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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: http://www.researchgate.net/publication/281105774 PADRÕES DE INACTIVAÇÃO MICROBIANA EM HORTELÃ-PIMENTA POR RADIAÇÃO GAMA CONFERENCE PAPER · MAY 2015 READS 31 8 AUTHORS, INCLUDING: Andreia I. Pimenta Technical University of Lisbon 8 PUBLICATIONS 0 CITATIONS SEE PROFILE Amilcar L. Antonio Instituto Politécnico de Bragança 78 PUBLICATIONS 202 CITATIONS SEE PROFILE Isabel C.F.R. Ferreira Instituto Politécnico de Bragança 430 PUBLICATIONS 5,687 CITATIONS SEE PROFILE Sandra Cabo Verde University of Lisbon 54 PUBLICATIONS 138 CITATIONS SEE PROFILE Available from: Sandra Cabo Verde Retrieved on: 14 December 2015

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PADRÕESDEINACTIVAÇÃOMICROBIANAEMHORTELÃ-PIMENTAPORRADIAÇÃOGAMA

CONFERENCEPAPER·MAY2015

READS

31

8AUTHORS,INCLUDING:

AndreiaI.Pimenta

TechnicalUniversityofLisbon

8PUBLICATIONS0CITATIONS

SEEPROFILE

AmilcarL.Antonio

InstitutoPolitécnicodeBragança

78PUBLICATIONS202CITATIONS

SEEPROFILE

IsabelC.F.R.Ferreira

InstitutoPolitécnicodeBragança

430PUBLICATIONS5,687CITATIONS

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SandraCaboVerde

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Livro de Resumos

VII Simpósio de Microbiologia Aplicada

Rio Claro, 2015

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Comissão Científica

Dra. Adriana de Campos - UNESP

Profa. Dra. Adriana Knob - UNICENTRO

Prof. Dr. Adriano Pinto Mariano - UNICAMP

Prof. Dr. Alex Fernando de Almeida - UFT

Profa. Dra. Ana Júlia Fernandes Cardoso de Oliveira - UNESP

Prof. Dr. André Rodrigues - UNESP

Profa. Dra. Antonia Marli dos Santos - UNESP

Prof. Dr. Carlos Renato Corso - UNESP

Dr. César Rafael FanchiniTerrasan - UNESP

Profa. Dra. Danielle Biscaro Pedrolli - UNESP

Profa. Dra. Derlene Attili de Angelis - UNESP

Prof. Dr. Eduardo Beraldo de Morais – UFMT

Profa. Dra. Eleonora Cano Carmona - UNESP

Dr. Fabrício Coutinho de Paula - UNESP

Prof. Dr. Francisco Eduardo C. Costa - INATEL

Prof. Dr. Gervásio Paulo da Silva - UNEB

Prof. Dr. Henrique Ferreira - UNESP

Profa. Dra. Lara Durães Sette - UNESP

Profa. Dra. Márcia Nitschke - USP

Prof. Dr. Maurício Bacci Junior - UNESP

Prof. Dr. Paulo Renato Matos Lopes - UNESP

Prof. Dr. Pedro de Oliva Neto - UNESP

Dra. Roberta Barros Lovaglio - UNESP

Profa. Dra. Samia Maria Tauk-Tornisielo - UNESP

Profa. Dra. Sandra Regina Ceccato Antonini - UFSCAR

Profa. Dra. Sueli Van Der Sand – UFRGS

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Sumário

Resumos-Ambiental

Páginas 1 a 47

Resumos-Biotecnologia

Páginas 48 a 142

Resumos-Sistemática

Páginas 143 a 148

Resumos Expandidos

Páginas 149 a 159

Obs.: os artigos estão em ordem alfabética de títulos

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Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil

1

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO HERBICIDA AMETRINA EM AMBIENTE AQUÁTICO

1SANTOS, A. C.; 2RÉGO, A. P. J.; 3BIDOIA, E. D.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected])

2UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]) 3 UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho” ([email protected])

A ametrina é um herbicida pertencente ao grupo químico das triazinas, com fórmula molecular C9H17N5S. Utilizado no

controle pré e pós- emergentes de ervas daninhas. A ametrina é utilizada na produção de cana- de açúcar, milho, café,

banana entre outros. É um produto persistente, causando prejuízos ao meio ambiente, uma vez que é encontrado em águas

superficiais e subterrâneas. Ametrina atua na inibição do processo de fotossíntese, dessa forma prejudica o crescimento

de algas. Este trabalho teve por objetivo analisar a biota proveniente de um ecossistema aquático simulando um ambiente

contaminado com herbicida ametrina, através da coluna de Winogradsky. Para a montagem da coluna de Winogradsky

pesou-se 4,5 g de Na2SO4, 0,2 g de NaCO3, 0,2 g de K2HPO4 e 0,5 g de (NH4)SO4, 0,5 g de papel filtro desfiado (fonte

de carbono) e 100 g de sedimento coletados no Ribeirão Claro, afluente do Rio Piracicaba na ETA 1 no DAAE de Rio

Claro. A mistura foi colocada em uma garrafa do tipo PET (2 L) e adicionou-se ametrina na concentração de 3,75 g.L-1,

nas quantidades 2 µL (tratamento 1), 4 µL (tratamento 2) e 500 µL (tratamento 3) e controle sem adição de ametrina, em

duplicata. Logo após adicionou-se 1L de água do Ribeirão Claro, em cada garrafa, totalizando em 8 garrafas. As colunas

foram expostas à luz solar. Foram realizadas leituras semanais em microscópio para a identificação de algas, distinguindo

por famílias de algas existentes no meio. As leituras foram realizadas durante 3 meses. As famílias mais encontradas na

identificação foram as Palmellaceae, Coccomyxaceae, Fragilariophyceae, Stauroneidaceae e Plerochloridaceae. A

Palmellaceae e a Coccomyxaceae representam algas que se associam aos fungos formando liquens. A Palmellaceae pode

liberar citotoxinas que facilitem seu estabelecimento em ambientes hostis. A Fragilariophyceae compreende as

diatomáceas. Assim, estas famílias identificadas representam as algas com maior resistência à ametrina, sendo

visualizadas com maior frequência que as demais, em diferentes concentrações do produto. As algas da família

Stauroneidaceae e Plerochloridaceae mostraram intolerantes à ametrina não sendo vistas com o aumento da quantidade

de ametrina. Dessa forma, a ametrina apresentou potencial tóxico para algas com menos resistência a presença de triazinas.

Palavras- chave: ametrina; coluna de Winogradsky; algas.

Agradecimentos: PIBIC

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2

ANÁLISE GENÔMICA DAS VIAS DE PRODUÇÃO DE ÁCIDO INDOL ACÉTICO (AIA)

POR Burkholderia ambifaria RZ2MS16, UMA RIZOBACTÉRIA PROMOTORA DE

CRESCIMENTO EM PLANTAS

1DURANTE BATISTA, B.; 1,2TANIGUTI, L.; 1,3QUECINE VERDI, M. C.;1,4OCKNER

HORTENCIO, R.; 1,5AZEVEDO, J. L.

1Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ESALQ/USP, Departamento de Genética, Piracicaba-SP

([email protected]), 2([email protected]); 3([email protected]); 4([email protected]); 5([email protected]);

Burkholderia ambifaria RZ2MS16 é uma rizobactéria isolada do guaranazeiro amazônico, uma planta típica do Brasil.

Essa linhagem produz 175 µg/mL de Ácido Indol Acético (AIA) em testes in vitro e foi capaz de promover

expressivamente o crescimento (até mais que 100%) de culturas mundialmente importantes como milho, soja e cana-de-

açúcar. O fito-hormônio AIA é uma auxina capaz de afetar o crescimento vegetal através da expansão do sistema radicular

e pode ser produzido por plantas, bactérias e fungos.

Apesar do relevante uso potencial de rizobactérias visando uma agricultura sustentável e rentável por meio da substituição

parcial ou total de agroquímicos, pouco se sabe sobre os mecanismos moleculares envolvidos na promoção de crescimento

pelas mesmas. O objetivo do presente trabalho é o entendimento, a nível genômico, de um dos mais promissores

mecanismos desempenhados por B. ambifaria RZ2MS16 relacionados a esse efeito, a produção de AIA.

O DNA genômico de B. ambifaria RZ2MS16 foi sequenciado na plataforma MiSeq (Illumina-Solexa). Uma montagem

inicial do genoma, pela pipeline A5_MiSeq, originou 90 scaffolds representando um genoma de 7,89Mbp. A anotação foi

realizada pelo programa Prokka e foi possível identificar 7.082 CDSs e 68 tRNAs. Sabe-se que o AIA pode ser produzido

através de cinco vias bioquímicas principais, uma delas independente do precursor triptofano. Entre as CDSs preditas,

pôde-se observar seis genes codificantes de enzimas envolvidas na produção de triptofano (trpE 1 e 2, próximos e

localizados no scaffold 8; trpD 1 e 2; trpA e trpB, próximos e presentes no scaffold 5) e seis genes codificantes de enzimas

envolvidas em três das vias bioquímicas (3 codificantes de isonitrile hydratase, 2 de nitrilase e 1 de N-acetyltransferase

ysnE) todos contidos em scaffolds diferentes. Em uma próxima etapa, será estudado o papel desses genes através da

técnica de nocaute sítio-dirigido, com o bloqueio da via e análise do fenótipo bacteriano e seu efeito na planta.

O entendimento da natureza molecular de mecanismos envolvidos na promoção de crescimento vegetal por rizobactérias

é muito importante para se estabelecer uma associação mais eficiente com as plantas visando a obtenção de bioinoculantes

efetivos, assim como para se buscar novos genes para futura transformação de plantas e outros micro-organismos com

foco na redução do uso de fertilizantes químicos.

Palavras-chave: Rizobactéria; promoção de crescimento vegetal; mecanismos moleculares; Ácido Indol Acético.

Agradecimentos: CAPES; CNPq

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3

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA NAS ÁGUAS DO RIO NEGRO, NA PRAIA DA PONTA

NEGRA NA CIDADE DE MANAUS - AMAZONAS

1BEZERRA, T. P.; 2CARAMÊS, R. F. S.

1INPA- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia ([email protected]), 2 Universidade Nilton Lins

([email protected])

O Rio Negro é o segundo maior rio do mundo em volume d’água e o principal afluente do Amazonas. A cidade de Manaus

situada as margens do Rio Negro é recortada por inúmeros igarapés os quais formam duas bacias inteiramente urbanas:

São Raimundo e Educandos. O crescimento acelerado da população de Manaus a partir da década de 70 e a infra-estrutura

sanitária deficiente comprometeram a qualidade da água dessas bacias da nascente à foz, em vista da ocupação de suas

margens e dos despejos de poluentes orgânicos e inorgânicos provenientes dos esgotos domésticos e lixo. Estes despejos

contêm grande quantidade de bactérias, dentre elas as do grupo coliforme, que são indicadores de contaminação. Poucos

estudos foram realizados sobre as comunidades biológicas dos ambientes que estão sob crescente impacto. FONSECA

et. al, (1982) avaliaram o poder de auto-depuração das águas do rio Negro, mediante os lançamentos decorrentes do

crescimento urbano intenso. ELIAS e SILVA (2000 e 2001) avaliaram a qualidade da água desse rio e concluíram que

com relação às variáveis ambientais indicadoras de poluição este rio se auto-depura. O presente estudo visa avaliar a

situação atual das águas de um dos principais balneários que se encontram na da orla de Manaus, mais precisamente o

que está sendo lançado no rio Negro e assim obter subsídio para alertar a população acerca do problema, para que sejam

tomadas medidas legais no sentido de coibir os agentes geradores de poluição. Realizou-se 03 coletas de água, no rio

Negro, na praia da Ponta Negra, nos meses de Outubro a Dezembro de 2014. Método Utilizado para determinar o Número

Mais Provável nos grupos de Coliformes Totais e Fecais foi o método de Tubos Múltiplos. Este método consiste em:

Teste Presuntivo e Teste Confirmativo. O estudo mostrou que apesar da contribuição antrópica dos tributários urbanos, o

rio Negro mantém, ainda, sua capacidade de diluir os poluentes, principalmente, no período de maior volume de água.

Nos resultados obtidos observou-se que os níveis de coliformes totais e fecais no mês de outubro a dezembro foram

baixos.

Palavras-chave: Balneabilidade; Coliformes; Qualidade da água; Conama.

Agradecimentos: INPA- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

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4

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-MICROBIANA DE EXTRATOS VEGETAIS,

ATRAVÉS DO MÉTODO DE DIFUSÃO EM AGAR, CONTRA BACTÉRIAS GRAM-

POSITIVAS E NEGATIVAS

1DE GRANDIS, R. A.; 2BOCCHI, S. M.; 3SCOGNAMIGLIO, A. G. M.; 4HECK, A. B.;

5MOCHETTI, H. F.; 6SANTINON, M. E.; 7PERINA, S.; 8RESENDE, F. A.; 9NOGUEIRA, L. G.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 2UNIARA -

Centro Universitário de Araraquara ([email protected]), 3UNIARA - Centro Universitário de Araraquara

([email protected]), 4UNIARA - Centro Universitário de Araraquara ([email protected]) , 5UNIARA - Centro Universitário de Araraquara ([email protected]) , 6UNIARA - Centro Universitário de

Araraquara ([email protected]) , 7UNIARA - Centro Universitário de Araraquara

([email protected]), 8UNIARA - Centro Universitário de Araraquara ([email protected]) , 9UNIARA - Centro Universitário de Araraquara ([email protected])

Apesar da grande diversidade de anti-microbianos no mercado, a busca por novas moléculas que apresentem maior

espectro de ação, menor toxicidade, menor custo e menor indício de resistencia bacteriana, é um campo rico na pesquisa

e desenvolvimento de novos fármacos. Especialmente nas últimas décadas, inúmeros esforços têm sido dirigidos para

conferir às plantas seu real papel e valor na terapia. São muitos os fatores que vem colaborando com o desenvolvimento

desta prática de saúde, principalmente econômicos e sociais. Neste contexto, este estudo propôs determinar a atividade

anti-microbiana de seis espécies comumente utilizadas pela população, bem como o efeito sinérgico de diferentes

combinações de algumas delas. Foram utilizados diferentes tipos de extratos de Jatobá (Hymenaea stigonocarpa),

Copaíba (Copaifera landesdorffi), Maracujá (Passiflora edulis Sims), Romã (Punica granatum), Graviola

(Annonamuricata L) e Gengibre (Zingiber officinale Roscoe). O estudo de resistência microbiana é baseado em micro-

organismos de importância epidemiológica, sendo assim foram utilizadas aos micro-organismos Staphylococcus aureus

(ATCC 25923), Bacillus subtilis (ATCC 19659), Escherichia coli (ATCC 25922) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC

27853). O estudo foi realizado por meio do método da difusão em ágar, seguindo o manual Clinical and Laboratory

Standards Institute – CLSI. Os resultados mostraram que algumas espécies como o Jatobá, Romã e Gengibre possuem

efeito bactericida e bacteriostático sob bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, principalmente em cultura de

Staphylococcus aureus nos extratos de Jatobá (12mm), Romã (19 mm) e Gengibre (12 mm) e de Bacillus subtilis nos

extratos de Romã (23 mm) e Gengibre (8 mm). Contudo, quando em associação, o sinergismo entre as espécies mostrou

resultados satisfatórios frente a todos os micro-organismos testados, com halos de inibição que variaram de 7-17mm para

Staphylococcus aureus, de 8-22mm para para Bacillus subtilis, de 8-10mm para Escherichia coli e 0-13mm para

Pseudomonas aeruginosa. Diante desses resultados, pode-se concluir que este estudo contribuiu para o screening de

atividade antimicrobiana das espécies avaliadas, uma vez que o crescente problema da resistência aos antibióticos exige

a busca por novos agentes antimicrobianos.

Palavras-chave: Atividade antimicrobiana; produtos naturais; difusão em ágar.

Agradecimentos: À CAPES pelo apoio financeiro

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA DE CELULASES PRODUZIDAS POR

ACTINOMICETOS CRESCIDOS EM DIFERENTES SUBSTRATOS CELULOLÍTICOS

1COELHO, J. P.; 2VAN DER SAND, S.; 3GERMANI, J. C.

1Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected]),2Universidade Federal do Rio Grande do Sul

([email protected]),3Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected])

A compostagem é um processo aeróbio de degradação da matéria orgânica sendo uma alternativa para o destino final dos

resíduos orgânicos. Os actinomicetos são um dos grupos de microrganismos que participam ativamente deste processo

sendo conhecidos por produzirem uma gama de enzimas e utilizarem diferentes tipos de substratos como fontes de

carbono. Devido ao aumento da proteção ambiental, celulases estão sendo utilizadas cada vez mais no desenvolvimento

de novas tecnologias. A produção de celulases por microrganismos depende do controle da regulação por mecanismos

genéticos e bioquímicos. As celulases apresentam variações funcionais de acordo com o substrato utilizado. O presente

trabalho tem como objetivo avaliar o potencial de hidrólise das celulases, produzidas por actinomicetos, quando

submetidos ao crescimento com diferentes fontes de celulose. Recuperou-se 78 isolados oriundos do processo de

compostagem e de landfarming de solo impactado com óleo diesel. A primeira seleção dos potenciais isolados

celulolíticos foi realizada em placas contendo meio de cultura mínimo acrescido de 1% de celulose microcristalina e

incubados por 7 dias a temperaturas de 30⁰C, 35⁰C e 40⁰C. Após essa etapa, 36 isolados apresentaram atividade

celulolítica. A visualização da hidrólise foi realizada utilizando lugol. Destes, foram escolhidos três isolados para dar

sequencia ao trabalho em razão dos maiores halos formados com 40⁰C. Posteriormente, os isolados foram crescidos em

meio líquido utilizando como única fonte de carbono, celulose microcristalina e farelo de trigo durante 7 dias a 40⁰C, sob

agitação de 140 rpm. A determinação da concentração de celulase foi realizada a partir de diluições do extrato utilizando

ácido 3,5-dinitrosalicílico (DNS) em tubos de ensaio e os valores foram determinados por espectrofotometria. No decorrer

dos sete dias, observou-se diferença nos valores da leitura do espectrofotômetro, indicando que os isolados são

promissores produtores de celulases em temperaturas elevadas com potencial para ser utilizado em processos como

compostagem. Atualmente, encontra-se em andamento o ensaio utilizando fragmentos de papel filtro para determinar a

hidrólise da celulose e posteriormente será realizado um gel SDS-PAGE para determinar o peso molecular da enzima.

Palavras-chave: Actinomicetos; celulase; compostagem.

Agradecimentos: Capes.

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AVALIAÇÃO DA BIODEGRADAÇÃO DE POLIURETANO DE ÓLEO VEGETAL COM

EXCESSO DE ISOCIANATO

SANTOS, A. M.1; CLARO NETO, S.2

1 UNESP – Universidade Estadual Paulista ([email protected]), 2 USP –Universidade de São Paulo

([email protected])

Os poliuretanos são polímeros que se apresentam na forma de bicomponente que podem ser um pré- polímero contendo

grupos isocianatos livres e um poliol contendo grupos hidroxilas livres cuja polimerização ocorre pela reação dos grupos

isocianatos (NCO) com grupos hidroxilas (OH). Os poliuretanos derivados de óleo vegetal vêm sendo bastante estudados

nos últimos anos como uma alternativa ecologicamente correta para substituírem os poliuretanos derivados de fontes não

renováveis. O meio ambiente requer polímeros que possam ser degradados e decompostos. A biodegradação pode ocorrer

pela ação de micro-organismos. O presente trabalho avaliou a biodegradação do polímero de poliuretano com excesso de

isocianato na proporção de 1,0% de isocianato para 0,6% de poliol. As amostras de polímero permaneceram em meio de

cultura com 0,1g de HH4 H2PO4, 0,02 g de KCl, 0,02g de MgSO4 7H2O e 0,3g de extrato de levedura em 100 mL de água

com 1mL da suspensão do Aspergillus niger sp por 156 dias, uma das amostras serviu de controle sem passar pelo

processo de biodegradação. A média dos resultados obtidos com 5 amostras pela técnica termoanalítica TG/DTG da

razão ester/ uretano foi 0,47 para as amostras que sofreram o processo de biodegradação e de 0,81 para a amostra

controle. Os intervalos de temperatura das perdas de massa foram 246,26° C- 372,38°C para a primeira e 372,38- 524, 72

°C para a segunda etapa de decomposição térmica. Os resultados obtidos com este estudo mostraram que o polímero tem

características biodegradáveis e outros estudos serão realizados com novas relações de NCO/OH, que podem alterar as

ligações entrecruzadas do polímero de poliuretano e diferenciar os resultados da sua biodegradação.

Palavras chave: poliuretano; Aspergillus niger; biodegradação.

Agradecimentos: FAPESP

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7

AVALIAÇÃO DO PERFIL DE RESISTÊNCIA A ANTIFÚNGICOS DE LEVEDURAS

ISOLADAS DO ARROIO DILÚVIO EM PORTO ALEGRE

1MILANEZI, A. M.; 2WITUSK, J. D.; 3FELTRIN, T.; 4VAN DER SAND, S.

1UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected]), 2UFRGS – Universidade Federal

do Rio Grande do Sul ([email protected]), 3UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul

([email protected]), 4UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected])

O Arroio Dilúvio constitui uma das principais bacias hidrográficas da cidade de Porto Alegre e recebe anualmente uma

grande carga de contaminação. Tal deposição exerce influência na biota local por alterar parâmetros relacionados à

adaptação dos organismos ali presentes. Diversas espécies de leveduras identificadas como patógenos oportunistas de

humanos já foram detectadas em amostras de água. Além disso, o monitoramento de populações microbianas em relação

a sua complexidade e diversidade em tais ambientes é de grande importância para o monitoramento e o controle de

amostras ambientais. Estas observações tornam evidente a importância em investigar a presença de leveduras na água e

sua susceptibilidade aos antifúngicos. Leveduras isoladas em amostras de água coletadas no Arroio Dilúvio estão sendo

avaliados quanto à susceptibilidade aos agentes antifúngicos pela técnica de disco-difusão em ágar, com discos de

fluconazol, voriconazol, anfotericina B e nistatina. Uma suspensão de células na concentração 0,5 na escala de McFarland

foi utilizada para inoculação em duplicada de placas contendo meio ágar Mueller-Hinton (2% de glicose e azul de

metileno) onde foram dispostos os discos de antifúngicos. As placas foram incubadas a 28° C por 48 h e após esse período,

o diâmetro das zonas de inibição em volta dos discos foi medido. Com os valores obtidos foram atribuídos perfis de

suceptibilidade, susceptibilidade dose-dependente e resistência. Resultados parciais mostraram que 60% das amostras

testadas são resistentes à fluconazol (15/25), 4% possuem susceptibilidade dose-dependente (1/25) e 36% são sensíveis

ao antifúngico (9/25). Em relação ao voriconazol, 41% das amostras exibiram resistência (7/17), 6% tem susceptibilidade

dose-dependente (1/17) e 53% são sensíveis (9/17). Quanto à nistatina, 29% das amostras exibiram resistência (5/17) e

71% foram sensíveis (12/17). Por fim, 85% das amostras exibiram resistência à anfotericina B (22/26) e 15% sensibilidade

(4/26). Testes complementares para confirmação destes resultados serão realizados através do ensaio de concentração

inibitória mínima. Os resultados parciais mostraram que leveduras isoladas em amostras de água apresentam variabilidade

no perfil de resistência às drogas antifúngicas testadas e reforçam a importância de estudos envolvendo microrganismos

potencialmente resistentes em amostras de água doce.

Palavras-chave: leveduras; antifúngicos; Arroio Dilúvio.

Agradecimentos: Capes.

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8

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE MUTAGENICIDADE DAS ÁGUAS DO JAGUARÍ E

ATIBAIA COM BASE NO TESTE DE AMES

LEITE, D. A. N. de O.1; MARIN-MORALES, M. A.2; ANGELIS, D. de F. de3

1;3Depto. de Bioquímica e Microbiologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista UNESP/Rio Claro-

SP ([email protected]; [email protected]) 2Depto. Biologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual

Paulista UNESP/Rio Claro-SP ([email protected])

A presença de substâncias tóxicas em águas superficiais nos últimos 25 anos vem intensificando-se cada vez mais em

decorrência da crescente urbanização e industrialização. Estas atividades geram volumes consideráveis de efluentes

domésticos que podem conter moléculas estranhas, tais como, resíduos de farmacologicos que não são eliminados pelo

tratamento convencional. Da mesma forma, contaminantes industriais de diversas origens representam uma ameaça

constante aos mananciais. Sob este enfoque, a resolução CONAMA 357/2005 enfatiza em seu artigo 7° a necessidade dos

ensaios toxicológicos para avaliação das possíveis interações entre as substâncias e da presença de contaminantes

passíveis de causar danos aos seres vivos. A Rede de Monitoramento Ambiental da CETESB utiliza e recomenda o teste

de Ames como medida de controle genotóxico da qualidade ambiental. Este ensaio é mundialmente e amplamente

utilizado para monitorar a ocorrência de efeitos mutagênicos de amostras ambientais complexas. O objetivo deste estudo

foi verificar o potencial de mutagenicidade nas águas do Atibaia e do Jaguarí, na região de Paulínia, com diversificado

parque industrial e intensa atividade agrícola. Além de permitir detectar níveis e efeitos de poluentes, fornece sinais

precoces de dano ecológico com ameaça à saúde humana. O ensaio de mutação reversa foi realizado com Salmonella

typhimurium linhagens TA98 e TA100, indicadas para amostras ambientais, com ativação metabólica (S9) ou tampão

fosfato sem S9, pré incubação de 30 minutos, 37ºC, por 72 horas. No Rio Atibaia que possui forte influência antrópica

houve indícios predominantes da presença de compostos mutagênicos com e sem ativação metabólica para a linhagem

TA98, possivelmente devido à ação de compostos orgânicos de efluentes industriais com maior evidência na estação seca.

Por outro lado, no Jaguarí na estação chuvosa, sob influência da poluição difusa decorrente de áreas agrícolas adjacentes,

houve indício de atividade mutagênica no ensaio sem atividade metabólica, indicando menor risco de carcinogenicidade

aos seres humanos, pois ao serem metabolizados pelo complexo enzimático S9 perderam o seu potencial mutagênico às

linhagens TA98 e TA100.

Palavras-chave: mutagenicidade; teste de Ames; Rio Atibaia; Rio Jaguarí.

Agradecimentos: CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

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BIODEGRADAÇÃO DO DIESEL PURO E MISTURA COM BIODIESEL

1QUITERIO, G. M.; 1BIDOIA, E. D.

1Departamento de Bioquímica e Microbiologia - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

([email protected])

O biodiesel é um combustível produzido a partir de óleos vegetais de diversas matérias primas renováveis como palma,

mamona, soja, girassol; e pode também ser produzido a partir de gordura animal. Suas propriedades físico-químicas são

similares àquelas do diesel derivado do petróleo, assim, a grande compatibilidade com o diesel convencional os

caracteriza como uma alternativa capaz de atender à maior parte da frota de veículos já existentes no mercado sem

necessidade de investimento tecnológico para desenvolvimento ou adaptações de motores. Do ponto de vista ambiental,

uma vantagem do biodiesel em relação ao diesel de petróleo, é sua maior biodegradabilidade, visto que a poluição por

petróleo e seus derivados causados pelo derrame acidental é um grande problema ao ambiente. O petróleo e seus derivados

constituem contaminantes hidrofóbicos, assim, quando ocorre derramamento se faz necessário a adição de surfactantes

químicos ou biossurfactantes para a redução da tensão superficial entre o contaminante e o meio, favorecendo a

degradação de compostos orgânicos, uma vez que o mesmo fica biodisponível à microbiota presente. Um aumento da

biodegradabilidade quando adicionado biodiesel em diesel foi demonstrado em muitas investigações. Essa

biodegradabilidade pode ser verificada através da técnica baseada na redução do indicador redox 2,6-diclorofenol-

indofenol (DCPIP), o qual apresenta uma ferramenta rápida, simples e de baixo custo para avaliar capacidade de diferentes

micro-organismos para degradar diferentes óleos. Neste estudo foi verificado se houve favorecimento da

biodegradabilidade do diesel, adicionados inóculo de Bacillus subtilis e surfactante químico Tween® 80, quando contendo

5% de biodiesel pela técnica DCPIP durante 60 dias. Ao final da avaliação a mistura de 5% apresentou uma redução do

indicador redox DCPIP 9% superior que o diesel puro. Pode–se concluir que a mistura de 5% de biodiesel em diesel

aumenta a sua biodegradabilidade quando utilizado Bacillus subtilis e surfactante, porém são necessários estudos para se

determinar qual taxa é a mais biodegradável.

Palavras-chave: diesel; biodiesel; biodegradação.

Agradecimentos: Agência Nacional do Petróleo - PRH 05

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BIODIVERSIDADE DE COMUNIDADES PROCARIÓTICAS EM

SUBSTRATOS ORGÂNICOS NO ATLÂNTICO SUDOESTE PROFUNDO

¹PERES, F. V.; ²SUMIDA, P. Y. G.; ³NAKAYAMA, C. R.; 4TORRES, A. M. B.; 5PELLIZARI, V. H.

¹USP-Universidade de São Paulo ([email protected]), ²USP-Universidade de São Paulo

([email protected]), ³ UNIFESP-Universidade Federal de São Paulo([email protected]), 4 USP-

Universidade de São Paulo([email protected]), 5 USP-Universidade de São Paulo ([email protected])

O mar profundo é um dos poucos ambientes que permanecem inexplorados no planeta. Organismos que vivem nestas

regiões encontram limitações na disponibilidade de alimentos e exploram enriquecimentos orgânicos esporádicos como,

pedaços de madeira e carcaças de animais que afundam até o assoalho oceânico. Estes oásis de recursos constituem fontes

de carbono localmente e temporalmente restritas onde o metabolismo quimiossintético pode ser observado. Compreender

a ecologia microbiana nesses habitats localmente ativos é de grande importância para melhorar a compreensão sobre

diversidade microbiana, ciclos biogeoquímicos e regeneração de nutrientes. O objetivo do trabalho proposto é descrever

a estrutura e diversidade das comunidades microbianas associadas à colonização de parcelas orgânicas (osso de baleia e

madeira) na margem continental brasileira. As amostras foram fundeadas em Junho de 2013, com o auxílio de um lander,

na Bacia de Campos em Cabo de São Tomé na isóbata de 1500 metros e retirada em Outubro de 2014. Para analise da

comunidade microbiana nos biofilmes formados serão utilizados métodos de ecologia molecular baseados na extração do

DNA total das amostras, quantificação, amplificação de parte do gene RNAr 16S (Domínios Bacteria e Archaea) através

da PCR e da técnica de fingerprinting T-RFLP. As amostras serão enviadas para sequenciamento na plataforma Illumina

Miseq e as análises serão realizadas por meio de métodos de bioinformática, gerando índices de riqueza e diversidade,

além de permitir a comparação de comunidades presentes em diferentes amostras. Com o presente trabalho, espera-se

determinar a identidade e diversidade de grupos populacionais de micro-organismos nas parcelas orgânicas fundeadas no

Atlântico sudoeste profundo.

Palavras-chave: Procariontes; Diversidade; Oceano.

Agradecimento: CAPES

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BIORREMEDIAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO POR ÓLEO DIESEL

E ÓLEO LUBRIFICANTE

1FEIN, D.; 2MARTINS, I. A.

1Ambconsult Estudos e Projetos Ambientais Ltda.([email protected]), 2Ambconsult Estudos e Projetos

Ambientais Ltda.([email protected])

A biorremediação é uma técnica ecologicamente aceitável para a remediação de solos contaminados, já que utiliza o

estímulo da atividade microbiana natural para degradar substâncias toxicamente perigosas, transformando-as em

substâncias menos ou não tóxicas. Em uma área localizada no litoral sul do Estado de São Paulo, no município de Santos,

foi realizada uma Investigação Ambiental Detalhada que detectou a presença de uma camada de 0,3cm de solo

impregnado por óleo diesel e óleo lubrificante. A camada encontrava-se a uma profundidade entre 0,5 a 0,8m e

apresentava 1846 mg/kg de TPH. Estimou-se que o área de solo contaminado era de 2m2, com um volume de 26m3. O

objetivo da biorremediação foi retirar a camada de solo contaminado e utilizar-se da técnica de biopilha para

descontaminação do solo e posterior retorno do mesmo para a cava. Assim, o solo foi escavado até 1m de profundidade,

onde não foram encontrados mais vestígios de contaminantes e, posteriormente, armazenado temporariamente em

tambores metálicos até a sua disposição na biopilha. A biopilha foi construída in situ, com o solo distribuído em quatro

fileiras de 1m de altura. O ar foi fornecido de duas maneiras, uma delas por insuflação de ar com um ventilador centrífugo

(1,5 HP, 1130 rpm) e outra pelo revolvimento semanal das fileiras. Semanalmente eram adicionados 500L de água para

corrigir a umidade. Foram realizadas coletas para avaliação do solo residual na cava, bem como para acompanhar o

desempenho da biopilha para os parâmetros PAHs (Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos) e TPHs (Hidrocarbonetos

Totais de Petróleo). Quando o objetivo foi atingido, ou seja, quando a atividade microbiana natural conseguiu degradar

os compostos abaixo dos valores orientadores da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para Postos

de Gasolina, após 4 meses da operação da biopilha, o solo foi devolvido à cava original e o piso refeito.

Palavras-chave: Biopilha; Remediação de Solos; Microrganismos Aeróbios; Microbiologia Ambiental.

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BIORREMOÇÃO DOS CORANTES ACID BLUE 29 E ACID BLUE 25, USANDO

SERRAGEM (Pinus sp.) e Saccharomyces cerevisiae COMO ADSORVENTES

1PECORA, H. B.; 2GUARI, E. B.; 3MELO, R. R.; 4CORSO, C. R.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista; Instituto de Biociências; Campus de Rio Claro

([email protected]), 2UERJ (RJ), Faculdade de Oceanografia ([email protected]), 3 UNESP -

Universidade Estadual Paulista; Instituto de Biociências; Campus de Rio Claro ([email protected]) ), 4 UNESP -

Universidade Estadual Paulista; Instituto de Biociências; Campus de Rio Claro ([email protected])

Nos últimos séculos, um modelo de civilização se impôs, trazendo a industrialização como forma de produção, e

consequentemente, a disponibilidade de várias substâncias químicas e a geração de resíduos. Entre essas substâncias

temos os corantes sintéticos, que são amplamente utilizados para o tingimento de diversos artefatos. A indústria têxtil

gera um grande volume de efluente contendo moléculas de corantes. O descarte inadequado desses efluentes nos corpos

d’água causam grande prejuízo ao meio ambiente e a sociedade, devido a sua alta toxicidade e coloração. Visando a

redução destes efeitos, diversos tratamentos vêm sendo estudados, como por exemplo, a biossorção, que consiste na

adesão de moléculas em solução à uma superfície proveniente de ser vivo. O presente trabalho avaliou a capacidade da

serragem (Pinus sp.) e de S. cerevisiae na descoloração de soluções com o corante Acid Blue 29 e Acid Blue 25

respectivamente, analisando a eficiência da remoção do corante colocando biomassa de modo direto na solução e de modo

gradual. Para isso foram feitos dois testes; No primeiro caso a serragem foi colocada em contato com a solução de corante

a uma concentração inicial de 100g/mL durante duas horas, com quantidades de biomassa de 0.25, 0.5, 0.75 e 1.0g, cada

amostra sendo colocada em um tubo de ensaio. Depois as amostras foram centrifugadas e submetidas a leituras no

espectrofotômetro; No segundo teste foi colocado 0.25g da serragem em um tubo de ensaio com 10ml da solução de

corante. A amostra permaneceu em contato e posteriormente foi centrifugada e submetida à leitura no espectrofotômetro.

Então o processo foi repetido mais três vezes, adicionando 0,25g por vez, até completar 1g. No segundo caso os testes

foram realizados com leveduras nas concentrações de 0,001g em seqüência até 0,005g e no segundo teste foram 0,001g

adicionados da mesma maneira que o segundo teste com a serragem. Em todos os testes ocorreu a biossorção, porém nos

testes em que a biomassa foi colocada gradualmente os resultados foram melhores, sendo que no primeiro caso (serragem)

a descoloração máxima foi de 54% no primeiro teste e 77% no segundo, e no segundo caso (leveduras) foi de 73% no

primeiro teste e 100% no segundo. Os resultados obtidos mostraram que o uso de serragem e leveduras para biossorção

de corantes é eficaz, podendo ser um tratamento de efluentes têxteis em potencial.

Palavras-chave: Biossorção; Corantes Têxteis; Serragem; Pinus sp; Saccharomyces cerevisiae.

Agradecimentos: PIBIC

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CARACTERIZAÇÃO MICROBIANA DA ÁGUA RESIDUÁRIA DO CAFÉ

1 COIMBRA, J. M.; 2 PIRES, F. F.; 3 SILVA, C. F.

1 Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2 Universidade Federal de Lavras

([email protected]), 3 Universidade Federal de Lavras ([email protected]).

Os frutos do café podem ser processados por via natural ou via úmida, ou uma combinação de ambos, que é chamado de

processamento semi-seco. Observa-se atualmente um aumento no emprego de processamentos semi-seco ou úmido, que

geram grandes volumes de água residuárias contendo uma elevada carga poluidora, sendo necessário então um tratamento

prévio para o descarte ou sua reutilização adequada, de modo a evitar danos ao ambiente. O tratamento biológico é uma

alternativa viável e eficiente para a remoção da poluição e a restauração da qualidade de ambientes contaminados por

essas águas. Assim, o objetivo deste trabalho foi isolar e identificar a microbiota presente nas águas residuárias do café,

a fim de investigar a presença de microrganismos com capacidade de promover a redução da carga poluidora desses

efluentes. Foram coletadas dez amostras de água residuária de café, provenientes do processamento dos frutos por via

semi seca. As amostras foram homogeneizadas por agitação e diluídas em água peptonada 0,1% até à diluição de 10 -8.

Uma alíquota de 0,1mL de cada diluição foi inoculada em placas de Petri contendo meio Agar Nutriente para o

crescimento e contagem de bactérias e em meio Agar Dicloran Base com Rosa Bengala para o crescimento e contagem

de leveduras e fungos filamentosos. As placas foram incubadas durante 24 horas a 28ºC, 48 horas a 28ºC e 7 dias a 28ºC,

para bactérias, leveduras e fungos filamentosos, respectivamente. Após o período de incubação e crescimento dos

microrganismos fez-se a contagem e análise das características morfológicas das colônias. Foram obtidas 1851 colônias

de leveduras, caracterizadas em 12 morfotipos diferentes, 2446 colônias de bactérias, caracterizadas em 16 morfotipos

diferentes e 217 colônias de fungos filamentosos, caracterizadas em 6 morfotipos diferentes. A partir dessas colônias,

133, 148 e 26 isolados de leveduras, bactérias e fungos filamentosos respectivamente, foram purificados e analisados

quanto as suas características bioquímicas. A identificação das características morfológicas e a contagem dos isolados

são importantes para o conhecimento da microbiota presente nas águas residuárias do processamento de grãos de café.

Tais características associadas aos resultados das análises bioquímicas e moleculares podem ser utilizadas para a

identificação dos morfotipos em espécies.

Palavras-chave: Água residuária; Café; Microbiota.

Agradecimentos: Capes, Fapemig e CNPq.

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COLONIZAÇÃO POR FUNGOS FORMADORES DE MICORRIZA ARBUSCULAR EM

DIFERENTES SISTEMAS FLORESTAIS DE Eucalyptus grandis E Acacia mangium

1SANTANA, M. C.; 2PEREIRA, A. P. A.; 3MESCOLOTTI, D. L. C.; 4BONFIM, J. A.;

5CARDOSO, E. J. B. N.

1Universidade Metodista de Piracicaba ([email protected]), 2,3,4,5 Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz”/USP ([email protected], [email protected], [email protected], [email protected])

Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA) realizam simbiose mutualística com mais de 80 % das plantas terrestres. Esta

associação proporciona benefícios para o hospedeiro através da interligação da planta com as hifas do fungo que permitem

a translocação de nutrientes minerais e água do solo para a planta, além de fornecer proteção contra patógenos. Este

trabalho teve como objetivo avaliar a taxa de colonização radicular (%) por FMA nos diferentes sistemas de plantio de

Eucalyptus grandis e Acacia mangium até 8 metros de profundidade do solo. A coleta do material realizou-se na

E.E.C.F.I., quando os plantios estavam com 4 anos (2013). Foram utilizados três tratamentos, monoculturas de E. grandis

e de A. mangium e consórcio de E. grandis com A. mangium, sendo este último subdividido em coleta na base de A.

mangium e coleta na base de E. grandis. Nestes tratamentos construíram-se trincheiras, nas quais foram coletadas as

raízes. Amostras foram coletadas em 10 camadas, variando de 0-8 m de profundidade, com quatro repetições. Para a

avaliação da colonização radicular por FMA as raízes foram lavadas, sendo posteriormente cortadas em segmentos de 1

cm. Os segmentos foram descoloridos em KOH (10 %) e em seguida colocados durante 30 m em banho a 90 ºC. Em

seguida, foram branqueados com solução de H2O2 (10 %) por 3 m. Ao término desta etapa, os segmentos receberam

coloração com tinta de caneta azul (Parker – Quink®) por 15 s em banho a 90 ºC, sendo posteriormente conservadas em

solução de lactoglicerol. Foram montadas 5 lâminas para cada repetição contendo 10 segmentos de raízes em cada lâmina,

que foram analisadas ao microscópio. Os percentuais de colonização radicular por FMA foram baixos em todos os

tratamentos, até mesmo quando foram avaliadas raízes coletadas nas camadas superficiais do solo. Houve forte redução

da colonização radicular com o aumento da profundidade, sendo esta mais pronunciada nos plantios mistos. Dentre os

tratamentos avaliados, a monocultura de E. grandis apresentou maior colonização, tanto em superfície, quanto em

profundidade, com exceção da camada 4-8 m, na qual não houve diferenças em comparação com a monocultura de A.

mangium. Conclui-se que nas camadas mais profundas do solo as raízes de E. grandis e A. mangium, embora em pequenos

percentuais, são colonizadas por FMA, mas em plantios consorciados essa colonização é drasticamente reduzida.

Palavras-chave: Micorriza; Raiz; Solo

Agradecimentos: FAPESP (Processos: 2014/04479-1, 12279-0) e CNPq (Processo: 476122)

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DENSIDADE DE FUNGOS E BACTÉRIAS NO PERFIL DO SOLO SOB DIFERENTES

MANEJOS NA CULTURA DO MILHO

1SCOTTON, J. C.; 2CAMPOS, A. A. B.; 3LONGARESI, R. H.; 4HOMMA, S. K.

1CPMO Centro de Pesquisa Mokiti Okada e UNESP Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

([email protected]), 2 CPMO Centro de Pesquisa Mokiti Okada ([email protected]), 3 CPMO

Centro de Pesquisa Mokiti Okada ([email protected]), 4 CPMO Centro de Pesquisa Mokiti Okada

([email protected])

O aumento da atividade microbiana, desempenhada principalmente por fungos e bactérias, indica melhora na qualidade

do solo, sendo fator chave para a sua resiliência. O manejo agrícola influencia diretamente na estrutura de comunidade

desses micro-organismos e consequentemente em suas funções. O trabalho objetivou avaliar a influência de diferentes

tipos de manejo na cultura do milho sobre a densidade de fungos e bactérias totais no solo. O ensaio foi realizado em

campo experimental e laboratório do Centro de Pesquisa Mokiti Okada, localizado em Ipeúna-SP. Os tratamentos foram:

T1 - manejo agroecológico (insumos biológicos e capina mecanizada), T2 - manejo agroecológico irrigado (insumos

biológicos, capina mecanizada e irrigação) e T3 - manejo convencional (insumos químicos). Após a colheita do milho,

foram amostradas solos de dez repetições para cada tratamento em três profundidades 0-10, 10-30 e 30-50 cm. De cada

amostra de solo 10 g foram submetidas à diluição seriada em solução salina estéril, seguido de plaqueamento em Ágar

Nutriente e Meio Martin para contagem de bactérias e fungos respectivamente. As placas de Petri foram incubadas

invertidas a 30°C e 26º e os resultados expressos em UFC g-1 solo. Os dados foram transformados em (√𝑥 + 1),

submetidas a Anova e as médias comparadas pelo teste Tukey a 10% de significância. A densidade de bactérias totais

diferiu estatisticamente em todos os tratamentos nas três profundidades. A maior colonização de bactérias observada no

tratamento irrigado é consequência de uma maior superfície de locomoção, resultando em maior disponibilidade alimentar

e aumento da população. Para os fungos a diferença foi significativa entre tratamentos nas profundidades de 10-30 e 30-

50 cm e as maiores densidades ocorreram nos tratamentos T1 e T2. Apesar de não haver diferença significativa, o T3

apresentou um log menor na densidade de fungos na profundidade de 30-50 cm. O T3 apresentou as menores densidades

de micro-organismos, provável influência do manejo com insumos químicos. O manejo agroecológico proporciona um

ambiente mais favorável para a população de fungos e bactérias no perfil do solo cultivado com milho.

Palavras-chave: bactérias; fungos; manejo agroecológico; perfil do solo; milho.

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DIVERSIDADE BACTERIANA PRESENTE EM USINAS PAULISTAS E A TOLERÂNCIA

DE CONTAMINANTES NO PROCESSO.

¹BONATELLI, M. L.; 2LABATE, C. A.

¹ESALQ/USP – Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo

([email protected]), 2 ESALQ/USP – Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiroz”, Universidade de São

Paulo ([email protected]).

No Brasil, a produção de etanol a partir de cana-de-açúcar tem crescido e ganhado espaço no mercado por representar

uma importante fonte de energia renovável utilizada pelos automóveis. No entanto, o processo fermentativo nas usinas

não é conduzido em ambiente asséptico, o que permite o crescimento de muitos micro-organismos contaminantes que

podem interferir direta ou indiretamente no processo, ocasionando significativas perdas de rendimento. Na tentativa de

investigar a comunidade bacteriana presente nas usinas, o presente trabalho amostrou duas usinas de São Paulo: uma com

processos fermentativos de batelada (FB) e outra contínuo (FC). Foram realizadas as seguintes coletas: (1) Cana-de-

açúcar, (2) Caldo do primeiro terno, (3) Caldo clarificado, (4) Mel e (5) Dornas. Foi possível verificar que as duas usinas

apresentaram resultados similares, onde em 1 e 2 a densidade microbiana foi significativamente maior que em 3 e 4,

voltando a aumentar em 5. Estes resultados indicam que os processos de clarificação do caldo e concentração do mesmo

(para formar o mel) reduzem a densidade microbiana presente na cana e no início do processo. As bactérias isoladas das

dornas foram identificadas através do sequenciamento parcial do gene 16S rDNA. Novamente, as duas usinas exibiram

resultado semelhante; o filo mais frequente em ambas foi Firmicutes, com isolados dos gêneros Lactobacillus e Bacillus

representando 66% dos isolados na usina com FB e 58% na usina com FC; seguido do filo Proteobacteria, com isolados

do gênero Acetobacter representados por cerca de 16% isolados na usina com FB e 23% na usina com FC; e, por último,

o filo Actinobacteria, com os gêneros Kocuria e Microbacterium perfazendo 16% dos isolados na usina com FB e 17%

na com FC. Por fim, todos os isolados dois gêneros mais abundantes foram avaliados quanto a tolerância às duas principais

condições estressantes das usinas: baixo pH e alta concentração de etanol. As bactérias foram inoculadas na concentração

de 106 unidades formadoras de colônia por mL em mosto a 15° Brix em três situações: pH 3,5; etanol 100 g/L e controle.

Após 4 dias, foi mensurado o crescimento bacteriano de cada isolado e foi possível selecionar um Lactobacillus e um

Acetobacter resistentes às condições. Futuramente, esses isolados serão utilizados em ensaios fermentativos a fim de

elucidar a interferência dos mesmos no processo.

Palavras-chave: Fermentação; Diversidade Bacteriana; Lactobacillus; Acetobacter.

Agradecimentos: FAPESP, CAPES.

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EFEITO DA PALHADA NAS EMISSÕES N2O e CH4 PELA MICROBIOTA DO SOLO EM

PLANTIO DE CANA-DE-AÇUCAR, ARARAS - SP

1QUEVEDO, H. D.; 2PITOMBO, L. M.; 3CARMO, J. B. do

1Universidade Federal de São Carlos ([email protected]), 2Esalq ([email protected]),

3Universidade Federal de São Carlos ([email protected])

Os fluxos de N2O e CH4 a partir do solo durante o cultivo de culturas destinadas a produção de energia pode limitar ou

comprometer a sustentabilidade da produção de biocombustíveis. Aspectos sociais e ambientais têm proporcionado um

crescimento no Brasil do sistema chamado “cana crua”, o que possibilita a utilização de parte da palha depositada sobre

o solo para a utilização energética. Como a presença da palha altera os aspectos edáficos e microbióticos que regulam a

produção dos gases a partir do solo, a hipótese deste trabalho foi de que diferentes quantidades de palha depositadas sobre

o solo resultam em diferentes emissões de N2O e CH4. Foram realizadas 37 coletas ao longo do ciclo da cana-de-açúcar

utilizando o método da câmara estática para determinar as emissões dos gases a partir da microbiota do solo. Verificou-

se que a quantidade de palha alterou os fluxos de N2O de diferentes formas, favorecendo e controlando em momentos

distintos, em razão da disponibilidade de nitrogênio (N), carbono (C) e umidade, resultando em maiores emissões nos

tratamentos com menor quantidade de palha, contrastando com picos de emissão nos tratamentos com maior quantidade

de palha. Em números brutos, a emissão de N-N2O nos tratamentos com 0, 50, 75 e 100% de palha foi equivalente a 5321;

4641; 3211 e 3425 g ha-1, respectivamente

Palavras-chave: Metano; Óxido Nitroso; Ecologia de Ecossistemas.

Agradecimentos: Laboratório de Mudanças Climáticas, Laboratório de Solos, UFSCar-Sorocaba, FAPESP.

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EFEITO DE FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES E BIOFERTILIZANTE

SOBRE O CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE QUIABEIRO

1MAGALHÃES, G. M. S. de; 2GROSS, E.; 3ASSIS, B. dos P.; 4OLIVEIRA, V. C.;

5ALVES, P. A. C.

1UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz ([email protected])), 2 UESC - Universidade Estadual de

Santa Cruz ([email protected]), 3 UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz ([email protected]),4

UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz ([email protected]), 5 UESC - Universidade Estadual de

Santa Cruz ([email protected]).

O quiabeiro (Abelmoschus esculentus L. Moench) apresenta grande relevância econômica para a agricultura familiar. Esta

utiliza os biofertilizantes, que são de baixo custo e é alternativa viável para fertilização, favorecendo o desenvolvimento

da microbiota do solo e a atuação positiva de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs). O presente trabalho foi proposto

com o objetivo de avaliar a influência dos FMAs e da aplicação de biofertilizante no crescimento e produção do quiabeiro.

O experimento foi conduzido em casa de vegetação utilizando solo no qual foram aplicadas cinco doses do biofertilizante

(0, 100, 200, 300 e 400 mL por vaso com 5 dm3 de solo) e quatro tratamentos micorrízicos (controle não inoculado,

inoculação com Rhizophagus clarus, com Acaulospora scrobiculata e a mistura desses inóculos) com seis repetições por

tratamento. Ao final, foi realizada a colheita dos frutos, contagem, pesagem e medição do tamanho e diâmetro dos

mesmos, avaliação da massa seca da parte aérea e do sistema radicular das plantas bem como as análises nutricionais e

do grau de colonização por FMAs. O tamanho, diâmetro e massa fresca dos quiabos foram influenciados pela interação

FMAs x biofertilizante, sendo que, de maneira geral, os valores máximos alcançados foram para a dose em torno de 200

mL de biofertilizante por vaso. Os quiabeiros inoculados com R. clarus e com a mistura de FMAs apresentaram valores

maiores para as características avaliadas dos frutos do que os que foram inoculados com A. scrobiculata. As plantas não

inoculadas com os FMAs não produziram frutos em quaisquer das cinco doses de biofertilizante. A massa seca dos

quiabeiros, bem como o teor de P, Zn e B da parte aérea foram significativamente influenciados pela interação FMAs x

biofertilizante. As plantas micorrizadas apresentaram teores de P mais elevados na dose de 300 mL de biofertilizante,

superiores aos encontrados nas plantas. As taxas de colonização micorrízica nos quiabeiros foram maiores nas plantas

inoculadas com R. clarus e com a mistura de FMAs do que nas inoculadas com A. scrobiculata, com influência das doses

do biofertilizante. Concluiu-se que o uso do biofertilizante concomitantemente à inoculação com FMAs proporcionaram

melhorias no crescimento e produção dos quiabeiros, com destaque para o Mix das duas espécies de FMAs na dose de

200 mL do biofertilizante aplicada.

Palavras-chave: fungos micorrízicos arbusculares; biofertilizante; quiabo.

Agradecimentos: Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal

(Mestrado - UESC), Centro de Microscopia Eletrônica (UESC), Centro de Biotecnologia e Genética (UESC),

Universidade Federal de Viçosa - UFV, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB. Aos familiares,

amigos, professores e colegas.

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EFEITO DE SANITIZANTES NA MICROBIOTA DOS COGUMELOS COMESTÍVEIS

COMERCIAIS Pleurotus ortreatus E Agaricus bisporus

1MORALES, E. M.; AMATO, C. M., 2SILVA, A. C. da, 3ANGELIS, D. de F. de

1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]); 2UNESP -

Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]); 3UNESP - Universidade

Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected])

Os cogumelos comestíveis são, quando frescos, comercializados em bandejas de poliestireno e revestidos com filme de

PVC. Nestas condições, o cogumelos devem ser consumidos entre 3-4 dias e mantidos sob refrigeração (5-12°C). No

entanto, pelo tipo de material, a sanitização é dispensável, mas nem sempre são manipulados com a devida assepsia. O

presente trabalho avaliou a ação de sanitizantes sobre a microbiota bacteriana de cogumelos frescos do comércio de São

Paulo - SP. Avaliando-se A. bisporus (A) e P. ostreatus (B) que foram divididos em 4 frações de 25g cada e submetidos

a tratamentos com: Controle (solução salina, 0,85 M); hipoclorito de sódio (200 ppm) e vinagre comercial diluído (2% e

6%). A amostras foram tratadas por 10 minutos, e posteriormente transferidas para frascos contendo solução salina onde

permaneceram por 20 minutos para a obtenção da suspensão de micro-organismos. As suspensões foram diluídas e

inoculadas (Pour Plate) em placas contendo PCA e Cromocult® (CT – coliformes totais), incubadas a 36°C por 24 horas.

Em uma primeira avaliação foram observados os seguintes resultados em UFC mL-1: (A) PCA - Controle: 2,56x106;

Hipoclorito: 1,87x106; Vinagre 6%: 1,13x106; Vinagre 2%: 1,34x106. Todas as amostras do Grupo A apresentaram

crescimento de coliformes fecais. (B) PCA - Controle: 1,84x105 UFC mL-1; Hipoclorito: 1,64x103 UFC mL-1; Vinagre

6%: 2,75x102 UFC mL-1; Vinagre 2%: 7,5x102 UFC mL-1. Houve crescimento de coliforme fecais nas amostras Controle

e Vinagre 2%, contudo, as amostras tratadas com hipoclorito e vinagre 6% não apresentaram crescimento de coliformes.

Repetiu-se o procedimento com os mesmos fungos, provenientes dos mesmos locais e os resultados obtidos em UFC mL-

1 foram: (A) PCA – Controle: 3,5x105; Hipoclorito: 2,87x105; Vinagre 6%: 5x104; Vinagre 2%: 8x104. CT – Controle:

1,12x104; Hipoclorito: 9x103; Vinagre 6%: 6,2x103; Vinagre 2%: 8,76x103. (B) PCA – Controle: 3,4x105; Hipoclorito:

3,9x104; Vinagre 6%: 1,26x104; Vinagre 2%: 5,6x104. CT – Controle: 1,63x104; Hipoclorito: 1,19x104; Vinagre 6%:

5,29x103; Vinagre 2%: 8,32x103. Os resultados permitem inferir que o tratamento com vinagre 6% foi o mais eficiente,

contudo, após o tratamento observou-se o crescimento de CT e bactérias heterotróficas. Pode-se concluir com estes dados

que os cogumelos frescos comercializados nem sempre estão em boas condições sanitárias.

Palavras-chave: Cogumelos; sanitização; contaminantes.

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ESTRUTURAÇÃO DE CONSÓRCIOS MICROBIANOS DE ORIGEM MARINHA PARA

DETOXIFICAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE PETRÓLEO E ÓLEO DIESEL

1DUARTE, L. A.; 2OLIVEIRA, V. M.; 3SETTE, L. D.

1Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Rio Claro, Departamento de Bioquímica e

Microbiologia ([email protected]), 2 Universidade Estadual de Campinas, CPQBA/UNICAMP, Divisão de

Recursos Microbianos ([email protected]), 3Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,

campus de Rio Claro, Departamento de Bioquímica e Microbiologia ([email protected])

A alta atividade industrial e a utilização do petróleo como principal recurso energético atual são alguns dos fatores que

colaboram com a frequente liberação dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) no ambiente. O uso de

hidrocarbonetos como fonte de carbono e energia por micro-organismos demanda a existência de enzimas capazes de

converter as moléculas dos HPAs em intermediários comuns às suas rotas catabólicas. Neste contexto, o objetivo deste

trabalho é estruturar consórcios microbianos capazes de detoxificar e degradar amostras de petróleo e óleo diesel, a partir

da combinação variada dos seguintes micro-organismos: 4 fungos ligninolíticos isolados de invertebrados marinhos da

costa brasileira, 2 bactérias isoladas de reservatório de petróleo (off-shore), 2 leveduras lipolíticas marinhas da Antártica

e 1 fungo marinho lipolítico da costa brasileira. Devido às diferentes origens dos micro-organismos envolvidos, foi

necessário determinar uma temperatura comum ao crescimento de todos, o qual foi realizado através da avaliação dos

valores de biomassa dos organismos isolados, após incubação a 20 oC, 25 oC e 28 oC por 7 dias. Posteriormente, foram

realizados testes de antagonismo para verificar a existência de inibição entre as linhagens. Para realizar uma seleção prévia

dos micro-organismos envolvidos nos consórcios que seriam capazes de degradar o diesel isoladamente, utilizou-se uma

metodologia onde o indicador redox 2,6 Diclorofenol-indofenol (DCPIP) foi adicionado aos ensaios juntamente com o

diesel como única fonte de carbono. Para os testes de determinação da temperatura, foi possível notar que a média de

crescimento intermediária para todos os organismos foi a 25 oC. Os testes de antagonismos mostraram que não houve

nenhum tipo de inibição entre os micro-organismos que agirão conjuntamente nos consórcios. A análise da degradação

do diesel utilizando DCPIP mostrou ligeira degradação dos testes controle (meio + micro-organismo + DCPIP) para todos

os isolados testados, mas alguns ensaios demonstraram possível degradação do hidrocarboneto. Para bactérias e leveduras,

não houve resultados significativos. Assim, a partir das principais propriedades de cada micro-organismo e dos resultados

citados acima, foi possível determinar a estrutura e as condições de dez consórcios microbianos com potencial para

detoxificar/degradar petróleo e óleo diesel.

Palavras-chave: Fungos marinhos; consórcios microbianos; detoxificação/degradação de poluentes ambientais.

Agradecimentos: Fapesp e CNPq.

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ESTUDO DA ADSORÇÃO DO CORANTE ACID BLUE 161 PELA PAREDE CELULAR

DA LEVEDURA Saccharomyces cerevisiae EM DIFERENTES VALORES DE pH

1DILARRI, G.; 2CORSO, C. R.

1Universidade Estadual Paulista ([email protected]), 2Universidade Estadual Paulista ([email protected])

As indústrias têxteis são um dos principais responsáveis pela poluição de cursos de água em virtude da alta carga orgânica

tóxica de seus descartes. Devido ao alto custo e tempo de tratamento, muitas vezes esses efluentes têxteis são descartados

de forma incorreta no ambiente. Desta forma o trabalho teve como objetivo estudar o uso da levedura Saccharomyces

cerevisiae liofilizada, sendo um produto industrial alimentício de baixo custo comercializado no Brasil, como um possível

material para adsorção dos corantes têxteis. Utilizou-se o azo corante reativo Acid Blue 161 como material de estudo.

Analisou-se o corante quanto ao efeito batocrômico e hipsocrômico. Em seguida realizou-se um estudo de bancada com

o respectivo corante na concentração de 100 µg/mL, variando a massa da S. cerevisiae e o pH. Realizou-se também um

estudo de cinética de adsorção com a massa da levedura. Os dados de adsorção foram analisados utilizando as isotermas

de Langmuir e Freundlich, identificando assim á relação de adsorção por monocamadas ou policamadas. A relação

adsorbato/adsorvente foi feita pela equação de McKay, podendo definir o fator de interação química entre o corante e a

parede celular da levedura, podendo presumir as possíveis interações químicas realizadas em cada respectivo valor de

pH. Os resultados mostraram que o corante não apresenta efeitos batocrômico e hipsocrômico. O estudo cinético mostrou

que a levedura demora 150 minutos para chegar ao equilíbrio na adsorção do corante. Os estudos de adsorção mostraram

uma grande interação entre a levedura e o corante em um pH < 3,50 isso é confirmado pelos resultados da equação de

McKay tendo valores próximos a zero nos estudos com pH < 3,50. Esses resultados demonstram também que a interação

da parede celular da levedura com o corante é por atração eletrostática em consequência da protonação do grupo NH+ da

quitina da parede celular da levedura, de acordo com a reação: R1-NH3+-O3S-R2. Em pH > 7,50 não ocorre a protonação

da parede celular da levedura, diminuindo a interação com o corante, gerando ligações fracas como interações

hidrofóbicas e forças de Van der Waals. Os resultados experimentais interpretados pelas isotermas respeitaram a equação

de Langmuir, demonstrando ser uma adsorção por monocamadas. Conclui-se que a S. cerevisiae é um bom adsorvedor

de corantes têxteis em pH inferior a 7.

Palavras-chave: Quitina, isotermas, interações eletrostáticas, protonação, parede celular.

Agradecimentos: Instituto de Biociências – Unesp – Campus Rio Claro; Depto de Bioquímica e Microbiologia;

Laboratório Multidisciplinar de Pesquisa do Meio Ambiente.

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ESTUDO DA DIVERSIDADE DA COMUNIDADE TECAMEBIANA (PROTOZOA:

RHIZOPODA) NA FAZENDA EXPERIMENTAL DA UFMT, SANTO ANTONIO DO

LEVERGER - MATO GROSSO

¹HENRIQUE, V. H. O.; ²ALEXANDRE, M.; ³HENRIQUE, V. O.

¹Graduado em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências – IB/UFMT, aluno do Programa de Pós-Graduação

(Mestrado) em Educação do Instituto de Biociências – IB/UNESP – ([email protected])

²Graduando em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências – IB/UFMT – ([email protected])

³Graduanda em Nutrição pela Faculdade de Nutrição – FANUT/UFMT – [email protected]

Amebas testáceas, pertencem ao grupo dos Protistas de vida livre mais heterogêneo e polifilético, dentre os protozoários.

São heterotróficos, podendo se alimentar de matéria orgânica, algas, células de plantas, protistas, fungos e pequenos

metazoários, sendo que algumas espécies são polífagas, enquanto outras possuem alimentos específicos. Objetivando

fazer um levantamento da diversidade da comunidade tecamebiana, foram feitas coletas na Fazenda Experimental da

UFMT, no município de Santo Antônio do Leverger – MT. As coletas foram obtidas através da filtração da água de 6

tanques localizados na Fazenda, utilizando uma tela de nylon. Foram identificadas 9 famílias, são elas Difflugiidae,

Arcellidae, Closteriaceae, Naviculaceae, Pinnulariaceae, Vorticellidae, Hydrodictyaceae Euglenaceae e Desmidiaceae.

Os gêneros Difflugia (n=86), Navícula (n=49) e Arcella (n=22) foram os que apresentaram maior abundância. O gênero

Difflugia consistiu no táxon mais comum e com o maior número de espécies descritas, dentre as tecamebas. Este é um

gênero que habita vários biótopos e possui grande diversidade de tamanho e forma, sendo de fácil identificação, devido à

estrutura da carapaça que se constitui de “peças” colhidas no ambiente e coladas com “cimento” secretado pela célula. A

literatura registra uma grande riqueza de Difflugia em águas com temperatura entre 14,8°C e 27°C e pH entre 5,9 e 8,3 e

uma abundância grande no período de seca, em águas eutróficas com muita matéria orgânica em processo de

decomposição. O gênero Navícula possui indivíduos de simetria bilateral e associadas a presença de rafe. A maior parte

das espécies deste grupo é encontrada em ambientes dulcícolas.

Palavras-chave: tecameba; amebas testáceas; Rhizopoda

Agradecimentos: Pró-reitoria de Cultura, Extensão e Vivência e ao Laboratório de Taxonomia e Ecologia de

Microrganismos Aquáticos (LATEMAS) do Instituto de Biociências – IB/UFMT

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ESTUDO DE ELEMENTOS TRANSPONÍVEIS EM PUCCINIA PSIDII WINTER,

AGENTE CAUSAL DE FERRUGEM EM EUCALYPTUS SPP.

1STSUI, S.; 2FRANCESCHINI, L. M.; 3SANTANA, M. F.; 4QUEIROZ, M. V.; 5LABATE, C. A.;

6QUECINE, M. C.

¹ESALQ/USP – Universidade de São Paulo, campus “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 2ESALQ/USP –

Universidade de São Paulo, campus “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 3BIOAGRO/UFV –

Universidade Federal de Viçosa ([email protected]),4BIOAGRO/UFV – Universidade Federal de

Viçosa ([email protected]), 5ESALQ/USP – Universidade de São Paulo, campus “Luiz de Queiroz”

([email protected]), 6ESALQ/USP – Universidade de São Paulo, campus “Luiz de Queiroz” ([email protected])

O fungo Puccinia psidii Winter causa ferrugem em diversas espécies de Eucalyptus. Devido a sua distribuição geográfica,

a ferrugem vem se tornando-se um problema global para as indústrias florestais produtoras de Eucalyptus spp. Elementos

transponíveis (TEs) são fragmentos de DNA móveis que podem influenciar a organização e desenvolvimento do genoma

de seu hospedeiro, sua inserção pode causar um amplo espectro de mutações no genoma. O presente trabalho investigou

os elementos transponíveis em P. psidii (isolado MF-01) visando um melhor conhecimento de seu genoma e biologia do

patógeno. O sequenciamento parcial do genoma de P. psidii (isolado MF-01) foi realizado pela Roche 454 e Newbler

Assembler 2.6. Os contigs foram anotados utilizando Blast2GO e RepeatMasker. A fim de se encontrar as sequências

terminais repetitivas destes elementos, algumas sequências foram avaliadas: 20 contigs classificados como LTR-

Retrotransposons (classe I) por LTR-Finder e NCBI; 10 contigs classificados como DNA-Transposon (classe II) da

família Tc1-Mariner por TIR Finder e NCBI. Por meio do programa RepeatMasker, os drafts dos genomas de P. graminis,

P. triticina e P. striiformis foram analisados para verificar a presença de elementos de transposição. A análise permitiu

uma comparação entre TEs presentes entre os drafts de genomas entre Puccinia. A classificação de TEs em P. psidii

resultou em 90% de LTR-Retrotransposons, sendo as famílias Copia e Gypsy as mais frequentes. A família Tc1-Mariner

foi a mais frequente dentre os DNA-Transposons (1% das sequências). Interessantemente, entre os 30 contigs avaliados,

nenhum apresentou regiões terminais repetitivas do tipo LTR ou TIR. Comparando a presença de TEs entre Puccinia spp.

foi observado maior frequência de sequências mascaradas em P. graminis (18%), seguido por P. triticina (16,3%), P.

striiformis (11,5%) e P. psidii (isolado MF-01) (10%). O genoma parcial de P. psidii (isolado MF-01) apresentou

predominância de elementos da classe I, Retrotransposons. Já os demais genomas de Puccinia apresentaram

predominância de TEs da classe II, DNA-Transposons. Embora estes resultados sejam preliminares, nossos dados

sugerem que os elementos de transposição presentes no genoma de P. psidii apresentam um perfil diferente daquele

observado em outras espécies de Puccinia, o que revela papel distinto na destes na evolução dos organismos.

Palavras-chave: fungo biotrófico; elementos transponíveis; genoma; patógeno.

Agradecimentos: CAPES e FAPESP

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EXTRAÇÃO DE MICROCISTINA DE Microcystis aeruginosa A PARTIR DA

LISE TÉRMICA

1ORTOLAN, A. V. S.; 2SANTOS, P. V.; 3CALIJURI, M. do C.; 4CUNHA, D. G. F.

1USP – Universidade de São Paulo ([email protected]), 2 USP – Universidade de São Paulo

([email protected]), 3USP – Universidade de São Paulo ([email protected]), 4 USP – Universidade de São

Paulo ([email protected])

Fatores como o despejo de efluentes sem tratamento prévio e o uso de fertilizantes em área agricultáveis contribuem para

o aumento de nutrientes em corpos d’água, como nitrogenio e fósforo. O excesso destes está associado ao fenômeno da

eutrofização artificial, seguido por diversas consequências, como o incremento da densidade de fitoplâncton. As

cianobactérias pertencem a esse grupo e algumas espécies são capazes de produzir toxinas nocivas aos seres humanos e

animais. Diante disso, pesquisas relacionadas a estas cianotoxinas são necessárias para garantir a qualidade da água

oferecida à população, que pode se contaminar quando exposta à água de abastecimento sem tratamento adequado. O

objetivo desta pesquisa foi avaliar dois métodos térmicos de extração de microcistina da cianobactéria Microcystis

aeruginosa para comparar suas eficiências de extração. Assim, identificar o método mais efetivo a ser usado em pesquisas

científicas com esta cianobactéria. Foram analisadas três cepas de M. aeruginosa: NP6J4, BB005 e BB633. Os métodos

foram baseados na lise celular térmica, em alta e baixa temperatura. Para alta temperatura, as amostras foram mantidas a

cerca de 100ºC por 10 minutos. Já para baixa temperatura, as amostras foram submetidas a -20ºC até congelamento,

seguido por descongelamento, repetindo-se este procedimento por quatro vezes. Ambos os métodos são apontados na

literatura como eficientes na extração de microcistinas. A análise da toxina foi feita em triplicata pelo método ELISA

(Ensaio do Imunoadsorvente Ligado à Enzima). Na extração por congelamento, as concentrações médias de microcistina

para as cepas NP6J4, BB005 E BB633 foram de 892±47, 956±76 e 153±3 µg.L-1, respectivamente. Já para a extração em

alta temperatura, os resultados médios foram de 857±50, 894±110 e 129±16 µg.L-1 respectivamente. Observou-se que a

extração por baixa temperatura e alta temperatura foram similares estatisticamente (teste t, p>0,05). A cepa BB633

produziu cerca de seis vezes menos microcistina do que as cepas BP6J4 e BB005 (ANOVA, p<0,05) indicando que há

variações expressivas na síntese de toxina. No entanto, não foi possível afirmar se esta variação é devido à cepa ou à

condição de cultivo visto que elas foram cultivadas em meios de cultura distintos. Por fim, o estudo confirmou que ambos

os métodos são eficazes e relativamente simples para extração de microcistina.

Palavras-chave: Cianotoxina; Extração; Lise térmica; ELISA; Saúde pública.

Agradecimentos: Os autores agradecem ao CNPq pelo financiamento da pesquisa.

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FUNGOS MICORRIZICOS ARBUSCULARES NO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS

DE OLIVEIRA (Olea europaea L.)

1FERREIRA, G. M. R.; 2MELLONI, R.; 3SILVA, L. F. O.; 4MARTINS, F. B;

5GONÇALVES, E. D.

1UFLA - Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá

(Rogé[email protected]),3EPAMIG –Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais

([email protected]), 4UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá ([email protected]),5EPAMIG

–Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais([email protected])

A produtividade de diversas culturas, assim como as de oliveiras, é sustentada por diversos fatores, entre eles podemos

destacar as características físicas e químicas do solo, condições edafoclimáticas e as relações com microrganismos

presentes no solo. Sendo um importante fator biótico a relação simbiótica com os fungos micorrízicos arbusculares

(FMAs), que apresentam uma reconhecida habilidade em estimular o crescimento de plantas, por meio do incremento na

absorção de nutrientes, minimização de estresse bióticos e abióticos, deficiência hídrica, ataque de patógenos, agregação

e estabilização dos agregados do solo e na estabilização e sustentabilidade do ecossistema. A região sul do estado de

Minas Gerais é considerada uma das mais apropriadas para o cultivo desta planta, devido suas características climáticas

serem suficientes para a diferenciação da gema florística das oliveiras. Aliado as condições de clima e solo, a associação

com os FMAs é de grande importância para o desenvolvimento do pomar. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi

avaliar o efeito da utilização de diferentes espécies de FMAs, no desenvolvimento de mudas de cultivares de oliveira. O

experimento foi instalado em casa de vegetação sob o delineamento inteiramente casualizado, organizado em fatorial 4 x

3, utilizando as espécies de fungos: Glomus clarum, Gigaspora rosea, Acaulospora scrobiculata e as cultivares de

oliveira: Arbequina, Grappolo541 (MGS GRAP541) e Maria da Fé (MGS MARIENSE), sendo o experimento

acompanhado por um período de aproximadamente um ano, tempo necessário para comercialização das mudas. Foram

avaliados as seguintes variáveis: Massa seca da parte aérea, massa seca da raiz, número total de esporos de FMAs,

porcentagem de colonização radicular, intensidade de colonização radicular, comprimento do micélio extraradicular total

e porcentagem de dependência micorrízica, para se analisar as interações micorrízicas. Os FMAs estudados

proporcionaram maior massa seca da parte aérea e raiz, quando comparadas àquelas não inoculadas, principalmente para

as cultivares Arbequina e Grappolo541. Dentre as cultivares, a Maria da Fé apresentou baixa dependência micorrízica e

menor produção de massa seca da parte aérea, comparada às outras cultivares. As variáveis microbiológicas se apresentam

como importantes indicadores das interações micorrízicas.

Palavras-chave: Micorriza, Inoculação, Dependência micorrízica.

Agradecimentos: CAPES e EPAMIG.

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INFLUÊNCIA DA BIODEGRADAÇÃO DE BLENDA POLIMÉRICA PCL/A/PIS NA

COMUNIDADE DE BACTEROIDETES EM SOLOS É CONFIRMADA, COM PRESENÇA

UBÍQUA DE CHITINOPHAGACEAE NO PROCESSO

1SOUZA, L. F. de; 2MARIANI, P. D. S. C.; 3MONTEIRO-VITORELLO, C. B.

1Laboratório de Genética de Microrganismos, ESALQ – USP, Piracicaba, SP ([email protected]), 2ESALQ –

USP, Piracicaba, SP ([email protected]), 3Laboratório de Genética de Microrganismos, ESALQ – USP,

Piracicaba, SP ([email protected])

Resíduos da atividade humana são lançados no ambiente, podendo permanecer inertes por séculos. Visando a redução do

impacto destes resíduos, esforços tem sido dirigidos à criação de materiais que sejam naturalmente degradados, através

de biodegradação. São poucos os estudos de como acontece a biodegradação de polímeros em solos, considerando toda a

diversidade microbiana presente, sendo este o primeiro no estudo de Bacteroidetes e sua dinâmica no processo de

biodegradação de blenda polimérica poli (ε-caprolactona) / amido de milho / proteína isolada de soja (PCL/A/PIS) em

solos tropicais com características físico química contrastantes. Utilizando-se de técnica de DGGE, partindo de primers

baseados na região V5 do RNA ribossomal (rDNA16S), a presença do filo e sua riqueza foi avaliada após 7, 15, 30, 60,

90, 120 e 180 dias de degradação em solos arenoso e argiloso. Para o ensaio, amostras de 300g de solo, com capacidade

de campo do solo ajustada em 60% e 1,2 mg de C/g foram adicionados na forma de plástico e mantidos à temperatura de

28ºC. Foi extraído e armazenado o DNA total dos solos e avaliada a biodegradação através da quantificação do CO2

liberado. Observou-se que Bacteroidetes esta presente em todos os momentos avaliados e que a composição da

comunidade do filo, em ambos os solos, responde nos momentos iniciais e finais ao tipo de solo em questão, arenoso e

argiloso, e não aos plásticos, o que indica a biodegradação como fator principal de influência na estruturação da

comunidade nos momentos de maior atividade. Nestes momentos centrais, a composição das comunidades responde

diferencialmente nos dois tipos de solo, como também se observa na curva de CO2. No solo arenoso, onde a degradação

do plástico é maior, a presença da blenda leva ao estabelecimento de uma comunidade exclusiva nos momentos em que

se observa maior degradação do plástico. Bandas dos DGGEs representativas de todo o processo foram isoladas e

sequenciadas. Com isto, observou-se a presença ubíqua da família Chitinophagaceae. Da mesma forma, genes específicos

para Lipases secretadas desta família foram detectados nos solos, por PCR com primers específicos. Esta família é

reconhecida por atuação na atividade β-glicosídica em agregados de solo. A presença de genes para amilases e proteases

estão em avaliação, bem como a quantificação do grupo em relação a Bacterias nos tempos em questão.

Palavras-chave: Biodegradação; Bacteroidetes; Chitinophagaceae; PCL; Microbiologia do Solo.

Agradecimentos: CAPES, FAPESP e CNPq.

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ISOLAMENTO DE FUNGOS ENDOFÍTICOS DE FOLHAS DE

Eugenia uniflora L., (Myrtaceae)

1LIMA, R. F.; 1BUENO, R.

1CEUNSP – Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio ([email protected])

Fungos endofíticos colonizam aparentemente os tecidos de todos os vegetais da Terra de forma assintomática. Muitos

autores relatam que há uma grande produção de metabólitos primários e secundários por estes micro-organismos, os quais

podem ser utilizados em benefício do homem. Em vista da grande diversidade de organismos fúngicos estimada, os

trabalhos com fungos endofíticos estão ganhando cada vez mais atenção pelo seu potencial biotecnológico, farmacológico

e no controle de insetos-praga, além de nos mostrar que o Reino Fungi é muito mais amplo do que fora proposto. Este

trabalho teve como enfoque o isolamento, o cultivo e a classificação de fungos endofíticos de folhas de Eugenia uniflora

L., (Myrtaceae), popularmente conhecida como pitangueira. Para esse estudo foram selecionadas quatro amostras

biológicas do Campus I do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio – CEUNSP – Itu, das quais foram coletadas

apenas folhas. Essas passaram por um processo de seleção quanto à ausência de marcas de lesões, herbivoria ou de

patogenia. As folhas com essas características foram submetidas à assepsia externa para eliminação de micro-organismos

epifíticos e então foram cortados e plaqueados 35 fragmentos foliares de cada amostra biológica, totalizando 140 inóculos.

Após a etapa de purificação, um total de 115 colônias de fungos foi obtido, os quais foram identificados de acordo com a

sua macromorfologia – verso e reverso da colônia; e sua micromorfologia, após realização do microcultivo e visualização

das estruturas reprodutivas em microscópio óptico. A identificação foi realizada a partir da consulta em literatura

especializada como chaves de identificação. Foram isolados 22 gêneros, dos quais oito foram identificados como

Aspergillus sp, Cladosporium sp, Colletotrichum sp, Glomerella sp, Guignardia sp, Nigrospora sp, Penicillium sp e

Trichophyton sp, sendo 25 morfoespécies não identificadas, somando 14 possíveis gêneros. Apesar da não identificação

de alguns fungos endofíticos devido a não produção de estruturas reprodutivas in vitro, assim como citado na literatura,

os resultados obtidos no presente estudo mostraram a existência de uma grande diversidade de fungos endofíticos na

referida planta.

Palavras-chave: Fungos endofíticos; Cultivo; Folhas; Diversidade endofitica.

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ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS PROVENIENTES DE ÁGUA

RESIDUÁRIA DE CAFÉ

1GODINHO, B. T. V.; 2RESENDE, D. B.; 3RESENDE, L. M. B.; 4SILVA, M. P.

1UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UFLA – Universidade Federal de Lavras

([email protected]), 3UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 4UFLA – Universidade

Federal de Lavras ([email protected])

A composição química do grão de café, determinada por fatores genéticos e ambientais, é um dos fatores relacionados à

qualidade da bebida. O processo de preparo e conservação do grão é influenciado por alguns fatores ambientais tais como

umidade e temperatura, que podem favorecer o crescimento microbiano e fermentações indesejáveis. O objetivo do

presente trabalho foi identificar bactérias presentes em uma amostra de água residuária de café obtida no laboratório de

Fisiologia e Genética de Microrganismos da Universidade Federal de Lavras. Para contagem de bactérias, 100 µL da

amostra, previamente diluída de 10-1 a 10-4, foram transferidos para o meio Ágar Nutriente por espalhamento em

superfície, com incubação a 30oC/48 horas. Os morfotipos selecionados foram aqueles que apresentaram crescimento

entre 30 e 300 colônias. O cálculo de UFC foi feito para determinar a população bacteriana na amostra. Após o isolamento,

as bactérias foram identificadas através dos seguintes testes bioquímicos: Gram, motilidade, catalase, oxidase e

esporulação. De acordo com os testes bioquímicos, os isolados foram submetidos ao Sistema Bactray I e II, fabricados

pelo Laborclin, para a identificação das bactérias. Foram isoladas então 5 colônias pertencentes ao morfotipo 1 e 6

colônias pertencentes ao morfotipo 2. Todos os isolados foram submetidos ao teste de Gram para verificar se as colônias

estavam puras e, consequentemente, aos outros testes bioquímicos. Todas os microrganismos isolados foram

caracterizados como bacilos Gram-negativos e apresentaram resultados negativos nos testes de esporulação, motilidade e

oxidase. O teste para catalase apresentou resultado positivo para todos os isolados. Os testes Bactray 1 e 2 apontaram,

com 99% de similaridade, para o morfotipo 1 e com 96,79% de similaridade para o morfotipo 2, que a bactéria isolada

foi a Acinetobacter baumannii. De acordo com os resultados desse estudo, a amostra de água residuária de café analisada

apresentou contaminação apenas com uma espécie de microrganismo, identificado como Acinetobacter baumannii. A

bactéria identificada é considerada patogênica, mas com baixa virulência, comprovando, através da água residuária do

café, que o produto do cafeeiro em questão deve receber algum tipo de tratamento antes de ser comercializado.

Palavras-chave: Água residuária; Café; Acinetobacter.

Agradecimentos: CAPES.

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ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE BACTÉRIAS COM POTENCIALIDADE PARA

DEGRADAÇÃO DE HIDROCARBONETOS

1 DANTAS, C. P.;2 OLÍVEIRA, O. M. C. de;3 LIMA, D. F.

1 Universidade Federal da Bahia ( [email protected]), 2Universidade Federal da Bahia ([email protected]),

3Universidade Federal da Bahia ([email protected])

A utilização de microrganismos como agentes degradadores vêm se destacando como uma das estratégias mais

promissoras na remediação de ambiente contaminados por petróleo e seus derivados. No Brasil vários estudos têm

mostrado alterações nas condições ambientais dos manguezais da região da BTS por conta dos acidentes com

derramamento de petróleo. Desta forma o estudo objetivou isolar e selecionar bactérias com potencialidade para

degradar petróleo a partir de sedimento de manguezal coletado nas proximidades do rio São Paulo, localizado na Baia

de Todos os Santos, Salvador-BA propondo utilizá-las em processo de biorremediação. Os microrganismos foram

isolados de três formas: através da técnica de diluições seriadas (micro gota), onde 25 g de amostra de sedimento limpo

e de sedimento contaminado, foram homogeneizadas em 250 mL de solução salina (diluição 10-1), posteriormente foi

transferindo 1 mL da diluição para eppendorfs contendo 9 mL da solução e assim sucessivamente até a diluição 10 -8; e

através do adição de 1% petróleo da bacia do recôncavo baiano na superfície do meio solidificado, realizando-se o

espalhamento com uma alça de Drigalsky. Em seguida foram plaqueadas em meio Agar Nutriente, incubado por 48h à

28ºC e isoladas por meio da técnica de esgotamento por estrias. Foram isolados 19 cepas do sedimento livre de

contaminação, 27 cepas de sedimento contaminado com petróleo e 12 cepas do petróleo, dentre elas 32 gram negativas

e 26 gam positivas. O crescimento das bactérias após teste de oxidação por Diclorofenol-2,6-Indofenol Dihidratado

(DCPIP) indica a possibilidade de utilização dos mesmos em estudos de biorremediação de sedimentos contaminados

com petróleo.

Palavras-chave: microrganismo; bioaumento;bacia do recôncavo baiano.

Agradecimentos: Agradeço a FAPESB pela concessão da bolsa de estudos, agradeço a equipe responsável pelo programa

de pós graduação em Geoquímica do Petróleo e meio ambiente do Instituto de Geociências da Universidade Federal da

Bahia pelo suporte técnico e estrutura fornecida para o desenvolvimento dessa pesquisa, e ao grupo BIOTEC pela

orientação e incentivo.

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METAGENÔMICA DE SOLO APLICADA A SOLOS CONTAMINADOS POR

FLUORCARBONADOS DE ESPUMAS DE INCÊNDIO

1MONTAGNOLLI, R. N.; 2LOPES, P. R. M.; 3REGO, A. P. J., 4BIDOIA, E. D.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de Rio Claro, Instituto de Biociências,

Departamento de Bioquímica e Microbiologia ([email protected]), 2UNESP - Universidade Estadual Paulista

"Júlio de Mesquita Filho", Campus de Dracena ([email protected]), 3UNESP - Universidade Estadual Paulista

"Júlio de Mesquita Filho", Campus de Rio Claro ([email protected]), 4UNESP - Universidade Estadual

Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de Rio Claro ([email protected])

Acidentes com incêndio ocorrem na indústria petroquímica. Nos incêndios de petroquímicos não é recomendado o uso

de água, mas sim o uso de espumas extintoras de incêndios. São utilizadas espumas formadoras de filme aquoso (AFFF),

pois compostos flúor-carbonados presentes em grandes quantidades nas misturas de AFFF contribuem com a capacidade

extintora de incêndio. Contudo, toneladas de AFFF são liberadas no ambiente. Os flúor-carbonados são altamente

resistentes à biodegradação e por isso têm prolongada persistência ambiental. Vias de biodegradação dos organo-

halogenados são bastante específicas e lentas, podendo levar anos para sua degradação completa por micro-organismos

do ambiente. Os produtos químicos de combate a incêndios podem induzir mudanças de médio a longo prazo nas

comunidades microbianas do solo e, portanto, no funcionamento e qualidade do solo, fazendo com que utilizações futuras

da área sejam planejadas com cautela. Os parâmetros microbianos e alterações no perfil da comunidade de solo podem

ser usados como bioindicadores de sensibilidade do solo a mudanças induzidas por diferentes distúrbios e contaminantes.

Para estudar a alteração da microbiota, verificou-se o efeito da aplicação de soluções de AFFF na estrutura de comunidade

bacteriana de solo contaminado por compostos fluorcarbonados através da técnica de PCR com gel de eletroforese em

gradiente desnaturante (DGGE). Observou-se que a aplicação de espumas de incêndio influencia a dinâmica das

comunidades microbianas de solo. Desta forma, o uso de solo contaminado (para ocupação humana ou produção de

alimento) pode sofrer, além dos riscos toxicológicos, a interferência de novos grupos de microrganismos. No caso de

concentrações altas de AFFF em solo foram observadas as maiores mudanças na comunidade bacteriana de solo. Na

análise multivariada de coordenadas principais, os pontos mais distantes da comunidade original do controle em tempo

inicial estão agrupados em posição extrema e distante da origem do gráfico. Deste modo, a comunidade bacteriana sofreu

muita alteração em sua estrutura em função da presença do poluente. O novo perfil microbiano induzido pela

contaminação por AFFF poderia inviabilizar o uso de áreas, como por exemplo pelo favorecimento de microrganismos

patógenos ou pela queda da produtividade agrícola.

Palavras-chave: DGGE; AFFF; Perfluorados; Solo.

Agradecimentos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Programa de Formação de Recursos Humanos em Geologia do

Petróleo e Ciências Ambientais Aplicadas ao Setor de Petróleo & Gás e de Biocombustíveis: PRH-05,

ANP/Petrobras/FINEP/MCT.

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MICROBIOLOGIA NA AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DE ÁGUA (IQA)

PARA REENQUADRAMENTO DOS RIOS JAGUARÍ E ATIBAIA

1RAMOS, M. A. G.; 2OLIVEIRA, E. S. B., 3LEITE, D. A. Nalin de O.; 4PIÃO, A. C. S.; 5ANGELIS, D. de F. de

1Depto. de Bioquímica e Microbiologia, Instituto de Biociências UNESP/Rio Claro-SP ([email protected]),

2Depto. de Bioestatística, Instituto de Biociências UNESP/Rubião Junior, Botucatu–SP ([email protected]),

3Depto. de Bioquímica e Microbiologia, Instituto de Biociências UNESP/Rio Claro-SP ([email protected])

,4Depto. de Matemática, Estatística e Camputação do IGCE UNESP/Rio Claro-SP (piã[email protected]), 5Depto. de Bioquímica e Microbiologia, Instituto de BiociênciasUNESP/Rio Claro-SP ([email protected]).

A contagem de microrganismos do meio ambiente é uma atividade rotineira nos laboratórios de microbiologia. No

entanto, os números obtidos nem sempre são interpretados com a devida importância em atividades globalizadas. Um dos

exemplos é a contagem das bactérias termotolerantes Escherichia coli (E.coli) presentes nas águas dos rios. Esta bactéria

é referenciada como indicador de poluição microbiana dos mais utilizados no mundo e é altamente dispersada pela água.

Quando se pretende verificar o IQA das águas de rio, a contagem de E.coli é entre os nove parâmetros um dos itens de

maior peso. Neste contexto, quantificou-se estas bactérias termotolerantes dos rios Jaguarí e Atibaia na região do

município de Paulínia, de 2009 a 2015, efetuando-se coletas entre 15 e 25 dias, num total de 109 coletas entre os períodos

chuvosos e secos. Verificou-se que do total de 109 coletas no Rio Jaguarí no período chuvoso 64,1% e no período de seca

46,4 % estiveram em desacordo com a legislação CONAMA 357/2011, contribuindo desta forma, para que as águas dos

rios tivessem menor IQA. As contagens do Rio Atibaia no período chuvoso do total 75,5% e 66,1% no período seco

estiveram em desacordo. Estas informações contribuem para estudos da verificação no enquadramento dos rios de classe

2 e ainda indica a necessidade urgente de investimentos em saneamento, uma vez que E.coli é um indicador da presença

de esgoto não tratado adequadamente.

Palavras-chave: IQA; E.coli; Rio Jaguarí; Rio Atibaia.

Agradecimentos: CEA Centro de Estudos Ambientais IGCE Unesp Rio Claro, Laboratório de Ensino e Pesquisa de

Toxicidade de Água, Depto. Bioquímica e Microbiologia IB Unesp Rio Claro e CAPES - Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelo apoio financeiro.

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PESQUISA DE COLIFORMES E Escherichia coli EM ÁGUA DE POÇOS RASOS

RESIDENCIAIS

1REIS, S. F.; 2FORTUNA, J. L.

1Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia(UNEB) – Campus X

([email protected]); 2Docente de Microbiologia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus X

([email protected])

Água para consumo humano pode ser adquirida de diversas maneiras. O manancial subterrâneo é o mais utilizado pela

maior parte da população, através de poços artesianos ou por poços com menor profundidade (poços rasos). Contudo,

estes apresentam maior risco de contaminação. Além disso, a água subterrânea é uma fonte importante de abastecimento

para a população, principalmente a que não tem acesso à rede pública ou quando o fornecimento público torna-se

inconstante. Com aumento da utilização de água subterrânea, intensifica-se a importância do monitoramento da qualidade

desta. Este trabalho teve como objetivo analisar a qualidade microbiológica da água de poços rasos residenciais utilizada

para o consumo humano através da enumeração de coliformes totais e termotolerantes e identificar a presença de

Escherichia coli. Foram analisadas 15 amostras de água de poços rasos escolhidos aleatoriamente de 15 residências

localizadas no bairro Vila Verde, município de Teixeira de Freitas-BA. As coletas foram realizadas nos meses de julho e

agosto de 2014. Utilizou-se a técnica do Número Mais Provável com diluições de 10-1 a 10-3. As amostras também foram

submetidas à pesquisa de E. coli. Avaliou-se a qualidade microbiológica da água segundo a Portaria nº 2.914 de

12/12/2011 do Ministério da Saúde. Das 15 (100%) amostras de água coletadas e analisadas, quatro (26,67%)

apresentaram coliformes totais e três (20%) apresentaram coliformes termotolerantes. Portanto, 12 (80%) delas estavam

aptas para o consumo humano, conforme padrões microbiológicos. Foram realizados 30 testes bioquímicos (IMViC) das

amostras positivas para coliformes termotolerantes. Observou-se a presença de Klebsiella, Providencia, Proteus,

Escherichia, Enterobacter, Serratia e Yersinia. Das 30 (100%) colônias que foram submetidas aos testes bioquímicos,

seis (20%) não foram conclusivos e sete (23,3%) colônias foram confirmadas como sendo E. coli. O consumo humano

desta água pode apresentar riscos à saúde, já que 20% das amostras encontram-se impróprias para o consumo. A

inadequação dessa água é comprovada pela presença de alguns gêneros do grupo coliformes termotolerantes, além da

presença da bactéria E. coli, principal indicadora de contaminação fecal.

Palavras-chave: Coliformes; Escherichia; Água; Poços Rasos.

Agradecimentos: Laboratório de Microbiologia da UNEB – Campus X.

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POSSÍVEIS MECANISMOS DE INTERAÇÕES ENTRE O CORANTE DIRECT ORANGE

2GL E A PAREDE CELULAR DE Saccharomyces cerevisiae A PARTIR DAS ISOTERMAS

DE ADSORÇÃO

1MENDES, C. R.; 2PELEGRINI, R. T.

1Universidade Federal de São Carlos ([email protected]), 2Universidade Federal de São Carlos

([email protected])

Em virtude dos problemas decorrentes das atividades têxteis, o método de adsorção por Saccharomyces cerevisiae é uma

alternativa viável no tratamento residual têxtil. Para tanto, nesse estudo foi possível propor possíveis mecanismos de

interações entre a parede celular da S. cerevisiae e o corante Direct Orange 2GL, a partir do coeficiente de correlação

relativa segundo as isotermas de Langmuir e Freundlich. Foi feito um gráfico da reta padrão no programa Origin 6.0,a

partir da curva de calibração, para os valores na equação da reta Y=A+B.X. Ademais, foi realizado um gráfico de

isotermas de adsorção, utilizando 50 mg/L do corante em solução e variando os valores de pH=4 ; pH=5 e pH=6, e 500;

800 e 1000 mg de biomassa. As analises seguiram em espectrofotômetro de UV-Vis, para varredura entre 300 a 800 nm.

O gráfico de isotermas utilizou os modelos da equação de Langmuir e Freundlich. A curva de calibração apresentou valor

de coeficiente de correlação linear 0,99998 e valores de A=0,0038 e B=0,03361 para equação da reta. A linearização das

isotermas de Langmuir e Freundlich possibilitou determinar o efeito da interação adsorbato/adsorvente, através de

monocamada ou multicamadas, a partir do coeficiente de correlação relativo. Em valor de pH=4 e pH=5 os resultados

demonstraram adsorção por monocamadas, respeitando a isoterma de Langmuir. Portanto, é proposto que a parede celular

acresça quantidades de sítios ativos disponíveis devido aos grupos amino protonados que propiciam interações com o

sítio básico do grupo sulfônico do corante. Outro mecanismo proposto ocorre por meio de ligações de hidrogênio entre

os grupos sulfônicos do corante e os grupos hidroxi da quitina na parede celular. Em valor de pH=6, a adsorção respeita

à equação da isoterma de Freundlich, sendo em múltiplas camadas. Isso pode ocorrer devido às ligações de hidrogênio

entre o corante e os grupos da quitina, além das interações das moléculas de corante em outras moléculas de corante,

através de uma ligação de hidrogênio entre a ligação π do grupo azo (N=N) do corante com o grupo amino (-NH2) da

levedura. No estudo foi possível observar diferentes interações adsorbato/adsorvente quando o valor de pH varia. Isso se

deve as interações das ligações iônicas ou de ligações por pontes de hidrogênio, o que pode aumentar ou diminuir o

número de sítio ativo diretamente proporcional à acidificação.

Palavras-chave: Interação adsorbato/adsorvente; isotermas de adsorção, coeficiente de correlação relativa.

Agradecimentos: Centro de Ciências Agrárias-Universidade Federal de São Carlos.

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POTENCIAL DO USO DE LEVEDURAS COMO BIOINDICADORES DA PRESENÇA DE

CÁDMIO NO SOLO

1FERRAREZI, J. A.; 2GOMES, L. H.; 3LIRA, S. P.; 4KAMOGAWA, M. Y.; 5ANDRINO, F. G.

1 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP ([email protected]), 2 Escola Superior de

Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP ([email protected]), 3 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

– ESALQ/USP ([email protected]), 4 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP

([email protected]), 5 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP([email protected])

A contaminação de solos por metais pesados como cádmio é uma realidade no mundo industrializado. O cádmio oferece

riscos à saúde e ambiente, uma vez que seus efeitos são neurotóxicos, mutagênicos e cancerígenos. Por esse motivo,

metodologias cada vez mais rápidas têm sido estudadas, para que áreas afetadas por esses compostos sejam identificadas.

Atualmente, testes de toxidez envolvendo animais e vegetais têm sido usados para definir normas legislativas que

assegurem a vida livre deste elemento. Esse trabalho tem por objetivo demonstrar o potencial das leveduras

Saccharomyces cerevisiae como agente bioindicador da presença de cádmio no solo, comparando-as às sementes de

mostarda (Brassica juncea L. Cross) e pepino (Cucumis sativus L.). Os testes de toxidez utilizando as leveduras basearam-

se na contagem de colônias em microplaqueamento após 24 horas, enquanto que as sementes foram avaliadas segundo o

crescimento radicular em 7 dias. Embora o tamanho das sementes de pepino seja 20 vezes maior em relação às de

mostarda, o método foi eficiente na avaliação de resultados que comprovaram o estresse na germinação causado pelo

metal. Os ensaios com sementes foram feitos em placa de Petri de 150x20 mm, com papel de filtro embebido em 5 mL

das soluções de cádmio, com 30 sementes de mostarda e 20 sementes de pepino em cada placa. O efeito tóxico constatado

em ambas as espécies vegetais é semelhante, pois a DL50 sobre a germinação destas é de 3 mg L-1, com resultados

significativos em todas as doses, exceto em 13 e 21 mg L-1 que não apresentaram brotamento. Os ensaios com leveduras

foram feitos com microplaqueamento, após 6 horas de contato das células com o agente tóxico em meio de cultura líquido

YEPD. A partir desse meio, foram feitas diluições seriadas 10-4 células por mL, das quais foram feitas 10 repetições, que

foram aplicadas em placas de Petri contendo meio sólido YEPD. As colônias de levedura foram contadas, e pode-se

concluir que a DL50 sobre o crescimento passa a ser 2 mg L-1 de Cd2+. Ou seja, as leveduras apresentam mais sensibilidade

à presença do contaminante em relação às sementes, além de que em doses baixas (0,5 e 1 mg L-1) já é possível verificar

diferenças de crescimento em relação ao controle. Com isso, conclui-se que a metodologia com uso de leveduras para

avaliação da toxidez é mais eficiente e confiável em comparação aos ensaios com sementes.

Palavras-chave: leveduras; vegetais; toxidez; cádmio.

Agradecimentos: FAPESP

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PURIFICAÇÃO PARCIAL DE COMPOSTOS COM ATIVIDADE ANTIMICROBIANA

PROVENIENTES DE UM ISOLADO DE Streptomyces sp.

1BORBA, M. P.; 2BALLARINI, A. E.; 3FOLMER, A. P.; 4BRANDELLI, A.;

5VAN DER SAND, S.

1UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected]), 2 UFRGS – Universidade Federal

do Rio Grande do Sul ([email protected]), 3 UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul

([email protected]), 4UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected]), 5UFRGS –

Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected])

Streptomyces é um importante gênero bacteriano presente no grupo dos Actinomicetos, responsável pela produção de

cerca de 70% dos antibióticos hoje utilizados. Estes antibióticos são altamente distintos, apresentando diferenças

estruturais, químicas e de alvo, sendo um desafio isolar novos compostos com ação antimicrobiana. Em função resistência

bacteriana, a bioprospecção de novas moléculas antibióticas ainda se faz necessário, e o gênero é um organismo promissor

devido à grande quantidade de compostos que produz. O objetivo deste trabalho é a purificação de compostos com

atividade antimicrobiana presentes do isolado Streptomyces 8S, oriundo de processos de compostagem e que já se mostrou

altamente eficiente contra bactérias Gram positivas e negativas, fungos filamentosos e leveduras. O isolado foi cultivado

em meio de cultura amido caseína sob agitação de 100 rpm a uma temperatura de 30 oC. Após 3 dias de crescimento, o

cultivo foi centrifugado, obtendo-se o extrato bruto livre de células. O extrato foi submetido à extração com diferentes

solventes orgânicos, sendo eles acetato de etila, diclorometano, hexano e clorofórmio. Da fração aquosa resultante, 1mL

foi submetido a uma cromatografia de gel-filtração, utilizando-se a resina Sephadex G75 e PBS como eluente. Foram

coletadas 40 frações de 1mL, estas liofilizadas e ressuspendidas em 300 µL de água destilada estéril. Testes de difusão

em poço foram realizados para verificação da atividade antimicrobiana antes e depois de todas as etapas de purificação.

As bactérias utilizadas neste ensaio foram Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Enterococcus faecium e E. faecalis

multirresistentes. Com base nestes resultados, foi realizado um pool de todas as frações que apresentaram atividade

antimicrobiana e então 2 mL deste pool foram submetidos a uma cromatografia com a resina SP Sepharose. A amostra

foi eluída com um gradiente salino de NaCl. Desta etapa, foram coletadas 50 frações de 1mL, também liofilizadas.

Observou-se a presença de atividade antimicrobiana nas frações aquosa e orgânica da extração líquido-líquido em todos

os solventes utilizados, nos levando a crer que o isolado Streptomyces 8S possui mais de uma molécula com ação

antimicrobiana. A análise da fração aquosa está em andamento. A fração orgânica será analisada em HPLC com gradiente

contínuo de acetonitrila e água.

Palavras-chave: antibiótico; actinomicetos; bioprospecção.

Agradecimentos: Capes.

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QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO PASSA QUATRO

(SANTA RITA DO PASSA QUATRO-SP)

1FRANCESCHI, I. M. de; 2SILVEIRA, G. G. da; 3MORALES, E. M.; 4ANGELIS, D. de F. de

1FACIP/Universidade Federal de Uberlândia ([email protected]); 2FACIP/Universidade Federal de Uberlândia

([email protected]); 3UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

([email protected]); 4UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

([email protected])

O Estado de São Paulo está dividido em 22 Unidades de Gerenciamento Hídrico (URGH), envolvendo as principais bacias

hidrográficas. Estas unidades são gerenciadas pelos comitês de Bacias Hidrográficas. A Bacia Hidrográfica do Rio Mogi-

Guaçu (BHMG), ao qual está inserido o córrego Passa Quatro, pertence a URGH-9. Esta bacia ainda apresenta baixos

índices de tratamento de esgoto, sendo que em alguns municípios o nível de suprimento de água é deficitário necessitando

de suplementação com água subterrânea. A inadequada disposição dos resíduos sólidos e recuperação dos lixões agrava

a qualidade de suas águas. Essa bacia, situada na região nordeste do Estado de São Paulo e sudeste de Minas Gerais,

possui suas nascentes localizadas no município de Bom Repouso e percorre 377,5 Km em terras paulistas de 57

municípios. A região abriga 4% da população de São Paulo e, em 2010, eram 1.421.697 habitantes. Nesta bacia está

inserido o município de Santa Rita do Passa Quatro que é abastecido pela junção do córrego Passa Quatro (CPQ) e córrego

Rio Claro. Com o objetivo de verificar a qualidade das águas de captação do município de uma mina que abastece a área

rural, foram coletadas em 15/03/2015 amostras: P1 – Água de Mina; P2 – Represa de captação; P3 – Saída da ETE; P4 –

2 Km jusante do P3. Estas águas foram analisadas quanto: pH; condutividade elétrica; bactérias heterotróficas (BH);

coliformes totais (CT) e coliformes termotolerantes (CF) em unidades formadoras de colônia (UFC). Para BH em meio

PCA, obteve-se para as amostras P1; P2; P3 e P4 respectivamente: 2,7x103; 0,6x103; 1,3x103 e 4,6x103 UFC mL-1. Em

ensaios de contagem de coliformes totais (CT) e termotolerantes (CF) cultivadas em meio Cromocult® foram obtidos os

seguintes resultados (UFC mL-1): P1 – CT: 65; CF ≤ 1; P2 – CT: 14; CF ≤ 1; P3 - CT: 2170; CF: 37; P4 – CT: 2850; CF:

10. O pH dos pontos foram, respectivamente: 4,67; 6,11; 6,89; 6,81. A condutividade detectada: 98,76; 39,72; 203,0;

129,0 μS/cm2. Os resultados de cloretos foram: 7,71; 2,80; 24,73; 14,71, respectivamente. Pelas análises físicas, químicas

e microbiológicas realizadas pode-se concluir que a água de mina merece desinfecção prévia para o abastecimento e que

a água de captação é de boa qualidade, porém, na região da descarga da ETE e a 2 Km a jusante da descarga, as água não

atendem a legislação para rios de Classe II.

Palavras-chave: IQA; Efluentes; Resíduos Sólidos.

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QUANTIFICAÇÃO DA RESPIRAÇÃO MICROBIANA NO SOLO NA PRESENÇA DE

AMETRINA

1RÉGO, A. P. J.; 2CONEGLIAN, C. M. R.; 3BIDOIA, E. D.

1(Departamento de Bioquímica e Microbiologia- Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio

Claro, São Paulo) ([email protected]); 2(Faculdade de Tecnologia-Universidade Estadual de Campinas,

Limeira, São Paulo) ([email protected]) 3(Departamento de Bioquímica e Microbiologia- Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, São Paulo) ([email protected])

A ametrina é um herbicida seletivo, pertencente à família das triazinas, sendo aplicado no controle de plantas daninhas.

Constitui um dos cincos herbicidas mais utilizados no cultivo de cana-de-açúcar no Brasil. Possui a capacidade de inibir

a fotossíntese e outros processos enzimáticos, além de ser potente contaminante do ecossistema aquático e persistente no

ambiente. Desta maneira, tornam-se necessários estudos para avaliar a degradação da ametrina em solo, a fim de reduzir

o seu impacto no meio ambiente. Este trabalho teve por objetivo avaliar a taxa de respiração microbiana no solo, na

presença do herbicida ametrina, através do método respirométrico de Bartha e Pramer. Utilizou-se 30,00 µg.ml-1 da

ametrina e solo argiloso com histórico de aplicação do herbicida. Fez-se o isolamento de bactérias e de fungos do solo

coletado. Nos experimentos utilizou-se respirômetros de Bartha e Pramer, contendo 50,00 g de solo e 1,0 mL de inóculo

microbiano. Os tratamentos utilizados foram solo controle, solo com ametrina e inóculo de bactérias, solo com ametrina

e inóculo de fungos e solo com ametrina e com o consórcio entre bactérias e fungos. O experimento foi realizado em

triplicata. Avaliou-se a geração de CO2 através de titulação do hidróxido de potássio presente no respirômetro com ácido

clorídrico, durante 56 dias de incubação, à 28ºC. O tratamento que obteve maior acúmulo de CO2 foi o que continha solo

argiloso com ametrina com consórcio de bactérias e fungos, totalizando em 20,0 µmol de CO2. Os tratamentos que

possuíam solo argiloso com ametrina e inóculo de bactéria e o outro com solo argiloso com adição de ametrina e inóculo

de fungo acumularam cerca de 10,0 µmol de CO2. Assim, ao inocular o consórcio microbiano em solo contaminado com

a ametrina o acúmulo de CO2 foi o dobro em relação aos outros tratamentos. Desta maneira, o isolamento de bactérias e

fungos autóctones, adaptados a presença da ametrina, com a adição do consórcio dos mesmos em solo, favoreceu a

respiração microbiana em ambiente contaminado por ametrina.

Palavras-chave: ametrina; consórcio microbiano; CO2.

Agradecimentos: CNPq

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RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS EM BACTÉRIAS DE TARTARUGAS -VERDE

(C.MYDAS) EM REABILITAÇÃO

1MASSONETTO, M.; 2ZAMPIERI, B.; 3OLIVEIRA, A. J.

1Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”-UNESP- Campus do Litoral

Paulista([email protected]), 2I Universidade Estadual Paulista- UNESP- Campus de Rio

Claro([email protected]), 3Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”-UNESP- Campus do

Litoral Paulista ([email protected])

O oceano recebe o aporte de diversas substâncias farmacológicas, dentre elas os antimicrobianos, oriundas de efluentes

domésticos sem tratamento adequado. Devido a isso, animais migratórios como as tartarugas-verdes (Chelonia mydas),

entram em contato com elas através da permanência na água e também no forrageamento, adquirindo bactérias mais

resistentes que são causadoras de doenças respiratórias. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi verificar a resistência

das bactérias isoladas do trato respiratório de tartarugas a dez antibióticos, bem como identificar a quais gêneros

pertenciam. As amostras foram coletadas com auxílio de um swab passado na região traqueal, logo após foram

condicionados em água peptonada e sob refrigeração. No laboratório MICROMAR, os swabs foram passados em placas

com ágar nutriente para crescimento em estufa a 34ºC por 48 horas. Após esse período, as colônias foram isoladas e

identificadas segundo suas características macroscópicas, bem como a confecção de lâminas com coloração GRAM, para

identificação dos gêneros. Para o teste de sensibilidade a antimicrobianos, foi realizada repicação para tubos com meio

BHI e depois inoculadas em meio Müller-Hinton com os dez discos de antibióticos. As placas foram retiradas da estufa

após o período de incubação, mediu-se os halos de inibição dos antibióticos e através disso pode-se classificar cada

substância como eficiente, regular e ineficiente. Para este trabalho foram utilizados apenas os dados de ineficiência. Entre

as cepas, das 23 tartarugas foram identificados Staphylococcus sp. (23,5%) e Streptococcus sp. (76,4%). Dentre os

antibióticos testados, os que se apresentaram mais ineficazes foram Ampicilina e Amoxacilina, com resistência de 90% e

88%, respectivamente. A gentamicina foi a substância que mais teve sucesso nas cepas testadas, com 8% de resistência.

As tartarugas deste estudo são, originalmente, de ambiente natural, dessa maneira, as bactérias com alta resistência podem

ter sido selecionadas ainda no oceano, evidenciando que o despejo de substâncias farmacológicas prejudica não apenas a

fauna, mas também pode se tornar um problema de saúde pública, uma vez que ambos os gêneros de microrganismos

encontrados podem causar doenças em humanos.

Palavras-chave: Quelônios; Fármacos; Antibióticos; Resistência.

Agradecimentos: Agradeço ao CNPQ pelo apoio financeiro e toda a estrutura do laboratório de Microbiologia

Marinha-MICROMAR.

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Saccharomyces cerevisiae: APLICAÇÃO EM TRATAMENTO BIOLÓGICO DE RESÍDUOS

INDUSTRIAIS

1ALMEIDA, E. J. R.; 2SANTOS, G. C.; 3ANDRADE, A. R.; 4CORSO, C. R.

1UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” ([email protected]), 2UNESP –

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” ([email protected]), 3USP – Universidade de São

Paulo ([email protected]), 4UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

([email protected])

A contaminação dos ambientes aquáticos por produtos químicos recalcitrantes é um fator crítico e alvo de debates no

mundo inteiro. Essas substâncias são em sua maioria resíduos de processos industriais, como por exemplo, os azo corantes

sintéticos amplamente utilizados na indústria têxtil. Efluentes contendo corantes são difíceis de serem tratados, pois são

resistentes aos tratamentos convencionais. Diante desse problema, o tratamento biológico surge como uma boa opção de

tratamento, pois é ambientalmente seguro e eficaz na degradação e remoção dessas moléculas. Sendo assim o presente

estudo se propôs avaliar a descoloração dos corantes Acid Blue 161 e Procion Red MX-5B por Saccharomyces cerevisiae,

obtida a partir de fermento biológico seco liofilizado. Essa levedura foi escolhida pelo fato de ser de fácil aquisição e

manuseio. O teste foi conduzido em Erlenmeyers de 125 mL contendo 100 mL de solução de cada um dos corantes

testados, na concentração de 100 mg L-1. Os corantes foram testados em solução simples e solução binária, em duplicata

para cada tempo de tratamento analisado. Após o preparo os frascos foram autoclavados a 120 ºC e 1 atm por 20 minutos.

Concluído o processo de esterilização foi adicionado a cada um dos frascos 1 g de levedura (concentração de levedura =

10 mg mL-1). A descoloração das soluções foi analisada por espectrofotometria UV-Vis após 24 e 96 h de tratamento.

Sendo assim, as análises dos espectros UV-Vis das soluções após o tratamento microbiológico apresentaram para o

corante Acid Blue 161 84 e 90 % de descoloração, o Procion Red MX-5B 83 e 91 %, e a solução binária composta pelos

dois corantes 54 e 94 % de descoloração após 24 e 96 horas de tratamento. Não houve diferença de descoloração entre os

tratamentos dos corantes. A remoção pode ter ocorrido por adsorção, onde os corantes interagem e se ligam aos diferentes

grupos funcionais presentes na parede do microrganismo ficando preso a ela. Ou a biodegradação, que em termos gerais

seria a utilização das moléculas dos corantes como fonte de carbono no crescimento e manutenção do metabolismo das

leveduras. Sendo assim, podemos inferir que a levedura S. cerevisiae possui potencial de descoloração de soluções,

contudo novos estudos precisam ainda ser realizados para avaliar a toxicidade dessas soluções e verificar se o tratamento

também é eficiente do ponto de vista toxicológico.

Palavras-chave: azo corante; tratamento de resíduos; Saccharomyces cerevisiae.

Agradecimentos: Fapesp, Capes, CNPq.

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SISTEMA PARA DEPLEÇÃO DE PROTEÍNAS EM Xanthomonas citri ssp. citri.

1LACERDA, L. A.; 2MARTINS, P. M. M.; 3FERREIRA, H.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 2InstitutoAgronômico de

Campinas - IAC ([email protected]), 3UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho”

([email protected])

Xanthomonas. citri subsp. citri (Xac) é o agente causal do cancro cítrico, uma das doenças mais graves que afetam plantas

cítricas de importância comercial em todo o mundo. O controle eficaz para o cancro cítrico constitui na eliminação de

plantas infectadas em programas rigorosos para conter a propagação da bactéria. No entanto, o relaxamento recente nas

políticas para combater cancro cítrico no estado de São Paulo - Brasil está a contribuir para a propagação da doença. O

conhecimento da biologia deste patógeno de plantas e também dos mecanismos envolvidos na interação planta-patógeno

são de grande importância para apoiar o desenvolvimento de estratégias para lidar com o cancro cítrico. Um trabalho

recente de nosso grupo demonstrou que os mutantes Xac com disrupção do gene parB são comprometidos na segregação

cromossômica e na capacidade de produzir os sintomas da doença na planta. No presente trabalho, nós estendemos nossas

caracterizações, avaliando os efeitos da falta de parB em mutantes Xac através de uma deleção limpa. ParB é uma proteína

de ligação ao DNA e está envolvida no processo de segregação cromossômica através de interação com outras proteínas.

Devido à dificuldade de deleção de genes envolvidos neste processo em Xac, o nocaute de parB foi realizado numa

variante Xac abrigando um plasmídeo replicativo capaz de expressar cópias extras de ParB (ParB-TAP) sob o controle

de para (promotor de arabinose). A viabilidade de Xac parB nocaute (XacΔparB-pLAC2) foi avaliada em experimentos

de curva de crescimento e em comparação com a estirpe do tipo selvagem, em condições de repressão ou de indução de

parB-tap ligado a este promotor; O objetivo foi explorar as condições de depleção e superexpressão de ParB e seus efeitos

através da caracterização do referido promotor em Xac. Em seguida, Xac parB nocaute foi visualizado por microscopia

de contraste de interferência diferencial (DIC), afim de que fossem observadas possíveis alterações morfológicas, que

indicassem falhas no processo de segregação cromossômica. Nossos resultados mostraram que para é responsivo e bem

regulado em Xac e que a falta ou superexpressão de ParB, promoveu alterações fenotípicas sutis, porém significativas,

representadas por aumento em uma ordem de magnitude no número de células anucleadas. Tais alterações, entretanto,

não foram letais para Xac.

Palavras-chave: Promotor de arabinose; Proteína ParB; Segregação cromossômica; Cancro cítrico.

Agradecimentos: CAPES

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TRATAMENTO INTERMEDIÁRIO DE EFLUENTE TÊXTIL CONTENDO CORANTE

AZUL (C. I. REACTIVE BLUE 222) POR Pleurotus ostreatus EM BIORREATOR:

AVALIAÇÃO DA DESCOLORAÇÃO E REUTILIZAÇÃO DA BIOMASSA FÚNGICA

1SANTOS, G. O. F.; 2BELLATO, F. C.; 3ROSA, J. M.; 4MATHEUS, D. R.

1USP - Universidade de São Paulo ([email protected]), 2UFABC - Universidade Federal do

ABC([email protected]), 3Faculdade de Tecnologia SENAI Antoine Skaf ([email protected]), 4UFABC -

Universidade Federal do ABC([email protected])

O setor têxtil é responsável pela geração de efluentes contendo corantes de difícil degradação, o que dificulta seu

tratamento. Pesquisas utilizando basidiomicetos na degradação de corantes tornam-se atrativas, pelo fato desses fungos

mineralizarem uma variedade de poluentes recalcitrantes. Neste trabalho analisou-se a aplicação de uma estratégia de

tratamento intermediário (fase de tingimento) de efluente têxtil por meio da utilização do basidiomiceto Pleurotus

ostreatus, avaliando a descoloração e a possibilidade de reuso da biomassa em um novo ciclo de tratamento. O processo

ocorreu em biorreator com volume total de 7,5 L. O fungo foi imobilizado em bucha vegetal previamente esterilizada

junto ao biorreator. O sistema foi composto por cerca de 52 g de bucha vegetal cortada, que recebeu 4 L de inóculo

líquido. Todo o líquido foi drenado após período de 1 h sob agitação a 180 RPM. Posteriormente, durante 10 dias, à

temperatura de 25 ± 2ºC e sem agitação, verificou-se a colonização do fungo na bucha vegetal. Após este período de

colonização fúngica foi introduzido 5 L de efluente contendo o corante C. I. Reactive Blue 222 (RB222) oriundo do

tingimento de fibra de algodão, juntamente com nutrientes constituintes de meio basal diluídos no próprio efluente. O pH

foi mantido em um valor de 7,0 ± 0,8 durante todo o período de contato do fungo com o efluente. O sistema foi mantido

a 25 ± 2ºC com agitação de 40 RPM. O tempo total de avaliação foi de 48 h. Retirou-se amostras para análise da

descoloração, em espectrofotômetro, no tempos: 0, 2, 4, 8, 12, 24, 36 e 48 h. Terminado este período drenou-se o efluente

remanescente e adicionou-se novo efluente para avaliação da descoloração reutilizando a biomassa fúngica. Para o

primeiro processo conseguiu-se 63,82% de descoloração em 24h, chegando a 65,64% em 48 h. Com a reutilização da

biomassa, alcançou-se 36,31% e 47,38% em 24 e 48 h, respectivamente. Os resultados obtidos mostram que a estratégia

de imobilização fúngica em biorreator alcança resultados promissores de descoloração do efluente. A estratégia de

reutilização da biomassa fúngica teve um resultado percentual inferior ao processo inicial, porém, ainda assim, conseguiu-

se bons índices de descoloração em um curto espaço de tempo, mostrando-se uma estratégia a ser refinada para aplicação

em estudos futuros.

Palavras-chave: Pleurotus ostreatus; efluente; têxtil; biorreator.

Agradecimentos: CAPES, Programa SENAI-SP de Apoio à Pesquisa; Eppendorf.

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USO DE CARVÃO DE PIRÓLISE COMO LEITO FIXO EM BIODIGESTORES

ANAERÓBICOS AUMENTA A CAPACIDADE DE REMOÇÃO DA DQO

1ARAÚJO, K. A.; 2COBRA, R. L.; 3PENA, A. C.; 4ROSSARD, L. M. A.; 5MELO, B. R.; 6ALVES,

D. C.; 7PENIDO, L. O.; 8XAVIER, B. M. 1UFSJ – Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]),2UFSJ – Universidade Federal de São

João Del Rei ([email protected]), 3UFSJ –Universidade Federal de São João Del Rei

([email protected]), 4UFSJ–Universidade Federal de São João Del Rei

([email protected]), 5UFSJ –Universidade Federal de São João Del ([email protected] ), 6UFSJ –

Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]), 7UFSJ – Universidade Federal de São João

Del Rei ([email protected]), 8UFSJ – Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected])

Biodigestores podem aliar a demanda por energias limpas ao tratamento de efluentes e otimização dos recursos hídricos,

mas o uso de biodigestores em larga escala é limitado pelo alto teor de DQO residual no efluente, longo tempo de retenção

hidráulica e sensibilidade das bactérias metanogênicas ao oxigênio e baixo pH. O objetivo deste trabalho foi avaliar o

efeito da adição de leito fixo de carvão de resíduos na produção de gás e remoção de DQO em biodigestores alimentados

com efluente prontamente fermentescível. Para avaliar o efeito do leito na biodigestão foram testados carvões obtidos da

pirólise de resíduo orgânico simulado em diversas condições de tempo e temperatura, comparando-se os resultados aos

obtidos com carvão ativado. Os cultivos foram realizados em mini-reatores de 10 mL de volume útil, contendo zero ou 4

g dos diferentes tipos de carvão. Os tubos foram preenchidos com solução contendo soro de queijo ultrafiltrado (11.000

mg DQO L-1), inoculados com suspensão de dejetos bovinos (5% v/v) e incubados a 24°C por até 77 dias. O experimento

foi monitorado por meio de medições de pH, produção de gás e remoção de DQO. A adição de carvão favoreceu a

produção de gás, que foi máxima usando leito de carvão ativado (acréscimo de 236%). Já o estímulo pelo carvão de

resíduos foi maior para carvões de baixa temperatura (85% e 19 % para carvão produzido a 300ºC e 450ºC,

respectivamente). A adição de carvão ativado elevou o pH nos reatores de 6,34 para 7,04 enquanto o carvão de resíduos

manteve o pH dos cultivos próximo de 5,25. Já o pH final dos tubos controle (sem leito de carvão) foi de 3,78. Reatores

com leito de carvão ativado apresentaram maior remoção da DQO (98% em 77 dias). Já a remoção de DQO pelo carvão

de resíduos foi menor, sendo de 66% para o carvão obtido a 450ºC, mas ainda significativamente superior ao controle

(13%). O efeito do carvão de resíduos pode ser melhorado quando utilizadas condições de pirólise que favorecem o

aumento da área superficial e o pH do carvão. A adição de carvão aos biodigestores altera a taxa de disponibilização de

compostos para os microrganismos, reduz o acúmulo de ácidos orgânicos e evita a queda do pH, favorecendo a degradação

da matéria orgânica e a produção de metano, aumentando assim a viabilidade técnica e econômica de biodigestores

tradicionais.

Palavras-chave: tratamento de efluentes; produção de biogás; carvão de resíduos.

Agradecimentos: FAPEMIG; FNDE.

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USO DE FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES COM INDICADORES

AMBIENTAIS EM UM TRECHO DE FLORESTA NO MÉDIO XINGU, PARÁ

1SANTANA, M. D. F.; 2ALBINO, U. B.

1INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia ([email protected]), 2UFPA – Universidade Federal do

Pará, campus Altamira ([email protected])

As micorrizas são as relações mutualísticas mais comuns na natureza, sendo formadas por determinados fungos do solo

e raízes da grande maioria das plantas. Esses fungos colonizam a estrutura radicular e estabelecem uma série de inter-

relações biotróficas, onde a planta fornece substrato energético ao fungo, e este, através da rede de hifas externas, capta

nutrientes do solo e os transfere à planta hospedeira. Portanto, as interações que estabelecem podem determinar o

crescimento, a sobrevivência e a persistência das plantas em determinados ambientes, fazendo dos Fungos Micorrízicos

Arbusculares (FMA) uma ferramenta para estudos ambientais. O presente estudo avaliou a densidade de FMA

estabelecendo uma comparação entre dois ambientes adjacentes, sendo um mata em recuperação e outro com mata nativa.

O estudo foi realizado na Ilha do Arapujá (3°12'S, 52°11'O), localizada na região do médio rio Xingu, PA. A área estudada

foi dividida em dois plots, um com mata em regeneração e outro com mata nativa. Amostras de solo foram coletadas

manualmente com auxílio de um extrator de solo a cada 20m dentro de cada plot. Os esporos de FMA foram extraídos

por peneiramento em via úmida, centrifugados em sacarose 50% e posteriormente, transferidos para uma placa de Petri

para contagem com auxílio de estereomicroscópio. As médias foram comparadas usando teste Tukey a 5% de

probabilidade. Não foi observada diferença significativa entre os dois plots analisados quanto à densidade de esporos de

FMA, contudo, no plot cuja área está em regeneração natural, a vegetação apresenta-se em pequeno porte com

predominância de palmeiras espaçadas e com menor densidade de esporos. No plot de área de mata natural predominam

espécies arbóreas adensadas e nele foram observadas as maiores contagens de FMA. A falta de diferença significativa

entre as áreas estudadas pode estar relacionada ao nível de recuperação da área degradada, de forma que esta pode estar

voltando, em algum grau, ao estado natural de conservação e essa constatação faz dos FMA uma ótima ferramenta para

análises e diagnósticos em estudos ambientais.

Palavras-chave: FMA; comparação; área em regeneração; área de mata natural.

Agradecimentos: UFPA, campus Altamira

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UTILIZAÇÃO DA VINHAÇA COMO SUBSTRATO NA FERMENTAÇÃO ANAERÓBIA

1MESSETTI, M. A.; 2SANTOS, G. M. 2SILVA, A. J.; 1ANGELIS, D. F.

1Depto. de Bioquímica e Microbiologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista UNESP/Rio Claro-SP

([email protected]; [email protected]) 2Depto. de Saneamento e Meio Ambiente, Faculdade de Engenharia

Agrícola, Universidade Estadual de Campinas UNICAMP/Campinas-SP ([email protected];

[email protected] ).

O processo de fermentação etanólica gera vinhaça, também conhecida como vinhoto ou restilo, que é um efluente líquido

de cor escura rico em matéria orgânica e inorgânica, cerca de cem vezes mais poluente que o esgoto doméstico. Sua

composição química é variável, dependendo, entre outros fatores, da disponibilidade de água, características da cana de

açúcar e dos processos de fermentação e de destilação empregados. No Brasil, a vinhaça era descartada diretamente nos

rios, poluindo-os. Após a limitação de seu descarte nos rios a vinhaça passou a ser utilizada como fertilizante nos campos

agrícolas. Dada a sua composição com características poluidoras a CETESB (2006) normatizou sua aplicação no solo,

buscando preservá-lo, bem como os lençóis freáticos. Estima-se que a produção de etanol no Brasil seja de 29 bilhões de

litros para a safra 2015/2016, sendo assim serão gerados cerca de 290 bilhões de litros de vinhaça. Objetivando o

reaproveitamento da vinhaça para diminuir sua carga poluidora, este trabalho buscou analisar os subprodutos de sua

fermentação anaeróbia (FA), bem como caracterizar o resíduo final para que este tenha uma destinação correta causando

o menor impacto possível ao meio ambiente. Utilizou-se um meio de cultura suplementado com vinhaça, e bactérias de

uma cultura mista. O inóculo foi proveniente de um tratamento piloto de resíduos da bovinocultura, e foi submetido a

duas condições: tratamento ácido térmico (80C por 30 minutos, ajustando o pH para 3 sob condições anaeróbias por 24

horas) e tratamento térmico (100C por 30 minutos). A FA em batelada gerou até 5,32 g/L de etanol, quantificado por

HPLC utilizando coluna Aminex HPX-87H (300 mm x 7.8 mm; BioRad) a 43° C e H2SO4 0.01 N como eluente em taxa

de fluxo de 0,5 mL/min. As análises microbiológicas evidenciaram ausência de fungos e leveduras e presença de bactérias

aeróbias facultativas e anaeróbias na ordem de 108. Após separação da biomassa por centrifugação, foram realizados

ensaios de toxicidade aguda com o microcrustáceo Daphnia similis, segundo norma ABNT NBR 12713:2009. As

amostras apresentaram toxicidade aguda (CE(50) < 0,5%), o que indica que este resíduo apresenta alto potencial poluente.

Assim, serão avaliados tratamentos para que sua toxicidade diminua e o resíduo possa ser descartado corretamente no

ambiente.

Palavras-chave: fermentação anaeróbia; vinhaça; toxicidade.

Agradecimentos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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UTILIZAÇÃO DE MICRO-ORGANISMOS MESÓFILOS NA BIOLIXIVIAÇÃO DE

COBRE CONTIDO EM PLACAS DE CIRCUITO IMPRESSO

1SILVA, S. R.; 2RODRIGUES, M. L. M.; 3REIS, F. D.; 4LEÃO, V. A.; 5RODRIGUES, I. C. B.

1Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]), 2Universidade Federal de Ouro Preto

([email protected]), 3Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]), 4Universidade Federal de Ouro Preto ([email protected]), 5Universidade Federal de São João Del Rei

([email protected])

O crescente avanço tecnológico vem estimulando a procura de equipamentos eletrônicos cada vez mais modernos, fato

que, consequentemente, aumenta a geração de resíduos eletrônicos, com destaque para as placas de circuito impresso

(PCI). Em função dos problemas ambientais associados à disposição inadequada destes resíduos, bem como à

possibilidade de recuperar metais de interesse comercial, verifica-se a relevância do desenvolvimento de processos para

o tratamento adequado deste lixo, principalmente, visando o reaproveitamento dos metais. Os processos tradicionais de

reciclagem das PCI incluem métodos hidrometalúrgicos, químicos e pirometalúrgicos, contudo, apenas uma pequena

parcela é reciclada no país. A biolixiviação, uma técnica que utiliza da capacidade dos micro-organismos em solubilizar

metais, é uma tecnologia atrativa para a extração de cobre e de outros metais, por apresentar como vantagens a economia

de insumos químicos e de energia. Assim, este trabalho investigou a biolixiviação de cobre a partir de PCI, utilizando

uma cultura mista de micro-organismos mesófilos, composta majoritariamente por Acidithiobacillus ferrooxidans. Foram

avaliados os efeitos do pH da suspensão (1,50, 1,70 e 2,00) e da concentração inicial de Fe2+ (em g.L-1: 2,5; 5,0 e 10,0).

A cultura de micro-organismos foi adaptada ao meio contendo PCI pulverizado, utilizando concentrações crescentes de

material sólido. Os ensaios de biolixiviação foram realizados em um agitador orbital nas seguintes condições: 35°C,

agitação de 150min-1 e 0,3% de sólidos (p/v). Foi aplicado o planejamento fatorial de três níveis com o intuito de investigar

os efeitos da concentração inicial de Fe2+ e do pH. Os resultados obtidos demonstraram que a cinética de extração foi

mais rápida nos ensaios bióticos do que nos controles abióticos, alcançando 100% de extração de cobre em todas as

condições de pH com 10, 0g.L-1 de Fe2+ inicial. Foi constatado que a extração de cobre é mais fortemente influenciada

pela concentração de ferro do que pelo valor de pH, sendo que o aumento na concentração inicial de Fe2+ acelera a taxa

de extração em todas as condições estudadas. Diante destes resultados, verifica-se a viabilidade desta técnica para a

extração de cobre a partir de PCI, como alternativa aos processos tradicionalmente utilizados.

Palavras-chave: Placas de circuito impresso (PCI); biolixiviação; Acidithiobacillus ferrooxidans.

Agradecimentos: Laboratório de Bio&Hidrometalurgia da UFOP; UFSJ.

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UTILIZAÇÃO DE SORO DE RICOTA COMO MEIO DE CULTURA PARA PRODUÇÃO

DE BIOSSURFACTANTES POR Pseudomonas aeruginosa

1CLARO, E. M. T.; 2LOPES, P. R. M.; 3BIDOIA, E. D.; 4OTENIO, M. H.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 2UNESP -

Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]),3UNESP - Universidade

Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 4EMBRAPA Gado de Leite

([email protected])

Bactérias pertencentes ao gênero Pseudomonas destacam-se pela sua versatilidade e capacidade de sintetizar grande

quantidade de produtos de interesse industrial como os ramnolipídios, que representam uma das principais classes de

biossurfactantes. Assim, estes compostos podem ser aplicados em diferentes processos na indústria como: petroquímicos,

cosméticos, fármacos, biorremediação de ambientes poluídos por petróleo e derivados e recuperação terciária do petróleo.

Apesar de suas vantagens frente aos surfactantes químicos, os biossurfactantes não são comercialmente utilizados devido

ao alto custo de produção. Dessa forma, tem sido pesquisada a utilização do soro de ricota como substrato de baixo custo

contribuindo assim, para a redução da poluição ambiental, além de agregar valor comercial. O presente estudo visou à

produção de biossurfactantes por Pseudomonas aeruginosa LBI utilizando soro de ricota como fonte de carbono. Foi

utilizado para o meio de fermentação 1 L de soro de ricota com pH ajustado para 7,0. A produção foi realizada em frascos

Erlenmeyer com 150 mL de meio fermentativo cada e as análises de tensão superficial e cromatografia de camada delgada

(CCD) foram realizadas no tempo inicial (t0) e após 120 h de produção (t120). A extração do ramnolipídio foi realizada

com o solvente acetato de etila. Observou-se que após 120 h de fermentação ocorreu uma redução de 55% na tensão

superficial. A redução da tensão superficial de um meio aquoso é um indicativo de produção de tensoativo, fato este

comprovado por meio da CCD que evidenciou a produção predominante de mono-ramnolipídios pela P. aeruginosa LBI.

Dessa forma, demonstrou-se que a bactéria P. aeruginosa LBI foi capaz de produzir biossurfactantes a partir de soro de

ricota como única fonte de carbono, uma alternativa econômica e ecologicamente viável na produção de tensoativo.

Palavras-chave: Biossurfactante; Mono-ramnolipídios; Soro de ricota; Pseudomonas aeruginosa LBI.

Agradecimento: PRH-05 ANP

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UTILIZAÇÃO DE VINHOTO COMO SUBSTRATO PARA PRODUÇÃO DE BIOMASSA

MICROBIANA

1PIRES, J. F.; 2REIS, K. C.; 3FERREIRA, G. M. R.; 4SILVA, C. F.; 5SCHWAN, R. F.

1UFLA - Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UFLA- Universidade Federal de Lavras

([email protected]), 3UFLA - Universidade Federal de Lavras ([email protected]),4UFLA -

Universidade Federal de Lavras ([email protected]),5UFLA- Universidade Federal de Lavras

([email protected])

O vinhoto é um poluente orgânico, gerado como resíduo líquido da destilação do caldo de cana-de-açúcar fermentado,

para obter bebidas alcoólicas e bioetanol. Assim como para outros resíduos gerados pela atividade antrópica, o vinhoto

deve ser tratado e/ou descartado de forma adequada. A utilização do vinhoto como substrato para produção de biomassa

microbiana pode ser uma alternativa para o tratamento e reaproveitamento deste resíduo, de forma a diminuir seu efeito

poluidor sobre o ambiente. Os objetivos do trabalho foram (I) avaliar a produção de biomassa por Bacillus subtilis e duas

linhagens de Saccharomyces cerevisiae em cultura mista, utilizando o vinhoto como substrato, (II) investigar as

características nutricionais e antinutricionais do produto gerado, (III) avaliar o efeito do tratamento biológico sobre

parâmetros físico-químicos do vinhoto. B. subtilis (CCMA 0087, ex UFLA BCEF1130), S. cerevisiae (CCMA 0137, ex

UFLACA15) e S. cerevisiae (PE2) foram cultivadas em 100 mL de meio vinhoto 50% (v/v) (49% vinhoto; 49% agua

destilada; 1% glicose; 1% extrato de levedura). Os microrganismos foram cultivados em consórcio, de dois a dois, e cada

consorcio foi realizado em três concentrações iniciais de células. Durante o período de incubação foram monitorados

número de células e pH do meio. Ao final do período de incubação foi feita a determinação da biomassa microbiana seca

produzida e da redução na demanda bioquímica de oxigênio (DQO) e demanda química de oxigênio (DBO) do vinhoto

tratado. Os valores finais de pH variaram de 3 a 8 e o pico de crescimento ocorreu entre 24 e 48 horas de incubação para

todos os cultivos. O cultivo misto de S. cerevisiae (UFLACA15) e S. cerevisiae (PE2) apresentou a maior produção de

biomassa com 73,2 g/L e remoção de 42,65 % e 69,34% de DBO e DQO, respectivamente. Os dados obtidos permitem

concluir que as duas linhagens de S. cerevisiae em cultivo misto, com população inicial de 107 células/mL apresentam

bons resultados para produção de biomassa e redução do poder poluidor do vinhoto.

Palavras-chave: Vinhaça; Resíduo; Tratamento biológico; Leveduras.

Agradecimentos: CAPES, FAPEMIG, UFL

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ANÁLISE DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE ÓLEO DE ORÉGANO

CONTRA Botrytis cinerea

¹REIS, G. F.; ²BOCATE, K. C. P.; ³NUNES, T. M; 4CANTERI, P; 5BONFIM, L. F. L; 6ALMEIDA, R. S. C; 7PANAGIO, L. A.

1UEL - Universidade Estadual de Londrina ([email protected]), 2UEL - Universidade Estadual de Londrina

([email protected]), 3UEL - Universidade Estadual de Londrina ([email protected]), 4UEL -

Universidade Estadual de Londrina ([email protected]), 5UNOPAR- Universidade Norte do

Paraná([email protected]), 6UEL - Universidade Estadual de Londrina ([email protected]), 7UEL -

Universidade Estadual de Londrina ([email protected]).

O Brasil é um dos países com maior produtividade agrícola do mundo. Possui grande área de cultivo, condições climáticas

variadas, qualidade de solo e abundância hídrica. Devido à extensão do território brasileiro, desde a faixa equatorial até a

sub-tropical, é possível uma produção diversificada de produtos agrícolas. O cultivo de morangos é feito na região sul do

Brasil, entre junho e novembro, sendo portanto sazonal. A perda na produção ocorre por vários agentes: insetos, colheita

inadequada, esmagamento no transporte e por ação de microrganismos, especialmente fungos. O principal agente

envolvido em perda de morangos é o Botrytis cinerea, conhecido popularmente como mofo cinzento. Este fungo, age em

toda a parte aérea da planta, mas principalmente nos frutos durante o período pós-colheita, agindo mesmo sob

refrigeração. O objetivo deste trabalho, foi testar a atividade do óleo de orégano na germinação dos esporos e no estado

vegetativo de B. cinerea. O orégano, além de ser uma popular especiaria, possui um conjunto de substâncias químicas

dentre elas, carvacrol, oreganol e timol, que possuem a atividade de fungicida. Para averiguarmos a atividade antifúngica

do orégano utilizamos duas técnicas: difusão em ágar, utilizando discos de papel com concentrações variáveis em ágar

Sabouraud, por adaptação do protocolo M51A/CLSI e incorporação do óleo em concentrações diversas em ágar

Sabouraud. Nos testes com discos de papel utilizamos o óleo em concentrações de 1%, 0.1%, 0.01% e 0.001%. Nos testes

de incorporação, o óleo foi diluído seriadamente para que se atingisse concentrações entre 1.25% e 0.005%. Os resultados

demonstraram que o óleo, em uma concentração aproximadamente de 0.04%, já possui uma boa atividade antifúngica,

tanto no estado vegetativo e na germinação dos esporos. Novos testes estão em curso para verificação da atividade

antifúngica do óleo de orégano: determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e concentração fatal mínima

(CFM).

Palavras-chave: Botrytis; orégano; antifúngico.

Agradecimentos: UEL

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ANTAGONISMO ENTRE Lactobacillus spp. E Salmonella enteritidis PELO MÉTODO

SPOT ON THE LAWN

1ALTARUGIO, R.; 2OKAMOTO, A. S.; 3ANDREATTI FILHO, R. L.

1UNESP- Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita filho” FMVZ - Botucatu

([email protected]), 2 UNESP- Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita filho” FMVZ -

Botucatu ([email protected]), 3 UNESP- Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita filho” FMVZ -

Botucatu ([email protected])

Os lactobacilos são bactérias que fazem parte da microbiota natural do trato digestório humano e animal, que comumente

são utilizadas como probióticos, para isso devem apresentar várias características que os tornem candidatos em potencial

para a seleção de amostras para a aplicação em animais, desta forma, atuando na proteção do trato gastrointestinal contra

a ação de micro-organismos como a Salmonella spp., patógeno que pode prejudicar a saúde do animal e levar a problemas

de saúde pública . O presente trabalho teve como objetivo avaliar o antagonismo no cultivo in vitro entre Lactobacillus

spp. e Salmonella Enteritidis (SE). Todas as amostras utilizadas foram adquiridas do laboratório de ornitopatologia da

Universidade Estadual Paulista ‘’Julio de Mesquita filho’’ FMVZ – Botucatu. Para as 10 amostras de Lactobacillus spp.

foi utilizado o método de Spot on the Lawn, em que cada amostra foi cultivada em 5 ml de caldo DeMan-Rugosa-Sharpe

(MRS) incubadas a 38ºC por 48 horas e em seguida 10μl dessas culturas foram adicionadas em forma de pontos

(totalizando três pontos) em placa de Petri contendo ágar MRS e após estarem completamente secas, as placas foram

incubadas por 18 horas a 38°C. A amostra SE foi cultivada em tubos contendo 5 mL de caldo cérebro e coração (BHI) e

incubados a 38°C por 18 horas. Posteriormente, foram transferidos 200μL da cultura SE para novos tubos contendo 20

mL de caldo BHI com 0,75% de ágar-ágar. As placas incubadas anteriormente com as amostras de Lactobacillus spp.

receberam o inóculo com SE em sua superfície e, após a completa solidificação do ágar, as placas foram novamente

incubadas a 38ºC durante 12 horas. Após esse período foi observado à sensibilidade da amostra de SE frente às substancias

antimicrobianas produzidas por Lactobacillus spp. com o método de Spot on the Lawn havendo a formação de alo de

inibição, apresentando a média das zonas de inibição com uma variação entre 1,6 mm a 7,6 mm. Portanto conclui-se que

houve o antagonismo entre as amostras de Lactobacillus spp. contra a SE.

Palavras-chave: Salmonella; Lactobacillus; inibição.

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APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE SUPERFÍCIE DE RESPOSTA NA PRODUÇÃO

DE BIOSSURFATANTE POR Brevibacterium luteolum.

1UNÁS, J. H.; 2NITSCHKE, M.; 3AZEVEDO, E. B.

1 IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo ([email protected]),

2 IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo([email protected]) 3 IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo([email protected])

Os biossurfatantes são produtos de origem microbiana com a capacidade de reduzir a tensão superficial e formar emulsões.

O interesse particular nestes produtos, comparados com os surfatantes convencionais, provém de sua maior eficiência e

eficácia, sua baixa toxicidade, sua maior biodegradabilidade, sua diversidade química e a possibilidade de serem

produzidos usando substratos renováveis. Até o momento, a possibilidade de substituir os surfactantes convencionais por

biossurfatantes não é comercialmente viável devido aos seus baixos rendimentos de produção. Uma das estratégias para

aumentar o rendimento da produção de biossurfatantes é o uso de ferramentas estatísticas para ajustar o meio de produção

e/ou as condições de cultivo. A metodologia de superfície de resposta (RSM) é uma das ferramentas estatísticas mais

úteis para esse propósito. Na RSM, avalia-se simultaneamente o efeito de vários fatores, visando estabelecer valores que

otimizam a resposta do processo. No presente trabalho, empregou-se a RSM para melhorar a produção de um

biossurfatante de natureza lipopeptídica produzido pela bactéria Brevibacterium luteolum (previamente isolada de um

ambiente marinho). Estabeleceu-se um planejamento fatorial 23 tendo como fatores a concentração de carbono (vaselina),

a concentração de nitrogênio (NH4NO3) e a concentração de água do mar; e como resposta a tensão superficial de uma

solução 0,1% do produto. As regressões foram feitas usando-se o software STATISTICA 12. Os resultados mostram que

os fatores que afetam significativamente a produção de BS são a concentração de carbono e a concentração de água de

mar. Além disso, encontrou-se que as condições do meio de cultura que resultaram em maior produção de BS dentro das

condições testadas foram 4% de fonte de carbono, 2% de fonte de nitrogênio e 20% de água do mar com uma tensão

superficial de 27,68 mNm-1.

Palavras-chave: Biossurfatante; Metodologia de Superfície de Resposta; Brevibacterium luteolum.

Agradecimentos: CNPq; Instituto de Química de São Carlos-IQSC.

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APLICAÇÃO DE EMULSÕES DE QUITOSANA/GELATINA/ÓLEO DE COPAÍBA NA

INIBIÇÃO DE Escherichia coli

1MARANGON, C. A.; 1,2NITSCHKE, M.; 1,2PLEPIS, A. M.G.

1PPGIB-USP- Programa de Pós-Graduação Interunidades Bioengenharia, Universidade de São Paulo

([email protected]), 2IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo ([email protected]),

([email protected]).

A resistência bacteriana aos antibióticos tem se disseminado mais rapidamente do que a introdução de novos compostos

portanto, é necessária a constante investigação e desenvolvimento de moléculas para o controle microbiano. Nesse

contexto, emulsões a base de biopolímeros e óleos essenciais destacam-se como novas alternativas terapêuticas. O

presente estudo teve como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana do óleo de copaíba e de emulsões de

quitosana/gelatina (QG) e quitosana/gelatina/óleo de copaíba (QGOC) frente à linhagem de Escherichia coli ATCC

25922. A quitosana (5% GA) foi obtida a partir de gládios de lula (Loligo sp.) por desmineralização, desproteinização e

desacetilação e uma solução a 2% foi preparada em ácido acético 1%. O gel de gelatina 2% foi obtido por dissolução de

gelatina comercial (Sigma) em água, sendo gelatinizada a 60 ºC por 30 min. O óleo de copaíba utilizado foi cedido pela

Native Indústria Farmacêutica Ltda. (São Paulo). As emulsões QG e QGOC foram preparadas pela mistura dos géis de

quitosana e gelatina na proporção 2:1 sob agitação constante. A concentração da emulsão QGOC foi ajustada de acordo

com a concentração inibitória mínima (CIM) encontrada para a emulsão QG e para o óleo individualmente. Os ensaios

de atividade antimicrobiana foram realizados utilizando-se a técnica de microdiluição em caldo para a determinação da

CIM e da concentração bactericida mínima (CBM). Os valores de CIM e CBM encontrados para a emulsão QG foram de

62,5 μg L-1. O óleo de copaíba não apresentou atividade para a linhagem estudada. Já o efeito da combinação dos

antimicrobianos na emulsão QGOC mostrou o mesmo valor de CIM encontrado para a emulsão QG isoladamente, não

caracterizando efeito sinérgico. Do mesmo modo, na concentração correspondente a CIM, a emulsão de QGOC mostrou-

se bactericida para a bactéria estudada. Por esse motivo, os resultados desse estudo evidenciam que a combinação QGOC

pode ser uma fonte em potencial para o desenvolvimento de um novo agente antimicrobiano seletivo no controle de

infecções causadas por E. coli, devido à alta atividade antibacteriana da quitosana e ao notório efeito cicatrizante do óleo

de copaíba principalmente para aplicações epidérmicas.

Palavras-chave: quitosana; gelatina; óleo de copaíba; Escherichia coli.

Agradecimentos: CNPq.

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APLICAÇÃO DE SURFACTINA NA REMOÇÃO DE BIOFILMES DE Staphylococcus

aureus FORMADOS EM SUPERFÍCIE DE POLIESTIRENO

1SILVA, S. S.;2NITSCHKE, M.

1 IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo ([email protected]),

2 IQSC-USP- Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo([email protected])

As bactérias são capazes de crescer e aderir a qualquer superfície formando comunidades com uma arquitetura

complexa,denominada biofilmes. Em biofilmes, as células crescem em agregados multicelulares que são envoltos por

matriz extracelular polimérica produzida pelas próprias bactérias. Staphylococcus aureus um agente patogênico

oportunista frequentemente multi-resistente também é capaz de sobreviver em superfícies bióticas e abióticas através de

comunidades de biofilme provocando uma variedade de doenças humanas. Células do biofilme são mais resistentes a

agentes antimicrobianos e também à sanitizantes convencionais do que as células livres, uma vez que tem uma barreira

que impede ou diminui o contato com agentes externos. O aumento da resistência contínua à drogas convencionais,

observado em bactérias, nos leva a uma necessidade permanente para descoberta de moléculas alternativas. A surfactina

produzida por Bacillus subtilis é um lipopeptídeo que apresenta elevada atividade tensoativa além de possuir atividade

antimicrobiana frente a diferentes microrganismos. O presente trabalho avaliou a influência de diferentes concentrações

de surfactina na remoção de biofilmes de Staphylococcus aureus em três temperaturas de tratamento (4°C, 25°C e 37°C)

por um período de 2h sob condições estáticas. Os biofilmes foram pré-formados em placas de poliestireno de 96 poços,

durante 48h à 37°C e depois foram submetidos ao tratamento com surfactina. O biofilme foi quantificado após coloração

com método do cristal violeta com medida de absorbância em 630 nm. O estudo mostrou que dentre as três temperaturas

de tratamento utilizadas a que proporcionou uma maior remoção em relação ao controle foi à 37°C, na concentração de

0,05% de surfactina que removeu 31,89% do biofilme. A capacidade demonstrada pela surfactina em remover os

biofilmes pode ser explorada futuramente para controle deste microrganismo.

Palavras-chave: Surfactina; Staphylococcus aureus; Biofilme.

Agradecimentos: Instituto de Química de São Carlos-IQSC.

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53

APROVEITAMENTO DE POLPA DE CAFÉ (Coffea arabica L.) COMO SUBSTRATO

PARA PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE LEVEDURA

1MELO, M. M.; 1COIMBRA, J. M.; 1DIAS, M.; 1SILVA, C. F.

1Universidade Federal de Lavras ([email protected]) 1Universidade Federal de Lavras

([email protected]) 1Universidade Federal de Lavras ([email protected]) ,1Universidade Federal de

Lavras ([email protected])

O café é a segunda maior commodity negociada no mundo e gera grandes quantidades de resíduos durante o

processamento. Nos últimos anos houve um aumento na tentativa de tornar mais eficiente a utilização desses resíduos,

cuja disposição no meio ambiente causa sérios problemas ambientais. Com o advento da inovação biotecnológica na área

das fermentações, novas perspectivas estão sendo criadas. Uma destas alternativas é a aplicação do uso desses resíduos

como fonte de carbono em bioprocessos para obtenção de produtos de fermentação com maior valor agregado. A biomassa

microbiana tem sido amplamente utilizada na alimentação humana e animal devido a seu elevado teor proteico. O trabalho

teve como objetivo utilizar a polpa de café como substrato para a produção de biomassa de Rhodotorula mucilaginosa

CCMA 0340. As amostras da polpa de café foram coletadas em uma fazenda do município de Lavras – MG, pré-secas

em estufa de ventilação forçada, a 65 °C, por 72 h e moídas em moinho tipo Willey, com peneira de malha de 1,0 mm. O

meio utilizado para produção de biomassa foi composto apenas pelo extrato de polpa de café, preparado com 5% da polpa

em água destilada, autoclavado por 30 min e filtrado. O cultivo foi realizado em duplicata com Erlenmeyers de 250 mL

contendo 150 mL de meio natural (extrato de polpa de café). Em seguida, os frascos foram inoculados com 7 log UFC/mL

da levedura e incubados a 30 °C, 180 rpm por 7 dias. Amostras foram retiradas a cada 48 h para monitorar o pH do meio

e para avaliação do crescimento através de contagem em câmara de Neubauer. Ao final do cultivo, as células foram

centrifugadas 9.000 x g, 4 °C por 10 min, a biomassa foi quantificada através de secagem em estufa a 65 °C por 72 h. O

pH do meio nos 3 primeiros dias de cultivo foi próximo a 5.0, após esse período teve um aumento significativo para 8.15

no quinto dia e se manteve constante até o fim. A população inicial foi de 7.85 log UFC/mL, durante os 7 dias de cultivo

foi observado um crescimento exponencial da população até atingir 8.08 log UFC/mL. A média do valor de biomassa

obtido no final do cultivo foi de 2.04 g. Esta cepa foi capaz de crescer em meio natural com polpa de café como única

fonte de carbono. Além disso, manteve a população quando o pH do meio se tornou alcalino. Trabalho de otimização

pode ser realizado para aumentar a produção de biomassa por essa levedura.

Palavras-chave: Rhodotorula mucilaginosa; Biomassa; Resíduo; café

Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES e CNPq.

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APROVEITAMENTO DE UM SUBPRODUTO DA INDUSTRIA DE BIODIESEL PARA

PRODUÇÃO DE BIOSURFACTANTE POR Pseudomonas aeruginosa PAOI

SALAZAR-BRYAM, A. M.; LOVAGLIO, R. B.; BALIEIRO, G. O. T.; SILVA, V. L.;

CONTIERO, J.

UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected])

O gênero Pseudomonas tem sido um dos mais estudados no campo da produção de ramnolipídios, pois as moléculas

produzidas por estes micro-organismos apresentam uma atividade de superfície elevada e o rendimento de produção é

alto em relação à outros tensoativos. As fontes de carbono hidrofóbicas, como óleos vegetais, têm sido mais efetivas na

produção de ramnolipídios por P. aeruginosa. Entretanto, o aproveitamento de matérias primas de baixo custo, como o

glicerol residual da indústria de biodiesel, impõe o desafio de otimizar o processo com o intuito de aumentar a produção

de ramnolipídios, além de reduzir os custos de produção. O glicerol como resíduo industrial, é um produto secundário da

reação; com a produção de 10kg de biodiesel é obtido 1 kg de glicerol, e o aproveitamento efetivo e econômico de grandes

quantidades de glicerol é um grande desafio. O objetivo deste estudo foi analisar a produção de ramnolipídios por

Pseudomonas aeruginosa PAOI usando glicerol residual da indústria do biodiesel como fonte de carbono. Realizaram-se

fermentações em frasco de 1L, contendo 300 mL de meio salino e 100g/L de glicerol. As condições de cultivo foram 200

rpm, 37°C durante 120 horas, o experimento foi feito em triplicata. As amostras foram retiradas em 6, 24, 48, 72, 96 e

120 horas de cultivo, onde analisou-se a produção de ramnolipídios, o consumo da fonte de carbono e a biomassa. Houve

uma produção máxima de 0,389 ±0,021 g/L de ramnolipídios em 96h de fermentação. No tempo final apresentou-se um

consumo do 50% da fonte de carbono; o micro-organismo apresentou um crescimento exponencial, atingindo uma

concentração máxima de biomassa 0,039 ±0,002 g/L e após 72 horas atingiu a fase estacionária. O glicerol é uma potencial

fonte de carbono para produção de ramnolipídios, no entanto, a concentração utilizada pode ser o principal motivo da

baixa produção de ramnolipídio, devendo ser estabelecida uma concentração ótima da fonte de carbono para obter um

maior rendimento e produção na fermentação.

Palavras-chave: Ramnolipídos; P. aeruginosa; Glicerol; Fermentação

Agradecimentos: CAPES

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ATIVIDADE ANTAGÔNICA DO ACTINOMICETO AM1 ISOLADO DA RIZOSFERA DO

GUARANAZEIRO CONTRA FITOPATÓGENOS DE IMPORTÂNCIA AGRONÔMICA

1REIS, G.V; 2FORTKAMP, D; 3 AZEVEDO, J.L; 4 QUECINE, M.C ; 5LIRA, S.P

1ESALQ- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/ USP ([email protected]), 2ESALQ- Escola Superior de

Agricultura “Luiz de Queiroz”/ USP ([email protected]), 3ESALQ- Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz”/ USP ([email protected]). 4ESALQ- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/ USP

([email protected]), 5ESALQ- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/ USP ([email protected])

Os principais elementos responsáveis por limitar o rendimento de um cultivo agrícola, são os fatores edáficos, climáticos

e biológicos. Deste último, destacam-se as doenças, que prejudicam o desenvolvimento da planta e consequentemente

reduzem a produtividade. Dentre os procedimentos de controle utilizados, destacam-se os métodos culturais,

melhoramento genético, controle biológico e tratamento químico. Devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos, diversos

efeitos negativos são verificados no ambiente e na saúde humana, além do fitopatógeno poder adquirir resistência ao

princípio ativo. Desta maneira, os compostos bioativos isolados de micro-organismos podem ser utilizados no manejo

integrado de doenças, como uma alternativa no controle. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade

antagônica do actinomiceto AM1 isolado da rizosfera do guaranazeiro no Amazonas, contra quinze fitopatógenos de

importância agronômica. Para isto, discos de 7 mm de diâmetro contendo meio, estruturas vegetativas e reprodutivas do

actinomiceto AM1 foram inoculados em uma das extremidades da placa de Petri (BDA). Após três dias, na extremidade

oposta foram inoculados discos de 7 mm de diâmetro do patógeno avaliado. Também foram preparadas placas controle,

contendo somente o fitopatógeno, nas mesmas condições citadas. Todos os testes foram realizados em triplicata. A

avaliação de inibição do crescimento micelial dos fitopatógenos foi realizada através de medições de dois pontos

perpendiculares da colônia destes micro-organismos e comparados com o controle. A determinação da Porcentagem de

Inibição do Crescimento micelial (PIC) foi calculada de acordo com Trippeswamy et al., 2013. Como resultado observou-

se que a menor inibição foi para F. oxysporum (27, 04%), para doze fitopatógenos avaliados a inibição ficou entre 32 a

46% e os maiores percentuais foram verificados contra Colletotrichum asianum (52%) e Cercospora spp. (56,2%). Este

estudo, embora preliminar, permitiu observar o potencial do actinomiceto AM1 em inibir o crescimento micelial de

diferentes fitopatógenos. Testes subsequentes deverão ser realizados, no intuito de confirmar o potencial antifúngico dos

compostos produzidos pelo AM1, com objetivo de isolar e identificar estas substâncias por técnicas cromatográficas.

Palavras-chave: Produtos naturais; Biocontrole; micro-organismo.

Agradecimentos: CNPq, CAPES e FAPESP.

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AVALIAÇÃO CULTIVO DE PLEUROTUS OSTREATUS (SHIMEJI) EM DIFERENTES

MEIOS DE CULTIVO UTILIZANDO RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS.

1, 2SILVA, D. F.; 1HERGESEL, L. M.; 1, 2CORREA, F. F. B; 3CARVALHO, A. F. A.;

1, 2OLIVA-NETO, P.

1Universidade Estadual Paulista - UNESP – Assis-SP ([email protected], [email protected] , [email protected]), 2Universidade Estadual Paulista - UNESP – Rio Claro-SP. 3Universidade Estadual de

Campinas – UNICAMP – Faculdade de Engenharia de Alimentos ([email protected]).

O cultivo do Pleurotus ostreatus (shimeji) tem crescido mundialmente devido suas propriedades gastronômicas e fonte

de proteínas e vitaminas. Além disso, esse micro-organismo possui a capacidade de degradar uma grande variedade de

resíduos lignocelulolíticos, promovendo sua reutilização e a formação de compostos de alto valor agregado como açúcares

fermentescíveis, enzimas lignocelulolíticas, ração animal, biomassa proteica e bioetanol de segunda geração. Com o

intuito de verificar diferentes resíduos e umidade do meio no cultivo deste fungo, foram realizados testes em placas. Para

isso, foram preparados cinco tratamentos contendo diferentes concentrações de: bagaço de cana, bagaço de laranja, farelo

de algodão, sacarose e CaCO3, em três diferentes umidades: 30%, 45% e 60%. O fungo Pleurotus ostreatus foi inoculado

com adição de um disco de 10 mm, em sala asséptica, no centro das placas de Petri, contendo as variações de substratos

e umidade. Posteriormente foram colocados a 20 ºC. As placas foram divididas em quadrantes, para a avaliação do

crescimento micelial, a qual foi realizada a cada 5 dias, por um período de 15 dias. Após a mensuração, foi calculada a

média de crescimento utilizando os valores medidos nos eixos de cada quadrante. O cultivo axênico foi feito para o melhor

tratamento, utilizando 100g (peso seco) em sacos de polipropileno e adição, em sala asséptica, de 10% de sementes do

fungo preparadas previamente. Nesta etapa foi deixado por 30 dias a 20 ºC, posteriormente foi interrompido o cultivo e

induzido a frutificação por 5 dias a 16 ºC. Após a colheita dos cogumelos, foi determinado o peso seco, para mensurar o

rendimento de conversão em biomassa proteica. Com a análise dos resultados, foi observado no teste em placa que o

melhor tratamento foi o BC1 (85% de bagaço de cana, 0% de bagaço de laranja, 9% de farelo de algodão, 0% de sacarose,

6% de CaCO3), em 60% de umidade. A média de crescimento no 15º dia foi 4,58cm±0,19. Esse resultado demonstrou

que quando maior a umidade do meio (60%), maior será o crescimento do fungo, e que a presença do bagaço de cana

como base para o crescimento do micélio mostrou-se essencial para o desenvolvimento e crescimento do Pleurotus

ostreatus. No cultivo axênico o rendimento de conversão após os 35 dias de cultivo foi de 8% de biomassa proteica e uma

perda de 1,3%.

Palavras-chave: Pleurotus ostreatus (shimeji); resíduos lignocelulolíticos; bagaço de cana; farelo de trigo, biomassa

proteica.

Agradecimentos: UNESP- Assis, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Microbiologia Aplicada),

CNPq.

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE COMPOSTOS

CURCUMINÓIDES EM B. subtilis

1MORÃO, L.; 2SILVA, I.; 3FERREIRA, H.

1Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP – Rio Claro ([email protected]),

2Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP – Araraquara ([email protected]), 3Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP – Rio Claro ([email protected])

Antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o crescimento ou causar a morte bacteriana (WALSH,

2003). Várias abordagens relacionando a química dos produtos naturais e técnicas de biologia molecular tem sido

desenvolvidas visando a obtenção de moléculas naturais, que possam ser usadas como protótipos para o desenvolvimento

de novos antibióticos (PUPO et al., 2007; LEFEVRE et al., 2008). A pesquisa de novos antimicrobianos se faz necessária

devido ao surgimento de microrganismos resistentes e de infecções oportunistas fatais (PENNA et al., 2001). Ensaios

baseados em modelos de infecção in vivo podem levar à identificação de novas substâncias ativas com maior quantidade

de informações agregadas, o que pode agilizar o processo de desenvolvimento de eventuais antibióticos a partir dos

protótipos descobertos (MUKHOPADHYAY e PETERSON, 2006). A presente investigação está embasada na avaliação

da atividade antimicrobiana de compostos curcuminóides que são produtos derivados e obtidos da Curcuma longa,

popularmente conhecida como açafrão. Curcuminóides são um grupos de compostos fenólicos e exibem uma variedade

de efeitos benéficos sobre a saúde, já que diversos testes in vitro tem comprovado que a curcumina possui ação anti-

inflamatória e também anticancerígena (ASAI et al., 1999; GUL et al., 2004), que são de grande interesse para

formulações de agentes antimicrobianos. Foram testadas a atividade antimicrobiana de 17 curcuminóides sintetizados por

colaboradores da UNESP de São José do Rio Preto. A primeira linhagem testada e abordada neste trabalho foram as

linhagens bacterianas de B. subtilis (ATCC) que encontram-se disponíveis em nosso laboratório e derivam da Fundação

Oswaldo Cruz (Fiocruz). As células foram cultivadas à 30 ºC em meio Luria Bertani (LB) sólido e líquido e avaliação da

inibição de crescimento bacteriano foi realizada utilizando-se o método Resazurin Microtiter Assay Plate (REMA)

descrito por Palomino et al. (2002) com algumas modificações (SILVA, 2013). Os dados produzidos foram utilizados para

a determinação da Concentração Mínima Inibitória(MIC) definida como a menor concentração de substância capaz de

inibir a multiplicação de 90% das células. O composto, hipoteticamente denominado 114, apresentou uma MIC 90 de

12,77 µg/mL, que significa ter um alto potencial antimicrobiano em baixas concentrações, o que pode vir a ser um novo

antimicrobiano.

Palavras-chave: Antimicrobianos; Curcuminóides; B. subtilis.

Agradecimentos: Capes, Fapesp, Laboratório LGB (UNESP - Rio Claro), Colaboradores UNESP – Araraquara e São

José do Rio Preto.

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA DE FUNGOS FILAMENTOSOS

ISOLADOS A PARTIR DA CASCA DE CAFÉ

1CORRÊA,I.T.S; 2DURSO,T.F.A; 3SARROUH, B.

1Universidade Federal de São João Del-Rei, Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos

([email protected] ) 2Universidade Federal de São João Del-Rei, Departamento de Química, Biotecnologia

e Engenharia de Bioprocessos ([email protected]), 3Universidade Federal de São João Del-Rei,

Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos ([email protected])

Tradicionalmente, as enzimas mais estudadas são aquelas de origem animal ou vegetal, contudo as de origem microbiana

apresentam grande potencial para a aplicação industrial, uma vez que podem ser produzidas em larga escala, via processos

fermentativos. Contudo a produção de tais metabólitos exigem o isolamento e identificação de micro-organismos capazes

de produzir de forma eficiente o bioproduto de interesse. Substratos naturais, como a casca de café, são considerados

como resíduos abundantes no Brasil que constituem matéria-prima de grande potencial para bioconversão em outros

bioprodutos de alto valor. Neste contexto, a bioprospecção de fungos filamentosos a partir da casca de café apresenta-se

como uma perspectiva de suma importância, uma vez que as cepas isoladas poderão produzir enzimas com potencial

aplicação em diversos processos biotecnológicos voltados para a indústria alimentícia, química e de biocombustíveis. O

objetivo deste trabalho foi a avaliação da atividade enzimática da tanase, celulase e fenoloxidase dos fungos isolados a

partir da casca de café. Os fungos foram denominados como FF1-CC, FF2-CC, FF3-CC, FF4-CC, FF5-CC e FF6-CC.

Em relação à avaliação da atividade enzimática da tanase observou-se que, 66,7% dos isolados apresentaram formação

de halo de hidrólise, indicando a expressão extracelular da mesma. No caso da atividade celulítica, 50% dos fungos foram

capazes de produzir halo de hidrólise e 33% degradaram a Carboximetilcelulose (CMC), sem a formação de halo,

indicando atividade enzimática intracelular. No teste da fenoloxidase apenas o isolado FF6-CC apresentou formação de

halo e, consequentemente, a produção da enzima. Segundo os resultados obtidos observou-se que, o fungo FF6-CC

apresentou formação de halo de hidrólise nos três meios enriquecidos testados, evidenciando dessa forma a presença da

atividade enzimática de tanase, celulase e fenoloxidase. Sendo assim conclui-se que, esta cepa apresenta um potencial

promissor para uso em processos biotecnológicos como, por exemplo, degradação de materiais lignocelulósicos para a

produção de biocombustíveis, tratamentos de efluentes, indústria alimentícia e síntese de compostos químicos de interesse

industrial.

Palavras-chave: Casca de café; Atividade enzimática; Tanase; Celulase; Fenoloxidase.

Agradecimentos: Fapemig, CNPq.

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AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE ÁCIDO INDOL ACÉTICO

DO ISOLADO ENDOFÍTICO Mucor nidicola

1ALMEIDA, T, T; 2FERRARI, A; 3TSCHOEKE, B, A, P; 4BATISTA, B, D; 5QUECINE, M, C;

6AZEVEDO, J, L.

1CENA/USP-Centro de Energia Nuclear na Agricultura ([email protected]),2UNIMEP- Universidade

Metodista de Piracicaba ([email protected]), 3ESALQ/USP- Escola Superior de Agricultura “Luiz

de Queiróz” ([email protected]); 4Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz”

([email protected]); 5Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz” ([email protected]); 6Escola

Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz” ([email protected]).

Os fungos endofíticos são microrganismos que vivem no interior de tecidos ou órgãos dos vegetais, e ocorrem

especialmente nas partes aéreas de seu hospedeiro, sem produzir nódulos ou outras transformações externas e sem causar

malefícios ao vegetal. O ácido indol acético é a principal auxina encontrada nas plantas produzida principalmente no

meristema apical do caule e transportada através das células do parênquima até as raízes, responsável por promover o

crescimento de raízes e caules através do alongamento de células jovens. A Eichhornia crassipes (Mart.) é uma macrófita

aquática pertencente à família Pontederiaceae, a qual é conhecida pela sua importância ecológica em ambientes aquáticos,

e também pelo seu potencial fitorremediador. Este trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade de produção de Ácido

Indol acético do fungo endofítico, isolado da macrófita aquática E. crassipes, Mucor nidicola. O fungo endófitico foi

isolado pelo método de fragmentação das folhas de E. crassipes encontradas na Lagoa Salto Grande, Americana-SP. Após

o isolamento foi realizado o sequenciamento da região ITS1-5,8S - ITS2 do rDNA, e para a identificação molecular do

isolado, as sequências de nucleotídeos obtidas foram comparadas com aquelas disponíveis no GenBank. Para verificar a

produção de ácido indol acético (AIA), o isolado endofítico Mucor nidicola, foi inoculado em Erlenmayer contendo meio

BD (Batata Dextrose) enriquecido com triptofano (100 μg/mL-1) como precursor, e incubado a 28oC em agitação constante

de 150 rpm por 48 h, em triplicata. Após o período de cultivo, uma alíquota de 2 mL foi retirada de cada amostra e

centrifugada durante 10 minutos, a 1200 rpm, em seguida, 900 µL do sobrenadante foi misturado com 400 µL do reagente

de Salkolwisk e mantidos no escuro por 30 minutos, e em seguida foram realizadas a leitura das amostras em

Espectrofotômetro com o comprimento de onda 520 λ. A quantificação foi feita por uma curva padrão a partir de uma

solução de AIA contendo 1mg/mL. Padrões de 50 µg/mL ,100 µg/mL, 250 µg/mL e 500 µg/mL foram preparados e suas

absorbâncias medidas a 520 nm. A concentração de AIA determinada durante o crescimento do endófito foi de 416,3

µg/mL. Os resultados obtidos indicam que o fungo endofítico M. nidicola possui grande eficiência na produção de AIA,

apresentando um potencial biotecnológico para promoção de crescimento em plantas.

Palavras-chave: Endófitos; Macrófitas Aquáticas; Auxina.

Agradecimentos: CNPq

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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE VERMELHO REMAZOL POR

Aspergillus niger: EFEITO DE TRATAMENTOS FÍSICO-QUÍMICOS

1MAHNKE, L. C.; 2ESTEVAM ALVES, M. H. M.; 3FREITAS, J. H. E. S.; 4SANTANA, K. V.;

SILVA, G.; MORORÓ, M. C. C.; NASCIMENTO, A. E.

1 Universidade Federal de Pernambuco – Centro de Ciências Biológicas ([email protected]), 2Universidade

Federal de Pernambuco – Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami ([email protected]), 3Universidade Federal

de Pernambuco – Departamento de Bioquímica ([email protected]), 4Núcleo de Pesquisas em Ciências

Ambientais e Biotecnologia ([email protected]; [email protected]; [email protected])

O lançamento de efluentes contendo corantes é uma preocupação crescente para o meio ambiente, pois os processos

convencionais apresentam um efluente tratado de alta qualidade com um resíduo com alta concentração de corante, que

ainda demanda tratamento. As superfícies microbianas carreiam diversos grupos funcionais, os quais são responsáveis

pelo seqüestro de compostos perigosos presentes em efluentes industriais. Assim, a utilização de biossorventes apresenta

características mais atraentes para os processos de tratamento como baixo custo. O presente trabalho avaliou os efeitos

de tratamentos em biomassa de Aspergillus niger como biossorvente para o vermelho remazol. A. niger foi mantido em

meio SAB a 28 C por 7 dias. Uma suspensão espórica de 107 esporos/mL foi inoculada em SAB (caldo) para a produção

de biomassa a 28 ºC e 150 rpm por 15 dias. A biomassa foi separada e lavada (biomassa viva) e submetida aos tratamentos

com solução de H2SO4 0,1mol/L; solução de NaOH 0,1 mol/L; solução de NaCl 0,1mol/L e biomassa submetida a

autoclavagem a 121 ºC e 18 PSI durante um período de 30 minutos. Os ensaios de remoção foram realizados em

Erlenmeyers contendo 0,1g de biomassa (submetidas aos tratamentos) em solução aquosa de vermelho remazol nas

concentrações de 10, 20, 30, 40 e 50 mg/L, as amostras foram incubadas sob agitação a 150 rpm, a 28 °C, durante 18

horas. Os resultados foram obtidos através de leituras em espectrofotômetro UV/VIS. O mesmo ocorreu com amostras de

carvão ativado que serviram de controle para os testes. A. niger apresentou percentuiais de remoção e descoloração em

todos os tratamentos testados. Nesse caso, o tratamento ácido resultou em favorecimento de uma maior descoloração em

relação aos demais tratamentos. A. niger exibe potencial de remoção de vermelho remazol, sendo o tratamento ácido mais

eficaz. As capacidades de sorção aumentaram em todos os biossorventes testados com o aumento da concentração do

corante.

Palavras-chave: Aspergillus niger; vermelho remazol, biomassa, biorremediação.

Agradecimentos: FACEPE, CNPq, CAPES, Unicap, REDE SISBIOTA.

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AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE SAIS E DERIVADOS DA SOJA NA PRODUÇÃO DE

ÁCIDO CLAVULÂNICO POR STREPTOMYCES CLAVULIGERUS

1RODRIGUES, K. C. S.; 2SOUZA, A. T.; 3CERRI, M. O.

1UFSJ - Universidade Federal de São João Del-Rei ([email protected]), , 2UFSJ - Universidade Federal de

São João Del-Rei ([email protected]) 3UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”

([email protected])

O ácido clavulânico (AC) é um potente inibidor de β-lactamases, o principal mecanismo de resistência bacteriana a

antibióticos β-lactâmicos. Embora seja considerado um antibiótico, o AC possui fraca atividade antibacteriana, sendo

aplicado no tratamento de infecções em conjunto com antibióticos sensíveis à ação de β-lactamases. Tradicionalmente, o

AC é produzido pela bactéria Streptomyces clavuligerus utilizando meio complexo contendo glicerol ou lipídeos como

fonte de carbono e derivados da soja como fonte de nitrogênio. Usualmente, o processo fermentativo está sujeito a efeitos

de parâmetros tais como pH, temperatura, sais, fontes de carbono e nitrogênio, inóculo, agitação, fornecimento de

oxigênio. No presente trabalho foi avaliado o efeito de diferentes fontes de nitrogênio (farinha de soja, proteína isolada

de soja) e combinações de sais (FeSO4.7H2O, K2HPO4, KH2PO4 e MgSO4.7H2O) na produção de AC por S. clavuligerus.

Os cultivos foram conduzidos em duplicata em frascos Erlenmeyer de 250 mL de acordo com três etapas: reativação,

crescimento e produção. Na reativação, frascos contendo 22,5 mL de meio de reativação foram inoculados com 2,5 mL

de suspensão de células vegetativas de S. clavuligerus, armazenadas a -70°C em solução crioprotetora de glicerol (20%

v/v), e incubados a 27°C e 250 rpm por 24 horas. No crescimento, 2,5 mL da suspensão resultante da reativação foram

utilizados para inocular frascos contendo 22,5 mL de meio de crescimento e estes foram incubados a 27ºC e 250 rpm por

24 horas. Na produção, frascos contendo 22,5 mL de meio de produção foram inoculados com 2,5 mL da suspensão

resultante da etapa de crescimento e incubados a 27ºC e 250 rpm. Amostras foram retiradas após 60, 72, 80 e 96 horas

para determinação da concentração de AC. De modo geral, a produção de AC foi favorecida nos ensaios contendo proteína

isolada de soja e sulfato ferroso na composição meio de cultura. Entre os cultivos, a maior concentração máxima de AC

(Cpmax) foi de 437,10 + 30,45 mg.L-1 e a menor de 40,76 + 8,71 mg.L-1. Apesar da notável disparidade no Cpmax, a principal

diferença entre a composição dos meios de cultura nos dois ensaios foi a presença de sulfato ferroso, indicando a

importância do sal para biossíntese do AC. Os resultados são promissores para melhorias no processo de produção do AC

e futuros estudos de ampliação de escala.

Palavras-chave: Ácido clavulânico, Produção, Streptomyces clavuligerus, Sulfato ferroso.

Agradecimentos: Os autores agradecem ao CNPQ (Processo: 471848/2013-1), CAPES e FAPESP.

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AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTE POR LEVEDURAS ISOLADAS

DA ANTÁRTICA

1SOUSA, T. G. C.; 2PINHEIRO, T. M. A; 3COUTINHO FILHO, U; 4SETTE, L.D.; 5PESSOA, A.

Jr.; 6CARDOSO, V. L; 7TAMBOURGI, E. B.; 8SILVEIRA, E. C.

1UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas ([email protected]), 2UFU - Universidade Federal de

Uberlândia ([email protected]), 3UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas ([email protected]), 4UFU – Universidade Federal de Uberlândia ([email protected]), 5UFU - Universidade Federal de Uberlândia

([email protected]), 6UNESP - Universidade Estadual Paulista ([email protected]), 7USP - Universidade de São

Paulo ([email protected]), 8UFU – Universidade Federal de Uberlândia ([email protected])

Surfactantes microbianos são metabolitos tenso ativos, produzidos por micro-organismos, que apresentam baixa

toxicidade, são biodegradáveis e biocompatíveis, além disso, são estáveis em condições ambientais extremas, como,

variações de pH, temperatura e salinidade. O principal fator para a crescente utilização de biossufactantes pelas industrias

é a capacidade de reduzir a tensão superficial e interfacial de soluções imiscíveis. A seleção de micro-organismos capazes

de produzir biossufactantes tem sido alvo de estudos durantes os últimos anos, e o ambiente antártico se destacou devido

a sua extraordinária biodiversidade. Este trabalho avaliou a produção de biossurfactante por leveduras isoladas da

Antártica. Selecionou-se seis leveduras isoladas do ambiente antártico, codificadas como L55, L58, L84, L92, L104 e

L116, e a produção de biossurfactante foi analisada pelo índice de emulsificação em querosene. A solução contendo o

biossurfactante foi obtida a partir da fermentação de cinco dias a 15 ºC, em meio contendo 3 g L-1 de extrato de levedura,

5 g L-1 de peptona e 20 g L-1 de glicose. O índice de emulsificação foi realizado misturando querosene e a solução aquosa

livre de células do caldo fermentado, na taxa de 1:1. L84 e L92 apresentaram os melhores resultados nas condições

testadas, com 86 e 81% de emulsificação em querosene, respectivamente. Os resultados obtidos indicam que as leveduras

foram capazes de produzir biossufactantes, contudo, outros testes deverão ser realizados com o intuito de caracterizar

estas biomoléculas.

Palavras-chave: Antártica; Leveduras; Biossurfactantes; Índice de emulsificação.

Agradecimento: CNPq, Capes, Fapemig, Fapesp, Propp-UFU.

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AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE CELULASES POR LEVEDURAS EM MEIO

CONTENDO BAGAÇO DE CANA IN NATURA OU PRÉ-TRATADO

1SHINYA, T. Y.; 2OSHIQUIRI, H. K.; 2ORNELA, P. H. O.; 2GÓES, M. C.; 2OLIVA-NETO, P.

1Universidade Estadual Paulista UNESP – IB/Rio Claro ([email protected]), 2Universidade Estadual Paulista

UNESP – FCLA/Assis ([email protected]; [email protected]); ([email protected]; [email protected])

Matérias-primas lignocelulósicas são fontes de celulose, hemicelulose e lignina, que corretamente tratadas podem liberar

açúcares fermentescíveis para obtenção de produtos de alto valor agregado. Compreendem majoritariamente os resíduos

agroindustriais, sendo o bagaço de cana-de-açúcar o principal e mais abundante resíduo produzido no Brasil. A liberação

desses açúcares pode ser realizada através de micro-organismos produtores de enzimas hidrolíticas e oxidativas, sendo

que enzimas do complexo celulolítico são as responsáveis pela degradação da fração de celulose dos resíduos. O objetivo

deste trabalho foi avaliar a produção de enzimas celulolíticas por nove cepas de leveduras (não identificadas) através de

cultivo submerso utilizando bagaço de cana (5%) como substrato. Foram testadas oito formulações diferentes de meio,

sendo que em duas delas o bagaço de cana foi pré-tratado com CaO (0,1% e 1%). A fermentação ocorreu em agitador

orbital a 180 rpm e 28 °C por 120 h. Ao final do cultivo, foi realizada a contagem direta das células a fim de se determinar

em qual meio houve o maior crescimento, bem como realizadas as determinações das atividades celulolíticas CMCase e

FPase. Não foi detectada atividade FPase em nenhum dos meios. Para a CMCase, de uma maneira geral, o meio mais

promissor foi aquele formulado com soro de leite, conhecido por induzir a produção de enzimas, atingindo valores entre

0,226 U/mL e 0,693 U/mL. Já os meios que continham sacarose também produziram endoglucanases, obtendo-se valores

de 0,114 U/mL a 0,580 U/mL. Meios que utilizaram o bagaço de cana tratado com CaO não demonstraram ser efetivos

nem para o crescimento celular, nem para a produção de enzimas. As maiores contagens de células foram feitas em meios

contendo sacarose como segunda fonte de carbono (além do bagaço), onde quase todas as cepas atingiram a concentração

de 108 cél/mL, seguida pelo meio contendo soro de leite. Meios formulados com (NH4)3PO4 ao invés de K2HPO4 como

fonte de fósforo também demonstraram elevado crescimento de células. O estudo demonstrou a possibilidade do cultivo

de leveduras em bagaço de cana para produção de celulases, sendo que a maioria dos trabalhos são realizados com o

cultivo de fungos filamentosos.

Palavras-chave: bagaço de cana-de-açúcar; leveduras; celulase; biomassa celular.

Agradecimentos: CAPES, FAPESP.

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AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE Pleurotus ostreatus NO TRATAMENTO DE

EFLUENTE TÊXTIL CONTENDO CORANTE CI REACTIVE RED 239 POR ALFACE E

SORGO

1BELLATO, F. C.; 2 SANTOS, G. O. F.; 3ROSA, J. M.; 4MATHEUS, D. R.

1UFABC - Universidade Federal do ABC([email protected]), 2USP - Universidade de São Paulo

([email protected]) , 3Faculdade de Tecnologia SENAI Antoine Skaf ([email protected]), 4UFABC -

Universidade Federal do ABC([email protected])

Um dos setores de maior importância para a economia do Brasil é o setor têxtil, colaborando com a geração de

aproximadamente 1,7 milhão de empregos diretos e um faturamento total de US$ 56,7 bilhões (ABIT, 2012). Contudo, o

efluente gerado por este ramo é caracterizado por conter corantes de difícil remoção, podendo causar danos à saúde da

população. Diante disso, é necessária a busca de novas tecnologias, podendo destacar a utilização de fungos

basidiomicetos como uma eficiente alternativa e de baixo custo. Assim, o presente estudo visa indicar os níveis da

toxicidade deste efluente após o processo de tratamento com Pleurotus ostreatus por meio de testes de fitotoxicidade por

Lactuca sativa (alface) e Sorghum sudanense (sorgo), por ser um método eficiente e barato. O fungo foi imobilizado em

bucha vegetal previamente esterilizada em erlenmeyers de 250 mL. O sistema foi composto por aproximadamente 3 g de

bucha vegetal cortada que receberam três discos de micélio de 7 mm que serviram como inóculo. Durante 10 dias à

temperatura de 25 ± 2ºC, a bucha foi colonizada pelos fungos. Posteriormente, foram introduzidos 150 mL de efluente

contendo o corante C. I. Reactive Red 239, previamente nutrido com constituintes de meio basal diluídos no próprio

efluente. O sistema foi mantido a 25 ± 2ºC durante 24h. Após este período, as amostras foram coletadas e então, deu-se

início à análise da fitotoxicidade. Os testes estão ocorreram com base nas metodologias descritas por Tam e Tiquia (1994)

e Andrade (2009), consistindo em colocar 20 sementes de cada espécie vegetal sobre papel de filtro Whatman n.40 em

placas de Petri com 2 mL (para alface) e 3 mL (para sorgo) de cada diluição da amostra de uma série geométrica (100;

50; 25; 12,5 e 6,25%). Água destilada (0% de efluente) foi utilizada como controle. As amostras foram incubadas no

escuro, com temperatura controlada de 25 ± 2ºC. O tempo total de duração do teste foi de 120 h e o número de sementes

que germinaram é contado assim como o comprimento das raízes é medido. Os resultados apontam que o processo de

tratamento fúngico de efluente contendo corante vermelho foi satisfatório com relação à diminuição da toxicidade. Além

disso, as sementes de alface e sorgo se apresentaram como um ótimo parâmetro por conta de sua sensibilidade e desta

maneira se faz viável o estudo com outros compostos tóxicos.

Palavras-chave: Fitotoxicidade; fungos basidiomicetos; indústria têxtil; corante vermelho;

Agradecimentos: UFABC, CNPq.

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AVALIAÇÃO DE DIFERENTES ISOLADOS DE Bacillus spp. NO CONTROLE DA FLOR

PRETA DO MORANGUEIRO, SOB CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO

E DE CASA-DE-VEGETAÇÃO

1GIASSI, V.; 2KUPPER, K.C.; 3KIRITANI, C.; 4SOUSA, I.C.

1 CPMO - Centro de Pesquisa Mokiti Okada ([email protected]), 2Centro de Citricultura Sylvio

Moreira/IAC/APTA ([email protected]), 3 CPMO - Centro de Pesquisa Mokiti Okada

([email protected]), 4 CPMO- Centro de Pesquisa Mokiti Okada ([email protected])

A flor preta, causada por Colletotrichum acutatum, é a principal doença do morangueiro. Os sintomas mais marcantes

são manchas escuras e irregulares em frutos, folhas e flores. O controle da doença é feito por fungicidas, que nem sempre

se mostram eficientes. Assim, a busca por alternativas de controle se faz necessária e o uso de Bacillus spp. se mostra

como técnica promissora. Este trabalho teve por objetivo avaliar diferentes isolados de Bacillus spp. no controle da flor-

preta, sob condições de laboratório e de casa-de-vegetação. In vitro, avaliou-se a atividade antagônica e o efeito de

substâncias antifúngicas termoestáveis sobre a germinação e o desenvolvimento micelial do patógeno. Todos os isolados

de Bacillus spp. afetaram o desenvolvimento da colônia do C. acutatum sendo que, cinco deles apresentaram inibições

entre 32 e 34%, produziram substâncias antifúngicas que inibiram de 50 a 53% a colônia do fungo e afetaram a germinação

de conídios entre 86 a 97%. Dos 11 isolados bacterianos submetidos a condições de casa-de-vegetação, apenas dois não

diferiram do controle, sendo que um dos isolados apresentou porcentagem de controle superior à obtida com tratamento

químico. Nas condições estudadas, o Bacillus spp CPMO3 apresentou eficiência no controle da flor preta do morangueiro

superior aos demais tratamentos e ao tratamento químico.

Palavras-chave: Controle biológico; cultivo pareado; germinação; substâncias antifúngicas.

Agradecimentos: Fundação Mokiti Okada – MOA

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AVALIAÇÃO DE TRATAMENTOS FÍSICO-QUÍMICOS EM BIOMASSA DE Rhizopus

stolonifer NA EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE VERMELHO REMAZOL

1ESTEVAM ALVES, M. H. M.; 2MAHNKE, L. C.; 3 FREITAS, J. H. E. S.; 4SANTANA, K. V.;

SILVA, G.; MORORÓ, M. C. C.; NASCIMENTO, A. E.

1 Universidade Federal de Pernambuco – Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami ([email protected]),

2Universidade Federal de Pernambuco – Centro de Ciências Biológicas ([email protected]), 3 Universidade

Federal de Pernambuco – Departamento de Bioquímica ([email protected]), 4Núcleo de Pesquisas em

Ciências Ambientais e Biotecnologia ([email protected]; [email protected]; [email protected])

O tratamento de efluentes contendo corantes é uma preocupação crescente para a indústria têxtil e para o meio ambiente.

Os processos tradicionais de tratamentos físico-químicos somente separam os contaminantes da fase líquida, gerando lodo

que deve ser tratado e disposto. Adsorção com carvão ativado, e resinas de troca iônica são processos eficientes para a

remoção de corantes, mas têm custo elevado. Neste domínio a aplicação de processos de remoção biológica pode reduzir

os custos de capital. Assim, a utilização de biossorventes apresenta características mais atraentes para os processos de

tratamento como baixo custo. O presente trabalho investigou a influência de tratamentos físico-químicos na biomassa

nativa de Rhizopus stolonifer como biossorvente na remoção de vermelho remazol. R. stolonifer foi mantido em meio

SAB a 28C por 7 dias. Uma suspensão espórica de 107 esporos/mL-1 foi inoculada em SAB (caldo) para a produção de

biomassa a 28ºC e 150rpm por 15 dias. A biomassa foi separada e lavada (biomassa viva) e submetida aos tratamentos

com solução de H2SO4 0,1mol/L; solução de NaOH 0,1 mol/L; solução de NaCl 0,1mol/L e biomassa submetida a

autoclavagem a 121ºC e 18 PSI durante um período de 30 minutos. Os ensaios de remoção foram realizados em

Erlenmeyers contendo 0,1g de biomassa (submetidas aos tratamentos) em solução aquosa de vermelho remazol nas

concentrações de 10, 20, 30, 40 e 50mg/L, as amostras foram incubadas sob agitação a 150 rpm, a 28°C, durante 18

horas. Os resultados foram obtidos através de leituras em espectrofotômetro UV/VIS. O mesmo ocorreu com amostras de

carvão ativado que serviram de controle para os testes. As biomassas autoclavada e tratadas com NaOH, H2SO4 e NaCl

exibiram os maiores potenciais de descoloração e remoção de corante em compraração ao carvão ativado, sendo a

biomassa autoclavada a mais semelhante. R. stolonifer possui potencial de remoção do vermelho remazol de solução

aquosa. A biomassa autoclavada de R. stolonifer exibe potencial semelhante àquele do carvão ativado no processo de

adsorção do corante utilizado. Os parâmetros avaliados variaram em função do tratamento aplicado a biomassa. Assim,

verificou-se uma capacidade de sorção crescente em relação a biomassa lavada e aquelas tratadas quimicamente com

NaCl, H2SO4, NaOH e aquelas submetidas ao tratamento físico por autoclavagem, respectivamente.

Palavras-chave: Rhizopus stolonifer; vermelho remazol, biomassa, biorremediação.

Agradecimentos: FACEPE, CNPq, CAPES, Unicap, REDE SISBIOTA.

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DE LEVEDURAS EM GLICEROL BRUTO

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1ANDRADE, D. P.; 2DELFINO, J. C.; 3SCHWAN, R. F.; 4DIAS, D. R

1UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 1UFLA- Universidade Federal de

Lavras,([email protected]), 3UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 4UFLA-

Universidade Federal de Lavras ([email protected])

O glicerol bruto é o principal subproduto proveniente da produção do biodiesel e tem se apresentado como uma alternativa

de substrato para diversas aplicações biotecnológicas, devido sua ampla disponibilidade e custo competitivo. O glicerol

bruto pode ser utilizado pelos microrganismos como única fonte de carbono substituindo os tradicionais carboidratos. O

objetivo do trabalho foi avaliar o crescimento de leveduras cultivadas em meio com glicerol bruto, em diferentes

concentrações (10, 20 e 30%). As leveduras utilizadas foram Yarrowia lipolytica UFLA CM-Y9.4 e Lindnera saturnus

CCMA 0243, obtidas da Coleção de Culturas da Microbiologia Agrícola, da Universidade Federal de Lavras. As leveduras

foram reativadas em meio líquido YEPG, mantidas a 28 ºC/48 h. Após esse período, 10% do inóculo inicial foram

transferidos para volumes maiores até atingirem um volume final de 200 mL, incubados a 28 ºC, 150 rpm por 18h. Todo

o conteúdo foi centrifugado a 4°C a 6000 rpm por 5minutos e as células foram lavadas três vezes com água estéril e

adicionadas no meio YNB com glicerol bruto em diferentes concentrações (10%, 20% e 30%), incubadas a 29°C, pH 6,0,

150 rpm por 120h. Os cultivos foram realizados em frascos Erlenmeyer contendo 100 mL do meio de cultura e inoculado

com 8 Log cel/mL. A contagem de células foi realizada em câmara de Neubauer, utilizando o corante azul de metileno.

O crescimento das leveduras Y. lipolytica UFLA CM- Y9.4 e L. saturnus CCMA 0243 não diferiram nas três

concentrações analisadas (média de 8,35 Log cel/mL). A população da levedura L. saturnus apresentou maior crescimento

(8,45 Log cel/mL) comparado com a levedura Y. lipolytica UFLA CM-Y9.4 (8,25 Log cel/mL). A viabilidade das células

permaneceu praticamente constante em 100% durante todo tempo de cultivo. Conclui-se que houve crescimento das

leveduras durante o cultivo com glicerol bruto. Portanto, este substrato pode ser utilizado em cultivos microbianos como

fonte de carbono.

Palavras-chave:Yarrowia lipolytica; Lindnera saturnus; Fonte de carbono; Crescimento

Agradecimentos: CAPES, CNPq, FAPEMIG

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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL CELULOLÍTICO DE FUNGOS CAVERNÍCOLAS SOB

DIFERENTES TEMPERATURAS EM FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO.

1PAULA, C. C. P. de; 2RODRIGUES, A.; 1SELEGHIM, M. H. R.

1UFSCar - Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva. Programa de Pós

Graduação em Ecologia e Recursos Naturais ([email protected]), 2UNESP - Universidade Estadual

Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências de Rio Claro, Departamento de Bioquímica e Microbiologia.

Há um grande interesse na busca por fungos produtores do complexo celulolítico com alta atividade enzimática, e os

ambientes cavernícolas, por possuírem poucos recursos nutritivos e por serem ambientes pouco explorados, podem

abrigar espécies de fungos ainda desconhecidas e com grande eficiência enzimática. O objetivo deste trabalho foi avaliar

o potencial celulolítico de três linhagens de fungos cavernícolas (Talaromyces sp, Aspergillus sp1 e Aspergilus sp2) sob

fermentação em estado sólido, em duas temperaturas diferentes. Uma suspensão de 107 esporos.mL-1 foi inoculada em

5,0 g de substrato farelo de arroz, com a umidade ajustada para 70% utilizando meio de Mandels. Os cultivos foram

incubados em duas temperaturas (27ºC; 40ºC) durante 72 horas sem agitação. Diariamente foi realizada a extração dos

cultivos, centrifugado e o sobrenadante considerado o extrato bruto enzimático. O conteúdo protéico dos extratos

enzimáticos foi determinado pelo método de Bradford e a atividade da endoglucanase (EC) e celulase total (FPAse) foi

determinada pelo método modificado de Ghose. Ao final do cultivo observamos uma maior produção protéica nas

linhagens cultivadas a 40 ºC e a linhagem Aspergillus sp1 apresentou uma maior atividade EC em relação as demais,

sendo os maiores registros obtidos nos cultivos a 40ºC (5,07 IU/g de substrato). Considerando a FPAse, a linhagem

Talaromyces sp apresentou os maiores valores de atividade enzimática (2,11 IU/g), não apresentando diferença

significativa em relação à linhagem Aspergillus sp1 (2,06 IU/g; p > 0,05). A linhagem Aspergillus sp2 apresentou a maior

concentração de açucares redutores (ARTs) em seus extratos, valores significativamente diferentes em relação as demais

linhagens (p < 0,003). Todas as linhagens incubadas a 27 ºC apresentaram uma maior concentração de ARTs,

provavelmente devido à maior taxa metabólica dos microrganismos em temperaturas mais elevadas. Tais resultados

mostram que as linhagens Aspergillus sp1 e Talaromyces sp podem ser promissoras na produção enzimática e a linhagem

Aspergillus sp2 pode apresentar bons resultados em processos de sacarificação. Esse estudo evidencia que ambientes

pouco explorados e com diferenças ambientais marcantes do meio superficial, como as cavernas, podem abrigar linhagens

microbianas de grande interesse biotecnológico, requerindo uma maior atenção para tais ecossistemas.

Palavras-chave: Fungos cavernícolas; celulase total; endoglucanase; fermentação em estado sólido.

Agradecimentos: à toda equipe do Laboratório de Estudos Subterrâneos (UFSCar) pela coleta do material.

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AVALIAÇÃO E APLICAÇÃO DE MICROPARTÍCULAS SÓLIDAS LIPÍDICAS DE

Lactobacillus acidophilus EM CHOCOLATE MEIO AMARGO

1SILVA, M. P.; 1MARINHO, J. F. U.; 1THOMAZINI, M.; 1FÁVARO-TRINDADE, C. S.

1Universidade de São Paulo - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos – USP/FZEA

([email protected]; [email protected]; [email protected])

Os probióticos são benéficos ao trato gastrointestinal equilibrando a microbiota, no entanto ainda é um desafio para a

indústria de alimentos à diversificação desses produtos, devido à baixa taxa de sobrevivência desses micro-organismos.

Dessa forma, a tecnologia de microencapsulação vem sendo utilizada para proteger os probióticos das condições adversas

do meio. Neste estudo foi microencapsulado Lactobacillus acidophilus pelo método de spray chilling, utilizando gordura

vegetal como encapsulante. As micropartículas sólidas lipídicas obtidas foram caracterizadas quanto à atividade de água

(Aw), umidade relativa (U%) e viabilidade dos probióticos no período de 60 dias, sendo realizadas as contagens por

plaqueamento a cada 15 dias de estocagem, além disso, foram aplicadas em chocolate meio amargo. Para efeito de

comparação foi elaborado outro chocolate com a adição L. acidophilus na forma livre. Durante o armazenamento dos

chocolates foi avaliada a estabilidade do micro-organismo livre e encapsulado, nos tempos 0, 15, 30, 45 e 60 dias de

estocagem. Constatou-se que a média da atividade de água das micropartículas probióticas foi de 0,891±0,074 e umidade

relativa 3,12±0,62%, sendo que essas variáveis influenciaram na sobrevivência do micro-organismo que depois de 60

dias reduziu em média 1 ciclo log. Após o preparo dos chocolates as contagens de L. acidophilus eram de 4,2x107 UFC

g-1 e 3x107 UFC g-1, para as formas livre e encapsulada, respectivamente. No último período de estocagem, as contagens

eram de 105 UFC g-1 para a forma livre e 1,7x106 UFC g-1 para a forma encapsulada. Portanto, a microencapsulação do L.

acidophilus favoreceu a sobrevivência no chocolate ao final do período de estocagem, que reduziu em média apenas 1

ciclo log comparando com o chocolate adicionado do micro-organismo na forma livre que reduziu em média 2 ciclos log.

Sendo assim são promissoras a utilização desse método de encapsulação para proteção, e a liberação controlada do

probiótico, espera-se, que deverá ocorrer no intestino quando a gordura da microcápsula for digerida.

Palavras-chave: probiótico; encapsulação; spray chilling; chocolate;

Agradecimentos: CAPES, FAPESP proc. 2014/10754-5.

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AVALIAÇÃO in vitro DA RESISTÊNCIA DOS PROBIÓTICOS

Lactobacillus acidophilus E L. paracasei AOS FLUIDOS GASTROINTESTINAIS

1MARINHO, J. F. U.; 1SILVA, M. P.; 1FÁVARO-TRINDADE,.C. S.

1FZEA/USP – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Laboratório de Produtos Funcionais

([email protected]; [email protected]; [email protected])

Os probióticos são definidos como microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas,

conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Para que exerçam sua funcionalidade, espera-se que tais microrganismos se

encontrem vivos e presentes em grande número ao chegar ao trato intestinal humano. Assim, testes in vitro foram

realizados a fim de avaliar a resistência dos probióticos L. acidophilus e L. paracasei aos fluidos gastrointestinais (FGI),

simulando sua exposição na forma livre (inóculo). Para tanto, os microrganismos foram expostos ao fluido gástrico

simulado (FGS) (cloreto de sódio e pepsina), com pH 1,8±0,1, durante 120 minutos. Nesta etapa foram coletadas alíquotas

com 0, 60 e 120 minutos para posterior contagem por plaqueamento. Em seguida, o material remanescente da etapa FGS

foi submetido ao fluido intestinal simulado (FIS) (cloreto de sódio, pancreatina, tripsina e sais biliares), com pH 6,5±0,1,

durante 180 minutos, na qual foram plaqueadas amostras após 0, 90 e 180 minutos. Durante todo o ensaio as amostras

permaneceram à temperatura de 37°C sob agitação constante, de modo a representar uma situação análoga à sua passagem

pelo trato gastrointestinal humano. Após os testes, foi observada a redução de 2,28 ciclos log da cultura de L. acidophilus,

sendo 0,59 ciclos após sua exposição ao FGS e 1,69 ciclos após o FIS. Do mesmo modo, L. paracasei apresentou

decréscimo de 4,84 ciclos log a partir de sua contagem inicial, com 0,88 ciclos reduzidos após FGS e 3,96 após o FIS.

Uma das condições para a funcionalidade dos probióticos é que cheguem vivos ao seu local de ação, para que possam

colonizar devidamente o intestino. Neste sentido, ambos os microrganismos apresentaram queda em sua viabilidade

quando expostos aos FGI, em especial durante a exposição ao FIS. Entretanto, uma quantidade considerável de

microrganismos ainda foi encontrada ao final do ensaio de digestibilidade, em especial para L. acidophilus, que apresentou

maior resistência quando submetido a esta avaliação. É possível concluir, portanto, que L. acidophilus possui maior

resistência quando exposto aos FGI em comparação ao L. paracasei, o que o torna mais viável e com maior potencial

para aplicação em produtos benéficos à saúde humana.

Palavras-chave: Probiótico; Digestibilidade; L. acidophilus; L. paracasei.

Agradecimentos: CAPES, FAPESP

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BACTÉRIAS ASSOCIATIVAS E ULTRAESTRUTURA DE NÓDULOS RADICULARES

DE Andira (LEGUMINOSAE – PAPILIONOIDEAE)

1SOUZA, B. C. E.; 2ROCHA-SANTOS, G. P.; 3GROSS, E.

1ESALQ - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”; UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana

([email protected]), 2UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected]) 3UESC –

Universidade Estadual de Santa Cruz ([email protected])

As leguminosas são a terceira maior família de plantas e seu sucesso evolutivo é devido, principalmente, à associação

realizada com bactérias fixadoras de nitrogênio. Nessas plantas, o processo de fixação biológica de nitrogênio ocorre em

órgãos entumecidos, chamados de nódulos, formados, em geral, nas raízes das plantas, que fornecem ambiente propício

para sobrevivência dos rizóbios, e estes, em troca, fornecem nitrogênio assimilável para as plantas. O objetivo deste

trabalho foi analisar a ultraestrutura e a diversidade bacteriana dos nódulos de plantas do gênero Andira, uma leguminosa

pertencente à tribo Dalbergieae, visando à seleção de isolados para uso em áreas degradadas. As coletas ocorreram na

região a Serra da Jibóia, Bahia. O material vegetal foi herborizado e depositado no Hérbário da UEFS. Parte dos nódulos

foi cortada, fixada em solução de glutaraldeído a 2,5 %, lavada, desidratada e emblocada em resina LR White pura. Cortes

semi e ultrafinos (800 nm a 1μm) foram feitos com ultramicrótomo, corados e observados em microscópio de campo

claro Olympus BX 50 e em microscópio eletrônico de transmissão FEI Morgagni 268D a 80 kV no CME da UESC. Foi

feito teste imunocitológico para anticorpos específicos para Burkholderia phymatum e Cupriavidus taiwanensis. As

bactérias foram isoladas de parte dos nódulos através de estriamento sucessivo em meio de cultura sólido 79 e

caracterizadas morfologicamente. Duas plantas foram coletadas e identificadas como Andira fraxinifolia e Andira sp. A

morfoanatomia dos nódulos permite classificá-los como do tipo astragaloide. As análises ultraestruturais das células

infectadas do nódulo evidenciaram a presença de cordões de fixação, em oposição aos tradicionais simbiossomos

encontrados nas papilionoideas. Os bacteroides dos nódulos de Andira fraxinifolia apresentaram grânulos elétron-

lucentes, provavelmente de poli-beta-hidroxiburato, mas também ocorreram grânulos elétron-densos em seu interior,

diferente dos nódulos da segunda espécie encontrada, que não apresentaram corpos elétron-lucentes. A espessura do

cordão de fixação foi diferente nas duas plantas coletadas, bem como o numero de bacteroides por cordão de fixação. A

ultraestrutura permitiu afirmar que as duas espécies coletadas são distintas. Foram isoladas 217 estirpes no total, sendo

27 com características típicas de bactérias fixadoras de nitrogênio.

Palavras-chave: Fixação Biológica de Nitrogênio; Nódulos; Andira; Microscopia Eletrônica de Transmissão.

Agradecimentos: FAPESB.

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BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS COM POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO ISOLADAS DE

PLANTAS DO CERRADO DE SÃO CARLOS

1LABEGALINI, A. M.; 1PAULA, F. C.; 1SERRANO. N. F. G., 2BARDAQUIM, V. A.,

1,2,3SOUSA, C. P.

Departamento de Morfologia e Patologia ([email protected]); Programa de Pós-Graduação em

Enfermagem ([email protected]); Centro de Ciências Biológicas e da Saúde; Programa de Pós-Graduação

em Biotecnologia ([email protected]), ([email protected]), Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas.

Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, São Carlos, SP.

Microrganismos endofíticos habitam tecidos internos de plantas e são potencialmente produtores de metabólitos

secundários bioativos, oferecendo rico substrato com ação antibacteriana e antifúngica para exploração biotecnológica,

agrícola, médica e industrial. A produção de moléculas bioativas pode ser estimulada utilizando-se diferentes

temperaturas de incubação. A vegetação de Cerrado, por comportar uma grande variedade de espécies vegetais, oferece

potencial para o isolamento de novos microrganismos e substâncias. Esse trabalho objetivou isolar a partir de amostras

de Tabebuia roseo-alba (Ipê-branco) e de Schinus terebinthifolius (Aroeira-vermelha), coletadas em uma reserva de

Cerrado da UFSCar, em São Carlos (SP), bactérias endofíticas, investigando fenotipicamente aquelas com potencial para

a produção de substâncias bioativas; estudar e analisar diferentes temperaturas e condições de incubação; e determinar a

bioatividade das cepas isoladas pela técnica da sobrecamada. O potencial antagônico foi testado contra Staphylococcus

aureus ATCC 25923 e Escherichia coli ATCC 25922. Eliminou-se a população epifítica com hipoclorito de sódio e

álcool, seguido por lavagens com água destilada esterilizada. Dez bactérias endofíticas foram isoladas e purificadas e uma

apresentou características fenotípicas de actinomicetos (IB1A). O isolado apresentou 7 a 8 mm de diâmetro; borda

irregular; coloração branco-amarelada, cotonosa e verso amarelado; forte aderência ao Ágar, Gram +; não álcool-ácido

resistente, esporos e odor de geosmina. Esse isolado inibiu o crescimento de S. aureus com halo de inibição de 120 mm

mostrando-se no entanto menor comparado ao controle positivo Amycolatopsis orientalis que mediu 350 mm.

Analisando-se as condições de cultivo, observou-se que o meio Ágar Caseína foi menos eficiente quando comparado ao

ISP2 suplementado com maltose, uma vez que o desenvolvimento das colônias foi mais lento e suas dimensões foram

menores. As diferentes temperaturas de cultivo (28 oC e 37 oC/10 dias) resultaram em modificações macroscópicas das

amostras, incluindo o isolado IB1A, sugerindo que houve alterações em seu metabolismo. Observou-se modificação na

coloração (frente e verso) e na produção de geosmina. Estes resultados nos levam a considerar o microrganismo em estudo

como fonte valiosa para a descoberta de novas moléculas bioativas.

Agradecimentos: CAPES (Bolsa A.M.L.)

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BIODEGRADAÇÃO DO COMPOSTO BENZENO PELAS LEVEDURAS NEGRAS

Exophiala dermatitidis E Cladosporium sp.

¹MIRANDA, J. C.; ¹DELSIN, O.; ¹,²ATTILI-ANGELIS, D.; ¹ANGELIS, D. F.

¹UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho ([email protected]), (

[email protected]), ([email protected]), ² CPQBA/UNICAMP - Centro Pluridisciplinar de Pesquisas

Químicas, Biológicas ([email protected])

Frequentemente são relatados episódios de contaminação ambiental envolvendo hidrocarbonetos de petróleo, os BTEXs,

formados por benzeno, tolueno, etil-benzeno e os xilenos (o-xileno, m-xileno e p-xileno). Em função da elevada

toxicidade dos BTEXs e da consequente diversidade de efeitos deletérios provocados nos ecossistemas contaminados,

estes compostos trazem como principais preocupações a contaminação e a inutilização de aquíferos para o consumo

humano. A procura por sistemas de remediação destes compostos apresenta-se extremamente relevante. O presente

trabalho objetivou avaliar a biodegradação do composto Benzeno pelas leveduras negras Exophiala dermatitidis e

Cladosporium sp. Os microrganismos de eleição para elaboração deste experimento foram escolhidos considerando

estudos prévios de biodegradação de tolueno, onde estas leveduras se mostraram eficientes. Foram preparados seis frascos

contendo 100 mL do meio Bushnell Hass (BH) acrescidos de 130 µm de benzeno como única fonte de carbono, três

frascos receberam inóculos de Exophiala dermatitidis e três frascos receberam inóculos de Cladosporium sp. Para o

controle foram preparados frascos contendo 100 mL de meio BH acrescido de 0,4% de glicose (como fonte de carbono)

inoculados com os mesmos microrganismos, também foram feitos frascos contendo apenas o meio BH e 130 µm de

benzeno. O ensaio foi executado em triplicata e a quantificação do benzeno foi feita por GC-FID (Shimadzu GC-2014

model), até a concentração de benzeno se tornar constante. Os resultados mostraram que a levedura Cladosporium sp foi

capaz de biodegradar o benzeno dentro dos frascos, a concentração do composto diminuiu significativamente após 10

dias de monitoramento, enquanto a E. dermatitidis apresentou melhores resultados, apresentando maior eliminação da

concentração do benzeno após 5 dias de monitoramento. Ambos os microrganismos apresentaram percentual de

biodegradação do benzeno acima de 95% após 21 dias de monitoramento.

Palavras-chave: benzeno; biodegradação; hidrocarbonetos; leveduras negras.

Agradecimentos: Fundação para o Desenvolvimento da UNESP – FUNDUNESP, e PRH.05.ANP.

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CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE UMA CELULASE DA FAMÍLIA 5 DE ORIGEM

METAGENÔMICA

1PIMENTEL, A. C.; 2EMATSU, G.; 3LIBERATO, M. V.; 4FRANCO-CAIRO, J. P. L.;5SQUINA,

F. M.; 6ALVAREZ, T. M.

1CTBE- Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol ([email protected]), 2CTBE-

Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol ([email protected]), 3CTBE- Laboratório

Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol ([email protected]), 4CTBE- Laboratório Nacional de

Ciência e Tecnologia do Bioetanol ([email protected]), 5CTBE- Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do

Bioetanol ([email protected]); 6CTBE- Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol

([email protected])

A preocupação com a poluição atmosférica, o esgotamento das reservas de petróleo e o aumento da demanda energética

mundial são os principais motivos para o desenvolvimento de fontes de energia renováveis, visando o desenvolvimento

sustentável. Desta forma, a biomassa lignocelulósica, gerada na forma de coprodutos de diversas atividades

agroindustriais, constitui uma importante fonte de recursos para a produção de bioetanol, visto que é rica em

polissacarídeos (principalmente celulose e hemicelulose) dos quais podem ser obtidos açúcares fermentescíveis.

Entretanto, o alto custo de produção das enzimas, associados aos baixos rendimentos, são os principais obstáculos para

viabilização dos processos de hidrólise enzimática da parede celular vegetal. Dentre as enzimas que atuam na degradação

dos polissacarídeos, a família 5 das glicosil hidrolases (GH5) apresenta uma ampla variedade de especificidades, entre

elas endo- β-1,4-glucanases, que atuam na degradação de celulose. Neste contexto, o objetivo deste trabalho consistiu em

realizar a clonagem, expressão heteróloga e purificação de CelE2, uma celulase derivada de metagenoma de solo, assim

como a realização das etapas iniciais de caracterização bioquímica, que incluíram a determinação dos substratos

preferenciais de atuação bem como temperatura e pH ótimos de atividade. Após a clonagem no vetor pET28a, expressão

heteróloga em linhagem de E.coli Rosetta2 e purificação proteica por afinidade e gel filtração, CelE2 foi submetida a

ensaios para determinação dos substratos preferenciais de atuação. Como resultado, CelE2 apresentou maior atividade

enzimática em β-glucano, seguido por liquenana e carboximetil celulose, o que sugere a atuação de CelE2 na hidrólise

das ligações glicosídicas do tipo β-1,4. Como resultado dos experimentos para determinação do pH e temperatura ótimos

para atividade enzimática, verificou-se um pico de atividade no pH 5,3 e na temperatura de 45ºC. As próximas etapas do

estudo incluirão a avaliação dos parâmetros cinéticos, termoestabilidade, efeitos de íons, avaliação do perfil de degradação

por eletroforese capilar, cinética enzimática e atividade em substratos complexos, como por exemplo, bagaço de cana de

açúcar. Dessa forma, será possível determinar o potencial de aplicação de CelE2 em processos de conversão da biomassa

vegetal visando a produção de bioprodutos.

Palavras-chave: bioetanol; glicosil hidrolase; caracterização enzimática.

Agradecimentos: FAPESP, CNPq e CAPES.

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CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE DA ENZIMA ENDOGLUCANASE OBTIDA A

PARTIR DE FUNGOS ISOLADOS DA CASCA DE CAFÉ

1DURSO, T.F.A; 2CORRÊA, I.S.C; 3FARIA, T. N; 4SARROUH, B

1InstituiçãoUniversidade Federal de São João Del-Rei, Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de

Bioprocessos ([email protected]), 2 Universidade Federal de São João Del-Rei, Departamento de Química,

Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos ([email protected]), 3 Universidade Federal de São João Del-

Rei, Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessos ([email protected]), 4Universidade

Federal de São João Del-Rei, Departamento de Química, Biotecnologia e Engenharia de Bioprocessor

([email protected])

Enzimas de origem microbiana são utilizadas em inúmeros processos nas mais diversas áreas biotecnológicas. A

utilização da diversidade e capacidade metabólica de micro-organismos, resultante de sua diversidade genética, coloca-

se como um enorme potencial a ser explorado, ampliado pelo advento da engenharia genética. As Endoglucanases e as β-

glicosidases formam uma classe de enzimas biologicamente importantes que ocorrem em inúmeros organismos, tanto

procarióticos quanto eucarióticos, desempenhando diversas funções. Em condições fisiológicas, tais enzimas geralmente

catalisam a hidrólise de ligações β-glicosídicas. Entre as possibilidades de aplicação das celulases, a principal talvez seja

sua utilização em processos de hidrólise enzimática de celulose. Neste sentido, a biomassa lignocelulósica surge como

matéria-prima renovável, abundante e de baixo custo para este processo de conversão, que tem por objetivo produzir de

açúcares fermentescíveis, visando à posterior produção de combustíveis, alimentos e compostos químicos. Os processos

enzimáticos têm conquistado, cada vez mais, aceitação na área industrial, uma vez que, eles exibem características

econômicas e operacionais que conferem vantagens em relação aos processos químicos convencionais. As celulases são

um complexo de enzimas que atuam em sinergia para a hidrólise de substratos celulósicos, gerando açúcares

fermentescíveis. Neste trabalho, foi quantificada e caracterizada a atividade enzimática de Endoglucanase obtida a partir

dos fungos Aspergillus sp e Cladosporium sp em diferentes condições de temperatura e pH. As Endoglucanases

produzidas pelos fungos Aspergillus sp e Cladosporium sp em meio de fermentação submersa, atingiu um pico máximo

da produção da enzima de 0,037±0,00065 U/mL após 9 dias e 0,044 ± 0,00052 U/mL após 5 dias de cultivo submerso

pelo método carboximetilcelulose (CMC), respectivamente. A temperatura e pH ótimos encontrados na caracterização do

extrato bruto produzido por Aspergillus sp referentes a Endoglucanase foram de 60°C e pH 5,0. Da mesma forma, o

extrato bruto produzido por Cladosporium sp apresentou uma atividade máxima de Endoglucanase a uma temperatura de

50°C e pH 6,0. Segundo os resultados obtidos neste trabalho conclui-se que o fungo Cladosporium sp apresentou uma

atividade celulítica mais significativa quando comparado com o fungo Aspergillus sp.

Palavras-chave: Cladosporium sp; Aspergillus sp; Endoglucanase; temperatura; pH.

Agradecimentos: Fapemig, CNPq.

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CARACTERIZAÇÃO DA CACHAÇA PRODUZIDA POR INÓCULO MISTO DE

LEVEDURAS Pichia caribbica E Saccharomyces cerevisiae

1AMORIM, J. C.; 2SCHWAN, R. F.; 3DUARTE, W. F.

1UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UFLA – Universidade Federal de Lavras

([email protected]), 3UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected])

Nos últimos anos, diversos trabalhos têm sido realizados a fim de se encontrar novos microrganismos para produção de

etanol, bebidas fermentadas e destiladas. No Brasil, trabalhos têm sido realizados em busca de leveduras para fermentação

do caldo de cana para produção de cachaça. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do uso de uma co-cultura de

leveduras na fermentação do caldo de cana para a produção de cachaça. As leveduras P. caribbica CCMA 0198 e S.

cerevisiae CA 11 foram inoculadas em co-cultura nas concentrações finais de 107 e 108 células/mL, respectivamente. A

levedura S. cerevisiae foi usada em cultura pura como controle para comparação com a cultura mista. A fermentação foi

conduzida em dornas contendo 15L de caldo de cana 16°Brix. Três bateladas consecutivas, com reciclo de células, foram

realizadas em duplicata, sendo o caldo de cana destilado ao final de cada fermentação em alambique de cobre. As cachaças

produzidas foram submetidas a análises de GC-FID e HPLC. A concentração média de etanol produzida por S. cerevisiae

durante as três bateladas foi 322,56 g/L (40,88% v/v), enquanto para o inóculo misto a média foi 317,48 g/L (40,24%

v/v). A concentração de ácido acético encontrada na cachaça produzida pelo inóculo misto foi menor do que a encontrada

na cachaça produzida apenas por S. cerevisiae (0,018 g/L e 0,050 g/L, respectivamente); no entanto, as concentrações

encontradas estão de acordo com a legislação brasileira. As cachaças produzidas pelo inóculo misto de P. caribbica e S.

cerevisiae apresentaram maior concentração de compostos voláteis associados com bons descritores sensoriais; esses

compostos incluem acetato de etila (53,72 mg/L), álcoois isoamílicos (874,37mg/L), e 2-feniletanol (15,89 mg/L),

compostos estes associados com os descritores “banana”, “adocicado”, “frutado” e “rosas”. Com base nos resultados deste

estudo, conclui-se que a co-inoculação de S. cerevisiae CA11 e P. caribbica CCMA 0198 influencia positivamente a

qualidade final da cachaça, principalmente devido aos compostos identificados por GC-FID e HPLC. Também foi

possível perceber que o processo de destilação não afetou a qualidade final das bebidas, fazendo que as diferenças

encontradas entre as bebidas fossem associadas ao processo fermentativo.

Palavras-chave: Não-Saccharomyces; Co-inoculação; Caldo de cana.

Agradecimentos: CAPES, CNPq, Fapemig, UFLA.

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CARACTERIZAÇÃO DE UMA LIPASE ÁCIDA DE Candida viswanathii PRODUZIDA

POR CULTIVO EM ESTADO SÓLIDO

1DIAS, K. B.; 2COSTA, L. V.; 3CARMONA, E. C.; 4ALMEIDA, A. F.

1Fundação Universidade Federal do Tocantins ([email protected]) ,2Fundação Universidade Federal do

Tocantins ([email protected]), 3UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

([email protected]) ,4Fundação Universidade Federal do Tocantins ([email protected])

Lipases (triacilglicerol hidrolases, EC 3.1.1.3) são enzimas industriais muito importantes em virtude da ampla gama de

aplicações em que são utilizadas, como na indústria de detergentes, indústria alimentícia, tratamento de efluentes e

produção de biodiesel. A caracterização bioquímica da enzima é essencial, uma vez que destaca propriedades que são

importantes para futuras aplicações industriais. O objetivo deste trabalho foi caracterizar uma lipase ácida purificada de

Candida viswanathii produzida por cultivo em estado sólido. A enzima purificada foi caracterizada quanto ao pH e

temperatura ótimos de atividade, estabilidade em diferentes pH e estabilidade térmica, efeito de substâncias e íons

metálicos, estabilidade em solventes orgânicos, especificidade por substratos e cinética enzimática. Em todo experimento

procedeu-se a determinação da atividade enzimática utilizando p-nitrofenil palmitato (pNPP) como substrato. A atividade

ótima da enzima foi obtida em pH 6,0 e sua estabilidade foi obtida em ampla faixa de pH. A temperatura ótima obtida

foi 45 °C, portanto apresentou baixa termoestabilidade. A enzima foi ativada na presença de todos os íons avaliados na

concentração de 2 mM e dos íons Hg2+ e Ba2+ na concentração de 10 mM, e também na presença dos agentes 1,4-

ditiotreitol (DTT) e β-mercaptoetanol. A enzima também apresentou estabilidade na presença de solventes orgânicos

polares e apolares, e mostrou atividade máxima com o substrato p-nitrofenil palmitato (C16). As constantes cinéticas

obtidas para a enzima purificada foram Km 0,0745 mM e Vmax 4,98 μmol. min-1.mg-1. A constante kcat da enzima

apresentou valor de 43,3 s-1 e eficiência catalítica (kcat/Km) de 5,8 x 105 M-1.s-1. Assim, a lipase purificada de C.

viswanathii apresenta características bioquímicas que podem ser mais bem exploradas em diferentes aplicações

industriais.

Palavras-chave: Lipase; Candida viswanathii; Caracterização.

Agradecimentos: Laboratório de Biotecnologia e Análise de Alimentos e Purificação de Produtos (LABAP), da

Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi – TO e Departamento de Bioquímica e

Microbiologia e do Laboratório de Bioquímica de Micro-organismos da Unesp, Campus de Rio Claro – SP.

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CARACTERIZAÇÃO ENZIMÁTICA E TOLERÂNCIA A METAIS PESADOS DE

AMOSTRA DE Aspergillus niger OBTIDO DE SOLO DA CAATINGA

1FREITAS, J. H. E. S.; 2MAHNKE, L. C.; 3ESTEVAM ALVES, M. H. M.; 4SANTANA, K. V.;

SILVA, G.; MORORÓ, M. C. C.; NASCIMENTO, A. E.

1Universidade Federal de Pernambuco – Departamento de Bioquímica ([email protected]), 2Universidade

Federal de Pernambuco – Centro de Ciências Biológicas ([email protected]), 3Universidade Federal de

Pernambuco – Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami ([email protected]), 4Núcleo de Pesquisas em Ciências

Ambientais e Biotecnologia ([email protected]; [email protected]; [email protected])

O meio ambiente tem sido modificado pelo ser humano, que necessita buscar respostas para seu desenvolvimento. Os

metais pesados são agentes de grande potencial de contaminação e degradação ambiental, pois, além da ocorrência de

processos naturais, decorrem do uso de práticas agrícolas inadequadas relativas ao uso indiscriminado de defensivos

agrícolas, pesticidas, fungicidas, que além de afetarem a biota, sofrem processo de lixiviação, interferindo e alterando

drasticamente os ciclos biogeoquímicos. O bioma Caatinga caracteriza-se por ser um ecossistema extremamente

heterogêneo e inclui pelo menos uma centena de diferentes tipos de paisagens únicas. O interesse sobre os micro-

organismos cresce em função de suas habilidades metabólicas, bioquímicas e fisiológicas para o desenvolvimento de

processos e produtos de interesse biotecnológico, industrial e ambiental. O presente trabalho avaliou comportamento

enzimático e tolerância a metais pesados de Aspergillus niger, isolado de Caatinga. Aspergillus niger foi mantido em

meio SDA a 28ºC, por 7 dias. Então, discos de cultura foram utilizados como pré-inóculo para os experimentos de

atividade enzimática de polifenoloxidases, tanase, celulase, amilase e protease. Os meios específicos para atividade

enzimática foram acrescidos de solução aquosa, sintética, contendo zinco, cobre, chumbo e ferro nas concentrações de

50mg/L e 100mg/L, para a determinação de tolerância do isolado. As atividades enzimáticas foram mensuradas de 72 a

144 horas. Os halos enzimáticos foram medidos e foi calculada a média a partir das triplicatas de cada ensaio. Os

resultados apresentados indicam que o isolado de Aspergillus niger, obtido do solo da caatinga, exibe atividade das

enzimas testadas, determinadas através dos índices enzimáticos. A enzima de maior expressão no isolado foi a tanase

seguida de polifenoloxidase e celulase. As menores atividades foram determinadas para a amilase e protease. O

crescimento do isolado em meios para detecção de atividade enzimática permitiu demonstrar a habilidade de utilização

de fonte de carbono como amido, gelatina, ácido tânico e carboximetilcelulose como fontes de carbono. Os dados podem

ser explorados para determinar, com estudos mais profundos o potencial de adsorção do isolado frente a efluentes

industriais.

Palavras-chave: Aspergillus niger; metais pesados, enzimas.

Agradecimentos: FACEPE, CNPq, CAPES, Unicap, REDE SISBIOTA.

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CINÉTICA DE PRODUÇÃO DE NARINGINASE DE Aspergillus niger POR

FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO UTILIZANDO MISTURA DE SUBPRODUTOS

DA AGROINDÚSTRIA

1OLIVEIRA, F.; 2 BUZATO, J. B; 3SILVA, M. B.

1UEL - Universidade Estadual de Londrina ([email protected]), 2 UEL - Universidade Estadual de Londrina

([email protected]), 3 UEL - Universidade Estadual de Londrina ([email protected])

Sucos cítricos concentrados possuem um leve sabor amargo característico e aceitável pelo consumidor, porém níveis

elevados de naringina os tornam excessivamente amargos, o que reduz a qualidade e o valor comercial do produto. A

naringina (flavonóide ligado a ramnose e glicose) é o principal componente amargo de diversas frutas cítricas. A redução

do amargor pode ser obtida pela naringinase, enzima que degrada a naringina. O presente trabalho teve como objetivo

monitorar a produção de naringinase de Aspergillus niger 426 na fermentação de substratos de baixo custo provenientes

da agroindústria. Os cultivos foram realizados em frascos Erlenmeyer de 125 mL mantidos em estufa bacteriológica com

atmosfera saturada de umidade a 28°C. Foram utilizados como substratos 3,0 g de farelo de arroz, 2,5 g de farelo de trigo

e 1,53 g de bagaço de cidra verde umedecidos com 10 mL de solução nutriente (equivalente a 75% de umidade) constituída

de (g/L): FeCl3 0,1; CaCl2 0,2; K2HPO4 0,5; MgSO4.7H2O 0,2; KCl 0,5; extrato de levedura 5,0 e naringina 10,0 a pH

4,5. Os substratos foram inoculados com 2 mL de solução de esporos na concentração de 108 esporos/ mL. As amostras

(triplicatas) foram retiradas nos tempos de fermentação (h): 0; 24; 48; 72; 96 e 120. Para a extração, adicionou-se aos

frascos de fermentação 5mL de tampão ácido-acético/acetato de sódio (0,1M) pH4,0 e centrifugou-se a 9000g por 15 min

a 4°C. No sobrenadante procedeu-se a quantificação de açúcar total, naringina e naringinase. Uma unidade de naringinase

(U) é a quantidade de naringina (μmoles) hidrolisada/minuto/ml de extrato enzimático. A maior produção de naringinase

se deu a 96 h de cultivo e uma atividade de 18,4 U/mL. O consumo de açúcar total foi de 83,5% enquanto de naringina

foi de 97,6%. Os valores residuais de naringina indicam uma fermentação satisfatória e sugerem que o metabolismo do

fungo utilizou bem a naringina, porém outros açúcares interferiram no metabolismo em detrimento dos valores obtidos

de naringinase, que poderiam ser maiores. Apesar da grande quantidade de açúcares totais presentes na cidra verde (360,9

mg/g de substrato seco), este substrato contém flavonóides indutores da síntese de naringinase como naringina,

hesperidina e rutina, portanto sendo indispensável na mistura. Os resultados obtidos mostraram-se satisfatórios para

futuros estudos mais aprofundados.

Palavras-chave: Naringinase; Produção; Aspergillus niger.

Agradecimentos: CNPq

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COMPARAÇÃO DE LINHAGENS Saccharomyces cerevisiae COM DIFERENTES

TAMANHOS CELULARES FRENTE À CONCENTRAÇÃO CELULAR, DENSIDADE

ÓPTICA E PESO ÚMIDO PARA FINS DE INOCULAÇÃO DE MOSTO CERVEJEIRO

1CHRISTOFOLETI-FURLAN, R.M.; 2FLORÊNCIO JR, O.; 3ANGELONI, L.H.P.;

4SILVELLO, C.; 5VARIZE, C.S.; 6MIRANDA, E.S.; 7ALCARDE, A.R.; 8BASSO, L.C.

1ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 2ESALQ/USP

- Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 3ESALQ/USP - Escola Superior de

Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 4ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz” ([email protected]), 5ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

([email protected]), 6ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

([email protected]), 7ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

([email protected]), 8ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected])

No setor cervejeiro, é importante que o mosto seja inoculado com a mesma concentração celular em todas as fermentações

para assegurar o controle e a qualidade da cerveja. As cepas comerciais são liofilizadas e pela informação do fabricante

facilmente se converte a contagem celular em peso de levedura seca. Ainda, há outras formas de inoculação como peso

úmido e densidade óptica (DO). O fundamental é que se inocule os níveis corretos de células, sendo necessário conhecer

a conversão em contagem celular que cada método fornece. O tamanho da célula pode afetar essa conversão, de modo

que um respectivo peso úmido ou DO que forneça um número adequado de células à inoculação de uma linhagem pode

não ser o ideal para que outra linhagem o forneça. Em vista disso, o trabalho teve como objetivo comparar linhagens de

S. cerevisiae com diferentes tamanhos celulares frente à concentração celular, DO e peso úmido visando à inoculação de

mosto cervejeiro. As cepas avaliadas e seus respectivos diâmetros médios celulares foram: W-34/70 (10 um), S-33 (8 um)

e SA-1 (6 um) (medidas em microscópio óptico - sistema AxioVision-Carls Zeiss). As leveduras foram propagadas em

meio YEPD a 30ºC. A biomassa foi centrifugada (4000 rpm/15 min) e ajustada para 2 g de peso úmido, em triplicata. À

biomassa foi adicionada água (suspensão de biomassa úmida com 5% m/v). O peso úmido foi fixado igualmente para as

três leveduras. Para as suspensões celulares determinou-se a DO a 600 nm e a concentração celular (células/mL) mediante

contagem em microscópio óptico. Os resultados mostraram que para um mesmo peso úmido houve diferença significativa

entre as três linhagens quanto à DO e concentração celular. Estes foram decrescentes conforme o maior tamanho celular,

ou seja, a linhagem de maior tamanho (W-34/70) apresentou os menores valores de DO e concentração celular enquanto

que a de menor tamanho (SA-1) exibiu os maiores valores, tanto que o número de células/mL da linhagem SA-1 foi três

vezes maior que da cepa W-34/70. Com isso, demonstra-se que o tamanho da célula da levedura tem impacto considerável

na escolha do método de inoculação. Não há correlação entre biomassa, número de células e DO em se tratando de

diferentes linhagens de levedura. Para a uniformização do número de células para inoculação do mosto admitem-se

diferentes DO e biomassa em se tratando de linhagens distintas.

Palavras-chave: S. cerevisiae; Inoculação; Cerveja; Fermentação.

Agradecimentos: CNPq.

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COMPARAÇÃO ENTRE SACARIFICAÇÃO DE SUBPRODUTOS DO ARROZ POR

AMILASES PRODUZIDAS POR Rhizopus oligosporus

1CORREA, F. F. Barros; 2SHINYA, T. Y.; 3OLIVA-NETO, P.

1Universidade Estadual Paulista UNESP-IB Rio Claro-SP ([email protected]), 2Universidade Estadual

Paulista UNESP-IB Rio Claro-SP ([email protected]), 3Universidade Estadual Paulista UNESP-Assis-SP

([email protected])

As enzimas produzidas por processos biotecnológicos são utilizadas em diversas áreas da indústria e da ciência. As

amilases são um grupo complexo de enzimas utilizadas principalmente nas indústrias de alimentos, têxteis e produtos

químicos. Elas pertencem à classe das hidrolases e podem catalisar a hidrólise completa do amido em glicose. Diversos

trabalhos destacam a capacidade do fungo do gênero Rhizopus em hidrolisar amido mediante a produção de amilases

produzindo xarope de glicose. Esta classe de enzimas mostra-se cada vez mais importante em via alternativa de conversão

do amido em etanol, valendo-se simultaneamente da sacarificação e da fermentação alcoólica. É possível hidrolisar amido

por via química ou enzimática, esta última forma tem se mostrado cada vez mais vantajosa, tendo como um dos aspectos

positivos a especificidade das enzimas catalíticas para a reação, consequentemente, proporcionando a obtenção de xaropes

com propriedades físicas e químicas bem definidas, além da reação ser mais branda, evitando o escurecimento do produto

final. O objetivo deste estudo foi comparar a produção de glicose na sacarificação do amido presente na quirera e no pó

de brunição do arroz e potenciais produções de etanol. O extrato enzimático utilizado foi obtido através de fermentação

em estado sólido (FES) utilizando inóculo de R. oligosporus (107 esporos/g de farelo de trigo, utilizado como substrato).

Uma concentração de 40 U/mL foi empregada nos ensaios para sacarificação de 10% de quirera de arroz, bem como para

os de 10% de pó de brunição de arroz. Ambos os substratos foram gelatinizados em tampão acetato de sódio 0,05 M, pH

5,5. Os experimentos foram mantidos em banho termostatizado a 55 °C por 24 h. Amostras foram obtidas nos tempos 0,

2, 4, 5, 6, 7, 8, 10 e 24 horas e analisadas quanto à produção de açúcares. Foram obtidos melhores rendimentos em 24 h

em ambos os ensaios. A sacarificação do amido presente na quirera de arroz resultou em uma concentração de 5,6% de

glicose, enquanto a hidrólise do amido disponível no pó de brunição de arroz rendeu 2,3% de glicose. Quanto à

porcentagem em massa, obteve-se 56% utilizando o primeiro substrato, e 23% quando do uso do segundo. Os resultados

mostram viabilidade alta da quirera de arroz como substrato para a produção de xarope de glicose e posterior fermentação

alcoólica.

Palavras-chave: Amilases; Sacarificação; Subprodutos do arroz; Rhizopus oligosporus.

Agradecimentos: FAPESP, CNPq.

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CRESCIMENTO E ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PAENIBACILLUS POLYMYXA

ISOLADO ENDOFITICAMENTE DE PRUNUS SPP., CERRADO DE SÃO CARLOS - SP

DE PAULA, F.1; ANDRADE, P. 2; MOREIRA, C. 3; LUNA, G.4; CAVICCHIOLI, R. 5;

SORIANO, B.6; RUELA, A. C.7; SERRANO, N.8; LACAVA, P.9; SOUSA, C.10

Departamento de Morfologia e Patologia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São

Carlos – UFSCar, São Carlos, SP. 1([email protected]), 2([email protected]), 3

([email protected]), 4([email protected]), 5([email protected]), 6([email protected]), 7([email protected]), 8([email protected]), 9([email protected]),

10([email protected]).

Estudos recentes têm demonstrando que Paenibacillus polymyxa foi isolado endofiticamente de plantas do gênero Prunus

spp. da região do Cerrado de São Carlos, SP. Este bacilo Gram-positivo pode ser encontrado em diversos habitats, porém

é pouco explorado como endofítico. Seu metabolismo característico e produção de substâncias potencializa a aplicação

biotecnológica em função da produção de moléculas bioativas. Com o objetivo de promover avanços no estudo de

compostos bioativos produzidos pelo P. polymyxa, este trabalho objetivou estudar o metabolismo e condições de cultivo

alternativas para a produção destes em larga escala.

Cinética de fermentação: 200 μL de P. polymyxa conservado em glicerol foram transferidos para placas de Petri com

os meios ISP2 e LB e incubados à 28ºC por 12 horas. Posteriormente, uma alçada de colônia foi transferida para frascos

de 250 mL contendo 50 mL dos meios ISP2 e LB e incubados a 30 °C, 120 RPM por 12 horas. Em uma segunda etapa,

10 mL do pré-inóculo foram inoculados em 90 mL dos meios ISP2 e LB e incubados sob as mesmas condições.

Concentração celular: Alíquotas de 2 mL das amostras foram coletadas a cada hora e submetidas à medição da densidade

ótica a 600 nm. Ensaio de bioatividade: P. aeruginosa (ATCC-27853), E. coli (ATCC-25922) e S. aureus (ATCC-

29213) foram inoculados em meio TSA. Posteriormente, 20 μL do sobrenadante foram impregnados em discos de papel

e depositados nas mesmas, e incubados a 37ºC por 12 horas. Nossos resultados indicam que o meio LB proporcionou

melhores condições de crescimento para o P. polymyxa bem como menor acidificação do pH em relação ao meio ISP2.

A inibição foi detectada em E. coli (0,3 mm) a partir de 7 horas de cultivo com meio LB, enquanto no meio ISP2 foi em

8 horas (0,4 mm). Em P. aeruginosa (1 mm em LB e 0,7 mm em ISP2) e S. aureus (0,5 mm em LB e 1 mm em ISP2) a

bioatividade foi detectada somente após 24 horas de cultivo. Comparando-se o desempenho entre os meios utilizados,

pode-se concluir que o meio LB apresentou uma maior vantagem na inibição de P. aeruginosa e E. coli, enquanto o meio

ISP2 apresentou maior produção do metabólito inibidor de S. aureus. O meio LB apresentou a vantagem de possuir um

baixo custo, podendo ser utilizado no cultivo de microrganismos recombinantes, representando uma alternativa para a

produção em larga escala de substâncias de interesse biotecnológico.

Palavras-chave: cerrado; endófito; moléculas bioativas; Paenibacillus; Prunus spp.

Agradecimentos: FAPESP (Projeto Temático FAPESP-Proc. 05/55079-4).

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DETECÇÃO DE BACTÉRIAS LÁTICAS HOMO E HETEROFERMENTATIVAS

ISOLADAS DA FERMENTAÇÃO DE CACAU

1MOREIRA, I. M. V.; 2MIGUEL, M. G. C. P.; 3SANTOS, C. R.; 4SCHWAN, R. F.

1Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2Universidade Federal de Lavras

([email protected]), 3Universidad de La Frontera ([email protected]) 4Universidade Federal de

Lavras ([email protected])

A cadeia produtiva do cacau (Theobroma cacao L.) para a fabricação de chocolate envolve uma série de etapas após a

colheita que determinam a qualidade do produto final. Uma dessas etapas é a fermentação, que é um processo

microbiológico de ação enzimática e produção dos precursores do flavor de chocolate. Bactérias do ácido lático (BAL)

participam ativamente do processo fermentativo, pois fermentam os açucares presente na polpa, utilizam o ácido cítrico

e ainda, algumas espécies podem reduzir frutose em manitol. Estas bactérias pertencem a dois grupos, homo e

heterofermentativas, apresentando crescimento máximo em torno de 16-48h, a partir do inicio da fermentação. O trabalho

teve como objetivo classificar em homo ou heterofermentativas BAL isoladas da fermentação de cacau. Previamente, 211

BAL foram isoladas e purificadas em meio MRS (De Man Rogosa Sharpe). O teste para produção de gás foi

conduzido em tubos de ensaio contendo 3 mL do meio MRS líquido e tubo de Durham em posição invertida.

Cada tubo foi inoculado com uma alçada da cultura pura de bactéria e incubado a 35 °C por 48 h. Após esse

tempo, tubos de Durham preenchidos com gás foram classificados como positivo, consequentemente BAL

heterofermentativas, e resultados negativos para tubos que não foram preenchidos com gás, classificando assim as BAL

como homofermentativas. Dos 211 isolados, apenas 18 foram considerados BAL heterofermentativas, o que representa

8,53 % do total. 91,47 % (193 isolados) foram classificados como BAL homofermentativas. O ácido lático, produzido

pelas espécies de BAL, pode difundir-se para o cotilédone e, uma vez que é um composto não volátil, irá permanecer nas

amêndoas mesmo após a secagem e torrefação. Desta forma, terá um impacto sobre a acidez e qualidade das amêndoas

fermentadas e chocolate. Assim, uma predominância de espécies homofermentativas poderá gerar amêndoas mais ácidas.

Palavras-chave: BAL; Fermentação; Chocolate; Acidez

Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES e CNPq.

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DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA IDEAL DE CRESCIMENTO DE LEVEDURAS

EM MEIO CONTENDO BAGAÇO DE CANA

1LIMA JR, D. S.; 1ELSNER, V. H. P.; 1ORNELA, P. H. O.; 2SHINYA, T. Y.; 1OLIVA-NETO, P.

1UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Depto de Ciências Biológicas (Laboratório de

Biotecnologia Industrial – Faculdade de Ciências e Letras de Assis) ([email protected],[email protected],

[email protected], [email protected]), 2 UNESP -Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita

Filho” – IB/Rio Claro ([email protected])

O agronegócio é um dos principais pilares que sustentam a economia brasileira, sendo o cultivo da cana-de-açúcar um

dos seus destaques. O Brasil, juntamente com a Índia, é responsável por mais de metade da produção mundial, gerando

uma grande quantidade de bagaço, que acaba por ser descartado. Os resíduos resultantes das atividades agroindustriais

têm despertado grande interesse pelo fato de sua alta disponibilidade, e por ser um material complexo composto por

celulose, hemicelulose e lignina, que se hidrolisados podem liberar açúcares fermentescíveis, que por sua vez podem ser

usados para obtenção de produtos de alto valor agregado. O resíduo também pode ser utilizado como ração animal, após

ser tratado microbiologicamente. O presente estudo teve como objetivo avaliar a cinética de crescimento das leveduras

“Sia 70a” e “rosa” (não identificadas) em meio contendo 5% de bagaço de cana in natura e 1% de sacarose, em diferentes

temperaturas (28, 32 e 36 °C) e avaliar se houve incremento proteico da biomassa lignocelulósica residual. As amostras

foram retiradas nos seguintes tempos após inoculação: 4 h, 8 h, 12 h, 24 h, 48 h, 72 h, 96 h, 120 h, 144 h, 168 h, 192 h,

216 h e 240 h, e a avaliação do crescimento celular realizada através da contagem em câmara de Neubauer. Ao final da

fermentação o teor de proteína bruta presente na biomassa residual foi quantificada através do método de Kjeldahl. Para

ambas leveduras a fase log foi atingida, de uma maneira geral, ao final de 24 h de fermentação. A levedura “Sia 70a”,

quando cultivada a 28 °C, apresentou uma concentração máxima de 2,02x108 cél/mL com um µmáx de 0,0753 h-1. A “rosa”

apresentou durante a fermentação a 32 °C uma concentração máxima de 6,03x108 cél/mL (µmáx de 0,1813 h-1). Ao final

do processo, quantificou-se o teor de proteína bruta para cada levedura a fim de se comparar com o teor de proteína bruta

presente no bagaço in natura (1,56%). A 28 °C, a levedura “Sia 70a” apresentou um incremento de 301,9% enquanto a

levedura “rosa” apresentou um incremento de 290,4% a 32 °C. A temperatura ideal de crescimento para a levedura “Sia

70a” foi de 28 °C enquanto para a levedura rosa foi de 32 °C. Por haver poucas pesquisas sobre o incremento proteico do

bagaço por leveduras, o presente estudo mostrou-se interessante para este fim.

Palavras-chave: bagaço de cana-de-açúcar; proteína bruta; ração animal; biomassa unicelular.

Agradecimentos: CAPES

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DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA IDEAL DE CRESCIMENTO DE LEVEDURAS

PARA INCREMENTO PROTEICO DO BAGAÇO DE CANA

1ELSNER, V.H. P.; 1LIMA Jr, D. S.; 1ORNELA, P.H.O.; 2SHINYA, T. Y.; 1OLIVA NETO, P.

1UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Depto de Ciências Biológicas (Laboratório de

Biotecnologia Industrial – Faculdade de Ciências e Letras de Assis)([email protected], [email protected],

[email protected], [email protected]), 2 UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita

Filho” – IB/Rio Claro([email protected])

Em todo o mundo são geradas anualmente milhões de toneladas de resíduos provenientes de atividades agroindustriais,

os quais são possíveis poluentes ao meio ambiente se descartados sem tratamento. Esses resíduos representam um recurso

com grande potencial, principalmente devido ao seu baixo custo e alta acessibilidade, além de sua composição rica em

nutrientes. A produção de cana-de-açúcar no Brasil gera grandes excedentes de bagaço, um resíduo lignocelulósico no

qual 20% do total vem sendo utilizado na alimentação animal após receber algum tipo de tratamento físico ou químico, o

que equivale a uma sobra anual de mais de 15 milhões de toneladas. Esse resíduo pode ter diversas aplicações, como

ração animal, após o enriquecimento com proteína microbiana através da fermentação, ou substrato para produção de

enzimas. O objetivo do trabalho foi estudar a cinética de crescimento das leveduras “rosa” e “branca” (não identificadas)

em shaker contendo 5% de bagaço de cana-de-açúcar in natura (como única fonte de carbono) e minerais essenciais em

diferentes temperaturas (28, 32 e 36 °C) e a avaliação do incremento proteico da biomassa residual. Foram retiradas

amostras até 240 h de cultivo, sendo monitorado o crescimento celular através de contagem direta em Câmara de

Neubauer. Ao final do cultivo o teor de proteína bruta (PB) na biomassa residual foi determinado através do método de

Kjeldahl modificado. A fase log nas diversas temperaturas testadas terminaram de maneira geral com 24 h de fermentação,

atingindo a concentração máxima de 6,56x107 cél/mL a 32 °C para a levedura “rosa”, e de 2,07x108 cél/mL em 32 °C para

a levedura “branca”, com uma velocidade específica máxima de crescimento de 0,1442 h-1 e 0,1871 h-1, respectivamente.

A máxima concentração celular foi atingida em 96 h para a levedura “rosa” a 32 °C (1,22x108céls/mL), e em 24 h para a

levedura “branca” para a mesma temperatura (2,07x108cél/mL). O teor de PB ao final do processo foi de 3,96 % para a

levedura “rosa” a 32 °C e 4,37 % para a levedura “branca” a 32 °C, o bagaço in natura apresentou 1,56% de PB. A

temperatura ideal foi de 32 °C para ambos microrganismos. Na literatura há pouca informação sobre o incremento proteico

de bagaço por leveduras. O trabalho demonstrou a possibilidade de utilizar leveduras para o incremento proteico do

bagaço para sua utilização como ração animal.

Palavras-chave: resíduos agroindustriais; bagaço cana-de-açúcar; proteína bruta; ração animal

Agradecimentos: CAPES

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DOSAGEM DE IMUNOGLOBULINAS ANTI- TOXOPLASMA GONDII EM OVINOS

ATRAVÉS DE KIT COMERCIAL DE ELISA

1MACHADO, D. C. 2 CHAVES, C. M. S.; 3 GAZZETTA, S. L. G. G.; 4 COSTA, R. D, D. C.;

5DUARTE, K. M. R.

1Instituto de Zootecnia APTA, SAA, CPGRA([email protected]), 2 Instituto de Zootecnia APTA, SAA,

CPZD ([email protected]), 3 Instituto de Zootecnia APT, SAA, CPGRA ([email protected]), 4Instituto

de Zootecnia APTA, SAA,CPZD ([email protected]), 5 Instituto de Zootecnia APTA,

SAA,CPGRA([email protected])

A toxoplasmose, uma das zoonoses mais comuns do mundo é causada pelo Toxoplasma gondii de forma congênita ou

adquirida pelo consumo de alimentos contaminados com os cistos do parasita, principalmente carnes cruas ou mal cozidas.

Em humanos, a toxoplasmose pode causar danos irreversíveis em pacientes imunocomprometidos e está associada com

distúrbios comportamentais como esquizofrenia e deficit de atenção. Mulheres gestantes que adquirirem a doença podem

apresentar aborto ou nascimento de crianças com cefalites ou cegueira. Em ovinos, a doença pode causar desordens

reprodutivas e gerar diversos problemas econômicos, uma vez que a produção de ovinos possui forte impacto na economia

mundial. Além disso, ovinos, são transmissores potenciais da toxoplasmose, pois cistos do parasita podem ser encontrados

nos tecidos destes animais por longos períodos. O diagnóstico da presença de anticorpos contra o parasita em ovinos é

necessário para que não ocorram prejuízos economicos e de saúde pública. O ELISA ou ensaio imunoenzimático, é uma

técnica baseada na reação antígeno- anticorpo, que possui alta sensibilidade e especificidade. O objetivo deste trabalho

foi avaliar a frequência de toxoplasmose em ovinos das raças Santa Inês e Morada Nova do Instituto de Zootecnia de

Nova Odessa, através de kit comercial de ELISA (Toxoplasma gondii antibody test kit – Idexx). Foram coletadas em tubo

seco, 134 amostras de soro de ovinos por punção da veia jugular. O resultado foi obtido comparando-se a densidade ótica

(DO) das amostras com a DO do controle positivo, através de leitor de microplaca à 450 nm.Foram encontrados 27

animais positivos, com DO maior ou acima de 100% do controle positivo para presença do anticorpo de Toxoplasma

gondii (20% do rebanho) e 106 animais negativos, com DO menor que 20% da leitura do positivo (80% do rebanho

restante). O ELISA mostrou ser um teste confiável e de fácil execução e utiliza uma pequena quantidade de soro para o

teste, permitindo que uma única amostra do animal possa ser utilizada para outras finalidades, evitando o estresse do

manejo. Embora a frequência de toxoplasmose encontrada neste rebanho esteja abaixo da média de outros estados

brasileiros, deve-se incentivar programas de monitoramento da toxoplasmose, principalmente em animais de produção,

cujo produto (carne ou leite) pode tornar o consumidor hospedeiro e portador do parasita.

Palavras-chave: Toxoplasma gondii 1; ELISA 2; Santa Inês 3; Morada Nova 4; Ovinos 5

Agradecimentos: Idexx do Brasil e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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EFEITO DA CONTAMINAÇÃO POR Lactobacillus SOBRE A VIABILIDADE CELULAR

DE Sacchatomyces cerevisiae QUANTO AO PROCESSO DE FERMENTAÇÃO

ALCOÓLICA INDUSTRIAL

1FLORÊNCIO JR.O.; 2CHRISTOFOLETI-FURLAN, R.M.; 3DELBAJE, E.; 4SILVELLO, C.;

5VARIZE, C.S.; 6MIRANDA, E.S.; 7BASSO, L.C.

1ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 2ESALQ/USP - Escola

Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 3ESALQ/USP - Escola Superior de

Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 4ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz

de Queiroz” ([email protected]), 5ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

([email protected]), 6ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz” ([email protected]), 7ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz” ([email protected])

Na fermentação alcoólica, os açúcares fermentescíveis presentes no mosto são convertidos em etanol por ação de

leveduras do gênero Saccharomyces cerevisiae. Porém, a falta de assepsia das destilarias somadas a má qualidade da

matéria-prima, contribuem para introdução de microrganismos contaminantes no processo, destacando a presença de

bactérias do gênero Lactobacillus. Estas estão relacionadas a inconvenientes como a produção de metabólitos

indesejáveis, competição por nutrientes e fontes de carbono, impactando a viabilidade celular da levedura, que somado a

outros fatores levam a queda no rendimento fermentativo. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento

antagônico de leveduras e bactérias no ambiente fermentativo, assim como o impacto que a presença da contaminação

bacteriana exerce sobre a viabilidade celular, sobretudo na produção de etanol. Para tanto, experimentos foram realizados

simulando tanto quanto possível as condições de fermentação alcoólica industrial com reciclo celular, onde a assepsia

total é inexistente. Este foi dividido em dois tratamentos: um com fermentações contaminadas à ordem de 108

bactérias/mL (acentuada infecção), e outro com contaminação representada na ordem de <4,55x105 bactérias/mL (nível

mínimo de contaminação). Ao final de cada ciclo fermentativo foram realizadas analises microbiológicas quanto aos

níveis de contaminação bacteriana e viabilidade celular de leveduras, ambas por microscopia óptica. Desta feita observou-

se que a contaminação bacteriana se reduziu de 3,1x108 para 1,35x108 em 4 ciclos fermentativos nas amostras com

acentuada contaminação devido a ação antibacteriana da própria fermentação (etanol produzido pela levedura além do

tratamento com ácido sulfúrico), nestas condições houve a redução de viabilidade da levedura em 8%, enquanto na

“ausencia” da bactéria a viabilidade da levedura se mostrou praticamente constante. Sendo assim a soma dos vários

estresses que a levedura foi submetida quando na presença de Lactobacillus, de modo geral resultou na queda de

aproximadamente 2,5% do rendimento fermentativo, assim como a queda no teor de biomassa de levedura em 8,1% em

média, demonstrando um nível de crescimento aproximadamente 4 vezes menor nos tratamentos com severa

contaminação.

Palavras-chave: Contaminação bacteriana; Viabilidade celular; Fermentação.

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EFEITO DE DIFERENTES SUBSTRATOS SOBRE O CRESCIMENTO E ATIVIDADE

INVERTÁSICA DE MICRORGANISMOS CONTAMINANTES DO PROCESSO DE

PRODUÇÃO DE ETANOL

1ALMEIDA, A. R.; BASSI, 2A. P. G.; 3REIS, V. R.; 4PARALUPPI, A. L.; 5CECCATO-

ANTONINI, S. R.

1 Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural, Centro de Ciências Agrárias, Universidade

Federal de São Carlos-Campus de Araras ([email protected]), 2 Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de

Alimentos, ESALQ/USP([email protected]), 3 Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos,

ESALQ/USP([email protected]), 4 Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural,

Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de São Carlos-Campus de Araras ([email protected]), 5Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural, Centro de Ciências Agrárias, Universidade

Federal de São Carlos-Campus de Araras ([email protected])

No Brasil a fermentação etanólica utiliza habitualmente como substratos o caldo de cana-de-açúcar e melaço, ambos ricos

em nutrientes, porém, com efeitos diferentes sobre o crescimento e fermentação das leveduras. O presente trabalho teve

por objetivo avaliar o efeito dos substratos caldo e melaço sobre o crescimento e a atividade invertásica associada às

células de leveduras Saccharomyces cerevisiae contaminantes da fermentação etanólica (linhagens 7, 36 e 52,

apresentando colônias rugosas e células em pseudohifas) em comparação com a linhagem industrial S. cerevisiae PE-2

(colônia mucosa, células dispersas). Foi avaliado o perfil de crescimento das linhagens em melaço e caldo 4° Brix ao

longo do tempo de cultivo, utilizando-se frascos erlenmeyers de 250 mL contendo 100 mL de meio de cultura. Os frascos

foram mantidos a 30oC, 160 rpm de agitação, por 24 horas, sendo retiradas amostras para avaliação do crescimento das

leveduras por plaqueamento em meio YPD. A análise da atividade invertásica foi realizada segundo *Silveira et al. (1996).

A linhagem industrial PE-2 cresceu de forma similar em caldo e melaço, atingindo o pico de crescimento em 9 horas. As

linhagens rugosas apresentaram crescimento similar em caldo e melaço somente nas primeiras horas de cultivo, a seguir,

o número de UFC/mL aumentou mais em melaço do que em caldo. A atividade da invertase foi maior em caldo do que

em melaço para a linhagem industrial PE-2, cerca de 3,5 vezes superior. Para as linhagens rugosas 52 e 36, a atividade da

invertase também foi maior em caldo, porém a diferença em relação ao melaço foi menor do que para a linhagem PE-2

(1,7 e 1,3 vezes, respectivamente). A linhagem rugosa 07 apresentou maior atividade invertásica em melaço. Como as

linhagens rugosas apresentam uma atividade invertásica inferior à da linhagem industrial em caldo, é de se esperar que

cresçam melhor em melaço do que em caldo de cana pela maior disponibilidade de açúcar redutor livre, como os

resultados mostraram. No entanto, a linhagem industrial PE-2 apresentou a menor atividade da enzima em melaço em

comparação com as outras linhagens. A atividade invertásica foi influenciada tanto pelo tipo de substrato quanto pela

linhagem de S. cerevisiae utilizada.

*SILVEIRA, M.C.F.; CARVAJAL, E.; BOM, E.P.S. Assay for in vivo yeast invertase activity using NaF. Analytical

Biochemistry, v.238, p.26-28, 1996

Palavras-chave: invertase; substrato; caldo; melaço; S. cerevisiae.

Agradecimentos: CNPQ/PIBIC, FAPESP (auxilio a pesquisa 2011/17928-0).

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EFEITO DO TRATAMENTO CELULAR BASEADO EM BAIXO pH E ADIÇÃO DE

ETANOL PARA O CONTROLE DE LEVEDURAS SaccharomycescerevisiaeNATIVAS E

LactobacillusfermentumNA FERMENTAÇÃO ETANÓLICA

1CERRI, B.C.; 2REIS, V.R.;3BASSI, A.P.G.;4PARALUPPI, A.L.;5CECCATO-ANTONINI, S.R.

1Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural, Centro de Ciências Agrárias, Universidade

Federal de São Carlos-Campus de Araras(bia.0308@hotmóail.com) 2Ps-graduação em Ciência e Tecnologia de

Alimentos, ESALQ/USP([email protected]),23 Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos,

ESALQ/USP([email protected]), 4 Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural, Centro

de Ciências Agrárias, Universidade Federal de São Carlos-Campus de Araras([email protected]), 5Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Sócio-Economia Rural, Centro de Ciências Agrárias, Universidade

Federal de São Carlos-Campus de Araras([email protected])

Uma das principais preocupações na indústria sucro-alcooleira é combater os microrganismos contaminantes. Estudos

mostraram que o tratamento do fermento em solução ácida com etanol pode controlar o crescimento de leveduras

Dekkerabruxellensis, importantes contaminantes da fermentação etanólica (Bassiet al. 2013)*. Desta forma, objetivou-se

o estudo do efeito do tratamento ácido (pH 2,0) + etanol (13% v/v) sobre a fermentação em batelada com reciclo conduzida

pela linhagem de Saccharomycescerevisiaeindustrial (PE-2) contaminada ou com uma levedura nativa S. cerevisiae que

apresenta colônia rugosa e células em pseudohifas (linhagem 52, da Usina Santa Adélia) ou pela bactéria

LactobacillusfermentumCCT5852 (ATCC 19255), em caldo de cana. O tratamento celular utilizado entre os ciclos

fermentativos causou redução significativa da eficiência fermentativa comparando-se a fermentação contaminada e não

contaminada com a levedura rugosa, além de uma grande sobra de açúcar no meio fermentativo. A população da rugosa

se manteve ao longo dos ciclos e não foi afetada pelo tratamento celular, o qual foi eficiente para controlar a contaminação

por L. fermentum, de forma que não houve prejuízo à fermentação pelo efeito dessa contaminação. Ao final do 1º. ciclo

fermentativo, antes do tratamento celular, verificou-se o efeito da contaminação pela bactéria, pois houve diferença na

produção de etanol em relação à fermentação não contaminada. Ao longo dos ciclos seguintes, com a utilização do

tratamento celular, verificou-se um aumento progressivo na produção de etanol, com a morte das bactérias, a qual deve

ter sido responsável pela queda significativa no número de colônias da levedura PE-2 ao final do 3º. ciclo fermentativo.

Ao final do 6º. ciclo fermentativo, o número de células foi recomposto ao valor inicial. A contaminação por leveduras

nativas S. cerevisiae é muito frequente, de difícil manejo e tem implicações no rendimento fermentativo. Há necessidade

de procurar formas de evitar o prejuízo à fermentação quando essas leveduras estão presentes

*BASSI, A.P.G.; SILVA, J.C.G.; REIS, V.R.; CECCATO-ANTONINI, S.R. Effects of single and combined cell

treatments based on low pH and high concentrations of ethanol on the growth and fermentation of

Dekkerabruxellensis and Saccharomyces cerevisiae. World J. Microbiol. Biotechnol., v.29, p.1661-1676, 2013.

Palavras-chave: Fermentação, Tratamento, Leveduras rugosas, Bactérias

Agradecimentos:FAPESP (auxilio a pesquisa 2011/17928-0 e bolsa 2012/18082-0).

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Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil

90

EFICIÊNCIA DA MARCAÇÃO DE Burkholderia ambifaria, COM GFP (Green Fluorescent

Protein) PARA MONITORAMENTO EM PLANTAS

1TSCHOEKE, B. A. P.; 2FERRARI, A. F.; 3QUECINE-VERDI, M.C..

1ESALQ – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 2Unimep - Universidade

Metodista de Piracicaba([email protected]), 3ESALQ – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

([email protected])

Algumas espécies de Burkholderia têm demonstrado ser muito eficientes no controle biológico, na biorremediação, e na

promoção de crescimento vegetal. Estudos sobre as bactérias deste gênero habitantes da rizosfera mostram que algumas

são capazes de fixar nitrogênio, solubilizar fosfato, produzir ácido-indol-acético e sideróforos. Atualmente, são

conhecidas várias opções de marcadores a partir de proteínas fluorescentes, que podem ser utilizadas para o

monitoramento de microrganismos, sendo a GFP (Green Fluorescent Protein) bastante empregada para estudos que

pretendem entender os sítios de colonização bacteriana nos tecidos da planta, bem como a interação microrganismo-

planta. O presente trabalho teve como objetivo obter B. ambifaria, RZ2MS16, rizobactéria isolada da rizosfera do guaraná

e conhecidamente promotora de crescimento de mlho, soja e cana-de-açúcar.. Para marcação foi utilizado oplasmídeo

pNKGFP, que possui como característica ser integrativo e possui, além do gene da GFP, o gene de resistência à

canamicina. A bactéria foi transformada por eletroporação.. A eficiência da transformação foi 55 transformantes/μg de

DNA (Gene Pulser, BioRad - 2,5 kV, 25 F, 400 , cubetas de 0,2 cm). Por meio de o Southern Blot, foi observado o

número de inserções do plasmídeo no genoma da bactéria. Os resultados obtidos com este estudo mostraram que os

mutantes selecionados foram realmente transformados, com um número de inserção que variou de um a quatro. Os

mesmos tiveram seu crescimento in vitro analisado, sendo observado que apesar da variação no número de inserções, os

mutantes tiveram crescimento similar à bactéria selvagem. Um dos mutantes será escolhido para a realização do

monitoramento da bactéria nos tecidos de plantas, a partir de microscopia de ótica de fluorescência e qPCR, para entender

melhor a interação bactéria-planta.

Palavras-chave: pNKGFP; Eletroporação; rizobactéria.

Agradecimentos: CAPES

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ELABORAÇÃO DE LEITE FERMENTADO POR BACTÉRIAS ISOLADAS DA REGIÃO

DO SEMIÁRIDO BAIANO COM SABOR DE FRUTAS EXÓTICAS ENCONTRADAS

NESTA REGIÃO.

¹COSTA, M. F.; ²PAULO E. M.; ³JESUS, D. S. S.; 4CARNEIRO, F. S.

¹UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected]), ² UEFS - Universidade

Estadual de Feira de Santana ([email protected]), ³ UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana

([email protected]), 4 UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected])

O leite fermentado é um dos alimentos que vem ganhando destaque no mercado de alimentos funcionais, além de

contribuir para a nutrição básica. Os leites probiótico relacionados com as bactérias láticas trazem relevantes benefícios

à saúde do indivíduo, como por exemplo, o equilíbrio microbiano intestinal e a diminuição das bactérias patogênicas. A

espécie utilizada, Streptococcus thermophilus, LCMH 1, pertence ao grupo de bactérias láticas e são utilizadas pelas

indústrias de laticínios na produção de iogurte, leite fermentado, queijos e diversos derivados lácteos, devido às suas

características benéficas ao organismo humano. Diante do exposto, este trabalho objetiva a elaboração de leites

fermentados pelo Streptococcus thermophilus, LCMH 1, adicionados de frutas exóticas (maracujá da caatinga, umbu e

jaca) provenientes da região do semiárido baiano. Esta linhagem foi isolada do leite de cabra de um criadouro da região

de Feira de Santana. Primeiramente foi realizada a ativação da bactéria no caldo DE MAN, ROGOSA e SHARPE – MRS,

posteriormente realizou-se a centrifugação do meio e o micro-organismo concentrado foi inoculado em 2L do leite em pó

desnatado reconstituído, sendo encubado a 30°C. Em seguida o leite fermentado foi homogeneizado com as respectivas

polpas de frutas, acrescidos de açúcar. Na análise sensorial foram avaliados os atributos cor, sabor, aroma e textura e a

aceitação do leite fermentado com a intenção de compra. Os resultados dos provadores contendo 41 participantes

mostraram que houve um maior aceite do leite fermentado com sabor umbu em 66%, seguido pelo sabor de maracujá da

caatinga com 17% e por ultimo o sabor jaca com 10%. Dentre os 7% restantes houve um aceite por igual dos sabores

maracujá e umbu. Portanto, pode-se inferir que o semiárido baiano possui uma diversidade de micro-organismos que

poderá ser utilizado na elaboração de diferentes produtos biotecnológicos.

Palavras-chave: bactéria lática; cultura starter; leite fermentado.

Agradecimentos: CNPq

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ESTUDO DA ESTABILIDADE DE LIPASE DE Penicillium sect. Gracilenta CBMAI 1583

NA PRESENÇA DE EMULSIFICANTES E SURFACTANTES

TURATI, D. F. M.; CARMONA, E. C.

UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Campus de Rio Claro – SP

([email protected]; [email protected])

As lipases (triacilglicerol acil hidrolases, E.C. 3.1.1.3) constituem uma classe de enzimas que catalisam a hidrólise de

ligações ésteres dos triacilgliceróis, operando na interface óleo/água. As lipases microbianas apresentam grande interesse

em biotecnologia e em síntese orgânica, sendo utilizadas na produção de detergentes, nas indústrias de papel e celulose,

de laticínios, de cosméticos, entre outras. Os emulsificantes e surfactantes são muito utilizados em estudos com lipases:

auxiliam na dispersão de substratos altamente hidrofóbicos dos meios de cultura para produção destas enzimas e dos

meios reacionais dos ensaios enzimáticos; e são empregados nos processos de purificação e na tentativa de inibir o

comportamento de agregação dessas enzimas. Conhecer o efeito de detergentes sobre a estabilidade de lipases também é

importante para sua aplicação na indústria de detergentes. No presente trabalho, a estabilidade da lipase presente no

filtrado de cultura foi avaliada na presença de 0,5, 1,0 e 5,0 % (v/v) de goma arábica, deoxicolato de sódio, SDS, Triton

X-100, Tween 20 e Tween 80, após 1 h de incubação a 25 °C. A atividade enzimática foi determinada pela liberação do

íon p-nitrofenol a partir da hidrólise do substrato sintético p-nitrofenil palmitato. Agentes aniônicos afetaram

negativamente a enzima, com atividade residual de apenas 2,5 % com 1 % de deoxicolato de sódio e nenhuma atividade

foi detectada com SDS. Para os agentes não iônicos, um padrão interessante de estabilidade foi observado: leve queda na

atividade com 0,5 % dessas substâncias; seguida de ativação na concentração de 1 %, com destaque para Triton X-100

no qual a lipase apresentou 115,2 % de atividade em relação ao controle; e, por fim, nova queda com 5 % dessas

substâncias. Este padrão de ativação seguido de inibição com o aumento da concentração de detergentes não iônicos está

relacionado com o deslocamento do equilíbrio conformacional das lipases para a forma aberta. A ligação de moléculas

de detergente ao sítio ativo da enzima estabiliza a forma aberta, facilitando o acesso do substrato. A inibição ocorre

quando moléculas adicionais se ligam, no caso de concentrações elevadas de detergente, bloqueando o acesso do

substrato. Os resultados obtidos com este estudo se mostraram importantes para posterior purificação, caracterização e

aplicação desta enzima.

Palavras-chave: detergentes; Triton X-100; Tween; deoxicolato de sódio; dodecil sulfato de sódio.

Agradecimentos: FAPESP

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HIDRÓLISE ALCALINA DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR PARA PRODUÇÃO DE

XILANA

1FIGUEIREDO, F. C.; 2CARVALHO, A. F. A; 3OLIVA NETO, P.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 2 UNESP -

Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]) , 3 UNESP - Universidade

Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected])

Atualmente muitos estudos buscam o aproveitamento de materiais lignocelulósicos (MLCs) como fonte renovável para

produção de biocombustíveis e produtos alimentícios. Os MLCs são uma fonte rica em polissacarídeos, celulose e

hemicelulose, utilizados para o desenvolvimento de tecnologias na produção de álcool, xilose, xilitol, xilooligossacarídeos

(XOS). O bagaço de cana-de-açúcar é o MLC que mais se destaca no Brasil, com composição química por volta de 40%

de celulose e 25% de hemicelulose, sendo a xilana a principal hemicelulose. O objetivo deste trabalho foi otimizar a

hidrólise alcalina para produção de xilana e XOS. No experimento controle o bagaço foi hidratado em água a uma

temperatura de 60°C por 16h. Posteriormente, adicionou-se uma solução contendo 24% de KOH e 1% de NaBH2 em

banho a 35°C por 3h para a solubilização da hemicelulose. O bagaço foi filtrado e a xilana solubilizada foi precipitada

com o dobro de etanol e ácido acético. Foram realizados testes variando a porcentagem de KOH (5% e 10%) e aumentando

a temperatura de 35°C para 70°C. No experimento com 5% de KOH, a xilana foi precipitada com o mesmo volume de

etanol e ácido acético. O rendimento de hemicelulose foi calculado por peso seco e a porcentagem de lignina insolúvel

foi obtida pelo método de Klason. As cinzas totais foram obtidas a uma temperatura de 800°C por 5 horas. A porcentagem

de potássio foi realizada através das cinzas dissolvidas em HCl com posterior leitura em absorção atômica. No

experimento controle o rendimento de hemicelulose teve uma média de 27% com 15,97% de cinzas e 5,17% de lignina,

já nos experimentos com 5% de KOH a média de rendimento foi de 16,21% e a porcentagem de cinzas e lignina foi de

24,58% e 5,68% respectivamente. O experimento de 10% de KOH apresentou rendimento superior ao controle (28,51%)

e uma maior porcentagem de cinzas (18,72%) e lignina (8,99%). A alta porcentagem de cinzas do experimento de 5% de

KOH pode ser explicado pela precipitação com menos etanol comparado aos outros experimentos. Apesar do acréscimo

na extração de lignina e cinzas, o aumento de temperatura na hidrólise alcalina proporcionou uma maior eficiência na

extração de hemicelulose, possibilitando uma redução na quantidade de KOH de 24% para 10%, tornando-se um processo

mais econômico.

Palavras-chave: Hemicelulose; Rendimento; Hidrólise Alcalina.

Agradecimentos: CAPES

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HIDRÓLISE ENZIMÁTICA DO BAGAÇO DE MANDIOCA POR AMILASES DE

Rhizopus oligosporus PARA OBTENÇÃO DE XAROPE DE GLICOSE

1GONÇALVES, L., G.; 2ESCARAMBONI, B.; 3OLIVA-NETO, P.

1Universidade Estadual Paulista UNESP-IB Rio Claro-SP ([email protected]), 2Universidade Estadual

Paulista UNESP- Assis-SP ([email protected]), 3Universidade Estadual Paulista UNESP- Assis-SP

([email protected])

Amilases são enzimas pertencentes à classe das hidrolases e promovem a hidrólise do amido e seus derivados, liberando

monômeros de glicose. Elas têm sido muito utilizadas pelas indústrias têxteis, alimentícias, químicas, entre outras.

Estudos destacam a capacidade de fungos do gênero Rhizopus em hidrolisar amido mediante a produção de amilases para

obtenção de xarope de glicose. O bagaço de mandioca é um resíduo agroindustrial resultante do processo de extração da

fécula de mandioca, composto por 63% de amido e 36% de fibras. Pesquisas sobre produção de xarope de glicose e etanol

são realizadas buscando uma finalidade para esse resíduo. Este trabalho teve como objetivo comparar a produção de

glicose obtida pela hidrólise enzimática do amido presente no bagaço de mandioca em concentrações diferentes. Foram

preparadas duas soluções de bagaço de mandioca, uma a 5% (m/v) e outra a 10% (m/v), e gelatinizadas em tampão acetato

0,05 M, pH 5,5. A hidrólise ocorreu pela incubação do substrato com o extrato enzimático na proporção de 1,2 U/mL de

solução reacional na temperatura de 55°C. O extrato enzimático foi obtido por fermentação em estado sólido do fungo R.

oligosporus. Durante a hidrólise, foram retiradas amostras nos tempos: 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 horas. O produto foi analisado

quanto ao teor de açúcar redutor determinado por espectrofotometria e expresso em porcentagem como rendimento da

conversão de massa de amido em açúcar redutor. O maior teor de glicose observado foi de 3,44% com substrato na

concentração de 10% em 10 h de reação, já na concentração de 5% o máximo obtido foi de 1,82% em 8 h de reação. Com

5% de substrato a concentração de glicose se estabilizou após 8 h de hidrólise com 36% de rendimento em massa. Já a

taxa de conversão com 10% de substrato foi crescente até 10 h de reação, com um rendimento de 34%. Considerando que

63% de bagaço de mandioca é composto por amido, a taxa de conversão da porção amilolítica do bagaço em açúcar

redutor foi de 57 e 54% de rendimento em massa de amido para as reações de hidrólise com 5 e 10% de substrato,

respectivamente. De acordo com os rendimentos obtidos, visando o escalonamento deste bioprocesso para aproveitamento

de um resíduo agroindustrial e obtenção de um hidrolisado concentrado, o bagaço de mandioca na concentração de 10%

apresentou maior viabilidade como substrato na produção de xarope de glicose.

Palavras-chave: Hidrólise enzimática; bagaço de mandioca; Rhizopus oligosporus; amilases; xarope de glicose.

Agradecimentos: Às agências financiadoras Capes e Fapesp.

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IDENTIFICAÇÃO DA SURFACTINA POR MALDI-TOF-MS PRODUZIDA

COM MEIO DE CULTURA OTIMIZADO COM MANIPUEIRA,

SORO DE LEITE E CARVÃO ATIVADO

1ANDRADE, C. J.; 1BARROS, F. F. C.; 2ANDRADE, L. M., 1PASTORE, G. M.

1Rua Monteiro Lobato, número 80, CEP 13083-862 – UNICAMP – Departamento de Ciência de Aliementos –

laboratório de Bioaromas – Campinas/SP-Brazil - ([email protected]); 1([email protected]); 2Cidade

Universitária – USP/SP, escola politécnica – semi-industrial ([email protected]); 1

([email protected])

Atualmente as indústrias buscam processos ambientalmente corretos. Uma alternativa é a substituição de produtos

químicos por aqueles obtidos a partir de processos biotecnológicos, e.g surfactantes por biossurfactantes (BS). BS são

compostos anfifílicos, principalmente, de origem microbiana. BS têm aplicações potenciais dentro de vários tipos de

indústrias, uma vez que, em comparação aos equivalentes sintéticos, apresentam menor toxicidade, maior

biodegradabilidade, etc. O objetivo deste trabalho foi identificar as isoformas de surfactina por análises de MALDI-TOF-

MS produzidas com o meio de cultura ((g.L-1) manipueira 74, soro de leite 27,70 e carvão ativado 25) otimizado

(previamente identificado e escalonado em biorreator-7.5L) para a produção de surfactina. A espuma recolhida durante o

processo fermentativo foi centrifugada (104g) e o sobrenadante acidificado (pH 2), o precipitado foi coletado, alcalinizado

(pH 7), nomeado BS bruto e usado para as análises de MALDI-TOF-MS. A solução de BS bruto foi analisada com a

técnica de preparação dried-droplet. 1µL da solução de BS foi colocada sobre a placa de aço polido (modelo-384-Bruker

Daltonics) e seca em temperatura ambiente. Então, 1µL de ácido α-ciano-4-hidroxicinamico (saturado) em acetonitrila-

metanol-água (1:1:1) foi adicionado sobre a amostra. Análises de MALDI-TOF-MS foram realizadas com espectrômetro

de massa UltrafleXtreme MALDI-TOF-MS em modo de refração e aceleração 22,5kV. O espectro de massas foi adquirido

entre 700-3500(m/z) a partir da geração de íons produzidos com laser SmartbeamTM em frequência de 200Hz, lente de

7kV. A supressão da matriz foi estabelecida para 500Da e o espectro de massa gerado pela média de 1500 disparos de

laser. A calibração externa foi realizada de acordo com o padrão de peptídeos (Bruker Daltonics, Bremen, Germany).

Nesta pesquisa foram observados 16 picos que podem ser relacionados à produção de surfactina, que por sua vez foram

observados em 3 aglomerações (i) 1065-1068; (ii) 1080-1086 e (iii) 1093-1100m/z.

Palavras-chave: Bacillus subtilis; surfactina; MALDI-TOF.

Agradecimentos: FAPESP (2011/22776-5).

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IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS LÁTICAS DE PRODUTOS VEGETAIS

PROVENIENTE DA REGIÃO DO SEMIÁRIDO BAIANO, COM POTENCIAL PARA A

PRODUÇÃO DE PRODUTOS LACTEOS E ALCÓOLICOS

¹OLIVEIRA, A. P.; 2PAULO, E. M.; 3SANTIAGO, I.; 4SANTIGAGO, F.;

1Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected]), 2Universidade Estadual de Feria de Santana

([email protected]), 3Universidade Estadual de Feria de Santana ([email protected]) 4Universidade Estadual de Feria de Santana ([email protected])

A região do semiárido baiano é considerada um ambiente extremófilo, contendo uma vasta biodiversidade de micro-

organismos. Dentre eles destacam-se os micro-organismos pertencentes ao grupo das bactérias do ácido lático (BAL).

Estas possuem potencial biotecnológico de grande interesse industrial. O presente trabalho utilizou a taxonomia polifásica

para a identificação de Bactérias Láticas. Foram utilizados o caldo de cana, a uva e a maçã como substratos para

isolamento das BAL. O isolamento das BAL procedeu-se de acordo com Paulo (2010), onde foi utilizado o meio DE

MAN, ROGOSA e SHARPE - MRS. Inicialmente realizaram-se testes preliminares de identificação de bactérias láticas

que consistiu em: coloração de Gram, teste da catalase e redução do nitrato a nitrito. Em seguida, realizaram-se alguns

testes de caracterização bioquímica dos isolados: produção de gás a partir da glicose; lactofermentação a 15ºC, 35ºC e

45ºC; tolerância bacteriana ao cloreto de sódio em diferentes concentrações (4%, 6% e 8%); produção de amônia a partir

da arginina; fermentação de diferentes carboidratos. Todos os testes foram realizados em triplicatas. A caracterização

molecular foi realizada através do sequenciamento do gene 16S. Para tal, procedeu-se a extração de DNA, Reação em

Cadeia de Polimerase (PCR) e Eletroforese. As amostras obtidas foram sequenciadas no GenBank pelo programa BLAST.

Fenotipicamente as cepas foram identificadas pertencentes aos gêneros Leuconostoc, Lactococcos e Lactobacillus, no

entanto, na identificação molecular foi encontrada alta similaridade destes isolados para as bactérias pertencentes aos

gêneros Acetobacter e Staphylococcus. O gene 16S rRNA é uma região altamente conservada entre diferentes espécies

de bacteria e archaea. Por ser um primer universal pode ter acontecido o fragmento de DNA extraído das bactérias láticas

possuírem sequências de nucleotídeos de alta similaridade com as espécies encontradas. Por terem sido confirmadas

pelos testes fenotípicos comparadas com cepas ATTCC padrão, as linhagens de bactérias do ácido lático isoladas dos

substratos provenientes do semiárido baiano já estão sendo testadas na elaboração de diversos produtos lacteos e

alcóolicos. Necessitando, porém que sejam devidamente identificadas pelo método molecular, com construção de primers

específicos para o grupo das BAL.

Palavras-chave: Bactérias Láticas; semiárido baiano; bioprospecção.

Agradecimentos: FAPESB.

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IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS PRESENTES NA SILAGEM DE GRÃO DE MILHO

REIDRATADO

1SOUZA, T. R. ; 2REIS, C. B. ; 3LOPES, N. M. ; 4ÁVILA, C.L.S

1UFLA - Universidade Federal de Lavras [email protected]; 2UFLA - Universidade Federal de Lavras

[email protected] 3UFLA - Universidade Federal de Lavras [email protected] 4UFLA -

Universidade Federal de Lavras [email protected]

O grão de milho é o principal cereal energético para a alimentação de bovinos no Brasil. Entretanto, o milho brasileiro,

diferentemente do milho farináceo cultivado no resto do mundo, tem endosperma duro de alta vitreosidade, sendo este de

baixa digestibilidade. Uma forma de contrapor o efeito negativo da textura dura do endosperma, sobre a digestibilidade

do amido, em grãos no estágio maduro de maturação seria a moagem, reidratação e ensilagem do grão. O perfil

fermentativo da massa ensilada é responsável pela qualidade do alimento. O objetivo deste estudo foi quantificar, isolar

e purificar bactérias oriundas de silagem de grão de milho reidratato, visando o conhecimento do seu perfil

microbiológico. Amostras da silagem de milho reidratado foram obtidas de silos trincheiras com aproximadamente 10

meses de fermentação, no munícipio de Lavras, MG. O pH, temperatura e teor de matéria seca da silagem fora

mensurados. Amostra composta de 25g foi diluída em 225mL de água peptona 0,1% e agitadas no homogeneizador

“Stomacher” por 3 minutos. A partir do extrato obtido foram feitas diluições seriadas e o plaqueamento em superfície. A

contagem de bactérias foi realizada nos meios MRS Agar (de Man, Rogosa e Sharpe) e incubados a 28°C por 48 horas.

Após a purificação das bactérias isoladas, foram realizados testes de coloração de Gram, motilidade, catalase, produção

de gás e presença de esporos. A silagem apresentou pH 3,57, temperatura de 27°C e o teor de matéria seca de 37%. A

população de bactérias no meio MRS foi de 2,95 log UFC/g, sendo que 73,33% foram identificados

como Lactobacillus spp homofermentativos. 26,77% dos isolados que cresceram no meio MRS produziram esporos e

foram identificados com Bacillus cereus. A população de Lactobacillus foi semelhante à comumente encontrada em

silagem da planta inteira de milho. Bacillus são microrganismos indesejáveis em silagens. Estudos mais específicos sobre

o perfil fermentativo de silagens de grão de milho moído reidratado são necessários.

Palavras-chave: Grão de milho, Silagem, Perfil microbiológico.

Agradecimentos: FAPEMIG, CNPq e CAPES

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IMMOBILIZATION AND STABILIZATION OF Selenomonas ruminantium

β-XYLOSIDASE FOR XYLOSE PRODUCTION

TERRASAN, C. R. F.1*, TERRONE, C. C.3, ARAGON, C. C.1, MASUI, D. C.1, PESSELA, B. C.2,

FERNANDEZ-LORENTE, G.2, CARMONA, E. C.3, GUISAN, J. M.1

1Departamento de Biocatálisis, Instituto de Catálisis y Petroleoquimica (ICP), Consejo Superior de Investigaciones

Científicas (CSIC). Campus Universidad Autónoma de Madrid (UAM), Cantoblanco, 28049, Madrid, Spain.

([email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]). 2Departamento

de Biotecnología y Microbiología de Alimentos, Instituto de Investigación en Ciencias de los Alimentos (CIAL),

Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC). Campus Universidad Autónoma de Madrid (UAM),

Cantoblanco, 28049, Madrid, Spain. ([email protected]; [email protected]). 3Biochemistry and Microbiology

Department, Biosciences Institute, Univ Estadual Paulista - UNESP. PO 199, 13506-900, Rio Claro, SP, Brazil.

([email protected]; [email protected]).

The β-xylosidase from the ruminal anaerobic bacterium Selenomonas ruminantium is a very well characterized enzyme,

corresponding to a bifunctional β-D-xylosidase/α-L-arabinofuranosidase glycoside hydrolase belonging to family 43 (GH

43) and structural clan F in the CAZy database. The enzyme is a homotetramer in solution, with MW of approximately

60 kDa for each subunit. Due to its efficient catalysis properties for xylooligosaccharides hydrolysis, its arabinofuranoside

function for cleaving arabinose side-chains from arabinoxylooligosaccharides and its stability, the enzyme present high

potential for application in industrial processes. Enzyme immobilization poses as a possibility to improve the

characteristics of an enzyme in terms of stability, stabilization and catalysis, as well as for processes improvement since

it allows the reuse of the biocatalyst for many operational cycles. The aim of this study was to immobilize the β-xylosidase

from Selenomonas ruminantium by multipoint covalent immobilization, verify some physicochemical properties of the

immobilized enzyme and also evaluated the performance of the biocatalyst on the hydrolysis of xylooligosaccharides

from different origins. The enzyme could be easily immobilized by multipoint covalent attachments on highly activated

glyoxyl agarose gels. Initial immobilization achieved only slight stabilization since involvement of all enzyme subunits

was not achieved. Coating the derivative with aldehyde-dextran or polyethylenimine fully stabilized the enzyme

quaternary structure, rendering much more stabilization. Derivative coated with PEI (MW 1,300) is the most stable one

exhibiting an interesting half-life of 10 days at pH 5.0 and 50 ºC, being, therefore, 240-fold more stable than free enzyme.

Optimal activity was observed in the pH range 4.0-6.0 at 55 °C. Xylose release was observed from the hydrolysis of

xylooligosaccharides obtained from Cannabis spp and beechwood xylans. Decrease in the rate of xylose release was

observed by increasing xylooligosaccharide chain-length. The elevated thermostability and the stability after various reuse

cycles (full retention of its activity after five cycles), increase the applicability of this biocatalyst in biotechnological

processes, as for the degradation of lignocellulosic biomass in order to obtain xylose monosaccharide.

Keywords: β-xylosidase; Selenomonas ruminantium; enzyme immobilization; enzyme stabilization,

xylooligosaccharides hydrolysis

Acknowledgments: This work was partially sponsored by the Spanish Ministry of Science and Innovation (Project BIO-

2012-36861). C.R.F.T. gratefully acknowledges to CAPES/Ministry of Education, Brazil, through the Program Science

Without Borders for the postdoctoral scholarship.

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INFLUÊNCIA DA GRANULOMETRIA DO SABUGO DE MILHO

NA PRODUÇÃO DE XILANASE POR Aspergillus sp

1NASCIMENTO, J. M. F.; 2TERRONE, C. C.; 3TERRASAN, C. R. F.;

4ALMEIDA, A. F.; 5CARMONA, E.C.

1Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro ([email protected]); 2Universidade Estadual Paulista–

UNESP – Rio Claro([email protected]); 3Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro

([email protected]); 4Universidade Federal do Tocantins – UFT – Gurupi ([email protected]); 5Universidade Estadual Paulista– UNESP – Rio Claro ([email protected]).

A parede celular vegetal é composta principalmente por celulose, hemicelulose e lignina. A principal classe de

hemicelulose encontrada em resíduos agroindustriais é o xilano, cuja cadeia principal pode ser hidrolisada por xilanases.

Estas enzimas podem ser aplicadas na conversão de material lignocelulósico para produção de biocombustíveis, na

produção de ração animal, no branqueamento da polpa de papel, bem como nas indústrias têxteis e de alimentos, dentre

outras. A linhagem de Aspergillus sp utilizada neste trabalho foi isolada de solo de uma lagoa salina e alcalina do Pantanal

Matogrossense na região da Nhecolândia, sendo a produção de xilanase inicialmente avaliada em meio contendo xilano

como única fonte de carbono. A partir desse resultado inicial, foi então avaliada a produção de xilanase em subprodutos

e em resíduos agroindustriais, sendo que as maiores atividades ocorreram nos cultivos contendo sabugo de milho triturado

como fonte de carbono. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da granulometria do sabugo de milho sobre a

produção de xilanase por esta linhagem fúngica. Para isto a referida linhagem foi cultivada em meio líquido de Vogel

suplementado com sabugo de milho com granulometrias de 200 – 45, 45 – 18, 13 – 10 e maiores que 10 mesh. Os cultivos

foram realizados a 40 ºC por 7 dias e em seguida as culturas foram filtradas a vácuo e o filtrado foi utilizado como fonte

de enzimas extracelulares. A atividade xilanase foi determinada a 50 ºC, utilizando-se como substrato xilano de bétula a

1,0% (m/v) em tampão Tris HCl 50 mM pH 7,0. Os açúcares redutores liberados foram quantificados com ácido

dinitrosalicílico. Cultivos com partículas maiores que 10 mesh apresentaram 10,8 U/mL de atividade xilanase, de 13 - 10

mesh 13,2 U/mL, de 45 - 18 mesh 20,2 U/mL e de 200 - 45 mesh 74,9 U/mL. A partir dos resultados obtidos, conclui-se

que a granulometria do resíduo empregado tem grande influência na produção dessa enzima, uma vez que valores de

atividade aproximadamente sete vezes maiores puderam ser verificados ao se empregar resíduos de menor granulometria.

Novos testes serão realizados para verificar a influência de outros fatores na produção de xilanases por este fungo, visando

à otimização deste processo, utilizando esse resíduo da agroindústria.

Palavras-chave: xilanases, produção de enzimas, resíduos agroindustriais, granulometria do substrato, Aspergillus sp

Agradecimentos: CNPq, CAPES.

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100

INFLUÊNCIA DA N-GLICOSILAÇÃO EM GLICOSIL HIDROLASES DA FAMÍLIA 3 DE

Aspergillus nidulans

1,2,aRUBIO,M. V.; 1,2,bZUBIETA, M. P.; 1,2,cCALZADO, F.; 1,dCONTESINI, F. J.;

1,3,eDÁMASIO, A. R. L.

1CTBE – Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, Campinas-SP; 2Instituto de Biologia,

UNICAMP, Campinas-SP;3IPBEN – Instituto de Pesquisa em Bioenergia, UNESP, Rio Claro-SP; [email protected];[email protected]; [email protected];[email protected];

[email protected]

A biomassa lignocelulósica, formada de celulose, hemicelulose e lignina, apresenta um grande potencial biotecnológico.

A conversão da biomassa envolve etapas como o pré-tratamento das matérias-primas, hidrólise enzimática da celulose e

da hemicelulose a açúcares fermentescíveis, e a fermentação desses açúcares a produtos de alto valor agregado. Para a

hidrólise enzimática, fungos filamentosos são alvos principais na busca dessas enzimas devido à grande produção e

secreção de maneira natural. Dentre os fungos filamentosos destaca-se a espécie Aspergillus nidulans, um organismo

modelo de estudos em genética e biologia celular. β-glicosidases (EC 3.2.1.21) e β-xilosidases (EC 3.2.1.37) são enzimas

prospectadas nesses organismos, pois atuam na degradação da biomassa vegetal, liberando os resíduos de açúcar das

cadeias de celulose e hemicelulose essenciais na geração dos produtos. A maioria das proteínas oriundas de organismos

eucariotos são N-glicosiladas, o que consiste em modificação co- ou pós-traducional pela adição de um oligossacarídeo

na proteína em formação permitindo atingir sua conformação e funcionalidade correta. A N-glicosilação está diretamente

relacionada com os processos de enovelamento, transporte intracelular, secreção e propriedades biofísicas das proteínas.

A adição do oligossacarídeo normalmente ocorre na asparagina contida na sequência consenso Asn-X-Ser/Thr. Além

disso, o número de resíduos e a posição dos oligossacarídeos adicionados à proteína também influenciam na secreção e

propriedades funcionais de cada enzima. Dessa forma, torna-se importante conhecer os reais sítios de N-glicosilação das

proteínas para permitir o estudo e produção em sistemas heterólogos. Duas β-glicosidases e duas β-xilosidases foram

selecionadas a partir de dados de glicoproteômica de A. nidulans cultivado em glicose, xilano e bagaço de cana-de-açúcar

e definidas como primeiros alvos de análise dos sítios de N-glicosilação. As enzimas e seus reais sítios de N-glicosilação

foram confirmados por LC-MS/MS permitindo o desenho de glicomutantes. Variantes hipo- e hiperglicosiladas serão

avaliadas em relação aos processos de secreção, enovelamento e propriedades biofísicas de cada proteína. A compreensão

e modulação do processo de N-glicosilação em A. nidulans poderá permitir a expressão heteróloga de proteínas alvo de

diferentes organismos.

Palavras-chave: β-glicosidase; β-xilosidase; N-glicosilação; Aspergillus nidulans; GH3.

Agradecimentos: FAPESP, CNPq, CAPES

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101

INFLUÊNCIA DOS RAMNOLIPÍDIOS NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES

1SILVA, V. L.; 2LOVAGLIO, R. B.; 3 TAKAKI, M. T., 4HENRIQUE H.; 5 CONTIEIRO, J.

1UNESP – Universidade Estadual Paulista ([email protected]), 2 UNESP – Universidade Estadual Paulista

([email protected]), 3 UNESP – Universidade Estadual Paulista ([email protected]), 4 UNESP – Universidade

Estadual Paulista ([email protected]), 5 UNESP – Universidade Estadual Paulista ([email protected])

Biossurfactantes são moléculas biológicas que apresentam uma região hidrofílica e outra hidrofóbica, o que confere a

esses metabólitos a capacidade de reduzir a tensão superficial e interfacial. Essas moléculas podem ser produzidas por

diversos seres-vivos, dentre eles micro-organismos. Os ramnolipídios são biossurfactantes, produzidos principalmente

por bactérias do gênero Pseudomonas e gêneros aparentados, apresentam grande potencial biotecnológico e podem ser

utilizados em diversas áreas. Dentro da agroindústria os biossurfactantes têm atraído atenção por demonstrarem atividade

antimicrobiana e possuírem uma baixa toxicidade, o que permite seu uso contra micro-organismos fito-patógenos. Devido

a essa grande versatilidade dos biossurfactantes o presente trabalho avaliou a influência dos ramnolipídios na germinação

de sementes de alface, soja, milho e girassol. As sementes foram colocadas em placas forradas com dois papéis filtros,

cada placa continha 30 sementes e recebeu 7,5 ml da solução a ser avaliada. Os experimentos foram realizados sob

luminosidade constante a 25ºC. A cada 24 horas quantificava-se o número de sementes germinadas, quantificou-se ainda

o comprimento das raízes e a massa seca das plântulas, a fim de avaliar o desenvolvimento. Os experimentos foram

conduzidos em triplicata, às soluções avaliadas foram: o controle (água destilada), 0,25, 0,50, 0,75 e 1,00 g/L de

ramnolipídios. As soluções foram preparadas utilizando ramnolipídios produzidos por Pseudomonas aeruginosa 2A1,

posteriormente purificados. Após os tratamentos as sementes de alface apresentaram um aumento na sua taxa de

germinação de 75,5%. Em relação à soja, a adição de biossurfactantes não influenciou na germinação, porém favoreceu

o desenvolvimento das plântulas. Para o girassol, houve estímulo da germinação e do desenvolvimento das sementes. Os

ramnolipídios atuaram no tecido de revestimento das sementes tornando o menos resistente e facilitando a entrada de

água e consequentemente a germinação. A adição de biossurfactantes facilita a mobilização dos tecidos oleosos de reserva

presentes nas sementes de girassol e soja, favorecendo dessa maneira o desenvolvimento das plântulas. Frente aos

resultados apresentados pode-se inferir que os ramnolipídios apresentam um potencial uso na agricultura favorecendo a

germinação e o desenvolvimento das sementes de alguns cultivares.

Palavras-chave: Ramnolipídios; Germinação de sementes; Biossurfactantes.

Agradecimentos: Agradecemos a FAPESP pelo apoio financeiro

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102

INTERESTERIFICAÇÃO DO ÓLEO DE PATAUÁ COM A ESTEARINA DE PALMA

CATALISADA PELA LIPASE BRUTA DE RHIZOPUS SP

1SPERANZA, P; 1RIBEIRO, A.P.B.; 1MACEDO, G.A.

1 Unicamp - Universidade Estadual de Campinas ([email protected]), 1Unicamp - Universidade Estadual

de Campinas ([email protected]), 1Unicamp - Universidade Estadual de Campinas

([email protected])

A interesterificação enzimática é uma técnica largamente utilizada para a modificação de óleos e gorduras em que os

ácidos graxos são redistribuídos no triacilglicerol. Os lipídios produzidos nestas reações podem apresentar características

físico-químicas e biológicas mais apropriadas para aplicações comerciais. A busca de lipases capazes de catalisar estas

reação é um grande desafio; poucas lipases são capazes de atuar de forma eficiente nestas reações. Neste estudo, avaliou-

se a capacidade da lipase bruta de Rhizopus sp, produzida por fermentação em estado-sólido, utilizando-se farelo de trigo

como meio de cultivo, em catalisar a reação de interesterificação do óleo da Amazônia de patauá com a estearina de

palma. A reação foi realizada a 40°C por 24 horas, utilizando-se 2,5% (m/m) da enzima. Os resultados indicaram que a

lipase foi capaz de catalisar a reação, havendo uma redistribuição dos ácidos graxos na estrutura do triacilglicerol. Antes

da reação, a mistura do óleo e da gordura apresentavam como classe de triacilgliceróis predominates os di-insaturados-

saturado (34,8%) e tri-insaturados (39,9%), após a reação de interesterificação, o lipídio formado apresentava

predominantemente os triacilgliceróis do tipo disaturados-insaturado (33,1%) e di-insaturados-saturado (41,1%). Estes

resultados indicaram o grande potencial desta enzima nas reações de interesterificação.

Palavras-chave: lipase; Rhizopus sp; interesterificação enzimática.

Agradecimentos: Capes, Fapesp e Faculdade de Engenharia de Alimentos - Unicamp.

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103

ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS ASSOCIADAS AO PÓLEN ARMAZENADO PELA

ABELHA AMAZÔNICA SEM FERRÃO Melipona seminigra

1NACIF-MARÇAL, L.; 2BARROSO, A. C. S.; 3CARMO, E. J.; 4MOTA, A. J.; 5CARVALHO-

ZILSE, G. A.; 6ASTOLFI-FILHO, S.; 7 NUNES-SILVA, C. G.

1UFAM - Universidade Federal do Amazonas ([email protected]), 2UFAM – Universidade Federal do

Amazonas ([email protected]), 3UFAM – Universidade Federal do Amazonas

([email protected]),4UFAM - Universidade Federal do Amazonas ([email protected]), 5 INPA –

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia ([email protected]), 6 UFAM - Universidade Federal do Amazonas

([email protected]), 7UFAM - Universidade Federal do Amazonas([email protected]).

O pólen armazenado nos potes de alimento pelas abelhas melíponas é resultado da aglutinação do pólen coletado das

flores com néctar e secreções glandulares das abelhas contendo enzimas e micro-organismos, mistura a qual é conservada

durante várias semanas na colméia o que leva à maturação do pólen coletado. O evento de maturação é pouco conhecido,

entretanto, a presença de micro-organismos permite propor a hipótese de que estes são fortes candidatos às ações de

ciclagem e preservação dos nutrientes do pólen. O objetivo principal deste projeto é isolar e identificar as bactérias

associadas ao pólen dos potes de alimento da abelha amazônica Melipona seminigra e caracterizar o espectro de atividade

enzimática (hidrolases) dos isolados. Para o cultivo e isolamento bacteriano, coletou-se pólen de 06 colônias de Melipona

seminigra do meliponário urbano GPA/INPA. Um grama de pólen de cada colônia foi ressuspendido em solução salina

estéril, seguido de diluições sucessivas até a ordem de 10-4. Cem microlitros de cada diluição foram semeados por meio

da técnica de “spread plate” em placas de Petri contendo diferentes meios de cultura. As placas foram incubadas em estufa

bacteriológica a 30 °C e examinadas para contagem de colônias visíveis pelo período de 24 a 72 horas. Foi possível isolar

115 unidades formadoras de colônias, com predominância de formas bacilares Gram-negativas. Para a identificação

molecular os isolados foram cultivados em caldo LB e submetidos à extrações de DNA pelo método fenol-clorofórmio.

As regiões de interesse da subunidade menor do cistron ribossômico (16S rDNA) foram amplificadas por meio de PCR

utilizando-se iniciadores universais e estão em processo de sequenciamento. O espectro de atividade enzimática das

bactérias foi obtido a partir do crescimento a 30ºC por 48h em meio LB com apenas ¼ dos componentes e suplementados

com 1% dos substratos amido e celulose. As atividades enzimáticas foram avaliadas pela formação de halos de degradação

dos polímeros revelados por colação com vapor de iodo (para amilases) e vermelho congo 0,1% (celulases). 50 dos 115

isolados bacterianos foram analisados quanto à degradação dos substratos e 32 foram positivos para as atividades de

amilase e celulase. Estes resultados prévios sugerem que as bactérias do pólen podem servir de base para a prospecção de

novas amilases e celulases de interesse industrial.

Palavras chaves: Melíponas; Pólen; Microbiota.

Agradecimentos: Meliponário urbano GPA/INPA-Manaus, INCT-CEAB (CNPq 457705/2013-2), CAPES e FAPEAM.

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104

ISOLAMENTO DE FUNGOS FILAMENTOSOS A PARTIR DE RESÍDUOS DE ABACAXI

E POTENCIAL APLICAÇÃO NA PRODUÇÃO DE ENZIMAS CELULOLÍTICAS

1CARVALHO, L. P; 2TEIXEIRA,W. F. A; 3ALMEIDA, A. F.

1UFT - Universidade Federal do Tocantins ([email protected]), 2UFT - Universidade Federal do

Tocantins ([email protected]), 3UFT - Universidade Federal do Tocantins ([email protected])

O Tocantins ocupa hoje a sétima posição entre os estados brasileiros na produção de abacaxi. São produzidos anualmente,

cerca de 54 milhões de frutas que abastecem o mercado interno do estado, e estados de outras regiões. Cerca de 77,5%

do abacaxi é descartado, esses resíduos-agroindustriais, servem como fonte de proteínas, enzimas e óleos essenciais. Este

trabalho teve como objetivo isolar microrganismos de um resíduo agroindustrial obtidos da região de Miracema do Norte

no estado do Tocantins, bem como avaliar os isolados quanto ao seu potencial enzimático para as enzimas do complexo

celulolítico. O isolamento dos fungos foi realizado pela técnica de diluição em série na proporção de 10-4. O plaqueamento

foi realizado colocando 0,1 mL de cada diluição nas placas de Petri contendo meio de cultura sais de Vogel suplementado

com carboximetilcelulose (CMC), pectina (PEC) ou bagaço de cana-de-açúcar (BC). Foi possível isolar 48 fungos a partir

desse plaqueamento. A detecção de atividade enzimática foi realizada pelo método proposto por Hankin & Anagnostakis.

Os cultivos que apresentaram um halo mais evidente ao redor da colônia tiveram sua atividade avaliada pelo índice

enzimático (IE). Os cultivos foram realizados em sacos plásticos esterilizáveis, contendo 10 g de farelo de trigo e em

seguida acrescidos 10mL da solução de sais de Vogel e 1mL de uma suspensão padronizada a 106 esporos/mL. A extração

das enzimas foi realizada através da filtração a vácuo do meio fermentado. As atividades enzimáticas xilanolítica e

celulolítica, foram determinadas através do método da quantificação de açucares redutores. Dentre os 48 isolados 3 se

destacaram quanto a sua atividade xilanolítica, sendo eles o BC 2, BC 1 e CMC 8, com valor total de 31,67 U.g-1; 20,79

U.g-1 e 17,83 U.g-1 respectivamente. Em relação à Fpase, os melhores valores foram de 0,184 U.g-1, 0,150 U.g-1 e 0,145

U.g-1 produzidos pelos fungos BC 19/1, CMC 2 e PEC 17. Os isolados se destacaram mais como produtores de xilanase,

podendo assim ser aplicado produção de enzimas de interesse comercial.

Palavras-chave: Resíduos agro-industriais; Isolamento; Abacaxi; Fermentação em estado sólido; Atividade enzimática

Agradecimento: UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS/CNPq

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ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS

DE GUAPEVA (Pouteria gardneriana (A. DC.) Radlk).

1SILVA,J. C.; 2 GOMES, W. A.; 3RAMOS, A. D.; 4OLIVEIRA, E. A. S.; 5 FARIA, P. S. A.;

6SILVA, C. F.; 7SOUCHIE, E. L.; 8GONÇALVES, M. C. M.

1Instituto Federal Goiano ([email protected]), 2Instituto Federal Goiano ([email protected]), 3Instituto

Federal Goiano ([email protected]), 4Insituto Federal Goiano ([email protected]), 5Instituto Federal

Goiano ([email protected]), 6Instituto Federal Goiano ([email protected]), 7Instituto Federal Goiano

([email protected]), 8Insituto Federal Goiano ([email protected])

A guapeva (Pouteria gardneriana (A. DC.) Radlk.) é uma espécie arbórea nativa do Cerrado bastante utilizada na

recuperação de áreas degradadas. A presença de microrganismos com potencial biotecnológico associado a esta planta

ainda é pouco conhecido. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial das bactérias endofíticas das raízes

de guapeva quanto à solubilização de fosfato de cálcio (CaHPO4) e fosfato de alumínio (AlPO4). Os experimentos foram

conduzidos no Instituto Federal Goiano - Campus Rio Verde. Para isolamento das bactérias endofíticas as raízes foram

desinfestadas por imersões sucessivas em etanol; hipoclorito de sódio e água destilada estéril. Durante os sete dias de

incubação as bactérias foram isoladas e armazenadas em meio AN. Os 89 isolados obtidos foram submetidos à avaliação

qualitativa da capacidade de solubilização dos fosfatos de cálcio e alumínio realizada em meio GELP (Glicose Extrato de

Levedura e Peptona) sólido, acrescido de CaHPO4 ou AlPO4. Para o CaHPO4 foram considerados positivos os isolados

capazes de formar um halo transparente ao redor das colônias e para a avaliação da solubilização do AlPO4 foram

considerados positivos os isolados que permitiram a alteração da cor das colônias. As 07 bactérias que apresentaram

capacidade de solubilizar CaHPO4 e as 26 solubilizadoras de AlPO4 em meio sólido, foram inoculadas em meio GELP

líquido e após 48 horas de crescimento foi feita a padronização dos inóculos para posterior transferência para meio GELP

líquido suplementado com CaHPO4 ou AlPO4. Após 72 horas determinou- se o teor de P solúvel por espectofotometria.

Para o AlPO4, dos 26 isolados positivos em meio sólido, apenas 2 mostraram-se positivos na avaliação quantitativa,

atingindo concentrações de fósforo solúvel de 4,2 mg/L- e para o CaHPO4, dos 7 isolados positivos, apenas 4 confirmaram

a capacidade de solubilização com concentrações de fósforo solúvel que atingiram 35mg/L-. Sabe-se que o fósforo exerce

um importante papel no metabolismo vegetal e a partir disto a aplicação de microrganismos com capacidade de

disponibilizar este micronutriente podem favorecer a germinação, propagação e produtividade vegetal. A partir destes

estudos, inéditos para esta espécie nativa do Cerrado, espera-se empregar os isolados como promotores do crescimento

vegetal desta e de outras espécies.

Palavras-chave: Cerrado; guapeva; bactérias; microrganismos endofíticos; fósforo.

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ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE CEPAS POTENCIALMENTE

BIOTRANSFORMADORAS DE COMPPOSTOS TERPÊNICOS

1NEVES, B. P.; 2OLIVEIRA JUNIOR, E.N.; 3FELIPE, L. O.; 4BICAS, J. L.;

1Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]), 2Universidade Federal de São João Del Rei

([email protected]),3Universidade Federal de São João Del Rei ([email protected]), 4Universidade Estadual de

Campinas ([email protected])

Compostos terpênicos, como o R-(+)-limoneno, apresentam alta disponibilidade e baixo custo no Brasil, sugerindo a

viabilidade da sua utilização na obtenção de produtos de alto valor agregado, e.g. compostos de aroma. A propriedade

antimicrobiana dos terpenos e os rendimentos insatisfatórios até então obtidos na sua biotransformação microbiana são

os maiores desafios a serem superados para adoção comercial deste processo. Portanto, a descoberta de linhagens capazes

de resistir a terpenos e convertê-los com altos rendimentos é uma estratégia fundamental para a produção de bioaromas.

Assim, o objetivo deste trabalho foi obter micro-organismos potencialmente biotransformadores de R-(+)-limoneno pelo

isolamento daqueles capazes de resistir e utilizar tais compostos como única fonte de carbono. O isolamento foi realizado

inoculando-se amostras vegetais, ricas em terpenos, em meio mineral DP suplementado com 1% de R-(+)-limoneno, e

incubando os frascos a 28ºC/150 rpm por 72h. A partir deste caldo, efetuou-se a técnica de esgotamento em placa de Petri

contendo meio mineral DP e R-(+)-limoneno (adicionado na tampa da placa de Petri) como única fonte de carbono e

energia. As placas foram incubadas em estufa bacteriológica (28ºC) e o estriamento foi posteriormente realizado até que

o isolamento completo fosse evidenciado. Testes com derivados oxigenados do limoneno foram realizados da mesma

forma. Cada um dos isolados foi utilizado para a construção de curvas de crescimento em frascos contendo meio mineral

DP e 1% de limoneno, incubados a 28ºC/150 rpm, com monitoramento periódico da densidade óptica a 600 nm. Os

resultados indicaram que, dos sessenta micro-organismos isolados, vinte e sete se destacaram quanto ao seu crescimento

na presença de R-(+)-limoneno. Sete dos micro-organismos citados foram escolhidos, devido ao seu elevado nível de

crescimento, para os ensaios de curvas de crescimento. Nos resultados das curvas, quatro deles apresentaram maior

crescimento e devido a este fato foram considerados potenciais biotranformadores de R-(+)-limoneno e serão testados em

futuros estudos quanto à capacidade de acumular metabólitos de interesse (bioaromas). Esta estratégia consiste, portanto,

em uma alternativa para buscar viabilizar processos de biotransformação microbiana de terpenos, gerando altos

rendimentos de compostos de aroma e menor custo operacional.

Palavras-chave: Bioaromas; Biotransformação; Limoneno; Terpenos.

Agradecimentos: CNPQ (Proc. N° 473981/2012-2).

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MELHORIA DA QUALIDADE DA BEBIDA DO CAFÉ (Coffea arabica)

USANDO CEPAS DE LEVEDURAS SELECIONADAS

DURANTE A FERMENTAÇÃO EM PROCESSO NATURAL

1MARTINS, P. M. M.; 2VITÓRIO, A. C.; 3RIBEIRO, L. S.; 4EVANGELISTA, S. R.; 5MIGUEL,

M. G. C. P.; 6SCHWAN, R.F.

1UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UFLA – Universidade Federal de Lavras

([email protected]), 3UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 4 UFLA- Universidade

Federal de Lavras ([email protected]), 5UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 6UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected])

O café é um produto comercial importante para o Brasil e seu consumo é amplamente distribuído pelo mundo. O objetivo

deste trabalho foi avaliar o potencial de linhagens de leveduras como culturas iniciadoras para a fermentação via natural

de grãos de café lavados e não-lavados. Quatro cepas de leveduras (Saccharomyces cerevisiae UFLA YCN727, S.

cerevisiae UFLA YCN724, Candida parapsilosis UFLA YCN448 e Pichia guilliermondii UFLA YCN731) foram

inoculadas separadamente em cafés cereja lavados e não lavados e no controle não houve adição de inóculo. Os cafés

inoculados foram espalhados em bandejas e colocados em um terraço até que os grãos de café atingissem 11% de umidade.

As amostras foram coletadas para avaliação da persistência do inoculo por PCR-DGGE e à composição química por

HPLC e GC-FID. A análise sensorial foi realizada utilizando a técnica de Temporal Dominance of Sensations (TDS). Em

todos os testes as leveduras persistiram até o final da fermentação. Não houve produção de ácido butírico e propiônico

em concentrações que possam comprometer a qualidade final da bebida. Quarenta e oito compostos voláteis foram

identificados, alguns são semelhantes para café verde e café torrado. A classe mais abundante dos compostos foi álcoois

(11-27%), seguido de furano em grãos torrados (~27%) e aldeídos (~13%) em grãos verdes. O café inoculado com

levedura apresentaram sensações de sabores maiores que a do Controle indicando um aumento da qualidade sensorial do

café. O tratamento com C. parapsilosis UFLA YCN448 mostrou taxa dominância mais elevada para a sensação de

caramelo. Em relação aos cafés não-lavados a sensação de aromas não foi agradável se comparado ao café lavado, exceto

quando P. guilliermondii UFLA YCN731 foi inoculada, sugerindo que lavar o fruto do café antes de o processo de

fermentação influenciou positivamente na qualidade do produto final. Um café com sabor especial de caramelo, ervas e

frutas podem ser produzidos utilizando as culturas iniciadoras C. parapsilosis UFLA YCN448 e S. cerevisiae UFLA

YCN727 no café processado pelo método natural.

Palavras-chave: café; fermentação; cultura iniciadora; HPLC; GC-FID.

Agradecimentos: CAPES; CNPq; FAPEMIG

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Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil

108

NON-SACCHAROMYCES PARA MELHORIA DA RIQUEZA SENSORIAL EM

CERVEJAS ESPECIAIS

¹POZIPPE, T. G.; ²PORTUGAL, C. B.; ³POLETO, L. A.; 4BORTOLETTO, A. M. 5ALCARDE, A. R.

1 Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’, Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected]), 2Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’, Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected]),

3Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’, Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected]), 4Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’, Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected]),

5Escola Superior de Agricultura ‘‘Luiz de Queiroz’’, Universidade de São Paulo, Brasil ([email protected])

Um dos pontos-chave para a produção de cervejas com características organolépticas destacadas é a levedura utilizada

em processos de fermentação e maturação. Neste sentido, propõe-se a caracterização de leveduras não-Saccharomyces de

diferentes fontes para avaliar o seu potencial para produção de cerveja. Dekkera bruxellensis e Torulaspora delbrueckii

foram caracterizados por: concentrações de açúcar, assimilação de açúcares, pH e etanol em caldo sintético. A

fermentação de mosto Pilsen (16 ° B) foi avaliada. Os ensaios foram realizados por duplicado, e o teor de componentes

voláteis dos produtos fermentados analisados por GC-MS. Os resultados mostraram alta tolerância ao etanol pela D.

bruxellensis, sensibilidade ao estresse osmótico, e dificuldade na assimilação de dissacarídeos. T. delbrueckii tolerou altas

concentrações de açúcar, apresentou menor absorção de maltose, e foi mais sensível ao etanol. Ambas as leveduras

levarama fermentações lentas em mosto, que duraram até 10 dias. Os baixos níveis de acetaldeído (2,6 - 4,78 mg / L) nos

produtos fermentados foram observadas em todos os casos, mas T. delbrueckii conduziu a concentrações mais elevadas

de álcoois superiores (11,48 mg / L) e ácido acético (9, 34 mg / L). De qualquer forma, em ambos os casos, os níveis

desses compostos eram consideravelmente inferiores aos limites de detecção a ser revelado como potenciais componentes

off-flavor. Embora essas leveduras apresentem algumas limitações na condução de fermentações primárias, especialmente

pela sua baixa taxa de crescimento, estes resultados preliminares indicam seu uso potencial para produção de cerveja.

Processos de co-inoculação ou inoculação sequencial com S. cerevisiae são abordagens interessantes para melhorar e

obter riqueza sensorial e requinte em estilos distintos de cerveja.

Key words: microbiology; fermentation; wild yeasts; Dekkera bruxellensi; Torulaspora delbrueckii

Agradecimentos: FAPESP

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O ANTIBIÓTICO ROSEOFLAVINA REGULA A ATIVIDADE DO FMN RIBOSWITCH

DE Escherichia coli, DESATIVANDO A BIOSSÍNTESE DA VITAMINA B2

1PEDROLLI, D. B.; 2LANGER, S.; 2MACK, M.

1Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara, Universidade

Estadual Paulista - Unesp ([email protected]), 2Institut für Technische Mikrobiologie, Fakultät für

Biotechnologie, Hochschule Mannheim ([email protected])

Flavina mononucleotídeo (FMN) riboswitches são elementos genéticos, que em muitas bactérias controlam os genes

responsáveis pela biossíntese e/ou transporte de riboflavina (vitamina B2). Esses elementos modulam a expressão gênica

em resposta à concentração intracelular de FMN. Nesse trabalho, reportamos que o ribB FMN riboswitch de Escherichia

coli controla a expressão do gene essencial ribB. O gene ribB codifica a enzima 3,4-dihidroxi-2-butanona-4-fosfato sintase

(RibB), a qual catalisa uma das reações iniciais da via de biossíntese da riboflavina. A deleção desse elemento genético

leva a desrepressão da produção de riboflavina, elevando em pelo menos 3x a produção dessa vitamina, que nessa

quantidade acaba ultrapassando a barreira da membrana plasmática, sendo detectada no meio de cultura. A partir de

ensaios de transcrição e tradução in vitro, pudemos demonstrar que o ribB FMN riboswitch de E. coli regula a expressão

gênica tanto ao nível transcricional quanto ao nível traducional, diferenciando-se, portanto, dos demais riboswitches

descritos até o momento que atuam em apenas um dos dois níveis. Também usando ensaios de transcrição e tradução in

vitro, determinamos que o FMN riboswitch de E. coli também modula a expressão gênica em resposta a concentração de

roseoflavina mononucleotídeo (RoFMN). RoFMN é a forma fosforilada da roseoflavina encontrada no citoplasma de

células bacterianas sensíveis tratadas com esse antibiótico. Como consequência desse efeito, a célula alvo da roseoflavina

desliga a expressão dos genes responsáveis pela biossíntese da vitamina B2 na presença do antibiótico, mesmo que a

célula não possua o suprimento necessário da vitamina. Portanto, o processo de regulação gênica desencadeado pela

roseoflavina leva a célula à morte devido à deficiência de uma vitamina essencial. O efeito da roseoflavina é ainda

amplificado já que RoFMN é capaz de ligar-se às flavoenzimas celulares através do mesmo sítio usado para a ligação de

FMN, porém não desempenha a função de cofator desse último. Desta forma, além das flavoenzimas, o ribB FMN

riboswitch de E. coli também constitui um alvo para o antibiótico roseoflavina produzido por Streptomyces davawensis.

Palavras-chave: riboswitch, antibiótico, roseoflavina, controle da expressão gênica, Streptomyces davawensis, E. coli.

Agradecimentos: Este trabalho foi financiado pelo programa NANOKAT (FKZ 0316052A) do Ministério Alemão para

Educação e Pesquisa (Bundesministerium für Bildung und Forschung – BMBF).

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OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE CELULASE E XILANASE POR Fusarium sp.

UTILIZANDO-SE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS

DIAS, T.1; GOMES1, N.B.; NASCIMENTO, S.E.L.1.; SANTOS, C.C.A.A.1; ALMEIDA, A.F.1

1Fundação Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi, Incubadora de Empresas de Base

Biotecnológica ([email protected]) ([email protected]) ([email protected])

([email protected]) ([email protected])

A utilização de resíduos agroindustriais em aplicações biotecnológicas tem recebido grande atenção, devido ao acúmulo

gradativo destes resíduos pelas indústrias dos setores agroindustrial e alimentícia. Diversos resíduos são utilizados como

substrato para produção de enzimas, por fornecerem uma similaridade com ambientes naturais, no que favorece o

crescimento de microrganismos, além de possuírem baixo valor, tornando assim o processo mais econômico. O objetivo

deste trabalho foi otimizar a produção de celulases e xilanases, sob condições submersas, utilizando o fungo filamentoso

Fusarium sp. LABAP 4.1. Na primeira etapa foi realizada a seleção da fonte de carbono a partir de resíduos

agroindustriais. Dentre as fontes avaliadas, a palha de milho apresentou maiores níveis de produção de FPase (0,087

U.mL-1) e endoglucanase (2,604 U.mL-1). A maior produção de xilanase ocorreu utilizando o sabugo de milho como fonte

de carbono (7,323 U.mL-1 ). A etapa seguinte consistiu na manipulação da composição do meio de cultura, por meio de

um planejamento fatorial. Foram realizados dois delineamentos fatoriais: o Plackett & Burman para seleção das variáveis

independentes e um Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR). As atividades enzimáticas preditas de acordo

com o DCCR foram 0,178 U.mL-1 para FPase e 9,276 U.mL-1 para xilanase e os valores obtidos nos resultados

experimentais de validação foram 0,171 U.mL-1 para FPase e 9,180 U.mL-1 para xilanase, validando o modelo. O melhor

tempo de cultivo para FPase foi de 7 dias (0,223 U.mL-1) e para xilanase de 8 dias (9,26 U.mL-1), sendo observado um

aumento de 155% para FPase e de 42% para xilanase comparado a atividade inicial. O emprego de resíduos agrícolas na

produção de celulases e xilanases além de possibilitar uma importante alternativa de utilização poderão reduzir os custos

de produção dessas enzimas e agregar valor a esses resíduos, sendo que a otimização das etapas é imprescindível para

uma maior produção de enzimas para aplicações futuras na produção de etanol de segunda geração.

Palavras-chave: Celulases; Xilanases; Otimização.

Agradecimentos: Laboratório de Biotecnologia e Análise de Alimentos e Purificação de Produtos (LABAP), da

Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi – TO. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

de Nível Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de mestrado para o primeiro autor.

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OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE LACASE PRODUZIDA PELO FUNGO DE ORIGEM

MARINHA LAMAI 659

1YOSHIDA, A. M. S.; 2SETTE, L. D.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]),

2UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected])

Fungos marinhos representam um grupo de organismos pouco explorado do ponto de vista ecológico e biotecnológico,

mas com grande vantagem para aplicações em ambientes ou processos salinos. A enzima lacase pertence ao grupo das

oxidades que, por serem pouco específicas ao substrato, podem atuar na degradação de diversos compostos poluentes

ambientais, como corantes têxteis e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs). O presente trabalho teve como

objetivo avaliar diferentes fatores na produção da lacase pelo fungo LAMAI 659 (isolado de sedimento marinho de

Alcatrazes, SP) visando alcançar a otimização do processo de produção desta enzima. Para tanto, foi utilizada a

metodologia do desenho experimental. A quantificação da produção de lacase foi feita por espectrofotometria utilizando

ABTS como substrato. Uma unidade da enzima (U) foi definida como a capacidade de oxidação de 1µmol do substrato

por minuto e expressa em U/L. A etapa de otimização dos parâmetros de cultivo do fungo selecionado foi realizada pela

técnica estatística sequencial de Plackett&Burman (P&B). Na triagem inicial (realizada a partir de 78 isolados de fungos

de origem marinha) o fungo LAMAI 659 apresentou produção de lacase de 68,89 U/L. Os resultados do primeiro P&B,

com 10 variáveis, mostraram que a máxima produção de lacase (82,25 U/L) foi 19% maior do que em meio não otimizado.

Apesar de não se evidenciar efeitos estatisticamente significativos, a análise indicou efeito positivo das seguintes

variáveis: extrato de levedura, pH, farelo de trigo, glicose, temperatura, peptona e extrato de malte. Os fatores que

apresentaram influência negativa foram: CuSO4, salinidade e número de inóculo. No segundo P&B, com 8 variáveis,

observou-se incremento ainda maior nos valores de produção da enzima, que passou de 82,25 U/L para 415,89 U/L,

representando um aumento de 503,7% em relação ao valor em meio não otimizado. Novamente não foi evidenciado

efeitos estatisticamente significativos, entretanto o efeito positivo deu-se pelas seguintes variáveis: temperatura, extrato

de levedura, número de inóculo e farelo de trigo. Em contrapartida, ASW, pH, CuSO4 e glicose apresentaram influência

negativa. Os resultados parciais se mostraram promissores quanto ao potencial deste fungo de origem marinha para a

produção de lacase em condição salina e quanto à técnica de otimização por delineamento experimental.

Palavras-chave: lacase; fungos marinhos; desenho experimental

Agradecimentos: FAPESP e CNPq.

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PADRÕES DE INACTIVAÇÃO MICROBIANA EM HORTELÃ-PIMENTA

POR RADIAÇÃO GAMA 1GUERREIRO, D.; 2PIMENTA, A.; 3ANTONIO, A. L.; 4FERREIRA, I.C.F.R.; 5SANTOS, P.;

6FALCÃO, A.; 7MARGAÇA, F.; 8CABO VERDE, S.

1Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares - C2TN, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Portugal

([email protected]), 2 Centro de Investigação de Montanha (CIMO), Escola Superior Agrária, Instituto

Politécnico de Bragança, Portugal ([email protected]), 3 Centro de Investigação de Montanha (CIMO), Escola Superior

Agrária, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal ([email protected]), 4Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares -

C2TN, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Portugal ([email protected]), 5Centro de Ciências e

Tecnologias Nucleares - C2TN, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Portugal ([email protected]), 5Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares - C2TN, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Portugal

([email protected]), 6Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares - C2TN, Instituto Superior Técnico,

Universidade de Lisboa, Portugal ([email protected])

As plantas podem ter várias aplicações, especialmente como aditivos alimentares e na promoção da saúde, como

ingredientes em formulações de alimentos funcionais e nutracêuticos. Contudo, um dos maiores problemas associados ao

seu consumo e comercialização é a sua contaminação microbiana. Esta contaminação pode ocorrer ao longo da colheita,

processamento e distribuição. Deste modo, torna-se necessário encontrar uma solução viável para a conservação de

plantas comestíveis ou medicinais e que cumpra as normas de segurança alimentar e farmacêutica. Actualmente, o

processamento de ervas e especiarias por radiação ionizante é aceite como uma tecnologia segura e eficaz na

descontaminação e desinfecção microbiana. Porém, a maioria dos estudos em irradiação de plantas incide nos efeitos da

tecnologia nas propriedades químicas das plantas. O objectivo específico deste trabalho foi estudar os padrões de

inactivação por radiação gama da microbiota de Mentha x piperita (hortelã-pimenta). A metodologia seguida baseou-se

na determinação da carga microbiana (bactérias mesófilas e fungos filamentosos) de amostras secas de hortelã-pimenta

antes e após irradiação a várias doses de radiação gama (1,5 kGy a 10 kGy), recorrendo a métodos convencionais de

cultura. As irradiações foram efectuadas num equipamento de Co-60 a um débito de dose de 1,2 kGy/h. Os resultados

obtidos indicaram uma cinética de inactivação não-linear (côncava) para a população bacteriana das plantas, e uma curva

de sobrevivência linear para a população de fungos filamentosos. A análise da contaminação diferencial das amostras

indicou após irradiação a 10 kGy, um decréscimo de 3 log em relação à carga bacteriana inicial de 5 log UFC/g, e uma

redução de 2 log para a população fúngica inicial de 4 UFC/g. De referir, que não foi detectada a presença de coliformes

totais nas amostras irradiadas a partir dos 1,5 kGy. Resumidamente, as eficiências máximas de inactivação para as

condições do estudo foram de 99,9% para a população bacteriana e de 99% para a população fúngica. Assim, este estudo

sugere a tecnologia de irradiação, como um tratamento promissor e mais amigo do ambiente, pretendendo-se validar a

sua aplicação na descontaminação/desinfecção microbiana de plantas secas com interesse alimentar e medicinal, sobre as

quais este tipo de processamento e seus efeitos não se encontra documentado.

Palavras-chave: inactivação microbiana; irradiação de alimentos; Mentha x piperita.

Agradecimentos: PRODER - Projecto AROMAP e FCT (Portugal) RECI/AAG-TEC/0400/2012 pelo apoio financeiro à

execução do trabalho e à empresa “MaisErvas - Aromáticas e Medicinais” (Portugal), pelo fornecimento das amostras.

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PERFIL SENSORIAL DE IOGURTES ELABORADOS COM Lactobacillus acidophilus E

CULTURA LÁCTICA COMERCIAL

1LOPES, A. M.; 2POIATTI, M. L.; 3FARIA, M. A., 1SANTOS, P. C. S., 1AMARAL, V. H. A.,

1PERES, G. S.

1Discentes, UNESP/Dracena ([email protected]), 2Docente, UNESP/ Dracena

([email protected]), 3Bióloga, UNESP/Dracena ([email protected])

Introdução: Por ser altamente nutritivo e estar associado a hábitos saudáveis de vida, o iogurte apresenta excelente

aceitabilidade pelo mercador consumidor. Tal alimento consiste numa fonte de carboidratos, proteínas, vitaminas e

minerais, sendo obtido pela fermentação do leite a partir de culturas protossimbióticas de Streptococcus thermophilus ou

de Lactobacillus bulgaricus. Outra cultura com potencial probiótico que é o Lactobacillus acidophilus, amplamente

utilizada em produtos lácteos. Objetivo: Avaliar sensorialmente iogurtes elaborados com leite integral e baixa

concentração de lactose, com adição de L. acidophilus ou de cultura láctica comercial. Material e Métodos: O trabalho

foi realizado no Laboratório de Tecnologia de Produtos de Origem Animal - UNESP/Dracena. Trinta amostras de

iogurtes, elaborados a partir de leite pasteurizado foram divididas em quatro tratamentos: T1 - Iogurte integral; T2 -

Iogurte integral + L. acidophilus (LA-5 Chr Hansen®); T3 - Iogurte baixa lactose + cultura láctica comercial (MO 032

Sacco®); e T4 - Iogurte baixa lactose. A avaliação sensorial foi realizada por 52 avaliadores não treinados (alunos,

professores, e servidores) três dias após a fabricação, em que as amostras foram apresentadas em copos descartáveis de

200 mL com ou sem saborizante de morango. Os tratamentos foram avaliados conforme atributos (aparência, aroma,

textura, viscosidade, cor e sabor), e pontuações (ótimo, bom, regular e ruim). Resultados: Os atributos, aroma (bom em

57,14% para T2 e em 62,86% para T4) e sabor (bom em 40% para T3 e em 48,57% para T4) obtiveram os melhores

resultados para os iogurtes com saborizante de morango. Para o atributo sabor, os tratamentos T1 e T2 com sabor morango

obtiveram pontuação, respectivamente, de 34,29% ruim e de 45,71% regular. Nos tratamentos T3 e T4, os atributos

aparência e cor obtiveram pontuação ótima, sendo os que mais agradaram os avaliadores. Apesar do L. acidophilus ter

conferido maior aroma ao produto, 14,29% dos avaliadores pontuaram o tratamento T2 como ruim devido a maior acidez.

Conclusão: Os melhores resultados da avaliação sensorial foram proporcionados pela adição de cultura láctica comercial

e de baixo teor de lactose.

Palavras-chave: avaliação sensorial; iogurte; cultura láctica; Lactobacillus acidophilus.

Agradecimentos: À Pró-reitoria de Extensão Universitária pela bolsa concedida.

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POTENCIAL METABÓLICO DE Xylariasp. ISOLADO DE Anthuriumalcatrazense

1CASAGRANDE, I. B.;2PIMPINATO, H. A. S.; 3SARTORI, S. B.; 4LIRA, S. P.

1Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"-USP ([email protected]), 2 Escola Superior de

Agricultura "Luiz de Queiroz"-USP ([email protected]),3Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"-USP

([email protected]), 4Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"-USP ([email protected])

Fungos endofíticos são aqueles que habitam o tecido interno das plantas por pelo menos uma parte de sua vida, sendo

considerados como fonte promissora para produzir metabólitos secundários com diversas atividades biológicas. Estes

endófitos, como os fungos do gênero Xylaria são conhecidos por produzirem uma variedade de compostos com muitas

aplicações, evidenciando a potencialidade destes fungos na produção de substâncias bioativas. Dentre estas, o interesse

no emprego de compostos produzidos por micro-organismos em práticas agrícolas de combate à fitopatógenos, sendo

considerados potenciais substitutos para os produtos agroquímicos tradicionais. Sendo assim, o presente trabalho visou o

estudo químico e biológico de metabólitos secundários produzido pelo fungo endofítico do gênero Xylaria isolado da

planta endêmica Anthurium alcatrazense, da ilha de Alcatrazes. Para tanto, o fungo endofítico foi cultivado (malte 2%) e

seu extrato bruto foi particionado com o solvente acetato de etila (AcOEt). A fração AcOEt foi submetida a ensaios de

atividade biológica visando a inibição do crescimento micelial contra 5 fitopatógenos: Colletrotrichum gloeosporioides,

Colletotrichum lindemuthianum, Fusarium oxysporium, Phomopsis sojae e Moniliophtora perniciosa. A porcentagem de

inibição foi calculada utilizando o programa Image Processing and Analysis in Java (ImageJ) e em comparação com o

controle. A fração analisada apresentou atividade contra todos os patógenos analisados, sendo a maior porcentagem de

inibição para C. gloeosporioides (44%) e com menores valores para C. lindemuthianum (26,9%), M. perniciosa (22,8%),

F. oxysporium (20,8%) e P. sojae (18,7%). A fração AcOEt do endófito Xylaria sp. demonstra atividade antifúngica

promissora à diferentes fitopatógenos, podendo conter compostos bioativos inéditos e/ou de interesse biotecnológico no

controle de doenças de importância agrícola. A fração ativa será submetida a etapas cromatográficas, monitorada por

ensaio biológico e os compostos isolados serão caracterizados por técnicas espectroscópicas. Até o presente momento

não existem estudos sobre fungos endofíticos de plantas da Ilha de Alcatrazes, e espera-se contribuir no conhecimento

com a descoberta de novos compostos bioativos de interesse agronômico.

Palavras-chave:Bioatividade; Fitopatógenos; Fungos endofíticos; Xylaria sp.

Agradecimentos: CNPq (processo 142160/2012); FAPESP (processo 2013/50228-8); Programa Ensinar com Pesquisa

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POTENCIALIDADE DE LINHAGENS DE SACCHAROMYCES CEREVISIAE OBTIDAS

POR CRUZAMENTO MASSAL E EVOLUÇÃO ADAPTATIVA PARA PRODUÇÃO DE

ETANOL DE SEGUNDA GERAÇÃO.

1SILVELLO, C.; 2VARIZE, C.S.; 3DELBAJE, E.; 4CHRISTOFOLETI-FURLAN, R.M.;

5FLORENCIO JR.O.; 6MIRANDA, E.S.; 7BASSO, L.C.

1ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 2ESALQ/USP - Escola

Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 3ESALQ/USP - Escola Superior de

Agricultura “Luiz de Queiroz” ([email protected]), 4ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz” ([email protected]), 5ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz” ([email protected]), 6ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz” ([email protected]), 7ESALQ/USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de

Queiroz” ([email protected])

O etanol de segunda geração representa uma alternativa promissora para mitigação dos problemas ambientais e

energéticos no mundo. O bagaço de cana é um subproduto produzido nas unidades produtoras de etanol a partir de mostos

de caldo e melaço de cana (1G), podendo ser hidrolisado por via físico-química ou enzimática, gerando açúcares que

podem ser convertidos a etanol (2G). Porém, devido aos inibidores gerados no pré-tratamento e hidrólise, é desejável que

novas linhagens de leveduras com maior tolerância sejam obtidas. O presente trabalho objetivou obter híbridos a partir

de cruzamento massal e evolução adaptativa e selecionar leveduras com maior tolerância ao hidrolisado, utilizando

linhagens industriais (S. cerevisiae) BG-1 e SA-1. As mesmas foram esporuladas em meio sólido (rafinose 1%, acetato

de potássio, pH 6,8) e os esporos foram isolados pela técnica de micromanipulação. Os haplóides gerados, juntamente

com outros previamente obtidos de CAT-1, PE-2 e SA-1, totalizaram 604 haplóides, os quais foram misturados em meio

YEPD gerando cruzamentos (BGxSA, CATxBG, CATxSA, PExSA, PExBG, CATxPE e CATxPExBGxSA), resultando

em 7 diferentes populações. Os híbridos foram submetidos à evolução adaptativa (50 gerações), utilizando meio seletivo

de melaço e hidrolisado (14% ART, 2,5g/L de ácido acético, 1,5 g/L de furfural, 0,5 g/L de HMF, pH 4,7) com teores

crescentes de etanol (5 a 8% v/v). Isolaram-se, por micromanipulação, 27 diplóides de cada cruzamento, totalizando 189,

que foram reativados em YEPD. Então, 10μl de cada amostra foram inoculadas em 90μL do mesmo meio seletivo em

poço de microplaca, a qual foi incubada em um leitor Tecan GENions (30°C, agitações por 10min a cada 1h50min). O

crescimento foi medido por densidade óptica (DO570, a cada 2h, dentro de 24h). Foram selecionados 6 isolados de cada

um dos cruzamentos totalizando 42. Tais isolados foram sujeitos a fermentações com 3 ciclos (30°C, mesmo meio

seletivo). A condição estressante das fermentações reduziu a viabilidade celular das linhagens parentais, enquanto que os

híbridos D10, F4, F23, G2, G4 e G8 selecionados apresentaram tolerância notável. O cruzamento massal seguido de

evolução adaptativa permitiu a obtenção de híbridos com um perfil de maior tolerância aos inibidores do meio. Esses

híbridos serão avaliados em fermentações com reciclo de células em substrato contendo melaço e hidrolisado.

Palavras-chave: Saccharomyces cerevisiae; cruzamento massal; evolução adaptativa; híbridos; hidrolisado de bagaço.

Agradecimentos: CNPq, CTC.

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PROCESSO DE FERMENTAÇÃO DE CAFÉ (Coffea arabica) PELA VIA SEMI-SECA

UTILIZANDO CULTURAS INICIADORAS

1VITÓRIO, A. C.; 2MARTINS, P. M. M.; 3RIBEIRO, L. S.; 4EVANGELISTA, S. R.; 5MIGUEL,

M. G. C. P.; 6SCHWAN, R.F.

1UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2UFLA – Universidade Federal de Lavras

([email protected]), 3UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 4 UFLA- Universidade

Federal de Lavras ([email protected]), 5UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 6UFLA- Universidade Federal de Lavras ([email protected])

O café é uma das bebidas não alcoólicas mais populares e apreciados em todo mundo. Durante o processamento do café,

uma grande diversidade microbiana está presente. Leveduras, fungos filamentosos e bactérias Gram-negativas e Gram-

positivas estão presentes em grande número durante as diferentes fases de fermentação. O uso de culturas iniciadoras

melhora a qualidade de alimentos fermentados por monitoramento da fermentação e proporcionando uma melhor

previsibilidade do produto final. O objetivo deste estudo foi avaliar a utilização de leveduras como culturas iniciadoras

em processamento de café semi-seco. O café foi inoculado com as seguintes culturas: Saccharomyces cerevisiae UFLA

YCN727, S. cerevisiae UFLA YCN724, Candida parapsilosis UFLA YCN448 e Pichia guilliermondii UFLA YCN731.

O controle não foi inoculado com nenhuma cultura. Eletroforese em gel de gradiente desnaturante (DGGE) foi usada para

avaliar a população microbiana, ácidos orgânicos e compostos voláteis quantificados por HPLC e GC/HS-SPME,

respectivamente. Análise sensorial foi realizada usando a técnica de Temporal Dominance of Sensations (TDS). O DGGE

mostrou que as leveduras que foram inoculadas estavam presentes ao longo da fermentação. Além disso, outras espécies

de leveduras foram detectadas incluindo Debaryomyces hansenii, Cystofilobasidium ferigula e Trichosporon cavernicola.

A população bacteriana foi diversificada e foi composto pelos seguintes gêneros: Weissella, Leuconostoc, Gluconobacter,

Pseudomonas, Pantoea, Erwinia e Klebsiella. Ácidos propiônico e butírico não foram detectados em nenhum tratamento

e um total de 47 diferentes compostos voláteis foram identificados. O café inoculado com levedura teve um sabor

caramelo e isto não foi detectado no controle, avaliado pelo TDS. A utilização de culturas iniciadoras no café durante a

fermentação é uma alternativa interessante para obtenção de uma bebida de qualidade com sabor característico.

Palavras-chave: café; fermentação; cultura iniciadora; DGGE.

Agradecimentos: CAPES; CNPq; FAPEMIG

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117

PRODUÇÃO DE AMILASES POR UMA LINHAGEM DE Aspergillus niger

EMPREGANDO-SE A CASCA DE BATATA DOCE COMO SUBSTRATO

ALTERNATIVO

1PEREIRA, C. R.;2RESENDE, J. T. V.; 3MARTINS, M. D.; 4LIMA, V. A.; 5KNOB, A.

1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 2UNICENTRO- Universidade

Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 3UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste

([email protected]), 4UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná ([email protected]), 5UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected])

As amilases constituem um dos principais grupos de enzimas industriais devido a seu amplo espectro de aplicações

biotecnológicas. Elas podem ser obtidas a partir de fontes microbianas, sendo possível a obtenção de altos rendimentos

por meio da utilização de processos de fermentação submersa e de estado sólido. No entanto, sua produção é

frequentemente limitada devido aos custos dos substratos utilizados para o cultivo dos microrganismos. Nesse sentido, o

aproveitamento de subprodutos da agroindústria para a produção de enzimas é particularmente interessante, pois além de

diminuir os custos de produção destas enzimas, pode reduzir os impactos que esses subprodutos podem causar ao

ambiente. No presente estudo, a produção de amilases em casca de batata doce por uma linhagem de Aspergillus niger

foi avaliada, empregando-se o Delineamento Central Composto Rotacional (DCCR) aplicável a Metodologia de

Superfície de Resposta (MSR). Para tal, o fungo foi cultivado em meio líquido de Vogel, em presença da casca de batata

doce em concentrações distintas, de acordo com o DCCR. Após incubação por períodos de tempo também estabelecidos

pelo DCCR, as culturas foram filtradas a vácuo, sendo o filtrado obtido utilizado como fonte de enzimas extracelulares.

A determinação da atividade amilásica foi realizada por meio da quantificação de açúcares redutores liberados a partir de

uma solução de amido 1%, em pH 4,5, a 50 °C. Os fatores avaliados por meio do planejamento experimental foram o

tempo de crescimento, o pH de cultivo e a concentração do substrato. Os termos lineares das variáveis independentes de

concentração do substrato e pH de cultivo foram significativos para a produção de amilases, enquanto que em relação aos

termos quadráticos, todas as variáveis foram significativas. Contrariamente, nenhuma das interações entre os termos

influenciaram significativamente os níveis de amilases produzidos. A maior produção de amilases foi obtida quando a

concentração do substrato foi de 2,0%, o tempo de cultivo foi de 6,5 dias e o pH de cultivo ajustado para 6,0,

correspondendo a 211,14 U mL-1. Por meio dos resultados obtidos, evidencia-se o potencial de A. niger em produzir

amilases utilizando a casca de batata doce como substrato, um subproduto agrícola disponível a baixo custo.

Palavras-chave: Enzimas amilolíticas;Metodologia de superfície de resposta;Otimização.

Agradecimentos: CNPq, CAPES.

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118

PRODUÇÃO DE BIOETANOL A PARTIR DE MELAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR POR

BACTÉRIAS IMOBILIZADAS

1MORO, M. R.; 2FIGUEIRA, A. C.; 3GARCIA-CRUZ, C. H.

1Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas – IBILCE/UNESP – campus São José do Rio Preto

([email protected]), 2Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas – IBILCE/UNESP – campus São José

do Rio Preto ([email protected]), 3Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas – IBILCE/UNESP – campus

São José do Rio Preto ([email protected])

Diversos subprodutos e matérias primas da indústria de alimentos e agroindústria têm sido empregados para o crescimento

de micro-organismos devido à alta disponibilidade e baixo custo. No Brasil são produzidas milhões de toneladas de

melaço de cana-de-açúcar por ano durante a fabricação do açúcar. Vários autores estudaram o efeito da adição de melaço

de cana-de-açúcar em meios de cultivo para produção de etanol, com linhagens de Zymomonas mobilis, uma bactéria

Gram-negativa que quando cultivada em meio complexo, pode converter 98% da glicose presente em etanol, CO2, levana

e outros compostos orgânicos. Por outro lado, o alginato é um dos suportes mais utilizados na técnica de imobilização, e

a sua mistura com o álcool polivinílico (PVA) e o gotejamento em solução de cloreto de sódio formam esferas capazes

de englobar células bacterianas e, desta forma, suportar condições adversas e aumentar o rendimento. Assim, células de

Zymomonas mobilis CCT 4494 foram adicionadas à uma solução de alginato 1% e PVA 7%, e gotejadas com uma seringa

em uma solução de CaCl2 3%, formando esferas. Em cada Erlenmeyer com meio sintético composto de 5 g de extrato de

levedura, 1g KH2PO4, 1 g (NH4)2SO4, 1 g MgSO4.7H2O, com pH inicial 5,5 e com melaço de cana-de-açúcar 60º brix,

foram adicionadas 2 gramas de esferas. A fermentação foi realizada em shaker com temperatura fixa de 25 °C, sem

agitação, durante 12 horas, e após este período as células foram recicladas e amostras retiradas a cada 4 horas até completar

24 horas de fermentação. A produção de bioetanol foi avaliada por cromatografia gasosa e obteve-se a produção máxima

de 2,5 g/L de bioetanol após 20 horas. O reciclo celular possibilitou a produção de bioetanol maior que trabalhos

realizados com células livres relatados por outros autores, assim, a imobilização celular é uma técnica eficiente e que traz

economia ao processo fermentativo, agregada ao substrato de baixo custo.

Palavras-chave: bioetanol; imobilização celular; reuso; melaço.

Agradecimentos: CAPES

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119

PRODUÇÃO DE BIOMASSA DE Debaromyces hansenii EM FERMENTAÇÃO SUBMERSA

UTILIZANDO MEIO SINTÉTICO E MEIO NATURAL

1DIAS, M.; 1MELO, M. M.; COIMBRA, J. M.1; 1SILVA, C. F.

1Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 1Universidade Federal de Lavras

([email protected]) ,1Universidade Federal de Lavras ([email protected])

A indústria cafeeira no Brasil gera aproximadamente 3 milhões de toneladas de subprodutos como a casca e polpa de

café. Os resíduos agroindustriais são uma fonte de carboidratos e nutrientes que podem ser utilizados em processos de

fermentação, além de serem considerados recursos renováveis e baratos. A biomassa microbiana é uma rica fonte de

proteína e pode ser utilizada como suplemento na alimentação humana e animal. O trabalho teve como objetivo comparar

a produção de biomassa da levedura Debaromyces hansenii CCMA 0156 em meio sintético e em meio natural contendo

extrato de casca de café. As amostras de casca de café foram coletadas em uma fazenda do município de Lavras – MG,

pré-secas a 65 °C, por 72 h e moídas em moinho tipo Willey, com peneira de malha de 1,0 mm. O extrato de casca de

café foi preparado com 5% de casca em água destilada, autoclavado por 30 min. e filtrado. O cultivo da levedura foi

realizado em duplicata com Erlenmeyers de 250 mL contendo 150 mL de meio natural (extrato de casca de café) e meio

sintético YW (g/L) (3.0 extrato de levedura, 3.0 extrato de malte, 5.0 peptona e 10.0 glicose). Os frascos foram inoculados

com 7 log ufc/mL da levedura Debaromyces hansenii CCMA 0156 e incubados a 30 °C, 180 rpm por 7 dias. Amostras

foram retiradas a cada 48 h para monitorar o pH do meio e avaliar o crescimento através de contagem em câmara de

Neubauer. Ao final do cultivo, as células foram centrifugadas 9.000 x g, 4 °C por 10 min e a biomassa foi quantificada

através de secagem em estufa a 65 °C por 72 h. O crescimento da levedura no meio YW foi maior do que no meio natural,

8.16 e 7.96 log ufc/mL, respectivamente. Além disso, a biomassa obtida no meio YW também foi maior (2.23g) em

relação à produzida no meio natural (1.96g). Inicialmente o pH do meio com extrato da casca de café foi mais baixo do

que no meio sintético, devido a acidez da casca. No entanto ao final dos 7 dias de cultivo, os pHs de ambos os meios

foram 7.7 e 7.6, para YW e extrato de casca, respectivamente. Embora a maior produção de biomassa tenha sido em meio

sintético, a produção no meio natural foi próxima. Desta forma, a utilização de substratos naturais como a casca de café

se torna uma alternativa viável e econômica para obtenção de produtos microbianos de interesse industrial, como a

biomassa.

Palavras-chave: Levedura; Biomassa; Casca de café;

Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES e CNPq.

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120

PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTE EM BIORREATOR POR Pseudomonas aeruginosa

LBI 2AI A PARTIR DE GLICEROL DE BIODIESEL

1BALIEIRO, G. O. T; 2LOVAGLIO, R. B.; 3CONTIERO, J.

1UNESP-Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” ([email protected]), 2 UNESP-Universidade

Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” ([email protected]), 3UNESP-Universidade Estadual Paulista “Júlio

Mesquita Filho” ([email protected])

O uso do biodiesel em substituição aos combustíveis fósseis vem aumentando nos últimos anos. Tendo em vista que a

cada tonelada de biodiesel são gerados 100 kg de glicerol, há preocupação acerca do destino deste subproduto. Uma

solução a esta problemática é a utilização do glicerol como fonte de carbono na produção de biossurfactantes. Dentre as

vantagens destes compostos em relação aos surfactantes sintéticos estão a baixa toxicidade, a alta biodegradabilidade e a

produção a partir de substratos renováveis. O intuito do presente trabalho foi comparar a produção de ramnolipídios

produzidos em frascos e em biorreator no cultivo de Pseudomonas aeruginosa LBI 2AI, ao utilizar glicerol de Biodiesel

como fonte de carbono. Os experimentos em frascos Erlenmeyer de 1L contendo 300 mL de meio de cultura foram

conduzidos em mesa agitadora durante 120 horas à 37°C e 200 rpm. O cultivo em biorreator de 13L com 4L de meio de

cultura foi realizado em 160 horas à 37°C variando a agitação entre 300-900 rpm de maneira a manter a pO2 em 5%. A

quantificação de ramnolipídios foi feita em HPLC. Os resultados mostraram que a partir de 72 horas de cultivo, o

experimento em biorreator destacou-se com um aumento expressivo na produção do biossurfactante, atingindo em 115

horas uma concentração mais que 3 vezes superior à máxima alcançada em frasco. Obteve-se um aumento na concentração

de ramnolipídios de aproximadamente 400%. O uso desta fonte de carbono pode contribuir para reduzir o custo de

produção de ramnolipídios, agregar valor ao resíduo e consequentemente reduzir a poluição ambiental.

Palavras-chave: Glicerol; Ramnolipídios; Pseudomonas aeruginosa.

Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

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PRODUÇÃO DE D-LACTATO POR Escherichia coli UTILIZANDO GLICEROL

COMO FONTE DE CARBONO.

1SATO, K. U., 1NETO, P. M. A. N., 1COELHO, L. F. C., 1JCONTIERO, J.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 1UNESP -

Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]) , 1UNESP - Universidade

Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]), 1UNESP - Universidade Estadual Paulista

"Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]) .

A produção de ácido láctico, até então direcionada às indústrias farmacêuticas e alimentícias, apresenta grande potencial

à produção de plástico biodegradável. O ácido láctico ocorre na forma dextrógira (D) e levógira (L). Quando sintetizado

quimicamente, resulta em uma mistura racêmica. A pureza dos enantiômeros é crucial para as propriedades físicas,

cristalinidade e para o controle da taxa de biodegradabilidade do polilactato. A obtenção de enantiômeros opticamente

puros pode ser garantida com a produção biológica. A rentabilidade de sua produção em escala industrial em relação ao

plástico derivado do petróleo depende do custo da fonte de carbono utilizada para o crescimento da biomassa, sendo o

glicerol um substrato barato e saindo como subproduto da geração de biodiesel e bioetanol. A lactato desidrogenase é a

enzima chave para a produção de D-lactato, presente no genoma de Lactobacillus delbrueckii, que pode garantir uma

produção de cerca de 90% de pureza do D-lactato. Portanto, o gene D-ldha de L. delbrieckii foi clonado e expressado em

Escherichia coli. Para uma rápida conversão de glicerol a piruvato, necessária para produção de D-lactato, outro

plasmídeo foi criado e inserido em E. coli. Este plasmídeo contém genes do regulon dha de Klebsiella pneumoniae por

ser um micro-organismo que sintetiza lactato como subproduto da fermentação de glicerol. Para tal, utilizamos a técnica

de Gibson Assembly, que proporciona a união de vários genes em um mesmo plamídeo, seguido de transformações por

eletroporação em E. coli e futuras fermentações com meio mínimo M9. As transformações do gene D-ldha e do regulon

dha em E. coli DH10B foram eficazes, bem como a transformação de D-ldha em E. coli SZ63, que contém genes deletados

para a total conversão do piruvato em D-lactato. As fermentações mostraram uma produtividade de 1,43 g/L.h em E. coli

SZ63+D-ldhA, 1,32 g/L.h em E. coli SZ63 e 0,55 g/L.h em DH10B+D-ldhA sem a indução por IPTG, mostrando apenas

o vazamento da expressão do gene inserido. Posteriormente faremos a transformação do regulon dha em E. coli SZ63

para a utilização de glicerol e comparação de produtividade de D-lactato com as demais cepas com indução por IPTG.

Por hora, podemos concluir que a inserção do gene D-ldha na estirpe SZ63 leva a um aumento considerável da

produtividade de D-lactato.

Palavras-chave: engenharia metabólica; biologia sintética; uso de resíduo.

Agradecimentos: FAPESP.

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122

PRODUÇÃO DE LIPASES POR Fusarium oxysporum EMPREGANDO-SE A CASCA DE

BUTIÁ COMO SUBSTRATO

1IZIDORO, S. C.; 2PROLO, T.; 3WOUK, T.; 4LIMA, V. A.; 5KNOB, A.

1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 2UNICENTRO- Universidade

Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 3UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste

([email protected]), 4UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná ([email protected]), 5UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected])

Lipases apresentam inúmeras aplicações biotecnológicas pois oferecem elevada capacidade catalítica, são altamente

estáveis, apresentam reversibilidade de seu modo de ação. Assim, o aumento da produtividade em processos fermentativos

é interessante. Objetivou-se nesta pesquisa, elevar os níveis de produção lipásica por uma linhagem de Fusarium

oxysporum isolada de óleo contaminado. Inicialmente, resíduos agroindustriais foram avaliados como substratos

indutores, em seguida, o efeito da concentração do substrato, do pH e do tempo de cultivo sobre a produção foi avaliado,

empregando-se o Delineamento Central Composto Rotacional (DCCR) aplicável a Metodologia de Superfície de

Resposta (MSR). F. oxysporum foi cultivado em meio líquido de Vogel, em presença da casca de butiá em concentrações

distintas. Após incubação por períodos de tempo estabelecidos, as culturas foram filtradas a vácuo e o filtrado obtido

utilizado como fonte de lipases. A atividade foi determinada na incubação do filtrado bruto e do substrato p-nitrofenil

palmitato em pH 7,0, a 37 °C., a reação foi paralisada com solução saturada de tetraborato de sódio e o p-nitrofenol

liberado mensurado em espectrofotômetro a 405 nm. A casca de butiá foi o melhor substrato indutor (17,45 U mL -1).

Após a otimização, as melhores condições para a produção de lipases por F. oxysporum foram 2,9% de casca de butiá,

pH de cultivo 4,2 e tempo de cultivo de 4,4 dias, obtendo-se 35,82 U mL-1. Os termos lineares das variáveis independentes

pH de cultivo e concentração do substrato foram significativos assim como para os termos quadráticos, pH e tempo de

cultivo, demonstrando a influência destes fatores na produção enzimática.

Palavras-chave: Enzimas lipolíticas; Metodologia de superfície de resposta; Substrato alternativo.

Agradecimentos: CNPq, CAPES.

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123

PRODUÇÃO DE PROTEASE Mucor circinelloides UCP 050 EM MEIO CONTENDO

GLICEROL RESIDUAL

1SANTANA, K.V.; 2MAHNKE, L. C.; 3FREITAS, J. H. E. S.; 4ESTEVAM ALVES, M. H. M.;

1SILVA, G.; 1MORORÓ, M. C. C.; 1NASCIMENTO, A. E.; 1CAMPOS-TAKAKI, G.M.

1Núcleo de Pesquisas em Ciências Ambientais e Biotecnologia ([email protected]; [email protected];

[email protected])1, 2Universidade Federal de Pernambuco – Centro de Ciências Biológicas

([email protected]), 3Universidade Federal de Pernambuco – Departamento de Bioquímica

([email protected]), 4Universidade Federal de Pernambuco – Laboratório de Imunopatologia Keizo

Asami ([email protected])

Como resultado da crescente demanda do biodiesel surge o glicerol/glicerina, co-produto que atinge um volume que não

é completamente absorvido pelo mercado convencional, resultando em seu acúmulo. Aplicações biotecnológicas

permitem a valorização do co-produto para a obtenção de metabólitos com valor agregado, por exemplo, 1,3-propanodiol,

etanol, ácidos orgânicos, biossufactantes, carotenóides e butanol e lipídeos, demonstrando que a fermentação do glicerol

resulta na síntese de compostos com relevância comercial. O estudo do comportamento fisiológico de microorganismos

em resposta a exposição ao glicerol residual do biodiesel é de extrema importância para a compreensão dos processos de

produção. Assim, neste estudo, a produção da enzima protease foi avaliada em Mucor circinelloides, um zigomicete com

vasta aplicação industrial, em cultivo contendo 2%, 4% e 8% de glicerol residual. Como controles, foram utilizados

glicerol comercial e glicose. Atividades 20,4 U/mg, 23,8 U/mg e 26,8 U/mg foram determinadas para as concentrações

de 2%, 4% e 8% no período de 96 horas de cultivo. Para as células cultivas em glicose e glicerol comercial valores

correspondentes a 13,7 U/mg, 15,3 U/mg, 16,9 U/mg, 17,4 U/mg, 18,6 U/mg e 19,2 U/mg foram obtidas para glicose e

glicerol comercial nas concentrações de 2%, 4% e 8%, respectivamente. Além disso, a atividade da enzima aumenta em

função da fase de crescimento. A introdução do resíduo no meio de cultivo de Mucor circinelloides pode ser considerada

uma alternativa viável para sua redução e aponta seu potencial na produção de proteases.

Palavras-chave: Mucor circinelloides, glicerol, protease.

Agradecimentos: FACEPE, CNPq, CAPES, Unicap.

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124

PRODUÇÃO DE PROTEASES ALCALINAS POR UMA LINHAGEM DE Fusarium

oxysporum EMPREGANDO SUBSTRATO ALTERNATIVO

1PROLO, T.; 2IZIDORO, S. C.; 3LIMA, V. A.; 4KNOB, A.

1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 2UNICENTRO- Universidade

Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 3UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná

([email protected]), 4UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected])

As enzimas proteolíticas correspondem a 60% do mercado mundial de enzimas, devido a sua ampla aplicabilidade nos

diversos setores industriais. Dentre as vantagens apresentadas por proteases obtidas a partir de fontes microbiológicas

podem ser citados os maiores níveis de produção, menor custo de obtenção, além de menor impacto no ambiente quando

comparadas às enzimas obtidas de fontes animais ou vegetais. O presente estudo objetivou elevar os níveis de proteases

alcalinas produzidas por uma linhagem de Fusarium oxysporum, isolada a partir de óleo contaminado, utilizando um

substrato alternativo rico em queratina como substrato e o Delineamento Central Composto Rotacional (DCCR) aplicável

à Metodologia de Superfície de Resposta (MSR). Para tal, o fungo foi cultivado em meio líquido de Vogel, em presença

do substrato em diferentes concentrações, de acordo com o DCCR. Após incubação por períodos de tempo também

estabelecidos pelo DCCR, as culturas foram filtradas a vácuo, sendo o filtrado obtido utilizado como fonte de enzimas

extracelulares. A fim de determinar a atividade proteásica, o filtrado bruto apropriadamente diluído foi incubado em

presença de uma solução de caseína 2%, pH 9,0, a 37 °C. Após períodos pré-estabelecidos, a reação foi paralisada pela

adição de uma solução de ácido tricloroácetico (10%). Uma unidade de enzima (U) foi definida como a quantidade de

enzima capaz de propiciar um aumento de 0,1 na absorbância a 280 nm, por mL, por hora. Os termos das variáveis

independentes avaliadas incluíram o pH de cultivo, o tempo de crescimento do fungo e a concentração do substrato. Em

relação aos termos lineares, todas as variáveis foram significativas, bem como as interações entre elas. Dentre os termos

quadráticos, apenas o tempo de cultivo não exerceu efeito sobre a produção dessas enzimas. As melhores condições de

cultivo estabelecidas para a produção de proteases alcalinas pela linhagem de F. oxysporum foram pH de cultivo 6,0,

concentração de substrato 5%, e tempo de cultivo de 6,5 dias. Após a otimização empregando-se as ferramentas

estatísticas, a produção observada foi 14,85 vezes superior à produção inicial, correspondendo a 51,84 U/mL. Por meio

dos resultados obtidos, evidencia-se o potencial de produção de proteases alcalinas por F. oxysporum, utilizando-se um

substrato alternativo rico em queratina como única fonte de carbono e nitrogênio.

Palavras-chave: Enzimas proteolíticas; Metodologia de superfície de resposta; Delineamento Central Composto

Rotacional.

Agradecimentos: CNPq, CAPES.

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PRODUÇÃO DE XILANASE E β-XILOSIDASE POR Fusarium sp. EM CULTIVOS EM

SUBSTRATOS SÓLIDOS

TENÓRIO, H.G.T.; SANTOS, C.M.; BATISTA, R.D.; TEIXEIRA, T.S.; ALMEIDA, A.F.1*

1Fundação Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi, Incubadora de Empresas de Base

Biotecnológica ([email protected]), ([email protected]), ([email protected]), ([email protected]), ([email protected])1*

A hemicelulose é o segundo maior componente da parede vegetal depois da celulose. Ela compreende um grupo de

polissacarídeos heterogêneos constituído essencialmente por uma grande fração de xilano com esqueleto linear de β(1-4)

D-xilose, o qual é parcialmente acetilado e substituído em diferentes graus por uma variedade de cadeias laterais,

principalmente α-D-glicopiranosil, α-L-arabinoses. O objetivo deste trabalho foi produzir xilanase e β-xilosidase por

Fusarium sp. LABAP 4.1 utilizando substratos agroindustriais em sistema de cultivo em substrato sólido. Os cultivos

foram realizados em sacos de polipropileno (12 x 20 cm). Para isso cada um dos cinco substratos escolhidos para o

experimento (palha de milho, casca de mandioca, coroa de abacaxi, casca de cevada e tegumento de soja) foi seco, moído

e peneirado, obtendo-se partículas com diâmetro variando entre 1 e 2 mm. Então 5 g foram colocadas em saco de

polipropileno, e depois 4 ml de solução nutriente, meio de Vogel, foi adicionada, os sacos foram então autoclavados e

depois inoculados com 1 ml de suspensão de esporos na mesma solução nutriente (1,0 x 107 esporos/ml). Os cultivos

foram mantidos a 30°C por 6 dias, e a cada 48 h foi retirada uma série de cada substrato para obtenção do extrato

enzimático. A maior produção de xilanase foi verificada com tegumento de soja (127,50 U/gss) seguido de palha de milho

(94,32 U/gss) e bagaço de cevada (87,68 U/gss). As maiores produções de e β-xilosidase foi verificada com bagaço de

cevada (40,30 U/gss) e palha de milho (39,62 U/gss). A partir desses dados será possível formular meios de cultura com

diferentes concentrações de cada substrato para a obtenção de enzimas com baixo custo operacional.

Palavras-chave: Xilanases; β-xilosidase; Resíduos agroindustriais.

Agradecimentos: Laboratório de Biotecnologia e Análise de Alimentos e Purificação de Produtos (LABAP), da

Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi – TO.

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Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil

126

PRODUÇÃO DE α-L-ARABINOFURANOSIDASE POR Aspergillus sp.

EM RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS

1TERRONE, C. C.; 2NASCIMENTO, J. M. F.; 3TERRASAN, C. R. F.;

4ALMEIDA, A. F.; 5CARMONA, E. C.

1Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro([email protected]); 2Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro ([email protected]); 3Universidade Estadual Paulista–

UNESP – Rio Claro ([email protected]); 4Universidade Federal do Tocantins – UFT – Gurupi

([email protected]); 5Universidade Estadual Paulista– UNESP – Rio Claro ([email protected]).

α-L-arabinofuranosidase é uma enzima que atua na degradação do material vegetal pela hidrólise de resíduos L-

arabinofuranosil presentes nas hemiceluloses, especialmente nas paredes celulares de plantas. Esta enzima, combinada

com outras enzimas do complexo xilanolítico, apresenta potencial na degradação/sacarificação de resíduos

agroindustriais. Além disso, esta enzima pode também ser aplicada em outros bioprocessos como branqueamento da polpa

de papel, síntese de xilooligossacarídeos, produção de bioetanol e clarificação de vinhos e sucos de frutas. A fonte de

carbono é o principal fator que influencia a produção enzimática por micro-organismos. Fontes naturais que contém vários

componentes polissacarídicos podem induzir a produção de enzimas específicas para nutrição e crescimento do

organismo. Um isolado de Aspergillus sp. foi obtido de uma lagoa salina e alcalina do Pantanal Mato-grossense na região

da Nhecolândia sendo previamente avaliada quanto a degradação de substratos hemicelulolíticos. Os resultados dos testes

prévios indicaram que o isolado produz enzimas do complexo xilanolítico quando cultivada em carboidratos puros,

resíduos e subprodutos agrícolas e agroindustriais. O objetivo deste trabalho foi determinar a influência de diversas fontes

de carbono sobre a produção de α-arabinofuranosidase por Aspergillus sp.. Para isto foram realizados cultivos por 7 dias

em meio líquido de Vogel suplementado com arabinose, Avicel, CMC, glicose, lactose, pectina de maçã, sacarose, xilano,

xilose, e em resíduos agroindustriais como bagaço de cana-de-açúcar, bagaço de malte, casca de arroz, casca de laranja,

casca de mandioca, farelo de aveia, farelo de trigo, polpa cítrica e sabugo de milho a 1% (m/v), pH 6,5 a 40 ºC. As culturas

foram filtradas à vácuo, e o filtrado foi utilizado como fonte da enzima. As maiores atividades enzimáticas foram

observadas nos cultivos contendo pectina de maçã (0,023 U/mL), casca de laranja (0,039) e polpa cítrica (0,019).

Portantoo referido isolado produziu α-arabinofuranosidase quando cultivada em resíduos agroindustriais, especialmente

polpa cítrica, um resíduo da indústria da laranja pouco explorado no cultivo de fungos filamentosos para produção de

enzimas do complexo xilanolítico.

Palavras-chave: α-arabinofuranosidase, Aspergillus sp, produção de enzimas, polpa cítrica.

Agradecimentos: CAPES, CNPq.

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127

PRODUÇÃO DE β-GLUCOSIDASES POR Trichoderma viride EMPREGANDO-SE A

CASCA DE MARACUJÁ COMO SUBSTRATO

1ALMEIDA, J. M. de; 2LIMA, P. C. G. de; 3LIMA, V. A. de; 4KNOB, A.

1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 2UNICENTRO- Universidade

Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 3UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná

([email protected]), 4UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected])

Os resíduos agroindustriais constituem uma abundante fonte de biomassa lignocelulósica, sendo gerados continuamente

em grandes proporções pelos setores agrícolas e industriais. Atualmente, essas matérias-primas de baixo custo

apresentam-se como uma excelente alternativa para a produção de enzimas e para o processo de hidrólise, a fim de gerar

açúcares fermentáveis e outros produtos de interesse biotecnológico. O objetivo do presente estudo foi estabelecer as

melhores condições para a produção de -glicosidases por uma linhagem de Trichoderma viride, previamente isolada de

solo de Mata Atlântica. Para tal, o Delineamento Central Composto Rotacional (DCCR) aplicável à Metodologia de

Superfície de Resposta (MSR) foi empregado, sendo o tempo de cultivo, o pH de cultivo e a concentração do substrato

os fatores considerados. O fungo foi cultivado em meio líquido de Vogel, em diferentes valores de pH e por distintos dias,

de acordo com o estabelecido no DCCR. Após a filtração a vácuo das culturas, o filtrado obtido foi empregado como

fonte de -glucosidases extracelulares. A determinação da atividade -glucosidásica foi conduzida, mensurando-se a

quantidade de p-nitrofenol liberado a partir do substrato sintético p-nitrofenil- -D-glucopiranosídeo. A maior produção

de β-glicosidases foi obtida quando a concentração do substrato foi de 2,9%, o tempo de cultivo foi de 4,4 dias e o pH de

cultivo ajustado para 7,8, correspondendo a 1,23 U mL-1. Sob estas condições, elevados níveis de endoglucanase (8,64 U

mL-1) e de celobiohidrolase (7,03 U mL-1) também foram verificados, sugerindo o potencial de aplicação do extrato bruto

de T. viride nos processos de sacarificação da biomassa. A utilização da casca de maracujá como substrato nos processos

de produção de celulases poderá não apenas agregar valor a este resíduo, bem como diminuir substancialmente sua

deposição no meio ambiente.

Palavras-chave: Enzimas celulolíticas; Metodologia de superfície de resposta; Resíduo agroindustrial.

Agradecimentos: CNPq, CAPES.

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128

PROSPECÇÃO DE ATIVIDADE ANTIBACTERIANA A PARTIR DE EXTRATO

HEXÂNICO DE MEMBROS DA FAMILIA CELASTRACEAE

1FIGUEIREDO, J. E.;2FERRAZ, A. C.; 3FERRAZ, D. E.,C. L.;4FERREIRA, J.M.S;

5VIEIRA-FILHO, S. A.; 6MAGALHÃES, J. C.

1UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba ([email protected] )

2UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba ([email protected]), 3UFOP-Universidade Federal de Ouro Preto([email protected]), 4UFOP - Universidade Federal de

OuroPreto([email protected]), 5UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei /Campus Centro Oeste-Dona

Lindu([email protected]), 6UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba

([email protected])

A utilização de plantas para fins medicinais é adotada desde a humanidade primitiva, e atualmente o tema ganhou

relevância em função de relatos recentes mostrando bactérias com alta taxa de resistência e multirresistência aos

antibióticos tradicionais. Atrelar o conhecimento da medicina popular aos estudos pode ser uma alternativa eficiente para

o desenvolvimento de novos antimicrobianos, pois, de certa forma, já se tem alguma noção sobre a sua toxicidade e efeitos

globais. Algumas plantas da família Celastraceae são empregadas na medicina popular como anti-inflamatórios,

antitumorais e antissépticos. Por existirem poucos relatos sobre a atividade biológica dessas plantas, avaliou-se a ação

antibacteriana de extratos dos gêneros Salacia e Maytenus, pertencentes à família,contra as bactérias Klebsiella

pneumoniae, Klebsiella oxytoca, Bacillus cereus, Bacillus subtilis e Streptococcus faecalis.Os extratos foram obtidos a

partir de diferentes solventes e, posteriormente, ressuspensos em dimetilsulfóxido (DMSO). A determinação da

concentração inibitória mínima (CIM) dos extratos contra as bactérias foi feita utilizando-se microtécnica em placas de

96 poços, sendo os extratos diluídos em série de 1:2 e o inóculo bacteriano ajustado a 1,5x106 células.mL-1, conforme

escala de McFarland.Como controles negativo e positivo, foram utilizados o veículo DMSO e o antibiótico amicacina,

respectivamente. Após o período de 24h de incubação a 37 °C,a revelação foi feita, utilizando-se a técnica metil-tiazol-

tetrazólio (MTT). A concentração inibitória mínima do extrato hexânico de Salacia sp foi de 3,125 e 6,25 µg.mL-1 frente

K. pneumoniae e B. cereus, respectivamente. Já para o extrato hexânico de Maytenus sp foi observada uma CIM de 6,25

µg.mL-1 contra K. pneumoniae, de 3,125 µg.mL-1 contra S. faecalis e de 1,56 µg.mL-1 contra B. subtilis. Nenhum desses

extratos foi capaz de inibir o crescimento de K. oxytoca. Estudos estão sendo conduzidos para avaliar a citotoxicidade

desses extratos e também frações a partir de outros solventes. De forma preliminar, acredita-se que compostos isolados

das frações hexânicas poderão representar alternativas no tratamento de patologias bacterianas, considerando que baixas

concentrações forma capazes de inibir o crescimento microbiano.

Palavras-chave: Celastraceae; antibacteriano; Salacia sp;Maytenus sp

Agradecimentos: FAPEMIG, NEPLAM

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129

PURIFICAÇÃO DE UMA LIPASE ÁCIDA DE Candida viswanathii PRODUZIDA POR

CULTIVO EM ESTADO SÓLIDO

1DIAS, K. B.; 2CARMONA, E. C.; 3ALMEIDA, A. F.

1Fundação Universidade Federal do Tocantins ([email protected]) ,2UNESP - Universidade Estadual

Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ([email protected]) ,3Fundação Universidade Federal do Tocantins

([email protected])

Lipases (triacilglicerol hidrolases, EC 3.1.1.3) são, muito provavelmente, o grupo de enzimas com a utilização mais ampla

como biocatalisadores, isto porque estas enzimas possuem uma ampla quimio, régio e enantiosseletividade. Em muitas

de suas aplicações é requerido que estas enzimas sejam utilizadas em formas purificadas, o que faz da purificação de

enzimas uma etapa bastante importante e complexa do processo. O objetivo deste trabalho foi purificar uma lipase ácida

produzida por Candida viswanathii em cultivo em estado sólido. O cultivo em estado sólido foi preparado utilizando

farelo de trigo, bagaço de cevada e gordura de frango, suplementado com 16 mL de meio líquido de Vogel modificado e

0,8 g de extrato de levedura. Após incubação a 30 °C por 5 dias, o extrato proteico foi obtido por meio de filtração à

vácuo e centrifugação. Em todo experimento procedeu-se a determinação da atividade enzimática utilizando p-nitrofenil

palmitato (pNPP) como substrato, e determinação de proteínas realizada pelo método BCA. A purificação foi realizada

por meio de cromatografia de interação hidrofóbica, sendo a amostra aplicada em uma coluna pré-empacotada com octil

agarose equilibrada com tampão acetato de amônio (0,05 M pH 6,9). Após a lavagem da coluna com o mesmo tampão,

as proteínas adsorvidas foram eluídas com 100 ml de um gradiente linear crescente de 0 a 1% de Triton X-100 no mesmo

tampão. Para comprovar a purificação da enzima foi realizada eletroforese em gel de poliacrilamida com dodecil sulfato

de sódio (SDS-PAGE). O procedimento permitiu obter em uma única etapa de purificação uma amostra homogênea de

lipase com rendimento de 84,55% e fator de purificação de 47,05 vezes, constituindo-se uma estratégia simples, rápida e

eficiente. A análise eletroforética por SDS-PAGE revelou massa molecular de 18,46 kDa. O procedimento de purificação

empregado permite o escalonamento do processo e sugerir estratégias conjugadas de produção e purificação desta enzima.

Palavras-chave: Lipase; Candida viswanathii; Purificação.

Agradecimentos: Laboratório de Biotecnologia e Análise de Alimentos e Purificação de Produtos (LABAP), da

Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Gurupi – TO e Departamento de Bioquímica e

Microbiologia e do Laboratório de Bioquímica de Micro-organismos da Unesp, Campus de Rio Claro – SP.

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130

SCREENING DE NOVOS COMPOSTOS DE VANÁDIO E DE SEUS LIGANTES

POLIPIRIDÍNICOS FRENTE AO MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS

1CAMPOS, D. L.;1SILVA, P. B.; 2BENITEZ, J.; 2SCALESE, G.; 2RÓSTAN, S.;

2GAMBINO, D.; 1PAVAN, F. R..

1Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara, SP -

Brasil([email protected]); 2Universidade da República, Faculdade de Química, Montevidéu - Uruguai ([email protected])

A Tuberculose (TB) ainda é uma das doenças infecciosas que mais mata ao redor do mundo. Segundo a OMS, em 2013,

1,5 milhões de pessoas morreram por causa da doença. Esses números se devem principalmente pela não adesão dos

pacientes ao tratamento que é longo, complexo e tóxico, ou ainda, pela ineficiência destes fármacos em alguns casos de

TB onde o bacilo apresenta resistência aos medicamentos da terapia, sendo chamados de multi-drogas-resistentes (MDR)

ou extensivamente resistentes (XDR). Diante disso, a busca por novos fármacos que tornem o tratamento mais rápido e

efetivo contra a grande maioria das cepas e que seja seguro para o paciente é um constante desafio. O objetivo do trabalho

foi avaliar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) de compostos metálicos derivados de Vanádio e de seus ligantes

polipiridínicos através do ensaio “Resazurin Microtiter Assay” (REMA) frente a cepa-sensível de Mycobacterium

tuberculosis H37Rv (ATCC 27294). Neste ensaio, as bactérias são incubadas em placas de 96 poços contendo diferentes

concentrações dos compostos (0,98-25,00 g/mL) durante 7 dias a 37°C e atmosfera de CO2 a 5%. Após este período,

30 L de solução de Resazurina a 0,1mg/mL é aplicada nos poços da placa e a fluorescência é então avaliada após 24h.

A resazurina é reduzida a resorufina por células metabolicamente ativas e existe uma correlação direta entre a redução da

mesma no meio de crescimento e a proliferação de organismos vivos. A resazurina no seu estado oxidado é azul e quando

é reduzida por células viáveis muda para rosa. A CIM corresponde à menor concentração do composto capaz de inibir

90% do crescimento bacteriano. Consideramos moléculas promissoras, aquelas com atividade ≤10g/mL. Nesse sentido,

dos 14 compostos avaliados, 1 complexo e 2 ligantes foram considerados promissores com os seguintes resultados: (1)

[VO(5BrSalgly)(aminophen)], CIM de 9,5g/mL (18,55 M); (2) 5,6-epoxi-5,6-dihidro-1,10-fenantrolina (epoxyphen)

CIM de 2,9g/mL (14,78 M) e (3) 5-amino-1,10-fenantrolina (aminophen) CIM de 2,5g/mL (12,81 M). Os resultados

encontrados são muito satisfatórios, onde observa-se que a atividade dos ligantes (2) e (3) são semelhantes a fármacos

utilizados contra TB com uma pequena redução da atividade quando complexado ao V (1). Estudos futuros in vitro e in

vivo do grupo poderão caracterizar melhor o potencial terapêutico dessas novas moléculas.

Palavras-chave: REMA; Mycobacterium tuberculosis; Complexo de Vanádio.

Agradecimentos: Capes, CNPq, Fapesp.

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131

SELEÇÃO DE BACTÉRIAS DO ÁCIDO LÁTICO (BAL) PARA UTILIZAÇÃO COMO

CULTURA INICIADORA EM BEBIDA À BASE DE MANDIOCA

1 CARDOSO, M. G. B.; 2 FREIRE, A. L.; 3RAMOS, C. L.; 4SCHWAN, R. F.

1UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 2 UFLA – Universidade Federal de Lavras

([email protected]),3 UFLA – Universidade Federal de Lavras ([email protected]), 4 UFLA –

Universidade Federal de Lavras ([email protected]).

“Yakupa” é uma bebida fermentada produzida tradicionalmente pelos índios Juruna no Mato Grosso a partir da

fermentação natural da puba seca de mandioca, sem nenhum controle do processo. O objetivo deste estudo foi selecionar

BAL previamente isoladas dessa bebida, que apresentem características tecnológicas e potenciais probiótico para serem

utilizadas como culturas iniciadoras na fermentação de mandioca. Para este estudo 61 cepas de BAL foram avaliadas

quanto à produção de amilase. Para isso foram estriadas em placas de ágar MRS modificado contendo 0,2% de amido

solúvel em substituição à glicose, e reveladas com iodo. Para o teste de produção de ácido as cepas foram inoculadas em

caldo MRS com pH ajustado para 6,5 e cultivados a 30°C. A produção de ácido foi determinada a partir da medição do

pH após 6, 24 e 48 h. Para o teste de tolerância a baixo pH, as cepas foram cultivadas a 37°C em caldo MRS por 24/48h,

centrifugadas (5000 rpm/5 min) e lavadas duas vezes em água peptonada 0,1%. Os pellets obtidos foram ressuspendidos

em caldo MRS com pH ajustado para 2,5 e incubados por 3h a 37 °C. Amostras de 10 µL foram retiradas com 0 e 3h e

inoculadas em ágar MRS para observação do crescimento após 48 h a 37°C. O teste de amilase teve como resultado

apenas sete cepas produtoras de amilase. No teste de produção de ácido três cepas reduziram o pH do meio a 4,5; cinquenta

e sete reduziram o pH a 4 e apenas uma reduziu o pH a 3. No teste de tolerância a baixo pH após 3h de incubação, quarenta

e três cepas apresentaram bom crescimento em placa. Como conclusão, dentre as estirpes testadas, duas foram

selecionadas e serão utilizadas em estudos posteriores como inoculantes na fermentação de mandioca para produção de

uma nova bebida.

Palavras-chave: Mandioca; cultura iniciadora; fermentação; bactérias do ácido lático.

Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES, CNPQ

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132

SELEÇÃO DE LEVEDURAS CACTOFÍLICAS COM ATIVIDADE CELULOLÍTICA

1CAMARGO, F. P.; 2DOS SANTOS, A. C. A.; 3MORAES, E. M.

1Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba ([email protected]), 2 Universidade Federal

de São Carlos, campus Sorocaba ([email protected]), 3 Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba

([email protected])

Diversos microrganismos, dentre eles as leveduras, utilizam o tecido necrosado de cactáceas como substrato para seu

desenvolvimento, podendo até mesmo apresentar especificidade com este hospedeiro, sendo dificilmente encontrados em

outros habitats. Celulases são enzimas que hidrolisam as ligações glicosídicas entre carboidratos, mais especificamente

entre biopolímeros de celulose, um dos principais componentes da parede celular das plantas. A habilidade de produzir

celulase extracelular foi identificada em diversos microrganismos, sendo que os fungos são potenciais produtores mais

recorrentes do que as bactérias. O presente trabalho teve como objetivo isolar, identificar e selecionar, por meio de dois

testes qualitativos, leveduras potencialmente produtoras de celulase encontradas no tecido necrosado das cactáceas Cereus

hildmannianus e Praecereus euchlorus, coletadas na região de Itu, SP. Para tanto, utilizou-se um meio de cultura em que

a carboximetilcelulose (CMC) é adicionada como fonte de carbono numa concentração de 1% em um meio básico (0,1%

de extrato de levedura; 1,5% de ágar). Neste meio as leveduras foram inoculadas por sete dias e, após este período, a

produção de celulase foi observada através da adição de uma solução de Lugol como indicador dos halos de degradação

do substrato. Utilizou-se também a técnica de coloração com Vermelho Congo, na qual as culturas foram inoculadas no

meio de cultura de Tuncer e incubadas pelo mesmo tempo (sete dias), e então coradas com 10 mL de uma solução a 0,5%

do corante Vermelho Congo e posteriormente lavadas com uma solução de NaCl 1M, revelando assim as regiões onde o

CMC foi hidrolisado. Nove diferentes morfotipos foram testados, dos quais três puderam ser considerados como

potencialmente produtores de celulases, sendo um isolado da cactácea C. hildmannianus (Geotrichum sp.) e dois isolados

de P. euchlorus (Rhodotorula mucilaginosa e Rhodotorula glutinis). Com base em comparações do tamanho do halo de

degradação, também foi possível determinar o morfotipo com maior potencial para atividade celulolítica, sendo esta a

levedura Rhodotorula glutinis. Com base nos resultados obtidos, é possível concluir que o tecido necrosado de cactáceas

demonstra ser um substrato com potencial para o isolamento e seleção de leveduras com atividade celulolítica.

Palavras-chave: Atividade enzimática; Corante Vermelho Congo; Produção de celulase; Carboximetilcelulose.

Agradecimentos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq

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133

SELEÇÃO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS PARA A PRODUÇÃO DE CELULASES

POR Fusarium sp. SOB FERMENTAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO

1TENÓRIO, H. G. T.; 2 DIAS, T.; 3CONCEIÇÃO, R.N.; 4DIAS, K.B.; 5ALMEIDA, A. F.

1UFT - Universidade Federal do Tocantins ([email protected]), 2UFT - Universidade Federal do Tocantins

([email protected]), 3UFT - Universidade Federal do Tocantins ([email protected]), 4UFT - Universidade

Federal do Tocantins ([email protected]), 5UFT - Universidade Federal do Tocantins

([email protected])

As enzimas holocelulolíticas atuam na forma de complexo catalisando a hidrólise da holocelulose, biopolímero

recalcitrante formado por celulose e hemicelulose que compõem a parede celular vegetal. Diversos microrganismos,

secretam essas enzimas extracelularmente para obter carboidratos simples, esse processo é de grande importância

biológica e vem sendo utilizado a partir de métodos biotecnológicos, na indústria de papel e celulose, e na produção de

etanol de segunda geração. É no entanto imprescindível observar certos aspectos críticos a fim de viabilizar a produção

dessas enzimas, como a seleção de substratos com alto rendimento e baixo custo. Deste modo o esse trabalho investigou

a produção de enzimas do complexo celulolítico para diferentes resíduos agroindustriais. Para isso cada um dos cinco

substratos escolhidos para o experimento (palha de milho, casca de mandioca, coroa de abacaxi, casca de cevada e

tegumento de soja) foi seco, moído e peneirado, obtendo-se partículas com diâmetro variando entre 1 e 2 mm, então 5 g

foram colocadas em saco de polipropileno (12 x 20 cm), e depois 4 ml de solução nutriente, meio de Vogel, foi adicionada,

os sacos foram então autoclavados e depois inoculados com 1 ml de suspensão de esporos na mesma solução nutriente

(1,0 x 107 esporos/ml), com fungo do gênero Fusarium, isolado do mesocarpo do pequi. Os cultivos foram mantidos a

30°C por 6 dias, e a cada 48 h foi retirada uma série de cada substrato para obtenção do extrato enzimático, adicionando

20 ml de água destilada, agitado por 30 min e depois filtrando a vácuo. A atividade da CMCase, avicelase e celobiase foi

determinada a partir da incubação do extrato enzimático amostral com solução do seu respectivo substrato reacional, em

meio tamponado. Em intervalos de tempo adequados a reação foi interrompida pela adicionando ácido 3,5-

dinitrosalicílico (ADNS), para determinar a quantidade de açúcares redutores tendo glicose como padrão. A leitura foi

realizada em espectrofotômetro a 540 nm. Os resíduos que apresentaram os maiores foram a casca de mandioca com 96

h (60,36 U/g) para CMCase, tegumento de soja com 96h (124,53 U/g) para avicelase, e a palha de milho com 96 h (92,63

U/g) para celobiase. O estudo da produção enzimática permite compreender a fisiologia do micro-organismo, e a

influência do substrato sobre à produção de enzimas permitindo otimizar o bioprocesso.

Palavras-chave: Resíduos agroindustriais; fermentação em estado sólido; celuloses, celulose.

Agradecimentos: UFT- Universidade Federal do Tocantins, CNPq

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Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil

134

SINERGISMO DE AMICACINA E EXTRATO DE MAYTENUS SP POTENCIALIZA A

AÇÃO DO ANTIBIÓTICO FRENTE À KLEBSIELLA PNEUMONIAE

1FERRAZ, A. C.; 2FIGUEIREDO, J. E.; 3DE BRITO MAGALHÃES, C. L.; 4VIEIRA-FILHO, S.

A.;5FERREIRA, J. M. S.; 6MAGALHÃES, J. C.

1UFSJ- Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba ([email protected]),2UFSJ -

Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba ([email protected]),3UFOP -

Universidade Federal de Ouro Preto([email protected]), 4UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto

([email protected]), 5UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei /Campus Centro Oeste-Dona Lindu

([email protected]), 6UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei / Campus Alto Paraopeba

([email protected]).

Bactérias caracterizadas pela múltipla resistência a antibióticos são cada vez mais relatadas e são as que mais ameaçam a

saúde pública global. Entre outros fatores, a administração inadequada de antibióticos pode aumentar as estirpes

resistentes e/ou multirresistentes no ambiente, a exemplo da cepa Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenêmicos.

Relatos mostram atividade biológica em compostos de membros da Família Celastraceae, sendo muitos dos metabólitos

isolados de espécies do Gênero Maytenus. Assim, foi feita prospecção da ação antibacteriana em extratos de uma espécie

desse gênero contra 13 espécies bacterianas, entre elas Klebsiella sp. Diferentes solventes foram utilizados, e o extrato

etanólico (MIE) mostrou-se ativo contra nove das 13 bactérias investigadas. Curiosamente, o MIE foi eficaz contra K.

pneumoniae e não afetou K. oxytoca. Sendo essas espécies estreitamente relacionadas, isso mostra que aparentemente a

ação não é aleatória. A determinação da concentração inibitória mínima (CIM) dos extratos e/ou amicacina contra K.

pneumoniae foi feita por microtécnica em placas de 96 poços, onde o veículo foi usado como controle negativo (DMSO),

sendo os antimicrobianos diluídos em série 2x e o inóculo bacteriano ajustado a 1,5x106 células.mL-1 pela escala de

McFarland. Após 24h de incubação a 37 °C, a revelação foi feita com adição de metil-tiazol-tetrazólio (MTT). A CIM

obtida na condição de apenas extrato foi de 31,25 μg.mL-1. Sabe-se que algumas cepas desse grupo de bactérias possuem

resistência a múltiplos antibióticos, devido à presença da enzima carbapenemase e, além disso, possuem indefinição

quanto à resistência ao antibiótico amicacina. Por esse motivo, o efeito sinérgico (extrato + amicacina) foi testado pelo

método checkerboard, e mostrou uma concentração inibitória fracionária (CIF) em torno de 0,37 [0<CIF<0,5], indicando

provável interação sinérgica, e uma redução de até 8 vezes na concentração inibitória tanto do antibiótico quanto do

extrato. Estudos preliminares de citotoxicidade, utilizando-se células de mamífero, mostraram que somente concentrações

a partir de 100 μg.mL-1 são tóxicas às células Vero. Portanto, o extrato de Maytenus sp., ou seus compostos, pode

representar economia e ser uma alternativa no tratamento de doenças causadas por K. pneumoniae e outras bactérias.

Palavras chave: sinergismo; amicacina; antimicrobiano; K. pneumoniae; Celastraceae.

Agradecimentos:FAPEMIG e CNPq

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Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil

135

SOLUBILIZAÇÃO DE FOSFATO DE CÁLCIO IN VITRO POR LEVEDURAS

RIZOSFÉRICAS ISOLADAS DE MILHO

1 ROCHA, R. K.;2ALBERTINI, J.; 3ROSA-MAGRI, M. M.

1Universidade Federal de São Carlos ([email protected]), 2Universidade Federal de São Carlos

([email protected]), 3Universidade Federal de São Carlos([email protected])

O fósforo é um elemento de grande importância na nutrição de plantas, porém apresenta baixa disponibilidade no solo,

geralmente complexado em forma de fosfato de cálcio, alumínio ou ferro. Bactérias e fungos filamentosos têm sido muito

estudados quanto a capacidade de solubilizar fosfato no solo, no entanto, pouco se conhece sobre a capacidade de

leveduras rizosféricas neste processo. Um melhor entendimento das funções da microbiota do solo, incluindo leveduras,

é importante no desenvolvimento de técnicas para uma agricultura mais sustentável e com menores impactos ambientais.

Este trabalho teve como objetivo avaliar capacidade de leveduras rizosféricas na solubilização de fosfato de cálcio in

vitro. Os isolados foram obtidos a partir de rizosfera de plantas de milho, cultivadas no Centro de Ciências Agrárias,

UFSCar, Araras, SP. O plaqueamento foi feito em ágar YEPD, YM, BDA e Sabouraud., utilizando diluição decimal

seriada em solução salina (NaCl 0,85%). As placas foram incubadas a 25°C, durante 3 a 5 dias. Para determinar a

capacidade de solubilizar fosfato foi utilizada técnica de semeadura por picada em meio sólido BDYA, contendo 0,89g

de fosfato tricálcico por litro de meio. As placas foram incubadas a 25°C por 5 dias. Foi verificada a formação de um halo

translúcido ao redor da colônia, o que indica resultado positivo, e calculado o índice de solubilização (IS), pela razão

entre o diâmetro do halo e diâmetro da colônia. As leveduras foram classificadas em alta solubilizadora (IS>4), média (IS

entre 2 a 4) ou baixa (IS <2). O teste foi realizado com onze isolados. Seis deles apresentaram resultado positivo para a

solubilização de fosfato. Através de observação no microscópio óptico, foi possível verificar que quatro desses isolados

se tratavam de bactérias rizosféricas, sendo apenas dois leveduras. As duas leveduras apresentaram valores de IS de 2,08

e 2,02, sendo classificadas com índice médio de solubilização. São necessários mais estudos para identificação das

leveduras, melhor compreensão dos mecanismos utilizados na solubilização, bem como fatores que geram a otimização

desse processo.

Palavras-chave: leveduras; rizosfera; fosfato.

Agradecimentos: FAPESP.

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STUDYING OF NITROGEN SOURCE AND PHOSPHATE CONCENTRATION SIGNAL

TRANSDUCTION IN PICHIA PASTORIS

1RUMJANTSEV, A.M.; 1BONDAREVA, O.V.; 1PADKINA, M.V.; 1MEMETOVA, K.C.;

1SAMBUK, E.V.

1Saint-Petersburg State University, Faculty of biology, St. Peterburg ([email protected])

Methylotrophic yeast Pichia pastoris has proved to be especially useful for production of various heterologous proteins.

In biotechnology it is very important to maintain optimal levels of heterologous gene expression. Decisive understanding

of gene regulation mechanisms is essential for reaching this goal. In this study, we demonstrated the effect of different

nitrogen sources and phosphate concentration in media on expression of genes involved in methanol utilization and

peroxisome biogenesis. We used real-time PCR and convenient reporter systems to study regulation of methanol

utilization (e.g. AOX1, AOX2, PpDAK, PpDHAS, PpFLD, PpFGH) and peroxisomal genes (PpPEX5, PpPEX14,

PpPEX8). It was shown, that expression of these genes is tightly regulated in depend on nitrogen source. This regulation

is established on transcriptional level. In medium with ammonium sulphate expression levels of studied genes were

notably higher than in medium with proline as a sole nitrogen source. In yeast Saccharomyces cerevisiae the key role in

establishing of nitrogen source signal transduction is played by serine-threonine kinases Tor (Target of Rapamycin). Tor-

kinases are involved in regulation of cell proliferation and regulation of cell growth under different nutrient conditions.

Tor-kinase is a main target for rapamycin, which completely inhibits its activity and changes the expression of several

hundreds of genes, including ones involved in carbon metabolism. In this study we showed, that rapamycin treatment

completely removed regulation of AOX1 promoter by nitrogen source. This implies that Tor-kinase plays a key role in

establishing AOX1 gene regulation in depend on a nitrogen source. Apart from nitrogen regulation of genes involved in

methanol utilization and peroxisome biogenesis, it was found that these genes also respond to phosphate limitation.

Expression levels of PpDAK, PpDAS, PpFLD and PpPEX5 genes are increased in media with high concentrations of

phosphate. Our result show that P. pastoris have developed a regulation system which coordinates expression of main

genes involved in methanol utilization and biogenesis of peroxisomes under different nutrient conditions. This system

reacts not only to the type of carbon source, but also provides optimum transcriptional levels of MUT and PEX genes in

media with different nitrogen sources or during phosphate limitation.

Keywords: Pichia pastoris; nitrogen regulation; Tor-kinases.

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SUPLEMENTOS DIETÉTICOS À BASE DE COCHLOSPERMUM ANGOLENSIS WELW.:

ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E COMPOSTOS FENÓLICOS

1BARROS, L.; 1PEREIRA, C.; 2ALVES, M. J.; 2PEREIRA, L.;

3SANTOS-BUELGA, C.; 1FERREIRA, I. C.F.R.

1Centro de Investigação de Montanha (CIMO), ESA, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal ([email protected]),

2Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal, 3GIP-USAL, Faculdade de Farmácia,

Universidade de Salamanca, Espanha

Cochlospermum angolensis Welw. (borututu) é uma árvore tropical pertencente à família das Cochlospermaceae e

amplamente utilizada pelas suas propriedades medicinais, incluindo no tratamento da malária, da icterícia e de doenças

hepáticas.1 Neste trabalho, foram caracterizados os compostos fenólicos presentes em três formulações (infusões,

comprimidos e xarope) à base desta planta, utilizando cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detetores de

díodos e de espetrometria de massa (HPLC-DAD-ESI/MS). Esses compostos foram relacionados com a atividade

antimicrobiana das mesmas formulações contra isolados clínicos de bactérias multirresistentes (Escherichia coli,

Escherichia coli produtora de β-lactamases de espectro estendido (ESBLs), Proteus mirabilis, Staphylococcus aureus

resistentes à meticilina (MRSA) e Pseudomonas aeruginosa). As infusões e os comprimidos revelaram uma maior

variedade de compostos fenólicos, com onze moléculas identificadas. O ácido protocatéquico foi encontrado apenas nas

infusões, sendo o composto maioritário, enquanto a (epi)galocatequina-O-galato e a eucaglobulina/globulusina foram as

moléculas mais abundantes nos comprimidos e no xarope, respetivamente. O ácido elágico e derivados metilados, a

eucaglobulina/globulusina B e a (epi)galocatequina-O-galato foram compostos comuns a todas as formulações. As

infusões apresentaram propriedades antimicrobianas contra todas as bactérias testadas, com exceção de P. mirabilis, ao

passo que os comprimidos apenas revelaram atividade em E. coli ESBLs e MRSA. O xarope não apresentou atividade

antimicrobiana, o que está em concordância com o seu baixo teor de compostos fenólicos. Nenhuma das formulações

estudadas demonstrou capacidade de inibir o crescimento de P. mirabilis.

Atendendo aos resultados obtidos neste estudo, as infusões de C. angolensis podem ser consideradas uma fonte de

compostos fenólicos com boas propriedades antimicrobianas.

Palavras-chave: Cochlospermum angolensis; Infusão/comprimido/xarope; Compostos fenólicos; Atividade

antimicrobiana; Isolados clínicos.

Agradecimentos: Os autores estão gratos ao projeto PRODER nº 46577- PlantLact e a Fundação para a Ciência e

Tecnologia (FCT, Portugal) pelo apoio financeiro ao centro de investigação CIMO (projeto estratégico PEst-

OE/AGR/UI0690/2014) e pelo contrato de investigação de L. Barros sob o “Programa Compromisso com Ciencia –

2008”.

Referências: 1. H. -H. Poppendieck, New York Botanical Gardens, Bronx, NY, 1981.

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TEORES DE CARBONO ORGÂNICO E NITROGÊNIO TOTAL NA QUALIDADE DO

COMPOSTO PARA PRODUÇÃO DE Pleurotus ssp

1 SILVA, A. S. C.; 1 MORALES, E. M.; ¹MIRANDA, J. C.; 1ANGELIS, D. F.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

([email protected]), ([email protected]), ([email protected]),

([email protected]).

Muitos fatores contribuíram para o aumento do cultivo e do consumo de cogumelos nos últimos anos. Dentre os fungos,

o Pleurotus ssp. é o uma das espécies mais cultivadas. Deve-se a isto o fato de sua comercialização acontecer em diversos

substratos fibrosos e de baixo valor econômico. Para cultivar o Pleurotus ssp., além da temperatura e umidade adequadas,

o substrato deve apresentar uma relação C/N de, aproximadamente, 30:1. Para que o substrato adquira esta característica

os materiais, geralmente provenientes do descarte da agricultura, são submetidos ao processo de compostagem. Esta

compreende a fermentação anaeróbia com liberação de CO2 e amônia sendo o material mantido em pilhas. A seguir, o

produto da compostagem vai para os túneis de pasteurização onde apenas os micro-organismos termófilos sobrevivem.

Este trabalho objetivou avaliar a relação C/N do processo de produção de Pleurotus ssp. realizado em substrato de

Brachiaria. Para controlar a relação C/N na etapa de compostagem, foram coletadas amostras na região lateral (PL) e

central (PC) das pilhas. No túnel de pasteurização também coletou-se amostras (TP). As amostras sofreram secagem a

104°C e analisadas quanto ao nitrogênio total e carbono orgânico total. As amostras analisadas apresentaram evolução na

relação C/N na seguinte proporção após 6 dias de acompanhamento: 1°; 3° e 5° dia para PL, respectivamente 31:3; 28:4

e 33:3 sendo que, para PC foram 33:4; 33:4 e 34:4. No túnel de pasteurização a relação C/N para o 2°; 4°; 6° dia e centro

foi, respectivamente 25:4; 31;4; 31;4 e 29:3. Conclui-se assim que o substrato, após a realização do procedimentos de

compostagem e pasteurização atingiram a relação adequada para o cultivo de Pleurotus ssp.

Palavras chave: Carbono orgânico total; Nitrogênio total; compostagem; Pleurotus ssp.

Agradecimento: CAPES; ARABELLA.

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TERPENOS PRODUZIDOS POR Cladosporium sp., ENDÓFITO DA PLANTA

Anthurium alcatrazense

1FORTKAMP, D.; 2REIS, G. V.; 3LIRA, S. P.

1ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" – Universidade de São Paulo

([email protected]) 2ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" – Universidade de São

Paulo ([email protected] ) 3ESALQ/USP – Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" – Universidade de

São Paulo ([email protected])

O isolamento de moléculas produzidas por micro-organismos se mostra promissor na descoberta de compostos inéditos

com atividade biológica. Estes compostos podem ser usados para atender a demanda de produtos farmacêuticos,

industriais e de uso na agricultura. Assim, o objetivo deste trabalho foi obter frações semipuras com presença de

compostos da classe dos terpenos produzidas pelo fungo endofítico Cladosporium sp. (P7MF2F2). A linhagem foi isolada

da folha da planta Anthurium alcatrazense, endêmica da Ilha de Alcatrazes. Esta foi cultivada em meio líquido malte 2%

por 7 dias a 28 °C e agitação constante (150 rpm). O meio metabólito filtrado (2L) foi liofilizado e submetido à partição

líquido-líquido entre água e acetato de etila. A fração acetato de etila (seca) foi solubilizada em metanol e submetida à

cromatografia de permeação em gel Sephadex® LH-20, em gradiente isocrático de metanol. Foram obtidas sete frações.

Destas, a terceira fração obtida foi submetida à separação em coluna Sep-Pak de sílica gel 2g, com gradiente de

diclorometano, acetato de etila e metanol. Desta, obtiveram-se 5 frações, das quais a primeira foi novamente separada em

coluna de sílica gel, igual procedimento anterior, onde obtiveram-se quatro frações semi-puras com presença de terpenos,

esteroides, e/ou compostos redutores. O monitoramento dos compostos presentes nas frações foi realizado por

cromatografia em camada delgada, em cromatofolhas de sílica 20x20 cm (Macherey-Nagel®). Estas foram visualizadas

em luz UV nos comprimentos 254 nm e 365 nm e reveladas com ácido fosfomolíbdico (PMA), sendo utilizado colesterol

como padrão. Compostos menos apolares que o colesterol são considerados quimicamente mais interessantes e de

promissoras aplicações. Os terpenos são substâncias constituídas de unidades de isopreno. Eles estão presentes em óleos

essenciais e possuem diversas atividades biológicas já relatadas, tais como: atividade anti-tripanossomídeos, inseticida,

anti-fúngica e anti-bacteriana. Futuramente, novas etapas cromatográficas se fazem necessárias para a obtenção de

compostos puros para a realização dos bioensaios e elucidação estrutural das moléculas.

Palavras-chave: frações semi-puras; metabólitos secundários; produtos naturais.

Agradecimentos: CAPES, FAPESP e PPG em Microbiologia Agrícola da ESALQ.

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TRATAMENTO DE BAGAÇO DE CANA TERMO HIDROLISADO DA INDÚSTRIA DE

ETANOL POR FERMENTAÇÃO FÚNGICA DE PLEUROTUS OSTREATUS E

LENTINULA EDODES

1SOUSA, L. G. de; 2ANGELIS, D. de F.; 3NALIN, D. A.

1UNESP-RIO CLARO([email protected]), 2UNESP-RIO CLARO ([email protected]), 3 UNESP-RIO CLARO

O constante aumento na produção de etanol acarretará em maior produção de bagaço de cana-de-açúcar surgindo

necessidade de desenvolver novas formas de aproveitamento deste sub-produto,. Sendo assim, o acréscimo de valor

agregado no bagaço como aumento da quantidade proteica, redução da toxicidade, aumento da digestibilidade afim de

que seja utilizado como volumoso em ração animal pode ser uma alternativa economicamente interessante. Este trabalho

utilizou Lentinula edodes ( shiitake) e o Pleurotus ostreatus (shimeji) na biotransformação do bagaço de cana-de-açúcar

termo hidrolisado, considerando-se tempo e aditivos nutricionais, para obtenção de biomassa com melhores condições

nutricionais e proteicas. Na primeira etapa do projeto foram avaliadas diversas combinações de meio de cultura a fim de

se encontrar aquele mais adequado para o desenvolvimento fúngico. Concluiu-se que o carbonato de cálcio é essencial

para o desenvolvimento dos microorganismos neste substrato, sendo que, ao se ampliar a escala de produção, a proporção

de desse composto pode ser diminuída. Constatou-se nos fungos melhora no desenvolvimento das hifas com a adição de

1% de levedura liofilizada, podendo tornar a prática mais vantajosa economicamente. Com relação à quantidade de

inóculo, foram utilizadas sementes adquiridas da empresa Fungiflora e realizados testes com 1, 3 e 5% com relação ao

peso total da amostra. Para P. ostreatus, a diferença de desenvolvimento entre 3 e 5 % após 7 dias não foi observada e,

por isso, assumiu-se 3% como ideal. Para L. edodes, mesmo com 5% de concentração, ainda apresentou baixa taxa de

crescimento após 7 dias. Aumentou-se a quantidade de inóculo para 8 e 10%, sendo que a diferença de desenvolvimento

entre as duas concentrações foi semelhante. Diante disso, adotou-se 8% como a quantidade ideal. Também foi analisado

uma possível diferença entre um bagaço exposto à condições ambientais na Industria durante 30 dias e um material recém

produzido. Quanto ao crescimento fúngico não houve diferença qualitativas no seu desenvolvimento nas diferentes

amostras de bagaço. As amostras foram comparadas visualmente pelo desenvolvimento das hifas e documentadas em

fotos. Por outro lado, houve uma diferença pequena da toxicidade aguda realizado com Daphinia similis, entre as amostras

de bagaço recém produzida e aquela exposta a condições ambientais, sendo que esta última apresentou uma quantidade

de substâncias tóxicas menor.

Palavras-chave: bagaço de cana 1; Lentinula edodes 2; Pleurotus ostreatus 3;tratamento4

Agradecimentos: Agradeço ao PRH-05 que financia o projeto e fornece todo o suporte para que o projeto possa dar

andamento.

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TRIAGEM DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA IN VITRO DE PLANTAS

MEDICINAIS DO CERRADO SUL MATO-GROSSENSE

1MARTINS, R.M; 2BERNARDES, L. G; 3FERRAZ, D.E; 4JOSE NETO, M; 5OLIVEIRA, G.M. G.

1Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ([email protected]),2Universidade Federal de Mato Grosso do

Sul ([email protected]), 3Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ([email protected]),

4Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ([email protected]), 5Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

([email protected])

As plantas têm sido desde a antiguidade, um recurso ao alcance do ser humano como fontes importantes de produtos

biologicamente ativos. Recentemente, busca-se identificar novas drogas antibacterianas de fontes naturais, tendo como

alvo as enterobactérias, considerados os mais importantes agentes etiológicos de infecções em humanos. O uso

indiscriminado de antibióticos, sem uma cuidadosa avaliação das suas indicações terapêuticas, pode levar ao crescimento

de cepas bacterianas resistentes. Na tentativa de minimizar os problemas relacionados à resistência bacteriana,

investigações de princípios ativos em plantas nativas têm surgido graças aos investimentos em pesquisas de medicamentos

de origem natural. O presente trabalho avaliou o potencial bactericida de diferentes extratos vegetais contra

microrganismos associados às infecções gastrointestinais. Para obtenção dos extratos foram escolhidas 5 espécies de

plantas típicas do cerrado: Campomanesia adiamantum, Myrcia bella, Stryphnodendron obovatum, Lafoensia pacari e

Croton urucurana. O material vegetal foi triturado em moinhos de facas e submetido à extração por processo de

maceração por 10 dias, utilizando-se como solventes o álcool etílico 70% e metanol 100%, assim estabelecendo

proporções dos extratos de 1g e 2g de pó vegetal para 10 ml de solvente. Os microrganismos testados foram Escherichia

coli, Staphylococcus aureus e Klebsiela sp. Para determinar a atividade inibitória dos extratos empregou-se o método de

difusão em disco. Os resultados mostram que apenas o extrato metanólico L. pacari exibiu atividade antimicrobiana

contra todos os microrganismos testados, apresentando halos de inibição de 20 mm, comportando-se de modo semelhante

à droga padrão, Ciprofloxacino 5 µg. O extrato metanólico de S. obovatum inibiu apenas as culturas de S. aureus e C.

urucurana inibiu as culturas de S. aureus e E. coli. Os extratos hidroalcoólicos das 5 espécies e os metanólicos de C.

adiamantum e M. bella não apresentaram nenhuma atividade inibitória ou bacteriostática sobre os microrganismos

testados. Os resultados, obtidos in vitro somados aos achados descritos na literatura para L. pacari e S.obovatum, indicam

que os extratos metanólicos dessas espécies apresentam efeitos bactericidas produzidos por diferentes compostos,

envolvendo diferentes mecanismos de ação e que necessitam de novas pesquisas.

Palavras-chave: Cerrado; enterobactérias; extratos vegetais; infecções gastrointestinais.

Agradecimentos: CPAC- PREAE/UFMS

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USO DO SORO DE QUEIJO COMO SUBSTRATO ALTERNATIVO PARA A PRODUÇÃO

DE LIPASES PELA LEVEDURA L1

1IZIDORO, S. C.; 2PROLO, T.; 3GUIMARÃES, M. W.; 4LIMA, V. A.; 5KNOB, A.

1UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 2UNICENTRO - Universidade

Estadual do Centro-Oeste ([email protected]), 3UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro-Oeste

([email protected]), 4UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná ([email protected]), 5UNICENTRO- Universidade Estadual do Centro-Oeste ([email protected])

Atualmente, as enzimas lipolíticas constituem um dos principais grupos de enzimas com enorme potencial para aplicações

biotecnológicas, destacando-se seu uso nas indústrias de cosméticos, de detergentes, de laticínios, na produção de

biodiesel, entre outras. Entretanto, o custo de produção destas enzimas é o principal fator limitante para a sua utilização.

Uma alternativa a esta problemática é o emprego de resíduos agroindustriais como substratos para a produção enzimática.

A presente pesquisa objetivou elevar os níveis de lipases produzidos por uma linhagem leveduriforme isolada a partir de

óleo contaminado, empregando-se o soro de queijo como substrato alternativo. O efeito da concentração do substrato, do

pH e do tempo de cultivo sobre a produção de lipases foi avaliado, empregando-se o Delineamento Central Composto

Rotacional (DCCR) aplicável a Metodologia de Superfície de Resposta (MSR). O fungo foi cultivado em meio líquido

de Vogel, em presença do soro de queijo em concentrações distintas, de acordo com o DCCR. Após incubação por

períodos de tempo também estabelecidos pelo DCCR, as culturas foram filtradas a vácuo, sendo o filtrado obtido utilizado

como fonte de enzimas extracelulares. A determinação da atividade lipásica foi realizada por meio da mensuração do p-

nitrofenol liberado, a partir da hidrólise do substrato sintético p-nitrofenil palmitato quando incubado em meio tamponado

em pH 7,0, a 37 °C. Os termos lineares das variáveis independentes de concentração do substrato, tempo e pH foram

significativos para a produção de lipases. Em relação às interações entre os termos, as interações entre tempo e pH de

cultivo, bem como pH de cultivo e concentração de substrato influenciaram significativamente os níveis de lipases

produzidos. Assim, quando a concentração do substrato, o pH e o tempo de cultivo são diminuídos, a produção de lipases

é favorecida. As melhores condições estabelecidas para a produção de lipases pela levedura L1 foram concentração do

soro de queijo 1,1%, pH de cultivo 4,0 e tempo de cultivo de 24 horas. Após a otimização empregando-se as ferramentas

estatísticas, uma produção 10 vezes superior a inicial foi observada, correspondendo a 267,07 U/mL. Por meio deste

estudo, evidencia-se o potencial do soro de queijo como um substrato atrativo e de baixo custo para a produção de lipases

microbianas.

Palavras-chave: Enzimas lipolíticas; Metodologia de superfície de resposta; Resíduo agroindustrial.

Agradecimentos: CNPq, CAPES.

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CARACTERIZAÇÃO DA MICOBIOTA ASSOCIADA ÀS FORMIGAS-

CORTADEIRAS POR PIROSEQUENCIAMENTO

1DUARTE, A. P. M.; 2FERRO, M.; 3RODRIGUES, A.; 4BACCI Jr, M.;

5NAGAMOTO, N. S.; 6PAGNOCCA, F. C.

1Centro de Estudos de Insetos Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected]), 2Centro de

Estudos de Insetos Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected]), 3Departamento de Bioquímica

e Microbiologia, UNESP – Rio Claro, SP ([email protected]), 4 Centro de Estudos de Insetos

Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected]), 5Departamento de Produção Vegetal,

UNESP – Botucatu, SP ([email protected]), 6Centro de Estudos de Insetos Sociais,UNESP - Rio

Claro, SP ([email protected])

As relações das formigas Attini com seu fungo mutualista e outros micro-organismos são estudadas há

aproximadamente 220 anos e baseiam-se principalmente em métodos de cultivo. O avanço de novas

tecnologias de sequenciamento em larga escala, como o pirosequenciamento, tem permitido análises de

diversidade microbiana independente de cultivo mais detalhadas. Deste modo, o presente estudo teve como

objetivo analisar e comparar a diversidade fúngica associada a bitús de Atta capiguara (amostra 1), içás de

A. capiguara (amostra 2) e bitús de A. laevigata (amostra 3) através do pirosequenciamento. Foi extraído

o DNA de células fúngicas presentes na cutícula de dez formigas por amostra e a região ITS do rDNA foi

amplificada. As bibliotecas de amplicons foram sequenciadas na plataforma 454 FLX (Roche®). As

sequências obtidas foram analisadas no pipeline ITScan que removeu sequências quiméricas, alinhou e

agrupou as sequencias similares (97%) em Unidades Taxonomicas Operacionais Moleculares (MOTUs) e

comparou as MOTUs com sequências do GenBank. Os índices de diversidade e Chao 1 foram calculados

no programa PAST. No pirosequenciamento foram obtidas 22981 sequencias para a amostra 1 (82

MOTUs), 947 sequencias para a amostra 2 (39 MOTUs) e 11583 sequencias para a amostra 3 (68 MOTUs).

A análise da micobiota revelou que as espécies mais abundantes foram Cladosporium sp. e Cryptococcus

laurentti em bitús de A. capiguara, Cladosporium sp. e fungo não cultivável em içás de A. capiguara,

Cladosporium sp. e Epicoccum sp. em bitús de A. laevigata. Os índices de diversidade Fisher-alpha,

Shannon e Simpson revelaram que os bitús de A. capiguara (amostra 1) apresentaram a maior riqueza de

espécies entre as amostras. Os valores obtidos para a riqueza estimada pelo índice Chao 1 foram 111

MOTUs (SD = 31,94) para a amostra 1, 49 MOTUs (SD = 40,75) para a amostra 2 e 87 MOTUs (SD =

41,55) para a amostra 3, mostrando que a diversidade de fungos ainda não foi totalmente explorada nessas

formigas. O gênero Cladosporium foi predominante em todas as amostras e totaliza 67,9% de todas as

sequencias obtidas. Embora seja considerado um contaminante no isolamento de fungos cultiváveis, a

presença marcante de Cladosporium na cutícula das formigas-cortadeiras, observada pelo

pirosequenciamento, sugere que esse fungo é favorecido neste microambiente.

Palavras-chave: metagenômica; formigas Attini; diversidade; MOTU; sequenciamento de nova geração.

Agradecimentos: Este estudo foi financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São

Paulo (FAPESP - Proc. 2013/08540-4).

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144

CARACTERIZAÇÃO DE LINHAGENS DE CIANOBACTÉRIAS ISOLADAS

DA CAATINGA

1TAMASAUSKAS, P. C; 2BERAQUET, C.A.G.; 3ANDREOTE, A. P. D.; 4FIORE, M.

F.

Universidade de São Paulo - Centro de Energia Nuclear na Agricultura

1 ([email protected]), 2 ([email protected]), 3 ([email protected]), 4

([email protected])

As cianobactérias são micro-organismos capazes de realizar fotossíntese oxigênica pertencentes ao domínio

Bacteria que atuam em diversos ciclos biogeoquímicos e também produzem compostos naturais

interessantes sob o aspecto biotecnológico. Ainda, muitas espécies realizam o processo de fixação biológica

de nitrogênio atmosférico. Estudos sobre a comunidade cianobacteriana da Caatinga são escassos, embora

este bioma, distribuído ao longo do semiárido nordestino e abrangendo cerca de 10% do território nacional,

esteja sofrendo intenso processo de degradação devido ações antrópicas. Neste trabalho, quatro linhagens

de cianobactérias provenientes do bioma Caatinga foram caracterizadas morfologicamente e

filogeneticamente. Essas quatro linhagens (CENA216, CENA255, CENA230 e CENA261) foram isoladas

de água doce e solo da Caatinga e estão sendo mantidas na Coleção de Culturas de Cianobactérias do

Laboratório de Biologia Celular e Molecular do CENA/USP. A caracterização morfológica foi realizada

com base em observações em microscópio óptico e auxílio de literatura especializada. O DNA genômico

das culturas foi extraído e o gene de DNAr 16S foi amplificado (~1400 nt), clonado e sequenciado. As

sequências geradas foram processadas para remoção de bases com baixa qualidade (índice de qualidade <

20) e comparadas com outras previamente depositadas no GenBank. A construção da árvore filogenética

foi realizadas com as sequências de RNAr 16S geradas, sequências com alta identidade e outras sequências

provenientes de grupos taxonomicamente relacionados. Morfologicamente, as quatro linhagens estudadas

apresentaram tricomas uniseriados, isopolares, não ramificados, com presença de heterócitos intercalares e

terminais e acinetos, características do gênero Nostoc. As linhagens compartilharam entre 98 - 99% de

identidade de sequência com sequências disponíveis no banco de dados. Filogeneticamente, as linhagens

distribuíram-se em dois clados distintos não relacionados com o clado contendo as linhagens referência

para Nostoc. A linhagem CENA230 se agrupou com outras Nostoc spp., enquanto que CENA216,

CENA255 e CENA261 formaram um clado novo. A integração de dados moleculares e morfológicos

mostrou que a variabilidade genética excede a morfológica e que novos grupos filogenéticos de

cianobactérias habitam esse bioma.

Palavras-chave: Nostoc; 16S RNAr; diversidade; filogenia; heterócitos.

Agradecimento: FAPESP e CNPq.

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145

FILOGENIA DE FUNGOS DO GÊNERO Escovopsioides ASSOCIADOS ÀS

FORMIGAS DA TRIBO ATTINI

1OSTI, J. F.; ²RODRIGUES, A.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Rio Claro, SP ([email protected]),

²UNESP - Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Rio Claro, SP ([email protected])

O gênero Escovopsioides compreende fungos filogeneticamente relacionados com Escovopsis, fungo

parasita encontrado somente nos ninhos das formigas atíneas. Vários estudos demonstraram que Escovopsis

inibe o crescimen to do fungo cultivado como alimento por esses insetos, entretanto, nada se conhece a

respeito da biologia de Escovopsioides. Considerando que apenas uma espécie desse gênero é conhecida, o

objetivo deste trabalho foi acessar a diversidade genética de Escovopsioides provenientes de ninhos de

formigas cortadeiras de folhas (Atta e Acromyrmex) e outras atíneas não cortadeiras (Trachymyrmex e

Apterostigma), obtidos de diferentes localidades do Brasil. Um total de 20 isolados depositados no acervo

da Central de Recursos Microbianos da UNESP foi reativado e o DNA genômico foi extraído. Um

fragmento parcial do gene que codifica para o fator alfa de elongação foi amplificado com os primers EF6-

20F e EF6A-1000R. Os amplicons foram purificados e sequenciados bidirecionalmente. Os contigs gerados

juntamente com sequências de Escovopsioides e Escovopsis recuperadas do NCBI-GenBank foram

utilizados nas análises filogenéticas. Inferida com método de neighbour-joining, a árvore filogenética

revelou que isolados de Escovopsioides provenientes de ninhos de Atta, Acromyrmex e Trachymyrmex

formaram um clado coeso (com 100% de suporte de bootstrap) com a única espécie descrita do gênero,

Escovopsioides nivea.A comparação entre as sequências apontou similaridade maior ou igual a 98%. Já a

linhagem de Escovopsioides isolada do ninho de Apterostigma formou um ramo divergente na árvore

filogenética, com apenas 92% de similaridade com E. nivea. Este resultado sugere uma potencial nova

espécie desse gênero. Análises filogenéticas com a inclusão de outras regiões gênicas, bem como análise

morfológica dos isolados são necessárias para confirmar se o novo filotipo de Escovopsioides trata-se de

uma espécie nova. O presente estudo contribuiu para uma maior compreensão sobre a diversidade genética

do gênero Escovopsioides, o que abre oportunidades para estudos futuros sobre o possível papel desse fungo

como antagonista do fungo cultivado pelas formigas atíneas.

Palavras-chave: Micoparasitismo; formigas cortadeiras; Escovopsis.

Agradecimentos:CAPES e FAPESP.

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146

FUNGOS LEPIOTÁCEOS ASSOCIADOS ÀS FORMIGAS ATTÍNEAS BASAIS

1URREA-VALENCIA, S.; 2RODRIGUES, A.; 3NEVES, M. A.

1UNESP - Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Rio Claro, SP ([email protected]), 2UNESP -

Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Rio Claro, SP ([email protected]), 3UFSC – Universidade

Federal de Santa Catarina, SC ([email protected])

O cultivo de fungos pelas formigas da tribo Attini (Hymenoptera, Formicidae) depende estritamente da

simbiose nutricional com fungos Agaricomycetes (Basidiomycota), cultivados em "jardins" no interior de

seus ninhos. As attíneas filogeneticamente basais da tribo cultivam fungos lepiotáceos, os quais podem ser

encontrados em “vida livre” (fungos encontrados fora da simbiose) e nos ninhos (cultivares) desses insetos.

Entretanto, são escassos os registros dos fungos de vida livre filogeneticamente relacionados aos cultivares

das formigas. O presente trabalho inferiu a relação filogenética entre fungos lepiotáceos de vida livre e os

cultivares de attíneas basais. Para as análises foram utilizadas 18 sequências da região ITS de espécimes de

lepiotáceos de vida livre examinados neste estudo e sequências de cultivares obtidas do GenBank que

apresentaram similaridade maior de 95% com as sequências do presente estudo. Foi construída uma matriz

com 55 sequências, tendo 975 caracteres incluindo gaps. A análise filogenética foi realizada utilizando o

método de Inferência Baysiana, com o modelo evolutivo HKY+G, definido no programa jmodeltest 1.2.4.

Foram realizadas 20.000.000 gerações MCMC, sendo que as árvores a cada 2.000 gerações foram mantidas.

Macrolepiota procera foi escolhida como grupo externo por ser um lepeiotáceo de vida livre próximo dos

gêneros filogeneticamente relacionados com cultivares. A análise filogenética indica a presença de cinco

clados com probabilidades a posteriori acima de 0,60. O clado 1 agrupou cultivares de Cyphomyrmex grupo

rimosus e quatro novos registros de lepiotáceos de vida livre. Os clados 2, 3 e 4 incluíram, exclusivamente,

fungos lepiotáceos de vida livre dos gêneros Lepiota, Leucocoprinus e Leucoagaricus, respectivamente.

Finalmente, o clado 5 agrupou dois cultivares das formigas dos gêneros Myrmicocrypta e Cyphomyrmex e

um novo registro de lepiotáceo de vida livre. Os resultados obtidos demonstraram um total de cinco

linhagens filogenéticas de fungos leucocoprinoides de vida livre, porém filogeneticamente relacionados aos

cultivares de attíneas basais. Tais dados corroboraram a hipótese de que fungos cultivados pelas attíneas

basais podem sobreviver fora do mutualismo, sugerindo que alguns fungos podem iniciar a simbiose com

esses insetos e terminar seu ciclo de vida fora da associação ou vice-versa.

Palavras-Chave: Filogenia; Agaricaceae; Cyphomyrmex; Myrmicocrypta.

Agradecimentos: CAPES; Programa de Pós-graduação em biologia de Fungos, Algas e Plantas –

PPGFAP; MICOLAB-UFSC.

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147

OCORRÊNCIA DE FUNGOS NEGROS EM AMBIENTES DOMÉSTICOS

1MELATI, R. B.; 2DUARTE, A. P. M.; 3PAGNOCCA, F. C.

1Centro de Estudos de Insetos Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected]), 2 Centro de

Estudos de Insetos Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected]), 3 Centro de Estudos de

Insetos Sociais,UNESP - Rio Claro, SP ([email protected])

Os fungos negros são caracterizados por uma ecologia excepcional uma vez que podem se adaptar a

condições ambientais extremas como: altas temperaturas, presença de substâncias químicas tóxicas e

escassez de nutrientes. Além disso, são também patógenos potenciais para os humanos. O ambiente natural

de muitos fungos negros ainda é desconhecido e alguns estudos estão sendo realizados para avaliar a

biodiversidade deste grupo e seus diferentes habitats. Este estudo teve como objetivo isolar fungos negros

em ambientes e utensílios domésticos, tais como escova dental, borracha de vedação de geladeiras, ralos e

boxes de banheiros, janelas, azulejos e esponjas de banho. Para as coletas, as superfícies dos materiais

foram raspadas com o auxílio de um bisturi previamente esterilizado e os fragmentos resultantes foram

imediatamente transportados para o laboratório. As amostras foram semeadas em ágar Mycosel (Difco™),

suplementado com actidiona para inibir o crescimento de fungos altamente esporulantes. As placas foram

incubadas a 25°C por aproximadamente três semanas. As colônias fúngicas foram purificadas em ágar

extrato de malte 2% (MA2%) contendo 0.01% de cloranfenicol. Os isolados foram preservados em tubos

inclinados com MA2% mantidos a 8°C e por ultracongelamento a -80°C. A identificação dos fungos

isolados foi realizada através de análises macro e microscópicas das colônias e técnicas moleculares. Após

a extração do DNA, a região ITS do rDNA foi amplificada e sequenciada sendo as sequências resultantes

comparadas com o banco de dados do GenBank. Até o presente momento, os seguintes táxons de fungos

negros foram identificados: Ascomycota sp., Cladosporium spp., Dothideomycete sp, Exophiala

alcalophila, Ochroconis mirabilis e Rhinocladiella atrovirens. Fungos não melanizados também foram

encontrados, como Geosmithia sp., Penicillium sp. e Rhodotorula mucilaginosa. De acordo com a

literatura, os fungos negros obtidos no presente estudo são patógenos oportunistas e estudos adicionais são

necessários para avaliar o risco que estes micro-organismos oferecem à saúde, uma vez que foram isolados

de ambientes domésticos.

Palavras-chave: dematiáceos; diversidade; patógenos; Chaetothyriales; Capnodiales.

Agradecimentos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (Processo

n° 305457/2011-0).

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PROVÁVEL NOVA ESPÉCIE DE Hypoxylon

1LACERDA, L.T.; 2PEREIRA, J.; 2,3BEZERRA, J.L.

1Departamento de Bioquímica e Microbiologia, Universidade Estadual Paulista – Unesp, Rio Claro,SP

([email protected]), 2Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Estadual de

Santa Cruz – UESC, Ilhéus, BA. ([email protected]), 3Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e

Biotecnológicas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, Cruz das Almas, BA.

O gênero Hypoxylon (Ascomycota, Xylariaceae) foi estabelecido por Jean Baptiste François Bulliard em

1791, abrigando, atualmente, mais de 130 espécies. Este táxon possui distribuição cosmopolita e suas

principiais características são: altura menor que o comprimento e a largura, estroma unipartido e pigmentos

geralmente extraíveis em KOH 10%. No período de março a novembro de 2013 foram realizadas duas

expedições a campo na Reserva do Patrimônio Particular Serra do Teimoso, Jussari, Bahia (15º09’ S; 39º31’

W), onde foram coletados estromas de fungos Xylariaceae em galhos de dicotiledôneas em decomposição

com o auxílio de facão ou canivete, os quais foram acondicionados em sacos de papel e identificados. O

material foi levado para o Laboratório de Fitopatologia e Nematologia da Universidade Estadual de Santa

Cruz (UESC), em Ilhéus, BA, onde procedeu-se sua identificação com base na morfologia e

quimiotaxonomia. Dentre o material examinado, um espécime de Hypoxylon apresentou um conjunto de

características não observadas em táxons conhecidos, especialmente H. rubigineoareolatum e H.

rubiginosum, com as quais se assemelha. Hypoxylon sp. difere de H. rubigineoareolatum por apresentar

pigmentos extraíves em KOH 10% vs. ausência de pigmentos extraíveis e ascósporos menores (9–13 × 4–

6 µm vs. 11–16 × 5.5–6.5 µm). Também difere de H. rubiginosum por apresentar pigmentos de coloração

púrpura vs. laranja ou ferruginoso e ostíolo acima da superfície estromática vs. ostíolo abaixo da superfície

estromática. Sabendo-se que cerca de 90% dos fungos ainda não foram estudados e que o espécime coletado

não se assemelha a nenhuma espécie descrita, Hypoxylon sp. é uma provável nova espécie da família

Xylariaceae.

Palavras-chave: Ascomycota, Taxonomia, Xylariaceae.

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ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS, MICROBIOLÓGICAS E

ECOTOXICOLÓGICAS DE CHORUME BRUTO E TRATADO DE ATERRO

SANITÁRIO

1CONDE DE ALMEIDA, N.; 2MESSETTI, M. A.; 3OLIVEIRA, V. J. A.; 4ANGELIS,

D. F.

Resumo

Um dos grandes problemas com relação à disposição dos resíduos sólidos em aterros é a formação do

chorume. A sua composição química apresenta grande variabilidade, dependendo da natureza dos resíduos

depositados, da forma de disposição, do manejo e da idade do aterro, é extremamente influenciada por

fatores climáticos, como a quantidade de chuva e a temperatura. Os danos ambientais provocados pelo

chorume são significativos, podendo vir a contaminar corpos d´água superficiais, solo e lençol freático.

Dessa forma, o tratamento desse percolado assume grande importância ambiental. Para tanto, é fundamental

que se conheça qualitativamente as características desse percolado. Neste contexto, o presente trabalho teve

como objetivo, caracterizar a composição dos resíduos provenientes da Estação de Tratamento de Chorume

de Rio Claro e verificar a eficiência deste, por meio de análises físico-químicas, microbiológicas e

ecotoxicológicas. Os resultados obtidos nestas análises mostraram que houve diminuição nas contagens de

fungos, CT e E. coli após tratamento. Alguns parâmetros como pH, sólidos sedimentáveis, cianetos e

sulfetos tiveram seus índices adequados à legislação. Porém, parâmetros como condutividade, cloretos,

amônia, nitratos e nitritos apesar de terem sofrido diminuição, ainda encontram-se em desacordo com a

legislação. A eficiência na remoção de DBO foi de 54,92% e de DQO de 22,22%, estando aquém do que

determina a legislação paulista. Dos metais analisados, o Boro apresentou-se alterado. O tratamento do

efluente não resultou em melhora na qualidade com relação à toxicidade aguda com CE50 de 4%. Teste de

toxicidade crônica com C. dúbia, resultou em ICP50 de 0,84%. Os efluentes bruto e tratado apresentaram

alto nível de toxicidade determinando a morte de 100% de D. tigrina em apenas 6 dias. Devido aos altos

índices de condutividade, substâncias tóxicas como amônia, cloretos, entre outras, a eficiência do

tratamento biológico fica comprometida, determinando a necessidade de adequação dos tratamentos físico-

químico e microbiológico.

Palavras-chave: Chorume; DBO de chorume; toxicidade de chorume.

Afiliações: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESP–Rio Claro. Instituto de

Biociências, Depto. Bioquímica e Microbiologia, 1([email protected]), 2([email protected]), 3([email protected]); 4([email protected]).

Introdução

Um dos grandes problemas com relação à disposição dos resíduos sólidos em aterros é com certeza a

geração do chorume. Este é um resíduo líquido de elevada carga orgânica e inorgânica, coloração escura e

forte odor, produzido pela decomposição química e microbiológica dos resíduos sólidos (Mendes et al,

2006). A sua composição química apresenta grande variabilidade, uma vez que, além de depender da

natureza dos resíduos depositados, da forma de disposição, do manejo e da idade do aterro, é extremamente

influenciada por fatores climáticos, como a quantidade de chuva e a temperatura. Os danos ambientais

provocados pelo chorume são significativos, podendo vir a contaminar corpos d´água superficiais, solo e

lençol freático. Dessa forma, o tratamento desse percolado assume grande importância ambiental. Pesquisas

recentes têm mostrado vários meios de tratamento para estes líquidos (Bahe, 2008; Gomes, 2009). Para o

tratamento adequado, é fundamental que se conheça qualitativa e quantitativamente as características desse

percolado que apresenta grande variabilidade.

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150

Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivos, caracterizar a composição dos resíduos

provenientes da Estação de Tratamento de Chorume do Aterro Sanitário de Rio Claro (ETC-RC) e verificar

a eficiência deste tratamento, por meio de análises físico-químicas, microbiológicas e ecotoxicológicas dos

chorumes bruto e tratado.

Material e Métodos

Amostragem: Coleta de chorume bruto e tratado na ETC- RC. Período de estiagem.

Análises Microbiológicas. Contagem de bactérias: “Pour-Plate” em meio PCA + 3ppm de actidiona a 35°C

(NT L5201, Cetesb, 1986). Leveduras e fungos filamentosos: “Spread-Plate” em meio DAS + 5ppm de

amplicilina e ác. Nalidíxico a 28°C. Coliformes totais (CT) e Escherichia coli: Método COLILERT*.

Análises físico-químicas: pH; condutividade; cor; turbidez; materiais sedimentáveis; amônia; sólidos

totais; matéria orgânica; cinzas; nitratos; nitritos; cianetos, sulfetos; cloretos; metais: alumínio, arsênio,

boro, cádmio, cobalto, cromo, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel, chumbo, antimônio, selênio,

vanádio e zinco; DBO5 (Demanda Bioquímica de Oxigênio em 5 dias); DQO (Demanda Química de

Oxigênio);

Ensaios de toxicidade: Aguda em Daphnia similis (NBR 12713 - ABNT, 2009); Crônica em Ceriodaphnia

dubia (NBR 13373 - ABNT, 2010) e Dugesia tigrina: (US EPA, 2013).

Resultados e Discussão

Contagem microbiana: Os resultados registrados na tab. 1, permitem verificar que houve diminuição nas

contagens de fungos, CT e E. coli após tratamento do efluente. Com relação às bactérias a contagem de 104

UFC/mL é considerada normal.

Tabela 1. Contagem de fungos e bactérias e coliformes totais e E. coli do chorume bruto e tratado.

Chorume Fungos

UFC/mL

Bactérias

UFC/mL

Coliformes Totais

NMP/100mL

E. coli

NMP/100mL

Bruto 2,6 105 2,4 104 16500 980

Tratado 7,6 103 2,0 104 1090 <100

% remoção 93,39 <90%

Análises físico-químicas: As tabelas 2 e 3 mostram que parâmetros como pH, sólidos sedimentáveis,

cianetos e sulfetos tiveram seus índices adequados à legislação após tratamento. Porém, os parâmetros

restantes ainda encontram-se alterados e em desacordo com a legislação.

Tabela 2. Cor, pH, turbidez, sólidos sedimentáveis e condutividade do chorume bruto e tratado.

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Chorume pH Cor

aparente

(PtCo)

Cor

verdadeira

(PtCo)

Turbidez

(NTO)

Sólidos

sedimentáveis

(mL/L)

Condutividade

(µS/cm)

Bruto 7,75 6420 5340 89,8 < 0,1 26050

Tratado 8,11 5720 5080 28,4 < 0,1 17360

%remoção 10,90 4,87 68,37 33,36

Tabela 3. Amônia, cloretos, cianetos, sulfetos, nitratos e nitritos do chorume bruto e tratado.

Chorume Amônia

(mg/L)

Cloretos

(mg/L)

Cianetos

(mg/L)

Sulfetos

(mg/L)

Nitrato

(mg/mL)

Nitrito

(mg/mL)

Bruto 2525 3201 0,35 1,00 78 21

Tratado 1324 2977 0,06 0,35 124 232

%remoção 47,56 7,00 82,86 65,00

A tabela 4 mostra as quantidades de matéria orgânica e cinzas contidas nos chorumes bruto e tratado.

Observa-se também os valores de DBO e DQO, a eficiência do tratamento está muito aquém da legislação

paulista que determina redução de DBO de 80%.

Tabela 4. Análises de sólidos totais, matéria orgânica, cinzas, DBO5 e DQO do chorume.

Chorume Sólidos totais

(mg/L)

Matéria orgânica

(mg/L)

Cinzas

(mg/L)

DBO5

(mg/L)

DQO

(mg/L)

Bruto 10,625 4,781 5,844 264 3600

Tratado 10,428 4,115 6,313 119 2800

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Eficiência(%) 54,92 22,22

Com relação aos metais analisados, apenas o Boro apresenta valor acima da legislação 7,0 mg/L de chorume

bruto e 7,5mg/L do tratado.

Toxicidade aguda em D. similis: O tratamento do efluente não resultou em melhora na qualidade com

relação à toxicidade aguda. A concentração mínima capaz de causar efeito deletério em 50% dos

organismos testes (CE50) foi de 3,99% para o bruto e 4,04% para o tratado.

Toxicidade crônica em C. dubia: O ICP50, concentração real da amostra que causa redução de 50% na

reprodução dos organismos-testes em relação ao controle, foi de 0,84%, evidenciando um alto grau de

toxicidade do efluente tratado para este organismo.

Toxicidade com D. tigrina: Os efluentes brutos e tratados em diluição de 1 e 2% apresentaram alto nível

de toxicidade determinando a morte de 100% de D. tigrina em apenas 6 dias

Conclusões

Devido aos altos índices de condutividade, substâncias tóxicas como amônia, cloretos, nitratos e nitritos

entre outras a eficiência do tratamento biológico fica comprometida, determinando a necessidade de melhor

adequação dos tratamentos físico-químico e microbiológico.

Agradecimentos

Agência financiadora: CAPES

Colaboração: Prefeitura Municipal de Rio Claro – SP

Referências

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12713 Ecotoxicologia Aquática - Toxicidade

aguda - Método de ensaio com Daphnia spp. (Crustacea, Cladocera). Rio de Janeiro, 2009.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13373 Ecotoxicologia Aquática – Toxicidade

crônica – Método de ensaio com Ceriodaphnia spp. (Crustacea, Cladocera). Rio de Janeiro, 2010.

BAHÉ, J. M. C. F. Estudo da evaporação de lixiviados de aterros sanitários como alternativa

tecnológica de tratamento: Testes em bancada. Dissertação (pós-graduação em Engenharia Civil). 2008.

110 f. Universidade Federal de Pernambuco. PE.

CETESB – NT L 5621. Contagem de Batérias heterotróficas: método de ensaio. 14p. 2006

GOMES, L. P. Estudo de caracterização e tratabilidade de lixiviados de aterro sanitário para

condições brasileiras. PROSAB- Programa de Pesquisa em Saneamento Básico. Resíduos Sólidos. Rio de

Janeiro. ABES. 2009

MENDES, L. T. et al. Aspecto físico-químico e bacteriológico da hidrologia subterrânea na região do

depósito de resíduos sólidos urbanos, Londrina, Paraná, Brasil. Londrina: Semina - Ciências Exatas e

Tecnológicas, v. 27, n. 2, p. 139-146. 2006.

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Instituto de Biociências, UNESP, campus Rio Claro - SP, Brasil

153

US EPA. Invertebrate Communities Impacts on Quality of Inland Wetlands of the United States: A Survey

of Indicators, Techniques, and Applications of Community Level Biomonitoring Data. Disponível em:

<http://water.epa.gov/type/wetlands/assessment/miv.cfm> Acesso em Ago/2013.

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ATIVIDADE DE COMPOSTO FUROXÂNICO FRENTE A Mycobacterium

tuberculosis, CITOTOXICIDADE E CINÉTICA EM COMBINAÇÃO COM

RIFAMPICINA

1RIBEIRO, C. M.; 1SILVA, J. L.; 1 SOUZA, P.C.; 1FERNANDES, G.F.S.; 1SANTOS,

J.L.; 1PAVAN, F. R.

Resumo

A tuberculose é uma doença infecciosa que atingiu nove milhões de pessoas no mundo no ano de 2013 e

recentemente os casos que envolvem resistência aos antibióticos usados na terapia são uma preocupação

mundial. Visando novos compostos a serem usados no tratamento anti-Mycobacterium tuberculosis

testamos a atividade de uma nova molécula furoxânica (PJ5) frente ao bacilo, a citotoxicidade deste

composto frente a células VERO e a cinética bactericida de PJ5 e Rifampcina(RFP) separados e em

combinação, além de um controle em que nenhum fármaco foi adicionado. A Concentração Inibitória

Mínima (CIM) do PJ5 foi determinada pela metodologia Resazurin Microtiter Plate Assay e a CIM capaz

de inibir 90% do crescimento micobacteriano foi de 8,3µg/mL. A concentração capaz de manter 50% das

células VERO viáveis (IC50) foi >500µg/mL. Na cinética bactericida a micobactéria foi exposta a RFP, ao

PJ5, a combinação destes dois na CIM de cada e um controle em que nenhum fármaco foi adicionado. A

cada 24 horas uma alíquota das amostras foi retirada, diluída, semeada em placas, e incubadas para

contagem de colônias. Em relação à Cinética Bactericida observou-se um efeito aditivo quando PJ5 e RFP

foram combinados, demonstrando que esta pode ser uma combinação eficaz para o tratamento.

Palavras-chave: Atividade anti-Mycobacterium tuberculosis; Composto Furoxânico; Citotoxicidade;

Cinética Bactericida.

Afiliações: 1Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara-UNESP ([email protected];

[email protected]; [email protected]; [email protected];

[email protected]; [email protected]).

Introdução

Estima-se que no ano de 2013, cerca de nove milhões de pessoas desenvolveram tuberculose (TB) no

mundo e destas cerca de 1,5 milhão morreram pela doença. A TB está presente em todas as regiões mundiais

e ocorreu um aumento no número de casos e de mortes em decorrência da doença no ano de 2013 se

comparado aos anos anteriores (OMS, 2014).

Diante de um cenário de fármacos antigos e do surgimento de cepas resistentes, destaca-se a importância

da descoberta de novos fármacos e de combinações mais ativas tanto das novas drogas quanto de fármacos

já conhecidos com os atualmente empregados na terapia (Macingwana et al, 2012).

Propôs-se, então, a utilização de um composto furoxânico, que é um doador de óxido nítrico (NO) para

combater o M. tuberculosis, visto que o macrófago usa destas espécies reativas de oxigênio e nitrogênio

para tentar combater a infecção por M. tuberculosis ou outras bactérias, pois o NO difunde-se para a célula

do parasita dentro do fagolisossomo, onde exerce efeitos citotóxicos através de inúmeros mecanismos.

O objetivo deste trabalho é avaliar o potencial anti-M. tuberculosis de um composto doador de NO

(Composto furoxânico - PJ5), avaliar sua citotoxicidade e por fim a cinética bactericida do PJ5 isolado e

em combinação com RFP para avaliar se existe algum sinergismo entre eles. O composto furoxânico foi

obtido por síntese no Lapdef (Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos) da

FCFAR/UNESP.

Material e Métodos

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155

Os ensaios de citotoxicidade e Resazurin Microtiter Plate Assay (REMA) partem de um mesmo princípio,

que é fazer uma diluição seriada do composto a ser testado e colocá-lo em contato com uma cultura de

células VERO (ATCC CCL81) ou com o cultivo bacteriano de Mycobacterium tuberculosis H37Rv (ATCC

27294). As diferenças são em relação ao tempo de incubação que é de 24h para célula e de 7 dias para a

bactéria, ao tempo de incubação após aplicar o revelador, que é de 6h para célula e 24 h para bactéria e

quanto ao que é avaliado como resultado, pois no ensaio de citotoxidade objetiva-se encontrar a

concentração em que 50% das células permanecem viáveis (IC50) e no ensaio do REMA objetiva-se

encontrar a concentração do composto capaz de inibir o crescimento de 90% das bactérias( Concentração

Inibitória mínima-CIM). O revelador é o mesmo, a Resazurina, que em meio presença de respiração e

metabolismo aeróbio ocorre uma alteração do equilíbrio redox do meio, e a resazurina é reduzida a

resorufina, apresentando coloração rosa, enquanto em meio onde não há respiração, ou seja houve morte

das células ou bactérias, ela permanece oxidada na forma de resazurina, apresentando na cor azul. (Pavan

et al., 2010; Palomino et al., 2002). É feita a leitura da fluorescência e relaciona-se os valores encontrados

no controle onde não há fármaco como 100% de crescimento e calcula-se a procentagem de inibição em

cada concentração do composto.

Para a cinética bactericida, um cultivo bacteriano é exposto aos diferentes fármacos nas respectivas

concentrações da CIM e incubados (Bhusal et al, 2005). A cada 24 horas uma alíquota das amostras foi

retirada, diluída, semeada em placas, e incubadas para contagem de colônias. Com os valores obtidos

traçou-se uma curva representando o número de bactérias viáveis em número de UFC/mL (ordenada) em

função do tempo de exposição em dias (abscissa).

Resultados e Discussão

A escolha do compostos furoxânico testado foi baseada no Índice de seletividade (IS), pois este valor

representa o quanto específico o fármaco é em atingir o M. tuberculosis sem prejudicar excessivamente as

células do hospedeiro. O IS é calculado pela razão da CIM pela IC50, e o valor obtido foi de 116,01,

considerado um bom IS. A CIM, o IC50 e o IS são apresentados na Tabela1. Na cinética bactericida,

conforme o Gráfico1, observa-se redução de 2.96 log210 UFC/mL em 96 h de contato do inóculo inicial

com RFP. O PJ5 reduziu o inóculo em 0.4 log210 UFC/mL em 48 hs de contato. Em 96 h, a combinação

PJ5 + RFP foi capaz de reduzir o inóculo em 3.91 log210 UFC/mL em relação ao controle. Em relação à

Cinética Bactericida observou-se um efeito aditivo quando PJ5 e RFP foram combinados, demonstrando

que esta pode ser uma combinação eficaz para o tratamento.

Tabela 1. Resultados obtidos para o PJ5

Sigla Nome do composto Peso Molecular Atividade ao MTB Citotoxicidade

(g/mol) CIM

(µg/mL)

CIM

(µM)

IC50 VERO

(µg/mL)

IC50

VERO

(µM)

IS

VERO

PJ 5 Benzofuroxano-4

amino benzidrazida

297,26 8,3 27,92 >500,00 1682,03 116,01

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Gráfico 1. Cinética Bactericida de PJ5 individualmente e em combinação com a Rifampicina frente ao

Mycobacterium tuberculosis H37Rv.

Conclusões

O PJ5 apresentou uma CIM um pouco alta, se comparada com outros fármacos empregados na terapia, mas

como seu IS é considerado excelente, este composto pode se tornar um fármaco anti-TB. A combinação de

RFP e PJ5 apresentou um efeito aditivo pela cinética bactericida, indicando que esta combinação pode ser

efetiva para um possível aplicação clínica. Além disso, estes resultados são indicativos que outros

compostos doadores de NO podem ser testados e ser potenciais fármacos anti-TB, assim como este.

Agradecimentos

Agradeço a FAPESP (2014/03920-6) pelo apoio financeiro.

Referências

Bhusal Y, Shiohira CM, Yamane N. Determination of in vitro synergy when three antimicrobial agents are

combined against Mycobacterium tuberculosis. Int J Antimicrob Agents. 2005, 26(4): 292-297.

Macingwana L, Baker B, Ngwane AH, Harper C, Cotton MF, Hesseling A, Diacon AH, Helden P, Wiid I.

Sulfamethoxazole enhances the antimycobacterial activity of rifampicin. J Antimicrob Chemother 2012;

67: 2908 –2911.

Palomino JC, Anandi M, Camacho M, Guerra H, Swings J, Portaels F. Resazurin Microtiter Assay Plate:

Simple and Inexpensive Method for Detection of Drug Resistance in Mycobacterium tuberculosis.

Antimicrob agents Chemoter. 46(8), 2720–2722, 2002.

Pavan, FR, Maia PIS, Leite SRA, Deflon VM, Batista AA, Sato DN, Franzblau SG, Leite CQF.

Thiosemicarbazones, semicarbazones, dithiocarbazates and hydrazide/ hydrazones: Anti-Mycobacterium

tuberculosis activity and cytotoxicity. European Journal of Medicinal Chemistry v. 45, p. 1898–1905, 2010.

World Health Organization. Global Tuberculosis Report 2014.

0

2

4

6

8

10

0h 24h 48h 72h 96h

Log1

0 U

FC/m

L

Tempo de tratamento

Controle

RFP

PJ5

PJ5+RFP

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FUNGOS INGOLDIANOS EM ALGUNS CORPOS D’AGUA DO SEMIÁRIDO

¹CATENA, N. R.; ² FIUZA, P. O.; ³ GUSMÃO, L. F. P.

Resumo

Os fungos ingoldianos são hifomicetos aquáticos caracterizados pela estrutura morfológica dos seus

conídios, que podem apresentar ramificações ou morfologia sigmoide, tetrarradiada e filiforme. Esses

fungos são encontrados em águas lóticas e devido a conformação de seus conídios conseguem flutuar sob

a espuma, apresentando agilidade na dispersão. Os fungos ingoldianos possuem enzimas que decompõe

polímeros como a celulose, lignina e pectina, desempenhando importante papel na decomposição de

matéria orgânica e também para a indústria farmacêutica, na produção de remédios. Tendo em vista a

escassa informação sobre esses importantes decompositores de substratos foliares no Brasil, o objetivo

desse estudo foi de realizar um levantamento taxonômico de fungos ingoldianos associados a substratos

vegetais submersos e em espuma na região semiárida do país. Foram coletadas amostras de espumas de

riachos em Piatã-BA , Brejo Paraibano-PB, Serra de Ibiapaba-CE e Boa Nova-BA. Folhas submersas em

decomposição foram transportadas em sacos plásticos para o Laboratório de Micologia da Universidade

Estadual de Feira de Santana (UEFS). Em seguida as amostras foram incubadas em câmara-úmidas e

acondicionadas dentro de uma caixa de isopor. As amostras de espumas foram analisadas de acordo com a

metodologia de Descals, onde amostras contidas em tubos de Falcon foram homogeneizadas e transferidas

para lâminas, sendo posteriormente analisadas sob o microscópio óptico Olympus BX-51. Foram

registrados 28 táxons de fungos ingoldianos nas espumas e 18 táxons nos substratos vegetais submersos

(folhas), e desses 25 são novos registros: Continente Americano(3), Neotrópico(1), América do Sul(3),

Brasil(7), região Semiárida(8), Ceará(2) e Paraíba(1). A quantidade de fungos ingoldianos encontrados na

espuma é superior ao do substrato submerso, pois desde a nascente a espuma vai acumulando conídios de

diversas espécies vegetais submersas. A diversidade de fungos ingoldianos nessa região, ainda pouco

estudada, é muito relevante, desta forma estudos como este permitem ampliar o conhecimentos da

diversidade de fungos, fornecendo subsídios para futuros trabalhos de conservação.

Palavras-chave: Hifomicetos aquáticos; Sistemática, Tropical

Afiliações: ¹ UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected]), ² UEFS –

Universidade Estadual de Feira de Santana ([email protected]), ³ UEFS – Universidade Estadual de

Feira de Santana ([email protected])

Introdução

Os hifomicetos aquáticos são um grupo artificial de fungos, cujas formas hidrodinâmicas dos conídios

variam de filiformes, tetrarradiados, sigmoides ou apresentar várias ramificações, esses proporcionam

leveza e agilidade na dispersão, principalmente os tetrarradiados, que flutuam sob a espuma de água devido

a sua conformação estrelada, ou associados a folhas em decomposição (Goh 1997). Esses fungos podem

ser encontrados em todos os ambientes aquáticos, porém, apresentam-se em maior quantidade em

ecossistemas lóticos como riachos e lagos, favorecendo a atuação dos mesmos como um dos mais relevantes

decompositores de substratos foliares submersos (Ingold 1975, Gulis et al. 2005). A ocorrência e

distribuição desses microrganismos pode ser influenciada por algumas condições hidrológicas, como teor

de oxigênio, temperatura e turbulência da água (Ingold 1975, Bärlocher 1992).

A decomposição das folhas e galhos realizada pelos hifomicetos ocorre na retirada de carbono desses

substratos devido a uma série de enzimas que são excretadas de suas estruturas somáticas. (Christensen

1989, Bärlocher 1992, Kjøller & Struwe 1992, Moore-Landecher 1996). Essas enzimas decompõe

polímeros estruturais como a celulose, lignina, hemicelulose e pectina (Torzilli 1982, Suberkrop et al. 1983,

Benner et al. 1984), desempenhando um papel importante não apenas para a decomposição de matéria

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orgânica, que contribui para a ciclagem de nutrientes, mas também para a indústria farmacêutica, na

produção de remédios.

Apesar da sua importância para os ecossistemas dulcícolas, o conhecimento sobre a diversidade dos fungos

ingoldianos das regiões tropicais permanece precário, uma vez que a maioria dos estudos tem sido

conduzida em regiões temperadas. Tendo em vista a escassa informação sobre esses importantes

decompositores de substrato os foliares no Brasil a proposta desse estudo teve como objetivo realizar um

levantamento taxonômico de fungos ingoldianos associados a substratos vegetais submersos e em espuma

na região semiárida do país, ampliando ainda mais o conhecimento sobre a biodiversidade da micota

aquática brasileira.

Material e Métodos

Foram coletadas amostras de espumas e de folhas submersas no Brejo Paraibano-PB, na Serra de Ibiapada-

CE e em duas localidades do estado da Bahia: Piatã, Chapada Diamantina e no Parque Nacional de Boa

Nova. Foram coletadas amostras de espuma com espátulas fundas e acondicionadas em tubos de Falcon.

As folhas foram coletadas aleatoriamente com o uso de uma pinça esterilizada e acondicionadas em sacos

plásticos. Posteriormente, foi adicionado 5 ml de formol nas amostras de espumas para impedir a

germinação dos conídios. O material foi encaminhado ao Laboratório de Micologia (LAMIC) da

Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e acondicionado no refrigerador. No laboratório as

folhas foram transferidas para recipientes plásticos perfurados e colocados em bandejas plásticas,

submetidos assim à técnica de lavagem em água corrente. Após trinta minutos as folhas foram colocadas

em papel toalha e acondicionadas em camaras-úmidas feitas de placa de petri e papel filtro. A montagem

de lâmina para as amostras de espuma seguiu a metodologia de Descals (2005). As lâminas foram vedadas

com esmalte incolor para serem preservadas como semipermanentes. As estruturas fungicas contidas nas

folhas baseado na metodologia de Castañeda-Ruiz (2005). Os fungos ingoldianos foram identificados sob

o microscópio óptico (Olympus BX 51), a partir da comparação dos caracteres morfológicos dos conídios

com bibliografias específicas (Ellis 1976; Ingold 1975; Santos-Flores & Betancourt-López 1997;

Marvanová 1997; Matsushima 1996).

Resultados e Discussão

28 fungos ingoldianos foram encontrados no presente estudo, desses 27 encontrados na espuma e 14 nos

substratos foliares.

A diferença na quantidade de fungos ingoldianos encontrados nas amostras consiste no transporte desses

conídios ao longo do curso do rio, sendo por isso mais encontradas na espuma do que nas folhas. A

diversidade de fungos aquáticos nessa região, ainda pouco estudada, é muito relevante, desta forma estudos

como este permitem ampliar o conhecimento da diversidade deste grupo de fungos, fornecendo subsídios

para futuros trabalhos de conservação.

Tetracladium breve, T. nainitalense e Tricladium fallax são novas ocorrências para o Continente

Americano; Lemonniera alabamensis é uma nova ocorrência para o Neotrópico; Anguillospora

pseudolongissima, Condylospora gigantea e Lemonniera pseudofloscula são novos registros para a

América do Sul; Campylospora filicladia, Culicidospora gravida, Flabellocladia tetracladia,

Flabellospora verticillata, Jaculispora submersa, Trinacrium incurvum e Triscelophorus acuminatus são

novos registros para o Brasil; Alatospora acuminata, Anguillospora longissima, Articulospora

tetracladia, Campylospora chaetocladia, C. parvula, Flagellospora curvula, Lunulospora curvula e

Trisulcosporium acerinum são novos registros para região semiárida brasileira.

Conclusões

A partir dos resultados encontrados pode-se concluir que a biodiversidade de fungos ingoldianos no

Semiárido é bastante diversificada, porém pouco conhecida ou explorada. E que realmente existe a

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necessidade de realizar outros estudos nessa área para obter um registro ainda maior desses fungos

aquáticos. Se por ventura poder-se-ia fazer um novo estudo acerca da importância dos fungos ingoldianos

na decomposição de folhas e quais os efeitos disso para o riacho, ou o ambiente lêntico estudado.

Agradecimentos

Agradecimentos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a CAPES

e a FAPESB.

Referências

ABELHO, M. 2001. From litterfall to breakdown in streams: A review. The Scientific World, 1: 656–680.

BENNER, R. NEWELL, S.Y.; MACCUBBIN, A.E. & HODSON R.E. 1984. Relative Contributions of

Bacteria and Fungi to Rates of Degradation of Lignocellulosic Detritus in Salt-Marsh Sediments. Applied

and Environmental Microbiology 48(1) 36-40.

BILLS, G.F. Analyses of microfungal diversity from a user’s perspective. Canadian Journal of Botany v.

73, Suppl. 1, p. S33-S41, 1995.

DESCALS, E. 2005. Techniques for Handling Ingoldian Fungi. In: M.A.S. GRAÇA; F. BÄRLOCHER;

M. O. GESSNER (eds), Methods to Study Litter Decomposition, pp. 129-141. Holanda, Springer

GOH, T.K. 1997. Tropical freshwater Hyphomycetes. In Biodiversity of tropical microfungi (K.D. Hyde,

ed.). Hong Kong University Press, Hong Kong, p.189-227.