Os óculos da igualdade
-
Upload
carlacotton -
Category
Documents
-
view
219 -
download
0
Transcript of Os óculos da igualdade
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
1/30
= dade
s culos da
Guia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
2/30
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
3/30
= dade
s culos da
Guia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
4/30
O contedo deste manual pode ser reproduzido em parte ou no seu todo, desde que
mencionada a fonte.
Ficha TcnicaTtulo
Autoras
Reviso Tcnica
Capa e Conceo Grfica
Edio
Ano
Depsito Legal
ISBN
Impresso e Acabamento
Tiragem
Os culos da Igualdade: Guia de anlise de Manuais Escolares
em Perspetiva de Gnero.
Carla XavierPmela Rodrigues
Sandra Saraiva
Sofia Moreno
Ricardo Rodrigues
Associao Humanitria de Mulheres EmpreendedorasRua Aprgio Mafra, 17A - 3 Esq.
1700-051 Lisboa
http://www.ahme.com.pt
2014
375998/14
978-989-98978-0-9
Grfica Santiago Lda.
185 Exemplares
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
5/30
ndice
Prembulo
Introduo
Apresentao do Guia
Consideraes Iniciais
Como Utilizar a Checklist
Avaliao Quantitativa
Avaliao Qualitativa
Anlise de Resultados
Sugestes para a Mudana
Bibliografia
Checklist
2
4
7
8
10
10
11
13
14
17
18
= dades culos daGuia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
6/30
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
7/30
= dades culos daGuia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
PrembuloO Guia Os culos da Igualdade: Guia de Anlise de Manuais Escolares em perspetiva de
Gnero insere-se no Projeto Equal Rights & Equal Duties promovido pela Associao
Humanitria de Mulheres Empreendedoras (AHME), cofinanciado pelo Fundo Social Europeu
e pelo Estado Portugus, tendo como organismo intermdio a Comisso para a Cidadania e
Igualdade de Gnero (CIG).
O projeto Equal Rigths & Equal Duties, em consonncia com o IV Plano Nacional para aIgualdade, Gnero, Cidadania e no Discriminao e com o IV Plano Nacional contra a
Violncia Domstica, assenta numa estratgia de atuao que passa pela promoo de
diferentes atividades. Com estas pretende-se desenvolver o conhecimento e sensibilizar
cidados e cidads para a igualdade de gnero e para o combate violncia de gnero, nas
mais diversas esferas sociais.
2
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
8/30
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
9/30
= dades culos daGuia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
IntroduoOs manuais escolares continuam a ser um instrumento pedaggico importante, principal
portador dos conhecimentos bsicos das diversas disciplinas que compem o saber no interior
das escolas. Do ponto de vista pedaggico, quando se olha para um manual escolar, analisa-se
a adequao dos contedos ao currculo proposto, a conceo e organizao grfica, a
adequao ao desenvolvimento das competncias, entre outros aspetos. Com este guia
pretende-se sugerir e incentivar um olhar diferente sobre o manual escolar, tendo como
principal objetivo promover o debate no campo da educao, no que se refere sdesigualdades de gnero.
Prope-se analisar de que forma os manuais escolares - elementos de referncia das
pedagogias e dos currculos, facilitadores de conhecimento e de identidades culturais se
articulam com a construo social de relaes de gnero.
A sociologia da educao define como currculo oculto os aspetos no explcitos do currculo
real. Ao unificar os conhecimentos e objetivos educativos tanto para raparigas como para
rapazes, tendem a manter-se atitudes de professores e professoras, mensagens em linguagemsexista, textos e conhecimentos androcntricos (i.e., tendo como referncia o universo
masculino). Ainda que a inteno seja a de proporcionar uma educao em igualdade,
persistem de forma no evidente certos elementos que marcam a subvalorizao do feminino
em relao ao masculino. Este conceito de currculo oculto tambm se expressa na omisso
de alguns temas de estudo, como a diversidade de opes sexuais, as caractersticas culturais,
o direito sobre a prpria vida.
Existem variveis na socializao educativa que determinam a discriminao da mulher,
nomeadamente:
A invisibilidade das mulheres e dos seus contributos para a Histria e para o
desenvolvimento da humanidade;
Os livros de texto (nas imagens estereotipadas e uso de uma linguagem sexista);
A opacidade da linguagem (como por exemplo, o uso do masculino genrico);
A associao tendencial do gnero a determinadas disciplinas;
O uso dos espaos escolares;
4
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
10/30
A no incluso da formao afetiva-sexual;
O reforo da segregao de sexos atravs da associao da componente afetiva ao
universo feminino;
A preveno da violncia escolar sem ter em conta a perspetiva de gnero;
A ausncia, nos currculos escolares, de temas que abordem os papis e a partilha dastarefas que tradicionalmente correspondem ao mbito domstico.
5
importante reforar que, na escola segregada, os contedos referentes ao mbito do cuidado
domstico estavam presentes, mas desapareceram da escola mista j que o currculo que
prepara para a atividade produtiva se considera de maior valia. Estas tarefas continuam a ser
quase exclusivas das mulheres permanecendo desvalorizadas e, frequentemente, invisveis no
contexto escolar.
Para se poder analisar o manual escolar em perspetiva de gnero, necessrio compreender ainfluncia social e cultural do gnero na construo da identidade de homens e mulheres.
Ns, mulheres e homens, nascemos como seres sexuados, resultado de caractersticas
biolgicas que determinam o sexo feminino ou masculino. Ao mesmo tempo, aprendemos a
ser homem e mulher desde que nascemos e ao longo de toda a vida, isto , construmos a
nossa identidade de gnero com o que nos dado social e culturalmente (as roupas que
vestimos, os desportos que praticamos). Essa aprendizagem processa-se em diversas
instituies sociais, a comear pela famlia, passando pela escola, pelos meios decomunicao, pelo grupo de amigos/as e pelo trabalho.
O local, o tempo e o contexto social em que habitamos so aspetos essenciais na formao da
nossa identidade. Estes fatores contribuem para a construo de gnero. Por outras palavras, a
nossa identidade de gnero depende tambm do nosso contexto histrico, geogrfico e social.
O conceito de gnero refere-se ento construo relacional e organizao social das
diferenas entre os sexos.
O que apresentado como feminino, nas sociedades ocidentais, toma o masculino como
referncia. A mulher continua a ser apresentada como o oposto do homem, s que esta no
uma simples oposio, uma oposio hierarquizada, em que o gnero feminino
socialmente menos valorizado que o masculino.
Esta hierarquizao assenta num conjunto de crenas, comportamentos, relaes e
identidades socialmente construdas e modeladas pela Histria.
A escola desempenha um papel importante na construo das identidades de gnero, pois
como parte de uma sociedade que discrimina, ela produz e reproduz desigualdades de gnero,
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
11/30
= dades culos daGuia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
de etnia e sociais. Esta realidade tem levado vrios organismos internacionais a emitirrecomendaes sobre a integrao da temtica da igualdade de gnero na educao,
apontando medidas que passam pelo desenvolvimento de currculos que adotem uma
perspetiva de gnero em todos os nveis de ensino. O Conselho Europeu, bem como as Naes
Unidas, tm recomendado a reviso dos materiais didticos e dos mtodos de ensino, no
sentido de promover o uso de uma linguagem inclusiva, no discriminatria e eliminando os
esteretipos de gnero, com vista a proporcionar modelos positivos para ambos os sexos.
Tambm ao nvel nacional, o IV Plano Nacional para a Igualdade, Gnero, Cidadania e no
Discriminao, determina que a igualdade de gnero na formao e educao deve constituiruma prioridade, devendo para isso centrar-se no combate aos esteretipos de gnero que
continuam a caracterizar os currculos, as prticas educativas e pedaggicas, os materiais
didticos e pedaggicos, assim como sensibilizar as diversas organizaes e agentes
educativos para a temtica.
Neste sentido, o presente Guia visa incentivar os/as professores/as a reverem os manuais
escolares, analisando os seus contedos numa perspetiva de gnero, atendendo
componente textual e imagtica dos mesmos. Com efeito, ambas as componentes veiculam
representaes de uma sociedade num determinado momento histrico, podendo contribuir
para o reforo de esteretipos de gnero.
6
ATENO:O que sev aqui
pode estardistorcido poresteretipos
sociaisacerca
dos sexos.
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
12/30
7
Este Guia pretende que professores e professoras analisem de que forma o gnero masculino e
o gnero feminino so representados pelos textos, pelas imagens nos documentos
pedaggicos, e que identidades so reforadas e legitimadas a partir disso.
Pretende-se, assim, sensibilizar e transformar as representaes de gnero baseadas em
preconceitos e esteretipos, presentes nos manuais escolares.
O Guia est organizado em trs partes:
A primeira visa identificar os eixos de leitura e as dimenses a ter em conta na anlise dos
manuais escolares. So tambm apresentadas as diferentes partes que constituem estes
manuais e que devero ser instrumento de anlise.
Na segunda parte, apresentada a Checklist, que constitui um instrumento de avaliao
qualitativa e quantitativa dos manuais escolares, numa perspetiva de gnero. Tambm
proposto um conjunto de linhas de reflexo a ter em conta na avaliao qualitativa. Por fim, so
dadas indicaes de como analisar os resultados obtidos com a aplicao da Checklist.
Na terceira e ltima parte, proposto um conjunto de medidas que visa a alterao das
componentes sexistas e de desigualdade presentes nos manuais escolares, promovendo aigualdade de gnero.
Apresentao do Guia
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
13/30
= dades culos daGuia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
Consideraes IniciaisPara se fazer uma avaliao global do manual escolar, sugerimos que se tenham em
considerao as diferentes partes que o constituem, bem como as diferenas entre a
composio grfica e a composio textual.
Neste Guia, prope-se avaliar as seguintes seces do manual:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Ttulos (abertura de captulos, temas, unidades, etc.);
Texto (descrio e desenvolvimento dos contedos);
Documentos informativos (documentos complementares ao texto);
Exerccios;
Atividades de pesquisa;
Referncias a recursos (notas para o/a professor/a, curiosidades, etc.).
8
Na avaliao das diferentes partes do manual devem ser considerados dois eixos de leitura:
Visibilidade dada ao homem e mulher
Estudos indicam que a mulher continua a estar invisvel nos manuais escolares,
seja porque as mulheres historicamente importantes no esto presentes nos
mesmos, seja pelo uso do masculino genrico ao nvel da linguagem escrita (Alvarez-
Nunes, 2004).
Este eixo de leitura permite identificar a presena ou a ausncia da figura feminina e
da figura masculina e/ou a discrepncia entre elas. Possibilita tambm quantificar a
frequncia com que cada um e cada uma so representados/as, seja a nvel textual,
seja a nvel grfico e de imagem e prope avaliar se esta invisibilidade continua ou
no a ser perpetuada nos manuais escolares.
1.
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
14/30
As concees sobre o homem e sobre a mulher
Este eixo de leitura do manual refere-se construo da imagem, dos atributos e
papis de cada gnero referenciados nos textos e/ou representados nas imagens.Permite identificar se os esteretipos de gnero continuam presentes nos manuais
escolares e de que forma estes so perpetuados.
2.
9
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
15/30
= dades culos daGuia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
Como Utilizar a ChecklistPara avaliar os manuais pedaggicos numa perspetiva de igualdade de gnero, foi construda
uma Checklist, que visa servir de instrumento prtico de anlise, sendo composta por trs
grelhas:
1.
2.
3.
Avaliao quantitativa da composio textual do manual;
Avaliao quantitativa da composio grfica do manual;
Avaliao qualitativa da composio textual e da composio grfica do manual.
Avaliao Quantitativa:
Pretende-se que o/a professor/a selecione, pelo menos, um captulo do manual e para cada
seco contabilize:
O nmero de referncias masculinas, femininas e neutras, bem como o uso do
masculino genrico presentes nos textos;
O nmero de representaes masculinas, femininas e mistas presentes nas imagens.
1)
2)
Referncias Masculinas
Quando h referncia apessoas do sexo masculino,
no singular ou no plural.
Ex.: o Ricardo;
o rapaz; os meninos
da escola.
Referncias Femininas
Quando h referncia a
pessoas do sexo feminino,
no singular ou no plural.
Ex.: a Beatriz; a jovem;
as bailarinas.
Neutras
Quando a
referncia
no masculina
nem feminina.
Ex.: as pessoas,
a humanidade, a (s) criana (s)
10
Masculino genrico
Quando se utiliza o masculino para identificar ambos os sexos.
Ex.: O Homem em vez de a Humanidade, os alunos,
os cidados,autores,
operrios.
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
16/30
11
A representao da menina/jovem/mulher e do menino/jovem/homem, a partir das
roupas, cores e acessrios, de brincadeirase atividades quotidianas, bem como do
corpo. Os papis sociais podem ser reforados pelas ilustraes, atravs da
diferenciao nas roupas e nas brincadeiras de meninos e meninas.
a.
Ex.: A figura feminina surge usando roupas de cores
suaves, prevalecendo o rosa e os cabelos compridos.
A representao do contexto e do papel social atribudo ao homem e mulher no
processo produtivo, pela anlise do trabalho, remunerado ou no, atribudo aos
dois gneros.
b.
Representaes dos gneros com recurso a adjetivos e a verbos diferenciados
atribudos aos homens e s mulheres dentro do contexto social e cultural da nossa
poca.
c.
Avaliao Qualitativa:
Pretende-se que o/a professor/a selecione um captulo do manual e, pelo menos, uma seco
para avaliar a linguagem escrita e grfica. Deve responder s questes colocando uma cruz no
espao correspondente a Sim, No ou N/A(no aplicvel), consoante o contedo em avaliao.
Deixa-se em aberto a possibilidade de colocar evidncias que comprovem a resposta dada.
As questes colocadas na terceira grelha da Checklistremetem para vrias esferas:
Ex.: A figura masculina surge associada a contextos de produo / inveno.
Ex.: A figura feminina descrita com adjetivos que implicam
afetividade, emotividade, fragilidade.
A figura masculina surge representada como sujeito ativo (uso de
verbos como fazer, decidir, atuar).
A ter em conta:
Ao nvel da avaliao qualitativa importa entender que a diferenciao de tarefas, condutas e
imagens distintas entre feminino e masculino nos livros tende a mostrar uma viso
estereotipada sobre os papis socialmente aceites e recomendados para cada gnero.
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
17/30
= dades culos daGuia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
12
O
O
O
O vesturio uma forma de linguagem no-verbal atravs da qual as pessoas secomunicam e relacionam socialmente. Os livros podem contribuir para determinar
comportamentos atravs da diferenciao das roupas femininas e masculinas,
transmitindo a forma adequada como cada sexo se deve vestir e agir.
Quando pensamos nas cores e os seus significados, h que ter em conta duas questes: o que
representam para ns e o que podem representar para os outros. Considerando o vesturio
representado nos livros, podemos procurar o nvel simblico sugerido pelas suas cores.
As cores evocam smbolos culturais, morais e religiosos. No sculo XIX, a partir de uma lenda
europeia na qual se dizia que as meninas nasciam de rosas e os meninos de repolhos azuis, acor rosa passou a ser associada feminilidade, simbolizando as caractersticas que devem
estar presentes na mulher, como delicadeza, ternura e suavidade.
Essa simbologia das cores em relao aos gneros nos livros escolares, remete sociedade a
construo dos papis sexuais feminino e masculino, atravs da representao cultural de um
ideal de mulher e de homem. A cor rosa feminina, o vermelho despido da sua raiva e do seu
erotismo.
Tradicionalmente, o exerccio da sexualidade feminina estaria ligado reproduobiolgica e s atividades no remuneradas, realizadas para a manuteno e a
reproduo da fora de trabalho. Socialmente, sempre foi atribudo mulher o
papel de cuidadora. No entanto, a antiga me e esposa, circunscrita esfera privada ou do lar,
deu lugar a outra mulher, que alm daquelas responsabilidades, est no mercado de trabalho
em busca de reconhecimento e de remunerao igualitria. Tais transformaes alteram os
papis e as necessidades no s das mulheres mas tambm dos homens.
As atribuies sociais de cada sexo, frequentemente veiculadas em produtos
culturais, so definidas de tal forma que a delicadeza feminina colocada em
oposio dureza masculina e, ao dar ao homem um carter ativo, concede-se
mulher, automaticamente, um carter passivo: se o homem duro, a mulher suave, doce e
meiga. O homem que representa o papel de gnero tradicional o provedor do lar, pai de
famlia, pouco participativo, quem define e executa tarefas convencionalmente masculinas.
Tais comportamentos podem ser acompanhados de esteretipos, como a caracterizao do
homem como forte, aventureiro, dominador, agressivo, decidido, competitivo, assertivo,
desafiador, orientado para a realizao e voltado para a ao.
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
18/30
13
Aps a anlise dos manuais escolares atravs da Checklist, necessrio proceder
interpretao dos resultados. Com esta anlise, a escola e os/as professores/as podero
verificar se os manuais utilizados perpetuam esteretipos ou se esto enquadrados numa
perspetiva de gnero.
Anlise de Resultados
Promove a desigualdade de gnero Promove a igualdade de gnero
Predomniodo MasculinoOu
Predomniodo Feminino
Predomniodo Masculino genrico
Igualpresena doMasculino e do Feminino
Presenado Neutro
Ausnciado Masculino genrico
Predomniodo MasculinoOu
Predomniodo Feminino
Ausncia de Composies Mistas
Igualpresena doMasculino e do Feminino
Predomnio
de Composies Mistas
Predomniode respostas positivas Predomniode respostas negativas
N elevado de respostas sim
indica a presena de
esteretipos de gnero
N elevado de respostas no
indica a ausncia de
esteretipos de gnero
Composio
Textual
Composio
Grfica
Linguagem
Escrita
&
Linguagem
Grfica
AnliseQuantitativa
AnliseQualitativa
Em Sntese:
Para uma correta interpretao dos resultados deve ter-se em linha de conta uma anlise
integrada dos resultados quantitativos e qualitativos.
Conclui-se que um manual em perspetiva de gnero demonstra um equilbrio quer ao nvel das
representaes do gnero masculino e do gnero feminino, quer ao nvel da linguagem textual
e grfica.
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
19/30
= dades culos daGuia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
Sugestes para a MudanaOs manuais escolares (ao nvel de texto e imagem) produzem e veiculam representaes e
papis de gnero cultural e socialmente adotados.
Com a anlise dos manuais atravs da Checklist pretende-se sensibilizar professores/as e
alunos/as para estas representaes. Ao ter-se em conta esta realidade, espera-se uma
transformao ao nvel da conceo e da seleo dos manuais escolares, bem como na forma
como veiculado o conhecimento dentro da sala de aula. Pretende-se assim uma integrao
da perspetiva de gnero nas escolas de uma forma global.
Neste sentido, so apresentadas algumas sugestes que podem ser implementadas nos
manuais escolares e documentos de apoio pedaggico, para que seja transmitida uma
mensagem mais igualitria entre os sexos.
Como tem vindo a ser referido, nas representaes grficas, bem como na linguagem verbal, a
desigualdade e a discriminao podem exprimir-se de diversos modos, apresentando-se de
seguida algumas situaes passveis de mudana:
14
Representao genrica de grupos (ex: usando o masculino genrico) onde
predominam elementos de um sexo, quando efetivamente a referncia a um
coletivo misto;
Representao de profisses atravs de esteretipos;
Associao exclusiva ou preponderante de figuras femininas a espaos domsticos
ou interiores, e de figuras masculinas a espaos pblicos e ambientes profissionais e
institucionais;
Associao de figuras masculinas ao, ao controle, ao domnio, criao, e defiguras femininas associadas inatividade, submisso, dependncia e imitao;
Caracterizao estereotipada, em termos fsicos ou psicolgicos, de figuras
femininas e masculinas (ex.: a mulher consumista, o homem agressivo);
Secundarizao da posio das figuras femininas em imagens com elementos dos
dois sexos (ex: quando aparecem recorrentemente em segundo plano ou quando os
seus traos so menos ntidos do que os dos elementos masculinos).
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
20/30
15
Assim, tendo presente as situaes que contribuem para a desigualdade na educao seguem-
se uma srie de sugestes de mudana, no s ao nvel dos manuais escolares e das atitudes
dentro da sala de aula, mas tambm ao nvel da linguagem:
Dar visibilidade s mulheres na Histria, nas Cincias e nas Artes;
Valorizar o dia a dia dos trabalhos tradicionalmente realizados por mulheres;
Ao explicar os conhecimentos e contributos femininos, evitar faz-lo a partir de
parmetros masculinos;
Incluir no currculo contedos e exerccios para identificar e analisar o sexismo aolongo da histria e na atualidade, atravs de anncios, textos e documentos.
Desmontar os esteretipos do feminino e do masculino que aparecem nas obras
literrias, nos textos, nos filmes, na msica e na cultura popular;
Incluir no currculo o processo histrico de emancipao das mulheres;
Romper com o pensamento dicotmico e com a valorizao desigual que se
outorga a masculino/feminino: produo/reproduo, espao privado/espao
pblico, etc.;
Fomentar a autonomia pessoal e as relaes que no so de subordinao.
A.
B.
C.
D.
E.
F.
G.
Como j foi referido, a linguagem o veculo por excelncia da comunicao e nesta refletem-
se uma srie de esteretipos e preconceitos sexistas que importa transformar.Para isto, recomenda-se a substituio do masculino genrico por uma expresso de carcter
coletivo que englobe ambos os sexos.
importante a eliminao de qualquer frase com contedo sexista na comunicao bem como
a utilizao de textos em sala de aula que utilizem protagonistas femininas e que apresentem
igualdade nas relaes entre os sexos.
Sugestes adaptadas de
Diccionario Online de Coeducacin
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
21/30
= dades culos daGuia de anlise de Manuais Escolares em Perspetiva de Gnero
16
Segue-se uma tabela com alguns exemplos:
Em vez de: Utilizar:
O Homem;
Os homens ou os alunos;
O aluno dever...
Os pais...
Humanidade ou Gnero Humano;
Os homens e as mulheres ou Os alunos a as alunas;
Indique, analise ou descreva...
A famlia...
X V
Em sntese:
Em forma de concluso, a abordagem que procura ressaltar a perspetiva de gnero no se deve
preocupar exclusivamente com a condio feminina ou com as experincias e percees das
mulheres, mas sim com a atribuio de papis, recursos, responsabilidades e expectativas
relativas a homens e a mulheres. Nas relaes de gnero nenhuma compreenso de qualquer
um dos dois pode existir atravs de um estudo que os considere totalmente em separado
(Soihet citado por Martins & Hoffmann, 2007).
Portanto, ao adotar um ponto de vista que valoriza a busca de igualdade, so colocadas em
questo todas as ideias preconcebidas, tanto as que dizem respeito mulher quanto ao
homem, duas faces da mesma realidade.
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
22/30
Alvarez-Nunes, M. T. (2004). Gnero e Cidadania nas Imagens de Histria: Estudo Exploratrio
de Manuais Escolares do 12 ano e de Software Educativo. Lisboa, Universidade Aberta.
Alvarez-Nunes, M. T. (2009). O Feminino e o Masculino nos Materiais Pedaggicos,
(in)visibilidades e (des)equilbrios. Lisboa: CIG.
FETE UGT e Instituto de la Mujer. Diccionario Online de Coeducacin Educando en Igualdad.
Projeto Educando en Igualdad.
Disponvel em:
http://www.educandoenigualdad.com/IMG/pdf/DiccionarioONLINE_DE_COEDUCACION-_pdf.pdf
Martins, E. F., & Hoffmann, Z. (2007). Os Papis de Gnero nos Livros Didticos de Cincias.
Ensaio Pesquisa em Educao em Cincias, 9 (1) 1-20.
Disponvel em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=129516644009.
Resoluo do concelho de ministros n 5/2011 de 18 de Janeiro de 2011, que aprova e define o
IV Plano Nacional para a Igualdade, Gnero, Cidadania e no Discriminao.Dirio da Repblica
n 12 Srie I.Disponvel em: http://www.cite.gov.pt/asstscite/downloads/IV_PNI_2011_2013.pdf
Bibliografia
17
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
23/30
Checklist
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
24/30
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
25/30
Avaliao Quantitativa da Composio Textual do Manual
Composio Textual
Ttulos(Abertura deunidades,ttulos de textos,etc...)
Textos(Informativos,explicativos, etc...)
Atividades
de Pesquisa
Exerccios
Referncias(Notas para o/aprofessor/a,sugestescuriosidades, etc...)
Unidade /Captulo
Masculinas Femininas Neutras(ex: as pessoas,a direo, etc.)
MasculinoGenrico
(ex: o homem,os alunos, etc.)
Nmero de Referncias
Observaes
Disciplina: Ano de Escolaridade: Nome do Manual:
Total
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
26/30
Avaliao Quantitativa da Composio Grfica do Manual
Composio Grfica/Imagem
Ttulos(Imagens naabertura dasunidades)
Textos(Imagens eesquemas queacompanham ostextos)
Atividades
de Pesquisa(Ilustraes,esquemas,representaesgrficas, etc...)
Exerccios(Imagens,esquemas, etc...)
Unidade /Captulo
Masculinas Femininas Mistas
Nmero de Representaes
Observaes
Disciplina: Ano de Escolaridade: Nome do Manual:
Total
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
27/30
Avaliao Qualitativa da Composio Textuale da Composio Grfica do Manual
Questes
A figura feminina usa roupasde cores suaves, prevalecendo
o rosa e os cabelos compridos.
Unidade/Captulo: Linguagem Escrita: Ttulos
Parte do Manual a Avaliar:
Textos Atividades de Pesquisa Exerccios Referncias
A figura masculina usapredominantemente a cor azul,cabelos curtos e / ou bon.
A representao fsica da figurafeminina surge relacionada comjuventude, elegncia, cuidadocom o corpo, magreza, etc.
A representao fsica da figura
masculina surge relacionadacom fora, virilidade, msculo,etc.
A figura feminina surgerepresentada, maisfrequentemente, no contextoprivado (casa, famlia).
A figura masculina surgerepresentada, maisfrequentemente, no contexto
pblico (econmico, financeiro,cultural, poltico, desportivo, etc.)
A figura masculina surge associadaa contextos de produo /inveno (ex.: construo deedifcios, criao de tecnologias,etc.).
A figura feminina surge associadaa contextos de consumo /usufruto de bens e materiais
(ex.: compras, beleza, etc.)
Sim No NA Evidncias
Linguagem Escrita
Sim No NA Evidncias
Linguagem Grfica
Unidade/Captulo: Linguagem Grfica: Ttulos Textos Atividades de Pesquisa Exerccios
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
28/30
A figura feminina surge emcontextos de subordinao.
A figura masculina surge emcontextos de liderana.
A figura feminina descrita comrecurso a adjetivos que implicamafectividade, emotividade,fragilidade, etc.
A figura masculina descrita com
recurso a adjetivos que implicamindiferena, fora, frieza, etc.
A figura feminina descrita comrecurso a adjetivos que implicampassividade, sensibilidade,frivolidade, etc.
A figura masculina descrita comrecurso a adjetivos que implicamassertividade, racionalidade,agressividade, eficincia, etc.
A figura feminina surge, na maioriadas situaes representadas,como sujeito passivo (ex.: uso deverbos como assistir, cumprir,receber, etc.)
Questes
Sim No NA Evidncias
Linguagem Escrita
Sim No NA Evidncias
Linguagem Grfica
A figura masculina surge, namaioria das situaesrepresentadas, como sujeito ativo(ex.: uso de verbos como fazer,decidir, atuar, reagir, etc.).
Unidade/Captulo: Linguagem Escrita: Ttulos Textos Atividades de Pesquisa Exerccios Referncias
Unidade/Captulo: Linguagem Grfica: Ttulos Textos Atividades de Pesquisa Exerccios
A figura feminina surge associada,com maior frequncia, a profissesligadas ao cuidado do outro(ex.: tarefas domsticas, ensino,enfermagem, cuidado de crianase idosos, etc.).
Total
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
29/30
-
7/24/2019 Os culos da igualdade
30/30
Ao cofinanciada pelo FSE e pelo Estado Portugus: