Organelas celulares

31
Esta organela representa uma das mais abundantes no citoplasma das células eucarióticas, fazendo parte da composição do envoltório nuclear e contribuindo diretamente também para a formação do complexo de Golgi através da cedência de membranas e substâncias que nele devem maturar. Suas membranas também são responsáveis pela formação do retículo endoplasmático liso, sem associação com ribossomos, e com o qual se mantém em continuidade física permanente, apesar da morfologia diversa de suas cisternas. Na superfície citoplasmática de suas amplas cisternas saculares achatadas e freqüentemente paralelizadas ancoram-se ribossomos em associação ao RNA mensageiro para a síntese de proteínas destinadas à constituição de alguma biomembranas e de proteínas para exportação. Na superfície luminal ou interior de suas cisternas ocorre a glicosilação inicial de proteínas, seus dobramentos iniciais e armazenagem. Devido às suas várias funções, diferentes nomenclaturas podem ser associadas a suas diferentes regiões, no entanto, em todas há preservação da continuidade de biomembrana e cisterna com o RER, propriamente dito. Assim, define-se: - retículo endoplasmático transicional ou de transferência (TER) – à biomembrana da cisterna mais próxima à porção CIS do complexo de Golgi e que é desprovida de ribossomos sendo revestida de proteínas para a deformação da membrana e formação de vesículas de transferência que se fundirão à cisterna CIS do complexo de Golgi, transferindo-lhe substâncias e biomembranas; - carioteca – como sendo a região de suas cisternas comprometida com o envoltório e organização do material genético nas células eucarióticas; - lamelas anulatas ou anelares – como sendo a região de suas cisternas que produz e acumula temporariamente um grande número de complexos de poro nuclear (annulus) no citoplasma de células embrionárias que estão em ativa proliferação; - retículo endoplasmático liso – como sendo a região de suas membranas sem associação com ribossomos e que assume função especializada na síntese de lipídios.

Transcript of Organelas celulares

Page 1: Organelas celulares

Esta organela representa uma das mais abundantes no citoplasma das células eucarióticas, fazendo parte da composição do envoltório nuclear e contribuindo diretamente também para a formação do complexo de Golgi através da cedência de membranas e substâncias que nele devem maturar. Suas membranas também são responsáveis pela formação do retículo endoplasmático liso, sem associação com ribossomos, e com o qual se mantém em continuidade física permanente, apesar da morfologia diversa de suas cisternas. Na superfície citoplasmática de suas amplas cisternas saculares achatadas e freqüentemente paralelizadas ancoram-se ribossomos em associação ao RNA mensageiro para a síntese de proteínas destinadas à constituição de alguma biomembranas e de proteínas para exportação. Na superfície luminal ou interior de suas cisternas ocorre a glicosilação inicial de proteínas, seus dobramentos iniciais e armazenagem. Devido às suas várias funções, diferentes nomenclaturas podem ser associadas a suas diferentes regiões, no entanto, em todas há preservação da continuidade de biomembrana e cisterna com o RER, propriamente dito. Assim, define-se: - retículo endoplasmático transicional ou de transferência (TER) – à biomembrana da cisterna mais próxima à porção CIS do complexo de Golgi e que é desprovida de ribossomos sendo revestida de proteínas para a deformação da membrana e formação de vesículas de transferência que se fundirão à cisterna CIS do complexo de Golgi, transferindo-lhe substâncias e biomembranas; - carioteca – como sendo a região de suas cisternas comprometida com o envoltório e organização do material genético nas células eucarióticas; - lamelas anulatas ou anelares – como sendo a região de suas cisternas que produz e acumula temporariamente um grande número de complexos de poro nuclear (annulus) no citoplasma de células embrionárias que estão em ativa proliferação; - retículo endoplasmático liso – como sendo a região de suas membranas sem associação com ribossomos e que assume função especializada na síntese de lipídios.

Page 2: Organelas celulares

Fotomicrografia do tecido nervoso. Dois neurônios, ao centro, apresentam intensa basofilia citoplasmática como resultado da presença de grande quantidade de RER e polirribossomos livres distribuídos em manchas no citoplasma do pericário ou soma (seta fina) e no interior dos dendritos (seta dupla). Essa distribuição típica é definida como Substância de Nissl ou corpúsculos cromatóides. No neurônio à esquerda, seu núcleo (seta larga) e um nucléolo (seta vazada) estão indicados. Vaso sanguíneo (V). (HE, cão)

Fotomicrografia do tecido nervoso. Neurônios mostram intensa basofilia citoplasmática como resultado da presença de grande quantidade de RER e polirribossomos livres distribuídos em manchas no citoplasma do pericário ou soma (seta fina) e no interior do dendrito em passagem (seta dupla). Essa distribuição típica dos neurônios é definida como corpúsculos de Nissl ou corpúsculos cromatóides. Seus núcleos (seta larga) e nucléolos (seta vazada) estão indicados. Capilar sanguíneo (C). (HE, cão)

Page 3: Organelas celulares

Fotomicrografia do pâncreas exócrino. Na composição dos ácinos pancreáticos (em corte transverso no campo), suas células acinosas exibem morfologia piramidal com duas colorações bem distintas no citoplasma. Na porção apical (acima das setas finas) possui intensa acidofilia citoplasmática pela presença de grande número de grânulos de zimogênio (proteínas enzimáticas) acumulados no citoplasma apical, em proximidade com a luz do ácino (estrela) onde a secreção é liberada. Na porção basal (abaixo das setas finas) possui intensa basofilia citoplamática pela presença de grande quantidade de RER. Ao microscópio eletrônico, esta organela exibe em arranjo tipicamente concêntrico de suas cisternas, sendo definido como ergastoplasma. No polo basal da célula localiza-se o núcleo (seta larga), cujas cariotecas são contínuas com a biomembrana do RER. Nucléolos estão indicados (seta vazada). (HE, coelho)

Page 4: Organelas celulares

Eletromicrografia de uma porção citoplasmática do soma neuronal. O RER (ao centro da imagem) exibe um arranjo mielínico, onde suas cisternas (seta longa) se dispõem em forma concêntrica. Este arranjo é também denominado ergastoplasma. Refere a literatura que tal arranjo seria uma forma espacialmente econômica para uma célula com abundância de RER e com necessidade de espaço para acúmulo temporário de grande número de grânulos secretórios, Vesículas contendo neurotransmissores (seta vazada). Ribossomos (seta fina) ancorados à superfície citoplasmática das cisternas do RER e as cisternas do REL (cabeça de seta) estão indicados. (MET, planária terrestre)

Page 5: Organelas celulares

Eletromicrografia do reticulo endoplasmático rugoso (RER) na sua conformação mais freqüente, a de cisternas amplas e paralelizadas onde se observa a presença dos ribossomos associados à superfície citoplasmática das cisternas do RER (seta curta) e da carioteca externa (seta longa).Núcleo (N) e vesícula com secreção (V) estão indicados. (MET, planária terrestre)

Eletromicrografia de célula secretora da epiderme. O retículo endoplasmático rugoso (RER), bem como outras organelas, podem acumular substâncias, quer sejam precursoras do seu processo de síntese ou mesmo proteínas já sintetizadas,

Page 6: Organelas celulares

podendo eventualmente surgir cristalizações no interior das cisternas. O RER aqui visível mostra suas cisternas amplamente dilatadas (estrela) com o acúmulo de proteínas. Vesículas (V) resultantes do processo de síntese, núcleo (N) e mitocôndria (seta) estão indicados. (MET, planária terrestre)

Eletromicrografia mostrando o retículo endoplasmático rugoso (R) em sua conformação típica, com cisternas amplas e paralelas entre si (seta larga), revestidas, na sua superfície citoplasmática, pela presença de ribossomos associados (seta fina). Grânulos secretórios podem ser observados na vizinhança (G). (MET, planária terrestre)

O retículo endoplasmático na sua porção lisa tem uma morfologia diversa daquela típica de sua porção rugosa. Nesta porção lisa predomina a morfologia de túbulos e vesículas cuja função principal é a de síntese ou manipulação de lipídios para a produção de biomembranas ou substâncias com conjugados lipídicos, bem como o armazenamento de precursores na síntese de hormônios esteróides. Várias outras funções são atribuídas à esta região do retículo, como a detoxificação de substâncias químicas e álcool, a segregação de porções de citoplasma ou organelas envelhecidas para sua reciclagem no processo de autofagia, armazenamento e regulação no uso do íon cálcio no metabolismo das células musculares e mobilização do glicogênio. Compartilha membranas com a face TRANS do complexo de Golgi na formação da rede transGolgi (TNG) e conjuntamente com este cede membranas para a formação de peroxissomos, lisossomos e vesículas para exportação de substâncias.

Page 7: Organelas celulares

Eletromicrografia de célula secretora. Retículo endoplasmático rugoso (R), retículo endoplasmático liso (L) e complexo de Golgi (G) mantêm-se próximos devido ao permanente intercâmbio de substâncias por meio de vesículas de transferência. A face TRANS do Golgi e o retículo liso fundem-se na formação da rede transGolgi (TGN). Vacúolos autofágicos (A), mitocôndria (M) e vesículas de secreção (V) estão indicadas. (MET, planária terrestre)

Page 8: Organelas celulares

Ampliação do CAMPO 1 demarcado na imagem de referência. Processo de formação de vesículas secretórias (cabeça de seta) e vesículas de transferência (seta fina) podem ser identificadas entre as organelas. Retículo endoplasmático rugoso (R) e liso (L) circundam o complexo de Golgi (G) ao centro. A cisterna TRANS do complexo de Golgi (seta vazada), com aspecto fragmentado, interconecta-se ao retículo liso na formação da rede transGolgi (círculos). (MET, planária terrestre)

Page 9: Organelas celulares

Ampliação do CAMPO 2 demarcado na imagem de referência. O ponto de transição no retículo endoplasmático (marcador de limite) entre sua porção rugosa (R) e sua porção lisa (L) pode ser facilmente observada pela ausência dos ribossomos associados na superfície citoplasmática de suas cisternas, na parte lisa. Há concentração de substância no interior de uma vesícula do REL (seta) e nas vesículas de secreção já formadas (V). (MET, planária terrestre)

Page 10: Organelas celulares

Eletromicrografia do tecido nervoso. Retículo endoplasmático liso revela dois eventos de sua participação nos processos metabólicos: o destacamento de vesículas na secreção (seta) e o recebimento de vesículas de transferência (seta dupla). (MET, planária terrestre).

Eletromicrografia do citoplasma de células do tecido nervoso. No núcleo (N), sua carioteca externa exibe presença de ribossomos (seta longa) associados, presentes também na superfície do retículo endoplasmático rugoso (R). O complexo de Golgi (G) mostra densidade distinta no conteúdo de suas cisternas, sendo mais densas as da porção TRANS ou de maturação (seta azul), em contraste com as da porção CIS ou de formação (seta vermelha). A rede transGolgi (TGN), cisternas do retículo endoplasmático liso (L) e mitocôndria (M) estão indicadas. Observe a presença de substância acumulada no interior de duas vesículas do REL (seta vazada) e na presença de um microtúbulo (seta dupla) . (MET, planária terrestre)

Page 11: Organelas celulares

Eletromicrografia do retículo endoplasmático liso em sua conformação habitual com túbulos (T) e vesículas (V). Mitocôndrias (M) que colaboram no metabolismo dos lipídios realizando a beta-oxidação de ácidos graxos e utilizando a glicose disponibilizada pelas enzimas das membranas do REL costumam mostrar-se em proximidade. Um corpo multivesicular (endossomo tardio) (E) está presente ao centro do campo, bem como inúmeras vesículas de transferência entre organelas (seta). (MET, planária terrestre)

Page 12: Organelas celulares

Eletromicrografia de células epiteliais ciliada. A superfície celular, além de cílios revela grande quantidade de microvilosidades, o que caracteriza uma célula absortiva e/ou secretora. Neste caso a capacidade de secreção deste epitélio é evidenciada pela abundância de retículo endoplasmático liso (L) no citoplasma das duas células no campo (A e B). (MET, planária terrestre)

Page 13: Organelas celulares

Eletromicrografia de célula secretora onde o retículo endoplasmático liso (L) pode ser observado em aparente princípio de um processo de crinofagia, ou seja, sua cisterna está prestes a concluir o englobamento de duas vesículas secretórias (seta longa) para sua remoção por autofagia. A região ainda não selada do envoltório está indicada na chave. (MET, planária terrestre)

Eletromicrografia da região de contato celular entre duas células nervosas de invertebrado. Núcleo (N), complexo de Golgi (G), mitocôndria (M), vesículas secretórias (V) e um corpúsculo autofágico (A) estão indicados. (MET, planária terrestre)

Page 14: Organelas celulares

Ampliação do CAMPO 1 demarcado na imagem de referência. Eletromicrografia da região de contato celular entre duas células nervosas de invertebrado (A e B). As membranas plasmáticas das duas células mostram-se pareadas, por suas superfícies protoplasmáticas (SP), com cisternas do retículo endoplasmático (RE). Ambas as cisternas vistas no campo revelam ausência de ribossomos em suas superfícies voltadas para as SP das membranas plasmáticas (seta dupla) e em uma delas há ribossomos na superfície voltada para o citoplasma (seta simples). A importância funcional desta localização típica do RE nestas células é desconhecida embora freqüente. Sugere-se colaboração no transporte e metabolismo iônico, visto que disposição similar para cisternas do RE é observada em associação com as junções comunicantes (GAP ou iônica) entre células de Sertoli no epitélio testicular de mamíferos. (MET, planária terrestre)

Ampliação do CAMPO 2 demarcado na imagem de referência. Eletromicrografia da região de contato celular entre duas células nervosas de invertebrado (A e B). As membranas plasmáticas (MP) das duas células mostram-se pareadas, por suas superfícies protoplasmáticas (SP), com cisternas do retículo endoplasmático (RE). Ambas as cisternas vistas no campo revelam ausência de ribossomos em suas superfícies voltadas para as SP das MP (seta dupla) e presença de ribossomos na superfície voltada para o citoplasma (seta simples). A importância funcional desta localização típica do RE nestas células é desconhecida embora freqüente. O diferencial em relação ao CAMPO 1 da imagem de referência é o surgimento de projeções celulares, provavelmente de caráter sensorial, em pareamento com as superfícies extracelulares das MP, nesta região de contato. A sugestão de colaboração do RE no transporte e metabolismo iônico pode ser aqui reforçada. (MET, planária terrestre)

Page 15: Organelas celulares

Eletromicrografia do tecido nervoso onde várias projeções de suas células são vistas em corte transverso no campo. A associação de cisternas e túbulos do retículo endoplasmático, predominantemente liso, com a membrana plasmática (seta) em regiões de contato entre as células é freqüente. Vesículas secretórias (V), mitocôndria (M) e microtúbulos (T) no citoplasma estão indicados. (MET, planária terrestre)

O complexo de Golgi tem origem no retículo endoplasmático de quem recebe membranas e substâncias para maturação através da face CIS, sendo responsável

especialmente pela glicosilação terminal de suas secreções. Enzimas presentes nas cisternas e membranas dos 3 a 8 sáculos empilhados que compõem sua estrutura realizam, além da glicosilação, a sulfatação de substâncias, o que

favorece sua desidratação e compactação na maturação dos grânulos secretórios em seu trajeto até o local de exocitose.

Algumas de suas enzimas podem ser usadas como marcadoras para a organela, como a tiaminopirofostatase, que revela as cisternas medianas, a fosfatase ácida,

marcadora para as cisternas TRANS e para a TGN, além do ósmio, usado no preparo do material para a microscopia eletrônica, e que, freqüentemente, se

deposita com intensidade nas cisternas CIS do complexo. A definição das faces da pilha de vesículas que compõem o complexo nem sempre

é fácil de ser determinada. Habitualmente, na face TRANS (de maturação), ou côncava, da pilha de cisternas, além de seus sáculos mostrarem continuidade com

o REL na formação da TGN, possuem conteúdo de maior densidade ao microscópio eletrônico, e são mais fragmentados, podendo evidenciar a formação de grandes vesículas de secreção. Já sua face CIS (de formação), ou convexa,

apresenta associação com o RER ou carioteca externa, de quem recebe inúmeras vesículas de transferência cedendo-lhe membranas e substâncias para

processamento. O conteúdo das cisternas CIS é, freqüentemente, menos denso ao microscópio eletrônico e as vesículas associadas a sua face são de pequenas

dimensões. Há um intenso trânsito de vesículas de transferência de substâncias entre as margens de seus sáculos e entre a organela e endossomos tardios

(corpos multivesiculares).

Page 16: Organelas celulares

Fotomicrografia do epitélio de revestimento interno do epidídimo. A técnica revela a posição e morfologia sacular do complexo de Golgi (seta) nestas células secretoras. Ocupa posição supranuclear e revela-se extremamente desenvolvido quando comparado à dimensão do próprio núcleo (N). O lúmen do túbulo epididimal (L) e o tecido conjuntivo (TC) estão indicados.(Ayoama, camundongo)

Fotomicrografia do epitélio de revestimento interno do epidídimo. Mesmo sem o uso de técnicas com prata, o complexo de Golgi é tão bem desenvolvido em suas células secretoras que se mostra em evidência no citoplasma pela ausência de afinidade com as colorações de rotina (seta). Membrana basal (MB), núcleos (N), estereocílios de sua superfície (E) e gametas em trânsito na luz do túbulo (G) estão indicados. (HE, rato)

Page 17: Organelas celulares

Fotomicrografia do tecido conjuntivo frouxo. Dois plasmócitos podem ser identificados no campo por sua morfologia ovóide e seus núcleos excêntricos (seta fina). Seu complexo de Golgi é bem desenvolvido e ocupa posição justanuclear (seta vazada), sendo fracamente corado na técnica empregada e mais evidente na célula à esquerda. (HE, cão)

Fotomicrografia do tecido nervoso. Neurônios fusiformes, revelados pela reação histoquímica para a enzima tiaminopirofosfatase (TPPase), marcadora das cisternas medianas do complexo de Golgi, evidenciam no citoplasma uma morfologia peculiar para a organela, típica das células nervosas. Nestas células o complexo de Golgi se mostra em fina rede de túbulos e vesículas (seta) que contornam o núcleo e projeta-se para o interior das projeções celulares visíveis (seta dupla). A reação que permite visualizar fracamente o núcleo e alguns nucléolos é inespecífica para a técnica. (TPPase, rato).

Page 18: Organelas celulares

Eletromicrografia do complexo de Golgi exibindo suas relações com as demais estruturas celulares. Sua face CIS (campo demarcado em vermelho) encontra-se voltada para o núcleo (N), delimitado pela carioteca, e em continuidade com o RER (R), dos quais recebe membrana e substâncias por intermédio de vesículas de transferência (VT2). Também permuta vesículas (VT1) com os endossomos tardios ou corpos multivesiculares (ET), Sua face TRANS (campo demarcado em azul) apresenta cisternas interligadas ao REL (L) na formação da rede transGolgi (TGN), além de ser formadora de vesículas de secreção (VS1). Há destacamento contínuo de vesículas nas margens de seus sáculos, servindo à transferência de conteúdo entre as cisternas ou à liberação de vesículas de secreção (VS2). (MET, planária terrestre)

Page 19: Organelas celulares

Eletromicrografia de célula secretora, revelando a interrelação entre suas organelas. A face TRANS (FT) do complexo de Golgi libera vesículas secretórias (VS) que após a condensação de seu conteúdo transformam-se em grânulos secretórios (GS), e está interligada aos túbulos do retículo endoplasmático liso formando a rede transGolgi (TGN). Sua face CIS (FC) está associada ao retículo endoplasmático rugoso (R), do qual recebe vesículas de transferência (VT). Sua proximidade com um endossomo tardio ou corpo multivesicular (ET) e mitocôndria (M) sugere troca de substâncias. Núcleo (N) está indicado. (MET, planária terrestre)

Page 20: Organelas celulares

Eletromicrografia do complexo de Golgi. Suas cisternas medianas apresentam-se intensamente osmiofílicas (estrela). A face CIS está voltada para o RER (R) do qual recebe vesículas de transferência (VT) revestidas por COP II, enquanto sua face TRANS (FT) mostra-se em continuidade com o REL (L) formando a rede transGolgi (TGN) e liberando abundantes vesículas secretoras (VS). Núcleo (N) e mitocôndrias (M) estão indicados. (MET, planária terrestre)

Page 21: Organelas celulares

Eletromicrografia do complexo de Golgi. Vesículas de transferência (VT) podem ser observadas nas margens de suas várias cisternas, enquanto sua face TRANS (FT) mostra-se em continuidade com o RE formando a rede transGolgi (TGN) e liberando abundantes vesículas secretoras (VS). RER (R), mitocôndrias (M) e face CIS (FC) estão indicados. (MET, planária terrestre)

Page 22: Organelas celulares

Eletromicrografia de endossomo tardio ou corpo multivesicular (ET) que realiza permuta de substâncias e biomembranas com as organelas celulares antes de associar-se a lisossomos primários oriundos do complexo de Golgi (CG) e rede transGolgi, transformando-se em um lisossomo secundário para o início do processo digestivo de seu conteúdo. Etapas do trânsito vesicular podem ser observadas na superfície do endossomo tardio: concentração de proteína COP I para a deformação da membrana (setas duplas), invaginação ou adição de membrana (seta larga), destacamento de membrana com formação de vesícula ainda unida por pedúnculo (seta fina). Vesículas secretórias (VS) na face TRANS do complexo de Golgi e vesículas de transferência (VT) na face CIS estão indicadas. (MET, planária)

Os lisossomos são organelas cujas membranas tem origem nos sáculos da face TRANS do complexo de Golgi (CG), principalmente de suas margens, ou

na TGN enquanto suas enzimas hidrolíticas são sintetizadas no RER e adicionadas de açúcares marcadores nas cisternas do CG. Após a segregação da vesícula no citoplasma, ocorre bombeamento de prótons para o seu interior,

acidificando e ativando suas enzimas. Este lisossomo que contém apenas enzimas no seu interior é denominado lisossomo primário. Quando

associado a algum endossomo tardio ou outro vacúolo para digestão, juntos formam o chamado lisossomo secundário. O lisossomo terciário é dito

aquele que, possuindo apenas resíduos não digeridos no processo de digestão, encontrará dois destinos possíveis, a exocitose de seu conteúdo para o meio extracelular ou cavidade com que a célula possa ter contato, processo

esse denominado clasmocitose, ou será armazenado no citoplasma até a morte da célula. Raros são os tecidos que acumulam seus resíduos, como o tecido muscular cardíaco e o tecido nervoso. O acúmulo desses lisossomos terciários, que contêm quase que exclusivamente lipídios alterados, sendo

chamados de grânulos de lipofuscina ou pigmento pardo, é um dos fatores de envelhecimento celular. Quanto mais velho o indivíduo maior é o número de

Page 23: Organelas celulares

grânulos de lipofuscina acumulados, e menos funcional será a célula. Lisossomos podem associar-se a endossomos iniciais, se esses não se

transformarem em endossomos tardios (corpos multivesiculares), servindo ao processo de transcitose ou transferência de vesículas às organelas de

síntese, mas a fusão só ocorrerá após o endossomo tardio terminar o processo de transferência de vesículas, quando ocorrerá alteração de pH interno e se tornar receptivo à fusão com os lisossomos. Em ambos os casos a organela

resultante será definida como um pinolisossomo. Podem se associar a fagossomos, gerando os fagolisossomos, podem associar-se a vacúolos gerados pelo REL contendo organelas envelhecidas ou excedentes para

reciclagem, gerando os autofagolisossomos, processo esse que também pode servir à reciclagem ou descarte de excessos de secreção, e neste caso o

processo é definido como crinofagia.

Fotomicrografia do tecido nervoso, revelado com reação histoquímica para a fosfatase ácida (FAc), enzima marcadora dos lisossomos. A precipitação de fosfato de chumbo no local de atividade da FAc revela a presença de inúmeros lisossomos distribuídos no soma ou pericário dos neurônios fusiformes (cabeça de seta), bem como no interior de suas projeções (seta). A fraca coloração que define seus núcleos ovóides é inespecífica para a técnica empregada. (Fosfatase ácida, rato)

Page 24: Organelas celulares

Fotomicrografia de gameta masculino, onde se observa uma coloração mais pálida na extremidade anterior da cabeça do espermatozóide, recobrindo seu núcleo em aproximadamente 2/3 de sua extensão até o limite demarcado (setas). Esta região do núcleo é recoberta por um grande sáculo, denominado capuz acrossômico. Sua biomembrana tem origem na fusão de várias vesículas lisossômicas, geradas pelo complexo de Golgi no processo de maturação do gameta, ainda no epitélio germinativo dos túbulos seminíferos do testículo. Seu conteúdo é formado por um conjunto de várias enzimas, incluindo a hialuronidase, usadas na digestão dos envoltórios do gameta feminino durante o processo de fecundação. A cabeça (C), o núcleo (N) e o flagelo (F) do gameta estão indicados. (HE, cavalo)

Fotomicrografia do fígado. Entre os cordões de hepatócitos (H) estão os capilares sinusóides. No lúmen (L) destes, observa-se a presença de hemácias (he) e macrófagos, denominados células de Küpffer (CK). O núcleo (N) da célula de Küpffer está indicado. Os macrófagos observados no campo têm seus limites demarcados pela distribuição de fagossomos (seta larga) contendo partículas de nanquim, previamente ministrado por via intravenosa ao animal, gerados no processo de Fagocitose. Uma vez associados aos lisossomos, os fagossomos

Page 25: Organelas celulares

devem ser denominados fagolisossomos, mas somente uma reação histoquímica para a atividade da fosfatase ácida, enzima que identifica a organela, poderia aqui determinar se os corpúsculos com nanquim visíveis no citoplasma destas células, já estão associados a lisossomos ou não. (HE, coelho)

Eletromicrografia de um enterócito. A seqüência numérica (1 a 4) representa a via de internalização de substâncias pelo processo de Micropinocitose. Neste processo, é comum as pequenas vesículas agregarem-se em uma vesícula maior, denominado receptossomo ou endossomo inicial (E), permitindo a recuperação de receptores e por vezes biomembrana, antes desta vesícula resultante fundir-se aos lisossomos. Uma alteração de seu pH define o momento da associação aos lisossomos para o início da digestão. Microvilosidades no ápice celular (MV) estão indicadas. (MET, cobaia)

Page 26: Organelas celulares

Eletromicrografia de um eosinófilo. Seus grânulos eosinófilos (na ML), típicamente ovalados, são lisossomos primários (L). Observe suas dimensões quando comparados às mitocôndrias (M) em proximidade. O núcleo (N) está indicado. (MET, rato)

Eletromicrografia de célula nervosa. Corpúsculos autofágicos ou autofagossomos (estrela) são formados no processo denominado autofagia, empregado na reciclagem de organelas envelhecidas ou excedentes, bem como de outros elementos do citoplasma. Biomembranas de organelas podem ser reconhecidas no interior dos corpúsculos. O retículo endoplasmático liso é o responsável pela delimitação do conteúdo, assim, nos autofagossomos recém-formados observa-se a presença das duas membranas de suas cisternas no limite

Page 27: Organelas celulares

da estrutura (seta dupla), quando já há ação de enzimas lisossômicas no conteúdo, a membrana mais interna do envoltório delimitante é digerida juntamente no processo, deixando visível apenas uma U.M. no limite dos autofagolisossomos ou lisossomos secundários. (MET, planária terrestre)

Eletromicrografia de endossomo tardio ou corpo multivesicular (ET) que realiza permuta de substâncias e biomembranas com as organelas celulares antes de associar-se a lisossomos primários gerados pelo complexo de Golgi (CG) e rede transGolgi, transformando-se em um lisossomo secundário para o início do processo digestivo de seu conteúdo. Vesículas eletron-densas (VE) liberadas pelo pelo complexo de Golgi. (MET, planária)

Page 28: Organelas celulares

Eletromicrografia de célula do tecido nervoso. A organela (seta) foi ampliada na imagem ao lado. Compare sua dimensão com o núcleo do neurônio (N). (MET, planária terrestre)

Eletromicrografia de lisossomo secundário, onde o substrato da digestão já está bastante degradado, sendo impossível determinar sua natureza. Observe a presença de apenas uma U.M. no limite da estrutura (entre setas) e corpúsculos densos em sua matriz (seta vazada). As dimensões dos lisossomos secundários e mesmo terciários são extremamente variáveis, pois dependem do corpúsculo endossômico ao qual os lisossomos se associam, e, freqüentemente, em grande número. (MET, planária terrestre)

Eletromicrografia de células do plexo coróide. Três lisossomos terciários (estrela) podem ser observados no campo com abundante material eletron-denso em seu interior. Algumas mitocôndrias também exibem finos precipitados em sua matriz (setas). Microvilosidades (MV), microtúbulo (MT), polirribossomos livres (P) e cisternas do RE (R) estão indicados. (MET, cobaia)

Page 29: Organelas celulares

Eletromicrografia do plexo coróide. No citoplasma das células lisossomos terciários (estrela) podem ser identificados pela grande quantidade de material eletron-denso em seu interior. Em outros dois lisossomos, fundidos aos lisossomos maiores, a matriz não evidencia depósitos (seta). Mitocôndrias (M) e núcleo (N) estão indicados. (MET, cobaia)

Page 30: Organelas celulares

Eletromicrografia de célula epitelial do plexo coróide. No citoplasma destas células, pode-se observar a presença de dois lisossomos terciários (estrela) com material eletron-denso em seu interior (setas). Um lisossomo primário pode ser distinto pela matriz uniformemente granular e pequena dimensão (seta larga). Mitocôndrias (M) e citoesqueleto (C) estão indicados. (MET, cobaia)

Page 31: Organelas celulares

Eletromicrografia de célula epitelial do plexo coróide. Como estas células têm por função a secreção de líquor e de interface entre este último e o sangue, é comum a abundância de lisossomos. Aqui, vários lisossomos terciários mostram sua matriz com textura irregular e depósitos eletron-densos (setas finas). Um lisossomo terciário pode ser, também, facilmente reconhecido pela vacuolização de sua matriz (seta larga), típica de sua transformação em grânulo de lipofuscina, destinado ao armazenamento. Observe as várias dimensões dessas organelas. Os lisossomos primários (seta dupla) exibem matriz densa mas com textura uniforme e pequenas dimensões. Núcleo (N) e mitocôndrias (M) estão indicados. (MET, cobaia)

Ampliação do campo demarcado na imagem anterior. Não é incomum observar a fusão de lisossomos para a cooperação em processos de digestão (entre setas). Dois pares de lisossomos fundidos podem ser identificados no campo. O par à esquerda possivelmente já esteja envolvido no adiantado processo de digestão da estrutura anexada ao conjunto (estrela). (MET, cobaia)