OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · ... e de outras apropriações ... é...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO UNIDADE-DIDÁTICA TURMA - PDE/2013
Título Práticas de Leitura nas aulas de Língua Portuguesa – O Conto Chapeuzinho Amarelo e outros chapeuzinhos
Autora Sandra Regina Alves
Disciplina/ Área Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto
Colégio Estadual Dr. Sebastião Paraná
Município da escola Wenceslau Braz
Núcleo Regional de Educação
Wenceslau Braz
Professora Orientadora: Eunice de Morais
Instituição de Ensino Superior
UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Formato do Material Didático
Unidade Didática
Relação Interdisciplinar Arte
Público Alvo 4º ano do Curso de Formação de Docentes
Resumo O trabalho consiste na elaboração de uma unidade didática ou conjunto de aulas destinadas ao 4º ano do Curso de Formação de Docentes explorando o tema em estudo Leitura e Produção de Textos: uma abordagem das singularidades do conto Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, e de outras apropriações (ou revisitações) do Chapeuzinho Vermelho. Serão utilizados textos, livros e teatro, dentro de uma conjuntura que tem como objetivo fazer com que os alunos compreendam a verdadeira prática de leitura, a qual não deve pautar-se pela decodificação mecânica, mas motivar a leitura com a finalidade de ampliar o conhecimento de mundo do aluno e torná-lo um leitor crítico. Serão desenvolvidas atividades e procedimentos individuais e coletivos visando o desenvolvimento do aluno com ênfase no seu aprendizado de literatura para a formação de um leitor consciente e crítico. Ou seja, esta unidade didática foi desenvolvida com base no Método Recepcional que apresenta cinco etapas. Tem como objetivo proporcionar material de apoio para as aulas de Língua Portuguesa bem como fazer com que o aluno desperte seu lado crítico perante aos textos literários.
Palavras-chave
Contos. Leitura. Chapeuzinho Vermelho. Chapeuzinho Amarelo.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
EQUIPE PEDAGÓGICA DO PDE
SANDRA REGINA ALVES
PRÁTICAS DE LEITURA NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA – O CONTO
CHAPEUZINHO AMARELO E OUTROS CHAPEUZINHOS
WENCESLAU BRAZ – PR 2013
UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA
PRÁTICAS DE LEITURA NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA – O CONTO
CHAPEUZINHO AMARELO E OUTROS CHAPEUZINHOS
Professora PDE: Sandra Regina Alves.
Área: Língua Portuguesa.
NRE: Wenceslau Braz.
Professora Orientadora IES: Eunice de Morais.
IES vinculada: UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Escola de implementação: Colégio Estadual Dr. Sebastião Paraná.
Público objeto da intervenção: 4º ano do Curso de Formação de Docentes.
TEMA DE ESTUDO – Leitura e Produção de Textos: uma abordagem das
singularidades do conto Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, e de outras
apropriações (ou revisitações) do Chapeuzinho Vermelho.
TÍTULO: Práticas de Leitura nas aulas de Língua Portuguesa – O Conto
Chapeuzinho Amarelo e outros chapeuzinhos.
RESUMO
O trabalho consiste na elaboração de uma unidade didática ou conjunto de aulas
destinadas ao 4º ano do Curso de Formação de Docentes explorando o tema em
estudo Leitura e Produção de Textos: uma abordagem das singularidades do conto
Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, e de outras apropriações (ou revisitações)
do Chapeuzinho Vermelho. Serão utilizados textos, livros e teatro, dentro de uma
conjuntura que tem como objetivo fazer com que os alunos compreendam a
verdadeira prática de leitura, a qual não deve pautar-se pela decodificação
mecânica, mas motivar a leitura com a finalidade de ampliar o conhecimento de
mundo do aluno e torná-lo um leitor crítico. Serão desenvolvidas atividades e
procedimentos individuais e coletivos visando o desenvolvimento do aluno com
ênfase no seu aprendizado de literatura para a formação de um leitor consciente e
crítico. Ou seja, esta unidade didática foi desenvolvida com base no Método
Recepcional que apresenta cinco etapas. Tem como objetivo proporcionar material
de apoio para as aulas de Língua Portuguesa bem como fazer com que o aluno
desperte seu lado crítico perante aos textos literários.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho é uma unidade didática desenvolvida dentro do Projeto
de Desenvolvimento Educacional (PDE) do qual participo e que é proporcionada
pelo Governo do Estado do Paraná aos professores da rede pública estadual.
Esta unidade didática é o resultado de um dos trabalhos que são
desenvolvidos neste projeto. O referido projeto didático tem como tema de estudo
Leitura e Produção de Textos: uma abordagem das singularidades do conto
Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, e de outras apropriações (ou revisitações)
do Chapeuzinho Vermelho. A qual foi utilizada como base a dos Irmãos Grimm.
A mesma foi elaborada por SANDRA REGINA ALVES e representa o
resultado parcial do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), em Língua
Portuguesa, desenvolvido numa parceria entre a SEED – Secretaria de Estado da
Educação e UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa, sob a orientação da
Professora Eunice de Morais.
O presente material deverá ser utilizado para o desenvolvimento da fase do
PDE intitulada Implementação Pedagógica, no Colégio Estadual Dr. Sebastião
Paraná na cidade de Wenceslau Braz/Pr.
MÉTODO RECEPCIONAL
Para desenvolver a estratégia metodológica proposta nesta unidade didática,
respaldamo-nos no Método Recepcional, que tem sido bastante utilizado em sala de
aula e tem tido bons resultados.
No que se refere ao Método Recepcional, entre muitos aspectos, ele prioriza
o leitor como elemento primordial. E é pensando neste leitor que as etapas
propostas para o desenvolvimento do Método Recepcional são feitas. Estas etapas,
de acordo com Bordini e Aguiar (1988, p. 88), são um processo dinâmico, gradativo
e contínuo. São elas:
a) Determinação do horizonte de expectativas: Momento de conhecer
o aluno – suas crenças, seus modismos, estilos de vida, preconceitos de ordem
moral e social e interesses específicos de leitura.
b) Atendimento do horizonte de expectativas: consiste em
proporcionar aos alunos as experiências com os textos literários que satisfaçam as
necessidades dos alunos em dois sentidos: quanto ao objeto, e, segundo, quando às
estratégias de ensino.
c) Ruptura do horizonte de expectativa: Momento de oferecer leituras
que irão abalar as certezas e costumes dos alunos, seja em termos de literatura ou
de vivência cultural.
d) Questionamento do horizonte de expectativa: Momento de
avaliar/comparar quais leituras empreendidas até então exigiram um nível mais alto
de reflexão, e diante da descoberta de seus sentidos possíveis trouxeram um grau
maior de satisfação.
e) Ampliação do horizonte de expectativas: Momento para refletirem
acerca das possíveis relações entre leitura e vida. Nessa fase, os alunos tomam
consciência das alterações e aquisições obtidas através da experiência com a
literatura.
Nesta unidade didática, buscando efetuar um trabalho dialogado entre “O
Conto Chapeuzinho Amarelo e outros chapeuzinhos” baseados em um contexto que
aborda as práticas de leitura nas aulas de Língua Portuguesa. Utilizou-se assim o
Método Recepcional, com algumas adaptações.
CARO (A) PROFESSOR (A)
Antes de contextualizar sobre os contos, fazer
uma sondagem oral com os alunos (as) sobre o
hábito de leitura de cada um.
Chapeuzinho Vermelho
Chapeuzinho amarelo
CONTOS....
Atividade I
De maneira bastante informal, elabore oralmente as seguintes perguntas
para os alunos:
O que o aluno gosta de ler?
Com que frequência faz alguma leitura?
Tem hábito de ler o quê?
Qual o gênero literário que mais lhe chama atenção?
ORIENTAÇÃO PARA O (A) PROFESSOR (A)
Após sondagem sobre os hábitos de leitura, é o momento, que o (a) professor (a) deve conversar com os alunos sobre os Contos, conceituá-lo, falar sobre sua importância e do seu propósito. Neste momento, para descontração mostrar para os alunos o vídeo sobre contos de fadas, disponível no site: http://www.youtube.com/watch?v=B_kHjb9tV6U
.
CONTOS
Segundo Machado (2010) conto é uma forma de narrativa, em prosa, obra de
ficção de menor extensão no sentido estrito de tamanho em relação às novelas e
romances, os quais são extensos e com muitas personagens.
Segundo Schiller, poeta alemão (séculos XVIII-XIX) citado por Abramovich
(1989), há mais significado nos contos que lhe contaram durante a infância do que
na verdade que a vida ensina. A arte de contar histórias está intrinsecamente ligada
à existência do pensamento humano, as fábulas, que na maior parte das vezes
encerravam lições de moral, deram origem aos contos de fadas. Os chamados
contos de fadas vieram quiçá da própria necessidade humana de mentir ou de
"enfeitar" a realidade. Porém, nas fábulas, que deram origem aos contos de fadas,
CARO (A) PROFESSOR (A)
OS VÍDEOS MENCIONADOS AO LONGO DO
TRABALHO, RETIRADOS DO SITE DO
YOUTUBE PODEM SER RETIRADOS DO AR
E POSTADOS EM OUTRO ENDEREÇO
ONLINE A QUALQUER MOMENTO.
se buscava uma lição final que cabia como um ensinamento para quem as
ouvissem.
Os contos têm uma linguagem simbólica, linguagem que enriquece a
imaginação de uma criança, que, por sua vez, estabelece uma relação entre o
mundo externo e o interno. Eles favorecem a capacidade de imaginação na difícil
tarefa da observação de seus sentimentos.
Ainda se tratando dos conteúdos trazidos pelos contos de fadas,
BETTELHEIM (1980, p.14) coloca que:
[...] é exatamente a mensagem que os contos de fadas transmitem à criança
de forma múltipla: que uma luta contra dificuldades graves na vida é
inevitável é parte intrínseca da existência humana – mas que se a pessoa
não se intimida, mas se defronta de modo firme com as opressões
inesperadas e muitas vezes injustas, ela dominará todos os obstáculos e,
ao fim, emergirá vitoriosa. (...) O conto de fadas confronta a criança
honestamente com os predicamentos humanos básicos.
Segundo Soares (2003) a arte literária nos faz ver o mundo com um olhar
transformador, pois proporciona ao ser humano e inclusive às crianças a capacidade
de ver e sentir a realidade com um olhar mais generoso, de maneira mais sensível,
inovadora, que ao mesmo tempo permite uma interatividade com a sua existência
concreta e objetiva. A autora ainda menciona que os conflitos bem como sua
superação, fazem parte da vida do ser humano e os contos de fadas trabalham
diretamente com isso, através de uma simbologia poética cheia de sentimentos, que
amplia a capacidade de imaginação, da busca da maturidade e expressão de
sentimentos (SOARES, 2003).
As histórias infantis são contos bem antigos e ainda hoje podem ser
consideradas verdadeiras obras de arte, lembrando sempre que seus enredos falam
de sentimentos comuns a todos nós, como: ódio, inveja, ciúme, ambição, rejeição e
frustração, que só podem ser compreendidos e vivenciados pela criança através das
emoções e da fantasia.
De acordo com Zilberman (1989) os contos de fadas funcionam como
instrumentos para a descoberta desses sentimentos dentro da criança (ou até
mesmo de adultos), pois os mesmos são capazes de nos envolver em seu enredo,
de nos instigar a mente e comover-nos com a sorte de seus personagens. Causam
impactos em nosso psiquismo, porque tratam das experiências cotidianas,
permitindo que nos identifiquemos com as dificuldades ou alegrias de seus heróis,
cujos feitos narrados expressam, em suma, a condição humana frente às provações
da vida.
Os contos de fadas são considerados por inúmeros pesquisadores como um
ótimo instrumento para o desenvolvimento integral da criança, proporcionando a
possibilidade do desenvolvimento de uma autoestima positiva.
Os contos começam de maneira simples e partem de um problema ligado à
realidade como a carência afetiva de Cinderela, a pobreza de João e Maria ou o
conflito entre filha e madrasta em Branca de Neve. Na busca de soluções para
esses conflitos, surgem as figuras “mágicas”: fadas, anões, bruxas malvadas. E a
narrativa termina com a volta à realidade, em que os heróis se casam ou retornam
ao lar.
[...] Só partindo para o mundo é que o herói dos contos de fadas (a criança) pode se encontrar; e fazendo-o, encontrará também o outro com quem será capaz de viver feliz para sempre; isto é, sem nunca mais ter de experimentar a ansiedade de separação. O conto de fadas é orientado para o futuro e guia a criança – em termos que ela pode entender tanto na sua mente inconsciente quanto consciente – ao abandonar seus desejos de dependência infantil e conseguir uma existência mais satisfatoriamente independente (BETTELHEIM, 1980, p.19).
A fantasia facilita a compreensão das crianças, pois se aproxima mais da
maneira como vêem o mundo, já que ainda são incapazes de compreender
respostas realistas. Não esqueçamos que as crianças dão vida a tudo. Para elas, o
sol é vivo, a lua é viva, assim como todos os outros elementos do mundo, da
natureza e da vida.
GUTFREIND (2004) fala ainda da importância do final feliz que o conto de
fadas possui. Segundo sua experiência clínica, crianças que estão em contato com
os contos de fadas possuem maior habilidade para acrescentarem finais felizes ou
melhores para os seus sonhos. Isso se dá através da evocação dos processos de
reparação que o final feliz do conto oferece para a criança. Por isso, BETTELHEIM
(1980) cita Lewis Carrol quando este chama os contos de fadas de “presente de
amor”, pois eles não fazem solicitações, mas dão esperança para o futuro.
Trabalhar com os contos de fadas em um contexto da prática
psicopedagógica pode tornar mais fácil e criativo o processo de construção da
CARO (A) PROFESSOR (A)
Nesse primeiro momento realizar um trabalho
individual
autoestima e do autoconceito em crianças quanto ao resgate das dificuldades de
aprendizagem.
Segundo Oaklander (1989), os contos de fadas se bem trabalhados em sala
de aula, oferecem uma grande riqueza de material de trabalho. Para a mesma
autora, os contos de fadas desenvolvem a capacidade de fantasia infantil e o
desenvolvimento da personalidade. Enquanto diverte as crianças, os contos
esclarecem sobre si mesmos e favorecem o desenvolvimento da sua personalidade.
Por isso, um conto trabalha o aspecto afetivo, psicológico e cognitivo.
Através de um conto, adultos podem conversar com crianças sobre o que são
importantes, seus medos, anseios e até mesmo sua felicidade. Enquanto
permanecem frente a um livro, a criança olha as figuras, lêem episódios e com isso
se faz um importante meio de estabelecer algum contato com crianças que buscam
a imaginação para se expressar.
O maravilhoso dos contos de fadas faz com que aos poucos a magia, o
fantástico, o imaginário deixem de ser vistos como pura fantasia para fazer parte da
vida diária de cada um, inclusive dos adultos que já se permite em muitos momentos
se transportarem para este mundo mágico, onde a vida se torna mais leve e bem
menos operativa.
Diante do exposto a literatura dos contos constitui-se um componente
curricular fundamental para a formação dos leitores.
Atividade II
1. Que contos de fadas você conhece? Qual o seu preferido?
2. Quando era criança, alguma vez sentiu medo de ouvir essas histórias?
3. O que você prefere: ouvir, ler uma história ou assistir a ela?
4. Procure lembrar-se de uma história e conte-a aos colegas.
ORIENTAÇÃO PARA O (A) PROFESSOR (A)
Baseado no contexto anterior, disponibilizar o texto ERA UMA VEZ da autora Georgina da Costa Martins, o qual não é um conto de fadas, mas
explica as origens e existência desse tipo de história. Entregar para cada aluno (a) um texto impresso.
ORIENTAÇÃO PARA O (A) PROFESSOR (A)
Na atividade II, a de n° 4, deverá ser feito uma roda em sala de aula, a qual será palco das histórias que os alunos irão escrever.
Após esse momento o trabalho a ser feito será em grupo. O qual deve ter no máximo 4 integrantes.
Caro professor.......
Na atividade III o trabalho deve ser feito
impresso, o qual será apresentado para toda a sala
de aula em um dia proposto. O mesmo deve conter
figuras e Referências.
Atividade III
1. Fazer uma pesquisa em grupo do seguinte tema: Contos de fadas históricos.
ERA UMA VEZ1.......
Georgina da Costa Martins
Você gosta de contos de fadas? Eu sou fascinada! E foi por adorar as histórias de João e Maria, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e tantas outras que resolvi estudá-las. Comecei pesquisando sobre os países e as épocas em que elas surgiram. Fiz incríveis descobertas! Mas o que me interessou mesmo foi a possibilidade de aprender um pouco sobre a história das crianças do mundo por meio desses contos. Se você quiser saber o que pesquisei e concluí, será meu convidado especial a partir de agora.
Os contos de fadas não tinham autores. Inventadas pelo povo, essas histórias eram contadas de uma pessoa para outro e para outra e para outra... E, de boca em boca, acabaram conhecidas em diversos países.
Em 1697, quando no mundo ainda havia muitos reis e rainhas dando ordens, um francês chamado Charles Perrault, que adorava contar histórias para as damas da corte, resolveu juntar todos os contos que conhecia e fazer um livro. O título que ele escolheu alguns de vocês já deve conhecer: Contos da Mamãe Ganso. Mais de um século se passou e, em 1812, na Alemanha, dois irmãos chamados Wihelm e Jacob Grimm, que também gostavam muito de ouvir e estudar tais histórias publicaram outro livro com mais contos ainda, os Contos da infância e do lar. Pois muito bem, aqui estou eu empolgada em falar dos contos de fadas, deixando de lado a minha pesquisa sobre a situação da criança. Mas é que tudo começou quando resolvi estudar um pouco a história da França do tempo de Charles Perrault. Veja só!
Nos tempos do rei Sol Em 1697, o rei da França era Luís XIV, o conhecido como rei Sol
porque seu palácio era todo ornamentado com ouro e brilhava como o Sol (cá pra nós, muito parecido com o palácio da história da Cinderela). Mas, apesar de o monarca ostentar todo esse luxo, seu povo passava fome e sofria muito por conta das doenças e guerras da época.
A maioria das famílias mal tinha pão para alimentar seus filhos — e pior: quando tinham o pão, este era feito com farelos, urtigas cozidas, sementes desenterradas e até carne de animais mortos pela peste negra — hoje chamada de peste bubônica —, doença transmitida pela pulga do rato que, na época, também causou a morte de milhares de pessoas.
Em meio a tanto sofrimento, as crianças eram ainda mais sacrificadas, uma vez que os pais, por não terem condições de criá-las, muitas vezes a abandonavam em estradas ou florestas, na esperança de que conseguissem um futuro melhor — o que, na maior parte dos casos, não acontecia.
Também era comum que as crianças fossem deixadas em orfanato. No entanto, por causa da superlotação desses lugares, muitas delas morriam por falta de cuidado, por causa da fome e de diversas doenças. Mesmo sabendo
1 AZAVEDO, C. S. L. Língua Portuguesa, 6º ano. Curitiba: Ed. Positivo, 2009. (página, 101).
de tudo isso, as famílias não tinham escolha. Para elas, presenciar a morte dos filhos em casa deveria ser mais doloroso do que deixá-los nos orfanatos.
Dos contos de fadas para a realidade
Diante desses fatos históricos, comecei a entender porque em quase todos os contos de fadas aparece sempre o sofrimento infantil: criança que é expulsa de casa, que é obrigada a trabalhar, que é maltratada pela madrasta, que é aprisionada por bruxas e ogros, além de uma grande quantidade de meninas pobres que têm como última alternativa o casamento com príncipes.
Veja o exemplo do Pequeno Polegar: sete irmãos foram expulsos de casa porque os pais não tinham como alimentá-los. Essas crianças vão parar na casa de um ogro faminto (uma espécie de bicho papão), mas conseguem escapar graças à esperteza do Pequeno Polegar.
Outra história que também se refere ao abandono de crianças é a de João e Maria: dois irmãos são abandonados na floresta pelos pais, que não tinham como alimentá-los. O menino e a menina, depois de peregrinar pela mata, encontram uma casa feita de doces. Imagine você o que significaria para aquelas crianças encontrar uma casa dessas!
Entendeu agora a relação entre os contos de fadas e a realidade? É claro que essas histórias não estão falando de pessoas de verdade, não estou dizendo que existiu um João e uma Maria que foram abandonados pelos seus pais, nem mesmo um garotinho do tamanho de um dedo polegar. O que quero dizer é que, naquela época, era muito comum o abandono de crianças, e, como o povo costumava inventar histórias misturando fantasia com realidade, esses contos foram se proliferando.
A história que não mudou
A essa altura, você deve estar imaginando a mesma coisa que eu quando comecei a pesquisa: que mesmo depois de tanto tempo, mais de trezentos anos depois de Charles Perrault ter recolhido aquelas histórias, a situação das crianças em nosso país (e em muitos outros) é ainda parecida com a de meninos e meninas daquele tempo. Por causa da miséria, pais continuam abandonando seus filhos pelas ruas, crianças se vêem obrigadas a trocar a escola pelo trabalho, meninas pobres que esperam encontrar seus príncipes encantados para salvá-las da fome acabam enganadas por adultos mal-intencionados... O lado triste da realidade é que nenhuma fada madrinha vai aparecer para transformar meninas pobres em princesas, muito menos meninos famintos vão encontrar casas feitas de doces. Embora eu desejasse ter uma varinha de condão para fazer com que a história de todas as crianças abandonadas tivesse um final feliz, estou certa de que essa realidade só mudará com o empenho de governantes e o apoio de toda a sociedade.
ORIENTAÇÃO PARA O (A) PROFESSOR (A)
Após leitura silenciosa, comentar o texto com os alunos e debatê-lo.
Explicar para os alunos que nesse texto a autora apresenta suas descobertas sobre o mundo dos contos de fadas.
Em seguida explicar as atividades propostas.
CARO (A) PROFESSOR (A)
O exercício 5 da atividade IV, deve levar os alunos a refletirem as informações do texto e a valorizá-las como instrumentos de compreensão e de apreciação desse tipo de leitura.
PROFESSOR (A)....
Depois de conceituar sobre os contos e contextualizar sobre o
gênero, é a partir desse momento que entra o conto da
Chapeuzinho Vermelho e suas versões.
Atividade IV
1. Qual é o recurso utilizado pela autora para chamar atenção do leitor no início
do texto?
2. Logo no primeiro parágrafo, a autora faz um convite ao leitor. Que convite é
esse?
3. Muitos contos de fadas têm bosque como cenário principal. Pense na história
de Chapeuzinho Vermelho e mencione o que o bosque representa nessa história?
4. Como surgiram os contos de fadas?
5. Essa leitura foi importante para aprofundar seu conhecimento sobre os contos
de fadas, ou acabou com a fantasia que você tinha sobre eles?
Caro (a) professor (a) .....
Nesse momento o professor mediador, poderá trabalhar em duplas. Onde
serão entregues as cópias impressas dos textos de Chapeuzinho Vermelho e suas
versões.
Segue assim, as versões a serem usadas e fragmentos da narração:
CHAPEUZINHO VERMELHO (século 17) DE CHARLES PERRAULT
A versão impressa mais antiga é de Charles Perrault, Le Petit Chaperon
Rouge, retirada do folclore francês foi inserida no livro Contos da Mamãe Gansa.
Essa versão foi escrita para a corte do rei Louis XIV, no final do século 17, destinada
a um público, que o rei entretinha com festas extravagantes e desde então o conto é
apresentado com diferentes versões. O desfecho da narração de Charles Perrault é
um pouco diferente dos outros contos de fadas, pois é uma versão sem final feliz.
Chapeuzinho Vermelho é devorada pelo lobo, assim como sua avó, porque
não seguiu os conselhos da sua mãe. Observe o fragmento do conto:
[...] Chapeuzinho Vermelho tirou o vestido e foi para a cama, ficando
espantada de ver como sua avó estava diferente ao natural. Disse para ela:
- Minha avó, como você tem braços grandes!
- É pra te abraçar melhor minha filha,
- Minha avó, como você tem pernas grandes!
- É pra correr melhor minha filha.
- Minha avó, como você tem dentes grandes!
- É pra te comer!
E dizendo estas palavras, o Lobo saltou pra cima de Chapeuzinho Vermelho e
a devorou (PERRAULT, 1989).
CHAPEUZINHO VERMELHO (1812) DOS IRMÃOS GRIMM
Nessa versão, escrita em 1812, os autores defendem valores como a
bondade, a verdade e o trabalho. Há final feliz para Chapeuzinho Vermelho, pois nas
obras dos referidos autores as personagens boas são premiadas e as personagens
más, castigadas. Assim, a menina e a avó são salvas pelo caçador, que as tira da
barriga do lobo, abrindo-a com uma tesoura.
[...] Depois que encheu a barriga, ele voltou à cama, deitou, dormiu, e
começou a roncar muito alto. Um caçador que ia passando ali perto escutou e achou
estranho que uma velhinha roncasse tão alto, então ele decidiu ir dar uma olhada.
Ele entrou na casa, e viu deitado na cama o Lobo que ele procurava há muito
tempo. E o caçador pensou: “- Ele deve ter comido a velhinha, mas talvez ela ainda
possa ser salva. Não posso atirar nele”.
Então ele pegou uma tesoura e abriu a barriga do Lobo.
Quando começou a cortar, viu surgir um chapeuzinho vermelho. Ele cortou
mais, e a menina pulou para fora exclamando:
- Eu estava com muito medo! Dentro da barriga do lobo é muito escuro!
E assim, a vovó foi salva também.
Então Chapeuzinho pegou algumas pedras grandes e pesadas e colocou
dentro da barriga do lobo. Quando o lobo acordou tentou fugir, mas as pedras
estavam tão pesadas que ele caiu no chão e morreu.
E assim, todos ficaram muito felizes.
O caçador pegou a pele do lobo.
A vovó comeu o bolo e bebeu o vinho que Chapeuzinho havia trazido, e
Chapeuzinho disse para si mesma:
“Enquanto eu viver, nunca mais vou desobedecer minha mãe e desviar do
caminho nem andar na floresta sozinha e por minha conta” (GRIMM, 1994).
FITA VERDE NO CABELO (1964) DE GUIMARÃES ROSA
Trata-se de um texto metafórico, escrito em 1964, que relata a trajetória do
ser humano até a maturidade. A personagem, ao presenciar a morte da avó,
transforma-se e amadurece considerando-se da realidade que a cerca. Assim,
temas importantes são abordados, como a finitude da vida, relações familiares, a
velhice, a doença, etc.
[...] a avó estava na cama, rebuçada e só. Devia, para falar apagado e fraco e rouco, assim, de ter apanhado um ruim defluxo. Dizendo: – Depõe o pote e o cesto na arca, e vem para perto de mim, enquanto é tempo.
Mas agora Fita-Verde se espantava, além de entristecer-se de ver que
perdera em caminho sua grande fita verde no cabelo atada; e estava suada, com
enorme fome de almoço. Ela perguntou:
– Vovozinha, que braços tão magros, os seus, e que mãos tão trementes!
– É porque não vou poder nunca mais te abraçar, minha neta… – a avó murmurou.
– Vovozinha, mas que lábios, aí, tão arroxeados!
– É porque não vou nunca mais poder te beijar, minha neta… – a avó suspirou.
– Vovozinha, e que olhos tão fundos e parados, nesse rosto encovado, pálido?
– É porque já não estou te vendo, nunca mais, minha netinha… – a avó ainda
gemeu.
Fita-Verde mais se assustou como se fosse ter juízo pela primeira vez. Gritou:
– Vovozinha, eu tenho medo do Lobo!…
Mas a avó não estava mais lá, sendo que demasiado ausente, a não ser pelo
frio, triste e tão repentino corpo (ROSA, 1992).
CHAPEUZINHO AMARELO (1979) DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA
Nesse livro poema, publicado em 1979, Chapeuzinho não usa chapéu
vermelho e nem vai visitar a avó. Vive amarelada de medo, medo de tudo, medo do
lobo. Pressionada pelas circunstâncias, consegue enfrentá-lo, recupera sua
autoestima à vida e sente-se vitoriosa.
Vale ressaltar que nessa paródia, as características de ingenuidade e
impotência são deslocadas para a imagem da Chapeuzinho Amarelo, forte e
dominadora, e o lobo, fraco e dominado. Assim, é mostrada a desconstrução dos
padrões tradicionais. Além disso, a escrita é apresentada em versos, diferentemente
das versões citadas.
Era a Chapeuzinho Amarelo.
Amarelada de medo.
Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho.
Já não ria.
Em festa, não aparecia.
Não subia escada, nem descia.
Não estava resfriada, mas tossia.
Ouvia conto de fada, e estremecia.
Não brincava mais de nada, nem de amarelinha.
Tinha medo de trovão.
Minhoca, pra ela, era cobra.
E nunca apanhava sol, porque tinha medo da sombra.
Não ia pra fora pra não se sujar.
Não tomava sopa pra não ensopar.
Não tomava banho pra não descolar.
Não falava nada pra não engasgar.
Não ficava em pé com medo de cair.
Então vivia parada, deitada, mas sem dormir, com medo de pesadelo.
Era a Chapeuzinho Amarelo…
E de todos os medos que tinha
O medo mais que medonho era o medo do tal do LOBO...
(HOLANDA, 2004)
ORIENTAÇÃO PARA O (A) PROFESSOR (A)
Nesse momento o professor irá usar o laboratório de informática do Colégio para que os alunos façam em dupla o trabalho proposto.
Após a apresentação dos trabalhos passar para os alunos os vídeos baseados na versão original do conto Chapeuzinho Vermelho e em outras versões como Fita Verde no cabelo e Chapeuzinho Amarelo. Assim poderão comparar.
Os vídeos estão disponíveis em: http://www.youtube.com/watch?v=77IP-eQIBDQ http://www.youtube.com/watch?v=K8lQzKuhl3U http://www.youtube.com/watch?v=cz-rpyFwqAQ http://www.youtube.com/watch?v=8A8r7AlIfyA http://www.youtube.com/watch?v=Wvy560Pqz0c
Atividade V
1. No primeiro momento o trabalho será o de pesquisar o percurso histórico da
narrativa Chapeuzinho Vermelho. O segundo passo é resumi-lo de forma a
transcrevê-lo em uma cartolina, bem como ilustrá-lo com figuras ou desenhos.
2. Após o término da atividade, o trabalho será explicado e exposto para as
outras duplas.
ATIVIDADES PROPOSTAS
Atividade VI
1. Mediante aos vídeos, cite de uma maneira objetiva, qual a semelhança entre
as versões contadas e mencione qual delas você mais gostou.
ORIENTAÇÃO PARA O (A) PROFESSOR (A)
Nesse momento deverá ser feito uma roda
de opiniões. Onde os alunos deverão contar qual a
semelhança que acharam entre as versões, bem
como mencionarem qual mais gostaram.
Atividade VII
ORIENTAÇÃO PARA O (A) PROFESSOR (A)
A professora nesse momento pode pedir para que os alunos repitam os contos com suas próprias palavras. Assim, em uma folha de sulfite ou uma cartolina cortada ao meio, peça que os alunos reproduzam ali a versão que mais gostaram e ilustrem- a.
Dramatizar uma das versões do conto com as palavras dos alunos seria uma ótima ideia, assim seria colocado em prática o que eles realmente aprenderam sobre a moral que cada texto traz.
Para essa atividade, o professor fará o varal de dramatização (ilustração), os quais serão expostos em sala de aula.
1. Ilustrar de forma a dramatizar a versão do conto Chapeuzinho Vermelho que
mais lhe chamou atenção. Em um segundo momento as ilustrações serão expostas
no varal de ilustrações.
CARO (A) PROFESSOR (A)......
Após a etapa de apresentação das obras, das leituras serem feitas e os dois
filmes serem assistidos, seguindo os passos, em um terceiro momento será
promovido um espaço para debates sobre o conto. Nesse contexto o professor
mediador de forma oral irá abrir o debate com a seguinte proposta de atividade:
CARO (A) PROFESSOR (A)
Nesse momento para descontração apresentar a versão de
Chapeuzinho Vermelho em filme, os quais se tem o nome:
Deu à louca na Chapeuzinho Vermelho 1, disponível
em: http://www.youtube.com/watch?v=hNUVNyNP1D4
Deu à louca na Chapeuzinho Vermelho 2, disponível
em: http://www.youtube.com/watch?v=sqbtoZ6-LcA
1. De que conto vocês gostaram mais? E qual a personagem de que vocês mais
gostaram? Por quê?
Em uma segunda proposta de atividade na modalidade narrativa discursiva,
no que diz respeito ao quarto momento das estratégias de ação tem-se:
2. Após leitura dos contos, percebe-se que há várias versões, adaptações e
ideias em torno da história de Chapeuzinho Vermelho. Temos final trágico, final feliz,
o medo, entre outros. Diante das expectativas, criar um desfecho diferente para o
conto que mais chamou sua atenção.
ORIENTAÇÃO PARA O (A) PROFESSOR (A)
A primeira pergunta irá promover um debate levando as diferenças e
semelhanças entre as histórias e levará aos participantes a ouvir os argumentos e
opiniões sobre elas. Já a segunda questão, levará os participantes a compartilhar
com os colegas as sensações, os efeitos, e as emoções que os textos produziram.
Após essa atividade, um novo debate será iniciado, pois através dessa segunda
atividade, os (as) alunos (as) poderão confrontar interpretações e pontos de vista. (É
importante salientar nesse momento, que ao ouvir a opinião dos (as) alunos (as),
possivelmente iremos nos deparar com diferentes análises e, nesse caso, não há
respostas corretas e incorretas).
ORIENTAÇÃO PARA O (A) PROFESSOR (A)
Esse é o momento de questionamento de horizonte de expectativas, o qual o
(a) professor (a) busca um questionamento a ser feito. É ideal para o
questionamento passar o filme “A GAROTA DA CAPA VERMELHA” lançado em 21
de abril de 2011, com duração de 1h40min, dirigido por Catherine Hardwicke, com
atores convidados como protagonista Amanda Seyfried, Gary Oldman, Billy Burke.
Do gênero Drama / Suspense. O qual é uma releitura da história de Chapeuzinho
Vermelho, enquanto nos clássicos a personagem Chapeuzinho Vermelho é uma
criança, no filme a personagem é uma jovem.
Caro (a) Professor (a)....
Informações importantes para próximas
atividades
A GAROTA DA CAPA VERMELHA X CHAPEUZINHO VERMELHO
A Garota da Capa Vermelha é uma releitura da história de Chapeuzinho
Vermelho, enquanto nos clássicos a personagem Chapeuzinho Vermelho é uma
criança, no filme a personagem é uma jovem.
Na versão da história adaptada para crianças a personagem de chapeuzinho
vermelho é incumbida pela mãe de levar doces para vovó e seguir pelo caminho
indicado para que desviasse dos perigos da floresta. Ela recebe da mãe
recomendações para não conversar com estranhos, porém ocorre que no caminho
ela se distrai e encontra o lobo, que é ardiloso e mal intencionado e com muita
malícia convence a menina de seguir pelo caminho mais longo.
O lobo mau chega a casa da vovó e se faz passar por chapeuzinho vermelho,
a vovó pede que ele entre e , assim o lobo devora a vovó e veste suas roupas com
a intenção de enganar a menina.
Chapeuzinho chega à casa da vovó e o lobo pede que ela se aproxime, a
menina então questiona por que olhos tão grandes, orelhas tão grandes e uma boca
tão grande, e neste momento o lobo se revela dizendo que a boca tão grande é para
devorá-la.
Nesta versão infantil chapeuzinho grita por socorro e seus gritos são ouvidos
por um caçador que está próximo da casa da vovó, o caçador chega para salvar a
menina mata o lobo e resgata a vovó de dentro de sua barriga e juntos eles enchem
a barriga do lobo de pedras e todos vivem felizes para sempre.
Na releitura apresentada no filme podemos observar que são apenas alguns
aspectos que se aproximam da história em sua versão infantil. Podemos destacar
entre os pontos que se aproximam:
A relação da avó e neta
No filme, Vallery tem uma relação afetuosa com a avó apesar da
desconfiança, no momento em que elas duas dormem juntas aspectos da outra
versão são explicitados, como: “que olhos grandes você tem vovó, que dentes
grandes e orelhas grandes...” evidenciando ao fato de que a avó poderia ser o lobo
em sua forma humana.
Capa vermelha que recebe da avó
No clássico chapeuzinho vermelho recebe uma capa vermelha da avó, o
mesmo acontece no filme, Vallery ganha uma capa vermelha da sua avó.
O cenário
A floresta se apresenta como elemento fundamental para que se crie o clima
de suspense e é um ponto em comum com a versão infantil.
Ainda sobre o filme......
O filme tem um enredo bem diferente da versão conhecida por todos, são
poucos os aspectos que se relacionam, algo que é importante colocar é a questão
do comportamento de Vallery, que se sente imensamente atraída pelo que é
proibido, a desobediência é um ponto em comum também a ser ressaltado, este
comportamento está vinculado ao desejo de descobrir, de conhecer, mesmo sendo
proibido.
O filme também remete uma forte conotação sexual entre Vallery e o
lobo, isso pode ser evidenciado quando ele diz que deseja devorá-la, enfatiza
também questões relacionadas aos valores morais, a traição da mãe de
Vallery para com o pai, o lobo, muitas mentiras e um casamento arranjado por
questões financeiras.
Nos momentos finais do filme quando Vallery entra na casa da avó, o lobo
para enganá-la novamente, imita perfeitamente a voz da avó como na história
infantil, a jovem junto com seu par romântico quando percebe que o lobo é seu pai,
mata-o e coloca pedras em sua barriga para jogá-lo no fundo do lago para não ser
mais encontrado, se vê obrigada a viver longe do seu amor que se torna o novo
lobo depois de ser mordido pelo pai de Vallery, e assim ela passa a viver na floresta
aguardando pelo lobo do qual ela não teme.
Atividade VIII
CARO (A) PROFESSOR (A)
ATIVIDADE PARA SER REALIZADA EM DUPLAS
1. Na releitura apresentada no filme podemos observar alguns aspectos que se
aproximam da história em sua versão infantil. Nesse contexto, em sua opinião,
destaque quais os pontos que se aproximam entre as versões.
ORIENTAÇÕES PARA O (A) PROFESSOR (A)....
Após o término das atividades e das apresentações,
apresentar para os (as) alunos (as) os pontos que se aproximam
entre as versões. Será um momento de debate entre os alunos
perante o seu ponto de vista crítico reflexivo.
2. Depois de feita a comparação, as duplas devem apresentar suas ideias para
os demais alunos da sala de aula.
PROFESSOR (A)
Essa próxima etapa é o momento da ampliação do horizonte de
expectativas, a qual se busca reflexões e atitudes acerca das possíveis
atitudes e relações entre os trabalhos expostos com a realidade dos alunos.
Atividade IX
1. Os (as) alunos (as) irão fazer uma pesquisa junto à internet no laboratório de
informática. A qual segue com a finalidade de produzir um material didático
voltado para a Educação Infantil ou Ensino Fundamental anos iniciais, que
possa ser usado como instrumento nas atividades do Conto como gênero
literário da obra Chapeuzinho Vermelho.
CARO (A) PROFESSOR (A)
A atividade proposta fará com que as futuras
docentes se preocupem em produzir materiais de apoio
bem qualificados para seus alunos. Nessa pesquisa, os
(as) alunos (as) desenvolverão atividades junto à
orientação do professor mediador.
1. Em seguida, os trabalhos serão expostos mediante a apresentação e as
cópias entregues aos demais colegas de curso.
ORIENTAÇÕES PARA O (A) PROFESSOR (A)
Nesse momento a professora irá dividir a sala em quatro grupos, os quais irão
escolher entre: Chapeuzinho Vermelho, Chapeuzinho Amarelo, Fita Verde no cabelo
e um dos filmes do Deu à louca na Chapeuzinho Vermelho 1 e 2. Caso os grupos
queiram encenar a mesma versão, a escolha será mediante a sorteio.
Atividade X
1. Cada grupo irá produzir um teatro baseado na versão de sua escolha. A
modalidade do teatro tem-se as seguintes formas: teatro de sombra, teatro de
fantoche e o teatro da versão normal, apresentada mediante figurinos e cenário.
Essas apresentações de teatro serão realizadas para alunos da escola de Ensino
Infantil, a qual a professora mediadora fará a escolha.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta unidade didática foi desenvolvida com base no Método Recepcional que
apresenta cinco etapas. Tem como objetivo proporcionar material de apoio para as
aulas de Língua Portuguesa mediante as atividades propostas que farão com que as
futuras docentes se preocupem em produzir materiais de apoio bem qualificados
para os seus futuros alunos.
Ainda sim, a presente unidade tem como meta fazer com que os (as) alunos
(as) despertem seu lado crítico perante aos textos literários.
CARO (A) PROFESSOR (A)
Sugere-se que os trabalhos apresentados sejam filmados,
bem como fotografados. Além disso, os alunos devem montar
uma pasta, a qual deve conter todos os trabalhos individuais,
bem como de outros grupos.
Para o enceramento dos trabalhos, fazer uma
confraternização com os (as) alunos (as). Sugere-se que seja feito
uma mesa comunitária, as quais devem conter salgados, doces,
sucos e refrigerantes.
REFERÊNCIAS
SITES CONSULTADOS
AZAVEDO, C. S. L. Língua Portuguesa, 6º ano. Curitiba: Ed. Positivo, 2009.
BETTLLHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas . Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1980.
GUTFREIND, Celso. Contos e desenvolvimento psíquico. Revista Viver Mente & Cérebro. Ano XIII nº 142, Nov 2004. HOLANDA, C.B. de. Chapeuzinho Amarelo. Editora José Olympio. Fundação Nacional, 2004. OAKLANDER. B. T. Prática de leitura em sala de aula: Relato de experiência. In: VII Educação e interdisciplinaridade, 1989. ROSA, J.G. Fita Verde no cabelo. Editora Nova Fronteira. 1992.
SOARES, Marina Lisboa. A Importância dos Contos de Fada. Florida Review,
Miami /FLA- USA. Seção Educação, ano18, n.352, p.26, 15 jul 2003. Disponível
http://www.mlspsicopedagogia.com/artigo5_48.html. Acesso 16 de maio de 2013.
SOSA, Jesualdo. Literatura Infantil: autoritarismo e emancipação. São Paulo: Ática,
1982.
ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na escola. 6ed. São Paulo: Global,
1987.
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