PAC X Distúrbio de aprendizagem
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C E F A C
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
AUDIOLOGIA CLÍNICA
DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
X
DISTURBIO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL
MARLEY CHRISTIANNE BRANDÃO DO CARMO.
GOIANIA.
1998.
C E F A C
CENTRO ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA.
AUDIOLOGIA CLÍNICA.
DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
X
DISTURBIO PROCESSAMENTO AUDITIVO
CENTRAL.
MARLEY CHRISTIANNE BRANDÃO DO CARMO.
GOIANIA.
1998.
Monografia de conclusão do curso de
especialização em Audiologia Clínica II
Orientadora: Mirian Goldenberg
RESUM0
Este trabalho teórico tem como objetivo comparar distúrbio de aprendizagem
com processamento auditivo central. Distúrbio de aprendizagem é encontrado em
crianças com retardo ou dificuldade em um ou mais processos de fala,
linguagem, percepção auditiva e comportamental, leitura, escrita e aritmética.
Distúrbio ou desordem no processamento auditivo central é uma alteração da
audição na qual há um impedimento da habilidade de analisar e/ou interpretar
padrões sonoros. Embora seja um assunto recente, já é possível encontrar nas
teorias pesquisadas características semelhantes entre ambas. Elas são:
problemas na comunicação oral, alterações nas regras gramaticais, inversões de
grafemas , alterações de noção de direita e esquerda, disgrafias, dificuldade em
compreender o que lê, eles são distraídos, agitados, hiperativos ou apáticos,
desajustados ao ambiente e outros. Estes conhecimentos contribuem aos
fonoaudiólogos a orientar pais e professores e contribuem para um melhor
desenvolvimento escolar da criança. Com o objetivo de despertar o interesse dos
fonoaudiólogos e professores a refletir sobre o assunto. Devido a falta de
informações e excessivas lotações em sala de aula, os professores muitas vezes
deixam da lados os “alunos problemas” rotulando-os de incompetentes, o que os
levará a desmotivação e frustração para o processo de aprendizagem.
RESUME
This theoretical work has as objetive to compare learning disturbance with
central auditory processing. Learning disturbance is found in children with retard
or difficulty in one or more speech processes, language, auditory and
comportamental perception, reading, writing and arithmetic.
Disturbance or disorder in the central auditory processing are na alterations of
the audition in which there is na impediment of the ability of analyzing and/or to
interpret sound patterns. Although it's a recent subjet, it's already possible to find
in the researched similar characteristics among both. They are: problems in the
oral communication, alterations in the grammatical rules, grafemas inversions,
alterations of right and le.ft notions, disgrafia, difficulty in comprehend what they
read, they are distracted, hiperactives or apathetic, not adjusted to their
enviroment and others. These knowledge contributes to the phonologists to guide
parents and teachers to promote a better development of the children in the
school with the objetive of arouse the interest of the phonologists and teachers to
contemplate about this subject. Due to lack of information and crowded
classrooms, the teachers many times leave the “students troubles” sideways,
labeling them of incompetent, what will take them the desmotivation and
frustration for the learning process.
Aos meus pais, que sem eles eu não teria
vencido mais esta etapa e a todos que me
ajudaram e contribuíram por mais um
degrau em minha vida.
É muito melhor arriscar coisas grandiosas,
alcançar triunfo e gloria mesmo expondo-se
a derrota, do que formar fila com os pobres
de espírito que nem gozam muito nem
sofrem muito, porque vivem nossa
penumbria cinzenta que não conhece vitória
e nem derrota.
SUMARIO
Introdução..............................................................................................................01
Anatomia e Fisiologia do Sistema Auditivo...........................................................02
Testes utilizados para Avaliação do Processamento Auditivo Central.................04
Definição da Desordem ou Distúrbio do Processamento Auditivo Central..........08
Características e manifestações Comportamental do Processamento Auditivo
Central...................................................................................................................09
Definição de Distúrbio de Aprendizagem..............................................................12
Características de uma criança com Distúrbio de Aprendizagem.........................13
Sinais na Pré-escola de Crianças com Distúrbio de Aprendizagem.....................15
Sinais na Idade Escolar.........................................................................................16
Orientação a Professora........................................................................................17
Conclusão..............................................................................................................18
Considerações Finais............................................................................................19
Referencias Bibliográficas.....................................................................................21
INTRODUÇÃO.
Este trabalho bibliográfico, terá como objetivo confrontar os dados de
vários autores sobre Desordem ou Processamento Auditivo Central e
Distúrbio de Aprendizagem. E uma rápida descrição da fisiologia da audição e
assim como avaliação do Processamento Auditivo Central. Indivíduos com
problemas de processamento auditivo central apresentará dificuldade de
leitura, escrita, fala, linguagem e/ou comportamentais.
Para PHILIPS ( 1995) , processamento auditivo ‘envolve a detecção de
eventos acústicos ; a capacidade de descriminá-los quanto ao local, espectro,
amplitude, tempo, a habilidade para agrupar componentes do sinal acústico
em figura – fundo, como por exemplo separar o violino de um piano em uma
música ou uma voz de outra voz; para identifica-los, isto é, denominá-los em
termos verbais e ter acesso á sua associação semântica ( significado), além
de presumivelmente também demonstrará a capacidade de introspeção
consciente acerca de perceber a si mesmo.
Segundo A. B. D .( Associação Brasileira de
Dislexia,s/distúrbio de aprendizagem é um alteração específica de linguagem
de origem constitucional caracterizada pelas dificuldades em codificar
palavras simples.
A evasão e a repetência escolar em larga escala, presentes nas
séries do primeiro grau, são fatores preocupantes e podem estar
relacionados com dificuldades de aprendizagens das crianças.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA AUDITIVO.
O Sistema Auditivo é constituído de três componentes:
COMPOMENTES CONDUTIVO ( orelha externa e orelha média), que tem função
de conduzir o som do meio externo ( aéreo) ao meio interno (líquido) perdendo
um mínimo de energia, e de proteger a cóclea de sons fortes que poderiam
causar danos físicos.
O COMPONENTE SENSORIAL (cóclea) tem a função de transformar o impulso
sonoro em impulso elétrico. É na cóclea que se inicia a primeira separação do
estímulo sonoro em seus componentes de freqüência e de intensidade. A partir
da cóclea as informações sensoriais são transmitidas separadamente por
frequência até o cortex. ( Woback , 1985).
O COMPONENTE NEURAL tem a função de receber, analisar e programar a
resposta. Este componente não está totalmente pronto ao nascimento, somente a
partir da experiência sonora é que se completa a mielinização e novas conexões
neurais se estabelecem para transmitir a informação sonora. Existem vários
centros de processadores entre a cóclea e o cortex auditivo núcleo cóclear,
complexo olivar superior, lemnisco lateral, colículo inferior e corpo geniculado
medial.
BOOTHROYD (1986), identificou algumas etapas ou sub processos, atenção
seletiva, detecção de som, sensação, discriminação, localização, reconhecimento
e memória. A atenção seletiva depende do funcionamento do Sistema Nervoso
Central e é primordial para qualquer aprendizado. Está habilidade se
desenvolve a partir do nascimento. A complexidade do sistema e a expectativa
do indivíduo parecem influir na habilidade de manter a atenção. ( Siegler, 1991).
DETECÇÃO DO SOM está habilidade se refere á identificação da presença dosom. Já no quinto mês de vida intra-uterina, o feto, com seu sistema auditivoperiférica pronto, pode ouvir sons do corpo e a voz da mãe. ( Northem & Downs,1991).DISCRIMINAÇÂO é o processo de detectar diferenças entre os padrões de
estímulos sonoros. Podemos detectar diferenças mínimas de freqüências,
intensidades e de tempo de duração de um som.
LOCALIZAÇÃO para que a localização ocorra, é necessário alguns pré-
requisitos como detectar o som em ambas as orelhas ( audição biuricular),
perceber diferenças de intensidade. Só por volta de dois meses é que a criança é
capaz de nos localizar.
A localização sonora pode se manifestar através de olhar em direção á fonte
sonora, é um processo importante no desenvolvimento da percepção espacial e
no desenvolvimento da atenção seletiva. As estruturas responsáveis são
componentes sensoriais e neurais.
RECONHECIMENTO é um processo totalmente aprendido. Além da informação
auditiva, é importante, para o reconhecimento a informação do contexto
situacional temporal.
COMPREENSÃO é um comportamento totalmente aprendido; pode ser visto
como um processo cognitivo geral. É através do ver, ouvir, tocar, que a criança
desenvolve os aspectos cognitivos e de linguagem.
MEMÓRIA é o processo que permite estocar, arquivar as informações, para
poder recuperá-las quando houver necessidades.
TESTES UTILIZADOS PARA AVALIÁÇÃO DO PROCESSAMENTO
AUDITIVO CENTRAL.
Neste momento iremos comentar alguns testes que irá auxiliar no
diagnostico das alterações do Processamento Auditivo em crianças e adultos.
HATZ & SMITH (1991), proporcionaram um perfil em conjunto de quatro
categorias em crianças de processamento auditivo: decodificação , perda gradual
de memória (TFM), organização e integração, quanto a características
comportamentais e dificuldades acadêmicas, que são:
CATEGORIA E DECODIFIÇÃO: comum em Processamento Auditivo, envolve
uma quebra de mensagem auditiva em nível fonêmico; onde não é comum um
ouvinte com alteração na categoria de decodificação do Processamento Auditivo
confundir-se quando uma rápida mensagem auditiva é dada.
Além dos erros de discriminação, uma habilidade de decodificação pobre
pode também ser manifestada pela dificuldade de manipular sons, resultando em
uma habilidade pobre para agrupar os sons. Esses erros podem refletir a falha da
criança na formação dos conceitos dos sons, o que poderá resultar em
dificuldades de leitura, soletração e na habilidade para encontrar palavras, assim
como os problemas articulatórios.
A região temporal posterior esquerda, conhecida como área de Wernicke (
Katz, 1992), é responsável por funções de recepção da linguagem.
PERDA GRADUAL DE MEMÓRIA (TFM): o paciente que apresenta um
problema de Processamento Auditivo de Perda Gradual de Memória terá
dificuldade em memorizar sentenças longas e ordens com várias etapas.
Crianças com esses
problemas tem maior dificuldade na diferenciação da mensagem auditiva na
presença de ruído de fundo, à medida que não podem ignorar o ruído
competitivo. Essas crianças aparecem estar tão atentas ao ruído de fundo
quanto à mensagem primária falada.
Segundo Katz (1992), o hipotálamo e amígdala ( localizada na região
temporal anterior ) são importantes centros de memória.
A região do córtex frontal também é responsável por muitas
características TFM. A área de Broca ( região frontal inferior ) está ligada a
programação motora dos movimentos articulatórios, enquanto funções escritas
são controladas pela área frontal posterior. Crianças com disfunção nessas áreas
podem apresentar escrita pobre, problemas articulatórias e dificuldades de
expressar a linguagem.
Mesmo as crianças com categoria de perda gradual de memória ( TFM)
pura possam entender os sons falados isoladamente e palavras durante a leitura,
apresentam grande dificuldade em reter a informação acarretando baixa
compreensão de leitura. A criança lê um parágrafo, mas não lembra os detalhes
ou não pode expressar a informação solicitada sobre a história; são também
observadas em crianças diagnosticadas com Desordem de Hiperatividade e de
Déficits Atencional ( ADHD).
ORGANIZAÇÃO: As categorias de decodificação e perda de memória são
normalmente vistas de formas isoladas ou associadas. A organização não é vista
isoladamente, a um problema significante de aprendizagem ou de comunicação,
é mais uma categoria de Processamento Auditivo. Freqüentemente esse é um
indivíduo que apresenta dificuldade com números de telefones e outras
informações
seqüências, e é desorganizado em casa e no ambiente escolar.
As disfunções do giro pré e pós central e da área temporal anterior são
conhecidas como responsáveis por comportamentos associados a esse grupo. (
Efron 1965, Katz & Pack 1975, Luria 1965).
INTEGRAÇÃO: Esta quarta categoria, ainda está sendo estudada. A
característica do teste visto nesse grupo é do padrão tipo A do SSW, indicando
função inter-hemisférica pobre. A pessoa dará a resposta correta, mas só depois
de um longo período de demora.
Parecem ser dois os tipos de casos de integração Tipo A e apresentam
alguns grandes retardos nas respostas, mas geralmente diferem suas
performances em outros testes em seu problema auditivo.
Segundo Damasio & Damasio (1983) - relata que a porção posterior do
corpo caloso está intimamente associada á dislexia ( problema severo de leitura e
escrita). A região do corpo caloso está associada a integração auditiva, visual e
auditiva- visual. Uma vez que a leitura depende bastante de visão e audição,
assim como da integração dessas funções, fica clara a conexão entre o Tipo A e
dificuldade severa de leitura.
Integração Tipo 1:
Incluem problemas severos de leitura, soletração e consciência fonêmica
pobre. Esses indivíduos normalmente apresentam grande escrita manual
extremamente pobre e até podem ser considerados disléxicos. Apresentam
pouco conhecimento do som vocal, assim como habilidade pobre para integração
auditiva – visual. Outros comportamentos do grupo incluem disfunção da
percepção auditiva – visual, assim como dificuldade em reproduzir determinadas
formas geométricas, e a letra cursiva é tipicamente melhor do que a de imprensa.
Integração Tipo 2 :
Estes indivíduos apresentam menas dificuldades escolares do que em
casos do tipo 1 e apresentam comportamento semelhante aos do grupo de Perda
Gradual de Memória. Comportamento comum neste grupo incluem habilidade
muito pobre de fala no ruído.
Problemas de Processamento Auditivo associados a diversas desordens
se interagem com outros sistemas.
O Sistema Nervoso Central é complexo. Seus núcleos, centros e vias,
distribuem- se ao longo de todo o tronco cerebral e com numerosas regiões do
cérebro. Se nós não processamos os sons da fala de forma apropriada, não seria
surpresa e como resultado tivéssemos má articulação e habilidades alteradas de
linguagem.
A memória de curto prazo pobre, associa-se á dificuldade de bloquear o
ruído de fundo. Um dos principais centro de memória no cérebro é o hipocampo
na porção inferior do lobo temporal anterior ( Isaacson & Pribram, 1986).
Alteração do desenvolvimento mental circunda problemas de memória em
virtude de alteração numa região particular, então as funções de fala no ruído,
associada a essa região ou a região adjacente, provavelmente estarão
comprometidas.
DESORDEM DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL.
DESORDEM OU Disfunção Auditiva Central é um distúrbio da audição no
qual há um impedimento da habilidade de analisar e/ ou interpretar padrões
sonoros.
Processamento Auditivo se refere a uma série de processos que se sucedem no
tempo que permitem que um indivíduo realize uma análise metacognitiva dos
eventos sonoros, os processos envolvidos podem ser classificados como
detecção, sensação, discriminação, localização, reconhecimento, compreensão,
memória, atenção seletivo.
Processamento Auditivo Central é o termo utilizado para se referir a série
de processos que envolvem predominantemente as estruturas do sistema
nervoso central, vias auditivas e córtex.
CARACTERÍSTICAS E MANIFESTAÇÕES DO PROCESSAMENTO
AUDITIVO CENTRAL.
Não é esperado que os indivíduos tenham todos os sintomas e sinais daDesordem do Processamento Auditivo. Entretanto, quanto maior o número deproblemas, maior a probabilidade de haver Desordem do ProcessamentoAuditivo. Quando muitos destes sinais são observados, não se descarta acoexistência de outros problemas. (exemplo: déficit de atenção, autismo,alteração de percepção visual).
Grande influência de Otite Média, é importante determinar a ocorrência na
primeira infância, precoce. Inclui problemas na linguagem, na fala, aprendizagem
e problemas articulatórios com Desordem Processamento Auditivo.
A área de linguagem ( recepção e expressão) poderá estar relacionada
com a Desordem do Processamento Auditivo. Os problemas na linguagem e fala
podem ter impacto negativo na aprendizagem. Além do mais, funções auditivas
pobres podem ter um efeito debilitante na habilidade do indivíduo aprender a
soletrar .
Os indivíduos não podem bloquear o ruído de fundo eficazmente, poderão
ter problemas em certas aulas nas quais os níveis de ruído ambiental alcancem
um ponto de distração ou frustração para aquela criança ou adulto em particular.
Fisher (1976), observou outras características; uma pobre discriminação
dos sons da fala, tempo de resposta lentificada / retardada e mostrando incerteza
no que foi dito, dizendo freqüentemente “Hum?, O quê?” . Essa pessoa pode
também apresentar dificuldade de entender a mensagem verbal o que pode
piorar quando esta é apresentada rapidamente. Outro problema comum
observado em casos de
informação em poucos segundos. Tais indivíduos, provavelmente, terá tempo
de
atenção curta, vindo a prejudicar seu aprendizado.No que se refere as manifestações comportamentais do Processamento
Auditivo Centra. Segundo a literatura, poderá ser detectado problemas nas
comunicação oral, na produção de fala envolvendo principalmente a fala
expressiva, regras gramaticais, dificuldade em compreender em ambientes
ruidosos e palavras com duplo sentido (piadas). Na comunicação gráfica
apresentará inversão de letras, alteração de noção de direita e esquerda,
disgrafia e dificuldade de compreender o que lê. A criança demostrará um
comportamento social alterado, ou seja permanecerá distraída, agitada,
hiperativa ou apática, desajustada ao ambiente ( preferindo companhias das
crianças mais novas ou adultos). A tendência ao isolamento; devido ás
frustrações ao notarem suas falhas na escola ou no lar. O desempenho escolar
será inferiorizado em leitura, gramática, ortografia, matemática e agravará
dependendo dos fatores, tais como: a posição do aluno na sala de aula, o
tamanho da classe, nível de ruído ambiental, fala do professor (quanto ao nível
de intensidade e clareza de voz).
A memória auditiva estará prejudicada como também dificuldades no
relacionamento com as crianças da mesma idade, preferindo companhia de
adultos tolerantes ou isolar do meio ambiente. Quando a criança apresentar
história de dificuldade em ouvir ou compreender situações de fala; será
importante investigar o processamento auditivo central, para descartar ou
confirmar qualquer tipo de alteração auditiva. Caberá aos familiares procurar
auxilio com os fonoaudiólogos, para que a criança possa ser trabalhada e superar
suas dificuldades auditivas e escolares.
DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICA DO DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM
Muitas vezes por falta de conhecimento dos profissionais relacionados
com a área da educação, como também por ser um campo novo de pesquisa, as
crianças que apresentam manifestações de desordens de processamento
auditivo central, são confundidas como sendo crianças dislexicas ou com
distúrbio de aprendizagem.
O término de distúrbio de aprendizagem foi citado pela primeira vez em
1963, refere-se a vários problemas ao processamento de informações.
Segundo Mykbust (1973), distúrbio de aprendizagem é o retardo ou
distúrbio específico de um ou mais processo de fala, linguagem, percepção,
comportamento, leitura, escrita e aritmética.
É amplo pois, normalmente vem acompanhado de outros problemas
neurológicos.
No que se refere a etiologia sempre tem foco neurológico, ou seja,
imaturidade neurológica, desnutrição orgânica, psicológica, pedagógica e sócio
cultural. Quanto as características, apresentam dificuldades nos aspectos
cognitivos de linguagem (noção temporal, noção direita esquerda), alterações nos
processos perceptuais, alteração na comunicação oral (sintático-semântico).
A.B.D. (Associação Brasileira de Dislexia) – distúrbio de aprendizagem é
um distúrbio específico da linguagem de origem constitucional caracterizada
pelas dificuldades em codificar palavras simples.
Mostram uma insuficiência no processo fonológico. Essas dificuldades na
codificação de palavras simples não são esperadas a idade.
Apesar de instrução convencional adequada, inteligência, oportunidades
sociocultural e distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no
processo de aquisição de linguagem. A dislexia é apresentada em várias formas
de linguagem, tendo freqüentemente incluindo problemas de leitura, na aquisição
capacidade de escrever e soletrar. Cada um desses deles é um indivíduo com
deficiência específica em uma ou todas áreas.
A criança com distúrbio de aprendizagem apresentará algumas
características que são importantes observar. As características mais
encontradas são: quanto a linguagem oral terá um inicio tardio ou repetido,
alteração da estrutura sintática, demonstrará dificuldade na palavra certa para
expressar idéias que parecem compreender, em versões de palavras, inabilidade
para se concentrar e compreender a linguagem falada.
No que se refere a grafia a emissão oral será melhor, a criança
apresentará dificuldade em estrutura sintática das sentenças utilizando-se de
gírias, sentenças incompletas e gramaticalmente incorretas; erros ortográficos
(omissões, inversões, transposições); inabilidade de copiar corretamente de um
livro ou lousa, escrita lenta, desempenho gráfico pobre, incluindo letras com
traçados incorretos e uso incorreto do espaço.
A leitura, se apresentará lenta e com o rítmo modificado, como também o
domínio fonético, a retenção e compreensão insuficiente, dificuldade em
identificar os pontos mais importantes do tema, confusão de palavras
semelhantes e dificuldade para assimilar, o vocabulário novo. Na matemática terá
domínio completo de fatos básicos (exemplo: tabuada), o indivíduo apresentará
inversões de números, confusão de símbolos operacionais especialmente adição
e multiplicação, na copia apresentará uso incorreto de um número de uma linha
para outra, dificuldade em invocar seqüências de operações e em compreender a
proposição do problema.
Além desses, podemos encontrar deficiências em diversas outras áreas,
como capacidade de raciocínio, habilidade de organização de estudo e
habilidades sociais, dificuldades de abstração em seguir instruções com
seqüências especificas, ou na interpretação detalhada de mensagens não –
verbais, tais como: mudança na expressão facial, ou tom de voz, poderá ser
indicativo de uma inabilidade nessa área.
A alguns sinais que deverá ser detectado na pré-escola e na idade escolar,
para os quais devemos estar sempre atentos, quando se realiza uma avaliação
fonoaldiológica ou quando os pais comparecerem com queixa: de falta de
atenção, demora para falar, apresenta dificuldades de aprender rimas–canções,
ou quando são encaminhadas pelas professoras da pré-escola com anotações de
dificuldade em visualizar detalhes de desenhos, falta de coordenação motora
fina-grossa, dificuldade em quebra cabeça, falta de interesse por livros e
impressos, não apresentará uma socialização adequada com os colegas.
Pode-se dizer que o término de distúrbio de aprendizagem é muito
elástico, há um predomínio do sexo masculino e um grande número de canhotos.
Segundo A.B.D. (Associação Brasileira de Dislexia), o cerebro de um
disléxico estudado como os mais recentes mostraram anormalidades no cortex
posterior esquerdo, na região da linguagem.
Nos fonoaudiólogos devemos estar sempre atentos as queixas dos pais e
professores, ambos irá nos auxiliar nos diagnósticos de distúrbio de
aprendizagem.
ORIENTAÇÃO A PROFESSORA
A criança deve se se
ntar longe dos ventiladores, apontadores de lápis, da porta da classe; deve sentar
na frente e perto do professor. Quando a criança senta na primeira fileira e perde
pistas visuais, neste caso a segunda fileira pode ser ainda melhor.
Uma boa distância, freqüentemente recomendada é de 6 à 10 pés (1,83 a
3 metros do falante).
Falar com boa articulação e em sentenças simples é melhor do que falar
de forma complicada em sentenças rápidas. Se a criança não entende a
mensagem falada, deve dar a oportunidade de ter informação repetida de forma
simplificada.
Minimizar barulhos estranhos e estímulos visuais quando a criança tiver
que receber uma instrução ou uma informação nova, buscando facilitar o
processo da atenção seletiva.
Valorizar as iniciativas individuais para aumentar a auto-estima do aluno.
Usar vários materiais de suporte na aula: lousa, projetor de slide, vídeos e
demonstrações práticas.
CONCLUSÃO
Através de dados coletados durante a pesquisa bibliográfica, observa-se
que a opinião de autores brasileiros não divergem de autores internacionais e os
pré requisitos básico para o processo de alfabetização são de suma importância
para o aprendizado escolar. Devemos ter o máximo de cuidado ao diagnosticar-
mos uma criança com distúrbio de aprendizagem ou até mesmo como desordem
no processamento auditivo central, é uma área nova que ainda está sendo
pesquisada, como também é um termo desconhecido a muitos profissionais;
ambos apresentam manifestações semelhantes que podem passar
despercebidos ou confundidos pelos profissionais da área de Educação.
As características do distúrbio de aprendizagem e desordem no
processamento auditivo central, apresentam semelhanças presentes num grande
número de pessoas, que apesar de talentos normais ou superiores em outras
áreas, tem dificuldade em adquirir uma ou outra habilidade específica, e que
devido a este motivo não são valorizados, sendo constantemente chamados de
fracassados em adquirir uma habilidade, a qual a pessoa fica excluída da
sociedade moderna. Somente aqueles poucos afortunados que tem professores
e pais inteligentes, compreensivos e à a oportunidade de se submeter-se a um
tratamento especializado, porém de alguma forma escapam desses contínuos
lembretes.
Infelizmente os professores da pré escola e do primeiro grau não são
preparados para trabalharem em tais dificuldades, como também a lotação de
alunos em sala de aula leva-os a fornecer a atenção apenas para alguns alunos,
geralmente são aquelas crianças que são estimuladas em seu meio ambiente e
que desde pequeno estão em contato com papéis, lápis e outros materiais
didáticos.
Conclui-se portanto, que são poucas as crianças que podem ter um
tratamento específico. Devido a este motivo a criança que apresenta distúrbio de
aprendizagem ou distúrbio de processamento auditivo central são
desestimuladas a freqüentar a escola. Quando não são colocados em sala de
aula com os colegas que demonstram apresentar os mesmos problemas, por
muitas vezes são rotulados como alunos fracassados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho que realizei para esta monografia, tem como tema: distúrbio de
aprendizagem com relação ao distúrbio no processamento auditivo central. O
distúrbio de aprendizagem refere-se a crianças que apresentam retardo ou
dificuldade em um ou mais processos de fala, linguagem, percepção auditiva,
comportamental, leitura, escrita e aritmética. Distúrbio ou desordem no
processamento auditivo central é uma alteração da audição, na qual hà um
impedimento da habilidade de analisar e/ou interpretar padrões sonoros. Muitas
vezes país ou professores chegam com queixa de que a criança é desatenta,
distraída, agitada não tem concentração nas atividades escolares, apresentam
omissões, substituições gráficas, não conseguem distinguir grafemas ou
apresenta dificuldade no ditado. E logo o rotulam de criança problema, deixando-
as de lado o que as tornam desmotivadas e frustadas. A partir dessas queixas,
hà necessidade de investigar o processamento auditivo central para se confirmar
ou descartar qualquer tipo de alteração. Se os fonoaudiólogos não tiverem o
cuidado de realizarem uma avaliação minuciosa da criança, podem errar seu
diagnóstico, empedindo assim que a mesma tenha um desenvolvimento
adequado da aprendizagem ou até retardar o seu tratamento. Este trabalho
contribui para que os fonoaudiólogos tenham conhecimento sobre o
processamento auditivo central e se interessem pelo mesmo.
Antes de rotular uma criança devemos vê-la como um todo, respeitar seus
limites.
Se a criança é tratada como problema, será um problema. Se a criança for
tratada como ser humano valioso assim será.
Se for tratada com amor, confiança e compreensão, terá maiores
condições de superar todos os obstáculos colocados em sua vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Artigo – International Dyslexia Association (ex: Orton Dyslexia Society)
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BOOTHROYD, A (1986) – The Sense of hearing. In Speech, acustic and
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Neurology
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