PA Aqui, - Obra da Rua ou Obra do Padre Americo · quias onde se trabalha e por outras onde se...
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Jeque-har o p. Pa-iá pu-füfício Falta-Falta lar as '·Mas n con-á ago-ão de á-la e ·da ci-
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Ba1Te-ressal-meses. teste-se in-ns do-. Cruz lá foi.
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f ,<Pão dos ! · + + + + + +
! Pobres» ! + + + + + + + Júlio veio com a notícia: + + «Eurico tem mil livros + + prontos a sair. Caracol já + + começou a empacotar». + + + + Há muito tempo que Jú- + + lio queria que principias- + + se a anunciar a breve saída + + do II volu:me do «Pão + + dos Pobres», :mas eu acau- + + telei-:rne e fiz bem ! Na ver- + + .dade-para vergonhados +. + senhores tipógrafos o digo + + - este IÍ volum.e vem cer- + + ca de 3 ai1os depois da re- + + edição do primeiro, quan- + + do os nossos planos são + + que todos os ancs saia u:m + + livro . É certo que eles se + + defendem com o estran- + + guiamento do serviço na + + nossa encadernação e aí + + eu tenho a :minha respon- + + sabilidade, porque antes + + quero esperar por u:m ra- + + paz dos nossos que tome + + conta e possa desenvol- + + ver aquele sector de traba- + + lho, do que voltar a caras + + estranhas dentro dan nos- + + sas oficinas. Ainda assim, +
· + eu penso que se a nossa + + «desorganização>> f o s s e + + um bocadinho mais orga- + + nizada, poderíamos estar + + agora anunciando o III vo- + + lume em vez do s egundo! + + + + Mas quê, se nós lidamos + + ~com gente ocupadíssima, + + entre outras coisas, com + + os seus cartões de visita, + + impressos de boas-festas, + + etc. e tc. - o que provoca + + de ora em vez grandes tri- + + bunais e muita sarilhada?! + + + + Agora, porém, já me ha- + + bilito a dizer nestas colu- + + nas que saiu o «Pão dos + + Pobres»-Il volume. Sem- + + pre são mil, prontos e fres- + + quinhos , a pedir viagem + + até às mãos dos seus ape- + + titosos leitores ! Mil na + + hora em que escrevo. Es - + + pero que na hora da saída + + do jornal serão dois mil. + + E assim, quase metade do + + nosso ficheiro das edições + + ficará arrumado. + + + + Preparem-se pois os se- + + nhores e senhoras A,B,C e + + :mais algumas letras do ai- + + fabeto ,para a visita que vão + + receber. Preparem-se, que + + o «Pão dos Pobres» não se + + lê em cimA do joelho - é + + u:m livro de :meditação ! + + Ali fala Pai Américo intei· + + r in ho, se1n tirar nem pôr. + + É «evangelho sem glosa» + + - «boa nova de salvação» + + p ara os que lerem e se feri- + + re:m e amarem na sua feri- + + da a multidão de feridos + + que lha fe~. + + + + + ++++++++++++++++
OBRA DE RAPAZES, PARA RAPAZES, PELO$ RAPAZES
PA :Recente viagem por paró
quias onde se trabalha e por outras onde se devia estar trabalhando, foi mais uma confirmação, e esta experimental, daquela palavra arrojada de Pai Américo : «Estas casas não se fazem com dinheiro»; mais daquela outra de um Pároco queimado pelo amor dos seus Pobres: «Estas casas fazem-se quando p1'imeiro as fazemos no• coração».
«Se estas casas se fizessem com dinheiro, já seriam por -aí fora ... - continua Pai Américo - mas não, o dinheiro é esto·rvo».
É sim senhor! Já de uma vez Pai Américo se insurgiu contra os depositários de meia centena de contos, que alguém mandara do Brasil para casas, os quais jaziam no Banco «a vencer juros», no dizer administrativamente muito honesto dos referidos senhores. Pois o mesmo vem acontecendo em três terras nortenhas, onde há dinheiro, há uns pares de anos (Em uma de logo a seguir à morte de ºPai Américo), onde há terreno, onde há necessida-
ONIO~ des gritantes a urgir - e onde não há casas !
Porquê? ... Eu não quero julgar, mas ajudar os responsáveis a julgar-se, isso sim. Por isso os remeto aos dois princípios comunicados na citação inicial. Decerto, eles farão 1uz.
Continuando a raciocinar a partir dos ditos princípios, poàemo::; acrescentar que, para fazer casas não é preciso ter no início toda a importância que elas valerão. Nem convém!
O Património dos Pobres não é obrinha para honra e glória do «insigne benfeitor», de quem se descerra o retrato na famosa sessão solene do ditoso dia da inauguração, presentes todas as grandezas do sítio.
O Património é Obra da Igreja. É uma armazinha pac:fica, como todas as com que se dilata o Reino de Deus. Tem de ser obra de todos, participação colectiva e activa no santo sacrifício do amor a Deus e ao próximo - que é a plenitude da LEI.
Ela nasce, em cada paróquia, no coração dos seus res-
ponsáveis; melhor: na ferida aberta pnr uma necessidade inadiável, ferida que vai alastrando no reconhecimento de outras necessidades de igual sorte. Depoi,s, expõe-se a necessidade mais a ferida, no intuito de ferir ·outras consciências, justamente as de toda a comunidade cristã. É assunto de meditação colectiva, de exame colectivo, pronunciado do alto do Altar.
E depois... a casa faz-se. Com dinheiro1? Sim!, ele também entrou, a seu tempo, na medida em que- foi preciso 1 Mas em lugar dele, quantos outros valores, em materiais e em trabalho, que o amor do próximo transformou em uma casa que vale quanto não custou! . Este é o segredo do Patri
mónio; das mais de 2.100 ca::.a. · c:t1e se ergueram nestes dez anos por esse Portugal além -verdndeiro «ovo de Colombo», como Pai Américo lhe chamou, quando entendeu a inspiração que Deus lhe cfora !
Tampouco se pode pensar
continu.a na página D O l S
Aqui temos a pr_,esença alegre de Perosinho (Gaia).
. I
Aqui, LISBOA
À saída do almoço, vêm di ~ue está ali u:m rapaz que me qu É um moço dos seus doze an «Vinha pedir para me deixar ª' ficar». Nada habituado a pedic assim, convidei-o a subir ao :m quarto e aqui conversámos 1
pouco. Ele disse da sua misé1 A :mãe vive para os lados da A da, no vão duma escada, com qi tro filhos, não seus irmãos. O J com outra mulher. Desde os d anos viveu com uma ama. D· passou à mãe, que o repeliu. «l tão a tua mãe não é tua amiga perguntei. «A minha mãe 11
gosta de mim». Tentou a casa pai, onde este e a madrasta p: curaram desfazer-se dele . Foi a1 recer em casa duma prima, eh• de nódoas e feridas . Ali tem esta agora. Porém, mais uma desg: ça o atingiu. Má orientação na da de negócios dum filho, ocas nou que todos os bens da prima f, sem penhorados. E na altura • tava na iminência de ficar na li séria.
Ninguém mandou cá aqui rapaz. Ele sabia de nós pelo «Ga to», que a prima comprava à poi da Igreja de Fátima. E veio. Este aqui a :meu lado a desal>afar.
Eu disse que não. Mesmo dep• de saber que a mãe «trabalhav n.u:ma banaca de tiro da Feira 1 pular. Mesmo depois de ouvir i>oca e dos olhos dele, rasos de l g.rimas :«a minha mãe não gosta mim 1>. E n ã o admiti este por tez espera outro caso pior. Circur âncias familiares idênticas, :m
vm caso frisante de vadiage1 1:· n a zona da Es trela. Frequenta tabernas a pedir tostões e em d terminada come u:ma sopa -refeição de todos os dias.E todas ' noites o mes mo drama - um ca: to de barraca que uma velhinha 11 cede para ele ficar .Foram os me1 rapazes do Lar que,por muito e t o verem, me falaram.
Por amor destes dois um des bafo. Os últimos tempos têm-n trazido desgostos. São as mães e alguns chegados à idade em qi podem fazer alguma coisa. El; interessa das e m explorar o tr balho deles; e eles, ignorantes e vida que os espera, vão. Pare• amor ao filho, :mas não. A exp riência o diz. Por isso difícil:men
. me levam a aceitar mais. E cac dia que vem um pedido é uma d1 de cabeça. Não vai :muito, fora; quatro nu:m só dia. Mas casos p recidos com este só u:m.
Muitas vezes de pessoas qi: pela sua influência e amizade te: tam convencer-me a aceitar o cai que apresentam. t um que é mu to maroto, rouba os pais, não vai escola, traz preocupada a famil: e os vizinhos. Ou o filho de · t; criada que não o pode ter consi~ para ganhar vida (quantas talvE mais outro filho). Ou o de tal mi lher que é muito bonzinho :mas CJ1l passa os dias na rua,em perigo cl corromper-se e a mãe é uma p• brezita que trabalha todo o dia tem u:m bando deles. Estas n• cessidades embora rea is estã muito longe dos dois casos apoi
contínu.a na segunda págin
AQUI, LISBOA continuação da página UM
tados. E perante eles não pode antepôr-se a influência de alguém. Seria contra a própria consciência. A única e válida influência aceitável é esta: «quanto pior, melhor», como ensinou Pai Américo. Também a amizade. As pessoas a quem a devemos, compreendem, melhor que ninguém, a nossa aflição pelos abandonados. «Que ninguém jamais deturpe».
E por demais evidente que uma grande parte das crianças que frequentam as escolas, dado todo o ambiente da vida de hoje, aprendem menos na aula que na rua -a pior escola que há no mundo. Aqui, afora a da sociedade, a deficiência é dos pais. Falta de educação em família. E cada vez há-de perigar mais a nossa juventude por isso mesmo. Falta de vida familiar. A Casa do Gaiato não pode ser, é evidente. para qualquer caso desse género.
Igualmente o problema das criadas de servir em Lisboa, como qualquer outra cidade ou vila do nosso país, é - creio - demasiado grave para ser ignorado. E não chegariam viÍlte vezes mais Casas do Gaiato para os filhos de paternidade ilegítima.
Finalmente, são inúmero:s,só em Lisboa, os filhos dos Pobres.E destes, quantas. feridas não trago no peito renovadas em cada visita às barracas, por não poder acudir-lhes. São aos milhares nesta Lisboa, as crianças da rua que passam fome, sujeitas a todos os pe-1igos. Mas quase todos no fim de contas têm mãe. A muitas destas que me vêm pedir eu digo: o seu filho tem a maior riqueza que os meus não têm. Têm mãe.E a gente sabe a falta irreparável que ela faz, aos filhos que não lhe sentiram o amor. Para esses as Casas do Gaiato.
Agora que tantos casos têm aparecido de rapazes com mãe, eu choro -aquele que me disse: «a minha mãe não gosta de mim».
Apesar de não ter lugar para ele naquela ocasião, nunca mais o esqueci e ele foi-se embora a chorar sem dizer onde morava. Quem me aju~a a encontrá-lo? -.. P.e JOSÉ MARIA
PATRIMôNIO DOS P O B R E S
continuaçã.o da página UM
logo no início em remediar todos os problemas. Mas. cada um que se reso]ve é uma partida ganha em salvação de uma família - de uma alma que fosse!. ..
Será válido, seja para quem fôr - muito menos para um cristão consciente e responsável- não fazer uma porque são precisas dez 1 Eu não digo aqui a palavra dura que Pai Américo lhes dirigiu um dia. Prefiro dizer que essas dez estão contidas na primeira e dependem da Fé deposta no seu alicerce. «Tantas, quantas .. . » é a meta que Pai Américo achou, no tal dia em que compreendeu que era Deus Quem queria a Obra e Quem superava· todos os obstáculos.
O Reino de Deus, no princípio é pequenino como uma semente. Esta pequenez é o sinal e a garantia do que está destinado a ser grande e duradoiro. Ai das obras que nascem macrocéfalas !
Também não vale deixar três casas por inaugurar, por ser mais bonito entregar três do que uma. Gastem-se os recursos disponíveis em concluir uma, e na entrega dessa, faça-se sentir ao Povo que é preciso e é possível entregar depressa as outras duas. Ele compreenderá e há-de co1aborar. A vista daquela, a prova da alegria experimentada naquela entrega será o penhor da conclusão das outras.
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VIDA FAmlLIAR ._. .•
Andava em viag-em ao serviço do Património dos Pobres. De véspera telefonei ao Constantino a pedir-lhe o. caldo
daquelà noite. Há muito que prometera passar por lá. ~ra a hora de CUJill!prir. A sua casa é pequenina, demasiado pequenina já para uma família em começo. Em volta o lindo bairro que serve a Barragem da Caniçada.
Ag-uardavam-nos ele e ela. O jantar adiantado para que nã:o houvésseimos de esperar muito; nã:o completamente pronto para que tudo estivesse fresquinho. Tal delicadeza deu-me a oportunidade de apreciar os cuidados de amboo : «Podes pôr o arroz ... Vê que não cosa demais». E ele acrescentava-me: «Quero que V. vá satisfeito!»
Eu já estava muito satisfeito-. A ~a é pequenina, mas muito acolhedora. Os dois pequenitos brincavaim por ali. Pi0r mais ocupada a mãe com a oo,zinha, era o pai quem olhava pelos filhos. Muito simpáticos, ambos. Sem aqueles caprichos vulg-ares em crianças de dois e um ano, junto deles. não senti o cansaço que ·outras vezes experimento diante de meninos habituados a uma criada permanente, que sã:o um problema para aturar. Até nisso ali era um verdadeiro lar gaiato! Lá estava Pai Américo na sala, seu retrato enchendo a parede principal! A refeição foi da mesma sorte. A pequenita oooneu perfeitamente e só. Depois o pai quis dar-lhe o fim ... mas era o transbordar da sua ternura!
Que bem se estava ali! Era nisso que eu. pensava, absorto, quando ele pôs à minha disposição o levantar da mesa. O m<eu coração também andava em viag-em, pousando aqui e acolá ... Recordava África, os lares dos nossos que o ano passadOI visitei...
Quantos trabalhos!, quantas inquieta~ões as suas trajectórias cheias de mistério custaral.Illl a Pai Américo! E eu ali a. go-. zar, a colher os frutos!. .. «0 padrão da Obra é a Família; vida familiar. ( ... ) Tudo quanto seja reg-ress'OI a Nazaré é progTesso social cristão».
Por isso, eu junto a este feliz momento, os i0utros, igualmente sabonosos, que, ao cheg-ar a e.asa, me proporcionaram as duas cartas que aí vão : do Cid para mim; dO: Tõninho pró Américo.
São três actos, três leg-endas-vivas de uma ideia-força que Pai Américo pôs em marcha e, graças a Deus, parece de nãiol parar!
Londres, 13-XI-1961
Amigo e Snr. Padre Carlos.
Que ao receber esta minha carta, se encontre de saúde, bem como todos os nossos Padres colaboradores, e demais colegas, é o que eu e minha mulher mais desejamos. Nós ficamos bem graças a Deus. Peço-lhe me perdoe o tão longo silêncio a que o votei. Creia porém, que não nos esquecemos um só momento de quem se não pode esquecer. Junto lhe envio a fotogr-afia, pela qual teve a bondade de esperar tanJto tempo. Ela se destina a lembrar-lhe de quem nunca se esqueceu e agradecer-lhe, se possível, tudo o que por nós fez. Aceite pois, um muito obrigado nosso, de todo o coração: Quero dizer- O F e mando e a Emília -lhe Snr. Padre, que so-mos muito felizes com a Gr.aça de Deus. Demorei, mas felizmente encontrei a companheira ideal, aquela que Deus me indiqou que devia ser a minha esposa querida. Acredite que tenho iagradecido a Nosso Senhor, .o ter-ma confiado, para sempre. Devo também dizer-lhe que serro pai, se Deus quiser, para Março próximo. E isso dá-nos uma grande fel icidade; completa quem o Snr. uniu para sempre em Deus. Quem oom estas perspeotivas, não se sentirá feliz? Eu sei, que ao ler esta, também se sentirá feljz, tanto ou mais d;o que nós próprios, porque mais do que um superior, fui um bom irmão para mim e minha mulher. Quero pois, que compartilhe também das nossas alegrias.
Termino, pedindo-lhe, que aí na nossa capelinha, junto ao Pai Améric;o, peça por nós a Deus nas suas orações, afim de que nos seja concedido -aquilo de que Deus nos julgar merecedores. Aceite um abraço de amizade, destes seus Gaiatos, extensivo a todos os nossos
/
Padres colaboradores, e a todos os meus colegas, aí e espalhados pelo mundo. ·
Seus agradecidos e amigos,
Fernando e Emília».
* 17-11-961 «Meu caro Américo: Para começar esta carta dese
j.o-'te acima de tudo uma óptima saúde, saúde de ferro, e, também, uma alegria intensa, própda dos vinte anos, não uns vinte anos macambúzios como os eS1tou eu a levar, talvez porque me não .adapto à -vida tal como ela é.
Felicito-te com jubilosa satisfação pelo posto que agora ocupas, um pos~o, onde, acima de tudo o mais, impera o peso d·a grande responsabilidade de conduzir pelo caminho dos seus deveres mais de 170 rapazes. Soube esta notícia a<través de «0 Gaiato». Ganhaste por margem folgada. Tens agora um pouco mais de oportunidade de mostrares que sabes ser alguém pelo porte e pelo exemplo, porque actualmente, mais do que nunca, tens muitos olhos a olharem-te, olhos esses que exigem de ti <0
máximo esforço, e tu mesmo hás-de compreendê-lo.
Passemos agora a outro assunto:
A tropa que tal? Esquivaste-te dela na altura própria, mas lá tiveste um pouco de vergonha e nunca me disseste nada! Não é desprezo nenhum dizeres que ficaste livre, p·orque nem todos ficam .apurados! Só os fortes, esses sim, os outros são de reserva. O motivo que me levou a escrever-te foi a tua subida ao posto cimeiro entre os rapazes de grande envergadura para esse cargo, que exige esforço, dedicação, confiança e lealdade para qom a Obra da Rua que é nossa Mãe, pm isso digna de ser ajudada pelos seus filhos.
Dá cumprimentos ao Snr. Padre Carlos em meu nome e ,ao Snr. Padre Manuel. Também desse não me posso esquecer pois eu era um graxa do Snr. Padre Manuel muito razoável, e também estava a ser de ti, quanto mél!Ís não fosse para ir passear com os do teatro. Ai não, que bem me souberam .essas viagens! Tenho muitos mais casos a contar-te, mas por agora não digo mais _nada porque a carta já vai muito cheia.
Com isto termino esta carta augurando-te uns bons dias vindouros de optimismo e grande confiança para encarares o futuro aom suas alegrias e prazeres e também com suas Wificuldades, as quais andam sempre de braço dado connosco, e se não as soubermos vencer estamos metidos num mar onde perecemos afoga~ d-os ...
Espero resposta. Felicidades e que a Providência te ajude a levar melhor a .tua cruz visto teres mais encargos que precisam de ser compreendidos pela malta. Até à volta.
António de Azevedo»
Visado pela
Comissão d e Censura
Estou no Lar. Vim para cumprir a promessa das notícias e fugir ao barulho dos meus três pedreiros que no entusiasmo· do ofício, na alegria do arranjo da nossa Casa e no brio do cumprimento do dever, me não deixam descansado com o barulho da maçaneta e do&. pón teiros em contínuo bater.
Os choqttes provocados peLa presença do sobrenatural nesta Obra de Deus têm-me arripiado muitas vezes e impulsionam-me a viver em contínua acçãe> de Graças.- Eu não acredito na Providência de Deus; eu v~jo-A. Vejo-O. Sinto-O. E quase me apetece gritar como Pedro: «Afasta-te Senhor que sou indigno».
A nova da nossa presença dentro dos mUl'os da cidade provocou incêndios. Tem sido sempre assim. Há os incendiários e o fogo ateia-se. Toda a gente sofre sede de justiça. Todos procuram amor e são capazes de amar. Faltam os rastilhos. É só lançá-los e o entusiasmo comunica-se.
Da Câmara vieram trazer ao Lar, em muito segredo, mil e quinhentos. Ninguém disse nada. Eu não soube mais nada. Desconfio que foi cotização dos funcionários ! Eles que me perdoem!... Com homens assim não admiram as renovações operadas !... Sou ali sempre tratado com tanta atenção e carinho ! Devo dar testemunho e pedir-lhes que continuem.
No Liceu a reacção propagou-se por mestres e alunos. Foi algo de novo que t em dominado as preocupações de todos.
«0 Gaiato·» se1"Ve ali de leitura e também de meditação. Os professores cotizaram-se com tanto por mês!. .. Oh maravilha ! Não é o que dão. É o que é. Tenho certos por mês 420$00 para renda do Lar. Um alurio mandou quinhentos por um sacerdote. N 6s padres somos os canais. Que sejamos dignos desta missão !. .. Há campanhas para louça, para toalhas e guardanapos, para lençóis e fronhas. É a comunicação dos Santos a imperar no Liceu!. ..
Uma Senhora amiga que nos visita periodicamente trouxe-nos mil e mais cem que IJ:i.e haviam confiado para eu celebrar. Foi tão saboroso aquele encontro: - «Eu podia comprar um carro, mas não o faço para poder ajudar». Isto chama-se viver a responsabilidade social; o resto é arranjo.
Dos Serviços Municipalizados 150$00. Alguém que vive com o coração a bater juntinho ao nosso e nos manda muitas vezes!. .. Uma anónima, no Setubalense, cem. Eu já a conheço. Para mim não é anónima, para Deus, nunca o foi. Outra amiga no mesmo local, deu louças, mesas, cadeiras, frutas, peixe, roupas, tudo aqui tem vindo ter, sem nós fazermos nada para tanto.
Eu peço-te que ajoelhes. Ajoel:ha para continuar a ler.
A carta veio ter ao Lar. Não
para notí
> dos to en_egria . e no e ver,
nsado eta e o ba-
1 pela nesta piado
u v~
quase 'edro: u in-
sença idade
e são m os o en-
,er ao mil e se nanada. i,o dos e perassim rações :e t r ai cari
o e
!S
lei tu-·o. Os
com ara vi-o que 20$00 aluno
sa-
as e óis e o dos eu !. ..
com-faço cha-
idade >.
aliza-vive
junti-
a, no La CO· anóni-o foi. local,
deiras, o aqui fazer-
oelhes. a ler.
r. Não
1
1
A uto Construcão ,
O leitor p erguntará também, com toda a certeza: E o dinheiro? As c asas, mesmo nos meios rurais, com o terreno à volta, ficam a valer cinquenta contos. Esta pergunta é , por isso mesmo, naturalíssima: E o dinheiro? Auto-Construção não é uma Obra de rendimento,mesmo pequenino, pois não fica p r oprietária, por tempo algum, das casas construidas . O movim e nto, na m e dida das suas pequeníssimas possibilidades , dá; n ã o empresta, nem capitaliza. Os futuros p roprietários dão toda a mão de obra. Co:mprarão também eles mesmos os materiais. «Auto-Construção» até hoje tem a judado e, se puder , e na medida e m que puder, continuará a ajudar. Lutaremos sempr e por este princípio - ideia do:minante da primeira hora: Ajudar os pobres e não sómente os indigentes. Se todos quantos trabalham em Au to-Construção cumprire m e forem fiéis, acabará por aparecer o dinheiro necessário. Costuma s er a s sim. Não obstante esta modalidade de bem fazer s e n ão prestar muito ao s entimentalismo, haverá sempre quem co:mpreenda e responda. A grande .regra para ter dinh eiro é não o estragar. O dinheiro tem uma sã filosofia, diriamos até , tem · uma verdadeira te ologia: ganhá-lo com honestidade e gastá-lo conscienciosamente. Não gostamos de contrair dívidas a favor de Auto-Construção. Elas, as dívidas , tiram-ou deviam tirarº sono. Ora, para bem trabalhar, é p reciso dormir. Fazer obras para outros pagarem não achamos correcto. Ne m possuir muito dinheiro, nem dívidas .. Aqui também os extremos s e tocam e produzem os mesmos efeitos. Para aparecer dinheiro é preciso que as obras se façam, se vejam e, para tal, tem de haver sacrifício, a generosidade de uns tantos. Para receber é precis o da r com critério e com consciência. Mais e melhor que dar· é darmo-nos, sempre com alegria e confiança. Nisto, os melhores homens são todos como S. Tomé: para acreditarem têm de ver primeiro. Uns tantos, mesm.o que vejam, n ã o acreditam. Mas o número e a qualidade dos primeiros garantirão a vida deste movimento enquanto ele se mantiver fiel ao pensamento inícial : Orientar, estimular e a judar pobres trabalhadores a construirem, para si mesmos e reunídos em grupos, as suas próprias habitações. Haverá algum problema social mais actual do que este ? Que m quererá ajudar o movimento que está a ajudar os que s e a judam a si m e smos ?
P ADRE FONSECA
s ei donde. Não é comigo nem contigo.
«Junto envio esta pequena importância para ajudar a custear as VlOSSas tão inumeráveis despesas. Junto também um pedido. Respondei à minha consciência. Há perdão de Deus para uma. mãe que o não quiz ser? Parece-me que não. Eu não encontro no meu Lar aquiLo que chamam felicidade. É pavoroso sofrer e não saber sofrer. Dizei a Jesus que se digne olhar para uma miserável pecadora que o nã;o quer ser mais.
Bendita a .hora em que me apaix.olilei pelo vosso jornal.. Uma pecadora».
Eu t enho t anta certeza do perdão de Deus como da Sua exist ência. Ele não Se nos revelou senão para perdoar.
«H á perdão de · Deus para uma Mãe que o não quis ser? P arece-me que não». Se fosse p ossivel, eu escreveria um Sim com uma dimensão infinita e uma duração eterna. Diga sim minha SenhOTa. A Deus diz-se sempre sim. Aprenderá a sofrer e será féUiz.
Padre Acilio
*
Ei-la, fresquinha e fervorosa, com se fôra novidade, a Procissão. A mais substancial de quantas põem pé na rua, porque à Fé que a arranca se junta a Caridade que a consome. As velas não são de cera de abelha ; sã.o corações ardentes. Naquele tempo, os Césares ímpios barravam os cristãos de pez e lançavam-lhes fogo para i luminar .. . Agora, da mesma sorte, ainda há cristãos que se entregam às chamas do amor, que o Amor toma suaves - e aí vão, anónimas, mas luminares de Cristo, a irradiarem a Sua Boa-Nova .
ora· leiam e dêem graças . a Deus, como disse ao Júlio e ele fez:
«] úlio Mendes : Parabéns pelo Luís Augus
to. Que seja mais um testemunlw de Cristo nest;e mundo.
Que rico menino! Pela fotografia deve ter nascido np verão. Que idade t,êm os seus fi· lhos?
De tantas coisas que me apetecia dizer, direi apenas: Bendito seja Deus que tanto nos ama.
À Obra da Rua, Obra Sua, Obra de Amor, portanto, quanto devemos amá-la.
Júlio Mendes, segue a 30.ª pedra de mil para a «Casa de Minha Mãe» e cinquenta para tJ «Calvárw».
E para todos um ahraço amig(:) e que o Senlwr vos guarde de todo o mal.
Peça ao Senlwr por nós. Que o Senlw r aument;e a npssa Fé e a dê aos que a não têm. Peço-! he •uma oração pela conversão do meu Pai».
Esta é das casas a prestações. Como quase todos deste grupo vem com representação dobrada e alguns, mesmo, triplicada. Esta senhora fica na 31.11 p_edra de mil escudos. Na regra da dúzia deles por casa está a chegar à terceira! Mas a devoção é só uma. .. Por isso esta assinante continua a chamar-lhe pedra e a dar-lhe um número de ordem em memória de sua Mãe.
Logo a segruir surge «Zé Ninguém».
<]unto mil escud.os (1.000$) nona prestação das doze que anseio mandar para uma casinha do Património dos Pobres.
Como sempre, tive de lutar bastante para poder enviar nesta data em que faço anos de casada.
É •uma prenda que recebo, tal alegria que sinto a.o dar para essa grandwsa obra, filha do nosso sempre chnrado Pai Américo, a quem eu rezo pedindo saúde e a graça de Deus, não só para mim, como para vós.
Deixei o npme da dita à vossa escolha e segundo a notícia acusando a oitava prestação, dizia ser Casa Pai Américo. -Gostei imens.o, veio ao meu encontro».
Mais graças a Deus. Passa o pendão da Casa Nossa
* o * '
Senhora da Boa-Hora. A carta é da Beira e já conhecida do último número.
Casa Avó Ema fica na 47.11
prestação. Helena na 17.". Desta Helena, tenho eu uma carta muito linda, que ando a tomar fôlego a ver se sou capaz de responder-lhe. Da Casa d,o Mistério da Apresentação não sei se duas, se três prestações de 1.500$ cada. Agradecia a este devoto do Rosário de Nossa Senhora, o favor de esclarecer. (E de nos esclarecer, também, se poderemos mandar executar as placas com o títu lo «Por Deus o Próximo» e em sub-título ia abreV1iatura de cada mistério do Ri0sário) . Quem dera que em Fátima houvesse casas do Património onde se pudessem colocar estas placas!. . . Mas não! Que eu saiba há a das I rmãzinhas do Padre de Foucauld. E para ser, Deus sabe--e elas ... -quanto foi preciso!
A Casa do António e do Fernando fica em 7 .400$. Mais 500$ para a Casa Graças a Deus, de Cruz, da Beira. A Clarinda, de Lisboa, volta com 2.000$. Assinante 6790 fica na 85." e . . . «confio em que Deus me ajudará a chegar ao fim e, se possível, mais depressa».
Mais um tijolo de 100$ para a Casa da Mariazinha e do Fernandinlw e uma vigota de 500$ para o l ar da Graça. «0 sempre feliz Casal de Noivos» manda 250$, «pedindo desculpa de há tar11~0 tempo não o fazer», e rectifica as su•as contas. Até agora o total é 1.100$.
O Casal-Assinante de Aveiro, apareceu três vezes e pôs-se em dia até Novembro. Outras tantas o Alberto, do <plano decenal». Duas vezes, a «Mãe que crê em Deus» e está muito contente com as notícias do Centro Social no Barredo. Quem poderia não ficar ? !
A Ca~a «Ana e João» levou numa bolada de 1100$ por Abril , Maio e Junho, «pedindo desculpa do atrazo motivado por falta de saúde de meu Pai, por quem peço uma oração».
E fecha este grupo (Fecha-o com chave de ouro!) aquela modesta funcionária da Câmara do Porto que esmaga os seus gastos ao longo do ano para poder trazer aqui nas suas férias ao menos mil escudos. Não se lhe dá de não deixar fortuna às suas filhas. Quer legar-lhes um mundo melhor e por isso g'as:a as !'Uas economias em casas para os Pobres e chama-lhe «Casa das minhas Filhas». Ó possessivo duas vezes bendito!
Terminou este ano a casa. A primeira casa!. .. «Porque Senhor Padre, ainda não dei por falta do dinheiro que aqui trouxe e já agora, se Deus me ajudar, continuarei a vir».
Ajoelha mundo e dá graças a Deus! É com atenção a tanltos como esta Mulher que Deus abrevia e abreviará, muitos dias maus que nós merecemos.
O desfile continua. Passa uma casa por inteiro. É única, desta vez, ~b este pendão, mas tem um nome lindo: Por amor dos PtJbres.
D-0 pessoal trabalhador, aos
r * a «velhos» concorrentes, da HICA (porque não hão-de as outras hidroeléctricas produzir desta luz que a I-IICA vem acendencLo há tail'tos anos! ... ) e do Grémio da Panificação, juntamos desta vez os Bairristas do Palácio com as suas migalhrinhas s o m a n d o 1.849$30.
Segue outro· gmpo numeroso : os de todos os meses. É a Aida do Ribatejo com os seus 70$. É o Marco António por duas vezes. Outras tantas o do «tabaco poupado durante o mês» mais a Maria do «Pequeno Louvre», mais a Mariazinha e o Artur, mais o E . D. M.
Os trabalhadores que empreendem a sua casa e a quem nós damos o telhado têm também os seus devootos. São 100$ do Porto (e uma Avé Maria pela conversão de um chefe de famfli.a) e dez vezes mais de Lisboa, (com o desejo de saúde e paciêncáa para todos os Padres dessa grande Obra e também sorte para todos os Gaiatos e 5 contos ( comemorando hoje as nossas bodas de oum, sentimo-nos felizes em po· dermos, embora em pequenina escala concorrer para o bem de alguém). Esta Luísa já é muito nossa conhecida e a sua letra tão vigorosa que a julgávamos jovem. É-o na verdade pela Fé e pelio Amor.
Agora as casas para que vários concorrem ; Trezentos para a de N.ª Senlwra do Rosário, um iterço para a de N .ª Senhora do Carmo, e o mesmo para a de S.ta Terozinha do Me nino f esus; «pedindo que a lembrem no j ornal às Teresas de Portugal, certamente devotas dest.a Santa.
Agora os avulsos: 1.2508 «ao cuidado do Espelho
da Moda»; 50$ de «uma vicentina qualquer, do Bonfim-Porto; 30$ do asSiinante 10354 e «quem me
ENSAIOS. O Senhor Padre Arlindo anda às voltas com um grupo dos nossos maiores a e nsaiar para o Natal e já se vê qualque r coisa ... Todos estão dispostos da melhor maneira e é de prever que seja um êxito o grupo coral que já canta a «côres» ,como diz o Tira-Olhos e m tom alegre.
Esperamos muito e muito destes ensaios. O Sepadre Carlos ainda agora nos deu um «sabonete» por sermos os culpados de alguns da Tipografia sairem mais tarde e fazerem esperar os outros. Vamos a ver.
* QUIM. O nosso Quim, que ainda
há bem pouco tempo era o nosso maioral, partiu para Africa - Moçambique. Estava noivo e era para casar em breve. Era chefe dedicado da Carpintaria, mas a Pátria pediu e teve de partir. Nós somos todos de Portugal e é por isso que Portugal é mais nosso ! Com este, são muitos os que já e~ tão em missão de soberania nas provincias de além mar. A nossa é a maior familia de Portugal; por isso tem t ocado a vez a grande número destes filhos da Obra. Deus os guarde a todos l ! 1
*
dera poder muito para repartir com todos os que precisam. Assim é como Deus quer». E é assim que é melhor!
Do assinante 29512, 300$. E 603 da assinante 562. «São o~ meus qurutro netos que, cada un;
com 15$, mandam para uma te· lha». Mais 20$ do assinant~ 20335, de Torres Novas. E 11.370$ com esta legenda:
Seguindo a t radição de mew pais, que dão para o Patrimónic d.os Pobres, os primeiros rendimentos dos prédios que adquirem. venho também enviar este cheqzu. para o Património dos P.obres.
É Santarém.
E como a campanha do! 30.000x 20 =50 casas anda muitc esmorecida, eu faço dela um es tandav:e e ponho-a na procissãc do Agora de autónoma que se pretendia que ela fosse.
É cer to que lhe continuam fiei: certos que acudiram ao primein rebate. Também o é que se man têm os que vêm por si e por ou tros que desejariam mas não po dem e ainda aqueles que trazen
. consigo todos os seus familiares pessoal e itudo, mais outros qu• fizeram da campanha uma rendi mensal um, até, semanal. (É d1 Covilhã!)
Ora tudo somado dá: 1.780$ e além do mais, estas duas l inda. legendas, cheias de doutrina :
«A Obra do Gaiato é um exem plo vivo de o pouco com Deus • muito! »
E esta :
«Gostava de dar mais e mellwr mas por enquanto não me é pos sível, dou o pouoo que posso con a maior boa--v,ontade e alegria.
Quero ser actor e não espec tador da famosa Obra dos rapa zes, para os rapazes, e por issc grito presente.»
É assim mesmo a vida cristã activa, positiva, não espectante Pensando como pensa, não apoi• a assinante ao pedir desculpa d; sua mediocnidade.
- RÁDIOS. Este é um p edido refoi çado deles, pois esta casa de Paç de Sousa está necessit ad;; Necessitar é precisar. Precisar 1
ter necessidade. Quem tem nece1 sitação pede. Para quem p ed e te r de haver quem se explique e qu seja uma explicação explicada . ..
O salão tão bonito das escolas on de não falta nada,só não tem o rádic O Zé diz que o da Casa 4 s6 servi para o lixo e velharias e anda des gostoso com o facto.Que nunca tev• um rádio que se visse. Quem lh· pode abrir os olhos? Na casa 1, que• a dos condes, também não se v nada ... Não há por ai ninguém qui queira desenrascar o Silva? Quer levantar o dedo primeiro é qu ganha . ..
E nós cá ficamos todos à espera.
* TEATRO. Américo já anda a trs tar dos papéis e no Natal, como no mais anos, teremos no nosso salã de festas a habitual rubrica de tea tro - número indispensável. Vãt começar os ensaios e oxalá não cc mecem muito cedo ... de cor ... (d• cor, quer dizer em gíria gaiata, jogll a bola em vez de ensaio, quando s julga este estar au point) ... Nós ef crevemos a peça «0 baú da Men na Alice» mas, de tão boa, tivemo de a guardar para se não estragar.
Em 1920, o Américo ainda esiá..,a no Chinde, como despachante da British Central África. É de 6 de Março desse ano a carta que hoje pub1icamõs, a qual denuncia a sua grande ternura pelo Pai, bom ~ amigo, mas duro e distante, de escola diametralmente oposta ao Pai Américo que ele viria a ser : «Ü nosso Pai nunca se riu para nós» - ouvi uma vez a Pai Américo, conversando com. seu irmão Joaquim.
«Não calcula como eu ando satisfeito por ver que o Pai se interessa pelo acabamento da obra e muito mais ainda me regozijo ao lembrar-me que é sob a minha influência que a obra vai adiante».
Nem admira que assim comungasse nas alegrias de seu
Pois foi tudo em cortejo. O Porto foi em cortejo inaugurar as novas instalações do Centro Social do Barredo. Todos os que mandam, todos os que pelo seu cargo ou pelo seu coração têm estado em contacto com a Obra disseram presente e lá foram juntos, desde o Infante, a caminho do Centro. Foguetes. Hinot> marciais pela banda da Policia. Ranchos. Bandeiras. E, acima de tudo, urna multidão curiosa enfileirada nos paineis, debruçada nas janelas.
Ao chegar à Ribeira o espectáculo é de um colorido extraordinário. O Muro está pejado de gente. De todas as sacadas pendem colchas variadas, algumas bem lindas e ricas. E as crianças são tantas, santo Deus, que ficamos na dúvida sobre a possibilidade de lotação do edifício que vai ser inaugurado . ..
A Direcção do Centro tinha tornado todas as medidas necessárias para assegurar o cumprimento do programa. Até o tempo. Parece que até em relação ao tempo tinham conseguido antecipada promessa de colaboração. Afastaram-se um pouco as nuvens, fugiu a chuva e até, por vezes um solzinho apagado e tímido veio durante duas horas dar mais vida ao quadro. No cinzento chumbo do rio apareceram reflexos de prata. E havia sorrisos claros e olhos brilhantes de satisfação na boa gente da b eira-rio.
Primeiro foi a cerimónia rápida da b enção pelo Senhor D. Florentino. Depois, logo a seguir, urna breve
Pai, quem desde pequenito, sempre aspirara ao prazer de dar felicidade aos outros. Até ao fim da vida foi essa a sua suprema consolação.
Chinde, 6-3-920 Meu querido Pai, Lembro-m~ que na carta que
me enviou para Lisboa. pedia para que lhe escrevesse de todos ~s portos e também à chegada. Na primeira parte de-
sessão solene a que presidiu o Senhor Director do Instituto de Assistência à Família que representava o Senhor Ministro da Saúde e Assistência. A volta do palco os estandartes das agremiações ribeirinhas davam urna nota viva e garrida. Lá estavam a LOC e a JOC (masculina e feminina) da freguesia de S. Nicolau e o velho e prestigioso Clube Fluvial Portuense, lado a lado com o Sporting Clube de Miragaia, da Ala do Infante e Condestável, o Rancho Infantil José Hortênsio e o Corpo Nacional de Escutas (secção de S. Nicolau). Mas ainda havia mais: o Aguia · Sporting de Gaia, o Centro de Futebol os Ribeirenses, o Grupo Desportivo de S. Nicolau, o Rancho do Douro Litoral, o Clube Desportivo do Torrão, o Centro de Recreio Popular de Miragaia, o Grupo de Bem-Fazer de S. Nicolau e os Rouxinóis da Beira Rio - todos de gloriosas tradições.
Três discursos pequeninos e muito simpáticos. Falou primeiro a Directora do Jnstituto de Serviço Social e presidente do Conselho d e Direcção do Centro, D. Maria Helena Caldeira, seguiu-se o Director eleito pela gente do Barredo , Vitorino .Meireles e finalmente o Senhor Director do Instituto de Assistência à Família que encerrou a sessão.
No fim disputaram-se no rio algumas regatas. A assistência seguiu interessada todas as provas e distinguiu com palmas os vencedo1es. O velho Duque, no seu barco, mais
sobedeci, mas na · segunda emendarei o perdido. E não lhe escrevi porque a estadia nos portos de escala é sempre uma coisa fastidiosa para todos aqueles que desejam chegar ao seu destino com brevidade e a arrelia da demora rouba-nos a paciência para tudo. Cheguei no dia 29 de Fevereiro e já tive carta do Padre dizendo-me que o Pai tinha ido já a Paredes para escolher a pedra
urna vez deu mostras da sua perícia. E o Douro animou-se, com os caiques a cruzar as águas e as grandes barcaças com garotos que riam alto.
Meio dia. Acabou a festa. Os convidados, sorridentes, deixam a beira rio. O novo Centro lá fica aconchegado à muralha, pronto a servir o povo do Barredo.
Na volta é possível que alguns feito o balanço da coisa, tenham pensado para si que aquilo era um brinquedo peque nino e que de coisa tão minúscula pouco proveito poderã sair. Mas é que não são os edifícios que fazem as obras - mas a alma dos que lá trabalham. E o Centro vai ser o ponto de encontro en!re alguns que deram o seu coração ao Barredo e aqueles que no bairro das vielinhas estreitas e humildes querem erguer a sua gente para urna vida melhor.
Ponto de encontro e també m clarão de esperança. É isso o Centro. Clamor de esperança, luminoso e límpido na vida triste e dura da beir~-rio.
E ao regressarmos todos, afinal, não d eixamos o Centro sózinho. Sempre presente - ele esteve lá desde o princípio. Quando tod:is saíram; ele continuou. Sim, o Pai Américo esteve lá connosco. O Pai Américo lá commuará, de braços abertos, pronto a comparticipar nas alegrias e nas dores dos seus grandes amigos ... os Pobres mais pobres doBarredo.
M. CRUZ
Foi assim a inauguração do Centro Social 'do Barredo.
para o gradil nos montes circunvizinhos. Não calcula como eu ando satisfeito por ver que o Pai se interessa pelo acabamento da obra e muito mais ainda me regosijo ao lembrar-me que é sob a minha influência que a obra vai avante. Ainda agora acabo de escrever aio Padre e peço-lhe que o deixe cortar por onde muito bem quizer e que não tente cortar as unhas 'lllillÍto rentes. O que eu pretendo é que io Pai passe os dias entretido e em trabalho que 'O interesse e tomara eu que se proporcil()llasse a ocasião de
·muitas obras assim. Há seis dias que me encontro,
no Chinde e tenho trabalhado muitíssimo para pôr o meu trabalho quási em dià. Nós amargallliOs os dias de repouso que ahi passamos; eu já sei isso pelas vezes passadas. Mais dua:s semanas e estarei senhor do meu papel. Vim encontrar coisas muito diferentes e a vida muitíssimo mais cara do que quando daqui larguei. No entanto como é coisa que toca a todos, e o mal de muitos é o conforto de todos ...
Sabe que vim com muitas saudades suas, fica-me mal até dizê-Lo, porque julgo que o Pai, com essa idade, necessita dum certo número de carinhos e cuidados que eu, sem desprimor para qualquer de meus irmãios, saberia bem oompreendê-los e dispensá-los. Sinto-me até muito infeliz por não poder ficar ahi em casa e se eu não tivesse a consciência de que ' nessas condições seria simplesmente um parasita, acredite que jamais sairia da sua companhia.
Vamos a ver o que o futuro manda, mas eu creio bem que Deus me hií -de anxiliar a pôr em prática cs 11.eu!:: desejos. Em 1923 ou 24 tenciono v·oltar ahi e então arranjarei qualquer coisa em que me possa entreter ficando sempre junto de si.
E não se prenda com Antela.gar. Viva lá se quizer mas eu parece-me que seria medida. muito mais acertada. viver em Paredes. Nunca seria à custa. dos filhos que o Pai vivia visto que isso ofende o seu orgulho de bom Pai; mandaria ir para lá parte das suas reservas. Depois, se o Padre conseguisse comprar o campo do Simão, como parece que há todas as probabilidades, o Pai teria imenso que fazer e passaria feliz os seus dias. Veja o que mais lhe convém. Lembre-me aio João e aben.~oe o seu filho muito ami~ go,
Américo de Aguiar.
CAMPANHA DE ASSINATURAS
PORTO /LISBOA - Eu já sabia que o Porto iria acordar. Já sabia - porque ele precisa que a sineta retine bem ao ouvido pra estremecer o coração. Hoje é o dia da Invicta. Não tanto pelos números ; isso por cá interessa menos que a qualidade. Por isso, façam favor de ler esta carta do Porto, que revela bem co· mo são os tripeiros :
«Senhores : Sou um dos leitores ass:duos do «Gaiato», jornal que p. ende todo aquele que sente, que «isto» não é nosso, todas as quinzenas vem aqui o mesmo Gaiato, entregar·rne o jornal, não sou assinante, mas é o mesmo que o ser mas respondendo à chamada da Campanha do Assinante, peço-vos que tenham corno assinante meu bom pai, que em terras da Beira Alta vive.O«Famoso», vai para uma terra, onde talvez, n9.o seja conhecido, pretendo e u que o mesmo, com a assinatura do meu pai, vá contribuir para a continuação da Chaina, que o mesmo tem.
Vou enviar num vale de correio a importância i::orrespondente, deste fim de ano e de todo o ano de 1962.
Prometo também, apresentar no fim do ano, a meus sócios, a lembrança de urna lembrança para essa Obra, espelho fiel daquela alma que nasceu para amar os desprotegidosPadre Américo, a quem peço a benção, para mim, meus filhos, mulher, meus adorados Pais, Irmãos e Familial>.
Vamos lá ver se agora, o Porto estremece ainda mais. Acho que a sineta basta, quando não ...
Lisboa fez paragem! Forçada? Talvez. Eu soube. pelos periódicos, que a chuva provocou inundações em ruas e avenidas e que o nevoeiro fez das suas no Tejo. Mas tudo isso foi resolvido e é de crer que os lisboetas já se hajam recomposto. Aguardamos, na próxima, se Deus quiser, dar melhores notícias da capital. Se não, é um caso sério aturar o desgosto do nosso Cândido do Tojal e mais e mais!
* DO MINHO AO~ALGARVE - Por
estas bandas nem_ o mau tempo nem
nada contribuiu para arrefecer as almas. A procissão vai tão escaldante corno na primeira hora ! Olhem pró conhecido assinante 9330, «que mais uma vez foi bem sucedido ao apresentar o mostruário do que é e será a obra de bem sem olhar a quem». Manda um novo leitor de Minde e o «até breve, se Deus qui· ser», corno termina seu postal, diz que não tarda a bater à porta - de flãmula erguida e altíssonante. Viva o assinante 9330 !
E a procissão continua. Ternos Lagoa, Casinhas (Argoncilhe), S. Miguel (Olival - Gaia), Quebrantões e Braga ! Assim, sim. Braga tem vivido numa sonolência profunda e hã aue desoertar ! Mais Fânzeres, Casais do Campo, ET'll"e-ililde, Lentísqueira, Amadora, Algueirão e Viseu com «pena de mandar só este, mas desejava arranjar rnuitos rnais assi· nantes para o melhor jornal do país». ó Famoso !
ULTRAMAR - Moçambique não deu sinal. E estou triste. Mas.. . a gente trouxe de lã, o ano passado, tantos assinantes! No entanto, a provincia é rnuitó grande senhores moçambicanos (nove vezes maior que «este cantinho à b eira mar plantado») e não batemos a todas as portas. Dai, esperamos mais e mais do vosso interesse e da vossa dedicação pelo Famoso.
Angola é um amor ! Entusiasma-se e e ntusiasma. Ora leiam esta missiva deCubal:
«A passo de caracol, por não poder ser a passo de galgo, tenho feito o possível p or conseguir mais alguns assinantes para o jornal «0 Gaiato», embora com dificuldade, por viver em sítio muito isolado e os meus conhecimentos poder em mas não quererem «embebedar-se» de eitura sã e humana!
No entanto, com a ajuda de urna amiga, acabo de conseguir 3 assinantes. Para não demorarem a recepção do jornal, peço o favor de fazer remeter-lhes, com a maior brevidade possível o jornal».
JÚLIO MENDES