Análise locacional dos asentamentos tipo castro da Baixa Limia ourensá.
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PADRÃO LOCACIONAL DAS INDÚSTRIAS DE FERTILIZANTES NA
REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO: UMA ANÁLISE DO MUNICÍPIO DE
UBERABA (MG)1
Nadia Jamaica Chagas – Bolsista FAPEMIG- Curso de Geografia - Universidade
Federal do Triângulo Mineiro/UFTM. Email: [email protected]
Marcos Kazuo Matushima - Departamento de Geografia - Universidade Federal do
Triângulo Mineiro/UFTM. Email: [email protected]
Maria Terezinha Serafim Gomes -Departamento de Geografia- UNESP/Presidente
Prudente. Email: [email protected]
INTRODUÇAO
Diante das transformações na organização do espaço da indústria resultado do
processo de reestruturação produtiva e da desconcentração econômica e industrial2 a
partir de São Paulo em direção ao Interior e a outros estados surgem “novos espaços
produtivos”, no Sul de Minas Gerais, Norte do Rio de Janeiro, Norte do Paraná e
Triângulo Mineiro. Dessa forma, a cidade de Uberaba vem configurando-se como um
“novo espaço produtivo” na região Triângulo Mineiro, conforme Gomes (2013), pois
vem tornando-se atrativa aos novos investimentos empresariais.
O Município de Uberaba está localizado na região do Triângulo Mineiro,
apresentando uma posição geográfica estratégica entre eixos rodoviários das BR 050 e
1 Este trabalho faz parte de discussões do projeto de Iniciação Científica em andamento intitulado “Padrão Locacional das Indústrias de Fertilizantes na Região do Triângulo Mineiro: uma Análise do Município de Uberaba (MG)”, financiado pela FAPEMIG sob a orientação da Profa. Maria Terezinha Serafim Gomes até fevereiro de 2014 e atualmente sob a orientação do Prof. Marcos Kazuo Matushima. 22 Vários autores têm abordado sobre a desconcentração econômica e industrial, entre eles: Lencioni (1991 e 1998), Pacheco (1999), Diniz (1995).
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262, ligando os principais centros urbanos do país, São Paulo, Belo Horizonte e
Brasília. A proximidade com estado de São Paulo permite fortes interações espaciais
com aquele Estado. (Figura 1)
Figura 1 – Uberaba- MG: localização do município e da sede -2013
Fonte: Base cartográfica IBGE. Org. Luiz Gustavo Leonel dos Reis, 2013
A cidade de Uberaba conta com aproximadamente 315.000 habitantes (IBGE
2013), dispõe de ampla oferta de serviços e da presença de equipamentos urbanos
importantes, entre eles: os hospitais, os hipermercados, as universidades, as agências de
financiamento, as concessionárias de automóveis, o Shopping Center e o comércio
varejista e atacadista. Além disso, dispõe de infraestrutura ferroviária operada pela
Ferrovia Centro Atlântica (FCA), Aeroporto Regional com voos diários para Campinas,
São Paulo e Brasília e a Estação Aduaneira do Interior (EADI) ou porto seco. Tais
infraestruturas contribuem para existência de “condições gerais de produção”,
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apresentando-se como fatores que favorecem a decisão locacional para a instalação de
novos capitais produtivos.
Neste contexto, a cidade de Uberaba considerada uma “Cidade Média” por
exercer uma polarização regional, vem sendo beneficiada com processo de
desconcentração econômica e industrial, tornando-se um “novo espaço produtivo”, por
possuir condições gerais de produção, bem como vantagens locacionais, tornando-se,
assim, um espaço propício para a reprodução do capital.
A partir da década de 1970 com o avanço do processo de modernização do
campo na região do Triângulo Mineiro começa a se instalar no município de Uberaba
algumas indústrias de insumos agrícolas, entre elas, as de fertilizantes, atraídas pelo
desenvolvimento da agropecuária moderna no Cerrado mineiro a partir do PRODOCER
– Programa de Desenvolvimento do Cerrado. Ainda, nessa década, foram criados
distritos industriais no município, atraindo empresas como, a Fosfértil (hoje Vale
Fertilizantes), entre outras ligadas ao setor agropecuário.
Ainda, a partir da década de 1970 com o processo de desconcentração econômica e
industrial atreladas às políticas federais, como II Plano Nacional de Desenvolvimento
(II PND), muitas empresas passaram a instalar suas unidades de produção em várias
regiões do país, sem “deseconomias de aglomeração” presentes na região Metropolitana
de São Paulo e grandes centros urbanos. Todavia, muitas delas transferiram o “chão de
fábrica”, mas continuam com o seu centro de decisão localizado na cidade de São Paulo.
O avanço da fronteira agrícola para outras regiões do país e desenvolvimento da
agropecuária contribuiu para expansão das indústrias ligadas ao setor do agropecuário,
como por exemplo, as indústrias de fertilizantes, antes concentradas em áreas portuárias,
Cubatão (SP) e Rio Grande (RS).
Nesse sentido, no que se refere às empresas de fertilizantes como são indústrias
que dependem da extração de matérias primas localizadas em determinadas regiões do
país, a região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, principalmente os municípios de
Tapira, Uberaba, Pato de Minas e Araxá foi beneficiada com a expansão das unidades
de produção do setor de fertilizantes, dada a presença de rochas fosfáticas.
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As teorias clássicas de localização das atividades econômicas têm como base
modelos abstratos de localização. Entre os autores pertencentes a esse arcabouço teórico
destacam: Johann Von Thünen (1826), Alfred Weber (1909), Walter Christaller (1933),
August Lösch (1940) e Walter Isard (1956). De modo geral, essas teorias levam em
conta os fatores locacionais ligados a fontes de matérias primas, custo de transporte,
custo da mão de obra e o mercado. Nesse sentido, a empresa aparece isolada num
espaço econômico sem influência de outros elementos, como o social, o cultural e o
político e até fatores de ordem tecnológica.
Atualmente, novos elementos são levados em conta na motivação da escolha de
localização industrial, ou seja, há mudanças no padrão locacional das atividades
econômicas. Benko (1993,p.55) ressalta que: “A partir da década de 70, as questões
referentes à localização industrial adquiriram uma nova dimensão: a rapidez das
mudanças tecnológicas e a aceleração dos processos de inovação deram origem ao
aparecimento de novas atividades, não se conhecendo bem a sua lógica de organização
espacial”. Sendo assim, as teorias de localização clássicas não dão mais conta da análise
da realidade atual.
Todavia, vale salientar que as indústrias extrativas ou outras que dependem da
proximidade da matéria prima, esta ainda é o fator principal na escolha locacional,
como no caso das indústrias de fertilizantes. A presença de rochas fosfáticas na região
do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba foram fatores determinantes na escolha
locacional das empresas de fertilizantes. Acrescenta-se a isso os incentivos fiscais
recebidos do estado e municípios.
Nesse sentido, os autores R.C.Stall e R.O. Buchanan ao tratarem de fatores de
localização da indústria, destacam “o custo de transferência” e de “beneficiamento dos
produtos” e afirmam que:
[...] nem todas as forças que influenciam a localização, contudo, decorrem da natureza e organização da própria indústria; algumas provem de influências externas especialmente da ação governamental [...], na prática as influências sobre as decisões
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relativas à localização não são independentes, mas agem umas as outras (STALL;BUCHANAN, 1971, p.21).
A distribuição espacial de indústrias no que se refere à motivação para uma boa
localização, que podem ser diferentes para cada região, onde as exigências não são
sempre as mesmas diferenciando, assim, de região para região. Entre os fatores a levar-
se em conta para uma boa localização pode-se considerar as técnicas disponíveis,
condições de trabalho, tamanho e organização das firmas individuais, economia geral e
ambiente social que poderão induzir as diferenças correspondentes e as exigências de
uma boa localização.
Considera-se, portanto que a escolha da localização, é normalmente uma decisão
racional, sendo adotada após uma apreciação das vantagens relativas de diferentes
localizações para as finalidades do negócio em particular ou particulares. Via de regra
pode-se considerar que a melhor localização é aquela que, sendo os outros fatores
iguais, facilita seu maior crescimento ou a obtenção do maior lucro. (STALL e
BUCHANAN, 1971, p.17).
As transformações no decurso do tempo, à medida que se desenvolvem novas
técnicas e surgem novas indústrias, as circunstâncias em que se processam as escolhas
referentes à localização podem ser modificadas também, no entanto sempre buscam a
localização com melhores vantagens para sua reprodução. As exigências de localização
de indústrias com dependência da extração de matérias primas, como o setor de
fertilizantes, tornam-se altamente concentrado em algumas regiões, já que os recursos
naturais disponíveis, no caso a rocha fosfática utilizada no processo produtivo dessas
empresas está presente em apenas algumas áreas do país. O Estado de Minas Gerais
concentra 67,9% desse total de reservas de rochas fosfáticas.
Nesse sentido, as decisões pertinentes à localização devem-se a vários fatores,
diferenciando-se de acordo com o tipo de atividades industriais.
Atualmente, a dispersão e novas decisões locacionais são favorecidas pelo
desenvolvimento das telecomunicações e transportes, pois as empresas não precisam
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localizar suas unidades produtivas num mesmo local. As empresas, hoje, são
multilocalizadas e, muitas vezes, há a “cisão territorial da produção e gestão”, conforme
Lencioni (2003), ou seja, a gestão continua localizada na Capital (São Paulo) e o chão
de fábrica é transferido para o Interior do estado ou para outros estados.
Nesse contexto, as empresas de fertilizantes estão localizadas nas proximidades
da matéria prima, mas mantém um escritório localizado em São Paulo.Vale ressaltar
que, inicialmente elas estavam concentradas em áreas portuárias,pois os insumos eram
importados e destacavam-se como misturadoras.
OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo compreender o padrão e a dinâmica locacional
das indústrias de fertilizantes, tendo como ênfase de análise o município de Uberaba, na
região do Triângulo Mineiro.
METODOLOGIA
A metodologia baseou-se em revisão bibliográfica e leituras nas bibliotecas da
UFTM e sites da UFMG, USP, UNESP, UNICAMP, sites de revistas nacionais e
estrangeiras. Além disso, realizamos pesquisa em sites como: IBGE, FIEMG; Fundação
João Pinheiro, visitas à Prefeitura Municipal, aplicação de questionário junto às
indústrias de fertilizantes.
RESULTADOS PRELIMINARES
As primeiras fábricas de fertilizantes no Brasil surgiram na década de 1940 e
dedicavam-se exclusivamente a mistura Nitrogênio(N), Fosforo(P) e Potássio(K),
baseadas em matéria prima simples e importadas de outros países, como Canadá,
Rússia, Alemanha, Marrocos, entre outros. As primeiras unidades foram instaladas
próximas a portos marítimos, como Cubatão (SP) e Rio Grande (RS).
A partir de 1970 com o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), o governo
passa a oferecer incentivos as empresas produtoras de Fertilizantes para diminuir a
dependência externa, dentre as unidades beneficiadas em várias regiões do país,
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podemos mencionar as que estão localizadas na região do Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba, como a unidade de mineração e concentração de rocha fosfática (ex-Valep)
iniciada em 1976, em Tapira MG, o complexo industrial da Fosfértil3 (ex-Valefértil) em
Uberaba MG, iniciado em 1976, a Vale Fertilizantes S.A a partir de 1977 em Patos de
Minas MG e a ampliação a partir de 1989 da capacidade de produção de rocha fosfática
em Araxá MG. (INSTITUTO OBSERVATÓRIO SOCIAL, 2011)
Entre os anos 1987-1995 o II Plano Nacional de Fertilizantes permitiu a
ampliação do setor de fertilizantes. Vários foram os projetos realizados, entre eles:
“ampliação, a partir de 1989, da capacidade de produção de rocha fosfática da Arafértil,
em Araxá (MG); instalação de uma unidade de SSP da Fertibrás em Araçatuba (SP),
com início em 1988; ampliação da capacidade de produção de rocha fosfática da
Fosfértil, em Tapira (MG), a partir de 1988; ampliação da capacidade de produção de
rocha fosfática da Serrana, em Jacupiranga (SP), a partir de 1988; e instalação de
unidade de ácido nítrico da Ultrafértil, em Cubatão (SP), iniciando em 1988”, segundo
estudo realizado pelo Instituto Observatório Social, em 2011.
No Brasil, a partir de meados dos anos 1980 e até a metade dos anos 1990, o
governo aumentou os investimentos para produção de fertilizantes. Vale salientar que a
presença do Estado foi fundamental para o desenvolvimento do setor de fertilizantes no
país, a exemplo da Petrobrás, a subsidiária Petrobras Fertilizantes S.A. (Petrofértil,
criada em 1976) que criou a Fosfértil e Nitrofértil, além de adquirir a Ultrafértil. A Vale
Fertilizantes S.A também entrou no setor em 1977, para apoiar os projetos do estado
brasileiro a partir da Mina de Rocha Fosfática, em Pato de Minas (MG) e, da Mina de
Potássio, em Sergipe. (INSTITUTO OBSERVATÓRIO SOCIAL, 2011)
Nos anos 1990, com a política neoliberal e abertura econômica, o setor de
fertilizantes com empresas estatais passa com reestruturação, levando a “[...]
privatização da Fosfértil, Goiasfértil, Ultrafértil, da Vale Fertilizantes e com a venda de
participações minoritárias do governo na Indag e Arafértil. Transações que criaram a
FERTIFOS, holding do segmento, formado por um grupo de empresas do setor de 3 Atualmente, a Fosfértil foi adquirida pela Vale e passou a ser chamada Vale Fertilizantes.
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fertilizantes: Bunge, Mosaic, Yara, Heringer e Fertipar. A FERTIFÓS controlava as
principais empresas do setor como a Fosfértil, Ultrafértil, etc. (INSTITUTO
OBSERVATÓRIO SOCIAL, 2011)
O Brasil é um dos maiores consumidores de fertilizantes do mundo. Não obstante, o
grande número de empresas de fertilizantes no país, ele ainda depende das importações
“[...] uma vez que mais da metade dos insumos que consumimos são adquiridos em
outros países. Dados de 2010 apontam que o país importou 90% dos fertilizantes à base
de potássio (de produtores canadenses, russos e alemães), 76% à base de nitrogênio e
44% a base de fosfato (do Marrocos, Argélia e Tunísia), segundo o Instituto
Observatório Social (2011)”.
Em 2010, a empresa Vale retoma suas atividades no setor de fertilizantes com a
aquisição da Fosfértil (atual Vale Fertilizantes S/A), em Uberaba – MG e os ativos de
nutrientes da Bunge no Brasil (Vale Fosfatados). Atualmente, fornece matérias primas
e produtos fosfatados e nitrogenados para a produção de fertilizantes e insumos
destinados às indústrias químicas. A empresa em 2010, respondeu por 62% da produção
nacional de nutrientes fosfatados (equivalente a 34% do total consumido no país) e por
40% da produção nacional de nutrientes nitrogenados (equivalente a 10% do total
consumido no país).
No Brasil, a produção de fertilizantes tem aumentado devido ao crescimento do
agronegócios no país.
Os dados da RAIS/MTE (1985-2011) revelam o crescimento da participação dos
setores de atividade econômica em Uberaba e a indústria obteve um crescimento
significativo com a entrada de capital de fora que passou de 384 unidades industriais de
1985, para 660 e 854, em 2000 e 2011, respectivamente. Esses dados evidenciam a
dinâmica econômica e industrial que a região do Triângulo Mineiro vem passando nos
últimos anos, mais especificamente a cidade de Uberaba, está sendo beneficiada com a
desconcentração econômica e industrial em direção às cidades médias. Essas cidades
têm sido lugares alternativos para este processo por concentrar “condições gerais de
produção” para instalação dos novos capitais produtivos.
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O setor de fertilizantes no estado de Minas Gerais é significativo, com a
presença tanto de industriais de produção de fertilizantes como de unidades
misturadoras. Nos anos 1970 foram criados distritos industriais no município de
Uberaba, contribuindo para atrair empresas graças aos incentivos fiscais recebidos.
No que tange ao ramo de fertilizantes, as empresas estão localizadas nesses
distritos, totalizando 22 empresas (CNAE, 2011) e empregando 5,66% de trabalhadores
(RAISMTE, 2011), dentre elas: Mosaic, Fertigran, Fertilizantes Heringer S.A, FMC
Química do Brasil, Neelam América Química Ltda, Ubyfol, Adm do Brasil, Yara Brasil
Fertilizantes e Vale Fertilizantes 1 e 2, entre outras. A implantação de uma planta
industrial para produção de fertilizantes, como exemplo, a Fosfértil (hoje Vale
Fertilizantes) e outras indústrias ligadas ao setor agroindustrial nos leva a considerar
que grande parte das indústrias instaladas são complementares à economia regional
baseada na agropecuária, contribuindo para dinâmica econômica do município de
Uberaba.
Essa concentração geográfica de empresas do setor de fertilizantes proporciona
uma maior interação entre as empresas onde diante dessa interação gera uma
complementaridade entre as firmas formando um importante polo do setor, gerando
sinergia para instalação de novas empresas.
De acordo com os resultados parciais da pesquisa de campo realizada junto às
empresas de fertilizantes do município de Uberaba-MG, o principal fator de localização
das plantas industriais no Distrito Industrial III é a presença da planta industrial da Vale
Fertilizante, que extrai matéria-prima (rochas fosfáticas) da região de Araxá e processa
na unidade de Uberaba. É essa proximidade com uma das principais fontes de matéria-
prima que foi apontado como o maior atrativo para as indústrias de fertilizantes se
localizarem em Uberaba, pois o custo de transporte é muito alto nesse setor, e baixo
valor agregado faz com que as empresas busquem uma localização mais próxima das
fontes de matéria prima para reduzirem seus custos.
Assim, há uma forte correlação no caso do setor de fertilizantes entre
proximidade com parte da matéria prima (rochas fosfáticas), dos municípios de Araxá-
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MG, Tapira-MG e Patos de Minas-MG, que são processadas pela Vale Fertilizantes e
vendidas para as demais indústrias da cadeia produtiva. No caso, as demais indústrias
são as principais clientes da Vale Fertilizantes, que não atua no processamento final
(misturas de fosfato, nitratos, potássio). Esse custo reduzido em uma das matérias
primas (rocha fosfática) levou ao processo de concentração da atividade em Uberaba,
pois um dos elementos é encontrado em abundância nas proximidades, sendo os demais
elementos necessários para a produção de fertilizantes (nitrato e potássio), importados
de países como Rússia, Canadá, Marrocos e África via o porto de Santos e trazidos de
caminhão principalmente, ou importados via o porto de Tubarão (ES), e trazidos via
transporte ferroviário para o polo de fertilizantes de Uberaba.
Outro motivo destacado pelas empresas para a instalação das empresas no
município de Uberaba é a alíquota de ICMS (Imposto sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços) ser menor em Minas Gerais
em relação a outros Estados.
A forte concentração de empresas de fertilizantes no município de Uberaba está
relacionada além da própria sinergia gerada pelo setor na atração de novas plantas
industriais, como também com proximidade de regiões onde o setor agropecuário é
muito desenvolvido, como interior de São Paulo, o próprio Triângulo Mineiro e a região
Centro-Oeste.
INDICAÇAO DO ESTAGIO DA PESQUISA
A pesquisa encontra-se em andamento com a aplicação de questionários junto às
empresas industriais do setor de fertilizantes, num total de 20 questionários.
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