OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as...

35
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

Transcript of OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as...

Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Page 2: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Câmpus Curitiba

Departamento de Educação

ROSIMAR DA COSTA

Leitura: formação para o convívio social

Produção Didático-pedagógica,

apresentada ao Programa de

Desenvolvimento Educacional-

PDE, na área de Língua

Portuguesa, orientada pela

professora Dr.ª Paula Ávila

Nunes.

CURITIBA

2013

Page 3: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Câmpus Curitiba

Departamento de Educação

ROSIMAR DA COSTA

Leitura: formação para o convívio social

ILUSTRAÇÕES: MICHAELLE CARVALHO DA COSTA

CURITIBA

2013

Page 4: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: Leitura: formação para o convívio social

Autor: Rosimar da Costa

Disciplina/área: Língua Portuguesa

Escola de implementação: Colégio Estadual Juscelino K. de

Oliveira

Município da escola: São José dos Pinhais

Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Sul

Professor Orientador: Professora Drª. Paula Ávila Nunes

Instituição de Ensino Superior: Universidade Tecnológica Federal do

Paraná - UTFPR

Relação interdisciplinar: Todas as disciplinas

Resumo: A Produção Didático-pedagógica aqui

proposta apresenta atividades práticas

que serão desenvolvidas a partir dos

romances O Cortiço, de Aluísio

Azevedo, e Cidade de Deus, de Paulo

Lins. Nelas, serão estudados os

aspectos individuais e sociológicos

das personagens, e também a cidade

do Rio de Janeiro, palco das duas

narrativas, no que concerne a seu

processo de urbanização, percebido

em ambas as obras. O mote do

trabalho é a formação do leitor crítico

no ensino médio noturno, sendo

desenvolvido por meio de sequências

didáticas envolvendo o gênero

romance, ainda que, evidentemente,

sejam realizadas atividades que

promovam a escrita, o debate e a

compreensão do gênero discursivo em

questão.

Palavras-chave: Leitura; ensino médio; romance

Formato do material didático: Caderno Pedagógico

Público alvo: Alunos do 2º ano noturno do Colégio

Juscelino K. de Oliveira.

Page 5: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

O PDE é um programa de formação continuada, promovido pelo

Governo do Estado do Paraná que, tem por finalidade a articulação entre teoria

e prática docente.

A formação é desenvolvida no decorrer de dois anos e dividida em

quatro módulos, sendo um a cada semestre. A Produção Didático-pedagógica é

um material de cunho obrigatório do curso PDE, que deve ser apresentada no

segundo módulo, ou seja, no segundo semestre do primeiro ano de formação.

O material didático em questão tem por objetivo a elaboração criteriosa

do material prático para implementação que ocorrerá na escola-origem de cada

professor que está em formação, num terceiro momento. A elaboração teórico-

prática privilegia a prática em sala de aula, como já foi mencionado, e também

destina-se a todos os profissionais da rede, que tenham interesse em

desenvolvê-lo em suas aulas.

Essa produção se apresenta em formato de caderno pedagógico,

dividido duas sequências didáticas fundamentadas nos estudos de Scheuwly e

Dolz. A primeira diferencia a obra original da adaptação, focando nos aspectos

linguísticos e estruturais de ambas. A proposta contempla algumas adaptações

de ampla circulação para que o aluno perceba as peculiaridades de cada

formato, deixando claro a importância de se conhecer as obras originais. A

segunda sequência, envolve um estudo mais centrado no gênero, nas

questões sociais e próprias da língua. Todo o trabalho é voltado ao gênero

romance e ao desenvolvimento de habilidades de leitura. Pensando na

compreensão dos romances O Cortiço e Cidade de Deus, é desenvolvida uma

estratégia envolvendo outros gêneros textuais orais e escritos, como debate

regrado, vídeos, game, resenha crítica e reportagem. Com relação à linguagem

poética, são abordados os gêneros música e literatura de cordel.

A inserção tecnológica também é privilegiada na produção pedagógica.

Apresentação

Page 6: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Durante todo o processo, haverá momentos em que o aluno trabalhará na

Plataforma Moodle, desenvolvendo atividades de produção escrita; em

algumas, ele emitirá opinião nas produções dos colegas a respeito dos temas

estudados; em outros momentos, utilizará outras ferramentas disponíveis na

rede, como fórum e diário. O investimento em um AVA (ambiente virtual de

aprendizagem) é realizado por se tratar de uma plataforma de cunho

pedagógico.

Professora: Rosimar da Costa

Professora Dr.ª: Paula Ávila Nunes

Page 7: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

A produção didático-pedagógica auxilia o trabalho de implementação na

escola. Neste documento, escrevo, seleciono e organizo em sequências

didáticas as atividades que desenvolverei em sala, como a pontinha de um

iceberg para formar um leitor crítico.

O objetivo é ler os romances O Cortiço e Cidade de Deus com o auxílio

de adaptações.

Bakhtin define os gêneros textuais em primários e secundários, sendo os

primários mais acessíveis a todos por fazer parte do cotidiano, enquanto os

secundários são gêneros que aparecem nas esferas ideológicas, portanto mais

complexos.

O romance é classificado como gênero secundário, por este motivo

começo as aulas com uma dinâmica que levará os alunos à reflexão do gênero

em questão durante todo o desenvolvimento das atividades, construindo um

conceito de romance que será concluído ao final do projeto.

Dinâmica Preparatória do Projeto

1. entregar pedaços de papel sulfite aos alunos;

2. pedir que respondam de forma clara o questionamento que está na

lousa;

3. questionamento: O que é um romance?

4. ler com eles cada uma das respostas, colá-las em um painel ou cartaz

móvel;

5. após aula, guardá-lo até o final do projeto.

Introdução

Page 8: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Objetivos

• Diferenciar uma obra original de uma adaptação;

• Desenvolver estratégias de compreensão da leitura realizada;

• Caracterizar a função do adjetivo nas descrições;

• Utilizar a antecipação e a hipótese como estratégias de leitura;

Conhecer e produzir literatura de Cordel.

Tarefa Preparatória da Sequência

Música: Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós.

Letra disponível em: http://musica.com.br/artistas/imperatriz-leopoldinense-rj/m/samba-

enredo-1989-liberdade-liberdade-abra-as-asas-sobre-nos/letra.html

Sequência Didática I

Liberdade!, Liberdade!

Abre as asas sobre nós

E que a voz da igualdade

Seja sempre a nossa voz

Esqueceremos do patrono, o duque imortal

A imigração floriu, de cultura o Brasil

A música encanta, e o povo canta assim e da princesa

Pra Isabel a heroína, que assinou a lei divina

Negro dançou, comemorou, o fim da sina

Na noite quinze e reluzente

Com a bravura, finalmente

O Marechal que proclamou foi presidente

samba-enredo1989 (Imperatriz Leopoldinense)

Page 9: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Assistir clipe da novela Lado a lado com a cena da libertação dos

escravos.

Disponível em: http//globtv.com/rede-globo/lado-a-lado/t/extras/v/relerr

Orientações

Conversar com os alunos sobre os escravos e sua libertação e o

impacto que isso causou na sociedade, refletindo em todas as artes e também

na literatura, como veremos com a personagem Bertoleza.

Acessar o site: www.livrogame.com.br/ocortico/ permitir que os alunos

leiam as histórias em quadrinhos, lembrando que toda a conversa com os

alunos deve se destinar a diferenciação entre obra original das diversas

maneiras de adaptação existente.

É interessante conversar com o aluno e mostrar-lhe a importância da

leitura e tudo que você conhece sobre a obra, inclusive fazer um comentário

sobre as personagens e o local onde ocorre a trama, mencionar o que é uma

adaptação e uma obra original.

É importante mostrar os livros: o original e as adaptações, e também, as

obras da próxima sequência: a original e a adaptação, no caso, o filme; assim o

aluno poderá perceber a diferença nas obras, e se preparar para ler e jogar

uma obra adaptada. O game ocorrerá no primeiro intervalo, quando ele já

conhecer um pouco da história (o game está no mesmo site das histórias em

quadrinho).

Hora da Leitura

Page 10: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

A leitura deve ocorrer até o capítulo seis na página 24 do livro O Cortiço,

versão adaptada para neoleitores. A leitura ocorrerá em classe e os alunos

terão liberdade em ler sozinhos ou com um colega e também se será uma

leitura silenciosa ou a meia voz.

Atividade Intermediária

Como você já observou na nota editorial, este livro é destinado a um

público neo leitor, ou seja, é uma adaptação do texto de Aluísio Azevedo,

destinada a incentivar a leitura. Quando falamos em adaptação, estamos

dizendo que houve redução de algumas partes. Por isso, não é mais uma

original, não traz as características da época e nem o estilo do autor; no

entanto, continua sendo integral, fluente, acessível e de qualidade. O texto

original foi escrito em 1890 e, na sequência, você lerá um fragmento do

romance, em que é descrito o cortiço e sua população ao nascer de um dia.

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas

a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.

Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de

chumbo. Como que se sentia ainda indolência da neblina as derradeiras notas

da última guitarrada noite antecedente, dissolvendo-se à luz loira e tenra da

aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia.

A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e

punha-lhes um fartum acre de sabão ordinário. As pedras do chão,

esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil,

mostravam uma palidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas

secas.

Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se

amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se gosso por

toda a parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia,

suplantando todos os outros; tocavam-se de janela para janela as primeiras

palavras, os bons-dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a

pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros

Page 11: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

abafados de crianças que ainda não andam. No confuso rumor que se

formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem saber de

onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. De alguns

quartos saiam mulheres que vinham pendurar cá fora, na parede, a gaiola do

papagaio, e os louros, á semelhança dos donos, cumprimentavam-se

ruidosamente, espanejando-se à luz nova do dia.

Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma

aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavam a

cara, incomodamente, debaixo do fio d'água que escorria da altura de cinco

palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias

entre as coxas para não as molhar: via-se-lhes a tostada nudez dos braços e

do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do

casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao

contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as

ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As

portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante,

um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda

amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam o trabalho de lá ir,

despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem

ou no recanto das hortas.

O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuavam

as vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço.

Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e

rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já não se falava, gritava-se.

Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas

rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o

prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.

AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço.

Após a leitura de parte do livro adaptado e do fragmento do original, responda

as questões abaixo:

1. É característica da prosa naturalista apresentar o ambiente físico e social

detalhadamente. É assim que o cortiço é apresentado ao leitor no fragmento

Page 12: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

acima.

a. Que grupo social é retratado no texto lido?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

b. Existe algum elemento no texto, que comprove a vida difícil que os

moradores do cortiço têm? Cite-os:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

c. No texto, há sugestões de algumas sensações olfativas, auditivas, táteis e

visuais, descreva-as:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

d. No Naturalismo, homens e mulheres são vistos por uma perspectiva

biológica, em que se destaca seu lado físico, instintivo, animal e por vezes

degradante. É possível perceber o enfoque físico e social no fragmento lido?

Comente:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 13: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

e. No texto, há frases que podem parecer sem sentido por utilizar uma

linguagem da época. Transcreva uma dessas frases e reescreva-a de uma

forma mais atual, utilizando outras palavras.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

f. Podemos observar que os textos são bastante descritivos, pois as

personagens são apresentadas e descritas para que haja maior proximidade

entre personagem e leitor. Isso se dá também em resposta a uma das

características do Realismo/Naturalismo, que é a "descrição e adjetivação

objetiva, voltada a captar o real" como afirma Cereja e Magalhães (2010).

Releia a descrição das personagens abaixo listadas nos dois textos e coloque

as características abaixo dos nomes.

João Romão

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

Leandra

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

Pombinha

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

Piedade

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

g. Rita Baiana, logo que retornou ao Cortiço, conheceu o recém-chegado casal

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

português, despertando neles alguns sentimentos. Comente o que Jerônimo e

Piedade sentiram com relação à Rita.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

h. O que você acha que vai acontecer com Rita, Jerônimo e Piedade no

decorrer da história?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Orientações

Para a próxima atividade, os alunos deverão conhecer previamente o

ambiente virtual e ter instruções de como acessá-lo.

Saber quais são as ferramentas de trabalho (fórum de discussão e

diário) e como utilizá-las na plataforma.

Page 15: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

@TIVIDADE

Você deve acessar a plataforma Moodle fazer uma contribuição no fórum

de discussões para que isso ocorra, escolha uma das personagens que você

conheceu no primeiro momento da leitura, descreva-a, diga qual característica

dela mais lhe chamou a atenção e por que.

Em seguida faça dois novos acessos, contribuindo com dois colegas.

Você deverá opinar nas personagens que eles escolheram, diga o que achou

da postura de cada uma delas na história, (Lembre-se que fazer um comentário

a respeito do que o colega escreveu é emitir sua opinião, concordando ou

discordando, de forma apropriada).

Hora da Leitura

Page 16: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Momento de continuar lendo até o final do romance.

Produção Final:

O Cortiço em cordel.

Orientações

Ver o programa Globo Rural sobre o cordel no endereço:

http://www.youtube.com/watch?v=7DosjK6GSUQ

Conversar com os alunos sobre a literatura em sua forma popular e

também sobre os recursos: rimas, métrica e tema de produção.

A literatura de cordel é uma literatura popular, produzida originalmente

pelo nordestino em folhetos geralmente impressos pelo próprio autor. São

vendidos em feiras populares, pendurados em cordéis. As xilografias são as

artes de capa. Elas são gravadas na madeira, funcionando como um carimbo.

Geralmente, os cordéis são escritos em redondilha maior, e cada estrofe

apresenta seis ou sete versos. Aqui, podemos pedir que as rimas fiquem nos

versos pares, sendo as estrofes com seis versos.

O professor pode ler alguns poemas de Patativa do Assaré, ou A mulher

que deu a luz a Satanás, de José Soares.

O professor deve deixar claro para o aluno que ele produzirá uma

adaptação de O Cortiço.

Professor lembre-se que as instruções acima lhe dará certa bagagem

para orientar seu aluno na hora da produção, você também poderá utilizar

algum material como sabão, isopor ou similares para produzir a xilografia da

capa do livro de literatura de cordel produzido por seu aluno.

Emigração e suas consequências

Nesse verso popular

Nos meus singelos versinhos,

Page 17: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Atividade

a. Todo poema de cordel possui um tema, um assunto principal. Qual é o tema

do poema Emigração e as consequências?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

O leitor vai encontrar

Em vez de rosas espinhos

Na minha penosa lida

Conheço do mar da vida

As temerosas tormentas

Eu sou poeta da roça

Tenho mão calosa e grossa

Do cabo das ferramentas.

Por força da natureza.

[…]

Sou poeta nordestino

Porém só conto a pobreza

Do meu mundo pequenino

Eu não sei contar as glórias

Nem também conto as vitórias

Do herói com seu brasão

Nem o mar com suas águas

Só sei contar minhas mágoas

E as mágoas de meu irmão.

[...]

Patativa do Assaré.

Page 18: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

b. Patativa do Assaré anuncia que tipo de poesia que ele faz. Lendo o poema,

você percebe que tipo é a poesia dele? Comente.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

c. Observe a estrutura do texto estudado, veja as rimas, a disposição dos

versos e estrofes. A partir da observação produza um cordel tendo como tema

o enredo da obra O Cortiço de Aluísio Azevedo. Lembre-se que os cordéis são

escritos em redondilha maior e que aqui cada estrofe apresentará seis versos e

as rimas ficarão nos versos pares. Depois de produzir o texto transforme-o em

um livro ou livrinho e faça uma linda exposição no pátio da escola, não se

esqueça da xilografia.

@TIVIDADE:

Você deverá postar no fórum de discussão como foi produzir um cordel e

interagir com um amigo.

Page 19: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Sequência Didática 2

Objetivos:

• conhecer de forma superficial a história do bairro Cidade de Deus;

• interpretar um texto com linguagem poética;

• relacionar ficção com a realidade;

• explorar os valores éticos e morais que aparecem destorcidos na ficção;

• sensibilizar os alunos por meio dos fatos chocantes da ficção;

• mostrar que a interpretação depende da boa leitura;

• caracterizar o papel da linguagem no contexto social (norma culta e

linguagem coloquial);

• analisar a intertextualidade entre as duas obras fictícias e matérias

jornalísticas.

Atividade Preaparatória:

Ouvir com os alunos a música Maria do Socorro, interpretada por

Maria Rita.

Letra da música disponível em: http://letras.mus.br/maria-rita/1084306/

Música disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=QcAwi6voing

Maria do Socorro

Maria do Socorro

Suas pernas torneadas

Pelas ladeiras do morro

Ela vai no baile funk

De shortinho top e gorro

É afim do Zé Galinha

Mas namora o Zé Cachorro

Maria Rita

Page 20: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Na sequência, pode ser feito oralmente, os seguintes questionamentos:

• O ritmo nos lembra determinada cidade brasileira. Qual? E que relação

existe entre a cidade e o ritmo da música?

• Na música, há várias palavras que indicam um lugar na cidade A que

lugar a letra faz alusão? E por meio de quais palavras você chegou a esta

conclusão?

• Na poesia, aparece um estereótipo da mulher. Como é a mulher descrita

e qual seu papel na sociedade local?

• Quando você ouve a música, sente vontade de fazer o quê?

Orientações

Agora é o momento de você conversar com seus alunos a respeito do

conteúdo, que será uma sequência da leitura anterior, pois, em nosso estudo, a

periferia é vista como uma evolução dos cortiços. Por este motivo, iniciamos

com o samba que está intimamente ligado à cultura carioca.

Durante as aulas de leitura, precisamos saber um pouco mais sobre

alguns aspectos da cidade do Rio de Janeiro para conhecer de maneira ampla

a literatura local e histórica.

O texto abaixo tem este objetivo, pois os cortiços e as favelas, em sua

trajetória em dado momento, se cruzaram, um cedendo lugar ao outro.

Muitos de nós não estudamos sobre o assunto, porque pouco se falava

das minorias étnicas e sociais. Portanto, o tema cortiço e/ou favela, não

interessava à sociedade da época.

Cortiço em transformação

Por volta de 1890, quando "O Cortiço" de Aluísio Azevedo foi escrito, era

comum existir cortiços pela cidade, eles eram realmente agrupamentos de

Page 21: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

habitações coletivas, que tinham por objetivo oferecer moradia às classes

menos favorecidas, mas em 1903, foi baixado um decreto municipal, sob o

número 391, que proibia esse tipo de habitação por suas condições precárias

de higiene e saneamento, a final de contas a cidade se modernizava, segundo

dados do Ministério das Cidades.

O maior cortiço da época "O Cabeça de Porco", localizava-se no centro da

cidade, na rua Barão de São Félix, com quase quatro mil habitantes, ele foi

derrubado por determinação do prefeito Barata Ribeiro em 26 de janeiro de

1893. (CHALHOUB, 2006).

Com a proibição da existência e com a derrubada dos cortiços, seus

moradores precisavam de um lugar para viver.

Foi neste momento que descobriram que poderiam habitar barracões mal

construídos nos morros nos arredores da cidade, porque isto era tolerado pela

lei, assim surgiram as primeiras "favelas" no Rio de Janeiro, elas foram

crescendo e ganhando força até chegar ao modelo que conhecemos.

A Cidade de Deus tem uma história um pouco diferenciada, e por se tratar

do tema de nosso estudo, vamos fazer um breve histórico:

Na década de 1960, o Rio de Janeiro vivia um período de transformação, de

ruptura com o tradicional, no entanto, as habitações populares, sem

saneamento e urbanização, denominadas "favelas" continuavam existindo,

para minimizar o problema ficou decidido pelos políticos e pela companhia de

habitação criar 32 (trinta e duas) regiões administrativas, seriam núcleos

habitacionais capazes de abrigar toda uma população carente retirada das

favelas, no entanto estes habitantes seriam preparados previamente para

terem uma vida comunitária, serviços de infraestrutura, água, luz e esgoto

sanitário.

Segundo depoimento de Rosalina Brito, moradora da CDD (Cidade de

Deus), desde 1966, vinda do Morro do Engenho da Rainha, fazendo parte do

primeiro grupo de ocupação da Cidade de Deus.

Em 1965 iniciaram as obras, em 1966 as casas já estavam quase prontas,

só não havia a sonhada infraestrutura.

Para a infelicidade de muitos começaram as chuvas e as enchentes em

Page 22: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

várias regiões da cidade, uma das maiores catástrofes da história do Rio, o

então governador recém-eleito, Negrão de Lima, permitiu a transferência dos

desabrigados para a Cidade de Deus, sem ser essa a proposta inicial para ela.

No decorrer de sua história a comunidade foi duas vezes parar na mídia. A

primeira no final dos anos 70 e início dos anos 80, como sendo o lugar mais

violento do Rio pela guerra interna criada pelas facções do crime organizado e

a segunda foi em 2002 com o filme: Cidade de Deus de Fernando Meirelles,

reforçando a ideia de violência e tráfico.

Mesmo sendo elevada a bairro em 1998 o número de "favelas" em seu

entorno continua crescendo sem urbanização.

O conjunto habitacional chamado Cidade de Deus, ou CDD como é

chamada por seus habitantes, localiza-se na região oeste, em Jacarepaguá e

é fornecedora de mão de obra barata, tanto para Jacarepaguá quanto para a

Barra da Tijuca, pois ainda hoje o grau de escolarização de seus moradores é

muito pequeno, segundo os dados do Censo 2000, a média de escolaridade é

baixa, sendo que 27% da população têm até três anos de estudo. Aqueles que

conseguiram permanecer na escola por mais de quatorze anos não

ultrapassam 1,17% do total.

Autoria própria

Orientações

Após as discussões acerca do texto informativo, damos início ao filme

Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, lembrando que o filme é uma

adaptação também, e que, nela, o leitor ou telespectador terá a visão do diretor

adaptada para um enfoque visual.

O filme é dividido em três partes, assistiremos as duas primeiras, na

sequência discutiremos tudo o que for pertinente ao que foi assistido: a

condição de um viciado, as amizades, as armas, papel da literatura e os temas

levantados pelos alunos.

Page 23: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Atividade Intermediária

Resenha Crítica:

LISBELA E O PRISIONEIRO é uma comédia romântica e conta a história

divertida do malandro, aventureiro e conquistador Leléu (Selton Mello), e da

mocinha sonhadora Lisbela (Débora Falabella), que adora ver filmes

americanos e sonha com os heróis do cinema.

Lisbela está noiva e de casamento marcado, quando Leléu chega à cidade. O

casal se encanta e passa a viver uma história cheia de personagens tirados do

cenário nordestino: Inaura, uma mulher casada e sedutora (Virginia

Cavendish) que tenta atrair o herói; um marido valentão e "matador", Frederico

Evandro (Marco Nanini); um pai severo e chefe de polícia, Tenente Guedes

(André Mattos); um pernambucano com sotaque carioca, Douglas (Bruno

Garcia), visto sob o prisma do humor regional; e um "cabo de destacamento",

Cabo Citonho (Tadeu Mello), que é suficientemente astuto para satisfazer os

seus apetites. [...]

Disponível em:

http://www.jayrus.art.br/Apostilas/LiteraturaBrasileira/Contemporanea/Osman_L

ins_Lisbela_e_o_Prisioneiro.htm

Observe a resenha do filme Lisbela e o Prisioneiro. Veja como foi

colocada cada informação e comentário acerca do filme e responda as

questões abaixo:

a. Há no texto informações sobre a obra. Quais?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

b. São apresentados pontos positivos e/ou negativos da obra. Quais?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 24: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

c. Qual é o tema abordado no filme Lisbela e o Prisioneiro que é citado na

resenha crítica?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

d. Há também alguns comentários acerca das personagens. Retire do texto

alguns deles, mencionando a quem refere-se.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

@TIVIDADE

Produza no diário uma resenha crítica do filme Cidade de Deus. Não se

esqueça que a resenha crítica é um gênero textual que consiste em fazer um

resumo da obra ou filme, analisando e descrevendo os aspectos mais

relevantes, como vocabulário e tema, sendo seguido pelas ideias principais do

filme e a opinião do resenhista, tecendo comentários pertinentes à obra.

Observe as partes de uma resenha crítica de filme:

Roteiro:

1. Divida em cinco parágrafos;

2. No primeiro parágrafo: informações sobre a obra (título, diretor e

duração) - pode falar sobre os artistas que participaram;

3. No segundo parágrafo: resumo do filme;

4. No terceiro: pontos positivos e negativos;

5. No quarto e no quinto parágrafo falar sobre a linguagem utilizada, a que

público se destina, o que mais chamou a atenção, o contexto histórico e social

abordado e também as mensagens que se pode subentender.

Page 25: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Orientações

Será necessário fazer alguns esclarecimentos aos alunos. A primeira

edição da obra Cidade de Deus foi publicada em 1997, como parte de uma

entrevista para o projeto “Crime e criminalidade nas classes populares”. Por

essa razão, foram utilizados os nomes reais dos moradores da comunidade,

mas, quando a obra ganhou novas dimensões, tendo destaque na mídia

nacional e internacional, foi necessário nomes fictícios.

Observe:

Zé Miúdo vira Zé Pequeno

Mané Galinha vira Zé Bonito

Marreco vira Tutuca

Alicate passa a ser Martelo

Salgueirinho é Passistinha

Touro vira Belzebu

Cabeção vira cabeça de nós todo

Marimbondo vira Ferroada.

Hora da Leitura

Page 26: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

A leitura terá início no terceiro capítulo, intitulado: A história de Zé Miúdo.

Ela deve seguir até a página 350, com a morte de Antunes.

Atividade Intermediária

A guerra na Cidade de Deus tem início com a violência cometida contra

a namorada de Bonito; portanto, a parada é feita com o objetivo de trabalhar a

questão da mulher na sociedade. Para intensificar o tema em estudo, será lido

a reportagem do jornal O Globo A rotina da violência contra as mulheres.

A rotina da violência contra as mulheres

Cresce o número de denúncias de agressões e estupros. Média de mortes na

capital supera índice nacional

Sérgio Ramalho

Vera Araújo

RIO- Para se proteger da fúria do companheiro, que empunhava um facão

para marcar o seu rosto, Z. pôs o braço esquerdo na frente e, num golpe, o

agressor arrancou seu antebraço. Ela sobreviveu e, felizmente, não engrossou

as estatísticas do número de mulheres assassinadas por maridos,

companheiros ou namorados.

Segundo o Mapa da Violência do Ministério da Justiça, em 2012, no município

do Rio, ocorreram 5,2 assassinatos para cada grupo de 100 mulheres. A

capital ocupa o 19º lugar no ranking da violência contra o sexo feminino. A

média nacional é de 4,4 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres.

As agressões físicas e o estupro estão também na rotina de adolescentes no

Estado do Rio. Em janeiro do ano passado, aos 14 anos, X. foi violentada pelo

próprio padrasto ao chegar em casa. Desempregado, ele convertia em

cachaça os trocados que recebia fazendo biscates e, numa tarde, avançou

sobre a enteada. O drama de X. virou estatística do Instituto de Segurança

Pública, que contabilizou ano passado 6.029 estupros no estado, 23,7% a

Page 27: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

mais do que o registrado em 2011: 4.871. Por trás dos números, histórias de

medo e humilhação. Os dados revelam que, a cada dia de 2012, 16 pessoas

foram estupradas no estado. A situação é ainda mais perversa no bairro da

Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A região, que faz parte da

20ª Área Integrada de Segurança, ocupa há três anos o topo do ranking de

registros em números absolutos desse tipo de crime. No Dia Internacional da

Mulher, que se comemora hoje, essas estatísticas revelam que muito ainda

precisa ser melhorado.

O Globo

Disponível em: http://glo.bo/16dWHND

Atividade

1. As reportagens relatam fatos ocorridos recentemente, tendo

desmembramento da notícia, mostrando detalhes, com depoimento ou

comentário de pessoas envolvidas. Também pode aparecer dados estatísticos,

mapas e/ou gráficos, com o objetivo de informar as pessoas. Como as

reportagens chegam às pessoas, ou seja, qual é o veículo que transmite as

reportagens?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Com relação a reportagem A rotina da violência contra as mulheres, qual o

objetivo da matéria?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. Segundo a reportagem, a violência contra a mulher ocorre somente nas

Page 28: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

classes menos favorecidas? Justifique sua resposta.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4. Na reportagem, é comum o jornalista citar o discurso das pessoas

envolvidas com o assunto. Na reportagem em estudo, aparece o discurso de

outras pessoas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Quem são as pessoas que falam na reportagem, além do jornalista?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

6. Que discurso é utilizado na fala das pessoas (discurso direto ou indireto).

Como você descobriu qual é o discurso utilizado?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7. E o jornalista: qual é o discurso dele (direto ou indireto) e em que tempo está

(presente, pretérito ou futuro)?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Page 29: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

8. Os jornais geralmente procuram ser imparciais em suas matérias. Você acha

que a reportagem é imparcial ou demonstra algum posicionamento? Justifique.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

9. E você? O que pensa sobre os abusos que ainda ocorre contra a mulher?

Ela deve ser tratada dessa maneira?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

10.E se a pergunta anterior fosse relacionada a outras minorias (os pobres, os

negros, os homossexuais, as lésbicas...)? Eles merecem tratamento inferior ou

violento por algum motivo?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

11. Que tipo de linguagem é utilizada na reportagem? Assinale as alternativas

corretas.

( ) variedade da norma culta.

( ) linguagem clara, objetiva, acessível a maioria dos leitores.

( ) tempo presente, na 3ª pessoa do singular.

@TIVIDADE

No fórum, será aberto um espaço onde cada aluno deverá emitir sua

opinião de como a mulher deve ser tratada por todos, como ser humano. Os

Page 30: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

alunos deverão também contribuir com um comentário sobre a publicação de

um colega.

Hora da Leitura

Continuar a leitura até o final da obra.

Ver os Vídeos

Vida Maria

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=zHQqp1_522M

Recorte do filme Cidade de Deus em que Tiago é obrigado a ler os

classificados para Miúdo.

Ler o trecho do romance O Cortiço em que Pombinha escreve para alguém

do cortiço (texto abaixo).

Numa pequena mesa, coberta por um pedaço de chita, com o tinteiro ao lado

da caixinha de papel, a menina escrevia, enquanto o dono ou dona da carta

ditava em voz alta o que queria mandar dizer à família ou a algum mau

devedor de roupa lavada. E ia lançando tudo no papel, apenas com algumas

ligeiras modificações, para melhor, no modo de exprimir a ideia. Pronta uma

Page 31: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

carta, sobrescritava-a, entregava-a ao dono e chamava por outro, ficando a

sós com um de cada vez, pois que nenhum deles queria dar o seu recado em

presença de mais ninguém senão de Pombinha. De sorte que a pobre rapariga

ia acumulando no seu coração de donzela toda a súmula daquelas paixões e

daqueles ressentimentos, às vezes mais fétidos do que a evaporação de um

lameiro em dias de grande calor.

O Cortiço

Os três recortes servirão de motivadores para um debate regrado que

terá como tema:

UM POVO PODE MUDAR SUA FORMA DE FALAR, DE AGIR E PENSAR SE

TORNANDO MAIS PACÍFICO, TENDO A FORMAÇÃO ESCOLAR COMO

PRINCÍPIO?

Debate Regrado

1. uso de linguagem formal ou a mais próxima possível;

2. ouvir e respeitar a opinião do outro, mesmo que ela seja conflitante com

a sua;

3. falar quando for sua vez;

4. respeitar a autoridade do mediador.

ORGANIZAÇÃO (pode ser modificada pelo professor)

• quatro alunos defendem o ponto de vista (debatedor);

• quatro alunos contra-argumentam (debatedor);

• um aluno mediará o debate (mediador/mediadora);

• oito alunos elaborarão as questões, sendo quatro a favor do tema e

quatro contrárias;

Page 32: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

• um aluno ficará responsável pelo cronômetro e pelo tempo que cada

debatedor tem para expressar seu argumento;

• um aluno filmará;

• um aluno fotografará o evento.

BLOCOS

1. apresentação do tema com comentários sobre o posicionamento de

cada debatedor (5 minutos para cada um);

2. as oito perguntas serão respondida de acordo com a ordem pré

estabelecida (30 segundos para a pergunta e 3 minutos para a resposta);

3. cada debatedor formulará uma questão para ser respondida pelo

adversário (30 segundos para a pergunta, 2 minutos para a resposta, 1 minuto

para a réplica e 30 segundos para a tréplica);

a plateia fará perguntas sobre o tema, sendo destinada ao debatedor que

estará na vez de responder de acordo com o mediador.

Orientações

Todo material deverá estar pronto com antecedência para que os alunos

consigam pesquisar e estudar.

Deverá acontecer um ensaio.

Debate

O mediador dará início e conduzirá todo o processo.

O debate deverá ser filmado e fotografado, para que os alunos assistam

na aula seguinte.

Page 33: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

@TIVIDADE

Produção Final

Após o debate todos deverão compartilhar suas opiniões, dizendo o que

achou da conclusão do debate, concorda ou não com ela? E interaja com o

maior número possível de colegas que conseguir no fórum.

Page 34: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Conclusão do Projeto

Para fechar o módulo, o professor trará o painel com a primeira

atividade, aquela em que o aluno escreveu o que era romance para ele. O

professor entregará a cada aluno a sua anotação e pedirá a ele que refaça a

atividade, após as leituras realizadas. Para concluir, o professor pode fazer

uma definição mais ampla do gênero textual e do projeto.

Page 35: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE … · ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar

Referências

ASSARÉ, Patativa do. Uma voz do Nordeste. Hedra, São Paulo. 2000.

AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo, Moderna,1993.

BRITO, Rosalina. Cidade de Deus: a verdadeira história. Rio de Janeiro, 26/

05/2011 disponível em: http:/www.google.com.br#q= rosalina+brito Acesso em:

20/10/2013.

CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português Linguagens 2. Saraiva, São

Paulo. 2010.

LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo. Planeta, 2012.

CHALHOUB, Sidney. Cidade Febril Cortiços e Epidemias na Corte Imperial.

São Paulo.Companhia das Letras, 2006.

COSSON, Rildo. Letramento Literário teoria e prática. Contexto. São Paulo.

2012.

MEIRELLES, Fernando. Cidade de Deus. Imagem Filmes. 2002.

Plano para o Desenvolvimento Comunitário em Cidade de Deus disponível

em: http//www.redescomunitarias.org.br/images/Biblioteca/Plano%20. Acesso

em 21/10/2013.

RAMALHO, SÉRGIO. ARAÚJO, VERA. A rotina da violência contra as

mulheres. Rio de Janeiro,08/03/13. Disponível em: http//glo.bo/16dWHND

Acesso em: 22/10/13.

Vida Maria Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=zHQqp1_522M

acesso em 03/11/2013.