Paisagismo e Jardinhagem
-
Upload
anaclea-bernardo -
Category
Documents
-
view
218 -
download
0
Transcript of Paisagismo e Jardinhagem
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
1/60
JJaarrddiinnaaggeemm ee PPaaiissaaggiissmmoo
Módulo I
Parabéns por participar de um curso dos
Cursos 24 Horas.
Você está investindo no seu futuro!
Esperamos que este seja o começo de
um grande sucesso em sua carreira.
Desejamos boa sorte e bom estudo!
Em caso de dúvidas, contate-nos pelo
site
www.Cursos24Horas.com.br
Atenciosamente,
Equipe Cursos 24 Horas
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
2/60
Sumário
Introdução.. .................................................................................................................3 Unidade 1 – Abordagem Inicial..................................................................................5
1.1 – O que é o paisagismo e a jardinagem ................................................................6
1.2 – Os jardins no Brasil e nas Américas................................................................10
1.3 – A importância do solo..................................................................................... 15
Unidade 2 – Construindo o Jardim..........................................................................30
2.1 – Ferramentas necessárias..................................................................................31
2.2 – Etapas de construção de jardins ......................................................................40
2.3 – Plantação do jardim ........................................................................................48
2.4 – Pragas e doenças das plantas...........................................................................53
Conclusão do módulo 1 ............................................................................................. 60
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
3/60
3
Introdução
Atualmente, grande parte dos brasileiros vive em grandes centros urbanos,repletos de estruturas de concreto e com o ar poluído. O modo de vida agitado e
inconstante dessas cidades, aliado à falta de contato com a natureza, contribui
significativamente para a piora da qualidade de vida de todos nós.
Dessa forma, se apresenta como uma necessidade contemporânea um retorno ao
contato com a natureza, com sua beleza e pureza. A existência de áreas verdes, não
apenas em residências, mas dentro das casas e nos espaços urbanos públicos melhora a
vida dos moradores das grandes cidades que, além de apreciarem um espaço harmônico,possuem um espaço de socialização em contato direto com a natureza.
Daí vem a importância da jardinagem e do paisagismo, que são duas áreas do
conhecimento voltadas para a composição de visuais inspirados na natureza, para que
eles sejam agradáveis e harmônicos.
Neste curso não temos a pretensão de esgotar o assunto, pois o paisagismo e a
jardinagem são práticas antigas e ricamente detalhadas, com muitas informaçõesimportantes. Nosso objetivo aqui é expor os conceitos mais fundamentais relativos a
essas duas práticas.
Muitos pensam que construir um jardim harmonioso é tarefa dispendiosa, mas
neste curso mostraremos como é possível montar um belo jardim sem que isso seja
muito custoso para você. Serão mostrados todos os materiais e as etapas necessárias
para a construção de um jardim, assim como as plantas que você pode escolher para
compô-lo e os cuidados que precisa ter na manutenção. Você verá também como é
importante realizar esse trabalho em parceria com um bom profissional, jardineiro e/ou
paisagista.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
4/60
4
Assim, esperamos que você aprenda os conceitos fundamentais sobre jardinagem
e paisagismo, obtendo as ferramentas teóricas necessárias para a construção de um
jardim.
Queremos mostrar também que todos podem possuir um espaço verde belo e
harmônico, independente do tamanho da área e dos recursos disponíveis, colaborando
para a qualidade de vida tanto do proprietário do espaço quanto da comunidade próxima
como um todo, que também será beneficiada pela sua presença.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
5/60
5
Unidade 1 – Abordagem Inicial
Olá aluno (a),
Nesta unidade você irá estudar os conceitos iniciais no que se refere à jardinagem
e ao paisagismo: o que são, qual a importância deles e como contratar um bom
jardineiro.
Em seguida, iremos conhecer como essa prática se desenvolveu e quais são os
estilos de jardim predominantes no Brasil e no continente americano como um todo.
Por fim, veremos o elemento mais essencial na composição de um jardim: o solo.
Quais são os tipos de solo, por que ele é importante e como prepará-lo e adubá-lo
corretamente.
Bons estudos.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
6/60
6
1.1 – O que é o paisagismo e a jardinagem
Na história da evolução humana, podemos
dizer que desde sempre o homem teve suaexistência ligada intimamente à natureza, pois
precisa dela pra sobreviver. Com o
desenvolvimento das sociedades, é sensível que o
ser humano tem se distanciado da natureza, o que
diminui a qualidade de vida de todos.
De acordo com os relatos históricos, percebemos desde as primeiras grandes
civilizações uma preocupação com a manutenção do equilíbrio entre o desenvolvimento
da sociedade e a preservação da natureza. A civilização Suméria, por exemplo,
construiu os Jardins Suspensos da Babilônia no século VI a.C., que são considerados
uma das sete maravilhas do mundo antigo.
No Brasil, o início do desenvolvimento do paisagismo se deu com a chegada da
Família Real Portuguesa, em 1808, com o Rei Dom João VI. Devido à transferência da
Corte para o Rio de Janeiro, a cidade foi urbanizada para recebê-la, e esse processo
incluiu a criação de praças, parques e do Jardim Botânico para abrigar as espécies
vegetais que o rei trouxe consigo.
Depois de Dom João VI, os reis Dom Pedro I e Dom Pedro II deram continuidade
ao desenvolvimento do paisagismo no Brasil, trazendo célebres paisagistas europeus
para a implantação de diversos projetos paisagísticos, principalmente na capital do
Império, Rio de Janeiro.
Atualmente, o paisagismo impõe-se como uma necessidade fundamental para a
sobrevivência e qualidade de vida dos moradores dos grandes centros urbanos, uma vez
que serve para manter o equilíbrio do ecossistema, que é muito agredido pelo
desenvolvimento das cidades.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
7/60
7
Podemos dizer que o paisagismo é a arte de recriar tudo o que é belo. Tem sua
origem na natureza, proporcionando belas paisagens e melhor qualidade de vida aos
indivíduos e à sociedade.
A importância do paisagismo
O paisagismo é uma atividade muito
importante na vida de todos, ainda que muitos
não o reconheçam como tal. Podemos dizer que
ele tem duas funções essenciais: a social e a
ecológica.
A função social do paisagismo se dá por meio da implementação de espaços que
têm o objetivo de favorecer o convívio entre a população de uma região, como praças,
parques e espaços públicos.
Também podemos identificar a função social desta profissão quando pensamos
que é por meio de um bom projeto paisagístico para uma grande cidade que a qualidade
dos habitantes melhora, beneficiando a todos.
Essas melhorias podem se dar através de um projeto que melhore a arborização da
cidade e o ajardinamento, o que ajuda a diminuir o calor naquele espaço e os índices de
poluição.
Já o equilíbrio ecológico se mostra cada vez mais importante em um planeta que
se preocupa crescentemente com a preservação da natureza. O equilíbrio ecológico
depende cada vez mais do paisagismo, com seus projetos de implantação e manutenção
de áreas verdes nas grandes cidades.
Para que exerça essa função, é preciso que o projeto paisagístico não leve em
consideração apenas a dimensão decorativa, mas, sim, que procure se adequar o
máximo possível as necessidades do local em que ele será executado. Isso significa
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
8/60
8
incluir espécies de plantas que atraem pássaros e pensar no aumento da densidade das
folhas, que são dois fatores essenciais para a promoção do equilíbrio do ecossistema.
Atrair pássaros às áreas urbanas é importante, pois eles são responsáveis pela
dispersão das sementes das plantas frutíferas e também enriquecem a paisagem das
cidades. A densidade foliar, por sua vez, tem a função de oxigenar o ambiente urbano,
cada vez mais poluído pela grande circulação de veículos e pela atividade industrial.
Jardinagem
A jardinagem é o trabalho de um profissional ou de um leigo para manter um
local público ou privado de acordo com o plano paisagístico projetado para aquelelugar. Em outras palavras, é o processo de manter as
plantas regadas, podadas e sadias, ou seja, a jardinagem é
responsável pelo cultivo do jardim e pela garantia da sua
existência.
A prática da jardinagem é, na grande maioria dos
casos, destinada a fins ornamentais, mas ela também pode
ser aplicada com fins educativos, como no caso de um zoológico ou jardim botânico,assim como na urbanização de determinados espaços na cidade, como praças e parques.
Dessa forma, podemos perceber como a jardinagem se relaciona intimamente com
o paisagismo, uma vez que essas duas práticas caminham juntas. O paisagismo é
responsável pela concepção do projeto paisagístico da área, ou seja, pela distribuição
das plantas ornamentais, equilíbrio das cores e das espécies que serão utilizadas e
adequação da utilização do espaço. A jardinagem entra no momento da implantação e
da manutenção do projeto. Em outras palavras, as duas práticas são interdependentes, euma estaria incompleta na ausência da outra.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
9/60
9
Como contratar um bom jardineiro
Para ser um bom profissional desta área, é preciso que o jardineiro domine alguns
conhecimentos básicos. Infelizmente, existem muitos jardineiros que não têm os saberes
mínimos para exercer essa profissão, o que tem como consequência o prejuízo do jardim
que deveria estar sendo cuidado.
Para evitar que isso aconteça com o seu jardim é
preciso que sejam tomados alguns cuidados no
momento de contratar uma pessoa para cuidar dele.
Vamos listar alguns passos, como sugestão, que você
pode adotar no momento de escolher o prestador deserviços:
a) Peça indicações a conhecidos sobre
profissionais em que eles confiam e que já puderam
verificar a qualidade do trabalho.
b) Peça referências de seus últimos trabalhos para conferir a qualidade do serviço
prestado.
c) O bom jardineiro sabe lidar com as plantas de maneira segura, pois possui
experiência com elas. Ele não tem a necessidade de fazer uso de artifícios verbais para
“impressionar” o cliente.
d) A maioria dos bons jardineiros não procura serviço de porta em porta, pois eles
têm sua clientela fixa que já conhece a qualidade do serviço.
e) Um bom profissional de jardinagem possui as próprias ferramentas, sempre
bem conservadas.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
10/60
10
Muitos dos chamados “maus jardineiros” são pessoas que não receberam uma
profissionalização correta ou específica para esta área e muitos apenas encaram essa
atividade como um “bico”, ou seja, um trabalho temporário para ganhar renda extra.
Se você pretende que seu jardim esteja sempre bem cuidado, com uma boa
manutenção das plantas e do espaço, procure um profissional qualificado e com
referências para exercer o trabalho.
Caso não tenha a intenção de contratar um jardineiro, mas fazer você mesmo a
manutenção do seu jardim, listamos alguns “pecados” que devem ser evitados:
- Fazer uma poda desregrada, mutilando as plantas sem deixar condições para queelas sobrevivam.
- Adição de terra saibrosa, geralmente impermeável, nas áreas do jardim, o que
impossibilita a passagem de água e é danoso às plantas.
- Aplicação de adubos sem o conhecimento da quantidade correta, o que pode
intoxicar as plantas.
- Plantar árvores em buracos muito rasos, ou sobre lajes de concreto, o que
impede que as raízes cresçam e as plantas se desenvolvam.
- Cobrir o gramado com muita terra, impedindo-o de respirar, o que provoca a
morte da grama.
1.2 – Os jardins no Brasil e nas Américas
Um dos fatores que influenciam decisivamente na composição de um jardim é o
contexto cultural em que ele está inscrito. Se compararmos, iremos perceber que um
jardim europeu é muito diferente de um jardim feito no México, por exemplo. Veja a
seguir:
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
11/60
11
Jardim do Palácio do Governo, Cidade do México
Jardim do Palácio de Versalhes, França.
Devido à colonização europeia no continente americano, evidentemente que o
estilo da composição das paisagens, que é predominante nas américas, sofreu forte
influência das concepções dos europeus em relação ao que era belo e harmonioso.
Antes da chegada dos espanhóis e portugueses no continente americano, sabe-se –
por meio de escavações arqueológicas – que as civilizações Maia, Asteca, Tolteca e
Inca tinham o hábito de cultivar jardins.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
12/60
12
De acordo com M. Coutinho dos Santos, depois da chegada de Cristóvão
Colombo à América e de Pedro Álvares Cabral às terras brasileiras se expandiu a
influência ibérica e europeia como um todo em nosso continente.
O contato das civilizações ameríndias e europeias teve como consequência o
desaparecimento, quase que total, dos produtos da cultura indígena e, no que se refere
aos jardins, somente possuímos vestígios arqueológicos.
Quando o Estilo Barroco entrou em alta na Europa, no final do século XVII, ele
foi trazido ao continente americano, dando início ao estilo colonial e de missões. A
obrigatoriedade de um pátio nas casas construídas neste estilo causou o aparecimento do
jardim fechado, que lembrava os jardins dos monges na Idade Média, ou os jardins dosmuçulmanos na Espanha ocupada pelos árabes neste período.
Geralmente encontramos todos os tipos de jardins ao longo do continente
americano. Devido à maior influência britânica, a América do Norte apresenta grande
quantidade de jardins à inglesa. No México e em países de língua espanhola e que
conservaram laços com a tradição indígena, o estilo predominante é o Colonial, com
elementos decorativos inspirados na cultura de seu povo.
Já no Brasil a influência dos portugueses foi diferente do que a exercida pelos
colonizadores espanhóis e a jardinagem só foi possível quando se formaram grandes
fortunas e, para abrigar seus donos, determinou-se que deveriam ser criadas chácaras e
quintas, cujas decorações foram descritas por Taunay:
“ À frente ou lateralmente às casas grandes, existiam bonitos jardins
cultivados com capricho. Ao centro, ostentavam o invariável repuxo
sobre tanque de azulejos, em que viviam peixinhos de vivo colorido. Atrás das mansões ou próximos às mesmas surgiam os pomares,
geralmente muito agradáveis e abrangendo grande área toda
plantada de árvores e arvoredos frutíferos da maior diversidade
possível.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
13/60
13
Em local apropriado ficavam as hortas, também agradáveis,
cultivadas com cuidado e sortidas de hortaliças da máxima variedade
e cuidadas, quase sempre, por chacareiros portugueses.
Muito interessante a irrigação praticada nas hortas de antigamente:
pelas principais ruas corriam reguinhos d’água, nos quais, de
distância em distância, haviam pequenas poças no próprio chão,
dessas poças, tiravam os hortelãos a água em cuidas amarradas em
cabos de pau, assim, arremessada aos canteiros.
Dando para o jardim ficavam, geralmente, certas dependências da
moradia, tais como a sala de bilhar, a das armas e a da escola dos
sinhôs-moços, onde o ensino era ministrado por professores
competentes.”
Conde de Taunay, citado em Manual de Jardinagem e Paisagismo.
Atualmente, e, sobretudo, nas grandes cidades, com o desenvolvimento urbano,
tem-se desenvolvido o interesse pelo jardim. Todavia, o elevado custo das áreas urbanas
e a rigidez geométrica dos modernos arranha-céus vão substituindo paulatinamente os
parques das residências senhoriais por pequeninos jardins.
A falta de locais adequados para recreação de crianças e jovens também contribui
para a deterioração precoce dos jardins públicos, o que exige uma cautela dos cidadãos
e das autoridades competentes para a preservação destes espaços.
Mas existem algumas cidades brasileiras que souberam aproveitar seu espaço para
o cultivo de áreas verdes de grande valor paisagístico, em especial no Rio de Janeiro.
Vejamos alguns exemplos de jardins no Brasil.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
14/60
14
Jardim Botânico, no Rio de Janeiro
Jardim do Museu do Ipiranga, São Paulo
Jardim Botânico de Curitiba, Paraná
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
15/60
15
Praça dos Cristais, Brasília, DF
1.3 – A importância do solo
Quem planeja ter um jardim saudável e que se perpetue ao longo do tempo,
precisa saber que o primeiro passo para isso acontecer é que o solo seja bem preparado
para receber as plantas. A terra é a sustentação essencial às mudas das plantas e suaqualidade é determinante para a sobrevivência e o bom desenvolvimento delas.
Em razão disso, quando um jardim é planejado, é preciso que seja feita uma
avaliação do solo, a fim de verificar os seguintes fatores:
- teor de pH
- quantidade de micro e macro nutrientes minerais e orgânicos
- constituição granulométrica
Ao conhecer as propriedades da terra e suas possíveis deficiências é possível fazer
as correções necessárias, de acordo com as plantas que você pretende colocar no jardim.
É preciso que o solo seja bem preparado antes do plantio, para que ele seja um suporte
eficiente, propiciando às mudas um bom desenvolvimento rapidamente.
Em um primeiro momento, observe o que cresce no terreno, pois o tipo de planta
existente é um ótimo indicativo de como está a qualidade do solo. Três plantas que
indicam que o solo está ideal para o cultivo são: o dente-de-leão, a mamona e o picão
preto.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
16/60
16
Dente de Leão
Mamona
Picão Preto
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
17/60
17
Quando o solo está muito ácido, plantas como o capim barba-de-bode, a
samambaia das taperas (ou samambaia do campo) e o sapé costumam a crescer. Neste
caso, a correção do pH se torna necessária.
Capim Barba-de-Bode
Samambaia das Taperas
Sapé
Outra maneira de verificar o solo é cavando um pequeno buraco para conferir acor dele – quanto mais escuro, mais rico em nutrientes. Se a terra apresentar a cor entre
preto e marrom significa que a sua qualidade é boa, pois ela é rica em matéria orgânica
e é capaz de reter água e ar na quantidade ideal para as plantas ornamentais.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
18/60
18
Se a terra estiver avermelhada significa que o solo é bom para o plantio, mas tem
excessiva quantidade de argila. Neste caso, o indicado é que se misture areia e esterco
no solo. Quando o solo está amarelo, ele possui pouca quantidade de nutrientes e muita
areia e, neste caso em particular, é preciso que seja feita uma análise da terra em
laboratório.
Quando o solo não é analisado, em particular solos visivelmente pobres, podem
acontecer problemas ligados à deficiência de nutrientes e inadequação em relação às
plantas que serão cultivadas, o que acaba tendo como consequência a necessidade de
trocar a terra. Se isso acontecer, o valor inicialmente planejado será acrescido do custo
de troca da terra.
A análise do solo poderá ser feita em laboratórios oficiais ou particulares. Em
geral, o tempo para a avaliação é de uma semana, mas isso pode variar de acordo com a
época do ano, pois em alguns períodos a procura de agricultores por essa análise é
grande e o prazo pode ser estendido.
Os laboratórios fornecem os critérios que deverão ser preenchidos para a análise
do solo, mas, em geral, deve ser coletada uma amostra de terra a cada 500m². Essas
amostras são colhidas de porções de solo de até 30 cm de profundidade, em média, epostas em sacos plásticos limpos, na quantidade de ½ kg por amostra.
Para ter um resultado mais confiável, é aconselhável que sejam colhidas várias
amostras de terra nos diversos pontos do terreno, misturando-as e, em seguida, tirando a
quantidade necessária para ter a amostra com ½ kg a cada 500m².
A análise é importante porque ela indica o grau de acidez, o teor de hidrogênio,
cálcio, magnésio, alumínio e matéria orgânica existente no solo, sendo que esses são oselementos que determinam a adubação ideal para o terreno.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
19/60
19
CORREÇÃO DO PH E DA FERTILIDADE
Para medir a acidez do solo, o parâmetro adotado é o pH, em uma escala que varia
de 1,0 a 14,0 – sendo que, quanto mais perto de 1,0, mais ácido é o solo e, quanto mais
próximo de 14,0, mais alcalino. Quando o pH é 7,0 o solo é neutro. Veja a escala
abaixo:
Na maioria dos solos o pH varia de 3,0 a 9,0, sendo o pH ideal entre 6,0 e 6,5 para
a maioria das plantas ornamentais. Se o solo estiver muito ácido, as plantas não
conseguirão absorver os nutrientes da terra completamente e seu crescimento será
prejudicado.
Se você quiser medir o pH da terra de seu jardim, precisa ir a uma loja
especializada em produtos químicos e comprar um peagâmetro, um aparelho que, ao ser
colocado na terra, indica o pH.
Em geral, o solo brasileiro costuma ser muito ácido, o que torna necessária a
correção do pH da terra. Caso verifique a necessidade de correção do pH, a cada ponto
de pH que precise corrigir, misture 150g de calcário dolomítico por m².
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
20/60
20
Por exemplo:
pH do solo pH desejado Quantidade de calcário
dolomítico (a cada m²)
4,0 6,0 300g
A conta feita para chegar a este número foi a seguinte:
1 ponto de pH = 150g de calcário dolomítico
Como precisaremos corrigir em 2 pontos o pH do solo, temos:
2 x 150g = 300g
No caso acima, para corrigir um pH de 4,0 para 6,0, é preciso que sejam aplicados
300g de calcário dolomítico a cada metro quadrado. Se o terreno tiver 30m², a conta
ficará da seguinte forma:
Se a cada 1 m² precisamos de 300g de calcário dolomítico, para corrigir todo oterreno serão necessários:
30 x 300g = 9000g de calcário ou 9 kg
A aplicação do calcário dolomítico
demora 30 dias para fazer efeito e corrigir
o pH do solo, então, faça a aplicação um
mês antes de começar a plantar.
Caso o solo do seu jardim esteja
alcalino é preciso que seja aplicado sulfato
de amônia uma semana antes do plantio.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
21/60
21
TIPOS DE TERRAS E SUAS PROPRIEDADES
Já mostramos que a cor do solo é um bom indicativo da qualidade dos nutrientes
presentes nele. Agora vamos estudar como observar os elementos visíveis que
compõem a terra e o que eles nos indicam sobre a sua qualidade. As características
podem ser classificadas em:
a) Elementos grossos, como pedras e cascalho;
b) Elementos finos, como areia, argila e limo;
A terra que tem grande quantidade de elementos grossos, desde que não apresente
muita argila em sua composição, possui grande permeabilidade. A que possuir muitoselementos finos, se não tiver uma quantidade de argila menor do que a de húmus, é
pouco permeável e, assim, a água tem mais dificuldade de alcançar as raízes das plantas
.
Para que o solo seja ideal para as plantas ornamentais, é necessário que haja
equilíbrio entre os elementos grossos e finos. Também é preciso manter o maior índice
possível de húmus no solo, o que irá assegurar a sua fertilidade, além de um bom
escoamento da água e as condições necessárias para o desenvolvimento das raízes.
MINHOCAS
Uma medida que interfere pouco na composição original do solo é a inclusão de
minhocas na terra onde será feito o plantio. Elas são trabalhadoras incansáveis na
manutenção do solo, conservando-o areado, o que melhora a sua permeabilidade.
Seu trabalho se dá por meio da escavação constante do solo, formando galerias
rasas que tornam a terra mais fofa e rica em vida micro-orgânica. A alimentação dasminhocas absorve aproximadamente 4% dos nutrientes da terra, e as excreções
produzidas por elas são consideradas um fertilizante natural para o jardim.
A luz do sol é fatal para as minhocas, pois causa desidratação e morte. Por isso,
elas permanecem embaixo da terra durante todo o dia, saindo apenas à noite para se
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
22/60
22
reproduzirem. As minhocas também saem da terra quando ela está excessivamente
molhada, pois não conseguem respirar nesta condição em que o nível de oxigênio no
solo é menor.
A incorporação de minhocas à terra dos jardins em que elas não existem, ou que
existem em quantidade insuficiente, é uma técnica que garante a fertilidade natural do
solo, além de favorecer o desenvolvimento mais rápido das raízes das plantas.
1.4 – Preparação do solo e adubação
Para preparar o solo a fim de receber o jardim, o primeiro passo é fazer uma
limpeza geral de toda a área, arrancando as ervas daninhas e a vegetação invasora. Desta
maneira, as ervas daninhas devem ser cortadas
com um arrancador de tiririca, pois essa
ferramenta permite o alcance das raízes mais
profundas da planta.
Ao tirar as raízes e os tubérculos da terra,
eles devem ser colocados em um saco plástico e
incinerados. Essa medida pode parecer um exagero, mas não o é, pois as ervas daninhas
infestam novamente o terreno quando sobrevive algum resquício de tubérculo ou raiz na
tera.
Depois que as ervas daninhas forem eliminadas, o terreno deve ser todo revirado
por enxadão ou enxada rotativa (quando se tratar de grandes áreas), atingindo a
profundidade de 30 cm.
Em seguida, os torrões de terra devem ser quebrados com o forcado ao mesmo
tempo em que se tiram as raízes e restos de entulho, tais como cacos de telhas,
cerâmica, tijolo, entre outros.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
23/60
23
Terminado esse processo, a terra estará limpa e preparada para receber os adubos.
Na incorporação deste, também utilizaremos o forcado para misturar o fertilizante à
terra, renivelando em seguida (ainda que grosseiramente) a área.
Feita a limpeza, a aração e a adubação do solo, a terra terá que ser deixada
descansando por dez dias, sendo regada diariamente. Esse período é importante, pois se
sobrar algum resquício de vegetação, ela brotará nestes dez dias e será possível arrancá-
la antes que o plantio comece. Além disso, os fertilizantes são absorvidos durante esse
tempo, evitando que as raízes se queimem devido ao contato direto com a terra.
A última fase de preparação do solo é seu nivelamento definitivo. Em primeiro
lugar, a terra deve ser movimentada com uma enxada larga, a fim de cobrir as partes queestão desniveladas. Isso feito, deve-se passar o rastelo para os acertos finais de limpeza
e nivelamento do terreno.
O processo de nivelamento do terreno é importante porque ele garantirá que não
existam pontos em que a água da chuva e da rega fique armazenada, o que causaria um
encharcamento excessivo daquele pedaço de terra.
O terreno deve ser pensado de forma que a água possa escorrer livremente para ospontos de drenagem, caso contrário a terra ficará muito molhada e com pouco oxigênio,
o que irá matar as plantas.
Por este motivo, é extremamente importante que os pontos de drenagem do jardim
sejam cuidadosamente planejados. Esses pontos têm a finalidade de facilitar o
escoamento do excesso de água que, pelas regas ou ação das chuvas, não é absorvida
pelo solo e que, permanecendo na terra, poderia encharcá-la causando o apodrecimento
das raízes das plantas.
A drenagem do terreno pode ser feita de forma natural ou artificial, dependendo
da topografia e da permeabilidade do solo.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
24/60
24
Se o terreno tiver uma permeabilidade média e for inclinado na direção da rua, o
sistema de valetas subterrâneas pode ser adotado, preenchendo-as com pedrisco grosso,
o que possibilitará o escoamento da água para a rua. O pedrisco grosso é um tipo de
pedra pequena que tem origem na areia dos rios, com acidez neutra e grande capacidade
de drenagem da água. A valeta principal deve ser cavada na porção mais firme do solo,
com uma profundidade média de 40 cm abaixo da superfície. Veja a figura abaixo.
Paisagismo, Jardinagem e Plantas Ornamentais, pág.43
Se o terreno em que você for cultivar o seu jardim for plano, a drenagem pode ser
feita por meio de covas colocadas em pontos estratégicos, com a profundidade média de40 cm abaixo da superfície de plantio, conforme a necessidade de cada área, também
sendo preenchida com pedrisco grosso. Veja a ilustração abaixo.
Paisagismo, Jardinagem e Plantas Ornamentais, pág.43.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
25/60
25
Os dois últimos métodos descritos são modelos de drenagem natural, que podem
ser adaptados à necessidade do solo em que você irá cultivar o jardim. Nos locais em
que os tipos de drenagem natural não forem possíveis, é preciso recorrer à drenagem
artificial.
Um sistema de drenagem artificial é o que utiliza manilhas furadas, tubos de
concreto com furos que servem para escoar artificialmente a água de um terreno. Estas
manilhas são colocadas na camada firme do subsolo e são cobertas por uma camada de
pedrisco grosso para evitar que a terra obstrua os buracos por onde passará a água.
É importante ressaltar que não apenas em um grande jardim a drenagem seapresenta como essencial, mas também em jardins internos, vasos e jardineiras. Os
canteiros de concreto, presentes em prédios de apartamentos, por exemplo, também
precisam de um meio de drenagem eficiente.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
26/60
26
ADUBAÇÃO
Como todos os seres vivos, as plantas precisam de nutrientes que serão
responsáveis pela sua manutenção e renovação de suas células. Para que o solo consiga
fornecer esse alimento às plantas, é preciso que ele preserve a própria fertilidade por
meio do equilíbrio biológico, que é mantido pelos micro-organismos que vivem na
terra.
Uma parte dos nutrientes da terra sai dela em função
da rega excessiva ou das chuvas, que carregam muitos
elementos fundamentais para a manutenção da fertilidade
do solo. Na natureza, sem a interferência humana, o equilíbrio é perfeito, pois os restosde vegetais, insetos, excrementos – entre outros compostos orgânicos – permanecem
sobre a terra, decompondo-se e sendo transformados em adubo natural (ou bio-húmus).
Nos jardins e áreas verdes das grandes cidades isso não acontece devido à
intervenção do homem nesses espaços. Por isso, é importante que, se você for cultivar
um jardim, conserve a fertilidade da terra através da adição de adubos.
Os adubos são fertilizantes do solo que permitem manter a terra em perfeitascondições para o plantio, repondo os nutrientes perdidos periodicamente pela terra.
A forma mais correta de adubação é a mistura entre componentes químicos, ou
adubos sintéticos (ou inorgânicos) e componentes orgânicos, que devem ser
incorporados à terra a cada seis meses, de acordo com a fertilidade do solo.
Podemos dividir os adubos orgânicos, ou seja, de origem natural ou animal, nas
quatro categorias abaixo:
1) Esterco animal (de cavalo, porco, gado, coelho ou galinha), que é rico em
matéria orgânica e material fibroso.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
27/60
27
- Esterco de cavalo, porco e gado: utilizado bem curtido (ou seja, molhado), na
proporção de 2 kg a cada metro quadrado da porção de terra cultivada. Este tipo de
adubo é deficiente em fósforo e, por isso, é recomendado que sejam adicionados 30g de
farinha de osso a cada quilo de esterco.
- Esterco de galinha: também deve ser usado bem curtido, na quantidade de 200g
a cada metro quadrado de jardim. É deficiente em potássio, portanto precisa ser
complementado com 1 kg de cloreto de potássio a cada 100 kg de esterco. Este adubo é
rico em fósforo e é excelente para o crescimento abundante das plantas.
- Esterco de coelho: dentre os estrumes animais é o melhor de ser utilizado como
adubo, pois há um bom equilíbrio entre os nutrientes, não apresentando necessidade deser complementado. Deve ser usado 1 kg a cada metro quadrado do jardim, estando bem
curtido.
2) Farinha de ossos, adubo rico em fósforo. Tem a ação lenta, e seus efeitos
permanecem por até dois anos no solo em que é aplicado. Não deverá ser usado no caso
da terra ter sido misturada com pó calcário, pois este elemento anula os efeitos positivos
da farinha de ossos. Nas áreas gerais do jardim são utilizadas 250g a cada metro
quadrado e nas covas de plantio de árvores e arbustos deverão ser aplicados 800g docomponente, bem misturado à terra. É adubo ideal para áreas com muitas flores e frutos.
3) Farinha de sangue, com alto nível de nitrogênio, age de forma rápida. Para não
perder seu poder fertilizador, deve ser aplicado 15 cm abaixo da superfície do solo.
Devem ser aplicadas 50g a cada metro quadrado.
4) Composto vegetal, que é um adubo
equilibrado e rico em húmus, com custo muitobaixo, pois é produzido a partir dos resíduos
vegetais do próprio jardim.
Em relação aos adubos inorgânicos ou
sintéticos, podemos dividi-los em três tipos:
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
28/60
28
I) Adubos nitrogenados: o nitrogênio é responsável pela brotação e pela
estruturação das folhas e dos caules das plantas. Estes adubos devem ser aplicados
sempre na época em que a vegetação estiver brotando, evitando a aplicação na época de
dormência das plantas.
São altamente solúveis em água e, por isso, são levados do solo pela rega e pela
chuva para as camadas mais profundas da terra. Não devem ser aplicados diretamente
nas folhas das plantas, pois isso causará queimaduras. A maneira mais segura de aplicar
os adubos nitrogenados é misturar 2g a cada litro de água e aplicar na terra. Os tipos
mais comuns de adubos nitrogenados são:
a) Salitre do Chile: tem ação alcalina e é usado para corrigir a acidez do solo.Devem ser aplicadas 50g a cada metro quadrado de terreno a cada seis meses. As épocas
mais apropriadas para a aplicação são: o começo da primavera e o final do verão.
b) Sulfato de Amônio: utilizado para corrigir a alcalinidade do solo. Deve ser
usado com pó de calcário para evitar que o sulfato de amônio queime as raízes das
plantas. Deve ser diluído em água na proporção de 1g por litro. Aplicação anual, no
início da primavera. Sua ação na terra é lenta.
c) Salitre Potássico: fertilizante com dupla ação, que favorece a brotação e a
estrutura foliar das plantas, além de fortalecer seus tecidos, aumentando sua resistência
à seca. Deve ser misturada 1g do produto a cada litro de água, com aplicação no início
da primavera.
II) Adubos fosforados: são responsáveis por estimular a floração, a frutificação e a
formação de sementes, assim como o enraizamento destas. Caso você não queira que
determinadas plantas floresçam ou que haja grama no jardim, aplique apenas a dosagemmínima de 10g por metro quadrado a cada ano. Os adubos fosforados são mais eficazes
se aplicados no início do outono. Seus tipos são:
a) Superfosfato: é ideal para estimular a floração, frutificação e formação de
sementes em canteiros de flores, árvores, arbustos floríferos, pomares etc. Caso queira
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
29/60
29
ter um jardim florido, aplique 50g a cada metro quadrado. Não deve ser aplicado no
solo em que tenha sido usada cal há menos de seis meses.
b) Superfosfato duplo: possui as mesmas propriedades que o superfosfato, sendo
mais concentrado que este. Deve ser aplicado na proporção de 30g a cada metro
quadrado anualmente, de preferência no início do outono.
III) Adubos potássicos: o potássio é responsável pela estruturação das plantas,
fazendo-as mais resistentes aos períodos de seca, assim como doenças e pragas. Tem
lenta absorção pelo solo e, por isso, deve ser aplicado anualmente, no final do outono.
Os mais utilizados são:
a) Cloreto de Potássio: tem a propriedade de absorver a umidade do ar e
incorporá-la ao solo. Para evitar que esse adubo se transforme em água, ele deve ser
armazenado em recipientes hermeticamente fechados. Pode ser misturado com
superfosfato e salitre. Sua aplicação deve ser na proporção de 30g a cada litro de água
por metro quadrado de terreno, uma vez por ano.
b) Sulfato de Potássio: é usado em terras muito ácidas, devido ao seu efeito de
alcalinização. As dosagens e as combinações são iguais aos do cloreto de potássio.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
30/60
30
Unidade 2 – Construindo o Jardim
Olá aluno,
Na Unidade 2 você irá aprender como construir o seu jardim. Veremos quais são
as etapas de construção e quais são as ferramentas necessárias.
Veremos detalhadamente como realizar as nove etapas de construção da sua área
verde, assim como quais são as pragas e doenças mais comuns nos jardins, como
identificá-las e eliminá-las com o mínimo de prejuízo.
Bons estudos!
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
31/60
31
2.1 – Ferramentas necessárias
As etapas de construção do jardim são, em linhas gerais, as seguintes:
1) Limpeza e desbravamento do terreno.
2) Terraplanagem.
3) Locação da planta no terreno.
4) Construção das vias de acesso.
5) Reparo do terreno.
6) Plantação do jardim.
Assim que essas etapas tiverem sido superadas, ou seja, quando o jardim já estiver
plantado é preciso começar o trabalho de manutenção. As etapas da manutenção são:
7) Cultura das plantas.
8) Defesa sanitária do jardim.
9) Limpeza.
Vamos abordar cada uma dessas fases mais detalhadamente mais adiante no
presente curso. Neste momento, discriminaremos esses processos para que você possa
conhecer as ferramentas necessárias em cada uma delas.
É importante que você escolha as ferramentas de acordo com a extensão do jardim
que pretende cultivar e selecione os equipamentos de melhor qualidade para que eles
não prejudiquem as plantas e você não tenha gastos futuros com consertos de peças.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
32/60
32
De acordo com as seis etapas de construção do jardim, foram listadas as
ferramentas necessárias a cada uma delas, conforme você pode verificar:
1) LIMPEZA E
DESBRAVAMENTO DOTERRENO
- FOICE
- ENXADA- ENXADÃO- FORCADO- ANCINHO- PÁ- CARRINHO DE MÃO- ARRANCADOR DE TIRIRICA
2) TERRAPLANAGEM
- ENXADA- ENXADÃO- ANCINHO- PÁ- CARRINHO DE MÃO
3) LOCAÇÃO DAPLANTA NO TERRENO
- BALIZAS- ESTACAS- MACETE
- TRENA
4) CONSTRUÇÃO DASVIAS DE ACESSO
- ENXADA- ENXADÃO- ANCINHO- PÁ- CARRINHO DE MÃO- SOQUETE OU PEQUENOCOMPRESSOR
5) PREPARO DAS PEÇAS - ENXADA
- ENXADÃO- ANCINHO- PÁ- PÁ DIREITA- CARRINHO DE MÃO
6) PLANTAÇÃO DOJARDIM
- ARRANCADORES- PLANTADORES DIVERSOS- ENXADA- ENXADÃO- PÁ DIREITA- CARRINHO DE MÃO- PODÃO- CANIVETE- TESOURAS DE PODAR
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
33/60
33
As ferramentas necessárias entre as etapas 7 e 9 são:
7) CULTURA DASPLANTAS NO JARDIM
- ESCARIFICADORES MANUAIS- ENXADA
- PÁ-DIREITA- TESOURA DE PODA- CANIVETES PARA ENXERTOS- PODÕES- REGADORES OU MANGUEIRA- CORTADOR DE GRAMA
8) DEFESA SANITÁRIADO JARDIM
- PULVERIZADOR- POLVILHADOR- TESOURAS DE PODA- PODÕES- PINCÉIS PARA CAIAÇÃO DETRONCOS- ESCOVAS DE AÇO
9) LIMPEZA DO JARDIM
- VASSOURAS- ANCINHO- FORCADO- CARRINHO DE MÃO
A partir da lista apresentada podemos dizer que existe um mínimo de 24 peças
que devem estar presentes na construção e manutenção de um jardim. Veremos a seguir
como são essas ferramentas e que funções elas exercem.
- Foice
A foice é usada no momento de desbravamento do terreno,
quando o objetivo é fazer o corte baixo do mato, preparando o solo para a
capina. Além disso, a foice pode ser utilizada para cortar arbustos e
galhos não muito grossos.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
34/60
34
- Enxada
A enxada será usada na capina do terreno a ser preparado para a jardinagem, ou
seja, ela irá retirar o mato que está no solo. Além de servir para a capina, a enxada é útilpara escavar e revolver a terra, espalhando e misturando adubos, por exemplo. Para
escolher uma enxada de boa qualidade, deve-se observar a qualidade deste material,
lembrando que uma boa enxada deve ter a lâmina de aço e o cabo de madeira lisa, bem
ajustado.
- Enxadão
O enxadão é usado quando
trabalhamos com um terreno muitocompacto, em que haveria muito trabalho
para que a enxada fosse utilizada. O
enxadão é uma enxada de lâmina mais estreita e mais grossa que a enxada comum.
Normalmente, tem o cabo mais curto que o da enxada, formando com ele um ângulo de
90° – sendo que a enxada forma um ângulo menor que o de 90° com o seu cabo.
- Forcado
O forcado é utilizado no processo de juntar omato que foi capinado ou roçado. É uma espécie de
garfo grande, que permite a realização do trabalho com rapidez e eficiência.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
35/60
35
- Ancinho
A diferença entre o ancinho e o garfo é que o primeiro tem
dentes mais numerosos e próximos uns dos outros. Isso faz com
que ele seja eficiente em juntar os restos dos detritos resultantes da
capina ou do roçado que eventualmente escaparam ao garfo. Além
disso, o ancinho é útil para espalhar a terra no acabamento final,
servindo também como escarificador.
- PáAs pás são semelhantes a colheres em
tamanho maior: servem para movimentar
pequenas porções de terra ou para colocar
lixo ou terra nos carrinhos de mão. Existem
pás em tamanhos, formas e cores diferenciadas, mas todas prestam o mesmo serviço.
- Pá-direita
A pá-direita se diferencia da pá comum pela lâminamais plana, mais curta, mais estreita e mais grossa do que a
lâmina da pá. Ela serve para revolver e escavar a terra,
arrancar plantas e acertar as bordas do jardim. Em muitos
casos, pode substituir os serviços destinados ao enxadão com maior eficiência.
- Plantadores
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
36/60
36
Os plantadores são destinados ao plantio de pequenas mudas e variam em
relação à forma e ao tamanho.
- Arrancadores de plantas (em geral)
Os arrancadores de plantas são engenhosos
utensílios pensados para essa prática, com relativo
sucesso, da operação de arrancar pequenas plantas sem
danificar as raízes. É usado quando você precisar transplantar uma planta ou quando
quiser tirar ervas daninhas do solo.
- Arrancador de tiririca
Os arrancadores de tiririca são instrumentos específicos
para a retirada de ervas daninhas do terreno quando os
arrancadores comuns não se mostram eficientes.
- Tesouras de poda
As tesouras de poda podem ser utilizadas para aparar
gramados e plantas durante as podas de limpeza, para cortes deramos finos e para colher flores sem danificar a planta.
- Escarificadores
Esse nome é destinado a uma série de pequenas
ferramentas que têm a finalidade de quebrar a crosta endurecida
que se forma após alguns dias em que o terreno foi preparado eplantado. Os escarificadores são usados na capina e na retirada
de plantas daninhas quando os outros instrumentos não conseguiram realizar esse
trabalho.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
37/60
37
- Cortador de grama
Os cortadores de grama, como o próprio nome já diz, são as
ferramentas utilizadas para o trabalho de aparar a grama. Existem
vários modelos e tamanhos, mas eles diferem na qualidade do
material e servem basicamente para a mesma utilização.
- Canivetes para enxertar
O canivete para enxertar é adaptado para
facilitar o enxerto de borbulha, que é um processode propagação de plantas muito eficiente. Esse
processo consiste em pegar um pedaço da casca da
outra planta, juntamente com um gomo desta, e
inseri-lo no caule de uma segunda planta, para que a primeira cresça a partir da estrutura
da segunda.
- Podão
O podão é o instrumento usado na poda das plantas e é muito útil
no caso de se precisar alisar as superfícies que ficaram ásperas.
- Regadores
Os regadores são recipientes dotados de um cano,vazado na ponta, que servem para distribuir água às plantas da
mesma forma que a chuva.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
38/60
38
- Mangueira
A mangueira é um tubo de plástico flexível que fica
presa por uma extremidade à saída de água (torneira) e
possui, na outra extremidade, uma abertura por onde passa a
água, da mesma forma que o regador. Mas a diferença
essencial é que a mangueira tem a capacidade de distribuir mais água a uma área maior
do jardim. Não deve ser utilizada no caso da rega de vasos, por exemplo, onde o mais
indicado é o uso do regador.
- Pulverizador
No momento em que você fizer a defesa sanitária de seu
jardim, é preciso utilizar o pulverizador para espalhar sobre as plantas
as diversas soluções para afastar insetos e pragas nocivas ao jardim.
Os pulverizadores variam de acordo com a necessidade de seu jardim:
se ele for pequeno, você pode utilizar um modelo menor, como o
ilustrado pela primeira figura. Se for uma área de extensão média ou grande, utilize o
pulverizador ilustrado na segunda figura.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
39/60
39
- Pincéis para caiação de troncos e escovas de aço
A limpeza e criação dos troncos é feita na fase de defesa
sanitária do jardim. A limpeza dos troncos é feita com a escova
de aço, e a caiação dos mesmos com pincéis comuns,
igual ao utilizado pelos pintores. O processo de caiação
é a pintura dos troncos das árvores com cal, conforme a figura abaixo.
- Vassouras
Na etapa de manutenção do jardim, você precisará
varrê-lo diariamente. Se você for comprar vassouras em uma
loja especializada em produtos de jardinagem, peça uma
específica para limpeza urbana.
- Carrinho de mão
O carrinho de mão é responsável pelo transporte de tudo
que precisamos dentro do jardim. Ele pode ser feito pelo
próprio jardineiro, mas o mais recomendável é que você
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
40/60
40
adquira um bom carrinho de mão, feito com material de boa qualidade, em madeira ou
em ferro. Suas dimensões e alguns detalhes de sua constituição são variáveis, mas sem
grande influência na sua utilização.
- Soquete
O soquete, cuja forma também é variável, é
quase sempre um peso de madeiras, ajustado a um
cabo e destinado a comprimir terra nas vias de
acesso, achatando a terra.
2.2 – Etapas de construção de jardins
Agora que você conhece as ferramentas necessárias a
cada etapa da construção do jardim, vamos aprender como
deve ser executada cada uma dessas fases.
Em primeiro lugar, você irá desbravar o terreno. Isso
significa que você irá retirar o revestimento natural daquela
área, preservando as plantas ornamentais de acordo com o
que planeja manter em seu jardim.
No caso de jardins urbanos e residenciais, é muito rara a existência de vegetação
que necessite de maiores reparos. O mais comum é haver mato rasteiro ou ligeiramente
alto, muitas vezes por consequência do abandono da área. Neste momento, você iráutilizar, de acordo com a necessidade apresentada pela vegetação, a enxada, a foice e o
enxadão. Este último será usado para arrancar os tocos que a enxada não pode remover.
Em seguida, você deve amontoar o mato, que poderá ser queimado ou enterrado.
Enterrar é geralmente a melhor opção, pois essa ação contribui para a fertilidade do solo
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
41/60
41
e evita a queima desnecessária de material orgânico, o que polui a atmosfera com o gás
carbônico emitido no processo de queima. Além disso, ao queimar vegetação, em
particular em áreas cercadas por mata nativa, corre-se o risco de dar início a uma
queimada descontrolada, que irá se espalhar por uma área maior do que a inicialmente
prevista, causando danos enormes à natureza.
Feito o desbravamento do solo, o passo seguinte é fazer o nivelamento do terreno,
tampando buracos na superfície e desfazendo montes de terras desproporcionais,
deixando todo o terreno no mesmo nível.
Caso o terreno em que você está trabalhando esteja muito úmido, aplique os
sistemas de drenagem que já vimos no curso para que eles possibilitem o escoamento doexcesso de água.
Concluídos esses trabalhos, é o momento de fazer a locação da planta no terreno,
ou, em outras palavras, fazer a demarcação do jardim. O objetivo da demarcação é
transferir para o terreno as dimensões e posições dos elementos do jardim idealizados
no projeto feito anteriormente.
O projeto do jardim pode ser feito pelo próprio jardineiro ou pelo seu contratante,dependendo das dimensões deste. Mas você também poderá contratar um paisagista
profissional para elaborar o projeto, de acordo com as necessidades do local onde ele
será realizado.
Para fazer a locação, você deve começar a partir das vias de acesso demarcadas no
projeto, ou seja, a primeira marcação que deve ser feita no terreno é a que corresponde
aos locais destinados à circulação no jardim. As demarcações são feitas por piquetes
amarrados uns aos outros. Piquetes são pedaços de madeira pequenos cravados no solopara demarcar uma determinada área, conforme a figura abaixo.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
42/60
42
PIQUETE
A marcação do terreno por piquetes permite que o perímetro do terreno seja
contornado, assim como as áreas destinadas a cada parte do projeto do jardim.
Se você for enterrar o mato cortado no desbravamento do terreno, este é o
momento em que isso deve ser feito. Em cada parte do solo que não for se tornar uma
via de acesso, cave um buraco em uma profundidade de aproximadamente 50 cm. Ao
cavar, separe a terra escura, que está no plano mais superficial, da amarelo-
avermelhada, que está por baixo.
Feito o buraco, coloque o mato nele, intercalando com camadas de terra,
colocando primeiro as camadas de terra mais escura, pois elas permitirão que a matéria
orgânica armazenada se decomponha mais rapidamente. Isso garantirá uma maior
fertilidade à terra.
Terminada essa fase, começará a construção das vias de acesso, que é o ponto de
partida da construção do jardim. O primeiro cuidado a ser tomado é para que as águas
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
43/60
43
da chuva e da rega não fiquem paradas nas margens na via de acesso. Para isso, as vias
de acesso devem ser projetadas de uma forma em que as margens exteriores estejam um
pouco abaixo da linha da sarjeta, fazendo com que a água escoe neste espaço. Veja a
figura a seguir:
As sarjetas são canais que ficam no contorno das vias de acesso, variando entre 20
e 25 cm de largura. Sua finalidade é proteger a estrada do jardim, impedindo a água de
invadi-la e facilitando seu escoamento por meio das canaletas construídas ao seu redor.
Para pavimentar as vias de acesso em locais onde não está prevista a passagem de
veículos, o mais comum é a colocação de saibro comprimido pelo soquete. Mas existem
três outras possibilidades de pavimentação ornamental: com pedras toscas, com lajotas
de concreto ou com seixinhos lavados.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
44/60
44
Entendemos por pedras toscas aquelas que não têm uma dimensão única entre as
peças, ou seja, são irregulares.
Na colocação dos dois pisos (lajotas e pedras
toscas) o processo é o mesmo, mas a decisão
de colocá-las depende do estilo de jardim
que você quer ter. Se você quiser um jardim
no estilo francês, por exemplo, deve utilizar
as lajotas, que ornam melhor com desenhos
geométricos e de caráter mais harmônico.
Já os pavimentos de pedras toscas são mais aconselhados para jardins com umdesenho mais irregular e assimétrico, condizente com o caráter rústico deste material.
Mas é importante salientar que a dimensão, tanto das pedras toscas, quanto das lajotas,
apesar de ser variável, não deve ser demasiadamente pequena ou grande, a ponto de que
sua manipulação seja dificultada.
Já os seixinhos lavados nada mais são que
pequenas pedras que ficam soltas ao longo das
vias de acesso. Sua utilização é recomendadaapenas em regiões que possuam o material em
grande quantidade.
A colocação deste material é simples: basta
distribuir sobre a estrada já compactada pelo soquete
uma camada de seixinhos com a grossura suficiente
para que a terra que fica abaixo deles não seja vista.
As pedrinhas deverão ser pequenas e possuir, maisou menos, o mesmo tamanho entre si.
Depois da colocação do pavimento, você terá completado as fases de construção
do jardim de 1 a 4: limpeza e desbravamento (1), terraplanagem (2), locação da planta
do terreno (3) e construção das vias de acesso (4).
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
45/60
45
Agora é a hora de passar à fase 5: o preparo do terreno.
Esta etapa constitui a preparação do terreno para receber a vegetação e se divide
em duas fases distintas: determinação exata do contorno e relevo do terreno e preparo
daste para receber a plantação.
Para determinar o contorno e o relevo do terreno, é preciso estabelecer um
perímetro em cada pedaço do jardim, acentuando cada espaço, o que facilitará a
plantação. Se no perímetro houver curvas que não sejam arcos de círculos, é bom que
você as marque com estacas mais próximas umas das outras.
No caso do espaço ser circular, coloque uma estaca no centro do mesmo, pegueum barbante e marque todo o perímetro do círculo.
Depois de marcar o limite de cada parte do jardim, é preciso que se pense na
determinação do relevo. Neste momento você deverá nivelar todas as partes que serão
destinadas ao plantio.
Quando damos ao terreno seu formato definitivo, não deixamos de pisá-lo e
repisá-lo, o que tem como consequência o endurecimento do solo. Por isso, é precisoque seja feito o trabalho de revolvimento do solo, a fim de prepará-lo para o cultivo das
plantas. Neste movimento de terra, o solo do terreno será revolvido para tirar os
elementos residuais, tais quais pedras, restos de construção, pedaços de vidro, etc.
O terreno acabado deve ficar em estado de oferecer às plantas as melhores
condições para o desenvolvimento delas. Por isso, é importante que, no momento que
revolver a terra, você o faça de forma uniforme em todas as partes do terreno em
extensão e profundidade. É nesta fase também que os adubos deverão ser incorporados àterra. Não se esqueça que existem alguns fertilizantes que precisam ser adicionados ao
solo com certa antecedência ao plantio e, se esse for o caso, aguarde até a terra estar
pronta para o cultivo antes de plantar.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
46/60
46
Na sequência deve ser feito o restabelecimento do perímetro, guiado pelas estacas
que marcaram o espaço. A correção do perímetro é feita por meio do soquete ao redor
de toda a peça. Por fim, retire a maior parte das estacas, conservando apenas aquelas
que servirão como guia para a plantação. Essas últimas deverão ser enterradas no solo.
Isso evitará que alterações no plano original do jardim sejam feitas por falta de atenção
ou precaução.
Feito este trabalho, o terreno estará pronto para receber as plantas. Veremos no
tópico seguinte mais detalhadamente como realizar a plantação.
Depois de plantar as espécies escolhidas, passamos à fase 7, a cultura das plantas
no jardim. Esta fase nada mais é do que a garantia do desenvolvimento do que estásendo cultivado. É o momento em que o jardim deve ser regado periodicamente, ou
seja, em intervalos regulares, mas não necessariamente todos os dias. De acordo com a
necessidade de cada espécie e o clima do local onde estiver localizado o jardim, a rega
deverá ser feita.
O mais aconselhável é que você regue as espécies a cada dois dias, sempre no
final da tarde ou no começo da manhã, evitando os horários mais quentes do dia.
Leitura complementar
Dicas sobre a rega
Vamos ver alguns conselhos encontrados no livro “O Melhor da Sabedoria
Popular” sobre a rega de plantas:
Quem precisa de quanto?
É principalmente pelas folhas que se pode reconhecer se as plantas precisam
de muita ou pouca água.
- Pouca sede têm as plantas de folhas pequenas, espinhosas, brilhosas ou
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
47/60
47
carnudas, assim como as de folhas que apresentam uma camada com
aparência de cera. Entre as plantas que não pedem muita água, além das
variedades de jardim de pedra ou estilo mediterrâneo, estão a hera, o
amaranto, a capuchinha, a sálvia, o cravo-de-defunto e a zínia.
- Plantas com folhas macias, grandes ou muito finas sentem mais sede,
assim como todas as que florescem.
- Regue menos vezes, mais profundamente: entre uma rega e outra, a terra,
menos úmida, favorece a composição de um sistema de raízes mais
ramificado e de maior alcance.
- Um sistema de irrigação econômico pode ser feito a partir de uma
mangueira velha: faça pequenos furos e conecte-a a uma mangueira
principal, o que permite regar na medida certa.- As folhas não devem ser regadas, principalmente as de melão, pimentão e
tomate. Para evitar doenças causadas por fungos, até a água da chuva deve
ser escorrida das folhas.
- Jamais regue flores. Sob a luz do sol, as gotículas agem como uma lupa,
queimando-as.
- Sob um forte calor, é melhor borrifar as plantas, evitando fazê-lo sob o
sol do meio-dia.
- Os brotos jovens necessitam mais de água que as plantas adultas, que jápossuem raízes profundas.
- A água usada para rega não deve ser muito fria
- Quem não usa o regador todos os dias no verão deve repetir o
procedimento de rega a um intervalo de meia hora. Desse modo, a água
penetra mais profundamente na terra.
- Em casos de sistemas de irrigação, cheque até que profundidade a terra
está seca: se os 3 cm da superfície precisam ser irrigados, calcule o tempo de
irrigação de cerca de 60 minutos; em 5 cm, o tempo aumenta para 90minutos.
- Os arbustos devem ser regados na área da raiz abaixo dos galhos mais
baixos. Árvores de grande porte, principalmente as frutíferas na época da
floração e do amadurecimento dos frutos, necessitam de muita água em
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
48/60
48
períodos de seca. Regue por várias horas usando uma mangueira circular
colocada em torno da árvore.
Fonte: O Melhor da Sabedoria Popular, Monika Dreykorn.
Em seguida, é feita a defesa sanitária do jardim. Essa etapa consiste na aplicação
de preparados que protegerão as plantas de ataques de pragas e doenças. Adiante no
curso, veremos como estes componentes podem ser aplicados e quando eles deverão ser
utilizados.
A última etapa é a limpeza do jardim. Antes da limpeza, deve ser feita toda uma
revisão da área, dos locais de escoamento de água, das covas – para verificar se estão
bem plantadas e se as espécies aderiram ao solo – e das instalações elétricas, se houver.
A limpeza consiste na capina das vias de acesso, em varrer as folhas, os ramos e os
frutos que caíram das árvores ou se soltaram de algumas plantas etc.
A conclusão desse trabalho é o término da construção do jardim. Deste momento
em diante, a existência dele dependerá do proprietário, que deve contratar um jardineiro
qualificado para manter corretamente as instalações, conforme os critérios já citados.
2.3 – Plantação do jardim
Agora que o terreno está preparado para o recebimento das plantas, veremos como
planejar e realizar a plantação das espécies selecionadas para compor o jardim. Em
primeiro lugar, vamos pensar no alinhamento das plantas, que é um diferencial para a
composição da paisagem.
Os alinhamentos das plantas podem ser retilíneos, ou seja, traçados em linhas
retas, ou em formato de curvas, de acordo com o estilo que você pretende dar ao seu
jardim. A seguir, vamos ver os seis tipos principais de alinhamento das plantas:
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
49/60
49
1. a) Disposição linear retilínea:
b) Disposição linear curvilínea:
2. Alinhamento em triângulos equiláteros, ou seja, com todas as distâncias iguais:
3. Disposição triangular curvilínea:
4. Alinhamento em quadrados:
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
50/60
50
5. Disposição retangular:
6. Alinhamento em quadrados em grupos de cinco, com um no meio (ou
quincôncio):
Para fazer o alinhamento é preciso que você assinale no terreno o local onde as
plantas serão colocadas. Os materiais necessários para fazer a marcação são: balizas,
estacas, trena e martelo.
As balizas são hastes em formato de hexágono de madeira, com o comprimento
entre 2m e 2,5m, com a ponta de metal, o que facilita sua penetração no solo. Em geral
elas são pintadas com listras vermelhas para que possam ser visualizadas a grandes
distâncias.
As estacas têm o comprimento de 30 cm a 1m, sendo feitas de madeira e marcam
o local onde as plantas serão fixadas. Para que sejam colocadas no solo, elas precisam
ter uma das pontas talhada. A fixação das estacas é feita com o martelo.
Para fazer os alinhamentos, coloque as estacas nas extremidades de cada
marcação, de acordo com o alinhamento escolhido. Se ele for em quadrados, em grupos
de cinco, por exemplo, coloque as estacas nas extremidades marcadas, conforme abaixo:
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
51/60
51
Com a trena, marque os locais onde deverão ser colocadas as estacas, para marcar
onde ficarão as plantas e, em seguida, coloque as estacas com o auxílio do martelo.
Feito o trabalho de marcação do terreno, agora é a fase de plantar efetivamente.
Vamos ver como isto pode ser feito com plantas isoladas, com gramados e em vasos.
PLANTAS ISOLADAS
Em primeiro lugar, devem ser feitas as covas para receber as plantas em cada peça
do jardim, separando a terra superficial da terra mais profunda. Quando você for colocar
a terra na cova, ponha primeiro a terra que estava mais próxima à superfície, pois ela é
mais rica em nutrientes e isso fará com que a planta se desenvolva mais rapidamente.
Para esse fim, também é proveitoso colocar uma camada de esterco na terra, de acordo
com as necessidades do solo e da espécie a ser plantada.
Ao assentar a planta na cova, tome cuidado com a força empregada, pois isso
pode danificar a raiz de determinadas espécies mais frágeis. A terra deve ser
comprimida ao redor da planta para que não fiquem espaços vazios ao redor da
vegetação, o que acaba prejudicando sua adesão ao solo. Isso feito, a planta deve ser
regada para que as camadas laterais de terra se ajustem ao seu formato.
GRAMADOS
O gramado, ou tapete verde, é um
elemento de alto valor para a composição da
paisagem ornamental de seu jardim. Por isso,
sua plantação deve ser feita criteriosamente
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
52/60
52
pelo jardineiro, pois se for feita de forma negligente levará o gramado à morte.
A plantação pode ser feita a partir das sementes da grama, jogadas sobre a terra já
preparada. Em seguida, é necessário regar com a mangueira ou com o regador que tenha
uma abertura para a água em buracos pequenos, evitando que a água jorre de forma
muito forte (o que agride as sementes e a terra no momento inicial da plantação), para
que as sementes fiquem bem aderidas ao solo.
Outra forma de realizar a plantação do gramado é por meio de mudas de grama,
colocadas em covas rasas próximas umas das outras – com a distância máxima de 5 cm
entre elas – sem se preocupar com o alinhamento, pois as mudas crescerão e
preencherão estes espaços. Após a colocação das mudas de grama, deverá ser feita umarega periódica no jardim, de manhã e à tarde se o tempo estiver seco.
Esse processo pode ser feito em qualquer época do ano, mas é mais proveitoso se
for realizado em meses em que as chuvas são regulares e/ou nos períodos em que não
faz um calor excessivo. O mais adequado para a plantação das mudas de grama é que
este trabalho seja feito no final da tarde, o que poupará as mudas recém-plantadas da
exposição a um sol muito forte, o que pode prejudicar o seu desenvolvimento.
No caso de haver um jardim em que se planeje a plantação de grama e plantas
isoladas, primeiro plante as espécies isoladas e depois a grama.
VASOS
Para realizar a plantação em vasos, é preciso que
sejam seguidos seis passos simples para o bom
desenvolvimento das plantas:
1º) Colocar na primeira camada do vaso, logo acima do buraco para escoamento
da água que fica no fundo dos mesmos, uma porção de pequenas pedras (podem ser
também pedaços de telha, de tijolo), para garantir a vazão da água.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
53/60
53
2º) Deixar a terra que será colocada no vaso úmida, com a antecedência mínima
de 10 dias, incorporando os adubos necessários à espécie a ser cultivada.
3º) Colocar a terra no vaso em quantidade suficiente para fazer a plantação.
4º) Efetuar o plantio com os mesmos cuidados descritos na etapa das plantas
isoladas.
5º) Após colocar a planta, encher o vaso com terra até que fique próximo da
borda, com uma distância máxima de 1,5cm.
6º) Assim como nos casos que vimos anteriormente, a muda plantada deve serregada na sequência do plantio, com um regador com buracos finos para vazão da água,
para não agredir a terra e/ou a muda.
2.4 – Pragas e doenças das plantas
Conforme vimos, a oitava etapa na construção do jardim é a defesa sanitária. Mas,
para isso, é preciso que conheçamos as principais pragas e doenças que podem atacar as
plantas e quais os meios para combatê-las.
Pragas
A seguir, veremos as pragas mais comuns em jardins, as consequências de sua
ocorrência para o desenvolvimento das plantas e como exterminá-las.
BESOUROS
Existem muitas espécies de besouros e
grande parte delas é nociva às plantas, pois destrói
as folhas, as flores e os brotos, o que impede o
desenvolvimento da espécie cultivada. Os
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
54/60
54
besouros são insetos com hábitos noturnos, que se escondem debaixo das folhas durante
o dia. Por isso, o mais indicado é a aplicação de inseticidas fosforados ou
clorofosforados durante o dia no jardim.
BROCAS
As brocas são larvas de besouro ou de mariposa
que, quando saem dos ovos, entram no caule das
plantas, consumindo os nutrientes e causando morte
precoce dessas plantas. É possível detectar a
infestação desta praga através de furos nos caules, deonde sai uma espécie de serragem em pó e fezes das brocas. Os inseticidas mais
indicados são os do grupo clorofosforado que devem ser pulverizados nos buracos feitos
pelas brocas, tampando-os em seguida com algodão, cera de vela ou massa de
vidraceiro.
COCHONILHAS
É uma praga que ataca quase todas as
espécies de plantas em várias partes, como asfolhas, os galhos novos e até mesmo as raízes que
estão abaixo do solo. As cochonilhas se
reproduzem muito rápido e cobrem a planta com
uma espécie de espuma branca, resultado de sua
secreção cerosa.
Outros tipos de cochonilhas permanecem isoladas e são parecidas com pequenas
tartarugas, medindo 5 milímetros, com cor amarronzada ou castanho-amarelada, comcarapaça cerosa.
Essa praga deve ser combatida com a pulverização de óleo miscível, diluído na
proporção de 10cm³ a cada litro de água, que ficará preso na carapaça da cochonilha,
promovendo o seu asfixiamento.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
55/60
55
ÁCAROS
São aracnídeos minúsculos, que não podem ser
vistos sem auxilio de uma lente de aumento. Eles
fazem uma teia na parte interior das folhas e sugam os
nutrientes até causar a morte da planta. A melhor
maneira de combatê-los é usar enxofre em pó
molhável ou acaricida sistêmico.
TRIPES
É um inseto invisível a olho nu, que causa a
perda da clorofila das folhas (substância que dá o
verde à planta), portanto, sua presença pode ser
percebida quando a planta fica pálida ou quando
apresenta manchas nas folhas. Deve ser combatido com inseticida fosforado.
PULGÕES
Os pulgões são uma praga comum na maioria dos jardins e
ficam nas extremidades dos maiores ramos da planta, onde há mais
nutrientes para serem sugados. Existem vários tipos de pulgões,
sendo os mais comuns os pretos, verdes e amarelos. As plantas se
tornam amareladas e sem vida com a ação dos pulgões.
Além de sugarem a seiva, eles também podem transmitir vírus que causam
doenças às plantas. Em geral, esses insetos são transportados pelas formigas de umaplanta para outra. Eles são combatidos com inseticidas fosforados.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
56/60
56
LAGARTAS
As lagartas são a fase jovem das borboletas e
das mariposas, sendo muito comum a existência delas
nos mais diversos climas e espécies vegetais. Dentre
todas as pragas, as lagartas são as que causam mais
estragos no jardim. Elas fazem sérios danos às folhas,
podendo destruir algumas plantas completamente,
como a palmeira, por exemplo. Cada tipo de planta
tem um tipo de lagarta que a ataca exclusivamente (lagartas de palmeiras não atacam
ipês, por exemplo).
As lagartas são caçadas por pássaros e atraí-los para o jardim é uma maneira de
combatê-las (você pode atrair pássaros colocando frutas ou alpiste em partes altas do
terreno, por exemplo), ou com inseticida biológico.
FORMIGAS
As formigas causam danos irreparáveis às plantas, pois
cortam suas folhas rapidamente e em uma quantidadeassombrosa. Existem espécies particularmente sensíveis à sua
ação, como as roseiras e as azaleias, que em uma única noite
podem ter todas as suas folhas cortadas e carregadas pelas
formigas. Elas são combatidas com formicidas em iscas ou pó.
LESMAS
Caracóis e caramujos são pragas de hábitosnoturnos que se alimentam de folhas e de brotos de
plantas e que durante o dia se abrigam em locais escuros
e úmidos. O combate a esta praga pode ser feito por
meio da catação manual, tomando o cuidado de fazer
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
57/60
57
este trabalho sem tocar no animal, que pode transmitir doenças, ou através da aplicação
de inseticidas com cloro específicos para moluscos.
TATUZINHO
Conhecidos também como tatu-bola, bicho-de-conta
ou tatuzinho-de-jardim, estes animais são de hábitos
noturnos que atacam as raízes das plantas, danificando-as.
São combatidos com inseticidas clorados.
NEMATOIDES
Os nematoides são vermes invisíveis a olho nu
que atacam as raízes das plantas ao perfurá-las,
injetando líquidos que causam a morte da planta. Sua
presença pode ser detectada pelas folhas murchas que
depois caem, na fase em que a planta já está
seriamente danificada.
A detecção é possível olhando as raízes e, se
nelas contiverem nódulos grossos (como na figura
acima), é sinal de que ela está infestada de nematoides. Os inseticidas para combatê-los
são os nematicidas.
Doenças
Além de serem atacadas por pragas, as plantas também podem sofrer com a ação
de fungos e vermes que lhes causam doenças. Vamos ver como se dão essas doenças ecomo combatê-las.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
58/60
58
ORELHA-DE-PAU
Essa doença é causada por um fungo que se
instala na madeira morta de árvores ocas,
entrando por feridas causadas, em geral, pelo
próprio homem, por meio de pregos cravados na
casca da planta, podas mal feitas, etc. Das partes
mortas da madeira, o fungo penetra mais fundo
na planta, roendo os tecidos vivos que a
alimentam, podendo causar até mesmo sua morte.
Não existe tratamento para essa doença. O mais recomendado é que as partes
mortas da planta sejam cortadas totalmente. Após fazer isso, pode-se aplicar fungicida eesperar alguns dias. Se o tronco começar a se apresentar oco é preciso cortar a planta
para que a doença não se espalhe pelo jardim.
VÍRUS
O vírus ataca a planta ao se instalar no
interior dela, modifica seu funcionamento
orgânico e passa a produzir mudanças exteriores,o que pode servir de sinal de que a planta está
doente. Um determinado tipo de vírus se
exterioriza através do amarelamento das folhas, como ilustrado acima. Outros tipos de
vírus causam sintomas como manchas nas folhas ou causam sua murcha.
O tratamento das plantas atacadas por vírus é tão difícil que a melhor medida é
que as atingidas sejam arrancadas – sem se esquecer das raízes que podem ficar no solo
– e incineradas para que se evite o contágio de todo jardim.
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
59/60
59
FUNGOS
Os fungos destroem muitas plantas e se alastram
rapidamente. Entre os vários fungos que atacam as plantas
ornamentais, podemos apontar a ferrugem; as escamas
brancas nos caules, as machas cinzentas, brancas ou
negras. O combate aos fungos deve ser feito com a
aplicação periódica de fungicida nas plantas doentes.
Planta atingida por ferrugem
-
8/20/2019 Paisagismo e Jardinhagem
60/60
Conclusão do módulo 1
Parabéns por ter chegado até aqui!
Esperamos que tenha compreendido os conteúdos propostos até aqui.
Para dar continuidade ao seu curso, faça a avaliação referente ao Módulo I em
seguida você terá acesso ao material do Módulo II.
Boa sorte!