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Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 1/24
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Os Robots no nosso dia a dia
Robots domésticos
Projeto FEUP 2014-2015-MIEM
Prof. Armando Sousa Prof. Teresa Duarte
Equipa 1M07_3:
Supervisor: Prof.Teresa Duarte Monitor: Fernando Silva
Estudantes & Autores:
Catarina Isabel S. [email protected] Inês Sofia S.Monteiro [email protected]
Daniel Jacome da Cruz [email protected] José Maria L. M. da Cunha [email protected]
Diogo G. Amorim Teixeira [email protected] Nuno A.M. F. P.Nascimento [email protected]
Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 2/24
Resumo
O tema deste trabalho é “Os Robots no nosso dia a dia”, realizado no âmbito da unidade
curricular Projecto FEUP, do curso de Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica, com o objectivo
de conhecer melhor a área da robótica.
Inicialmente, são apresentadas as caraterísticas gerais dos robots e é feita uma breve
referência à evolução destes, desde as primeiras gerações de robots até à atualidade. Tendo em
conta que existem diferentes tipos de robots, utilizados nas diferentes áreas, são destacados os
robots domésticos como um tipo de robots cada vez mais presentes nas nossas vidas. É, por fim,
dada especial relevância a um tipo de robot doméstico, o robot limpa piscinas. São apresentadas as
suas diferentes caraterísticas, mecanismos e funcionalidades.
No contexto da unidade curricular em que se insere, a realização deste trabalho permitiu
desenvolver a capacidade de pesquisa, organização, síntese de informação, trabalho em equipa e
comunicação dos membros envolvidos.
Palavras-Chave
● Robot;
● Evolução;
● Robot doméstico;
● Robot limpa-piscinas;
● Mobilidade;
● Limpeza;
Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 3/24
Agradecimentos
Agradece-se, em primeiro lugar, à nossa supervisora Prof. Teresa Duarte e ao nosso monitor
Fernando Silva por todo o apoio e orientação dados aquando da realização deste projeto. Em
segundo lugar, agradecer a todos os professores do departamento de Engenharia Mecânica,
nomeadamente o Prof. António Mendes Lopes e de Engenharia Eletrotécnica e Computadores,
nomeadamente o Armando Sousa, pela formação extra no âmbito da Robótica. Por último, agradecer
ao internauta MrDgvb1 pelas informações fornecidas relativamente aos aspetos cruciais dos robots
limpa piscinas.
Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 4/24
Índice
1. Introdução……………………………………………………………………………………………………………………...5
2. Os robots ……………………………………………………………………………………………………………………….6
2.1. Conceito e caraterísticas dos robots ……………………………………………………………………..6
2.2 A evolução dos robots até à atualidade ………………………………………………………………..7
3. Robots Domésticos ……………………………………………………………………………………………………....9
4. O robot limpa-piscinas ……………………………………………………………………….…………..…………..10
4.1. A evolução dos sistemas de limpeza de piscinas ……………………….……………..………..10
4.2. Os mecanismos e funcionamento do robot ……………………………………….………..…….13
4.2.1. A mobilidade do robot …………………………………………………………….…………..…..13
4.2.2. Mecanismos de limpeza …………………………………………………………….…………....14
4.2.2.1. Escovagem ………………………………………………………………….…………....14
4.2.2.2. Sucção, filtração e armazenamento ……………………..…….…………….15
4.3. Ciclos de limpeza e Taxa de filtração ……………………………………………..….………………16
4.4. Fonte de alimentação ……………………………………………………………………...……………….16
4.5. Segurança …………………………………………………………………………………….…..………………16
4.6. Controlo ……………………………………………………………………………………….……..…………...16
4.7. Marcas e respetivas especificações ………………………………………………… …..…………..17
5. Conclusão ………………………………………………………………………………………………………..………..20
6. Referências bibliográficas …………………………………………………………………………………..……...21
7. Anexos ………………………………………………………………………………………………………………..……..25
7.1. Esquema do Robot Tiger Shark ……………………………………………………………………..…...25
Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 5/24
1. Introdução
A robótica é um setor em constante crescimento, com um grande potencial de aplicações
comerciais. Nesta ordem, os robots são desenvolvidos para ajudarem os seres humanos na realização
de qualquer tarefa, muitas vezes repetitiva e cansativa e até em ambientes hostis ou perigosos. A
sua capacidade de conseguir resolver e lidar com as tarefas que lhe são propostas tem vindo a
melhorar ao longo das gerações, sendo que, atualmente, o impacto que os robots têm na sociedade,
a todos os níveis, é muito maior e ainda mais considerável que há 10 anos atrás. É claro que não se
pode esquecer os impactos gerados pela Revolução Industrial e outros avanços drasticamente
marcantes na indústria robótica nos anos anteriores; só que agora nota-se, visualmente, o resultado
de muitos anos de testes e experiências para que se implementassem, nas nossas vidas, tais robots.
Neste contexto, os robots domésticos são muito queridos e estimados por todos, uma vez
que nos facilitam a vida: limpam as casas, cortam a relva, limpam as piscinas, cuidam das pessoas e
ajudam-nas em diferentes tipos de tarefas.
[Fig. 1.1]: Futebol Robótico [Fig. 1.2]: Robot tipo Pick and Place
[Fig. 1.3]: exemplo de Robot aspirador doméstico [Fig. 1.4]: Robot com a forma de cão
Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 6/24
2. Os robots
2.1 Conceito e caraterísticas dos robots
O que é um robot?
Em primeiro lugar, a palavra robot deriva da palavra checa “robota”, cujo significado remete
para o trabalho forçado, ou seja, escravo. De acordo com a definição encontrada no dicionário da
Língua Portuguesa da Porto Editora (1), um robot é um “mecanismo automático, por vezes com a
configuração de um ser humano, capaz de fazer movimentos e executar certos trabalhos em
substituição do homem”.
Com a diversidade de robots que podemos encontrar, hoje em dia, não existe uma definição
universalmente aceite para caraterizar um robot. No entanto, apesar de os robots terem aspetos,
dimensões e aplicações muito diferentes, existe um conjunto de componentes que todos eles
partilham, isto é, os sistemas de locomoção, de processamento e os sensores.(2)
Então, de acordo com a Robotics Industries Association (3), um robot é um dispositivo mecânico
articulado reprogramável que consegue, de forma autónoma e recorrendo à sua capacidade de
processamento:
- tomar decisões sobre o que fazer com base nessa informação e em informação a priori;
- obter informação do meio envolvente utilizando translatores e detetores;
- manipular objetos do meio envolvente utilizando atuadores.
[Fig. 1.5]: Robot corta-relvas
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2.2 A evolução dos robots até à atualidade
O vertiginoso progresso da tecnologia eletrónica e da informática a partir da década de 1960
associou-se, no plano industrial, a uma evolução paralela da robótica, entendida como “ciência e
engenharia de concepção e projeto de maquinaria altamente automatizada”.
Pode-se subdividir o processo de evolução dos robots em gerações:
Primeira geração: os primeiros modelos, ou modelos da primeira geração, careciam de
receptividade sensorial própria e realizavam a sua tarefa, normalmente repetitiva, mediante um
programa de computador de escassa complexidade (Fig.2.2.1 e Fig.2.2.2).
[Fig.2.2.1]: Robot “Unimates” [Fig.2.2.2]: O primeiro robot industrial
Segunda geração: A segunda geração de robots surge devido às necessidades que as
indústrias de automóveis e as empresas de aviação tinham por exemplo no que toca a sistemas de
maior precisão, capazes de tomar decisões adequadas dentro de um contexto determinado, em
função das condições particulares de um dado momento. Os sensores utilizados pelos sistemas
robóticos de segunda geração já eram muitas vezes equipados com câmaras eletrónicas digitais que
convertiam a imagem luminosa recebida em impulsos elétricos, como os modelos armazenados num
pequeno núcleo de memória informática. Para além disso, estes robots também dispunham de
instrumentos táteis de alta sensibilidade e de deteção de peso e tensões (Fig.2.2.3 e Fig.2.2.4).
[Fig.2.2.3]: Robots no setor automóvel [Fig.2.2.4]: Robot “cirurgião”
Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 8/24
Terceira geração: Por fim, os robots de terceira geração, associados às últimas décadas do
século XX, empregavam métodos informáticos avançados conhecidos como “sistemas de inteligência
artificial e procedimentos de receção multisensorial.”
Neste sentido, a evolução tecnológica permitiu o desenvolvimento de novas máquinas cuja
função principal é ajudar-nos na realização do maior número possível de tarefas. Ao contrário dos
homens, os robots:
- não se cansam;
- não se colocam em situações perigosas ou inconfortáveis;
- conseguem trabalhar sem atmosfera;
- nunca se aborrecem pela repetição das tarefas que executam, pelo que não se
conseguem distrair delas.
Convém, no entanto, referir que se por um lado os robots nos podem trazer uma série de
vantagens, por outro, também podem ter um impacto menos positivo para a sociedade. Neste
sentido, o perigo associado às falhas de segurança e ao mau funcionamento representa uma ameaça
às pessoas que estão nas suas proximidades. Outra grande preocupação é a falta de empregos
gerados pelas indústrias por causa da substituição dos homens pelas máquinas, fazendo o
desemprego aumentar.
Desde a última geração de robots que se estabelece a ligação entre a Máquina e o Homem.
Por de trás do desenvolvimento desta geração, está a necessidade de domesticar o robot, para que
este faça parte do dia-a-dia mais pessoal do ser Humano, isto é, pretende-se “transportar” o robot
das fábricas, onde lida com processos industriais, para os lares, onde pode desempenhar tarefas que,
até este ponto, só seriam realizáveis pelo Homem. É no seguimento do desenvolvimento desta
vertente da robótica que o nosso trabalho está inserido (Fig.2.2.5, Fig.2.2.6 e Fig.2.2.7). (4)(6)(7)(8)
[Fig.2.2.5]: Robot vacuum [Fig.2.2.6]: Robot Twendy-one [Fig.2.2.7]: Robot limpa-piscinas
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3. Robots Domésticos
Robots domésticos são máquinas que permitem executar ou ajudar a executar tarefas
domésticas que se vêm a acumular no dia-a-dia, como por exemplo, aspiradores automáticos
(Fig.12), máquinas de preparar refeições estilo “Bimby” (Fig.13), limpa-piscinas ou corta relvas
automáticos (Fig.14).
[Fig.3.1]: Aspirador automático [Fig.3.2]: Robot preparador de refeições [Fig.3.3]: Corta-relvas
O mercado dirigido aos robots domésticos tem vindo a aumentar ao longo dos anos. Graças
ao desenvolvimento tecnológico, pôde-se criar novos e inovadores mecanismos que se adaptassem
ao contexto familiar. Por outro lado, a maior parte dos engenheiros desta indústria têm atenção ao
fator segurança quando se fala de robots domésticos. Neste sentido, criam sensores, motores e
materiais que façam diminuir o risco de lesão para a pessoa que os vá utilizar. Concomitantemente, o
desafio da criação de robots domésticos está no desenvolvimento tecnológico ou no design, para
além da questão do marketing na introdução do robot na sociedade. Por isso, se são para ser usados
no ambiente familiar robots autónomos, os robots têm de ser desenhados para se integrarem
completa e “artisticamente” nas estruturas e práticas da casa.
Atualmente, estes robots têm uma elevada importância na realização das tarefas
domésticas, ou até mesmo no entretenimento das pessoas. Assim, devido à sua ação, podemos
aproveitar melhor o nosso tempo e com maior qualidade. Por exemplo, há robots que limpam os
vidros das janelas (Fig.3.4), assim como existe robots humanóides desenvolvidos precisamente para
acatar as nossas ordens, tais como pôr a roupa na máquina de lavar (Fig.3.5), servir-nos uma refeição
(Fig. 3.6) ou aspirar e lavar o chão. (5)(9)
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[Fig. 3.4]: Limpa vidros [Fig. 3.5]: Robot que faz as tarefas [Fig. 3.6]: Robot que serve refeição
4. O robot limpa-piscinas
Tendo em conta a importância dos robots domésticos na atualidade, um exemplo
significativo é o robot limpa piscinas. Foram feitas pesquisas e trabalhos desde 1798 para chegar ao
produto que temos na atualidade. (10) Neste sentido, é feita neste capítulo uma breve referência à
evolução das tecnologias na limpeza de piscinas, uma análise aos mecanismos e alguns conceitos
associados ao robot limpa piscinas e por fim a comparação de diferentes modelos das principais
marcas. Apesar das piscinas oferecerem muitas vantagens e embelezarem a aparência geral de uma
casa, elas também requerem uma manutenção regular para que permaneçam limpas e saudáveis.
4.1. A evolução dos sistemas de limpeza de piscinas
Antes da invenção dos robots limpa-piscinas, o processo de limpeza total de uma piscina era
bem mais trabalhoso e demorado do que na atualidade. Primeiro, era preciso ligar um determinado
número de tubos, sendo que uma extremidade ficava associada ao vácuo e a outra era ligada à
tomada de eletricidade. Desde modo, os tubos seriam manobrados manualmente ao longo da
extensão da piscina até serem recolhidos todos os detritos e sujidades do fundo. Se isto não fosse
suficiente, era necessária uma rede para recolher todas as folhas e outros detritos flutuantes na água
(Fig.4.1.1). Além disso, se a piscina estivesse suja ao ponto de terem surgido algas nas paredes
laterais, estas teriam que ser removidas com escovas, e, uma vez acumuladas no fundo da piscina,
retiradas com o vácuo. Concluindo, todo este processo consome algumas horas, o que se traduz em
menos tempo de lazer.
Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 11/24
[Fig. 4.1.1]: Limpeza manual de uma piscina
[Fig. 4.1.2]: Esquema de sistema de limpeza automático
Alguns anos depois, foram inventados limpa-piscinas automáticos (Fig. 4.1.3) que de algum
modo facilitaram as nossas vidas. Bastava ligar uma extremidade dos tubos à corrente, introduzir a
outra na piscina e deixá-lo absorver toda a sujidade que estivesse no seu caminho. Apesar de reduzir
o tempo gasto a limpar a piscina, tinha as desvantagens de não conseguir retirar dela os detritos
flutuantes na superfície, a sujidade implantada nos cantos, e nas paredes laterais a partir de uma
determinada altura. Deste modo, a tarefa de escovar as paredes na íntegra ficava para o
utilizador.(11)
[Fig. 4.1.3]: Limpa-piscinas automático
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Finalmente, surgiu o robot limpa-piscinas (Fig.4.1.4), e o mundo da limpeza de piscinas
mudou. Com este tipo de robots, para limpar uma piscina basta ligá-lo à corrente, colocá-lo na água
e deixá-lo fazer o seu trabalho.
Um robot limpa-piscinas é programado para cobrir todas as superfícies da piscina, desde o
fundo ao fim das paredes. Desta forma permite:
- retirar detritos de todas os tamanhos, incluindo os pequenos grânulos de terra que eram
deixados para trás pelos limpa-piscinas automáticos;
- limpar as paredes de uma forma eficaz graças a um sistema de dupla ação com escovas e
vácuo;
- absorver os detritos flutuantes, limpando a superfície da água;
- mover a água ao passo que limpa as superfícies, melhorando a sua circulação e contribuindo
para o seu equilíbrio químico. Assim, o utilizador poupa dinheiro no que toca a produtos
químicos para tornar a água da piscina mais saudável.
O tempo é um fator determinante nas nossas vidas. Ter um robot que se encarrega de todo o
trabalho, num curto intervalo de tempo, constitui sem dúvida uma vantagem. (12)
[Fig.4.1.4]: O robot em funcionamento
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4.2. Os mecanismos e funcionamento do robot
4.2.1. A mobilidade do robot
Os robots limpa-piscinas são independentes do filtro e da bomba da piscina, pelo que são
alimentados por uma fonte elétrica em separado. Têm dois motores: um associado à sucção da água,
fazendo-a passar por um filtro e expelindo-a a uma velocidade superior de volta para a piscina, e um
motor direcional, associado a uma lagarta de um material sintético e escovas ligadas por bandas de
borracha ou plástico através de um eixo metálico.
Um microchip interno é pré-programado para ligar e desligar e alterar o sentido do motor
direcional do robot. É este chip que é responsável pela mudança de direção do robot quando este
encontra uma parede ou a superfície da água depois de subir as paredes laterais da piscina. Tal é
possível, pois antes do início do processo de limpeza, o robot calcula as dimensões da piscina, e
armazena estas informações no microchip.
Os robots também podem ser orientados através de sensores localizados nas laterais que, quando
em contacto com objetos como uma parede, causam a mudança de direção, com um pequeno
desvio, permitindo ao robot avançar (longitudinalmente) o correspondente à sua largura, de cada vez
que chega ao outro limite da piscina.
Para se mover pela piscina e subir paredes e escadas, os robots dependem
fundamentalmente de dois fatores:
- A tração e movimento causados pelo motor direcional e pela lagarta;
- A diferença entre as velocidades de entrada e saída de água: o facto de a água ser
sugada a uma velocidade inferior à que é expelida faz com que o robot esteja sujeito a uma
força com direção contrária à superfície onde este se desloca, visto que o orifíco de saída de
água se situa no cimo do robot. Desta forma, e com a ajuda das escovas, o robot tem a
capacidade de compensar o facto da força gravítica o puxar para baixo e escalar as paredes
da piscina.
Alguns robots usam ainda escovas feitas de álcool polivinílico, que além de serem resistentes
à sujidade e a óleos utilizados para aumentar o período de vida útil das borrachas ou materiais
sintéticos, também contribuem para uma maior aderência às paredes e fundo da piscina.
Além destes fatores, o robot utiliza um interruptor interno de mercúcio que indica ao
microchip se o robot mudou de uma posição horizontal para vertical ou vice-versa. Alguns robots
possuem ainda ‘temporizadores atrasados’ que permitem que o aparelho permaneça por algum
tempo na linha da superfície água, onde se acumula mais sujidade, permitindo uma limpeza mais
completa. (13) (15)
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[Fig. 4.2.1.1]: Esquema do robot
4.2.2. Mecanismos de limpeza
Geralmente, os robots têm, de forma a garantir uma limpeza mais eficaz, dois processos de
limpeza: um baseia-se na utilização de escovas situadas na parte inferior do aparelho que vão
removendo a sujidade e outro na sucção direta dos detritos.
4.2.2.1. Escovagem
Ao movimentar-se na piscina, o robot retira tanto os elementos agarrados ao chão como às
paredes, através das escovas (Fig. 4.2.2.1.1) que possui na parte inferior. Estas escovas, que
funcionam como lagartas (Fig. 4.2.2.1.2), raspam o chão e todas as impurezas ficam em suspensão na
água, sejam algas ou grãos de terra. Com a ajuda do sistema de sucção, explicado em baixo, esses
detritos são retirados da piscina. (20)
Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 15/24
[Fig.4.2.2.1.1]:Escovas [Fig. 4.2.2.1.2]:Lagartas
4.2.2.2. Sucção, filtração e armazenamento
Dentro do mecanismo de sucção, há dois processos sequênciais que permitem que a limpeza
da água seja eficaz e se dê sem problemas: o primeiro baseia-se na utilização de um saco (Fig.
4.2.2.2.1) no qual as partículas de maiores dimensões, desde grãos de areia, silte ou terra, até a
folhas, pequenos ramos e bolotas, ficam depositadas. Neste mecanismo, a água depois de entrar no
robot, por um orifício situado na parte inferior passa pelo saco de recolha antes de passar no filtro
(se a sequência se desse do modo contrário, os filtros entupiriam várias vezes durante o processo de
limpeza). Desta forma, a água já quase sem resíduos visíveis a olho nu, passa pelo saco, repetindo-se
o processo.
Após ter sido feito o depósito das partículas maiores, segue-se a filtração: a água proveniente do
saco de recolha passa para os filtros removíveis (Fig. 4.2.2.2.2) (dependendo da marca, o robot pode
ter um ou mais filtros). Aqui, as impurezas que já não são visíveis a olho nu ficam retidas no filtro e a
água está completamente limpa. A seguir, essa mesma água sai do robot, sem impurezas, ficando
com esses detritos guardados no filtro. Através de um sistema de expulsão de água, esta sai a uma
velocidade muito superior à velocidade de entrada no início do processo, evitando assim que não
seja filtrada sempre a mesma água, e ajudando também à movimentação do robot. No entanto, há
alguns entraves: os filtros devem ser limpos após cada utilização e vão perdendo qualidade ao longo
do tempo, o que significa que com uma utilização regular do robot, os filtros precisam de ser
trocados também regularmente. (20)
[Fig. 4.2.2.2.1]: Saco de armazenamento de resíduos [Fig. 4.2.2.2.2]: Filtros de um robot
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4.3. Ciclos de limpeza e Taxa de filtração
O ciclo de limpeza de um robot determina o intervalo de tempo em que este trabalha antes de
se desligar automaticamente. Se o robot tem um ciclo de 3h, significa que 3 horas depois de ser
ativado vai parar de limpar a piscina. Se a piscina ainda não estiver limpa na totalidade, é necessário
ligá-lo de novo, manualmente. Estes robots têm por norma ciclos de limpeza entre 2 e 5 horas.
A taxa de filtração é determinada pela velocidade com que o robot consegue limpar a piscina ou
com a quantidade de água filtrada numa hora. Pode ser expressa, por exemplo, em litros por hora
(LPH). Se um robot tem um LPH igual a 15000, significa que este é capaz de filtrar 15 mil litros de
água numa hora. A um LPH mais elevado corresponde normalmente uma maior capacidade de
armazenar detritos. Neste sentido, a uma piscina maior corresponde uma necessidade de um robot
com um LPH mais elevado. (15)
4.4. Fonte de alimentação
O robot tem como fonte de alimentação a eletricidade. Para tal, é necessário uma ligação entre
o robot e a corrente eléctrica que pode ser fornecida por qualquer tomada eléctrica numa casa. No
entanto, como acontece como muitos aparelhos, essa corrente não é adequada, o que faz com que
seja preciso ter entre a tomada e o robot um conversor que transforme a corrente. Assim, evita-se
um desgaste maior do robot e torna-se o processo de limpeza mais seguro, visto que uma ligação
direta seria mais arriscada que uma ligação feita por um cabo impermeável (entre o robot e a
central) e um cabo normal que não entra em contacto com a água (entre a tomada eléctrica e a
central).
4.5. Segurança
Apesar do robot ser totalmente seguro funcionando abaixo de 29 volts (DC), não é aconselhado
que uma pessoa esteja na piscina quando este se encontra em funcionamento devido ao mecanismo
de sucção.
4.6. Controlo
A maioria dos robots deste tipo dispõe dos dois sistemas: pode ser programado para limpar a
piscina automaticamente, isto é, o próprio sistema delineia o percurso mais rentável, através de
cálculos das dimensões da piscina, como pode ser comandado manualmente pelo utilizador, através
de um controlo remoto (Fig.4.6.1). No entanto, como é óbvio, a função pela qual o robot é valorizado
é a automática. (16)
Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 17/24
[Fig.4.6.1]: Telecomando para utilização manual
4.7. Marcas e respetivas especificações
Geralmente, todos os robots limpa-piscinas são semelhantes entre si e no fundo, realizam a
mesma função. Em média, pesam entre 7 e 10 kg e o custo médio de um robot deste tipo ronda os
1000 e os 1500 euros. Não obstante, há sempre pequenas diferenças que devem ser tidas em
consideração no momento da escolha do aparelho: há uns que têm um poder de sucção maior (por
vezes necessário para as piscinas cujo piso é em azulejo), outros que previligiam a capacidade de
armazenamento de detritos, ou ainda aqueles projectados para grandes piscinas que têm os cabos
de ligação mais compridos.
Por tudo isto, é essencial escolher um robot adequado às nossas necessidades, mesmo sabendo
que a variedade não é grande. As principais marcas são a Aquabot, a pioneira deste tipo de robots, a
Hayward e a Polaris, cujos modelos de referência são o Hayward Tigershark e o Polaris 9550,
respectivamente. (15)
Robot Especificações
Dolphin 99996323 Nautulus
[Fig.4.7.1]
É um robot limpa-piscinas adequado para piscinas
domésticas com comprimentos até 15 metros.
Pesa 8.5 Kg. Possui um sistema de encerramento
automático ao fim de cada ciclo ( 3 horas). Possui
uma taxa de filtração de 16 mil litros por hora
(LPH). (17)
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Hayward TigerShark QC RC9990GR
[Fig.4.7.2]
É atualmente o melhor robot limpa-piscinas da
Hayward. Tiger Shark tem como principal
carateristica a disponibilidade de duas opções de
limpeza: o automático e o “Quick clean”. Com a
opção automática o robot mede o comprimento
da piscina e planeia o percurso mais eficiente. Se
a escolha for o “Quick Clean” o robot escolhe o
percurso de modo a realizar o trabalho no menor
tempo possível. O robot possui ainda uma
funcionalidade em que o utilizador com a ajuda
de um comando pode mudar a direção do robot.
Pesa 19.75 Kg. O seu ciclo de limpeza dura
aproximadamente 3 horas. Tem uma taxa de
filtração de 17 mil litros por hora (LPH). (17)
Aquabot Pool Rover Junior
[Fig.4.7.3]
É um robot ideal para piscinas acima do solo. Este
robot limpa-piscinas com todas as formas de
fundo- retangular, oval e redondo. É ideal para
piscinas acima de 10 metros de comprimento. O
seu ciclo de limpeza é mais curto que o normal
(apenas 1 hora). A taxa de filtração são 16 mil
litros por hora.(LPH) (15)
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Dolphin Wave 300
[Fig.4.7.4]
Este robot é ideal para piscinas de maiores
dimensões- comerciais, centros olímpicos e
parques aquáticos - piscinas de 25 a 60 metros.
Para tal, possui uma capacidade de
armazenamento de detritos muito superior ao
normal. Possui também um sistema de controlo
manual. Pesa 25Kg e tem ciclos de limpeza de
uma a oito horas. Possui uma taxa de filtração de
40 mil litros por hora (LPH). (13)
Exemplo das especificações de um modelo:
Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 20/24
5. Conclusão
Os robots são mecanismos automáticos construídos de modo a serem capazes de executar
certos trabalhos em substituição do homem. É possível verificar uma evolução notável desde a
primeira geração de robots até à atualidade. Existem diferentes tipos de robots, associados a
diferentes áreas de aplicação.
No seguimento do avanço tecnológico na vertente da robótica, surge a oportunidade de
compra de robots que são capazes de realizar diversas tarefas domésticas - surge o conceito de robot
doméstico. Alguns exemplos destes são os robots que limpam janelas, os robots que cozinham
refeições, os robots que aspiram e os robots que limpam piscinas.
É neste último caso que o trabalho se focou. Tendo em conta que o tempo é um fator
determinante no nosso mundo “apressado” de hoje, ter um robot limpa-piscinas que permite fazer
uma limpeza integral da piscina a uma rapidez considerável constitui um grande benefício. Tudo o
que o utilizador tem de fazer é retirar o robot da piscina ao fim do ciclo de limpeza, limpar os filtros e
repôr o robot na piscina quando necessário.
Podem ser apresentados alguns argumentos em como o robot limpa-piscinas é muito
dispendioso, mas quando consideradas todas as vantagens, percebemos que estas podem
compensar o custo associado ao robot. Além de permitir a limpeza de toda a piscina, ajuda na
economização dos produtos químicos para regular a qualidade da água. Convém lembrar que,
“tempo é dinheiro”, e estes robots poupam ao utilizador quantidades consideráveis deste, deixando
espaço para outras atividades.
Em conclusão, a realização deste trabalho permitiu a todo o conjunto envolvido obter novas
noções no âmbito da robótica, em particular do robot limpa piscinas e desenvolver uma série de
capacidades, desde a capacidade de pesquisar, organizar e síntetizar informação, de desenvolver um
relatório nos moldes adequados e de trabalhar e comunicar em equipa.
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6. Referências bibliográficas
● [Fig.1.1]:http://2.bp.blogspot.com/_98tPsK7f49o/TCtsKVHveGI/AAAAAAAAAX4/4NrF0cmhE
2E/s1600/tn_IMG_6680.jpg
● [Fig.1.2]:http://www6.in.tum.de/pub/Main/StudentProjectsFullBodyTracking/SharedWorksp
ace_I.jpg
● [Fig.1.3]:http://www.muycanal.com/wp-content/uploads/2013/04/robot_domestico.jpg
● [Fig.1.4]:http://1.bp.blogspot.com/_viDcr6S2AHs/R86nlThb0oI/AAAAAAAAAxw/oFrkv_w7nZI
/s320/cao+robo+2.jpg
● [Fig.1.5]:http://www.hidraulicart.pt/category/artigos/
● [Fig.2.2.1]:http://souspression.canalblog.com/archives/2012/02/01/13561147.html
● [Fig.2.2.2]:http://roboticagrupo4.blogspot.pt/2009/05/historia-da-robotica.html
● [Fig.2.2.3]: http://infodiaspora.weebly.com/aula8.html
● [Fig.2.2.4]:http://infodiaspora.weebly.com/aula8.html
● [Fig. 2.2.5]:http://www.qbn.com/topics/687004
● [Fig. 2.2.6]:http://crispaz18.blogspot.pt/2012/04/robots-domesticos.html
● [Fig. 2.2.7]:http://euqueru.net/robot limpador-de-piscinas/
● [Fig.3.1]:http://www.elbazar.es/robot-aspirador-automatico-samsung-navibot-p-
1846.html
● [Fig.3.2]:https://www.flickr.com/photos/balexandre/5400522987/
● [Fig. 3.3]:http://en.wikipedia.org/wiki/Friendly_Robotics
● [Fig. 3.4]:http://trendalert.me/robot limpa-vidros/
● [Fig.3.5]: http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL943433-6174,00-
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● [Fig. 3.6]:http://www.nbcnews.com/id/33732970/?q=artificial%20intelligence
● [Fig.4.1.1]:http://forumdacasa.com/extensions/InlineImages/image.php?AttachmentID=528
11
● [Fig. 4.1.2]:http://i.stack.imgur.com/rafjn.png
● [Fig.4.1.3]:http://blog.haywardpoolside.com/wp-content/uploads/2012/04/Aqua-
Ray.jpg
● [Fig.4.1.4]:http://dolphinpoolrobot.com/pt/residential-pool-
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Os robots no nosso dia a dia. Robots domésticos 22/24
● [Fig.4.2.1.1]:http://www.poolsupplyworld.com/AquaVac-by-Hayward-RC9990GR-TigerShark-
QC-Robotic-Automatic-Pool-Cleaner/RC9990GR/parts.htm
● [Fig.4.2.2.1.1]:http://www.robotshop.com/media/catalog/product/cache/1/image/420x420
/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/s/m/smartpool-robot-pool-cleaner-brushes.jpg
● [Fig.4.2.2.1.2]:http://www.zodiac-poolcare.pt/medias/product/chenilles.png
● [Fig.4.2.2.2.1]:http://www.smarthome.com/irobot-202-fine-debris-filter-bag-for-
verro-pool-cleaning-robot.html
● [Fig.4.2.2.2.2]:https://www.inyopools.com/howtoimages/477/5625/4_P1140824.jpg
?format=jpg&maxwidth=800
● [Fig.4.6.1]:http://www.poolsupplyunlimited.com/hayward-rc9955gr-tigershark-robotic-pool-
cleaner/7917p1
● [Fig.4.7.1]:http://www.roboticpoolcleanerreviews.biz/wp-
content/uploads/2013/08/Dolphin-99996323-Nautilus-300x225.jpg
● [Fig.4.7.2]:http://www.roboticpoolcleanerreviews.biz/wp-
content/uploads/2013/09/Hayward-TigerShark-QC-RC9990GR-cleaner-300x271.jpg
● [Fig.4.7.3]:http://www.roboticpoolcleanerreviews.biz/wp-content/uploads/2013/09/Pool-
Rover-Junior-Robotic-300x167.jpg
● [Fig.4.7.4]:http://www.1000piscine.it/wp-content/uploads/wave-300-XL.jpg
Gráficos
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