PADRÕES DE INACTIVAÇÃO MICROBIANA EM HORTELÃ...
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PADRÕESDEINACTIVAÇÃOMICROBIANAEMHORTELÃ-PIMENTAPORRADIAÇÃOGAMA
CONFERENCEPAPER·MAY2015
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31
8AUTHORS,INCLUDING:
AndreiaI.Pimenta
TechnicalUniversityofLisbon
8PUBLICATIONS0CITATIONS
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AmilcarL.Antonio
InstitutoPolitécnicodeBragança
78PUBLICATIONS202CITATIONS
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IsabelC.F.R.Ferreira
InstitutoPolitécnicodeBragança
430PUBLICATIONS5,687CITATIONS
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SandraCaboVerde
UniversityofLisbon
54PUBLICATIONS138CITATIONS
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Availablefrom:SandraCaboVerde
Retrievedon:14December2015
Livro de Resumos
VII Simpósio de Microbiologia Aplicada
Rio Claro, 2015
Comissão Científica
Dra. Adriana de Campos - UNESP
Profa. Dra. Adriana Knob - UNICENTRO
Prof. Dr. Adriano Pinto Mariano - UNICAMP
Prof. Dr. Alex Fernando de Almeida - UFT
Profa. Dra. Ana Júlia Fernandes Cardoso de Oliveira - UNESP
Prof. Dr. André Rodrigues - UNESP
Profa. Dra. Antonia Marli dos Santos - UNESP
Prof. Dr. Carlos Renato Corso - UNESP
Dr. César Rafael FanchiniTerrasan - UNESP
Profa. Dra. Danielle Biscaro Pedrolli - UNESP
Profa. Dra. Derlene Attili de Angelis - UNESP
Prof. Dr. Eduardo Beraldo de Morais – UFMT
Profa. Dra. Eleonora Cano Carmona - UNESP
Dr. Fabrício Coutinho de Paula - UNESP
Prof. Dr. Francisco Eduardo C. Costa - INATEL
Prof. Dr. Gervásio Paulo da Silva - UNEB
Prof. Dr. Henrique Ferreira - UNESP
Profa. Dra. Lara Durães Sette - UNESP
Profa. Dra. Márcia Nitschke - USP
Prof. Dr. Maurício Bacci Junior - UNESP
Prof. Dr. Paulo Renato Matos Lopes - UNESP
Prof. Dr. Pedro de Oliva Neto - UNESP
Dra. Roberta Barros Lovaglio - UNESP
Profa. Dra. Samia Maria Tauk-Tornisielo - UNESP
Profa. Dra. Sandra Regina Ceccato Antonini - UFSCAR
Profa. Dra. Sueli Van Der Sand – UFRGS
Sumário
Resumos-Ambiental
Páginas 1 a 47
Resumos-Biotecnologia
Páginas 48 a 142
Resumos-Sistemática
Páginas 143 a 148
Resumos Expandidos
Páginas 149 a 159
Obs.: os artigos estão em ordem alfabética de títulos
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
1
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO HERBICIDA AMETRINA EM AMBIENTE AQUÁTICO
1SANTOS, A. C.; 2RÉGO, A. P. J.; 3BIDOIA, E. D.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected])
2UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]) 3 UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho” ([email protected])
A ametrina é um herbicida pertencente ao grupo químico das triazinas, com fórmula molecular C9H17N5S. Utilizado no
controle pré e pós- emergentes de ervas daninhas. A ametrina é utilizada na produção de cana- de açúcar, milho, café,
banana entre outros. É um produto persistente, causando prejuízos ao meio ambiente, uma vez que é encontrado em águas
superficiais e subterrâneas. Ametrina atua na inibição do processo de fotossíntese, dessa forma prejudica o crescimento
de algas. Este trabalho teve por objetivo analisar a biota proveniente de um ecossistema aquático simulando um ambiente
contaminado com herbicida ametrina, através da coluna de Winogradsky. Para a montagem da coluna de Winogradsky
pesou-se 4,5 g de Na2SO4, 0,2 g de NaCO3, 0,2 g de K2HPO4 e 0,5 g de (NH4)SO4, 0,5 g de papel filtro desfiado (fonte
de carbono) e 100 g de sedimento coletados no Ribeirão Claro, afluente do Rio Piracicaba na ETA 1 no DAAE de Rio
Claro. A mistura foi colocada em uma garrafa do tipo PET (2 L) e adicionou-se ametrina na concentração de 3,75 g.L-1,
nas quantidades 2 µL (tratamento 1), 4 µL (tratamento 2) e 500 µL (tratamento 3) e controle sem adição de ametrina, em
duplicata. Logo após adicionou-se 1L de água do Ribeirão Claro, em cada garrafa, totalizando em 8 garrafas. As colunas
foram expostas à luz solar. Foram realizadas leituras semanais em microscópio para a identificação de algas, distinguindo
por famílias de algas existentes no meio. As leituras foram realizadas durante 3 meses. As famílias mais encontradas na
identificação foram as Palmellaceae, Coccomyxaceae, Fragilariophyceae, Stauroneidaceae e Plerochloridaceae. A
Palmellaceae e a Coccomyxaceae representam algas que se associam aos fungos formando liquens. A Palmellaceae pode
liberar citotoxinas que facilitem seu estabelecimento em ambientes hostis. A Fragilariophyceae compreende as
diatomáceas. Assim, estas famílias identificadas representam as algas com maior resistência à ametrina, sendo
visualizadas com maior frequência que as demais, em diferentes concentrações do produto. As algas da família
Stauroneidaceae e Plerochloridaceae mostraram intolerantes à ametrina não sendo vistas com o aumento da quantidade
de ametrina. Dessa forma, a ametrina apresentou potencial tóxico para algas com menos resistência a presença de triazinas.
Palavras- chave: ametrina; coluna de Winogradsky; algas.
Agradecimentos: PIBIC
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
2
ANÁLISE GENÔMICA DAS VIAS DE PRODUÇÃO DE ÁCIDO INDOL ACÉTICO (AIA)
POR Burkholderia ambifaria RZ2MS16, UMA RIZOBACTÉRIA PROMOTORA DE
CRESCIMENTO EM PLANTAS
1DURANTE BATISTA, B.; 1,2TANIGUTI, L.; 1,3QUECINE VERDI, M. C.;1,4OCKNER
HORTENCIO, R.; 1,5AZEVEDO, J. L.
1Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ESALQ/USP, Departamento de Genética, Piracicaba-SP
([email protected]), 2([email protected]); 3([email protected]); 4([email protected]); 5([email protected]);
Burkholderia ambifaria RZ2MS16 é uma rizobactéria isolada do guaranazeiro amazônico, uma planta típica do Brasil.
Essa linhagem produz 175 µg/mL de Ácido Indol Acético (AIA) em testes in vitro e foi capaz de promover
expressivamente o crescimento (até mais que 100%) de culturas mundialmente importantes como milho, soja e cana-de-
açúcar. O fito-hormônio AIA é uma auxina capaz de afetar o crescimento vegetal através da expansão do sistema radicular
e pode ser produzido por plantas, bactérias e fungos.
Apesar do relevante uso potencial de rizobactérias visando uma agricultura sustentável e rentável por meio da substituição
parcial ou total de agroquímicos, pouco se sabe sobre os mecanismos moleculares envolvidos na promoção de crescimento
pelas mesmas. O objetivo do presente trabalho é o entendimento, a nível genômico, de um dos mais promissores
mecanismos desempenhados por B. ambifaria RZ2MS16 relacionados a esse efeito, a produção de AIA.
O DNA genômico de B. ambifaria RZ2MS16 foi sequenciado na plataforma MiSeq (Illumina-Solexa). Uma montagem
inicial do genoma, pela pipeline A5_MiSeq, originou 90 scaffolds representando um genoma de 7,89Mbp. A anotação foi
realizada pelo programa Prokka e foi possível identificar 7.082 CDSs e 68 tRNAs. Sabe-se que o AIA pode ser produzido
através de cinco vias bioquímicas principais, uma delas independente do precursor triptofano. Entre as CDSs preditas,
pôde-se observar seis genes codificantes de enzimas envolvidas na produção de triptofano (trpE 1 e 2, próximos e
localizados no scaffold 8; trpD 1 e 2; trpA e trpB, próximos e presentes no scaffold 5) e seis genes codificantes de enzimas
envolvidas em três das vias bioquímicas (3 codificantes de isonitrile hydratase, 2 de nitrilase e 1 de N-acetyltransferase
ysnE) todos contidos em scaffolds diferentes. Em uma próxima etapa, será estudado o papel desses genes através da
técnica de nocaute sítio-dirigido, com o bloqueio da via e análise do fenótipo bacteriano e seu efeito na planta.
O entendimento da natureza molecular de mecanismos envolvidos na promoção de crescimento vegetal por rizobactérias
é muito importante para se estabelecer uma associação mais eficiente com as plantas visando a obtenção de bioinoculantes
efetivos, assim como para se buscar novos genes para futura transformação de plantas e outros micro-organismos com
foco na redução do uso de fertilizantes químicos.
Palavras-chave: Rizobactéria; promoção de crescimento vegetal; mecanismos moleculares; Ácido Indol Acético.
Agradecimentos: CAPES; CNPq
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
3
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA NAS ÁGUAS DO RIO NEGRO, NA PRAIA DA PONTA
NEGRA NA CIDADE DE MANAUS - AMAZONAS
1BEZERRA, T. P.; 2CARAMÊS, R. F. S.
1INPA- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia ([email protected]), 2 Universidade Nilton Lins
O Rio Negro é o segundo maior rio do mundo em volume d’água e o principal afluente do Amazonas. A cidade de Manaus
situada as margens do Rio Negro é recortada por inúmeros igarapés os quais formam duas bacias inteiramente urbanas:
São Raimundo e Educandos. O crescimento acelerado da população de Manaus a partir da década de 70 e a infra-estrutura
sanitária deficiente comprometeram a qualidade da água dessas bacias da nascente à foz, em vista da ocupação de suas
margens e dos despejos de poluentes orgânicos e inorgânicos provenientes dos esgotos domésticos e lixo. Estes despejos
contêm grande quantidade de bactérias, dentre elas as do grupo coliforme, que são indicadores de contaminação. Poucos
estudos foram realizados sobre as comunidades biológicas dos ambientes que estão sob crescente impacto. FONSECA
et. al, (1982) avaliaram o poder de auto-depuração das águas do rio Negro, mediante os lançamentos decorrentes do
crescimento urbano intenso. ELIAS e SILVA (2000 e 2001) avaliaram a qualidade da água desse rio e concluíram que
com relação às variáveis ambientais indicadoras de poluição este rio se auto-depura. O presente estudo visa avaliar a
situação atual das águas de um dos principais balneários que se encontram na da orla de Manaus, mais precisamente o
que está sendo lançado no rio Negro e assim obter subsídio para alertar a população acerca do problema, para que sejam
tomadas medidas legais no sentido de coibir os agentes geradores de poluição. Realizou-se 03 coletas de água, no rio
Negro, na praia da Ponta Negra, nos meses de Outubro a Dezembro de 2014. Método Utilizado para determinar o Número
Mais Provável nos grupos de Coliformes Totais e Fecais foi o método de Tubos Múltiplos. Este método consiste em:
Teste Presuntivo e Teste Confirmativo. O estudo mostrou que apesar da contribuição antrópica dos tributários urbanos, o
rio Negro mantém, ainda, sua capacidade de diluir os poluentes, principalmente, no período de maior volume de água.
Nos resultados obtidos observou-se que os níveis de coliformes totais e fecais no mês de outubro a dezembro foram
baixos.
Palavras-chave: Balneabilidade; Coliformes; Qualidade da água; Conama.
Agradecimentos: INPA- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
4
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-MICROBIANA DE EXTRATOS VEGETAIS,
ATRAVÉS DO MÉTODO DE DIFUSÃO EM AGAR, CONTRA BACTÉRIAS GRAM-
POSITIVAS E NEGATIVAS
1DE GRANDIS, R. A.; 2BOCCHI, S. M.; 3SCOGNAMIGLIO, A. G. M.; 4HECK, A. B.;
5MOCHETTI, H. F.; 6SANTINON, M. E.; 7PERINA, S.; 8RESENDE, F. A.; 9NOGUEIRA, L. G.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 2UNIARA -
Centro Universitário de Araraquara ([email protected]), 3UNIARA - Centro Universitário de Araraquara
([email protected]), 4UNIARA - Centro Universitário de Araraquara ([email protected]) , 5UNIARA - Centro Universitário de Araraquara ([email protected]) , 6UNIARA - Centro Universitário de
Araraquara ([email protected]) , 7UNIARA - Centro Universitário de Araraquara
([email protected]), 8UNIARA - Centro Universitário de Araraquara ([email protected]) , 9UNIARA - Centro Universitário de Araraquara ([email protected])
Apesar da grande diversidade de anti-microbianos no mercado, a busca por novas moléculas que apresentem maior
espectro de ação, menor toxicidade, menor custo e menor indício de resistencia bacteriana, é um campo rico na pesquisa
e desenvolvimento de novos fármacos. Especialmente nas últimas décadas, inúmeros esforços têm sido dirigidos para
conferir às plantas seu real papel e valor na terapia. São muitos os fatores que vem colaborando com o desenvolvimento
desta prática de saúde, principalmente econômicos e sociais. Neste contexto, este estudo propôs determinar a atividade
anti-microbiana de seis espécies comumente utilizadas pela população, bem como o efeito sinérgico de diferentes
combinações de algumas delas. Foram utilizados diferentes tipos de extratos de Jatobá (Hymenaea stigonocarpa),
Copaíba (Copaifera landesdorffi), Maracujá (Passiflora edulis Sims), Romã (Punica granatum), Graviola
(Annonamuricata L) e Gengibre (Zingiber officinale Roscoe). O estudo de resistência microbiana é baseado em micro-
organismos de importância epidemiológica, sendo assim foram utilizadas aos micro-organismos Staphylococcus aureus
(ATCC 25923), Bacillus subtilis (ATCC 19659), Escherichia coli (ATCC 25922) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC
27853). O estudo foi realizado por meio do método da difusão em ágar, seguindo o manual Clinical and Laboratory
Standards Institute – CLSI. Os resultados mostraram que algumas espécies como o Jatobá, Romã e Gengibre possuem
efeito bactericida e bacteriostático sob bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, principalmente em cultura de
Staphylococcus aureus nos extratos de Jatobá (12mm), Romã (19 mm) e Gengibre (12 mm) e de Bacillus subtilis nos
extratos de Romã (23 mm) e Gengibre (8 mm). Contudo, quando em associação, o sinergismo entre as espécies mostrou
resultados satisfatórios frente a todos os micro-organismos testados, com halos de inibição que variaram de 7-17mm para
Staphylococcus aureus, de 8-22mm para para Bacillus subtilis, de 8-10mm para Escherichia coli e 0-13mm para
Pseudomonas aeruginosa. Diante desses resultados, pode-se concluir que este estudo contribuiu para o screening de
atividade antimicrobiana das espécies avaliadas, uma vez que o crescente problema da resistência aos antibióticos exige
a busca por novos agentes antimicrobianos.
Palavras-chave: Atividade antimicrobiana; produtos naturais; difusão em ágar.
Agradecimentos: À CAPES pelo apoio financeiro
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
5
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA DE CELULASES PRODUZIDAS POR
ACTINOMICETOS CRESCIDOS EM DIFERENTES SUBSTRATOS CELULOLÍTICOS
1COELHO, J. P.; 2VAN DER SAND, S.; 3GERMANI, J. C.
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected]),2Universidade Federal do Rio Grande do Sul
([email protected]),3Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected])
A compostagem é um processo aeróbio de degradação da matéria orgânica sendo uma alternativa para o destino final dos
resíduos orgânicos. Os actinomicetos são um dos grupos de microrganismos que participam ativamente deste processo
sendo conhecidos por produzirem uma gama de enzimas e utilizarem diferentes tipos de substratos como fontes de
carbono. Devido ao aumento da proteção ambiental, celulases estão sendo utilizadas cada vez mais no desenvolvimento
de novas tecnologias. A produção de celulases por microrganismos depende do controle da regulação por mecanismos
genéticos e bioquímicos. As celulases apresentam variações funcionais de acordo com o substrato utilizado. O presente
trabalho tem como objetivo avaliar o potencial de hidrólise das celulases, produzidas por actinomicetos, quando
submetidos ao crescimento com diferentes fontes de celulose. Recuperou-se 78 isolados oriundos do processo de
compostagem e de landfarming de solo impactado com óleo diesel. A primeira seleção dos potenciais isolados
celulolíticos foi realizada em placas contendo meio de cultura mínimo acrescido de 1% de celulose microcristalina e
incubados por 7 dias a temperaturas de 30⁰C, 35⁰C e 40⁰C. Após essa etapa, 36 isolados apresentaram atividade
celulolítica. A visualização da hidrólise foi realizada utilizando lugol. Destes, foram escolhidos três isolados para dar
sequencia ao trabalho em razão dos maiores halos formados com 40⁰C. Posteriormente, os isolados foram crescidos em
meio líquido utilizando como única fonte de carbono, celulose microcristalina e farelo de trigo durante 7 dias a 40⁰C, sob
agitação de 140 rpm. A determinação da concentração de celulase foi realizada a partir de diluições do extrato utilizando
ácido 3,5-dinitrosalicílico (DNS) em tubos de ensaio e os valores foram determinados por espectrofotometria. No decorrer
dos sete dias, observou-se diferença nos valores da leitura do espectrofotômetro, indicando que os isolados são
promissores produtores de celulases em temperaturas elevadas com potencial para ser utilizado em processos como
compostagem. Atualmente, encontra-se em andamento o ensaio utilizando fragmentos de papel filtro para determinar a
hidrólise da celulose e posteriormente será realizado um gel SDS-PAGE para determinar o peso molecular da enzima.
Palavras-chave: Actinomicetos; celulase; compostagem.
Agradecimentos: Capes.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
6
AVALIAÇÃO DA BIODEGRADAÇÃO DE POLIURETANO DE ÓLEO VEGETAL COM
EXCESSO DE ISOCIANATO
SANTOS, A. M.1; CLARO NETO, S.2
1 UNESP – Universidade Estadual Paulista ([email protected]), 2 USP –Universidade de São Paulo
Os poliuretanos são polímeros que se apresentam na forma de bicomponente que podem ser um pré- polímero contendo
grupos isocianatos livres e um poliol contendo grupos hidroxilas livres cuja polimerização ocorre pela reação dos grupos
isocianatos (NCO) com grupos hidroxilas (OH). Os poliuretanos derivados de óleo vegetal vêm sendo bastante estudados
nos últimos anos como uma alternativa ecologicamente correta para substituírem os poliuretanos derivados de fontes não
renováveis. O meio ambiente requer polímeros que possam ser degradados e decompostos. A biodegradação pode ocorrer
pela ação de micro-organismos. O presente trabalho avaliou a biodegradação do polímero de poliuretano com excesso de
isocianato na proporção de 1,0% de isocianato para 0,6% de poliol. As amostras de polímero permaneceram em meio de
cultura com 0,1g de HH4 H2PO4, 0,02 g de KCl, 0,02g de MgSO4 7H2O e 0,3g de extrato de levedura em 100 mL de água
com 1mL da suspensão do Aspergillus niger sp por 156 dias, uma das amostras serviu de controle sem passar pelo
processo de biodegradação. A média dos resultados obtidos com 5 amostras pela técnica termoanalítica TG/DTG da
razão ester/ uretano foi 0,47 para as amostras que sofreram o processo de biodegradação e de 0,81 para a amostra
controle. Os intervalos de temperatura das perdas de massa foram 246,26° C- 372,38°C para a primeira e 372,38- 524, 72
°C para a segunda etapa de decomposição térmica. Os resultados obtidos com este estudo mostraram que o polímero tem
características biodegradáveis e outros estudos serão realizados com novas relações de NCO/OH, que podem alterar as
ligações entrecruzadas do polímero de poliuretano e diferenciar os resultados da sua biodegradação.
Palavras chave: poliuretano; Aspergillus niger; biodegradação.
Agradecimentos: FAPESP
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
7
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIFÚNGICOS DE LEVEDURAS
ISOLADAS DO ARROIO DILÚVIO EM PORTO ALEGRE
1MILANEZI, A. M.; 2WITUSK, J. D.; 3FELTRIN, T.; 4VAN DER SAND, S.
1UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected]), 2UFRGS – Universidade Federal
do Rio Grande do Sul ([email protected]), 3UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
([email protected]), 4UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected])
O Arroio Dilúvio constitui uma das principais bacias hidrográficas da cidade de Porto Alegre e recebe anualmente uma
grande carga de contaminação. Tal deposição exerce influência na biota local por alterar parâmetros relacionados à
adaptação dos organismos ali presentes. Diversas espécies de leveduras identificadas como patógenos oportunistas de
humanos já foram detectadas em amostras de água. Além disso, o monitoramento de populações microbianas em relação
a sua complexidade e diversidade em tais ambientes é de grande importância para o monitoramento e o controle de
amostras ambientais. Estas observações tornam evidente a importância em investigar a presença de leveduras na água e
sua susceptibilidade aos antifúngicos. Leveduras isoladas em amostras de água coletadas no Arroio Dilúvio estão sendo
avaliados quanto à susceptibilidade aos agentes antifúngicos pela técnica de disco-difusão em ágar, com discos de
fluconazol, voriconazol, anfotericina B e nistatina. Uma suspensão de células na concentração 0,5 na escala de McFarland
foi utilizada para inoculação em duplicada de placas contendo meio ágar Mueller-Hinton (2% de glicose e azul de
metileno) onde foram dispostos os discos de antifúngicos. As placas foram incubadas a 28° C por 48 h e após esse período,
o diâmetro das zonas de inibição em volta dos discos foi medido. Com os valores obtidos foram atribuídos perfis de
suceptibilidade, susceptibilidade dose-dependente e resistência. Resultados parciais mostraram que 60% das amostras
testadas são resistentes à fluconazol (15/25), 4% possuem susceptibilidade dose-dependente (1/25) e 36% são sensíveis
ao antifúngico (9/25). Em relação ao voriconazol, 41% das amostras exibiram resistência (7/17), 6% tem susceptibilidade
dose-dependente (1/17) e 53% são sensíveis (9/17). Quanto à nistatina, 29% das amostras exibiram resistência (5/17) e
71% foram sensíveis (12/17). Por fim, 85% das amostras exibiram resistência à anfotericina B (22/26) e 15% sensibilidade
(4/26). Testes complementares para confirmação destes resultados serão realizados através do ensaio de concentração
inibitória mínima. Os resultados parciais mostraram que leveduras isoladas em amostras de água apresentam variabilidade
no perfil de resistência às drogas antifúngicas testadas e reforçam a importância de estudos envolvendo microrganismos
potencialmente resistentes em amostras de água doce.
Palavras-chave: leveduras; antifúngicos; Arroio Dilúvio.
Agradecimentos: Capes.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
8
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE MUTAGENICIDADE DAS ÁGUAS DO JAGUARÍ E
ATIBAIA COM BASE NO TESTE DE AMES
LEITE, D. A. N. de O.1; MARIN-MORALES, M. A.2; ANGELIS, D. de F. de3
1;3Depto. de Bioquímica e Microbiologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista UNESP/Rio Claro-
SP ([email protected]; [email protected]) 2Depto. Biologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual
Paulista UNESP/Rio Claro-SP ([email protected])
A presença de substâncias tóxicas em águas superficiais nos últimos 25 anos vem intensificando-se cada vez mais em
decorrência da crescente urbanização e industrialização. Estas atividades geram volumes consideráveis de efluentes
domésticos que podem conter moléculas estranhas, tais como, resíduos de farmacologicos que não são eliminados pelo
tratamento convencional. Da mesma forma, contaminantes industriais de diversas origens representam uma ameaça
constante aos mananciais. Sob este enfoque, a resolução CONAMA 357/2005 enfatiza em seu artigo 7° a necessidade dos
ensaios toxicológicos para avaliação das possíveis interações entre as substâncias e da presença de contaminantes
passíveis de causar danos aos seres vivos. A Rede de Monitoramento Ambiental da CETESB utiliza e recomenda o teste
de Ames como medida de controle genotóxico da qualidade ambiental. Este ensaio é mundialmente e amplamente
utilizado para monitorar a ocorrência de efeitos mutagênicos de amostras ambientais complexas. O objetivo deste estudo
foi verificar o potencial de mutagenicidade nas águas do Atibaia e do Jaguarí, na região de Paulínia, com diversificado
parque industrial e intensa atividade agrícola. Além de permitir detectar níveis e efeitos de poluentes, fornece sinais
precoces de dano ecológico com ameaça à saúde humana. O ensaio de mutação reversa foi realizado com Salmonella
typhimurium linhagens TA98 e TA100, indicadas para amostras ambientais, com ativação metabólica (S9) ou tampão
fosfato sem S9, pré incubação de 30 minutos, 37ºC, por 72 horas. No Rio Atibaia que possui forte influência antrópica
houve indícios predominantes da presença de compostos mutagênicos com e sem ativação metabólica para a linhagem
TA98, possivelmente devido à ação de compostos orgânicos de efluentes industriais com maior evidência na estação seca.
Por outro lado, no Jaguarí na estação chuvosa, sob influência da poluição difusa decorrente de áreas agrícolas adjacentes,
houve indício de atividade mutagênica no ensaio sem atividade metabólica, indicando menor risco de carcinogenicidade
aos seres humanos, pois ao serem metabolizados pelo complexo enzimático S9 perderam o seu potencial mutagênico às
linhagens TA98 e TA100.
Palavras-chave: mutagenicidade; teste de Ames; Rio Atibaia; Rio Jaguarí.
Agradecimentos: CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
9
BIODEGRADAÇÃO DO DIESEL PURO E MISTURA COM BIODIESEL
1QUITERIO, G. M.; 1BIDOIA, E. D.
1Departamento de Bioquímica e Microbiologia - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
O biodiesel é um combustível produzido a partir de óleos vegetais de diversas matérias primas renováveis como palma,
mamona, soja, girassol; e pode também ser produzido a partir de gordura animal. Suas propriedades físico-químicas são
similares àquelas do diesel derivado do petróleo, assim, a grande compatibilidade com o diesel convencional os
caracteriza como uma alternativa capaz de atender à maior parte da frota de veículos já existentes no mercado sem
necessidade de investimento tecnológico para desenvolvimento ou adaptações de motores. Do ponto de vista ambiental,
uma vantagem do biodiesel em relação ao diesel de petróleo, é sua maior biodegradabilidade, visto que a poluição por
petróleo e seus derivados causados pelo derrame acidental é um grande problema ao ambiente. O petróleo e seus derivados
constituem contaminantes hidrofóbicos, assim, quando ocorre derramamento se faz necessário a adição de surfactantes
químicos ou biossurfactantes para a redução da tensão superficial entre o contaminante e o meio, favorecendo a
degradação de compostos orgânicos, uma vez que o mesmo fica biodisponível à microbiota presente. Um aumento da
biodegradabilidade quando adicionado biodiesel em diesel foi demonstrado em muitas investigações. Essa
biodegradabilidade pode ser verificada através da técnica baseada na redução do indicador redox 2,6-diclorofenol-
indofenol (DCPIP), o qual apresenta uma ferramenta rápida, simples e de baixo custo para avaliar capacidade de diferentes
micro-organismos para degradar diferentes óleos. Neste estudo foi verificado se houve favorecimento da
biodegradabilidade do diesel, adicionados inóculo de Bacillus subtilis e surfactante químico Tween® 80, quando contendo
5% de biodiesel pela técnica DCPIP durante 60 dias. Ao final da avaliação a mistura de 5% apresentou uma redução do
indicador redox DCPIP 9% superior que o diesel puro. Pode–se concluir que a mistura de 5% de biodiesel em diesel
aumenta a sua biodegradabilidade quando utilizado Bacillus subtilis e surfactante, porém são necessários estudos para se
determinar qual taxa é a mais biodegradável.
Palavras-chave: diesel; biodiesel; biodegradação.
Agradecimentos: Agência Nacional do Petróleo - PRH 05
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
10
BIODIVERSIDADE DE COMUNIDADES PROCARIÓTICAS EM
SUBSTRATOS ORGÂNICOS NO ATLÂNTICO SUDOESTE PROFUNDO
¹PERES, F. V.; ²SUMIDA, P. Y. G.; ³NAKAYAMA, C. R.; 4TORRES, A. M. B.; 5PELLIZARI, V. H.
¹USP-Universidade de São Paulo ([email protected]), ²USP-Universidade de São Paulo
([email protected]), ³ UNIFESP-Universidade Federal de São Paulo([email protected]), 4 USP-
Universidade de São Paulo([email protected]), 5 USP-Universidade de São Paulo ([email protected])
O mar profundo é um dos poucos ambientes que permanecem inexplorados no planeta. Organismos que vivem nestas
regiões encontram limitações na disponibilidade de alimentos e exploram enriquecimentos orgânicos esporádicos como,
pedaços de madeira e carcaças de animais que afundam até o assoalho oceânico. Estes oásis de recursos constituem fontes
de carbono localmente e temporalmente restritas onde o metabolismo quimiossintético pode ser observado. Compreender
a ecologia microbiana nesses habitats localmente ativos é de grande importância para melhorar a compreensão sobre
diversidade microbiana, ciclos biogeoquímicos e regeneração de nutrientes. O objetivo do trabalho proposto é descrever
a estrutura e diversidade das comunidades microbianas associadas à colonização de parcelas orgânicas (osso de baleia e
madeira) na margem continental brasileira. As amostras foram fundeadas em Junho de 2013, com o auxílio de um lander,
na Bacia de Campos em Cabo de São Tomé na isóbata de 1500 metros e retirada em Outubro de 2014. Para analise da
comunidade microbiana nos biofilmes formados serão utilizados métodos de ecologia molecular baseados na extração do
DNA total das amostras, quantificação, amplificação de parte do gene RNAr 16S (Domínios Bacteria e Archaea) através
da PCR e da técnica de fingerprinting T-RFLP. As amostras serão enviadas para sequenciamento na plataforma Illumina
Miseq e as análises serão realizadas por meio de métodos de bioinformática, gerando índices de riqueza e diversidade,
além de permitir a comparação de comunidades presentes em diferentes amostras. Com o presente trabalho, espera-se
determinar a identidade e diversidade de grupos populacionais de micro-organismos nas parcelas orgânicas fundeadas no
Atlântico sudoeste profundo.
Palavras-chave: Procariontes; Diversidade; Oceano.
Agradecimento: CAPES
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
11
BIORREMEDIAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO POR ÓLEO DIESEL
E ÓLEO LUBRIFICANTE
1FEIN, D.; 2MARTINS, I. A.
1Ambconsult Estudos e Projetos Ambientais Ltda.([email protected]), 2Ambconsult Estudos e Projetos
Ambientais Ltda.([email protected])
A biorremediação é uma técnica ecologicamente aceitável para a remediação de solos contaminados, já que utiliza o
estímulo da atividade microbiana natural para degradar substâncias toxicamente perigosas, transformando-as em
substâncias menos ou não tóxicas. Em uma área localizada no litoral sul do Estado de São Paulo, no município de Santos,
foi realizada uma Investigação Ambiental Detalhada que detectou a presença de uma camada de 0,3cm de solo
impregnado por óleo diesel e óleo lubrificante. A camada encontrava-se a uma profundidade entre 0,5 a 0,8m e
apresentava 1846 mg/kg de TPH. Estimou-se que o área de solo contaminado era de 2m2, com um volume de 26m3. O
objetivo da biorremediação foi retirar a camada de solo contaminado e utilizar-se da técnica de biopilha para
descontaminação do solo e posterior retorno do mesmo para a cava. Assim, o solo foi escavado até 1m de profundidade,
onde não foram encontrados mais vestígios de contaminantes e, posteriormente, armazenado temporariamente em
tambores metálicos até a sua disposição na biopilha. A biopilha foi construída in situ, com o solo distribuído em quatro
fileiras de 1m de altura. O ar foi fornecido de duas maneiras, uma delas por insuflação de ar com um ventilador centrífugo
(1,5 HP, 1130 rpm) e outra pelo revolvimento semanal das fileiras. Semanalmente eram adicionados 500L de água para
corrigir a umidade. Foram realizadas coletas para avaliação do solo residual na cava, bem como para acompanhar o
desempenho da biopilha para os parâmetros PAHs (Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos) e TPHs (Hidrocarbonetos
Totais de Petróleo). Quando o objetivo foi atingido, ou seja, quando a atividade microbiana natural conseguiu degradar
os compostos abaixo dos valores orientadores da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para Postos
de Gasolina, após 4 meses da operação da biopilha, o solo foi devolvido à cava original e o piso refeito.
Palavras-chave: Biopilha; Remediação de Solos; Microrganismos Aeróbios; Microbiologia Ambiental.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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BIORREMOÇÃO DOS CORANTES ACID BLUE 29 E ACID BLUE 25, USANDO
SERRAGEM (Pinus sp.) e Saccharomyces cerevisiae COMO ADSORVENTES
1PECORA, H. B.; 2GUARI, E. B.; 3MELO, R. R.; 4CORSO, C. R.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista; Instituto de Biociências; Campus de Rio Claro
([email protected]), 2UERJ (RJ), Faculdade de Oceanografia ([email protected]), 3 UNESP -
Universidade Estadual Paulista; Instituto de Biociências; Campus de Rio Claro ([email protected]) ), 4 UNESP -
Universidade Estadual Paulista; Instituto de Biociências; Campus de Rio Claro ([email protected])
Nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, trazendo a industrialização como forma de produção, e
consequentemente, a disponibilidade de várias substâncias químicas e a geração de resíduos. Entre essas substâncias
temos os corantes sintéticos, que são amplamente utilizados para o tingimento de diversos artefatos. A indústria têxtil
gera um grande volume de efluente contendo moléculas de corantes. O descarte inadequado desses efluentes nos corpos
d’água causam grande prejuízo ao meio ambiente e a sociedade, devido a sua alta toxicidade e coloração. Visando a
redução destes efeitos, diversos tratamentos vêm sendo estudados, como por exemplo, a biossorção, que consiste na
adesão de moléculas em solução à uma superfície proveniente de ser vivo. O presente trabalho avaliou a capacidade da
serragem (Pinus sp.) e de S. cerevisiae na descoloração de soluções com o corante Acid Blue 29 e Acid Blue 25
respectivamente, analisando a eficiência da remoção do corante colocando biomassa de modo direto na solução e de modo
gradual. Para isso foram feitos dois testes; No primeiro caso a serragem foi colocada em contato com a solução de corante
a uma concentração inicial de 100g/mL durante duas horas, com quantidades de biomassa de 0.25, 0.5, 0.75 e 1.0g, cada
amostra sendo colocada em um tubo de ensaio. Depois as amostras foram centrifugadas e submetidas a leituras no
espectrofotômetro; No segundo teste foi colocado 0.25g da serragem em um tubo de ensaio com 10ml da solução de
corante. A amostra permaneceu em contato e posteriormente foi centrifugada e submetida à leitura no espectrofotômetro.
Então o processo foi repetido mais três vezes, adicionando 0,25g por vez, até completar 1g. No segundo caso os testes
foram realizados com leveduras nas concentrações de 0,001g em seqüência até 0,005g e no segundo teste foram 0,001g
adicionados da mesma maneira que o segundo teste com a serragem. Em todos os testes ocorreu a biossorção, porém nos
testes em que a biomassa foi colocada gradualmente os resultados foram melhores, sendo que no primeiro caso (serragem)
a descoloração máxima foi de 54% no primeiro teste e 77% no segundo, e no segundo caso (leveduras) foi de 73% no
primeiro teste e 100% no segundo. Os resultados obtidos mostraram que o uso de serragem e leveduras para biossorção
de corantes é eficaz, podendo ser um tratamento de efluentes têxteis em potencial.
Palavras-chave: Biossorção; Corantes Têxteis; Serragem; Pinus sp; Saccharomyces cerevisiae.
Agradecimentos: PIBIC
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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CARACTERIZAÇÃO MICROBIANA DA ÁGUA RESIDUÁRIA DO CAFÉ
1 COIMBRA, J. M.; 2 PIRES, F. F.; 3 SILVA, C. F.
1 Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2 Universidade Federal de Lavras
([email protected]), 3 Universidade Federal de Lavras ([email protected]).
Os frutos do café podem ser processados por via natural ou via úmida, ou uma combinação de ambos, que é chamado de
processamento semi-seco. Observa-se atualmente um aumento no emprego de processamentos semi-seco ou úmido, que
geram grandes volumes de água residuárias contendo uma elevada carga poluidora, sendo necessário então um tratamento
prévio para o descarte ou sua reutilização adequada, de modo a evitar danos ao ambiente. O tratamento biológico é uma
alternativa viável e eficiente para a remoção da poluição e a restauração da qualidade de ambientes contaminados por
essas águas. Assim, o objetivo deste trabalho foi isolar e identificar a microbiota presente nas águas residuárias do café,
a fim de investigar a presença de microrganismos com capacidade de promover a redução da carga poluidora desses
efluentes. Foram coletadas dez amostras de água residuária de café, provenientes do processamento dos frutos por via
semi seca. As amostras foram homogeneizadas por agitação e diluídas em água peptonada 0,1% até à diluição de 10 -8.
Uma alíquota de 0,1mL de cada diluição foi inoculada em placas de Petri contendo meio Agar Nutriente para o
crescimento e contagem de bactérias e em meio Agar Dicloran Base com Rosa Bengala para o crescimento e contagem
de leveduras e fungos filamentosos. As placas foram incubadas durante 24 horas a 28ºC, 48 horas a 28ºC e 7 dias a 28ºC,
para bactérias, leveduras e fungos filamentosos, respectivamente. Após o período de incubação e crescimento dos
microrganismos fez-se a contagem e análise das características morfológicas das colônias. Foram obtidas 1851 colônias
de leveduras, caracterizadas em 12 morfotipos diferentes, 2446 colônias de bactérias, caracterizadas em 16 morfotipos
diferentes e 217 colônias de fungos filamentosos, caracterizadas em 6 morfotipos diferentes. A partir dessas colônias,
133, 148 e 26 isolados de leveduras, bactérias e fungos filamentosos respectivamente, foram purificados e analisados
quanto as suas características bioquímicas. A identificação das características morfológicas e a contagem dos isolados
são importantes para o conhecimento da microbiota presente nas águas residuárias do processamento de grãos de café.
Tais características associadas aos resultados das análises bioquímicas e moleculares podem ser utilizadas para a
identificação dos morfotipos em espécies.
Palavras-chave: Água residuária; Café; Microbiota.
Agradecimentos: Capes, Fapemig e CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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COLONIZAÇÃO POR FUNGOS FORMADORES DE MICORRIZA ARBUSCULAR EM
DIFERENTES SISTEMAS FLORESTAIS DE Eucalyptus grandis E Acacia mangium
1SANTANA, M. C.; 2PEREIRA, A. P. A.; 3MESCOLOTTI, D. L. C.; 4BONFIM, J. A.;
5CARDOSO, E. J. B. N.
1Universidade Metodista de Piracicaba ([email protected]), 2,3,4,5 Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”/USP ([email protected], [email protected], [email protected], [email protected])
Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA) realizam simbiose mutualística com mais de 80 % das plantas terrestres. Esta
associação proporciona benefícios para o hospedeiro através da interligação da planta com as hifas do fungo que permitem
a translocação de nutrientes minerais e água do solo para a planta, além de fornecer proteção contra patógenos. Este
trabalho teve como objetivo avaliar a taxa de colonização radicular (%) por FMA nos diferentes sistemas de plantio de
Eucalyptus grandis e Acacia mangium até 8 metros de profundidade do solo. A coleta do material realizou-se na
E.E.C.F.I., quando os plantios estavam com 4 anos (2013). Foram utilizados três tratamentos, monoculturas de E. grandis
e de A. mangium e consórcio de E. grandis com A. mangium, sendo este último subdividido em coleta na base de A.
mangium e coleta na base de E. grandis. Nestes tratamentos construíram-se trincheiras, nas quais foram coletadas as
raízes. Amostras foram coletadas em 10 camadas, variando de 0-8 m de profundidade, com quatro repetições. Para a
avaliação da colonização radicular por FMA as raízes foram lavadas, sendo posteriormente cortadas em segmentos de 1
cm. Os segmentos foram descoloridos em KOH (10 %) e em seguida colocados durante 30 m em banho a 90 ºC. Em
seguida, foram branqueados com solução de H2O2 (10 %) por 3 m. Ao término desta etapa, os segmentos receberam
coloração com tinta de caneta azul (Parker – Quink®) por 15 s em banho a 90 ºC, sendo posteriormente conservadas em
solução de lactoglicerol. Foram montadas 5 lâminas para cada repetição contendo 10 segmentos de raízes em cada lâmina,
que foram analisadas ao microscópio. Os percentuais de colonização radicular por FMA foram baixos em todos os
tratamentos, até mesmo quando foram avaliadas raízes coletadas nas camadas superficiais do solo. Houve forte redução
da colonização radicular com o aumento da profundidade, sendo esta mais pronunciada nos plantios mistos. Dentre os
tratamentos avaliados, a monocultura de E. grandis apresentou maior colonização, tanto em superfície, quanto em
profundidade, com exceção da camada 4-8 m, na qual não houve diferenças em comparação com a monocultura de A.
mangium. Conclui-se que nas camadas mais profundas do solo as raízes de E. grandis e A. mangium, embora em pequenos
percentuais, são colonizadas por FMA, mas em plantios consorciados essa colonização é drasticamente reduzida.
Palavras-chave: Micorriza; Raiz; Solo
Agradecimentos: FAPESP (Processos: 2014/04479-1, 12279-0) e CNPq (Processo: 476122)
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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DENSIDADE DE FUNGOS E BACTÉRIAS NO PERFIL DO SOLO SOB DIFERENTES
MANEJOS NA CULTURA DO MILHO
1SCOTTON, J. C.; 2CAMPOS, A. A. B.; 3LONGARESI, R. H.; 4HOMMA, S. K.
1CPMO Centro de Pesquisa Mokiti Okada e UNESP Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
([email protected]), 2 CPMO Centro de Pesquisa Mokiti Okada ([email protected]), 3 CPMO
Centro de Pesquisa Mokiti Okada ([email protected]), 4 CPMO Centro de Pesquisa Mokiti Okada
O aumento da atividade microbiana, desempenhada principalmente por fungos e bactérias, indica melhora na qualidade
do solo, sendo fator chave para a sua resiliência. O manejo agrícola influencia diretamente na estrutura de comunidade
desses micro-organismos e consequentemente em suas funções. O trabalho objetivou avaliar a influência de diferentes
tipos de manejo na cultura do milho sobre a densidade de fungos e bactérias totais no solo. O ensaio foi realizado em
campo experimental e laboratório do Centro de Pesquisa Mokiti Okada, localizado em Ipeúna-SP. Os tratamentos foram:
T1 - manejo agroecológico (insumos biológicos e capina mecanizada), T2 - manejo agroecológico irrigado (insumos
biológicos, capina mecanizada e irrigação) e T3 - manejo convencional (insumos químicos). Após a colheita do milho,
foram amostradas solos de dez repetições para cada tratamento em três profundidades 0-10, 10-30 e 30-50 cm. De cada
amostra de solo 10 g foram submetidas à diluição seriada em solução salina estéril, seguido de plaqueamento em Ágar
Nutriente e Meio Martin para contagem de bactérias e fungos respectivamente. As placas de Petri foram incubadas
invertidas a 30°C e 26º e os resultados expressos em UFC g-1 solo. Os dados foram transformados em (√𝑥 + 1),
submetidas a Anova e as médias comparadas pelo teste Tukey a 10% de significância. A densidade de bactérias totais
diferiu estatisticamente em todos os tratamentos nas três profundidades. A maior colonização de bactérias observada no
tratamento irrigado é consequência de uma maior superfície de locomoção, resultando em maior disponibilidade alimentar
e aumento da população. Para os fungos a diferença foi significativa entre tratamentos nas profundidades de 10-30 e 30-
50 cm e as maiores densidades ocorreram nos tratamentos T1 e T2. Apesar de não haver diferença significativa, o T3
apresentou um log menor na densidade de fungos na profundidade de 30-50 cm. O T3 apresentou as menores densidades
de micro-organismos, provável influência do manejo com insumos químicos. O manejo agroecológico proporciona um
ambiente mais favorável para a população de fungos e bactérias no perfil do solo cultivado com milho.
Palavras-chave: bactérias; fungos; manejo agroecológico; perfil do solo; milho.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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DIVERSIDADE BACTERIANA PRESENTE EM USINAS PAULISTAS E A TOLERÂNCIA
DE CONTAMINANTES NO PROCESSO.
¹BONATELLI, M. L.; 2LABATE, C. A.
¹ESALQ/USP – Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo
([email protected]), 2 ESALQ/USP – Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz”, Universidade de São
Paulo ([email protected]).
No Brasil, a produção de etanol a partir de cana-de-açúcar tem crescido e ganhado espaço no mercado por representar
uma importante fonte de energia renovável utilizada pelos automóveis. No entanto, o processo fermentativo nas usinas
não é conduzido em ambiente asséptico, o que permite o crescimento de muitos micro-organismos contaminantes que
podem interferir direta ou indiretamente no processo, ocasionando significativas perdas de rendimento. Na tentativa de
investigar a comunidade bacteriana presente nas usinas, o presente trabalho amostrou duas usinas de São Paulo: uma com
processos fermentativos de batelada (FB) e outra contínuo (FC). Foram realizadas as seguintes coletas: (1) Cana-de-
açúcar, (2) Caldo do primeiro terno, (3) Caldo clarificado, (4) Mel e (5) Dornas. Foi possível verificar que as duas usinas
apresentaram resultados similares, onde em 1 e 2 a densidade microbiana foi significativamente maior que em 3 e 4,
voltando a aumentar em 5. Estes resultados indicam que os processos de clarificação do caldo e concentração do mesmo
(para formar o mel) reduzem a densidade microbiana presente na cana e no início do processo. As bactérias isoladas das
dornas foram identificadas através do sequenciamento parcial do gene 16S rDNA. Novamente, as duas usinas exibiram
resultado semelhante; o filo mais frequente em ambas foi Firmicutes, com isolados dos gêneros Lactobacillus e Bacillus
representando 66% dos isolados na usina com FB e 58% na usina com FC; seguido do filo Proteobacteria, com isolados
do gênero Acetobacter representados por cerca de 16% isolados na usina com FB e 23% na usina com FC; e, por último,
o filo Actinobacteria, com os gêneros Kocuria e Microbacterium perfazendo 16% dos isolados na usina com FB e 17%
na com FC. Por fim, todos os isolados dois gêneros mais abundantes foram avaliados quanto a tolerância às duas principais
condições estressantes das usinas: baixo pH e alta concentração de etanol. As bactérias foram inoculadas na concentração
de 106 unidades formadoras de colônia por mL em mosto a 15° Brix em três situações: pH 3,5; etanol 100 g/L e controle.
Após 4 dias, foi mensurado o crescimento bacteriano de cada isolado e foi possível selecionar um Lactobacillus e um
Acetobacter resistentes às condições. Futuramente, esses isolados serão utilizados em ensaios fermentativos a fim de
elucidar a interferência dos mesmos no processo.
Palavras-chave: Fermentação; Diversidade Bacteriana; Lactobacillus; Acetobacter.
Agradecimentos: FAPESP, CAPES.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
17
EFEITO DA PALHADA NAS EMISSÕES N2O e CH4 PELA MICROBIOTA DO SOLO EM
PLANTIO DE CANA-DE-AÇUCAR, ARARAS - SP
1QUEVEDO, H. D.; 2PITOMBO, L. M.; 3CARMO, J. B. do
1Universidade Federal de São Carlos ([email protected]), 2Esalq ([email protected]),
3Universidade Federal de São Carlos ([email protected])
Os fluxos de N2O e CH4 a partir do solo durante o cultivo de culturas destinadas a produção de energia pode limitar ou
comprometer a sustentabilidade da produção de biocombustíveis. Aspectos sociais e ambientais têm proporcionado um
crescimento no Brasil do sistema chamado “cana crua”, o que possibilita a utilização de parte da palha depositada sobre
o solo para a utilização energética. Como a presença da palha altera os aspectos edáficos e microbióticos que regulam a
produção dos gases a partir do solo, a hipótese deste trabalho foi de que diferentes quantidades de palha depositadas sobre
o solo resultam em diferentes emissões de N2O e CH4. Foram realizadas 37 coletas ao longo do ciclo da cana-de-açúcar
utilizando o método da câmara estática para determinar as emissões dos gases a partir da microbiota do solo. Verificou-
se que a quantidade de palha alterou os fluxos de N2O de diferentes formas, favorecendo e controlando em momentos
distintos, em razão da disponibilidade de nitrogênio (N), carbono (C) e umidade, resultando em maiores emissões nos
tratamentos com menor quantidade de palha, contrastando com picos de emissão nos tratamentos com maior quantidade
de palha. Em números brutos, a emissão de N-N2O nos tratamentos com 0, 50, 75 e 100% de palha foi equivalente a 5321;
4641; 3211 e 3425 g ha-1, respectivamente
Palavras-chave: Metano; Óxido Nitroso; Ecologia de Ecossistemas.
Agradecimentos: Laboratório de Mudanças Climáticas, Laboratório de Solos, UFSCar-Sorocaba, FAPESP.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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EFEITO DE FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES E BIOFERTILIZANTE
SOBRE O CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE QUIABEIRO
1MAGALHÃES, G. M. S. de; 2GROSS, E.; 3ASSIS, B. dos P.; 4OLIVEIRA, V. C.;
5ALVES, P. A. C.
1UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz ([email protected])), 2 UESC - Universidade Estadual de
Santa Cruz ([email protected]), 3 UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz ([email protected]),4
UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz ([email protected]), 5 UESC - Universidade Estadual de
Santa Cruz ([email protected]).
O quiabeiro (Abelmoschus esculentus L. Moench) apresenta grande relevância econômica para a agricultura familiar. Esta
utiliza os biofertilizantes, que são de baixo custo e é alternativa viável para fertilização, favorecendo o desenvolvimento
da microbiota do solo e a atuação positiva de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs). O presente trabalho foi proposto
com o objetivo de avaliar a influência dos FMAs e da aplicação de biofertilizante no crescimento e produção do quiabeiro.
O experimento foi conduzido em casa de vegetação utilizando solo no qual foram aplicadas cinco doses do biofertilizante
(0, 100, 200, 300 e 400 mL por vaso com 5 dm3 de solo) e quatro tratamentos micorrízicos (controle não inoculado,
inoculação com Rhizophagus clarus, com Acaulospora scrobiculata e a mistura desses inóculos) com seis repetições por
tratamento. Ao final, foi realizada a colheita dos frutos, contagem, pesagem e medição do tamanho e diâmetro dos
mesmos, avaliação da massa seca da parte aérea e do sistema radicular das plantas bem como as análises nutricionais e
do grau de colonização por FMAs. O tamanho, diâmetro e massa fresca dos quiabos foram influenciados pela interação
FMAs x biofertilizante, sendo que, de maneira geral, os valores máximos alcançados foram para a dose em torno de 200
mL de biofertilizante por vaso. Os quiabeiros inoculados com R. clarus e com a mistura de FMAs apresentaram valores
maiores para as características avaliadas dos frutos do que os que foram inoculados com A. scrobiculata. As plantas não
inoculadas com os FMAs não produziram frutos em quaisquer das cinco doses de biofertilizante. A massa seca dos
quiabeiros, bem como o teor de P, Zn e B da parte aérea foram significativamente influenciados pela interação FMAs x
biofertilizante. As plantas micorrizadas apresentaram teores de P mais elevados na dose de 300 mL de biofertilizante,
superiores aos encontrados nas plantas. As taxas de colonização micorrízica nos quiabeiros foram maiores nas plantas
inoculadas com R. clarus e com a mistura de FMAs do que nas inoculadas com A. scrobiculata, com influência das doses
do biofertilizante. Concluiu-se que o uso do biofertilizante concomitantemente à inoculação com FMAs proporcionaram
melhorias no crescimento e produção dos quiabeiros, com destaque para o Mix das duas espécies de FMAs na dose de
200 mL do biofertilizante aplicada.
Palavras-chave: fungos micorrízicos arbusculares; biofertilizante; quiabo.
Agradecimentos: Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal
(Mestrado - UESC), Centro de Microscopia Eletrônica (UESC), Centro de Biotecnologia e Genética (UESC),
Universidade Federal de Viçosa - UFV, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB. Aos familiares,
amigos, professores e colegas.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
19
EFEITO DE SANITIZANTES NA MICROBIOTA DOS COGUMELOS COMESTÍVEIS
COMERCIAIS Pleurotus ortreatus E Agaricus bisporus
1MORALES, E. M.; AMATO, C. M., 2SILVA, A. C. da, 3ANGELIS, D. de F. de
1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]); 2UNESP -
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]); 3UNESP - Universidade
Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected])
Os cogumelos comestíveis são, quando frescos, comercializados em bandejas de poliestireno e revestidos com filme de
PVC. Nestas condições, o cogumelos devem ser consumidos entre 3-4 dias e mantidos sob refrigeração (5-12°C). No
entanto, pelo tipo de material, a sanitização é dispensável, mas nem sempre são manipulados com a devida assepsia. O
presente trabalho avaliou a ação de sanitizantes sobre a microbiota bacteriana de cogumelos frescos do comércio de São
Paulo - SP. Avaliando-se A. bisporus (A) e P. ostreatus (B) que foram divididos em 4 frações de 25g cada e submetidos
a tratamentos com: Controle (solução salina, 0,85 M); hipoclorito de sódio (200 ppm) e vinagre comercial diluído (2% e
6%). A amostras foram tratadas por 10 minutos, e posteriormente transferidas para frascos contendo solução salina onde
permaneceram por 20 minutos para a obtenção da suspensão de micro-organismos. As suspensões foram diluídas e
inoculadas (Pour Plate) em placas contendo PCA e Cromocult® (CT – coliformes totais), incubadas a 36°C por 24 horas.
Em uma primeira avaliação foram observados os seguintes resultados em UFC mL-1: (A) PCA - Controle: 2,56x106;
Hipoclorito: 1,87x106; Vinagre 6%: 1,13x106; Vinagre 2%: 1,34x106. Todas as amostras do Grupo A apresentaram
crescimento de coliformes fecais. (B) PCA - Controle: 1,84x105 UFC mL-1; Hipoclorito: 1,64x103 UFC mL-1; Vinagre
6%: 2,75x102 UFC mL-1; Vinagre 2%: 7,5x102 UFC mL-1. Houve crescimento de coliforme fecais nas amostras Controle
e Vinagre 2%, contudo, as amostras tratadas com hipoclorito e vinagre 6% não apresentaram crescimento de coliformes.
Repetiu-se o procedimento com os mesmos fungos, provenientes dos mesmos locais e os resultados obtidos em UFC mL-
1 foram: (A) PCA – Controle: 3,5x105; Hipoclorito: 2,87x105; Vinagre 6%: 5x104; Vinagre 2%: 8x104. CT – Controle:
1,12x104; Hipoclorito: 9x103; Vinagre 6%: 6,2x103; Vinagre 2%: 8,76x103. (B) PCA – Controle: 3,4x105; Hipoclorito:
3,9x104; Vinagre 6%: 1,26x104; Vinagre 2%: 5,6x104. CT – Controle: 1,63x104; Hipoclorito: 1,19x104; Vinagre 6%:
5,29x103; Vinagre 2%: 8,32x103. Os resultados permitem inferir que o tratamento com vinagre 6% foi o mais eficiente,
contudo, após o tratamento observou-se o crescimento de CT e bactérias heterotróficas. Pode-se concluir com estes dados
que os cogumelos frescos comercializados nem sempre estão em boas condições sanitárias.
Palavras-chave: Cogumelos; sanitização; contaminantes.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
20
ESTRUTURAÇÃO DE CONSÓRCIOS MICROBIANOS DE ORIGEM MARINHA PARA
DETOXIFICAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE PETRÓLEO E ÓLEO DIESEL
1DUARTE, L. A.; 2OLIVEIRA, V. M.; 3SETTE, L. D.
1Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Rio Claro, Departamento de Bioquímica e
Microbiologia ([email protected]), 2 Universidade Estadual de Campinas, CPQBA/UNICAMP, Divisão de
Recursos Microbianos ([email protected]), 3Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
campus de Rio Claro, Departamento de Bioquímica e Microbiologia ([email protected])
A alta atividade industrial e a utilização do petróleo como principal recurso energético atual são alguns dos fatores que
colaboram com a frequente liberação dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) no ambiente. O uso de
hidrocarbonetos como fonte de carbono e energia por micro-organismos demanda a existência de enzimas capazes de
converter as moléculas dos HPAs em intermediários comuns às suas rotas catabólicas. Neste contexto, o objetivo deste
trabalho é estruturar consórcios microbianos capazes de detoxificar e degradar amostras de petróleo e óleo diesel, a partir
da combinação variada dos seguintes micro-organismos: 4 fungos ligninolíticos isolados de invertebrados marinhos da
costa brasileira, 2 bactérias isoladas de reservatório de petróleo (off-shore), 2 leveduras lipolíticas marinhas da Antártica
e 1 fungo marinho lipolítico da costa brasileira. Devido às diferentes origens dos micro-organismos envolvidos, foi
necessário determinar uma temperatura comum ao crescimento de todos, o qual foi realizado através da avaliação dos
valores de biomassa dos organismos isolados, após incubação a 20 oC, 25 oC e 28 oC por 7 dias. Posteriormente, foram
realizados testes de antagonismo para verificar a existência de inibição entre as linhagens. Para realizar uma seleção prévia
dos micro-organismos envolvidos nos consórcios que seriam capazes de degradar o diesel isoladamente, utilizou-se uma
metodologia onde o indicador redox 2,6 Diclorofenol-indofenol (DCPIP) foi adicionado aos ensaios juntamente com o
diesel como única fonte de carbono. Para os testes de determinação da temperatura, foi possível notar que a média de
crescimento intermediária para todos os organismos foi a 25 oC. Os testes de antagonismos mostraram que não houve
nenhum tipo de inibição entre os micro-organismos que agirão conjuntamente nos consórcios. A análise da degradação
do diesel utilizando DCPIP mostrou ligeira degradação dos testes controle (meio + micro-organismo + DCPIP) para todos
os isolados testados, mas alguns ensaios demonstraram possível degradação do hidrocarboneto. Para bactérias e leveduras,
não houve resultados significativos. Assim, a partir das principais propriedades de cada micro-organismo e dos resultados
citados acima, foi possível determinar a estrutura e as condições de dez consórcios microbianos com potencial para
detoxificar/degradar petróleo e óleo diesel.
Palavras-chave: Fungos marinhos; consórcios microbianos; detoxificação/degradação de poluentes ambientais.
Agradecimentos: Fapesp e CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
21
ESTUDO DA ADSORÇÃO DO CORANTE ACID BLUE 161 PELA PAREDE CELULAR
DA LEVEDURA Saccharomyces cerevisiae EM DIFERENTES VALORES DE pH
1DILARRI, G.; 2CORSO, C. R.
1Universidade Estadual Paulista ([email protected]), 2Universidade Estadual Paulista ([email protected])
As indústrias têxteis são um dos principais responsáveis pela poluição de cursos de água em virtude da alta carga orgânica
tóxica de seus descartes. Devido ao alto custo e tempo de tratamento, muitas vezes esses efluentes têxteis são descartados
de forma incorreta no ambiente. Desta forma o trabalho teve como objetivo estudar o uso da levedura Saccharomyces
cerevisiae liofilizada, sendo um produto industrial alimentício de baixo custo comercializado no Brasil, como um possível
material para adsorção dos corantes têxteis. Utilizou-se o azo corante reativo Acid Blue 161 como material de estudo.
Analisou-se o corante quanto ao efeito batocrômico e hipsocrômico. Em seguida realizou-se um estudo de bancada com
o respectivo corante na concentração de 100 µg/mL, variando a massa da S. cerevisiae e o pH. Realizou-se também um
estudo de cinética de adsorção com a massa da levedura. Os dados de adsorção foram analisados utilizando as isotermas
de Langmuir e Freundlich, identificando assim á relação de adsorção por monocamadas ou policamadas. A relação
adsorbato/adsorvente foi feita pela equação de McKay, podendo definir o fator de interação química entre o corante e a
parede celular da levedura, podendo presumir as possíveis interações químicas realizadas em cada respectivo valor de
pH. Os resultados mostraram que o corante não apresenta efeitos batocrômico e hipsocrômico. O estudo cinético mostrou
que a levedura demora 150 minutos para chegar ao equilíbrio na adsorção do corante. Os estudos de adsorção mostraram
uma grande interação entre a levedura e o corante em um pH < 3,50 isso é confirmado pelos resultados da equação de
McKay tendo valores próximos a zero nos estudos com pH < 3,50. Esses resultados demonstram também que a interação
da parede celular da levedura com o corante é por atração eletrostática em consequência da protonação do grupo NH+ da
quitina da parede celular da levedura, de acordo com a reação: R1-NH3+-O3S-R2. Em pH > 7,50 não ocorre a protonação
da parede celular da levedura, diminuindo a interação com o corante, gerando ligações fracas como interações
hidrofóbicas e forças de Van der Waals. Os resultados experimentais interpretados pelas isotermas respeitaram a equação
de Langmuir, demonstrando ser uma adsorção por monocamadas. Conclui-se que a S. cerevisiae é um bom adsorvedor
de corantes têxteis em pH inferior a 7.
Palavras-chave: Quitina, isotermas, interações eletrostáticas, protonação, parede celular.
Agradecimentos: Instituto de Biociências – Unesp – Campus Rio Claro; Depto de Bioquímica e Microbiologia;
Laboratório Multidisciplinar de Pesquisa do Meio Ambiente.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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ESTUDO DA DIVERSIDADE DA COMUNIDADE TECAMEBIANA (PROTOZOA:
RHIZOPODA) NA FAZENDA EXPERIMENTAL DA UFMT, SANTO ANTONIO DO
LEVERGER - MATO GROSSO
¹HENRIQUE, V. H. O.; ²ALEXANDRE, M.; ³HENRIQUE, V. O.
¹Graduado em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências – IB/UFMT, aluno do Programa de Pós-Graduação
(Mestrado) em Educação do Instituto de Biociências – IB/UNESP – ([email protected])
²Graduando em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências – IB/UFMT – ([email protected])
³Graduanda em Nutrição pela Faculdade de Nutrição – FANUT/UFMT – [email protected]
Amebas testáceas, pertencem ao grupo dos Protistas de vida livre mais heterogêneo e polifilético, dentre os protozoários.
São heterotróficos, podendo se alimentar de matéria orgânica, algas, células de plantas, protistas, fungos e pequenos
metazoários, sendo que algumas espécies são polífagas, enquanto outras possuem alimentos específicos. Objetivando
fazer um levantamento da diversidade da comunidade tecamebiana, foram feitas coletas na Fazenda Experimental da
UFMT, no município de Santo Antônio do Leverger – MT. As coletas foram obtidas através da filtração da água de 6
tanques localizados na Fazenda, utilizando uma tela de nylon. Foram identificadas 9 famílias, são elas Difflugiidae,
Arcellidae, Closteriaceae, Naviculaceae, Pinnulariaceae, Vorticellidae, Hydrodictyaceae Euglenaceae e Desmidiaceae.
Os gêneros Difflugia (n=86), Navícula (n=49) e Arcella (n=22) foram os que apresentaram maior abundância. O gênero
Difflugia consistiu no táxon mais comum e com o maior número de espécies descritas, dentre as tecamebas. Este é um
gênero que habita vários biótopos e possui grande diversidade de tamanho e forma, sendo de fácil identificação, devido à
estrutura da carapaça que se constitui de “peças” colhidas no ambiente e coladas com “cimento” secretado pela célula. A
literatura registra uma grande riqueza de Difflugia em águas com temperatura entre 14,8°C e 27°C e pH entre 5,9 e 8,3 e
uma abundância grande no período de seca, em águas eutróficas com muita matéria orgânica em processo de
decomposição. O gênero Navícula possui indivíduos de simetria bilateral e associadas a presença de rafe. A maior parte
das espécies deste grupo é encontrada em ambientes dulcícolas.
Palavras-chave: tecameba; amebas testáceas; Rhizopoda
Agradecimentos: Pró-reitoria de Cultura, Extensão e Vivência e ao Laboratório de Taxonomia e Ecologia de
Microrganismos Aquáticos (LATEMAS) do Instituto de Biociências – IB/UFMT
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
23
ESTUDO DE ELEMENTOS TRANSPONÍVEIS EM PUCCINIA PSIDII WINTER,
AGENTE CAUSAL DE FERRUGEM EM EUCALYPTUS SPP.
1STSUI, S.; 2FRANCESCHINI, L. M.; 3SANTANA, M. F.; 4QUEIROZ, M. V.; 5LABATE, C. A.;
6QUECINE, M. C.
¹ESALQ/USP – Universidade de São Paulo, campus “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 2ESALQ/USP –
Universidade de São Paulo, campus “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 3BIOAGRO/UFV –
Universidade Federal de Viçosa ([email protected]),4BIOAGRO/UFV – Universidade Federal de
Viçosa ([email protected]), 5ESALQ/USP – Universidade de São Paulo, campus “Luiz de Queiroz”
([email protected]), 6ESALQ/USP – Universidade de São Paulo, campus “Luiz de Queiroz” ([email protected])
O fungo Puccinia psidii Winter causa ferrugem em diversas espécies de Eucalyptus. Devido a sua distribuição geográfica,
a ferrugem vem se tornando-se um problema global para as indústrias florestais produtoras de Eucalyptus spp. Elementos
transponíveis (TEs) são fragmentos de DNA móveis que podem influenciar a organização e desenvolvimento do genoma
de seu hospedeiro, sua inserção pode causar um amplo espectro de mutações no genoma. O presente trabalho investigou
os elementos transponíveis em P. psidii (isolado MF-01) visando um melhor conhecimento de seu genoma e biologia do
patógeno. O sequenciamento parcial do genoma de P. psidii (isolado MF-01) foi realizado pela Roche 454 e Newbler
Assembler 2.6. Os contigs foram anotados utilizando Blast2GO e RepeatMasker. A fim de se encontrar as sequências
terminais repetitivas destes elementos, algumas sequências foram avaliadas: 20 contigs classificados como LTR-
Retrotransposons (classe I) por LTR-Finder e NCBI; 10 contigs classificados como DNA-Transposon (classe II) da
família Tc1-Mariner por TIR Finder e NCBI. Por meio do programa RepeatMasker, os drafts dos genomas de P. graminis,
P. triticina e P. striiformis foram analisados para verificar a presença de elementos de transposição. A análise permitiu
uma comparação entre TEs presentes entre os drafts de genomas entre Puccinia. A classificação de TEs em P. psidii
resultou em 90% de LTR-Retrotransposons, sendo as famílias Copia e Gypsy as mais frequentes. A família Tc1-Mariner
foi a mais frequente dentre os DNA-Transposons (1% das sequências). Interessantemente, entre os 30 contigs avaliados,
nenhum apresentou regiões terminais repetitivas do tipo LTR ou TIR. Comparando a presença de TEs entre Puccinia spp.
foi observado maior frequência de sequências mascaradas em P. graminis (18%), seguido por P. triticina (16,3%), P.
striiformis (11,5%) e P. psidii (isolado MF-01) (10%). O genoma parcial de P. psidii (isolado MF-01) apresentou
predominância de elementos da classe I, Retrotransposons. Já os demais genomas de Puccinia apresentaram
predominância de TEs da classe II, DNA-Transposons. Embora estes resultados sejam preliminares, nossos dados
sugerem que os elementos de transposição presentes no genoma de P. psidii apresentam um perfil diferente daquele
observado em outras espécies de Puccinia, o que revela papel distinto na destes na evolução dos organismos.
Palavras-chave: fungo biotrófico; elementos transponíveis; genoma; patógeno.
Agradecimentos: CAPES e FAPESP
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
24
EXTRAÇÃO DE MICROCISTINA DE Microcystis aeruginosa A PARTIR DA
LISE TÉRMICA
1ORTOLAN, A. V. S.; 2SANTOS, P. V.; 3CALIJURI, M. do C.; 4CUNHA, D. G. F.
1USP – Universidade de São Paulo ([email protected]), 2 USP – Universidade de São Paulo
([email protected]), 3USP – Universidade de São Paulo ([email protected]), 4 USP – Universidade de São
Paulo ([email protected])
Fatores como o despejo de efluentes sem tratamento prévio e o uso de fertilizantes em área agricultáveis contribuem para
o aumento de nutrientes em corpos d’água, como nitrogenio e fósforo. O excesso destes está associado ao fenômeno da
eutrofização artificial, seguido por diversas consequências, como o incremento da densidade de fitoplâncton. As
cianobactérias pertencem a esse grupo e algumas espécies são capazes de produzir toxinas nocivas aos seres humanos e
animais. Diante disso, pesquisas relacionadas a estas cianotoxinas são necessárias para garantir a qualidade da água
oferecida à população, que pode se contaminar quando exposta à água de abastecimento sem tratamento adequado. O
objetivo desta pesquisa foi avaliar dois métodos térmicos de extração de microcistina da cianobactéria Microcystis
aeruginosa para comparar suas eficiências de extração. Assim, identificar o método mais efetivo a ser usado em pesquisas
científicas com esta cianobactéria. Foram analisadas três cepas de M. aeruginosa: NP6J4, BB005 e BB633. Os métodos
foram baseados na lise celular térmica, em alta e baixa temperatura. Para alta temperatura, as amostras foram mantidas a
cerca de 100ºC por 10 minutos. Já para baixa temperatura, as amostras foram submetidas a -20ºC até congelamento,
seguido por descongelamento, repetindo-se este procedimento por quatro vezes. Ambos os métodos são apontados na
literatura como eficientes na extração de microcistinas. A análise da toxina foi feita em triplicata pelo método ELISA
(Ensaio do Imunoadsorvente Ligado à Enzima). Na extração por congelamento, as concentrações médias de microcistina
para as cepas NP6J4, BB005 E BB633 foram de 892±47, 956±76 e 153±3 µg.L-1, respectivamente. Já para a extração em
alta temperatura, os resultados médios foram de 857±50, 894±110 e 129±16 µg.L-1 respectivamente. Observou-se que a
extração por baixa temperatura e alta temperatura foram similares estatisticamente (teste t, p>0,05). A cepa BB633
produziu cerca de seis vezes menos microcistina do que as cepas BP6J4 e BB005 (ANOVA, p<0,05) indicando que há
variações expressivas na síntese de toxina. No entanto, não foi possível afirmar se esta variação é devido à cepa ou à
condição de cultivo visto que elas foram cultivadas em meios de cultura distintos. Por fim, o estudo confirmou que ambos
os métodos são eficazes e relativamente simples para extração de microcistina.
Palavras-chave: Cianotoxina; Extração; Lise térmica; ELISA; Saúde pública.
Agradecimentos: Os autores agradecem ao CNPq pelo financiamento da pesquisa.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
25
FUNGOS MICORRIZICOS ARBUSCULARES NO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS
DE OLIVEIRA (Olea europaea L.)
1FERREIRA, G. M. R.; 2MELLONI, R.; 3SILVA, L. F. O.; 4MARTINS, F. B;
5GONÇALVES, E. D.
1UFLA - Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá
(Rogé[email protected]),3EPAMIG –Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais
([email protected]), 4UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá ([email protected]),5EPAMIG
–Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais([email protected])
A produtividade de diversas culturas, assim como as de oliveiras, é sustentada por diversos fatores, entre eles podemos
destacar as características físicas e químicas do solo, condições edafoclimáticas e as relações com microrganismos
presentes no solo. Sendo um importante fator biótico a relação simbiótica com os fungos micorrízicos arbusculares
(FMAs), que apresentam uma reconhecida habilidade em estimular o crescimento de plantas, por meio do incremento na
absorção de nutrientes, minimização de estresse bióticos e abióticos, deficiência hídrica, ataque de patógenos, agregação
e estabilização dos agregados do solo e na estabilização e sustentabilidade do ecossistema. A região sul do estado de
Minas Gerais é considerada uma das mais apropriadas para o cultivo desta planta, devido suas características climáticas
serem suficientes para a diferenciação da gema florística das oliveiras. Aliado as condições de clima e solo, a associação
com os FMAs é de grande importância para o desenvolvimento do pomar. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi
avaliar o efeito da utilização de diferentes espécies de FMAs, no desenvolvimento de mudas de cultivares de oliveira. O
experimento foi instalado em casa de vegetação sob o delineamento inteiramente casualizado, organizado em fatorial 4 x
3, utilizando as espécies de fungos: Glomus clarum, Gigaspora rosea, Acaulospora scrobiculata e as cultivares de
oliveira: Arbequina, Grappolo541 (MGS GRAP541) e Maria da Fé (MGS MARIENSE), sendo o experimento
acompanhado por um período de aproximadamente um ano, tempo necessário para comercialização das mudas. Foram
avaliados as seguintes variáveis: Massa seca da parte aérea, massa seca da raiz, número total de esporos de FMAs,
porcentagem de colonização radicular, intensidade de colonização radicular, comprimento do micélio extraradicular total
e porcentagem de dependência micorrízica, para se analisar as interações micorrízicas. Os FMAs estudados
proporcionaram maior massa seca da parte aérea e raiz, quando comparadas àquelas não inoculadas, principalmente para
as cultivares Arbequina e Grappolo541. Dentre as cultivares, a Maria da Fé apresentou baixa dependência micorrízica e
menor produção de massa seca da parte aérea, comparada às outras cultivares. As variáveis microbiológicas se apresentam
como importantes indicadores das interações micorrízicas.
Palavras-chave: Micorriza, Inoculação, Dependência micorrízica.
Agradecimentos: CAPES e EPAMIG.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
26
INFLUÊNCIA DA BIODEGRADAÇÃO DE BLENDA POLIMÉRICA PCL/A/PIS NA
COMUNIDADE DE BACTEROIDETES EM SOLOS É CONFIRMADA, COM PRESENÇA
UBÍQUA DE CHITINOPHAGACEAE NO PROCESSO
1SOUZA, L. F. de; 2MARIANI, P. D. S. C.; 3MONTEIRO-VITORELLO, C. B.
1Laboratório de Genética de Microrganismos, ESALQ – USP, Piracicaba, SP ([email protected]), 2ESALQ –
USP, Piracicaba, SP ([email protected]), 3Laboratório de Genética de Microrganismos, ESALQ – USP,
Piracicaba, SP ([email protected])
Resíduos da atividade humana são lançados no ambiente, podendo permanecer inertes por séculos. Visando a redução do
impacto destes resíduos, esforços tem sido dirigidos à criação de materiais que sejam naturalmente degradados, através
de biodegradação. São poucos os estudos de como acontece a biodegradação de polímeros em solos, considerando toda a
diversidade microbiana presente, sendo este o primeiro no estudo de Bacteroidetes e sua dinâmica no processo de
biodegradação de blenda polimérica poli (ε-caprolactona) / amido de milho / proteína isolada de soja (PCL/A/PIS) em
solos tropicais com características físico química contrastantes. Utilizando-se de técnica de DGGE, partindo de primers
baseados na região V5 do RNA ribossomal (rDNA16S), a presença do filo e sua riqueza foi avaliada após 7, 15, 30, 60,
90, 120 e 180 dias de degradação em solos arenoso e argiloso. Para o ensaio, amostras de 300g de solo, com capacidade
de campo do solo ajustada em 60% e 1,2 mg de C/g foram adicionados na forma de plástico e mantidos à temperatura de
28ºC. Foi extraído e armazenado o DNA total dos solos e avaliada a biodegradação através da quantificação do CO2
liberado. Observou-se que Bacteroidetes esta presente em todos os momentos avaliados e que a composição da
comunidade do filo, em ambos os solos, responde nos momentos iniciais e finais ao tipo de solo em questão, arenoso e
argiloso, e não aos plásticos, o que indica a biodegradação como fator principal de influência na estruturação da
comunidade nos momentos de maior atividade. Nestes momentos centrais, a composição das comunidades responde
diferencialmente nos dois tipos de solo, como também se observa na curva de CO2. No solo arenoso, onde a degradação
do plástico é maior, a presença da blenda leva ao estabelecimento de uma comunidade exclusiva nos momentos em que
se observa maior degradação do plástico. Bandas dos DGGEs representativas de todo o processo foram isoladas e
sequenciadas. Com isto, observou-se a presença ubíqua da família Chitinophagaceae. Da mesma forma, genes específicos
para Lipases secretadas desta família foram detectados nos solos, por PCR com primers específicos. Esta família é
reconhecida por atuação na atividade β-glicosídica em agregados de solo. A presença de genes para amilases e proteases
estão em avaliação, bem como a quantificação do grupo em relação a Bacterias nos tempos em questão.
Palavras-chave: Biodegradação; Bacteroidetes; Chitinophagaceae; PCL; Microbiologia do Solo.
Agradecimentos: CAPES, FAPESP e CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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ISOLAMENTO DE FUNGOS ENDOFÍTICOS DE FOLHAS DE
Eugenia uniflora L., (Myrtaceae)
1LIMA, R. F.; 1BUENO, R.
1CEUNSP – Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio ([email protected])
Fungos endofíticos colonizam aparentemente os tecidos de todos os vegetais da Terra de forma assintomática. Muitos
autores relatam que há uma grande produção de metabólitos primários e secundários por estes micro-organismos, os quais
podem ser utilizados em benefício do homem. Em vista da grande diversidade de organismos fúngicos estimada, os
trabalhos com fungos endofíticos estão ganhando cada vez mais atenção pelo seu potencial biotecnológico, farmacológico
e no controle de insetos-praga, além de nos mostrar que o Reino Fungi é muito mais amplo do que fora proposto. Este
trabalho teve como enfoque o isolamento, o cultivo e a classificação de fungos endofíticos de folhas de Eugenia uniflora
L., (Myrtaceae), popularmente conhecida como pitangueira. Para esse estudo foram selecionadas quatro amostras
biológicas do Campus I do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio – CEUNSP – Itu, das quais foram coletadas
apenas folhas. Essas passaram por um processo de seleção quanto à ausência de marcas de lesões, herbivoria ou de
patogenia. As folhas com essas características foram submetidas à assepsia externa para eliminação de micro-organismos
epifíticos e então foram cortados e plaqueados 35 fragmentos foliares de cada amostra biológica, totalizando 140 inóculos.
Após a etapa de purificação, um total de 115 colônias de fungos foi obtido, os quais foram identificados de acordo com a
sua macromorfologia – verso e reverso da colônia; e sua micromorfologia, após realização do microcultivo e visualização
das estruturas reprodutivas em microscópio óptico. A identificação foi realizada a partir da consulta em literatura
especializada como chaves de identificação. Foram isolados 22 gêneros, dos quais oito foram identificados como
Aspergillus sp, Cladosporium sp, Colletotrichum sp, Glomerella sp, Guignardia sp, Nigrospora sp, Penicillium sp e
Trichophyton sp, sendo 25 morfoespécies não identificadas, somando 14 possíveis gêneros. Apesar da não identificação
de alguns fungos endofíticos devido a não produção de estruturas reprodutivas in vitro, assim como citado na literatura,
os resultados obtidos no presente estudo mostraram a existência de uma grande diversidade de fungos endofíticos na
referida planta.
Palavras-chave: Fungos endofíticos; Cultivo; Folhas; Diversidade endofitica.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
28
ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS PROVENIENTES DE ÁGUA
RESIDUÁRIA DE CAFÉ
1GODINHO, B. T. V.; 2RESENDE, D. B.; 3RESENDE, L. M. B.; 4SILVA, M. P.
1UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UFLA – Universidade Federal de Lavras
([email protected]), 3UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 4UFLA – Universidade
Federal de Lavras ([email protected])
A composição química do grão de café, determinada por fatores genéticos e ambientais, é um dos fatores relacionados à
qualidade da bebida. O processo de preparo e conservação do grão é influenciado por alguns fatores ambientais tais como
umidade e temperatura, que podem favorecer o crescimento microbiano e fermentações indesejáveis. O objetivo do
presente trabalho foi identificar bactérias presentes em uma amostra de água residuária de café obtida no laboratório de
Fisiologia e Genética de Microrganismos da Universidade Federal de Lavras. Para contagem de bactérias, 100 µL da
amostra, previamente diluída de 10-1 a 10-4, foram transferidos para o meio Ágar Nutriente por espalhamento em
superfície, com incubação a 30oC/48 horas. Os morfotipos selecionados foram aqueles que apresentaram crescimento
entre 30 e 300 colônias. O cálculo de UFC foi feito para determinar a população bacteriana na amostra. Após o isolamento,
as bactérias foram identificadas através dos seguintes testes bioquímicos: Gram, motilidade, catalase, oxidase e
esporulação. De acordo com os testes bioquímicos, os isolados foram submetidos ao Sistema Bactray I e II, fabricados
pelo Laborclin, para a identificação das bactérias. Foram isoladas então 5 colônias pertencentes ao morfotipo 1 e 6
colônias pertencentes ao morfotipo 2. Todos os isolados foram submetidos ao teste de Gram para verificar se as colônias
estavam puras e, consequentemente, aos outros testes bioquímicos. Todas os microrganismos isolados foram
caracterizados como bacilos Gram-negativos e apresentaram resultados negativos nos testes de esporulação, motilidade e
oxidase. O teste para catalase apresentou resultado positivo para todos os isolados. Os testes Bactray 1 e 2 apontaram,
com 99% de similaridade, para o morfotipo 1 e com 96,79% de similaridade para o morfotipo 2, que a bactéria isolada
foi a Acinetobacter baumannii. De acordo com os resultados desse estudo, a amostra de água residuária de café analisada
apresentou contaminação apenas com uma espécie de microrganismo, identificado como Acinetobacter baumannii. A
bactéria identificada é considerada patogênica, mas com baixa virulência, comprovando, através da água residuária do
café, que o produto do cafeeiro em questão deve receber algum tipo de tratamento antes de ser comercializado.
Palavras-chave: Água residuária; Café; Acinetobacter.
Agradecimentos: CAPES.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
29
ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE BACTÉRIAS COM POTENCIALIDADE PARA
DEGRADAÇÃO DE HIDROCARBONETOS
1 DANTAS, C. P.;2 OLÍVEIRA, O. M. C. de;3 LIMA, D. F.
1 Universidade Federal da Bahia ( [email protected]), 2Universidade Federal da Bahia ([email protected]),
3Universidade Federal da Bahia ([email protected])
A utilização de microrganismos como agentes degradadores vêm se destacando como uma das estratégias mais
promissoras na remediação de ambiente contaminados por petróleo e seus derivados. No Brasil vários estudos têm
mostrado alterações nas condições ambientais dos manguezais da região da BTS por conta dos acidentes com
derramamento de petróleo. Desta forma o estudo objetivou isolar e selecionar bactérias com potencialidade para
degradar petróleo a partir de sedimento de manguezal coletado nas proximidades do rio São Paulo, localizado na Baia
de Todos os Santos, Salvador-BA propondo utilizá-las em processo de biorremediação. Os microrganismos foram
isolados de três formas: através da técnica de diluições seriadas (micro gota), onde 25 g de amostra de sedimento limpo
e de sedimento contaminado, foram homogeneizadas em 250 mL de solução salina (diluição 10-1), posteriormente foi
transferindo 1 mL da diluição para eppendorfs contendo 9 mL da solução e assim sucessivamente até a diluição 10 -8; e
através do adição de 1% petróleo da bacia do recôncavo baiano na superfície do meio solidificado, realizando-se o
espalhamento com uma alça de Drigalsky. Em seguida foram plaqueadas em meio Agar Nutriente, incubado por 48h à
28ºC e isoladas por meio da técnica de esgotamento por estrias. Foram isolados 19 cepas do sedimento livre de
contaminação, 27 cepas de sedimento contaminado com petróleo e 12 cepas do petróleo, dentre elas 32 gram negativas
e 26 gam positivas. O crescimento das bactérias após teste de oxidação por Diclorofenol-2,6-Indofenol Dihidratado
(DCPIP) indica a possibilidade de utilização dos mesmos em estudos de biorremediação de sedimentos contaminados
com petróleo.
Palavras-chave: microrganismo; bioaumento;bacia do recôncavo baiano.
Agradecimentos: Agradeço a FAPESB pela concessão da bolsa de estudos, agradeço a equipe responsável pelo programa
de pós graduação em Geoquímica do Petróleo e meio ambiente do Instituto de Geociências da Universidade Federal da
Bahia pelo suporte técnico e estrutura fornecida para o desenvolvimento dessa pesquisa, e ao grupo BIOTEC pela
orientação e incentivo.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
30
METAGENÔMICA DE SOLO APLICADA A SOLOS CONTAMINADOS POR
FLUORCARBONADOS DE ESPUMAS DE INCÊNDIO
1MONTAGNOLLI, R. N.; 2LOPES, P. R. M.; 3REGO, A. P. J., 4BIDOIA, E. D.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de Rio Claro, Instituto de Biociências,
Departamento de Bioquímica e Microbiologia ([email protected]), 2UNESP - Universidade Estadual Paulista
"Júlio de Mesquita Filho", Campus de Dracena ([email protected]), 3UNESP - Universidade Estadual Paulista
"Júlio de Mesquita Filho", Campus de Rio Claro ([email protected]), 4UNESP - Universidade Estadual
Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de Rio Claro ([email protected])
Acidentes com incêndio ocorrem na indústria petroquímica. Nos incêndios de petroquímicos não é recomendado o uso
de água, mas sim o uso de espumas extintoras de incêndios. São utilizadas espumas formadoras de filme aquoso (AFFF),
pois compostos flúor-carbonados presentes em grandes quantidades nas misturas de AFFF contribuem com a capacidade
extintora de incêndio. Contudo, toneladas de AFFF são liberadas no ambiente. Os flúor-carbonados são altamente
resistentes à biodegradação e por isso têm prolongada persistência ambiental. Vias de biodegradação dos organo-
halogenados são bastante específicas e lentas, podendo levar anos para sua degradação completa por micro-organismos
do ambiente. Os produtos químicos de combate a incêndios podem induzir mudanças de médio a longo prazo nas
comunidades microbianas do solo e, portanto, no funcionamento e qualidade do solo, fazendo com que utilizações futuras
da área sejam planejadas com cautela. Os parâmetros microbianos e alterações no perfil da comunidade de solo podem
ser usados como bioindicadores de sensibilidade do solo a mudanças induzidas por diferentes distúrbios e contaminantes.
Para estudar a alteração da microbiota, verificou-se o efeito da aplicação de soluções de AFFF na estrutura de comunidade
bacteriana de solo contaminado por compostos fluorcarbonados através da técnica de PCR com gel de eletroforese em
gradiente desnaturante (DGGE). Observou-se que a aplicação de espumas de incêndio influencia a dinâmica das
comunidades microbianas de solo. Desta forma, o uso de solo contaminado (para ocupação humana ou produção de
alimento) pode sofrer, além dos riscos toxicológicos, a interferência de novos grupos de microrganismos. No caso de
concentrações altas de AFFF em solo foram observadas as maiores mudanças na comunidade bacteriana de solo. Na
análise multivariada de coordenadas principais, os pontos mais distantes da comunidade original do controle em tempo
inicial estão agrupados em posição extrema e distante da origem do gráfico. Deste modo, a comunidade bacteriana sofreu
muita alteração em sua estrutura em função da presença do poluente. O novo perfil microbiano induzido pela
contaminação por AFFF poderia inviabilizar o uso de áreas, como por exemplo pelo favorecimento de microrganismos
patógenos ou pela queda da produtividade agrícola.
Palavras-chave: DGGE; AFFF; Perfluorados; Solo.
Agradecimentos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Programa de Formação de Recursos Humanos em Geologia do
Petróleo e Ciências Ambientais Aplicadas ao Setor de Petróleo & Gás e de Biocombustíveis: PRH-05,
ANP/Petrobras/FINEP/MCT.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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MICROBIOLOGIA NA AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DE ÁGUA (IQA)
PARA REENQUADRAMENTO DOS RIOS JAGUARÍ E ATIBAIA
1RAMOS, M. A. G.; 2OLIVEIRA, E. S. B., 3LEITE, D. A. Nalin de O.; 4PIÃO, A. C. S.; 5ANGELIS, D. de F. de
1Depto. de Bioquímica e Microbiologia, Instituto de Biociências UNESP/Rio Claro-SP ([email protected]),
2Depto. de Bioestatística, Instituto de Biociências UNESP/Rubião Junior, Botucatu–SP ([email protected]),
3Depto. de Bioquímica e Microbiologia, Instituto de Biociências UNESP/Rio Claro-SP ([email protected])
,4Depto. de Matemática, Estatística e Camputação do IGCE UNESP/Rio Claro-SP (piã[email protected]), 5Depto. de Bioquímica e Microbiologia, Instituto de BiociênciasUNESP/Rio Claro-SP ([email protected]).
A contagem de microrganismos do meio ambiente é uma atividade rotineira nos laboratórios de microbiologia. No
entanto, os números obtidos nem sempre são interpretados com a devida importância em atividades globalizadas. Um dos
exemplos é a contagem das bactérias termotolerantes Escherichia coli (E.coli) presentes nas águas dos rios. Esta bactéria
é referenciada como indicador de poluição microbiana dos mais utilizados no mundo e é altamente dispersada pela água.
Quando se pretende verificar o IQA das águas de rio, a contagem de E.coli é entre os nove parâmetros um dos itens de
maior peso. Neste contexto, quantificou-se estas bactérias termotolerantes dos rios Jaguarí e Atibaia na região do
município de Paulínia, de 2009 a 2015, efetuando-se coletas entre 15 e 25 dias, num total de 109 coletas entre os períodos
chuvosos e secos. Verificou-se que do total de 109 coletas no Rio Jaguarí no período chuvoso 64,1% e no período de seca
46,4 % estiveram em desacordo com a legislação CONAMA 357/2011, contribuindo desta forma, para que as águas dos
rios tivessem menor IQA. As contagens do Rio Atibaia no período chuvoso do total 75,5% e 66,1% no período seco
estiveram em desacordo. Estas informações contribuem para estudos da verificação no enquadramento dos rios de classe
2 e ainda indica a necessidade urgente de investimentos em saneamento, uma vez que E.coli é um indicador da presença
de esgoto não tratado adequadamente.
Palavras-chave: IQA; E.coli; Rio Jaguarí; Rio Atibaia.
Agradecimentos: CEA Centro de Estudos Ambientais IGCE Unesp Rio Claro, Laboratório de Ensino e Pesquisa de
Toxicidade de Água, Depto. Bioquímica e Microbiologia IB Unesp Rio Claro e CAPES - Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelo apoio financeiro.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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PESQUISA DE COLIFORMES E Escherichia coli EM ÁGUA DE POÇOS RASOS
RESIDENCIAIS
1REIS, S. F.; 2FORTUNA, J. L.
1Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia(UNEB) – Campus X
([email protected]); 2Docente de Microbiologia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X
Água para consumo humano pode ser adquirida de diversas maneiras. O manancial subterrâneo é o mais utilizado pela
maior parte da população, através de poços artesianos ou por poços com menor profundidade (poços rasos). Contudo,
estes apresentam maior risco de contaminação. Além disso, a água subterrânea é uma fonte importante de abastecimento
para a população, principalmente a que não tem acesso à rede pública ou quando o fornecimento público torna-se
inconstante. Com aumento da utilização de água subterrânea, intensifica-se a importância do monitoramento da qualidade
desta. Este trabalho teve como objetivo analisar a qualidade microbiológica da água de poços rasos residenciais utilizada
para o consumo humano através da enumeração de coliformes totais e termotolerantes e identificar a presença de
Escherichia coli. Foram analisadas 15 amostras de água de poços rasos escolhidos aleatoriamente de 15 residências
localizadas no bairro Vila Verde, município de Teixeira de Freitas-BA. As coletas foram realizadas nos meses de julho e
agosto de 2014. Utilizou-se a técnica do Número Mais Provável com diluições de 10-1 a 10-3. As amostras também foram
submetidas à pesquisa de E. coli. Avaliou-se a qualidade microbiológica da água segundo a Portaria nº 2.914 de
12/12/2011 do Ministério da Saúde. Das 15 (100%) amostras de água coletadas e analisadas, quatro (26,67%)
apresentaram coliformes totais e três (20%) apresentaram coliformes termotolerantes. Portanto, 12 (80%) delas estavam
aptas para o consumo humano, conforme padrões microbiológicos. Foram realizados 30 testes bioquímicos (IMViC) das
amostras positivas para coliformes termotolerantes. Observou-se a presença de Klebsiella, Providencia, Proteus,
Escherichia, Enterobacter, Serratia e Yersinia. Das 30 (100%) colônias que foram submetidas aos testes bioquímicos,
seis (20%) não foram conclusivos e sete (23,3%) colônias foram confirmadas como sendo E. coli. O consumo humano
desta água pode apresentar riscos à saúde, já que 20% das amostras encontram-se impróprias para o consumo. A
inadequação dessa água é comprovada pela presença de alguns gêneros do grupo coliformes termotolerantes, além da
presença da bactéria E. coli, principal indicadora de contaminação fecal.
Palavras-chave: Coliformes; Escherichia; Água; Poços Rasos.
Agradecimentos: Laboratório de Microbiologia da UNEB – Campus X.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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POSSÍVEIS MECANISMOS DE INTERAÇÕES ENTRE O CORANTE DIRECT ORANGE
2GL E A PAREDE CELULAR DE Saccharomyces cerevisiae A PARTIR DAS ISOTERMAS
DE ADSORÇÃO
1MENDES, C. R.; 2PELEGRINI, R. T.
1Universidade Federal de São Carlos ([email protected]), 2Universidade Federal de São Carlos
Em virtude dos problemas decorrentes das atividades têxteis, o método de adsorção por Saccharomyces cerevisiae é uma
alternativa viável no tratamento residual têxtil. Para tanto, nesse estudo foi possível propor possíveis mecanismos de
interações entre a parede celular da S. cerevisiae e o corante Direct Orange 2GL, a partir do coeficiente de correlação
relativa segundo as isotermas de Langmuir e Freundlich. Foi feito um gráfico da reta padrão no programa Origin 6.0,a
partir da curva de calibração, para os valores na equação da reta Y=A+B.X. Ademais, foi realizado um gráfico de
isotermas de adsorção, utilizando 50 mg/L do corante em solução e variando os valores de pH=4 ; pH=5 e pH=6, e 500;
800 e 1000 mg de biomassa. As analises seguiram em espectrofotômetro de UV-Vis, para varredura entre 300 a 800 nm.
O gráfico de isotermas utilizou os modelos da equação de Langmuir e Freundlich. A curva de calibração apresentou valor
de coeficiente de correlação linear 0,99998 e valores de A=0,0038 e B=0,03361 para equação da reta. A linearização das
isotermas de Langmuir e Freundlich possibilitou determinar o efeito da interação adsorbato/adsorvente, através de
monocamada ou multicamadas, a partir do coeficiente de correlação relativo. Em valor de pH=4 e pH=5 os resultados
demonstraram adsorção por monocamadas, respeitando a isoterma de Langmuir. Portanto, é proposto que a parede celular
acresça quantidades de sítios ativos disponíveis devido aos grupos amino protonados que propiciam interações com o
sítio básico do grupo sulfônico do corante. Outro mecanismo proposto ocorre por meio de ligações de hidrogênio entre
os grupos sulfônicos do corante e os grupos hidroxi da quitina na parede celular. Em valor de pH=6, a adsorção respeita
à equação da isoterma de Freundlich, sendo em múltiplas camadas. Isso pode ocorrer devido às ligações de hidrogênio
entre o corante e os grupos da quitina, além das interações das moléculas de corante em outras moléculas de corante,
através de uma ligação de hidrogênio entre a ligação π do grupo azo (N=N) do corante com o grupo amino (-NH2) da
levedura. No estudo foi possível observar diferentes interações adsorbato/adsorvente quando o valor de pH varia. Isso se
deve as interações das ligações iônicas ou de ligações por pontes de hidrogênio, o que pode aumentar ou diminuir o
número de sítio ativo diretamente proporcional à acidificação.
Palavras-chave: Interação adsorbato/adsorvente; isotermas de adsorção, coeficiente de correlação relativa.
Agradecimentos: Centro de Ciências Agrárias-Universidade Federal de São Carlos.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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POTENCIAL DO USO DE LEVEDURAS COMO BIOINDICADORES DA PRESENÇA DE
CÁDMIO NO SOLO
1FERRAREZI, J. A.; 2GOMES, L. H.; 3LIRA, S. P.; 4KAMOGAWA, M. Y.; 5ANDRINO, F. G.
1 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP ([email protected]), 2 Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP ([email protected]), 3 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
– ESALQ/USP ([email protected]), 4 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP
([email protected]), 5 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP([email protected])
A contaminação de solos por metais pesados como cádmio é uma realidade no mundo industrializado. O cádmio oferece
riscos à saúde e ambiente, uma vez que seus efeitos são neurotóxicos, mutagênicos e cancerígenos. Por esse motivo,
metodologias cada vez mais rápidas têm sido estudadas, para que áreas afetadas por esses compostos sejam identificadas.
Atualmente, testes de toxidez envolvendo animais e vegetais têm sido usados para definir normas legislativas que
assegurem a vida livre deste elemento. Esse trabalho tem por objetivo demonstrar o potencial das leveduras
Saccharomyces cerevisiae como agente bioindicador da presença de cádmio no solo, comparando-as às sementes de
mostarda (Brassica juncea L. Cross) e pepino (Cucumis sativus L.). Os testes de toxidez utilizando as leveduras basearam-
se na contagem de colônias em microplaqueamento após 24 horas, enquanto que as sementes foram avaliadas segundo o
crescimento radicular em 7 dias. Embora o tamanho das sementes de pepino seja 20 vezes maior em relação às de
mostarda, o método foi eficiente na avaliação de resultados que comprovaram o estresse na germinação causado pelo
metal. Os ensaios com sementes foram feitos em placa de Petri de 150x20 mm, com papel de filtro embebido em 5 mL
das soluções de cádmio, com 30 sementes de mostarda e 20 sementes de pepino em cada placa. O efeito tóxico constatado
em ambas as espécies vegetais é semelhante, pois a DL50 sobre a germinação destas é de 3 mg L-1, com resultados
significativos em todas as doses, exceto em 13 e 21 mg L-1 que não apresentaram brotamento. Os ensaios com leveduras
foram feitos com microplaqueamento, após 6 horas de contato das células com o agente tóxico em meio de cultura líquido
YEPD. A partir desse meio, foram feitas diluições seriadas 10-4 células por mL, das quais foram feitas 10 repetições, que
foram aplicadas em placas de Petri contendo meio sólido YEPD. As colônias de levedura foram contadas, e pode-se
concluir que a DL50 sobre o crescimento passa a ser 2 mg L-1 de Cd2+. Ou seja, as leveduras apresentam mais sensibilidade
à presença do contaminante em relação às sementes, além de que em doses baixas (0,5 e 1 mg L-1) já é possível verificar
diferenças de crescimento em relação ao controle. Com isso, conclui-se que a metodologia com uso de leveduras para
avaliação da toxidez é mais eficiente e confiável em comparação aos ensaios com sementes.
Palavras-chave: leveduras; vegetais; toxidez; cádmio.
Agradecimentos: FAPESP
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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PURIFICAÇÃO PARCIAL DE COMPOSTOS COM ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
PROVENIENTES DE UM ISOLADO DE Streptomyces sp.
1BORBA, M. P.; 2BALLARINI, A. E.; 3FOLMER, A. P.; 4BRANDELLI, A.;
5VAN DER SAND, S.
1UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected]), 2 UFRGS – Universidade Federal
do Rio Grande do Sul ([email protected]), 3 UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
([email protected]), 4UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected]), 5UFRGS –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected])
Streptomyces é um importante gênero bacteriano presente no grupo dos Actinomicetos, responsável pela produção de
cerca de 70% dos antibióticos hoje utilizados. Estes antibióticos são altamente distintos, apresentando diferenças
estruturais, químicas e de alvo, sendo um desafio isolar novos compostos com ação antimicrobiana. Em função resistência
bacteriana, a bioprospecção de novas moléculas antibióticas ainda se faz necessário, e o gênero é um organismo promissor
devido à grande quantidade de compostos que produz. O objetivo deste trabalho é a purificação de compostos com
atividade antimicrobiana presentes do isolado Streptomyces 8S, oriundo de processos de compostagem e que já se mostrou
altamente eficiente contra bactérias Gram positivas e negativas, fungos filamentosos e leveduras. O isolado foi cultivado
em meio de cultura amido caseína sob agitação de 100 rpm a uma temperatura de 30 oC. Após 3 dias de crescimento, o
cultivo foi centrifugado, obtendo-se o extrato bruto livre de células. O extrato foi submetido à extração com diferentes
solventes orgânicos, sendo eles acetato de etila, diclorometano, hexano e clorofórmio. Da fração aquosa resultante, 1mL
foi submetido a uma cromatografia de gel-filtração, utilizando-se a resina Sephadex G75 e PBS como eluente. Foram
coletadas 40 frações de 1mL, estas liofilizadas e ressuspendidas em 300 µL de água destilada estéril. Testes de difusão
em poço foram realizados para verificação da atividade antimicrobiana antes e depois de todas as etapas de purificação.
As bactérias utilizadas neste ensaio foram Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Enterococcus faecium e E. faecalis
multirresistentes. Com base nestes resultados, foi realizado um pool de todas as frações que apresentaram atividade
antimicrobiana e então 2 mL deste pool foram submetidos a uma cromatografia com a resina SP Sepharose. A amostra
foi eluída com um gradiente salino de NaCl. Desta etapa, foram coletadas 50 frações de 1mL, também liofilizadas.
Observou-se a presença de atividade antimicrobiana nas frações aquosa e orgânica da extração líquido-líquido em todos
os solventes utilizados, nos levando a crer que o isolado Streptomyces 8S possui mais de uma molécula com ação
antimicrobiana. A análise da fração aquosa está em andamento. A fração orgânica será analisada em HPLC com gradiente
contínuo de acetonitrila e água.
Palavras-chave: antibiótico; actinomicetos; bioprospecção.
Agradecimentos: Capes.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO PASSA QUATRO
(SANTA RITA DO PASSA QUATRO-SP)
1FRANCESCHI, I. M. de; 2SILVEIRA, G. G. da; 3MORALES, E. M.; 4ANGELIS, D. de F. de
1FACIP/Universidade Federal de Uberlândia ([email protected]); 2FACIP/Universidade Federal de Uberlândia
([email protected]); 3UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
([email protected]); 4UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
O Estado de São Paulo está dividido em 22 Unidades de Gerenciamento Hídrico (URGH), envolvendo as principais bacias
hidrográficas. Estas unidades são gerenciadas pelos comitês de Bacias Hidrográficas. A Bacia Hidrográfica do Rio Mogi-
Guaçu (BHMG), ao qual está inserido o córrego Passa Quatro, pertence a URGH-9. Esta bacia ainda apresenta baixos
índices de tratamento de esgoto, sendo que em alguns municípios o nível de suprimento de água é deficitário necessitando
de suplementação com água subterrânea. A inadequada disposição dos resíduos sólidos e recuperação dos lixões agrava
a qualidade de suas águas. Essa bacia, situada na região nordeste do Estado de São Paulo e sudeste de Minas Gerais,
possui suas nascentes localizadas no município de Bom Repouso e percorre 377,5 Km em terras paulistas de 57
municípios. A região abriga 4% da população de São Paulo e, em 2010, eram 1.421.697 habitantes. Nesta bacia está
inserido o município de Santa Rita do Passa Quatro que é abastecido pela junção do córrego Passa Quatro (CPQ) e córrego
Rio Claro. Com o objetivo de verificar a qualidade das águas de captação do município de uma mina que abastece a área
rural, foram coletadas em 15/03/2015 amostras: P1 – Água de Mina; P2 – Represa de captação; P3 – Saída da ETE; P4 –
2 Km jusante do P3. Estas águas foram analisadas quanto: pH; condutividade elétrica; bactérias heterotróficas (BH);
coliformes totais (CT) e coliformes termotolerantes (CF) em unidades formadoras de colônia (UFC). Para BH em meio
PCA, obteve-se para as amostras P1; P2; P3 e P4 respectivamente: 2,7x103; 0,6x103; 1,3x103 e 4,6x103 UFC mL-1. Em
ensaios de contagem de coliformes totais (CT) e termotolerantes (CF) cultivadas em meio Cromocult® foram obtidos os
seguintes resultados (UFC mL-1): P1 – CT: 65; CF ≤ 1; P2 – CT: 14; CF ≤ 1; P3 - CT: 2170; CF: 37; P4 – CT: 2850; CF:
10. O pH dos pontos foram, respectivamente: 4,67; 6,11; 6,89; 6,81. A condutividade detectada: 98,76; 39,72; 203,0;
129,0 μS/cm2. Os resultados de cloretos foram: 7,71; 2,80; 24,73; 14,71, respectivamente. Pelas análises físicas, químicas
e microbiológicas realizadas pode-se concluir que a água de mina merece desinfecção prévia para o abastecimento e que
a água de captação é de boa qualidade, porém, na região da descarga da ETE e a 2 Km a jusante da descarga, as água não
atendem a legislação para rios de Classe II.
Palavras-chave: IQA; Efluentes; Resíduos Sólidos.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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QUANTIFICAÇÃO DA RESPIRAÇÃO MICROBIANA NO SOLO NA PRESENÇA DE
AMETRINA
1RÉGO, A. P. J.; 2CONEGLIAN, C. M. R.; 3BIDOIA, E. D.
1(Departamento de Bioquímica e Microbiologia- Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio
Claro, São Paulo) ([email protected]); 2(Faculdade de Tecnologia-Universidade Estadual de Campinas,
Limeira, São Paulo) ([email protected]) 3(Departamento de Bioquímica e Microbiologia- Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, São Paulo) ([email protected])
A ametrina é um herbicida seletivo, pertencente à família das triazinas, sendo aplicado no controle de plantas daninhas.
Constitui um dos cincos herbicidas mais utilizados no cultivo de cana-de-açúcar no Brasil. Possui a capacidade de inibir
a fotossíntese e outros processos enzimáticos, além de ser potente contaminante do ecossistema aquático e persistente no
ambiente. Desta maneira, tornam-se necessários estudos para avaliar a degradação da ametrina em solo, a fim de reduzir
o seu impacto no meio ambiente. Este trabalho teve por objetivo avaliar a taxa de respiração microbiana no solo, na
presença do herbicida ametrina, através do método respirométrico de Bartha e Pramer. Utilizou-se 30,00 µg.ml-1 da
ametrina e solo argiloso com histórico de aplicação do herbicida. Fez-se o isolamento de bactérias e de fungos do solo
coletado. Nos experimentos utilizou-se respirômetros de Bartha e Pramer, contendo 50,00 g de solo e 1,0 mL de inóculo
microbiano. Os tratamentos utilizados foram solo controle, solo com ametrina e inóculo de bactérias, solo com ametrina
e inóculo de fungos e solo com ametrina e com o consórcio entre bactérias e fungos. O experimento foi realizado em
triplicata. Avaliou-se a geração de CO2 através de titulação do hidróxido de potássio presente no respirômetro com ácido
clorídrico, durante 56 dias de incubação, à 28ºC. O tratamento que obteve maior acúmulo de CO2 foi o que continha solo
argiloso com ametrina com consórcio de bactérias e fungos, totalizando em 20,0 µmol de CO2. Os tratamentos que
possuíam solo argiloso com ametrina e inóculo de bactéria e o outro com solo argiloso com adição de ametrina e inóculo
de fungo acumularam cerca de 10,0 µmol de CO2. Assim, ao inocular o consórcio microbiano em solo contaminado com
a ametrina o acúmulo de CO2 foi o dobro em relação aos outros tratamentos. Desta maneira, o isolamento de bactérias e
fungos autóctones, adaptados a presença da ametrina, com a adição do consórcio dos mesmos em solo, favoreceu a
respiração microbiana em ambiente contaminado por ametrina.
Palavras-chave: ametrina; consórcio microbiano; CO2.
Agradecimentos: CNPq
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS EM BACTÉRIAS DE TARTARUGAS -VERDE
(C.MYDAS) EM REABILITAÇÃO
1MASSONETTO, M.; 2ZAMPIERI, B.; 3OLIVEIRA, A. J.
1Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”-UNESP- Campus do Litoral
Paulista([email protected]), 2I Universidade Estadual Paulista- UNESP- Campus de Rio
Claro([email protected]), 3Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”-UNESP- Campus do
Litoral Paulista ([email protected])
O oceano recebe o aporte de diversas substâncias farmacológicas, dentre elas os antimicrobianos, oriundas de efluentes
domésticos sem tratamento adequado. Devido a isso, animais migratórios como as tartarugas-verdes (Chelonia mydas),
entram em contato com elas através da permanência na água e também no forrageamento, adquirindo bactérias mais
resistentes que são causadoras de doenças respiratórias. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi verificar a resistência
das bactérias isoladas do trato respiratório de tartarugas a dez antibióticos, bem como identificar a quais gêneros
pertenciam. As amostras foram coletadas com auxílio de um swab passado na região traqueal, logo após foram
condicionados em água peptonada e sob refrigeração. No laboratório MICROMAR, os swabs foram passados em placas
com ágar nutriente para crescimento em estufa a 34ºC por 48 horas. Após esse período, as colônias foram isoladas e
identificadas segundo suas características macroscópicas, bem como a confecção de lâminas com coloração GRAM, para
identificação dos gêneros. Para o teste de sensibilidade a antimicrobianos, foi realizada repicação para tubos com meio
BHI e depois inoculadas em meio Müller-Hinton com os dez discos de antibióticos. As placas foram retiradas da estufa
após o período de incubação, mediu-se os halos de inibição dos antibióticos e através disso pode-se classificar cada
substância como eficiente, regular e ineficiente. Para este trabalho foram utilizados apenas os dados de ineficiência. Entre
as cepas, das 23 tartarugas foram identificados Staphylococcus sp. (23,5%) e Streptococcus sp. (76,4%). Dentre os
antibióticos testados, os que se apresentaram mais ineficazes foram Ampicilina e Amoxacilina, com resistência de 90% e
88%, respectivamente. A gentamicina foi a substância que mais teve sucesso nas cepas testadas, com 8% de resistência.
As tartarugas deste estudo são, originalmente, de ambiente natural, dessa maneira, as bactérias com alta resistência podem
ter sido selecionadas ainda no oceano, evidenciando que o despejo de substâncias farmacológicas prejudica não apenas a
fauna, mas também pode se tornar um problema de saúde pública, uma vez que ambos os gêneros de microrganismos
encontrados podem causar doenças em humanos.
Palavras-chave: Quelônios; Fármacos; Antibióticos; Resistência.
Agradecimentos: Agradeço ao CNPQ pelo apoio financeiro e toda a estrutura do laboratório de Microbiologia
Marinha-MICROMAR.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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Saccharomyces cerevisiae: APLICAÇÃO EM TRATAMENTO BIOLÓGICO DE RESÍDUOS
INDUSTRIAIS
1ALMEIDA, E. J. R.; 2SANTOS, G. C.; 3ANDRADE, A. R.; 4CORSO, C. R.
1UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” ([email protected]), 2UNESP –
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” ([email protected]), 3USP – Universidade de São
Paulo ([email protected]), 4UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
A contaminação dos ambientes aquáticos por produtos químicos recalcitrantes é um fator crítico e alvo de debates no
mundo inteiro. Essas substâncias são em sua maioria resíduos de processos industriais, como por exemplo, os azo corantes
sintéticos amplamente utilizados na indústria têxtil. Efluentes contendo corantes são difíceis de serem tratados, pois são
resistentes aos tratamentos convencionais. Diante desse problema, o tratamento biológico surge como uma boa opção de
tratamento, pois é ambientalmente seguro e eficaz na degradação e remoção dessas moléculas. Sendo assim o presente
estudo se propôs avaliar a descoloração dos corantes Acid Blue 161 e Procion Red MX-5B por Saccharomyces cerevisiae,
obtida a partir de fermento biológico seco liofilizado. Essa levedura foi escolhida pelo fato de ser de fácil aquisição e
manuseio. O teste foi conduzido em Erlenmeyers de 125 mL contendo 100 mL de solução de cada um dos corantes
testados, na concentração de 100 mg L-1. Os corantes foram testados em solução simples e solução binária, em duplicata
para cada tempo de tratamento analisado. Após o preparo os frascos foram autoclavados a 120 ºC e 1 atm por 20 minutos.
Concluído o processo de esterilização foi adicionado a cada um dos frascos 1 g de levedura (concentração de levedura =
10 mg mL-1). A descoloração das soluções foi analisada por espectrofotometria UV-Vis após 24 e 96 h de tratamento.
Sendo assim, as análises dos espectros UV-Vis das soluções após o tratamento microbiológico apresentaram para o
corante Acid Blue 161 84 e 90 % de descoloração, o Procion Red MX-5B 83 e 91 %, e a solução binária composta pelos
dois corantes 54 e 94 % de descoloração após 24 e 96 horas de tratamento. Não houve diferença de descoloração entre os
tratamentos dos corantes. A remoção pode ter ocorrido por adsorção, onde os corantes interagem e se ligam aos diferentes
grupos funcionais presentes na parede do microrganismo ficando preso a ela. Ou a biodegradação, que em termos gerais
seria a utilização das moléculas dos corantes como fonte de carbono no crescimento e manutenção do metabolismo das
leveduras. Sendo assim, podemos inferir que a levedura S. cerevisiae possui potencial de descoloração de soluções,
contudo novos estudos precisam ainda ser realizados para avaliar a toxicidade dessas soluções e verificar se o tratamento
também é eficiente do ponto de vista toxicológico.
Palavras-chave: azo corante; tratamento de resíduos; Saccharomyces cerevisiae.
Agradecimentos: Fapesp, Capes, CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
40
SISTEMA PARA DEPLEÇÃO DE PROTEÍNAS EM Xanthomonas citri ssp. citri.
1LACERDA, L. A.; 2MARTINS, P. M. M.; 3FERREIRA, H.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 2InstitutoAgronômico de
Campinas - IAC ([email protected]), 3UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho”
Xanthomonas. citri subsp. citri (Xac) é o agente causal do cancro cítrico, uma das doenças mais graves que afetam plantas
cítricas de importância comercial em todo o mundo. O controle eficaz para o cancro cítrico constitui na eliminação de
plantas infectadas em programas rigorosos para conter a propagação da bactéria. No entanto, o relaxamento recente nas
políticas para combater cancro cítrico no estado de São Paulo - Brasil está a contribuir para a propagação da doença. O
conhecimento da biologia deste patógeno de plantas e também dos mecanismos envolvidos na interação planta-patógeno
são de grande importância para apoiar o desenvolvimento de estratégias para lidar com o cancro cítrico. Um trabalho
recente de nosso grupo demonstrou que os mutantes Xac com disrupção do gene parB são comprometidos na segregação
cromossômica e na capacidade de produzir os sintomas da doença na planta. No presente trabalho, nós estendemos nossas
caracterizações, avaliando os efeitos da falta de parB em mutantes Xac através de uma deleção limpa. ParB é uma proteína
de ligação ao DNA e está envolvida no processo de segregação cromossômica através de interação com outras proteínas.
Devido à dificuldade de deleção de genes envolvidos neste processo em Xac, o nocaute de parB foi realizado numa
variante Xac abrigando um plasmídeo replicativo capaz de expressar cópias extras de ParB (ParB-TAP) sob o controle
de para (promotor de arabinose). A viabilidade de Xac parB nocaute (XacΔparB-pLAC2) foi avaliada em experimentos
de curva de crescimento e em comparação com a estirpe do tipo selvagem, em condições de repressão ou de indução de
parB-tap ligado a este promotor; O objetivo foi explorar as condições de depleção e superexpressão de ParB e seus efeitos
através da caracterização do referido promotor em Xac. Em seguida, Xac parB nocaute foi visualizado por microscopia
de contraste de interferência diferencial (DIC), afim de que fossem observadas possíveis alterações morfológicas, que
indicassem falhas no processo de segregação cromossômica. Nossos resultados mostraram que para é responsivo e bem
regulado em Xac e que a falta ou superexpressão de ParB, promoveu alterações fenotípicas sutis, porém significativas,
representadas por aumento em uma ordem de magnitude no número de células anucleadas. Tais alterações, entretanto,
não foram letais para Xac.
Palavras-chave: Promotor de arabinose; Proteína ParB; Segregação cromossômica; Cancro cítrico.
Agradecimentos: CAPES
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
41
TRATAMENTO INTERMEDIÁRIO DE EFLUENTE TÊXTIL CONTENDO CORANTE
AZUL (C. I. REACTIVE BLUE 222) POR Pleurotus ostreatus EM BIORREATOR:
AVALIAÇÃO DA DESCOLORAÇÃO E REUTILIZAÇÃO DA BIOMASSA FÚNGICA
1SANTOS, G. O. F.; 2BELLATO, F. C.; 3ROSA, J. M.; 4MATHEUS, D. R.
1USP - Universidade de São Paulo ([email protected]), 2UFABC - Universidade Federal do
ABC([email protected]), 3Faculdade de Tecnologia SENAI Antoine Skaf ([email protected]), 4UFABC -
Universidade Federal do ABC([email protected])
O setor têxtil é responsável pela geração de efluentes contendo corantes de difícil degradação, o que dificulta seu
tratamento. Pesquisas utilizando basidiomicetos na degradação de corantes tornam-se atrativas, pelo fato desses fungos
mineralizarem uma variedade de poluentes recalcitrantes. Neste trabalho analisou-se a aplicação de uma estratégia de
tratamento intermediário (fase de tingimento) de efluente têxtil por meio da utilização do basidiomiceto Pleurotus
ostreatus, avaliando a descoloração e a possibilidade de reuso da biomassa em um novo ciclo de tratamento. O processo
ocorreu em biorreator com volume total de 7,5 L. O fungo foi imobilizado em bucha vegetal previamente esterilizada
junto ao biorreator. O sistema foi composto por cerca de 52 g de bucha vegetal cortada, que recebeu 4 L de inóculo
líquido. Todo o líquido foi drenado após período de 1 h sob agitação a 180 RPM. Posteriormente, durante 10 dias, à
temperatura de 25 ± 2ºC e sem agitação, verificou-se a colonização do fungo na bucha vegetal. Após este período de
colonização fúngica foi introduzido 5 L de efluente contendo o corante C. I. Reactive Blue 222 (RB222) oriundo do
tingimento de fibra de algodão, juntamente com nutrientes constituintes de meio basal diluídos no próprio efluente. O pH
foi mantido em um valor de 7,0 ± 0,8 durante todo o período de contato do fungo com o efluente. O sistema foi mantido
a 25 ± 2ºC com agitação de 40 RPM. O tempo total de avaliação foi de 48 h. Retirou-se amostras para análise da
descoloração, em espectrofotômetro, no tempos: 0, 2, 4, 8, 12, 24, 36 e 48 h. Terminado este período drenou-se o efluente
remanescente e adicionou-se novo efluente para avaliação da descoloração reutilizando a biomassa fúngica. Para o
primeiro processo conseguiu-se 63,82% de descoloração em 24h, chegando a 65,64% em 48 h. Com a reutilização da
biomassa, alcançou-se 36,31% e 47,38% em 24 e 48 h, respectivamente. Os resultados obtidos mostram que a estratégia
de imobilização fúngica em biorreator alcança resultados promissores de descoloração do efluente. A estratégia de
reutilização da biomassa fúngica teve um resultado percentual inferior ao processo inicial, porém, ainda assim, conseguiu-
se bons índices de descoloração em um curto espaço de tempo, mostrando-se uma estratégia a ser refinada para aplicação
em estudos futuros.
Palavras-chave: Pleurotus ostreatus; efluente; têxtil; biorreator.
Agradecimentos: CAPES, Programa SENAI-SP de Apoio à Pesquisa; Eppendorf.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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USO DE CARVÃO DE PIRÓLISE COMO LEITO FIXO EM BIODIGESTORES
ANAERÓBICOS AUMENTA A CAPACIDADE DE REMOÇÃO DA DQO
1ARAÚJO, K. A.; 2COBRA, R. L.; 3PENA, A. C.; 4ROSSARD, L. M. A.; 5MELO, B. R.; 6ALVES,
D. C.; 7PENIDO, L. O.; 8XAVIER, B. M. 1UFSJ – Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]),2UFSJ – Universidade Federal de São
João Del Rei ([email protected]), 3UFSJ –Universidade Federal de São João Del Rei
([email protected]), 4UFSJ–Universidade Federal de São João Del Rei
([email protected]), 5UFSJ –Universidade Federal de São João Del ([email protected] ), 6UFSJ –
Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]), 7UFSJ – Universidade Federal de São João
Del Rei ([email protected]), 8UFSJ – Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected])
Biodigestores podem aliar a demanda por energias limpas ao tratamento de efluentes e otimização dos recursos hídricos,
mas o uso de biodigestores em larga escala é limitado pelo alto teor de DQO residual no efluente, longo tempo de retenção
hidráulica e sensibilidade das bactérias metanogênicas ao oxigênio e baixo pH. O objetivo deste trabalho foi avaliar o
efeito da adição de leito fixo de carvão de resíduos na produção de gás e remoção de DQO em biodigestores alimentados
com efluente prontamente fermentescível. Para avaliar o efeito do leito na biodigestão foram testados carvões obtidos da
pirólise de resíduo orgânico simulado em diversas condições de tempo e temperatura, comparando-se os resultados aos
obtidos com carvão ativado. Os cultivos foram realizados em mini-reatores de 10 mL de volume útil, contendo zero ou 4
g dos diferentes tipos de carvão. Os tubos foram preenchidos com solução contendo soro de queijo ultrafiltrado (11.000
mg DQO L-1), inoculados com suspensão de dejetos bovinos (5% v/v) e incubados a 24°C por até 77 dias. O experimento
foi monitorado por meio de medições de pH, produção de gás e remoção de DQO. A adição de carvão favoreceu a
produção de gás, que foi máxima usando leito de carvão ativado (acréscimo de 236%). Já o estímulo pelo carvão de
resíduos foi maior para carvões de baixa temperatura (85% e 19 % para carvão produzido a 300ºC e 450ºC,
respectivamente). A adição de carvão ativado elevou o pH nos reatores de 6,34 para 7,04 enquanto o carvão de resíduos
manteve o pH dos cultivos próximo de 5,25. Já o pH final dos tubos controle (sem leito de carvão) foi de 3,78. Reatores
com leito de carvão ativado apresentaram maior remoção da DQO (98% em 77 dias). Já a remoção de DQO pelo carvão
de resíduos foi menor, sendo de 66% para o carvão obtido a 450ºC, mas ainda significativamente superior ao controle
(13%). O efeito do carvão de resíduos pode ser melhorado quando utilizadas condições de pirólise que favorecem o
aumento da área superficial e o pH do carvão. A adição de carvão aos biodigestores altera a taxa de disponibilização de
compostos para os microrganismos, reduz o acúmulo de ácidos orgânicos e evita a queda do pH, favorecendo a degradação
da matéria orgânica e a produção de metano, aumentando assim a viabilidade técnica e econômica de biodigestores
tradicionais.
Palavras-chave: tratamento de efluentes; produção de biogás; carvão de resíduos.
Agradecimentos: FAPEMIG; FNDE.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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USO DE FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES COM INDICADORES
AMBIENTAIS EM UM TRECHO DE FLORESTA NO MÉDIO XINGU, PARÁ
1SANTANA, M. D. F.; 2ALBINO, U. B.
1INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia ([email protected]), 2UFPA – Universidade Federal do
Pará, campus Altamira ([email protected])
As micorrizas são as relações mutualísticas mais comuns na natureza, sendo formadas por determinados fungos do solo
e raízes da grande maioria das plantas. Esses fungos colonizam a estrutura radicular e estabelecem uma série de inter-
relações biotróficas, onde a planta fornece substrato energético ao fungo, e este, através da rede de hifas externas, capta
nutrientes do solo e os transfere à planta hospedeira. Portanto, as interações que estabelecem podem determinar o
crescimento, a sobrevivência e a persistência das plantas em determinados ambientes, fazendo dos Fungos Micorrízicos
Arbusculares (FMA) uma ferramenta para estudos ambientais. O presente estudo avaliou a densidade de FMA
estabelecendo uma comparação entre dois ambientes adjacentes, sendo um mata em recuperação e outro com mata nativa.
O estudo foi realizado na Ilha do Arapujá (3°12'S, 52°11'O), localizada na região do médio rio Xingu, PA. A área estudada
foi dividida em dois plots, um com mata em regeneração e outro com mata nativa. Amostras de solo foram coletadas
manualmente com auxílio de um extrator de solo a cada 20m dentro de cada plot. Os esporos de FMA foram extraídos
por peneiramento em via úmida, centrifugados em sacarose 50% e posteriormente, transferidos para uma placa de Petri
para contagem com auxílio de estereomicroscópio. As médias foram comparadas usando teste Tukey a 5% de
probabilidade. Não foi observada diferença significativa entre os dois plots analisados quanto à densidade de esporos de
FMA, contudo, no plot cuja área está em regeneração natural, a vegetação apresenta-se em pequeno porte com
predominância de palmeiras espaçadas e com menor densidade de esporos. No plot de área de mata natural predominam
espécies arbóreas adensadas e nele foram observadas as maiores contagens de FMA. A falta de diferença significativa
entre as áreas estudadas pode estar relacionada ao nível de recuperação da área degradada, de forma que esta pode estar
voltando, em algum grau, ao estado natural de conservação e essa constatação faz dos FMA uma ótima ferramenta para
análises e diagnósticos em estudos ambientais.
Palavras-chave: FMA; comparação; área em regeneração; área de mata natural.
Agradecimentos: UFPA, campus Altamira
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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UTILIZAÇÃO DA VINHAÇA COMO SUBSTRATO NA FERMENTAÇÃO ANAERÓBIA
1MESSETTI, M. A.; 2SANTOS, G. M. 2SILVA, A. J.; 1ANGELIS, D. F.
1Depto. de Bioquímica e Microbiologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista UNESP/Rio Claro-SP
([email protected]; [email protected]) 2Depto. de Saneamento e Meio Ambiente, Faculdade de Engenharia
Agrícola, Universidade Estadual de Campinas UNICAMP/Campinas-SP ([email protected];
O processo de fermentação etanólica gera vinhaça, também conhecida como vinhoto ou restilo, que é um efluente líquido
de cor escura rico em matéria orgânica e inorgânica, cerca de cem vezes mais poluente que o esgoto doméstico. Sua
composição química é variável, dependendo, entre outros fatores, da disponibilidade de água, características da cana de
açúcar e dos processos de fermentação e de destilação empregados. No Brasil, a vinhaça era descartada diretamente nos
rios, poluindo-os. Após a limitação de seu descarte nos rios a vinhaça passou a ser utilizada como fertilizante nos campos
agrícolas. Dada a sua composição com características poluidoras a CETESB (2006) normatizou sua aplicação no solo,
buscando preservá-lo, bem como os lençóis freáticos. Estima-se que a produção de etanol no Brasil seja de 29 bilhões de
litros para a safra 2015/2016, sendo assim serão gerados cerca de 290 bilhões de litros de vinhaça. Objetivando o
reaproveitamento da vinhaça para diminuir sua carga poluidora, este trabalho buscou analisar os subprodutos de sua
fermentação anaeróbia (FA), bem como caracterizar o resíduo final para que este tenha uma destinação correta causando
o menor impacto possível ao meio ambiente. Utilizou-se um meio de cultura suplementado com vinhaça, e bactérias de
uma cultura mista. O inóculo foi proveniente de um tratamento piloto de resíduos da bovinocultura, e foi submetido a
duas condições: tratamento ácido térmico (80C por 30 minutos, ajustando o pH para 3 sob condições anaeróbias por 24
horas) e tratamento térmico (100C por 30 minutos). A FA em batelada gerou até 5,32 g/L de etanol, quantificado por
HPLC utilizando coluna Aminex HPX-87H (300 mm x 7.8 mm; BioRad) a 43° C e H2SO4 0.01 N como eluente em taxa
de fluxo de 0,5 mL/min. As análises microbiológicas evidenciaram ausência de fungos e leveduras e presença de bactérias
aeróbias facultativas e anaeróbias na ordem de 108. Após separação da biomassa por centrifugação, foram realizados
ensaios de toxicidade aguda com o microcrustáceo Daphnia similis, segundo norma ABNT NBR 12713:2009. As
amostras apresentaram toxicidade aguda (CE(50) < 0,5%), o que indica que este resíduo apresenta alto potencial poluente.
Assim, serão avaliados tratamentos para que sua toxicidade diminua e o resíduo possa ser descartado corretamente no
ambiente.
Palavras-chave: fermentação anaeróbia; vinhaça; toxicidade.
Agradecimentos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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UTILIZAÇÃO DE MICRO-ORGANISMOS MESÓFILOS NA BIOLIXIVIAÇÃO DE
COBRE CONTIDO EM PLACAS DE CIRCUITO IMPRESSO
1SILVA, S. R.; 2RODRIGUES, M. L. M.; 3REIS, F. D.; 4LEÃO, V. A.; 5RODRIGUES, I. C. B.
1Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]), 2Universidade Federal de Ouro Preto
([email protected]), 3Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]), 4Universidade Federal de Ouro Preto ([email protected]), 5Universidade Federal de São João Del Rei
O crescente avanço tecnológico vem estimulando a procura de equipamentos eletrônicos cada vez mais modernos, fato
que, consequentemente, aumenta a geração de resíduos eletrônicos, com destaque para as placas de circuito impresso
(PCI). Em função dos problemas ambientais associados à disposição inadequada destes resíduos, bem como à
possibilidade de recuperar metais de interesse comercial, verifica-se a relevância do desenvolvimento de processos para
o tratamento adequado deste lixo, principalmente, visando o reaproveitamento dos metais. Os processos tradicionais de
reciclagem das PCI incluem métodos hidrometalúrgicos, químicos e pirometalúrgicos, contudo, apenas uma pequena
parcela é reciclada no país. A biolixiviação, uma técnica que utiliza da capacidade dos micro-organismos em solubilizar
metais, é uma tecnologia atrativa para a extração de cobre e de outros metais, por apresentar como vantagens a economia
de insumos químicos e de energia. Assim, este trabalho investigou a biolixiviação de cobre a partir de PCI, utilizando
uma cultura mista de micro-organismos mesófilos, composta majoritariamente por Acidithiobacillus ferrooxidans. Foram
avaliados os efeitos do pH da suspensão (1,50, 1,70 e 2,00) e da concentração inicial de Fe2+ (em g.L-1: 2,5; 5,0 e 10,0).
A cultura de micro-organismos foi adaptada ao meio contendo PCI pulverizado, utilizando concentrações crescentes de
material sólido. Os ensaios de biolixiviação foram realizados em um agitador orbital nas seguintes condições: 35°C,
agitação de 150min-1 e 0,3% de sólidos (p/v). Foi aplicado o planejamento fatorial de três níveis com o intuito de investigar
os efeitos da concentração inicial de Fe2+ e do pH. Os resultados obtidos demonstraram que a cinética de extração foi
mais rápida nos ensaios bióticos do que nos controles abióticos, alcançando 100% de extração de cobre em todas as
condições de pH com 10, 0g.L-1 de Fe2+ inicial. Foi constatado que a extração de cobre é mais fortemente influenciada
pela concentração de ferro do que pelo valor de pH, sendo que o aumento na concentração inicial de Fe2+ acelera a taxa
de extração em todas as condições estudadas. Diante destes resultados, verifica-se a viabilidade desta técnica para a
extração de cobre a partir de PCI, como alternativa aos processos tradicionalmente utilizados.
Palavras-chave: Placas de circuito impresso (PCI); biolixiviação; Acidithiobacillus ferrooxidans.
Agradecimentos: Laboratório de Bio&Hidrometalurgia da UFOP; UFSJ.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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UTILIZAÇÃO DE SORO DE RICOTA COMO MEIO DE CULTURA PARA PRODUÇÃO
DE BIOSSURFACTANTES POR Pseudomonas aeruginosa
1CLARO, E. M. T.; 2LOPES, P. R. M.; 3BIDOIA, E. D.; 4OTENIO, M. H.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 2UNESP -
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]),3UNESP - Universidade
Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 4EMBRAPA Gado de Leite
Bactérias pertencentes ao gênero Pseudomonas destacam-se pela sua versatilidade e capacidade de sintetizar grande
quantidade de produtos de interesse industrial como os ramnolipídios, que representam uma das principais classes de
biossurfactantes. Assim, estes compostos podem ser aplicados em diferentes processos na indústria como: petroquímicos,
cosméticos, fármacos, biorremediação de ambientes poluídos por petróleo e derivados e recuperação terciária do petróleo.
Apesar de suas vantagens frente aos surfactantes químicos, os biossurfactantes não são comercialmente utilizados devido
ao alto custo de produção. Dessa forma, tem sido pesquisada a utilização do soro de ricota como substrato de baixo custo
contribuindo assim, para a redução da poluição ambiental, além de agregar valor comercial. O presente estudo visou à
produção de biossurfactantes por Pseudomonas aeruginosa LBI utilizando soro de ricota como fonte de carbono. Foi
utilizado para o meio de fermentação 1 L de soro de ricota com pH ajustado para 7,0. A produção foi realizada em frascos
Erlenmeyer com 150 mL de meio fermentativo cada e as análises de tensão superficial e cromatografia de camada delgada
(CCD) foram realizadas no tempo inicial (t0) e após 120 h de produção (t120). A extração do ramnolipídio foi realizada
com o solvente acetato de etila. Observou-se que após 120 h de fermentação ocorreu uma redução de 55% na tensão
superficial. A redução da tensão superficial de um meio aquoso é um indicativo de produção de tensoativo, fato este
comprovado por meio da CCD que evidenciou a produção predominante de mono-ramnolipídios pela P. aeruginosa LBI.
Dessa forma, demonstrou-se que a bactéria P. aeruginosa LBI foi capaz de produzir biossurfactantes a partir de soro de
ricota como única fonte de carbono, uma alternativa econômica e ecologicamente viável na produção de tensoativo.
Palavras-chave: Biossurfactante; Mono-ramnolipídios; Soro de ricota; Pseudomonas aeruginosa LBI.
Agradecimento: PRH-05 ANP
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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UTILIZAÇÃO DE VINHOTO COMO SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO DE BIOMASSA
MICROBIANA
1PIRES, J. F.; 2REIS, K. C.; 3FERREIRA, G. M. R.; 4SILVA, C. F.; 5SCHWAN, R. F.
1UFLA - Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UFLA- Universidade Federal de Lavras
([email protected]), 3UFLA - Universidade Federal de Lavras ([email protected]),4UFLA -
Universidade Federal de Lavras ([email protected]),5UFLA- Universidade Federal de Lavras
O vinhoto é um poluente orgânico, gerado como resíduo líquido da destilação do caldo de cana-de-açúcar fermentado,
para obter bebidas alcoólicas e bioetanol. Assim como para outros resíduos gerados pela atividade antrópica, o vinhoto
deve ser tratado e/ou descartado de forma adequada. A utilização do vinhoto como substrato para produção de biomassa
microbiana pode ser uma alternativa para o tratamento e reaproveitamento deste resíduo, de forma a diminuir seu efeito
poluidor sobre o ambiente. Os objetivos do trabalho foram (I) avaliar a produção de biomassa por Bacillus subtilis e duas
linhagens de Saccharomyces cerevisiae em cultura mista, utilizando o vinhoto como substrato, (II) investigar as
características nutricionais e antinutricionais do produto gerado, (III) avaliar o efeito do tratamento biológico sobre
parâmetros físico-químicos do vinhoto. B. subtilis (CCMA 0087, ex UFLA BCEF1130), S. cerevisiae (CCMA 0137, ex
UFLACA15) e S. cerevisiae (PE2) foram cultivadas em 100 mL de meio vinhoto 50% (v/v) (49% vinhoto; 49% agua
destilada; 1% glicose; 1% extrato de levedura). Os microrganismos foram cultivados em consórcio, de dois a dois, e cada
consorcio foi realizado em três concentrações iniciais de células. Durante o período de incubação foram monitorados
número de células e pH do meio. Ao final do período de incubação foi feita a determinação da biomassa microbiana seca
produzida e da redução na demanda bioquímica de oxigênio (DQO) e demanda química de oxigênio (DBO) do vinhoto
tratado. Os valores finais de pH variaram de 3 a 8 e o pico de crescimento ocorreu entre 24 e 48 horas de incubação para
todos os cultivos. O cultivo misto de S. cerevisiae (UFLACA15) e S. cerevisiae (PE2) apresentou a maior produção de
biomassa com 73,2 g/L e remoção de 42,65 % e 69,34% de DBO e DQO, respectivamente. Os dados obtidos permitem
concluir que as duas linhagens de S. cerevisiae em cultivo misto, com população inicial de 107 células/mL apresentam
bons resultados para produção de biomassa e redução do poder poluidor do vinhoto.
Palavras-chave: Vinhaça; Resíduo; Tratamento biológico; Leveduras.
Agradecimentos: CAPES, FAPEMIG, UFL
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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ANÁLISE DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE ÓLEO DE ORÉGANO
CONTRA Botrytis cinerea
¹REIS, G. F.; ²BOCATE, K. C. P.; ³NUNES, T. M; 4CANTERI, P; 5BONFIM, L. F. L; 6ALMEIDA, R. S. C; 7PANAGIO, L. A.
1UEL - Universidade Estadual de Londrina ([email protected]), 2UEL - Universidade Estadual de Londrina
([email protected]), 3UEL - Universidade Estadual de Londrina ([email protected]), 4UEL -
Universidade Estadual de Londrina ([email protected]), 5UNOPAR- Universidade Norte do
Paraná([email protected]), 6UEL - Universidade Estadual de Londrina ([email protected]), 7UEL -
Universidade Estadual de Londrina ([email protected]).
O Brasil é um dos países com maior produtividade agrícola do mundo. Possui grande área de cultivo, condições climáticas
variadas, qualidade de solo e abundância hídrica. Devido à extensão do território brasileiro, desde a faixa equatorial até a
sub-tropical, é possível uma produção diversificada de produtos agrícolas. O cultivo de morangos é feito na região sul do
Brasil, entre junho e novembro, sendo portanto sazonal. A perda na produção ocorre por vários agentes: insetos, colheita
inadequada, esmagamento no transporte e por ação de microrganismos, especialmente fungos. O principal agente
envolvido em perda de morangos é o Botrytis cinerea, conhecido popularmente como mofo cinzento. Este fungo, age em
toda a parte aérea da planta, mas principalmente nos frutos durante o período pós-colheita, agindo mesmo sob
refrigeração. O objetivo deste trabalho, foi testar a atividade do óleo de orégano na germinação dos esporos e no estado
vegetativo de B. cinerea. O orégano, além de ser uma popular especiaria, possui um conjunto de substâncias químicas
dentre elas, carvacrol, oreganol e timol, que possuem a atividade de fungicida. Para averiguarmos a atividade antifúngica
do orégano utilizamos duas técnicas: difusão em ágar, utilizando discos de papel com concentrações variáveis em ágar
Sabouraud, por adaptação do protocolo M51A/CLSI e incorporação do óleo em concentrações diversas em ágar
Sabouraud. Nos testes com discos de papel utilizamos o óleo em concentrações de 1%, 0.1%, 0.01% e 0.001%. Nos testes
de incorporação, o óleo foi diluído seriadamente para que se atingisse concentrações entre 1.25% e 0.005%. Os resultados
demonstraram que o óleo, em uma concentração aproximadamente de 0.04%, já possui uma boa atividade antifúngica,
tanto no estado vegetativo e na germinação dos esporos. Novos testes estão em curso para verificação da atividade
antifúngica do óleo de orégano: determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e concentração fatal mínima
(CFM).
Palavras-chave: Botrytis; orégano; antifúngico.
Agradecimentos: UEL
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
49
ANTAGONISMO ENTRE Lactobacillus spp. E Salmonella enteritidis PELO MÉTODO
SPOT ON THE LAWN
1ALTARUGIO, R.; 2OKAMOTO, A. S.; 3ANDREATTI FILHO, R. L.
1UNESP- Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita filho” FMVZ - Botucatu
([email protected]), 2 UNESP- Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita filho” FMVZ -
Botucatu ([email protected]), 3 UNESP- Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita filho” FMVZ -
Botucatu ([email protected])
Os lactobacilos são bactérias que fazem parte da microbiota natural do trato digestório humano e animal, que comumente
são utilizadas como probióticos, para isso devem apresentar várias características que os tornem candidatos em potencial
para a seleção de amostras para a aplicação em animais, desta forma, atuando na proteção do trato gastrointestinal contra
a ação de micro-organismos como a Salmonella spp., patógeno que pode prejudicar a saúde do animal e levar a problemas
de saúde pública . O presente trabalho teve como objetivo avaliar o antagonismo no cultivo in vitro entre Lactobacillus
spp. e Salmonella Enteritidis (SE). Todas as amostras utilizadas foram adquiridas do laboratório de ornitopatologia da
Universidade Estadual Paulista ‘’Julio de Mesquita filho’’ FMVZ – Botucatu. Para as 10 amostras de Lactobacillus spp.
foi utilizado o método de Spot on the Lawn, em que cada amostra foi cultivada em 5 ml de caldo DeMan-Rugosa-Sharpe
(MRS) incubadas a 38ºC por 48 horas e em seguida 10μl dessas culturas foram adicionadas em forma de pontos
(totalizando três pontos) em placa de Petri contendo ágar MRS e após estarem completamente secas, as placas foram
incubadas por 18 horas a 38°C. A amostra SE foi cultivada em tubos contendo 5 mL de caldo cérebro e coração (BHI) e
incubados a 38°C por 18 horas. Posteriormente, foram transferidos 200μL da cultura SE para novos tubos contendo 20
mL de caldo BHI com 0,75% de ágar-ágar. As placas incubadas anteriormente com as amostras de Lactobacillus spp.
receberam o inóculo com SE em sua superfície e, após a completa solidificação do ágar, as placas foram novamente
incubadas a 38ºC durante 12 horas. Após esse período foi observado à sensibilidade da amostra de SE frente às substancias
antimicrobianas produzidas por Lactobacillus spp. com o método de Spot on the Lawn havendo a formação de alo de
inibição, apresentando a média das zonas de inibição com uma variação entre 1,6 mm a 7,6 mm. Portanto conclui-se que
houve o antagonismo entre as amostras de Lactobacillus spp. contra a SE.
Palavras-chave: Salmonella; Lactobacillus; inibição.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
50
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE SUPERFÍCIE DE RESPOSTA NA PRODUÇÃO
DE BIOSSURFATANTE POR Brevibacterium luteolum.
1UNÁS, J. H.; 2NITSCHKE, M.; 3AZEVEDO, E. B.
1 IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo ([email protected]),
2 IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo([email protected]) 3 IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo([email protected])
Os biossurfatantes são produtos de origem microbiana com a capacidade de reduzir a tensão superficial e formar emulsões.
O interesse particular nestes produtos, comparados com os surfatantes convencionais, provém de sua maior eficiência e
eficácia, sua baixa toxicidade, sua maior biodegradabilidade, sua diversidade química e a possibilidade de serem
produzidos usando substratos renováveis. Até o momento, a possibilidade de substituir os surfactantes convencionais por
biossurfatantes não é comercialmente viável devido aos seus baixos rendimentos de produção. Uma das estratégias para
aumentar o rendimento da produção de biossurfatantes é o uso de ferramentas estatísticas para ajustar o meio de produção
e/ou as condições de cultivo. A metodologia de superfície de resposta (RSM) é uma das ferramentas estatísticas mais
úteis para esse propósito. Na RSM, avalia-se simultaneamente o efeito de vários fatores, visando estabelecer valores que
otimizam a resposta do processo. No presente trabalho, empregou-se a RSM para melhorar a produção de um
biossurfatante de natureza lipopeptídica produzido pela bactéria Brevibacterium luteolum (previamente isolada de um
ambiente marinho). Estabeleceu-se um planejamento fatorial 23 tendo como fatores a concentração de carbono (vaselina),
a concentração de nitrogênio (NH4NO3) e a concentração de água do mar; e como resposta a tensão superficial de uma
solução 0,1% do produto. As regressões foram feitas usando-se o software STATISTICA 12. Os resultados mostram que
os fatores que afetam significativamente a produção de BS são a concentração de carbono e a concentração de água de
mar. Além disso, encontrou-se que as condições do meio de cultura que resultaram em maior produção de BS dentro das
condições testadas foram 4% de fonte de carbono, 2% de fonte de nitrogênio e 20% de água do mar com uma tensão
superficial de 27,68 mNm-1.
Palavras-chave: Biossurfatante; Metodologia de Superfície de Resposta; Brevibacterium luteolum.
Agradecimentos: CNPq; Instituto de Química de São Carlos-IQSC.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
51
APLICAÇÃO DE EMULSÕES DE QUITOSANA/GELATINA/ÓLEO DE COPAÍBA NA
INIBIÇÃO DE Escherichia coli
1MARANGON, C. A.; 1,2NITSCHKE, M.; 1,2PLEPIS, A. M.G.
1PPGIB-USP- Programa de Pós-Graduação Interunidades Bioengenharia, Universidade de São Paulo
([email protected]), 2IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo ([email protected]),
A resistência bacteriana aos antibióticos tem se disseminado mais rapidamente do que a introdução de novos compostos
portanto, é necessária a constante investigação e desenvolvimento de moléculas para o controle microbiano. Nesse
contexto, emulsões a base de biopolímeros e óleos essenciais destacam-se como novas alternativas terapêuticas. O
presente estudo teve como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana do óleo de copaíba e de emulsões de
quitosana/gelatina (QG) e quitosana/gelatina/óleo de copaíba (QGOC) frente à linhagem de Escherichia coli ATCC
25922. A quitosana (5% GA) foi obtida a partir de gládios de lula (Loligo sp.) por desmineralização, desproteinização e
desacetilação e uma solução a 2% foi preparada em ácido acético 1%. O gel de gelatina 2% foi obtido por dissolução de
gelatina comercial (Sigma) em água, sendo gelatinizada a 60 ºC por 30 min. O óleo de copaíba utilizado foi cedido pela
Native Indústria Farmacêutica Ltda. (São Paulo). As emulsões QG e QGOC foram preparadas pela mistura dos géis de
quitosana e gelatina na proporção 2:1 sob agitação constante. A concentração da emulsão QGOC foi ajustada de acordo
com a concentração inibitória mínima (CIM) encontrada para a emulsão QG e para o óleo individualmente. Os ensaios
de atividade antimicrobiana foram realizados utilizando-se a técnica de microdiluição em caldo para a determinação da
CIM e da concentração bactericida mínima (CBM). Os valores de CIM e CBM encontrados para a emulsão QG foram de
62,5 μg L-1. O óleo de copaíba não apresentou atividade para a linhagem estudada. Já o efeito da combinação dos
antimicrobianos na emulsão QGOC mostrou o mesmo valor de CIM encontrado para a emulsão QG isoladamente, não
caracterizando efeito sinérgico. Do mesmo modo, na concentração correspondente a CIM, a emulsão de QGOC mostrou-
se bactericida para a bactéria estudada. Por esse motivo, os resultados desse estudo evidenciam que a combinação QGOC
pode ser uma fonte em potencial para o desenvolvimento de um novo agente antimicrobiano seletivo no controle de
infecções causadas por E. coli, devido à alta atividade antibacteriana da quitosana e ao notório efeito cicatrizante do óleo
de copaíba principalmente para aplicações epidérmicas.
Palavras-chave: quitosana; gelatina; óleo de copaíba; Escherichia coli.
Agradecimentos: CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
52
APLICAÇÃO DE SURFACTINA NA REMOÇÃO DE BIOFILMES DE Staphylococcus
aureus FORMADOS EM SUPERFÍCIE DE POLIESTIRENO
1SILVA, S. S.;2NITSCHKE, M.
1 IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo ([email protected]),
2 IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo([email protected])
As bactérias são capazes de crescer e aderir a qualquer superfície formando comunidades com uma arquitetura
complexa,denominada biofilmes. Em biofilmes, as células crescem em agregados multicelulares que são envoltos por
matriz extracelular polimérica produzida pelas próprias bactérias. Staphylococcus aureus um agente patogênico
oportunista frequentemente multi-resistente também é capaz de sobreviver em superfícies bióticas e abióticas através de
comunidades de biofilme provocando uma variedade de doenças humanas. Células do biofilme são mais resistentes a
agentes antimicrobianos e também à sanitizantes convencionais do que as células livres, uma vez que tem uma barreira
que impede ou diminui o contato com agentes externos. O aumento da resistência contínua à drogas convencionais,
observado em bactérias, nos leva a uma necessidade permanente para descoberta de moléculas alternativas. A surfactina
produzida por Bacillus subtilis é um lipopeptídeo que apresenta elevada atividade tensoativa além de possuir atividade
antimicrobiana frente a diferentes microrganismos. O presente trabalho avaliou a influência de diferentes concentrações
de surfactina na remoção de biofilmes de Staphylococcus aureus em três temperaturas de tratamento (4°C, 25°C e 37°C)
por um período de 2h sob condições estáticas. Os biofilmes foram pré-formados em placas de poliestireno de 96 poços,
durante 48h à 37°C e depois foram submetidos ao tratamento com surfactina. O biofilme foi quantificado após coloração
com método do cristal violeta com medida de absorbância em 630 nm. O estudo mostrou que dentre as três temperaturas
de tratamento utilizadas a que proporcionou uma maior remoção em relação ao controle foi à 37°C, na concentração de
0,05% de surfactina que removeu 31,89% do biofilme. A capacidade demonstrada pela surfactina em remover os
biofilmes pode ser explorada futuramente para controle deste microrganismo.
Palavras-chave: Surfactina; Staphylococcus aureus; Biofilme.
Agradecimentos: Instituto de Química de São Carlos-IQSC.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
53
APROVEITAMENTO DE POLPA DE CAFÉ (Coffea arabica L.) COMO SUBSTRATO
PARA PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE LEVEDURA
1MELO, M. M.; 1COIMBRA, J. M.; 1DIAS, M.; 1SILVA, C. F.
1Universidade Federal de Lavras ([email protected]) 1Universidade Federal de Lavras
([email protected]) 1Universidade Federal de Lavras ([email protected]) ,1Universidade Federal de
Lavras ([email protected])
O café é a segunda maior commodity negociada no mundo e gera grandes quantidades de resíduos durante o
processamento. Nos últimos anos houve um aumento na tentativa de tornar mais eficiente a utilização desses resíduos,
cuja disposição no meio ambiente causa sérios problemas ambientais. Com o advento da inovação biotecnológica na área
das fermentações, novas perspectivas estão sendo criadas. Uma destas alternativas é a aplicação do uso desses resíduos
como fonte de carbono em bioprocessos para obtenção de produtos de fermentação com maior valor agregado. A biomassa
microbiana tem sido amplamente utilizada na alimentação humana e animal devido a seu elevado teor proteico. O trabalho
teve como objetivo utilizar a polpa de café como substrato para a produção de biomassa de Rhodotorula mucilaginosa
CCMA 0340. As amostras da polpa de café foram coletadas em uma fazenda do município de Lavras – MG, pré-secas
em estufa de ventilação forçada, a 65 °C, por 72 h e moídas em moinho tipo Willey, com peneira de malha de 1,0 mm. O
meio utilizado para produção de biomassa foi composto apenas pelo extrato de polpa de café, preparado com 5% da polpa
em água destilada, autoclavado por 30 min e filtrado. O cultivo foi realizado em duplicata com Erlenmeyers de 250 mL
contendo 150 mL de meio natural (extrato de polpa de café). Em seguida, os frascos foram inoculados com 7 log UFC/mL
da levedura e incubados a 30 °C, 180 rpm por 7 dias. Amostras foram retiradas a cada 48 h para monitorar o pH do meio
e para avaliação do crescimento através de contagem em câmara de Neubauer. Ao final do cultivo, as células foram
centrifugadas 9.000 x g, 4 °C por 10 min, a biomassa foi quantificada através de secagem em estufa a 65 °C por 72 h. O
pH do meio nos 3 primeiros dias de cultivo foi próximo a 5.0, após esse período teve um aumento significativo para 8.15
no quinto dia e se manteve constante até o fim. A população inicial foi de 7.85 log UFC/mL, durante os 7 dias de cultivo
foi observado um crescimento exponencial da população até atingir 8.08 log UFC/mL. A média do valor de biomassa
obtido no final do cultivo foi de 2.04 g. Esta cepa foi capaz de crescer em meio natural com polpa de café como única
fonte de carbono. Além disso, manteve a população quando o pH do meio se tornou alcalino. Trabalho de otimização
pode ser realizado para aumentar a produção de biomassa por essa levedura.
Palavras-chave: Rhodotorula mucilaginosa; Biomassa; Resíduo; café
Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES e CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
54
APROVEITAMENTO DE UM SUBPRODUTO DA INDUSTRIA DE BIODIESEL PARA
PRODUÇÃO DE BIOSURFACTANTE POR Pseudomonas aeruginosa PAOI
SALAZAR-BRYAM, A. M.; LOVAGLIO, R. B.; BALIEIRO, G. O. T.; SILVA, V. L.;
CONTIERO, J.
UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected])
O gênero Pseudomonas tem sido um dos mais estudados no campo da produção de ramnolipídios, pois as moléculas
produzidas por estes micro-organismos apresentam uma atividade de superfície elevada e o rendimento de produção é
alto em relação à outros tensoativos. As fontes de carbono hidrofóbicas, como óleos vegetais, têm sido mais efetivas na
produção de ramnolipídios por P. aeruginosa. Entretanto, o aproveitamento de matérias primas de baixo custo, como o
glicerol residual da indústria de biodiesel, impõe o desafio de otimizar o processo com o intuito de aumentar a produção
de ramnolipídios, além de reduzir os custos de produção. O glicerol como resíduo industrial, é um produto secundário da
reação; com a produção de 10kg de biodiesel é obtido 1 kg de glicerol, e o aproveitamento efetivo e econômico de grandes
quantidades de glicerol é um grande desafio. O objetivo deste estudo foi analisar a produção de ramnolipídios por
Pseudomonas aeruginosa PAOI usando glicerol residual da indústria do biodiesel como fonte de carbono. Realizaram-se
fermentações em frasco de 1L, contendo 300 mL de meio salino e 100g/L de glicerol. As condições de cultivo foram 200
rpm, 37°C durante 120 horas, o experimento foi feito em triplicata. As amostras foram retiradas em 6, 24, 48, 72, 96 e
120 horas de cultivo, onde analisou-se a produção de ramnolipídios, o consumo da fonte de carbono e a biomassa. Houve
uma produção máxima de 0,389 ±0,021 g/L de ramnolipídios em 96h de fermentação. No tempo final apresentou-se um
consumo do 50% da fonte de carbono; o micro-organismo apresentou um crescimento exponencial, atingindo uma
concentração máxima de biomassa 0,039 ±0,002 g/L e após 72 horas atingiu a fase estacionária. O glicerol é uma potencial
fonte de carbono para produção de ramnolipídios, no entanto, a concentração utilizada pode ser o principal motivo da
baixa produção de ramnolipídio, devendo ser estabelecida uma concentração ótima da fonte de carbono para obter um
maior rendimento e produção na fermentação.
Palavras-chave: Ramnolipídos; P. aeruginosa; Glicerol; Fermentação
Agradecimentos: CAPES
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
55
ATIVIDADE ANTAGÔNICA DO ACTINOMICETO AM1 ISOLADO DA RIZOSFERA DO
GUARANAZEIRO CONTRA FITOPATÓGENOS DE IMPORTÂNCIA AGRONÔMICA
1REIS, G.V; 2FORTKAMP, D; 3 AZEVEDO, J.L; 4 QUECINE, M.C ; 5LIRA, S.P
1ESALQ- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/ USP ([email protected]), 2ESALQ- Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”/ USP ([email protected]), 3ESALQ- Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”/ USP ([email protected]). 4ESALQ- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/ USP
([email protected]), 5ESALQ- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/ USP ([email protected])
Os principais elementos responsáveis por limitar o rendimento de um cultivo agrícola, são os fatores edáficos, climáticos
e biológicos. Deste último, destacam-se as doenças, que prejudicam o desenvolvimento da planta e consequentemente
reduzem a produtividade. Dentre os procedimentos de controle utilizados, destacam-se os métodos culturais,
melhoramento genético, controle biológico e tratamento químico. Devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos, diversos
efeitos negativos são verificados no ambiente e na saúde humana, além do fitopatógeno poder adquirir resistência ao
princípio ativo. Desta maneira, os compostos bioativos isolados de micro-organismos podem ser utilizados no manejo
integrado de doenças, como uma alternativa no controle. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade
antagônica do actinomiceto AM1 isolado da rizosfera do guaranazeiro no Amazonas, contra quinze fitopatógenos de
importância agronômica. Para isto, discos de 7 mm de diâmetro contendo meio, estruturas vegetativas e reprodutivas do
actinomiceto AM1 foram inoculados em uma das extremidades da placa de Petri (BDA). Após três dias, na extremidade
oposta foram inoculados discos de 7 mm de diâmetro do patógeno avaliado. Também foram preparadas placas controle,
contendo somente o fitopatógeno, nas mesmas condições citadas. Todos os testes foram realizados em triplicata. A
avaliação de inibição do crescimento micelial dos fitopatógenos foi realizada através de medições de dois pontos
perpendiculares da colônia destes micro-organismos e comparados com o controle. A determinação da Porcentagem de
Inibição do Crescimento micelial (PIC) foi calculada de acordo com Trippeswamy et al., 2013. Como resultado observou-
se que a menor inibição foi para F. oxysporum (27, 04%), para doze fitopatógenos avaliados a inibição ficou entre 32 a
46% e os maiores percentuais foram verificados contra Colletotrichum asianum (52%) e Cercospora spp. (56,2%). Este
estudo, embora preliminar, permitiu observar o potencial do actinomiceto AM1 em inibir o crescimento micelial de
diferentes fitopatógenos. Testes subsequentes deverão ser realizados, no intuito de confirmar o potencial antifúngico dos
compostos produzidos pelo AM1, com objetivo de isolar e identificar estas substâncias por técnicas cromatográficas.
Palavras-chave: Produtos naturais; Biocontrole; micro-organismo.
Agradecimentos: CNPq, CAPES e FAPESP.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
56
AVALIAÇÃO CULTIVO DE PLEUROTUS OSTREATUS (SHIMEJI) EM DIFERENTES
MEIOS DE CULTIVO UTILIZANDO RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS.
1, 2SILVA, D. F.; 1HERGESEL, L. M.; 1, 2CORREA, F. F. B; 3CARVALHO, A. F. A.;
1, 2OLIVA-NETO, P.
1Universidade Estadual Paulista - UNESP – Assis-SP ([email protected], [email protected] , [email protected]), 2Universidade Estadual Paulista - UNESP – Rio Claro-SP. 3Universidade Estadual de
Campinas – UNICAMP – Faculdade de Engenharia de Alimentos ([email protected]).
O cultivo do Pleurotus ostreatus (shimeji) tem crescido mundialmente devido suas propriedades gastronômicas e fonte
de proteínas e vitaminas. Além disso, esse micro-organismo possui a capacidade de degradar uma grande variedade de
resíduos lignocelulolíticos, promovendo sua reutilização e a formação de compostos de alto valor agregado como açúcares
fermentescíveis, enzimas lignocelulolíticas, ração animal, biomassa proteica e bioetanol de segunda geração. Com o
intuito de verificar diferentes resíduos e umidade do meio no cultivo deste fungo, foram realizados testes em placas. Para
isso, foram preparados cinco tratamentos contendo diferentes concentrações de: bagaço de cana, bagaço de laranja, farelo
de algodão, sacarose e CaCO3, em três diferentes umidades: 30%, 45% e 60%. O fungo Pleurotus ostreatus foi inoculado
com adição de um disco de 10 mm, em sala asséptica, no centro das placas de Petri, contendo as variações de substratos
e umidade. Posteriormente foram colocados a 20 ºC. As placas foram divididas em quadrantes, para a avaliação do
crescimento micelial, a qual foi realizada a cada 5 dias, por um período de 15 dias. Após a mensuração, foi calculada a
média de crescimento utilizando os valores medidos nos eixos de cada quadrante. O cultivo axênico foi feito para o melhor
tratamento, utilizando 100g (peso seco) em sacos de polipropileno e adição, em sala asséptica, de 10% de sementes do
fungo preparadas previamente. Nesta etapa foi deixado por 30 dias a 20 ºC, posteriormente foi interrompido o cultivo e
induzido a frutificação por 5 dias a 16 ºC. Após a colheita dos cogumelos, foi determinado o peso seco, para mensurar o
rendimento de conversão em biomassa proteica. Com a análise dos resultados, foi observado no teste em placa que o
melhor tratamento foi o BC1 (85% de bagaço de cana, 0% de bagaço de laranja, 9% de farelo de algodão, 0% de sacarose,
6% de CaCO3), em 60% de umidade. A média de crescimento no 15º dia foi 4,58cm±0,19. Esse resultado demonstrou
que quando maior a umidade do meio (60%), maior será o crescimento do fungo, e que a presença do bagaço de cana
como base para o crescimento do micélio mostrou-se essencial para o desenvolvimento e crescimento do Pleurotus
ostreatus. No cultivo axênico o rendimento de conversão após os 35 dias de cultivo foi de 8% de biomassa proteica e uma
perda de 1,3%.
Palavras-chave: Pleurotus ostreatus (shimeji); resíduos lignocelulolíticos; bagaço de cana; farelo de trigo, biomassa
proteica.
Agradecimentos: UNESP- Assis, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Microbiologia Aplicada),
CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
57
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE COMPOSTOS
CURCUMINÓIDES EM B. subtilis
1MORÃO, L.; 2SILVA, I.; 3FERREIRA, H.
1Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP – Rio Claro ([email protected]),
2Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP – Araraquara ([email protected]), 3Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP – Rio Claro ([email protected])
Antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o crescimento ou causar a morte bacteriana (WALSH,
2003). Várias abordagens relacionando a química dos produtos naturais e técnicas de biologia molecular tem sido
desenvolvidas visando a obtenção de moléculas naturais, que possam ser usadas como protótipos para o desenvolvimento
de novos antibióticos (PUPO et al., 2007; LEFEVRE et al., 2008). A pesquisa de novos antimicrobianos se faz necessária
devido ao surgimento de microrganismos resistentes e de infecções oportunistas fatais (PENNA et al., 2001). Ensaios
baseados em modelos de infecção in vivo podem levar à identificação de novas substâncias ativas com maior quantidade
de informações agregadas, o que pode agilizar o processo de desenvolvimento de eventuais antibióticos a partir dos
protótipos descobertos (MUKHOPADHYAY e PETERSON, 2006). A presente investigação está embasada na avaliação
da atividade antimicrobiana de compostos curcuminóides que são produtos derivados e obtidos da Curcuma longa,
popularmente conhecida como açafrão. Curcuminóides são um grupos de compostos fenólicos e exibem uma variedade
de efeitos benéficos sobre a saúde, já que diversos testes in vitro tem comprovado que a curcumina possui ação anti-
inflamatória e também anticancerígena (ASAI et al., 1999; GUL et al., 2004), que são de grande interesse para
formulações de agentes antimicrobianos. Foram testadas a atividade antimicrobiana de 17 curcuminóides sintetizados por
colaboradores da UNESP de São José do Rio Preto. A primeira linhagem testada e abordada neste trabalho foram as
linhagens bacterianas de B. subtilis (ATCC) que encontram-se disponíveis em nosso laboratório e derivam da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz). As células foram cultivadas à 30 ºC em meio Luria Bertani (LB) sólido e líquido e avaliação da
inibição de crescimento bacteriano foi realizada utilizando-se o método Resazurin Microtiter Assay Plate (REMA)
descrito por Palomino et al. (2002) com algumas modificações (SILVA, 2013). Os dados produzidos foram utilizados para
a determinação da Concentração Mínima Inibitória(MIC) definida como a menor concentração de substância capaz de
inibir a multiplicação de 90% das células. O composto, hipoteticamente denominado 114, apresentou uma MIC 90 de
12,77 µg/mL, que significa ter um alto potencial antimicrobiano em baixas concentrações, o que pode vir a ser um novo
antimicrobiano.
Palavras-chave: Antimicrobianos; Curcuminóides; B. subtilis.
Agradecimentos: Capes, Fapesp, Laboratório LGB (UNESP - Rio Claro), Colaboradores UNESP – Araraquara e São
José do Rio Preto.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
58
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA DE FUNGOS FILAMENTOSOS
ISOLADOS A PARTIR DA CASCA DE CAFÉ
1CORRÊA,I.T.S; 2DURSO,T.F.A; 3SARROUH, B.
1Universidade Federal de São João Del-Rei, Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos
([email protected] ) 2Universidade Federal de São João Del-Rei, Departamento de Química, Biotecnologia
e Engenharia de Bioprocessos ([email protected]), 3Universidade Federal de São João Del-Rei,
Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos ([email protected])
Tradicionalmente, as enzimas mais estudadas são aquelas de origem animal ou vegetal, contudo as de origem microbiana
apresentam grande potencial para a aplicação industrial, uma vez que podem ser produzidas em larga escala, via processos
fermentativos. Contudo a produção de tais metabólitos exigem o isolamento e identificação de micro-organismos capazes
de produzir de forma eficiente o bioproduto de interesse. Substratos naturais, como a casca de café, são considerados
como resíduos abundantes no Brasil que constituem matéria-prima de grande potencial para bioconversão em outros
bioprodutos de alto valor. Neste contexto, a bioprospecção de fungos filamentosos a partir da casca de café apresenta-se
como uma perspectiva de suma importância, uma vez que as cepas isoladas poderão produzir enzimas com potencial
aplicação em diversos processos biotecnológicos voltados para a indústria alimentícia, química e de biocombustíveis. O
objetivo deste trabalho foi a avaliação da atividade enzimática da tanase, celulase e fenoloxidase dos fungos isolados a
partir da casca de café. Os fungos foram denominados como FF1-CC, FF2-CC, FF3-CC, FF4-CC, FF5-CC e FF6-CC.
Em relação à avaliação da atividade enzimática da tanase observou-se que, 66,7% dos isolados apresentaram formação
de halo de hidrólise, indicando a expressão extracelular da mesma. No caso da atividade celulítica, 50% dos fungos foram
capazes de produzir halo de hidrólise e 33% degradaram a Carboximetilcelulose (CMC), sem a formação de halo,
indicando atividade enzimática intracelular. No teste da fenoloxidase apenas o isolado FF6-CC apresentou formação de
halo e, consequentemente, a produção da enzima. Segundo os resultados obtidos observou-se que, o fungo FF6-CC
apresentou formação de halo de hidrólise nos três meios enriquecidos testados, evidenciando dessa forma a presença da
atividade enzimática de tanase, celulase e fenoloxidase. Sendo assim conclui-se que, esta cepa apresenta um potencial
promissor para uso em processos biotecnológicos como, por exemplo, degradação de materiais lignocelulósicos para a
produção de biocombustíveis, tratamentos de efluentes, indústria alimentícia e síntese de compostos químicos de interesse
industrial.
Palavras-chave: Casca de café; Atividade enzimática; Tanase; Celulase; Fenoloxidase.
Agradecimentos: Fapemig, CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
59
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE ÁCIDO INDOL ACÉTICO
DO ISOLADO ENDOFÍTICO Mucor nidicola
1ALMEIDA, T, T; 2FERRARI, A; 3TSCHOEKE, B, A, P; 4BATISTA, B, D; 5QUECINE, M, C;
6AZEVEDO, J, L.
1CENA/USP-Centro de Energia Nuclear na Agricultura ([email protected]),2UNIMEP- Universidade
Metodista de Piracicaba ([email protected]), 3ESALQ/USP- Escola Superior de Agricultura “Luiz
de Queiróz” ([email protected]); 4Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz”
([email protected]); 5Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz” ([email protected]); 6Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz” ([email protected]).
Os fungos endofíticos são microrganismos que vivem no interior de tecidos ou órgãos dos vegetais, e ocorrem
especialmente nas partes aéreas de seu hospedeiro, sem produzir nódulos ou outras transformações externas e sem causar
malefícios ao vegetal. O ácido indol acético é a principal auxina encontrada nas plantas produzida principalmente no
meristema apical do caule e transportada através das células do parênquima até as raízes, responsável por promover o
crescimento de raízes e caules através do alongamento de células jovens. A Eichhornia crassipes (Mart.) é uma macrófita
aquática pertencente à família Pontederiaceae, a qual é conhecida pela sua importância ecológica em ambientes aquáticos,
e também pelo seu potencial fitorremediador. Este trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade de produção de Ácido
Indol acético do fungo endofítico, isolado da macrófita aquática E. crassipes, Mucor nidicola. O fungo endófitico foi
isolado pelo método de fragmentação das folhas de E. crassipes encontradas na Lagoa Salto Grande, Americana-SP. Após
o isolamento foi realizado o sequenciamento da região ITS1-5,8S - ITS2 do rDNA, e para a identificação molecular do
isolado, as sequências de nucleotídeos obtidas foram comparadas com aquelas disponíveis no GenBank. Para verificar a
produção de ácido indol acético (AIA), o isolado endofítico Mucor nidicola, foi inoculado em Erlenmayer contendo meio
BD (Batata Dextrose) enriquecido com triptofano (100 μg/mL-1) como precursor, e incubado a 28oC em agitação constante
de 150 rpm por 48 h, em triplicata. Após o período de cultivo, uma alíquota de 2 mL foi retirada de cada amostra e
centrifugada durante 10 minutos, a 1200 rpm, em seguida, 900 µL do sobrenadante foi misturado com 400 µL do reagente
de Salkolwisk e mantidos no escuro por 30 minutos, e em seguida foram realizadas a leitura das amostras em
Espectrofotômetro com o comprimento de onda 520 λ. A quantificação foi feita por uma curva padrão a partir de uma
solução de AIA contendo 1mg/mL. Padrões de 50 µg/mL ,100 µg/mL, 250 µg/mL e 500 µg/mL foram preparados e suas
absorbâncias medidas a 520 nm. A concentração de AIA determinada durante o crescimento do endófito foi de 416,3
µg/mL. Os resultados obtidos indicam que o fungo endofítico M. nidicola possui grande eficiência na produção de AIA,
apresentando um potencial biotecnológico para promoção de crescimento em plantas.
Palavras-chave: Endófitos; Macrófitas Aquáticas; Auxina.
Agradecimentos: CNPq
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
60
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE VERMELHO REMAZOL POR
Aspergillus niger: EFEITO DE TRATAMENTOS FÍSICO-QUÍMICOS
1MAHNKE, L. C.; 2ESTEVAM ALVES, M. H. M.; 3FREITAS, J. H. E. S.; 4SANTANA, K. V.;
SILVA, G.; MORORÓ, M. C. C.; NASCIMENTO, A. E.
1 Universidade Federal de Pernambuco – Centro de Ciências Biológicas ([email protected]), 2Universidade
Federal de Pernambuco – Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami ([email protected]), 3Universidade Federal
de Pernambuco – Departamento de Bioquímica ([email protected]), 4Núcleo de Pesquisas em Ciências
Ambientais e Biotecnologia ([email protected]; [email protected]; [email protected])
O lançamento de efluentes contendo corantes é uma preocupação crescente para o meio ambiente, pois os processos
convencionais apresentam um efluente tratado de alta qualidade com um resíduo com alta concentração de corante, que
ainda demanda tratamento. As superfícies microbianas carreiam diversos grupos funcionais, os quais são responsáveis
pelo seqüestro de compostos perigosos presentes em efluentes industriais. Assim, a utilização de biossorventes apresenta
características mais atraentes para os processos de tratamento como baixo custo. O presente trabalho avaliou os efeitos
de tratamentos em biomassa de Aspergillus niger como biossorvente para o vermelho remazol. A. niger foi mantido em
meio SAB a 28 C por 7 dias. Uma suspensão espórica de 107 esporos/mL foi inoculada em SAB (caldo) para a produção
de biomassa a 28 ºC e 150 rpm por 15 dias. A biomassa foi separada e lavada (biomassa viva) e submetida aos tratamentos
com solução de H2SO4 0,1mol/L; solução de NaOH 0,1 mol/L; solução de NaCl 0,1mol/L e biomassa submetida a
autoclavagem a 121 ºC e 18 PSI durante um período de 30 minutos. Os ensaios de remoção foram realizados em
Erlenmeyers contendo 0,1g de biomassa (submetidas aos tratamentos) em solução aquosa de vermelho remazol nas
concentrações de 10, 20, 30, 40 e 50 mg/L, as amostras foram incubadas sob agitação a 150 rpm, a 28 °C, durante 18
horas. Os resultados foram obtidos através de leituras em espectrofotômetro UV/VIS. O mesmo ocorreu com amostras de
carvão ativado que serviram de controle para os testes. A. niger apresentou percentuiais de remoção e descoloração em
todos os tratamentos testados. Nesse caso, o tratamento ácido resultou em favorecimento de uma maior descoloração em
relação aos demais tratamentos. A. niger exibe potencial de remoção de vermelho remazol, sendo o tratamento ácido mais
eficaz. As capacidades de sorção aumentaram em todos os biossorventes testados com o aumento da concentração do
corante.
Palavras-chave: Aspergillus niger; vermelho remazol, biomassa, biorremediação.
Agradecimentos: FACEPE, CNPq, CAPES, Unicap, REDE SISBIOTA.
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61
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE SAIS E DERIVADOS DA SOJA NA PRODUÇÃO DE
ÁCIDO CLAVULÂNICO POR STREPTOMYCES CLAVULIGERUS
1RODRIGUES, K. C. S.; 2SOUZA, A. T.; 3CERRI, M. O.
1UFSJ - Universidade Federal de São João Del-Rei ([email protected]), , 2UFSJ - Universidade Federal de
São João Del-Rei ([email protected]) 3UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”
O ácido clavulânico (AC) é um potente inibidor de β-lactamases, o principal mecanismo de resistência bacteriana a
antibióticos β-lactâmicos. Embora seja considerado um antibiótico, o AC possui fraca atividade antibacteriana, sendo
aplicado no tratamento de infecções em conjunto com antibióticos sensíveis à ação de β-lactamases. Tradicionalmente, o
AC é produzido pela bactéria Streptomyces clavuligerus utilizando meio complexo contendo glicerol ou lipídeos como
fonte de carbono e derivados da soja como fonte de nitrogênio. Usualmente, o processo fermentativo está sujeito a efeitos
de parâmetros tais como pH, temperatura, sais, fontes de carbono e nitrogênio, inóculo, agitação, fornecimento de
oxigênio. No presente trabalho foi avaliado o efeito de diferentes fontes de nitrogênio (farinha de soja, proteína isolada
de soja) e combinações de sais (FeSO4.7H2O, K2HPO4, KH2PO4 e MgSO4.7H2O) na produção de AC por S. clavuligerus.
Os cultivos foram conduzidos em duplicata em frascos Erlenmeyer de 250 mL de acordo com três etapas: reativação,
crescimento e produção. Na reativação, frascos contendo 22,5 mL de meio de reativação foram inoculados com 2,5 mL
de suspensão de células vegetativas de S. clavuligerus, armazenadas a -70°C em solução crioprotetora de glicerol (20%
v/v), e incubados a 27°C e 250 rpm por 24 horas. No crescimento, 2,5 mL da suspensão resultante da reativação foram
utilizados para inocular frascos contendo 22,5 mL de meio de crescimento e estes foram incubados a 27ºC e 250 rpm por
24 horas. Na produção, frascos contendo 22,5 mL de meio de produção foram inoculados com 2,5 mL da suspensão
resultante da etapa de crescimento e incubados a 27ºC e 250 rpm. Amostras foram retiradas após 60, 72, 80 e 96 horas
para determinação da concentração de AC. De modo geral, a produção de AC foi favorecida nos ensaios contendo proteína
isolada de soja e sulfato ferroso na composição meio de cultura. Entre os cultivos, a maior concentração máxima de AC
(Cpmax) foi de 437,10 + 30,45 mg.L-1 e a menor de 40,76 + 8,71 mg.L-1. Apesar da notável disparidade no Cpmax, a principal
diferença entre a composição dos meios de cultura nos dois ensaios foi a presença de sulfato ferroso, indicando a
importância do sal para biossíntese do AC. Os resultados são promissores para melhorias no processo de produção do AC
e futuros estudos de ampliação de escala.
Palavras-chave: Ácido clavulânico, Produção, Streptomyces clavuligerus, Sulfato ferroso.
Agradecimentos: Os autores agradecem ao CNPQ (Processo: 471848/2013-1), CAPES e FAPESP.
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AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTE POR LEVEDURAS ISOLADAS
DA ANTÁRTICA
1SOUSA, T. G. C.; 2PINHEIRO, T. M. A; 3COUTINHO FILHO, U; 4SETTE, L.D.; 5PESSOA, A.
Jr.; 6CARDOSO, V. L; 7TAMBOURGI, E. B.; 8SILVEIRA, E. C.
1UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas ([email protected]), 2UFU - Universidade Federal de
Uberlândia ([email protected]), 3UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas ([email protected]), 4UFU – Universidade Federal de Uberlândia ([email protected]), 5UFU - Universidade Federal de Uberlândia
([email protected]), 6UNESP - Universidade Estadual Paulista ([email protected]), 7USP - Universidade de São
Paulo ([email protected]), 8UFU – Universidade Federal de Uberlândia ([email protected])
Surfactantes microbianos são metabolitos tenso ativos, produzidos por micro-organismos, que apresentam baixa
toxicidade, são biodegradáveis e biocompatíveis, além disso, são estáveis em condições ambientais extremas, como,
variações de pH, temperatura e salinidade. O principal fator para a crescente utilização de biossufactantes pelas industrias
é a capacidade de reduzir a tensão superficial e interfacial de soluções imiscíveis. A seleção de micro-organismos capazes
de produzir biossufactantes tem sido alvo de estudos durantes os últimos anos, e o ambiente antártico se destacou devido
a sua extraordinária biodiversidade. Este trabalho avaliou a produção de biossurfactante por leveduras isoladas da
Antártica. Selecionou-se seis leveduras isoladas do ambiente antártico, codificadas como L55, L58, L84, L92, L104 e
L116, e a produção de biossurfactante foi analisada pelo índice de emulsificação em querosene. A solução contendo o
biossurfactante foi obtida a partir da fermentação de cinco dias a 15 ºC, em meio contendo 3 g L-1 de extrato de levedura,
5 g L-1 de peptona e 20 g L-1 de glicose. O índice de emulsificação foi realizado misturando querosene e a solução aquosa
livre de células do caldo fermentado, na taxa de 1:1. L84 e L92 apresentaram os melhores resultados nas condições
testadas, com 86 e 81% de emulsificação em querosene, respectivamente. Os resultados obtidos indicam que as leveduras
foram capazes de produzir biossufactantes, contudo, outros testes deverão ser realizados com o intuito de caracterizar
estas biomoléculas.
Palavras-chave: Antártica; Leveduras; Biossurfactantes; Índice de emulsificação.
Agradecimento: CNPq, Capes, Fapemig, Fapesp, Propp-UFU.
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AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE CELULASES POR LEVEDURAS EM MEIO
CONTENDO BAGAÇO DE CANA IN NATURA OU PRÉ-TRATADO
1SHINYA, T. Y.; 2OSHIQUIRI, H. K.; 2ORNELA, P. H. O.; 2GÓES, M. C.; 2OLIVA-NETO, P.
1Universidade Estadual Paulista UNESP – IB/Rio Claro ([email protected]), 2Universidade Estadual Paulista
UNESP – FCLA/Assis ([email protected]; [email protected]); ([email protected]; [email protected])
Matérias-primas lignocelulósicas são fontes de celulose, hemicelulose e lignina, que corretamente tratadas podem liberar
açúcares fermentescíveis para obtenção de produtos de alto valor agregado. Compreendem majoritariamente os resíduos
agroindustriais, sendo o bagaço de cana-de-açúcar o principal e mais abundante resíduo produzido no Brasil. A liberação
desses açúcares pode ser realizada através de micro-organismos produtores de enzimas hidrolíticas e oxidativas, sendo
que enzimas do complexo celulolítico são as responsáveis pela degradação da fração de celulose dos resíduos. O objetivo
deste trabalho foi avaliar a produção de enzimas celulolíticas por nove cepas de leveduras (não identificadas) através de
cultivo submerso utilizando bagaço de cana (5%) como substrato. Foram testadas oito formulações diferentes de meio,
sendo que em duas delas o bagaço de cana foi pré-tratado com CaO (0,1% e 1%). A fermentação ocorreu em agitador
orbital a 180 rpm e 28 °C por 120 h. Ao final do cultivo, foi realizada a contagem direta das células a fim de se determinar
em qual meio houve o maior crescimento, bem como realizadas as determinações das atividades celulolíticas CMCase e
FPase. Não foi detectada atividade FPase em nenhum dos meios. Para a CMCase, de uma maneira geral, o meio mais
promissor foi aquele formulado com soro de leite, conhecido por induzir a produção de enzimas, atingindo valores entre
0,226 U/mL e 0,693 U/mL. Já os meios que continham sacarose também produziram endoglucanases, obtendo-se valores
de 0,114 U/mL a 0,580 U/mL. Meios que utilizaram o bagaço de cana tratado com CaO não demonstraram ser efetivos
nem para o crescimento celular, nem para a produção de enzimas. As maiores contagens de células foram feitas em meios
contendo sacarose como segunda fonte de carbono (além do bagaço), onde quase todas as cepas atingiram a concentração
de 108 cél/mL, seguida pelo meio contendo soro de leite. Meios formulados com (NH4)3PO4 ao invés de K2HPO4 como
fonte de fósforo também demonstraram elevado crescimento de células. O estudo demonstrou a possibilidade do cultivo
de leveduras em bagaço de cana para produção de celulases, sendo que a maioria dos trabalhos são realizados com o
cultivo de fungos filamentosos.
Palavras-chave: bagaço de cana-de-açúcar; leveduras; celulase; biomassa celular.
Agradecimentos: CAPES, FAPESP.
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AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE Pleurotus ostreatus NO TRATAMENTO DE
EFLUENTE TÊXTIL CONTENDO CORANTE CI REACTIVE RED 239 POR ALFACE E
SORGO
1BELLATO, F. C.; 2 SANTOS, G. O. F.; 3ROSA, J. M.; 4MATHEUS, D. R.
1UFABC - Universidade Federal do ABC([email protected]), 2USP - Universidade de São Paulo
([email protected]) , 3Faculdade de Tecnologia SENAI Antoine Skaf ([email protected]), 4UFABC -
Universidade Federal do ABC([email protected])
Um dos setores de maior importância para a economia do Brasil é o setor têxtil, colaborando com a geração de
aproximadamente 1,7 milhão de empregos diretos e um faturamento total de US$ 56,7 bilhões (ABIT, 2012). Contudo, o
efluente gerado por este ramo é caracterizado por conter corantes de difícil remoção, podendo causar danos à saúde da
população. Diante disso, é necessária a busca de novas tecnologias, podendo destacar a utilização de fungos
basidiomicetos como uma eficiente alternativa e de baixo custo. Assim, o presente estudo visa indicar os níveis da
toxicidade deste efluente após o processo de tratamento com Pleurotus ostreatus por meio de testes de fitotoxicidade por
Lactuca sativa (alface) e Sorghum sudanense (sorgo), por ser um método eficiente e barato. O fungo foi imobilizado em
bucha vegetal previamente esterilizada em erlenmeyers de 250 mL. O sistema foi composto por aproximadamente 3 g de
bucha vegetal cortada que receberam três discos de micélio de 7 mm que serviram como inóculo. Durante 10 dias à
temperatura de 25 ± 2ºC, a bucha foi colonizada pelos fungos. Posteriormente, foram introduzidos 150 mL de efluente
contendo o corante C. I. Reactive Red 239, previamente nutrido com constituintes de meio basal diluídos no próprio
efluente. O sistema foi mantido a 25 ± 2ºC durante 24h. Após este período, as amostras foram coletadas e então, deu-se
início à análise da fitotoxicidade. Os testes estão ocorreram com base nas metodologias descritas por Tam e Tiquia (1994)
e Andrade (2009), consistindo em colocar 20 sementes de cada espécie vegetal sobre papel de filtro Whatman n.40 em
placas de Petri com 2 mL (para alface) e 3 mL (para sorgo) de cada diluição da amostra de uma série geométrica (100;
50; 25; 12,5 e 6,25%). Água destilada (0% de efluente) foi utilizada como controle. As amostras foram incubadas no
escuro, com temperatura controlada de 25 ± 2ºC. O tempo total de duração do teste foi de 120 h e o número de sementes
que germinaram é contado assim como o comprimento das raízes é medido. Os resultados apontam que o processo de
tratamento fúngico de efluente contendo corante vermelho foi satisfatório com relação à diminuição da toxicidade. Além
disso, as sementes de alface e sorgo se apresentaram como um ótimo parâmetro por conta de sua sensibilidade e desta
maneira se faz viável o estudo com outros compostos tóxicos.
Palavras-chave: Fitotoxicidade; fungos basidiomicetos; indústria têxtil; corante vermelho;
Agradecimentos: UFABC, CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES ISOLADOS DE Bacillus spp. NO CONTROLE DA FLOR
PRETA DO MORANGUEIRO, SOB CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO
E DE CASA-DE-VEGETAÇÃO
1GIASSI, V.; 2KUPPER, K.C.; 3KIRITANI, C.; 4SOUSA, I.C.
1 CPMO - Centro de Pesquisa Mokiti Okada ([email protected]), 2Centro de Citricultura Sylvio
Moreira/IAC/APTA ([email protected]), 3 CPMO - Centro de Pesquisa Mokiti Okada
([email protected]), 4 CPMO- Centro de Pesquisa Mokiti Okada ([email protected])
A flor preta, causada por Colletotrichum acutatum, é a principal doença do morangueiro. Os sintomas mais marcantes
são manchas escuras e irregulares em frutos, folhas e flores. O controle da doença é feito por fungicidas, que nem sempre
se mostram eficientes. Assim, a busca por alternativas de controle se faz necessária e o uso de Bacillus spp. se mostra
como técnica promissora. Este trabalho teve por objetivo avaliar diferentes isolados de Bacillus spp. no controle da flor-
preta, sob condições de laboratório e de casa-de-vegetação. In vitro, avaliou-se a atividade antagônica e o efeito de
substâncias antifúngicas termoestáveis sobre a germinação e o desenvolvimento micelial do patógeno. Todos os isolados
de Bacillus spp. afetaram o desenvolvimento da colônia do C. acutatum sendo que, cinco deles apresentaram inibições
entre 32 e 34%, produziram substâncias antifúngicas que inibiram de 50 a 53% a colônia do fungo e afetaram a germinação
de conídios entre 86 a 97%. Dos 11 isolados bacterianos submetidos a condições de casa-de-vegetação, apenas dois não
diferiram do controle, sendo que um dos isolados apresentou porcentagem de controle superior à obtida com tratamento
químico. Nas condições estudadas, o Bacillus spp CPMO3 apresentou eficiência no controle da flor preta do morangueiro
superior aos demais tratamentos e ao tratamento químico.
Palavras-chave: Controle biológico; cultivo pareado; germinação; substâncias antifúngicas.
Agradecimentos: Fundação Mokiti Okada – MOA
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AVALIAÇÃO DE TRATAMENTOS FÍSICO-QUÍMICOS EM BIOMASSA DE Rhizopus
stolonifer NA EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE VERMELHO REMAZOL
1ESTEVAM ALVES, M. H. M.; 2MAHNKE, L. C.; 3 FREITAS, J. H. E. S.; 4SANTANA, K. V.;
SILVA, G.; MORORÓ, M. C. C.; NASCIMENTO, A. E.
1 Universidade Federal de Pernambuco – Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami ([email protected]),
2Universidade Federal de Pernambuco – Centro de Ciências Biológicas ([email protected]), 3 Universidade
Federal de Pernambuco – Departamento de Bioquímica ([email protected]), 4Núcleo de Pesquisas em
Ciências Ambientais e Biotecnologia ([email protected]; [email protected]; [email protected])
O tratamento de efluentes contendo corantes é uma preocupação crescente para a indústria têxtil e para o meio ambiente.
Os processos tradicionais de tratamentos físico-químicos somente separam os contaminantes da fase líquida, gerando lodo
que deve ser tratado e disposto. Adsorção com carvão ativado, e resinas de troca iônica são processos eficientes para a
remoção de corantes, mas têm custo elevado. Neste domínio a aplicação de processos de remoção biológica pode reduzir
os custos de capital. Assim, a utilização de biossorventes apresenta características mais atraentes para os processos de
tratamento como baixo custo. O presente trabalho investigou a influência de tratamentos físico-químicos na biomassa
nativa de Rhizopus stolonifer como biossorvente na remoção de vermelho remazol. R. stolonifer foi mantido em meio
SAB a 28C por 7 dias. Uma suspensão espórica de 107 esporos/mL-1 foi inoculada em SAB (caldo) para a produção de
biomassa a 28ºC e 150rpm por 15 dias. A biomassa foi separada e lavada (biomassa viva) e submetida aos tratamentos
com solução de H2SO4 0,1mol/L; solução de NaOH 0,1 mol/L; solução de NaCl 0,1mol/L e biomassa submetida a
autoclavagem a 121ºC e 18 PSI durante um período de 30 minutos. Os ensaios de remoção foram realizados em
Erlenmeyers contendo 0,1g de biomassa (submetidas aos tratamentos) em solução aquosa de vermelho remazol nas
concentrações de 10, 20, 30, 40 e 50mg/L, as amostras foram incubadas sob agitação a 150 rpm, a 28°C, durante 18
horas. Os resultados foram obtidos através de leituras em espectrofotômetro UV/VIS. O mesmo ocorreu com amostras de
carvão ativado que serviram de controle para os testes. As biomassas autoclavada e tratadas com NaOH, H2SO4 e NaCl
exibiram os maiores potenciais de descoloração e remoção de corante em compraração ao carvão ativado, sendo a
biomassa autoclavada a mais semelhante. R. stolonifer possui potencial de remoção do vermelho remazol de solução
aquosa. A biomassa autoclavada de R. stolonifer exibe potencial semelhante àquele do carvão ativado no processo de
adsorção do corante utilizado. Os parâmetros avaliados variaram em função do tratamento aplicado a biomassa. Assim,
verificou-se uma capacidade de sorção crescente em relação a biomassa lavada e aquelas tratadas quimicamente com
NaCl, H2SO4, NaOH e aquelas submetidas ao tratamento físico por autoclavagem, respectivamente.
Palavras-chave: Rhizopus stolonifer; vermelho remazol, biomassa, biorremediação.
Agradecimentos: FACEPE, CNPq, CAPES, Unicap, REDE SISBIOTA.
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DE LEVEDURAS EM GLICEROL BRUTO
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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1ANDRADE, D. P.; 2DELFINO, J. C.; 3SCHWAN, R. F.; 4DIAS, D. R
1UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 1UFLA- Universidade Federal de
Lavras,([email protected]), 3UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 4UFLA-
Universidade Federal de Lavras ([email protected])
O glicerol bruto é o principal subproduto proveniente da produção do biodiesel e tem se apresentado como uma alternativa
de substrato para diversas aplicações biotecnológicas, devido sua ampla disponibilidade e custo competitivo. O glicerol
bruto pode ser utilizado pelos microrganismos como única fonte de carbono substituindo os tradicionais carboidratos. O
objetivo do trabalho foi avaliar o crescimento de leveduras cultivadas em meio com glicerol bruto, em diferentes
concentrações (10, 20 e 30%). As leveduras utilizadas foram Yarrowia lipolytica UFLA CM-Y9.4 e Lindnera saturnus
CCMA 0243, obtidas da Coleção de Culturas da Microbiologia Agrícola, da Universidade Federal de Lavras. As leveduras
foram reativadas em meio líquido YEPG, mantidas a 28 ºC/48 h. Após esse período, 10% do inóculo inicial foram
transferidos para volumes maiores até atingirem um volume final de 200 mL, incubados a 28 ºC, 150 rpm por 18h. Todo
o conteúdo foi centrifugado a 4°C a 6000 rpm por 5minutos e as células foram lavadas três vezes com água estéril e
adicionadas no meio YNB com glicerol bruto em diferentes concentrações (10%, 20% e 30%), incubadas a 29°C, pH 6,0,
150 rpm por 120h. Os cultivos foram realizados em frascos Erlenmeyer contendo 100 mL do meio de cultura e inoculado
com 8 Log cel/mL. A contagem de células foi realizada em câmara de Neubauer, utilizando o corante azul de metileno.
O crescimento das leveduras Y. lipolytica UFLA CM- Y9.4 e L. saturnus CCMA 0243 não diferiram nas três
concentrações analisadas (média de 8,35 Log cel/mL). A população da levedura L. saturnus apresentou maior crescimento
(8,45 Log cel/mL) comparado com a levedura Y. lipolytica UFLA CM-Y9.4 (8,25 Log cel/mL). A viabilidade das células
permaneceu praticamente constante em 100% durante todo tempo de cultivo. Conclui-se que houve crescimento das
leveduras durante o cultivo com glicerol bruto. Portanto, este substrato pode ser utilizado em cultivos microbianos como
fonte de carbono.
Palavras-chave:Yarrowia lipolytica; Lindnera saturnus; Fonte de carbono; Crescimento
Agradecimentos: CAPES, CNPq, FAPEMIG
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL CELULOLÍTICO DE FUNGOS CAVERNÍCOLAS SOB
DIFERENTES TEMPERATURAS EM FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO.
1PAULA, C. C. P. de; 2RODRIGUES, A.; 1SELEGHIM, M. H. R.
1UFSCar - Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva. Programa de Pós
Graduação em Ecologia e Recursos Naturais ([email protected]), 2UNESP - Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências de Rio Claro, Departamento de Bioquímica e Microbiologia.
Há um grande interesse na busca por fungos produtores do complexo celulolítico com alta atividade enzimática, e os
ambientes cavernícolas, por possuírem poucos recursos nutritivos e por serem ambientes pouco explorados, podem
abrigar espécies de fungos ainda desconhecidas e com grande eficiência enzimática. O objetivo deste trabalho foi avaliar
o potencial celulolítico de três linhagens de fungos cavernícolas (Talaromyces sp, Aspergillus sp1 e Aspergilus sp2) sob
fermentação em estado sólido, em duas temperaturas diferentes. Uma suspensão de 107 esporos.mL-1 foi inoculada em
5,0 g de substrato farelo de arroz, com a umidade ajustada para 70% utilizando meio de Mandels. Os cultivos foram
incubados em duas temperaturas (27ºC; 40ºC) durante 72 horas sem agitação. Diariamente foi realizada a extração dos
cultivos, centrifugado e o sobrenadante considerado o extrato bruto enzimático. O conteúdo protéico dos extratos
enzimáticos foi determinado pelo método de Bradford e a atividade da endoglucanase (EC) e celulase total (FPAse) foi
determinada pelo método modificado de Ghose. Ao final do cultivo observamos uma maior produção protéica nas
linhagens cultivadas a 40 ºC e a linhagem Aspergillus sp1 apresentou uma maior atividade EC em relação as demais,
sendo os maiores registros obtidos nos cultivos a 40ºC (5,07 IU/g de substrato). Considerando a FPAse, a linhagem
Talaromyces sp apresentou os maiores valores de atividade enzimática (2,11 IU/g), não apresentando diferença
significativa em relação à linhagem Aspergillus sp1 (2,06 IU/g; p > 0,05). A linhagem Aspergillus sp2 apresentou a maior
concentração de açucares redutores (ARTs) em seus extratos, valores significativamente diferentes em relação as demais
linhagens (p < 0,003). Todas as linhagens incubadas a 27 ºC apresentaram uma maior concentração de ARTs,
provavelmente devido à maior taxa metabólica dos microrganismos em temperaturas mais elevadas. Tais resultados
mostram que as linhagens Aspergillus sp1 e Talaromyces sp podem ser promissoras na produção enzimática e a linhagem
Aspergillus sp2 pode apresentar bons resultados em processos de sacarificação. Esse estudo evidencia que ambientes
pouco explorados e com diferenças ambientais marcantes do meio superficial, como as cavernas, podem abrigar linhagens
microbianas de grande interesse biotecnológico, requerindo uma maior atenção para tais ecossistemas.
Palavras-chave: Fungos cavernícolas; celulase total; endoglucanase; fermentação em estado sólido.
Agradecimentos: à toda equipe do Laboratório de Estudos Subterrâneos (UFSCar) pela coleta do material.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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AVALIAÇÃO E APLICAÇÃO DE MICROPARTÍCULAS SÓLIDAS LIPÍDICAS DE
Lactobacillus acidophilus EM CHOCOLATE MEIO AMARGO
1SILVA, M. P.; 1MARINHO, J. F. U.; 1THOMAZINI, M.; 1FÁVARO-TRINDADE, C. S.
1Universidade de São Paulo - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos – USP/FZEA
([email protected]; [email protected]; [email protected])
Os probióticos são benéficos ao trato gastrointestinal equilibrando a microbiota, no entanto ainda é um desafio para a
indústria de alimentos à diversificação desses produtos, devido à baixa taxa de sobrevivência desses micro-organismos.
Dessa forma, a tecnologia de microencapsulação vem sendo utilizada para proteger os probióticos das condições adversas
do meio. Neste estudo foi microencapsulado Lactobacillus acidophilus pelo método de spray chilling, utilizando gordura
vegetal como encapsulante. As micropartículas sólidas lipídicas obtidas foram caracterizadas quanto à atividade de água
(Aw), umidade relativa (U%) e viabilidade dos probióticos no período de 60 dias, sendo realizadas as contagens por
plaqueamento a cada 15 dias de estocagem, além disso, foram aplicadas em chocolate meio amargo. Para efeito de
comparação foi elaborado outro chocolate com a adição L. acidophilus na forma livre. Durante o armazenamento dos
chocolates foi avaliada a estabilidade do micro-organismo livre e encapsulado, nos tempos 0, 15, 30, 45 e 60 dias de
estocagem. Constatou-se que a média da atividade de água das micropartículas probióticas foi de 0,891±0,074 e umidade
relativa 3,12±0,62%, sendo que essas variáveis influenciaram na sobrevivência do micro-organismo que depois de 60
dias reduziu em média 1 ciclo log. Após o preparo dos chocolates as contagens de L. acidophilus eram de 4,2x107 UFC
g-1 e 3x107 UFC g-1, para as formas livre e encapsulada, respectivamente. No último período de estocagem, as contagens
eram de 105 UFC g-1 para a forma livre e 1,7x106 UFC g-1 para a forma encapsulada. Portanto, a microencapsulação do L.
acidophilus favoreceu a sobrevivência no chocolate ao final do período de estocagem, que reduziu em média apenas 1
ciclo log comparando com o chocolate adicionado do micro-organismo na forma livre que reduziu em média 2 ciclos log.
Sendo assim são promissoras a utilização desse método de encapsulação para proteção, e a liberação controlada do
probiótico, espera-se, que deverá ocorrer no intestino quando a gordura da microcápsula for digerida.
Palavras-chave: probiótico; encapsulação; spray chilling; chocolate;
Agradecimentos: CAPES, FAPESP proc. 2014/10754-5.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
70
AVALIAÇÃO in vitro DA RESISTÊNCIA DOS PROBIÓTICOS
Lactobacillus acidophilus E L. paracasei AOS FLUIDOS GASTROINTESTINAIS
1MARINHO, J. F. U.; 1SILVA, M. P.; 1FÁVARO-TRINDADE,.C. S.
1FZEA/USP – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Laboratório de Produtos Funcionais
([email protected]; [email protected]; [email protected])
Os probióticos são definidos como microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas,
conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Para que exerçam sua funcionalidade, espera-se que tais microrganismos se
encontrem vivos e presentes em grande número ao chegar ao trato intestinal humano. Assim, testes in vitro foram
realizados a fim de avaliar a resistência dos probióticos L. acidophilus e L. paracasei aos fluidos gastrointestinais (FGI),
simulando sua exposição na forma livre (inóculo). Para tanto, os microrganismos foram expostos ao fluido gástrico
simulado (FGS) (cloreto de sódio e pepsina), com pH 1,8±0,1, durante 120 minutos. Nesta etapa foram coletadas alíquotas
com 0, 60 e 120 minutos para posterior contagem por plaqueamento. Em seguida, o material remanescente da etapa FGS
foi submetido ao fluido intestinal simulado (FIS) (cloreto de sódio, pancreatina, tripsina e sais biliares), com pH 6,5±0,1,
durante 180 minutos, na qual foram plaqueadas amostras após 0, 90 e 180 minutos. Durante todo o ensaio as amostras
permaneceram à temperatura de 37°C sob agitação constante, de modo a representar uma situação análoga à sua passagem
pelo trato gastrointestinal humano. Após os testes, foi observada a redução de 2,28 ciclos log da cultura de L. acidophilus,
sendo 0,59 ciclos após sua exposição ao FGS e 1,69 ciclos após o FIS. Do mesmo modo, L. paracasei apresentou
decréscimo de 4,84 ciclos log a partir de sua contagem inicial, com 0,88 ciclos reduzidos após FGS e 3,96 após o FIS.
Uma das condições para a funcionalidade dos probióticos é que cheguem vivos ao seu local de ação, para que possam
colonizar devidamente o intestino. Neste sentido, ambos os microrganismos apresentaram queda em sua viabilidade
quando expostos aos FGI, em especial durante a exposição ao FIS. Entretanto, uma quantidade considerável de
microrganismos ainda foi encontrada ao final do ensaio de digestibilidade, em especial para L. acidophilus, que apresentou
maior resistência quando submetido a esta avaliação. É possível concluir, portanto, que L. acidophilus possui maior
resistência quando exposto aos FGI em comparação ao L. paracasei, o que o torna mais viável e com maior potencial
para aplicação em produtos benéficos à saúde humana.
Palavras-chave: Probiótico; Digestibilidade; L. acidophilus; L. paracasei.
Agradecimentos: CAPES, FAPESP
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
71
BACTÉRIAS ASSOCIATIVAS E ULTRAESTRUTURA DE NÓDULOS RADICULARES
DE Andira (LEGUMINOSAE – PAPILIONOIDEAE)
1SOUZA, B. C. E.; 2ROCHA-SANTOS, G. P.; 3GROSS, E.
1ESALQ - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”; UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana
([email protected]), 2UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected]) 3UESC –
Universidade Estadual de Santa Cruz ([email protected])
As leguminosas são a terceira maior família de plantas e seu sucesso evolutivo é devido, principalmente, à associação
realizada com bactérias fixadoras de nitrogênio. Nessas plantas, o processo de fixação biológica de nitrogênio ocorre em
órgãos entumecidos, chamados de nódulos, formados, em geral, nas raízes das plantas, que fornecem ambiente propício
para sobrevivência dos rizóbios, e estes, em troca, fornecem nitrogênio assimilável para as plantas. O objetivo deste
trabalho foi analisar a ultraestrutura e a diversidade bacteriana dos nódulos de plantas do gênero Andira, uma leguminosa
pertencente à tribo Dalbergieae, visando à seleção de isolados para uso em áreas degradadas. As coletas ocorreram na
região a Serra da Jibóia, Bahia. O material vegetal foi herborizado e depositado no Hérbário da UEFS. Parte dos nódulos
foi cortada, fixada em solução de glutaraldeído a 2,5 %, lavada, desidratada e emblocada em resina LR White pura. Cortes
semi e ultrafinos (800 nm a 1μm) foram feitos com ultramicrótomo, corados e observados em microscópio de campo
claro Olympus BX 50 e em microscópio eletrônico de transmissão FEI Morgagni 268D a 80 kV no CME da UESC. Foi
feito teste imunocitológico para anticorpos específicos para Burkholderia phymatum e Cupriavidus taiwanensis. As
bactérias foram isoladas de parte dos nódulos através de estriamento sucessivo em meio de cultura sólido 79 e
caracterizadas morfologicamente. Duas plantas foram coletadas e identificadas como Andira fraxinifolia e Andira sp. A
morfoanatomia dos nódulos permite classificá-los como do tipo astragaloide. As análises ultraestruturais das células
infectadas do nódulo evidenciaram a presença de cordões de fixação, em oposição aos tradicionais simbiossomos
encontrados nas papilionoideas. Os bacteroides dos nódulos de Andira fraxinifolia apresentaram grânulos elétron-
lucentes, provavelmente de poli-beta-hidroxiburato, mas também ocorreram grânulos elétron-densos em seu interior,
diferente dos nódulos da segunda espécie encontrada, que não apresentaram corpos elétron-lucentes. A espessura do
cordão de fixação foi diferente nas duas plantas coletadas, bem como o numero de bacteroides por cordão de fixação. A
ultraestrutura permitiu afirmar que as duas espécies coletadas são distintas. Foram isoladas 217 estirpes no total, sendo
27 com características típicas de bactérias fixadoras de nitrogênio.
Palavras-chave: Fixação Biológica de Nitrogênio; Nódulos; Andira; Microscopia Eletrônica de Transmissão.
Agradecimentos: FAPESB.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
72
BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS COM POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO ISOLADAS DE
PLANTAS DO CERRADO DE SÃO CARLOS
1LABEGALINI, A. M.; 1PAULA, F. C.; 1SERRANO. N. F. G., 2BARDAQUIM, V. A.,
1,2,3SOUSA, C. P.
Departamento de Morfologia e Patologia ([email protected]); Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem ([email protected]); Centro de Ciências Biológicas e da Saúde; Programa de Pós-Graduação
em Biotecnologia ([email protected]), ([email protected]), Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas.
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, São Carlos, SP.
Microrganismos endofíticos habitam tecidos internos de plantas e são potencialmente produtores de metabólitos
secundários bioativos, oferecendo rico substrato com ação antibacteriana e antifúngica para exploração biotecnológica,
agrícola, médica e industrial. A produção de moléculas bioativas pode ser estimulada utilizando-se diferentes
temperaturas de incubação. A vegetação de Cerrado, por comportar uma grande variedade de espécies vegetais, oferece
potencial para o isolamento de novos microrganismos e substâncias. Esse trabalho objetivou isolar a partir de amostras
de Tabebuia roseo-alba (Ipê-branco) e de Schinus terebinthifolius (Aroeira-vermelha), coletadas em uma reserva de
Cerrado da UFSCar, em São Carlos (SP), bactérias endofíticas, investigando fenotipicamente aquelas com potencial para
a produção de substâncias bioativas; estudar e analisar diferentes temperaturas e condições de incubação; e determinar a
bioatividade das cepas isoladas pela técnica da sobrecamada. O potencial antagônico foi testado contra Staphylococcus
aureus ATCC 25923 e Escherichia coli ATCC 25922. Eliminou-se a população epifítica com hipoclorito de sódio e
álcool, seguido por lavagens com água destilada esterilizada. Dez bactérias endofíticas foram isoladas e purificadas e uma
apresentou características fenotípicas de actinomicetos (IB1A). O isolado apresentou 7 a 8 mm de diâmetro; borda
irregular; coloração branco-amarelada, cotonosa e verso amarelado; forte aderência ao Ágar, Gram +; não álcool-ácido
resistente, esporos e odor de geosmina. Esse isolado inibiu o crescimento de S. aureus com halo de inibição de 120 mm
mostrando-se no entanto menor comparado ao controle positivo Amycolatopsis orientalis que mediu 350 mm.
Analisando-se as condições de cultivo, observou-se que o meio Ágar Caseína foi menos eficiente quando comparado ao
ISP2 suplementado com maltose, uma vez que o desenvolvimento das colônias foi mais lento e suas dimensões foram
menores. As diferentes temperaturas de cultivo (28 oC e 37 oC/10 dias) resultaram em modificações macroscópicas das
amostras, incluindo o isolado IB1A, sugerindo que houve alterações em seu metabolismo. Observou-se modificação na
coloração (frente e verso) e na produção de geosmina. Estes resultados nos levam a considerar o microrganismo em estudo
como fonte valiosa para a descoberta de novas moléculas bioativas.
Agradecimentos: CAPES (Bolsa A.M.L.)
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
73
BIODEGRADAÇÃO DO COMPOSTO BENZENO PELAS LEVEDURAS NEGRAS
Exophiala dermatitidis E Cladosporium sp.
¹MIRANDA, J. C.; ¹DELSIN, O.; ¹,²ATTILI-ANGELIS, D.; ¹ANGELIS, D. F.
¹UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho ([email protected]), (
[email protected]), ([email protected]), ² CPQBA/UNICAMP - Centro Pluridisciplinar de Pesquisas
Químicas, Biológicas ([email protected])
Frequentemente são relatados episódios de contaminação ambiental envolvendo hidrocarbonetos de petróleo, os BTEXs,
formados por benzeno, tolueno, etil-benzeno e os xilenos (o-xileno, m-xileno e p-xileno). Em função da elevada
toxicidade dos BTEXs e da consequente diversidade de efeitos deletérios provocados nos ecossistemas contaminados,
estes compostos trazem como principais preocupações a contaminação e a inutilização de aquíferos para o consumo
humano. A procura por sistemas de remediação destes compostos apresenta-se extremamente relevante. O presente
trabalho objetivou avaliar a biodegradação do composto Benzeno pelas leveduras negras Exophiala dermatitidis e
Cladosporium sp. Os microrganismos de eleição para elaboração deste experimento foram escolhidos considerando
estudos prévios de biodegradação de tolueno, onde estas leveduras se mostraram eficientes. Foram preparados seis frascos
contendo 100 mL do meio Bushnell Hass (BH) acrescidos de 130 µm de benzeno como única fonte de carbono, três
frascos receberam inóculos de Exophiala dermatitidis e três frascos receberam inóculos de Cladosporium sp. Para o
controle foram preparados frascos contendo 100 mL de meio BH acrescido de 0,4% de glicose (como fonte de carbono)
inoculados com os mesmos microrganismos, também foram feitos frascos contendo apenas o meio BH e 130 µm de
benzeno. O ensaio foi executado em triplicata e a quantificação do benzeno foi feita por GC-FID (Shimadzu GC-2014
model), até a concentração de benzeno se tornar constante. Os resultados mostraram que a levedura Cladosporium sp foi
capaz de biodegradar o benzeno dentro dos frascos, a concentração do composto diminuiu significativamente após 10
dias de monitoramento, enquanto a E. dermatitidis apresentou melhores resultados, apresentando maior eliminação da
concentração do benzeno após 5 dias de monitoramento. Ambos os microrganismos apresentaram percentual de
biodegradação do benzeno acima de 95% após 21 dias de monitoramento.
Palavras-chave: benzeno; biodegradação; hidrocarbonetos; leveduras negras.
Agradecimentos: Fundação para o Desenvolvimento da UNESP – FUNDUNESP, e PRH.05.ANP.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
74
CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE UMA CELULASE DA FAMÍLIA 5 DE ORIGEM
METAGENÔMICA
1PIMENTEL, A. C.; 2EMATSU, G.; 3LIBERATO, M. V.; 4FRANCO-CAIRO, J. P. L.;5SQUINA,
F. M.; 6ALVAREZ, T. M.
1CTBE- Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol ([email protected]), 2CTBE-
Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol ([email protected]), 3CTBE- Laboratório
Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol ([email protected]), 4CTBE- Laboratório Nacional de
Ciência e Tecnologia do Bioetanol ([email protected]), 5CTBE- Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do
Bioetanol ([email protected]); 6CTBE- Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol
A preocupação com a poluição atmosférica, o esgotamento das reservas de petróleo e o aumento da demanda energética
mundial são os principais motivos para o desenvolvimento de fontes de energia renováveis, visando o desenvolvimento
sustentável. Desta forma, a biomassa lignocelulósica, gerada na forma de coprodutos de diversas atividades
agroindustriais, constitui uma importante fonte de recursos para a produção de bioetanol, visto que é rica em
polissacarídeos (principalmente celulose e hemicelulose) dos quais podem ser obtidos açúcares fermentescíveis.
Entretanto, o alto custo de produção das enzimas, associados aos baixos rendimentos, são os principais obstáculos para
viabilização dos processos de hidrólise enzimática da parede celular vegetal. Dentre as enzimas que atuam na degradação
dos polissacarídeos, a família 5 das glicosil hidrolases (GH5) apresenta uma ampla variedade de especificidades, entre
elas endo- β-1,4-glucanases, que atuam na degradação de celulose. Neste contexto, o objetivo deste trabalho consistiu em
realizar a clonagem, expressão heteróloga e purificação de CelE2, uma celulase derivada de metagenoma de solo, assim
como a realização das etapas iniciais de caracterização bioquímica, que incluíram a determinação dos substratos
preferenciais de atuação bem como temperatura e pH ótimos de atividade. Após a clonagem no vetor pET28a, expressão
heteróloga em linhagem de E.coli Rosetta2 e purificação proteica por afinidade e gel filtração, CelE2 foi submetida a
ensaios para determinação dos substratos preferenciais de atuação. Como resultado, CelE2 apresentou maior atividade
enzimática em β-glucano, seguido por liquenana e carboximetil celulose, o que sugere a atuação de CelE2 na hidrólise
das ligações glicosídicas do tipo β-1,4. Como resultado dos experimentos para determinação do pH e temperatura ótimos
para atividade enzimática, verificou-se um pico de atividade no pH 5,3 e na temperatura de 45ºC. As próximas etapas do
estudo incluirão a avaliação dos parâmetros cinéticos, termoestabilidade, efeitos de íons, avaliação do perfil de degradação
por eletroforese capilar, cinética enzimática e atividade em substratos complexos, como por exemplo, bagaço de cana de
açúcar. Dessa forma, será possível determinar o potencial de aplicação de CelE2 em processos de conversão da biomassa
vegetal visando a produção de bioprodutos.
Palavras-chave: bioetanol; glicosil hidrolase; caracterização enzimática.
Agradecimentos: FAPESP, CNPq e CAPES.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
75
CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE DA ENZIMA ENDOGLUCANASE OBTIDA A
PARTIR DE FUNGOS ISOLADOS DA CASCA DE CAFÉ
1DURSO, T.F.A; 2CORRÊA, I.S.C; 3FARIA, T. N; 4SARROUH, B
1InstituiçãoUniversidade Federal de São João Del-Rei, Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de
Bioprocessos ([email protected]), 2 Universidade Federal de São João Del-Rei, Departamento de Química,
Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos ([email protected]), 3 Universidade Federal de São João Del-
Rei, Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos ([email protected]), 4Universidade
Federal de São João Del-Rei, Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessor
Enzimas de origem microbiana são utilizadas em inúmeros processos nas mais diversas áreas biotecnológicas. A
utilização da diversidade e capacidade metabólica de micro-organismos, resultante de sua diversidade genética, coloca-
se como um enorme potencial a ser explorado, ampliado pelo advento da engenharia genética. As Endoglucanases e as β-
glicosidases formam uma classe de enzimas biologicamente importantes que ocorrem em inúmeros organismos, tanto
procarióticos quanto eucarióticos, desempenhando diversas funções. Em condições fisiológicas, tais enzimas geralmente
catalisam a hidrólise de ligações β-glicosídicas. Entre as possibilidades de aplicação das celulases, a principal talvez seja
sua utilização em processos de hidrólise enzimática de celulose. Neste sentido, a biomassa lignocelulósica surge como
matéria-prima renovável, abundante e de baixo custo para este processo de conversão, que tem por objetivo produzir de
açúcares fermentescíveis, visando à posterior produção de combustíveis, alimentos e compostos químicos. Os processos
enzimáticos têm conquistado, cada vez mais, aceitação na área industrial, uma vez que, eles exibem características
econômicas e operacionais que conferem vantagens em relação aos processos químicos convencionais. As celulases são
um complexo de enzimas que atuam em sinergia para a hidrólise de substratos celulósicos, gerando açúcares
fermentescíveis. Neste trabalho, foi quantificada e caracterizada a atividade enzimática de Endoglucanase obtida a partir
dos fungos Aspergillus sp e Cladosporium sp em diferentes condições de temperatura e pH. As Endoglucanases
produzidas pelos fungos Aspergillus sp e Cladosporium sp em meio de fermentação submersa, atingiu um pico máximo
da produção da enzima de 0,037±0,00065 U/mL após 9 dias e 0,044 ± 0,00052 U/mL após 5 dias de cultivo submerso
pelo método carboximetilcelulose (CMC), respectivamente. A temperatura e pH ótimos encontrados na caracterização do
extrato bruto produzido por Aspergillus sp referentes a Endoglucanase foram de 60°C e pH 5,0. Da mesma forma, o
extrato bruto produzido por Cladosporium sp apresentou uma atividade máxima de Endoglucanase a uma temperatura de
50°C e pH 6,0. Segundo os resultados obtidos neste trabalho conclui-se que o fungo Cladosporium sp apresentou uma
atividade celulítica mais significativa quando comparado com o fungo Aspergillus sp.
Palavras-chave: Cladosporium sp; Aspergillus sp; Endoglucanase; temperatura; pH.
Agradecimentos: Fapemig, CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
76
CARACTERIZAÇÃO DA CACHAÇA PRODUZIDA POR INÓCULO MISTO DE
LEVEDURAS Pichia caribbica E Saccharomyces cerevisiae
1AMORIM, J. C.; 2SCHWAN, R. F.; 3DUARTE, W. F.
1UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UFLA – Universidade Federal de Lavras
([email protected]), 3UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected])
Nos últimos anos, diversos trabalhos têm sido realizados a fim de se encontrar novos microrganismos para produção de
etanol, bebidas fermentadas e destiladas. No Brasil, trabalhos têm sido realizados em busca de leveduras para fermentação
do caldo de cana para produção de cachaça. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do uso de uma co-cultura de
leveduras na fermentação do caldo de cana para a produção de cachaça. As leveduras P. caribbica CCMA 0198 e S.
cerevisiae CA 11 foram inoculadas em co-cultura nas concentrações finais de 107 e 108 células/mL, respectivamente. A
levedura S. cerevisiae foi usada em cultura pura como controle para comparação com a cultura mista. A fermentação foi
conduzida em dornas contendo 15L de caldo de cana 16°Brix. Três bateladas consecutivas, com reciclo de células, foram
realizadas em duplicata, sendo o caldo de cana destilado ao final de cada fermentação em alambique de cobre. As cachaças
produzidas foram submetidas a análises de GC-FID e HPLC. A concentração média de etanol produzida por S. cerevisiae
durante as três bateladas foi 322,56 g/L (40,88% v/v), enquanto para o inóculo misto a média foi 317,48 g/L (40,24%
v/v). A concentração de ácido acético encontrada na cachaça produzida pelo inóculo misto foi menor do que a encontrada
na cachaça produzida apenas por S. cerevisiae (0,018 g/L e 0,050 g/L, respectivamente); no entanto, as concentrações
encontradas estão de acordo com a legislação brasileira. As cachaças produzidas pelo inóculo misto de P. caribbica e S.
cerevisiae apresentaram maior concentração de compostos voláteis associados com bons descritores sensoriais; esses
compostos incluem acetato de etila (53,72 mg/L), álcoois isoamílicos (874,37mg/L), e 2-feniletanol (15,89 mg/L),
compostos estes associados com os descritores “banana”, “adocicado”, “frutado” e “rosas”. Com base nos resultados deste
estudo, conclui-se que a co-inoculação de S. cerevisiae CA11 e P. caribbica CCMA 0198 influencia positivamente a
qualidade final da cachaça, principalmente devido aos compostos identificados por GC-FID e HPLC. Também foi
possível perceber que o processo de destilação não afetou a qualidade final das bebidas, fazendo que as diferenças
encontradas entre as bebidas fossem associadas ao processo fermentativo.
Palavras-chave: Não-Saccharomyces; Co-inoculação; Caldo de cana.
Agradecimentos: CAPES, CNPq, Fapemig, UFLA.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
77
CARACTERIZAÇÃO DE UMA LIPASE ÁCIDA DE Candida viswanathii PRODUZIDA
POR CULTIVO EM ESTADO SÓLIDO
1DIAS, K. B.; 2COSTA, L. V.; 3CARMONA, E. C.; 4ALMEIDA, A. F.
1Fundação Universidade Federal do Tocantins ([email protected]) ,2Fundação Universidade Federal do
Tocantins ([email protected]), 3UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
([email protected]) ,4Fundação Universidade Federal do Tocantins ([email protected])
Lipases (triacilglicerol hidrolases, EC 3.1.1.3) são enzimas industriais muito importantes em virtude da ampla gama de
aplicações em que são utilizadas, como na indústria de detergentes, indústria alimentícia, tratamento de efluentes e
produção de biodiesel. A caracterização bioquímica da enzima é essencial, uma vez que destaca propriedades que são
importantes para futuras aplicações industriais. O objetivo deste trabalho foi caracterizar uma lipase ácida purificada de
Candida viswanathii produzida por cultivo em estado sólido. A enzima purificada foi caracterizada quanto ao pH e
temperatura ótimos de atividade, estabilidade em diferentes pH e estabilidade térmica, efeito de substâncias e íons
metálicos, estabilidade em solventes orgânicos, especificidade por substratos e cinética enzimática. Em todo experimento
procedeu-se a determinação da atividade enzimática utilizando p-nitrofenil palmitato (pNPP) como substrato. A atividade
ótima da enzima foi obtida em pH 6,0 e sua estabilidade foi obtida em ampla faixa de pH. A temperatura ótima obtida
foi 45 °C, portanto apresentou baixa termoestabilidade. A enzima foi ativada na presença de todos os íons avaliados na
concentração de 2 mM e dos íons Hg2+ e Ba2+ na concentração de 10 mM, e também na presença dos agentes 1,4-
ditiotreitol (DTT) e β-mercaptoetanol. A enzima também apresentou estabilidade na presença de solventes orgânicos
polares e apolares, e mostrou atividade máxima com o substrato p-nitrofenil palmitato (C16). As constantes cinéticas
obtidas para a enzima purificada foram Km 0,0745 mM e Vmax 4,98 μmol. min-1.mg-1. A constante kcat da enzima
apresentou valor de 43,3 s-1 e eficiência catalítica (kcat/Km) de 5,8 x 105 M-1.s-1. Assim, a lipase purificada de C.
viswanathii apresenta características bioquímicas que podem ser mais bem exploradas em diferentes aplicações
industriais.
Palavras-chave: Lipase; Candida viswanathii; Caracterização.
Agradecimentos: Laboratório de Biotecnologia e Análise de Alimentos e Purificação de Produtos (LABAP), da
Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi – TO e Departamento de Bioquímica e
Microbiologia e do Laboratório de Bioquímica de Micro-organismos da Unesp, Campus de Rio Claro – SP.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
78
CARACTERIZAÇÃO ENZIMÁTICA E TOLERÂNCIA A METAIS PESADOS DE
AMOSTRA DE Aspergillus niger OBTIDO DE SOLO DA CAATINGA
1FREITAS, J. H. E. S.; 2MAHNKE, L. C.; 3ESTEVAM ALVES, M. H. M.; 4SANTANA, K. V.;
SILVA, G.; MORORÓ, M. C. C.; NASCIMENTO, A. E.
1Universidade Federal de Pernambuco – Departamento de Bioquímica ([email protected]), 2Universidade
Federal de Pernambuco – Centro de Ciências Biológicas ([email protected]), 3Universidade Federal de
Pernambuco – Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami ([email protected]), 4Núcleo de Pesquisas em Ciências
Ambientais e Biotecnologia ([email protected]; [email protected]; [email protected])
O meio ambiente tem sido modificado pelo ser humano, que necessita buscar respostas para seu desenvolvimento. Os
metais pesados são agentes de grande potencial de contaminação e degradação ambiental, pois, além da ocorrência de
processos naturais, decorrem do uso de práticas agrícolas inadequadas relativas ao uso indiscriminado de defensivos
agrícolas, pesticidas, fungicidas, que além de afetarem a biota, sofrem processo de lixiviação, interferindo e alterando
drasticamente os ciclos biogeoquímicos. O bioma Caatinga caracteriza-se por ser um ecossistema extremamente
heterogêneo e inclui pelo menos uma centena de diferentes tipos de paisagens únicas. O interesse sobre os micro-
organismos cresce em função de suas habilidades metabólicas, bioquímicas e fisiológicas para o desenvolvimento de
processos e produtos de interesse biotecnológico, industrial e ambiental. O presente trabalho avaliou comportamento
enzimático e tolerância a metais pesados de Aspergillus niger, isolado de Caatinga. Aspergillus niger foi mantido em
meio SDA a 28ºC, por 7 dias. Então, discos de cultura foram utilizados como pré-inóculo para os experimentos de
atividade enzimática de polifenoloxidases, tanase, celulase, amilase e protease. Os meios específicos para atividade
enzimática foram acrescidos de solução aquosa, sintética, contendo zinco, cobre, chumbo e ferro nas concentrações de
50mg/L e 100mg/L, para a determinação de tolerância do isolado. As atividades enzimáticas foram mensuradas de 72 a
144 horas. Os halos enzimáticos foram medidos e foi calculada a média a partir das triplicatas de cada ensaio. Os
resultados apresentados indicam que o isolado de Aspergillus niger, obtido do solo da caatinga, exibe atividade das
enzimas testadas, determinadas através dos índices enzimáticos. A enzima de maior expressão no isolado foi a tanase
seguida de polifenoloxidase e celulase. As menores atividades foram determinadas para a amilase e protease. O
crescimento do isolado em meios para detecção de atividade enzimática permitiu demonstrar a habilidade de utilização
de fonte de carbono como amido, gelatina, ácido tânico e carboximetilcelulose como fontes de carbono. Os dados podem
ser explorados para determinar, com estudos mais profundos o potencial de adsorção do isolado frente a efluentes
industriais.
Palavras-chave: Aspergillus niger; metais pesados, enzimas.
Agradecimentos: FACEPE, CNPq, CAPES, Unicap, REDE SISBIOTA.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
79
CINÉTICA DE PRODUÇÃO DE NARINGINASE DE Aspergillus niger POR
FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO UTILIZANDO MISTURA DE SUBPRODUTOS
DA AGROINDÚSTRIA
1OLIVEIRA, F.; 2 BUZATO, J. B; 3SILVA, M. B.
1UEL - Universidade Estadual de Londrina ([email protected]), 2 UEL - Universidade Estadual de Londrina
([email protected]), 3 UEL - Universidade Estadual de Londrina ([email protected])
Sucos cítricos concentrados possuem um leve sabor amargo característico e aceitável pelo consumidor, porém níveis
elevados de naringina os tornam excessivamente amargos, o que reduz a qualidade e o valor comercial do produto. A
naringina (flavonóide ligado a ramnose e glicose) é o principal componente amargo de diversas frutas cítricas. A redução
do amargor pode ser obtida pela naringinase, enzima que degrada a naringina. O presente trabalho teve como objetivo
monitorar a produção de naringinase de Aspergillus niger 426 na fermentação de substratos de baixo custo provenientes
da agroindústria. Os cultivos foram realizados em frascos Erlenmeyer de 125 mL mantidos em estufa bacteriológica com
atmosfera saturada de umidade a 28°C. Foram utilizados como substratos 3,0 g de farelo de arroz, 2,5 g de farelo de trigo
e 1,53 g de bagaço de cidra verde umedecidos com 10 mL de solução nutriente (equivalente a 75% de umidade) constituída
de (g/L): FeCl3 0,1; CaCl2 0,2; K2HPO4 0,5; MgSO4.7H2O 0,2; KCl 0,5; extrato de levedura 5,0 e naringina 10,0 a pH
4,5. Os substratos foram inoculados com 2 mL de solução de esporos na concentração de 108 esporos/ mL. As amostras
(triplicatas) foram retiradas nos tempos de fermentação (h): 0; 24; 48; 72; 96 e 120. Para a extração, adicionou-se aos
frascos de fermentação 5mL de tampão ácido-acético/acetato de sódio (0,1M) pH4,0 e centrifugou-se a 9000g por 15 min
a 4°C. No sobrenadante procedeu-se a quantificação de açúcar total, naringina e naringinase. Uma unidade de naringinase
(U) é a quantidade de naringina (μmoles) hidrolisada/minuto/ml de extrato enzimático. A maior produção de naringinase
se deu a 96 h de cultivo e uma atividade de 18,4 U/mL. O consumo de açúcar total foi de 83,5% enquanto de naringina
foi de 97,6%. Os valores residuais de naringina indicam uma fermentação satisfatória e sugerem que o metabolismo do
fungo utilizou bem a naringina, porém outros açúcares interferiram no metabolismo em detrimento dos valores obtidos
de naringinase, que poderiam ser maiores. Apesar da grande quantidade de açúcares totais presentes na cidra verde (360,9
mg/g de substrato seco), este substrato contém flavonóides indutores da síntese de naringinase como naringina,
hesperidina e rutina, portanto sendo indispensável na mistura. Os resultados obtidos mostraram-se satisfatórios para
futuros estudos mais aprofundados.
Palavras-chave: Naringinase; Produção; Aspergillus niger.
Agradecimentos: CNPq
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
80
COMPARAÇÃO DE LINHAGENS Saccharomyces cerevisiae COM DIFERENTES
TAMANHOS CELULARES FRENTE À CONCENTRAÇÃO CELULAR, DENSIDADE
ÓPTICA E PESO ÚMIDO PARA FINS DE INOCULAÇÃO DE MOSTO CERVEJEIRO
1CHRISTOFOLETI-FURLAN, R.M.; 2FLORÊNCIO JR, O.; 3ANGELONI, L.H.P.;
4SILVELLO, C.; 5VARIZE, C.S.; 6MIRANDA, E.S.; 7ALCARDE, A.R.; 8BASSO, L.C.
1ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 2ESALQ/USP
- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 3ESALQ/USP - Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 4ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” ([email protected]), 5ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
([email protected]), 6ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
([email protected]), 7ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
([email protected]), 8ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected])
No setor cervejeiro, é importante que o mosto seja inoculado com a mesma concentração celular em todas as fermentações
para assegurar o controle e a qualidade da cerveja. As cepas comerciais são liofilizadas e pela informação do fabricante
facilmente se converte a contagem celular em peso de levedura seca. Ainda, há outras formas de inoculação como peso
úmido e densidade óptica (DO). O fundamental é que se inocule os níveis corretos de células, sendo necessário conhecer
a conversão em contagem celular que cada método fornece. O tamanho da célula pode afetar essa conversão, de modo
que um respectivo peso úmido ou DO que forneça um número adequado de células à inoculação de uma linhagem pode
não ser o ideal para que outra linhagem o forneça. Em vista disso, o trabalho teve como objetivo comparar linhagens de
S. cerevisiae com diferentes tamanhos celulares frente à concentração celular, DO e peso úmido visando à inoculação de
mosto cervejeiro. As cepas avaliadas e seus respectivos diâmetros médios celulares foram: W-34/70 (10 um), S-33 (8 um)
e SA-1 (6 um) (medidas em microscópio óptico - sistema AxioVision-Carls Zeiss). As leveduras foram propagadas em
meio YEPD a 30ºC. A biomassa foi centrifugada (4000 rpm/15 min) e ajustada para 2 g de peso úmido, em triplicata. À
biomassa foi adicionada água (suspensão de biomassa úmida com 5% m/v). O peso úmido foi fixado igualmente para as
três leveduras. Para as suspensões celulares determinou-se a DO a 600 nm e a concentração celular (células/mL) mediante
contagem em microscópio óptico. Os resultados mostraram que para um mesmo peso úmido houve diferença significativa
entre as três linhagens quanto à DO e concentração celular. Estes foram decrescentes conforme o maior tamanho celular,
ou seja, a linhagem de maior tamanho (W-34/70) apresentou os menores valores de DO e concentração celular enquanto
que a de menor tamanho (SA-1) exibiu os maiores valores, tanto que o número de células/mL da linhagem SA-1 foi três
vezes maior que da cepa W-34/70. Com isso, demonstra-se que o tamanho da célula da levedura tem impacto considerável
na escolha do método de inoculação. Não há correlação entre biomassa, número de células e DO em se tratando de
diferentes linhagens de levedura. Para a uniformização do número de células para inoculação do mosto admitem-se
diferentes DO e biomassa em se tratando de linhagens distintas.
Palavras-chave: S. cerevisiae; Inoculação; Cerveja; Fermentação.
Agradecimentos: CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
81
COMPARAÇÃO ENTRE SACARIFICAÇÃO DE SUBPRODUTOS DO ARROZ POR
AMILASES PRODUZIDAS POR Rhizopus oligosporus
1CORREA, F. F. Barros; 2SHINYA, T. Y.; 3OLIVA-NETO, P.
1Universidade Estadual Paulista UNESP-IB Rio Claro-SP ([email protected]), 2Universidade Estadual
Paulista UNESP-IB Rio Claro-SP ([email protected]), 3Universidade Estadual Paulista UNESP-Assis-SP
As enzimas produzidas por processos biotecnológicos são utilizadas em diversas áreas da indústria e da ciência. As
amilases são um grupo complexo de enzimas utilizadas principalmente nas indústrias de alimentos, têxteis e produtos
químicos. Elas pertencem à classe das hidrolases e podem catalisar a hidrólise completa do amido em glicose. Diversos
trabalhos destacam a capacidade do fungo do gênero Rhizopus em hidrolisar amido mediante a produção de amilases
produzindo xarope de glicose. Esta classe de enzimas mostra-se cada vez mais importante em via alternativa de conversão
do amido em etanol, valendo-se simultaneamente da sacarificação e da fermentação alcoólica. É possível hidrolisar amido
por via química ou enzimática, esta última forma tem se mostrado cada vez mais vantajosa, tendo como um dos aspectos
positivos a especificidade das enzimas catalíticas para a reação, consequentemente, proporcionando a obtenção de xaropes
com propriedades físicas e químicas bem definidas, além da reação ser mais branda, evitando o escurecimento do produto
final. O objetivo deste estudo foi comparar a produção de glicose na sacarificação do amido presente na quirera e no pó
de brunição do arroz e potenciais produções de etanol. O extrato enzimático utilizado foi obtido através de fermentação
em estado sólido (FES) utilizando inóculo de R. oligosporus (107 esporos/g de farelo de trigo, utilizado como substrato).
Uma concentração de 40 U/mL foi empregada nos ensaios para sacarificação de 10% de quirera de arroz, bem como para
os de 10% de pó de brunição de arroz. Ambos os substratos foram gelatinizados em tampão acetato de sódio 0,05 M, pH
5,5. Os experimentos foram mantidos em banho termostatizado a 55 °C por 24 h. Amostras foram obtidas nos tempos 0,
2, 4, 5, 6, 7, 8, 10 e 24 horas e analisadas quanto à produção de açúcares. Foram obtidos melhores rendimentos em 24 h
em ambos os ensaios. A sacarificação do amido presente na quirera de arroz resultou em uma concentração de 5,6% de
glicose, enquanto a hidrólise do amido disponível no pó de brunição de arroz rendeu 2,3% de glicose. Quanto à
porcentagem em massa, obteve-se 56% utilizando o primeiro substrato, e 23% quando do uso do segundo. Os resultados
mostram viabilidade alta da quirera de arroz como substrato para a produção de xarope de glicose e posterior fermentação
alcoólica.
Palavras-chave: Amilases; Sacarificação; Subprodutos do arroz; Rhizopus oligosporus.
Agradecimentos: FAPESP, CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
82
CRESCIMENTO E ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PAENIBACILLUS POLYMYXA
ISOLADO ENDOFITICAMENTE DE PRUNUS SPP., CERRADO DE SÃO CARLOS - SP
DE PAULA, F.1; ANDRADE, P. 2; MOREIRA, C. 3; LUNA, G.4; CAVICCHIOLI, R. 5;
SORIANO, B.6; RUELA, A. C.7; SERRANO, N.8; LACAVA, P.9; SOUSA, C.10
Departamento de Morfologia e Patologia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São
Carlos – UFSCar, São Carlos, SP. 1([email protected]), 2([email protected]), 3
([email protected]), 4([email protected]), 5([email protected]), 6([email protected]), 7([email protected]), 8([email protected]), 9([email protected]),
10([email protected]).
Estudos recentes têm demonstrando que Paenibacillus polymyxa foi isolado endofiticamente de plantas do gênero Prunus
spp. da região do Cerrado de São Carlos, SP. Este bacilo Gram-positivo pode ser encontrado em diversos habitats, porém
é pouco explorado como endofítico. Seu metabolismo característico e produção de substâncias potencializa a aplicação
biotecnológica em função da produção de moléculas bioativas. Com o objetivo de promover avanços no estudo de
compostos bioativos produzidos pelo P. polymyxa, este trabalho objetivou estudar o metabolismo e condições de cultivo
alternativas para a produção destes em larga escala.
Cinética de fermentação: 200 μL de P. polymyxa conservado em glicerol foram transferidos para placas de Petri com
os meios ISP2 e LB e incubados à 28ºC por 12 horas. Posteriormente, uma alçada de colônia foi transferida para frascos
de 250 mL contendo 50 mL dos meios ISP2 e LB e incubados a 30 °C, 120 RPM por 12 horas. Em uma segunda etapa,
10 mL do pré-inóculo foram inoculados em 90 mL dos meios ISP2 e LB e incubados sob as mesmas condições.
Concentração celular: Alíquotas de 2 mL das amostras foram coletadas a cada hora e submetidas à medição da densidade
ótica a 600 nm. Ensaio de bioatividade: P. aeruginosa (ATCC-27853), E. coli (ATCC-25922) e S. aureus (ATCC-
29213) foram inoculados em meio TSA. Posteriormente, 20 μL do sobrenadante foram impregnados em discos de papel
e depositados nas mesmas, e incubados a 37ºC por 12 horas. Nossos resultados indicam que o meio LB proporcionou
melhores condições de crescimento para o P. polymyxa bem como menor acidificação do pH em relação ao meio ISP2.
A inibição foi detectada em E. coli (0,3 mm) a partir de 7 horas de cultivo com meio LB, enquanto no meio ISP2 foi em
8 horas (0,4 mm). Em P. aeruginosa (1 mm em LB e 0,7 mm em ISP2) e S. aureus (0,5 mm em LB e 1 mm em ISP2) a
bioatividade foi detectada somente após 24 horas de cultivo. Comparando-se o desempenho entre os meios utilizados,
pode-se concluir que o meio LB apresentou uma maior vantagem na inibição de P. aeruginosa e E. coli, enquanto o meio
ISP2 apresentou maior produção do metabólito inibidor de S. aureus. O meio LB apresentou a vantagem de possuir um
baixo custo, podendo ser utilizado no cultivo de microrganismos recombinantes, representando uma alternativa para a
produção em larga escala de substâncias de interesse biotecnológico.
Palavras-chave: cerrado; endófito; moléculas bioativas; Paenibacillus; Prunus spp.
Agradecimentos: FAPESP (Projeto Temático FAPESP-Proc. 05/55079-4).
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
83
DETECÇÃO DE BACTÉRIAS LÁTICAS HOMO E HETEROFERMENTATIVAS
ISOLADAS DA FERMENTAÇÃO DE CACAU
1MOREIRA, I. M. V.; 2MIGUEL, M. G. C. P.; 3SANTOS, C. R.; 4SCHWAN, R. F.
1Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2Universidade Federal de Lavras
([email protected]), 3Universidad de La Frontera ([email protected]) 4Universidade Federal de
Lavras ([email protected])
A cadeia produtiva do cacau (Theobroma cacao L.) para a fabricação de chocolate envolve uma série de etapas após a
colheita que determinam a qualidade do produto final. Uma dessas etapas é a fermentação, que é um processo
microbiológico de ação enzimática e produção dos precursores do flavor de chocolate. Bactérias do ácido lático (BAL)
participam ativamente do processo fermentativo, pois fermentam os açucares presente na polpa, utilizam o ácido cítrico
e ainda, algumas espécies podem reduzir frutose em manitol. Estas bactérias pertencem a dois grupos, homo e
heterofermentativas, apresentando crescimento máximo em torno de 16-48h, a partir do inicio da fermentação. O trabalho
teve como objetivo classificar em homo ou heterofermentativas BAL isoladas da fermentação de cacau. Previamente, 211
BAL foram isoladas e purificadas em meio MRS (De Man Rogosa Sharpe). O teste para produção de gás foi
conduzido em tubos de ensaio contendo 3 mL do meio MRS líquido e tubo de Durham em posição invertida.
Cada tubo foi inoculado com uma alçada da cultura pura de bactéria e incubado a 35 °C por 48 h. Após esse
tempo, tubos de Durham preenchidos com gás foram classificados como positivo, consequentemente BAL
heterofermentativas, e resultados negativos para tubos que não foram preenchidos com gás, classificando assim as BAL
como homofermentativas. Dos 211 isolados, apenas 18 foram considerados BAL heterofermentativas, o que representa
8,53 % do total. 91,47 % (193 isolados) foram classificados como BAL homofermentativas. O ácido lático, produzido
pelas espécies de BAL, pode difundir-se para o cotilédone e, uma vez que é um composto não volátil, irá permanecer nas
amêndoas mesmo após a secagem e torrefação. Desta forma, terá um impacto sobre a acidez e qualidade das amêndoas
fermentadas e chocolate. Assim, uma predominância de espécies homofermentativas poderá gerar amêndoas mais ácidas.
Palavras-chave: BAL; Fermentação; Chocolate; Acidez
Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES e CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
84
DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA IDEAL DE CRESCIMENTO DE LEVEDURAS
EM MEIO CONTENDO BAGAÇO DE CANA
1LIMA JR, D. S.; 1ELSNER, V. H. P.; 1ORNELA, P. H. O.; 2SHINYA, T. Y.; 1OLIVA-NETO, P.
1UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Depto de Ciências Biológicas (Laboratório de
Biotecnologia Industrial – Faculdade de Ciências e Letras de Assis) ([email protected],[email protected],
[email protected], [email protected]), 2 UNESP -Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” – IB/Rio Claro ([email protected])
O agronegócio é um dos principais pilares que sustentam a economia brasileira, sendo o cultivo da cana-de-açúcar um
dos seus destaques. O Brasil, juntamente com a Índia, é responsável por mais de metade da produção mundial, gerando
uma grande quantidade de bagaço, que acaba por ser descartado. Os resíduos resultantes das atividades agroindustriais
têm despertado grande interesse pelo fato de sua alta disponibilidade, e por ser um material complexo composto por
celulose, hemicelulose e lignina, que se hidrolisados podem liberar açúcares fermentescíveis, que por sua vez podem ser
usados para obtenção de produtos de alto valor agregado. O resíduo também pode ser utilizado como ração animal, após
ser tratado microbiologicamente. O presente estudo teve como objetivo avaliar a cinética de crescimento das leveduras
“Sia 70a” e “rosa” (não identificadas) em meio contendo 5% de bagaço de cana in natura e 1% de sacarose, em diferentes
temperaturas (28, 32 e 36 °C) e avaliar se houve incremento proteico da biomassa lignocelulósica residual. As amostras
foram retiradas nos seguintes tempos após inoculação: 4 h, 8 h, 12 h, 24 h, 48 h, 72 h, 96 h, 120 h, 144 h, 168 h, 192 h,
216 h e 240 h, e a avaliação do crescimento celular realizada através da contagem em câmara de Neubauer. Ao final da
fermentação o teor de proteína bruta presente na biomassa residual foi quantificada através do método de Kjeldahl. Para
ambas leveduras a fase log foi atingida, de uma maneira geral, ao final de 24 h de fermentação. A levedura “Sia 70a”,
quando cultivada a 28 °C, apresentou uma concentração máxima de 2,02x108 cél/mL com um µmáx de 0,0753 h-1. A “rosa”
apresentou durante a fermentação a 32 °C uma concentração máxima de 6,03x108 cél/mL (µmáx de 0,1813 h-1). Ao final
do processo, quantificou-se o teor de proteína bruta para cada levedura a fim de se comparar com o teor de proteína bruta
presente no bagaço in natura (1,56%). A 28 °C, a levedura “Sia 70a” apresentou um incremento de 301,9% enquanto a
levedura “rosa” apresentou um incremento de 290,4% a 32 °C. A temperatura ideal de crescimento para a levedura “Sia
70a” foi de 28 °C enquanto para a levedura rosa foi de 32 °C. Por haver poucas pesquisas sobre o incremento proteico do
bagaço por leveduras, o presente estudo mostrou-se interessante para este fim.
Palavras-chave: bagaço de cana-de-açúcar; proteína bruta; ração animal; biomassa unicelular.
Agradecimentos: CAPES
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
85
DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA IDEAL DE CRESCIMENTO DE LEVEDURAS
PARA INCREMENTO PROTEICO DO BAGAÇO DE CANA
1ELSNER, V.H. P.; 1LIMA Jr, D. S.; 1ORNELA, P.H.O.; 2SHINYA, T. Y.; 1OLIVA NETO, P.
1UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Depto de Ciências Biológicas (Laboratório de
Biotecnologia Industrial – Faculdade de Ciências e Letras de Assis)([email protected], [email protected],
[email protected], [email protected]), 2 UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” – IB/Rio Claro([email protected])
Em todo o mundo são geradas anualmente milhões de toneladas de resíduos provenientes de atividades agroindustriais,
os quais são possíveis poluentes ao meio ambiente se descartados sem tratamento. Esses resíduos representam um recurso
com grande potencial, principalmente devido ao seu baixo custo e alta acessibilidade, além de sua composição rica em
nutrientes. A produção de cana-de-açúcar no Brasil gera grandes excedentes de bagaço, um resíduo lignocelulósico no
qual 20% do total vem sendo utilizado na alimentação animal após receber algum tipo de tratamento físico ou químico, o
que equivale a uma sobra anual de mais de 15 milhões de toneladas. Esse resíduo pode ter diversas aplicações, como
ração animal, após o enriquecimento com proteína microbiana através da fermentação, ou substrato para produção de
enzimas. O objetivo do trabalho foi estudar a cinética de crescimento das leveduras “rosa” e “branca” (não identificadas)
em shaker contendo 5% de bagaço de cana-de-açúcar in natura (como única fonte de carbono) e minerais essenciais em
diferentes temperaturas (28, 32 e 36 °C) e a avaliação do incremento proteico da biomassa residual. Foram retiradas
amostras até 240 h de cultivo, sendo monitorado o crescimento celular através de contagem direta em Câmara de
Neubauer. Ao final do cultivo o teor de proteína bruta (PB) na biomassa residual foi determinado através do método de
Kjeldahl modificado. A fase log nas diversas temperaturas testadas terminaram de maneira geral com 24 h de fermentação,
atingindo a concentração máxima de 6,56x107 cél/mL a 32 °C para a levedura “rosa”, e de 2,07x108 cél/mL em 32 °C para
a levedura “branca”, com uma velocidade específica máxima de crescimento de 0,1442 h-1 e 0,1871 h-1, respectivamente.
A máxima concentração celular foi atingida em 96 h para a levedura “rosa” a 32 °C (1,22x108céls/mL), e em 24 h para a
levedura “branca” para a mesma temperatura (2,07x108cél/mL). O teor de PB ao final do processo foi de 3,96 % para a
levedura “rosa” a 32 °C e 4,37 % para a levedura “branca” a 32 °C, o bagaço in natura apresentou 1,56% de PB. A
temperatura ideal foi de 32 °C para ambos microrganismos. Na literatura há pouca informação sobre o incremento proteico
de bagaço por leveduras. O trabalho demonstrou a possibilidade de utilizar leveduras para o incremento proteico do
bagaço para sua utilização como ração animal.
Palavras-chave: resíduos agroindustriais; bagaço cana-de-açúcar; proteína bruta; ração animal
Agradecimentos: CAPES
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
86
DOSAGEM DE IMUNOGLOBULINAS ANTI- TOXOPLASMA GONDII EM OVINOS
ATRAVÉS DE KIT COMERCIAL DE ELISA
1MACHADO, D. C. 2 CHAVES, C. M. S.; 3 GAZZETTA, S. L. G. G.; 4 COSTA, R. D, D. C.;
5DUARTE, K. M. R.
1Instituto de Zootecnia APTA, SAA, CPGRA([email protected]), 2 Instituto de Zootecnia APTA, SAA,
CPZD ([email protected]), 3 Instituto de Zootecnia APT, SAA, CPGRA ([email protected]), 4Instituto
de Zootecnia APTA, SAA,CPZD ([email protected]), 5 Instituto de Zootecnia APTA,
SAA,CPGRA([email protected])
A toxoplasmose, uma das zoonoses mais comuns do mundo é causada pelo Toxoplasma gondii de forma congênita ou
adquirida pelo consumo de alimentos contaminados com os cistos do parasita, principalmente carnes cruas ou mal cozidas.
Em humanos, a toxoplasmose pode causar danos irreversíveis em pacientes imunocomprometidos e está associada com
distúrbios comportamentais como esquizofrenia e deficit de atenção. Mulheres gestantes que adquirirem a doença podem
apresentar aborto ou nascimento de crianças com cefalites ou cegueira. Em ovinos, a doença pode causar desordens
reprodutivas e gerar diversos problemas econômicos, uma vez que a produção de ovinos possui forte impacto na economia
mundial. Além disso, ovinos, são transmissores potenciais da toxoplasmose, pois cistos do parasita podem ser encontrados
nos tecidos destes animais por longos períodos. O diagnóstico da presença de anticorpos contra o parasita em ovinos é
necessário para que não ocorram prejuízos economicos e de saúde pública. O ELISA ou ensaio imunoenzimático, é uma
técnica baseada na reação antígeno- anticorpo, que possui alta sensibilidade e especificidade. O objetivo deste trabalho
foi avaliar a frequência de toxoplasmose em ovinos das raças Santa Inês e Morada Nova do Instituto de Zootecnia de
Nova Odessa, através de kit comercial de ELISA (Toxoplasma gondii antibody test kit – Idexx). Foram coletadas em tubo
seco, 134 amostras de soro de ovinos por punção da veia jugular. O resultado foi obtido comparando-se a densidade ótica
(DO) das amostras com a DO do controle positivo, através de leitor de microplaca à 450 nm.Foram encontrados 27
animais positivos, com DO maior ou acima de 100% do controle positivo para presença do anticorpo de Toxoplasma
gondii (20% do rebanho) e 106 animais negativos, com DO menor que 20% da leitura do positivo (80% do rebanho
restante). O ELISA mostrou ser um teste confiável e de fácil execução e utiliza uma pequena quantidade de soro para o
teste, permitindo que uma única amostra do animal possa ser utilizada para outras finalidades, evitando o estresse do
manejo. Embora a frequência de toxoplasmose encontrada neste rebanho esteja abaixo da média de outros estados
brasileiros, deve-se incentivar programas de monitoramento da toxoplasmose, principalmente em animais de produção,
cujo produto (carne ou leite) pode tornar o consumidor hospedeiro e portador do parasita.
Palavras-chave: Toxoplasma gondii 1; ELISA 2; Santa Inês 3; Morada Nova 4; Ovinos 5
Agradecimentos: Idexx do Brasil e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
87
EFEITO DA CONTAMINAÇÃO POR Lactobacillus SOBRE A VIABILIDADE CELULAR
DE Sacchatomyces cerevisiae QUANTO AO PROCESSO DE FERMENTAÇÃO
ALCOÓLICA INDUSTRIAL
1FLORÊNCIO JR.O.; 2CHRISTOFOLETI-FURLAN, R.M.; 3DELBAJE, E.; 4SILVELLO, C.;
5VARIZE, C.S.; 6MIRANDA, E.S.; 7BASSO, L.C.
1ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 2ESALQ/USP - Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 3ESALQ/USP - Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 4ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz
de Queiroz” ([email protected]), 5ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
([email protected]), 6ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” ([email protected]), 7ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” ([email protected])
Na fermentação alcoólica, os açúcares fermentescíveis presentes no mosto são convertidos em etanol por ação de
leveduras do gênero Saccharomyces cerevisiae. Porém, a falta de assepsia das destilarias somadas a má qualidade da
matéria-prima, contribuem para introdução de microrganismos contaminantes no processo, destacando a presença de
bactérias do gênero Lactobacillus. Estas estão relacionadas a inconvenientes como a produção de metabólitos
indesejáveis, competição por nutrientes e fontes de carbono, impactando a viabilidade celular da levedura, que somado a
outros fatores levam a queda no rendimento fermentativo. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento
antagônico de leveduras e bactérias no ambiente fermentativo, assim como o impacto que a presença da contaminação
bacteriana exerce sobre a viabilidade celular, sobretudo na produção de etanol. Para tanto, experimentos foram realizados
simulando tanto quanto possível as condições de fermentação alcoólica industrial com reciclo celular, onde a assepsia
total é inexistente. Este foi dividido em dois tratamentos: um com fermentações contaminadas à ordem de 108
bactérias/mL (acentuada infecção), e outro com contaminação representada na ordem de <4,55x105 bactérias/mL (nível
mínimo de contaminação). Ao final de cada ciclo fermentativo foram realizadas analises microbiológicas quanto aos
níveis de contaminação bacteriana e viabilidade celular de leveduras, ambas por microscopia óptica. Desta feita observou-
se que a contaminação bacteriana se reduziu de 3,1x108 para 1,35x108 em 4 ciclos fermentativos nas amostras com
acentuada contaminação devido a ação antibacteriana da própria fermentação (etanol produzido pela levedura além do
tratamento com ácido sulfúrico), nestas condições houve a redução de viabilidade da levedura em 8%, enquanto na
“ausencia” da bactéria a viabilidade da levedura se mostrou praticamente constante. Sendo assim a soma dos vários
estresses que a levedura foi submetida quando na presença de Lactobacillus, de modo geral resultou na queda de
aproximadamente 2,5% do rendimento fermentativo, assim como a queda no teor de biomassa de levedura em 8,1% em
média, demonstrando um nível de crescimento aproximadamente 4 vezes menor nos tratamentos com severa
contaminação.
Palavras-chave: Contaminação bacteriana; Viabilidade celular; Fermentação.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
88
EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS SOBRE O CRESCIMENTO E ATIVIDADE
INVERTÁSICA DE MICRORGANISMOS CONTAMINANTES DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO DE ETANOL
1ALMEIDA, A. R.; BASSI, 2A. P. G.; 3REIS, V. R.; 4PARALUPPI, A. L.; 5CECCATO-
ANTONINI, S. R.
1 Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural, Centro de Ciências Agrárias, Universidade
Federal de São Carlos-Campus de Araras ([email protected]), 2 Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos, ESALQ/USP([email protected]), 3 Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos,
ESALQ/USP([email protected]), 4 Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural,
Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de São Carlos-Campus de Araras ([email protected]), 5Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural, Centro de Ciências Agrárias, Universidade
Federal de São Carlos-Campus de Araras ([email protected])
No Brasil a fermentação etanólica utiliza habitualmente como substratos o caldo de cana-de-açúcar e melaço, ambos ricos
em nutrientes, porém, com efeitos diferentes sobre o crescimento e fermentação das leveduras. O presente trabalho teve
por objetivo avaliar o efeito dos substratos caldo e melaço sobre o crescimento e a atividade invertásica associada às
células de leveduras Saccharomyces cerevisiae contaminantes da fermentação etanólica (linhagens 7, 36 e 52,
apresentando colônias rugosas e células em pseudohifas) em comparação com a linhagem industrial S. cerevisiae PE-2
(colônia mucosa, células dispersas). Foi avaliado o perfil de crescimento das linhagens em melaço e caldo 4° Brix ao
longo do tempo de cultivo, utilizando-se frascos erlenmeyers de 250 mL contendo 100 mL de meio de cultura. Os frascos
foram mantidos a 30oC, 160 rpm de agitação, por 24 horas, sendo retiradas amostras para avaliação do crescimento das
leveduras por plaqueamento em meio YPD. A análise da atividade invertásica foi realizada segundo *Silveira et al. (1996).
A linhagem industrial PE-2 cresceu de forma similar em caldo e melaço, atingindo o pico de crescimento em 9 horas. As
linhagens rugosas apresentaram crescimento similar em caldo e melaço somente nas primeiras horas de cultivo, a seguir,
o número de UFC/mL aumentou mais em melaço do que em caldo. A atividade da invertase foi maior em caldo do que
em melaço para a linhagem industrial PE-2, cerca de 3,5 vezes superior. Para as linhagens rugosas 52 e 36, a atividade da
invertase também foi maior em caldo, porém a diferença em relação ao melaço foi menor do que para a linhagem PE-2
(1,7 e 1,3 vezes, respectivamente). A linhagem rugosa 07 apresentou maior atividade invertásica em melaço. Como as
linhagens rugosas apresentam uma atividade invertásica inferior à da linhagem industrial em caldo, é de se esperar que
cresçam melhor em melaço do que em caldo de cana pela maior disponibilidade de açúcar redutor livre, como os
resultados mostraram. No entanto, a linhagem industrial PE-2 apresentou a menor atividade da enzima em melaço em
comparação com as outras linhagens. A atividade invertásica foi influenciada tanto pelo tipo de substrato quanto pela
linhagem de S. cerevisiae utilizada.
*SILVEIRA, M.C.F.; CARVAJAL, E.; BOM, E.P.S. Assay for in vivo yeast invertase activity using NaF. Analytical
Biochemistry, v.238, p.26-28, 1996
Palavras-chave: invertase; substrato; caldo; melaço; S. cerevisiae.
Agradecimentos: CNPQ/PIBIC, FAPESP (auxilio a pesquisa 2011/17928-0).
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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EFEITO DO TRATAMENTO CELULAR BASEADO EM BAIXO pH E ADIÇÃO DE
ETANOL PARA O CONTROLE DE LEVEDURAS SaccharomycescerevisiaeNATIVAS E
LactobacillusfermentumNA FERMENTAÇÃO ETANÓLICA
1CERRI, B.C.; 2REIS, V.R.;3BASSI, A.P.G.;4PARALUPPI, A.L.;5CECCATO-ANTONINI, S.R.
1Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural, Centro de Ciências Agrárias, Universidade
Federal de São Carlos-Campus de Araras(bia.0308@hotmóail.com) 2Ps-graduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos, ESALQ/USP([email protected]),23 Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos,
ESALQ/USP([email protected]), 4 Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural, Centro
de Ciências Agrárias, Universidade Federal de São Carlos-Campus de Araras([email protected]), 5Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural, Centro de Ciências Agrárias, Universidade
Federal de São Carlos-Campus de Araras([email protected])
Uma das principais preocupações na indústria sucro-alcooleira é combater os microrganismos contaminantes. Estudos
mostraram que o tratamento do fermento em solução ácida com etanol pode controlar o crescimento de leveduras
Dekkerabruxellensis, importantes contaminantes da fermentação etanólica (Bassiet al. 2013)*. Desta forma, objetivou-se
o estudo do efeito do tratamento ácido (pH 2,0) + etanol (13% v/v) sobre a fermentação em batelada com reciclo conduzida
pela linhagem de Saccharomycescerevisiaeindustrial (PE-2) contaminada ou com uma levedura nativa S. cerevisiae que
apresenta colônia rugosa e células em pseudohifas (linhagem 52, da Usina Santa Adélia) ou pela bactéria
LactobacillusfermentumCCT5852 (ATCC 19255), em caldo de cana. O tratamento celular utilizado entre os ciclos
fermentativos causou redução significativa da eficiência fermentativa comparando-se a fermentação contaminada e não
contaminada com a levedura rugosa, além de uma grande sobra de açúcar no meio fermentativo. A população da rugosa
se manteve ao longo dos ciclos e não foi afetada pelo tratamento celular, o qual foi eficiente para controlar a contaminação
por L. fermentum, de forma que não houve prejuízo à fermentação pelo efeito dessa contaminação. Ao final do 1º. ciclo
fermentativo, antes do tratamento celular, verificou-se o efeito da contaminação pela bactéria, pois houve diferença na
produção de etanol em relação à fermentação não contaminada. Ao longo dos ciclos seguintes, com a utilização do
tratamento celular, verificou-se um aumento progressivo na produção de etanol, com a morte das bactérias, a qual deve
ter sido responsável pela queda significativa no número de colônias da levedura PE-2 ao final do 3º. ciclo fermentativo.
Ao final do 6º. ciclo fermentativo, o número de células foi recomposto ao valor inicial. A contaminação por leveduras
nativas S. cerevisiae é muito frequente, de difícil manejo e tem implicações no rendimento fermentativo. Há necessidade
de procurar formas de evitar o prejuízo à fermentação quando essas leveduras estão presentes
*BASSI, A.P.G.; SILVA, J.C.G.; REIS, V.R.; CECCATO-ANTONINI, S.R. Effects of single and combined cell
treatments based on low pH and high concentrations of ethanol on the growth and fermentation of
Dekkerabruxellensis and Saccharomyces cerevisiae. World J. Microbiol. Biotechnol., v.29, p.1661-1676, 2013.
Palavras-chave: Fermentação, Tratamento, Leveduras rugosas, Bactérias
Agradecimentos:FAPESP (auxilio a pesquisa 2011/17928-0 e bolsa 2012/18082-0).
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EFICIÊNCIA DA MARCAÇÃO DE Burkholderia ambifaria, COM GFP (Green Fluorescent
Protein) PARA MONITORAMENTO EM PLANTAS
1TSCHOEKE, B. A. P.; 2FERRARI, A. F.; 3QUECINE-VERDI, M.C..
1ESALQ – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 2Unimep - Universidade
Metodista de Piracicaba([email protected]), 3ESALQ – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Algumas espécies de Burkholderia têm demonstrado ser muito eficientes no controle biológico, na biorremediação, e na
promoção de crescimento vegetal. Estudos sobre as bactérias deste gênero habitantes da rizosfera mostram que algumas
são capazes de fixar nitrogênio, solubilizar fosfato, produzir ácido-indol-acético e sideróforos. Atualmente, são
conhecidas várias opções de marcadores a partir de proteínas fluorescentes, que podem ser utilizadas para o
monitoramento de microrganismos, sendo a GFP (Green Fluorescent Protein) bastante empregada para estudos que
pretendem entender os sítios de colonização bacteriana nos tecidos da planta, bem como a interação microrganismo-
planta. O presente trabalho teve como objetivo obter B. ambifaria, RZ2MS16, rizobactéria isolada da rizosfera do guaraná
e conhecidamente promotora de crescimento de mlho, soja e cana-de-açúcar.. Para marcação foi utilizado oplasmídeo
pNKGFP, que possui como característica ser integrativo e possui, além do gene da GFP, o gene de resistência à
canamicina. A bactéria foi transformada por eletroporação.. A eficiência da transformação foi 55 transformantes/μg de
DNA (Gene Pulser, BioRad - 2,5 kV, 25 F, 400 , cubetas de 0,2 cm). Por meio de o Southern Blot, foi observado o
número de inserções do plasmídeo no genoma da bactéria. Os resultados obtidos com este estudo mostraram que os
mutantes selecionados foram realmente transformados, com um número de inserção que variou de um a quatro. Os
mesmos tiveram seu crescimento in vitro analisado, sendo observado que apesar da variação no número de inserções, os
mutantes tiveram crescimento similar à bactéria selvagem. Um dos mutantes será escolhido para a realização do
monitoramento da bactéria nos tecidos de plantas, a partir de microscopia de ótica de fluorescência e qPCR, para entender
melhor a interação bactéria-planta.
Palavras-chave: pNKGFP; Eletroporação; rizobactéria.
Agradecimentos: CAPES
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ELABORAÇÃO DE LEITE FERMENTADO POR BACTÉRIAS ISOLADAS DA REGIÃO
DO SEMIÁRIDO BAIANO COM SABOR DE FRUTAS EXÓTICAS ENCONTRADAS
NESTA REGIÃO.
¹COSTA, M. F.; ²PAULO E. M.; ³JESUS, D. S. S.; 4CARNEIRO, F. S.
¹UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected]), ² UEFS - Universidade
Estadual de Feira de Santana ([email protected]), ³ UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana
([email protected]), 4 UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected])
O leite fermentado é um dos alimentos que vem ganhando destaque no mercado de alimentos funcionais, além de
contribuir para a nutrição básica. Os leites probiótico relacionados com as bactérias láticas trazem relevantes benefícios
à saúde do indivíduo, como por exemplo, o equilíbrio microbiano intestinal e a diminuição das bactérias patogênicas. A
espécie utilizada, Streptococcus thermophilus, LCMH 1, pertence ao grupo de bactérias láticas e são utilizadas pelas
indústrias de laticínios na produção de iogurte, leite fermentado, queijos e diversos derivados lácteos, devido às suas
características benéficas ao organismo humano. Diante do exposto, este trabalho objetiva a elaboração de leites
fermentados pelo Streptococcus thermophilus, LCMH 1, adicionados de frutas exóticas (maracujá da caatinga, umbu e
jaca) provenientes da região do semiárido baiano. Esta linhagem foi isolada do leite de cabra de um criadouro da região
de Feira de Santana. Primeiramente foi realizada a ativação da bactéria no caldo DE MAN, ROGOSA e SHARPE – MRS,
posteriormente realizou-se a centrifugação do meio e o micro-organismo concentrado foi inoculado em 2L do leite em pó
desnatado reconstituído, sendo encubado a 30°C. Em seguida o leite fermentado foi homogeneizado com as respectivas
polpas de frutas, acrescidos de açúcar. Na análise sensorial foram avaliados os atributos cor, sabor, aroma e textura e a
aceitação do leite fermentado com a intenção de compra. Os resultados dos provadores contendo 41 participantes
mostraram que houve um maior aceite do leite fermentado com sabor umbu em 66%, seguido pelo sabor de maracujá da
caatinga com 17% e por ultimo o sabor jaca com 10%. Dentre os 7% restantes houve um aceite por igual dos sabores
maracujá e umbu. Portanto, pode-se inferir que o semiárido baiano possui uma diversidade de micro-organismos que
poderá ser utilizado na elaboração de diferentes produtos biotecnológicos.
Palavras-chave: bactéria lática; cultura starter; leite fermentado.
Agradecimentos: CNPq
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ESTUDO DA ESTABILIDADE DE LIPASE DE Penicillium sect. Gracilenta CBMAI 1583
NA PRESENÇA DE EMULSIFICANTES E SURFACTANTES
TURATI, D. F. M.; CARMONA, E. C.
UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Campus de Rio Claro – SP
([email protected]; [email protected])
As lipases (triacilglicerol acil hidrolases, E.C. 3.1.1.3) constituem uma classe de enzimas que catalisam a hidrólise de
ligações ésteres dos triacilgliceróis, operando na interface óleo/água. As lipases microbianas apresentam grande interesse
em biotecnologia e em síntese orgânica, sendo utilizadas na produção de detergentes, nas indústrias de papel e celulose,
de laticínios, de cosméticos, entre outras. Os emulsificantes e surfactantes são muito utilizados em estudos com lipases:
auxiliam na dispersão de substratos altamente hidrofóbicos dos meios de cultura para produção destas enzimas e dos
meios reacionais dos ensaios enzimáticos; e são empregados nos processos de purificação e na tentativa de inibir o
comportamento de agregação dessas enzimas. Conhecer o efeito de detergentes sobre a estabilidade de lipases também é
importante para sua aplicação na indústria de detergentes. No presente trabalho, a estabilidade da lipase presente no
filtrado de cultura foi avaliada na presença de 0,5, 1,0 e 5,0 % (v/v) de goma arábica, deoxicolato de sódio, SDS, Triton
X-100, Tween 20 e Tween 80, após 1 h de incubação a 25 °C. A atividade enzimática foi determinada pela liberação do
íon p-nitrofenol a partir da hidrólise do substrato sintético p-nitrofenil palmitato. Agentes aniônicos afetaram
negativamente a enzima, com atividade residual de apenas 2,5 % com 1 % de deoxicolato de sódio e nenhuma atividade
foi detectada com SDS. Para os agentes não iônicos, um padrão interessante de estabilidade foi observado: leve queda na
atividade com 0,5 % dessas substâncias; seguida de ativação na concentração de 1 %, com destaque para Triton X-100
no qual a lipase apresentou 115,2 % de atividade em relação ao controle; e, por fim, nova queda com 5 % dessas
substâncias. Este padrão de ativação seguido de inibição com o aumento da concentração de detergentes não iônicos está
relacionado com o deslocamento do equilíbrio conformacional das lipases para a forma aberta. A ligação de moléculas
de detergente ao sítio ativo da enzima estabiliza a forma aberta, facilitando o acesso do substrato. A inibição ocorre
quando moléculas adicionais se ligam, no caso de concentrações elevadas de detergente, bloqueando o acesso do
substrato. Os resultados obtidos com este estudo se mostraram importantes para posterior purificação, caracterização e
aplicação desta enzima.
Palavras-chave: detergentes; Triton X-100; Tween; deoxicolato de sódio; dodecil sulfato de sódio.
Agradecimentos: FAPESP
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HIDRÓLISE ALCALINA DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR PARA PRODUÇÃO DE
XILANA
1FIGUEIREDO, F. C.; 2CARVALHO, A. F. A; 3OLIVA NETO, P.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 2 UNESP -
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]) , 3 UNESP - Universidade
Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected])
Atualmente muitos estudos buscam o aproveitamento de materiais lignocelulósicos (MLCs) como fonte renovável para
produção de biocombustíveis e produtos alimentícios. Os MLCs são uma fonte rica em polissacarídeos, celulose e
hemicelulose, utilizados para o desenvolvimento de tecnologias na produção de álcool, xilose, xilitol, xilooligossacarídeos
(XOS). O bagaço de cana-de-açúcar é o MLC que mais se destaca no Brasil, com composição química por volta de 40%
de celulose e 25% de hemicelulose, sendo a xilana a principal hemicelulose. O objetivo deste trabalho foi otimizar a
hidrólise alcalina para produção de xilana e XOS. No experimento controle o bagaço foi hidratado em água a uma
temperatura de 60°C por 16h. Posteriormente, adicionou-se uma solução contendo 24% de KOH e 1% de NaBH2 em
banho a 35°C por 3h para a solubilização da hemicelulose. O bagaço foi filtrado e a xilana solubilizada foi precipitada
com o dobro de etanol e ácido acético. Foram realizados testes variando a porcentagem de KOH (5% e 10%) e aumentando
a temperatura de 35°C para 70°C. No experimento com 5% de KOH, a xilana foi precipitada com o mesmo volume de
etanol e ácido acético. O rendimento de hemicelulose foi calculado por peso seco e a porcentagem de lignina insolúvel
foi obtida pelo método de Klason. As cinzas totais foram obtidas a uma temperatura de 800°C por 5 horas. A porcentagem
de potássio foi realizada através das cinzas dissolvidas em HCl com posterior leitura em absorção atômica. No
experimento controle o rendimento de hemicelulose teve uma média de 27% com 15,97% de cinzas e 5,17% de lignina,
já nos experimentos com 5% de KOH a média de rendimento foi de 16,21% e a porcentagem de cinzas e lignina foi de
24,58% e 5,68% respectivamente. O experimento de 10% de KOH apresentou rendimento superior ao controle (28,51%)
e uma maior porcentagem de cinzas (18,72%) e lignina (8,99%). A alta porcentagem de cinzas do experimento de 5% de
KOH pode ser explicado pela precipitação com menos etanol comparado aos outros experimentos. Apesar do acréscimo
na extração de lignina e cinzas, o aumento de temperatura na hidrólise alcalina proporcionou uma maior eficiência na
extração de hemicelulose, possibilitando uma redução na quantidade de KOH de 24% para 10%, tornando-se um processo
mais econômico.
Palavras-chave: Hemicelulose; Rendimento; Hidrólise Alcalina.
Agradecimentos: CAPES
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HIDRÓLISE ENZIMÁTICA DO BAGAÇO DE MANDIOCA POR AMILASES DE
Rhizopus oligosporus PARA OBTENÇÃO DE XAROPE DE GLICOSE
1GONÇALVES, L., G.; 2ESCARAMBONI, B.; 3OLIVA-NETO, P.
1Universidade Estadual Paulista UNESP-IB Rio Claro-SP ([email protected]), 2Universidade Estadual
Paulista UNESP- Assis-SP ([email protected]), 3Universidade Estadual Paulista UNESP- Assis-SP
Amilases são enzimas pertencentes à classe das hidrolases e promovem a hidrólise do amido e seus derivados, liberando
monômeros de glicose. Elas têm sido muito utilizadas pelas indústrias têxteis, alimentícias, químicas, entre outras.
Estudos destacam a capacidade de fungos do gênero Rhizopus em hidrolisar amido mediante a produção de amilases para
obtenção de xarope de glicose. O bagaço de mandioca é um resíduo agroindustrial resultante do processo de extração da
fécula de mandioca, composto por 63% de amido e 36% de fibras. Pesquisas sobre produção de xarope de glicose e etanol
são realizadas buscando uma finalidade para esse resíduo. Este trabalho teve como objetivo comparar a produção de
glicose obtida pela hidrólise enzimática do amido presente no bagaço de mandioca em concentrações diferentes. Foram
preparadas duas soluções de bagaço de mandioca, uma a 5% (m/v) e outra a 10% (m/v), e gelatinizadas em tampão acetato
0,05 M, pH 5,5. A hidrólise ocorreu pela incubação do substrato com o extrato enzimático na proporção de 1,2 U/mL de
solução reacional na temperatura de 55°C. O extrato enzimático foi obtido por fermentação em estado sólido do fungo R.
oligosporus. Durante a hidrólise, foram retiradas amostras nos tempos: 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 horas. O produto foi analisado
quanto ao teor de açúcar redutor determinado por espectrofotometria e expresso em porcentagem como rendimento da
conversão de massa de amido em açúcar redutor. O maior teor de glicose observado foi de 3,44% com substrato na
concentração de 10% em 10 h de reação, já na concentração de 5% o máximo obtido foi de 1,82% em 8 h de reação. Com
5% de substrato a concentração de glicose se estabilizou após 8 h de hidrólise com 36% de rendimento em massa. Já a
taxa de conversão com 10% de substrato foi crescente até 10 h de reação, com um rendimento de 34%. Considerando que
63% de bagaço de mandioca é composto por amido, a taxa de conversão da porção amilolítica do bagaço em açúcar
redutor foi de 57 e 54% de rendimento em massa de amido para as reações de hidrólise com 5 e 10% de substrato,
respectivamente. De acordo com os rendimentos obtidos, visando o escalonamento deste bioprocesso para aproveitamento
de um resíduo agroindustrial e obtenção de um hidrolisado concentrado, o bagaço de mandioca na concentração de 10%
apresentou maior viabilidade como substrato na produção de xarope de glicose.
Palavras-chave: Hidrólise enzimática; bagaço de mandioca; Rhizopus oligosporus; amilases; xarope de glicose.
Agradecimentos: Às agências financiadoras Capes e Fapesp.
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IDENTIFICAÇÃO DA SURFACTINA POR MALDI-TOF-MS PRODUZIDA
COM MEIO DE CULTURA OTIMIZADO COM MANIPUEIRA,
SORO DE LEITE E CARVÃO ATIVADO
1ANDRADE, C. J.; 1BARROS, F. F. C.; 2ANDRADE, L. M., 1PASTORE, G. M.
1Rua Monteiro Lobato, número 80, CEP 13083-862 – UNICAMP – Departamento de Ciência de Aliementos –
laboratório de Bioaromas – Campinas/SP-Brazil - ([email protected]); 1([email protected]); 2Cidade
Universitária – USP/SP, escola politécnica – semi-industrial ([email protected]); 1
Atualmente as indústrias buscam processos ambientalmente corretos. Uma alternativa é a substituição de produtos
químicos por aqueles obtidos a partir de processos biotecnológicos, e.g surfactantes por biossurfactantes (BS). BS são
compostos anfifílicos, principalmente, de origem microbiana. BS têm aplicações potenciais dentro de vários tipos de
indústrias, uma vez que, em comparação aos equivalentes sintéticos, apresentam menor toxicidade, maior
biodegradabilidade, etc. O objetivo deste trabalho foi identificar as isoformas de surfactina por análises de MALDI-TOF-
MS produzidas com o meio de cultura ((g.L-1) manipueira 74, soro de leite 27,70 e carvão ativado 25) otimizado
(previamente identificado e escalonado em biorreator-7.5L) para a produção de surfactina. A espuma recolhida durante o
processo fermentativo foi centrifugada (104g) e o sobrenadante acidificado (pH 2), o precipitado foi coletado, alcalinizado
(pH 7), nomeado BS bruto e usado para as análises de MALDI-TOF-MS. A solução de BS bruto foi analisada com a
técnica de preparação dried-droplet. 1µL da solução de BS foi colocada sobre a placa de aço polido (modelo-384-Bruker
Daltonics) e seca em temperatura ambiente. Então, 1µL de ácido α-ciano-4-hidroxicinamico (saturado) em acetonitrila-
metanol-água (1:1:1) foi adicionado sobre a amostra. Análises de MALDI-TOF-MS foram realizadas com espectrômetro
de massa UltrafleXtreme MALDI-TOF-MS em modo de refração e aceleração 22,5kV. O espectro de massas foi adquirido
entre 700-3500(m/z) a partir da geração de íons produzidos com laser SmartbeamTM em frequência de 200Hz, lente de
7kV. A supressão da matriz foi estabelecida para 500Da e o espectro de massa gerado pela média de 1500 disparos de
laser. A calibração externa foi realizada de acordo com o padrão de peptídeos (Bruker Daltonics, Bremen, Germany).
Nesta pesquisa foram observados 16 picos que podem ser relacionados à produção de surfactina, que por sua vez foram
observados em 3 aglomerações (i) 1065-1068; (ii) 1080-1086 e (iii) 1093-1100m/z.
Palavras-chave: Bacillus subtilis; surfactina; MALDI-TOF.
Agradecimentos: FAPESP (2011/22776-5).
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS LÁTICAS DE PRODUTOS VEGETAIS
PROVENIENTE DA REGIÃO DO SEMIÁRIDO BAIANO, COM POTENCIAL PARA A
PRODUÇÃO DE PRODUTOS LACTEOS E ALCÓOLICOS
¹OLIVEIRA, A. P.; 2PAULO, E. M.; 3SANTIAGO, I.; 4SANTIGAGO, F.;
1Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected]), 2Universidade Estadual de Feria de Santana
([email protected]), 3Universidade Estadual de Feria de Santana ([email protected]) 4Universidade Estadual de Feria de Santana ([email protected])
A região do semiárido baiano é considerada um ambiente extremófilo, contendo uma vasta biodiversidade de micro-
organismos. Dentre eles destacam-se os micro-organismos pertencentes ao grupo das bactérias do ácido lático (BAL).
Estas possuem potencial biotecnológico de grande interesse industrial. O presente trabalho utilizou a taxonomia polifásica
para a identificação de Bactérias Láticas. Foram utilizados o caldo de cana, a uva e a maçã como substratos para
isolamento das BAL. O isolamento das BAL procedeu-se de acordo com Paulo (2010), onde foi utilizado o meio DE
MAN, ROGOSA e SHARPE - MRS. Inicialmente realizaram-se testes preliminares de identificação de bactérias láticas
que consistiu em: coloração de Gram, teste da catalase e redução do nitrato a nitrito. Em seguida, realizaram-se alguns
testes de caracterização bioquímica dos isolados: produção de gás a partir da glicose; lactofermentação a 15ºC, 35ºC e
45ºC; tolerância bacteriana ao cloreto de sódio em diferentes concentrações (4%, 6% e 8%); produção de amônia a partir
da arginina; fermentação de diferentes carboidratos. Todos os testes foram realizados em triplicatas. A caracterização
molecular foi realizada através do sequenciamento do gene 16S. Para tal, procedeu-se a extração de DNA, Reação em
Cadeia de Polimerase (PCR) e Eletroforese. As amostras obtidas foram sequenciadas no GenBank pelo programa BLAST.
Fenotipicamente as cepas foram identificadas pertencentes aos gêneros Leuconostoc, Lactococcos e Lactobacillus, no
entanto, na identificação molecular foi encontrada alta similaridade destes isolados para as bactérias pertencentes aos
gêneros Acetobacter e Staphylococcus. O gene 16S rRNA é uma região altamente conservada entre diferentes espécies
de bacteria e archaea. Por ser um primer universal pode ter acontecido o fragmento de DNA extraído das bactérias láticas
possuírem sequências de nucleotídeos de alta similaridade com as espécies encontradas. Por terem sido confirmadas
pelos testes fenotípicos comparadas com cepas ATTCC padrão, as linhagens de bactérias do ácido lático isoladas dos
substratos provenientes do semiárido baiano já estão sendo testadas na elaboração de diversos produtos lacteos e
alcóolicos. Necessitando, porém que sejam devidamente identificadas pelo método molecular, com construção de primers
específicos para o grupo das BAL.
Palavras-chave: Bactérias Láticas; semiárido baiano; bioprospecção.
Agradecimentos: FAPESB.
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IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS PRESENTES NA SILAGEM DE GRÃO DE MILHO
REIDRATADO
1SOUZA, T. R. ; 2REIS, C. B. ; 3LOPES, N. M. ; 4ÁVILA, C.L.S
1UFLA - Universidade Federal de Lavras [email protected]; 2UFLA - Universidade Federal de Lavras
[email protected] 3UFLA - Universidade Federal de Lavras [email protected] 4UFLA -
Universidade Federal de Lavras [email protected]
O grão de milho é o principal cereal energético para a alimentação de bovinos no Brasil. Entretanto, o milho brasileiro,
diferentemente do milho farináceo cultivado no resto do mundo, tem endosperma duro de alta vitreosidade, sendo este de
baixa digestibilidade. Uma forma de contrapor o efeito negativo da textura dura do endosperma, sobre a digestibilidade
do amido, em grãos no estágio maduro de maturação seria a moagem, reidratação e ensilagem do grão. O perfil
fermentativo da massa ensilada é responsável pela qualidade do alimento. O objetivo deste estudo foi quantificar, isolar
e purificar bactérias oriundas de silagem de grão de milho reidratato, visando o conhecimento do seu perfil
microbiológico. Amostras da silagem de milho reidratado foram obtidas de silos trincheiras com aproximadamente 10
meses de fermentação, no munícipio de Lavras, MG. O pH, temperatura e teor de matéria seca da silagem fora
mensurados. Amostra composta de 25g foi diluída em 225mL de água peptona 0,1% e agitadas no homogeneizador
“Stomacher” por 3 minutos. A partir do extrato obtido foram feitas diluições seriadas e o plaqueamento em superfície. A
contagem de bactérias foi realizada nos meios MRS Agar (de Man, Rogosa e Sharpe) e incubados a 28°C por 48 horas.
Após a purificação das bactérias isoladas, foram realizados testes de coloração de Gram, motilidade, catalase, produção
de gás e presença de esporos. A silagem apresentou pH 3,57, temperatura de 27°C e o teor de matéria seca de 37%. A
população de bactérias no meio MRS foi de 2,95 log UFC/g, sendo que 73,33% foram identificados
como Lactobacillus spp homofermentativos. 26,77% dos isolados que cresceram no meio MRS produziram esporos e
foram identificados com Bacillus cereus. A população de Lactobacillus foi semelhante à comumente encontrada em
silagem da planta inteira de milho. Bacillus são microrganismos indesejáveis em silagens. Estudos mais específicos sobre
o perfil fermentativo de silagens de grão de milho moído reidratado são necessários.
Palavras-chave: Grão de milho, Silagem, Perfil microbiológico.
Agradecimentos: FAPEMIG, CNPq e CAPES
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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IMMOBILIZATION AND STABILIZATION OF Selenomonas ruminantium
β-XYLOSIDASE FOR XYLOSE PRODUCTION
TERRASAN, C. R. F.1*, TERRONE, C. C.3, ARAGON, C. C.1, MASUI, D. C.1, PESSELA, B. C.2,
FERNANDEZ-LORENTE, G.2, CARMONA, E. C.3, GUISAN, J. M.1
1Departamento de Biocatálisis, Instituto de Catálisis y Petroleoquimica (ICP), Consejo Superior de Investigaciones
Científicas (CSIC). Campus Universidad Autónoma de Madrid (UAM), Cantoblanco, 28049, Madrid, Spain.
([email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]). 2Departamento
de Biotecnología y Microbiología de Alimentos, Instituto de Investigación en Ciencias de los Alimentos (CIAL),
Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC). Campus Universidad Autónoma de Madrid (UAM),
Cantoblanco, 28049, Madrid, Spain. ([email protected]; [email protected]). 3Biochemistry and Microbiology
Department, Biosciences Institute, Univ Estadual Paulista - UNESP. PO 199, 13506-900, Rio Claro, SP, Brazil.
([email protected]; [email protected]).
The β-xylosidase from the ruminal anaerobic bacterium Selenomonas ruminantium is a very well characterized enzyme,
corresponding to a bifunctional β-D-xylosidase/α-L-arabinofuranosidase glycoside hydrolase belonging to family 43 (GH
43) and structural clan F in the CAZy database. The enzyme is a homotetramer in solution, with MW of approximately
60 kDa for each subunit. Due to its efficient catalysis properties for xylooligosaccharides hydrolysis, its arabinofuranoside
function for cleaving arabinose side-chains from arabinoxylooligosaccharides and its stability, the enzyme present high
potential for application in industrial processes. Enzyme immobilization poses as a possibility to improve the
characteristics of an enzyme in terms of stability, stabilization and catalysis, as well as for processes improvement since
it allows the reuse of the biocatalyst for many operational cycles. The aim of this study was to immobilize the β-xylosidase
from Selenomonas ruminantium by multipoint covalent immobilization, verify some physicochemical properties of the
immobilized enzyme and also evaluated the performance of the biocatalyst on the hydrolysis of xylooligosaccharides
from different origins. The enzyme could be easily immobilized by multipoint covalent attachments on highly activated
glyoxyl agarose gels. Initial immobilization achieved only slight stabilization since involvement of all enzyme subunits
was not achieved. Coating the derivative with aldehyde-dextran or polyethylenimine fully stabilized the enzyme
quaternary structure, rendering much more stabilization. Derivative coated with PEI (MW 1,300) is the most stable one
exhibiting an interesting half-life of 10 days at pH 5.0 and 50 ºC, being, therefore, 240-fold more stable than free enzyme.
Optimal activity was observed in the pH range 4.0-6.0 at 55 °C. Xylose release was observed from the hydrolysis of
xylooligosaccharides obtained from Cannabis spp and beechwood xylans. Decrease in the rate of xylose release was
observed by increasing xylooligosaccharide chain-length. The elevated thermostability and the stability after various reuse
cycles (full retention of its activity after five cycles), increase the applicability of this biocatalyst in biotechnological
processes, as for the degradation of lignocellulosic biomass in order to obtain xylose monosaccharide.
Keywords: β-xylosidase; Selenomonas ruminantium; enzyme immobilization; enzyme stabilization,
xylooligosaccharides hydrolysis
Acknowledgments: This work was partially sponsored by the Spanish Ministry of Science and Innovation (Project BIO-
2012-36861). C.R.F.T. gratefully acknowledges to CAPES/Ministry of Education, Brazil, through the Program Science
Without Borders for the postdoctoral scholarship.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
99
INFLUÊNCIA DA GRANULOMETRIA DO SABUGO DE MILHO
NA PRODUÇÃO DE XILANASE POR Aspergillus sp
1NASCIMENTO, J. M. F.; 2TERRONE, C. C.; 3TERRASAN, C. R. F.;
4ALMEIDA, A. F.; 5CARMONA, E.C.
1Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro ([email protected]); 2Universidade Estadual Paulista–
UNESP – Rio Claro([email protected]); 3Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro
([email protected]); 4Universidade Federal do Tocantins – UFT – Gurupi ([email protected]); 5Universidade Estadual Paulista– UNESP – Rio Claro ([email protected]).
A parede celular vegetal é composta principalmente por celulose, hemicelulose e lignina. A principal classe de
hemicelulose encontrada em resíduos agroindustriais é o xilano, cuja cadeia principal pode ser hidrolisada por xilanases.
Estas enzimas podem ser aplicadas na conversão de material lignocelulósico para produção de biocombustíveis, na
produção de ração animal, no branqueamento da polpa de papel, bem como nas indústrias têxteis e de alimentos, dentre
outras. A linhagem de Aspergillus sp utilizada neste trabalho foi isolada de solo de uma lagoa salina e alcalina do Pantanal
Matogrossense na região da Nhecolândia, sendo a produção de xilanase inicialmente avaliada em meio contendo xilano
como única fonte de carbono. A partir desse resultado inicial, foi então avaliada a produção de xilanase em subprodutos
e em resíduos agroindustriais, sendo que as maiores atividades ocorreram nos cultivos contendo sabugo de milho triturado
como fonte de carbono. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da granulometria do sabugo de milho sobre a
produção de xilanase por esta linhagem fúngica. Para isto a referida linhagem foi cultivada em meio líquido de Vogel
suplementado com sabugo de milho com granulometrias de 200 – 45, 45 – 18, 13 – 10 e maiores que 10 mesh. Os cultivos
foram realizados a 40 ºC por 7 dias e em seguida as culturas foram filtradas a vácuo e o filtrado foi utilizado como fonte
de enzimas extracelulares. A atividade xilanase foi determinada a 50 ºC, utilizando-se como substrato xilano de bétula a
1,0% (m/v) em tampão Tris HCl 50 mM pH 7,0. Os açúcares redutores liberados foram quantificados com ácido
dinitrosalicílico. Cultivos com partículas maiores que 10 mesh apresentaram 10,8 U/mL de atividade xilanase, de 13 - 10
mesh 13,2 U/mL, de 45 - 18 mesh 20,2 U/mL e de 200 - 45 mesh 74,9 U/mL. A partir dos resultados obtidos, conclui-se
que a granulometria do resíduo empregado tem grande influência na produção dessa enzima, uma vez que valores de
atividade aproximadamente sete vezes maiores puderam ser verificados ao se empregar resíduos de menor granulometria.
Novos testes serão realizados para verificar a influência de outros fatores na produção de xilanases por este fungo, visando
à otimização deste processo, utilizando esse resíduo da agroindústria.
Palavras-chave: xilanases, produção de enzimas, resíduos agroindustriais, granulometria do substrato, Aspergillus sp
Agradecimentos: CNPq, CAPES.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
100
INFLUÊNCIA DA N-GLICOSILAÇÃO EM GLICOSIL HIDROLASES DA FAMÍLIA 3 DE
Aspergillus nidulans
1,2,aRUBIO,M. V.; 1,2,bZUBIETA, M. P.; 1,2,cCALZADO, F.; 1,dCONTESINI, F. J.;
1,3,eDÁMASIO, A. R. L.
1CTBE – Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, Campinas-SP; 2Instituto de Biologia,
UNICAMP, Campinas-SP;3IPBEN – Instituto de Pesquisa em Bioenergia, UNESP, Rio Claro-SP; [email protected];[email protected]; [email protected];[email protected];
A biomassa lignocelulósica, formada de celulose, hemicelulose e lignina, apresenta um grande potencial biotecnológico.
A conversão da biomassa envolve etapas como o pré-tratamento das matérias-primas, hidrólise enzimática da celulose e
da hemicelulose a açúcares fermentescíveis, e a fermentação desses açúcares a produtos de alto valor agregado. Para a
hidrólise enzimática, fungos filamentosos são alvos principais na busca dessas enzimas devido à grande produção e
secreção de maneira natural. Dentre os fungos filamentosos destaca-se a espécie Aspergillus nidulans, um organismo
modelo de estudos em genética e biologia celular. β-glicosidases (EC 3.2.1.21) e β-xilosidases (EC 3.2.1.37) são enzimas
prospectadas nesses organismos, pois atuam na degradação da biomassa vegetal, liberando os resíduos de açúcar das
cadeias de celulose e hemicelulose essenciais na geração dos produtos. A maioria das proteínas oriundas de organismos
eucariotos são N-glicosiladas, o que consiste em modificação co- ou pós-traducional pela adição de um oligossacarídeo
na proteína em formação permitindo atingir sua conformação e funcionalidade correta. A N-glicosilação está diretamente
relacionada com os processos de enovelamento, transporte intracelular, secreção e propriedades biofísicas das proteínas.
A adição do oligossacarídeo normalmente ocorre na asparagina contida na sequência consenso Asn-X-Ser/Thr. Além
disso, o número de resíduos e a posição dos oligossacarídeos adicionados à proteína também influenciam na secreção e
propriedades funcionais de cada enzima. Dessa forma, torna-se importante conhecer os reais sítios de N-glicosilação das
proteínas para permitir o estudo e produção em sistemas heterólogos. Duas β-glicosidases e duas β-xilosidases foram
selecionadas a partir de dados de glicoproteômica de A. nidulans cultivado em glicose, xilano e bagaço de cana-de-açúcar
e definidas como primeiros alvos de análise dos sítios de N-glicosilação. As enzimas e seus reais sítios de N-glicosilação
foram confirmados por LC-MS/MS permitindo o desenho de glicomutantes. Variantes hipo- e hiperglicosiladas serão
avaliadas em relação aos processos de secreção, enovelamento e propriedades biofísicas de cada proteína. A compreensão
e modulação do processo de N-glicosilação em A. nidulans poderá permitir a expressão heteróloga de proteínas alvo de
diferentes organismos.
Palavras-chave: β-glicosidase; β-xilosidase; N-glicosilação; Aspergillus nidulans; GH3.
Agradecimentos: FAPESP, CNPq, CAPES
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
101
INFLUÊNCIA DOS RAMNOLIPÍDIOS NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES
1SILVA, V. L.; 2LOVAGLIO, R. B.; 3 TAKAKI, M. T., 4HENRIQUE H.; 5 CONTIEIRO, J.
1UNESP – Universidade Estadual Paulista ([email protected]), 2 UNESP – Universidade Estadual Paulista
([email protected]), 3 UNESP – Universidade Estadual Paulista ([email protected]), 4 UNESP – Universidade
Estadual Paulista ([email protected]), 5 UNESP – Universidade Estadual Paulista ([email protected])
Biossurfactantes são moléculas biológicas que apresentam uma região hidrofílica e outra hidrofóbica, o que confere a
esses metabólitos a capacidade de reduzir a tensão superficial e interfacial. Essas moléculas podem ser produzidas por
diversos seres-vivos, dentre eles micro-organismos. Os ramnolipídios são biossurfactantes, produzidos principalmente
por bactérias do gênero Pseudomonas e gêneros aparentados, apresentam grande potencial biotecnológico e podem ser
utilizados em diversas áreas. Dentro da agroindústria os biossurfactantes têm atraído atenção por demonstrarem atividade
antimicrobiana e possuírem uma baixa toxicidade, o que permite seu uso contra micro-organismos fito-patógenos. Devido
a essa grande versatilidade dos biossurfactantes o presente trabalho avaliou a influência dos ramnolipídios na germinação
de sementes de alface, soja, milho e girassol. As sementes foram colocadas em placas forradas com dois papéis filtros,
cada placa continha 30 sementes e recebeu 7,5 ml da solução a ser avaliada. Os experimentos foram realizados sob
luminosidade constante a 25ºC. A cada 24 horas quantificava-se o número de sementes germinadas, quantificou-se ainda
o comprimento das raízes e a massa seca das plântulas, a fim de avaliar o desenvolvimento. Os experimentos foram
conduzidos em triplicata, às soluções avaliadas foram: o controle (água destilada), 0,25, 0,50, 0,75 e 1,00 g/L de
ramnolipídios. As soluções foram preparadas utilizando ramnolipídios produzidos por Pseudomonas aeruginosa 2A1,
posteriormente purificados. Após os tratamentos as sementes de alface apresentaram um aumento na sua taxa de
germinação de 75,5%. Em relação à soja, a adição de biossurfactantes não influenciou na germinação, porém favoreceu
o desenvolvimento das plântulas. Para o girassol, houve estímulo da germinação e do desenvolvimento das sementes. Os
ramnolipídios atuaram no tecido de revestimento das sementes tornando o menos resistente e facilitando a entrada de
água e consequentemente a germinação. A adição de biossurfactantes facilita a mobilização dos tecidos oleosos de reserva
presentes nas sementes de girassol e soja, favorecendo dessa maneira o desenvolvimento das plântulas. Frente aos
resultados apresentados pode-se inferir que os ramnolipídios apresentam um potencial uso na agricultura favorecendo a
germinação e o desenvolvimento das sementes de alguns cultivares.
Palavras-chave: Ramnolipídios; Germinação de sementes; Biossurfactantes.
Agradecimentos: Agradecemos a FAPESP pelo apoio financeiro
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
102
INTERESTERIFICAÇÃO DO ÓLEO DE PATAUÁ COM A ESTEARINA DE PALMA
CATALISADA PELA LIPASE BRUTA DE RHIZOPUS SP
1SPERANZA, P; 1RIBEIRO, A.P.B.; 1MACEDO, G.A.
1 Unicamp - Universidade Estadual de Campinas ([email protected]), 1Unicamp - Universidade Estadual
de Campinas ([email protected]), 1Unicamp - Universidade Estadual de Campinas
A interesterificação enzimática é uma técnica largamente utilizada para a modificação de óleos e gorduras em que os
ácidos graxos são redistribuídos no triacilglicerol. Os lipídios produzidos nestas reações podem apresentar características
físico-químicas e biológicas mais apropriadas para aplicações comerciais. A busca de lipases capazes de catalisar estas
reação é um grande desafio; poucas lipases são capazes de atuar de forma eficiente nestas reações. Neste estudo, avaliou-
se a capacidade da lipase bruta de Rhizopus sp, produzida por fermentação em estado-sólido, utilizando-se farelo de trigo
como meio de cultivo, em catalisar a reação de interesterificação do óleo da Amazônia de patauá com a estearina de
palma. A reação foi realizada a 40°C por 24 horas, utilizando-se 2,5% (m/m) da enzima. Os resultados indicaram que a
lipase foi capaz de catalisar a reação, havendo uma redistribuição dos ácidos graxos na estrutura do triacilglicerol. Antes
da reação, a mistura do óleo e da gordura apresentavam como classe de triacilgliceróis predominates os di-insaturados-
saturado (34,8%) e tri-insaturados (39,9%), após a reação de interesterificação, o lipídio formado apresentava
predominantemente os triacilgliceróis do tipo disaturados-insaturado (33,1%) e di-insaturados-saturado (41,1%). Estes
resultados indicaram o grande potencial desta enzima nas reações de interesterificação.
Palavras-chave: lipase; Rhizopus sp; interesterificação enzimática.
Agradecimentos: Capes, Fapesp e Faculdade de Engenharia de Alimentos - Unicamp.
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103
ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS ASSOCIADAS AO PÓLEN ARMAZENADO PELA
ABELHA AMAZÔNICA SEM FERRÃO Melipona seminigra
1NACIF-MARÇAL, L.; 2BARROSO, A. C. S.; 3CARMO, E. J.; 4MOTA, A. J.; 5CARVALHO-
ZILSE, G. A.; 6ASTOLFI-FILHO, S.; 7 NUNES-SILVA, C. G.
1UFAM - Universidade Federal do Amazonas ([email protected]), 2UFAM – Universidade Federal do
Amazonas ([email protected]), 3UFAM – Universidade Federal do Amazonas
([email protected]),4UFAM - Universidade Federal do Amazonas ([email protected]), 5 INPA –
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia ([email protected]), 6 UFAM - Universidade Federal do Amazonas
([email protected]), 7UFAM - Universidade Federal do Amazonas([email protected]).
O pólen armazenado nos potes de alimento pelas abelhas melíponas é resultado da aglutinação do pólen coletado das
flores com néctar e secreções glandulares das abelhas contendo enzimas e micro-organismos, mistura a qual é conservada
durante várias semanas na colméia o que leva à maturação do pólen coletado. O evento de maturação é pouco conhecido,
entretanto, a presença de micro-organismos permite propor a hipótese de que estes são fortes candidatos às ações de
ciclagem e preservação dos nutrientes do pólen. O objetivo principal deste projeto é isolar e identificar as bactérias
associadas ao pólen dos potes de alimento da abelha amazônica Melipona seminigra e caracterizar o espectro de atividade
enzimática (hidrolases) dos isolados. Para o cultivo e isolamento bacteriano, coletou-se pólen de 06 colônias de Melipona
seminigra do meliponário urbano GPA/INPA. Um grama de pólen de cada colônia foi ressuspendido em solução salina
estéril, seguido de diluições sucessivas até a ordem de 10-4. Cem microlitros de cada diluição foram semeados por meio
da técnica de “spread plate” em placas de Petri contendo diferentes meios de cultura. As placas foram incubadas em estufa
bacteriológica a 30 °C e examinadas para contagem de colônias visíveis pelo período de 24 a 72 horas. Foi possível isolar
115 unidades formadoras de colônias, com predominância de formas bacilares Gram-negativas. Para a identificação
molecular os isolados foram cultivados em caldo LB e submetidos à extrações de DNA pelo método fenol-clorofórmio.
As regiões de interesse da subunidade menor do cistron ribossômico (16S rDNA) foram amplificadas por meio de PCR
utilizando-se iniciadores universais e estão em processo de sequenciamento. O espectro de atividade enzimática das
bactérias foi obtido a partir do crescimento a 30ºC por 48h em meio LB com apenas ¼ dos componentes e suplementados
com 1% dos substratos amido e celulose. As atividades enzimáticas foram avaliadas pela formação de halos de degradação
dos polímeros revelados por colação com vapor de iodo (para amilases) e vermelho congo 0,1% (celulases). 50 dos 115
isolados bacterianos foram analisados quanto à degradação dos substratos e 32 foram positivos para as atividades de
amilase e celulase. Estes resultados prévios sugerem que as bactérias do pólen podem servir de base para a prospecção de
novas amilases e celulases de interesse industrial.
Palavras chaves: Melíponas; Pólen; Microbiota.
Agradecimentos: Meliponário urbano GPA/INPA-Manaus, INCT-CEAB (CNPq 457705/2013-2), CAPES e FAPEAM.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
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ISOLAMENTO DE FUNGOS FILAMENTOSOS A PARTIR DE RESÍDUOS DE ABACAXI
E POTENCIAL APLICAÇÃO NA PRODUÇÃO DE ENZIMAS CELULOLÍTICAS
1CARVALHO, L. P; 2TEIXEIRA,W. F. A; 3ALMEIDA, A. F.
1UFT - Universidade Federal do Tocantins ([email protected]), 2UFT - Universidade Federal do
Tocantins ([email protected]), 3UFT - Universidade Federal do Tocantins ([email protected])
O Tocantins ocupa hoje a sétima posição entre os estados brasileiros na produção de abacaxi. São produzidos anualmente,
cerca de 54 milhões de frutas que abastecem o mercado interno do estado, e estados de outras regiões. Cerca de 77,5%
do abacaxi é descartado, esses resíduos-agroindustriais, servem como fonte de proteínas, enzimas e óleos essenciais. Este
trabalho teve como objetivo isolar microrganismos de um resíduo agroindustrial obtidos da região de Miracema do Norte
no estado do Tocantins, bem como avaliar os isolados quanto ao seu potencial enzimático para as enzimas do complexo
celulolítico. O isolamento dos fungos foi realizado pela técnica de diluição em série na proporção de 10-4. O plaqueamento
foi realizado colocando 0,1 mL de cada diluição nas placas de Petri contendo meio de cultura sais de Vogel suplementado
com carboximetilcelulose (CMC), pectina (PEC) ou bagaço de cana-de-açúcar (BC). Foi possível isolar 48 fungos a partir
desse plaqueamento. A detecção de atividade enzimática foi realizada pelo método proposto por Hankin & Anagnostakis.
Os cultivos que apresentaram um halo mais evidente ao redor da colônia tiveram sua atividade avaliada pelo índice
enzimático (IE). Os cultivos foram realizados em sacos plásticos esterilizáveis, contendo 10 g de farelo de trigo e em
seguida acrescidos 10mL da solução de sais de Vogel e 1mL de uma suspensão padronizada a 106 esporos/mL. A extração
das enzimas foi realizada através da filtração a vácuo do meio fermentado. As atividades enzimáticas xilanolítica e
celulolítica, foram determinadas através do método da quantificação de açucares redutores. Dentre os 48 isolados 3 se
destacaram quanto a sua atividade xilanolítica, sendo eles o BC 2, BC 1 e CMC 8, com valor total de 31,67 U.g-1; 20,79
U.g-1 e 17,83 U.g-1 respectivamente. Em relação à Fpase, os melhores valores foram de 0,184 U.g-1, 0,150 U.g-1 e 0,145
U.g-1 produzidos pelos fungos BC 19/1, CMC 2 e PEC 17. Os isolados se destacaram mais como produtores de xilanase,
podendo assim ser aplicado produção de enzimas de interesse comercial.
Palavras-chave: Resíduos agro-industriais; Isolamento; Abacaxi; Fermentação em estado sólido; Atividade enzimática
Agradecimento: UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS/CNPq
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
105
ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS
DE GUAPEVA (Pouteria gardneriana (A. DC.) Radlk).
1SILVA,J. C.; 2 GOMES, W. A.; 3RAMOS, A. D.; 4OLIVEIRA, E. A. S.; 5 FARIA, P. S. A.;
6SILVA, C. F.; 7SOUCHIE, E. L.; 8GONÇALVES, M. C. M.
1Instituto Federal Goiano ([email protected]), 2Instituto Federal Goiano ([email protected]), 3Instituto
Federal Goiano ([email protected]), 4Insituto Federal Goiano ([email protected]), 5Instituto Federal
Goiano ([email protected]), 6Instituto Federal Goiano ([email protected]), 7Instituto Federal Goiano
([email protected]), 8Insituto Federal Goiano ([email protected])
A guapeva (Pouteria gardneriana (A. DC.) Radlk.) é uma espécie arbórea nativa do Cerrado bastante utilizada na
recuperação de áreas degradadas. A presença de microrganismos com potencial biotecnológico associado a esta planta
ainda é pouco conhecido. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial das bactérias endofíticas das raízes
de guapeva quanto à solubilização de fosfato de cálcio (CaHPO4) e fosfato de alumínio (AlPO4). Os experimentos foram
conduzidos no Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde. Para isolamento das bactérias endofíticas as raízes foram
desinfestadas por imersões sucessivas em etanol; hipoclorito de sódio e água destilada estéril. Durante os sete dias de
incubação as bactérias foram isoladas e armazenadas em meio AN. Os 89 isolados obtidos foram submetidos à avaliação
qualitativa da capacidade de solubilização dos fosfatos de cálcio e alumínio realizada em meio GELP (Glicose Extrato de
Levedura e Peptona) sólido, acrescido de CaHPO4 ou AlPO4. Para o CaHPO4 foram considerados positivos os isolados
capazes de formar um halo transparente ao redor das colônias e para a avaliação da solubilização do AlPO4 foram
considerados positivos os isolados que permitiram a alteração da cor das colônias. As 07 bactérias que apresentaram
capacidade de solubilizar CaHPO4 e as 26 solubilizadoras de AlPO4 em meio sólido, foram inoculadas em meio GELP
líquido e após 48 horas de crescimento foi feita a padronização dos inóculos para posterior transferência para meio GELP
líquido suplementado com CaHPO4 ou AlPO4. Após 72 horas determinou- se o teor de P solúvel por espectofotometria.
Para o AlPO4, dos 26 isolados positivos em meio sólido, apenas 2 mostraram-se positivos na avaliação quantitativa,
atingindo concentrações de fósforo solúvel de 4,2 mg/L- e para o CaHPO4, dos 7 isolados positivos, apenas 4 confirmaram
a capacidade de solubilização com concentrações de fósforo solúvel que atingiram 35mg/L-. Sabe-se que o fósforo exerce
um importante papel no metabolismo vegetal e a partir disto a aplicação de microrganismos com capacidade de
disponibilizar este micronutriente podem favorecer a germinação, propagação e produtividade vegetal. A partir destes
estudos, inéditos para esta espécie nativa do Cerrado, espera-se empregar os isolados como promotores do crescimento
vegetal desta e de outras espécies.
Palavras-chave: Cerrado; guapeva; bactérias; microrganismos endofíticos; fósforo.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
106
ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE CEPAS POTENCIALMENTE
BIOTRANSFORMADORAS DE COMPPOSTOS TERPÊNICOS
1NEVES, B. P.; 2OLIVEIRA JUNIOR, E.N.; 3FELIPE, L. O.; 4BICAS, J. L.;
1Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]), 2Universidade Federal de São João Del Rei
([email protected]),3Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]), 4Universidade Estadual de
Campinas ([email protected])
Compostos terpênicos, como o R-(+)-limoneno, apresentam alta disponibilidade e baixo custo no Brasil, sugerindo a
viabilidade da sua utilização na obtenção de produtos de alto valor agregado, e.g. compostos de aroma. A propriedade
antimicrobiana dos terpenos e os rendimentos insatisfatórios até então obtidos na sua biotransformação microbiana são
os maiores desafios a serem superados para adoção comercial deste processo. Portanto, a descoberta de linhagens capazes
de resistir a terpenos e convertê-los com altos rendimentos é uma estratégia fundamental para a produção de bioaromas.
Assim, o objetivo deste trabalho foi obter micro-organismos potencialmente biotransformadores de R-(+)-limoneno pelo
isolamento daqueles capazes de resistir e utilizar tais compostos como única fonte de carbono. O isolamento foi realizado
inoculando-se amostras vegetais, ricas em terpenos, em meio mineral DP suplementado com 1% de R-(+)-limoneno, e
incubando os frascos a 28ºC/150 rpm por 72h. A partir deste caldo, efetuou-se a técnica de esgotamento em placa de Petri
contendo meio mineral DP e R-(+)-limoneno (adicionado na tampa da placa de Petri) como única fonte de carbono e
energia. As placas foram incubadas em estufa bacteriológica (28ºC) e o estriamento foi posteriormente realizado até que
o isolamento completo fosse evidenciado. Testes com derivados oxigenados do limoneno foram realizados da mesma
forma. Cada um dos isolados foi utilizado para a construção de curvas de crescimento em frascos contendo meio mineral
DP e 1% de limoneno, incubados a 28ºC/150 rpm, com monitoramento periódico da densidade óptica a 600 nm. Os
resultados indicaram que, dos sessenta micro-organismos isolados, vinte e sete se destacaram quanto ao seu crescimento
na presença de R-(+)-limoneno. Sete dos micro-organismos citados foram escolhidos, devido ao seu elevado nível de
crescimento, para os ensaios de curvas de crescimento. Nos resultados das curvas, quatro deles apresentaram maior
crescimento e devido a este fato foram considerados potenciais biotranformadores de R-(+)-limoneno e serão testados em
futuros estudos quanto à capacidade de acumular metabólitos de interesse (bioaromas). Esta estratégia consiste, portanto,
em uma alternativa para buscar viabilizar processos de biotransformação microbiana de terpenos, gerando altos
rendimentos de compostos de aroma e menor custo operacional.
Palavras-chave: Bioaromas; Biotransformação; Limoneno; Terpenos.
Agradecimentos: CNPQ (Proc. N° 473981/2012-2).
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
107
MELHORIA DA QUALIDADE DA BEBIDA DO CAFÉ (Coffea arabica)
USANDO CEPAS DE LEVEDURAS SELECIONADAS
DURANTE A FERMENTAÇÃO EM PROCESSO NATURAL
1MARTINS, P. M. M.; 2VITÓRIO, A. C.; 3RIBEIRO, L. S.; 4EVANGELISTA, S. R.; 5MIGUEL,
M. G. C. P.; 6SCHWAN, R.F.
1UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UFLA – Universidade Federal de Lavras
([email protected]), 3UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 4 UFLA- Universidade
Federal de Lavras ([email protected]), 5UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 6UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected])
O café é um produto comercial importante para o Brasil e seu consumo é amplamente distribuído pelo mundo. O objetivo
deste trabalho foi avaliar o potencial de linhagens de leveduras como culturas iniciadoras para a fermentação via natural
de grãos de café lavados e não-lavados. Quatro cepas de leveduras (Saccharomyces cerevisiae UFLA YCN727, S.
cerevisiae UFLA YCN724, Candida parapsilosis UFLA YCN448 e Pichia guilliermondii UFLA YCN731) foram
inoculadas separadamente em cafés cereja lavados e não lavados e no controle não houve adição de inóculo. Os cafés
inoculados foram espalhados em bandejas e colocados em um terraço até que os grãos de café atingissem 11% de umidade.
As amostras foram coletadas para avaliação da persistência do inoculo por PCR-DGGE e à composição química por
HPLC e GC-FID. A análise sensorial foi realizada utilizando a técnica de Temporal Dominance of Sensations (TDS). Em
todos os testes as leveduras persistiram até o final da fermentação. Não houve produção de ácido butírico e propiônico
em concentrações que possam comprometer a qualidade final da bebida. Quarenta e oito compostos voláteis foram
identificados, alguns são semelhantes para café verde e café torrado. A classe mais abundante dos compostos foi álcoois
(11-27%), seguido de furano em grãos torrados (~27%) e aldeídos (~13%) em grãos verdes. O café inoculado com
levedura apresentaram sensações de sabores maiores que a do Controle indicando um aumento da qualidade sensorial do
café. O tratamento com C. parapsilosis UFLA YCN448 mostrou taxa dominância mais elevada para a sensação de
caramelo. Em relação aos cafés não-lavados a sensação de aromas não foi agradável se comparado ao café lavado, exceto
quando P. guilliermondii UFLA YCN731 foi inoculada, sugerindo que lavar o fruto do café antes de o processo de
fermentação influenciou positivamente na qualidade do produto final. Um café com sabor especial de caramelo, ervas e
frutas podem ser produzidos utilizando as culturas iniciadoras C. parapsilosis UFLA YCN448 e S. cerevisiae UFLA
YCN727 no café processado pelo método natural.
Palavras-chave: café; fermentação; cultura iniciadora; HPLC; GC-FID.
Agradecimentos: CAPES; CNPq; FAPEMIG
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
108
NON-SACCHAROMYCES PARA MELHORIA DA RIQUEZA SENSORIAL EM
CERVEJAS ESPECIAIS
¹POZIPPE, T. G.; ²PORTUGAL, C. B.; ³POLETO, L. A.; 4BORTOLETTO, A. M. 5ALCARDE, A. R.
1 Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’, Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected]), 2Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’, Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected]),
3Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’, Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected]), 4Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’, Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected]),
5Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’, Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected])
Um dos pontos-chave para a produção de cervejas com características organolépticas destacadas é a levedura utilizada
em processos de fermentação e maturação. Neste sentido, propõe-se a caracterização de leveduras não-Saccharomyces de
diferentes fontes para avaliar o seu potencial para produção de cerveja. Dekkera bruxellensis e Torulaspora delbrueckii
foram caracterizados por: concentrações de açúcar, assimilação de açúcares, pH e etanol em caldo sintético. A
fermentação de mosto Pilsen (16 ° B) foi avaliada. Os ensaios foram realizados por duplicado, e o teor de componentes
voláteis dos produtos fermentados analisados por GC-MS. Os resultados mostraram alta tolerância ao etanol pela D.
bruxellensis, sensibilidade ao estresse osmótico, e dificuldade na assimilação de dissacarídeos. T. delbrueckii tolerou altas
concentrações de açúcar, apresentou menor absorção de maltose, e foi mais sensível ao etanol. Ambas as leveduras
levarama fermentações lentas em mosto, que duraram até 10 dias. Os baixos níveis de acetaldeído (2,6 - 4,78 mg / L) nos
produtos fermentados foram observadas em todos os casos, mas T. delbrueckii conduziu a concentrações mais elevadas
de álcoois superiores (11,48 mg / L) e ácido acético (9, 34 mg / L). De qualquer forma, em ambos os casos, os níveis
desses compostos eram consideravelmente inferiores aos limites de detecção a ser revelado como potenciais componentes
off-flavor. Embora essas leveduras apresentem algumas limitações na condução de fermentações primárias, especialmente
pela sua baixa taxa de crescimento, estes resultados preliminares indicam seu uso potencial para produção de cerveja.
Processos de co-inoculação ou inoculação sequencial com S. cerevisiae são abordagens interessantes para melhorar e
obter riqueza sensorial e requinte em estilos distintos de cerveja.
Key words: microbiology; fermentation; wild yeasts; Dekkera bruxellensi; Torulaspora delbrueckii
Agradecimentos: FAPESP
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
109
O ANTIBIÓTICO ROSEOFLAVINA REGULA A ATIVIDADE DO FMN RIBOSWITCH
DE Escherichia coli, DESATIVANDO A BIOSSÍNTESE DA VITAMINA B2
1PEDROLLI, D. B.; 2LANGER, S.; 2MACK, M.
1Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara, Universidade
Estadual Paulista - Unesp ([email protected]), 2Institut für Technische Mikrobiologie, Fakultät für
Biotechnologie, Hochschule Mannheim ([email protected])
Flavina mononucleotídeo (FMN) riboswitches são elementos genéticos, que em muitas bactérias controlam os genes
responsáveis pela biossíntese e/ou transporte de riboflavina (vitamina B2). Esses elementos modulam a expressão gênica
em resposta à concentração intracelular de FMN. Nesse trabalho, reportamos que o ribB FMN riboswitch de Escherichia
coli controla a expressão do gene essencial ribB. O gene ribB codifica a enzima 3,4-dihidroxi-2-butanona-4-fosfato sintase
(RibB), a qual catalisa uma das reações iniciais da via de biossíntese da riboflavina. A deleção desse elemento genético
leva a desrepressão da produção de riboflavina, elevando em pelo menos 3x a produção dessa vitamina, que nessa
quantidade acaba ultrapassando a barreira da membrana plasmática, sendo detectada no meio de cultura. A partir de
ensaios de transcrição e tradução in vitro, pudemos demonstrar que o ribB FMN riboswitch de E. coli regula a expressão
gênica tanto ao nível transcricional quanto ao nível traducional, diferenciando-se, portanto, dos demais riboswitches
descritos até o momento que atuam em apenas um dos dois níveis. Também usando ensaios de transcrição e tradução in
vitro, determinamos que o FMN riboswitch de E. coli também modula a expressão gênica em resposta a concentração de
roseoflavina mononucleotídeo (RoFMN). RoFMN é a forma fosforilada da roseoflavina encontrada no citoplasma de
células bacterianas sensíveis tratadas com esse antibiótico. Como consequência desse efeito, a célula alvo da roseoflavina
desliga a expressão dos genes responsáveis pela biossíntese da vitamina B2 na presença do antibiótico, mesmo que a
célula não possua o suprimento necessário da vitamina. Portanto, o processo de regulação gênica desencadeado pela
roseoflavina leva a célula à morte devido à deficiência de uma vitamina essencial. O efeito da roseoflavina é ainda
amplificado já que RoFMN é capaz de ligar-se às flavoenzimas celulares através do mesmo sítio usado para a ligação de
FMN, porém não desempenha a função de cofator desse último. Desta forma, além das flavoenzimas, o ribB FMN
riboswitch de E. coli também constitui um alvo para o antibiótico roseoflavina produzido por Streptomyces davawensis.
Palavras-chave: riboswitch, antibiótico, roseoflavina, controle da expressão gênica, Streptomyces davawensis, E. coli.
Agradecimentos: Este trabalho foi financiado pelo programa NANOKAT (FKZ 0316052A) do Ministério Alemão para
Educação e Pesquisa (Bundesministerium für Bildung und Forschung – BMBF).
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
110
OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE CELULASE E XILANASE POR Fusarium sp.
UTILIZANDO-SE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
DIAS, T.1; GOMES1, N.B.; NASCIMENTO, S.E.L.1.; SANTOS, C.C.A.A.1; ALMEIDA, A.F.1
1Fundação Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi, Incubadora de Empresas de Base
Biotecnológica ([email protected]) ([email protected]) ([email protected])
([email protected]) ([email protected])
A utilização de resíduos agroindustriais em aplicações biotecnológicas tem recebido grande atenção, devido ao acúmulo
gradativo destes resíduos pelas indústrias dos setores agroindustrial e alimentícia. Diversos resíduos são utilizados como
substrato para produção de enzimas, por fornecerem uma similaridade com ambientes naturais, no que favorece o
crescimento de microrganismos, além de possuírem baixo valor, tornando assim o processo mais econômico. O objetivo
deste trabalho foi otimizar a produção de celulases e xilanases, sob condições submersas, utilizando o fungo filamentoso
Fusarium sp. LABAP 4.1. Na primeira etapa foi realizada a seleção da fonte de carbono a partir de resíduos
agroindustriais. Dentre as fontes avaliadas, a palha de milho apresentou maiores níveis de produção de FPase (0,087
U.mL-1) e endoglucanase (2,604 U.mL-1). A maior produção de xilanase ocorreu utilizando o sabugo de milho como fonte
de carbono (7,323 U.mL-1 ). A etapa seguinte consistiu na manipulação da composição do meio de cultura, por meio de
um planejamento fatorial. Foram realizados dois delineamentos fatoriais: o Plackett & Burman para seleção das variáveis
independentes e um Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR). As atividades enzimáticas preditas de acordo
com o DCCR foram 0,178 U.mL-1 para FPase e 9,276 U.mL-1 para xilanase e os valores obtidos nos resultados
experimentais de validação foram 0,171 U.mL-1 para FPase e 9,180 U.mL-1 para xilanase, validando o modelo. O melhor
tempo de cultivo para FPase foi de 7 dias (0,223 U.mL-1) e para xilanase de 8 dias (9,26 U.mL-1), sendo observado um
aumento de 155% para FPase e de 42% para xilanase comparado a atividade inicial. O emprego de resíduos agrícolas na
produção de celulases e xilanases além de possibilitar uma importante alternativa de utilização poderão reduzir os custos
de produção dessas enzimas e agregar valor a esses resíduos, sendo que a otimização das etapas é imprescindível para
uma maior produção de enzimas para aplicações futuras na produção de etanol de segunda geração.
Palavras-chave: Celulases; Xilanases; Otimização.
Agradecimentos: Laboratório de Biotecnologia e Análise de Alimentos e Purificação de Produtos (LABAP), da
Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi – TO. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de mestrado para o primeiro autor.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
111
OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE LACASE PRODUZIDA PELO FUNGO DE ORIGEM
MARINHA LAMAI 659
1YOSHIDA, A. M. S.; 2SETTE, L. D.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]),
2UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected])
Fungos marinhos representam um grupo de organismos pouco explorado do ponto de vista ecológico e biotecnológico,
mas com grande vantagem para aplicações em ambientes ou processos salinos. A enzima lacase pertence ao grupo das
oxidades que, por serem pouco específicas ao substrato, podem atuar na degradação de diversos compostos poluentes
ambientais, como corantes têxteis e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs). O presente trabalho teve como
objetivo avaliar diferentes fatores na produção da lacase pelo fungo LAMAI 659 (isolado de sedimento marinho de
Alcatrazes, SP) visando alcançar a otimização do processo de produção desta enzima. Para tanto, foi utilizada a
metodologia do desenho experimental. A quantificação da produção de lacase foi feita por espectrofotometria utilizando
ABTS como substrato. Uma unidade da enzima (U) foi definida como a capacidade de oxidação de 1µmol do substrato
por minuto e expressa em U/L. A etapa de otimização dos parâmetros de cultivo do fungo selecionado foi realizada pela
técnica estatística sequencial de Plackett&Burman (P&B). Na triagem inicial (realizada a partir de 78 isolados de fungos
de origem marinha) o fungo LAMAI 659 apresentou produção de lacase de 68,89 U/L. Os resultados do primeiro P&B,
com 10 variáveis, mostraram que a máxima produção de lacase (82,25 U/L) foi 19% maior do que em meio não otimizado.
Apesar de não se evidenciar efeitos estatisticamente significativos, a análise indicou efeito positivo das seguintes
variáveis: extrato de levedura, pH, farelo de trigo, glicose, temperatura, peptona e extrato de malte. Os fatores que
apresentaram influência negativa foram: CuSO4, salinidade e número de inóculo. No segundo P&B, com 8 variáveis,
observou-se incremento ainda maior nos valores de produção da enzima, que passou de 82,25 U/L para 415,89 U/L,
representando um aumento de 503,7% em relação ao valor em meio não otimizado. Novamente não foi evidenciado
efeitos estatisticamente significativos, entretanto o efeito positivo deu-se pelas seguintes variáveis: temperatura, extrato
de levedura, número de inóculo e farelo de trigo. Em contrapartida, ASW, pH, CuSO4 e glicose apresentaram influência
negativa. Os resultados parciais se mostraram promissores quanto ao potencial deste fungo de origem marinha para a
produção de lacase em condição salina e quanto à técnica de otimização por delineamento experimental.
Palavras-chave: lacase; fungos marinhos; desenho experimental
Agradecimentos: FAPESP e CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
112
PADRÕES DE INACTIVAÇÃO MICROBIANA EM HORTELÃ-PIMENTA
POR RADIAÇÃO GAMA 1GUERREIRO, D.; 2PIMENTA, A.; 3ANTONIO, A. L.; 4FERREIRA, I.C.F.R.; 5SANTOS, P.;
6FALCÃO, A.; 7MARGAÇA, F.; 8CABO VERDE, S.
1Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares - C2TN, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Portugal
([email protected]), 2 Centro de Investigação de Montanha (CIMO), Escola Superior Agrária, Instituto
Politécnico de Bragança, Portugal ([email protected]), 3 Centro de Investigação de Montanha (CIMO), Escola Superior
Agrária, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal ([email protected]), 4Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares -
C2TN, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Portugal ([email protected]), 5Centro de Ciências e
Tecnologias Nucleares - C2TN, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Portugal ([email protected]), 5Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares - C2TN, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Portugal
([email protected]), 6Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares - C2TN, Instituto Superior Técnico,
Universidade de Lisboa, Portugal ([email protected])
As plantas podem ter várias aplicações, especialmente como aditivos alimentares e na promoção da saúde, como
ingredientes em formulações de alimentos funcionais e nutracêuticos. Contudo, um dos maiores problemas associados ao
seu consumo e comercialização é a sua contaminação microbiana. Esta contaminação pode ocorrer ao longo da colheita,
processamento e distribuição. Deste modo, torna-se necessário encontrar uma solução viável para a conservação de
plantas comestíveis ou medicinais e que cumpra as normas de segurança alimentar e farmacêutica. Actualmente, o
processamento de ervas e especiarias por radiação ionizante é aceite como uma tecnologia segura e eficaz na
descontaminação e desinfecção microbiana. Porém, a maioria dos estudos em irradiação de plantas incide nos efeitos da
tecnologia nas propriedades químicas das plantas. O objectivo específico deste trabalho foi estudar os padrões de
inactivação por radiação gama da microbiota de Mentha x piperita (hortelã-pimenta). A metodologia seguida baseou-se
na determinação da carga microbiana (bactérias mesófilas e fungos filamentosos) de amostras secas de hortelã-pimenta
antes e após irradiação a várias doses de radiação gama (1,5 kGy a 10 kGy), recorrendo a métodos convencionais de
cultura. As irradiações foram efectuadas num equipamento de Co-60 a um débito de dose de 1,2 kGy/h. Os resultados
obtidos indicaram uma cinética de inactivação não-linear (côncava) para a população bacteriana das plantas, e uma curva
de sobrevivência linear para a população de fungos filamentosos. A análise da contaminação diferencial das amostras
indicou após irradiação a 10 kGy, um decréscimo de 3 log em relação à carga bacteriana inicial de 5 log UFC/g, e uma
redução de 2 log para a população fúngica inicial de 4 UFC/g. De referir, que não foi detectada a presença de coliformes
totais nas amostras irradiadas a partir dos 1,5 kGy. Resumidamente, as eficiências máximas de inactivação para as
condições do estudo foram de 99,9% para a população bacteriana e de 99% para a população fúngica. Assim, este estudo
sugere a tecnologia de irradiação, como um tratamento promissor e mais amigo do ambiente, pretendendo-se validar a
sua aplicação na descontaminação/desinfecção microbiana de plantas secas com interesse alimentar e medicinal, sobre as
quais este tipo de processamento e seus efeitos não se encontra documentado.
Palavras-chave: inactivação microbiana; irradiação de alimentos; Mentha x piperita.
Agradecimentos: PRODER - Projecto AROMAP e FCT (Portugal) RECI/AAG-TEC/0400/2012 pelo apoio financeiro à
execução do trabalho e à empresa “MaisErvas - Aromáticas e Medicinais” (Portugal), pelo fornecimento das amostras.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
113
PERFIL SENSORIAL DE IOGURTES ELABORADOS COM Lactobacillus acidophilus E
CULTURA LÁCTICA COMERCIAL
1LOPES, A. M.; 2POIATTI, M. L.; 3FARIA, M. A., 1SANTOS, P. C. S., 1AMARAL, V. H. A.,
1PERES, G. S.
1Discentes, UNESP/Dracena ([email protected]), 2Docente, UNESP/ Dracena
([email protected]), 3Bióloga, UNESP/Dracena ([email protected])
Introdução: Por ser altamente nutritivo e estar associado a hábitos saudáveis de vida, o iogurte apresenta excelente
aceitabilidade pelo mercador consumidor. Tal alimento consiste numa fonte de carboidratos, proteínas, vitaminas e
minerais, sendo obtido pela fermentação do leite a partir de culturas protossimbióticas de Streptococcus thermophilus ou
de Lactobacillus bulgaricus. Outra cultura com potencial probiótico que é o Lactobacillus acidophilus, amplamente
utilizada em produtos lácteos. Objetivo: Avaliar sensorialmente iogurtes elaborados com leite integral e baixa
concentração de lactose, com adição de L. acidophilus ou de cultura láctica comercial. Material e Métodos: O trabalho
foi realizado no Laboratório de Tecnologia de Produtos de Origem Animal - UNESP/Dracena. Trinta amostras de
iogurtes, elaborados a partir de leite pasteurizado foram divididas em quatro tratamentos: T1 - Iogurte integral; T2 -
Iogurte integral + L. acidophilus (LA-5 Chr Hansen®); T3 - Iogurte baixa lactose + cultura láctica comercial (MO 032
Sacco®); e T4 - Iogurte baixa lactose. A avaliação sensorial foi realizada por 52 avaliadores não treinados (alunos,
professores, e servidores) três dias após a fabricação, em que as amostras foram apresentadas em copos descartáveis de
200 mL com ou sem saborizante de morango. Os tratamentos foram avaliados conforme atributos (aparência, aroma,
textura, viscosidade, cor e sabor), e pontuações (ótimo, bom, regular e ruim). Resultados: Os atributos, aroma (bom em
57,14% para T2 e em 62,86% para T4) e sabor (bom em 40% para T3 e em 48,57% para T4) obtiveram os melhores
resultados para os iogurtes com saborizante de morango. Para o atributo sabor, os tratamentos T1 e T2 com sabor morango
obtiveram pontuação, respectivamente, de 34,29% ruim e de 45,71% regular. Nos tratamentos T3 e T4, os atributos
aparência e cor obtiveram pontuação ótima, sendo os que mais agradaram os avaliadores. Apesar do L. acidophilus ter
conferido maior aroma ao produto, 14,29% dos avaliadores pontuaram o tratamento T2 como ruim devido a maior acidez.
Conclusão: Os melhores resultados da avaliação sensorial foram proporcionados pela adição de cultura láctica comercial
e de baixo teor de lactose.
Palavras-chave: avaliação sensorial; iogurte; cultura láctica; Lactobacillus acidophilus.
Agradecimentos: À Pró-reitoria de Extensão Universitária pela bolsa concedida.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
114
POTENCIAL METABÓLICO DE Xylariasp. ISOLADO DE Anthuriumalcatrazense
1CASAGRANDE, I. B.;2PIMPINATO, H. A. S.; 3SARTORI, S. B.; 4LIRA, S. P.
1Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"-USP ([email protected]), 2 Escola Superior de
Agricultura "Luiz de Queiroz"-USP ([email protected]),3Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"-USP
([email protected]), 4Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"-USP ([email protected])
Fungos endofíticos são aqueles que habitam o tecido interno das plantas por pelo menos uma parte de sua vida, sendo
considerados como fonte promissora para produzir metabólitos secundários com diversas atividades biológicas. Estes
endófitos, como os fungos do gênero Xylaria são conhecidos por produzirem uma variedade de compostos com muitas
aplicações, evidenciando a potencialidade destes fungos na produção de substâncias bioativas. Dentre estas, o interesse
no emprego de compostos produzidos por micro-organismos em práticas agrícolas de combate à fitopatógenos, sendo
considerados potenciais substitutos para os produtos agroquímicos tradicionais. Sendo assim, o presente trabalho visou o
estudo químico e biológico de metabólitos secundários produzido pelo fungo endofítico do gênero Xylaria isolado da
planta endêmica Anthurium alcatrazense, da ilha de Alcatrazes. Para tanto, o fungo endofítico foi cultivado (malte 2%) e
seu extrato bruto foi particionado com o solvente acetato de etila (AcOEt). A fração AcOEt foi submetida a ensaios de
atividade biológica visando a inibição do crescimento micelial contra 5 fitopatógenos: Colletrotrichum gloeosporioides,
Colletotrichum lindemuthianum, Fusarium oxysporium, Phomopsis sojae e Moniliophtora perniciosa. A porcentagem de
inibição foi calculada utilizando o programa Image Processing and Analysis in Java (ImageJ) e em comparação com o
controle. A fração analisada apresentou atividade contra todos os patógenos analisados, sendo a maior porcentagem de
inibição para C. gloeosporioides (44%) e com menores valores para C. lindemuthianum (26,9%), M. perniciosa (22,8%),
F. oxysporium (20,8%) e P. sojae (18,7%). A fração AcOEt do endófito Xylaria sp. demonstra atividade antifúngica
promissora à diferentes fitopatógenos, podendo conter compostos bioativos inéditos e/ou de interesse biotecnológico no
controle de doenças de importância agrícola. A fração ativa será submetida a etapas cromatográficas, monitorada por
ensaio biológico e os compostos isolados serão caracterizados por técnicas espectroscópicas. Até o presente momento
não existem estudos sobre fungos endofíticos de plantas da Ilha de Alcatrazes, e espera-se contribuir no conhecimento
com a descoberta de novos compostos bioativos de interesse agronômico.
Palavras-chave:Bioatividade; Fitopatógenos; Fungos endofíticos; Xylaria sp.
Agradecimentos: CNPq (processo 142160/2012); FAPESP (processo 2013/50228-8); Programa Ensinar com Pesquisa
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
115
POTENCIALIDADE DE LINHAGENS DE SACCHAROMYCES CEREVISIAE OBTIDAS
POR CRUZAMENTO MASSAL E EVOLUÇÃO ADAPTATIVA PARA PRODUÇÃO DE
ETANOL DE SEGUNDA GERAÇÃO.
1SILVELLO, C.; 2VARIZE, C.S.; 3DELBAJE, E.; 4CHRISTOFOLETI-FURLAN, R.M.;
5FLORENCIO JR.O.; 6MIRANDA, E.S.; 7BASSO, L.C.
1ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 2ESALQ/USP - Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 3ESALQ/USP - Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 4ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” ([email protected]), 5ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” ([email protected]), 6ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” ([email protected]), 7ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” ([email protected])
O etanol de segunda geração representa uma alternativa promissora para mitigação dos problemas ambientais e
energéticos no mundo. O bagaço de cana é um subproduto produzido nas unidades produtoras de etanol a partir de mostos
de caldo e melaço de cana (1G), podendo ser hidrolisado por via físico-química ou enzimática, gerando açúcares que
podem ser convertidos a etanol (2G). Porém, devido aos inibidores gerados no pré-tratamento e hidrólise, é desejável que
novas linhagens de leveduras com maior tolerância sejam obtidas. O presente trabalho objetivou obter híbridos a partir
de cruzamento massal e evolução adaptativa e selecionar leveduras com maior tolerância ao hidrolisado, utilizando
linhagens industriais (S. cerevisiae) BG-1 e SA-1. As mesmas foram esporuladas em meio sólido (rafinose 1%, acetato
de potássio, pH 6,8) e os esporos foram isolados pela técnica de micromanipulação. Os haplóides gerados, juntamente
com outros previamente obtidos de CAT-1, PE-2 e SA-1, totalizaram 604 haplóides, os quais foram misturados em meio
YEPD gerando cruzamentos (BGxSA, CATxBG, CATxSA, PExSA, PExBG, CATxPE e CATxPExBGxSA), resultando
em 7 diferentes populações. Os híbridos foram submetidos à evolução adaptativa (50 gerações), utilizando meio seletivo
de melaço e hidrolisado (14% ART, 2,5g/L de ácido acético, 1,5 g/L de furfural, 0,5 g/L de HMF, pH 4,7) com teores
crescentes de etanol (5 a 8% v/v). Isolaram-se, por micromanipulação, 27 diplóides de cada cruzamento, totalizando 189,
que foram reativados em YEPD. Então, 10μl de cada amostra foram inoculadas em 90μL do mesmo meio seletivo em
poço de microplaca, a qual foi incubada em um leitor Tecan GENions (30°C, agitações por 10min a cada 1h50min). O
crescimento foi medido por densidade óptica (DO570, a cada 2h, dentro de 24h). Foram selecionados 6 isolados de cada
um dos cruzamentos totalizando 42. Tais isolados foram sujeitos a fermentações com 3 ciclos (30°C, mesmo meio
seletivo). A condição estressante das fermentações reduziu a viabilidade celular das linhagens parentais, enquanto que os
híbridos D10, F4, F23, G2, G4 e G8 selecionados apresentaram tolerância notável. O cruzamento massal seguido de
evolução adaptativa permitiu a obtenção de híbridos com um perfil de maior tolerância aos inibidores do meio. Esses
híbridos serão avaliados em fermentações com reciclo de células em substrato contendo melaço e hidrolisado.
Palavras-chave: Saccharomyces cerevisiae; cruzamento massal; evolução adaptativa; híbridos; hidrolisado de bagaço.
Agradecimentos: CNPq, CTC.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
116
PROCESSO DE FERMENTAÇÃO DE CAFÉ (Coffea arabica) PELA VIA SEMI-SECA
UTILIZANDO CULTURAS INICIADORAS
1VITÓRIO, A. C.; 2MARTINS, P. M. M.; 3RIBEIRO, L. S.; 4EVANGELISTA, S. R.; 5MIGUEL,
M. G. C. P.; 6SCHWAN, R.F.
1UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UFLA – Universidade Federal de Lavras
([email protected]), 3UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 4 UFLA- Universidade
Federal de Lavras ([email protected]), 5UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 6UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected])
O café é uma das bebidas não alcoólicas mais populares e apreciados em todo mundo. Durante o processamento do café,
uma grande diversidade microbiana está presente. Leveduras, fungos filamentosos e bactérias Gram-negativas e Gram-
positivas estão presentes em grande número durante as diferentes fases de fermentação. O uso de culturas iniciadoras
melhora a qualidade de alimentos fermentados por monitoramento da fermentação e proporcionando uma melhor
previsibilidade do produto final. O objetivo deste estudo foi avaliar a utilização de leveduras como culturas iniciadoras
em processamento de café semi-seco. O café foi inoculado com as seguintes culturas: Saccharomyces cerevisiae UFLA
YCN727, S. cerevisiae UFLA YCN724, Candida parapsilosis UFLA YCN448 e Pichia guilliermondii UFLA YCN731.
O controle não foi inoculado com nenhuma cultura. Eletroforese em gel de gradiente desnaturante (DGGE) foi usada para
avaliar a população microbiana, ácidos orgânicos e compostos voláteis quantificados por HPLC e GC/HS-SPME,
respectivamente. Análise sensorial foi realizada usando a técnica de Temporal Dominance of Sensations (TDS). O DGGE
mostrou que as leveduras que foram inoculadas estavam presentes ao longo da fermentação. Além disso, outras espécies
de leveduras foram detectadas incluindo Debaryomyces hansenii, Cystofilobasidium ferigula e Trichosporon cavernicola.
A população bacteriana foi diversificada e foi composto pelos seguintes gêneros: Weissella, Leuconostoc, Gluconobacter,
Pseudomonas, Pantoea, Erwinia e Klebsiella. Ácidos propiônico e butírico não foram detectados em nenhum tratamento
e um total de 47 diferentes compostos voláteis foram identificados. O café inoculado com levedura teve um sabor
caramelo e isto não foi detectado no controle, avaliado pelo TDS. A utilização de culturas iniciadoras no café durante a
fermentação é uma alternativa interessante para obtenção de uma bebida de qualidade com sabor característico.
Palavras-chave: café; fermentação; cultura iniciadora; DGGE.
Agradecimentos: CAPES; CNPq; FAPEMIG
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
117
PRODUÇÃO DE AMILASES POR UMA LINHAGEM DE Aspergillus niger
EMPREGANDO-SE A CASCA DE BATATA DOCE COMO SUBSTRATO
ALTERNATIVO
1PEREIRA, C. R.;2RESENDE, J. T. V.; 3MARTINS, M. D.; 4LIMA, V. A.; 5KNOB, A.
1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 2UNICENTRO- Universidade
Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 3UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste
([email protected]), 4UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná ([email protected]), 5UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected])
As amilases constituem um dos principais grupos de enzimas industriais devido a seu amplo espectro de aplicações
biotecnológicas. Elas podem ser obtidas a partir de fontes microbianas, sendo possível a obtenção de altos rendimentos
por meio da utilização de processos de fermentação submersa e de estado sólido. No entanto, sua produção é
frequentemente limitada devido aos custos dos substratos utilizados para o cultivo dos microrganismos. Nesse sentido, o
aproveitamento de subprodutos da agroindústria para a produção de enzimas é particularmente interessante, pois além de
diminuir os custos de produção destas enzimas, pode reduzir os impactos que esses subprodutos podem causar ao
ambiente. No presente estudo, a produção de amilases em casca de batata doce por uma linhagem de Aspergillus niger
foi avaliada, empregando-se o Delineamento Central Composto Rotacional (DCCR) aplicável a Metodologia de
Superfície de Resposta (MSR). Para tal, o fungo foi cultivado em meio líquido de Vogel, em presença da casca de batata
doce em concentrações distintas, de acordo com o DCCR. Após incubação por períodos de tempo também estabelecidos
pelo DCCR, as culturas foram filtradas a vácuo, sendo o filtrado obtido utilizado como fonte de enzimas extracelulares.
A determinação da atividade amilásica foi realizada por meio da quantificação de açúcares redutores liberados a partir de
uma solução de amido 1%, em pH 4,5, a 50 °C. Os fatores avaliados por meio do planejamento experimental foram o
tempo de crescimento, o pH de cultivo e a concentração do substrato. Os termos lineares das variáveis independentes de
concentração do substrato e pH de cultivo foram significativos para a produção de amilases, enquanto que em relação aos
termos quadráticos, todas as variáveis foram significativas. Contrariamente, nenhuma das interações entre os termos
influenciaram significativamente os níveis de amilases produzidos. A maior produção de amilases foi obtida quando a
concentração do substrato foi de 2,0%, o tempo de cultivo foi de 6,5 dias e o pH de cultivo ajustado para 6,0,
correspondendo a 211,14 U mL-1. Por meio dos resultados obtidos, evidencia-se o potencial de A. niger em produzir
amilases utilizando a casca de batata doce como substrato, um subproduto agrícola disponível a baixo custo.
Palavras-chave: Enzimas amilolíticas;Metodologia de superfície de resposta;Otimização.
Agradecimentos: CNPq, CAPES.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
118
PRODUÇÃO DE BIOETANOL A PARTIR DE MELAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR POR
BACTÉRIAS IMOBILIZADAS
1MORO, M. R.; 2FIGUEIRA, A. C.; 3GARCIA-CRUZ, C. H.
1Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas – IBILCE/UNESP – campus São José do Rio Preto
([email protected]), 2Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas – IBILCE/UNESP – campus São José
do Rio Preto ([email protected]), 3Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas – IBILCE/UNESP – campus
São José do Rio Preto ([email protected])
Diversos subprodutos e matérias primas da indústria de alimentos e agroindústria têm sido empregados para o crescimento
de micro-organismos devido à alta disponibilidade e baixo custo. No Brasil são produzidas milhões de toneladas de
melaço de cana-de-açúcar por ano durante a fabricação do açúcar. Vários autores estudaram o efeito da adição de melaço
de cana-de-açúcar em meios de cultivo para produção de etanol, com linhagens de Zymomonas mobilis, uma bactéria
Gram-negativa que quando cultivada em meio complexo, pode converter 98% da glicose presente em etanol, CO2, levana
e outros compostos orgânicos. Por outro lado, o alginato é um dos suportes mais utilizados na técnica de imobilização, e
a sua mistura com o álcool polivinílico (PVA) e o gotejamento em solução de cloreto de sódio formam esferas capazes
de englobar células bacterianas e, desta forma, suportar condições adversas e aumentar o rendimento. Assim, células de
Zymomonas mobilis CCT 4494 foram adicionadas à uma solução de alginato 1% e PVA 7%, e gotejadas com uma seringa
em uma solução de CaCl2 3%, formando esferas. Em cada Erlenmeyer com meio sintético composto de 5 g de extrato de
levedura, 1g KH2PO4, 1 g (NH4)2SO4, 1 g MgSO4.7H2O, com pH inicial 5,5 e com melaço de cana-de-açúcar 60º brix,
foram adicionadas 2 gramas de esferas. A fermentação foi realizada em shaker com temperatura fixa de 25 °C, sem
agitação, durante 12 horas, e após este período as células foram recicladas e amostras retiradas a cada 4 horas até completar
24 horas de fermentação. A produção de bioetanol foi avaliada por cromatografia gasosa e obteve-se a produção máxima
de 2,5 g/L de bioetanol após 20 horas. O reciclo celular possibilitou a produção de bioetanol maior que trabalhos
realizados com células livres relatados por outros autores, assim, a imobilização celular é uma técnica eficiente e que traz
economia ao processo fermentativo, agregada ao substrato de baixo custo.
Palavras-chave: bioetanol; imobilização celular; reuso; melaço.
Agradecimentos: CAPES
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
119
PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE Debaromyces hansenii EM FERMENTAÇÃO SUBMERSA
UTILIZANDO MEIO SINTÉTICO E MEIO NATURAL
1DIAS, M.; 1MELO, M. M.; COIMBRA, J. M.1; 1SILVA, C. F.
1Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 1Universidade Federal de Lavras
([email protected]) ,1Universidade Federal de Lavras ([email protected])
A indústria cafeeira no Brasil gera aproximadamente 3 milhões de toneladas de subprodutos como a casca e polpa de
café. Os resíduos agroindustriais são uma fonte de carboidratos e nutrientes que podem ser utilizados em processos de
fermentação, além de serem considerados recursos renováveis e baratos. A biomassa microbiana é uma rica fonte de
proteína e pode ser utilizada como suplemento na alimentação humana e animal. O trabalho teve como objetivo comparar
a produção de biomassa da levedura Debaromyces hansenii CCMA 0156 em meio sintético e em meio natural contendo
extrato de casca de café. As amostras de casca de café foram coletadas em uma fazenda do município de Lavras – MG,
pré-secas a 65 °C, por 72 h e moídas em moinho tipo Willey, com peneira de malha de 1,0 mm. O extrato de casca de
café foi preparado com 5% de casca em água destilada, autoclavado por 30 min. e filtrado. O cultivo da levedura foi
realizado em duplicata com Erlenmeyers de 250 mL contendo 150 mL de meio natural (extrato de casca de café) e meio
sintético YW (g/L) (3.0 extrato de levedura, 3.0 extrato de malte, 5.0 peptona e 10.0 glicose). Os frascos foram inoculados
com 7 log ufc/mL da levedura Debaromyces hansenii CCMA 0156 e incubados a 30 °C, 180 rpm por 7 dias. Amostras
foram retiradas a cada 48 h para monitorar o pH do meio e avaliar o crescimento através de contagem em câmara de
Neubauer. Ao final do cultivo, as células foram centrifugadas 9.000 x g, 4 °C por 10 min e a biomassa foi quantificada
através de secagem em estufa a 65 °C por 72 h. O crescimento da levedura no meio YW foi maior do que no meio natural,
8.16 e 7.96 log ufc/mL, respectivamente. Além disso, a biomassa obtida no meio YW também foi maior (2.23g) em
relação à produzida no meio natural (1.96g). Inicialmente o pH do meio com extrato da casca de café foi mais baixo do
que no meio sintético, devido a acidez da casca. No entanto ao final dos 7 dias de cultivo, os pHs de ambos os meios
foram 7.7 e 7.6, para YW e extrato de casca, respectivamente. Embora a maior produção de biomassa tenha sido em meio
sintético, a produção no meio natural foi próxima. Desta forma, a utilização de substratos naturais como a casca de café
se torna uma alternativa viável e econômica para obtenção de produtos microbianos de interesse industrial, como a
biomassa.
Palavras-chave: Levedura; Biomassa; Casca de café;
Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES e CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
120
PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTE EM BIORREATOR POR Pseudomonas aeruginosa
LBI 2AI A PARTIR DE GLICEROL DE BIODIESEL
1BALIEIRO, G. O. T; 2LOVAGLIO, R. B.; 3CONTIERO, J.
1UNESP-Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” ([email protected]), 2 UNESP-Universidade
Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” ([email protected]), 3UNESP-Universidade Estadual Paulista “Júlio
Mesquita Filho” ([email protected])
O uso do biodiesel em substituição aos combustíveis fósseis vem aumentando nos últimos anos. Tendo em vista que a
cada tonelada de biodiesel são gerados 100 kg de glicerol, há preocupação acerca do destino deste subproduto. Uma
solução a esta problemática é a utilização do glicerol como fonte de carbono na produção de biossurfactantes. Dentre as
vantagens destes compostos em relação aos surfactantes sintéticos estão a baixa toxicidade, a alta biodegradabilidade e a
produção a partir de substratos renováveis. O intuito do presente trabalho foi comparar a produção de ramnolipídios
produzidos em frascos e em biorreator no cultivo de Pseudomonas aeruginosa LBI 2AI, ao utilizar glicerol de Biodiesel
como fonte de carbono. Os experimentos em frascos Erlenmeyer de 1L contendo 300 mL de meio de cultura foram
conduzidos em mesa agitadora durante 120 horas à 37°C e 200 rpm. O cultivo em biorreator de 13L com 4L de meio de
cultura foi realizado em 160 horas à 37°C variando a agitação entre 300-900 rpm de maneira a manter a pO2 em 5%. A
quantificação de ramnolipídios foi feita em HPLC. Os resultados mostraram que a partir de 72 horas de cultivo, o
experimento em biorreator destacou-se com um aumento expressivo na produção do biossurfactante, atingindo em 115
horas uma concentração mais que 3 vezes superior à máxima alcançada em frasco. Obteve-se um aumento na concentração
de ramnolipídios de aproximadamente 400%. O uso desta fonte de carbono pode contribuir para reduzir o custo de
produção de ramnolipídios, agregar valor ao resíduo e consequentemente reduzir a poluição ambiental.
Palavras-chave: Glicerol; Ramnolipídios; Pseudomonas aeruginosa.
Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
121
PRODUÇÃO DE D-LACTATO POR Escherichia coli UTILIZANDO GLICEROL
COMO FONTE DE CARBONO.
1SATO, K. U., 1NETO, P. M. A. N., 1COELHO, L. F. C., 1JCONTIERO, J.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 1UNESP -
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]) , 1UNESP - Universidade
Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 1UNESP - Universidade Estadual Paulista
"Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]) .
A produção de ácido láctico, até então direcionada às indústrias farmacêuticas e alimentícias, apresenta grande potencial
à produção de plástico biodegradável. O ácido láctico ocorre na forma dextrógira (D) e levógira (L). Quando sintetizado
quimicamente, resulta em uma mistura racêmica. A pureza dos enantiômeros é crucial para as propriedades físicas,
cristalinidade e para o controle da taxa de biodegradabilidade do polilactato. A obtenção de enantiômeros opticamente
puros pode ser garantida com a produção biológica. A rentabilidade de sua produção em escala industrial em relação ao
plástico derivado do petróleo depende do custo da fonte de carbono utilizada para o crescimento da biomassa, sendo o
glicerol um substrato barato e saindo como subproduto da geração de biodiesel e bioetanol. A lactato desidrogenase é a
enzima chave para a produção de D-lactato, presente no genoma de Lactobacillus delbrueckii, que pode garantir uma
produção de cerca de 90% de pureza do D-lactato. Portanto, o gene D-ldha de L. delbrieckii foi clonado e expressado em
Escherichia coli. Para uma rápida conversão de glicerol a piruvato, necessária para produção de D-lactato, outro
plasmídeo foi criado e inserido em E. coli. Este plasmídeo contém genes do regulon dha de Klebsiella pneumoniae por
ser um micro-organismo que sintetiza lactato como subproduto da fermentação de glicerol. Para tal, utilizamos a técnica
de Gibson Assembly, que proporciona a união de vários genes em um mesmo plamídeo, seguido de transformações por
eletroporação em E. coli e futuras fermentações com meio mínimo M9. As transformações do gene D-ldha e do regulon
dha em E. coli DH10B foram eficazes, bem como a transformação de D-ldha em E. coli SZ63, que contém genes deletados
para a total conversão do piruvato em D-lactato. As fermentações mostraram uma produtividade de 1,43 g/L.h em E. coli
SZ63+D-ldhA, 1,32 g/L.h em E. coli SZ63 e 0,55 g/L.h em DH10B+D-ldhA sem a indução por IPTG, mostrando apenas
o vazamento da expressão do gene inserido. Posteriormente faremos a transformação do regulon dha em E. coli SZ63
para a utilização de glicerol e comparação de produtividade de D-lactato com as demais cepas com indução por IPTG.
Por hora, podemos concluir que a inserção do gene D-ldha na estirpe SZ63 leva a um aumento considerável da
produtividade de D-lactato.
Palavras-chave: engenharia metabólica; biologia sintética; uso de resíduo.
Agradecimentos: FAPESP.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
122
PRODUÇÃO DE LIPASES POR Fusarium oxysporum EMPREGANDO-SE A CASCA DE
BUTIÁ COMO SUBSTRATO
1IZIDORO, S. C.; 2PROLO, T.; 3WOUK, T.; 4LIMA, V. A.; 5KNOB, A.
1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 2UNICENTRO- Universidade
Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 3UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste
([email protected]), 4UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná ([email protected]), 5UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected])
Lipases apresentam inúmeras aplicações biotecnológicas pois oferecem elevada capacidade catalítica, são altamente
estáveis, apresentam reversibilidade de seu modo de ação. Assim, o aumento da produtividade em processos fermentativos
é interessante. Objetivou-se nesta pesquisa, elevar os níveis de produção lipásica por uma linhagem de Fusarium
oxysporum isolada de óleo contaminado. Inicialmente, resíduos agroindustriais foram avaliados como substratos
indutores, em seguida, o efeito da concentração do substrato, do pH e do tempo de cultivo sobre a produção foi avaliado,
empregando-se o Delineamento Central Composto Rotacional (DCCR) aplicável a Metodologia de Superfície de
Resposta (MSR). F. oxysporum foi cultivado em meio líquido de Vogel, em presença da casca de butiá em concentrações
distintas. Após incubação por períodos de tempo estabelecidos, as culturas foram filtradas a vácuo e o filtrado obtido
utilizado como fonte de lipases. A atividade foi determinada na incubação do filtrado bruto e do substrato p-nitrofenil
palmitato em pH 7,0, a 37 °C., a reação foi paralisada com solução saturada de tetraborato de sódio e o p-nitrofenol
liberado mensurado em espectrofotômetro a 405 nm. A casca de butiá foi o melhor substrato indutor (17,45 U mL -1).
Após a otimização, as melhores condições para a produção de lipases por F. oxysporum foram 2,9% de casca de butiá,
pH de cultivo 4,2 e tempo de cultivo de 4,4 dias, obtendo-se 35,82 U mL-1. Os termos lineares das variáveis independentes
pH de cultivo e concentração do substrato foram significativos assim como para os termos quadráticos, pH e tempo de
cultivo, demonstrando a influência destes fatores na produção enzimática.
Palavras-chave: Enzimas lipolíticas; Metodologia de superfície de resposta; Substrato alternativo.
Agradecimentos: CNPq, CAPES.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
123
PRODUÇÃO DE PROTEASE Mucor circinelloides UCP 050 EM MEIO CONTENDO
GLICEROL RESIDUAL
1SANTANA, K.V.; 2MAHNKE, L. C.; 3FREITAS, J. H. E. S.; 4ESTEVAM ALVES, M. H. M.;
1SILVA, G.; 1MORORÓ, M. C. C.; 1NASCIMENTO, A. E.; 1CAMPOS-TAKAKI, G.M.
1Núcleo de Pesquisas em Ciências Ambientais e Biotecnologia ([email protected]; [email protected];
[email protected])1, 2Universidade Federal de Pernambuco – Centro de Ciências Biológicas
([email protected]), 3Universidade Federal de Pernambuco – Departamento de Bioquímica
([email protected]), 4Universidade Federal de Pernambuco – Laboratório de Imunopatologia Keizo
Asami ([email protected])
Como resultado da crescente demanda do biodiesel surge o glicerol/glicerina, co-produto que atinge um volume que não
é completamente absorvido pelo mercado convencional, resultando em seu acúmulo. Aplicações biotecnológicas
permitem a valorização do co-produto para a obtenção de metabólitos com valor agregado, por exemplo, 1,3-propanodiol,
etanol, ácidos orgânicos, biossufactantes, carotenóides e butanol e lipídeos, demonstrando que a fermentação do glicerol
resulta na síntese de compostos com relevância comercial. O estudo do comportamento fisiológico de microorganismos
em resposta a exposição ao glicerol residual do biodiesel é de extrema importância para a compreensão dos processos de
produção. Assim, neste estudo, a produção da enzima protease foi avaliada em Mucor circinelloides, um zigomicete com
vasta aplicação industrial, em cultivo contendo 2%, 4% e 8% de glicerol residual. Como controles, foram utilizados
glicerol comercial e glicose. Atividades 20,4 U/mg, 23,8 U/mg e 26,8 U/mg foram determinadas para as concentrações
de 2%, 4% e 8% no período de 96 horas de cultivo. Para as células cultivas em glicose e glicerol comercial valores
correspondentes a 13,7 U/mg, 15,3 U/mg, 16,9 U/mg, 17,4 U/mg, 18,6 U/mg e 19,2 U/mg foram obtidas para glicose e
glicerol comercial nas concentrações de 2%, 4% e 8%, respectivamente. Além disso, a atividade da enzima aumenta em
função da fase de crescimento. A introdução do resíduo no meio de cultivo de Mucor circinelloides pode ser considerada
uma alternativa viável para sua redução e aponta seu potencial na produção de proteases.
Palavras-chave: Mucor circinelloides, glicerol, protease.
Agradecimentos: FACEPE, CNPq, CAPES, Unicap.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
124
PRODUÇÃO DE PROTEASES ALCALINAS POR UMA LINHAGEM DE Fusarium
oxysporum EMPREGANDO SUBSTRATO ALTERNATIVO
1PROLO, T.; 2IZIDORO, S. C.; 3LIMA, V. A.; 4KNOB, A.
1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 2UNICENTRO- Universidade
Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 3UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná
([email protected]), 4UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected])
As enzimas proteolíticas correspondem a 60% do mercado mundial de enzimas, devido a sua ampla aplicabilidade nos
diversos setores industriais. Dentre as vantagens apresentadas por proteases obtidas a partir de fontes microbiológicas
podem ser citados os maiores níveis de produção, menor custo de obtenção, além de menor impacto no ambiente quando
comparadas às enzimas obtidas de fontes animais ou vegetais. O presente estudo objetivou elevar os níveis de proteases
alcalinas produzidas por uma linhagem de Fusarium oxysporum, isolada a partir de óleo contaminado, utilizando um
substrato alternativo rico em queratina como substrato e o Delineamento Central Composto Rotacional (DCCR) aplicável
à Metodologia de Superfície de Resposta (MSR). Para tal, o fungo foi cultivado em meio líquido de Vogel, em presença
do substrato em diferentes concentrações, de acordo com o DCCR. Após incubação por períodos de tempo também
estabelecidos pelo DCCR, as culturas foram filtradas a vácuo, sendo o filtrado obtido utilizado como fonte de enzimas
extracelulares. A fim de determinar a atividade proteásica, o filtrado bruto apropriadamente diluído foi incubado em
presença de uma solução de caseína 2%, pH 9,0, a 37 °C. Após períodos pré-estabelecidos, a reação foi paralisada pela
adição de uma solução de ácido tricloroácetico (10%). Uma unidade de enzima (U) foi definida como a quantidade de
enzima capaz de propiciar um aumento de 0,1 na absorbância a 280 nm, por mL, por hora. Os termos das variáveis
independentes avaliadas incluíram o pH de cultivo, o tempo de crescimento do fungo e a concentração do substrato. Em
relação aos termos lineares, todas as variáveis foram significativas, bem como as interações entre elas. Dentre os termos
quadráticos, apenas o tempo de cultivo não exerceu efeito sobre a produção dessas enzimas. As melhores condições de
cultivo estabelecidas para a produção de proteases alcalinas pela linhagem de F. oxysporum foram pH de cultivo 6,0,
concentração de substrato 5%, e tempo de cultivo de 6,5 dias. Após a otimização empregando-se as ferramentas
estatísticas, a produção observada foi 14,85 vezes superior à produção inicial, correspondendo a 51,84 U/mL. Por meio
dos resultados obtidos, evidencia-se o potencial de produção de proteases alcalinas por F. oxysporum, utilizando-se um
substrato alternativo rico em queratina como única fonte de carbono e nitrogênio.
Palavras-chave: Enzimas proteolíticas; Metodologia de superfície de resposta; Delineamento Central Composto
Rotacional.
Agradecimentos: CNPq, CAPES.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
125
PRODUÇÃO DE XILANASE E β-XILOSIDASE POR Fusarium sp. EM CULTIVOS EM
SUBSTRATOS SÓLIDOS
TENÓRIO, H.G.T.; SANTOS, C.M.; BATISTA, R.D.; TEIXEIRA, T.S.; ALMEIDA, A.F.1*
1Fundação Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi, Incubadora de Empresas de Base
Biotecnológica ([email protected]), ([email protected]), ([email protected]), ([email protected]), ([email protected])1*
A hemicelulose é o segundo maior componente da parede vegetal depois da celulose. Ela compreende um grupo de
polissacarídeos heterogêneos constituído essencialmente por uma grande fração de xilano com esqueleto linear de β(1-4)
D-xilose, o qual é parcialmente acetilado e substituído em diferentes graus por uma variedade de cadeias laterais,
principalmente α-D-glicopiranosil, α-L-arabinoses. O objetivo deste trabalho foi produzir xilanase e β-xilosidase por
Fusarium sp. LABAP 4.1 utilizando substratos agroindustriais em sistema de cultivo em substrato sólido. Os cultivos
foram realizados em sacos de polipropileno (12 x 20 cm). Para isso cada um dos cinco substratos escolhidos para o
experimento (palha de milho, casca de mandioca, coroa de abacaxi, casca de cevada e tegumento de soja) foi seco, moído
e peneirado, obtendo-se partículas com diâmetro variando entre 1 e 2 mm. Então 5 g foram colocadas em saco de
polipropileno, e depois 4 ml de solução nutriente, meio de Vogel, foi adicionada, os sacos foram então autoclavados e
depois inoculados com 1 ml de suspensão de esporos na mesma solução nutriente (1,0 x 107 esporos/ml). Os cultivos
foram mantidos a 30°C por 6 dias, e a cada 48 h foi retirada uma série de cada substrato para obtenção do extrato
enzimático. A maior produção de xilanase foi verificada com tegumento de soja (127,50 U/gss) seguido de palha de milho
(94,32 U/gss) e bagaço de cevada (87,68 U/gss). As maiores produções de e β-xilosidase foi verificada com bagaço de
cevada (40,30 U/gss) e palha de milho (39,62 U/gss). A partir desses dados será possível formular meios de cultura com
diferentes concentrações de cada substrato para a obtenção de enzimas com baixo custo operacional.
Palavras-chave: Xilanases; β-xilosidase; Resíduos agroindustriais.
Agradecimentos: Laboratório de Biotecnologia e Análise de Alimentos e Purificação de Produtos (LABAP), da
Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi – TO.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
126
PRODUÇÃO DE α-L-ARABINOFURANOSIDASE POR Aspergillus sp.
EM RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS
1TERRONE, C. C.; 2NASCIMENTO, J. M. F.; 3TERRASAN, C. R. F.;
4ALMEIDA, A. F.; 5CARMONA, E. C.
1Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro([email protected]); 2Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro ([email protected]); 3Universidade Estadual Paulista–
UNESP – Rio Claro ([email protected]); 4Universidade Federal do Tocantins – UFT – Gurupi
([email protected]); 5Universidade Estadual Paulista– UNESP – Rio Claro ([email protected]).
α-L-arabinofuranosidase é uma enzima que atua na degradação do material vegetal pela hidrólise de resíduos L-
arabinofuranosil presentes nas hemiceluloses, especialmente nas paredes celulares de plantas. Esta enzima, combinada
com outras enzimas do complexo xilanolítico, apresenta potencial na degradação/sacarificação de resíduos
agroindustriais. Além disso, esta enzima pode também ser aplicada em outros bioprocessos como branqueamento da polpa
de papel, síntese de xilooligossacarídeos, produção de bioetanol e clarificação de vinhos e sucos de frutas. A fonte de
carbono é o principal fator que influencia a produção enzimática por micro-organismos. Fontes naturais que contém vários
componentes polissacarídicos podem induzir a produção de enzimas específicas para nutrição e crescimento do
organismo. Um isolado de Aspergillus sp. foi obtido de uma lagoa salina e alcalina do Pantanal Mato-grossense na região
da Nhecolândia sendo previamente avaliada quanto a degradação de substratos hemicelulolíticos. Os resultados dos testes
prévios indicaram que o isolado produz enzimas do complexo xilanolítico quando cultivada em carboidratos puros,
resíduos e subprodutos agrícolas e agroindustriais. O objetivo deste trabalho foi determinar a influência de diversas fontes
de carbono sobre a produção de α-arabinofuranosidase por Aspergillus sp.. Para isto foram realizados cultivos por 7 dias
em meio líquido de Vogel suplementado com arabinose, Avicel, CMC, glicose, lactose, pectina de maçã, sacarose, xilano,
xilose, e em resíduos agroindustriais como bagaço de cana-de-açúcar, bagaço de malte, casca de arroz, casca de laranja,
casca de mandioca, farelo de aveia, farelo de trigo, polpa cítrica e sabugo de milho a 1% (m/v), pH 6,5 a 40 ºC. As culturas
foram filtradas à vácuo, e o filtrado foi utilizado como fonte da enzima. As maiores atividades enzimáticas foram
observadas nos cultivos contendo pectina de maçã (0,023 U/mL), casca de laranja (0,039) e polpa cítrica (0,019).
Portantoo referido isolado produziu α-arabinofuranosidase quando cultivada em resíduos agroindustriais, especialmente
polpa cítrica, um resíduo da indústria da laranja pouco explorado no cultivo de fungos filamentosos para produção de
enzimas do complexo xilanolítico.
Palavras-chave: α-arabinofuranosidase, Aspergillus sp, produção de enzimas, polpa cítrica.
Agradecimentos: CAPES, CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
127
PRODUÇÃO DE β-GLUCOSIDASES POR Trichoderma viride EMPREGANDO-SE A
CASCA DE MARACUJÁ COMO SUBSTRATO
1ALMEIDA, J. M. de; 2LIMA, P. C. G. de; 3LIMA, V. A. de; 4KNOB, A.
1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 2UNICENTRO- Universidade
Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 3UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná
([email protected]), 4UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected])
Os resíduos agroindustriais constituem uma abundante fonte de biomassa lignocelulósica, sendo gerados continuamente
em grandes proporções pelos setores agrícolas e industriais. Atualmente, essas matérias-primas de baixo custo
apresentam-se como uma excelente alternativa para a produção de enzimas e para o processo de hidrólise, a fim de gerar
açúcares fermentáveis e outros produtos de interesse biotecnológico. O objetivo do presente estudo foi estabelecer as
melhores condições para a produção de -glicosidases por uma linhagem de Trichoderma viride, previamente isolada de
solo de Mata Atlântica. Para tal, o Delineamento Central Composto Rotacional (DCCR) aplicável à Metodologia de
Superfície de Resposta (MSR) foi empregado, sendo o tempo de cultivo, o pH de cultivo e a concentração do substrato
os fatores considerados. O fungo foi cultivado em meio líquido de Vogel, em diferentes valores de pH e por distintos dias,
de acordo com o estabelecido no DCCR. Após a filtração a vácuo das culturas, o filtrado obtido foi empregado como
fonte de -glucosidases extracelulares. A determinação da atividade -glucosidásica foi conduzida, mensurando-se a
quantidade de p-nitrofenol liberado a partir do substrato sintético p-nitrofenil- -D-glucopiranosídeo. A maior produção
de β-glicosidases foi obtida quando a concentração do substrato foi de 2,9%, o tempo de cultivo foi de 4,4 dias e o pH de
cultivo ajustado para 7,8, correspondendo a 1,23 U mL-1. Sob estas condições, elevados níveis de endoglucanase (8,64 U
mL-1) e de celobiohidrolase (7,03 U mL-1) também foram verificados, sugerindo o potencial de aplicação do extrato bruto
de T. viride nos processos de sacarificação da biomassa. A utilização da casca de maracujá como substrato nos processos
de produção de celulases poderá não apenas agregar valor a este resíduo, bem como diminuir substancialmente sua
deposição no meio ambiente.
Palavras-chave: Enzimas celulolíticas; Metodologia de superfície de resposta; Resíduo agroindustrial.
Agradecimentos: CNPq, CAPES.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
128
PROSPECÇÃO DE ATIVIDADE ANTIBACTERIANA A PARTIR DE EXTRATO
HEXÂNICO DE MEMBROS DA FAMILIA CELASTRACEAE
1FIGUEIREDO, J. E.;2FERRAZ, A. C.; 3FERRAZ, D. E.,C. L.;4FERREIRA, J.M.S;
5VIEIRA-FILHO, S. A.; 6MAGALHÃES, J. C.
1UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba ([email protected] )
2UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba ([email protected]), 3UFOP-Universidade Federal de Ouro Preto([email protected]), 4UFOP - Universidade Federal de
OuroPreto([email protected]), 5UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei /Campus Centro Oeste-Dona
Lindu([email protected]), 6UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba
A utilização de plantas para fins medicinais é adotada desde a humanidade primitiva, e atualmente o tema ganhou
relevância em função de relatos recentes mostrando bactérias com alta taxa de resistência e multirresistência aos
antibióticos tradicionais. Atrelar o conhecimento da medicina popular aos estudos pode ser uma alternativa eficiente para
o desenvolvimento de novos antimicrobianos, pois, de certa forma, já se tem alguma noção sobre a sua toxicidade e efeitos
globais. Algumas plantas da família Celastraceae são empregadas na medicina popular como anti-inflamatórios,
antitumorais e antissépticos. Por existirem poucos relatos sobre a atividade biológica dessas plantas, avaliou-se a ação
antibacteriana de extratos dos gêneros Salacia e Maytenus, pertencentes à família,contra as bactérias Klebsiella
pneumoniae, Klebsiella oxytoca, Bacillus cereus, Bacillus subtilis e Streptococcus faecalis.Os extratos foram obtidos a
partir de diferentes solventes e, posteriormente, ressuspensos em dimetilsulfóxido (DMSO). A determinação da
concentração inibitória mínima (CIM) dos extratos contra as bactérias foi feita utilizando-se microtécnica em placas de
96 poços, sendo os extratos diluídos em série de 1:2 e o inóculo bacteriano ajustado a 1,5x106 células.mL-1, conforme
escala de McFarland.Como controles negativo e positivo, foram utilizados o veículo DMSO e o antibiótico amicacina,
respectivamente. Após o período de 24h de incubação a 37 °C,a revelação foi feita, utilizando-se a técnica metil-tiazol-
tetrazólio (MTT). A concentração inibitória mínima do extrato hexânico de Salacia sp foi de 3,125 e 6,25 µg.mL-1 frente
K. pneumoniae e B. cereus, respectivamente. Já para o extrato hexânico de Maytenus sp foi observada uma CIM de 6,25
µg.mL-1 contra K. pneumoniae, de 3,125 µg.mL-1 contra S. faecalis e de 1,56 µg.mL-1 contra B. subtilis. Nenhum desses
extratos foi capaz de inibir o crescimento de K. oxytoca. Estudos estão sendo conduzidos para avaliar a citotoxicidade
desses extratos e também frações a partir de outros solventes. De forma preliminar, acredita-se que compostos isolados
das frações hexânicas poderão representar alternativas no tratamento de patologias bacterianas, considerando que baixas
concentrações forma capazes de inibir o crescimento microbiano.
Palavras-chave: Celastraceae; antibacteriano; Salacia sp;Maytenus sp
Agradecimentos: FAPEMIG, NEPLAM
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
129
PURIFICAÇÃO DE UMA LIPASE ÁCIDA DE Candida viswanathii PRODUZIDA POR
CULTIVO EM ESTADO SÓLIDO
1DIAS, K. B.; 2CARMONA, E. C.; 3ALMEIDA, A. F.
1Fundação Universidade Federal do Tocantins ([email protected]) ,2UNESP - Universidade Estadual
Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]) ,3Fundação Universidade Federal do Tocantins
Lipases (triacilglicerol hidrolases, EC 3.1.1.3) são, muito provavelmente, o grupo de enzimas com a utilização mais ampla
como biocatalisadores, isto porque estas enzimas possuem uma ampla quimio, régio e enantiosseletividade. Em muitas
de suas aplicações é requerido que estas enzimas sejam utilizadas em formas purificadas, o que faz da purificação de
enzimas uma etapa bastante importante e complexa do processo. O objetivo deste trabalho foi purificar uma lipase ácida
produzida por Candida viswanathii em cultivo em estado sólido. O cultivo em estado sólido foi preparado utilizando
farelo de trigo, bagaço de cevada e gordura de frango, suplementado com 16 mL de meio líquido de Vogel modificado e
0,8 g de extrato de levedura. Após incubação a 30 °C por 5 dias, o extrato proteico foi obtido por meio de filtração à
vácuo e centrifugação. Em todo experimento procedeu-se a determinação da atividade enzimática utilizando p-nitrofenil
palmitato (pNPP) como substrato, e determinação de proteínas realizada pelo método BCA. A purificação foi realizada
por meio de cromatografia de interação hidrofóbica, sendo a amostra aplicada em uma coluna pré-empacotada com octil
agarose equilibrada com tampão acetato de amônio (0,05 M pH 6,9). Após a lavagem da coluna com o mesmo tampão,
as proteínas adsorvidas foram eluídas com 100 ml de um gradiente linear crescente de 0 a 1% de Triton X-100 no mesmo
tampão. Para comprovar a purificação da enzima foi realizada eletroforese em gel de poliacrilamida com dodecil sulfato
de sódio (SDS-PAGE). O procedimento permitiu obter em uma única etapa de purificação uma amostra homogênea de
lipase com rendimento de 84,55% e fator de purificação de 47,05 vezes, constituindo-se uma estratégia simples, rápida e
eficiente. A análise eletroforética por SDS-PAGE revelou massa molecular de 18,46 kDa. O procedimento de purificação
empregado permite o escalonamento do processo e sugerir estratégias conjugadas de produção e purificação desta enzima.
Palavras-chave: Lipase; Candida viswanathii; Purificação.
Agradecimentos: Laboratório de Biotecnologia e Análise de Alimentos e Purificação de Produtos (LABAP), da
Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi – TO e Departamento de Bioquímica e
Microbiologia e do Laboratório de Bioquímica de Micro-organismos da Unesp, Campus de Rio Claro – SP.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
130
SCREENING DE NOVOS COMPOSTOS DE VANÁDIO E DE SEUS LIGANTES
POLIPIRIDÍNICOS FRENTE AO MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS
1CAMPOS, D. L.;1SILVA, P. B.; 2BENITEZ, J.; 2SCALESE, G.; 2RÓSTAN, S.;
2GAMBINO, D.; 1PAVAN, F. R..
1Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara, SP -
Brasil([email protected]); 2Universidade da República, Faculdade de Química, Montevidéu - Uruguai ([email protected])
A Tuberculose (TB) ainda é uma das doenças infecciosas que mais mata ao redor do mundo. Segundo a OMS, em 2013,
1,5 milhões de pessoas morreram por causa da doença. Esses números se devem principalmente pela não adesão dos
pacientes ao tratamento que é longo, complexo e tóxico, ou ainda, pela ineficiência destes fármacos em alguns casos de
TB onde o bacilo apresenta resistência aos medicamentos da terapia, sendo chamados de multi-drogas-resistentes (MDR)
ou extensivamente resistentes (XDR). Diante disso, a busca por novos fármacos que tornem o tratamento mais rápido e
efetivo contra a grande maioria das cepas e que seja seguro para o paciente é um constante desafio. O objetivo do trabalho
foi avaliar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) de compostos metálicos derivados de Vanádio e de seus ligantes
polipiridínicos através do ensaio “Resazurin Microtiter Assay” (REMA) frente a cepa-sensível de Mycobacterium
tuberculosis H37Rv (ATCC 27294). Neste ensaio, as bactérias são incubadas em placas de 96 poços contendo diferentes
concentrações dos compostos (0,98-25,00 g/mL) durante 7 dias a 37°C e atmosfera de CO2 a 5%. Após este período,
30 L de solução de Resazurina a 0,1mg/mL é aplicada nos poços da placa e a fluorescência é então avaliada após 24h.
A resazurina é reduzida a resorufina por células metabolicamente ativas e existe uma correlação direta entre a redução da
mesma no meio de crescimento e a proliferação de organismos vivos. A resazurina no seu estado oxidado é azul e quando
é reduzida por células viáveis muda para rosa. A CIM corresponde à menor concentração do composto capaz de inibir
90% do crescimento bacteriano. Consideramos moléculas promissoras, aquelas com atividade ≤10g/mL. Nesse sentido,
dos 14 compostos avaliados, 1 complexo e 2 ligantes foram considerados promissores com os seguintes resultados: (1)
[VO(5BrSalgly)(aminophen)], CIM de 9,5g/mL (18,55 M); (2) 5,6-epoxi-5,6-dihidro-1,10-fenantrolina (epoxyphen)
CIM de 2,9g/mL (14,78 M) e (3) 5-amino-1,10-fenantrolina (aminophen) CIM de 2,5g/mL (12,81 M). Os resultados
encontrados são muito satisfatórios, onde observa-se que a atividade dos ligantes (2) e (3) são semelhantes a fármacos
utilizados contra TB com uma pequena redução da atividade quando complexado ao V (1). Estudos futuros in vitro e in
vivo do grupo poderão caracterizar melhor o potencial terapêutico dessas novas moléculas.
Palavras-chave: REMA; Mycobacterium tuberculosis; Complexo de Vanádio.
Agradecimentos: Capes, CNPq, Fapesp.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
131
SELEÇÃO DE BACTÉRIAS DO ÁCIDO LÁTICO (BAL) PARA UTILIZAÇÃO COMO
CULTURA INICIADORA EM BEBIDA À BASE DE MANDIOCA
1 CARDOSO, M. G. B.; 2 FREIRE, A. L.; 3RAMOS, C. L.; 4SCHWAN, R. F.
1UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2 UFLA – Universidade Federal de Lavras
([email protected]),3 UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 4 UFLA –
Universidade Federal de Lavras ([email protected]).
“Yakupa” é uma bebida fermentada produzida tradicionalmente pelos índios Juruna no Mato Grosso a partir da
fermentação natural da puba seca de mandioca, sem nenhum controle do processo. O objetivo deste estudo foi selecionar
BAL previamente isoladas dessa bebida, que apresentem características tecnológicas e potenciais probiótico para serem
utilizadas como culturas iniciadoras na fermentação de mandioca. Para este estudo 61 cepas de BAL foram avaliadas
quanto à produção de amilase. Para isso foram estriadas em placas de ágar MRS modificado contendo 0,2% de amido
solúvel em substituição à glicose, e reveladas com iodo. Para o teste de produção de ácido as cepas foram inoculadas em
caldo MRS com pH ajustado para 6,5 e cultivados a 30°C. A produção de ácido foi determinada a partir da medição do
pH após 6, 24 e 48 h. Para o teste de tolerância a baixo pH, as cepas foram cultivadas a 37°C em caldo MRS por 24/48h,
centrifugadas (5000 rpm/5 min) e lavadas duas vezes em água peptonada 0,1%. Os pellets obtidos foram ressuspendidos
em caldo MRS com pH ajustado para 2,5 e incubados por 3h a 37 °C. Amostras de 10 µL foram retiradas com 0 e 3h e
inoculadas em ágar MRS para observação do crescimento após 48 h a 37°C. O teste de amilase teve como resultado
apenas sete cepas produtoras de amilase. No teste de produção de ácido três cepas reduziram o pH do meio a 4,5; cinquenta
e sete reduziram o pH a 4 e apenas uma reduziu o pH a 3. No teste de tolerância a baixo pH após 3h de incubação, quarenta
e três cepas apresentaram bom crescimento em placa. Como conclusão, dentre as estirpes testadas, duas foram
selecionadas e serão utilizadas em estudos posteriores como inoculantes na fermentação de mandioca para produção de
uma nova bebida.
Palavras-chave: Mandioca; cultura iniciadora; fermentação; bactérias do ácido lático.
Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES, CNPQ
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
132
SELEÇÃO DE LEVEDURAS CACTOFÍLICAS COM ATIVIDADE CELULOLÍTICA
1CAMARGO, F. P.; 2DOS SANTOS, A. C. A.; 3MORAES, E. M.
1Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba ([email protected]), 2 Universidade Federal
de São Carlos, campus Sorocaba ([email protected]), 3 Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba
Diversos microrganismos, dentre eles as leveduras, utilizam o tecido necrosado de cactáceas como substrato para seu
desenvolvimento, podendo até mesmo apresentar especificidade com este hospedeiro, sendo dificilmente encontrados em
outros habitats. Celulases são enzimas que hidrolisam as ligações glicosídicas entre carboidratos, mais especificamente
entre biopolímeros de celulose, um dos principais componentes da parede celular das plantas. A habilidade de produzir
celulase extracelular foi identificada em diversos microrganismos, sendo que os fungos são potenciais produtores mais
recorrentes do que as bactérias. O presente trabalho teve como objetivo isolar, identificar e selecionar, por meio de dois
testes qualitativos, leveduras potencialmente produtoras de celulase encontradas no tecido necrosado das cactáceas Cereus
hildmannianus e Praecereus euchlorus, coletadas na região de Itu, SP. Para tanto, utilizou-se um meio de cultura em que
a carboximetilcelulose (CMC) é adicionada como fonte de carbono numa concentração de 1% em um meio básico (0,1%
de extrato de levedura; 1,5% de ágar). Neste meio as leveduras foram inoculadas por sete dias e, após este período, a
produção de celulase foi observada através da adição de uma solução de Lugol como indicador dos halos de degradação
do substrato. Utilizou-se também a técnica de coloração com Vermelho Congo, na qual as culturas foram inoculadas no
meio de cultura de Tuncer e incubadas pelo mesmo tempo (sete dias), e então coradas com 10 mL de uma solução a 0,5%
do corante Vermelho Congo e posteriormente lavadas com uma solução de NaCl 1M, revelando assim as regiões onde o
CMC foi hidrolisado. Nove diferentes morfotipos foram testados, dos quais três puderam ser considerados como
potencialmente produtores de celulases, sendo um isolado da cactácea C. hildmannianus (Geotrichum sp.) e dois isolados
de P. euchlorus (Rhodotorula mucilaginosa e Rhodotorula glutinis). Com base em comparações do tamanho do halo de
degradação, também foi possível determinar o morfotipo com maior potencial para atividade celulolítica, sendo esta a
levedura Rhodotorula glutinis. Com base nos resultados obtidos, é possível concluir que o tecido necrosado de cactáceas
demonstra ser um substrato com potencial para o isolamento e seleção de leveduras com atividade celulolítica.
Palavras-chave: Atividade enzimática; Corante Vermelho Congo; Produção de celulase; Carboximetilcelulose.
Agradecimentos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
133
SELEÇÃO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS PARA A PRODUÇÃO DE CELULASES
POR Fusarium sp. SOB FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO
1TENÓRIO, H. G. T.; 2 DIAS, T.; 3CONCEIÇÃO, R.N.; 4DIAS, K.B.; 5ALMEIDA, A. F.
1UFT - Universidade Federal do Tocantins ([email protected]), 2UFT - Universidade Federal do Tocantins
([email protected]), 3UFT - Universidade Federal do Tocantins ([email protected]), 4UFT - Universidade
Federal do Tocantins ([email protected]), 5UFT - Universidade Federal do Tocantins
As enzimas holocelulolíticas atuam na forma de complexo catalisando a hidrólise da holocelulose, biopolímero
recalcitrante formado por celulose e hemicelulose que compõem a parede celular vegetal. Diversos microrganismos,
secretam essas enzimas extracelularmente para obter carboidratos simples, esse processo é de grande importância
biológica e vem sendo utilizado a partir de métodos biotecnológicos, na indústria de papel e celulose, e na produção de
etanol de segunda geração. É no entanto imprescindível observar certos aspectos críticos a fim de viabilizar a produção
dessas enzimas, como a seleção de substratos com alto rendimento e baixo custo. Deste modo o esse trabalho investigou
a produção de enzimas do complexo celulolítico para diferentes resíduos agroindustriais. Para isso cada um dos cinco
substratos escolhidos para o experimento (palha de milho, casca de mandioca, coroa de abacaxi, casca de cevada e
tegumento de soja) foi seco, moído e peneirado, obtendo-se partículas com diâmetro variando entre 1 e 2 mm, então 5 g
foram colocadas em saco de polipropileno (12 x 20 cm), e depois 4 ml de solução nutriente, meio de Vogel, foi adicionada,
os sacos foram então autoclavados e depois inoculados com 1 ml de suspensão de esporos na mesma solução nutriente
(1,0 x 107 esporos/ml), com fungo do gênero Fusarium, isolado do mesocarpo do pequi. Os cultivos foram mantidos a
30°C por 6 dias, e a cada 48 h foi retirada uma série de cada substrato para obtenção do extrato enzimático, adicionando
20 ml de água destilada, agitado por 30 min e depois filtrando a vácuo. A atividade da CMCase, avicelase e celobiase foi
determinada a partir da incubação do extrato enzimático amostral com solução do seu respectivo substrato reacional, em
meio tamponado. Em intervalos de tempo adequados a reação foi interrompida pela adicionando ácido 3,5-
dinitrosalicílico (ADNS), para determinar a quantidade de açúcares redutores tendo glicose como padrão. A leitura foi
realizada em espectrofotômetro a 540 nm. Os resíduos que apresentaram os maiores foram a casca de mandioca com 96
h (60,36 U/g) para CMCase, tegumento de soja com 96h (124,53 U/g) para avicelase, e a palha de milho com 96 h (92,63
U/g) para celobiase. O estudo da produção enzimática permite compreender a fisiologia do micro-organismo, e a
influência do substrato sobre à produção de enzimas permitindo otimizar o bioprocesso.
Palavras-chave: Resíduos agroindustriais; fermentação em estado sólido; celuloses, celulose.
Agradecimentos: UFT- Universidade Federal do Tocantins, CNPq
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
134
SINERGISMO DE AMICACINA E EXTRATO DE MAYTENUS SP POTENCIALIZA A
AÇÃO DO ANTIBIÓTICO FRENTE À KLEBSIELLA PNEUMONIAE
1FERRAZ, A. C.; 2FIGUEIREDO, J. E.; 3DE BRITO MAGALHÃES, C. L.; 4VIEIRA-FILHO, S.
A.;5FERREIRA, J. M. S.; 6MAGALHÃES, J. C.
1UFSJ- Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba ([email protected]),2UFSJ -
Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba ([email protected]),3UFOP -
Universidade Federal de Ouro Preto([email protected]), 4UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto
([email protected]), 5UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei /Campus Centro Oeste-Dona Lindu
([email protected]), 6UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba
Bactérias caracterizadas pela múltipla resistência a antibióticos são cada vez mais relatadas e são as que mais ameaçam a
saúde pública global. Entre outros fatores, a administração inadequada de antibióticos pode aumentar as estirpes
resistentes e/ou multirresistentes no ambiente, a exemplo da cepa Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenêmicos.
Relatos mostram atividade biológica em compostos de membros da Família Celastraceae, sendo muitos dos metabólitos
isolados de espécies do Gênero Maytenus. Assim, foi feita prospecção da ação antibacteriana em extratos de uma espécie
desse gênero contra 13 espécies bacterianas, entre elas Klebsiella sp. Diferentes solventes foram utilizados, e o extrato
etanólico (MIE) mostrou-se ativo contra nove das 13 bactérias investigadas. Curiosamente, o MIE foi eficaz contra K.
pneumoniae e não afetou K. oxytoca. Sendo essas espécies estreitamente relacionadas, isso mostra que aparentemente a
ação não é aleatória. A determinação da concentração inibitória mínima (CIM) dos extratos e/ou amicacina contra K.
pneumoniae foi feita por microtécnica em placas de 96 poços, onde o veículo foi usado como controle negativo (DMSO),
sendo os antimicrobianos diluídos em série 2x e o inóculo bacteriano ajustado a 1,5x106 células.mL-1 pela escala de
McFarland. Após 24h de incubação a 37 °C, a revelação foi feita com adição de metil-tiazol-tetrazólio (MTT). A CIM
obtida na condição de apenas extrato foi de 31,25 μg.mL-1. Sabe-se que algumas cepas desse grupo de bactérias possuem
resistência a múltiplos antibióticos, devido à presença da enzima carbapenemase e, além disso, possuem indefinição
quanto à resistência ao antibiótico amicacina. Por esse motivo, o efeito sinérgico (extrato + amicacina) foi testado pelo
método checkerboard, e mostrou uma concentração inibitória fracionária (CIF) em torno de 0,37 [0<CIF<0,5], indicando
provável interação sinérgica, e uma redução de até 8 vezes na concentração inibitória tanto do antibiótico quanto do
extrato. Estudos preliminares de citotoxicidade, utilizando-se células de mamífero, mostraram que somente concentrações
a partir de 100 μg.mL-1 são tóxicas às células Vero. Portanto, o extrato de Maytenus sp., ou seus compostos, pode
representar economia e ser uma alternativa no tratamento de doenças causadas por K. pneumoniae e outras bactérias.
Palavras chave: sinergismo; amicacina; antimicrobiano; K. pneumoniae; Celastraceae.
Agradecimentos:FAPEMIG e CNPq
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
135
SOLUBILIZAÇÃO DE FOSFATO DE CÁLCIO IN VITRO POR LEVEDURAS
RIZOSFÉRICAS ISOLADAS DE MILHO
1 ROCHA, R. K.;2ALBERTINI, J.; 3ROSA-MAGRI, M. M.
1Universidade Federal de São Carlos ([email protected]), 2Universidade Federal de São Carlos
([email protected]), 3Universidade Federal de São Carlos([email protected])
O fósforo é um elemento de grande importância na nutrição de plantas, porém apresenta baixa disponibilidade no solo,
geralmente complexado em forma de fosfato de cálcio, alumínio ou ferro. Bactérias e fungos filamentosos têm sido muito
estudados quanto a capacidade de solubilizar fosfato no solo, no entanto, pouco se conhece sobre a capacidade de
leveduras rizosféricas neste processo. Um melhor entendimento das funções da microbiota do solo, incluindo leveduras,
é importante no desenvolvimento de técnicas para uma agricultura mais sustentável e com menores impactos ambientais.
Este trabalho teve como objetivo avaliar capacidade de leveduras rizosféricas na solubilização de fosfato de cálcio in
vitro. Os isolados foram obtidos a partir de rizosfera de plantas de milho, cultivadas no Centro de Ciências Agrárias,
UFSCar, Araras, SP. O plaqueamento foi feito em ágar YEPD, YM, BDA e Sabouraud., utilizando diluição decimal
seriada em solução salina (NaCl 0,85%). As placas foram incubadas a 25°C, durante 3 a 5 dias. Para determinar a
capacidade de solubilizar fosfato foi utilizada técnica de semeadura por picada em meio sólido BDYA, contendo 0,89g
de fosfato tricálcico por litro de meio. As placas foram incubadas a 25°C por 5 dias. Foi verificada a formação de um halo
translúcido ao redor da colônia, o que indica resultado positivo, e calculado o índice de solubilização (IS), pela razão
entre o diâmetro do halo e diâmetro da colônia. As leveduras foram classificadas em alta solubilizadora (IS>4), média (IS
entre 2 a 4) ou baixa (IS <2). O teste foi realizado com onze isolados. Seis deles apresentaram resultado positivo para a
solubilização de fosfato. Através de observação no microscópio óptico, foi possível verificar que quatro desses isolados
se tratavam de bactérias rizosféricas, sendo apenas dois leveduras. As duas leveduras apresentaram valores de IS de 2,08
e 2,02, sendo classificadas com índice médio de solubilização. São necessários mais estudos para identificação das
leveduras, melhor compreensão dos mecanismos utilizados na solubilização, bem como fatores que geram a otimização
desse processo.
Palavras-chave: leveduras; rizosfera; fosfato.
Agradecimentos: FAPESP.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
136
STUDYING OF NITROGEN SOURCE AND PHOSPHATE CONCENTRATION SIGNAL
TRANSDUCTION IN PICHIA PASTORIS
1RUMJANTSEV, A.M.; 1BONDAREVA, O.V.; 1PADKINA, M.V.; 1MEMETOVA, K.C.;
1SAMBUK, E.V.
1Saint-Petersburg State University, Faculty of biology, St. Peterburg ([email protected])
Methylotrophic yeast Pichia pastoris has proved to be especially useful for production of various heterologous proteins.
In biotechnology it is very important to maintain optimal levels of heterologous gene expression. Decisive understanding
of gene regulation mechanisms is essential for reaching this goal. In this study, we demonstrated the effect of different
nitrogen sources and phosphate concentration in media on expression of genes involved in methanol utilization and
peroxisome biogenesis. We used real-time PCR and convenient reporter systems to study regulation of methanol
utilization (e.g. AOX1, AOX2, PpDAK, PpDHAS, PpFLD, PpFGH) and peroxisomal genes (PpPEX5, PpPEX14,
PpPEX8). It was shown, that expression of these genes is tightly regulated in depend on nitrogen source. This regulation
is established on transcriptional level. In medium with ammonium sulphate expression levels of studied genes were
notably higher than in medium with proline as a sole nitrogen source. In yeast Saccharomyces cerevisiae the key role in
establishing of nitrogen source signal transduction is played by serine-threonine kinases Tor (Target of Rapamycin). Tor-
kinases are involved in regulation of cell proliferation and regulation of cell growth under different nutrient conditions.
Tor-kinase is a main target for rapamycin, which completely inhibits its activity and changes the expression of several
hundreds of genes, including ones involved in carbon metabolism. In this study we showed, that rapamycin treatment
completely removed regulation of AOX1 promoter by nitrogen source. This implies that Tor-kinase plays a key role in
establishing AOX1 gene regulation in depend on a nitrogen source. Apart from nitrogen regulation of genes involved in
methanol utilization and peroxisome biogenesis, it was found that these genes also respond to phosphate limitation.
Expression levels of PpDAK, PpDAS, PpFLD and PpPEX5 genes are increased in media with high concentrations of
phosphate. Our result show that P. pastoris have developed a regulation system which coordinates expression of main
genes involved in methanol utilization and biogenesis of peroxisomes under different nutrient conditions. This system
reacts not only to the type of carbon source, but also provides optimum transcriptional levels of MUT and PEX genes in
media with different nitrogen sources or during phosphate limitation.
Keywords: Pichia pastoris; nitrogen regulation; Tor-kinases.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
137
SUPLEMENTOS DIETÉTICOS À BASE DE COCHLOSPERMUM ANGOLENSIS WELW.:
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E COMPOSTOS FENÓLICOS
1BARROS, L.; 1PEREIRA, C.; 2ALVES, M. J.; 2PEREIRA, L.;
3SANTOS-BUELGA, C.; 1FERREIRA, I. C.F.R.
1Centro de Investigação de Montanha (CIMO), ESA, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal ([email protected]),
2Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal, 3GIP-USAL, Faculdade de Farmácia,
Universidade de Salamanca, Espanha
Cochlospermum angolensis Welw. (borututu) é uma árvore tropical pertencente à família das Cochlospermaceae e
amplamente utilizada pelas suas propriedades medicinais, incluindo no tratamento da malária, da icterícia e de doenças
hepáticas.1 Neste trabalho, foram caracterizados os compostos fenólicos presentes em três formulações (infusões,
comprimidos e xarope) à base desta planta, utilizando cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detetores de
díodos e de espetrometria de massa (HPLC-DAD-ESI/MS). Esses compostos foram relacionados com a atividade
antimicrobiana das mesmas formulações contra isolados clínicos de bactérias multirresistentes (Escherichia coli,
Escherichia coli produtora de β-lactamases de espectro estendido (ESBLs), Proteus mirabilis, Staphylococcus aureus
resistentes à meticilina (MRSA) e Pseudomonas aeruginosa). As infusões e os comprimidos revelaram uma maior
variedade de compostos fenólicos, com onze moléculas identificadas. O ácido protocatéquico foi encontrado apenas nas
infusões, sendo o composto maioritário, enquanto a (epi)galocatequina-O-galato e a eucaglobulina/globulusina foram as
moléculas mais abundantes nos comprimidos e no xarope, respetivamente. O ácido elágico e derivados metilados, a
eucaglobulina/globulusina B e a (epi)galocatequina-O-galato foram compostos comuns a todas as formulações. As
infusões apresentaram propriedades antimicrobianas contra todas as bactérias testadas, com exceção de P. mirabilis, ao
passo que os comprimidos apenas revelaram atividade em E. coli ESBLs e MRSA. O xarope não apresentou atividade
antimicrobiana, o que está em concordância com o seu baixo teor de compostos fenólicos. Nenhuma das formulações
estudadas demonstrou capacidade de inibir o crescimento de P. mirabilis.
Atendendo aos resultados obtidos neste estudo, as infusões de C. angolensis podem ser consideradas uma fonte de
compostos fenólicos com boas propriedades antimicrobianas.
Palavras-chave: Cochlospermum angolensis; Infusão/comprimido/xarope; Compostos fenólicos; Atividade
antimicrobiana; Isolados clínicos.
Agradecimentos: Os autores estão gratos ao projeto PRODER nº 46577- PlantLact e a Fundação para a Ciência e
Tecnologia (FCT, Portugal) pelo apoio financeiro ao centro de investigação CIMO (projeto estratégico PEst-
OE/AGR/UI0690/2014) e pelo contrato de investigação de L. Barros sob o “Programa Compromisso com Ciencia –
2008”.
Referências: 1. H. -H. Poppendieck, New York Botanical Gardens, Bronx, NY, 1981.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
138
TEORES DE CARBONO ORGÂNICO E NITROGÊNIO TOTAL NA QUALIDADE DO
COMPOSTO PARA PRODUÇÃO DE Pleurotus ssp
1 SILVA, A. S. C.; 1 MORALES, E. M.; ¹MIRANDA, J. C.; 1ANGELIS, D. F.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
([email protected]), ([email protected]), ([email protected]),
Muitos fatores contribuíram para o aumento do cultivo e do consumo de cogumelos nos últimos anos. Dentre os fungos,
o Pleurotus ssp. é o uma das espécies mais cultivadas. Deve-se a isto o fato de sua comercialização acontecer em diversos
substratos fibrosos e de baixo valor econômico. Para cultivar o Pleurotus ssp., além da temperatura e umidade adequadas,
o substrato deve apresentar uma relação C/N de, aproximadamente, 30:1. Para que o substrato adquira esta característica
os materiais, geralmente provenientes do descarte da agricultura, são submetidos ao processo de compostagem. Esta
compreende a fermentação anaeróbia com liberação de CO2 e amônia sendo o material mantido em pilhas. A seguir, o
produto da compostagem vai para os túneis de pasteurização onde apenas os micro-organismos termófilos sobrevivem.
Este trabalho objetivou avaliar a relação C/N do processo de produção de Pleurotus ssp. realizado em substrato de
Brachiaria. Para controlar a relação C/N na etapa de compostagem, foram coletadas amostras na região lateral (PL) e
central (PC) das pilhas. No túnel de pasteurização também coletou-se amostras (TP). As amostras sofreram secagem a
104°C e analisadas quanto ao nitrogênio total e carbono orgânico total. As amostras analisadas apresentaram evolução na
relação C/N na seguinte proporção após 6 dias de acompanhamento: 1°; 3° e 5° dia para PL, respectivamente 31:3; 28:4
e 33:3 sendo que, para PC foram 33:4; 33:4 e 34:4. No túnel de pasteurização a relação C/N para o 2°; 4°; 6° dia e centro
foi, respectivamente 25:4; 31;4; 31;4 e 29:3. Conclui-se assim que o substrato, após a realização do procedimentos de
compostagem e pasteurização atingiram a relação adequada para o cultivo de Pleurotus ssp.
Palavras chave: Carbono orgânico total; Nitrogênio total; compostagem; Pleurotus ssp.
Agradecimento: CAPES; ARABELLA.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
139
TERPENOS PRODUZIDOS POR Cladosporium sp., ENDÓFITO DA PLANTA
Anthurium alcatrazense
1FORTKAMP, D.; 2REIS, G. V.; 3LIRA, S. P.
1ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" – Universidade de São Paulo
([email protected]) 2ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" – Universidade de São
Paulo ([email protected] ) 3ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" – Universidade de
São Paulo ([email protected])
O isolamento de moléculas produzidas por micro-organismos se mostra promissor na descoberta de compostos inéditos
com atividade biológica. Estes compostos podem ser usados para atender a demanda de produtos farmacêuticos,
industriais e de uso na agricultura. Assim, o objetivo deste trabalho foi obter frações semipuras com presença de
compostos da classe dos terpenos produzidas pelo fungo endofítico Cladosporium sp. (P7MF2F2). A linhagem foi isolada
da folha da planta Anthurium alcatrazense, endêmica da Ilha de Alcatrazes. Esta foi cultivada em meio líquido malte 2%
por 7 dias a 28 °C e agitação constante (150 rpm). O meio metabólito filtrado (2L) foi liofilizado e submetido à partição
líquido-líquido entre água e acetato de etila. A fração acetato de etila (seca) foi solubilizada em metanol e submetida à
cromatografia de permeação em gel Sephadex® LH-20, em gradiente isocrático de metanol. Foram obtidas sete frações.
Destas, a terceira fração obtida foi submetida à separação em coluna Sep-Pak de sílica gel 2g, com gradiente de
diclorometano, acetato de etila e metanol. Desta, obtiveram-se 5 frações, das quais a primeira foi novamente separada em
coluna de sílica gel, igual procedimento anterior, onde obtiveram-se quatro frações semi-puras com presença de terpenos,
esteroides, e/ou compostos redutores. O monitoramento dos compostos presentes nas frações foi realizado por
cromatografia em camada delgada, em cromatofolhas de sílica 20x20 cm (Macherey-Nagel®). Estas foram visualizadas
em luz UV nos comprimentos 254 nm e 365 nm e reveladas com ácido fosfomolíbdico (PMA), sendo utilizado colesterol
como padrão. Compostos menos apolares que o colesterol são considerados quimicamente mais interessantes e de
promissoras aplicações. Os terpenos são substâncias constituídas de unidades de isopreno. Eles estão presentes em óleos
essenciais e possuem diversas atividades biológicas já relatadas, tais como: atividade anti-tripanossomídeos, inseticida,
anti-fúngica e anti-bacteriana. Futuramente, novas etapas cromatográficas se fazem necessárias para a obtenção de
compostos puros para a realização dos bioensaios e elucidação estrutural das moléculas.
Palavras-chave: frações semi-puras; metabólitos secundários; produtos naturais.
Agradecimentos: CAPES, FAPESP e PPG em Microbiologia Agrícola da ESALQ.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
140
TRATAMENTO DE BAGAÇO DE CANA TERMO HIDROLISADO DA INDÚSTRIA DE
ETANOL POR FERMENTAÇÃO FÚNGICA DE PLEUROTUS OSTREATUS E
LENTINULA EDODES
1SOUSA, L. G. de; 2ANGELIS, D. de F.; 3NALIN, D. A.
1UNESP-RIO CLARO([email protected]), 2UNESP-RIO CLARO ([email protected]), 3 UNESP-RIO CLARO
O constante aumento na produção de etanol acarretará em maior produção de bagaço de cana-de-açúcar surgindo
necessidade de desenvolver novas formas de aproveitamento deste sub-produto,. Sendo assim, o acréscimo de valor
agregado no bagaço como aumento da quantidade proteica, redução da toxicidade, aumento da digestibilidade afim de
que seja utilizado como volumoso em ração animal pode ser uma alternativa economicamente interessante. Este trabalho
utilizou Lentinula edodes ( shiitake) e o Pleurotus ostreatus (shimeji) na biotransformação do bagaço de cana-de-açúcar
termo hidrolisado, considerando-se tempo e aditivos nutricionais, para obtenção de biomassa com melhores condições
nutricionais e proteicas. Na primeira etapa do projeto foram avaliadas diversas combinações de meio de cultura a fim de
se encontrar aquele mais adequado para o desenvolvimento fúngico. Concluiu-se que o carbonato de cálcio é essencial
para o desenvolvimento dos microorganismos neste substrato, sendo que, ao se ampliar a escala de produção, a proporção
de desse composto pode ser diminuída. Constatou-se nos fungos melhora no desenvolvimento das hifas com a adição de
1% de levedura liofilizada, podendo tornar a prática mais vantajosa economicamente. Com relação à quantidade de
inóculo, foram utilizadas sementes adquiridas da empresa Fungiflora e realizados testes com 1, 3 e 5% com relação ao
peso total da amostra. Para P. ostreatus, a diferença de desenvolvimento entre 3 e 5 % após 7 dias não foi observada e,
por isso, assumiu-se 3% como ideal. Para L. edodes, mesmo com 5% de concentração, ainda apresentou baixa taxa de
crescimento após 7 dias. Aumentou-se a quantidade de inóculo para 8 e 10%, sendo que a diferença de desenvolvimento
entre as duas concentrações foi semelhante. Diante disso, adotou-se 8% como a quantidade ideal. Também foi analisado
uma possível diferença entre um bagaço exposto à condições ambientais na Industria durante 30 dias e um material recém
produzido. Quanto ao crescimento fúngico não houve diferença qualitativas no seu desenvolvimento nas diferentes
amostras de bagaço. As amostras foram comparadas visualmente pelo desenvolvimento das hifas e documentadas em
fotos. Por outro lado, houve uma diferença pequena da toxicidade aguda realizado com Daphinia similis, entre as amostras
de bagaço recém produzida e aquela exposta a condições ambientais, sendo que esta última apresentou uma quantidade
de substâncias tóxicas menor.
Palavras-chave: bagaço de cana 1; Lentinula edodes 2; Pleurotus ostreatus 3;tratamento4
Agradecimentos: Agradeço ao PRH-05 que financia o projeto e fornece todo o suporte para que o projeto possa dar
andamento.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
141
TRIAGEM DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO DE PLANTAS
MEDICINAIS DO CERRADO SUL MATO-GROSSENSE
1MARTINS, R.M; 2BERNARDES, L. G; 3FERRAZ, D.E; 4JOSE NETO, M; 5OLIVEIRA, G.M. G.
1Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ([email protected]),2Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul ([email protected]), 3Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ([email protected]),
4Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ([email protected]), 5Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
As plantas têm sido desde a antiguidade, um recurso ao alcance do ser humano como fontes importantes de produtos
biologicamente ativos. Recentemente, busca-se identificar novas drogas antibacterianas de fontes naturais, tendo como
alvo as enterobactérias, considerados os mais importantes agentes etiológicos de infecções em humanos. O uso
indiscriminado de antibióticos, sem uma cuidadosa avaliação das suas indicações terapêuticas, pode levar ao crescimento
de cepas bacterianas resistentes. Na tentativa de minimizar os problemas relacionados à resistência bacteriana,
investigações de princípios ativos em plantas nativas têm surgido graças aos investimentos em pesquisas de medicamentos
de origem natural. O presente trabalho avaliou o potencial bactericida de diferentes extratos vegetais contra
microrganismos associados às infecções gastrointestinais. Para obtenção dos extratos foram escolhidas 5 espécies de
plantas típicas do cerrado: Campomanesia adiamantum, Myrcia bella, Stryphnodendron obovatum, Lafoensia pacari e
Croton urucurana. O material vegetal foi triturado em moinhos de facas e submetido à extração por processo de
maceração por 10 dias, utilizando-se como solventes o álcool etílico 70% e metanol 100%, assim estabelecendo
proporções dos extratos de 1g e 2g de pó vegetal para 10 ml de solvente. Os microrganismos testados foram Escherichia
coli, Staphylococcus aureus e Klebsiela sp. Para determinar a atividade inibitória dos extratos empregou-se o método de
difusão em disco. Os resultados mostram que apenas o extrato metanólico L. pacari exibiu atividade antimicrobiana
contra todos os microrganismos testados, apresentando halos de inibição de 20 mm, comportando-se de modo semelhante
à droga padrão, Ciprofloxacino 5 µg. O extrato metanólico de S. obovatum inibiu apenas as culturas de S. aureus e C.
urucurana inibiu as culturas de S. aureus e E. coli. Os extratos hidroalcoólicos das 5 espécies e os metanólicos de C.
adiamantum e M. bella não apresentaram nenhuma atividade inibitória ou bacteriostática sobre os microrganismos
testados. Os resultados, obtidos in vitro somados aos achados descritos na literatura para L. pacari e S.obovatum, indicam
que os extratos metanólicos dessas espécies apresentam efeitos bactericidas produzidos por diferentes compostos,
envolvendo diferentes mecanismos de ação e que necessitam de novas pesquisas.
Palavras-chave: Cerrado; enterobactérias; extratos vegetais; infecções gastrointestinais.
Agradecimentos: CPAC- PREAE/UFMS
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
142
USO DO SORO DE QUEIJO COMO SUBSTRATO ALTERNATIVO PARA A PRODUÇÃO
DE LIPASES PELA LEVEDURA L1
1IZIDORO, S. C.; 2PROLO, T.; 3GUIMARÃES, M. W.; 4LIMA, V. A.; 5KNOB, A.
1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 2UNICENTRO - Universidade
Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 3UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro-Oeste
([email protected]), 4UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná ([email protected]), 5UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected])
Atualmente, as enzimas lipolíticas constituem um dos principais grupos de enzimas com enorme potencial para aplicações
biotecnológicas, destacando-se seu uso nas indústrias de cosméticos, de detergentes, de laticínios, na produção de
biodiesel, entre outras. Entretanto, o custo de produção destas enzimas é o principal fator limitante para a sua utilização.
Uma alternativa a esta problemática é o emprego de resíduos agroindustriais como substratos para a produção enzimática.
A presente pesquisa objetivou elevar os níveis de lipases produzidos por uma linhagem leveduriforme isolada a partir de
óleo contaminado, empregando-se o soro de queijo como substrato alternativo. O efeito da concentração do substrato, do
pH e do tempo de cultivo sobre a produção de lipases foi avaliado, empregando-se o Delineamento Central Composto
Rotacional (DCCR) aplicável a Metodologia de Superfície de Resposta (MSR). O fungo foi cultivado em meio líquido
de Vogel, em presença do soro de queijo em concentrações distintas, de acordo com o DCCR. Após incubação por
períodos de tempo também estabelecidos pelo DCCR, as culturas foram filtradas a vácuo, sendo o filtrado obtido utilizado
como fonte de enzimas extracelulares. A determinação da atividade lipásica foi realizada por meio da mensuração do p-
nitrofenol liberado, a partir da hidrólise do substrato sintético p-nitrofenil palmitato quando incubado em meio tamponado
em pH 7,0, a 37 °C. Os termos lineares das variáveis independentes de concentração do substrato, tempo e pH foram
significativos para a produção de lipases. Em relação às interações entre os termos, as interações entre tempo e pH de
cultivo, bem como pH de cultivo e concentração de substrato influenciaram significativamente os níveis de lipases
produzidos. Assim, quando a concentração do substrato, o pH e o tempo de cultivo são diminuídos, a produção de lipases
é favorecida. As melhores condições estabelecidas para a produção de lipases pela levedura L1 foram concentração do
soro de queijo 1,1%, pH de cultivo 4,0 e tempo de cultivo de 24 horas. Após a otimização empregando-se as ferramentas
estatísticas, uma produção 10 vezes superior a inicial foi observada, correspondendo a 267,07 U/mL. Por meio deste
estudo, evidencia-se o potencial do soro de queijo como um substrato atrativo e de baixo custo para a produção de lipases
microbianas.
Palavras-chave: Enzimas lipolíticas; Metodologia de superfície de resposta; Resíduo agroindustrial.
Agradecimentos: CNPq, CAPES.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
143
CARACTERIZAÇÃO DA MICOBIOTA ASSOCIADA ÀS FORMIGAS-
CORTADEIRAS POR PIROSEQUENCIAMENTO
1DUARTE, A. P. M.; 2FERRO, M.; 3RODRIGUES, A.; 4BACCI Jr, M.;
5NAGAMOTO, N. S.; 6PAGNOCCA, F. C.
1Centro de Estudos de Insetos Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected]), 2Centro de
Estudos de Insetos Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected]), 3Departamento de Bioquímica
e Microbiologia, UNESP – Rio Claro, SP ([email protected]), 4 Centro de Estudos de Insetos
Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected]), 5Departamento de Produção Vegetal,
UNESP – Botucatu, SP ([email protected]), 6Centro de Estudos de Insetos Sociais,UNESP - Rio
Claro, SP ([email protected])
As relações das formigas Attini com seu fungo mutualista e outros micro-organismos são estudadas há
aproximadamente 220 anos e baseiam-se principalmente em métodos de cultivo. O avanço de novas
tecnologias de sequenciamento em larga escala, como o pirosequenciamento, tem permitido análises de
diversidade microbiana independente de cultivo mais detalhadas. Deste modo, o presente estudo teve como
objetivo analisar e comparar a diversidade fúngica associada a bitús de Atta capiguara (amostra 1), içás de
A. capiguara (amostra 2) e bitús de A. laevigata (amostra 3) através do pirosequenciamento. Foi extraído
o DNA de células fúngicas presentes na cutícula de dez formigas por amostra e a região ITS do rDNA foi
amplificada. As bibliotecas de amplicons foram sequenciadas na plataforma 454 FLX (Roche®). As
sequências obtidas foram analisadas no pipeline ITScan que removeu sequências quiméricas, alinhou e
agrupou as sequencias similares (97%) em Unidades Taxonomicas Operacionais Moleculares (MOTUs) e
comparou as MOTUs com sequências do GenBank. Os índices de diversidade e Chao 1 foram calculados
no programa PAST. No pirosequenciamento foram obtidas 22981 sequencias para a amostra 1 (82
MOTUs), 947 sequencias para a amostra 2 (39 MOTUs) e 11583 sequencias para a amostra 3 (68 MOTUs).
A análise da micobiota revelou que as espécies mais abundantes foram Cladosporium sp. e Cryptococcus
laurentti em bitús de A. capiguara, Cladosporium sp. e fungo não cultivável em içás de A. capiguara,
Cladosporium sp. e Epicoccum sp. em bitús de A. laevigata. Os índices de diversidade Fisher-alpha,
Shannon e Simpson revelaram que os bitús de A. capiguara (amostra 1) apresentaram a maior riqueza de
espécies entre as amostras. Os valores obtidos para a riqueza estimada pelo índice Chao 1 foram 111
MOTUs (SD = 31,94) para a amostra 1, 49 MOTUs (SD = 40,75) para a amostra 2 e 87 MOTUs (SD =
41,55) para a amostra 3, mostrando que a diversidade de fungos ainda não foi totalmente explorada nessas
formigas. O gênero Cladosporium foi predominante em todas as amostras e totaliza 67,9% de todas as
sequencias obtidas. Embora seja considerado um contaminante no isolamento de fungos cultiváveis, a
presença marcante de Cladosporium na cutícula das formigas-cortadeiras, observada pelo
pirosequenciamento, sugere que esse fungo é favorecido neste microambiente.
Palavras-chave: metagenômica; formigas Attini; diversidade; MOTU; sequenciamento de nova geração.
Agradecimentos: Este estudo foi financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP - Proc. 2013/08540-4).
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
144
CARACTERIZAÇÃO DE LINHAGENS DE CIANOBACTÉRIAS ISOLADAS
DA CAATINGA
1TAMASAUSKAS, P. C; 2BERAQUET, C.A.G.; 3ANDREOTE, A. P. D.; 4FIORE, M.
F.
Universidade de São Paulo - Centro de Energia Nuclear na Agricultura
1 ([email protected]), 2 ([email protected]), 3 ([email protected]), 4
As cianobactérias são micro-organismos capazes de realizar fotossíntese oxigênica pertencentes ao domínio
Bacteria que atuam em diversos ciclos biogeoquímicos e também produzem compostos naturais
interessantes sob o aspecto biotecnológico. Ainda, muitas espécies realizam o processo de fixação biológica
de nitrogênio atmosférico. Estudos sobre a comunidade cianobacteriana da Caatinga são escassos, embora
este bioma, distribuído ao longo do semiárido nordestino e abrangendo cerca de 10% do território nacional,
esteja sofrendo intenso processo de degradação devido ações antrópicas. Neste trabalho, quatro linhagens
de cianobactérias provenientes do bioma Caatinga foram caracterizadas morfologicamente e
filogeneticamente. Essas quatro linhagens (CENA216, CENA255, CENA230 e CENA261) foram isoladas
de água doce e solo da Caatinga e estão sendo mantidas na Coleção de Culturas de Cianobactérias do
Laboratório de Biologia Celular e Molecular do CENA/USP. A caracterização morfológica foi realizada
com base em observações em microscópio óptico e auxílio de literatura especializada. O DNA genômico
das culturas foi extraído e o gene de DNAr 16S foi amplificado (~1400 nt), clonado e sequenciado. As
sequências geradas foram processadas para remoção de bases com baixa qualidade (índice de qualidade <
20) e comparadas com outras previamente depositadas no GenBank. A construção da árvore filogenética
foi realizadas com as sequências de RNAr 16S geradas, sequências com alta identidade e outras sequências
provenientes de grupos taxonomicamente relacionados. Morfologicamente, as quatro linhagens estudadas
apresentaram tricomas uniseriados, isopolares, não ramificados, com presença de heterócitos intercalares e
terminais e acinetos, características do gênero Nostoc. As linhagens compartilharam entre 98 - 99% de
identidade de sequência com sequências disponíveis no banco de dados. Filogeneticamente, as linhagens
distribuíram-se em dois clados distintos não relacionados com o clado contendo as linhagens referência
para Nostoc. A linhagem CENA230 se agrupou com outras Nostoc spp., enquanto que CENA216,
CENA255 e CENA261 formaram um clado novo. A integração de dados moleculares e morfológicos
mostrou que a variabilidade genética excede a morfológica e que novos grupos filogenéticos de
cianobactérias habitam esse bioma.
Palavras-chave: Nostoc; 16S RNAr; diversidade; filogenia; heterócitos.
Agradecimento: FAPESP e CNPq.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
145
FILOGENIA DE FUNGOS DO GÊNERO Escovopsioides ASSOCIADOS ÀS
FORMIGAS DA TRIBO ATTINI
1OSTI, J. F.; ²RODRIGUES, A.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Rio Claro, SP ([email protected]),
²UNESP - Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Rio Claro, SP ([email protected])
O gênero Escovopsioides compreende fungos filogeneticamente relacionados com Escovopsis, fungo
parasita encontrado somente nos ninhos das formigas atíneas. Vários estudos demonstraram que Escovopsis
inibe o crescimen to do fungo cultivado como alimento por esses insetos, entretanto, nada se conhece a
respeito da biologia de Escovopsioides. Considerando que apenas uma espécie desse gênero é conhecida, o
objetivo deste trabalho foi acessar a diversidade genética de Escovopsioides provenientes de ninhos de
formigas cortadeiras de folhas (Atta e Acromyrmex) e outras atíneas não cortadeiras (Trachymyrmex e
Apterostigma), obtidos de diferentes localidades do Brasil. Um total de 20 isolados depositados no acervo
da Central de Recursos Microbianos da UNESP foi reativado e o DNA genômico foi extraído. Um
fragmento parcial do gene que codifica para o fator alfa de elongação foi amplificado com os primers EF6-
20F e EF6A-1000R. Os amplicons foram purificados e sequenciados bidirecionalmente. Os contigs gerados
juntamente com sequências de Escovopsioides e Escovopsis recuperadas do NCBI-GenBank foram
utilizados nas análises filogenéticas. Inferida com método de neighbour-joining, a árvore filogenética
revelou que isolados de Escovopsioides provenientes de ninhos de Atta, Acromyrmex e Trachymyrmex
formaram um clado coeso (com 100% de suporte de bootstrap) com a única espécie descrita do gênero,
Escovopsioides nivea.A comparação entre as sequências apontou similaridade maior ou igual a 98%. Já a
linhagem de Escovopsioides isolada do ninho de Apterostigma formou um ramo divergente na árvore
filogenética, com apenas 92% de similaridade com E. nivea. Este resultado sugere uma potencial nova
espécie desse gênero. Análises filogenéticas com a inclusão de outras regiões gênicas, bem como análise
morfológica dos isolados são necessárias para confirmar se o novo filotipo de Escovopsioides trata-se de
uma espécie nova. O presente estudo contribuiu para uma maior compreensão sobre a diversidade genética
do gênero Escovopsioides, o que abre oportunidades para estudos futuros sobre o possível papel desse fungo
como antagonista do fungo cultivado pelas formigas atíneas.
Palavras-chave: Micoparasitismo; formigas cortadeiras; Escovopsis.
Agradecimentos:CAPES e FAPESP.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
146
FUNGOS LEPIOTÁCEOS ASSOCIADOS ÀS FORMIGAS ATTÍNEAS BASAIS
1URREA-VALENCIA, S.; 2RODRIGUES, A.; 3NEVES, M. A.
1UNESP - Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Rio Claro, SP ([email protected]), 2UNESP -
Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Rio Claro, SP ([email protected]), 3UFSC – Universidade
Federal de Santa Catarina, SC ([email protected])
O cultivo de fungos pelas formigas da tribo Attini (Hymenoptera, Formicidae) depende estritamente da
simbiose nutricional com fungos Agaricomycetes (Basidiomycota), cultivados em "jardins" no interior de
seus ninhos. As attíneas filogeneticamente basais da tribo cultivam fungos lepiotáceos, os quais podem ser
encontrados em “vida livre” (fungos encontrados fora da simbiose) e nos ninhos (cultivares) desses insetos.
Entretanto, são escassos os registros dos fungos de vida livre filogeneticamente relacionados aos cultivares
das formigas. O presente trabalho inferiu a relação filogenética entre fungos lepiotáceos de vida livre e os
cultivares de attíneas basais. Para as análises foram utilizadas 18 sequências da região ITS de espécimes de
lepiotáceos de vida livre examinados neste estudo e sequências de cultivares obtidas do GenBank que
apresentaram similaridade maior de 95% com as sequências do presente estudo. Foi construída uma matriz
com 55 sequências, tendo 975 caracteres incluindo gaps. A análise filogenética foi realizada utilizando o
método de Inferência Baysiana, com o modelo evolutivo HKY+G, definido no programa jmodeltest 1.2.4.
Foram realizadas 20.000.000 gerações MCMC, sendo que as árvores a cada 2.000 gerações foram mantidas.
Macrolepiota procera foi escolhida como grupo externo por ser um lepeiotáceo de vida livre próximo dos
gêneros filogeneticamente relacionados com cultivares. A análise filogenética indica a presença de cinco
clados com probabilidades a posteriori acima de 0,60. O clado 1 agrupou cultivares de Cyphomyrmex grupo
rimosus e quatro novos registros de lepiotáceos de vida livre. Os clados 2, 3 e 4 incluíram, exclusivamente,
fungos lepiotáceos de vida livre dos gêneros Lepiota, Leucocoprinus e Leucoagaricus, respectivamente.
Finalmente, o clado 5 agrupou dois cultivares das formigas dos gêneros Myrmicocrypta e Cyphomyrmex e
um novo registro de lepiotáceo de vida livre. Os resultados obtidos demonstraram um total de cinco
linhagens filogenéticas de fungos leucocoprinoides de vida livre, porém filogeneticamente relacionados aos
cultivares de attíneas basais. Tais dados corroboraram a hipótese de que fungos cultivados pelas attíneas
basais podem sobreviver fora do mutualismo, sugerindo que alguns fungos podem iniciar a simbiose com
esses insetos e terminar seu ciclo de vida fora da associação ou vice-versa.
Palavras-Chave: Filogenia; Agaricaceae; Cyphomyrmex; Myrmicocrypta.
Agradecimentos: CAPES; Programa de Pós-graduação em biologia de Fungos, Algas e Plantas –
PPGFAP; MICOLAB-UFSC.
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
147
OCORRÊNCIA DE FUNGOS NEGROS EM AMBIENTES DOMÉSTICOS
1MELATI, R. B.; 2DUARTE, A. P. M.; 3PAGNOCCA, F. C.
1Centro de Estudos de Insetos Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected]), 2 Centro de
Estudos de Insetos Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected]), 3 Centro de Estudos de
Insetos Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected])
Os fungos negros são caracterizados por uma ecologia excepcional uma vez que podem se adaptar a
condições ambientais extremas como: altas temperaturas, presença de substâncias químicas tóxicas e
escassez de nutrientes. Além disso, são também patógenos potenciais para os humanos. O ambiente natural
de muitos fungos negros ainda é desconhecido e alguns estudos estão sendo realizados para avaliar a
biodiversidade deste grupo e seus diferentes habitats. Este estudo teve como objetivo isolar fungos negros
em ambientes e utensílios domésticos, tais como escova dental, borracha de vedação de geladeiras, ralos e
boxes de banheiros, janelas, azulejos e esponjas de banho. Para as coletas, as superfícies dos materiais
foram raspadas com o auxílio de um bisturi previamente esterilizado e os fragmentos resultantes foram
imediatamente transportados para o laboratório. As amostras foram semeadas em ágar Mycosel (Difco™),
suplementado com actidiona para inibir o crescimento de fungos altamente esporulantes. As placas foram
incubadas a 25°C por aproximadamente três semanas. As colônias fúngicas foram purificadas em ágar
extrato de malte 2% (MA2%) contendo 0.01% de cloranfenicol. Os isolados foram preservados em tubos
inclinados com MA2% mantidos a 8°C e por ultracongelamento a -80°C. A identificação dos fungos
isolados foi realizada através de análises macro e microscópicas das colônias e técnicas moleculares. Após
a extração do DNA, a região ITS do rDNA foi amplificada e sequenciada sendo as sequências resultantes
comparadas com o banco de dados do GenBank. Até o presente momento, os seguintes táxons de fungos
negros foram identificados: Ascomycota sp., Cladosporium spp., Dothideomycete sp, Exophiala
alcalophila, Ochroconis mirabilis e Rhinocladiella atrovirens. Fungos não melanizados também foram
encontrados, como Geosmithia sp., Penicillium sp. e Rhodotorula mucilaginosa. De acordo com a
literatura, os fungos negros obtidos no presente estudo são patógenos oportunistas e estudos adicionais são
necessários para avaliar o risco que estes micro-organismos oferecem à saúde, uma vez que foram isolados
de ambientes domésticos.
Palavras-chave: dematiáceos; diversidade; patógenos; Chaetothyriales; Capnodiales.
Agradecimentos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (Processo
n° 305457/2011-0).
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
148
PROVÁVEL NOVA ESPÉCIE DE Hypoxylon
1LACERDA, L.T.; 2PEREIRA, J.; 2,3BEZERRA, J.L.
1Departamento de Bioquímica e Microbiologia, Universidade Estadual Paulista – Unesp, Rio Claro,SP
([email protected]), 2Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Estadual de
Santa Cruz – UESC, Ilhéus, BA. ([email protected]), 3Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e
Biotecnológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, Cruz das Almas, BA.
O gênero Hypoxylon (Ascomycota, Xylariaceae) foi estabelecido por Jean Baptiste François Bulliard em
1791, abrigando, atualmente, mais de 130 espécies. Este táxon possui distribuição cosmopolita e suas
principiais características são: altura menor que o comprimento e a largura, estroma unipartido e pigmentos
geralmente extraíveis em KOH 10%. No período de março a novembro de 2013 foram realizadas duas
expedições a campo na Reserva do Patrimônio Particular Serra do Teimoso, Jussari, Bahia (15º09’ S; 39º31’
W), onde foram coletados estromas de fungos Xylariaceae em galhos de dicotiledôneas em decomposição
com o auxílio de facão ou canivete, os quais foram acondicionados em sacos de papel e identificados. O
material foi levado para o Laboratório de Fitopatologia e Nematologia da Universidade Estadual de Santa
Cruz (UESC), em Ilhéus, BA, onde procedeu-se sua identificação com base na morfologia e
quimiotaxonomia. Dentre o material examinado, um espécime de Hypoxylon apresentou um conjunto de
características não observadas em táxons conhecidos, especialmente H. rubigineoareolatum e H.
rubiginosum, com as quais se assemelha. Hypoxylon sp. difere de H. rubigineoareolatum por apresentar
pigmentos extraíves em KOH 10% vs. ausência de pigmentos extraíveis e ascósporos menores (9–13 × 4–
6 µm vs. 11–16 × 5.5–6.5 µm). Também difere de H. rubiginosum por apresentar pigmentos de coloração
púrpura vs. laranja ou ferruginoso e ostíolo acima da superfície estromática vs. ostíolo abaixo da superfície
estromática. Sabendo-se que cerca de 90% dos fungos ainda não foram estudados e que o espécime coletado
não se assemelha a nenhuma espécie descrita, Hypoxylon sp. é uma provável nova espécie da família
Xylariaceae.
Palavras-chave: Ascomycota, Taxonomia, Xylariaceae.
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149
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS, MICROBIOLÓGICAS E
ECOTOXICOLÓGICAS DE CHORUME BRUTO E TRATADO DE ATERRO
SANITÁRIO
1CONDE DE ALMEIDA, N.; 2MESSETTI, M. A.; 3OLIVEIRA, V. J. A.; 4ANGELIS,
D. F.
Resumo
Um dos grandes problemas com relação à disposição dos resíduos sólidos em aterros é a formação do
chorume. A sua composição química apresenta grande variabilidade, dependendo da natureza dos resíduos
depositados, da forma de disposição, do manejo e da idade do aterro, é extremamente influenciada por
fatores climáticos, como a quantidade de chuva e a temperatura. Os danos ambientais provocados pelo
chorume são significativos, podendo vir a contaminar corpos d´água superficiais, solo e lençol freático.
Dessa forma, o tratamento desse percolado assume grande importância ambiental. Para tanto, é fundamental
que se conheça qualitativamente as características desse percolado. Neste contexto, o presente trabalho teve
como objetivo, caracterizar a composição dos resíduos provenientes da Estação de Tratamento de Chorume
de Rio Claro e verificar a eficiência deste, por meio de análises físico-químicas, microbiológicas e
ecotoxicológicas. Os resultados obtidos nestas análises mostraram que houve diminuição nas contagens de
fungos, CT e E. coli após tratamento. Alguns parâmetros como pH, sólidos sedimentáveis, cianetos e
sulfetos tiveram seus índices adequados à legislação. Porém, parâmetros como condutividade, cloretos,
amônia, nitratos e nitritos apesar de terem sofrido diminuição, ainda encontram-se em desacordo com a
legislação. A eficiência na remoção de DBO foi de 54,92% e de DQO de 22,22%, estando aquém do que
determina a legislação paulista. Dos metais analisados, o Boro apresentou-se alterado. O tratamento do
efluente não resultou em melhora na qualidade com relação à toxicidade aguda com CE50 de 4%. Teste de
toxicidade crônica com C. dúbia, resultou em ICP50 de 0,84%. Os efluentes bruto e tratado apresentaram
alto nível de toxicidade determinando a morte de 100% de D. tigrina em apenas 6 dias. Devido aos altos
índices de condutividade, substâncias tóxicas como amônia, cloretos, entre outras, a eficiência do
tratamento biológico fica comprometida, determinando a necessidade de adequação dos tratamentos físico-
químico e microbiológico.
Palavras-chave: Chorume; DBO de chorume; toxicidade de chorume.
Afiliações: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESP–Rio Claro. Instituto de
Biociências, Depto. Bioquímica e Microbiologia, 1([email protected]), 2([email protected]), 3([email protected]); 4([email protected]).
Introdução
Um dos grandes problemas com relação à disposição dos resíduos sólidos em aterros é com certeza a
geração do chorume. Este é um resíduo líquido de elevada carga orgânica e inorgânica, coloração escura e
forte odor, produzido pela decomposição química e microbiológica dos resíduos sólidos (Mendes et al,
2006). A sua composição química apresenta grande variabilidade, uma vez que, além de depender da
natureza dos resíduos depositados, da forma de disposição, do manejo e da idade do aterro, é extremamente
influenciada por fatores climáticos, como a quantidade de chuva e a temperatura. Os danos ambientais
provocados pelo chorume são significativos, podendo vir a contaminar corpos d´água superficiais, solo e
lençol freático. Dessa forma, o tratamento desse percolado assume grande importância ambiental. Pesquisas
recentes têm mostrado vários meios de tratamento para estes líquidos (Bahe, 2008; Gomes, 2009). Para o
tratamento adequado, é fundamental que se conheça qualitativa e quantitativamente as características desse
percolado que apresenta grande variabilidade.
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150
Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivos, caracterizar a composição dos resíduos
provenientes da Estação de Tratamento de Chorume do Aterro Sanitário de Rio Claro (ETC-RC) e verificar
a eficiência deste tratamento, por meio de análises físico-químicas, microbiológicas e ecotoxicológicas dos
chorumes bruto e tratado.
Material e Métodos
Amostragem: Coleta de chorume bruto e tratado na ETC- RC. Período de estiagem.
Análises Microbiológicas. Contagem de bactérias: “Pour-Plate” em meio PCA + 3ppm de actidiona a 35°C
(NT L5201, Cetesb, 1986). Leveduras e fungos filamentosos: “Spread-Plate” em meio DAS + 5ppm de
amplicilina e ác. Nalidíxico a 28°C. Coliformes totais (CT) e Escherichia coli: Método COLILERT*.
Análises físico-químicas: pH; condutividade; cor; turbidez; materiais sedimentáveis; amônia; sólidos
totais; matéria orgânica; cinzas; nitratos; nitritos; cianetos, sulfetos; cloretos; metais: alumínio, arsênio,
boro, cádmio, cobalto, cromo, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel, chumbo, antimônio, selênio,
vanádio e zinco; DBO5 (Demanda Bioquímica de Oxigênio em 5 dias); DQO (Demanda Química de
Oxigênio);
Ensaios de toxicidade: Aguda em Daphnia similis (NBR 12713 - ABNT, 2009); Crônica em Ceriodaphnia
dubia (NBR 13373 - ABNT, 2010) e Dugesia tigrina: (US EPA, 2013).
Resultados e Discussão
Contagem microbiana: Os resultados registrados na tab. 1, permitem verificar que houve diminuição nas
contagens de fungos, CT e E. coli após tratamento do efluente. Com relação às bactérias a contagem de 104
UFC/mL é considerada normal.
Tabela 1. Contagem de fungos e bactérias e coliformes totais e E. coli do chorume bruto e tratado.
Chorume Fungos
UFC/mL
Bactérias
UFC/mL
Coliformes Totais
NMP/100mL
E. coli
NMP/100mL
Bruto 2,6 105 2,4 104 16500 980
Tratado 7,6 103 2,0 104 1090 <100
% remoção 93,39 <90%
Análises físico-químicas: As tabelas 2 e 3 mostram que parâmetros como pH, sólidos sedimentáveis,
cianetos e sulfetos tiveram seus índices adequados à legislação após tratamento. Porém, os parâmetros
restantes ainda encontram-se alterados e em desacordo com a legislação.
Tabela 2. Cor, pH, turbidez, sólidos sedimentáveis e condutividade do chorume bruto e tratado.
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151
Chorume pH Cor
aparente
(PtCo)
Cor
verdadeira
(PtCo)
Turbidez
(NTO)
Sólidos
sedimentáveis
(mL/L)
Condutividade
(µS/cm)
Bruto 7,75 6420 5340 89,8 < 0,1 26050
Tratado 8,11 5720 5080 28,4 < 0,1 17360
%remoção 10,90 4,87 68,37 33,36
Tabela 3. Amônia, cloretos, cianetos, sulfetos, nitratos e nitritos do chorume bruto e tratado.
Chorume Amônia
(mg/L)
Cloretos
(mg/L)
Cianetos
(mg/L)
Sulfetos
(mg/L)
Nitrato
(mg/mL)
Nitrito
(mg/mL)
Bruto 2525 3201 0,35 1,00 78 21
Tratado 1324 2977 0,06 0,35 124 232
%remoção 47,56 7,00 82,86 65,00
A tabela 4 mostra as quantidades de matéria orgânica e cinzas contidas nos chorumes bruto e tratado.
Observa-se também os valores de DBO e DQO, a eficiência do tratamento está muito aquém da legislação
paulista que determina redução de DBO de 80%.
Tabela 4. Análises de sólidos totais, matéria orgânica, cinzas, DBO5 e DQO do chorume.
Chorume Sólidos totais
(mg/L)
Matéria orgânica
(mg/L)
Cinzas
(mg/L)
DBO5
(mg/L)
DQO
(mg/L)
Bruto 10,625 4,781 5,844 264 3600
Tratado 10,428 4,115 6,313 119 2800
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152
Eficiência(%) 54,92 22,22
Com relação aos metais analisados, apenas o Boro apresenta valor acima da legislação 7,0 mg/L de chorume
bruto e 7,5mg/L do tratado.
Toxicidade aguda em D. similis: O tratamento do efluente não resultou em melhora na qualidade com
relação à toxicidade aguda. A concentração mínima capaz de causar efeito deletério em 50% dos
organismos testes (CE50) foi de 3,99% para o bruto e 4,04% para o tratado.
Toxicidade crônica em C. dubia: O ICP50, concentração real da amostra que causa redução de 50% na
reprodução dos organismos-testes em relação ao controle, foi de 0,84%, evidenciando um alto grau de
toxicidade do efluente tratado para este organismo.
Toxicidade com D. tigrina: Os efluentes brutos e tratados em diluição de 1 e 2% apresentaram alto nível
de toxicidade determinando a morte de 100% de D. tigrina em apenas 6 dias
Conclusões
Devido aos altos índices de condutividade, substâncias tóxicas como amônia, cloretos, nitratos e nitritos
entre outras a eficiência do tratamento biológico fica comprometida, determinando a necessidade de melhor
adequação dos tratamentos físico-químico e microbiológico.
Agradecimentos
Agência financiadora: CAPES
Colaboração: Prefeitura Municipal de Rio Claro – SP
Referências
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12713 Ecotoxicologia Aquática - Toxicidade
aguda - Método de ensaio com Daphnia spp. (Crustacea, Cladocera). Rio de Janeiro, 2009.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13373 Ecotoxicologia Aquática – Toxicidade
crônica – Método de ensaio com Ceriodaphnia spp. (Crustacea, Cladocera). Rio de Janeiro, 2010.
BAHÉ, J. M. C. F. Estudo da evaporação de lixiviados de aterros sanitários como alternativa
tecnológica de tratamento: Testes em bancada. Dissertação (pós-graduação em Engenharia Civil). 2008.
110 f. Universidade Federal de Pernambuco. PE.
CETESB – NT L 5621. Contagem de Batérias heterotróficas: método de ensaio. 14p. 2006
GOMES, L. P. Estudo de caracterização e tratabilidade de lixiviados de aterro sanitário para
condições brasileiras. PROSAB- Programa de Pesquisa em Saneamento Básico. Resíduos Sólidos. Rio de
Janeiro. ABES. 2009
MENDES, L. T. et al. Aspecto físico-químico e bacteriológico da hidrologia subterrânea na região do
depósito de resíduos sólidos urbanos, Londrina, Paraná, Brasil. Londrina: Semina - Ciências Exatas e
Tecnológicas, v. 27, n. 2, p. 139-146. 2006.
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153
US EPA. Invertebrate Communities Impacts on Quality of Inland Wetlands of the United States: A Survey
of Indicators, Techniques, and Applications of Community Level Biomonitoring Data. Disponível em:
<http://water.epa.gov/type/wetlands/assessment/miv.cfm> Acesso em Ago/2013.
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154
ATIVIDADE DE COMPOSTO FUROXÂNICO FRENTE A Mycobacterium
tuberculosis, CITOTOXICIDADE E CINÉTICA EM COMBINAÇÃO COM
RIFAMPICINA
1RIBEIRO, C. M.; 1SILVA, J. L.; 1 SOUZA, P.C.; 1FERNANDES, G.F.S.; 1SANTOS,
J.L.; 1PAVAN, F. R.
Resumo
A tuberculose é uma doença infecciosa que atingiu nove milhões de pessoas no mundo no ano de 2013 e
recentemente os casos que envolvem resistência aos antibióticos usados na terapia são uma preocupação
mundial. Visando novos compostos a serem usados no tratamento anti-Mycobacterium tuberculosis
testamos a atividade de uma nova molécula furoxânica (PJ5) frente ao bacilo, a citotoxicidade deste
composto frente a células VERO e a cinética bactericida de PJ5 e Rifampcina(RFP) separados e em
combinação, além de um controle em que nenhum fármaco foi adicionado. A Concentração Inibitória
Mínima (CIM) do PJ5 foi determinada pela metodologia Resazurin Microtiter Plate Assay e a CIM capaz
de inibir 90% do crescimento micobacteriano foi de 8,3µg/mL. A concentração capaz de manter 50% das
células VERO viáveis (IC50) foi >500µg/mL. Na cinética bactericida a micobactéria foi exposta a RFP, ao
PJ5, a combinação destes dois na CIM de cada e um controle em que nenhum fármaco foi adicionado. A
cada 24 horas uma alíquota das amostras foi retirada, diluída, semeada em placas, e incubadas para
contagem de colônias. Em relação à Cinética Bactericida observou-se um efeito aditivo quando PJ5 e RFP
foram combinados, demonstrando que esta pode ser uma combinação eficaz para o tratamento.
Palavras-chave: Atividade anti-Mycobacterium tuberculosis; Composto Furoxânico; Citotoxicidade;
Cinética Bactericida.
Afiliações: 1Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara-UNESP ([email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]).
Introdução
Estima-se que no ano de 2013, cerca de nove milhões de pessoas desenvolveram tuberculose (TB) no
mundo e destas cerca de 1,5 milhão morreram pela doença. A TB está presente em todas as regiões mundiais
e ocorreu um aumento no número de casos e de mortes em decorrência da doença no ano de 2013 se
comparado aos anos anteriores (OMS, 2014).
Diante de um cenário de fármacos antigos e do surgimento de cepas resistentes, destaca-se a importância
da descoberta de novos fármacos e de combinações mais ativas tanto das novas drogas quanto de fármacos
já conhecidos com os atualmente empregados na terapia (Macingwana et al, 2012).
Propôs-se, então, a utilização de um composto furoxânico, que é um doador de óxido nítrico (NO) para
combater o M. tuberculosis, visto que o macrófago usa destas espécies reativas de oxigênio e nitrogênio
para tentar combater a infecção por M. tuberculosis ou outras bactérias, pois o NO difunde-se para a célula
do parasita dentro do fagolisossomo, onde exerce efeitos citotóxicos através de inúmeros mecanismos.
O objetivo deste trabalho é avaliar o potencial anti-M. tuberculosis de um composto doador de NO
(Composto furoxânico - PJ5), avaliar sua citotoxicidade e por fim a cinética bactericida do PJ5 isolado e
em combinação com RFP para avaliar se existe algum sinergismo entre eles. O composto furoxânico foi
obtido por síntese no Lapdef (Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos) da
FCFAR/UNESP.
Material e Métodos
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155
Os ensaios de citotoxicidade e Resazurin Microtiter Plate Assay (REMA) partem de um mesmo princípio,
que é fazer uma diluição seriada do composto a ser testado e colocá-lo em contato com uma cultura de
células VERO (ATCC CCL81) ou com o cultivo bacteriano de Mycobacterium tuberculosis H37Rv (ATCC
27294). As diferenças são em relação ao tempo de incubação que é de 24h para célula e de 7 dias para a
bactéria, ao tempo de incubação após aplicar o revelador, que é de 6h para célula e 24 h para bactéria e
quanto ao que é avaliado como resultado, pois no ensaio de citotoxidade objetiva-se encontrar a
concentração em que 50% das células permanecem viáveis (IC50) e no ensaio do REMA objetiva-se
encontrar a concentração do composto capaz de inibir o crescimento de 90% das bactérias( Concentração
Inibitória mínima-CIM). O revelador é o mesmo, a Resazurina, que em meio presença de respiração e
metabolismo aeróbio ocorre uma alteração do equilíbrio redox do meio, e a resazurina é reduzida a
resorufina, apresentando coloração rosa, enquanto em meio onde não há respiração, ou seja houve morte
das células ou bactérias, ela permanece oxidada na forma de resazurina, apresentando na cor azul. (Pavan
et al., 2010; Palomino et al., 2002). É feita a leitura da fluorescência e relaciona-se os valores encontrados
no controle onde não há fármaco como 100% de crescimento e calcula-se a procentagem de inibição em
cada concentração do composto.
Para a cinética bactericida, um cultivo bacteriano é exposto aos diferentes fármacos nas respectivas
concentrações da CIM e incubados (Bhusal et al, 2005). A cada 24 horas uma alíquota das amostras foi
retirada, diluída, semeada em placas, e incubadas para contagem de colônias. Com os valores obtidos
traçou-se uma curva representando o número de bactérias viáveis em número de UFC/mL (ordenada) em
função do tempo de exposição em dias (abscissa).
Resultados e Discussão
A escolha do compostos furoxânico testado foi baseada no Índice de seletividade (IS), pois este valor
representa o quanto específico o fármaco é em atingir o M. tuberculosis sem prejudicar excessivamente as
células do hospedeiro. O IS é calculado pela razão da CIM pela IC50, e o valor obtido foi de 116,01,
considerado um bom IS. A CIM, o IC50 e o IS são apresentados na Tabela1. Na cinética bactericida,
conforme o Gráfico1, observa-se redução de 2.96 log210 UFC/mL em 96 h de contato do inóculo inicial
com RFP. O PJ5 reduziu o inóculo em 0.4 log210 UFC/mL em 48 hs de contato. Em 96 h, a combinação
PJ5 + RFP foi capaz de reduzir o inóculo em 3.91 log210 UFC/mL em relação ao controle. Em relação à
Cinética Bactericida observou-se um efeito aditivo quando PJ5 e RFP foram combinados, demonstrando
que esta pode ser uma combinação eficaz para o tratamento.
Tabela 1. Resultados obtidos para o PJ5
Sigla Nome do composto Peso Molecular Atividade ao MTB Citotoxicidade
(g/mol) CIM
(µg/mL)
CIM
(µM)
IC50 VERO
(µg/mL)
IC50
VERO
(µM)
IS
VERO
PJ 5 Benzofuroxano-4
amino benzidrazida
297,26 8,3 27,92 >500,00 1682,03 116,01
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156
Gráfico 1. Cinética Bactericida de PJ5 individualmente e em combinação com a Rifampicina frente ao
Mycobacterium tuberculosis H37Rv.
Conclusões
O PJ5 apresentou uma CIM um pouco alta, se comparada com outros fármacos empregados na terapia, mas
como seu IS é considerado excelente, este composto pode se tornar um fármaco anti-TB. A combinação de
RFP e PJ5 apresentou um efeito aditivo pela cinética bactericida, indicando que esta combinação pode ser
efetiva para um possível aplicação clínica. Além disso, estes resultados são indicativos que outros
compostos doadores de NO podem ser testados e ser potenciais fármacos anti-TB, assim como este.
Agradecimentos
Agradeço a FAPESP (2014/03920-6) pelo apoio financeiro.
Referências
Bhusal Y, Shiohira CM, Yamane N. Determination of in vitro synergy when three antimicrobial agents are
combined against Mycobacterium tuberculosis. Int J Antimicrob Agents. 2005, 26(4): 292-297.
Macingwana L, Baker B, Ngwane AH, Harper C, Cotton MF, Hesseling A, Diacon AH, Helden P, Wiid I.
Sulfamethoxazole enhances the antimycobacterial activity of rifampicin. J Antimicrob Chemother 2012;
67: 2908 –2911.
Palomino JC, Anandi M, Camacho M, Guerra H, Swings J, Portaels F. Resazurin Microtiter Assay Plate:
Simple and Inexpensive Method for Detection of Drug Resistance in Mycobacterium tuberculosis.
Antimicrob agents Chemoter. 46(8), 2720–2722, 2002.
Pavan, FR, Maia PIS, Leite SRA, Deflon VM, Batista AA, Sato DN, Franzblau SG, Leite CQF.
Thiosemicarbazones, semicarbazones, dithiocarbazates and hydrazide/ hydrazones: Anti-Mycobacterium
tuberculosis activity and cytotoxicity. European Journal of Medicinal Chemistry v. 45, p. 1898–1905, 2010.
World Health Organization. Global Tuberculosis Report 2014.
0
2
4
6
8
10
0h 24h 48h 72h 96h
Log1
0 U
FC/m
L
Tempo de tratamento
Controle
RFP
PJ5
PJ5+RFP
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FUNGOS INGOLDIANOS EM ALGUNS CORPOS D’AGUA DO SEMIÁRIDO
¹CATENA, N. R.; ² FIUZA, P. O.; ³ GUSMÃO, L. F. P.
Resumo
Os fungos ingoldianos são hifomicetos aquáticos caracterizados pela estrutura morfológica dos seus
conídios, que podem apresentar ramificações ou morfologia sigmoide, tetrarradiada e filiforme. Esses
fungos são encontrados em águas lóticas e devido a conformação de seus conídios conseguem flutuar sob
a espuma, apresentando agilidade na dispersão. Os fungos ingoldianos possuem enzimas que decompõe
polímeros como a celulose, lignina e pectina, desempenhando importante papel na decomposição de
matéria orgânica e também para a indústria farmacêutica, na produção de remédios. Tendo em vista a
escassa informação sobre esses importantes decompositores de substratos foliares no Brasil, o objetivo
desse estudo foi de realizar um levantamento taxonômico de fungos ingoldianos associados a substratos
vegetais submersos e em espuma na região semiárida do país. Foram coletadas amostras de espumas de
riachos em Piatã-BA , Brejo Paraibano-PB, Serra de Ibiapaba-CE e Boa Nova-BA. Folhas submersas em
decomposição foram transportadas em sacos plásticos para o Laboratório de Micologia da Universidade
Estadual de Feira de Santana (UEFS). Em seguida as amostras foram incubadas em câmara-úmidas e
acondicionadas dentro de uma caixa de isopor. As amostras de espumas foram analisadas de acordo com a
metodologia de Descals, onde amostras contidas em tubos de Falcon foram homogeneizadas e transferidas
para lâminas, sendo posteriormente analisadas sob o microscópio óptico Olympus BX-51. Foram
registrados 28 táxons de fungos ingoldianos nas espumas e 18 táxons nos substratos vegetais submersos
(folhas), e desses 25 são novos registros: Continente Americano(3), Neotrópico(1), América do Sul(3),
Brasil(7), região Semiárida(8), Ceará(2) e Paraíba(1). A quantidade de fungos ingoldianos encontrados na
espuma é superior ao do substrato submerso, pois desde a nascente a espuma vai acumulando conídios de
diversas espécies vegetais submersas. A diversidade de fungos ingoldianos nessa região, ainda pouco
estudada, é muito relevante, desta forma estudos como este permitem ampliar o conhecimentos da
diversidade de fungos, fornecendo subsídios para futuros trabalhos de conservação.
Palavras-chave: Hifomicetos aquáticos; Sistemática, Tropical
Afiliações: ¹ UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected]), ² UEFS –
Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected]), ³ UEFS – Universidade Estadual de
Feira de Santana ([email protected])
Introdução
Os hifomicetos aquáticos são um grupo artificial de fungos, cujas formas hidrodinâmicas dos conídios
variam de filiformes, tetrarradiados, sigmoides ou apresentar várias ramificações, esses proporcionam
leveza e agilidade na dispersão, principalmente os tetrarradiados, que flutuam sob a espuma de água devido
a sua conformação estrelada, ou associados a folhas em decomposição (Goh 1997). Esses fungos podem
ser encontrados em todos os ambientes aquáticos, porém, apresentam-se em maior quantidade em
ecossistemas lóticos como riachos e lagos, favorecendo a atuação dos mesmos como um dos mais relevantes
decompositores de substratos foliares submersos (Ingold 1975, Gulis et al. 2005). A ocorrência e
distribuição desses microrganismos pode ser influenciada por algumas condições hidrológicas, como teor
de oxigênio, temperatura e turbulência da água (Ingold 1975, Bärlocher 1992).
A decomposição das folhas e galhos realizada pelos hifomicetos ocorre na retirada de carbono desses
substratos devido a uma série de enzimas que são excretadas de suas estruturas somáticas. (Christensen
1989, Bärlocher 1992, Kjøller & Struwe 1992, Moore-Landecher 1996). Essas enzimas decompõe
polímeros estruturais como a celulose, lignina, hemicelulose e pectina (Torzilli 1982, Suberkrop et al. 1983,
Benner et al. 1984), desempenhando um papel importante não apenas para a decomposição de matéria
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158
orgânica, que contribui para a ciclagem de nutrientes, mas também para a indústria farmacêutica, na
produção de remédios.
Apesar da sua importância para os ecossistemas dulcícolas, o conhecimento sobre a diversidade dos fungos
ingoldianos das regiões tropicais permanece precário, uma vez que a maioria dos estudos tem sido
conduzida em regiões temperadas. Tendo em vista a escassa informação sobre esses importantes
decompositores de substrato os foliares no Brasil a proposta desse estudo teve como objetivo realizar um
levantamento taxonômico de fungos ingoldianos associados a substratos vegetais submersos e em espuma
na região semiárida do país, ampliando ainda mais o conhecimento sobre a biodiversidade da micota
aquática brasileira.
Material e Métodos
Foram coletadas amostras de espumas e de folhas submersas no Brejo Paraibano-PB, na Serra de Ibiapada-
CE e em duas localidades do estado da Bahia: Piatã, Chapada Diamantina e no Parque Nacional de Boa
Nova. Foram coletadas amostras de espuma com espátulas fundas e acondicionadas em tubos de Falcon.
As folhas foram coletadas aleatoriamente com o uso de uma pinça esterilizada e acondicionadas em sacos
plásticos. Posteriormente, foi adicionado 5 ml de formol nas amostras de espumas para impedir a
germinação dos conídios. O material foi encaminhado ao Laboratório de Micologia (LAMIC) da
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e acondicionado no refrigerador. No laboratório as
folhas foram transferidas para recipientes plásticos perfurados e colocados em bandejas plásticas,
submetidos assim à técnica de lavagem em água corrente. Após trinta minutos as folhas foram colocadas
em papel toalha e acondicionadas em camaras-úmidas feitas de placa de petri e papel filtro. A montagem
de lâmina para as amostras de espuma seguiu a metodologia de Descals (2005). As lâminas foram vedadas
com esmalte incolor para serem preservadas como semipermanentes. As estruturas fungicas contidas nas
folhas baseado na metodologia de Castañeda-Ruiz (2005). Os fungos ingoldianos foram identificados sob
o microscópio óptico (Olympus BX 51), a partir da comparação dos caracteres morfológicos dos conídios
com bibliografias específicas (Ellis 1976; Ingold 1975; Santos-Flores & Betancourt-López 1997;
Marvanová 1997; Matsushima 1996).
Resultados e Discussão
28 fungos ingoldianos foram encontrados no presente estudo, desses 27 encontrados na espuma e 14 nos
substratos foliares.
A diferença na quantidade de fungos ingoldianos encontrados nas amostras consiste no transporte desses
conídios ao longo do curso do rio, sendo por isso mais encontradas na espuma do que nas folhas. A
diversidade de fungos aquáticos nessa região, ainda pouco estudada, é muito relevante, desta forma estudos
como este permitem ampliar o conhecimento da diversidade deste grupo de fungos, fornecendo subsídios
para futuros trabalhos de conservação.
Tetracladium breve, T. nainitalense e Tricladium fallax são novas ocorrências para o Continente
Americano; Lemonniera alabamensis é uma nova ocorrência para o Neotrópico; Anguillospora
pseudolongissima, Condylospora gigantea e Lemonniera pseudofloscula são novos registros para a
América do Sul; Campylospora filicladia, Culicidospora gravida, Flabellocladia tetracladia,
Flabellospora verticillata, Jaculispora submersa, Trinacrium incurvum e Triscelophorus acuminatus são
novos registros para o Brasil; Alatospora acuminata, Anguillospora longissima, Articulospora
tetracladia, Campylospora chaetocladia, C. parvula, Flagellospora curvula, Lunulospora curvula e
Trisulcosporium acerinum são novos registros para região semiárida brasileira.
Conclusões
A partir dos resultados encontrados pode-se concluir que a biodiversidade de fungos ingoldianos no
Semiárido é bastante diversificada, porém pouco conhecida ou explorada. E que realmente existe a
Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil
159
necessidade de realizar outros estudos nessa área para obter um registro ainda maior desses fungos
aquáticos. Se por ventura poder-se-ia fazer um novo estudo acerca da importância dos fungos ingoldianos
na decomposição de folhas e quais os efeitos disso para o riacho, ou o ambiente lêntico estudado.
Agradecimentos
Agradecimentos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a CAPES
e a FAPESB.
Referências
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73, Suppl. 1, p. S33-S41, 1995.
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GOH, T.K. 1997. Tropical freshwater Hyphomycetes. In Biodiversity of tropical microfungi (K.D. Hyde,
ed.). Hong Kong University Press, Hong Kong, p.189-227.