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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017
ISSN 2236-1855 400
OS IMIGRANTES JAPONESES E A CRIAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO ESCOLAR PRIMÁRIA RURAL NO DISTRITO DO GUASSÚ MUNICÍPIO DE
DOURADOS NO SUL DE MATO GROSSO (1965-1975)
Ana Lucia Pereira Borges Ebenritter 1
Introdução
O presente trabalho faz parte de uma pesquisa que busca analisar a história da Escola
Municipal Fazenda Miya, uma instituição escolar primária rural, instalada por imigrantes
japoneses no distrito do Guassú, município de Dourados, no sul de Mato Grosso (atual Mato
Grosso do Sul), no período de 1965 a 1975. Neste texto, o objetivo é discutir o processo de
instalação da Escola Municipal Fazenda Miya e da atuação da professora Tieko Miyazaki Ishy
junto a essa escola primária rural.
O recorte temporal corresponde a períodos importantes da história dessa escola. O ano
de 1965, marca o início da atuação docente de Tieko Miyazaki Ishy, como professora leiga
ministrando aulas em sua própria residência e no ano seguinte passa para uma escola
construída de madeira. Já o ano de 1975 sinaliza o período de construção do novo prédio em
alvenaria da Escola.
Nos últimos anos, as pesquisas ligadas à educação rural, vêm ganhando espaço tanto na
História da Educação brasileira quanto da América Latina. A esse respeito Maria Helena
Câmara Bastos (2010), ao prefaciar o livro “Educação Rural: práticas civilizatórias e
institucionalização da formação de professores”, de organização de Flávia Obino Corrêa
Werle, (2010, p. 10), registra que os estudos sobre “a educação rural e a formação de
professores permite preencher uma lacuna da história, da historiografia, da história da
educação, na América Latina e, especialmente, no Brasil”. Cumpre lembrar aqui que, a
pesquisadora Zeila de Brito Fabri Demartini (2012, p. 10), aponta que, no Brasil, “a educação
das populações rurais foi relegada a segundo plano, não só pelo Estado, mas também pelos
estudiosos, que historicamente pouca atenção têm dado e ao seu processo de escolarização”.
A pesquisa orienta-se na perspectiva da Nova História Cultural, aliado a um referencial
teórico da História e História da Educação. As fontes que embasam este trabalho são
constituídas por Relatórios e Mensagens de Governadores do Estado de Mato Grosso,
Relatórios de Secretários de Estado, dados censitários, legislação, fotografias, livros de
1 Mestranda do Curso de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado da Universidade Federal da Grande Dourados/ UFGD. Profissional do Magistério da Secretaria Municipal de Dourados. E-Mail: <[email protected]>.
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matrículas, atas de reuniões e documentos do acervo pessoal da Tieko Miyazaki Ishy, entre
outros. Além disso, optou-se em adotar a história oral, por meio de entrevistas com a
professora Tieko Miyazaki Ishy, antigos moradores do distrito do Guassú e ex-alunos da
Escola Municipal Fazenda Miya.
Ao investigar e analisar uma instituição escolar primária rural no sul de Mato Grosso,
em uma perspectiva histórica, esforça-se para "conhecer e caracterizar os atores e os sujeitos,
inferir os seus objetos de ação, expectativas, formas de realização e de participação”
(MAGALHÃES, 2004, p. 146). Conforme registra este autor, "a história das instituições
educativas é um campo de investigação em que a instituição e a educação se articulam por
ação dos sujeitos” (MAGALHÃES, 2004, p. 67). O estudo sobre a instituição escolar consiste
em aprofundar sobre as origens ou natureza dos seus sujeitos, desdobrando-se nas
aproximações a educação na sua multidimensionalidade, ora visto que a escola abrange um
"contexto social, econômico e cultural, uma relação com a materialidade, às práticas de
representação e apropriação” (MAGALHÃES, 2004, p. 67).
A instituição escolar tem suas especificidades de formação e apresenta uma amostra do
que realmente acontece no contexto educacional do país, por sua complexidade e sendo fonte
de pesquisas e informações para análises sobre o processo de ensino, escolarização, cultura
escolar, entre outros. “A história das instituições educativas demonstra um determinado
itinerário pedagógico, uma identidade histórica específica, um processo de evolução”
(MAGALHÃES, 2004, p. 61).
Diante de tais considerações, para alcançar o objetivo proposto neste trabalho. O texto
foi organizado em três partes. A primeira versa sobre a imigração japonesa para o Brasil. A
segunda parte aborda a vinda da família Ishy para o Brasil e o sul de Mato Grosso. E, por fim,
a terceira parte, trata da criação e instalação da Escola Municipal Fazenda Miya pela Tieko
Miyazaki Ishy.
A Imigração Japonesa para o Brasil: primeiros apontamentos
A vinda de imigrantes japoneses para o Brasil tem um enfoque na ordem econômica, e
ideológica. De acordo com Sakurai (2014), o Japão estava diante as dificuldades econômicas
e o aumento da população em meados do século XIX, isso fez com que o governo japonês
adotasse uma política de emigração, com trabalho temporário no exterior.
Em 1868, o governo japonês inicia uma série de reformas que visavam à modernização
e inserção do país na economia mundial e a emigração surgiu como uma alternativa. Além
dos aspectos econômicos, a emigração japonesa também esteve relacionada as questões
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demográficas. Os japoneses se preocupavam com problemas de crescimento populacional e
procuravam novos lugares para viver, tendo o Brasil como projeção em oportunidade de um
futuro melhor para si e seus descendentes (TANAKA, 2010).
O Brasil recebeu imigrantes de vários países, pois dispunha de uma vasta mão de obra,
para recuperar o seu atraso econômico, devido ao fim da escravidão. Nessas circunstâncias, o
Brasil “tem interesse pela mão de obra japonesa em 1902, quando o governo italiano
restringe a vinda de novos imigrantes” (TANAKA, 2010, p. 38).
Além disso, a emigração era uma boa oportunidade de mandar “os camponeses pobres
para fora do Japão. O governo japonês passou a financiar, organizar e divulgar a emigração”
(TANAKA, 2010, p. 39). O Brasil passa a ser visto como um destino para trabalhadores e
mercado de investimento.
Em terras brasileiras, os imigrantes japoneses tinham o primeiro contato com os
agenciadores japoneses bilíngue, que fornecia as primeiras instruções. Estes faziam o
itinerário desde o desembarque no Porto de Santos, até o transporte de trem para a
Hospedaria dos Imigrantes (INAGAKI, 2008). Ao chegar na hospedaria, eram alimentados,
cadastrados e encaminhados para as fazendas do estado de São Paulo, nas linhas ferroviárias
Mogiana, Ituana, Paulista e Sorocabana, com o propósito de "trabalharem nas fazendas de
cafezais, nestas fazendas acabavam substituindo a mão de obra escravista” (INAGAKI, 2008,
p.26).
Os imigrantes japoneses estabeleciam relações de trabalho, com o foco em ajuntar
dinheiro rápido, acumulá-lo e regressar para à terra natal. Mas os desafios a enfrentar eram
muitos, entre eles: a dificuldade de comunicação devido à língua, a alimentação, as doenças
que os vitimavam, o clima que tornavam as condições de trabalho desgastantes.
Entretanto, os imigrantes japoneses que tinha como projeto a permanência temporária
no Brasil, não obtinham rendimentos financeiros suficientes trabalhando, nas fazendas de
café. Então foram obrigados a buscar melhores salários em outras atividades. Foi assim, que
surgiram os primeiros “mascates japoneses na região de Mogiana, que percorriam as
fazendas de café negociando miudezas.
Estes mascates na década de 1920 montaram pequenas lojas em São Paulo, no bairro
da Liberdade” (RACHI, 2003, p. 87). Com esses mascates apareceram os primeiros
comerciantes japoneses, que tinham os lavradores das fazendas de café como fregueses, as
pensões e as barbearias, originando uma maior estabilidade financeira.
Depois de 1930, a participação no processo de industrialização de pequeno porte torna-
se bastante explícito aos japoneses, quando pequenas industriais de produto da culinária
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japonesa, nasce em São Paulo. Contudo, “no pós-guerra, acelera-se notavelmente o ritmo de
diversificação ocupacional entre japoneses e seus descendentes” (SAITO, 1961, p. 166).
No caso de Mato Grosso, a chegada dos primeiros imigrantes japoneses esteve ligada a
“construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que ligava Bauru (SP) às margens do rio
Paraguai no Porto Esperança, próximo a Corumbá (MT) no ano de 1909” (INAGAKI, 2008, p.
32). A construção da via férrea Noroeste do Brasil, teve como expectativa levar progresso a
Mato Grosso, visto que “uma região tão rica em recursos naturais, como o Mato Grosso,
permanecia à margem dos prodígios avanços em cursos da época” (QUEIROZ, 2004, p. 321).
Assim muitos trabalhadores, entre eles imigrantes japoneses, foram atraídos para o trabalho
na construção da ferrovia, tendo como perspectiva melhores condições de vida, e estabilidade
financeira.
Nessa época, “um movimento de vida e progresso prometeu em pouco tempo,
transformar radicalmente as condições econômicas e financeiras de Mato Grosso”
(QUEIROZ, 2004, p. 325). Corrêa Filho (1969), em sua obra enfatiza os avanços positivos da
ferrovia no sul de Mato Grosso.
Antes da construção da Noroeste, os sertões desmedidos de Mato Grosso contavam raros moradores, não havia procura dos produtos que porventura colhessem, nem das próprias terras sem valor, e os campos despovoados não traziam nenhum indício de prosperidade [...] Então subitamente como tocado por varinha de fada o sertão começou a vibrar e florescer, articulado com os núcleos civilizados, cujos anseios de progresso acompanhou [...] A crescente corrente povoadora fomentada pela ferrovia imprimiu novas feições. (CORRÊA FILHO ,1969, p. 600-602).
É oportuno esclarecer que, o fluxo imigratório trazido pela ferrovia tem seus efeitos nas
cidades de Três Lagoas, de Campo Grande e de Aquidauana, estas cidades eram vistas como
prodígios da Noroeste. De todo modo, não se pode deixar de notar que, a ferrovia Noroeste
do Brasil, tem efeitos no progresso econômico e no povoamento em todo o sul de Mato
Grosso.
Com o término da construção da estrada de ferro algumas famílias japonesas,
interessaram em permanecer residindo no estado de Mato Grosso, “com o propósito de
então, de se engajar em trabalhos como arrendatários ou de ameia,2 de início nas plantações
de café, posteriormente, passar para o cultivo do arroz, pecuária, comércio e serviços”
(RACHI, 2003, p. 94), o que contribuiu para uma diversificação na agricultura, no
povoamento. E oportuno disser, que as transformações econômicas, trazidas com a ferrovia,
2 Expressão dada a terras que são arrendadas para o trabalho de plantio e colheita realizado por outro.
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eram em caráter estratégico, um olhar dirigido as fronteiras, aos países vizinhos sem saída
para o mar.
A vinda da família Ishy para o Brasil e o Sul de Mato Grosso
Foi em uma expectativa de um futuro mais promissor, que a família Ishy, aposta em
uma oportunidade de crescimento econômico no Brasil, imigrando-se para o Brasil em 1942
com instalação inicialmente no interior de São Paulo, especificamente na cidade de Rosália,
pertencente ao município e comarca de Marília. Posteriormente, se mudaram para
Bataguassú, cidade no sul de Mato Grosso, onde passaram a ter como atividade econômica a
agricultura, com o desenvolvimento do plantio de arroz irrigado. Os motivos que
interessaram a família Ishy, em se instalar no sul de Mato Grosso foram desencadeados pelos
rumores de terras férteis, na projeção da agricultura com valor baixo para a aquisição.
Nesse mesmo período que a família Ishy vem para Mato Grosso, a conjuntura do
Estado estava na projeção política nacionalista de Getúlio Vargas, que buscava a integração
nacional, tendo como pano de fundo o programa Marcha para Oeste, com foco em
delimitação territorial. Na tentativa de efetivar posses territoriais e a exploração das imensas
regiões fronteiriças, praticamente desertas, com uma organização administrativa em prol do
desenvolvimento socioeconômico.
No entanto, a Marcha para Oeste desponta com interesses do governo, pelo controle
das terras ervateiras que estavam sobre o controle da empresa Companhia Mate Laranjeira. A
esse respeito, a Companhia Mate Laranjeira era arrendatário de terras, na atuação de
exploração dos ervais da região, isso acontecia de forma direta e exclusiva. Queiroz (2008,
p.23) explica que, “em 1941, atendendo às recomendações da Comissão de Faixa de Fronteira
e do Conselho de Segurança Nacional, Vargas não autorizou a renovação do arrendamento à
Matte”.
Assim, ao colocar em evidencia o sul de Mato Grosso com a Marcha para o Oeste,
tentava imprimir uma imagem de futuro, “finalmente integrada ao corpo da nação, a região
de fronteira, alcançava progresso e desenvolvimento que parte do país desfrutava”
(GUILLEN, 1996, p. 43).
A marcha para o Oeste, combinava fatores econômicos e objetivos políticos, pois em um
contexto de expansão do capitalismo industrial um dos objetivos do Estado Novo era
“atender a demanda do mercado interno por gêneros alimentícios, por meio da chamada
política de nacionalismo e segurança das fronteiras, o que se dava por meio da ocupação dos
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espaços considerados oficialmente vazios, para assim garantir a defesa do território nacional”
(PONCIANO, 2006, p. 43).
O presidente Getúlio Vargas, que utilizou o slogan Marcha para o Oeste, com descrições
em seu projeto político de ocupar e povoar os espaços vazios, nacionalizando as fronteiras do
antigo sul do Mato Grosso, com a Bolívia, e sobretudo, com o Paraguai, promovendo a
colonização por meio de trabalhadores rurais, que foram conquistados pela divulgação da boa
qualidade da terra, a qual poderia trazer um notável desenvolvimento da região.
Foi por meio da propaganda oficial e popular, que milhares de cidadão brasileiros e
imigrantes ocuparam as novas terras. Essas terras foram ocupadas, principalmente pelos
migrantes paulistas, mineiros, catarinenses, paranaenses, um grande número de nordestinos
e, em um momento posterior, por imigrantes japoneses.
No sul de Mato Grosso, o projeto colonizador intitulado Colônia Agrícola Nacional de
Dourados (CAND), esse projeto tinha como ideologia ocupar espaços fronteiriços por
trabalhadores e colonos, corroborou não só para o desenvolvimento econômico desta região,
como para a diversidade cultural.
Entretanto, o distrito do Guassú, pertencente ao município de Dourados, não estava na
demarcação da CAND, era uma região ocupada por ervais. As terras da região do Guassú
eram de extração da erva nativa, extração essa realizada por produtores independentes
ligados a Companhia Mate Laranjeira. Com o fim do arrendamento rompe a exploração dos
ervais, as terras consideradas devolutas, passam a ser requeridas por políticos e alguns
oficiais do governo. Essas terras eram vendidas, para colonos e trabalhadores antes
vinculados à Companhia. No entendimento de Naglis (2014, p. 36),
É importante observar que a venda de terras devolutas não tinha apenas o objetivo de promover a colonização, o povoamento, mas aumentar a produção agrícola e consequentemente o desenvolvimento econômico. As terras devolutas foram usadas em favor das negociatas políticas, resultado de um aparato estatal corrupto e incipiente que não coibia as irregularidades na venda de terras do Estado de Mato Grosso. (NAGLI, 2014, p. 36).
Contudo, no ano de 1956, a família Ishy, mudasse da cidade de Bataguassú para o
distrito do Guassú, onde a frente pioneira estava no seu ápice, com compras e vendas de
grandes glebas de terras, por pessoas que antes vinculadas com a economia ervateira. A
família Ishy, observando que as terras eram férteis e com valores baixos, pois o interesse era
em terras com pouco espigão e mais várzeas, que era para o cultivo do arroz irrigado, o que
pouco interessava aos proprietários da região do Guassú.
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Ao chegar ao distrito do Guassú, a família Ishy, trabalhou em prol de um crescimento
econômico e estabilidade financeira. Desse modo, procuraram realizar as produções
agrícolas, onde não havia luz nem recursos com maquinários, o serviço era braçal, o que
levou a agregar algumas famílias em caráter de funcionários na fazenda para o trabalho na
lavoura, o desbravamento da mata nativa e na abertura de estradas, contava também com
trabalhadores em caráter de diaristas.
Os trabalhadores brasileiros3 cuidavam da lida do plantio até a colheita do arroz, como
também no desmatamento, onde se catavam tocos das árvores, abertura de estradas,
realizavam cercas e escoamento da lavoura.
Em um cenário rural e distante de suas raízes a família Ishy cresceu economicamente
no distrito do Guassú. Neste contexto, o Senhor Kasutami Ishy casou-se com a senhora Tieko
Miyazaki Ishy no ano de 1960. A senhora Tieko Miyazaki Ishy, também imigrante japonesa,
antes do casamento residia na cidade de Dracena perto de Presidente Prudente, interior do
estado de São Paulo. Após o casamento, a senhora Tieko Miyazaki Ishy, veio residir na
Fazenda Miya, que estava economicamente estruturada e a família Ishy não projetava
retornar para o país de origem, e se concentravam em uma maior inserção na atividade
econômica que exerciam.
A criação e instalação da Escola Primária Rural Fazenda Miya pela professora Tieko
Miyazaki Ishy
O senhor Kasutami Ishy, era viúvo e pai de um filho que necessitava frequentar a
escola. Nessa época, a escola mais próxima da Fazenda Miya, no distrito do Guassú, era a
Escola Rural Mista Macaúba4, que mantinha o funcionamento em caráter multisseriado,
contando com uma professora leiga. No entanto, as condições para as crianças e jovens
residentes na Fazenda Miya, frequentarem a escola eram adversas, tanto pelas distâncias,
pela falta de transporte, pelos perigos em caminhar por matas.
A Vila Macaúba era um vilarejo que surgiu a partir da aglomeração de pessoas na
década de 1930, que vinham em busca das terras devolutas. O nome inicial da localidade foi
Rancharia, em função do fato de que imigrantes permaneciam na localidade, ou seja,
arranchados, com a esperança de conquistar um pedaço de terra. Depois de algum tempo, foi
denominada de Vila Macaúba, em função de conter uma grande quantidade dessa espécie de
3 Refiro-me ao tratamento dado pelos japoneses as pessoas brasileiras que prestavam serviços braçais. 4 A este respeito ver tabela de Escolas Primárias Rurais Subvencionadas pelo Município de Dourados,
(CAVALCANTE, 2015).
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palmeira. Por meio do decreto n° 223 de 8 de dezembro de 1938, reserva no lugar
denominado Macaúba, para constituir o Patrimônio da Vila de Guassú, Município de
Dourados, uma área de terras de 3.000 hectares, assinado pelo Bacharel Júlio Müller,
interventor Federal no Estado de Mato Grosso, atendendo à solicitação enviada pelo então
Prefeito de Dourados, Álvaro Brandão.
Antes de adentrar na discussão sobre a escola criada pela senhora Tieko Miyazaki Ishy
em sua própria residência no Distrito do Guassú, não se pode deixar de explicar que ainda na
década de 1960, a escolarização não tinha atingido os mais adversos extremos do sul do
estado de Mato Grosso. Cumpre lembrar, conforme registram as Mensagens de Governador
de Mato Grosso, que o Estado tinha dificuldades de organizar e manter o ensino em Mato
Grosso. A esse respeito à Mensagem de Governador do ano de 1956 aponta:
No ensino primário, é muito sensível a nossa falta de classes, apesar das anomalias verificadas, de existirem 1.350 professores orçamentados na lei Estadual de meios para este exercício, enquanto, por outro lado, existem 1.853 percebendo pela rubrica respectiva, o que força, sem dúvida a suplementação de verba, além, de contrariar a Lei respectiva. Mas, ainda assim, precisamos dotar para 1.200 professores, a fim de atender de maneira mais eficiente, as reais necessidades, eis que, só em Dourados, nada menos de 50 classes, antes custeado pelo CAND foram transferidas à responsabilidade do Estado, em virtude do convenio assinado no final da passada gestão com INIC (MENSAGEM DE GOVERNADOR, 1952, p. 18).
Um dos percalços a esta realidade, era a falta de escolas suficientes para atender todas
as crianças em idade escolar das áreas rurais, as dificuldades de funcionamento das escolas,
perpassando, principalmente pela falta de docentes com habilitação, o que dificultava o
processo de escolarização (FURTADO; PINTO, 2013).
No caso do município de Dourados, essa questão do ensino primário rural era bem
marcante e característico da época, conforme mostram os estudos de Irala (2014) e
Cavalcante (2015), que sinalizam a falta de escolas, a falta de professores, sobretudo, de
professores habilitados adequadamente para o exercício da docência. Cavalcante (2015, p.
46) aponta que na década de 1970, o município de “Dourados possuía um número
significativo de escolas primárias pertencentes ao poder público estadual e municipal,
situadas em fazendas, pequenas vilas, travessas, núcleo colonial, entre outros”. No entanto,
em sua maioria os professores que atuavam nas escolas rurais no ensino primário, não
possuíam habilitação do magistério.
Neste contexto, sem escola próxima da Fazenda Miya, a senhora Tieko Miyazaki Ishy,
iniciou os estudos de seu enteado, sendo a professora do mesmo, em casa com o anseio de
ensiná-lo a ler, escrever e a calcular, não era admitido ficar sem conhecimento de leitura e
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escrita. No ano de 1965, a senhora Tieko ministrava aulas na varanda de sua casa. Contando
com três alunos, seu enteado e mais dois filhos de funcionários da fazenda de seu esposo,
onde realizava um trabalho de escolarização.
A notícia que essa senhora Tieko estava dando aula se propagou, surgindo o interesse
de outros moradores da fazenda e do distrito do Guassú. A senhora Tieko considerava ter
bastante conhecimento para atuar como professora, de seu enteado e de outras crianças, por
ler fluentemente a Língua Portuguesa. A figura 1 apresenta a primeira turma de formandos
da escola iniciada pela professora Tieko.
Figura 1 – Primeira turma de formandos, Fonte: Acervo da Escola Municipal Fazenda Miya.
Essa imagem da professora Tieko com a primeira turma de alunos que concluíram a 4ª
série primária, permite entrever um momento solene ocorrido na escola, marcado com rigor
nas vestimentas tanto por parte da professora quanto dos alunos, que recebiam os seus
certificados em frente a instalação da escola construída em madeira.
No ano de 1966, já havia 27 alunos, todos sobre os cuidados da senhora Tieko, na busca
pela alfabetização. O material didático utilizado nas aulas era comprado no interior de São
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Paulo, mais precisamente, na cidade de Presidente Prudente, com recursos financeiros da
própria Tieko, e revendidos em uma venda da fazenda. Esta venda fornecia desde utensílios
par casa, alimentos, tecidos, instrumentos de trabalho na lavoura, bebidas e agora contava
com materiais escolares, suprindo algumas necessidades dos moradores da fazenda e região.
A figura 2 mostra já uma turma de alunos da professora Tieko constituída por alunos
da Fazenda Miya e das redondezas do distrito do Guassú, no ano de 1970.
Figura 2 – Alunos da Fazenda e redondezas Fonte: Acervo da Escola Municipal Fazenda Miya.
A figura 2 permite entrever a presença da professora Tieko e de seus alunos em frente
ainda da escola construída em madeira na Fazenda Miya, com os seus certificados de
conclusão do ensino primário. Essa imagem já possibilita verificar como o número de alunos
da escola cresceu ao longo dos anos.
Conforme mostra a figura 2, a escola passa a atender a um número significativo de
alunos, sob os comandos da professora Tieko. Os alunos que residiam longe da escola iam de
a pé ou usavam como meio transporte bicicletas, carroças puxadas a cavalo e outros ainda
residiam na casa da professora durante o ano letivo. Os materiais didáticos para os usos dos
alunos eram vendidos na venda e descontados no pagamento do funcionário no final do mês.
No início, a senhora Tieko Miyazaki Ishy, não tinha nenhum tipo de formação
específica para o exercício da docência, desenvolvia um trabalho como professora leiga. É
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oportuno registrar aqui que, Tieko Miyazaki Ishy, tinha uma formação escolar recebida na
Escola Artesanal, uma instituição de ensino primária que frequentou ainda quando morava
no interior paulista. Como imigrante japonesa Tieko, enfrentava desafios e dificuldades de
comunicação no Brasil, pois só falava o idioma em japonês. Isso fez com que os seus pais, a
matriculasse por dois anos na Escola Artesanal, que era toda paga por eles.
Nesta Escola Artesanal, Tieko Miyazaki Ishy aprendeu a ler, falar e escrever, em Língua
Portuguesa e a calcular. Além disso, aprendeu a costurar, bordar, cozinhar, jardinagem,
ofícios esses bem voltados para o sexo feminino.
De um modo geral, pode-se dizer que a Escola Artesanal acabava oferecendo com o seu
ensino, um aperfeiçoamento para as meninas também ser tornarem futuramente esposas e
donas de casa. Em 1959, Tieko, cursou também em Presidente Prudente, o Núcleo de Ensino
Profissional Livre, onde teve o seu aprendizado de Corte e Costura reforçado com os seus
conhecimentos já adquiridos na Escola Artesanal.
Em 1966, com o crescimento no número de alunos, foi construída uma escola em
madeira de 6m x 8m pela família Ishy, na sua própria propriedade. Em uma construção
simples em madeira, conforme pode observar nas figuras 1 e 2, a Escola da professora Tieko,
na Fazenda Miya de propriedade da família Ishy, funcionava em regime multisseriado,
reunindo em uma mesma sala, alunos com idades e níveis diferentes de escolarização.
Stephanou; Bastos (2009, p. 281) apontam que na classe multisseriada, "era comum
encontrar na mesma sala de aula alunos que não conheciam as primeiras letras e outros que
já sabiam ler e escrever, todos sob a orientação de um só professor".
A professora Tieko Miyazaki Ishy, abria as portas de sua casa para alguns alunos que
residiam durante a semana, para que os mesmos pudessem frequentar as aulas, pois a
distância entre a escola e a casa do aluno era muito grande. Os alunos além de estudar eram
responsáveis pela limpeza da sala, a merenda era feita pela professora e os alunos maiores
ajudavam, as regras eram duras, os alunos aprendiam desde como se sentar à mesa, saber se
comportar, costurar as roupas quando necessário, todos os dias cantavam o hino nacional.
A oficialização de funcionamento desta Escola na Fazenda Myia ocorreu no ano de
1966, durante a gestão do Prefeito Napoleão Francisco de Souza, em caráter de ensino
primário rural, multisseriada, nas propriedades da família Ishy. A responsabilidade para
funcionamento desta instituição escolar foi delegada a professora Tieko Miyazaki Ishy, que
ficou incumbida de atender a demanda de crianças e jovens da região do Guassú, com o
desafio de ensinar a ler e escrever. Apesar disso, nessa época a professora Tieko ainda não era
renumerada para o cargo que exercia nessa escola, pois foi somente a partir do Decreto
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Municipal nº 044, de 2 de Maio do ano de 1970, que a escola passou a ser denominada de
Escola Municipal de 1º Grau Fazenda Miya e a professora Tieko passou para o quadro de
funcionária municipal de Dourados, ficando responsável em exercer a docência e tendo a
responsabilidade com todos os aspectos de funcionamento da escola como as matrículas, as
transferências, atestados e outros.
Com a municipalização da Escola Municipal de 1º Grau Fazenda Miya, pelo prefeito de
Dourados. A professora leiga Tieko Miyazaki Ishy teve que sair em busca de uma formação
escolar para atender melhor os seus alunos. Dessa forma, no ano de 1973, cursou em caráter
de supletivo na Escola Estadual de 1º e 2º Grau Presidente Vargas. Ainda na década de 1970,
cursou a Habilitação Específica para o Magistério de 1º Grau, em nível I a IV, no Colégio
Normal São Francisco em Rondonópolis em Mato Grosso, em caráter intensivo de férias,
formando-se em 1977.
A professora Tieko Miyazaki Ishy cursou o Magistério para atender uma exigência da
Secretaria de Educação e Cultura do Estado, na perspectiva de continuar com as suas
atividades de docente no ensino primário rural, no distrito do Guassú.
É oportuno considerar que,
Em 1970, o Departamento de Pesquisa e Ensino solicitou que todas as Delegacias de Ensino do estado de Mato Grosso, apresentassem um levantamento das escolas, com dados reais no que se refere ao número de alunos, professores e escolas de sua extensão. Diante dessa determinação, a Delegacia Regional de Ensino de Dourados/ MT fez um levantamento de sua realidade educacional. No final deste levantamento, esta Delegacia apresentou em seu relatório, sugestões para a melhoria do serviço educacional na região, para a Secretária de Educação e Cultura do Estado, dentre elas a especialização de professores, uma vez que dos 228 professores que atuavam em grupos escolares, escolas reunidas, escolas rurais mistas, entre outras, 118 tinham a formação da escola normal e 110 eram professores leigos (PIACENTINI, 2012, p.67).
Os esforços para uma formação mais especializada dos professores leigos, não era
somente uma bandeira do município de Dourados, mas, uma preocupação em cumprir com a
Lei 5.692/71, que reestruturou o ensino e a formação de professores no Brasil. A referida lei
estabeleceu as diretrizes para o ensino de 1º e 2º grau no país Romanelli (1998).
Desse modo, a professora Tieko Miyazaki Ishy teve uma atuação significativa no sul de
Mato Grosso, pois, ao promover a escolarização de crianças e jovens do distrito do Guassú e
de seu entorno, possibilitou a criação e a instalação de uma escola primária rural, em uma
época que Mato Grosso, mesmo com a expansão do ensino primário, ocorrida nas áreas da
Marcha para o Oeste, no município de Dourados, segundo registram a Mensagem de
Governador de Estado de Mato Grosso, do ano de 1955, ainda carecia de um número
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suficiente de escolas e professores para atuar nesses estabelecimentos (FURTADO; PINTO,
2013).
Considerações Finais
No decorrer deste texto, as fontes permitiram verificar que os imigrantes japoneses
no distrito do Guassú, não promoveu apenas o desenvolvimento econômico da localidade
com a lavoura do arroz, mas também auxiliou no desenvolvimento da educação escolar, uma
vez que neste período em Mato Grosso, sobretudo nessas localidades do sul do Estado, eram
poucas escolas, principalmente nas áreas rurais, pois foi neste contexto que a senhora Tieko
Miyazaki Ishy, imigrante japonesa, ao casar e mudar-se do interior paulista para o distrito do
Guassú, no sul de Mato Grosso, viu a necessidade de alfabetizar o seu enteado e começou
ministrando aulas em sua própria casa, iniciando o trabalho com três crianças.
A análise das fontes documentais e orais permitiu verificar como foi o processo de
criação e instalação da Escola Municipal Fazenda Miya e a atuação da professora Tieko
Miyazaki Ishy. A atuação da professora Tieko Miyazaki Ishy teve uma forte representação no
desenvolvimento do Guassú, pois a sua iniciativa que surgiu dentro de sua casa, possibilitou a
criação e instalação da Escola Municipal Fazenda Miya. Em realidade, o seu trabalho docente
acabou modificando o cenário de analfabetismo e contribuindo para um novo perfil das
crianças do distrito do Guassú, no sul de Mato Grosso, sobretudo, nas décadas de 1960 e
1970. Conclui-se assim, que a escolarização no Distrito do Guassú, inicialmente é fruto da
luta dos imigrantes japoneses, que colaboraram para modificar esse cenário de analfabetismo
no Sul de Mato Grosso.
Espera-se que este trabalho contribuía para a produção e ampliação dos estudos em
torno da história do ensino primário rural brasileiro e, mais especificamente, para a história
do ensino primário rural no sul de Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul).
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