Os LusíAdas HistóRia De Uma Viagem
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Transcript of Os LusíAdas HistóRia De Uma Viagem
O HOMEM
Camões viveu durante o séc. XVI, um período da história marcado por grandes alterações socioculturais.
Hoje a sua obra é mundialmente conhecida. Não se sabe muito acerca da sua vida; sabemos que nasceu por volta de 1524 e morreu em 1580.
Pensa-se que terá sido em Moçambique que terminou a epopeia, publicada em 1572, com o apoio do rei Dom Sebastião.
El Rei D. Sebastião
A ÉPOCA
Para estudarmos melhor Os Lusíadas temos que compreender a época em que de Camões viveu. No século XVI acontecem descobertas extraordinárias.
No campo das artes Brunelleschi é talvez o mais importante arquitecto dessa época e é um artista completo, pois também era pintor, escultor, dominava conhecimentos matemáticos complexos e conhecia a poesia de Dante.
A pintura renascentista inova com a introdução da perspectiva, o uso do claro-escuro, da tela e da tinta a óleo.
Botticelli, Leonardo Da Vinci, Michelângelo e Rafael, são alguns dos mais importantes nomes desta altura.
Nesta época assistimos a um grande movimento cultural, de ideias e científico, que se costuma sintetizar em três conceitos: Humanismo, Renascimento e Classicismo.
Na idade média (até meados do séc. XV), a sociedade era regulada por ideias teocêntricas. O Humanismo vem recolocar o Homem no centro das atenções. Não se trata de uma rejeição de Deus, mas uma valorização do próprio Homem.
Camões é o exemplo de um humanista, um homem de “honesto estudo” e “longa experiência”.Na tentativa de dignificar o Homem, foi necessário desenvolver valores diferentes dos defendidos na Idade Média. É assim que surge o movimento chamado Renascimento: volta a seguir-se os princípios da cultura greco-latina.
Este sentimento de admiração pela Antiguidade Clássica, no fundo o desejo de imitar e superar os seus valores, chamamos a isso Classicismo.
É nesta atmosfera que surgem Os Lusíadas. Temos que ter em conta que epopeia constitui o mais elevado género cultivado pela Antiguidade Clássica.
A OBRA
Uma epopeia é uma narrativa estruturada em verso que conta acontecimentos extraordinários de um herói ou de um povo e que têm interesse para a Humanidade.
Os Lusíadas são uma epopeia que segue um modelo clássico, sobretudo inspirado na Eneida, de Virgílio. A epopeia escrita por Camões conta a história da descoberta do caminho marítimo para a Índia, em 1498.
ESTRUTURA INTERNA Proposição (I, 1-3)
O poeta diz em síntese que pretende cantar (enaltecer, celebrar, exaltar) :
a) “as armas e os barões assinados”, todos aqueles homens que descobriram, “Por mares nunca dantes navegados”, novas terras, “mais do que prometia a força humana”; b) “Daqueles reis que foram dilatando/ a Fé, o Império”, isto é, aqueles reis que contribuíram para o conhecimento da Fé cristã e alargamento do Império Português;
c) “E aqueles que por obras valerosas” todos os que merecem o reconhecimento pelos feitos heróicos, jamais serão esquecidos, “Se vão da lei da morte libertando”.
Na 3.ª estância Camões afirma que a obra dos portugueses supera a de outros heróis da antiguidade, como Ulisses (“sábio Grego), herói da Odisseia, de Eneias (“Troiano” herói da Eneida; afirma inclusive que até os deuses “Neptuno e Marte” se submeteram à vontade do Povo Português.
Invocação (I, 4-5)
Camões dirige-se às Tágides, ninfas do Tejo, pedindo-lhes ajuda para cantar os feitos gloriosos de uma forma grandiloquente e sublime (“Dai-me agora um som alto e sublimado, / um estilo grandíloco e corrente”).
Dedicatória (I, 6-18)
A epopeia é dedicada ao rei Dom Sebastião. Ainda muito jovem era a esperança da pátria portuguesa.
Narração (I, 19 até ao fim)
Estamos perante um narrador não participante, mas omnisciente e subjectivo, contando a partir daqui a viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia pelos navegadores portugueses, liderada por Vasco da Gama.
A narrativa segue o modelo da epopeia clássica – in medias res. Os navegadores já se encontravam sensivelmente a meio da viagem “Já no largo oceano navegavam” quando se inicia a narração.
Estrutura Externa
Dez cantos, num total de 1102 estâncias; as estâncias são oitavas em verso decassílabo (heróico e sáfico); a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos (abababcc)
Trajecto da Viagem de Vasco da Gama