OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 187

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WWW.PRODUTORSOUZACRUZ.COM.BR | 1 OUTUBRO | NOVEMBRO | DEZEMBRO 2020 | EDIÇÃO 187 COLHEITA SUPER MADURA PRODUTOR TEM MELHORES RESULTADOS COM A COLHEITA NO PONTO CERTO 14 TECNOLOGIA DO CAMALHÃO ALTO DE BASE LARGA DA SOUZA CRUZ É VALIDADA PELA EMBRAPA 10 TECNOLOGIA FERTIRRIGAÇÃO: QUALIDADE E ESTABILIDADE DA SAFRA 06

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O U T U B R O | N O V E M B R O | D E Z E M B R O 2 0 2 0 | E D I Ç Ã O 1 8 7

COLHEITA SUPER MADURAPRODUTOR TEM MELHORES RESULTADOS COM A COLHEITA NO PONTO CERTO

14

TECNOLOGIA DO CAMALHÃO ALTO DE BASE LARGA DA SOUZA CRUZ É VALIDADA PELA EMBRAPA

10

TECNOLOGIAFERTIRRIGAÇÃO: QUALIDADE E ESTABILIDADE DA SAFRA

06

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O PRODUTOR INTEGRADO DE TABACOé uma publicação da Souza Cruz LTDA

Destinada aos produtores integrados de tabaco da empresa. As opiniões manifestadas por terceiros não refletem necessariamente o posicionamento da empresa.

Comitê editorial: Cristiano Roth, Vladimir Moura, Felipe Hayashi, Riscala Mocelin, Sandra Müller Becker, Laura Blesz Rech e Gabriela Souza.

Jornalista Responsável: Naira de Oliveira Luiz de Paula

Projeto Gráfico eProdução Editorial:Agência Batucaagenciabatuca.com.br

Foto Capa:Gelson Pereira

CAPARECONHECIMENTO PARA A TECNOLOGIA DO CAMALHÃO ALTO DE BASE LARGA

CIGARRO DO CRIMEA PERIGOSA REALIDADE DO CONTRABANDO NO PAÍS

PI TABACOCADERNO DE CAMPO DÁ DIRECIONAMENTO AO PRODUTOR

COLHEITA SUPER MADURAPRODUTOR TEM MELHORES RESULTADOS COM A COLHEITA NO PONTO CERTO

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08

06

PROTAGONISMOPLANEJAMENTO POSSIBILITA ESTABILIDADE DE SAFRA

TECNOLOGIAFERTIRRIGAÇÃO: QUALIDADE E ESTABILIDADE DA SAFRA ATUALIDADE

CRIATIVIDADE NO PERÍODO SEM ESCOLA

DICAS DE SAÚDE E SEGURANÇACOMO EVITAR OS IMPACTOS PSICOLÓGICOS DA PANDEMIA DE CORONAVÍRUS?

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RECEITAUMA RECEITA DE FAMÍLIA COM TOQUE ALTERNATIVO

DIVERSIFICAÇÃOCRIATIVIDADENO USO DAS TECNOLOGIAS

AMIGOSPRODUTORES

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Todas as reportagens desta edição foram produzidas seguindo protocolos de segurança e saúde contra a COVID-19

10

CRISTIANO ROTH

N ós, da Souza Cruz, estamos extremamente orgulhosos. A Embrapa, uma das mais importantes

empresas de pesquisa do país no setor agro, validou a técnica do manejo de solo com Camalhão Alto de Base Larga como prática conservacionista. Há muitos anos estamos investindo na prática do camalhão com trabalhos de pesquisa, desenvolvimento, inovação, qualidade e preservação das áreas de plantio.

A eficiência da tecnologia levou essa prática a ser adota-da por 90% dos produtores do Sistema Integrado de Pro-dução de Tabaco (SIPT) da empresa. Por isso, queremos dividir com os produtores integrados todo esse orgulho, pois foram vocês que apostaram junto com os orienta-dores agrícolas e técnicos de pesquisa nessa tecnologia.

E os resultados vieram, pois o camalhão alto de base larga garante uma melhor aeração do solo, aumentando a produtividade do cultivo de tabaco em até 20%. Assim, todos os envolvidos na cadeia produtiva do tabaco se beneficiam e até mesmo em outras culturas, já que essa prática conservacionista pode ser utilizada na cultura do milho e feijão, por exemplo, também com resultados satisfatórios.

É com iniciativas como essa que seremos cada vez mais sustentáveis no campo.

Nesta edição, o leitor também verá a importância de registrar todas as etapas da cultura no Caderno de Campo, que não só comprovam a rastreabilidade do tabaco produzido na propriedade, mas também garantem aos produtores um histórico da produção e um banco de dados robusto que lhes auxilia na tomada de decisão futura, buscando sempre a eficiência e sustentabilidade na cultura do tabaco.

Tenham uma boa leitura! Abraço a todos!

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Q ue o contrabando é um problema gravíssimo, que ameaça a

segurança, a economia e a saúde do país, ninguém tem dúvida. Mas este crime que move bilhões de reais e que afeta de modo particular à toda a cadeia produtiva do tabaco, reduzindo empregos e renda, envolve especialmente o crime organizado, que se utiliza do lucro do cigarro ilegal – geralmente contrabandeado do Paraguai – para financiar o tráfico de drogas e de armas e a violência praticada no Brasil. É o que mostra “Cigarro do Crime”, documentário nacional produzido pela Vice Brasil com apoio do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). Gravado no Brasil e no Paraguai, a produção conta com depoimentos dos contrabandistas, perseguições policiais, conversas com os consumidores e muito mais. Algumas cenas são tão inacreditáveis que parecem até ficção, mas infelizmente, o drama apresentado é bem real e ano a ano, afeta um pouco mais nossa sociedade.Disponível gratuitamente na internet, o vídeo mostra que não é apenas nas estradas que os contrabandistas mostram sua ousadia e colocam em risco a vida da população. O transporte dos cigarros do crime também é feito pelos rios, na alta madrugada, quando a polícia precisa

usar óculos com visão noturna para identificar os barcos tunados que incansavelmente vão de margem a margem na fronteira hídrica entre o Brasil e o Paraguai. Muitas das pessoas que fazem parte dessa engrenagem criminosa se veem como meros comerciantes. “Cada carro que eu trazia com a carga dava uma grana boa. Tirava dois mil, dois mil reais e meio... Claro que não me sinto criminosa. Eu tô pagando [pela carga], não tô roubando de ninguém”, relata, com bastante tranquilidade, uma das atravessadoras.“O objetivo do documentário é, além de demonstrar o impacto negativo do contrabando para toda a sociedade, transmitir a mensagem de que o crime organizado no Brasil vem sendo financiado pelo tabaco ilegal. E, dessa forma, despertar no público a consciência de que, ao comprar um cigarro contrabandeado, ele está sustentando um poder paralelo sem leis. Ou seja, é um problema de todos nós”, afirma Edson Luiz Vismona, presidente do FNCP. O documentário Cigarro do Crime conta com a direção de João Wainer, fotojornalista investigativo que mergulha fundo em temas complexos e que permeiam a sociedade brasileira. O longa-metragem contou com gravações em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Foz do Iguaçu (PR), Assunción e Ciudad del Este (Paraguai).

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Com os cigarros em mãos, eles abarrotam carros e pegam estrada. Olheiros monitoram a polícia em terra e por via maritima.

CARROSSe não forem parados pela polícia que monitora as estradas, esses contrabandistas entregam o cigarro do crime aos distribuidores. Levam o cigarro para longe da fronteira e chegam em cidades onde existe menor fiscalização. De lá, um intermediário compra os cigarros e junta tudo em um galpão.

ENTREGA

Quem recebe a mercadoria são contrabandistas, na maioria jovens, que são chamados de formiguinhas e pegam as caixas sempre de madrugada.

RECEBIMENTO

Esse intermediário negocia com quem encomenda o cigarro no Brasil. O mais comum nesses pontos de venda é a comercialização do produto em pacotes, e cada um sai por cerca de R$25. Nesse caso, o valor unitário do pack cai de R$ 4 a 5 para até R$ 2,50. Esse valor é praticamente metade do preço mínimo do cigarro legal, que é de R$ 5.

DISTRIBUIÇÃO

A travessia é feita pelo rio, que faz a divisa entre os dois países, e também pela fronteira seca. Pela água o trajeto leva cerca de 10 minutos.

TRAVESSIA

Apesar de não ser uma regra, a venda de cigarros nas áreas de controle da milícia e do tráfico é um monopólio, ou seja, não se aceita concorrência. Isso é controlado com violência brutal, especialmente no Rio de Janeiro e em outros estados onde o crime é territorialista.

MONOPÓLIODe cada 10 cigarros consumidos no Brasil, 6 são ilegais, o que corresponde a 57% do mercado de cigarros no país. Logo, quem consome este tipo de mercadoria alimenta todo um sistema de violência.

CONSUMO

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Com os cigarros em mãos, eles abarrotam carros e pegam estrada. Olheiros monitoram a polícia em terra e por via maritima.

CARROSSe não forem parados pela polícia que monitora as estradas, esses contrabandistas entregam o cigarro do crime aos distribuidores. Levam o cigarro para longe da fronteira e chegam em cidades onde existe menor fiscalização. De lá, um intermediário compra os cigarros e junta tudo em um galpão.

ENTREGA

Quem recebe a mercadoria são contrabandistas, na maioria jovens, que são chamados de formiguinhas e pegam as caixas sempre de madrugada.

RECEBIMENTO

Esse intermediário negocia com quem encomenda o cigarro no Brasil. O mais comum nesses pontos de venda é a comercialização do produto em pacotes, e cada um sai por cerca de R$25. Nesse caso, o valor unitário do pack cai de R$ 4 a 5 para até R$ 2,50. Esse valor é praticamente metade do preço mínimo do cigarro legal, que é de R$ 5.

DISTRIBUIÇÃO

A travessia é feita pelo rio, que faz a divisa entre os dois países, e também pela fronteira seca. Pela água o trajeto leva cerca de 10 minutos.

TRAVESSIA

Apesar de não ser uma regra, a venda de cigarros nas áreas de controle da milícia e do tráfico é um monopólio, ou seja, não se aceita concorrência. Isso é controlado com violência brutal, especialmente no Rio de Janeiro e em outros estados onde o crime é territorialista.

MONOPÓLIODe cada 10 cigarros consumidos no Brasil, 6 são ilegais, o que corresponde a 57% do mercado de cigarros no país. Logo, quem consome este tipo de mercadoria alimenta todo um sistema de violência.

CONSUMO

M E R C A D O I L E G A L M E R C A D O I L E G A L

1

2

Plantações no Brasil, no próprio Paraguai, eem outros países fornecem tabaco para a produção paraguaia.

TABACO

3Aqui começa o circuito do contrabando. Distribuidores ilegais dos dois lados da fronteira fazem encomendas dos cigarros. No final de tudo, na venda está o envolvimento de milícias e de facções do crime organizado alimentando a violência nas cidades.

ENCOMENDA

Com a matéria-prima, indústrias paraguaias fabricam o produto em larga escala. A quantidade supera o consumo nacional e os dados de exportação.

PRODUÇÃO

$

O VILÃO DO EMPREGO NA CADEIA PRODUTIVAA partir de um estudo da Oxford Economics, podemos concluir que o contrabando é o grande gerador de desemprego na cadeia produtiva do tabaco, desde o campo ao varejo. Isso porquê, considerando os atuais 57% do mercado do tabaco mais de 27 mil empregos formais – diretos e indiretos - deixaram de ser gerados na cadeia produtiva no Brasil .Atualmente, a indústria do tabaco gera 25,9 mil empregos no País, sendo 4 mil diretos, nas fábricas de tabaco que atuam no território brasileiro; 16,6 mil indiretos, nas cadeias de fornecimento que dão suporte às fábricas, como é o caso dos produtores de tabaco; e 5,3 mil induzidos. Esta última categoria compreende os benefícios econômicos em sentido amplo, que se dão quando os trabalhadores empregados por essas fábricas e também pelas empresas.

CIGARRO DO CRIME: DOCUMENTÁRIO PERCORRE O CAMINHO DOS CONTRABANDISTAS DE CIGARRO DESDE O PARAGUAI ATÉ O BRASIL E MOSTRA SUA RELAÇÃO COM O CRIME ORGANIZADO

A PERIGOSA REALIDADE DO CONTRABANDO NO PAÍS

CICLO DO CONTRABANDO DE CIGARRO PARA O BRASIL

CONNHEÇA O DOCUMENTÁRIO!

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W W W . P R O D U T O R S O U Z A C R U Z . C O M . B R | 76 | T E C N O L O G I A T E C N O L O G I A

E m razão da frequência das insta-bilidades climáticas nos últimos

anos e a má distribuição de chuvas, o produtor integrado à Souza Cruz, Joésio Rocha, precisou buscar alterna-tivas para seguir produzindo tabaco. Sempre interessado nas tecnologias recomendadas pela empresa, Joésio conheceu a fertirrigação em outra propriedade e viu ali uma oportunida-de de incrementar sua rentabilidade através da produção de tabaco.Em 2018, implantou o sistema de fertirrigação em 5,5 hectares e logo constatou a melhora na qualidade do tabaco colhido. “Foi uma grande diferença em relação à área que não possuía fertirrigação”, argumenta o produtor. “Aumentamos a média da produtividade e conquistamos uma qualidade muito melhor”, completa. Além disso, Joésio afirma que diminuiu muito a mão de obra, pela praticidade de operar o sistema e pela eficiência da aplicação de nutrientes através da fetirrigação.A propriedade não possui

mananciais de água, mas a região é rica em recursos hídricos no subsolo. Sendo assim, Joésio, que já tinha poço artesiano para o consumo da família, passou então a buscar água pelo sistema de ponteiras, tudo obedecendo a legislação. “Depois de regularizar todo o processo, buscamos água do lençol freático que passa pela propriedade, abastecendo todo o sistema de fertirrigação”, explica. Para a Safra 2020/2021, o produtor ampliou o sistema de fertirrigação para 100% da área plantada. “Acredito que teremos a melhor safra já colhida nesta propriedade”, prevê.

FAMÍLIA – Os pais de Joésio, Alípio Antônio Pereira, 64 anos, e Júlia Rocha Pereira, 56, são produtores de tabaco desde 1990 na proprie-dade localizada em Olho d’Água, no município catarinense de Jaguaruna. Joésio, 29 anos, e a esposa Regiane Réus Guimarães, 25, são produtores

integrados à Souza Cruz há cinco anos e enxergam na empresa um parceiro na produção. “A

Souza Cruz viabiliza o cresci-mento do produtor, foi

ela que proporcio-nou a implantação da fertirrigação e

nos ensinou a traba-lhar com essa tecno-

logia”, afirma.

O desenvolvimento das culturas agrícolas depende das condições climáticas e o tabaco não é diferente. A estiagem ou a má distribuição de chuvas podem ocasionar a redução da produtividade e prejudicar a qualidade do produto final. De acordo com o analista de Difusão de Tecnologias da Souza Cruz, Anderson Luís Cordeiro, as regiões produtoras de tabaco possuem médias históricas de altas precipitações, mas ocorrem períodos de chuvas mal distribuídas. “E essa falta de água pode impactar diretamente na qualidade química e física do tabaco”, revela.

FERTIRRIGAÇÃO: QUALIDADE E ESTABILIDADE DA SAFRA

SISTEMA TRAZ MUITAS VANTAGENS AOS PRODUTORES

Para tentar mudar essa realidade, a Souza Cruz desenvolveu, através da Área de Pesquisa em parceria com a Netafim, o sistema de Fertirrigação. Entre as vantagens está o uso mais eficiente do recurso hídrico devido ao menor volume de água aplicado, melhor efetividade e uniformidade de aplicação de nutrientes, regularidade e precisão no fornecimento da água, menor incidência de plantas daninhas e maior eficiência em solos com diferentes taxas de infiltração.A fertirrigação ainda tem menor perda por evaporação e não causa erosão. “Além disso, não impede a execução de outros trabalhos simultâneos como capação e colheita e também permite o plantio programado, dentro da janela ideal recomendada”, argumenta o Orientador Agrícola Edenilson Mezari. Devido às vantagens da tecnologia, a Souza Cruz incentiva os produtores integrados a adquirir o sistema de fertirrigação. Conforme o Coordenador de Difusão de Tecnologias da Souza Cruz, Cleoni Foppa, destaca, é preciso alguns pré-requisitos para que a fertirrigação tenha sucesso, como: mudas com boa

JOÉSIO ROCHA – JAGUARUNA/SC

“A SOUZA CRUZ VIABILIZA O CRESCIMENTO DO PRODUTOR, FOI ELA QUE PROPORCIONOU A IMPLANTAÇÃO DA FERTIRRIGAÇÃO E NOS ENSINOU A TRABALHAR COM ESSA TECNOLOGIA”.

J O É S I O R O C H A

sanidade e qualidade, solo corrigido e descompactado, camalhão alto de base larga com palhada e em nível, além da disponibilidade de água. “A fertirrigação ainda possibilita mais uniformidade nas lavouras e conforto ao produtor, pois reduz a mão de obra”, completa o coordenador. Foppa ainda salienta que não existe um custo pré-fixado para o sistema devido às particularidades de cada propriedade. Toda a instalação é feita nas propriedades por fornecedores

homologados para garantir que o sistema opere da melhor forma e ainda assegurar que produtores tenham assistência na operação.

PROPRIEDADE23 hectares

TABACO8,12 hectares(130 mil pés)

PRODUTIVIDADE3.333 kg/ha

MILHO2 hectares

MANDIOCA5 hectares

MATA NATIVA1 hectares

REFLORESTAMENTO4 hectares (10 mil pés de eucalipto)

PESQUISA – A área de Difusão de Tecnologias da Souza Cruz promoveu uma pesquisa com 296 produtores integrados que possuem fertirrigação. Entre os motivos para a instalação da fertirrigação estavam a vontade de mudar para produzir mais e melhor, a incidência de estiagem e também a facilidade do uso. Veja abaixo a satisfação dos produtores:

afirmam que o tabaco teve

maior produtividade

destacam que o tabaco teve maior qualidade

relatam que a implantação

do sistema é viável

consideram que o sistema garante

uma melhor qualidade de vida

recomendam a fertirrigação

84,1%

72,6%

o tabaco teve diferença na comercialização, na classe, na cor e no brilho, enquanto

afirmam que praticidade é o maior benefício do sistema

Para

93,2%91,5% 91,2% 86,4% 78%

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VILSON CARDOSO – IMBUIA/SC

G estão e planejamento já fazem parte da rotina do produtor Vilson

Cardoso desde que iniciou sua participação no Programa Propriedade Sustentável, em 2007. A partir de então, começou a anotar todas as despesas relacionadas à produção e gastos gerais da família e, com esse controle, identificou possibilidades de melhoria da rentabilidade e da qualidade de vida da família. “Antes de 2007, produzíamos muito, com boas safras, mas não sobrava grande coisa”, conta o produtor.Vilson destaca que fazer as anotações o fez ver possibilidades de diminuir os custos da produção de cada uma das culturas da propriedade. “Só para citar um exemplo, eu ia para a cidade abastecer o trator e gastava mais em diesel para ir e vir. Depois de entender que essa despesa poderia ser evitada, passei a buscar o combustível de carro, que consome bem menos”. A partir da gestão e o acompanhamento das anotações,

cobertura verde. Ele também investiu em Arado Aleirador Borboleta, Canteiro Padrão e Estufas LL.Em 2015, o produtor passou a participar do PI Tabaco o que, de acordo com ele, foi um grande passo para melhorar a produção de tabaco em todos os aspectos. “Além de anotar todos os custos, passamos a registrar cada etapa da produção, formando um histórico de tudo e possibilitando a rastreabilidade do tabaco produzido aqui na propriedade”, argumenta. Auxiliado pelo orientador agrícola Elvis de Farias, Vilson registra no caderno de campo a evolução da lavoura.O caderno de campo passou a ser instituído nas outras culturas da propriedade como o milho e a cebola, assim Vilson pode fazer seus controles organizando uma pasta para cada cultura”. Na propriedade ainda há uma área de reflorestamento com 3 mil pés de eucalipto, que utiliza para a cura do tabaco e também vende toras de eucalipto. “Neste último

“ALÉM DE ANOTAR TODOS OS CUSTOS, PASSAMOS A REGISTRAR CADA ETAPA DA PRODUÇÃO, FORMANDO UM HISTÓRICO DE TUDO E GARANTINDO A RASTREABILIDADE DO TABACO PRODUZIDO AQUI NA PROPRIEDADE”.

V I L S O N C A R D O S O

ano vendemos cerca de 150 metros cúbicos de madeira”, revela.

LEGADO FAMILIAR – Na propriedade situada na localidade de Bracatinga, no município de Imbuia (SC), vivem Vilson, 52 anos, e a esposa Rosângela Rengel Cardoso, 43. O casal tem dois filhos,

Gabriel Antônio, 20, e José Vitor, de 17 anos. O filho mais velho já é produtor integrado à Souza Cruz e tem planos para dar continuidade ao legado da família na agricultura. Também está pensando em cursar Agronomia. José Vitor está no Ensino Médio e ainda organiza os planos para o futuro.

CADERNO DE CAMPO DÁ DIRECIONAMENTO AO PRODUTOR

P I T A B A C O P I T A B A C O

PROPRIEDADE21 hectares

TABACO4,2 hectares(75 mil pés)

PRODUTIVIDADE3.500 kg/ha

CEBOLA2 hectares

MATA NATIVA2 hectares

MILHO9 hectares

REFLORESTAMENTO1,5 hectares

(3 mil pés de Eucalipto)

Vilson passou a planejar cada safra e também os investimentos para melhorar a qualidade e a produtividade do tabaco e, por consequência, a rentabilidade e a qualidade de vida na propriedade. Na lavoura, instituiu a análise e a correção do solo, o camalhão alto de base larga e foi pioneiro na região na utilização da

ANOTAÇÕES COMPROVAM EVOLUÇÃO DAS PROPRIEDADESAs anotações feitas no caderno de campo não só comprovam a rastreabilidade do tabaco produzido na propriedade, como têm uma grande importância para o produtor e para a Souza Cruz. A partir das anotações, o produtor tem um histórico da produção, que auxilia na tomada de decisões futuras, possibilitando maior regularidade e estabilidade de safras, garantindo a sustentabilidade do seu negócio.Para a Souza Cruz, os números são extremamente importantes, pois possibilitam gerar uma base de dados com resultados que irão auxiliar em possíveis investimentos em pesquisas e tecnologias para a cultura. “A partir das informações é possível aplicar o que deu certo e esses dados comprovam a evolução das propriedades”, destaca o orientador agrícola de Sustentabilidade da Souza Cruz, Flávio Dallagnoll.De acordo com Flávio, a correta anotação de todas as fases da produção, desde o preparo do solo

até o término da colheita e separação é fundamental. “Além disso, o orientador sugere as melhores práticas e insumos recomendados pela empresa, para que se alcance os objetivos do PI Tabaco, assegurando um produto íntegro com rastreabilidade e melhor qualidade para o consumidor final”.

PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL – Para a Souza Cruz, o produtor integrado tem grande importância para o desenvolvimento de uma produção sustentável, proporcionando melhores resultados para a atividade agrícola com eficiência e segurança. As recomendações feitas pela empresa relacionadas ao uso de insumos agrícolas, fertilizantes e agrotóxicos

“A PARTIR DAS INFORMAÇÕES É POSSÍVEL APLICAR O QUE DEU CERTO E ESSES DADOS COMPROVAM A EVOLUÇÃO DAS PROPRIEDADES”.

F L Á V I O D A L L A G N O L L

são resultado do desenvolvimento científico de mais de três décadas, alicerçado nas melhores práticas de mercado, com transparência e sustentabilidade assegurando o equilíbrio entre sistema produtivo e meio ambiente.A Souza Cruz entende que o uso de agrotóxicos não recomendados impacta negativamente a qualidade da lavoura. Além disso, a empresa ressalta a importância de não gerar resíduos contaminantes inadequados no produto, considerando que esses são capazes de afetar diretamente a qualidade do tabaco. A Souza Cruz afirma ainda que é uma empresa centenária, socialmente responsável e comprometida com as melhores práticas de negócios.

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W W W . P R O D U T O R S O U Z A C R U Z . C O M . B R | 1110 |

“A UTILIZAÇÃO DO CAMALHÃO TRAZ VÁRIAS VANTAGENS PARA A TERRA E PARA O PRODUTOR, ASSIM A NATUREZA GANHA E NÓS TAMBÉM”.

R O S A N E F I A M O N C I N I A D A M I

U ma das mais importantes empresas de pesquisa do país, no setor agro,

a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrí-cola - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento (MAPA), reconheceu a técnica do manejo de solo com Camalhão Alto de Base Larga, em nível e com palhada, desenvolvida pela Souza Cruz, como prática conservacionista. A validação técnica da Embrapa é moti-vo de orgulho para a empresa.A prática do camalhão demandou consistentes investimentos em trabalhos de pesquisa, desenvolvimento, inovação e difusão. Tais ações alinhadas a todos os benefícios da tecnologia, foram alavancas para atualmente mais de 90% dos produtores do Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT) da empresa usarem esta tecnologia no cultivo do tabaco.Esta grande adoção é justificada pelos benefícios que proporciona à lavoura do tabaco. O Camalhão Alto de Base Larga evita o encharcamento e melhora a aeração do solo, facilitando o crescimento das raízes das plantas. Também reduz

a incidência de doenças, melhora a consistência de qualidade do produto, aumenta a produtividade do cultivo de tabaco em até 20%, estabiliza a produção ao longo dos anos e, entre outras vantagens, auxilia no aumento da lucratividade da lavoura.De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, engenheiro agrônomo José Eloir Dernadin, a pesquisa considera que, para um terraço, por exemplo, ajudar no controle da erosão, ele deve suportar chuvas que se repetem de 10 em 10 anos. “Já era sabido que o Camalhão Alto de Base Larga é uma prática importante para controlar a erosão. Entretanto, não se sabia qual era a sua eficiência diante de chuvas intensas raras, que ocorrem, pelo menos, uma vez a cada década”, comenta.Essa dúvida foi resolvida com a parceria firmada entre a Embrapa e a Souza Cruz, que fez um estudo em lavouras de tabaco no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná para verificar se a tecnologia do Camalhão Alto de Base Larga era capaz de resistir a chuvas intensas. “O resultado foi excelente, pois essa técnica do

manejo de solo suporta as fortes chuvas”, argumenta o pesquisador.“Esse resultado é de extrema impor-tância, pois torna possível o cultivo de culturas anuais, como o tabaco, e também de outras culturas como mi-lho, feijão, soja, em terrenos acidenta-dos, comuns em pequenas proprieda-des rurais, evitando a ocorrência de erosão e assegurando rentabilidade, preservação ambiental e bem estar ao produtor rural”, conclui Denardin.“O Manejo do Solo com Camalhão Alto de Base Larga é um marco na produção de tabaco no Brasil, trazendo mais sustentabilidade no campo, tanto para o meio ambiente, quanto para a rentabilidade do produtor. O trabalho das áreas de Pesquisa e de Produção Agrícola foram fundamentais nessa realização. Ter o reconhecimento da Embrapa, referência em pesquisa no país, nos deixa ainda mais orgulhosos e mostra que realmente estamos no caminho certo unindo aumento de produtividade com preservação das áreas de plantio”, afirma Sergio Ricardo Pereira, Gerente Global de Pesquisa em Agronomia.

C A P A C A P A

EMBRAPA RECONHECE TECNOLOGIA DO CAMALHÃO ALTO DE BASE LARGA DA SOUZA CRUZ COMO CONSERVACIONISTA

PROPRIEDADE20 hectares

TABACO4,5 hectares(75 mil pés)

PRODUTIVIDADE4.750 kg/ha

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PRÁTICA CONSERVACIONISTAIMPULSIONOU PRODUÇÃO DETABACO DA FAMÍLIA ADAMI

A família Adami, da localidade de São José, em Rio do Oeste (SC), não tem dúvidas de que o camalhão alto de base larga com palhada e em nível foi fundamental para a retomada da produtividade de tabaco da propriedade. Os produtores Laércio Celestino Adami e a esposa Rosane estavam prestes a desistir de produzir tabaco devido ao desgaste do solo pela utilização sem práticas conservacionistas. Então, em 2009, o analista de pesquisa agrícola da Souza Cruz, Juliano de Jesus, sugeriu um manejo de solo mais adequado e focado, principalmente, na utilização desta técnica. A partir de então passaram a fazer análise de solo anualmente, aplicando os corretivos (calcário) conforme a necessidade. Também se preocuparam com a questão biológica do solo, iniciando o uso de adubo orgânico. “Os resultados já começaram a surgir e vimos que tínhamos que

continuar utilizando essas tecnologias”, argumenta Laércio. Os produtores logo constataram que o camalhão alto de base larga conserva o solo, minimiza o encharcamento e diminui a incidência de doenças radiculares. Consequentemente, melhora a qualidade do tabaco colhido, incrementa a produtividade e proporciona estabilidade da produção ao longo dos anos. “A utilização do camalhão traz várias vantagens para a terra e para o produtor, assim a natureza ganha e nós também”, comenta Rosane. A agricultora ainda ressalta que o camalhão facilita até mesmo a colheita do tabaco. A cada safra, o solo recebeu novos cuidados como a cobertura verde com capim sudão e, atualmente os produtores estão com uma parte da área em sistema de plantio direto. De uma terra que quase não dava resultados, a propriedade saiu de uma produtividade de 2.800 Kg/há para a marca de 4.750kg/ha. “Isso nos garantiu a possibilidade de continuar na produção e investir em novas

tecnologias”, afirma o filho do casal, Marcos André Adami. Hoje, canteiro padrão, estufa e fertirrigação estão presentes na propriedade.Produtores integrados da Souza Cruz há 30 anos, eles estão satisfeitos com a produção graças às tecnologias, aliadas a práticas conservacionistas, aplicadas na propriedade. “A modernidade traz resultados positivos, por isso temos que, aos poucos, aderir às tecnologias apresentadas pela empresa”, salienta Rosane.

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CRIATIVIDADE NO USO DAS TECNOLOGIAS PLANEJAMENTO POSSIBILITA ESTABILIDADE DE SAFRACLAUDIR AÍRTON HERMANN – GUARACIABA/SC

LUCIANO MOSCALESKI – PALMEIRA/PRO produtor Claudir Aírton Hermann, 45 anos, tem como

principal característica a curiosidade e o gosto pela inovação. Sempre que pode, pesquisa outras culturas e analisa as possibilidades de produzi-las na sua propriedade na Linha Velter, em Guaraciaba (SC). Inquieto, viu na ociosidade dos galpões uma possibilidade de produzir alguma cultura no local. “A gente utiliza o galpão durante 40 a 50 dias para curar o tabaco, depois ele fica sem uso”, argumenta Claudir.Sem nenhuma assistência técnica especializada para outras culturas, o produtor testou várias culturas dentro dos galpões como repolho, brócolis, alface, mas nenhuma apresentou resultados satisfatórios. “Eu não tinha assistência, me faltava ajuda para a produção”. Depois de uma análise, optou pelo cultivo de tomates da variedade coração de boi. “Busquei auxílio junto aos técnicos da Epagri que, mesmo não acreditando que teríamos sucesso devido às diferenças com relação a uma produção normal, deram toda a assistência que eu precisava”.O início, ainda em 2015, foi com 200 pés. Aos poucos, foi produzindo e vendendo aos vizinhos e conhecidos. A produção foi aumentando conforme a demanda e hoje conta com 2 mil pés de tomates em quatro galpões. “Estamos produzindo 15 mil quilos por ano”, destaca. O preço por quilo hoje é de R$ 5 e os clientes vêm da cidade, de propriedades vizinhas e até de municípios da região. “Também fizemos entregas”, salienta a esposa de Claudir, Ivonete Kinsel Hermann.

RASTREABILIDADE - Além disso, os tomates produzidos na propriedade

fazem parte do Sistema e-Origem, que garante a rastreabilidade dos produtos. A iniciativa é da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, através da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC). “A exemplo do que acontece com o tabaco, o Claudir tem um caderno de campo para a produção dos tomates, onde ele registra o uso de insumos, as práticas de cultivo e manejo, além das colheitas”, ressalta o produtor.Mas Claudir recomenda cautela aos produtores que desejam diversificar a propriedade. “Quando se tenta uma nova cultura, é preciso fazer uma análise de mercado, ver se existem clientes interessados, iniciar aos

poucos, produzindo menos, mas com qualidade, para depois ir aumentando a produção e aí, sim, começar a ter lucros”. Na propriedade, Claudir ainda tem 25 caixas de abelhas Jataí, que não possuem ferrões, outra iniciativa motivada pela curiosidade.Claudir e a esposa Ivonete, 41 anos, tem dois filhos, Cauan Felipe, 14, e Enzo Gabriel, de apenas dois anos. Produtor integrado da Souza Cruz há 6 anos, Claudir produz 100 mil pés de tabaco Burley. Na lavoura, realiza análise e correção de solo quando necessário, utiliza camalhão alto de base larga e adubação verde com aveia preta. Na propriedade conta com quatro galpões padrão e mais três convencionais para a cura do tabaco.

O otimismo do produtor paranaense Luciano Moscaleski,

37 anos, está diretamente ligado ao planejamento que vem sendo feito na propriedade localizada em Paiol do Fundo, no município de Palmeira (PR). Mesmo com a estiagem que se abateu nos três estados do Sul do Brasil, ele teve uma boa safra e acredita em tempos ainda melhores. Por isso, segue investindo em tecnologias para aumentar a sua produtividade e garantir qualidade ao tabaco produzido.No seu entendimento, o planejamento é fundamental para a obtenção dos bons resultados. “É preciso fazer gestão na propriedade, planejar todas as etapas e fazer os investimentos necessários para ter uma estabilidade de safra”, argumenta o produtor. Para ele, o cuidado com a terra é fundamental. Por isso, o manejo do solo é feito de acordo com todas as recomendações da empresa. Aliás, o produtor participa do projeto que mapeia a fertilidade do solo. “Cada lote tem suas necessidades e, quando se tem um mapa com a visualização das áreas que necessitam de

“Quando se tenta uma nova cultura, é preciso fazer uma análise de mercado, ver se existem clientes interessados, iniciar aos poucos, produzindo menos, mas com qualidade, para depois ir aumentando a produção e aí, sim, começar a ter lucros”, salienta Claudir Aírton Hermann

D I V E R S I F I C A Ç Ã O

PROPRIEDADE20,2 hectares

TABACO5,17 hectares(100 mil pés de Burley)

PRODUTIVIDADE3.288 kg/ha

TOMATE15 mil quilos(2 mil pés)

SOJA8 hectares

MILHO7 hectares

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correções, se garante a uniformidade do solo”, salienta o orientador agrícola da Souza Cruz, Miguel Mika.Luciano realiza ainda o plantio em nível, em camalhão alto de base larga e cobertura com palhada. No verão, costuma plantar capim sudão como cobertura verde, enquanto que cultiva o centeio no inverno. Para o trabalho na lavoura, conta com trator e arado aleirador. Outro investimento em tecnologia ressaltado por Luciano é o canteiro padrão, que garantiu mudas saudáveis e uniformes. “A qualidade é visível e o resultado ainda melhor”, revela.Mas é na fertirrigação que o produtor tem visto mais retorno. Dos 100 mil pés de tabaco Virgínia, 70% já conta com a tecnologia. “A diferença é muito boa, pois produz um tabaco quimicamente melhor. Além disso, facilita a adubação

e não falta água no final do ciclo”, ressalta. De acordo com Luciano, o objetivo é ter a fertirrigação em 100% da lavoura já na próxima safra. “Quando se faz um investimento em tecnologia, a gente sempre fica com receio, mas vale a pena porque os resultados logo aparecem”.

FAMÍLIA – A família Moscaleski sempre produziu tabaco para a Souza Cruz e a tradição seguiu com Luciano que, desde 2004, é produtor integrado da empresa. Luciano acredita que o planejamento e os investimentos em tecnologia culminam na diminuição de custos e na qualidade de vida dele e da esposa Maria Araceli Moscaleski, 36 anos. Na organizada propriedade, o casal vive com os dois filhos, Diego Antônio, 10, e Luana Maria, 6 anos.

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“É PRECISO FAZER GESTÃO NA PROPRIEDADE, PLANEJAR TODAS AS ETAPAS E FAZER OS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA TER UMA ESTABILIDADE DE SAFRA”.

L U C I A N O M O S C A L E S K I

PROPRIEDADE12,94 hectares

TABACO6 hectares

(100 mil pés)

PRODUTIVIDADE3.300 kg/ha

REPOLHO3 hectares (50 mil pés)

REFLORESTAMENTO5 hectares (15 mil pés de Eucalipto)

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Preparo do Ambiente de Armazenagem (paiol)

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PRODUTOR TEM MELHORES RESULTADOS COM A COLHEITA NO PONTO CERTO

MARIO JAISON ALVES – ATALANTA/SC

O produtor integrado à Souza Cruz, Mario Jaison Alves, 41

anos, é daqueles agricultores que seguem as recomendações do orientador agrícola em todas as fases da produção e utiliza somente insumos recomendados no pacote tecnológico da empresa. Atento às novas tecnologias, conta com canteiro padrão, fertirrigação, arado aleirador borboleta e estufa padrão.Jaison também possui o mapeamento total da propriedade, o que auxilia na análise e correção do solo. Nas lavouras utiliza o

camalhão alto de base larga e faz a cobertura verde com aveia. Porém, o produtor sabe que todas as fases são importantes, mas que o momento da colheita é de grande relevância para que ele possa ter um produto dentro das exigências do mercado. Por isso, Jaison colhe o tabaco no ponto certo. “O baixo e meio pé tem que estar bem maduro, e as folhas do alto pé precisam estar super maduras”, explica. Para se certificar do momento certo da colheita, Jaison observa diversos pontos da lavoura pela manhã. No

seu entendimento, não se pode usar uma regra de número de folhas por pé na hora de colher. “O que precisa ser observado é o ponto de maturidade, a cor das folhas tem que ser um laranja intenso, com brilho, oleosidade e elasticidade. Assim, é possível que se colha mais folhas de um pé em relação a outro”, argumenta. O orientador agrícola da Souza Cruz, Hélio Savitski, salienta que nessas condições, a folha está quimicamente equilibrada e atende a demanda do cliente

final. “E desta forma o produtor otimiza uma rentabilidade maior na comercialização da safra”, comenta.Após a colheita, o produtor precisa continuar atento para não perder a qualidade conquistada na lavoura.

Por isso, o momento da cura é muito importante. Para chegar na qualidade desejada, o produtor deve prestar atenção às condições da sua unidade de cura. “É preciso fazer uma inspeção de 15 a 20 dias antes de utilizá-la”, afirma Jaison. Ele ainda destaca que a lenha precisa estar seca, sem umidade, antes de colocar na fornalha. “Para isso, precisa estar cortada com seis meses de antecedência”.Após a cura, o tabaco deve ser armazenado em um local exclusivo, forrado e com separação das folhas

por posição. “Importante usar uma mesa de separação com luminária apropriada, facilitando na separação e eliminação de qualquer tipo de material estranho proveniente da lavoura”, ressalta.

FAMÍLIA – Jaison tem na esposa Dalvete Fátima Correia Alves, 41 anos, uma importante parceira na condução da propriedade localizada em Ribeirão Matilde, no município catarinense de Atalanta. O casal tem dois filhos, Mikael, 16 anos, e o caçula Miguel, com 8.

“O QUE PRECISA SER OBSERVADO É O PONTO DE MATURIDADE. ASSIM, É POSSÍVEL QUE SE COLHA MAIS FOLHAS DE UM PÉ EM RELAÇÃO A OUTRO”.

M A R I O J A I S O N A L V E S

PROPRIEDADE16,5 hectares

TABACO12 hectares

(200 mil pés)

PRODUTIVIDADE3.750 kg/ha

SOJA9 hectares

MATA NATIVA2,5 hectares

REFLORESTAMENTO1,5 hectares

C O L H E I T A S U P E R M A D U R A C O L H E I T A S U P E R M A D U R A

Limpeza do interior da

unidade de cura

Revisão e montagem dos

canos e conexões

Manutençãodo motor

Realizar o aquecimento da fornalha a 140

graus

Queima do óleo lubrificante

utilizado para a conservação dos

canos

Verificar a vazão de ar

Vedação das juntas

Limpeza do interior da

unidade de cura

Revisão e montagem dos

canos e conexões

Manutençãodo motor

Realizar o aquecimento da fornalha a 140

graus

Queima do óleo lubrificante

utilizado para a conservação dos

canos

Verificar a vazão de ar

Vedação das juntas

Preparo da Unidade de Cura

15 a 20 diasantes da

utilização

Recomendação importante:Verificar os sensores de umidade (azul)

e de temperatura (vermelho)

Verificar os sensores de umidade (azul) e de temperatura (vermelho);

Local deve ser exclusivo para guardar o tabaco;

Ambiente deve ser forrado com lonas;

Devem ser feitas divisórias para separar o tabaco por posição;

Recomendação importante:Para eliminar qualquer tipo de material estranho, é importante a utilizar a mesa de separação com luminária apropriada.

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FONTE: DR. CLEITON HEBERLE ARAUJOMÉDICO DO TRABALHO DA SOUZA CRUZ

COMO EVITAR OSIMPACTOS PSICOLÓGICOS DA PANDEMIA DE CORONAVÍRUS?

O que aconteceu com a vida das pessoas neste momento?O isolamento social imposto pela pandemia da COVID-19 tem deixado muitas pessoas apreensivas e ansiosas. Situações corriqueiras como visitar parentes, amigos e vizinhos, ir a tradicionais festas das comunidades nos finais de semana ou o simples aperto de mão, o abraço apertado e as aglomerações foram restringidos por conta tanto na cidade quanto no interior. Permanecendo em casa por longos períodos, fora do habitual, as crianças e adolescentes, acostumadas às atividades escolares, estão com as aulas pela internet e sem contato pessoal com os colegas. A alteração de toda essa rotina está causando sensações de medo, ansiedade e estresse, principalmente para aqueles que precisam estar em isolamento mais efetivo como os idosos. Além disso, as incertezas com relação ao futuro econômico dos municípios, dos estados e do país também causam sensação de insegurança.

Quais atitudes podemos tomar para que nossa mente mantenha-se tranquila e produtiva? Como manter o ciclo de alerta e sono bem equilibrado?Mente tranquila e corpo saudável dependem de uma organização da nossa semana. Precisamos produzir, precisamos descansar? Lógico que sim! Mas há outras coisas que podemos cuidar, conforme o quadro abaixo.

Enquanto ainda não encontramos uma vacina ou medicação contra o coronavírus, permanecemos em distanciamento social. Confira algumas recomendações para manter uma boa inteligência emocional durante a pandemia:

- Foque no que você pode controlar;- Divida suas emoções e angústias;- Receba notícias e atualizações de fontes confiáveis;- Faça uso do seu tempo com atividades criativas.

ATITUDES PARA MANTER A

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

• Faça um calendário de tarefas da semana. Exemplo: hora de acordar, de plantar, de colher, de caminhar, de almoçar, de lanchar, de ler, de assistir filme, fazer pão ou bolo, etc.• Hora de acordar: acordar cedo, café da manhã com fruta, hidratação, pouco açúcares.• Hora do trabalho: cuidar com a postura, evitar deslocar grandes pesos com sobrecarga em coluna vertebral.• Hora da alimentação: hidratação (beber muita água), frutas (vitamina C da laranja), alimentação com grãos, carboidratos e verduras.• Hora do repouso: música, filme, livros, revistas, brincar com filhos, uma boa conversa e troca de ideias, estudar, utilizar a internet para estudo e diversão.• Hora dos alongamentos e/ou exercícios: no final do dia, é tempo de alongamentos e/ou brincadeiras com crianças.

• Use esse período que era de rotina (encontros com amigos, escola, festas na comunidade) para realizar as coisas que você queria fazer há muito tempo como buscar novos conhecimentos, fazer cursos online, ler um livro, assistir a um filme ou até mesmo fazer aquele artesanato que havia ficado de lado;• E, acima de tudo, concentre-se no lado positivo.

• IMPORTANTE: Mantenha os laços sociais via telefonia ou internet;

VEJA ALGUMAS DICAS PARA A VIDA ATUAL E FUTURA:

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CRIATIVIDADE NO PERÍODO SEM ESCOLA

D esde o início do ano, o mundo está passando por um momento

muito delicado decorrente da pandemia de Covid-19. Em todos os países houve momentos de fechamento de estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços, causando vários problemas econômicos. Aos poucos, cada segmento foi voltando ao seu funcionamento, sempre com restrições para evitar a transmissão do vírus.Porém, as creches, escolas e universidades continuam fechadas, pois a sala de aula, segundo especialistas, pode ser um local de alta disseminação do vírus entre os alunos. Nesse período, crianças e adolescentes ficam em casa, seja no campo ou na cidade. Os pais receberam a tarefa de auxiliar os filhos nas atividades escolares distribuídas pelas escolas. A grande diferença é que os filhos, neste momento de pandemia, estão com mais tempo livre, já que não podem estar em grupos, estudando, praticando esportes ou confraternizando.E o que fazer com esse tempo livre? Na propriedade da família Taborda, na localidade de Lageado das Mortes, em Rio Negro (PR), as duas filhas de Laércio e Patrícia tiveram a sua rotina totalmente alterada pela pandemia. Isabela, 14 anos, é aluna do 8o ano do Colégio Estadual de Campo Maximiano Pfeffer, na cidade de Rio Negro. Já a pequena Heloísa, 11, está no 5o ano da Escola Rural Municipal Paulino Valério, que fica

próxima da propriedade.Isabela tem aulas on-line desde março. Ela tem as cinco aulas da manhã e responde a chamada a cada troca de professor. “Estamos aprendendo de uma outra forma, mas exige mais pesquisa na internet para auxiliar o aprendizado”, destaca Isabela. Elas e as colegas, que já tinham um grupo em uma rede social, criaram outro somente para as atividades escolares. “Assim podemos trocar ideias entre nós”. Isabela já tem planos para o futuro. Como gosta muito da vida na propriedade, quer cursar Agronomia para seguir o legado dos pais na agricultura.Já para Heloísa, a mãe, desde abril, precisa buscar as atividades da filha na escola de 15 em 15 dias. A professora também criou um grupo em uma rede social e explica as atividades às segundas, quartas e sextas-feiras. “Alguns poucos alunos aqui da região não têm internet, mas daí se deslocam para a casa de um parente que pode ajudar”, comenta Patrícia. Nos dois

casos, existe dificuldades pela falta das aulas presenciais, mas as duas meninas se esforçam muito para aprender.Mesmo envolvidas com os afazeres escolares, ainda assim sobra tempo no dia das meninas, já que não têm atividades extracurriculares ou encontro presencial com as colegas. Entre elas, fazem brincadeiras, assistem filmes pela internet, entre outras coisas. Além disso, elas também ajudam a mãe em algumas atividades domésticas, mas foi na cozinha, sempre sob a supervisão de Patrícia, que as irmãs aprenderam a fazer alguns pratos ensinados pela mãe ou em pesquisa pela internet. “Eu adoro torta de limão”, antecipa Heloísa, a mais animada com a possibilidade de cozinhar. Já Isabela gosta de fazer pizza e também aprendeu a fazer chimarrão. Além da cozinha, as duas se arriscam na lida com as flores do jardim, enfeitando a propriedade. “Além de me auxiliar, as duas se ajudam, são muito companheiras”, ressalta Patrícia.

LAÉRCIO BALTAZAR TABORDA – RIO NEGRO/PR

PROPRIEDADE38,7 hectares

TABACO9 hectares(117 mil pés)

SOJA21 hectares

MILHO3 hectares

A T U A L I D A D E

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W W W . P R O D U T O R S O U Z A C R U Z . C O M . B R | 1918 | R E C E I T AR E C E I T A

UMA RECEITA DE FAMÍLIA COM UM

TOQUE ALTERNATIVONÍDIA CIRIANE STRASSBURGER CLARO – SÃO PEDRO DO SUL/RS

N o meio rural é muito comum que as receitas de família passem

de mãe para filhos, mantendo as origens e a cultura da culinária. Mas a cada ensinamento, as receitas sofrem pequenas alterações, seja pela substituição de ingredientes ou pelo incremento de novas possibilidades nutricionais. É o caso da produtora Nídia Ciriane Strassburger Claro, que segue as receitas da mãe, mas acrescenta ingredientes mais saudáveis.Nídia trabalhou com alimentação alternativa na Pastoral da Saúde da Igreja Católica de São Pedro do Sul (RS). Foi lá que teve contato com

a ora-pro-nóbis (pereskia aculeata), uma planta conhecida pelo seu alto poder nutricional e biológico, principalmente por ser uma fonte muito rica de proteína. “Aprendemos a usar outros ingredientes, ricos nutricionalmente e acrescentamos eles às nossas receitas”, comenta Nídia.Assim, a receita do *Bolinho Chapuletão de Mandioca* ganhou o incremento das folhas da ora-pro-nóbis. “Mas é claro que, se a cozinheira não tiver a planta, pode fazer a receita sem problemas”, afirma a produtora. Nídia tem dois pés de ora-pro-nóbis na propriedade,

dos quais retira as folhas para os seus pratos, podendo ser plantada em quintais, jardins ou em vasos”.

PRODUÇÃO – Nídia, 41 anos, e o marido Claiton Rogério Claro, 48, produzem 30 mil pés de tabaco Burley na propriedade localizada em Passo do Angico, no município gaúcho de São Pedro do Sul. Claiton é produtor integrado da Souza Cruz desde 1995 e tem no irmão Cléber, que cultiva mais 30 mil pés, um parceiro no cultivo do tabaco e na divisão do trabalho da produção. O casal Nídia e Claiton tem duas filhas, Caren Cíntia, de 15 anos, e Cátia Cléris, de 10.

MODO DE PREPARO:Misture tudo até obter uma massa meio mole. Quando a massa estiver neste ponto, coloque na gordura quente com uma colher formando bolinhos.

INGREDIENTES:- 2 xícaras de mandioca raladas cruas- 4 ovos inteiros- 1 xícara de água- 2 xícaras de farinha de trigo- 1 colher de sopa de açúcar- sal a gosto (temperado com alho e cebola)- temperinho verde a gosto- 6 folhas de ora-pro-nóbis

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Dica: Comer quente.NOTA: ESSA RECEITA

NÃO UTILIZA FERMENTO.Rende de 12 a 15 bolinhos.

BOLINHO CHAPULETÃO DE MANDIOCA

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