PAIR - Perda Auditiva
-
Upload
paula-ferreira -
Category
Health & Medicine
-
view
236 -
download
5
Transcript of PAIR - Perda Auditiva
1. INTRODUÇÃO
Os termos “som” e “ruído” são utilizados com muita freqüência hoje em dia, o
som lembra de algo harmonioso como uma bela música, outrora o ruído é associado
à algo indesejável como barulhos insuportáveis, exemplos: buzinas, explosões,
barulho de máquinas, etc.
A exposição contínua a altos níveis de ruídos pode causar deficiência
auditiva, a percepção e a sensibilidade quanto ao ruído pode variar de individuo para
individuo. Contudo existem padrões estabelecidos que indicam o quanto de som ou
ruídos um indivíduo pode tolerar, a orientação é que não ultrapassem 85 a 90 db.
2. DEFINIÇÃO
A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é a perda provocada pela
exposição por tempo prolongado ao ruído. A PAIR é de caráter irreversível,
progressivo e quase sempre atinge ambos os ouvidos.
3. CARACTERISTICAS
Além de ocasionar a perda auditiva o ruído excessivo também pode gerar
efeitos denominados extra-auditivos, como, taquicardia, hipertensão arterial,
distúrbios digestivos, fadiga, alteração da função intestinal, e cardiovascular, queda
de resistência a doenças infecciosas, disfunção do sistema reprodutor, irritabilidade
e insônia. Em função desses efeitos podem ocorrer comprometimentos no
rendimento do trabalho que exigem concentração mental, aumentando assim o risco
de acidentes de trabalho.
4. AVALIAÇÃO DO PAIR
A avaliação do trabalhador exposto ao PAIR consta de avaliação clínica e
ocupacional, da qual se avalia a exposição ao risco anteriormente e atualmente,
avaliando-se os sintomas característicos. É muito importante detalhar o grau de
4
exposição em que o trabalhador se encontra, dessa forma a análise ocupacional
configura-se como instrumento fundamental para a identificação do risco.
5. TRATAMENTO
Não há tratamento para PAIR. O mais importante são avaliações audiológicas
periódicas para verificar a progressão da perda auditiva. O importante é que o PAIR
não provoca incapacidade ao trabalhador, mas sim restrições à execução de
algumas tarefas.
6. PREVENÇÃO
O fundamental é que seja feita uma observação detalhada do processo
produtivo, na qual serão identificados e localizados os pontos de maior risco
auditivo, identificando assim: o tipo de ruído, as características da função e os
horários de maior ritmo de produção. Essas informações são obtidas através de
observações diretas, levantamento de documentos da empresa e na conversa com
os trabalhadores.
As empresas devem manter, de acordo com as Normas Regulamentadoras
do Ministério do Trabalho, um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA-NR 9), no qual os diversos riscos existentes no trabalho devem ser
identificados e quantificados para, a partir dessa informação , direcionar as ações do
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO-NR 7), que
procederá às avaliações de saúde dos trabalhadores.
7. NOTIFICAÇÃO E LEGISLAÇÃO
Todo caso de Perda Auditiva Induzida por Ruído é passível de notificação
compulsória pelo SUS, segundo parâmetro da Portaria GM/MS/No. 777 de 28 de
abril de 2004.
Da mesma forma, todo caso de PAIR deve ser comunicado à Previdência
Social, por meio de abertura de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
5
8. MONITORAMENTO
É de suma importância a implementação por parte das empresas de
Programas de Conservação Auditiva, com o objetivo de prevenir a instalação ou
evolução de perdas auditivas em trabalhadores expostos ao ruído nos locais de
trabalho. Esses programas devem contemplar os seguintes aspectos básicos:
8.1 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL-PCMSO
Monitora os trabalhadores expostos ao ruído ambiental através de exames
audiométricos realizados na ocasião do exame admissional, seis meses após a
admissão e, posteriormente a cada ano.
8.2 PROGRAMA DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL
Utiliza medição periódica dos níveis de pressão sonora nos ambientes de
trabalho, assim como o monitoramento da exposição individual buscando definir a
dose de ruído recebida por cada um dos trabalhadores através da utilização de
dosímetros.
8.3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA
Podem ser organizativas (Exemplo: introdução de pausas durante o trabalho,
reorganização do processo de trabalho) ou de Controle Ambiental (Exemplo:
manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos ruidosos,
reorganização do “layout”, isolamento e/ ou enclausuramento de máquinas e
equipamentos, tratamento acústico de paredes, entre outros).
6
8.4 MEDIDA DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Uso constante e obrigatório de protetores auriculares (tipo concha ou
inserção).
8.5 PROGRAMA EDUCATIVO
Tem o objetivo de levar o conhecimento, tanto de trabalhadores como de
empregadores, os riscos à exposição ao ruído e as medidas de proteção que podem
ser adotadas, buscando seu envolvimento na implantação e execução do programa
de conservação auditiva.
8.6 CONTROLE
As ações de controle do PAIR estão relacionadas ao controle de ruído. São
as medidas de controle da exposição na fonte, na trajetória e no indivíduo. Além
dessas, podem dispor de medidas organizacionais, como redução da jornada de
trabalho, estabelecimento de pausas e mudanças de função.
9. CONCLUSÃO
É importante um bom gerenciamento do ambiente interno de qualquer
empresa, começando pela formulação de um mapa com análise de riscos de todos
os setores. Assim pode-se concluir que é possível reduzir ruídos causados pela
PAIR através da adequação de máquinas e equipamentos, sendo também
importante a utilização de Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s, estimular a
criatividade e motivar os colaboradores para que a higiene do trabalho não seja de
responsabilidade de apenas um, mas trabalho de uma equipe toda.
7