Orgânicos & Cia Nº 3
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Outubro 2011Número 3Distribuição Gratuita
A revista dos mercados orgânico e sustentável
c
Fornecimentoético de ingredientes,texto de Filipe Sabará
Talentosdo Brasilem Paris
Entrevista com Evandro Peçanha, Diretor do Sebrae RJ
Açaí orgânico: fonte de energia e combate ao envelhecimento
Você conheceos Ecochefs?
Confira também nesta edição:
IDias 19 e 20 de junho de 2012, durante a semana do Rio+20, marque um encontro com representantes da Economia Verde no Centro de Convenções Bolsa do Rio.
O evento Green Rio irá promover e divulgar iniciativas da Economia Verde no formato de Conferência + Expositores + Rodadas de Negócios, com destaque para os seguintes temas:
Ÿ Rastreabilidade, Pegada Ecológica e Economia VerdeŸ Mega Eventos e Economia Verde (Catering, Consumo Consciente, Legado)Ÿ Agricultura Familiar e Economia VerdeŸ Green Investors / Investidores VerdesŸ Indicadores de SustentabilidadeŸ Workshops de Gastronomia com produtos de biomas brasileiros
Cadast re-se no webs i tew w w . g r e e n r i o . c o m . b rpara receber mais informaçõesPraça XV de Novembro, 20, Térreo
Centro - Rio de Janeiro / RJ
19 e 20 de Junho de 2012
Orgânicos & Cia / 3
Índice
Gastronomia
Meio Ambiente
Moda Sustentável
Saúde & Orgânicos
Receitas
10
9
4
12
14
16
18
20
22
Ecochefs e Teresa Corção:cozinhar para transformar pessoas
Evandro Peçanha: Diretor do Sebrae RJ e parceiro dos orgânicos
Entrevistas
6
ExpedienteRealização: Planeta Orgânico (Programação Visual 2A2 Ltda.) Contato: (21) 2239-2395
Redação: [email protected] Tiragem: 3 mil exemplares Gráfica: Teatral
Revista Quadrimestral
Notas Orgânicas
Opinião
Pesquisa
Brasileiro reduz consumo de hortaliçae aumenta consumo de frutas
Fornecimento ético de ingredientes: o desafio de inovar com foco na sustentabilidade - Filipe Sabará
O Mercado de Orgânicos no Reino Unido
Talentos do Brasil em Paris
Açaí orgânico: fonte de energia quecombate o envelhecimento
Tapioca brulée de côco e erva doce
Internacional
4 / Orgânicos & Cia
A cozinha é um lugar permanente de transformação,
não só de ingredientes, mas de pessoas. Há dois anos
a chef Teresa Corção, presidente do Instituto Maniva,
convidou alguns cozinheiros do Rio de Janeiro para
formar o grupo Ecochefs. A ideia era formar uma rede
para atuar com educação do gosto; resgate da
memória alimentar brasileira; e a divulgação do
conceito Ecogastronomia, que combina prazer e
responsabilidade socioambiental.
Hoje, o time conta com 16 participantes que se
reúnem uma vez por mês para planejar atividades que
estimulem a compreensão do papel da alimentação
contemporânea. Entre eles estão Margarida
Nogueira, líder do convivium Slow Food no Rio, Claude
Troisgros, Flávia Quaresma, Maria Victória, Frédéric de
Maeyer, Ciça Roxo, Ana Salles e Ana Ribeiro. O grupo é
formado também por jovens chefs como Joca
Mesquita, Leonardo Araújo, Mariana Rodrigues, Ana
Carolina Portella e Thomas Troisgros. A força desta
brigada está na soma das vivências de cada
integrante. Em comum, além da paixão pela comida,
eles estão comprometidos com o percurso do
alimento e a sustentabilidade deste caminho.
Os Ecochefs são voluntários nos projetos na área de
educação do Maniva, fundado há 4 anos por Teresa.
Todo mês, eles se revezam na Oficina de Goma e
Tapioca, realizada na Escola Municipal Agostinho Neto,
no bairro Humaitá. Ao longo do ano letivo, os alunos do
ensino fundamental, com idade entre 8 e 11 anos,
aprendem a preparar a goma e a tapioca com pitadas
de história do Brasil, geografia, música e teatro.
O trabalho final é o Concurso de Recheio de Tapioca,
realizado há seis edições. As crianças são incentivadas
a criar seus próprios recheios. .
Gastronomia
Ecochefs e Teresa Corção: cozinhar para transformar pessoasGrupo de chefs do Rio de Janeiro se unem para promover a sustentabilidade no prato
Os finalistas apresentam suas criações para uma
bancada de profissionais, que tem como padrinho o
chef Claude Troisgros.
Em 2010, o grupo ministrou aulas no Curso de
Gastronomia Brasileira para alunos do ensino médio,
da Escola Estadual Monteiro de Carvalho, em Santa
Teresa. Durante seis meses uma dupla de Ecochefs
compartilhou receitas e a experiência do dia a dia da
profissão, articulando saberes técnicos e culturais,
ligados à identidade gastronômica. Além dos projetos
educacionais do Maniva, o grupo participa de eventos
como palestras, workshops e seminários.
Chef Teresa Corção - Presidente do Instituto Maniva
Ca
roli
na
Am
ori
m
Orgânicos & Cia / 5
Segundo a presidente do instituto, os Ecochefs têm
nas mãos ingredientes que podem fazer a diferença
no Brasil. Engajados, eles afinaram sua visão sobre a
centralidade da alimentação no cotidiano com o seu
ofício. Com isso, têm mais chances de promover
mudanças efetivas, ao adicionar paixão e
compromisso social na mesma panela. Durante os
dois anos de trabalho, o time está se consolidando na
estrutura do Maniva. A proposta de Teresa é que a
rede, que não é fechada e cresce organicamente, se
enraíze em todos os projetos desenvolvidos pela ONG.
A mandioca é matéria-prima principal em três frentes:
Cultura, Educação e Agricultura. O objetivo é integrar
jovens, crianças, cozinheiros, produtores da
agricultura familiar e consumidores ao percurso do
alimento, desde a terra ao prato.
Para mais informações, acesse www.institutomaniva.org
Juliana Dias é jornalista, sócia-diretora da Malagueta
Comunicação (www.malaguetacomunicacao.com.br).
6 / Orgânicos & Cia
Entrevista
O carioca é um dos principais consumidores interes-
sados em comprar orgânicos no país. Como aprovei-
tar melhor esta oportunidade?
Evandro: É necessário facilitar o acesso de produtores
orgânicos ao acervo de tecnologias disponíveis nos
centros de pesquisa, além de massificar as culturas
do empreendedorismo e do associativismo nos
núcleos de produção, principalmente porque a força
produtiva fluminense se concentra nas mãos de
pequenos produtores, em sua maioria, agricultores
familiares. Além disso, é importante planejar as
vendas. Atualmente, o produtor planta e depois
verifica se há demanda para o produto. O ideal é que
se faça o contrário. Deve-se analisar onde há deman-
da e formalizar o compromisso de compra, preferen-
cialmente por meio de um sinal, para poder ter destino
para a produção. É importante que isto se torne uma
prática, que o pequeno produtor produza aquilo que já
conseguiu vender. Principalmente, se considerarmos
que ele lida com produtos altamente perecíveis, como
as folhosas, que registram perdas elevadas. Estas
perdas estimulam a produção em pequena escala,
basicamente destinada a feiras livres, onde o pequeno
produtor encontra maior liquidez.
O alimento orgânico é uma prioridade na agenda do
Sebrae-RJ? Quais os principais desafios e oportuni-
dades no Estado do Rio no seu ponto de vista?
Evandro: Sim. Entendemos que a produção orgânica é
um importante instrumento de diferenciação do
pequeno produtor fluminense na economia do estado,
pois tem um valor agregado inerente, já que traz na
sua essência os pilares da sustentabilidade: saúde,
consciência social e meio ambiente.
As oportunidades para os produtores de orgânicos
são crescentes, principalmente se pensarmos no
calendário dos grandes eventos que acontecerão no
Rio de Janeiro. A cidade receberá, em grande escala,
turistas estrangeiros acostumados ao consumo de
produtos orgânicos. E, mesmo no mercado doméstico,
o produto orgânico ganha cada vez mais espaço nas
gôndolas das principais redes de varejo do estado do
Rio de Janeiro. Outro importante indicador para
avaliação é o aumento do interesse dos restaurantes
fluminenses na busca de fornecedores desse tipo de
produto. Mas também há diversos desafios a
enfrentar. Afinal, ainda é pequena a oferta de produtos
orgânicos no estado do Rio de Janeiro diante do
potencial de crescimento que tem, já que são poucos
os produtores que se apresentam com espírito
empreendedor aguçado e que enxergam a produção
orgânica como uma atividade econômica rentável.
Entendemos que este fato é o principal responsável
pela demanda reprimida dos produtos orgânicos.
Dr. Evandro Peçanha - diretor do Sebrae RJ
Evandro Peçanha é diretor do Sebrae RJ e apóia os orgânicos
antes deste setor ser reconhecido como tendência de consumo.
Confira a entrevista de Evandro e
saiba como o Sebrae está se
programando para os mega
eventos no Rio de Janeiro.
Orgânicos & Cia / 7
Nossa idéia é que os produtores orgânicos passem a
fornecer para restaurantes e hotéis na época dos
eventos esportivos, quando teremos maior fluxo de
turistas estrangeiros, e que também sejam criados
cardápios especiais com estes produtos, para
incentivar o consumo, além de outras iniciativas.
Sabemos que o desafio é muito grande, mas
também temos consciência do potencial dos
empreendedores do Rio de Janeiro. E é para prepará-
los para aproveitar da melhor forma as oportunidades
que vão surgir, que já começamos a desenvolver um
trabalho com eles, por meio do programa Sebrae
2014. As empresas participantes passam por um
diagnóstico, para avaliar seu nível de competitividade,
e recebem um plano de desenvolvimento individual,
que inclui capacitações, consultorias e ações de
acesso a mercado, como rodadas de negócios. A idéia
é que estas empresas invistam na melhoria de
processos, produtos e serviços para que estejam
devidamente preparadas para aproveitar as
possibilidades de negócios. Com isso, estarão prontas
não apenas para a Copa e para as Olimpíadas, mas
para sempre, o que certamente contribuirá para o seu
desenvolvimento.
A presença internacional será muito grande com
eventos como Rio+20, Copa do Mundo e Olimpíadas.
No seu ponto de vista, o Estado do Rio de Janeiro
está preparado para oferecer serviços deste nível
nesta sequência de eventos? Como o Sebrae-RJ
pretende colaborar até estas datas com cursos e
treinamentos?
Evandro:
Podemos afirmar que o Sebrae-RJ está compro-
metido com o tema da sustentabilidade?
Também é uma visão nacional do Sebrae?
Evandro:
O Rio de Janeiro está passando por uma série de
eventos internacionais, que teve início em 2011 e
seguirá, no mínimo, até 2016. Que ações
comprometidas com a sustentabilidade o Sebrae-RJ
planeja nestes anos?
Evandro:
Sem sombra de dúvidas. Todas as ações de
desenvolvimento econômico promovidas pelo Sebrae
têm como premissa levar em consideração aspectos
relacionados ao meio ambiente, ao comércio justo, à
tecnologia, ao associativismo, à educação e ao
fortalecimento do empreendedorismo em geral, o que
mostra, sem dúvida, nosso comprometimento com a
sustentabilidade. Os projetos realizados no segmento
dos orgânicos são uma boa prova disso.
O calendário de eventos previstos para o Rio
de Janeiro tem servido como pano de fundo para
consolidação do portfólio de projetos do Sebrae/RJ.
Em nossa carteira de projetos, estamos priorizando,
ao máximo, aqueles que visam à promoção dos micro
e pequenos negócios fluminenses de forma
sustentável. Entre eles, o programa Sebrae 2014, que
visa preparar os pequenos negócios para que
aproveitem as oportunidades que vão surgir com a
Copa e com as Olimpíadas, por meio de capacitações,
consultorias e rodadas de negócios, que aproximarão
os pequenos fornecedores das empresas que estão
envolvidas na produção desses eventos esportivos. E
a produção de orgânicos está inserida neste processo.
Mesa de abertura do Seminário GreenRiorealizado no auditório do Sebrae RJ dia 23 de agosto de 2011, sobre «Oportunidades e Desafios de uma Copado Mundo Sustentável».Da esquerda para direita;Diretor do Sebrae, Evandro PeçanhaSecretario de Agricultura do Rio de Janeiro,Christino Áureo, Coordenador da Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade Copa 2014, Claudio LangoneDiretora do Planeta Orgânico, Maria Beatriz Martins Costa
Orgânicos & Cia / 9
Meio Ambiente
Um terço dos alimentos no mundo é desperdiçado, segundo FAO.
FAO Solicita que 2014 seja o Ano
Internacional da Agricultura Familiar
Entre 25 de Junho e 02 de julho de 2011,
em Roma, representantes dos 192
países que constituem a Organização
das Nações Unidas para Agricultura se
reuniram para analisar as políticas e
iniciativas para reduzir a fome e a
pobreza no mundo. Entre as principais
propostas apresentadas nesta
Conferência da FAO uma é particular-
mente relevante: a proposta da
declaração que 2014 seja o Ano
Internacional da Agricultura Familiar.
Foi uma iniciativa, coordenada pelo
Fórum Mundial Rural e teve o apoio do
mais de 330 organizações e de 60
países nos cinco continentes. No sábado,
2 de julho de 2011, a última sessão
plenária da 37ª Conferência da FAO
aprovou o projeto de resolução
apresentado pelas Filipinas e apoiado por
mais de 15 países, sem oposição, para
pedir que a Assembléia Geral da ONU,
declare 2014 como o Ano Internacional
da Agricultura Familiar. O propósito é
promover o reconhecimento da
Agricultura Familiar como a base de
produção de alimentos, destacar sua
importância na segurança e soberania
alimentar, na gestão sustentável dos
solos e da biodiversidade.
Estudo Aponta que Sustentabilidade é
Fundamental para Negócios
O tema “sustentabilidade” está presente
na formulação de políticas públicas
assim como nas decisões estratégicas
das iniciativas privadas e das
organizações não governamentais.
Um estudo recente executado pelo UN
Global Compact e Accenture envolvendo
diversos países, constatou que 93% dos
presidentes de empresas acreditam que
questões envolvendo sustentabilidade
serão fundamentais para o sucesso
futuro de seus negócios.
Brasil terá nova forma para descarte de
lixo em 2012
A partir do segundo semestre de 2012, o
Brasil vai implementar uma nova forma
de lidar com o descarte de cinco grupos
de resíduos. Serão estabelecidas regras
fixas para produtos como eletro-
eletrônicos; remédios; embalagens;
resíduos e embalagens de óleos
lubrificantes; e lâmpadas fluorescentes
de vapor de sódio e mercúrio e de luz
mista. É o começo do processo para a
instalação da logística reversa, o principal
instrumento da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS).
Um terço dos alimentos no mundo é
desperdiçado, segundo FAO
O Congresso pela Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimen-
tação (FAO) apresentou, recentemente,
dado impressionante: um terço dos
alimentos no mundo é desperdiçado.
De acordo com o estudo, denominado
“Global Food Losses and Food Waste”
(Perdas e Desperdício de Alimentos no
Mundo) e elaborado entre agosto de
2010 e janeiro deste ano pelo Instituto
Sueco de Alimentos e Biotecnologia
(SIK), 1,3 bilhão de toneladas de
alimentos são desperdiçados por ano.
A quantidade equivale a mais da metade
de toda a colheita de grãos no mundo.
10 / Orgânicos & Cia
Notas Orgânicas
Orgânicos: Até junho de 2011, sete Organismos de Avaliação da Conformidade se cadastraram no MAPA
Até junho de 2011, foram cadastrados no MAPA sete (07) Organismos de Avaliação da Conformidade (OAC),
entendidos como certificadoras por auditoria e Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade (OPAC). Os
nomes dos organismos estão disponíveis no site: http://www.prefiraorganicos.com.br, clicar em “Como se
Regularizar”, “Mecanismos de Controle”, “Certificação por Auditoria”, “Certificadoras Credenciadas” e “Sistemas
Participativos de Garantia”, “OPACs Credenciadas”.
Os OACs credenciados são os seguintes:
a) Certificadoras:
1) Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR
2) IBD Certificações
3) Ecocert Brasil
4) IMO CONTROL do Brasil.
As OPACs credenciadas são:
1) Rede Ecovida de Agroecologia
2) Associação de Agricultura Natural de Campinas e
Região (ANC).
3) Associação de Agricultores Biológicos
do Estado do Rio de Janeiro. (ABIO).
Iogurte orgânico Taeq é novidade do Grupo Pão de Açúcar
A mais recente novidade oferecida pela marca Taeq é o iogurte orgânico. O produto chega para reforçar o portfólio da
marca exclusiva do Grupo Pão de Açúcar (GPA) e incrementar o sortimento de orgânicos nas lojas da companhia.
São três sabores (Mel, Naturale Morango - versões light e integral). O GPA disponibiliza no web site da Taeq receitas
com os produtos orgânicos, contendo o iogurte, como o mix de frutas ao creme: www.taeq.com.br
AAO (Associação de Agricultura Orgânica) lança novo web site
Está no ar o novo portal na internet da AAO (Associação de Agricultura Orgânica): www.aao.org.br
O web site dispõe de imagens, vídeos, artigos, informações dos eventos e notícias diversas sobre agroecologia.
Muitos links estão disponíveis, inclusive pelas redes sociais da AAO. O projeto foi resultado de meses de trabalho e
vem modernizar a divulgação e maneira de interagir com os visitantes na internet.
Uma das atividades mais conhecidas da AAO é a tradicional Feira de Produtos Orgânicos no Parque da Água Branca,
realizada semanalmente em São Paulo, SP.
SISTEMAPARTICIPATIVO
CERTIFICAÇÃOPOR AUDITORIA
Orgânicos & Cia / 11
“O Veneno Está na Mesa” está disponível gratuitamente pela internet no site YouTube. O filme vem contando com grande divulgação de ambientalistas.
Frutas orgânicas ganham nova etapa
de produção no Piauí
O ministro da Integração, Fernando
Bezerra, autorizou a realização da
segunda etapa das obras dos Tabuleiros
Litorâneos, em Luís Correia, Piauí.
A determinação atende a uma solicitação
do governador Wilson Martins, feita em
audiência realizada em Brasília.
Na primeira etapa de implantação dos
Tabuleiros Litorâneos, foram alcançados
2.500 hectares de área irrigada
destinados à produção de frutas
orgânicas. A segunda etapa prevê mais
5.900 hectares, que serão divididos
entre irrigantes familiares, agrônomos e
técnicos agrícolas.
Segundo o governador Wilson Martins, a
obra, que faz parte do Plano de
Aceleração do Crescimento (PAC), conta
com R$ 39 milhões empenhados para
sua segunda etapa. “É um projeto muito
importante, que já vem dando bons
frutos na região de Parnaíba. Com a
retomada da obra e sua conclusão
vamos conseguir transformar aquela
região em um pólo importante de
produção, especialmente frutífero”, disse
o governador.
Cineasta Silvio Tendler lança documen-
tário “O Veneno Está na Mesa”
O cineasta Silvio Tendler, responsável por
documentários como “Os Anos JK”,
lançou dia 25 de julho no Teatro Casa
Grande, Rio de Janeiro, o filme “O Veneno
Está na Mesa”. A apresentação do docu-
mentário, que lotou o Teatro, foi seguida
de um debate com os participantes.
Com duração de aproximadamente 50
minutos, o filme mostra os enormes
malefícios que os agrotóxicos causam à
saúde do brasileiro, uma vez que o país
está entre os maiores consumidores no
mundo dos insumos. Através de dados
estatísticos, depoimentos e demons-
trando o histórico dos agrotóxicos na
produção agrícola, o cineasta expõe a
triste realidade no país, onde não apenas
consumidores como agricultores estão
vulneráveis a venenos.
“O Veneno Está na Mesa” está disponível
gratuitamente pela internet no site
YouTube. O filme vem contando com
grande divulgação de ambientalistas.
Pesquisa
O brasileiro está reduzindo o consumo de
hortaliças como tomate, batata e cebola
em casa. Na média geral das hortaliças,
a redução foi de 1,93 quilo por pessoa
entre os anos de 2002 e 2008, quando
foram realizadas as edições mais
recentes da Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF), do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
Com base nesses dados, analistas de
mercado do Cepea (Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada), da
Esalq/USP, que trabalham com o setor
de hortifrutícolas analisaram também a
evolução do consumo de frutas nos lares
brasileiros. Neste caso, o resultado é
positivo. Houve aumento de 4,38 quilos
por pessoa ingeridos em casa, com a
laranja e a banana se mantendo como as
mais consumidas.
O consumo de hor ta l iças por
pessoa/ano em casa era de 29 quilos
em 2002, mas em 2008 passou a ser de
27,08 kg. A região Sudeste foi a mais
representativa nesta queda, reduzindo
seu consumo per capita em 4,43 kg/pes-
soa/ano, totalizando 28 kg/pessoa em
2008. O Centro-Oeste, ao contrário do
Sudeste, foi a única região onde o
consumo de hortaliças aumentou,
.
O brasileiro está reduzindo o consumo de
hortaliças como tomate,
batata e cebola em
casa. Na média geral das
hortaliças, a redução foi de 1,93 quilo por pessoa entre
os anos de 2002 e 2008, quando foram realizadas as edições mais
recentes da Pesquisa de Orçamentos
Familiares
12 / Orgânicos & Cia
Brasileiro reduz consumo de hortaliça e aumenta consumo de frutas
3,38 kg/pessoa a mais totalizando 26,6
kg/pessoa em 2008.
No caso das frutas, em 2002, a média
consumida em casa era de 24,49
kg/pessoa e, em 2008, passou para
28,86 kg/pessoa. Todas as regiões
brasileiras tiveram aumento significativo
no consumo per capita de frutas, com
grande destaque novamente para a
região Centro-Oeste, que apresentou
elevação de 8,61 kg/pessoa/ano em
seis anos. O Nordeste ficou em segundo
lugar em termos de crescimento.
Analisando o consumo total por faixa de
renda, pesquisadores do Cepea
constatam que o principal mercado
consumidor de frutas e hortaliças é a
classe média. Em 2008, esse segmento
da população brasileira representava
49% do consumo de hortaliças no Brasil
e 48% do consumo de frutas, conforme
dados da POF/IBGE.
“É na classe média que se encontra a
maior parcela dos brasileiros, o que
explica a representatividade dessa clas-
se para o setor. Se levarmos em conta
que essa classe segue em ampliação, é
provável que em 2011 já seja respon-
sável por mais da metade do consumo
.
Laboratório de Informação do Cepea, pesquisadora Dra. Margarete Boteon, analistas de mercado Juliana Silveira,
Rafael Tapetti, Isabella Lourencini (graduandos em Ciências Econômicas na Esalq/USP) e Helena Galeskas
(graduanda em Ciências dos Alimentos na Esalq/USP): (19) 3429 8836 / 8837 [email protected]
http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/
Orgânicos & Cia / 13
Em 2008, o brasileiro consumiu 28,86 quilos de frutas em média em casa. A classe baixa teve consumo de 17,3 kg/pessoa/ano, 11,5 quilos a menos que a média nacional.
alimentos, sendo menos consumidas
pelas classes mais baixas. Muitas vezes,
um quilo de fruta é comparado com
outros produtos mais calóricos e que
“sustentam mais”, como um quilo de
frango, por exemplo.
Conforme os autores desse estudo, a
aquisição, em quilos, de banana e
laranja se destaca, entre outras frutas,
em todas as classes de renda.
Além disso, os pesquisadores observam
aumento do consumo de frutas em todas
as classes entre 2002 e 2008. O
incremento (total) per capita foi maior na
classe alta. “O acesso a informação, a
preocupação com a saúde, o marketing
da fruta segura e com qualidade de
origem são fatores que vêm colaborando
para o aumento do consumo de frutas
nas classes de maior poder aquisitivo”,
comenta Margarete Boteon.
No entanto, em termos relativos, o maior
incremento entre 2002 e 2008 ocorreu
na classe baixa, impulsionado pelo
crescimento da banana, melancia,
laranja e maçã. Nos 6 anos entre uma
pesquisa e outra, a classe média
aumentou seu consumo tanto de frutas
mais baratas e tradicionais, como maçã
e laranja, como de frutas mais caras,
como manga, melão e uva.
de frutas e hortaliças”, avalia Margarete
Boteon, coordenadora do estudo.
Aumento da renda favorece o consumo
de hortaliças
Na média nacional, o consumo de
hortaliças foi de 27 kg por pessoa em
2008. A classe baixa consumiu 19
kg/pessoa/ano, 8 quilos a menos que a
média nacional, destaca o estudo do
Cepea, baseado em dados da POF/IBGE.
A classe alta é a grande consumidora:
39,7 kg/pessoa/ano, quase 12 kg/
pessoa a mais que a média nacional. Ao
contrário de arroz e feijão, o consumo de
batata, cenoura, cebola e tomate apre-
senta relação positiva com a renda –
quanto maior a renda, maior o consumo.
No entanto, “o consumo de hortaliças
em casa reduziu em todas as classes de
renda”, resume a pesquisadora
Margarete Boteon.
Brasileiro com mais renda tem mais
fruta na geladeira
Em 2008, o brasileiro consumiu 28,86
quilos de frutas em média em casa. A
classe baixa teve consumo de 17,3
kg/pessoa/ano, 11,5 quilos a menos
que a média nacional. Na classe média,
o consumo per capita em casa foi de
31,4 quilos naquele ano. A classe alta
continua sendo a grande consumidora,
com 50,27 kg/pessoa/ano, 21 quilos/
pessoa a mais que a média brasileira. No
grupo de maior renda no País, superior a
15 salários mínimos, o consumo de
frutas foi de 59,2 quilos em 2008.
Há uma correlação positiva entre renda e
consumo de fruta. As frutas são
consideradas caras dentro do grupo dos
.
12 /Orgânicos & Cia
trouxeram conseqüências ambientais
devastadoras. Logo, a primeira questão a
ser levantada é: como inovar de uma
maneira ética e sustentável?
Desde a Eco 92, a Conferência das Na-
ções Unidas sobre o Comércio e Desen-
volvimento (UNCTAD) discute sobre a
iniciativa do BioComércio - um conceito
inédito. BioComércio se refere à coleção,
produção, transformação e comercializa-
ção de bens e serviços a partir da biodi-
versidade, sob o critério de susten-
tabilidade ambiental, social e econômica.
Apesar de um crescente número de
empresas alegarem que são “verdes”, e
adotarem práticas ecologicamente
corretas, não é suficiente. É necessário
ser sustentável - o que significa fornecer
produtos de cadeias transparentes e
rastreáveis, em conformidade com
padrões internacionais sócio-ambientais.
Assim, sustentabilidade é o resultado de
três fatores independentes: meio-
ambiente, vitalidade econômica e
comunidades inseridas no mercado.
O primeiro passo para se estabelecer
uma produção sustentável é a
exploração responsável de recursos
naturais. Pesquisadores da Universidade
de Maryland estimaram que a renda
gerada por recursos florestais são,
aproximadamente, US$ 1.1 trilhão/ano.
Neste ínterim, de acordo com um estudo
.
O termo inovação deriva do latim,
“innovare”, que significa “renovar ou
mudar”: “in” (para) + “novus” (novo) e se
traduz por idéias, criações, renovações
ou aperfeiçoamentos, que efetivados
agregarão valores para os consumidores
e promoverão retorno comercial para
seus idealizadores.
“Ser novo” deve ser um caminho trilhado
por todos os colaboradores de uma
empresa, independente de níveis hierár-
quicos. Para obter um melhor resultado,
toda a cadeia produtiva deve estar extre-
mamente engajada em promover melho-
rias focadas na obtenção de diferentes e
melhores resultados. Inovação, é um
sistema de gestão que requer ferramen-
tas específicas, regras e disciplina.
A principal diferença entre uma inovação
e uma invenção é que “Invenção é a con-
versão de dinheiro em idéias. Inovação é
a conversão de idéias em dinheiro”.
Necessitando de esforços cruciais rumo
ao desenvolvimento e sucesso, inovação
é um dos maiores paradigmas de nosso
tempo. No mundo atual tudo precisa ser
mais rápido, mais eficiente, mais
produtivo, mais fácil e de preferência,
mais barato. Melhorias tecnológicas
possibilitaram à indústria alcançar
resultados impressionantes através de
conceitos novos e melhores. Por outro
lado, a tecnologia e a velocidade
.
A principal diferença
entre uma inovação e
uma invenção é que
“Invenção é a conversão de
dinheiro em idéias.
Inovação é a conversão de
idéias em dinheiro”.
14 / Orgânicos & Cia
Ricardo SousaRicardo Sousa
Fornecimento ético de ingredientes:O desafio de inovar com foco na sustentabilidadeFilipe Sabará, Diretor de Negócios, Beraca
Filipe Sabará
Opinião
do Dr. Philip M. Fearnside no Instituto
Nacional de Pesquisas Amazônicas
(INPA), seria necessário gastar US$ 3
trilhões/ano para controlar os efeitos
negativos do aquecimento global,
conseqüentes do desmatamento.
Porém, a conservação de recursos
naturais deve ser aliada à melhorias na
qualidade de vida das populações locais.
O melhor modo de alcançá-las é através
de atividades neo-extrativistas, que
utilizam tecnologias novas, que
respeitam a identidade e estilo de vida
das comunidades, com preços justos e
política de compensação para os usos
ambientais como água limpa e solo,
créditos de carbono e reflorestamento.
O primeiro desafio relacionado ao
fornecimento ético envolve a identifi-
cação de atividades sustentáveis que
podem ser desempenhadas por
comunidades locais em escala industrial
dentro da capacidade ambiental. Além
disso, cada produto proveniente do
extrativismo possui características
ecológicas, sócias e etno-botânicas
distintas e requerem atenção especial
com relação à absorção de trabalho,
conhecimento da produção, manutenção
de estoque, desenvolvimento de
mercado, estabelecimento de validade e
organização sócio-econômica.
O Programa de Valorização da Biodiver-
sidade criado pela Beraca há 10 anos
tem como objetivo garantir a rastreabili-
dade no fornecimento de matérias-
primas dos biomas brasileiros, particular-
mente da região Amazônica. Focado em
comunidades locais, o nosso projeto
contribui para melhorar o desenvol-
.
vimento regional e preservar a maior
floresta tropical do mundo.
Acreditamos que a única forma de cons-
truir relações duradouras com
comunidades locais é trazendo o
conhecimento tradicional e científico à
escala industrial através de um processo
sustentável. Transparência deve ser
priorizada à colheita e contratos devem
ser baseados na repartição de benefí-
cios, considerando o uso de recursos bio-
genéticos e direitos de conhecimento
intelectuais e tradicionais. A empresa
deve também investir em desenvol-
vimento local, o que inclui melhorias em
infra-estrutura, treinamentos, manejo e
certificação das matérias-primas.
Enquanto o conceito de fornecimento
sustentavel é geralmente ligado ao
relacionamento com os fornecedores, é
crucial para as empresas que
comuniquem seu trabalho junto aos
seus públicos de interesse. As
informações referentes aos impactos
envolvidos no produto final também
devem ser disponibilizadas para os
consumidores.
Concluindo, inovação deve sempre estar
ligada à conservação ambiental e
valorização social através de parcerias
estabelecidas entre empresas,
comunidades locais e consumidores.
Antes de agir, a indústria deve analisar
cautelosamente a realidade de nosso
planeta e identificar vulnerabilidades
potenciais à respeito da demanda
crescente por produtos e serviços. Acima
de tudo, uma inovação só é legítima se
contribuir para um desenvolvimento
sustentável em escala global.
O Programa de Valorização da Biodiversidade criado pela Beraca há 10 anos tem como objetivo garantir a rastreabilidade no fornecimento de matérias-primas dos biomas brasileiros, particularmente da região Amazônica.
Orgânicos & Cia / 15
16 / Orgânicos & Cia
Internacional
O mercado inglês é o terceiro maior da Europa e um
dos maiores do mundo. O projeto OrganicsBrasil
disponibilizou informações a respeito:
- Um Mercado de varejo de £1,2 bilhão
- 3º maior Mercado Orgânico da União Européie
- Famílias com filhos menores de 15 anos compram
uma variedade maior do que aquelas sem filhos
- Os supermercados são responsáveis por 76% de toda
a venda de alimentos orgânicos.
- Em 2007: 1 em cada 2 consumidores comprou
produtos horti-frutigranjeiros; 1 em cada 4
consumidores comprou carne / laticínios; 1 em cada 6
produtos orgânicos era embalado.
Confira mais dados desta apresentação:
http://www.planetaorganico.com.br (Mercado)
O Mercado de Orgânicos no Reino Unido
c
Orgânicos Cia&A revista dos mercados orgânico e sustentável
Reserve seu espaço na próxima edição da única revista com foco nos mercados orgânico e sustentável. O Planeta Orgânico lançou a primeira edição da revista Orgânicos&Cia em novembro de 2010.
A proposta da publicação é trazer informações sobre mercado orgânico e economia verde, além de entrevistas, lançamentos de produtos e tendências de consumo.
As edições são distribuídas através de parcerias com lojas, hotéis, restaurantes e instituições diversas do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba e eventos com participação do Planeta Orgânico.
Entre em contato conosco pelo email [email protected]
18 / Orgânicos & Cia
Moda Sustentável
O Programa Talentos do Brasil - iniciativa do governo
federal executada pelo Ministério do Desenvolvimento
Agrário, por meio da Secretaria da Agricultura Familiar
em parceria com SEBRAE - é uma importante fonte de
geração de trabalho e renda. Busca estruturar a
atividade artesanal com base na produção agregada,
na prospecção mercadológica e no conceito da auto-
gestão, apoiando as ações dos atores locais e contri-
buindo para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Esse programa está presente em doze Estados brasi-
leiros - Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Bahia,
Amazonas, Pará, Tocantins, Rio de Janeiro, Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul - e
envolve o trabalho de quinze grupos produtivos,
somando cerca de duas mil pessoas que vivem em ter-
ritórios rurais - em sua maioria mulheres organizadas
em 15 cooperativas singulares e uma nacional, a
Cooperativa Nacional Marca Única (COOPERUNICA),
.
Talentos do Brasil em Paris
Fernando Santos e Patricia Mendes
recebem cliente (centro) noestande do Talentos do Brasil
no Prêt-à Porter 2011
Patricia Mendes é a coordenadora do Projeto Talentos do Brasil e, em setembro
de 2011, levou as obras da COPERUNICA para o Salon Prêt-à-Porter em Paris.
Este evento ofereceu um espaço destinado a expositores comprometidos com
moda sustentável - SO ETHIQUE - no qual Talentos do Brasil marcou presença.
Orgânicos & Cia foi conferir o Talentos do Brasil em Paris quando entrevistou
Patricia Mendes sobre os planos para o futuro deste belíssimo projeto.P
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Orgânicos & Cia / 19
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grande projeção no mercado europeu e nas Américas.
Também consta da nossa estratégia a realização de
seminários contextualizando o Talentos, promovendo a
valorização dos produtossustentáveis brasileiros como
oportunidade de negócios com foco na Copa.
Sim, a estrutura da Cooperunica foi planejada
para expandir os produtos no mercado com
capacidade da produção e entrega dos produtos
permitindo que o cliente possa comprar mais de 2 mil
produtos com CNPJ único.
Iremos focar no desenvolvimento de produtos
para o segmento turístico/moda praia, brindes e
assessórios, sempre fortalecendo o conceito da
sustentabilidade.
Talentos já tem condições de atender pedidos em
larga escala?
Patrícia:
Quais os planos do Talentos para os próximos anos?
Patrícia:
que comercializa atualmente um portfólio de mais de
1.500 produtos.
Assim como o joão-de-barro, que traz um pouco da
argila do mundo lá fora para construir seu universo
particular, elas, num sentido inverso, mas não menos
verdadeiro, colocam o melhor de si mesmas em seus
produtos e ajudam a construir outro conceito de moda
(com sustentabilidade).
Esta é terceira vez que participamos do
evento Prêt-à-Porter em Paris. Os produtos foram muito
bem aceitos pelos clientes internacionais de vários
países, como Bélgica, Inglaterra, Itália, Japão e França.
São produtos diferenciados, que tem um conceito
original e próprio, valorizando a identidade e a
biodiversidade brasileira, um autêntico produto da
moda sustentável.
Recebemos 55 visitantes, e estamos em
negociação com distribuidores da França e da Itália,
conversamos com lojistas sobre a participação dos
nossos produtos no festival de inverno em Munique e
com representantes do Japão conversamos sobre a
venda de protótipos de bolsas de buriti para show
room.
Estamos apoiando a Cooperúnica em várias
estratégias de mercado. A principal será a inserção dos
produtos no mercado turístico com o lançamento da
coleção moda praia, já pensando na Copa de 2014
como uma oportunidade de negócios.
Para o mercado internacional estamos em negociação
com os parceiros para lançamento das coleções em
julho de 2012 (com legado da Copa 2014) e será uma
É a primeira vez que Talentos do Brasil expõe neste
evento? Como foi a receptividade aos produtos do
Talentos do Brasil no Prêt-à-Porter em Paris?
Patrícia:
Que negócios foram iniciados e/ou concretizados no
Salon Prêt-à-Porter?
Patrícia:
Como está posicionado o Talentos do Brasil nos
mercados doméstico e externo?
Patrícia:
.
Saúde & Orgânicos
20 / Orgânicos & Cia
Você já ouviu falar no “fruto que chora” ? Em língua tupi,
essa é a tradução, por extenso, de açaí, que pode ser
explicada pela grande quantidade de líquido que é
extraída de seu interior. Espécie tipicamente silvestre, o
açaizeiro - a árvore que produz o açaí -, é um tipo de
palmeira nativa da Amazônia, encontrada em diversos
estados brasileiros, como o Amapá e o Mato Grosso, e
também em outros países, como a Venezuela e o
Equador. No entanto, é o Pará que abriga a maior parte
da reserva natural do fruto, respondendo por 95% de
sua produção nacional.
Para o consumidor, o açaí revela-se um excelente
complemento alimentar, com propriedades antioxi-
dantes, graças à presença de substâncias como
carotenóides, antocianinas, compostos fenólicos, beta
caroteno e licopeno, que ajudam a combater os radicais
livres - responsáveis pelos processos degenerativos do
organismo, entre eles, o envelhecimento. Sua polpa
contém cálcio, ferro, fósforo, fibras, potássio, proteínas,
vitaminas B1, B2, C e gordura vegetal semelhante ao
óleo de oliva.
O fruto produzido de forma orgânica é um aliado, em
potencial, da saúde, e requer cuidados especiais. “O açaí
orgânico apresenta grandes diferenças antes mesmo da
colheita. Tudo começa a partir da aplicação de técnicas
de manejo agroflorestal em áreas certificadas,
passando por cuidados importantes durante a colheita,
Produção orgânica
Açaí orgânico: fonte de energia quecombate o envelhecimento
as chamadas Boas Práticas de Campo, seguindo para o
acondicionamento adequado no transporte até a
indústria. Cada etapa requer acompanhamentos e
registros” - explica Leonilda Fagundes, diretora da Bio
EcoBrazil - empresa que acumula experiência de quase
dez anos na cadeia produtiva do açaí no estado do Pará.
Leonilda informa que o processamento do açaí orgânico
deve ocorrer em menos de 24 horas após a colheita.
“Um dos principais fatores determinantes na
conservação dos benefícios antioxidantes é a rapidez
para o processamento. Do contrário, perde-se as proprie-
dades do fruto. Quanto mais fresco ele for processado,
há mais chances de preservar seus fatores nutricionais.
Além disso, o sistema de processamento do açaí
orgânico consegue acompanhar com mais segurança os
pontos contaminantes ao longo da cadeia produtiva”.
“Todos esses procedimentos”, ressalta Leonilda,
“asseguram que o açaí a ser consumido esteja integro
não só em relação à segurança alimentar, mas também
no tocante à responsabilidade humana que envolve o
grupo de produtores extrativistas e o consumidor final”.
A nível industrial, a diretora lembra que a indústria
processadora da matéria prima orgânica deve ser audi-
tada por instituições certificadoras, e credenciadas em
âmbito internacional. Além disso, é bom frisar que, des-
de o início de 2011, o Ministério da Agricultura passou a
exigir a utilização do Selo Orgânico Brasileiro, garantindo
Luís Alexandre Louzada
O Pará abriga a maior reserva natural de açaí, respondendo por 95% da produção nacional
ao consumidor que o produto passou por auditoria.
Já a diretora técnica da BioSafe Segurança de Alimen-
tos, Cynthia Annes Rubião, vai mais além quanto às boas
práticas de fabricação: “Os procedimentos que visam a
garantir a segurança dos alimentos reduzem ao máximo
todos os tipos de contaminação microbiológica, química
e física. O açaí é um fruto que está particularmente
suscetível a conter uma concentração perigosa de
microorganismos, principalmente bactérias, já que é
constituído por altos teores de proteínas e gorduras.
Sendo assim, a higiene durante a produção e o
processamento térmico são excelentes medidas para se
prevenir a veiculação de possíveis doenças”.
Pesquisa recente realizada pela Universidade Federal do
Pará revelou que uma tigela de açaí supre o total diário
de fibras necessárias a um adulto, ajudando inclusive na
regularização das funções intestinais.
No entanto, o critério para uma possível substituição da
refeição requer muito cuidado. É o que informa a
nutricionista Adriana Bassoul, do Sítio do Moinho. “Uma
refeição deve ser composta por alimentos que propor-
cionem equilíbrio. O açaí é calórico e nutritivo, mas é
importante lembrar que cada indivíduo tem
necessidades nutricionais diferentes e que devem ser
respeitadas”.
Outro fator determinante na escolha do produto é o
conteúdo. “É importante prestar atenção nos
ingredientes dos açaís comercializados. Muitas vezes
são misturados com outros ingredientes, e isso faz com
que suas características originais fiquem diluídas ou
diferenciadas” - alerta Adriana.
Leonilda Fagundes, da Bio EcoBrazil, segue a mesma
linha de pensamento. “Os nutrientes presentes no açaí
são muitos, mas é necessário prudência com as receitas
que acrescentam xaropes e outras substâncias, ou seja,
um turbilhão de calorias vazias que não terão outra
função no organismo a não ser engordar”. Segundo a
Consumo
.
empresária, “os benefícios são maiores quando o fruto é
consumido puro, na forma de polpa. Quanto mais
aditivos contiver a composição, menor será o efeito do
alimento em si”.
Por ser considerado calórico (100 gramas possui cerca
de 247 calorias), o açaí - que também pode ser
encontrado em algumas marcas de barras de cereais
orgânicas - deve ser consumido, segundo especialistas,
em associação à prática de exercícios físicos. Neste
caso, torna-se uma excelente fonte de energia, isto é,
uma “caloria do bem”.
1 saquinho de polpa de açaí congelada orgânica de
100g. - 1 banana - ½ copo americano de suco de
mamão - ½ colher de sopa de açúcar orgânico (se
preferir, adoçante) - 3 colheres de algum tipo de farinha
de fibras
Bata tudo no liquidificador por um
minuto. O resultado é uma bebida refrescante, ener-
gética, com diversas vitaminas e muito saborosa. Dica:
ótima pra quem pratica esporte.
Fonte: Bio EcoBrazil
Bio Ecobrazil - www.bioecobrasil.com.br
Bio Safe - www.biosafelab.com.br
Sítio do Moinho - www.sitiodomoinho.com
Receita de açaí orgânico
Modo de preparo:
Serviço
Açaizeiro - palmeira nativa do Amazonas
Orgânicos & Cia / 21
22 / Orgânicos & Cia
Receitas
Ingredientes:
Para recheio de coco:
Para a tapioca:
Modo de fazer
Recheio de coco
Para o leite de coco condensado:
800 ml de leite de coco
800 ml de leite condensado
Metade da mistura acima e 400 gr coco ralado
10 gr de erva-doce à granel
500 gr de goma de mandioca peneirada com pitada
de sal e 600 gr açúcar cristal
Leite de coco condensado
Misturar os dois ingredientes
Misturar a metade do leite de coco condensado com
o coco ralado desidratado.
Tapioca brulée de côco e erva docePor Teresa Corção
Tapioca
Dica:
Aquecer uma frigideira anti-aderente de 18 cm e
colocar as sementes de erva-doce sem arrumar.
Peneirar a goma nessa frigideira. Quando unir virar
rapidamente e retirar para um prato forrado com
plástico. Rechear com a mistura de coco e dobrar.
Reservar numa travessa sempre coberta para não
endurecer a goma.
Na hora de servir, molhar com a mistura de coco
condensado deixando cair o molho para fora fazendo
um desenho no prato. Cobrir com o açúcar cristal
formando uma camada grosso. Queimar com o
maçarico. Servir com uma folha de hortelã em pratos
pequenos.
Pode guardar 1 semana na geladeira:
o recheio de coco, o leite de coco condensado e a goma
hidratada.
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