Rodrigues (Universidadedo Estado do Rio de Janeiro), pelo convite para escrever este artigo, que foi abase da minha palestra proferida na II Jornada Fluminense de Paleontologia

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    realizada na UERJ, Rio de Janeiro em 2005, e Antonio Carlos SequeiraFernandes (Museu Nacional) pela reviso do manuscrito. Agradeo a EnioLepper (Integral), pelo incentivo na organizao da mostra NO TEMPO DOSDINOSSAUROS e a Yukimitsu Tomida (National Science Museum) por terreorganizado uma exposio j fechada para possibilitar a participao deinstituies brasileiras na mostra DINOSAURS FROM GONDWANA LAND.Tambm aproveito esta oportunidade para agradecer aos alunos e estagiriosdo Museu Nacional na poca desta exposio, que se dedicaram com idealismoe grande esforo pessoal, incluindo vrias viradas de noites, para que estaexposio alcanasse o seu objetivo maior, que era o de demonstrar ser possveiseventos deste tipo no nosso pas, em especial a Alberto Barbosa de Carvalho,Helder de Paula Silva, Juliana Manso Sayo, Maurlio Silva de Oliveira, LucianaMacedo da Paz, Ramss Capilla, Carlos F. Vieira, Ivone Tempone, CludiaLima e Rosana Batista Martins. Regina P. Carneiro dos Santos realizou aprogramao visual da exposio e Luiz Pedrosa a assessoria de imprensa. Ospesquisadores Diogenes de Almeida Campos, Rita de Cssia T. Cassab e CibeleSchwanke do Museu de Cincias da Terra (DNPM), e Srgio Alex Kuglandde Azevedo, Luciana Barbosa de Carvalho, Deise Dias Rego Henriques,Antonio Carlos Sequeira Fernandes, Vera Maria Medina da Fonseca e MariaElisabeth Zucolotto, companheiros de trabalho do Museu Nacional, trabalharamna organizao da exposio, aos quais tambm sou muito grato.

    Gostaria de agradecer a Fundao Carlos Chagas Filho de Amparo Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (processo no E-26/152.422/2002) e aoConselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq) peloauxlio ao desenvolvimento de parte deste projeto.

    Por ltimo, agradeo a Ildeu de Castro Moreira (Casa da Cincia,UFRJ), Luisa Massarani (Fiocruz) e Diogenes de Almeida Campos (Museude Cincias da Terra, DNPM) por estimulantes discusses sobre adivulgao cientfica no Brasil.

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