Organizacoes nas sociedades de informacoes
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ÍNDICE
Introdução........................................................................................................................................3
1.Objectivo geral..............................................................................................................................4
1.1.Objectivos específicos...............................................................................................................4
2.Metodologia..................................................................................................................................4
3.Organizações na sociedade de informação...................................................................................5
3.1.Comércio electrónico.................................................................................................................5
3.2.A segurança das transacções electrónicas..................................................................................6
3.3.O papel do estado.......................................................................................................................6
4.Comunicação e estratégia nas organizações.................................................................................7
4.1.A Importância da Comunicação Estratégica para o Contexto Organizacional..........................7
5.Relacionamento interpessoal no âmbito organizacional...............................................................9
5.1.Relacionamento interpessoal.....................................................................................................9
6.Processos organizacionais e desenvolvimento sustentável.........................................................12
6.1.Posturas Epistemológicas para a Definição do Desenvolvimento Sustentável.......................13
6.2.As correntes paradigmáticas abordadas por Gladwin, Kenelly e Krause (1995)....................14
6.3.O Conceito de Desenvolvimento Sustentável..........................................................................15
Conclusão......................................................................................................................................16
Bibliografia....................................................................................................................................17
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Introdução
Vivemos em uma era de mudança socioeconómica, suportada em meios digitais e em processos
de inovação com apelo à criatividade, na procura da diferenciação de novos produtos, processos
e serviços, que se materializa na formação da chamada "Sociedade da Informação" baseada no
conhecimento.
A Sociedade da Informação, recorrendo crescentemente a redes digitais de informação, no
domínio da actividade económica e do bem-estar social, resulta do desenvolvimento das novas
tecnologias da informação, do audiovisual e das comunicações, com impactos profundos em
vários domínios, como por exemplo, no trabalho, na educação, na ciência, na saúde, no lazer, nos
transportes e no ambiente. O tema "Sociedade da Informação" tem sido objecto de um amplo
debate nacional promovido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Entre outros contributos,
este trabalho reconhece que a Sociedade da Informação pode contribuir para a melhoria do bem-
estar dos cidadãos, em virtude de facilitar a construção de um Estado mais aberto, a inovação no
ensino e na formação profissional, o acesso ao saber, o desenvolvimento de novas actividades
económicas e o aumento da oferta de emprego com níveis de qualificação profissionais mais
elevados.
A Sociedade da Informação exige do cidadão uma contínua consolidação e actualização dos seus
conhecimentos, tendo a Escola um papel fundamental em todo o processo de formação de
cidadãos de modo a torná-los aptos para a sociedade da informação, devendo ser um dos
principais focos de intervenção para se garantir um caminho seguro e sólido para o futuro. Ao
nível do ensino superior, torna-se necessário criar e adaptar os cursos, a todos os níveis, para
ministrar os novos paradigmas desta sociedade em mutação.
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1.Objectivo geral
Fazer um estudo a respeito das organizações nas sociedades de informação.
1.1.Objectivos específicos
Investigar e propor uma conceituação para o termo desenvolvimento sustentável que
melhor dialogue com a área de estudos organizacionais;
Apresentar uma contribuição teórica viabilizadora da aproximação relacional entre o
desenvolvimento sustentável e os estudos organizacionais.
2.Metodologia
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Também, foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral. Para Lakatos e Marconi (2007:86), Indução é um
processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente
constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas.
Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais
amplo do que o das premissas nas quais nos baseia-mos.
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3.Organizações na sociedade de informação
3.1.Comércio electrónico
Segundo a OCDE (1997), o "Comércio Electrónico" tem a ver com todas as formas de
transacção relacionadas com a actividade comercial entre as organizações e entre estas e o
público em geral sendo baseadas no processo de transmissão de dados digitalizados, quer seja
som, texto ou imagem.
O fenómeno Internet veio acelerar consideravelmente o fluxo de transacções comerciais sob
forma digital, em virtude do seu baixo custo e relativa simplicidade de utilização, abrindo um
novo mundo a consumidores e a pequenas e médias empresas, até ali afastados daquela
possibilidade. Assim, surgem actualmente grandes oportunidades comerciais, em que qualquer
empresa se pode dar a conhecer a nível mundial, publicitando os seus produtos e/ou serviços a
uma vasta gama de potenciais consumidores. Um dos principais obstáculos à utilização extensiva
do comércio electrónico nas relações entre as empresas e os seus clientes é a segurança e
confidencialidade na transmissão de dados e nos pagamentos, uma área em que se estão a
desenvolver grandes esforços de normalização à escala internacional. Não obstante os
desenvolvimentos tecnológicos virem a permitir a total segurança da transmissão de dados e
pagamentos, algumas medidas devem ser tomadas para a protecção quer dos consumidores quer
das próprias empresas.
Para um sucesso alargado do Comércio Electrónico, cabe ao Estado proporcionar às empresas a
envolvente adequada em algumas áreas ainda com largas carências, sendo necessário criar
mecanismos de certificação e reconhecimento jurídicos para o comércio electrónico, passando
pela revisão dos actuais sistemas fiscais para acautelar os interesses do Estado face às crescentes
transacções comerciais electrónicas e à desadequação da sua tributação.
A existência de uma moeda única no espaço alargado Europeu potencia o desenvolvimento do
comércio electrónico nesse mercado, ao eliminar as barreiras psicológicas das conversões
cambiais, facilitando a criação de dimensão crítica para o sucesso nos restantes mercados do
globo. Não aproveitar este condicionalismo favorável para o desenvolvimento do comércio
electrónico seria um erro histórico.
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3.2.A segurança das transacções electrónicas
Sem um ambiente comercial favorável não haverá condições para o desenvolvimento sustentado
do comércio electrónico. A aceitação dos processos digitais nas transacções comerciais requer
garantia de segurança nos sistemas de informação e de pagamento, contra falhas nos sistemas
informáticos, alteração da integridade dos dados armazenados e actos ilícitos.
O comércio electrónico deve ser dinamizado pelo sector privado, embora o papel do Estado na
criação de um ambiente de comércio electrónico deva ser orientado pela criação de um regime
regulamentar que o estimule, quer a nível nacional quer a nível internacional. As redes de
comunicações são frequentemente associadas a problemas de segurança, designadamente a perda
de confidencialidade e a possibilidade de falsificação. No entanto, com o uso adequado das
actuais tecnologias de cifragem é possível atingir níveis de confidencialidade, integridade e
autenticação muito maiores do que com os métodos tradicionais usando papel ou microfilme.
Neste contexto, a segurança das transacções desempenha um papel determinante, sendo
necessário definir-se uma política de segurança que garanta a privacidade dos agentes
envolvidos, a integridade das transacções efectuadas e a possibilidade de assinatura digital das
transacções. A tecnologia da encriptação é fundamental para permitir a implementação destes
requisitos, sendo o papel do Estado garantir uma total liberdade de escolha das soluções
criptográficas julgadas necessárias pelos agentes económicos.
3.3.O papel do estado
O processo acelerado de desenvolvimento e evolução das Tecnologias de Informação e
Comunicação verificado nos últimos anos e os seus reflexos nos planos económico, social,
cultural e educacional tem levado à tomada de medidas e acções por parte das entidades e
instituições governamentais no sentido de enfrentarem os novos desafios que se colocam e
acompanharem as profundas mudanças que daí advêm.
O Estado representa uma parcela importante dos negócios das empresas, pelo que a adopção de
políticas incentivadoras do uso do comércio electrónico nas interacções por parte da
Administração Pública central, regional e autárquica, poderá representar um forte impulso para a
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sua rápida implantação. A desmaterialização dos procedimentos de trocas de informação dentro
da Administração Pública e com os agentes económicos deve ser fortemente incentivada. O uso
de meios de comércio electrónico pela Administração Pública na procura, contratação,
aquisições e pagamentos, poderá representar, por si só, um mercado de dimensão suficiente para
assegurar a massa crítica necessária que garanta o sucesso do comércio electrónico.
Por outro lado, as necessidades de trocas de informação dentro da própria Administração
Pública, quer verticalmente dentro de cada Ministério como, principalmente, entre Ministérios,
permitirá uma optimização de meios e recursos significativa.
Uma abrangente e rápida introdução dos novos paradigmas facultados pelos meios de
comunicação electrónica exige que os funcionários e agentes do Estado estejam aptos e
habilitados na utilização desses meios, tornando-se assim urgente a promoção de programas de
formação dos funcionários da Administração Pública para incentivar a sua adaptação e
familiarização às novas tecnologias do comércio electrónico.
4.Comunicação e estratégia nas organizações
4.1.A Importância da Comunicação Estratégica para o Contexto Organizacional
A Sociedade da Informação é marcada pela imprevisibilidade e pela velocidade das mudanças
sociais, económicas, políticas, culturais, entre outras, e neste contexto, recursos tais como, a
criatividade, a informação, o conhecimento e a comunicação são cada vez mais, enfatizados.
Estas mudanças apontam para novos caminhos, novas abordagens e soluções, os quais exigem
das pessoas e das organizações, uma melhor forma de adaptação, a adopção de novos estilos de
pensar e empreender. Neste sentido, a mudança foi definida por Chiavenato (2008) como uma
ruptura de paradigmas, ou seja, um novo modo de pensar, acreditar, perceber, avaliar e sentir, de
acordo com uma visão particular do mundo ao redor.
Ele afirmou que a Sociedade Contemporânea foi marcada pela informação e pelo conhecimento,
considerado como um conjunto convergente de tecnologias em microeletrônica, computação
(software e hardware), telecomunicações, radiodifusão e optoelectrónica. Logo, estes autores são
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concordantes entre si, de que a sociedade se modifica com o desenvolvimento da tecnologia e
pelo modo como esta decide utilizá-la. Para Castells (1999), estes aspectos geram impactos nas
organizações e instituições, pois devido à flexibilização da informação, a comunicação em rede,
e a complexidade de interacção, estas podem ser modificadas e até mesmo fundamentalmente
alteradas, pela reorganização de seus componentes. Guedes (2006, p. 64) afirmou que a
comunicação é um factor determinante de transformações da sociedade e organizações, e
Marchiori (2010) apontou para o fato de que a comunicação é um processo de construção que
promove a relação e o engajamento entre os atores sociais nas acções organizacionais e deve ser
trabalhada numa perspectiva estratégica, pois modificam estruturas e comportamentos.
No contexto actual, as organizações podem ser compreendidas como um conjunto de redes de
comunicação, especialmente densa e interconectada. A função das organizações é criar
condições para que os objectivos estratégicos sejam alcançados, dispondo de um conjunto de
recursos humanos e materiais em uma estrutura. Para Sobral e Peci (2008, 165) a organização é a
“etapa do processo de administração que agrupa e estrutura os recursos organizacionais e
estabelece os mecanismos de comunicação e coordenação entre seus membros” para alcance de
seus objectivos. A comunicação no contexto organizacional é um desafio, diante de inúmeros
factores que causam impactos profundos sobre as empresas, sejam as mudanças ambientais que
exigem novas estratégias, novos produtos e serviços; a competitividade do mercado; a
internacionalização que exige maior interacção em redes de relacionamento, maior habilidade de
comunicação; entre outros aspectos. O processo de comunicação sempre esteve presente na vida
humana e pode ser compreendido como algo complexo que envolve acções cognitivas,
psicológicas e físicas na interacção entre o emissor e o receptor da mensagem comunicada. Para
Pinho (2006) a comunicação é importante para as organizações, pois envolve a troca de
mensagens, e é geradora de propósitos.
Segundo Bueno (2009), o percurso histórico da comunicação nas organizações evidenciou que
antes de 1970, ela era uma actividade fragmentada e sem importância para as empresas, apenas
considerada para propaganda e publicidade, e que, ao longo dos anos, ela se tornou o que é
atualmente, uma comunicação integrada em posição de destaque no organograma das
organizações, a qual promove conhecimentos e estratégias, com foco no negócio da organização.
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Assim sendo, como resultado da aquisição de conhecimentos sobre os aspectos teóricos acerca
da comunicação e suas perspectivas estratégicas no contexto organizacional, e da reflexão deste
estudo, é possível compreender que a gestão estratégica da comunicação pode contribuir
efectivamente para integração de pessoas e para promover o desenvolvimento organizacional, ou
seja, para o alcance dos objectivos institucionais. Contudo, para que isto aconteça, é preciso
estabelecer relacionamentos, uma mudança cultural, e cada vez mais, uma gestão feita com
competência, responsabilidade e transparência. Embora existam mudanças e novos modelos de
interacção entre as pessoas no contexto organizacional, ainda faltam acções mais efectivas para a
gestão estratégica da comunicação interna e mais pesquisas podem contribuir para o
desenvolvimento da comunicação estratégica.
5.Relacionamento interpessoal no âmbito organizacional
5.1.Relacionamento interpessoal
A vertente da administração que trabalha com psicologia organizacional tem seu surgimento na
época da primeira guerra, quando o quadro das forças armadas dos Estados Unidos estava
carente e escasso de mão-de-obra capaz de suprir suas necessidades. Assim sendo, fazia-se um
esforço intenso e diferenciado na área do recrutamento de pessoal, pois era preciso encontrar
pessoas adequadas para executar as funções das forças armadas nos tempos de guerra. Para
atender essa urgente necessidade, os psicólogos foram levados a criar testes que avaliassem as
mais variadas aptidões e os diversos graus de inteligência do pessoal a ser recrutado.
O material criado pelos psicólogos mostrou-se indispensável às empresas que, por sua vez,
tiveram que se expandir em busca de novos mercados (ZANELLI, 2002). Cada vez mais a
administração, dentro das organizações, têm seu trabalho voltado ao património humano, isto é,
ao comportamento do indivíduo no trabalho, tanto individual, quanto em equipe. Estão
envolvidos em uma série de ocupações como um todo e não em sectores fragmentados, desde o
assessoramento e implantação da política de recursos humanos, como de cargos e salários,
segurança de trabalho, recrutamento e selecção de pessoal, entrevista de desligamento,
acompanhamento de pessoas e o clima organizacional.
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É necessário que ele motive as pessoas ao resgate do talento do ser humano dentro do ambiente
organizacional (MARCOLIN, 2003). O que se verifica, na prática, é que a vida quotidiana é
caracterizada pela vida em grupo, pois a todo o momento o indivíduo está se relacionando com
outras pessoas (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999). Baseada nesse conhecimento se observa
que o homem faz parte de um conjunto de sistemas interligados que estão em constante processo
de inter-relação com os demais sistemas que compõem este universo, tais como, família, escola,
trabalho e outros. Este homem é visto como uma unidade que pensa, sente, deseja, age e
necessita de integração harmoniosa entre corpo e mente, para que possa expressar a sua
personalidade, características e valores pessoais.
Em todo grupo de trabalho existem pessoas que se relacionam com maior ou menor facilidade.
Sabe-se que o relacionamento interpessoal é uma das características (ou competências) mais
exigidas dos profissionais na actualidade. É também sabido, por outro lado, o quanto lidar com
pessoas pode ser difícil. Assim, as relações interpessoais dentro do sistema organizacional, busca
saber sobre as consequências que esta traz para produtividade das pessoas nas organizações. Pois
dentro deste universo organizacional existem programas de reconhecimento individual ou por
equipe, as doutrinas de sucesso, a falta de transparência nas políticas de benefícios e a criação de
mitos e heróis internos e externos, que poderão gerar segundo Kananne (1995), frustrações e
sentimentos de impotência, colaborando desta forma para que comportamentos venham a se
manifestar dentre as relações interpessoais e consequentemente na produtividade das pessoas nas
organizações.
No contexto organizacional, estas relações interpessoais podem ser vistas permeadas de
problemas, principalmente por causa das dificuldades em lidar com diferenças individuais.
Chiavenato (1992) aborda que o indivíduo pode se relacionar em seu ambiente de trabalho,
conforme seus objectivos individuais e organizacionais, levando em consideração que as formas
de pensar, sentir e atitudes do homem, são influenciáveis pela organização e Kanaane (1995,
p.58), complementa: “a compreensão da conduta humana possibilita conceber atitude como
resultante de valores, crenças, sentimentos, pensamentos, cognições e tendências à reacção,
referentes à determinada objecto, pessoa ou situação”.
Desta maneira, o indivíduo, ao assumir uma atitude, vê-se diante de um conjunto de valores que
tendem a influenciá-lo. Indivíduo e organização têm certo tipo de relação alternativa, pois esta
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quando ocorre entre estranhos, pode gerar sentimentos de hostilidade, uma vez que o
desenvolvimento de laços se torna dificultado em decorrência da divergência de opiniões;
contudo, existe a necessidade de pertencer, de possuir um lugar no grupo, de apreciação mútua
para uma sobrevivência saudável (ETZIONI, apud CORADI, 1996). Serra (2003) afirma ser
necessário levar em consideração a hierarquia organizacional no que concerne ao encorajamento
do comportamento de competições internas no ambiente de trabalho, tendo em vista que destina
o privilégio de crescimento às camadas superiores. Ou seja, aos altos cargos, evidenciando assim
uma disputa pelo reconhecimento profissional, propiciando certo desconforto nas relações, uma
vez que o factor humano está intrinsecamente ligado a toda e qualquer tarefa realizada no
sistema organizacional e na sociedade como um todo e Kanaane (1995, p.87) aborda que o
comportamento organizacional “refere-se às manifestações emergências no contexto das
organizações, indicando os controlos, o processo decisório e os esquemas técnico-administrativo
assumidos num dado momento organizacional”.
Toda relação interpessoal mobiliza processos psíquicos. Estes processos que se situam na origem
do desenvolvimento cognitivo e afectivo do ser humano, representam a parte imersa da
interacção, objectos privilegiados de estudo da psicologia e da psicanálise, processos que
subentendem e acompanham toda palavra, todo discurso e toda a acção, (CHANLAT, 1993).
Refere o autor que, tanto em nível interpessoal como intergrupal, os processos de identificação,
de introspecção, de projecção, de transferência, de idealização, de clivagem, de repressão, para
falar como os psicanalistas, são omnipresentes frequentemente imperceptíveis. São à base de
numerosos problemas, quiproquós e conflitos que se encontram nas organizações.
Os conflitos, que podem aflorar entre os membros de um grupo, simplesmente pelo convívio do
dia-a-dia corporativo. Uma melhor comunicação, entre os indivíduos, poderá diminuir
consideravelmente a incidência negativa deste sentimento, tornando possível que se manifeste de
forma construtiva (ROSA, 1995). Estes sentimentos, tanto positivos, quanto negativos são vistos
de forma nítida nas organizações, embora os sentimentos negativos quase sempre não sejam
admitidos, mesmo sendo evidenciados com grande frequência. Muitas vezes o próprio ambiente
de trabalho gera extrema competitividade fazendo com que muitos funcionários sem qualquer
tipo de ética e respeito, ultrapassem seus limites e comecem a invadir o espaço do outro.
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As empresas deveriam desenvolver relações interpessoais próximas e fluidas com todos os
sectores da organização, mostrando para cada funcionário, a importância da “união” dos
mesmos, para o melhor desenvolvimento das actividades laborais como um todo.
6.Processos organizacionais e desenvolvimento sustentável
A demasiada utilização do termo ‘desenvolvimento sustentável’ junto aos contextos
organizacionais tem gerado confusões epistemológicas, paradigmáticas e teóricas a seu respeito.
Não são raros os estudos em que se encontram um conceito desvinculado do contexto sobre o
qual a pesquisa foi desenvolvida. Sabe-se que o fenómeno em perspectiva é de interesse de
muitas disciplinas, e por esta razão a disseminação de contribuições relacionadas aos seus
preceitos tem se elevado gradativamente. Quando relacionado aos estudos organizacionais o
desenvolvimento sustentável geralmente é tratado por abordagens radicais e isoladas, por meio
das quais não é possível efectivar muitas considerações pluralistas.
O mono culturalismo dos pesquisadores que têm abordado o tema junto a pesquisas
organizacionais tem empobrecido o seu conceito e, muito mais, tem causado um atraso quanto as
potenciais contribuições a serem geradas pelas ciências organizacionais. Em face deste cenário,
apresenta-se o presente artigo que tem dois objectivos principais a serem alcançados:
Investigar e propor uma conceituação para o termo ‘desenvolvimento sustentável’ que
melhor dialogue com a área de estudos organizacionais; e,
Apresentar uma contribuição teórica viabilizadora da aproximação relacional entre o
desenvolvimento sustentável e os estudos organizacionais.
Para tanto serão consideradas algumas posturas epistemológicas, as quais serão analisadas em
conjunto com três categorizações para análise do construto desenvolvimento sustentável. Desta
análise se extrairão as características que devam estar presentes no conceito em investigação.
Uma vez investigado um significado coerente para com as abordagens organizacionais será
proposta uma relação entre o mesmo e uma das teorias organizacionais. Optou-se pela escolha
de apenas uma teoria para que a mesma possa ser apresentada de maneira coerente e relacionada
por vias consistentes com o conceito do termo ‘desenvolvimento sustentável’.
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6.1.Posturas Epistemológicas para a Definição do Desenvolvimento Sustentável
Nesta secção serão abordadas discussões que englobem considerações sobre posturas
epistemológicas que venham a auxiliar no processo de definição do termo ‘desenvolvimento
sustentável’. Ressalta-se que o que se investiga é um significado coerente com as proposições
das ciências organizacionais. De acordo com Denzin e Lincoln (2006) um paradigma é um
conceito macro composto por quatro micros conceitos, a saber: a ética, a epistemologia, a
ontologia e a metodologia.
A ética questiona: como serei enquanto pessoa moral no mundo? A epistemologia: como
conheço o mundo? Qual a investigação entre o investigador e o conhecido? A ontologia levanta
questões básicas a respeito da natureza da realidade e da natureza do ser humano no mundo.
A metodologia concentra-se nos melhores meios para a aquisição do conhecimento sobre o
mundo (DENZIN; LINCOLN, 2006, p.163). Deste conceito extrai-se a parte referida a
epistemologia, mais em específico a pergunta: Como conheço o mundo? O que se intenta por
esta selecção é investigar como o desenvolvimento sustentável, enquanto fenómeno de interesse
aos estudos organizacionais pode assumir uma postura epistemológica coerente às pesquisas
relacionadas às organizações. Mediante este recorte, inicia-se uma investigação sobre o conceito
do termo ‘desenvolvimento sustentável’ por três posturas epistemológicas apresentadas por
Denzin e Lincoln (2006) e Schwandt (2006): positivismo e empirismo lógico, interpretativismo
e o construtivismo social.
Em sentido amplo a epistemologia é conceituada como o estudo metódico e reflexivo da ciência,
de sua organização, de sua formação, do seu funcionamento e produtos intelectuais. O papel e a
contribuição de uma instância epistemológica para a pesquisa podem ser considerados a partir
de duas funções: por um lado assume a condição de metaciência, porque vem após e diz respeito
às ciências e por outro revela um caráter intracientífico e representa uma instância intrínseca à
produção científica. Etimologicamente, epistemologia significa discurso (logos) sobre a ciência
(episteme) (MARTINS & THEÓPHILO, 2007). Em relação ao desenvolvimento sustentável,
segundo Fergus e Rowney (2005), notasse um discurso dominante, sobre o qual o mundo é
objectivo, mensurável e compreensível.
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A verdade, portanto, se torna atingível por meio de metodologias já existentes e comunicadas
por regras já institucionalizadas. Não existe espaço para o conhecimento baseado em uma visão
subjectiva do mundo, onde a intuição e a experiência do mundo natural representariam os
principais elementos para a geração de novos conhecimentos.
6.2.As correntes paradigmáticas abordadas por Gladwin, Kenelly e Krause (1995)
Gladwin, Kenelly e Krause (1995) em uma tentativa de estabelecer um paradigma que
viabilizasse o tratamento do desenvolvimento sustentável por abordagens organizacionais,
realizaram um exercício comparativo entre três correntes, sendo que duas delas, o
tecnocentrismo e o ecocentrismo, são abordagens extremamente opostas, enquanto a terceira, o
sustaincentrism (paradigma centrado na sustentabilidade), representa uma proposição de
compreensão de mundo mais flexível e aberta. Estas correntes paradigmáticas, sintetizadas por
Gladwin, Kenelly e Krause (1995) são apresentadas com maiores detalhes a seguir:
O tecnocentrismo. As origens deste paradigma podem ser remetidas a revolução
científica do século XVII, com a emergência de uma teoria social liberal, da
racionalidade da mão invisível proposta por Adam Smith e da tendência de privilegiar os
seres humanos sobre a natureza. Esta perspectiva ainda se faz dominante
contemporaneamente, uma vez que suas proposições são mais convidativas aos sistemas
económicos e aos modelos de gestão organizacionais.
O ecocentrismo. Os adeptos deste paradigma provêm de uma filosofia que apregoa um
estilo de vida que se conforme com a ordem da natureza, com a reverência ao planeta,
assim como os movimentos transcedentalistas e preservacionistas. Este paradigma é
marcado por uma ecologia profunda, a qual rejeita qualquer dominação humana sobre a
natureza.
O sustaincentrism. A noção de um paradigma interessado com o desenvolvimento
sustentável pode ser compreendida como um esforço dialéctico. Embora os paradigmas
tecnocêntrico e ecocêntrico possuam uma longa história o paradigma da sustentabilidade
ainda é embrionário. A articulação de um olhar de mundo centrado na sustentabilidade
deve ser visto como uma tentativa de se buscar uma reconciliação entre posições
científicas tão radicais.
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É possível vislumbrar que tanto o tecnocentrismo quanto o ecocentrismo falham em oferecer
uma base sobre a qual o desenvolvimento sustentável possa ser investigado. Ambos os
paradigmas, ao promoverem suas premissas por métodos radicais e isolados não conseguem
sequer promover o desenvolvimento e muito menos preservar a natureza (GLADWIN;
KENELLY, 1995). O paradigma centrado na sustentabilidade assume uma responsabilidade de
articular o conhecimento e as discussões por uma abordagem interdisciplinar, por meio da qual
deve ser estabelecido um diálogo entre estas duas fortes perspectivas científicas e operacionalizar
um modelo que melhor entenda e promova o desenvolvimento sustentável.
6.3.O Conceito de Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento sustentável é compreendido como aquele que não compromete a sobrevivência
das gerações futuras por meio da exploração responsável dos recursos naturais no presente
(WCED, 1987). Este conceito, embora merecedor de todos os reconhecimentos, uma vez que foi
um dos responsáveis pela disseminação mundial do termo, é muito criticado e combatido por
pesquisadores de diferentes áreas. De acordo com Fergus e Rowney (2005), esta definição não é
nada mais do que ambíguo, pois retira o foco do que realmente precisa ser feito por meio de um
discurso inclusivo, e coloca as prioridades mundiais em simples processos técnicos.
Os autores consideram que esta definição é a responsável por inviabilizar o agir em relação ao
alcance do desenvolvimento sustentável já que houve uma opção de se continuar com acções
limitadas a esforços políticos impregnados por inúmeros conflitos e por uma tecnocracia
dogmática incapaz de abrir os olhos das nações para novas proposições do funcionamento
económico em vigência. Estes autores definem o desenvolvimento sustentável como o processo
que objectiva o desenvolvimento humano por acções de inclusão, integração, igualdade,
prudência e segurança. A inclusão implica o desenvolvimento humano dentro de um
determinado período de tempo e em um certo espaço. A integração admite a existência de uma
interdependência entre as esferas ecológicas, sociais e económicas. A igualdade busca uma
justiça intergeracional, intra-geracional e inter-espécies.
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Conclusão
As empresas de hoje em dia, confrontadas com novas e crescentes pressões concorrenciais,
necessitam de construir e adquirir uma maior iniciativa internacional, uma presença mais
constante nos mercados mais dinâmicos e uma maior proximidade dos centros de decisão,
ultrapassando insuficiências logísticas e maximizando as oportunidades abertas pelas novas
tecnologias e serviços.
Com esta iniciativa deverão viabilizar e dinamizar o Comércio Electrónico e o Teletrabalho, de
modo a retirar os benefícios que estes podem oferecer para o desenvolvimento acelerado da
economia portuguesa, não deixando que se crie um fosso entre o nosso país e os principais
parceiros económicos na utilização das tecnologias digitais. As Tecnologias de Informação têm
hoje potencialidades para constituírem instrumentos importantes ao serviço do funcionamento
actual e do desenvolvimento futuro das organizações. Significa isto que deverão estar presentes e
poderão mesmo influenciar a definição de estratégias e suportar a concretização dos objectivos
prioritários. A Internet é actualmente uma rede cujas potencialidades e taxas de crescimento
continuam imparáveis. Esta evolução, o baixo custo, a simplicidade e as vantagens indiscutíveis
de utilização, estão a levar muitos empresários a acreditar que o simples facto de estarem
presentes na rede lhes poderia trazer resultados positivos em termos de vendas. Porém, esta
situação não corresponde inteiramente à realidade, pois este processo não será suficiente para
revolucionar as vendas da empresa.
No entanto, esta é uma matéria muito recente e onde as poucas "receitas" introduzidas têm
sempre uma componente de incerteza. A própria rapidez na evolução dos processos e
mecanismos em torno da Internet não só amadurece e desenvolve novas potencialidades como
exige das empresas uma resposta mais eficiente num menor espaço de tempo. O futuro próximo
passará precisamente pela adaptação interna e externa das empresas de forma a criarem soluções
que lhes permitam responder com sucesso a este desafio. As empresas nacionais precisam de
dispor de uma permanente capacidade de inovação e de competências que lhes permitam a sua
constante adaptação à economia digital
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Bibliografia
Livro Verde para a Sociedade da Informação [1997] - Ministério da Ciência e Tecnologia,
Missão para a Sociedade da Informação.
Iniciativa Nacional para o Comércio Electrónico [1997] - Versão 0 - Ministério da Ciência e
Tecnologia, Missão para a Sociedade da Informação.
Livro Branco do Comércio Electrónico [1997] - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento
do Comércio Electrónico.
Factura Electrónica [1998] - Relatório e Anteprojecto de Diploma Legal, Ministério da Ciência e
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Assinatura Electrónica [1998] - Anteprojecto de Lei relativo à Assinatura Digital e ao Valor
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Modesto, Joana [1997] - "Alguns Aspectos sobre a Problemática do Teletrabalho" - Revista
Informação & Informática, nº 18, Instituto de Informática do Ministério das Finanças.
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