Os Palavrões. Virtudes da obsenidade
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Os PalavrõesInsights Psicoanalíticas ou
Virtudes da obscenidade
Os Palavrões
Insights Psicoanalíticas ouVirtudes da obscenidade
Ariel C. Arango
C 2014 - ACA Ediciones. Primeira Edição.ISBN 978-1-304-80721-2
É proibida a reprodução total ou parcial.Projeto Editorial: Diseño ArmentanoImagem da capa: Ânfora Tirreno, Vulci (século VI aC).Munich, Museum del Staatliche Antikensammlugen und Glytothek
Ao psicanalista espanholÁngel Garma,
com quem experimentei uma análisetão natural como proveitosa
e tão simples quanto profunda.
Se não tivermos libertadode ação tanto no campo da moral
como no da política e dosproblemas sociais, nossa liberdade
de expressão ficará limitadaà propaganda para manter o
atual estado de coisase impedir qualquer inovação.
William O. DouglasJuiz da Corte Suprema dos Estados Unidos
(O direito de povo, I.C. 1957)
O livro Os palavrões viu a luz em 1983. No decorrerdestes mais de 25 anos, houve inúmeras reedições yforam vendidas milhares de cópias não somente aquimas também no exterior, pois a obra foi traduzida avários idiomas. O tempo passou mas o livro continuatão vivaz e brioso como quando nasceu.
Em Os palavrões submeto a linguagem obscena aoolhar escrutador da psicanálise e mostro o enormevalor que estas vozes interditas possuem na vida amo-rosa de homens e mulheres. Somente elas podem, comseu poderoso impacto visual e vibração afetiva, expri-mir, genuinamente, a voluptuosidade (por isso as des-crições do ars amandi que nos oferece Freud, as quaisnunca usou, são tão assépticas e frias). Que ridículoficaria um homem ao convidar uma mulher a: “ter umcoito”, mas que vigoroso e incitante seria quem dis-sesse: “Quero te foder!”.
Em todos estes anos recebi numerosas congratula-ções desde diferentes países. O prêmio Nobel CamiloJosé me enviou, desde Palma de Mallorca, uma pos-tal onde, com peculiar gracejo, parabenizava-me “porum livro ilustrador de cabo a rabo”. Nos EstadosUnidos, um professor da Adelphi University me sur-
Prefácio
ariel c. arango
preendeu e elogiou, com uma comparação na qual afir-mava que a liberalidade das minhas ideias lhe fazia sen-tir como se “Thomas Jefferson estivesse vivo, se tives-se transformado em psicanalista e escrevesse desde aArgentina”.
Por sua parte, o Dr. Júlio Maria Sanguinetti, sendoPresidente da República Orientas do Uruguai, em umacordialíssima carta, aplaudiu minha obra como “umlivro original, livro diferente y também livro valen-te”. E o Internacional Journal of Psychoanalisis, a revis-ta decana da psicanálise mundial, distinguiu-me vendoem Dirty Words (o nome em inglês) “uma ponte coma vitalidade dos primórdios da psicanálise”. Nem énecessário dizer com quanto orgulho tesouro estes elo-gios. Porém entre muitos outros mais houve um, con-tudo, singular.
Um dia durante uma sessão de psicanálise o Dr.Ángel Garma, inesperadamente, falou-me: “seu livroé um trabalho valioso”. E não adicionou mais. Seucomentário, como era do seu estilo, foi parco, claro epreciso. E impressionou-me de forma extraordinária.E não era para menos: com o qualificativo “valiosotrabalho” tinha repetido as mesmas palavras... Comas que o próprio Freud tinha encomiado uma obra sua!(Ainda vejo a carta autografada do criador da psica-nálise, junto a uma imagem sua, em um quadro emuma das paredes de seu estúdio).
Ao meu libro, nesta nova edição, não lhe adiciononada. Quando nasceu, saiu completo. E segue assim.As palavras tabus sempre existiram, em todo tempo elugar, como também sempre existiu o tabu do inces-to. O qual é lógico: o medo ao incesto é la fons et origo,a fonte e a origem, dos “palavrões” e, por isso, é tãodifícil superar tanto um tabu quanto o outro. São amesma coisa. Disso decorre a permanente atualidade
os palavrões
desta obra. Por esta razão auguro a Os Palavrões, umaideia simples e clara, uma vida perdurável.
Veritatis simplex oratio est, a linguagem da verda-de é singela.
Ariel C. Arango Rosário, Argentina, janeiro de 2010