OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Alfabetizar letrando através de atividades...

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – BRASIL

PDE – PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

MARLI FERNANDES DO PRADO

SALAS DE APOIO À APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA:

ALFABETIZAR LETRANDO ATRAVÉS DE ATIVIDADES LÚDICAS.

Projeto de Intervenção Pedagógica a ser aplicado no Colégio Estadual Francisco Neves Filho, Município de São João do Triunfo - PR em cumprimento das atividades previstas no Plano Integrado de Formação Continuada – 2013, do Programa de Desenvolvimento – PDE. Professora Orientadora: Sandra do Rocio Ferreira Leal - UEPG

PONTA GROSSA – PR 2013

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1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO PROFESSOR PDE: Marli Fernandes do Prado

ÁREA PDE: Língua Portuguesa

NRE: Ponta Grossa

PROFESSORA ORIENTADORA DA IES: Sandra do Rocio Ferreira Leal

IES VINCULADA: Universidade Estadual de Ponta Grossa

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Francisco Neves Filho

MUNICÍPIO: São João do Triunfo - PR

PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: alunos da Sala de Apoio à

Aprendizagem de Língua Portuguesa do 6°Ano – Ensino Fundamental

2 TEMA

Alfabetização e letramento no 6º ano do Ensino Fundamental.

3 TÍTULO

Salas de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa: alfabetizar letrando

através de atividades lúdicas.

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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICA

TURMAPDE / 2013

Título:

Salas de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa:

alfabetizar letrando através de atividades lúdicas.

Autora Marli Fernandes do Prado

Disciplina / Área Língua Portuguesa

Escola de implementação do Projeto e

sua localização

Colégio Estadual Francisco Neves Filho.

Rua Tenente Coronel Carlos Souza, nº 20

Município da Escola São João do Triunfo

Núcleo Regional de Educação Ponta Grossa

Professora Orientadora Sandra do Rocio Ferreira Leal

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Ponta Grossa

Resumo A seqüência didática aqui apresentada é

fruto da percepção da professora PDE na

Sala de Apoio à Aprendizagem de Língua

Portuguesa para o 6º ano, que vivenciou

momentos em que os professores queixam-

se que os alunos não aprendem, são

desatentos e com muitas dificuldades de

aprendizagem. Ao tomá-la como objeto de

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estudo, acreditamos que a oralidade e,

principalmente, a leitura e a escrita sejam as

maiores dificuldades enfrentadas pelos

alunos freqüentadores desse espaço

complementar de formação. Tendo

em vista a necessidade de possibilitar aos

alunos o desenvolvimento da aprendizagem,

percebemos nas turmas de 6º ano que,

além das dificuldades de adaptação à nova

sistemática de ensino nos anos finais do

Ensino Fundamental, o que pode gerar

indisciplina, alguns alunos têm apresentado

problemas de alfabetização e letramento,

bem como defasagens de aprendizagem em

conteúdos referentes aos anos iniciais do

Ensino Fundamental. Diante dessa

realidade, a Secretaria de Educação

(SEED), através de resoluções

regulamentadoras, criou as Salas de Apoio

à Aprendizagem de Língua Portuguesa e de

Matemática. O objetivo dessas salas é

propor metodologias diferentes das

utilizadas nas turmas regulares,que

atendam às necessidades dos alunos.

Essas salas visam a contribuir com os

professores no processo de ensino

aprendizagem, amenizando as dificuldades

encontradas na oralidade, leitura e

escrita,em todas as áreas do conhecimento,

através de um trabalho individualizado.

Diante disso, esse estudo será direcionado

à Sala de Apoio à Aprendizagem de Língua

Portuguesa, do 6º ano do Ensino

Fundamental, do Colégio Estadual

Francisco Neves Filho, em São João do

Triunfo – PR, através de atividade lúdicas.

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que oportunizem o desenvolvimento dos

processos de alfabetização e letramento.

Palavras-chave

Alfabetização; Letramento; Lúdico;

Oralidade; Leitura; Escrita.

Formato do Material Didático

Seqüência Didática

Público Alvo

Sala de Apoio à Aprendizagem e Língua

Portuguesa do 6º ano do Ensino

Fundamental.

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SUMÁRIO

4 Resumo............................................................................................................3

5 Apresentação....................................................................................................4

6 Justificativa.......................................................................................................5

7 Problemática.....................................................................................................6

8 Objetivos Geral e Específico.............................................................................7

9 Fundamentação Teórica....................................................................................8

9.1 Como surgiram os contos de fadas.............................................................12

9.2 O lúdico como instrumento facilitador no ensino aprendizagem.................13

10 Estratégias de ação......................................................................................15

10.1 Apresentação da situação e seleção do gênero textual............................15

10.1.1 Construção do conceito de contos de fadas..........................................16

10.1.2 Primeira produção..................................................................................18

10.1.3 A arte de escrever bem..........................................................................19

10.1.4 Escrevendo com... ................................................................................22

10.1.5 A arte de contar e recontar a narrativa...................................................23

10.1.6 Atividades: .............................................................................................24

10.1.7 Produção final........................................................................................25

11 Referências bibliográficas............................................................................26

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SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA:

Alfabetizar letrando através de atividades lúdicas

4 RESUMO

A sequência didática aqui apresentada é fruto da percepção da professora

PDE na Sala de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa para o 6º ano

do Ensino Fundamental, que vivenciou momentos em que os professores

queixam-se que os alunos não aprendem, são desatentos e com muitas

dificuldades de aprendizagem. Ao tê-la como objeto de estudo, acreditamos

que a oralidade e, principalmente, a leitura e a escrita sejam as maiores

dificuldades enfrentadas pelos alunos frequentadores desse espaço

complementar de formação. Tendo em vista a necessidade de possibilitar aos

alunos o desenvolvimento da aprendizagem, percebemos nas turmas de 6º

ano, que além das dificuldades de adaptação à nova sistemática de ensino nos

anos finais do Ensino Fundamental, o que pode gerar indisciplina, alguns

alunos têm apresentado problemas de alfabetização e letramento, bem como

defasagens de aprendizagem em conteúdos referentes aos anos iniciais do

Ensino Fundamental. Diante dessa realidade, a Secretaria de Educação

(SEED), através de resoluções regulamentadoras, criou as Salas de Apoio à

Aprendizagem de Língua Portuguesa e de Matemática. O objetivo dessas salas

é propor metodologias diferentes das utilizadas nas turmas regulares, que

atendam às necessidades dos alunos. Essas salas visam a contribuir com os

professores no processo de ensino aprendizagem, amenizando as dificuldades

encontradas na oralidade, leitura e escrita,em todas as áreas do conhecimento,

através de um trabalho individualizado. Diante disso, esse estudo será

direcionado à Sala de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa, do 6º ano

do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Francisco Neves Filho, em São

João do Triunfo – PR, através de atividade lúdicas que oportunizem o

desenvolvimento dos processos de alfabetização e letramento.

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Palavras-chave: Alfabetização; Letramento; Lúdico; Oralidade; Leitura; Escrita.

5 APRESENTAÇÃO

Prezado(a) Professor(a):

É com satisfação que oportunizo a você, professor (a) integrante do

Programa de Sala de Apoio à Aprendizagem, com o propósito de colaborar, no

sentido de organizar, indicar e proporcionar algumas atividades lúdicas a serem

exploradas no cotidiano escolar.

Esta Seqüência Didática que você utilizará como material pedagógico

para o desenvolvimento das atividades em Sala de Apoio visa a exemplificar as

diversas possibilidades de utilização da ludicidade, com vistas à amenizar as

dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos. Também se dirige a

você, educador, que se empenha em encontrar alternativas metodológicas para

sua prática diária e tornar a aprendizagem mais significativa e leve.

Por sua vez, essa seqüência didática propõe uma prática educativa que

promova uma integração disciplinar, mas também que estabeleça uma conexão

entre o aprendizado dos conteúdos teóricos sistematizados e as questões da

vida. Contudo, toda mudança no jeito de se processar o ensino e a

aprendizagem, implica em rever, não somente as metodologias, mas os

materiais pedagógicos de que dispomos no dia-a-dia escolar.

Sendo assim, o referido projeto traz propostas metodológicas

relacionadas à ludicidade como facilitadora do alfabetizar letrando, através do

gênero textual: Contos de Fadas.

6 JUSTIFICATIVA

Percebemos nas turmas de 6º ano que, além das dificuldades de

adaptação à nova sistemática de ensino dos anos finais do Ensino

Fundamental, o que pode gerar indisciplina, alguns alunos têm apresentado

problemas de alfabetização e letramento que podem ser as causas das

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defasagens de aprendizagem em conteúdos referentes aos anos iniciais do

Ensino Fundamental.

Diante dessa realidade, a Secretaria Estadual de Educação (SEED),

através de resoluções regulamentadoras, criou, em 2004, o disposto no art. 5º,

da Resolução nº 208/2004, na nº 3098/05 e na Instrução nº 05/2005, as Salas

de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa e de Matemática, para os 6ºs

anos do Ensino Fundamental,a normatização para o seu funcionamento e

outros documentos: ficha de encaminhamento dos alunos (parecer – Sala de

Apoio à Aprendizagem) e relatório de movimentação dos alunos.

O objetivo dessas salas é propor metodologias diferentes das

utilizadas nas turmas regulares, que atendam às necessidades dos alunos.

Esse espaço de formação complementar visa a contribuir com os professores

no processo de ensino aprendizagem, amenizando as dificuldades encontradas

na oralidade, leitura e escrita, em todas as áreas do conhecimento, através de

um trabalho mais individualizado.

Em se tratando da Língua Portuguesa, as Salas de Apoio devem

priorizar as dificuldades na oralidade, leitura e escrita, ampliando os processos

de alfabetização e letramento, o que repercutirá na melhoria do desempenho

da criança em todas as áreas do conhecimento.

O artigo 32, da LDB, modificado pela Lei nº. 11.274, de 2006, determina

que o Ensino Fundamental obrigatório passará a ter a duração de 9 (nove)

anos, gratuito, na Escola Pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade e

tendo por objetivo a formação básica do cidadão, através do:

(1) - desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios

básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

(2) - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da

tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

(3) - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista

a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e

valores.

Nas Salas de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa, é

necessário pensarmos em procedimentos de ensino que articulem a

alfabetização e o letramento. Para que isso ocorra, é preciso desencadearmos

processos metodológicos que assegurem resultados positivos para a

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aprendizagem das crianças, considerando as especificidades do

desenvolvimento de cada educando, em cada faixa etária. Nessa perspectiva,

a ação metodológica passa a ter um peso importante nesse espaço de

formação.

O Programa Salas de Apoio à Aprendizagem tem o objetivo de atender às dificuldades de aprendizagem de crianças que freqüentam as séries finais do Ensino Fundamental. Para os alunos da 5ª Série/6º Ano e 8ª Série/9º ano, a abertura da Sala de Apoio se dá de forma automática. Para as demais séries, a abertura deve ser solicitada. (Página dia a dia educação)

No Diário Oficial nº. 8472,de 24 de Maio de 2011, do Estado do Paraná,

encontra-se a Resolução 3683/2008 - SEED:

Art. 1º Instituir a partir de 2011, em caráter permanente, o Programa de

Atividades Complementares Curriculares em Contra turno na Educação Básica

na Rede Estadual de Ensino.

§ 1º O Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contra turno

visa à melhoria da qualidade do ensino por meio da ampliação de tempos,

espaços e oportunidades educativas realizadas na escola ou no território em

que está situada, em contra turno, a fim de atender às necessidades sócio

educacionais dos alunos.

§ 2º As atividades complementares curriculares ofertadas em contra turno

devem estar vinculadas ao Projeto Político Pedagógico da Escola,

respondendo às demandas educacionais e aos anseios da comunidade.

Tendo em vista a relevância dessas atividades complementares, mais

especificamente das Salas de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa

para os 6ºs anos, é que se justifica a proposição desse projeto.

7 PROBLEMATIZAÇÃO

A escola deve dar um tratamento diferenciado aos alunos a partir do

diagnóstico referente a problemas de alfabetização e letramento que

ocasionam dificuldades com a oralidade, leitura e escrita e, em decorrência

disso,em conteúdos dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Podemos dizer que o problema permanece e muito se tem escrito e

pesquisado a respeito. Buscam a explicação ora no aluno (questões de saúde,

ou psicológicas, ou de linguagem), ora no contexto cultural do aluno (ambiente

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familiar e sociocultural), ora no professor (formação inadequada, incompetência

profissional), ora no método (eficiência, ineficiência),ora no material didático

(inadequado aos interesses do aluno), ora no código escrito (relação entre o

sistema fonológico e o sistema ortográfico da Língua Portuguesa).

A partir desse problema contextualizado, a questão norteadora do

trabalho de pesquisa será: Como reconhecer e minimizar, através de atividades

lúdicas, os problemas de alfabetização e letramento, manifestados na

oralidade, leitura e escrita, apresentados pelos alunos do 6º ano do Ensino

Fundamental que freqüentam as Salas de Apoio à Aprendizagem de Língua

Portuguesa?

8 OBJETIVO GERAL E ESPECIFICOS

8.1 OBJETIVO GERAL

Contribuir para a melhoria da prática pedagógica na Sala de Apoio à

Aprendizagem de Língua Portuguesa, para o 6º ano do Ensino

Fundamental.

8.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

Diagnosticar, na Sala de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa,

as defasagens de aprendizagem apresentadas pelos alunos que

freqüentam o 6ª ano do Ensino Fundamental.

Valorizar o potencial dos alunos de Sala de Apoio do 6º ano, motivando-

os para a execução de tarefas.

Priorizar, de forma lúdica, o resgate de conteúdos que os alunos

apresentam defasagem de aprendizagem.

Promover a interação, através de jogos e brincadeiras, entre os alunos e

professor(a).

Resgatar as dificuldades dos alunos a partir dos textos lidos e

produzidos.

Propor, como alternativa metodológica para alfabetizar letrando,

atividades lúdicas e significativas, em um ambiente propício à

aprendizagem.

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Realizar reuniões periódicas de formação continuada com a professora

da Sala de Apoio de Língua Portuguesa, professora das turmas regulares

de 6º ano e pedagoga da escola.

9 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Considerando o percurso histórico da disciplina de Língua Portuguesa

na educação básica brasileira e confrontado esse percurso com a situação de

analfabetismo funcional, com um índice crescente de dificuldades de leitura

compreensiva e produção de textos, segundo os resultados de avaliações em

larga escala e mesmo de pesquisas acadêmicas, as Diretrizes Curriculares

Estaduais de Língua Portuguesa, entre 2004 e 2008 requerem, neste momento

histórico, novos posicionamentos em relação às práticas de ensino. Esses

novos posicionamentos passam pela discussão crítica dessas práticas e pelo

envolvimento direto dos professores na construção de alternativas

metodológicas.

Essas considerações apresentadas nas DCEs dão ênfase à língua viva,

dialógica, em constante movimentação, permanentemente reflexiva e

produtiva, na adoção de práticas de linguagem como ponto central do trabalho

pedagógico. As Diretrizes assumem uma concepção de linguagem que não se

fecha “na sua condição de sistema de formas, (...)mas abre-se para a sua

condição de atividade e acontecimento social” ( RODRIGUES, 2005, p. 156).

A concepção de letramento como uma prática social tem sido tratada por

diferentes pesquisadores. De acordo com Heath (1999), pesquisas sobre as

práticas de leitura e escrita iniciaram e tomaram corpo a partir da década de

70. O letramento era compreendido como codificação e decodificação de

símbolos organizados e qualquer sistema que representa, de forma

permanente e precisa, a linguagem oral. Estudos sobre leitura e escrita surgem

em outras partes do mundo, como Street (1984, 1995) que têm influenciado o

trabalho de pesquisadores no Brasil, como Soares (1998), Kleiman (1995) e

Rojo (2000).

Argumentando contra a dicotomia entre oralidade e escrita, letrado e

iletrado, Goody (1963, 1968, 1977), apud Street (1984), afirma que as práticas

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de letramento não podem ser isoladas do contexto político e ideológico em que

ocorrem. Nessa perspectiva, propõe duas visões de letramento: autônomo e

ideológico.

O modelo autônomo, com uma visão da escrita como “ tecnologia do

intelecto”, objeto abstrato e neutro, descontextualizado, menos conectado com

as particularidades do tempo e do espaço que a linguagem oral.

O modelo ideológico de letramento busca compreender as práticas de

leitura e de escrita como práticas contextualizadas, construídas em contextos

específicos de uso da escrita. Os significativos culturais, políticos e ideológicos

são constitutivos das práticas de letramento, o que implica a análise das

condições de produção dos letramentos focalizando-se sobre o que, como,

quando e por que ler e escrever.

Baseando-se no modelo ideológico, Soares define letramento como o

“estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como

conseqüência de ter se apropriado da escrita e de suas práticas” (1998, p. 39).

E continua: “letramento é o que as pessoas fazem com as habilidades de

leitura e de escrita e como essas habilidades se relacionam com as

necessidades, valores e práticas sociais” (p. 72).

Para Kleiman, o letramento está presente na oralidade, uma vez que o

impacto da escrita é de largo alcance”.Uma atividade que envolve apenas a

modalidade oral como escutar notícias de rádio é um evento de letramento,

pois o texto ouvido tem as marcas de planejamento e lexicalização típicas da

modalidade escrita” (1998, p. 182).

O letramento escolar como prática social que muda de acordo com o

contexto, passa a ser considerado uma das possíveis manifestações das

práticas de letramento na sociedade. As práticas escolares de uso da leitura e

da escrita são baseadas no modelo autônomo de letramento, que considera a

escrita descontextualizada e sua aprendizagem, um processo individual. “A

escola tem suas próprias crenças sociais e comportamentos nos quais essas

práticas particulares de letramento estão inseridas.”

Segundo Rojo (2000), a escola é letramento, pois este decorre tanto nas

práticas orais como na escrita dentro de sala de aula.

No Brasil, o processo de ensino/aprendizagem da leitura e da escrita, a

alfabetização e o letramento, estão presentes desde a criação das primeiras

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escolas. Entretanto, analisar a alfabetização na perspectiva do letramento é

recente no país.

O ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa visa a aprimorar os

conhecimentos lingüísticos e discursivos dos alunos para que possam

compreender os discursos que os cercam e terem condições de interagir. É

importante ter claro que quanto maior o contato com a linguagem, atividades

planejadas que possibilitem ao aluno a leitura e a produção oral e escrita, maior

será a inserção dos alunos nas práticas sociais vigentes. A criança, quando

chega à escola, já domina a oralidade, pois cresce ouvindo e falando a língua,

seja por meio das cantigas, das narrativas, dos causos contados, do diálogo ou

mesmo pelo rádio, TV e outras mídias. Em relação à escrita, ressalta-se que as

condições em que a produção acontece determinam o texto.

Soares (2006) afirma que, para entrar e viver no mundo do

conhecimento, o aprendiz necessita do domínio da tecnologia da escrita, o

sistema alfabético e ortográfico, e o domínio de competências de uso dessa

tecnologia (saber ler e escrever em diferentes situações e contextos). Esse

conhecimento, esse domínio, obtém-se por meio do letramento.

Sobre esse respeito, Freire (1991) afirma que não basta saber ler, é

preciso compreender qual a posição que a leitura ocupa no seu contexto social.

Freire chama a atenção para o fato de que não basta dominar a escrita, é

preciso considerar as possíveis conseqüências da inserção do aprendiz no

mundo da escrita. Trabalhar a alfabetização na perspectiva do letramento é

acreditar que é possível alfabetizar letrando, pois o ato de ensinar a ler e a

escrever cria condições para a inserção do sujeito em práticas sociais de

consumo e produção do conhecimento em diferentes instâncias sociais e

políticas. O professor ciente da complexidade do ato de alfabetizar e letrar, é

desafiado a assumir uma postura política que envolve o conhecimento e o

domínio do que vai ensinar.

Portanto, o educador deve estar convencido daquilo que quer ensinar.

Neste sentido, é importante que o professor consciente conceba a

alfabetização e o letramento como fenômenos complexos e que são múltiplas

as possibilidades de uso da leitura e da escrita na sociedade. As práticas em

sala de aula devem estar orientadas de modo que se promova a alfabetização

na perspectiva do letramento e, tomando as palavras de Soares (2001), que se

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proporcione a construção de habilidades para o exercício efetivo e competente

da tecnologia da escrita.

[…] implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos – para informar ou informar-se, para interagir com conhecimentos, para seduzir ou induzir, para divertir-se, e produzir diferentes tipos e gêneros de textos; habilidades de orientar-se pelos protocolos de leitura que marcam o texto ou de lançar mão desses protocolos de leitura que marcam o texto ou de lançar mão desses protocolos, ao escrever: atitudes de inserção efetiva no mundo da escrita, tendo interesse e informações e conhecimentos, escrevendo ou lendo de forma diferenciada, segundo as circunstâncias, os objetivos, o interlocutor […]. (SOARES, 2001, p. 92)

O aprendiz é levado a se indagar sobre quem escreve e em que

situação escreve, o que se escreve, a quem o texto se dirige e com que

intenções, quais os efeitos que o texto procura produzir no leitor, etc.

Antunes (2003, p. 47) salienta a importância do professor desenvolver

uma prática de escrita que considere o leitor, uma escrita que tenha um

destinatário e finalidades sobre o que será escrito, tendo em vista que “a

escrita, na diversidade de seus usos, cumpre funções comunicativas

socialmente específicas e relevantes” .

É indiscutível o fato da escola ter que refletir sobre as relações entre o

processo de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita, considerando a

discussão recente sobre alfabetização e letramento. Isso traz à tona a

importância de não deixar para os anos seguintes o que se deve assegurar

desde a entrada das crianças, aos seis anos, na escola.

Telma Ferraz Leal (2003, p. 20) afirma a necessidade de ao "alfabetizar

letrando", retomar-se um ensino sistemático de alfabetização, no qual a escola

reconquiste a explícita intencionalidade de ensinar a escrita alfabética,

equivalente à faceta linguística do processo de alfabetização. Abordar os temas

alfabetização e letramento, de forma integrada, com reflexões teóricas,

sugestões de atividades práticas e exemplos de produções infantis. Ela discute

sobre o processo de aprendizagem, tendo como referência as teorias de Piaget

e Vygotsky.

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9.1 COMO SURGIRAM OS CONTOS DE FADAS

Segundo BETTELHEIM (1979), COELHO (1981), ZILBERMAN (1981),

JESUALDO (1985), DIPUCRS (1991) e LAJOLO (1983), ninguém sabe ao

certo qual foi a primeira história existente e quem a contou, pois as histórias

são muito antigas e surgiram junto com a humanidade. Sabe-se que elas foram

criadas devido à necessidade das pessoas perpetuarem fatos, explicar

fenômenos da natureza que causavam medo e transmitir experiências,

crenças, costumes, doutrinas, pessoas, lugares e sonhos.

As civilizações primitivas contavam suas histórias oralmente e elas iam

sendo transmitidas de geração em geração. Somente mais tarde, com a

invenção da escrita é que algumas dessas histórias puderam ser registradas.

Os Contos de Fadas vieram das tradições orais de culturas diversas,

são variações do conto popular. Apresentam-se no formato de histórias, cujo

conteúdo tem como personagens reis, rainhas, príncipes, princesas, bruxas,

ogros, gigantes, etc. É uma narrativa curta, na qual geralmente o herói deve

enfrentar obstáculos. Normalmente, os personagens podem ser salvos ou

ajudados por objetos mágicos ou por seres fantásticos, como fadas, magos,

anões, etc. Os finais dos Contos de Fadas sempre são caracterizados pelo

bem vencendo o mal e a esperada frase “e viveram felizes para sempre”.

Por um longo espaço da história da humanidade, a imaginação do

homem foi criando fatos estruturados em atos sequentes, que se tornaram

tradições orais populares, com enredo simples do cotidiano, que se fazia

presente de forma diferente para cada povo. Esses fatos despertavam o

interesse dos que as ouviam e com o aparecimento e aperfeiçoamento da

imprensa, começaram a surgir os primeiros escritores que tornaram os Contos

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orais e os estruturaram por escrito, fazendo surgir os verdadeiros Contos de

Fadas.

As fadas são seres lendários, dotados de poderes sobrenaturais, que

intervém de modo mágico nas questões humanas. São em geral belas,

bondosas, desamparadas e quase sempre jovens.

O autor pioneiro na área foi o francês Charles Perrault, que deu uma

amaciada nas histórias para agradar as mães da corte francesa e foi sem

dúvida o escritor que rompeu com o preconceito mantido em torno da cultura

popular e em torno da criança que, na época não tinha uma literatura própria.

No século seguinte, os famosos irmãos alemães Jacob e Wilhelm

Grimm e o dinamarquês Hans Christian Andersen deram seguimento nessa

linha literária, inclusive absorvendo características de folclores de outras

culturas, criando as "morais de história" e também amenizando os enredos.

Muitos contos publicados pelos Irmãos Grimm já haviam sido registrados

por Perrault e Hans Christian Andersen, que consolidaram a literatura infantil e

especialmente os Contos de Fadas que encantam a infância em todo o mundo.

Apesar da avalanche de brinquedos eletrônicos, jogos, videogames, etc., esse

gênero textual vêm resistindo à peneira do tempo.

Os Contos de Fadas vêm despertando muitas reflexões, pois constituem

um rico material, oferecendo possibilidades inesgotáveis de estudos e a sua

utilização em sala de aula tem contribuído, de forma significativa, para o ensino

de leitura e escrita.

Os contos atuais, cheios de esperança e amor, foram fruto de uma

preocupação com o impacto psicológico que as crianças podem sofrer a partir

de influências. Preocupação esta que continua até hoje, discutindo cada vez

mais o conteúdo da indústria infantil e do politicamente correto. Foi essa

preocupação que transformou aquelas histórias macabras nos famosos contos

de fada.

9.2 O lúdico como instrumento facilitador no ensino aprendizagem

O lúdico não deve ser visto meramente como um passatempo. Têm

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como intuito promover uma educação diferenciada, capaz de encarar a

ludicidade como um fator motivador, facilitador da aprendizagem cognitiva,

afetiva e psicomotora dos educandos, tornando-os seres pensantes, dotados

de emoções e sentimentos, interagindo todo o tempo com o social.

A atividade lúdica revela-se como um instrumento facilitador da

aprendizagem, pois possui valor educacional intrínseco, criando condições

para que a criança explore e interaja com seus companheiros, resolvendo

situações problema. É visto também como um recurso no processo de ensino-

aprendizagem, tornado-o mais fácil, enriquece a dinâmica das relações na sala

de aula e possibilita um fortalecimento da relação entre o ser que ensina e o

ser que aprende. "A todo o momento, o professor devera tomar consciência da

timidez, liderança, criatividade, inteligência dos alunos. "" (SILVA JUNIOR,

2005, p. 17).

É na atividade lúdica que o educando desenvolve sua habilidade de

subordinar-se a uma regra, mesmo quando um estímulo direto o impele a fazer

algo diferente. "Dominar as regras significa dominar seu próprio

comportamento, aprendendo a controlá-lo, aprendendo a subordiná-lo a um

propósito definitivo". (LEONTIEV apud QUEIROS; MARTINS, 2006, p.7).

É observando, olhando, conhecendo, tocando, manipulando e

experimentando que se vai construindo conhecimento. Neste jogo o da busca

do conhecimento, onde se pode brincar, jogar e estabelecer um espaço e

tempo mágico, onde tudo é possível, um espaço confiável, onde a imaginação

pode desenvolver-se de forma sadia, onde se pode viver entre o real e o

imaginário, este é o lugar e tempo propício para crescer e produzir

conhecimento. "O saber se constrói fazendo próprio o conhecimento do outro, e

a operação de fazer próprio o conhecimento do outro só se pode fazer

jogando." (FERNANDEZ,1990, p. 165).

Os recursos didáticos não são acessórios da ação docente, são a

materialização dela, sendo preciso a organização do trabalho pedagógico nos

anos iniciais e finais do Ensino Fundamental de nove anos, considerando o

planejamento de cada ano escolar de forma a contemplar as mudanças e as

novas situações que integram o cotidiano dos alunos.

Sendo assim, faz-se necessário refletir sobre alguns aspectos que

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envolvem a organização de práticas de alfabetização e letramento, discutindo

sobre a importância do planejamento para o desenvolvimento de ações

autônomas e efetivas dos profissionais da educação.

10 ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Trata-se de um projeto de pesquisa qualitativa. O estudo vai ocorrer

na Sala de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa do 6º ano do Ensino

Fundamental, do Colégio Estadual Francisco Neves Filho, em São João do

Triunfo, através de: levantamento e leitura de referenciais teóricos sobre

alfabetização, letramento, gêneros textuais e ludicidade; observações de aulas

nas turmas regulares de 6º ano e na Sala de Apoio de Língua Portuguesa,

buscando detectar as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos

de 6º ano, apontadas pelos professores de todas as disciplinas, para possíveis

intervenções do professor na Sala de Apoio à Aprendizagem de Língua

Portuguesa. Serão analisados diversos quesitos, entre eles, a capacidade do

aluno saber ler, compreender o que leu, interpretar, escrever o que pensa e o

que entendeu sobre o assunto e se atende às características do gênero

proposto. Também serão analisadas as capacidades de domínio da linguagem

oral e escrita, assim como a de relacionar o conteúdo com outros textos.

O NRE atende as Salas de Apoio através de visitas ao Colégio. Os

problemas de aprendizagem detectados nos alunos que frequentam essas

salas são diversos, tais como:

dificuldades na leitura e escrita, às vezes até na pronúncia de palavras;

não lêem, não gostam de ler, justamente por não conseguirem

decodificar e entender o que foi lido, entre outros.

10.1 APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO E SELEÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL

Nesse momento, o tema gênero textual Contos de Fadas é apresentado às

crianças, a partir do resgate do que eles sabem sobre essas histórias, o que já

leram, que personagens conhecem e o que diferencia esse gênero de outros

que circulam na sociedade.

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“Aperte o cinto, pois a viagem já vai começar!”

10. 1.1 Construção do conceito de Contos de Fadas.

Através de uma forma dinâmica, assistir o filme sobre os Os Irmãos

Grimm e no data show apresentar os contos de fadas: João e Maria, Branca de

Neve, Chapeuzinho Vermelho e Pequena Sereia, como forma de apresentar e

caracterizar esse gênero textual antes da realização da primeira produção. O

primeiro passo será a apresentação desses contos e, depois, estimular a

produção oral com objetivo de facilitar a reescrita dos contos com algumas

mudanças propostas ou a criação de novos contos de fadas por escrito.

Momentos de leitura dos contos de fadas:

LER POR PRAZER

É um convite à imaginação, à magia e à fantasia.

Desenvolver a escuta atenta.

Prever situações de leitura em voz alta pelo professor e pelo aluno.

Levantar as referências que os alunos já têm sobre o assunto.

Relacionar as próprias experiências com a obra.

Entender o espírito da história.

LER PARA ESTUDAR

Aprender a ler as entrelinhas dos textos, dentro e fora da escola.

Orientar a leitura dos textos.

Reler trechos difíceis.

Estabelecer relações coerentes com a realidade.

Facilitar o entendimento.

Ao escrever, esquematizar, rascunhar e reelaborar o que foi lido.

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LER PARA SE INFORMAR

Explicitar o vocabulário e trocar idéias sobre os textos lidos.

Confrontar diferentes pontos de vista.

Pesquisar sobre o autor do texto e o contexto de produção.

Após a verificação sobre o que os alunos sabem sobre Contos de

Fadas, realizar uma visita à biblioteca e ao Laboratório de Informática do

próprio colégio para uma pesquisa, pois o computador é um bom instrumento

para a turma acessar a Internet, encontrando as versões que tratam da

temática do projeto, como também conhecer outros contos de fada.

1º Passo: familiarizar a turma com o gênero que será trabalhado. Selecionar as

diferentes versões encontradas dos contos já apresentados para leitura a ser

realizada em sala de aula.

2º Passo: questionamentos:

Quem está contando a história?

O que ele sabe sobre a vida, os pensamentos e os sentimentos dos

personagens?

Quais as características dos personagens?

Que mudanças seriam necessárias para que um deles fosse o narrador?

Isso não significa que o professor não possa trabalhar com outras

alternativas para tal apresentação. Essas perguntas são importantes para

apresentar o conceito de focalização e o ângulo de quem conta a história.

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3º Passo: construir um painel coletivo das versões encontradas pelas duplas,

com as características dos principais personagens. Isso vai ajudá-los a

escolher e a conhecer a história de um personagem para depois reescrever

uma delas na “pele” de um desses e contar a história com as intenções da

trama.

4º Passo: apresentação dos slides sobre a origem das: bruxas, fadas, duendes

e gnomos.

10. 1.2 PRIMEIRA PRODUÇÃO

Fonte: obrigadopelospeixes.com

Recriar um conto já lido (João e Maria) ou criar um novo conto.

Todo professor quer que seus alunos escrevam, falem e leiam bem. Com

o intuito de realizar uma sondagem, buscando as principais dificuldades com

relação ao gênero e ao emprego correto da Língua Portuguesa (ortografia,

concordância, pontuação, paragrafação, coerência, coesão, etc.). Essa

primeira produção servirá de base para a organização e reorganização das

atividades, indo ao encontro das necessidades e dificuldades dos alunos.

Histórias de era uma vez...

Trabalhadas as características do gênero, os alunos devem escrever,

recriando o conto lido na 3ª pessoa, isto é, com um narrador observador. Essa

reescrita será orientada de acordo com as opções realizadas.

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10.1.3 A arte de escrever bem

Fonte : contextoshistoricos.blogspots.com

Ao ser apresentada a versão abaixo do Conto sobre Chapeuzinho

Vermelho, fazer com que os alunos tomem gosto pela leitura e aprendam que a

linguagem falada é rica, mas que a escrita deve seguir a norma culta. Que a

língua falada é diferente da língua escrita e que a variação da fala, tão comum

no país, precisa ser respeitada. Na hora de escrever, é necessário seguir uma

norma-padrão.

Era uma vez... Uma garotinha que sempre estava vestida com um capuz avermelhado, que lhe rendeu o apelido de Chapeuzinho Vermelho. Um certo dia foi levar mantimentos para sua avó que morava longe, como sua mãe havia lhe mandado, e enquanto caminhava alegremente pela floresta, um grande lobo apareceu e perguntou-lhe onde ia. - À casa da vovó - respondeu ela prontamente. O lobo muito esperto, lhe recomendou o caminho mais longo como atalho, e inocentemente a garotinha seguiu o conselho. Quando chegou primeiro à casa, o lobo matou a avó, colocou todo seu sangue numa garrafa, fatiou sua carne

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num prato, comeu e bebeu satisfatoriamente, guardou as sobras na despensa, vestiu a camisola da idosa e esperou na cama a chegada da menina. Em pouco tempo ele ouviu batidas na porta. - Entre, minha querida. - disse o lobo imitando a avó da garotinha. - Eu trouxe o pão e o leite para a senhora, vovó. - respondeu Chapeuzinho Vermelho. - Entre minha querida. E coma algo, tem carne e vinho na despensa. - disse o lobo. A Menina comeu o que lhe foi oferecido, e enquanto se servia, o gato de sua vó a observava aos murmúrios: "Meretriz! Então, comes a carne e bebes o sangue de tua própria avó com gosto. Ata teu destino ao dela." Após a garota se alimentar, o Lobo então disse cheio de malícia: - Dispa-se e venha para cama comigo. - O que faço com minhas roupas? - questionou Chapeuzinho. - Jogue na lareira, querida. Não precisará mais disso - respondeu o lobo. E para cada peça de roupa que a garota retirava, copete, anágua, meias, a garota refazia a mesma pergunta, e o lobo apenas respondia: "Jogue na lareira. Não precisará mais disso" Já totalmente despida, a garota deitou-se ao lado do lobo, e ao sentir o toque do pelo roçar em seu corpo disse: - Como a senhora é peluda vovó. – exclamou Chapeuzinho - É para te esquentar, minha neta. - respondeu o lobo. - Que unhas grandes a senhora tem! - ela disse. - São para me coçar, minha querida. - o lobo respondeu. - Que ombros largos a senhora tem! - São para carregá-la nas costas, minha jovem. - Que coisa dura e longa a senhora tem entre as pernas. - É para saber quando estou feliz, querida.

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- E que olhos grandes! - São para te ver melhor. - E que nariz grande! - É para lhe cheirar melhor - E que dentes grandes a senhora tem! - São para te comer E então o lobo a devorou.

Fonte do conto: dimartizando.blogspot.com.br

A reescrita na pele de um personagem

Reescrever um texto não é corrigi-lo ou revisá-lo, mas contar com as próprias

palavras uma história conhecida como o Conto de Chapeuzinho Vermelho do

ponto de vista do Lobo mau. Isso vai levar os alunos a colocar em jogo uma

enorme quantidade de conhecimentos e a avançar ainda mais.

Segundo a pesquisadora Emilia Ferreiro (2008), ninguém dimensiona o

tamanho da saudável encrenca que a turma vai ter em mãos com a proposta:

como quem escreve em primeira pessoa resolve ser personagem e, ao mesmo

tempo, narrador?

Significa que o aluno-escritor precisa enfrentar dois desafios. O primeiro deles

é focalização – a perspectiva ou o ângulo de visão de quem conta a história. É

uma mistura própria de quem está descobrindo novos caminhos para escrever

mais e melhor, discutindo as possíveis soluções do seu papel.

Em uma roda de conversa, refletir sobre o uso da linguagem.

Como o autor começou a história?

O que Chapeuzinho Vermelho pergunta primeiro ao Lobo?

Que palavras interessantes ele usou para expressar sensações e

emoções?

Como ele descreveu cada personagem?

Com que ritmo as ações se encadeiam?

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Como a trama terminou?

Essa reflexão vai ajudar a garotada a reunir os principais elementos e

expressões que serão usados depois, no momento de dar vida aos relatos.

Propostas como essa têm por objetivo levar a pensar sobre o sistema de

escrita durante a leitura e a produção de texto. Assim, na hora de escrever,

todos poderão se apoiar em palavras conhecidas ou verificar se as

antecipações feitas estão corretas.

Em seguida, é hora de escrever. É preciso reservar um espaço para o

rascunho, a revisão e reestruturação.

10.1.4 Escrevendo com...

Fonte: jogodasmeninas.org

Agora chegou a sua vez. Prepare-se!

Além de continuar escrevendo a história iniciada pela professora, os

alunos, em grupos, deverão montar uma maquete sobre Branca de Neve e os 7

Anões, fazendo um roteiro para apresentar o Conto em sala de aula.

Proposta: construa com a classe as características dos principais

personagens. No caso: a madrasta, a filha adotiva ( Branca de Neve), os sete

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anões e o príncipe. Transcreva os resultados em um cartaz e deixe à vista dos

estudantes. Pode também haver correção ortográfica e de pontuação,

discutindo com os alunos as principais modificações que devem ser feitas.

10.1.5 A arte de contar e recontar a narrativa sobre A Pequena Sereia

Antes de iniciarmos a apresentação da história da Pequena Sereia, vamos

lançar uma pergunta de pesquisa para a turma:

Qual a diferença entre “Contos de Fadas” e “Contos Maravilhosos”?

Fonte: pipocablog.com

Podemos dizer que o ato de contar história resume-se em magia,

imaginação, conhecimento, capacidade imaginativa, ludicidade e afetividade.

Para contar uma história é importante:

Conhecer a história;

Ler antes de contá-la;

Prestar atenção se a história demonstrou algum sentimento;

Utilizar entonações diferentes, mudar o tom, a intensidade e a

velocidade das narrações;

Fazer expressões faciais;

Fazer expressões corporais;

Improvisar;

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Usar objetos durante a narrativa;

Utilizar músicas e sonoplastia;

Transmitir emoções.

Contar ou ler histórias requer certo preparo, que se inicia na escolha do texto

até sua forma de apresentação.

A apresentação do Conto: A Pequena Sereia será realizada através do

flanelógrafo, que é um recurso fácil de usar para contar histórias. As figuras são

de feltro com velcro atrás e, conforme a história é contada, os personagens vão

sendo colados em um quadro de feltro. Com o objetivo de instigar o interesse,

pois nessa faixa etária pressupõe-se que as crianças já têm total domínio dos

mecanismos de leitura, maior fluência, capacidade de concentração e de

confrontar idéias.

10.1.6 Atividades:

Atividade 01: Resolva as questões abaixo:

1) Descubra o enigma dos símbolos e escreva abaixo:

A B C D E F G H I J K L M N O P

Q R S T U V W Y Z

O que a avó da Pequena Sereia disse? Decifre o enigma.

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2) Através de uma cena com um dos principais personagens do conto,

realizar a montagem de um quebra cabeça e/ou dominó.

3) Jogo da memória com os personagens dos contos trabalhados sobre:

João e Maria, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e os Sete Anões e A

Pequena Sereia.

4) Observar as cenas e descobrir de qual Conto ela pertence escolhendo o

nome da história.

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5) Escreva ( V ) para Verdade e ( F ) para Falso:

a) ( ) Chapeuzinho Vermelho morava com a avó.

b) ( ) Chapeuzinho parou para pegar flores?

c) ( ) O Lobo Mau engoliu a menina?

d) ( ) O caçador visitou a avó?

e) ( ) O caçador cortou o Lobo com uma faca.

f) ( ) O Lobo observava Chapeuzinho na floresta?

Atividade 02:

- Caça-palavras: As palavras relacionadas aos Contos de Fadas estão ocultas

no diagrama, sempre em linha reta, nas direções: horizontal, vertical e

diagonal. Escritas normalmente ou invertidas. O aluno deverá marcar as

palavras em destaque, na relação ou no texto, e à medida que as encontrar,

circundá-las no diagrama.

- Jogo da memória: sobre os quatro contos trabalhados.

- Dominó: sobre os personagens dos contos e suas características.

Uma parte do domino´ com os personagens na forma de desenhos

e a outra parte escrita, com algumas das características destes.

Exemplo: Desenho / Animal mamífero, com o

do Lobo corpo coberto de pelos

-Palavras Cruzadas: responder perguntas com os nomes dos personagens ou

da história a que se referem.

Ex: 1) Quem comeu uma maçã envenenada e só acordou com um beijo do

príncipe?

2) Quem acolheu a princesa na floresta ao ser libertada por um caçador

do reino?

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3) Quem deixou um rastro com migalhas de pão para encontrar o

caminho para casa?

4) Quem levou as crianças para a floresta e as deixou?

5) Qual o nome da história em que a personagem usava um capuz

vermelho?

6) Qual animal aborda Chapeuzinho Vermelho na estrada?

7) Quem salvou a vovó de Chapeuzinho Vermelho?

8) De onde a vovó foi retirada, após ser engolida pelo Lobo?

Obs.: As atividades lúdicas serão organizadas a partir das necessidades e

dificuldades apresentadas pelos alunos no decorrer das aulas e serão

disponibilizadas no artigo final, quando pretendemos colocar em anexo a

sequência didática completa.

10.1.7 Produção Final

Verificar o avanço que os alunos apresentaram no decorrer do processo

de alfabetização e letramento através das atividades lúdicas, pois esta

proposta permitirá ao educando criar, imaginar, fazer de conta e,

principalmente, aprender de forma significativa a ler e a escrever. Avaliar o

próprio comportamento diante da maneira de encarar os seus “erros” e os dos

colegas e a partir dos Contos de Fadas trabalhados.

Proporcionar na escola o contato com a leitura dos Contos de Fadas é

uma forma de mostrar a origem dos livros escritos no contexto da Literatura

Infantil e deixar que elas escolham se querem ou não ler, conforme o seu gosto

e interesse. Apenas deixar à disposição, pois se a criança for despertada pela

leitura desses contos, terá oportunidade de vivenciar um mundo que, em sua

fantasia, estará relacionado com o mundo onde se encontra integrado hoje,

identificando muitos aspectos de sua vida real com a ficção, e isso também é

educação.

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11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Coleção Pedagógica : contos clássicos : manual do professor. São Paulo : Ciranda Cultural, 2011.

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MACEDO, Lino de; PETTY, Ana Lúcia Sícoli; PASSOS, NorimarChriste. Os jogos e o lúdico na aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed, 2005.

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Revista Aprende Brasil: A revista da sua escola. Editora Positivo - Ano 2, nº 6 agosto/setembro de 2005.

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__________. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

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