OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO ... · educação do olhar, buscando o...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica – Turma 2014
Título: Refinando o olhar para a construção da compreensão crítica da imagem.
Autor: Laneir Alves
Disciplina/Área: Arte
Escola/Implementação do Projeto:
Colégio Estadual Attílio Codato. Ensino Fundamental e Médio
Município da escola: Cambé - Pr
Núcleo Regional de Educação:
Londrina
Professor Orientador: Maria Irene Pellegrino de Oliveira Souza
Instituição de Ensino Superior:
UEL- Universidade Estadual de Londrina
Relação Interdisciplinar Arte e Língua Portuguesa
Resumo:
A leitura de imagens e o desenvolvimento do olhar serão
a essência deste projeto. Com a apropriação das novas
tecnologias, em benefício da educação, será realizada
uma pesquisa-ação que se desenvolverá a partir de
experiências fotográficas, com alunos do ensino médio,
cujos temas causem estranhamento ou encantamento,
com o propósito de desenvolver nos alunos um olhar
cuidadoso e sensível do universo no qual eles estão
inseridos. No decorrer do processo, cada aluno irá
construir uma Caixa-Diário, no qual registrará o percurso
trilhado, desenvolvimento, imagens, narrativas e demais
observações pertinentes ao tema trabalhado. Esperamos
com este projeto sensibilizar e conscientizar nossos
alunos sobre a importância de desenvolverem um
pensamento crítico diante das imagens tão presentes
nesse universo. Neste trabalho se farão presentes obras
de fotógrafos brasileiros como Sebastião Salgado,
Araquém Alcântara, Juarez Silva e outros.
Palavras-chave:
Leitura de Imagem; desenvolvimento do olhar;
sensibilidade, fotografia, produção artística.
Formato do Material Didático:
Unidade Didática
Público: 2º ano - Ensino Médio .
REFINANDO O OLHAR PARA A CONSTRUÇÃO DA COMPREENSÃO CRÍTICA DA IMAGEM
“A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, e sim em ter novos olhos”. Marcel Proust
Arte, um fenômeno comum em todas as culturas, permanente na vida da
humanidade desde os primórdios, seja ela ligada a qualquer função. O ensino de
arte pode ser recriado e para isso limites precisam ser vencidos, entende-se que
para alcançar essa busca, precisamos nos armar de atitudes e desenvolver
conceitos. Isso envolve um assumir significações mais amplas, mais interligadas
com a vida, mais atentas ao mundo. Se anteriormente o ensino de arte era pautado
em técnicas, os procedimentos de hoje focalizam a História da Arte, e não se pode
negar que o conhecimento sobre história da arte é indispensável como contribuição
para a leitura de uma obra, porém, em se tratando de arte como veículo
educacional, ela não apenas deve transmitir o conhecimento simbólico, mas ser um
processo formativo do indivíduo. As transformações no ensino da arte nesses
últimos tempos têm se mostrado significativas, e faz-se necessário pensar a
educação do olhar, buscando o aprimoramento para um olhar sensível, olhar de
percepção, pensante, descobridor, inteligente, analítico-crítico.
Enquanto nossa civilização prima pela razão e pelo trabalho, primazia essa
reforçada no ambiente escolar, nos apropriamos da arte como instrumento para
formar indivíduos que dêem atenção ao processo de olhar e de sentir, pois, ela nos
direciona aos sentimentos e ao refinamento dos mesmos, estimulando nossa
imaginação e dando vazão a nossos sonhos.
O comportamento hipnótico que adquirimos mediante as atividades
repetidas diariamente destrói a capacidade de apreciação e admiração das
pequenas coisas e das paisagens que estão ao nosso redor. Nosso olhar passa a
ser construído e dirigido por outros interesses.
APRESENTAÇÃO
Na contemporaneidade são inúmeras as imagens que nos cercam levando-
nos a um “adormecimento” do olhar. Observa-se na escola um olhar desatento, que
invariavelmente leva a leituras superficiais. Assim, exercitar o olhar se torna
essencial para desenvolvê-lo e aprimorá-lo, a fim de que não sejamos insensíveis e
indiferentes ao mundo que nos rodeia.
Esta unidade didática tem por finalidade desenvolver nos alunos um olhar
cuidadoso e sensível do universo no qual eles estão inseridos, apreendendo a
imagem de forma a contribuir na formação de sujeitos capazes de ler, analisar e
interpretar, oportunizando momentos de reflexão, conscientização e obtenção de
conhecimentos, olhando para as imagens e, conseqüentemente para a vida com
maior sensibilidade e senso crítico-reflexivo. Para tanto, me apropriarei da
linguagem fotográfica, pois, é grande sua contribuição, em se tratando de aulas de
arte, nas quais o professor tem à sua disposição os recursos tecnológicos para o
desenvolvimento das práticas pedagógicas. Devemos considerar que nossos alunos
também têm acesso a estas novas tecnologias, fazendo-se necessário então
considerar a apropriação da mesma em benefício da educação.
Como forma de avaliação, optou- se pelo portfólio, pois mediante o avanço
nos processos de ensinar e aprender arte, faz-se necessário buscar formas mais
eficazes de avaliar, e este é um recurso relativamente novo que permite, de forma
criativa, reconstruir o processo de aquisição de conhecimento dos alunos.
Fernando Hernández (2000), nos apresentando o Portfólio, cita-o como
instrumento próprio para uso avaliativo do ensino de arte nas escolas, utilizado para
reconstruir o processo de aprendizagem.
O portfólio constitui um suporte, que pode ser de escolha dos alunos ou
proposto pelo professor, usado para acomodar todos os trabalhos elaborados, ele se
compõe de tudo o que foi pensado e produzido a partir das propostas apresentadas,
das relações que o aluno estabelece com o que foi trato em aula, como se
desenvolveram suas idéias e como construiu seu próprio conhecimento. Para o
O PORTFÓLIO COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO
professor, trata-se de um material muito rico, que o leva a compreender o
desenvolvimento do aluno e como ele pensou acerca do que foi trabalhado.
Hernández (2000), sobre o portfólio explica que o mesmo pode acomodar trabalhos,
documentos e entrevistas extraclasse, informações e comentários pertinentes a
temas abordados, produções onde cada aluno registre sua trajetória e reflita suas
experiências relacionadas ao tema proposto.
O portfólio é uma criação exclusiva que, ao final de uma jornada de trabalho,
fica com o aluno, pois, passa a fazer parte da memória de sua aprendizagem.
“As fotografias são uma forma de imobilizar e aprisionar a realidade.” Sontag (1986, p. 7)
Rubem Alves, citando Nietzsche, resume sua filosofia da educação com a
frase: “A primeira tarefa da educação é ensinar a ver”, aborda que olhos têm de ser
educados. Ensinando a compor a imagens, o aluno se sensibiliza, seu mundo se
expande, passará a ver o que nunca viu antes. Para ele, “Há muitas pessoas de
visão perfeita que nada veem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser
aprendido!” (Alves, 2010). A fotografia faz pensar, provoca as pessoas a fazerem
reflexões sobre outros mundos, situações e lugares, captando momentos
antagônicos de alegria e tristeza, prazer e dor, encantadores e dramáticos, cômicos
e trágicos. Esses momentos muitas vezes passam despercebidos porque a
dinamicidade da vida nos faz passar por essas imagens sem nos atentarmos a elas.
Assim, trabalhar a composição da imagem fotográfica possibilita o desenvolvimento
cognitivo, a criatividade e o aprimoramento do olhar. É preciso disponibilizar para o
educando ferramentas que lhe possibilitarão exercer a sua criatividade e
desenvolver seu olhar crítico e sensível.
Fotografia, literalmente significa escrever com a luz. O desafio aqui será
ajudar os alunos a entenderem que a imagem fotográfica é obra pensada e
elaborada pelo fotógrafo ou artista, que a compõe a partir de suas referências
pessoais, profissionais, sociais e culturais, em um processo muito mais amplo do
REALIDADE CAPTURADA - A FOTOGRAFIA E SEU POTENCIAL
PEDAGÓGICO
que a simples operação técnica do aparelho, sabendo que seu leitor, também
carrega seus próprios conhecimentos culturais
A captura de imagens sejam elas através de câmera fotográfica ou até
mesmo as câmeras de celulares, tablets ou Iphones é vista aqui como exercício de
sensibilidade e assim, traz contribuições às aulas de arte, abordando o potencial
pedagógico da fotografia e do uso da imagem como instrumento de desenvolvimento
da construção do olhar e do pensamento crítico-reflexivo.
A imagem fotográfica é elemento essencial na constituição e formação do
indivíduo e deve ser incorporada a programas educacionais. Assim, trazer a
fotografia para o cenário da educação significa derrubar processos enraizados, o
que felizmente já vem ocorrendo há certo tempo.
A fotografia possibilita ao aluno vivenciar o processo artístico, exercitando a
prática do olhar para fotografar, capturando e realizando leituras de imagens, para
efetivamente realizar leituras de mundo, sabendo que para a arte é necessário um
olhar consciente, inteligente, um “olhar leitor”, minucioso, que tira conclusões e,
partindo da imagem, exercite o pensamento analítico.
Intervir no processo de leitura significa mediar, estimular. Mediar o contato
do estudante com a imagem, sendo ela uma obra de arte ou não, é um modo de
sensibilizar o olhar. Para Martins, Picosque e Guerra (1998), é preciso que sejamos
mediadores no processo de construção do conhecimento em arte, estimulando um
contato do aluno com a arte que seja livre, sem preconceitos, que amplie seu
repertório e o habilite a produzir sentido naquilo que lê. Esse processo deve ser mais
profundo do que o simples jogo de perguntas e respostas.
Não devemos deixar a leitura de imagem virar apenas apreciação, e sim
sermos pesquisadores da arte. Martins, em seu escrito sobre o olhar estrangeiro
argumenta sobre atitudes do professor/mediador:
MEDIANDO E ENCANTANDO
Nem sempre somos capazes de ampliar, transformar, experimentar, ousar, adequar, recriar as lições que aprendemos. Muitas vezes deixamos que o vírus estético se perca na repetição de modelos mecânicos, na banalização de problematizações, na simplificação das investigações que se tornaram velhas, porque não as fizemos renascer dentro de nós(2002, s/p).
Mediante tantas mudanças na sociedade, sejam essas mudanças sociais,
familiares ou tecnológicas, temos que nos inquietar e nos atualizar, buscando a
coerência e a competência, aprendendo juntos, ouvindo, falando menos, desafiando,
problematizando, gerando projetos. Aprender a ensinar é uma busca que deve ser
constante em nosso papel de educadores. É hora do professor se enxergar como
um encantador de estudantes, que ensine o aluno a ser amante da arte, com a qual
seu pensamento se amplie de forma crítica.
Na busca pelo constante aprender e por uma educação do olhar, o
professor/pesquisador provoca experiências, que são responsáveis por mover o
olhar para o que antes não se via. Martins nos lembra que quando o professor leva
imagens para a sala de aula, ele faz uma “Curadoria educativa.
Como em toda curadoria, a escolha das imagens faz trabalhar o olhar, um olhar escavador de sentidos. Olhar mais profundo e ao mesmo tempo sem pressa, ultrapassando o reconhecimento, o fim utilitário das imagens, e que se torna um leitor de signos. [...] Atento aos sentidos das imagens, tal qual um arqueólogo que escava à procura do desconhecido, o professor-pesquisador é um leitor de imagens que elege aquelas que vão adentrar na sala de aula para o deleite e investigação dos alunos. (MARTINS (2003, p.8)
EXERCITANDO A CURADORIA EDUCATIVA
O FAZER ARTÍSTICO
“... Não há quem passe impune pela imagem, recusando-se a ser afetado por sua presença ou a perceber os significados mais profundos nela envolvidos.”
Anamélia Bueno Buoro (2003)
O fazer artístico, a experiência da criação compreendem outra forma
importante de estimular o olhar. Como os artistas, que criam através da arte, o fazer
durante as aulas de arte é o momento de o aluno mostrar o seu olhar sobre o mundo
em que vive, expressando seus olhares perante a realidade que o cerca. Embora o
fazer artístico seja algo desafiador, porque se manipulam materiais diversos, se
pensa o espaço, o plano, isso tudo já é uma mediação; entretanto, é preciso a
presença de um professor sensível, que consiga promover encontros significativos
com a arte e com isso promover o desenvolvimento de seres mais humanos, que
considerem mais o outro.
Nesse processo o professor mediador auxilia seu aluno a produzir sentidos,
de modo a obter aprendizagem significativa. Importante saber que assim como
aprendemos a pensar sobre as coisas, devemos levar o nosso aluno a pensar,
refletir, aprender a aprender, potencializar o pensar sobre arte. Assim como
acontece conosco, o aluno só aprende ou assimila aquilo que é significativo para
ele, por isso, nossa missão é apontar caminhos para que ele construa sentidos.
A presença da linguagem fotográfica nos processos pedagógicos em Arte
será abordada aqui, considerando que a fotografia é uma linguagem utilizada pela
maioria dos jovens hoje em dia. Assim, proporcionarei aos alunos experiências
fotográficas com temas que causem estranhamento ou encantamento.
Esse trabalho será desenvolvido através de pesquisa-ação, ou seja, a busca
da transformação da prática onde pesquisa e ação caminham juntas. A pesquisa-
ação crítica promove interação entre pesquisador e sujeitos pesquisados, ela não
acontece apenas para registro e interpretação do pesquisador, ela leva em
consideração o sujeito, sua voz, sua maneira de ver, seu sentido: a voz do sujeito
participa da organização da metodologia da investigação. O que importa é o
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
processo. Para isso serão usados textos de autores que refletem sobre a construção
do conhecimento do indivíduo, tanto no aspecto do uso e abordagem de imagens e
leitura das mesmas, quanto no processo de ensino aprendizagem relacionados às
maneiras de vivenciar experiências do olhar.
Nesta proposta serão apresentadas etapas, com o intuito de desenvolver um
caminho por meio do qual será possível observar o fascínio que a fotografia exerce
sobre o aluno.
O percurso a ser trilhado na implementação do projeto respeitará as seguintes
etapas:
1. Registros fotográficos; (ação, reflexão e ação)
2. Leitura de Imagens;
3. Produção de narrativas;
4. Produção Artística.
Como método avaliativo desta unidade cada aluno irá construir um Portfólio,
que será chamado “Caixa-Diário do Artista”, no qual registrará o percurso trilhado.
Através do portfólio acontecerá o acompanhamento da evolução do aluno, sua
produção artística e escrita e tudo mais que for pertinente às propostas.
1
1 Mapa Potencial baseado na proposta do Material educativo para professor-propositor- DVDteca Arte
na Escola.
MAPA POTENCIAL
Tempo Estimado: 1 aula
Como primeiro procedimento será comunicado que, cada aluno, durante o
percurso, deverá pensar uma forma de apresentação de tudo o que for produzido e
este instrumento será chamado caixa-álbum. Nele, serão armazenadas todas as
atividades desenvolvidas nas aulas de arte no que se refere a este projeto, a saber:
imagens fotográficas, desenhos, textos, anotações, informações e demais
representações pertinentes ao tema apresentado. Para esta atividade é interessante
pedir que os alunos observem e investiguem diferentes idéias e soluções e elejam a
mais adequada à intenção de cada um. É
importante que o aluno perceba que este
instrumento servirá de apoio para que
perceba sentido no que estudou, reveja os
conteúdos trabalhados e pense sobre seu
processo de aprendizagem e avaliação.
Tema: Da imagem às palavras - Fotografia e poesia
Foco2: Conexões Transdisciplinares
Objetivo:
o Estimular a prática do olhar dos alunos através de observação, captura de
imagens e leituras de obras fotográficas e das imagens capturadas por eles
mesmos;
o Identificar possíveis relações entre imagens apresentadas;
o Instigar o processo de criação tanto imagético quanto escrito;
Tempo Estimado: 8 aulas
2A terminologia Foco é retirada dos cadernos da DVDteca Arte na Escola, pois é a ênfase no DVD que será
utilizado em aula.
PRÁ COMEÇO DE CONVERSA, ... EIS AÍ O PORTIFÓLIO, ... A CAIXA- ÁLBUM DO ARTISTA!
1. SEBASTIÃO SALGADO- CIDADÃO DO MUNDO
Outra opção: Uma seleção das imagens resultantes pode ser organizada como um álbum digital, exposta na forma de um blog fotográfico.
1.1- Ação: Capturo o que vejo! Vejo o que capturo!
o Cada aluno irá fotografar de uma a três imagens, no pátio do Colégio, de
acordo com seu interesse pessoal, com a incumbência de apresentar uma
delas para a turma e professor.
1.2- Reflexão: Provocar uma discussão sobre as imagens obtidas:
1. O que o levou a registrar esta imagem especificamente?
2. Você ficou satisfeito com a imagem que registrou?
3. De uma maneira geral, existe algo em comum na busca dessas imagens?
1.3- Ação: belo ou não?
o No pátio do colégio, o aluno irá capturar imagens fotográficas, que lhe
causem estranhamento e imagens que lhe causem encantamento
(maravilhoso, fugaz, desprezível, comum, animal, estranho).
Atividade extraclasse:
A mesma prática será proposta como tarefa, estendida de maneiras
diversas: Ex: Olhando para o alto, para baixo e ao seu entorno, no pátio,
caminho de casa, etc.
Propor que cada aluno capture, escolha imagens, revele, imprima e traga
duas dessas imagens que lhe seja significativa de alguma forma, sendo
uma de cada categoria: encantamento e estranhamento.
1.4- Reflexão: Expor as imagens de maneira a levar os alunos a observá-las e
analisá-las atentamente, percebendo a temática de cada imagem:
o O que mostram essas imagens? Pode existir alguma relação entre essas
imagens fotográficas?
o Pedir aos alunos que agrupem as fotos por temáticas a partir de critérios que
eles elejam.
o Qual a temática retratada? Ou: Qual critério vocês usaram para agrupar as
imagens?
o Deixar os alunos falarem sobre os agrupamentos e as impressões que
tiveram.
o Após este momento, cada um recolhe suas imagens para posterior trabalho. É
importante lembrar que a cada trabalho realizado os alunos deverão registrar no
diário, por escrito e de todas as outras maneiras que julgar necessárias, por
exemplo, um texto e um desenho, ou uma colagem, etc.
o Apresentar trechos do DVD educativo arte na escola com título: “Sebastião
Salgado- Cidadão do Mundo”. (Foram selecionados os seguintes trechos com
suas respectivas durações: Olhar Infantil: 0:06:00 a 0:09:34min.; Vietnã: 0:30;02
até 0:32:15min.; Desgarrados da Terra: 0:36:18 até 0:40:37min.). Total:
0:10:00min. Aproximadamente.
o Um breve texto contendo informações ou fala do fotógrafo será entregue, para
que seja explorado e anexado à caixa-diário do artista.
1.5- Reflexão: Provocar uma discussão sobre as imagens obtidas:
1. Qual a primeira sensação que esses retratos fotográficos nos provocam? O
que nos revelam?
2. Vocês sentem atração por estas imagens ou são indiferentes? Por quê?
3. Vocês já viram imagens ou cenas semelhantes a essas?
4. Qual a intenção do fotógrafo ao fazer do sofrimento dessas crianças uma
forma de arte?
5. Com relação às cores usadas, fazem pensar em que?
6. Exibir o primeiro bloco do documentário. O que ampliou o olhar dos alunos
sobre as questões anteriormente formuladas.
o De posse de suas imagens novamente, o aluno escolherá uma para analisar,
refletir e anotar palavras que lhes vêm à mente, relacionadas a sentimentos e
sensações ao contemplarem a fotografia;
1.6- Ação: Poetizando
o Propor a criação de um poema utilizando algumas ou todas as palavras
anotadas.
1.7- Criar um trabalho artístico onde estejam
presentes o poema e a fotografia, podendo
recortar, colar, pintar, sobrepor materiais,
usando sua criatividade, sensibilidade.
1.8- Avaliação:
o Os trabalhos serão colocados em portfólio,
avaliados e posteriormente expostos.
Tema: Fotografando para a vida
Foco3: Processo de Criação
Objetivo:
Exercitar a prática do olhar nos alunos através de ensaio fotográfico
buscando um olhar crítico e sensível;
Criar narrativas a partir do conjunto de imagens capturadas
Tempo Estimado: 6 aulas
2.1- Ação – Olhar:
o Mostrar as primeiras imagens do documentário (0:00:57seg), sem o som.
2.2- Reflexão: Provocar uma discussão sobre as imagens obtidas:
1. O que mostram essas imagens e qual o tema retratado?
2. Qual a primeira sensação que esses retratos fotográficos nos provocam? O
que nos revelam?
3. Vocês sentem atração por estas imagens ou são indiferentes? Por quê?
4. Quem produziu essas imagens foi um fotógrafo amador ou um profissional?
3A terminologia Foco é retirada dos cadernos da DVDteca Arte na Escola, pois é a ênfase no DVD que será
utilizado em aula.
Outra opção: Pode-se pedir que após a escrita do poema, o aluno procure fotografar novamente, buscando uma imagem que retrate seu poema de alguma forma.
2- ARAQUÉM ALCÂNTARA E A NATUREZA
o Continuar mostrando parte do documentário com som:
(00 até 0:03:04seg.)
(0:06:10 até 0:07:53 seg.)
(0:15:00 até 0:17:03seg.) Precisamente o momento em que Araquém Alcântara fala
sobre a beleza presente no horror. Total: 0:06:00min. Aproximadamente.
5. Vocês acham possível concordar com Araquém quando ele fala sobre a
beleza de uma queimada?
6. Podemos pensar em outras imagens que fundem beleza e horror?
7. Algumas fotos de catástrofes, realizadas por profissionais e publicadas em
jornais e revistas, podem ser consideradas belas? Sobre quais pontos de
vista?
8. Fazendo uma comparação sobre o estilo e a temática dos dois fotógrafos
abordados até aqui, existe algo em comum em suas imagens?
o Um breve texto contendo informações ou fala do fotógrafo será entregue, para
que seja explorado e anexado à caixa-diário do artista.
2.3- Ação: A viagem fotográfica:
Atividade extra- classe:
Cada aluno irá criar um ensaio fotográfico, isto é, uma série de fotos que
tenha um fio condutor. Levantar com eles várias possibilidades de temas,
buscando um olhar estrangeiro, capturar imagens que possam provocar uma
discussão e levar as pessoas a refletirem sobre o que está acontecendo, e
que possa olhar o seu entorno de um modo diferente.
Algumas ideias de fios condutores:
Preservação do meio ambiente
Animais abandonados;
Bancos do jardim da praça;
Ângulos inusitados da escola;
Vegetação em diferentes momentos de desenvolvimento: brotando,
florescendo, secando;
Depredação do patrimônio público;
Alguma temática relevante que se faz presente em nosso entorno ou em
nossa cidade.
o O ensaio fotográfico pode ser concretizado por
fotografias feitas com câmeras digitais ou por
celulares. Revelar (Ver quantas imagens podem
ser selecionadas para revelação).
o Cada aluno criará uma forma de apresentação
dessas imagens, que serão anexadas a Caixa-
álbum do Artista. 4
2.4- Reflexão e Criação de narrativa:
o Propor ao aluno a criação de um texto narrativo
observando e refletindo sobre as imagens e a temática abordada no seu ensaio
fotográfico.
2.5- Avaliação:
o Os trabalhos serão colocados em portfólio, avaliados e posteriormente
expostos.
Tema: Capturando o que vejo, observando o que capturo!
Foco5: Linguagens Artísticas
Objetivo:
4 Proposta apresentada está embasada no - (DVDteca Arte na Escola - Material educativo para
professor propositor; 39).
5A terminologia Foco é retirada dos cadernos da DVDteca Arte na Escola, pois é a ênfase no DVD
que será utilizado em aula.
3- MACROFOTOGRAFIA- JUAREZ SILVA
Outra opção: Debate em forma de júri: Para tornar esse momento mais interessante, convide seus alunos a organizarem um júri simulado entre os preservacionistas.
Estimular a prática do olhar nos alunos através de observação, leituras de
obras fotográficas e das imagens capturadas por eles mesmos;
o Observar e explorar os detalhes visuais e técnicas que estão presentes na
natureza através de fotografia e desenho.
Tempo Estimado: 6 aulas
3.1- Ação: Ampliando o olhar:
o Apresentação de parte do documentário: Macrofotografia:
(0:00:00 até 0:02:05seg.)
(0:03:21 até 0:05:55seg.)
(0:09:11 até 0:10:39seg.)
(0:17:10 até 0:19:04seg.) Total: 0:09:50 seg., aproximadamente.
o Um breve texto contendo informações ou fala do fotógrafo será entregue, para
que seja explorado e anexado à caixa-diário do artista.
3.2- Reflexão: Observando
o Levar os alunos a uma praça, propondo que observem plantas, detalhe de
elementos naturais e até insetos que ali vivem.
Obs.: Proponha que andem em grupos para maior segurança.
3.3- Ação: O Fazer Artístico
o Propor aos alunos que cada um eleja um elemento ou detalhe da natureza e
produzam uma série de quatro imagens fotográficas, em ângulos diferentes;
o Sugerir que apresentem as imagens fotográficas em pendrive.
o Cada um deverá escolher uma das imagens e, na próxima aula, trazer duas
cópias impressas em dimensão 10x15cm;
Na sequência da atividade, os alunos trabalharão desenho da seguinte forma:
o Criar uma pequena moldura quadrada de papel, onde o orifício seja na
dimensão aproximada de 2x3cm;
o Localizar essa moldura sobre um detalhe da fotografia trazida,
reproduzindo esse detalhe em desenhando em papel A4;
o Sugerir materiais alternativos (tinta, colagens, giz de cera, carvão, lápis,
etc) para a finalização essa intervenção.
o A outra imagem será manipulada com materiais que alterem a imagem ou
o brilho, (esponja de aço, lixas, hastes flexíveis embebidas em brilha
alumínio, água sanitária e acetona, etc.)
3.4- Reflexão: Comparando resultados
o Ao final os alunos poderão comparar os resultados obtidos nas três
linguagens se atentando para detalhes não percebidos anteriormente.
3.5- Ação: Relatando a experiência
o Sugerir que os alunos escrevam um breve relato sobre a experiência vivida
enfocando os resultados.
3.6- Avaliação:
o Os trabalhos serão colocados em portfólio, avaliados e posteriormente
expostos.
Tema: Da imagem nua e crua para a ilusão fotográfica!
Foco6: Processo de Criação
Objetivo:
Observar e Estimular a prática do olhar sensível nos alunos através da
temática retratada no documentário e da leitura das obras explorando os
detalhes visuais e técnicas presentes;
Criar a partir da imagem produzida.
Tempo Estimado: 8 aulas
6A terminologia Foco é retirada dos cadernos da DVDteca Arte na Escola, pois é a ênfase no DVD
que será utilizado em aula.
4- VIK MUNIZ - LIXO EXTRAORDINÁRIO
4.1- Ação:
o Apresentar um detalhe em zoom de uma das imagens da série “Lixo
Extraordinário” (onde se vê apenas lixo).
4.2- Reflexão: Provocar uma discussão sobre as imagens obtidas:
1. O que mostra essa imagem? A que se refere?
2. Qual a primeira sensação essa imagem provoca?
3. Existe algo em comum entre esses objetos?
4. Vocês sentem atração por esta imagem ou é indiferente? Por quê?
5. Vocês já viram imagens ou cenas semelhantes a essa?
6. Quem produziu essas imagens foi um fotógrafo amador ou um profissional?
o Apresentar a obra por inteiro, e continuar a análise:
7. O que mostra essa imagem? A que se refere?
8. Qual a primeira sensação essa imagem provoca?
9. Vocês sentem atração por esta imagem ou é indiferente? Por quê?
10. Qual a intenção do fotógrafo?
o Apresentar partes do documentário “Lixo Extraordinário”, do artista Vik Muniz.
4.3- Ação: Fazer coletivo: (grupos de três a quatro alunos)
o Orientar os alunos para a atividade que
farão em grupos contendo três a quatro
integrantes:
o Cada grupo selecionará uma imagem
obtida no processo;
o Esta imagem deverá ser ampliada, em
dimensão sugerida de 1,20m x 0,80m ou
em um tamanho que o espaço onde
trabalham possibilite. A ampliação pode ser
feita com o auxílio de um retroprojetor (em
sala de aula) ou então ser impressa;
Outra opção: Registrar imagens de um profissional, cuja área será da escolha do grupo. Produzir um trabalho artístico utilizando os mesmos recursos sugeridos, porém, desenvolvendo a obra com técnicas e materiais que se identifique com as imagens.
o Além da imagem, o grupo deverá trazer materiais que estejam conectados, de
algum modo, à imagem escolhida, materiais inusitados que poderiam ser
utilizados para compor como em mosaicos;
o Iniciar a montagem da imagem, utilizando os materiais trazidos, como em
mosaico;
o Fotografar cada obra; 7
o Sugerir a digitalização de cada trabalho em formato pôster.
4.4- Reflexão e Criação de narrativa:
o Construir uma narrativa sobre o processo de criação do trabalho e o resultado
obtido.
Tempo Estimado: 3 aulas
Ao término do processo, o conteúdo das caixas- álbum será avaliado, sendo
contextualizado dentro do percurso pessoal de cada aluno.
Em compartilhamento com o grupo podem ser discutidos quais
conhecimentos adquiridos e as transformações ocorridas quanto ao aprimoramento
do olhar crítico dos alunos sobre as imagens e ainda sobre questões éticas.
Posteriormente ocorrerá a apresentação das caixas-álbum e seu conteúdo,
como objeto artístico a toda comunidade escolar, em forma de exposição.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Rubem. Pimentas na inteligência. Disponível em: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/152/artigo234696-1.asp- Reportagem originalmente publicada pela Revista Educação, edição 207 (julho, 2014). Acesso em 02/08/2014.
7 Atividade baseada no trabalho do artista que se encontra no DVD Lixo Extraordinário.
FINALIZANDO O PROCESSO
ALVES, Rubem. Educar. (outubro, 2010). Disponível em: https://mscamp.wordpress.com/tag/rubem-alves/ -. Acesso em 24/08/2014.
Araquém Alcântara e a natureza / Instituto Arte na Escola ; autoria de Eliane de Fátima Vieira Tinoco ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006. (DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 39) BUORO, Anamelia Bueno. Olhos que pintam: a leitura da imagem e o ensino da arte . São Paulo. Editora Cortes, 1996.
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