ORGANIZAÇÃO SINTÁTICA DO PERÍODO E SINTAXE DE COLOCAÇÃO

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1 8. ORGANIZAÇÃO SINTÁTICA DO PERÍODO SIMPLES E DO PERÍODO COMPOSTO 1- FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO Frase Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por várias, podendo ter verbos ou não. A frase exprime, através da fala ou da escrita: ideias emoções ordens apelos A frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num intercâmbi linguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada. Exemplos: O Brasil possui um grande potencial turístico. Espantoso!  Não vá embora. Silêncio! O telefone está tocando. Observação: a frase que não possui verbo denomina-se  F rase Nominal.   Na língua falada, a frase é caracterizada pela entoação, que indica nitidamente seu início e seu fim. A entoação pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do olhar, além de ser complementada pel situação em que o falante se encontra. Esses fatos contribuem para que frequentemente surjam frases mu ito simples, formadas por apenas uma palavra. Observe: Rua! Ai! Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acompanhadas de gestos peculiares, são suficientes par satisfazer suas necessidades expressivas.  Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, os quais procuram sugerir a melodia frasal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido pelo próprio texto, o que acaba tornand necessário que as frases escritas sejam linguisticamente mais completas. Essa maior complexidade linguística leva a frase a obedecer as regras gerais da língua. Portanto, a organização e a ordenação dos elemento formadores da frase devem seguir os padrões da língua. Por isso é que:  As meninas estavam alegres. constitui uma frase, enquanto:  Alegres meninas estavam as. não é considerada uma frase da língua portuguesa. Tipos de Frases Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos para contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se explora a ironi a . Pense  por exemplo, na frase "Que educação!", usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa d  pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz. A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo de como é dita, uma frase simples como "É ela." pode indicar constatação, dúvida surpresa, indignação, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontuação podem agir como definidore do sentido das frases. Veja:

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8. ORGANIZAÇÃO SINTÁTICA DO PERÍODO SIMPLES E DO PERÍODO COMPOSTO1- FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

Frase 

Frase é todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só palavra ou por várias, podendoter verbos ou não. A frase exprime, através da fala ou da escrita:

ideias emoções ordens apelosA frase se define pelo seu propósito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num intercâmbilinguístico, transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada.

Exemplos: O Brasil possui um grande potencial turístico.Espantoso!

 Não vá embora.Silêncio!O telefone está tocando.

Observação: a frase que não possui verbo denomina-se  F rase Nominal. 

  Na língua falada, a frase é caracterizada pelaentoação, que indica nitidamente seu início e seu fim. Aentoação pode vir acompanhada por gestos, expressões do rosto, do olhar, além de ser complementada pelsituação em que o falante se encontra. Esses fatos contribuem para que frequentemente surjam frases muitosimples, formadas por apenas uma palavra. Observe: 

Rua!Ai!

Essas palavras, dotadas de entoação própria, e acompanhadas de gestos peculiares, são suficientes parsatisfazer suas necessidades expressivas.

 Na língua escrita, a entoação é representada pelos sinais de pontuação, os quais procuram sugerir a melodiafrasal. Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido pelo próprio texto, o que acaba tornandnecessário que as frases escritas sejam linguisticamente mais completas. Essa maior complexidade linguísticaleva a frase a obedecer as regras gerais da língua. Portanto, a organização e a ordenação dos elementoformadores da frase devem seguir os padrões da língua. Por isso é que: 

As meninas estavam alegres.constitui uma frase, enquanto: 

Alegres meninas estavam as.não é considerada uma frase da língua portuguesa.

Tipos de Frases

Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos para contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se explora a ironia. Pense por exemplo, na frase "Que educação!", usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa d pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz.

A entoação  é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla possibilidade deexpressão. Dependendo de como é dita, uma frase simples como "É ela." pode indicar constatação, dúvidasurpresa, indignação, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontuação podem agir como definidoredo sentido das frases. Veja:

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Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos previsível, de acordo com o sentido quetransmitem. São elas:

a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor da mensagem. São empregadaquando se deseja obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou indireta.

Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta)Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação indireta) 

  b) Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma ordem, um conselho ou faz um pedido, utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas.

Faça-o entrar no carro! (Af irmativa) Não faça isso. (Negativa)Dê-me uma ajudinha com isso! (Af irmativa) 

c) Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado afetivo. Apresentam entoaçãligeiramente prolongada.

Por Exemplo: Que prova difícil!É uma delícia esse bolo!

d) Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo de frase informa ou declaralguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas.

Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa)Ela não está em casa. (Negativa)

e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo.Por Exemplo: 

Deus te acompanhe!Bons ventos o levem!

De acordo com a construção, as frases classificam-se em: Nominal e Verbal Frase Nominal: é a frase construída sem verbos.Exemplos:

Fogo!

Cuidado!Belo serviço o seu!Trabalho digno desse feirante.

Frase Verbal: é a frase construída com verbo.Por Exemplo:

O sol ilumina a cidade e aquece os dias.Os casais saíram para jantar.A bola rolou escada abaixo.

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Estrutura da Frase 

As frases que possuem verbo são geralmente estruturadas a partir de dois elementos essenciais: sujeito  epredicado. Isso não significa, no entanto, que tais frases devam ser formadas, no mínimo, por doivocábulos. Na frase "Saímos", por exemplo, há um sujeito implícito na terminação do verbo: nós. 

O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em número e pessoa. É normalmente o "ser de quemse declara algo", "o tema do que se vai comunicar".

O predicado é a parte da frase que contém "a informação nova para o ouvinte". Normalmente, ele se referao sujeito, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. É sempre muito importante analisar qual é onúcleo significativo da declaração: se o núcleo da declaração estiver no verbo, teremos um predicado verba(ocorre nas frases verbais); se o núcleo da declaração estiver em algum nome, teremos um predicadonominal (ocorre nas frases nominais que possuem verbo de ligação).

Observe: O amor é eterno.

O tema, o ser de quem se declara algo, o sujeito, é "O amor". A declaração referente a "o amor", ou seja, o

 predicado, é "é eterno". É um predicado nominal, pois seu núcleo significativo é o nome "eterno". Já nafrase:Os rapazes jogam futebol.

O sujeito é "Os rapazes", que identificamos por ser o termo que concorda em número e pessoa com o verbo" jogam". O predicado é " jogam f utebol", cujo núcleo significativo é o verbo " jogam". Temos, assim, um

 predicado verbal.

Oração Uma frase verbal pode ser também uma oração. Para isso é necessário:

- que o enunciado tenha sentido completo;- que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal).

Por Exemplo:Camila terminou a leitura do livro.Obs.: Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas são o

t ermos ou as unidades sintát icas da oração. Assim, cada termo da oração desempenha uma função sintát ica.

Atenção: Nem toda frase é oração.Por Exemplo:

Que dia lindo!Esse enunciado é frase, pois tem sentido.Esse enunciado não é oração, pois não possui verbo.Assim, não possuem estrutura sintática, portanto não são orações, frases como:

Socorro! - Com Licença! - Que rapaz ignorante!A frase pode conter uma ou mais orações. Ve ja:

Brinquei no parque. (uma oração)Entrei na casa e sentei-me. (duas orações)Cheguei, vi, venci. (três orações)

Perí odo 

Perí odo é a frase constituída de uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto. Período Simples: é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.

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Exemplos:O amor é eterno.As plantas necessitam de cuidados especiais.Quero aquelas rosas.O tempo é o melhor remédio.

Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais orações. Exemplos:

Quando você partiu minha vida f icou sem alegrias.Quero aquelas flores para presentear minha mãe.Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que acontece ao anoitecer.Cheguei,  jantei e fui dormir.

Saiba que: Como toda oração está centrada num verbo ou numa locução verbal, a maneira prática de saber quantasorações existem num período é contar os verbos ou locuções verbais.

Ob jetivos da Análise Sintática

A análise sintática tem como objetivo examinar a estrutura de um período e das orações que compõem um período.

Estrutura de um Perí odo Observe: 

Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando.

Ao analisarmos a estrutura do período acima, é possível identificar duas orações: Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando.

Termos da Oração  No período "Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando", existem seis palavras. Cada uma delasexerce uma determinada função nas orações. Em análise sintática, cada palavra da oração é chamada determo da oração. Termo é a palavra considerada de acordo com a função sintática que exerce na oração.Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser:

1) EssenciaisTambém conhecidos como termos "fundamentais", são representados pelo sujeito e predicado nas orações.

2) IntegrantesCompletam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por:

complemento verbal - ob jeto direto e indireto; complemento nominal; agente da passiva. 

3) AcessóriosDesempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam circunstância). São representados

 por:ad junto adnominal; ad junto adverbial; aposto. 

Obs.:O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte: não pertence à estrutura da oração.

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2- TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

Sujeito e Predicado 

Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos: os termos essenciais. A oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado.

Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo.

Por Exemplo:As praias estão cada vez mais poluídas.

Sujeito 

Predicado: termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito.

Por Exemplo:As praias estão cada vez mais poluídas. 

Predicado 

Posição do Sujeito na Oração Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar:Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.Por Exemplo: As crianças brincavam despreocupadas.

Sujeito Predicado

Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.Brincavam despreocupadas as crianças.

Predicado Sujeito

Sujeito no Meio do Predicado:Despreocupadas, as crianças brincavam.

Predicado Sujeito Predicado

Classif icação do Sujeito 

O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Existem ainda asorações sem sujeito. 

1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal.Pode ser:

a) Simples Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo.Por Exemplo:

A rua estava deserta.Observação: não se deve confundir sujeito simples com a noção de singular. Diz-se que o sujeito ésimples quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento, seja ele um substantivo (singular ou plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva.Por Exemplo: 

Os meninos estão gripados.

Todos cantaram durante o passeio.

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b) Composto Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo.

Tênis e natação são ótimos exercícios físicos.

c) Implí cito Ocorre quando o sujeito não está explicitamente representado na oração, mas pode ser identificado.Por Exemplo: 

Dispensamos todos os funcionários.

 Nessa oração, o sujeito é simples e determinado, pois o sujeito nós é indicado pela desinência verbal- mos.

2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de umaoração:

a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo identificadoanteriormente (nem em outra oração):

Por Exemplo: Procuraram você por todos os lugares.Estão pedindo seu documento na entrada da festa.

 b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se:O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como í ndice de indeterminação do sujeito.Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos,transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.Exemplos: 

Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo) Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto) 

 No casamento, sempre se f ica nervoso. (Verbo de Ligação) 

Entendendo a Partícula SeAs construções em que ocorre a partícula se podem apresentar algumas dificuldades quanto à classificaçãodo sujeito.Veja:a) Aprovou-se o novo candidato.

SujeitoAprovaram-se os novos candidatos.  

Sujeito b) Precisa-se de professor. (Sujeito Indeterminado)

Precisa-se de professores. (Sujeito Indeterminado) No caso a, o se é uma partícula apassivadora e o verbo está na voz passiva sintética, concordando com osujeito. Observe a transformação das frases para a voz passiva analítica:O novo candidato foi aprovado.

SujeitoOs novos candidatos foram aprovados.

Sujeito No caso b, se é índice de indeterminação do sujeito e o verbo está na voz ativa. Nessas construções, osujeito é indeterminado e o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.

c) Com o verbo no inf initivo impessoal: Por Exemplo:

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Era penoso estudar todo aquele conteúdo.É triste assistir a estas cenas tão trágicas.

Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos emorações anteriores ou posteriores, o sujeito é det erminado.Por Exemplo:

Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras. Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto.

3 - Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal.Observe a estrutura destas orações:

Sujeito Predicado

- Havia formigas na casa.

- Nevou muito este ano em Nova Iorque.É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta de

um fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-seno processo verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com

a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza: Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc.Por Exemplo: 

Choveu muito no inverno passado.Amanheceu antes do horário previsto.

Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado.Por Exemplo: 

Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito)Já amanheci cansado. (eu=sujeito)

 b) Verbos ser , estar , fazer e haver , quando usados para indicar uma ideia de t empo ou fenômenos

met eorológicos:Ser: 

É noite. (Período do dia)Eram duas horas da manhã. (Hora)

Obs.: ao indicar t empo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha. (Éuma hora/ São nove horas)

Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)Obs.: ao indicar dat a, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra dia, ou entãoirá para o plural, concordando com o número de dias.Estar: 

Está tarde. (Tempo)Está muito quente.(Temperatura)

Fazer: Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido)Fez 39° C ontem. (Temperatura)

Haver:  Não a vejo há anos. (Tempo decorrido)Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)

Atenção:Com exceção do verbo ser , os verbos impessoais devem ser usados SEMPRE NA TERCEIRA PESSOADO SINGULAR. Devemos ter cuidado com os verbos fazer e haver usados impessoalmente: não é

 possível usá-los no plural.Por Exemplo: 

Faz muitos anos que nos conhecemos.

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Deve fazer dias quentes na Bahia.Veja outros exemplos:

Há muitas pessoas interessadas na reunião.Houve muitas pessoas interessadas na reunião.Havia muitas pessoas interessadas na reunião.Haverá muitas pessoas interessadas na reunião.

Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.

Predicado 

Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um verbo oulocução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também o predicado. Em termos,tudo o que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. Veja algunsexemplos:As mulheres compraram roupas novas

Predicado

Durante o ano, muitos alunos desistem do curso.

Predicado Predicado

A natureza é bela.

Predicado

OS VERBOS NO PREDICADOEm todo predicado existe necessariamente um verbo ou uma locução verbal. Para analisar a importância doverbo no predicado, devemos considerar dois grupos distintos: os verbos nocionais e os não nocionais. Os verbos nocionais são os que exprimem processos; em outras palavras, indicam ação, acontecimento,fenômeno natural, desejo, atividade mental:

Acontecer ± considerar ± desejar ± julgar ± pensar ± querer ± suceder ± chover ± correr fazer ± nascer ± pretender ± raciocinar 

Esses verbos são sempre núcleos dos predicados em que aparecem.Os verbos não nocionais exprimem estado; são mais conhecidos como verbos de ligação.Fazem parte desse grupo, entre outros:

Ser ± estar ± permanecer ± continuar ± andar ± persistir ± virar ± ficar ± achar-se - acabar ± tornar-se ± passar (a)

Os verbos não nocionais sempre fazem parte do predicado, masnão atuam como núcleos.Para perceber se um verbo é nocional ou não nocional, é necessário considerar o contexto em que é usado.

Assim, na oração:Ela anda muito rápido.O verbo andar exprime uma ação, atuando como um verbo nocional. Já na oração:

Ela anda triste.O verbo exprime um estado, atuando como verbo não nocional.

Predicação Verbal  Chama-se predicação verbal ao resultado da ligação que se estabelece entre o sujeito e o verbo e entre overbos e os complementos. Quanto à predicação, os verbos podem ser intransitivos, transitivos ou deligação.

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1) Verbo Intransitivo É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro termo paracompletar o seu sentido. Sua ação não transita.Por Exemplo:

O avião caiu. O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se desejar, o falante podeacrescentar outras informações, como:local: O avião caiu sobre as casas da periferia.modo: O avião caiu lentamente.tempo: O avião caiu no mês passado. Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para que se compreendaa informação básica.

2) Verbo Transitivo É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem revela, revela algoa alguém. O sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante, integrando-se aos complementos, paraadquirir sentido completo. Veja:

S. Simples Predicado

As crianças precisam  de carinho.

1 21= Verbo Transitivo2= Complemento Verbal (Objeto)O verbo transitivo pode ser:

a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao verbo diret ament e, sem preposiçãoobrigatória.Por Exemplo:

 Nós escutamos nossa música favorita.

11= Verbo Transitivo Diretob) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao verbo indiretamente, com

 preposição obrigatória.Por Exemplo:

Eu gosto de sorvete.

22 = Verbo Transitivo Indiretode= preposiçãoc) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no verbo transita para o complementodireta e indiretamente, ao mesmo tempo.Por Exemplo:

Ela contou tudo ao namorado.

33= Verbo Transitivo Direto e Indiretoa= preposição

3) Verbo de Ligação 

É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito ecaracterísticas) certos tipos de relações.O verbo e ligação pode expressar:a) estado permanente: ser, viver.

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Por Exemplo:Sandra é alegre.Sandra vive alegre.

 b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-sePor Exemplo: 

Mamãe está bem.Mamãe encontra-se bem.

c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-sePor Exemplo:

Júlia f icou brava.Júlia fez-se brava.

d) continuidade de estado: continuar, permanecer Por Exemplo: 

Renato continua mal.Renato permanece mal.

e) estado aparente: parecer Por Exemplo: 

Marta parece melhor.

Observação: a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o contexto e nãisoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como de ligação.Ve ja: 1 - O jovem anda devagar.anda = verbo intransitivo, expressa uma ação.2 - O jovem anda preocupado.anda= verbo de ligação, expressa um estado.

Classif icação do Predicado Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo está numnome ou num verbo.Além disso, devemos considerar se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo outambém ao sujeito da oração. Veja o exemplo abaixo:

Os animais necessitam de cuidados especiaisSujeito Predicado

O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, apresenta apenas uma que se refere ao sujeito:necessitam. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo (necessitar é, no caso, de algo),que assume, assim, o papel de núcleo signif icativo do predicado. Já em:A natureza é bela

Sujeito Predicado

 No exemplo acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao sujeito da oração. O verbo agora atuacomo elemento de ligação entre sujeito e a palvra a ele relacionada. O núcleo do predicado ébela. Veja o

 próximo exemplo:O dia amanheceu ensolarado

Sujeito Predicado

Percebemos que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente relacionadas ao sujeitoamanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que se refere ao sujeito). O predicado apresenta

 portanto, dois núcleos: amanheceu e ensolarado.Tomando por base o núcleo do que está sendo declarado, podemos reconhecer três tipos de predicado:verbal, nominal e verbo-nominal.

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Predicado Verbal Apresenta as seguintes características:a) Tem um verbo como núcleo;b) Não possui predicativo do sujeito;c) Indica ação.Por exemplo: 

Eles revelaram toda a verdade para a filha.Predicado Verbal 

Para ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o verbo seja significat ivo, isto é, que traga uma ideia deação. Veja os exemplos abaixo:

O dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou)Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do predicado verbal = Chove)Ocorreu um acidente naquela rua. (núcleo do predicado verbal = Ocorreu)A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal = demolida)

Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de voz passiva, o que não impede o verbo demolir de ser onúcleo do predicado.

Predicado Nominal Apresenta as seguintes características:a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;c) Indica estado ou qualidade.Por Exemplo: 

Leonardo é competente. Predicado Nominal

 No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a função de predicativo do sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo de ligaçãoOs exemplos abaixo mostram como esses verbos exprimem diferentes circunstâncias relativas ao estado dsujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao predicativo.Veja:

Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está = verbo de ligação)A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é = verbo de ligação)O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do sujeito, parecia = verbo de ligação)

 Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo do sujeito, acabou = verbo de ligação)Uma simples funcionária virou diretora da empresa. (diretora = predicativo do sujeito, virou = verbode ligação)

Predicativo do Sujeito É o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbode ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por:a) Adjetivo ou locução adjetiva:

Por Exemplo:O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo)Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)

b) Substantivo ou palavra substantivada:Por Exemplo:

Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo)Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo substantivado)

c) Pronome Substantivo:Por Exemplo:

Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo)d) Numeral: 

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Por Exemplo:  Nós somos dez ao todo. (dez = numeral)

Predicado Verbo-NominalApresenta as seguintes características:a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome;b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto;c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade.Por Exemplo: 

Os alunos saíram da aula alegres.

Predicado Verbo-NominalO predicado é verbo-nominal  porque seus núcleos são um verbo (saíram - verbo intransitivo), que indicauma ação praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que indica o estado do sujeito nomomento em que se desenvolve o processo verbal. É importante observar que o predicado dessa oraçã

 poderia ser desdobrado em dois outros, um verbal e um nominal. Veja:Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres.

Estrutura do Predicado Verbo-Nominal O predicado verbo-nominal pode ser formado de:

1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito 

Por Exemplo:Joana partiu contente.

Sujeito Verbo Intransitivo Predicativo do Sujeito

2 - Verbo Transitivo + Ob jeto + Predicativo do Ob jeto 

Por Exemplo:A despedida deixou a mãe aflita.

Sujeito Verbo Transitivo Objeto Direto Predicativo do Objeto

3 - Verbo Transitivo + Ob jeto + Predicativo do Sujeito 

Por Exemplo:Os alunos cantaram emocionados aquela canção.

Sujeito Verbo Transitivo Predicativo do Sujeito Objeto Direto

Saiba que:Para perceber como os verbos participam da relação entre o objeto direto e seu predicativo, basta passar a oração para voz passiva. Veja:Voz Ativa: 

As mulheres julgam os homens insensíveis.

Sujeito Verbo Significativo Objeto Direto Predicativo do Objeto

Voz Passiva: 

Os homens são julgados insensíveis pelas mulheres.

Verbo Significativo Predicativo do Objeto

O verbo julgar  relaciona o complemento (os homens) com o predicativo (insensíveis). Essa relação seevidencia quando passamos a oração para a voz passiva.

Observação: o predicativo do objeto normalmente se refere ao objeto direto. Ocorre predicativo do objetoindireto com o verbo chamar . Assim, vem precedido de preposição.Por Exemplo:

Todos o chamam de irresponsável. Chamou-lhe ingrato. (Chamou a ele ingrato.)

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3 - TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido completo em si mesmos. Suasignificação só se completa com a presença de outros termos, chamados integrantes. São eles:

complementos verbais (objeto direto e objeto indireto);complemento nominal;agente da passiva.

Complementos VerbaisCompletam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos. São eles:

1) Ob jeto Direto É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da

 preposição.Por Exemplo: 

Abri os braços ao vê-lo.

Objeto DiretoO objeto direto pode ser constituído:a) Por um substantivo ou expressão substantivada.Exemplos:

O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável.

b) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Exemplos:

Espero-o na minha festa. / Ela me ama.

c) Por qualquer pronome substantivo.Exemplos: 

 Não veio ninguém à aula hoje. / O menino que conheci está la fora. / Onde você leu isso?

Atenção: Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa. Isso pode ocorrer:- quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus. - quando o objeto é representado por um pronome pessoal oblíquo tônico: Ofenderam a mim, não aele.- quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos. - para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega.

Obs.: caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso colega).

Saiba que:Frequentemente, verbos intransitivos, podem aparecer como verbos transitivos diretos.

Por Exemplo:A criança chorou lágrimas doídas pela perda da mãe. 

Ob jeto Direto 

2) Ob jeto Indireto É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Vem sempre regido de preposição clara ousubentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos.Exemplos:

 Não desobedeço a meus pais.

Objeto Indireto

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Preciso de ajuda. (Preposição clara "de")

Objeto Indireto

Enviei-lhe um recado. (Enviei a ele - a preposição a está subentendida)

Objeto Indireto

Obs.: muitas vezes o ob jeto indireto inicia-se com crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso ocorre quando o verbo exige a preposição "a", que acaba se contraindo com a palavra seguinte. 

Por Exemplo:Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição + "a" artigo def inido)  

Observações Gerais:a) Pode ocorrer ainda o (objeto direto ou indireto) pleonástico, que consiste na retomada do objeto por um

 pronome pessoal, geralmente com a intenção de colocá-lo em destaque.Por Exemplo: As mulheres, eu as vi na cozinha. (Objeto Direto)A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto Indireto)

b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre objeto diretoOs pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto.Exemplos: 

Eu a encontrei no quarto. (OD)Vou avisá-lo.(OD)Eu lhe pagarei um sorvete.(OI)

c) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto. Para determinar sua funçãosintática, podemos substituir esses pronomes por um substantivo: se o uso da preposição for obrigatório,então se trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto direto.

Por Exemplo: 

Roberto me viu na escola.(OD)Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "Roberto viu o amigo naescola." Veja que a preposição não foi usada. Portanto, "me" é objeto direto.

Observe o próximo exemplo: João me telefonou.(OI)

Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "João telefonou ao amigo"A preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto indireto.

3) Complemento Nominal É o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim, pode referir-se a

substantivos, ad jetivos ou advérbios, sempre por meio de preposição.

Exemplos: Cecília tem orgulho da f ilha.

substantivo complemento nominalRicardo estava consciente de tudo. 

adjetivo complemento nominalA professora agiu favoravelmente aos alunos. 

advérbio complemento nominal

Saiba que:O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome. É

regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em -mente.

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4) Agente da PassivaÉ o termo da frase que pratica a ação expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz passiva. Vem

regido comumente da preposição "por" e eventualmente da preposição"de".Por Exemplo: 

A vencedora foi escolhida pelos jurados.Sujeito Verbo Agente daPaciente Voz Passiva Passiva 

Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva recebe o nome de sujeito. Veja:Os jurados escolheram a vencedora.

Sujeito  Verbo Objeto DiretoVoz Ativa

Outros exemplos: Joana é amada de muitos.

Sujeito Paciente Agente da Passiva 

Essa situação já era conhecida de todos.Sujeito Paciente Agente da Passiva 

Observações:a) O agente da passiva pode ser expresso por substantivos ou pronomes.Por Exemplo: 

O solo foi umedecido pela chuva. (substantivo)Este livro foi escrito por mim. (pronome)

b) Embora o agente da passiva seja considerado um termo integrante, pode muitas vezes ser omitido.Por Exemplo: 

O público não foi bem recebido. (pelos anfitriões)

4 - TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃOSobre os Termos Acessórios

Existem termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes para acompreensão do enunciado. Ao acrescentar informações novas, esses termos:- caracterizam o ser; - determinam os substantivos; - exprimem circunstância.

São termos acessórios da oração: o ad junto adverbial, o ad junto adnominal e o aposto.Vamos observar o exemplo: 

Anoiteceu.

 No exemplo acima, temos uma oração de predicado verbal formado por um verbo impessoal. Trata-se de umaoração sem sujeito. O verbo anoiteceu é suficiente para transmitir a mensagem enunciada. Poderíamos, noentanto, ampliar a gama de informações contidas nessa frase:

Por Exemplo: Suavemente anoiteceu na cidade.

A ideia central continua contida no verbo da oração. Temos, agora, duas noções acessórias, circunstanciais,ligadas ao processo verbal: o modo como anoiteceu (suavemente) e o lugar onde anoiteceu (na cidade). Aesses termos acessórios que indicam circunstâncias relativas ao processo verbal damos o nome de adjuntosadverbiais.

Agora, observe o que ocorre ao expandirmos um pouco mais a oração acima:Por Exemplo:

Suavemente anoiteceu na deserta cidade do planalto.

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Surgiram termos que ser referem ao substantivo cidade, caracterizando-o, delimitando-lhe o sentido. Trata-sede termos acessórios que se ligam a um nome, determinando-lhe o sentido. São chamados adjuntosadnominais.

Por último, analise a frase abaixo: Fernando Pessoa era português.

 Nessa oração, o sujeito é determinado e simples: Fernando Pessoa. Há ainda um predicativo do sujeito(português) relacionado ao sujeito pelo verbo de ligação (era). Trata-se, pois, de uma oração com predicadonominal. Note que a frase é capaz de comunicar eficientemente uma informação. Nada nos impede, noentanto, de enriquecer mais um pouco o conteúdo informativo. Veja:

Fernando Pessoa, o criador de poetas, era português. 

Agora, além do núcleo do sujeito (Fernando Pessoa) há um termo que explica, que enfatiza esse núcleo: o criador de poetas. Esse termo é chamado de aposto.

Ad junto Adverbial É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade,

etc.). O ad junto adverbial é o termo que modif ica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de umadvérbio. Observe as frases abaixo:Eles se respeitam muito.Seu projeto é muito interessante.O time jogou muito mal.

 Nessas três orações, muito é ad junto adverbial de intensidade. No primeiro caso, intensifica a formaverbal respeitam, que é núcleo do predicado verbal. No segundo, intensifica o ad jetivo interessante, que é onúcleo do predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o advérbio mal, que é o núcleo doadjunto adverbial de modo.

Veja o exemplo abaixo:

Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça. Os termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias:amanhã indica tempo; de bicicleta indica meio; àquela velha praça indica lugar.

Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele expressa, os termoacima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto adverbial de meio eadjunto adverbial de lugar.

O adjunto adverbial pode ser expresso por:1) Advérbio: O balão caiu longe. 

2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar.3) Oração: Se o balão pegar f ogo, avisem-me.

Observação: nem sempre é possível apontar com precisão a circunstância expressa por um adjuntoadverbial. Em alguns casos, as diferentes possibilidades de interpretação dão origem a orações sugestivas.Por Exemplo:

Entreguei-me calorosamente àquela causa.

É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou de intensidade. Na verdade, pareceser uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso, é fundamental levar emconta o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais.

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Classificação do Adjunto Adverbial

Listamos abaixo algumas circunstâncias que o adjunto adverbial pode exprimir. Não deixe de observar osexemplos.Acréscimo Por Exemplo: 

Além da tristeza, sentia profundo cansaço.Af irmação Por Exemplo: 

Sim, realmente irei partir.Ele irá com certeza. 

Assunto Por Exemplo: 

Falávamos sobre f utebol. (ou de f utebol, ou a respeito de f utebol).Causa Por Exemplo:

Com o calor, o poço secou.

 Não comentamos nada por discrição. O menor trabalha por necessidade. 

CompanhiaPor Exemplo: 

Fui ao cinema com sua prima.Com quem você saiu?Sempre contigo irei estar.

Concessão Por Exemplo:

Apesar do estado precário do gramado, o jogo foi ótimo.

Condição Por Exemplo: 

Sem minha autorização, você não irá.Sem erros , não há acertos.

Conf ormidadePor Exemplo: Fez tudo conf orme o combinado. (ou segundo o combinado)

DúvidaPor Exemplo: 

Talvez seja melhor irmos mais tarde.Porventura, encontrariam a solução da crise?Quiçá acertemos desta vez.

Fim, f inalidadePor Exemplo: 

Ela vive para o amor. Daniel estudou para o exame.Trabalho para o meu sustento.Viajei a negócio.

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FrequênciaPor Exemplo: 

Sempre aparecia por lá.Havia reuniões todos os dias.

Instrumento Por Exemplo: 

Rodrigo fez o corte com a faca. O artista criava seus desenhos a lápis.

IntensidadePor Exemplo: 

A atleta corria bastante. O remédio é muito caro.

LimitePor Exemplo: 

A menina andava correndo do quarto à sala. 

LugarPor Exemplo: 

 Nasci em Porto Alegre. Estou em casa. Vive nas montanhas. Viajou para o litoral . "Há, em cada canto de minh¶alma, um altar a um Deus diferente." (Álvaro de Campos)

MatériaPor Exemplo: 

Compunha-se de substâncias estranhas. 

Era feito de aço.

Meio Por Exemplo: 

Fui de avião.Viajei de trem.Enriqueceram mediante fraude. 

Modo Por Exemplo: 

Foram recrutados a dedo. Fiquem à vontade.

Esperava tranquilamente o momento decisivo.

Negação Por Exemplo: 

Não há erros em seu trabalho.Não aceitarei a proposta em hipótese alguma.

Preço Por Exemplo: 

As casas estão sendo vendidas a preços muito altos.

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Substituição ou trocaPor Exemplo: 

Abandonou suas convicções por privilégios econômicos.

Tempo Por Exemplo: 

O escritório permanece aberto das 8h às 18h.  Beto e Mara se casarão em  junho.Ontem à tarde encontrou um velho amigo.

Ad junto Adnominal 

É o termo que determina, especif ica ou explica um substantivo. O adjunto adnominal possui f unção ad jetiva na oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomesadjetivos e numerais adjetivos. Veja o exemplo a seguir:

O poeta inovador  enviou  dois longos trabalhos   ao seu amigo de infância. 

Sujeito Núcleo do Predicado

VerbalObjeto Direto Objeto Indireto

 Na oração acima, os substantivospoeta, trabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do sujeitodeterminado simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivosagrupam-se os ad juntos adnominais:o artigo" o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta;o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos;o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de infância são adjuntos adnominais deamigo.

Observe como os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao substantivo a que se referem, sem qualque participação do verbo. Isso é facilmente notável quando substituímos um substantivo por um pronome: todos

os adjuntos adnominais que estão ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo nessa substituição.

Por Exemplo: O notável poeta português deixou uma obra originalíssima.

Ao substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos:Ele deixou uma obra originalíssima.

As palavras "o", notável e português tiveram de acompanhar o substantivo poeta, por se tratar de adjuntosadnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo pronome a. Veja:

O notável poeta português deixou-a.

Saiba que:A percepção de que o adjunto adnominal é sempre parte de um outro termo sintático que tem como núcleoum substantivo é importante para diferenciá-lo do predicativo do objeto. O predicativo do objeto é umtermo que se liga ao objeto por intermédio de um verbo. Portanto, se substituirmos o núcleo do objeto por um pronome, o predicativo permanecerá na oração, pois é um termo que se refere ao objeto, mas não faz

 parte dele. Observe:Sua atitude deixou os amigos perplexos.

 Nessa oração, perplexos é predicativo do objeto direto (seus amigos). Se substituíssemos esse objeto direto por um pronome pessoal, obteríamos:

Sua atitude deixou-os perplexos. Note que perplexos se refere ao objeto, mas não faz parte dele.

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Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal

É comum confundir o adjunto adnominal na forma de locução adjetiva com complemento nominal. Paraevitar que isso ocorra, considere o seguinte:

a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Assim, fica claro que o termo ligado por preposição aum adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal. Quando não houver preposição ligando ostermos, será um adjunto adnominal.

b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a substantivos cujossignificados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que recai a ação. O adjunto adnominal temsempre valor ativo. Observe os exemplos:

Exemplo 1 : Camila tem muito amor à mãe. A expressão "à mãe" classifica-se como complemento nominal, pois mãe é paciente de amar, recebe a açãode amar.

Exemplo 2 : Vera é um amor de mãe. 

A expressão "de mãe" classifica-se como adjunto adnominal, pois mãe é agente de amar, pratica a ação deamar.

Aposto

Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou especificá-lomelhor. Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão.Por Exemplo:

Ontem, Segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça.

Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ont em. Dizemos que o aposto é sintaticamenteequivalente ao termo a que se relaciona porque poderia substituí-lo. Veja:

Segunda-feira passei o dia com dor de cabeça.

Obs.: após a eliminação de ontem, o substantivo Segunda-feira assume a função de adjunto adverbial detempo.

Ve ja outro exemplo: 

Aprecio todos os tipos de música: MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.

Objeto Direto Aposto do Objeto Direto

Se retirarmos o objeto da oração, seu aposto passa a exercer essa função:

Aprecio MPB, rock, blues, chorinho, samba, etc.

Objeto DiretoObs.: o termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função sintática (inclusive a de aposto).Por Exemplo: 

Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina levada.

Analisando a oração, temos: pai de Marina = aposto do objeto direto pat rão. menina levada = aposto de Marina.

Classif icação do Aposto De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, o aposto pode ser classificado em:

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a) Explicativo:A Ecologia, ciência que investiga as relações dos seres vivos entre si e com o meio em que vivem,adquiriu grande destaque no mundo atual.

b) Enumerativo:A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação.

c) Resumidor ou Recapitulativo: Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base de um país melhor.

d) Comparativo: Seus olhos, indagadores holof otes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.

e) Distributivo:Drummond e Guimarães Rosa são dois grandes escritores, aquele na poesia e este na prosa.

f) Aposto de Oração:Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico. 

Além desses, há o aposto especif icativo, que difere dos demais por não ser marcado por sinais de pontuação(vírgula ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza um substantivo de sentido genérico, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de uma preposição, sem que haja pausa na entonação da frase: Por Exemplo: 

O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda.A rua Augusta está muito longe do rio São Francisco.

Atenção:Para não confundir o aposto de especificação com adjunto adnominal, observe a seguinte frase:

A obra de Camões é símbolo da cultura portuguesa. Nessa oração, o termo em destaque tem a função de ad jetivo: a obra camoniana. É, portanto, um adjunto

adnominal.

Observações:1) Os apostos, em geral, detacam-se por pausas, indicadas na escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões.

 Não havendo pausa, não haverá vírgulas.Por Exemplo:

Acabo de ler o romance A moreninha.

2) Às vezes, o aposto pode vir precedido de expressões explicativas do tipo: a saber , ist o é, por exemplo, etc.Por Exemplo:

Alguns alunos, a saber, Marcos, Rafael e Bianca não entraram na sala de aula após o recreio.

3) O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere.Por Exemplo:

Código universal, a música não tem fronteiras.

4) O aposto que se refere ao objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial pode aparecer  precedido de preposição.Por Exemplo: 

Estava deslumbrada com tudo: com a aprovação, com o ingresso na universidade, com asfelicitações.

Vocativo

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Vocativo é um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração. Não pertence, portanto,nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte real ouhipotético. Por seu caráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso. Veja os exemplos:

 Não fale tão alto, R ita! Vocativo

Senhor presidente, queremos nossos direitos!Vocativo

A vida, minha amada, é feita de escolhas.Vocativo

 Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam e nomeiam o interlocutor a que se estádirigindo a palavra.Obs.: o vocativo pode vir antecedido por interjeições de apelo, tais como ó, olá, eh!, etc.Por Exemplo: 

Ó Cristo, iluminai-me em minhas decisões.Olá professora, a senhora está muito elegante hoje!

Eh! Gente, temos que estudar mais.Distinção entre Vocativo e Aposto 

- O vocativo não mantém relação sintática com outro termo da oração.Por Exemplo: 

Crianças , vamos entrar.Vocativo 

- O aposto mantém relação sintática com outro termo da oração.Por Exemplo: 

A vida de Moisés, grande profeta, foi filmada.Sujeito Aposto 

6 - PERÍODO COMPOSTO

Coordenação e Subordinação

Quando um período é simples, a oração de que é constituído recebe o nome de oração absoluta.Por Exemplo:

A menina comprou chocolate.Quando um período é composto, ele pode apresentar os seguintes esquemas de formação:

a) Composto por Coordenação: ocorre quando é constituído apenas de orações independentes, coordenadas

entre si, mas sem nenhuma dependência sintática.Por Exemplo:

Saímos de manhã e voltamos à noite.

b) Composto por Subordinação: ocorre quando é constituído de um conjunto de pelo menos duas orações,em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente da outra (Principal).Por Exemplo: 

  Não fui à aula porque estava doente.

Oração Principal  Oração Subordinada 

c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas e subordinadas.

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Por Exemplo:

Fui à escola e busquei minha irmã que estava esperando.

Oração Coordenada  Oração Coordenada  Oração Subordinada 

Obs.: qualquer oração (coordenada ou subordinada) será ao mesmo tempo principal, se houver outra quedela dependa.Por Exemplo: 

Fui ao mercado e comprei os produtos que estavam faltando.

Oração Coordenada (1)Oração Coordenada (2) (Com

relação à 1ª.) e Oração Principal(Com relação à 3ª.)

Oração Subordinada (3)

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

Já sabemos que num período composto por coordenação as orações são independentes e sintaticamenteequivalentes.

Observe: As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo.

O período é composto de três orações:As luzes apagam-se;abrem-se as cortinas;começa o espetáculo.

As orações, no entanto, não mantêm entre si dependência gramatical, são independentes. Existe entre elas,evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de vista sintático, uma não depende da outra. A essasorações independentes, dá-se o nome de orações coordenadas, que podem ser assindéticas ou sindéticas.

A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente por uma pausa, representada na escrita por umavírgula. Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção "e". As orações coordenadas que se ligamumas às outras apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas assindéticas. É o caso de "As luzesapagam-se" e "abrem-se as cortinas". As orações coordenadas introduzidas por uma conjunção são chamadassindéticas. No exemplo acima, a oração "e começa o espetáculo" é coordenada sindética, pois é introduzida

 pela conjunção coordenativa "e". 

Obs.: a classificação de uma oração coordenada leva em conta fundamentalmente o aspecto lógico-semânticoda relação que se estabelece entre as orações.

Classif icação das Orações Coordenadas SindéticasDe acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas

adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas. 

a) AditivasExpressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos

dispostos em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas são "e" e "nem" (= e + não).Introduzem as orações coordenadas sindéticas aditivas.Por Exemplo: 

Discutimos várias propostas e analisamos possíveis soluções.As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas locuções não só... mas (também),tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdoda segunda oração. Ve ja:

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Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito bem. Não só provocaram graves problemas, mas (também) abandonaram os projetos de reestruturaçãosocial do país.

Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da expressão "e não", condena-se na língua culta a forma "enem" para introduzir orações aditivas.Por Exemplo: 

 Não discutimos várias propostas,nem (= e não) analisamos quaisquer soluções.

b) Adversativas Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se declara na oração coordenada anterior,

estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locuções no entanto, não obstante, nada obstante. Introduzemas orações coordenadas sindéticas adversativas.Veja os exemplos:

"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar)O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.Tens razão, contudo controle-se.Janaína gostava de cantar, todavia não agradava.

O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.

Saiba que:- Algumas vezes, a adversidade pode ser introduzida pela conjunção "e". Isso ocorre normalmente emorações coordenadas que possuem sujeitos diferentes.Por Exemplo: 

Deus cura, e o médico manda a conta. Nesse ditado popular, é clara a intenção de se criar um contraste. Observe que equivale a uma frase dotipo: "Quem cura é Deus, mas é o médico quem cobra a conta!"- A conjunção "mas" pode aparecer com valor aditivo.Por Exemplo:

Camila era uma menina estudiosa, mas principalmente esperta.

c) AlternativasExpressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela

empregam-se também os pares: ora...ora,  já... já, quer...quer..., se ja...se ja, etc. Introduzem as oraçõescoordenadas sindéticas alternativas.Exemplos: 

Diga agora ou cale-se para sempre.Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está coordenando entre si duas orações que, na verdade,

expressam concessão em relação a "Estarei lá". É como disséssemos: "Embora você não permita, estareilá".

d) ConclusivasExprimem conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As conjunções típicas são: logo,portanto e pois (posposto ao verbo). Usa-se ainda: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que,em vista disso, etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.Exemplos: 

 Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir cuidadosamente.O time venceu, por isso está classificado.Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada cautelosamente.

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e) ExplicativasIndicam uma justif icativa ou uma explicação referente ao fato expresso na declaração anterior. Asconjunções que merecem destaque são: que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo).Introduzem as orações coordenadas sindéticas explicativas.Exemplos: 

Vou embora, que cansei de esperá-lo.Vinícius devia estar cansado,porque estudou o dia inteiro.Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

Atenção:Cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas com as subordinadas adverbiaiscausais. Observe a diferença entre elas:- Orações Coordenadas Explicativas: caracterizam-se por fornecer um motivo, explicando a oraçãoanterior.Por Exemplo:

A criança devia estar doente, porque chorava muito. (O choro da criança não poderia ser a causa desua doença.)

- Orações Subordinadas Adverbiais Causais: exprimem a causa do fato.

Por Exemplo:Henrique está triste porque perdeu seu emprego. (A perda do emprego é a causa da tristeza deHenrique.)

 Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e que esta é,muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

Classif icação das Orações Subordinadas

As orações subordinadas dividem-se em três grupos, de acordo com a função sintática que desempenham e aclasse de palavras a que equivalem. Podem ser  substantivas, ad jetivas ou adverbiais. Para notar asdiferenças que existem entre esses três tipos de orações, tome como base a análise do período abaixo:

Só depois disso percebi a profundidade das palavras dele.

 Nessa oração, o sujeito é "eu", implícito na terminação verbal da palavra "percebi". "A prof undidade daspalavras dele" é objeto direto da forma verbal "percebi". O núcleo do objeto direto é "prof undidade".Subordinam-se ao núcleo desse objeto os adjuntos adnominais "a" e "das palavras dele ". No adjuntoadnominal "das palavras dele", o núcleo é o substantivo "palavras", ao qual se prendem os adjuntosadnominais "as" e "dele". "Só depois disso" é adjunto adverbial de tempo.

É possível transformar a expressão "a prof undidade das palavras dele", objeto direto, em oração.Observe:

Só depois disso percebi que as palavras dele eram profundas.

 Nesse período composto, o complemento da forma verbal "percebi" é a oração "que as palavras dele eramprof undas". Ocorre aqui um perí odo composto por subordinação, em que uma oração desempenha afunção de objeto direto do verbo da outra oração. O objeto direto é uma f unção substantiva da oração, ouseja, é função desempenhada por substantivos e palavras de valor substantivo. É por isso que a oraçãosubordinada que desempenha esse papel é chamada de oração subordinada substantiva. 

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Pode-se também modificar o período simples original transformando em oração o adjunto adnominal donúcleo do objeto direto, "profundidade". Observe:

Só depois disso percebi a "profundidade" que as palavras dele continham.

 Nesse período, o adjunto adnominal de "profundidade" passa a ser a oração "que as palavras dele

continham". O adjunto adnominal é uma f unção ad jetiva da oração, ou seja, é função exercida por adjetivos, locuções adjetivas e outras palavras de valor adjetivo. É por isso que são chamadas desubordinadas ad jetivas as orações que, nos períodos compostos por subordinação, atuam como adjuntosadnominais de termos das orações principais.

Outra modificação que podemos fazer no período simples original é a transformação do ad junto adverbial de tempo em uma oração. Observe:

Só quando caí em mim, percebi a profundidade das palavras dele.

 Nesse período composto, "Só quando caí em mim" é uma oração que atua como adjunto adverbial de

tempo do verbo da outra oração. O adjunto adverbial é uma f unção adverbial da oração, ou seja, é funçãoexercida por advérbios e locuções adverbiais. Portanto, são chamadas de subordinadas adverbiais asorações que, num período composto por subordinação, atuam como adjuntos adverbiais do verbo da oração

 principal.

Forma das Orações SubordinadasObserve o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:

"Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto."Oração Principal Oração Subordinada

Observe que na Oração Subordinada temos o verbo "existe", que está conjugado na terceira pessoa dosingular do presente do indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer dos tempos

finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas ouexplí citas.

Podemos modificar o período acima. Ve ja:Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.

Oração Principal Oração Subordinada

Observe que a análise das orações continua sendo a mesma: "Eu sinto" é a oração principal, cujo objetodireto é a oração subordinada "existir em meu gesto o teu gesto". Note que a oração subordinada apresentaagora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção que, conectivo que unia as duas orações, desapareceu. Asorações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou não - , gerúndioou particípio) chamamos orações reduzidas ou implí citas.

Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,eventualmente, introduzidas por preposição.

1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVASA oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunçãointegrante (que, se).Por Exemplo:

Suponho que você foi à biblioteca hoje.

Oração Subordinada Substantiva

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Você sabe se o presidente já chegou?

Oração Subordinada Substantiva

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as orações subordinadas substantivas, bem como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os exemplos:

O garoto perguntou qual era o telefone da moça.Oração Subordinada Substantiva

 Não sabemos por que a vizinha se mudou.

Oração Subordinada Substantiva

Classif icação das Orações Subordinadas Substantivas

De acordo com a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser:

a) Sub jetivaÉ sub jetiva quando  exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal. Observe:É fundamental o seu comparecimento à reunião.

Sujeito

É fundamental que você compareça à reunião.

Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

Atenção:Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome " isso". Assim, temosum período simples:É fundamental isso ou Isso é fundamental.

Sujeito Dessa forma, a oração correspondente a "isso" exercerá a função de sujeito.

Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:1- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo:

É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro - Está evidente - Está comprovado 

Por Exemplo:É bom que você compareça à minha festa.

2- Expressões na voz passiva, como:

Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou provado 

Por Exemplo: Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

3- Verbos como:

convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer 

Por Exemplo:Convém que não se atrase na entrevista.

Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular.

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 b) Objetiva DiretaA oração subordinada substantiva ob jetiva direta exerce função de objeto direto do verbo da oração

 principal.Por Exemplo: 

Todos querem sua aprovação no vestibular.Ob jeto Direto 

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Ob jetiva Direta 

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desenvolvidas são iniciadas por:1- Conjunções integrantes "que" (às vezes elíptica) e "se":Por Exemplo:

A professora verificou se todos alunos estavam presentes.

2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogaçõesindiretas:Por Exemplo:

O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogaçõesindiretas:Por Exemplo:

Eu não sei por que ela fez isso.

Orações EspeciaisCom os verbos deixar, mandar, fazer (chamados auxiliares causativos) e ver, sentir, ouvir, perceber(chamados auxiliares sensitivos) ocorre um tipo interessante de oração subordinada substantiva objetivadireta reduzida de infinitivo. Observe:Deixe-me repousar. Mandei-os sair. 

Ouvi-o gritar.  Nesses casos, as orações destacadas são todas objetivas diretas reduzidas de infinitivo. E, o que é mais

interesante, os pronomes oblíquos atuam todos como sujeitos dos infinitivos verbais. Essa é a únicasituação da língua portuguesa em que um pronome oblíquo pode atuar como sujeito. Para perceber melhor o que ocorre, convém transformar as orações reduzidas em orações desenvolvidas:Deixe que eu repouse. Mandei que eles saíssem. Ouvi que ele gritava. 

 Nas orações desenvolvidas, os pronomes oblíquos foram substituídos pelas formas retascorrespondentes. É fácil compreender agora que se trata, efetivamente, dos sujeitos das formas verbais dasorações subordinadas.

c) Objetiva IndiretaA oração subordinada substantiva ob jetiva indireta atua como objet o indiret o do verbo da oração principalVem precedida de preposição.Por Exemplo: 

Meu pai insiste em meu estudo.Ob jeto Indireto 

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)Oração Subordinada Substantiva Ob jetiva Indireta 

Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.Por Exemplo:

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Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Oração Subordinada Substantiva Ob jetiva Indireta 

d) Completiva NominalA oração subordinada substantiva completiva nominal completa um nome que pertence à oração principal etambém vem marcada por preposição.Por Exemplo:

Sentimos orgulho de seu comportamento.Complemento Nominal 

Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos orgulho disso.)Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal 

Lembre-se:Observe que as orações subordinadas substantivas objetivas indiretas integram o sentido de umverbo,

enquanto que orações subordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido de umnome.Para distinguir uma da outra, é necessário levar em conta o termo complementado. Essa é, aliás, a diferençaentre o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro complementa um verbo, o segundo, um nome.

e) PredicativaA oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de predicat ivo do sujeit o do verbo da oração

 principal e vem sempre depois do verbo ser.Por Exemplo:

 Nosso desejo era sua desistência.Predicativo do Sujeito 

 Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era isso.)Oração Subordinada Substantiva Predicativa

Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva "de" para realce. Veja o exemplo:A impressão é de que não fui bem na prova.f) ApositivaA oração subordinada substantiva apositiva exerce função de apost o de algum termo da oração principal.Por Exemplo:

Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu casamento.Aposto 

(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)

Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu casamento chegasse.Oração Subordinada Substantiva Apositiva

Saiba mais:

Apesar de a NGB não fazer referência, podem ser incluídas como orações subordinadas substantivasaquelas que funcionam como agente da passiva iniciadas por "de" ou "por" , + pronome indefinido. Veja osexemplos:O presente será dado por quem o comprou.O espetáculo foi apreciado por quantos o assistiram .

2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVASUma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de ad jetivo, ou seja, que a ele equivaleAs orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedenteObserve o exemplo: 

Esta foi uma redação bem-sucedida.

Substantivo Ad jetivo (Ad junto Adnominal) 

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 Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivobem-sucedida. Nesse caso, é possívelformarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel.Ve ja: 

Esta foi uma redação que fez sucesso.Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica feita pelo pronome relativo que. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativodesempenha uma função sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que oantecede.Obs.: para que dois períodos se unam num período composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.

Atenção:Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo que: ele sempre pode ser substituído

 por:o qual - a qual - os quais -as quais

Por Exemplo: Refiro-me ao aluno que é estudioso.

Essa oração é equivalente a:Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Forma das Orações Subordinadas Adjetivas

Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, asorações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadaadjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposiçãoe apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).Por Exemplo: 

Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

 No primeiro período, há uma oração subordinada ad jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronomerelativo "que" e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oraçãosubordinada ad jetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

 Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar dduas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especif icam o sentido do termo a que se referem,individualizando-o. Nessas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas ad jetivas restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe ou amplif icam dados sobre o antecedente, que

 já se encontra suficientemente definido, as quais denominam-se subordinadas ad jetivas explicativas.Exemplo 1: 

Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homemque passava naquele momento.Oração Subordinada Ad jetiva Restritiva 

 Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da palavra "homem": trata-se de um homem específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a todosos homens, mas sim àquele que estava passando naquele momento.Exemplo 2: 

O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.Oração Subordinada Ad jetiva Explicativa 

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 Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação a palavra "homem": na verdadeessa oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de "homem".

Saiba que: A oração subordinada ad jetiva explicativa é separada da oração principal por uma pausa, que, na

escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja indicada como forma de

diferenciar as orações explicativas das restritivas: de fato, as explicativas vêm sempre isoladas por vírgulas;as restritivas, não.

Obs.: ao redigir um período escrito por outrem, é necessário levar em conta as diferenças de significado queas orações restritivas e as explicativas implicam. Em muitos casos, a oração subordinada adjetiva seráexplicativa ou restritiva de acordo com o que se pretende dizer.Exemplo 1:

Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma.

 No período acima, podemos afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem, no mínimo, doisirmãos, um que mora em Roma e um que mora em outro lugar. A palavra "irmão", no caso, precisa ter seusentido limitado, ou seja, é preciso restringir seu universo. Para isso, usa-se uma oração subordinada adjetiva

restritiva.Exemplo 2: 

Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma.

 Nesse período, é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala ou escreve tem apenasum irmão, oqual mora em Roma. A informação de que o irmão more em Roma não é uma particularidade, ou seja, não éum elemento identificador, diferenciador, e sim um detalhe que se quer realçar.Observações:

As orações subordinadas adjetivas podem:a) Vir coordenadas entre si;Por Exemplo: 

É uma realidade que degrada e assusta a sociedade.e = conjunção

b) Ter um pronome como antecedente.Por Exemplo: 

 Não sei o que vou almoçar. o = antecedenteque vou almoçar = Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Emprego e Função dos Pronomes Relativos

O estudo das orações subordinadas adjetivas está profundamente ligado ao emprego dos pronomes relativos.Por isso, vamos aprofundar nosso conhecimento acerca desses pronomes.

1) Pronome Relativo QUEO pronome relativo "que" é chamado relativo universal, pois seu emprego é extremamente amplo. Esse

 pronome pode ser usado para substituir pessoa ou coisa, que estejam no singular ou no plural. Sintaticamenteo relativo "que" pode desempenhar várias funções:

a) Sujeito: Eis os artistas que representarão o nosso país.Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

y  Eis os artistas.y  Os artistas (= que) representarão o nosso país.

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Sujeito  b) Objeto Direto: Trouxe o documento que você pediu.Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

y  Trouxe o documentoy  Você pediu o documento (= que)

Ob jeto Direto 

c) Objeto Indireto: Eis o caderno de que preciso.Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

y  Eis o caderno.y  Preciso do caderno (= de que)

Ob jeto Indireto 

d) Complemento Nominal: Estas são as informações de que ele tem necessidade.Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

y  Estas são as informações.y  Ele tem necessidade das informações (= de que)

Complemento nominal e) Predicativo do Sujeito: Você é o professor  que muitos querem ser.

Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:y  Você é o professor.y  Muitos querem ser o professor (= que)

Predicativo do Sujeito 

f) Agente da Passiva: Este é o animal por que fui atacado.Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

y  Este é o animal.y  Fui atacado pelo animal (= por que)

Agente da Passiva 

g) Adjunto Adverbial: O acidente ocorreu no dia em que eles chegaram. (adjunto adverbial de tempo).Substituindo o pronome pelo antecedente, temos:

y  O acidente ocorreu no diay  Eles chegaram no dia. (= em que)

Ad junto Adverbial de Tempo 

Observação:Pelos exemplos citados, percebe-se que o pronome relativo deve ser precedido de preposiçãoapropriada de acordo com a função que exerce. Na língua escrita formal, é sempre recomendávelesse cuidado.

2) Pronome Relativo QUEM

O pronome relativo "quem" refere-se a pessoas ou coisas personificadas, no singular ou no plural. É sempre precedido de preposição, podendo exercer diversas funções sintáticas. Observe os exemplos:a) Objeto Direto Preposicionado: Clarice, a quem admiro muito, influenciou-me profundamente.

 b) Objeto Indireto: Este é o jogador a quem me refiro sempre.c) Complemento Nominal: Este é o jogador a quem sempre faço referência.d) Agente da Passiva: O médico por quem fomos assistidos é um dos mais renomados especialistas.e) Adjunto Adverbial: A mulher com quem ele mora é grega.

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3) Pronome Relativo CUJO (s), CUJA (s)

"Cujo" e sua flexões equivalem a "de que", "do qual" (ou suas flexões "da qual", "dos quais", "das quais"), "de quem". Estabelecem normalmente relação de posse entre o antecedente e o termo que especificam,atuando na maior parte das vezes como adjunto adnominal e em algumas construções como complementonominal. Veja:

a) Ad junto Adnominal: Não consigo conviver com pessoas cujas aspirações sejam essencialmente materiais. (Não consigconviver com pessoas / As aspirações dessas pessoas são essencialmente materiais).

b) Complemento Nominal: O livro, cuja leitura agradou muito aos alunos, trata dos tristes anos da ditadura. (cuja leitura = aleitura do livro)

Atenção: Não utilize artigo definido depois do pronome cujo. São erradas construções como:"A mulher cuja a casa foi invadida..." ou "O garoto, cujo o tio é professor..."

Forma correta: "cuja casa" ou "cujo tio".

4) Pronome Relativo O QUAL, OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS

"O qual"," a qual"," os quais" e "as quais" são usados com referência a pessoa ou coisa. Desempenhamas mesmas funções que o pronome "que"; seu uso, entretanto, é bem menos frequente e tem se limitado aoscasos em que é necessário para evitar ambiguidade.Por Exemplo: 

Existem dias e noites, às quais se dedica o repouso e a intimidade.O uso de às quais permite deixar claro que nos estamos referindo apenas às noites. Se usássemos a que, não

 poderíamos impor essa restrição. Observe esses dois exemplos:a) Sujeito:

Conhecemos uma das irmãs de Pedro, a qual trabalha na Alemanha. Nesse caso, o relativo a qual também evita ambiguidade. Se fosse usado o relativo que, não seria possíveldeterminar quem trabalha na Alemanha.

 b) Adjunto Adverbial: Não deixo de cuidar da grama, sobre a qual às vezes gosto de um bom cochilo.

A preposição sobre, dissilábica, tende a exigir o relativo sob as formas " o / a qual", "os / as quais",rejeitando a forma "que". 

5) Pronome Relativo ONDEO pronome relativo "onde" aparece apenas no período composto, para substituir um termo da oração

 principal numa oração subordinada. Por essa razão, em um período como "Onde você nasceu?", por exemplo, não é possível pensar em pronome relativo: o período é simples, e nesse caso, "onde" é advérbiointerrogativo.

 Na língua culta, escrita ou falada, "onde" deve ser limitado aos casos em que há indicação de lugar físico,espacial. Quando não houver essa indicação, deve-se preferir o uso de em que, no qual (e suas flexões naqual, nos quais, nas quais) e nos casos da ideia de causa / efeito ou de conclusão.Por Exemplo:

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Quero uma cidade tranquila, onde possa passar alguns dias em paz.Vivemos uma época muito difícil, em que (na qual) a violência gratuita impera.

6) Pronome Relativo QUANTO, COMO, QUANDO

a) Quanto, quantos e quantas: são pronomes relativos que seguem os pronomes indef inidos "tudo", "todos"ou "todas". Atuam principalmente como sujeito e objeto direto. Veja os exemplos:

Tente examinar todos quantos comparecerem ao consultório. (Sujeito) Comeu tudo quanto queria. (Ob jeto Direto) 

b) Como e quando: exprimem noções de modo e tempo, respectivamente. Atuam, portanto, como adjuntosadverbiais de modo e de tempo. Exemplos: 

É estranho o modo como ele me trata.É a hora quando o sol começa a deitar-se.

3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAISUma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a função de ad junto adverbial do verbo da oração

 principal. Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, f im, causa, condição, hipótese, etc.

Quando desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções subordinativas (com exclusão dasintegrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz.Por Exemplo:

Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.Oração Subordinada Adverbial 

Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância de tempo. É, portanto, chamada de oraçãosubordinada adverbial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indicam umacircunstância referente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da exatacompreensão da circunstância que exprime. Observe os exemplos abaixo: 

Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha vida.Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.

 No primeiro período, "naquele momento" é um adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal"senti". No segundo período, essse papel é exercido pela oração "Quando vi a estátua", que é, portanto, umaoração subordinada adverbial temporal. Essa oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo ("vi", do pretérito perfeito doindicativo). Seria possível reduzi-la, obtendo-se:

Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha vida.

A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das formas nominais do verbo ("ver" no infinitivo) enão é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição ("a", combinada com o artigo"o").

Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dosadjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração.Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Adverbiais

a) Causa A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato, aomotivo do que se

declara na oração principal. "É aquilo ou aquele que determina um acontecimento".

Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE

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Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à oração principal),pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.Exemplos: 

As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a não ser cancelá-lo.Já que você não vai, eu também não vou.Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito conhecimento), é sempre consultado.(Oração Reduzida de Infinitivo)

b) Consequência As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência, que é efeito do quese declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de f orma que, de sorteque, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.

Principal conjunção subordinativa consecutiva:QUE (precedido de tal, tanto, tão, tamanho) 

Exemplos: É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.)

 Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os.

 Não consigo ver televisão sem  bocejar . (Oração Reduzida de Infinitivo)Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo.

c) CondiçãoCondição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As oraçõesubordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de serealizar o fato expresso na oração principal.

Principal conjunção subordinativa condicional: SE

Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos

que, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).Exemplos: 

Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será campeão.Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato.Caso você se case, convide-me para a festa.

 Não saia sem que eu permita.Conhecendo os alunos (= Se conhecesse os alunos), o professor não os teria punido. (OraçãoReduzida de Gerúndio)

d) ConcessãoAs orações subordinadas adverbiais concessivas indicam concessão às ações do verbo da oração principal

isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão  está diretamente ligada ao

contraste, à quebra de expectativa.

Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA 

Utiliza-se também a conjução: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que.Observe este exemplo: 

Só irei se ele for.

A oração acima expressa uma condição: o fato de "eu" ir só se realizará caso essa condição for satisfeita.Compare agora com: 

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Irei mesmo que ele não vá.

A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida.A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva.Observe outros exemplos: 

Embora fizesse calor, levei agasalho.Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população continua à margem domercado de consumo.Foi aprovado sem estudar  (= sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparação As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação indicada peloverbo da oração principal.

Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO 

Por Exemplo: Ele dorme como um urso.

Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o grau comparativo dos adjetivos e doadvérbios: tão...como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Veja os exemplos:Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência O orador foi mais brilhante do que profundo.

Saiba que:É comum a omissão do verbo nas orações subordinadas adverbiais comparativas.Por exemplo:

Agem como crianças. (agem)Oração Subordinada Adverbial Comparativa 

 No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não ocorre.

Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação do verbo falar e do verbo fazer).

f) ConformidadeAs orações subordinadas adverbiais conformativas indicam ideia de conf ormidade, ou seja, exprimem umaregra, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal.

Principal conjunção subordinativa conformativa:CONFORME 

Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo (todas com o mesmo valor de conf orme).Exemplos: 

Fiz o bolo conforme ensina a receita.

Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais.Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial de má distribuiçãode renda.

g) FinalidadeAs orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a f inalidade daquilo que se declara na oração

 principal.

Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE 

Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para que. 

Por Exemplo:

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Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse.

h) ProporçãoAs orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem ideia de proporção, ou seja, um fatosimultâneo ao expresso na oração principal.

Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À PROPORÇÃO QUE 

Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos...(mais) quanto menos...(menos).Exemplos: À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.Visito meus amigos à medida que eles me convidam.Quanto maior for a altura, maior será o tombo.

Lembre-se:

À medida que é uma conjunção que expressa ideia de proporção; portanto, pode ser substituída por "à proporção que".Na medida em que exprime uma ideia de causa e equivale a "tendo em vista que" e só nesse sentido deve serusada.

Por Exemplo:  Na medida em que não há provas contra esse homem, ele deve ser solto.Atenção: não use as formas ³à medida em que´ ou ³na medida que´.

i) Tempo As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração

 principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.

Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO 

Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que,todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.Exemplos: 

Quando você foi embora, chegaram outros convidados.Sempre que ele vem, ocorrem problemas.Mal você saiu, ela chegou.Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a festa) (Oração Reduzida de Particí pio)

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO Num período podem aparecer orações que se relacionam pela coordenação e pela subordinação. Assim, tem-se um período misto.Por Exemplo: 

O atleta entrou na piscina e pediu que todos saíssem.1ª Oração 2ª Oração 3ª Oração 

1ª Oração: Oração Coordenada Assindética2ª Oração: Oração Coordenada Sindética Aditiva (em relação à 1ª oração) e Oração Principal (em relação à3ª oração).3ª Oração: Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta (em relação à 2ª Oração).

Observe outro exemplo: 

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Eram alunas que tiravam boas notas, mas não estudavam.1ª Oração 2ª Oração 3ª Oração 

1ª Oração: Oração Principal2ª Oração: Oração Subordinada Adjetiva Restritiva3ª Oração: Oração Coordenada Sindética Adversativa (em relação à 2ª oração) e Oração SubordinadaAdjetiva Restritiva (em relação à 1ª oração).

ORAÇÕES REDUZIDAS

Sobre as Orações ReduzidasObserve as frases abaixo:

Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar.Ouvimos uma criança chorando na praça.Comprada a casa, a família mudou-se.

Veja que as orações em destaque não são introduzidas por conjunção. Além disso, os verbos estão em suasformas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). As orações que apresentam essa forma recebem o nomede Orações Reduzidas.

Para reconhecer mais facilmente o tipo de oração que está sob a forma reduzida, podemos desenvolvê-la daseguinte maneira:

1) Substitui-se a forma nominal do verbo por um tempo do indicativo ou do subjuntivo;

2) Inicia-se a oração com um conectivo adequado (conjunção ou pronome relativo), de modo que apenas aforma da frase seja alterada, e não o seu sentido.

Observe agora como seria o desenvolvimento das orações já vistas:

Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar.Forma Desenvolvida: quando terminar a prova, todo candidato deve aguardar.Análise da Oração: oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo.

Ouvimos uma criança chorando na praça.

Forma Desenvolvida: ouvimos uma criança que chorava na praça.Análise da Oração: oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio.

Comprada a casa, a família mudou-se.

Forma Desenvolvida: Assim que comprou a casa, a família mudou-se.Análise da Oração: oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.

Obs.: dependendo do contexto, as orações reduzidas podem permitir mais de um tipo de desenvolvimento.Orações Reduzidas Fixas

Esteja atento às orações reduzidas fixas, pois não são passíveis de desdobramento.Exemplos:

Tenho muita vontade de comprar este vestido. Este homem enriqueceu vendendo pastéis. 

Orações Reduzidas de Infinitivo

Podem ser:

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1 -Subordinadas Substantivas a) Sub jetivas: Não é conveniente comprar todos estes materiais.b) Ob jetivas Diretas: Quanto ao José, dizem ter viajado para a Europa.c) Ob jetivas Indiretas: O sucesso da tua carreira depende de teres dedicação.d) Predicativas: A única alternativa é estudarmos no exterior.e) Completivas Nominais: Jorge tinha grande necessidade de passar no concurso.f) Apositivas: Diante deste vexame, só nos resta uma saída: ficarmos calados.

2 -Subordinadas Ad jetivas Quando saí de casa, encontrei o vizinho a tropeçar no meio da rua.

3 -Subordinadas Adverbiais a) Causais: Não te procurei novamente por encontrar-me doente.b) Concessivas: Apesar de ter chorado, sorriu a todos os convidados.c) Consecutivas: O professor se atrasou tanto a ponto de não termos aula naquele período.d) Condicionais: Meus filhos não ganham sobremesa sem almoçar direito.e) Finais: Estamos aqui para convidá-la para nossa festa.f) Temporais: Ao rever o amigo, deu-lhe um longo abraço.

Orações Reduzidas de GerúndioPodem ser:1- Subordinadas Ad jetivas Encontramos alguns turistas andando perdidos pelo centro da cidade. 

2 -Subordinadas Adverbiais a) Temporais: Retornando ao museu, avise-me.b) Causais: Notando seu desânimo, pensei em outra hipótese.c) Concessivas: Embora cozinhando diariamente, o almoço não ficou bom.d) Condicionais: Querendo uma amiga para conversar, conte comigo.

3 -Coordenadas Aditivas Organizou os presentes, entregando-os às crianças carentes.

Orações Reduzidas de Particí pio Podem ser:1 -Subordinadas Ad jetivas As orações subordinadas adjetivas podem ser consideradas simples adjuntos adnominais. Veja o exemplo:Os documentos trazidos pela secretária serão arquivados.

2 -Subordinadas Adverbiais a) Causais: Assustado com a situação, liguei para a polícia.b) Concessivas: Mesmo cansado, tentou cumprir os compromissos.

c) Condicionais: Desvendado este mistério, o problema será resolvido.d)Temporais: Terminada a palestra, alunos e professores aplaudiram.

Observação: o infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem orações reduzidas quando fazem parte deuma locução verbal.Exemplos:

Preciso estudar mais este semestre.Os palhaços estão divertindo as crianças.A viagem foi cancelada pela agência.

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ESTUDO COMPLEMENTAR DO PERÍODO COMPOSTOSobre o Período Composto

 No período composto, podemos encontrar:a) Orações subordinadas justapostas (sem conectivo):Por Exemplo: 

Ana e Gustavo já se conheciam, mostravam-se muito amigos.

b) Orações cujo verbo encontra-se elíptico (subentendido):Por Exemplo: 

O candidato promete que, se eleito, transformará o país.

c) Orações intercaladas ou interferentes:São sintaticamente independentes, se interpõem a outras orações expressando uma ressalva, um comentárioou uma opinião. Podem vir de forma intercalada em apenas uma oração ou ainda no meio de outras.Exemplos:

 No dia da nossa formatura - como me lembro bem! - todos estavam deslumbrantes.Este ano, disse a torcedora, o prêmio é do Brasil!

 Nenhum destes artistas, que eu saiba, gosta de dar autógrafos.

Caso não me emprestasse os livros (Devo ter comprado aproximadamente dez já) estaria muitochateada.

SINTAXE DE CONCORDÂNCIA Concordância Verbal e NominalObserve:

As crianças estão animadas.Crianças animadas.

 No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito,as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está concordando em gênero (feminino) e número(plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número egênero se correspondem.Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.

CONCORDÂNCIA VERBALOcorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.

a) Sujeito Simples 

Regra Geral 

O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Ve ja os exemplos: A orquestra tocou uma valsa longa.3ª p. Singular 3ª p. Singular Os pares que rodeavam a nós dançavam bem.3ª p. Plural 3ª p. Plural

Casos ParticularesHá muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no momento deestabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelosignificado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir.

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1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de,a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo

 pode ficar no singular ou no plural.Por Exemplo: 

A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante.

Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados:Por Exemplo:

Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento.

Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural conferedestaque aos elementos que formam esse conjunto.

2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menosde, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Observe:

Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.

Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olímpíadas.Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o plural éobrigatório:Por Exemplo:

Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro)

3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta aausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, overbo deve ficar o plural.Exemplos: 

Os Estados Unidos determinam o fluxo da atividade econômica do mundo.

Alagoas impressiona pela beleza das praias e pela pobreza da população.As Minas Gerais são inesquecíveis.Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos,quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (naterceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Ve ja: 

Quais de nós são / somos capazes?Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.

Obs.: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguémdiz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dosomissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.",frase que soa como uma denúncia.

 Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular.Por Exemplo:

Qual de nós é capaz?Algum de vós fez isso.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbodeve concordar com o substantivo.

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Exemplos: 25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito.1% do eleitorado aceita a mudança.1% dos alunos faltaram à prova.

Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com onúmero. Ve ja: 

25% querem a mudança.1% conhece o assunto.

6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita com oantecedente do pronome.Exemplos: 

Fui eu que paguei a conta.Fomos nós que pintamos o muro.És tu que me fazes ver o sentido da vida.Ainda existem mulheres que f icam vermelhas na presença de um homem.

7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural.Por Exemplo: 

Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas.Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance.

Atenção:A tendência, na linguagem corrente, é a concordância no singular. O que se ouve efetivamente, sãoconstruções como:

"Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da emenda".Ao compararmos com um caso em que se use um adjetivo, temos:

"Ela é uma das alunas mais brilhante da sala."

A análise da construção acima torna evidente que a forma no singular é inadequada. Assim, as formasaceitáveis são:

" Das alunas mais brilhantes da sala, ela é uma." " Dos deputados que mais lutaram pela aprovação da emenda, ele é um".

8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem",  pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ouem concordância com o antecedente do pronome.Exemplos: 

Fui eu quem pagou a conta / Fui eu quem paguei a conta.Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.

9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.Por Exemplo:Vossa Excelência é diabético?Vossas Excelências vão renunciar?

10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral.Por Exemplo: 

Deu uma hora no relógio da sala.Deram cinco horas no relógio da sala.

Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.Por Exemplo:

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O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.

11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do singular.São verbos impessoais:

Haver no sentido de existir;Fazer indicando tempo;Aqueles que indicam fenômenos da natureza. 

Exemplos:Havia muitas garotas na festa.Faz dois meses que não vejo meu pai.Chovia ontem à tarde.

b) Sujeito Composto 

1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz noplural:Exemplos: 

Pai e filho conversavam longamente.Sujeito 

Pais e filhos devem conversar com frequência.Sujeito 

2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguintemaneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez, prevalece sobre aterceira. Ve ja: 

Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.Primeira Pessoa do Plural (Nós) 

Tu e teus irmãos tomareis a decisão.Segunda Pessoa do Plural (Vós) 

Pais e filhos precisam respeitar-se.Terceira Pessoa do Plural (Eles) 

Obs.: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa e um da terceira, é possívelempregar o verbo na terceira pessoa do plural. Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a decisão."

3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova possibilidade de concordância:em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com onúcleo do sujeito mais próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e não uma obrigação.Por Exemplo:

Faltaram coragem e competência.Faltou coragem e competência.

4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita obrigatoriamente no plural.Observe: 

Abraçaram-se vencedor e vencido.Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Casos Particulares

1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar noplural ou no singular.Por Exemplo: 

Descaso e desprezo marcam / marca seu comportamento.

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2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo pode ficar no plural ouconcordar com o último núcleo do sujeito.Por Exemplo:

Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.  No primeiro caso, o verbo noplural enfatiza a unidade de sentido que há na combinação. No segundo caso,o verbo no singular enfatiza o último elemento da série gradativa. 

3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural se adeclaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos.Por Exemplo: 

Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira. Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.

Quando a declaração contida no predicado só puder ser atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou seja, se osnúcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular.Por Exemplo: 

Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)

4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma ser feita nosingular, embora o plural também seja praticado.Por Exemplo:

Um e outro compareceu / compareceram à festa. Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.

5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo pode ficar no plural. Nesse caso, os núcleosrecebem um mesmo grau de importância e a palavra"com" tem sentido muito próximo ao de "e". Ve ja: 

O pai com o filho montaram o brinquedo.O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.

 Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia é enfatizar o primeiro elemento.O pai com o filho montou o brinquedo.O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.

Obs.: com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que asexpressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é comose houvesse uma inversão da ordem. Veja:

"O pai montou o brinquedo com o filho.""O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado."

6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como:"não só...mas ainda", "não somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo concorda de preferência no plural.

 Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.Tanto a mãe quanto o filho f icaram surpresos com a notícia.

7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a concordânciaé feita com esse termo resumidor.Por Exemplo: 

Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.

Outros Casos 

1) O Verbo e a Palavra "SE" 

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Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há duas de particular interesse para a concordância verbal:a) quando é índice de indeterminação do sujeito;b) quando é partícula apassivadora.

Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretose de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular.Exemplos: 

Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.Conf ia-se em teses absurdas.Era-se mais feliz no passado.

Quando pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos diretos e indiretos na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.Exemplos: 

Construiu-se um posto de saúde.Construíram-se novos postos de saúde.Não se pouparam esforços para despoluir o rio.Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.

2) O Verbo "Ser"A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essaconcordância pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito.

O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito:a) Quando o sujeito for representado pelos pronomes - isto, isso, aquilo, tudo, o - e o predicativo estiver noplural.Exemplos: 

Isso são lembranças inesquecíveis.Aquilo eram problemas gravíssimos.O que eu admiro em você são os seus cabelos compridos.

b) Quando o sujeito estiver no singular e se referir a coisas, e o predicativo for um substantivo no plural.Exemplos: 

 Nosso piquenique f oram só guloseimas.Sujeito Predicativo do Sujeito 

Sua rotina eram só alegrias.Sujeito Predicativo do Sujeito 

Se o sujeito indicar pessoa, o verbo concorda com esse sujeito.Por Exemplo: 

Gustavo era só decepções.

Minhas alegrias é esta criança.

Obs.: admite-se a concordância no singular quando se deseja fazer prevalecer um elemento sobre o outro.Por Exemplo:

A vida é ilusões.

c) Quando o sujeito for pronome interrogativo que ou quem.Por Exemplo:

Que são esses papéis?Quem são aquelas crianças?

d) Como impessoal na indicação de horas, dias e distâncias, o verbo ser concorda com o numeral.

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Exemplos: É uma hora.São três da manhã.Eram 25 de julho quando partimos.Daqui até a padaria são dois quarteirões.

Saiba que: Na indicação de dia, o verbo ser admite as seguintes concordâncias:1) No singular: Concorda com a palavra explícita dia.

Por Exemplo: Hoje é dia quatro de março.2) No plural: Concorda com o numeral, sem a palavra explícita dia.

Por Exemplo: Hoje são quatro de março.3) No singular: Concorda com a ideia implícita de dia.

Por Exemplo: Hoje é quatro de março.

e) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões como pouco,muito, menos de, mais de, etc., o verbo ser fica no singular.Exemplos: 

Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.Duas semanas de férias é muito para mim.

f) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal do caso reto, com este concordaráo verbo.Por Exemplo:  No meu setor, eu sou a única mulher.

Aqui os adultos somos nós.

Obs.: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo concordacom o pronome sujeito.Por Exemplo:

Eu não sou ela.Ela não é eu.

g) Quando o sujeito for uma expressão de sentido partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, overbo ser concordará com o predicativo.Por Exemplo:

A grande maioria no protesto eram jovens.O resto f oram atitudes imaturas.

3) O Verbo "Parecer" O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:

a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo.Por Exemplo:

Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.

b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão.Por Exemplo: 

Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.

Obs.: a primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária. Atenção:Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.

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Por Exemplo:As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)

4) A Expressão "Ha ja Vista" A expressão haja vista admite as seguintes construções:

a) A expressão fica invariável (seguida ou não de preposição).Por Exemplo: 

Ha ja vista as lições dadas por ele. ( = por exemplo)Ha ja vista aos fatos explicados por esta teoria. ( = atente-se)

b) O verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo seguintecomo sujeito.Por Exemplo: 

Ha jam vista os exemplos de sua dedicação. ( = vejam-se)

CONCORDÂNCIA NOMINAL

A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e a palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes.

Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo, comoad junto adnominal.

A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo.Por Exemplo: 

As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar essaflexão nos seguintes casos:

a) Adjetivo anteposto aos substantivos:

- O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.Por Exemplo: 

Encontramos caídas as roupas e os prendedores.Encontramos caída a roupa e os prendedores.Encontramos caído o prendedor e a roupa.

- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.Por Exemplo: 

As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.Encontrei os divertidos primos e primas na festa.

b) Adjetivo posposto aos substantivos:

- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo forma masculino plurase houver substantivo feminino e masculino).Exemplos: 

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A indústria oferece localização e atendimentoperfeito. A indústria oferece atendimento e localizaçãoperfeita. A indústria oferece localização e atendimentoperfeitos. A indústria oferece atendimento e localizaçãoperfeitos. 

Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refereaos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que é o gênero

 predominante quando há substantivos de gêneros diferentes.

- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural.Exemplos: 

A beleza e a inteligência feminina(s).O carro e o iate novo(s).

3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:

a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de nenhum modificador.

Por Exemplo: Água é bom para saúde.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outrodeterminativo.Por Exemplo: 

Esta água é boa para saúde.

4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere.Por Exemplo: 

Juliana as viu ontem muito felizes. 

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE +adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular.Por Exemplo:

Os jovens tinham algo de misterioso. 

6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda normalmente com o nome aque se refere.Por Exemplo: 

Cristina saiu só. Cristina e Débora saíram sós. 

Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem f unção adverbial, f icando,

portanto, invariável.  Por Exemplo: 

Eles só desejam ganhar presentes.

7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas asconstruções:

a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo.Por Exemplo: 

Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.

b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo.

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Por Exemplo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa.

Obs.: veja esta construção:Estudo a cultura espanhola e portuguesa.

 Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma única, espano-portuguesa?Procure evitar construções desse tipo.

Casos Particulares

É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É permitido 

a) Essas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que sereferem possuir sentido genérico (não vir precedido de artigo).Exemplos: 

É proibido entrada de crianças.Em certos momentos, é necessário atenção.

 No verão, melancia é bom. 

É preciso cidadania. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbocomo o adjetivo concordam com ele.Exemplos: 

É proibida a entrada de crianças.Esta salada é ótima.A educação é necessária.São precisas várias medidas na educação.

Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se referem.Observe:

Seguem anexas as documentações requeridas.A menina agradeceu: - Muito obrigada. Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso.Seguem inclusos os papéis solicitados.Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.

Bastante - Caro - Barato - Longe 

Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se referem

quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais.Exemplos: As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome adjetivo)

 Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)As casas estão caras. (adjetivo)Achei barato este casaco.(advérbio)Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)"Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas." (Cecília Meireles) (advérbio)"Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!" (Cecília Meireles). (adjetivo)

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Meio - Meia 

a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo, concorda normalmente com o nome a que se refere.Por Exemplo: 

Pedi meia cerveja e meia porção de polentas.

b) Quando empregada como advérbio (modificando um adjetivo) permanece invariável.Por Exemplo:A noiva está meio nervosa.

Alerta - Menos

Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis.Por Exemplo:

Os escoteiros estão sempre alerta.Carolina tem menos bonecas que sua amiga.

SINTAXE DE REGÊNCIA 

Regência Verbal e Nominal 

Definição:Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seucomplementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, quexpressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.

REGÊNCIA VERBAL

Termo Regente: VERBO

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam(objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).

O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade deconhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada deuma preposição. Observe: 

A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer.

Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".

Saiba que:O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regênciaverbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que seestá sendo dito. Veja os exemplos:

Cheguei ao metrô.Cheguei no metrô.

 No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padrãoculto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência coloquial,

cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.

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Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas.

Verbos IntransitivosOs verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns detalhesrelativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.

a) Chegar, Ir Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para. Exemplos: 

Fui ao teatro.Ad junto Adverbial de Lugar 

Ricardo foi para a Espanha.Ad junto Adverbial de Lugar 

Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno.Importante: reserva-se o uso de "em" para indicação de tempo ou meio. Ve ja: 

Cheguei a Roma em outubro.Ad junto Adverbial de Tempo 

Chegamos no trem das dez.Ad junto Adverbial de Meio 

b) Comparecer O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a. Por Exemplo: 

Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo.

Verbos Transitivos Diretos 

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lembrar queos pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo,los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbaisterminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.São verbos transitivos diretos, dentre outros:

abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar,amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar,humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.

 Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar: Amo aquele rapaz. / Amo-o.

Amo aquela moça. / Amo-a.Amam aquele rapaz. / Amam-no.Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.

Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam comoadjuntos adnominais).Exemplos: 

Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)

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Verbos Transitivos Indiretos Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos

exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do casooblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o "lhe", o "lhes", para substituir

 pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Comos objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (eleela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:

a) Consistir Tem complemento introduzido pela preposição "em". Por Exemplo: 

A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos.

b) Obedecer e Desobedecer: Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a".Por Exemplo: 

Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.Eles desobedeceram às leis do trânsito.

c) Responder Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a quem" ou "ao que" se responde.Por Exemplo: 

Respondi ao meu patrão.Respondemos às perguntas.Respondeu-lhe à altura.

Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Veja:

O questionário f oi respondido corretamente.

Todas as perguntas f oram respondidas satisfatoriamente.

d) Simpatizar e Antipatizar Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "com".Por Exemplo: 

Antipatizo com aquela apresentadora.Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada.

Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos

Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso impliquemodificações de sentido. Dentre os principais, temos:

Abdicar Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das vantagens do cargo.

Acreditar  Não acreditava a própria força. / Não acreditava na própria força.

Alme jar Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz entre as nações.

Ansiar Anseia respostas objetivas. / Anseia por respostas objetivas.

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AntecederSua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antecedeu a uma série de fatosestranhos.

AtenderAtendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos.

AtentarAtente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para esta forma de digitar.

CogitarCogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos de uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia.

ConsentirOs deputados consentiram a adoção de novas medidas econômicas. / Os deputados consentiram na adoção de novas medidas econômicas.

DepararDeparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela paisagem em nossa trilha

Gozar Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde.

Necessitar Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação./ Necessitamos de algumas horas para preparar a apresentação.

Preceder Intensas manifestações precederam a mudança de regime./ Intensas manifestações precederamà 

mudança de regime.

Presidir  Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao encontro.

Renunciar Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta.

SatisfazerEra difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir satisfazer-lhe.

Versar 

Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas.Verbos Transitivos Diretos e IndiretosOs verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecemdestaque, nesse grupo:

Agradecer, Perdoar e Pagar São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja oexemplos:

Agradeço aos ouvintes a audiência.Ob jeto Indireto Ob jeto Direto 

Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador.Ob jeto Direto Ob jeto Indireto 

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Paguei o débito ao cobrador.Ob jeto Direto Ob jeto Indireto 

O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe: Agradeci o presente. / Agradeci-o.Agradeço a você. / Agradeço-lhe.Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.Paguei minhas contas. / Paguei-as.Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

Saiba que:Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa deve sempre aparecer como ob jeto indireto, mesmoque na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos:

A empresa não paga aos funcionários desde setembro.Já perdoei aos que me acusaram.Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.

Inf ormarApresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.Por Exemplo: 

Informe os novos preços aos clientes.Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços)

 Na utilização de pronomes como complementos, ve ja as construções: Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles)

Obs.: a mesma regência do verbo  inf ormar é usada para os seguintes: avisar, certif icar, notif icar,

cientif icar, prevenir.Comparar Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições "a" ou "com" para introduzir ocomplemento indireto.Por Exemplo: 

Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.

PedirEsse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e indireto d

 pessoa.Por Exemplo: 

Pedi ± lhe favores.Ob jeto Indireto Ob jeto Direto 

Pedi± lhe que mantivesse em silêncio.Ob jeto Indireto Oração Subordinada Substantiva 

Ob jetiva Direta 

Saiba que:1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado nalíngua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida. Por Exemplo: 

Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida de

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infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).2) A construção "dizer para", também muito usada popularmente, é igualmente considerada incorreta.

Preferir Na língua culta, esse verbo deve apresentar  ob jeto indireto introduzido pela preposição "a". Por Exemplo: 

Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.Prefiro trem a ônibus.

Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes,mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).

Mudança de Transitividade versus Mudança de Signi f icado 

Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. Oconhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois além de

 permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ouescreve. Dentre os principais, estão:

AGRADAR 1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar.Por Exemplo: 

Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê.Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.

2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complementointroduzido pela preposição "a". Por Exemplo: 

O cantor não agradou aos presentes.O cantor não lhes agradou.

ASPIRAR  1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar.Por Exemplo: 

Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)

2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição.Por Exemplo: 

Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas)Obs.: como o ob jeto direto do verbo "aspirar" não é pessoa, mas coisa, não se usam as f ormaspronominais átonas "lhe" e "lhes" e sim as f ormas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Ve ja o exemplo: 

Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)

ASSISTIR  1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar.Por Exemplo: 

As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.As empresas de saúde negam-se a assisti-los.

2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer.Exemplos: 

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Assistimos ao documentário. Não assisti às últimas sessões.Essa lei assiste ao inquilino.

Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbialde lugar introduzido pela preposição "em". Por Exemplo:

Assistimos numa conturbada cidade.

CHAMAR 1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de.Por exemplo:

Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la.Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não.Exemplos: 

A torcida chamou o jogador mercenário.A torcida chamou ao jogador mercenário.A torcida chamou o jogador de mercenário.A torcida chamou ao  jogador de mercenário.

CUSTAR  1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjuntoadverbial.Por exemplo:

Frutas e verduras não deveriam custar muito.

2) No sentido de ser difícil, penoso pode ser intransitivo ou transitivo indireto.

Por exemplo:Muito custa viver tão longe da família.Verbo Oração Subordinada Substantiva Sub jetiva 

Intransitivo Reduzida de Inf initivo 

Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude.Ob jeto Oração Subordinada Substantiva Sub jetivaIndireto  Reduzida de Inf initivo 

Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por pessoa. Observe o exemplo abaixo: 

Custei para entender o problema.

Forma correta: Custou-me entender o problema. 

IMPLICAR  1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:a) dar a entender, fazer supor, pressupor Por exemplo: 

Suas atitudes implicavam um firme propósito.

 b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar Por exemplo: 

Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo.

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2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver Por exemplo: 

Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição "com". 

Por Exemplo: Implicava com quem não trabalhasse arduamente.

PROCEDER 1) Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.Exemplos: 

As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.Você procede muito mal.

2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição" de") e fazer, executar (rege complementointroduzido pela preposição "a") é transitivo indireto.Exemplos: 

O avião procede de Maceió.Procedeu-se aos exames.O delegado procederá ao inquérito.

QUERER  1) Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.

Querem melhor atendimento.Queremos um país melhor.

2) Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.Exemplos: 

Quero muito aos meus amigos.

Ele quer bem à linda menina.Despede-se o filho que muito lhe quer.

VISAR 1) Como transititvo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.Por Exemplo: 

O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o cheque.

2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a".Exemplos: 

O ensino deve sempre visar ao progresso social.Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

REGÊNCIA NOMINAL

Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e ostermos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por umapreposição. No estudo daregência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dosverbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dosnomes cognatos. Observe o exemplo:Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição "a".Ve ja:

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Obedecer a algo/ a alguém.Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regêncivocê conhece.

SubstantivosAdmiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de 

Aversão a, para, por Doutor em Obediência a 

Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por 

Bacharel em Horror a Proeminência sobre 

Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por 

Ad jetivos 

Acessível a Diferente de Necessário a 

Acostumado a, com Entendido em Nocivo a Afável com, para com Equivalente a Paralelo a 

Agradável a Escasso de Parco em, de 

Alheio a, de Essencial a, para Passível de 

Análogo a Fácil de Preferível a 

Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a 

Apto a, para Favorável a Prestes a 

Ávido de Generoso com Propício a 

Benéfico a Grato a, por Próximo a 

Capaz de, para Hábil em Relacionado com Compatível com Habituado a Relativo a 

Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por 

Contíguo a Impróprio para Semelhante a 

Contrário a Indeciso em Sensível a 

Curioso de, por Insensível a Sito em 

Descontente com Liberal com Suspeito de 

Desejoso de Natural de Vazio de 

Advérbios Longe de 

Perto de 

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

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SINTAXE DE COLOCAÇÃO

Colocação dos Pronomes Oblíquos ÁtonosFernanda, quem te contou isso?Fernanda, contaram-te isso?

 Nos exemplos acima, observe que o pronome "te" foi expresso em lugares distintos: antes e depois do verboIsso ocorre porque os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) podem assumir três

  posições diferentes numa oração: antes do verbo, depois do verbo e no interior do verbo. Essas trêcolocações chamam-se, respectivamente: próclise, ênclise e mesóclise. 

1) Próclise Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada:

a) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.Exemplos:

 Ninguém o apoia.

 Nunca se esqueça de mim. Não me fale sobre este assunto.

b) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista pausa.Exemplos:

Aqui se vive. (advérbio)Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)

Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.Por Exemplo:

Aqui, vive-se.

c) Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.

Exemplos:Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo)Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)

d) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que exprimem desejo).Exemplos:

Como te admiro! (oração exclamativa)Deus o ilumine! (oração optativa)

e) Nas conjunções subordinativas:Exemplos:

Ela não quis a blusa, embora lhe servisse.

É necessário que o traga de volta.Comprarei o relógio se me for útil.

f) Com gerúndio precedido de preposição "em".Exemplos:

Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente.Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.

g) Com a palavra "só" (no sentido de "apenas", "somente") e com as conjunções coordenativas alternativas.Exemplos: 

Só se lembram de estudar na véspera das provas.Ou se diverte, ou fica em casa.

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h) Nas orações introduzidas por pronomes relativos.Exemplos:

Foi aquele colega quem me ensinou a matéria.Há pessoas que nos tratam com carinho.Aqui é o lugar onde te conheci.

2) MesócliseEmprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo,desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.Exemplos: 

Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)

Observações:a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.Por Exemplo:

Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo" exige o uso de próclise.)

 b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise.

c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.

3) ÊncliseA ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo. Emprega-se geralmente:

a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois, na língua culta, não seabre frase com pronome oblíquo.Exemplos: 

Diga-me apenas a verdade.Importava-se com o sucesso do projeto.

b) Nas orações reduzidas de infinitivo.Exemplos: 

Convém confiar-lhe esta responsabilidade.Espero contar-lhe isto hoje à noite.

c) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de preposição "em".)Exemplos: 

A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.

d) Nas orações imperativas afirmativas.Exemplos: 

Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.Professor, ajude-me neste exercício!

Observações:1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a mesóclise é necessário haver 

 justificativas.

2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas iniciar frases com pronomes átonosnão é lícito numa conversação formal. Por Exemplo:

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Linguagem Informal: Me alcança a caneta.Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.

3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos Futuro do Presente ou Futuro doPretérito, é possível usar tanto a próclise como a ênclise.

Exemplos:Eu me machuquei no jogo.Eu machuquei-me no jogo.As crianças se esforçam para acordar cedo.As crianças esforçam-se para acordar cedo.

Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais

As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou no particípio.1) Verbo Principal no Inf initivo ou Gerúndio 

a) Sem palavra que exija a próclise:Geralmente, emprega-se o pronome após a locução.

Por Exemplo:Quero ajudar-lhe ao máximo.

b) Com palavra que exija próclise:O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução.Exemplos: 

 Nunca me viram cantar. (antes) Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)

Observações:1) Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a colocação do pronome será facultativa.Por Exemplo:

 Nosso filho há de encontrar-se na escolha profissional. Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional.

2) Com a preposição "a" e o pronome oblíquo "o" (e variações) o pronome deverá ser colocado depois doinfinitivo.Por Exemplo:

Voltei a cumprimentá-los pela vitória na partida.

2) Verbo Principal no Particí pio Estando o verbo principal no particípio, o pronome oblíquo átono não poderá vir depois dele.Por Exemplo: 

As crianças tinham-se perdido no passeio escolar.

a) Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará depois do verbo auxiliar.Por Exemplo: 

Seu rendimento escolar tem-me surpreendido.

b) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da locução.Por Exemplo: 

 Não me haviam avisado da prova que teremos amanhã.Obs.: na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio. Veja:Por Exemplo:

Haviam me convencido com aquela história. Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.

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CRASEA palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à"junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição"a" com o artigo feminino"a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s),aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a

crase. O uso apropriado do acento grave, depende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamentaltambém, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição"a"Aprender a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma

 preposição e um artigo ou pronome. Observe: 

Vou a a igreja.Vou à igreja.

 No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e aocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igre ja. Quando ocorre esse encontrodas duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos: 

Conheço a aluna.Refiro-me à aluna.

 No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo não exige preposição e a crasenão pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a

 preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigofeminino "a" ou um dos pronomes já especificados.Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome demonstrativo"a" (s) após uma preposição "a":

1- Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se surgir a formaao, ocorrerá crase antes do termo feminino.Ve ja os exemplos: 

Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno.Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.

2- Trocar o termo regente acompanhado da preposição a por outro acompanhado de uma preposiçãodiferente (para, em, de, por, sob, sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou sejase não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase.Ve ja os exemplos: 

- Penso na aluna. - Apaixonei-me pela aluna.- Começou a brigar. - Cansou de brigar.

- Insiste em brigar.- Foi punido por brigar.- Optou por brigar.

Atenção: lembre-se sempre que não basta provar a existência da preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois.

Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não haverá crase.Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:

- diante de substantivos masculinos:Andamos a cavalo.Fomos a pé.Passou a camisa a ferro.Fazer o exercício a lápis.Compramos os móveis a prazo.Assisitimos a espetáculos magníficos.

- diante de verbos no infinitivo:A criança começou a falar.Ela não tem nada a dizer.

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Estavam a correr pelo parque.Estou disposto a ajudar.Continuamos a observar as plantas.Voltamos a contemplar o céu.

Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é apenaspreposição, logo não ocorrerá crase.- diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora , 

 senhorit a e dona:Diga a ela que não estarei em casa amanhã.Entreguei a todos os documentos necessários.Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho.Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo.Isso não interessa a nenhum de nós.Aonde você pretende ir a esta hora?Agradeci a ele, a quem tudo devo.

Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo método explicado

anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao,ocorrerá crase. Por exemplo: Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

- diante de numerais cardinais:Chegou a duzentos o número de feridos.Daqui a uma semana começa o campeonato.

Casos em que a crase SEMPRE ocorre:- diante de palavras femininas:

Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.Sempre vamos à praia no verão.

Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.Sou grata à população.Fumar é prejudicial à saúde.Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda de fiquesubentendida):

O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.Usava sapatos à (moda de) Luís XV.Estava com vontade de comer frango à (moda de)  passarinho.O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- na indicação de horas:Acordei às sete horas da manhã.

Elas chegaram às dez horas.Foram dormir à meia-noite.Ele saiu às duas horas.

- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femininas. Porexemplo: à tarde às ocultas às pressas à medida que

à noite às claras às escondidas à força

à vontade à beça à larga à escuta

às avessas à revelia à exceção de à imitação de

à esquerda às turras às vezes à chave

à direita à procura à deriva à toa

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à luz à sombra de à frente de à proporção que

à semelhança de às ordens à beira deCrase diante de Nomes de Lugar Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o artigo, demodo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição"a". Para saber se umnome de lugar admite ou não a anteposição do artigo feminino "a", deve-se substituir o termo regente por 

um verbo que peça a preposição "de" ou "em". A ocorrência da contração "da" ou "na" prova que essenome de lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase. Por exemplo: Vou à França. (Vim da França. Estou na França.)Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto Alegre.)Cheguei a Pernambuco. (Vim de Pernambuco. Estou em Pernambuco.)Retornarei a São Paulo. (Vim de São Paulo. Estou em São Paulo.)

ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá crase. Veja:Retornarei à São Paulo dos bandeirantes.Irei à Salvador de Jorge Amado.

Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s), Aquela (s), AquiloHaverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição "a". Por exemplo: 

Refiro-me a aquele atentado.Preposição Pronome

Refiro-me àquele atentado.O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige

 preposição, portanto, ocorre a crase.Observe este outro exemplo: 

Aluguei aquela casa.O verbo "alugar" é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse casoVe ja outros exemplos: 

Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.Quero agradecer àqueles que me socorreram.Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.

 Não obedecerei àquele sujeito.Assisti àquele filme três vezes.Espero aquele rapaz.Fiz aquilo que você disse.Comprei aquela caneta.

Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As QuaisA ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que regeesses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase. É possível detectar a ocorrência da crase nesses casos,utilizando a substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino. Por exemplo: 

A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.

Ve ja outros exemplos: São normas às quais todos os alunos devem obedecer.Esta foi a conclusão à qual ele chegou.Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões.A sessão à qual assisti estava vazia.

Crase com o Pronome Demonstrativo "a"A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo "a" também pode ser detectada através da substituiçãodo termo regente feminino por um termo regido masculino. Ve ja: 

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Minha revolta é ligada à do meu país.Meu luto é ligado ao do meu país.As orações são semelhantes às de antes.Os exemplos são semelhantes aos de antes.Aquela rua é transversal à que vai dar na minha casa.Aquele beco é transversal ao que vai dar na minha casa.Suas perguntas são superiores às dele.Seus argumentos são superiores aos dele.Sua blusa é idêntica à de minha colega.Seu casaco é idêntico ao de minha colega.

A Palavra DistânciaSe a palavra di stânci a estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo: 

Sua casa fica à distância de 100 Km daqui. (A palavra está determinada.)Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)

Se a palavra di stânci a não estiver especificada, a crase não pode ocorrer. Por exemplo: Os militares ficaram a distância.Gostava de fotografar a distância.

Ensinou a distância.Dizem que aquele médico cura a distância.Reconheci o menino a distância.

Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, pode-se usar a crase. Veja:Gostava de fotografar à distância.Ensinou à distância.Dizem que aquele médico cura à distância.

Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA- diante de nomes próprios femininos:Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso doartigo. Observe:

Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.

A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios femininos,então podemos escrever as frases abaixo das seguintes f ormas:

Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto.

Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto.

Contei a Laura o que havia ocorrido na noite passada.

Contei a Pedro o que havia ocorrido na noite passada.

Contei à Laura o que havia ocorrido na noite passada.

Contei ao Pedro o que havia ocorrido na noite passada.

- diante de pronome possessivo feminino:Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes possesivos femininos porque é facultativo o usodo artigo. Observe: 

Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por você.

A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando por você.Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então podemosescrever as frases abaixo das seguintes f ormas:

Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.

Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.

Diga a sua irmã que estou esperando por ela. Diga a seu irmão que estou esperando por ele.

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Diga à sua irmã que estou esperando por ela. Diga ao seu irmão que estou esperando por ele.- depois da preposição até: 

Fui até a praia. ou Fui até à praia.

Acompanhe-o até a  porta. ou Acompanhe-o atéà porta.

A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai até às cinco horas da tarde.