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Resenha sobre o sistema politico

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE FILOSOFIA ECINCIAS HUMANASDEPARTAMENTODE ANTROPOLOGIADISCIPLINA: ANTROPOLOGIA POLITICAPROFESSORA: SNIA W. MALUFACADMICOS:BRUNO MEDEIROS CONSTANTEGABRIELA CORDINI BROERINGResenha crticaOs Nuer: uma descrio domodo de subsistncia e das instituiespolticas de um povo nilota.E. E. Evans-PritchardIntroduoO autor Evans-Pritchard um antroplogo social britnico. Seu trabalho com os Nuerse inicia em 1930 por solicitao do governo do Sudo. Sua inteno fazer uma etnologia,porm acaba por fazer uma analiseestrutural da sociedade.As instituies politicas encontradas so coerentes ecologia Nuer, para compreend-las deve-se levar em conta seu meio ambiente e os meios parasua subsistncia. Nesse sistemapoltico so includos todos os povos com quem tem contato. Para o autor povo est paraindivduos que falem a mesma lnguae compartilhem da mesma cultura.A distribuio por meio de amontoado de tribos que formam federaes poucorgidas. As tribos so segmentos territoriais e se consideram comunidades distintas. Tem comoinstituio o feudo e possuem um chefe, porm este chefe tem atribuies sagradas eritualsticas no tendo exatamente uma autoridade politica.Os Nuer no tem um governo e seu estado pode ser descrito como uma anarquiaordenada; bem como no possuem leis no sentido de uma autoridade que realiza julgamentose tem poder para cumprir suas decises. Embora o surgimento de profetas e pessoas queteriam o espirito dos deuses,mostra certa alteridade em relao a uma possvel liderana(uma vez que os Nuer no tm lderes ou chefes).Durante seu campo o autor encontra dificuldades iniciais para pesquisa; chega a darexplicaes sobre as condies enfrentadas, justificando algum tipo de falta nafundamentamentao de sua descrio. Chega a afirmar que os Nuer possuam umaorganizao social simples e uma cultura pobre, o que pode ser uma viso etnocntrica eevolucionista por parte de Pritchard, colocando sua cultura (homem, branco, europeu, etc.)como referncia de uma comparao.Manteve contato ntimo com os Nuer, no obteve tradutor ou informante e suasdescries so dadas por observao direta. Aps um perodo de adaptao e aprendizado dalngua foi obrigado a viver como um Nuer.entre os Nuer fui forado a ser membro dela.(comunidade) Os Azande trataram-me como um superior;os Nuer, como um igual. (Evans-Pritchard, pg. 21).O Sistema PoliticoSuas tribos so definas por um nome comum, um sentimento comum, um territriocomum e a obrigao moral de unir-se para a guerra. Elas esto estruturadas em tribossegmentadas e existem disputas com outros segmentos.Dentro de cada tribo existe um cldominante e a relao entre a estrutura de linhagem desse cl e o sistema territorial da tribo de grande importncia estrutural, alm disso, os Nuer tem uma obrigao social baseada emparentesco. O autor ainda aponta queexistesempre contradio na definio de um grupopolitico,poiseleumgrupoapenasemoposioaoutrosgrupos.(Evans-Pritchard, pg.159).Tribos adjacentes opem-se umas s outras e lutam entre si. Entretanto essascombinaes so dinmicas, temporrias e para uma finalidade especfica. Essas lutas mantema estrutura social coesa,osistema politico um equilbrio entretendncias.(Evans-Pritchard, pg. 159). Podem se unir para separao ou fuso.As tribos Nuer no possuem administrao central o que resulta em no haver unidadepolitica.Ainda assim o povo Nuer sev como uma comunidade nica esua cultura como umacultura nica. A oposio aos vizinhos d aos Nuer uma conscincia de grupo e um fortesentimento de serem exclusivos. Sabe-se que algum Nuer por sua cultura, que muitohomognea, sua disposio para lutar constitui um vnculo de comunho, e a lngua e valorescomuns permitem pronta comunicao entre si. A relao de solidariedade maior emsegmentos do que em relao aos grupos de segmentos, assim quanto maior o circulo menor asolidariedade. Isso quer dizer que quanto menor o grupo, maior so os contratos entre osmembros.Uma instituio tribal bem clara est relacionada ao assassinato. Ela envolve osparentes do assassino e os parentes do assassinado. achamada vendeta, que se d quando oassassino paga a famlia do morto com cabeas de gado, para que no exista a vingana contrao assassino. O chefe pele de leopardo serve como mediador entre os conflitantes ele quemrecebe o assassino e vai at os parentes do morto para negociar as cabeas de gado a serempagas. Por no haver um governo central se os envolvidos morarem muito distantes talveznunca exista pagamento. (Quanto maior for distncia fsica entre os indivduos conflitantes,menor a chance de soluo).Os Nuer no possuem uma lei, no existe algum que a quem se possa cobrar umressarcimento, no h como processar algum, no existe um tribunal. As questes podem sermediadas com o chefe pele de leopardo, mas mesmo assim no se pode obrigar ningum aaceitar uma deciso. O chefe pele de leopardo pode fazer uma mediao, mas no arbitrar.A lei Nuer vai mais de encontro a uma condio moral; no existe uma uniformidadedentro de uma tribo. Pritchard descreve uma lei baseada na estrutura social (relaes deparentesco, conjunto etrio). Assim sendo, a maioria dosconflitos resolvida por uso da fora:a clava e a lana; que toma umsentido de lei.Pritchard salienta no estudo das relaes politicas Nuer, os conflitos tem semprealguma relao com a vendeta e uma instituio social; pois ou o individuo paga o que deveou sofrer coero por meio da fora, levando a vendeta. O autor define que otemor deprovocar umavendeta ,com efeito,a maisimportante sanolegal dentrode umatribo eaprincipalgarantiadavidaedapropriedade de um indivduo.(Evans-Pritchard, pg. 162); eainda que lutasentre comunidades e as vendetas que delas resultam so parte das relaespolticasqueexistementresegmentosdeumaorganizaotribalcomum.(Evans-Pritchard,pg. 163).Sobre o chefe pele de leopardo o autor minimiza sua autoridade,pois se trata maisde qualificaes rituais e costume. Asua funo poltica, pois as relaes entre grupospolticos soreguladas atravs dele,embora elemesmo noseja umaautoridade politicaquetenha controle sobre elas.- (Evans-Pritchard, pg. 183). A atribuio politica do chefe se d emrelao vendeta. Ainda assim elas s no ocorrem quando as partes realmente no estodispostas a lutar e no pela persuaso que o chefe tribal usa.As influncias de lderes no segmento so dadas por ordem de sexo e idade. Mulherese crianas tem posio inferior aos homens; s filhas esto sujeitas a seus pais e as mulheres aseus maridos. Os meninos tambm esto sujeitos aos seus pais e irmos mais velhos e s temautonomia tribal ao passarem pela iniciao. Os homens que se tornam ancios (passarampela iniciao, casaram e tiveram vrios filhos) tem funes de liderana e conselho quando atribo passa por algum modo de cooperao. Entretanto a liderana dos mais velhos vaga evem ligada a relaes domsticas, no sendo uma regra.Pritchard salienta que o estado formado pelos Nuer baseado nas relaes deparentesco eacfalo.Ainda dizqueA anarquia ordenada em quevivem combina muito bemcom seu carter, pois impossvel viver entre os Nuer e conceber a existncia de pessoas queos governem.(Evans-Pritchard, pg. 191).Outra figura com alguma representatividade politica encontrada na comunidade Nuer o profeta. Trata-se de um homem que est incorporando um espirito do cu ou um dosdeuses. Eles so muito respeitados e so seguidos, e segundo o autor, possuem umaimportncia maior que qualquer outro indivduo Nuer. Entretanto, sua influencia espiritual eno institucional.Pritchard no encontrou nenhum profeta durante seu campo. Os profetasrepresentavam e incitavam uma oposio ao governo e acabaram sendo presos. O autor aindarelata que os profetas so um acontecimento relativamente recente na histria Nuer; uma vezque seu aparecimento est justamente associado oposioa dominao rabe e europeia.A relao de causalidade entre surgimento de profetas e oposio Nuer ao governo,pode receber uma anlise funcionalista. Surge uma liderana religiosa na medida em que asociedade atacada, isso demonstra uma resistncia provocandoum sentimento de unidade.ConclusoA obra de Evans-Pritchard bebe diretamente na tradio estrutural funcionalistabritnica, com uma etnografia de carter colonial. Sua reflexo sobre os princpios estruturaisde uma sociedade acfala mostra aimportncia dos sistemas de parentesco paraa hierarquiae coeso sociais. (Kuschnir, pg. 1), que regem a sociedade Nuer.Utilizando da obraO fantasma de Evans-Pritchard de Frederico D. Rosa, ondeencontramos Pritchard e sua obra, dados como um clssico antropolgico em oposio com aantropologia contempornea. Observamos a sociedade Nuer apresentada anos aps apassagem de Pritchard. O relato contemporneo mostra a colonizao britnica chegando coma inteno de transformar a lei Nuer com uma lei e tribunais nativos para conter a violncia.Acontece que os Nuer, aps a independncia do Sudo, voltam a praticar a vendeta (a leiNuer). Isso demonstra que as sociedadesno so estveis e sim continuas.Colocados em comparao, os mtodos e teorias relacionados, foi identificado por umantroplogo contemporneo o que Pritchard viu em relao identificao dos valoresfundamentais dos nuer.(Rosa, pg. 22).Perguntas1.O que o chefe leopardo representa para os Nuer2.O que a vendeta3.Como surge a figura do profeta