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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

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TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DOMÉSTICOS: UMA

PROPOSTA DIDÁTICA PARA ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS DE CORNÉLIO PROCÓPIO- PR

Bibiana Maria Bispo

Resumo: Este artigo apresenta os resultados da aplicação de uma sequência didática que objetivou sensibilizar alunos da Educação de Jovens e Adultos do município de Cornélio Procópio-PR, quanto aos processos de tratamento e destinação dos resíduos sólidos domésticos. A proposta foi desenvolvida a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Pedagogia Histórico-crítica, visando ações concretas para a preservação do ambiente local. Para atender a meta proposta utilizamos questionamentos, fotos, vídeo, textos e pesquisas referentes ao tema. Ao fim, reconhecemos que a conscientização existe, mas, faltam mudanças de comportamento por parte de muitas pessoas. Depois de implementar a proposta pedagógica aos discentes percebemos um engajamento na causa, com ações concretas, e uma preocupação ambiental em relação ao lixo do município.

Palavras-chaves: Educação de Jovens e Adultos (EJA). Resíduos sólidos. Sequência didática.

Introdução

O consumismo atual está causando impactos negativos ao meio

ambiente. A necessidade de mudar o comportamento do homem em relação ao

seu meio é fundamental para promover um desenvolvimento sustentável que vise

garantia às vidas futuras.

As últimas décadas exerceram vital importância na questão da

preservação ambiental e na efetivação de leis que disciplinam a ação humana

sobre a natureza, principalmente na questão da destinação final dos resíduos

sólidos e na preservação das florestas.

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A humanidade neste início de século XXI, tem tido uma preocupação

maior com a questão ambiental, seja pela ação predatória do homem em relação

à natureza, seja pelas respostas que a natureza tem dado a essas ações. As

grandes alterações que vêm ocorrendo no mundo, como enchentes, emissão de

gases, aumento da temperatura global, entre outros, incluíram na agenda de

muitos países diversas discussões envolvendo a questão ambiental.

Muito se fala na necessidade de comprometimento na preservação

do meio ambiente e na gestão adequada dos resíduos gerados, bem como na

necessidade de participação de todos os atores envolvidos no processo, desde

autoridades sanitárias até a população usuária. Entretanto, entendemos que a

necessidade maior se concentra na falta de uma educação ambiental que se

efetive no cotidiano das pessoas.

Assim, ensinar jovens e adultos a desenvolverem um senso de

responsabilidade para com o meio ambiente deve ser uma ação constante da

prática pedagógica nos ambientes escolares.

Nesse sentido, este artigo apresenta os resultados da aplicação de

uma sequência didática voltada a alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA),

do Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos de Cornélio Procópio – PR

(CEEBJA), com a temática “lixo doméstico: destino e tratamento desses

resíduos”.

A sequência em questão foi organizada para ser trabalhada na

disciplina de Biologia e foi aplicada em 32 horas/aula, tendo como foco temático:

“Tratamento e destino de resíduos domésticos”.

Seguidamente, apresentaremos os referenciais teóricos que

orientaram a construção e a aplicação da sequência didática proposta, além dos

resultados da aplicação da mesma.

Educação ambiental

O campo de conhecimento denominado ‘educação ambiental’

compreende um ramo da educação cujo objetivo consiste na disseminação do

conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar na preservação e utilização

sustentável dos seus recursos. Tenta despertar em todos os cidadãos a

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consciência de que o ser humano é parte do meio ambiente (PORTAL

EDUCAÇÃO, 2013).

Sua origem deu-se em países desenvolvidos, na década de 1970,

com o propósito de conter os impactos ambientais negativos do progresso

industrial – fossem a contaminação da água, do ar e dos solos, o perigo de

extinção de espécies animais e vegetais ou o risco de esgotamento dos recursos

naturais renováveis e não renováveis.

No âmbito educacional, seu campo de abrangência focaliza a

vinculação do aluno com a comunidade em que o mesmo está inserido, por meio

de práticas e atitudes. Nessa perspectiva, o homem é descentralizado e uma

perspectiva mais ampla é considerada – o homem deixa de ser o todo e passa a

ser parte do meio. Segundo Gonçalves (1989):

Talvez o necessário seja que todos os que se interessam pela ecologia afirmem com veemência – com todas as implicações daí decorrentes – que a sociedade tem limites na sua relação com os outros seres orgânicos e inorgânicos, que habitam o nosso planeta (GONÇALVES, 1989, p. 98).

Disso se pode entender que a educação ambiental está

intimamente ligada às práticas que levam à melhoria da qualidade de vida:

A problemática da sustentabilidade assume neste novo século um papel central da reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades contemporâneas revela que o impacto dos humanos sobre o meio ambiente tem tido conseqüências cada vez mais complexas tanto em termos quantitativos quanto qualitativos (JACOBI, p. 193, 2003).

Convém conceituar aqui ‘meio ambiente’. A rigor, compreende

tudo o que envolve e condiciona o homem, constituindo o seu mundo; é o espaço

onde se desenvolvem as atividades humanas e a vida dos animais e vegetais,

mas, sobretudo, compreende um sistema formado por elementos com os quais o

homem interage, transformando-o e utilizando-o para satisfazer suas

necessidades.

De acordo com a resolução do CONAMA nº 306, de 05 de julho

de 2002, meio ambiente consiste no conjunto de condições, leis, influência e

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interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanista, que

permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. O conceito de meio

ambiente é unitário, na medida em que é regido por inúmeros princípios, diretrizes

e objetivos que compõem a Política Nacional do Meio Ambiente no Brasil.

Devido ao aumento das atividades urbanas e industriais, agravou-

se a poluição que acabou atingindo o meio ambiente chegando a níveis

inaceitáveis em alguns lugares. Nesse sentido, o tema “poluição” tem ganhado

espaço nos debates sociais. Segundo a Lei 6.938, de 31/08/81, que trata da

Política Nacional de Meio Ambiente, a poluição é definida como: a degradação da

qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da

população;

Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

Afetem desfavoravelmente a biota (conjunto de seres vivos de

um ecossistema);

Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões

ambientais estabelecidos.

No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

por meio da Norma Brasileira Registrada (NBR) nº. 10.004, apresenta a seguinte

definição para resíduos sólidos:

Resíduos nos estados sólidos e semi-sólido que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1987, p. 2).

Viola (1987, p. 129) acredita que a reforma urbana ecológica

aponta para uma cidade mais democrática, mais humana e respirável: a cidade

do ser humano. Moradias e transportes devem ser mais acessíveis, mas também

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deve atentar para um ambiente urbano mais arborizado, mais silencioso e alegre,

menos verticalizado, menos agressivo e com menores índices de poluição do ar.

No entendimento de Rodrigues (1988, p. 23) um grande

problema, da intensificação da produção/destrutiva, senão o maior, está no que

se convencionou chamar de problemática ambiental, na criação de novas

necessidades que não satisfazem necessidades humanas enriquecedoras, mas

apenas correspondem a modos de vida da sociedade do descartável. E, na

sociedade do descartável, o tempo e o espaço são tidos como separados,

produzem-se cada vez mais e mais mercadorias (que duram cada vez menos), e

utiliza-se de forma intensiva o espaço para produzir mais. Para Ferrara (1999, p.

153) percepção ambiental é:

[...] informação na mesma medida em que informação gera informação: usos e hábitos são signos do lugar informado que só se revela na medida em que é submetido a uma operação que expõe a lógica da sua linguagem. A essa operação dá-se o nome de percepção ambiental.

De acordo com a declaração de internacional de Estocolmo,

princípio nº 19:

É indispensável um trabalho de educação sobre as questões ambientais, visando tanto às gerações jovens como os adultos, dispensando a devida atenção ao setor das populações menos privilegiadas, com a finalidade de desenvolver as bases necessárias para esclarecer a opinião pública e dar aos indivíduos, empresas e coletividades o sentido de suas responsabilidades, relativamente à proteção humana e melhoramento do meio ambiente, em toda a sua dimensão humana (DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO, princípio, 19 p. 4).

Nesse sentido, acredita-se que não exista seguimento mais

representativo do que a própria comunidade, consciente e atuante, que participa

das discussões, para propor soluções e exigir do Poder Público políticas de

preservação e conservação. Os responsáveis pelas políticas públicas têm a

responsabilidade de proteger o bem-estar público, incluindo os recursos naturais

básicos (ALTIERI, 2005).

A questão ambiental, a bem da verdade, diz respeito ao modo

como a sociedade se relaciona com a natureza. Há que se fazer uma reflexão

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maior sobre o lugar da questão ambiental no campo do conhecimento (OLIVEIRA,

1996).

Nesse sentido, considerando o impacto da ação humana nesse

meio, a educação ambiental apresenta-se como um conjunto de ações destinadas

às questões ambientais, salientando o contexto sócio-histórico no qual se geram e

desenvolvem problemáticas em função da presença humana (FERREIRA, 2006).

Já as ações educativas para o meio ambiente compreendem um

conjunto de ações que se destinam a resolver problemas ambientais, salientando

também o contexto sócio-histórico no qual são geradas:

De onde se retirava uma árvore, agora retiram-se centenas. Onde moravam algumas famílias, consumindo água e produzindo poucos detritos, agora moram milhões de famílias, exigindo imensos mananciais e gerando milhares de toneladas de lixo por dia. Sistemas inteiros de vida vegetal e animal são tirados de seu equilíbrio. A riqueza, gerada em um modelo econômico que propicia a concentração da renda, não impede o crescimento da miséria e da fome. Algumas das conseqüências deste modelo são o esgotamento do solo, a contaminação da água, o envenenamento do ar e a crescente violência e miséria nos centros urbanos (PCN, 1998, p. 20).

Atualmente, percebe-se que nos locais onde moravam algumas

famílias, consumindo água e produzindo poucos detritos, agora moram milhões

de famílias, exigindo imensos mananciais e gerando milhares de toneladas de

resíduos por dia (PCN, 1999).

Assim, se faz não apenas necessário, mas, urgente, desenvolver

propostas sócio-educativas que atuem no sentido de conscientizar todas as

pessoas quanto à importância de uma educação ambiental que se efetive na

prática. A escola, nesse sentido, pode ser vista como um espaço onde práticas

ambientais podem ser trabalhadas de modo a possibilitar uma formação crítica,

responsável e ativa dos alunos.

Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a construção de uma sequência

didática para estudantes dessa modalidade de ensino.

Quanto à modalidade de ensino na qual este projeto foi

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implementado, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), segundo as Diretrizes

Curriculares do Estado do Paraná (DCE), consiste na modalidade que atende

‘educandos–trabalhadores’, possuindo caráter político e social com finalidades e

objetivos de formação humana, desenvolvendo o senso crítico, para que seu

público-alvo adote atitudes éticas e políticas para o crescimento de sua autonomia

intelectual (PARANÁ, 2006).

A EJA é composta por homens, mulheres (jovens, adultos e

idosos) que tentam participar na escola de uma mesma classe social: são alunos

de baixo poder aquisitivo, que consomem apenas o básico. Quase sempre seus

pais têm ou tiveram uma escolaridade inferior a sua.

Paulo Freire (1960) reconhece o analfabetismo como uma

questão não só pedagógica, mas também social e política, e é esse autor que nos

mostra que educar em favor dos pobres é educar para a transformação da

sociedade geradora da pobreza.

É característica nesses alunos (da EJA) a baixa auto-estima

reforçada pelo fracasso escolar. Sua passagem pela escola, quando existente, é

marcada pela exclusão ou pelo insucesso escolar e seu retorno expressa

sentimentos de insegurança e desvalorização pessoal frente aos desafios que se

impõem.

Assim, o papel da escola e do professor da EJA é determinante

para o sucesso desse aluno na escola. A valorização de seus saberes,

experiências, habilidades e bagagem cultural certamente contribuem para o

resgate da sua auto-estima. O bom acolhimento desses jovens e adultos

possibilita a aprendizagem com maiores garantias de sucesso e promoção de

novos conhecimentos.

No Brasil desde a colonização percebe-se a necessidade de

políticas para educação de jovens e adultos, sobretudo no processo de

alfabetização, mas o reconhecimento e a definição dessa modalidade é muito

recente como política pública de acesso e continuidade à Educação Básica.

Na atualidade, faz-se necessário observar o que consta no § 1º

do artigo 37 da LDB 9.394/96 sobre como deve ser ofertada a EJA. Seu sistema

de ensino deve oferecer “[...] oportunidades educacionais apropriadas,

consideradas as características do aluno, seus interesses, condições de vida e de

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trabalho, mediante cursos e exames (CERVI, 2005, p. 92).

Nesse sentido, considerando as especificidades da EJA como

modalidade de ensino (seu público-alvo, sua história, seus objetivos políticos e

pedagógicos), construímos uma sequência didática para trabalhar com resíduos

domésticos a partir da Pedagogia Histírico-Crítica, que nos remete a uma escola

pensada justamente como um local de democratização dos conhecimentos, como

objetiva a EJA. Para Saviani:

[...] pedagogia histórico-crítica é o empenho em compreender a questão educacional com base no desenvolvimento histórico objetivo. Portanto, a concepção pressuposta nesta visão da pedagogia histórico-crítica é o materialismo histórico, ou seja, a compreensão da história a partir do desenvolvimento material, da determinação das condições materiais da existência humana (SAVIANI, 2008, p. 88).

A proposta didática detalhada a seguir foi adaptada de uma

unidade didática apresentada por Antoni Zabala no livro “A Prática Educativa:

como ensinar” (1998). Para esse autor unidades didáticas, unidades de

programação ou unidades de intervenção pedagógicas ou sequência didática

compreendem atividades estruturadas para a realização de objetivos

educacionais.

A seguir, apresentamos (Quadro 01) a sequência construída para

ser trabalhada com alunos da EJA do Município de Cornélio Procópio-PR.

Quadro 01 – Sequência sobre ‘Tratamento e destinação de resíduos domésticos’.

Etapa I

Problematização

Inicialmente são apresentadas imagens fotográficas de um local do município onde são depositados (inadequadamente) resíduos orgânicos domiciliares. O professor questiona os alunos acerca do conhecimento dos mesmos sobre o referido local. Em seguida, apresenta aos alunos o tema que será trabalhado nas aulas: “Tratamento e destinação de resíduos domésticos”, com enfoque nos resíduos gerados nas casas dos próprios alunos e, por conseguinte, na cidade de Cornélio Procópio - PR. Na sequência o professor exibirá o documentário “Sopa plástica: o lixo do Oceano Pacífico”, apresentado pelo programa Fantástico, da rede Globo, no ano de 2009. O vídeo está disponível no link: http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=Xw

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vYzmk-NjY#t=154 Após a apresentação da problemática e exibição do vídeo o professor deverá questionar os alunos sobre o lixo produzido em suas residências e possíveis destinações/tratamentos. Além disso, o professor busca evidenciar o conhecimento dos discentes quanto à situação da comunidade local (cidade) no que diz respeito ao descarte/tratamento de seus resíduos. Após uma breve discussão, os alunos registram no caderno as respostas aludidas, a partir dos seguintes questionamentos: - Em sua casa é feita a seleção do lixo? Comente.

- Qual é o destino do lixo produzido na sua casa?

- Qual é o tipo de lixo mais produzido pela sua família?

- Como a questão do lixo tem sido tratada em nossa cidade?

- Considere: a sua casa; uma loja que vende frutas, verduras e legumes (quitanda) e uma loja de roupas. Em sua opinião, há diferença(s) na composição do lixo produzido nesses três locais? Explique.

Avaliação: a cargo do professor.

Etapa II

Fontes locais de informação

Por meio de uma entrevista os alunos deverão buscar junto aos responsáveis pela Secretaria do Meio Ambiente no Município a real situação dos resíduos gerados pela comunidade (destinação e tratamento). As questões sugeridas para a entrevista são: 1) Quem é(são) o(s) responsável(eis) pela coleta de lixo no Município? 2) Como é organizada a coleta de lixo no Município? 3) A coleta seletiva é realizada no Município? Se sim, de que maneira? 4) Qual o destino do lixo orgânico e reciclável no Município? 5) O Município desenvolve alguma ação no sentido de incentivar a separação do lixo nas residências? 6) Existe(m) cooperativa(s) de catadores em Cornélio Procópio? Se sim, o Poder Público mantém algum tipo de incentivo? Qual? Avaliação: a cargo do professor.

Etapa III

Atividade 1 – Os alunos deverão fazer leitura e análise de dois textos sobre:

Coleta Seletiva no Brasil (sugere-se o texto “Limpeza urbana através dos tempos”, de Emílio Maciel Eigenheer, 2006);

Resíduos Sólidos – sua origem e possível contaminação do ambiente (sugere-se a NBR 10004:2004 da ABNT).

Atividade 2 – Os alunos devem ser encaminhados ao laboratório

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Introdução de

conceitos científicos

de informática da escola, onde farão uma pesquisa direcionada pelo professor, no site: http://planetabio.com/planetabio.html, a partir do acesso aos itens: Ecologia – Poluição – Problemas do lixo. No link serão apresentados:

os tipos de lixo; a Lei 12.305 de 2010 que trata da Política Nacional de

Resíduos Sólidos; informações acerca da composição do lixo brasileiro; noções para a implementação de um aterro sanitário

doméstico. Com essas informações os alunos farão anotações em seus cadernos sobre os principais conceitos de cada tópico abordado. Avaliação: a cargo do professor.

Etapa IV

Atividades

Atividade 1 – Ler e discutir um texto sobre impactos ambientais no ecossistema urbano (sugere-se o artigo “Lixo e impactos ambientais perceptíveis no ecossistema urbano”, de Carlos Alberto Mucelin e Marta Belini (2008)). Para essa atividade os alunos serão divididos em cinco equipes e cada equipe receberá uma parte do texto. Após leitura e discussão, propõem-se algumas questões que devem ser respondidas pelos grupos: Grupo a) Introdução: 1) Na visão do grupo como poderia ser definida a expressão “reforma ecológica”? 2) Como Viola (1987 apud Mucelin e Belini, 2008) sugere a reforma ecológica? 3) Por que o lixo é um dos responsáveis pelos impactos ambientais negativos? 4) Como ocorrem as alterações ambientais na visão de Fernandez (2004 apud Mucelin e Belini, 2008)? 5) Por que o Brasil é considerado um país urbano? Grupo b) Consumo de bens e materiais e o lixo: 1) Qual é a origem da palavra “lixo” e qual é o seu significado? 2) Como é composto o lixo no Brasil? 3) De acordo com (IBGE, 2006). Qual é a média de produção de lixo por habitante? 4) A produção de lixo é inevitável em nossa cultura consumista. Como o grupo vê a problemática? 5) De acordo com (IBGE, 2006), de que maneira é feita a disposição final do lixo nos municípios brasileiros? Grupo c) Disposição final do lixo: hábitos urbanos visíveis: 1) A prática de disposição inadequada do lixo acarreta impactos ambientais negativos. Quais são os principais efeitos decorrentes dessa prática? 2) Qual é a compreensão humana acerca do ambiente? 3) Como os autores Odum (1988 apud Mucelin e Belini, 2008) e Rickefs (1996 apud Mucelin e Belini, 2008) consideram as cidades? 4) Além dos impactos aos recursos hídricos existem também

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aqueles causados pela deficiência na infra-estrutura. Quais são essas deficiências? 5) Muitas agressões ambientais no espaço urbano são perceptíveis enquanto outras não são tão evidentes. Como Tuan (1980 apud Mucelin e Belini, 2008) entende essa percepção? Grupo d) Acerca da percepção ambiental: 1) Qual é a origem da palavra “percepção”? E qual o seu significado? 2) Como é o padrão comportamentais habituais de um morador urbano? 3) Na pesquisa indicada pelo artigo, quantas pessoas foram investigadas? Quais pessoas participaram? Onde a pesquisa ocorreu? 4) Como foram obtidas as informações da pesquisa? Grupo e) A percepção do lixo segundo atores sociais de Medianeira: 1) Qual foi o primeiro questionamento feito na pesquisa? 2) Qual foi a reação das pessoas quanto a quantidade de lixo produzido em suas residências? 3) Qual a média de produção de lixo por residência (Kg/dia)? 4) Quanto ao lugar de disposição final do lixo, qual(is) seria(m) apropriado(s) para destinação final do lixo? 5) Quanto aos hábitos de separação do lixo nas residências, como se comportaram os entrevistados? Atividade para todos os alunos: Elabore considerações finais acerca do estudo desse texto. As respostas serão registradas no caderno. Atividade 2 – Cada grupo deverá apresentar suas produções (respostas) e o professor será o mediador de um debate sobre as considerações dos alunos. Avaliação: a cargo do professor.

Etapa V

Práticas sociais

Atividade 1 – A sala será dividida em novos grupos e os alunos serão responsáveis por apresentar uma síntese dos dados coletados no município de Cornélio Procópio, por ocasião da entrevista realizada na etapa II; Atividade 2 – Em seguida, deverão produzir um pequeno texto apresentando a atual situação do município em relação ao tratamento de seus resíduos; Atividade 3 – Por fim, deverão apresentar, após o texto, propostas para possíveis soluções de problemas encontrados no âmbito particular (residência de cada aluno) e no âmbito municipal (se forem encontrados). Como sugestão, propõe-se que os grupos façam a apresentação dos trabalhos por meio de paródias, teatro, acróstico ou poesia. Avaliação: a cargo do professor.

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Etapa VI

Divulgação dos resultados

Nesta etapa propõe-se a apresentação do material produzido pelos grupos (na etapa anterior) para as outras turmas da escola. Os comentários, sugestões e críticas devem ser registrados para que ao final do percurso didático seja produzida uma carta a ser entregue aos responsáveis do setor ambiental do município, contendo: um levantamento da situação dos resíduos sólidos na cidade e sugestões dos alunos para a redução do problema, sejam elas voltadas para práticas diretas do serviço público municipal ou para a sistematização de um plano de conscientização dos munícipes. Avaliação: a cargo do professor.

Fonte: dos autores.

Análise estrutural e aplicação da sequência didática

Tendo por base os estudos de Zabala (1998), ao analisar as

etapas da sequência didática são observáveis várias atividades factuais, que

envolvem o conhecimento de fatos, acontecimentos e situações; procedimentais,

isto é, ações ordenadas com um objetivo final como, por exemplo, ler, diferenciar,

analisar, observar e, por fim, algumas atividades atitudinais que auxiliam no

desenvolvimento de ideias éticas que permitem reflexões e atitudes. A seguir,

pormenorizamos os encaminhamentos da aplicação da sequência.

Etapa I – Problematização

Foram apresentadas aos alunos imagens fotográficas de resíduos

depositados inadequadamente no município onde residem e questionado se

reconheciam o local. Os alunos não reconheceram a localidade e questionaram

se realmente era Cornélio Procópio, ficaram apreensivos com as imagens. Em

seguida foi evidenciada a temática da aula: Tratamento e destinação dos resíduos

domésticos em Cornélio Procópio. Na sequência foi exibido um vídeo “Sopa

plástica: o lixo do Oceano Pacífico” apresentado pelo Fantástico da Rede Globo

no ano de 2009. A apresentação do vídeo despertou nos alunos o interesse pelo

tema e houve uma ampla discussão. Logo após, responderam os

questionamentos:

a) Em sua casa é feita a seleção do lixo? Comente.

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Alguns alunos disseram que não era feita a seleção do lixo em suas residências e

que todo o lixo produzido ia para um mesmo recipiente (latão) e coletado peso

serviço especializado da prefeitura. Outros responderam que fazem a seleção, o

que pode ser reciclado vai para um recipiente separado do lixo orgânico e que a

coleta é feita pelo mesmo caminhão.

b) Qual é o destino do lixo produzido na sua casa?

Todos responderam que não tinha conhecimento do destino desse lixo. Foi

relatado que em alguns bairros há um cronograma de coleta de resíduos

recicláveis enquanto que em outros isso não acontece.

c) Qual é o tipo de lixo mais produzido na sua casa?

Produzem uma grande quantidade de lixo recicláveis devido ao consumo de

produtos industrializados. A quantidade de lixo orgânico é bem menor.

d) Como a questão do lixo tem sido tratada em nossa cidade?

Todos confirmam que a questão é grave, acham que deve ser mais organizada a

coleta de forma que os resíduos recicláveis tenham um destino correto e o lixo

orgânico vá pra um aterro sanitário.

Nessa etapa de problematização os alunos foram convidados

a fazer uma entrevista com o responsável na Secretaria do Meio Ambiente,

previamente agendada.

Etapa II – Fontes locais de informações

Cornélio Procópio não tem uma Secretaria do Meio Ambiente,

mas uma Secretaria da Agricultura que abarca um Departamento do Meio

Ambiente. A responsável desse seguimento recebeu a turma para uma conversa,

comunicou que tinha tomado posse do cargo há pouco tempo, que era formada

em Gestão Ambiental e que estava disposta a responder as perguntas que lhe

fossem feitas pelos alunos. A seguir, transcrevemos a entrevista com o

consentimento da entrevistada:

Aluno: Quem é(são) o(os) responsável(eis) pela coleta de lixo no Município?

Responsável: A coleta é realizada pela Sanepar, terceirizada pelo Município.

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Aluno: Como é organizada a coleta de lixo no Município?

Responsável: É organizada por bairros em dias alternados, um dia coleta o lixo

orgânico e no outro o lixo reciclável.

Aluno: A coleta seletiva é realizada no Município? Se sim de que maneira?

Responsável: A Sanepar tem um caminhão que coleta só reciclável, eles têm um

calendário de coleta nos bairros e a divulgação dos dias é feita pelos meios de

comunicação do município: rádio, jornais, caminhão de som e panfletagem.

Aluno: Qual o destino do lixo orgânico e reciclável no Município?

Responsável: tudo é levado ao aterro sanitário onde tem um grupo de pessoas

que fazem a separação.

Aluno: O Município desenvolve alguma ação no sentido de incentivar a separação

do lixo nas residências?

Responsável: A Sanepar está preparando um material (cartilha) pra ser

trabalhada nas escolas municipais e estaduais. Estão reorganizando a coleta e

montando um cronograma de coleta, pois o contrato do serviço é recente no

Município e muitos problemas têm que ser resolvidos, só que a comunidade tem

que fazer a sua parte.

Aluno: Existe(m) cooperativa(s) de catadores em Cornélio Procópio? Se sim, o

Poder Público matem algum tipo de incentivo? Qual?

Responsável: Sim, existe uma cooperativa formalizada no Município eles fazem a

seleção num galpão próximo ao aterro sanitário, não existe nenhum tipo de ajuda,

está sendo negociada ainda uma forma pra que ocorra essa ajuda.

Depois da entrevista a discussão continuou. A responsável

mencionou alguns planos para o futuro, envolvendo a educação. Foram

mostradas as imagens utilizadas no início da sequência didática e ela

prontamente disse que tomaria providências.

Etapa III – Introdução de conceitos científicos

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Foi apresentado aos alunos um texto intitulado “Coleta Seletiva no

Brasil”. O texto é uma síntese do trabalho de Emilio Maciel Eigenheer 2006 “Lixo

– Limpeza urbana através dos tempos”, um relato da história da coleta de lixo no

Brasil. O segundo texto “Resíduos Sólidos” foi extraído da Associação Brasilera

de Normas e Técnicas (ABNT) NBR 10004-2004.

A partir desses textos os alunos tiveram uma noção do que são os

resíduos sólidos, sua classificação quanto à natureza e à origem, além das

categorias dos resíduos quanto aos riscos de contaminação.

Em seguida os alunos foram encaminhados ao laboratório de

informática para uma pesquisa. Foi solicitado que usassem o site

http://planetabio.com/planetabio.html, pesquisando os itens: Ecologia – Poluição –

Problemas do lixo.

Nesta atividade foram trabalhados os tipos de lixo segundo a Lei

12.305 de 2010, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Além disso,

receberam informações sobre a composição do lixo brasileiro e noções da

implementação de aterros sanitários domésticos nas residências. Como atividade

escrita, os alunos fizeram anotações em seus cadernos quanto aos conceitos de

cada tópico abordado.

Etapa IV – Atividades

Foi utilizado um artigo de Carlos Alberto Mucelin e Marta Belini

(2008) “Lixo e impactos perceptíveis no ecossistema urbano”. Os alunos foram

divididos em grupos para fazerem a leitura e discussão do texto. Foram propostas

algumas questões para serem respondidas e a elaboração das considerações

finais acerca do estudo desse texto.

Após a realização da atividade os grupos apresentaram suas

produções e no debate alguns alunos perceberam a intencionalidade do trabalho

feito em Medianeira – PR (informação presente em um dos textos estudados) e

que teria algumas características comuns com Cornélio Procópio. A discussão

evidenciou a percepção da comunidade de Medianeira em relação ao lixo,

quantidade produzida, tipo de lixo e destino. Lá foram entrevistados vários

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segmentos da sociedade que associaram o lixo a algo ruim, mal cheiroso, nocivo,

portador de doenças e vetores transmissores de doenças.

Foi relatada a preocupação da comunidade de Medianeira com a

contaminação do solo, da água e do ar, e a ocupação desordenada da cidade que

gerou a criação de favelas na periferia, onde o lixo é depositado em lugares

impróprios, contaminando margens e leito de rios, margem de ruas, estradas,

fundo de vales e lotes baldios. Os alunos reconhecem que a percepção pode ser

entendida como tomada de consciência (de forma concreta) a respeito de

qualquer tema, e a partir daí fica instalada a necessidade de busca por mais

conhecimento para conscientização e mudança de comportamento.

Etapa V – Práticas sociais

Atividade 1: a sala foi dividida em novos grupos para sintetizar os dados coletados

da etapa II. Destacaram como é feita coleta de lixo na cidade de Cornélio

Procópio, segundo as informações do Departamento do Meio Ambiente.

Atividade 2: os alunos produziram um texto relatando a real situação do

Município.

Atividade 3: os alunos produziram um texto com propostas para possíveis

soluções dos problemas detectados no município em relação à coleta e

tratamento de resíduos.

O Município apresenta vários problemas na questão dos resíduos

sólidos domésticos, e a comunidade não tem conhecimento do destino desses

resíduos sendo que muitas residências fazem a seleção, mas na hora da coleta

isso não acontece separadamente.

A proposta dos alunos envolvidos neste trabalho foi a de que

fosse feita uma campanha envolvendo todas as escolas do Município,

simultaneamente, no sentido de conscientizar os alunos da importância de

selecionar o lixo em suas residências.

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Essa campanha deveria se estender a toda comunidade por meio

dos meios de comunicação locais: rádio, jornais, panfletagem, anúncios, carro de

som.

A coleta deveria ser organizada de forma sistematizada por

bairros e ruas, e seria criado um cronograma de coleta divulgado a todos os

munícipes.

O poder público deveria criar leis de incentivo à formação de

cooperativas de catadores no sentido de viabilizar aumento de mão de obra

(emprego) que atuasse nesse setor de forma legal. Como resultado, haveria

maior preservação do Meio Ambiente.

Etapa VI – Divulgação dos resultados

Foram convidados alunos de outras turmas para a sala que

participou das atividades acima descritas. A eles foram exposto os trabalhos

realizados, oralmente, com uso de projeção multimídia para mostrar as fotos da

situação de Cornélio Procópio. Em seguida houve momentos de discussão das

atividades e todos os envolvidos puderam participar.

Foi apresentada a entrevista obtida com a responsável do

Departamento do Meio Ambiente e repassadas informações de como é feita a

coleta no Município e que o mesmo apresenta muitos problemas nessa questão.

Os alunos expuseram a importância de selecionar o lixo nas suas

residências e também cobrar e fiscalizar o Poder Público sobre o destino final

desses resíduos, medidas que organizem uma coleta adequada, conscientização

da comunidade e criação de mais cooperativas de catadores, uma vez que o

Município demanda essa ação.

Conclusão

A implementação da proposta didática apresentada neste trabalho,

que abordou o tratamento e da destinação de resíduos domésticos da cidade de

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Cornélio Procópio-PR para alunos da EJA, evidenciou que a sistematização de

uma sequência didática com objetivos específicos contribui para o trabalho do

docente, mas, também, favorece a apropriação dos conhecimentos por parte dos

estudantes.

As etapas da sequência (problematização, fontes locais de

informação, introdução de conceitos científicos, atividades, práticas sociais e

divulgação dos resultados) organizaram os encaminhamentos pedagógicos

almejados para o trabalho com a temática escolhida.

Os alunos se mostraram envolvidos com a pesquisa, com os

trabalhos desenvolvidos dentro e fora da sala de aula, e buscaram continuamente

informações extras daquilo que lhes era solicitado. Também manifestaram

vontade e empenho em divulgar os conhecimentos adquiridos.

Por fim, concluímos este trabalho que se iniciou na escola

objetivando que o mesmo continue gerando ações positivas e concretas entre

todos os envolvidos, mas que, além disso, os participantes sejam divulgadores e

promotores de práticas ambientais que contribuam para melhorias na qualidade

do meio ambiente.

REFERÊNCIAS

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