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e DesenvolvimentoBoletim de Pesquisa
Potencial para a Produção de Palmito em Progênies de Pupunha Provenientes de Populações do Acre/Rondônia e do Peru (Yurimáguas) no Amapá
ISSN 1517-4867Junho, 2014
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Embrapa Amapá Macapá, AP2014
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ISSN 1517-4867 Junho, 2014
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amapá Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento
Potencial para a Produção de Palmito em Progênies de Pu-punha Provenientes de Popu-lações do Acre/Rondônia e do Peru (Yurimáguas) no Amapá
Gilberto Ken-Iti YokomizoCaren Pacheco de Lima OliveiraArnaldo Bianchetti
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Revisores Técnicos: Francisco Paulo Chaimsohn – Instituto Agronômico do Paraná
Supervisão editorial e normalização bibliográfica: Adelina do Socorro Serrão BelémRevisão de texto: Iamile da Costa Carvalho, Úrsula Stephanie Ferreira de SouzaEditoração eletrônica: Fábio Sian MartinsFoto da capa: Ronaldo Rosa
1a. ediçãoVersão eletrônica (2014)
Todos os direitos reservados.A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou emparte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Amapá
Yokomizo, G. K.-I.
Potencial para a produção de palmito em progênies de pupunha provenientes de populações do Acre/Rondônia e do Peru (Yuri-máguas) no Amapá / Gilberto Kenzo-Iti Yokomizo, Caren Pacheco de Lima Oliveira. Arnaldo Bianchetti. – Macapá: Embrapa Amapá, 2014.
32 p. : il. -- (Boletim de pesquisa e desenvolvimento / Embrapa Amapá; ISSN 1517- 4867, 83).
1. Palmito. 2. Produto de origem vegetal. 3. Produtividade. 4. Seleção genética. I. Oliveira, Caren Pacheco de Lima. II. Bianchetti, Arnaldo. III. Título. IV. Série.
CDD 634.97098116
© Embrapa 2014
Sumário
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Abstract. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Material e Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Resultados e Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
5Potencial para a Produção de Palmito em Progênies de Pupunha Provenientes de Populações do Acre/Rondônia e do Peru (Yurimáguas) no Amapá
Potencial para a Produção de Palmito em Progênies de Pupunha Provenientes de Populações do Acre/Rondô-nia e do Peru (Yurimáguas) no Amapá
Gilberto Ken-Iti Yokomizo1 Caren Pacheco de Lima Oliveira2 Arnaldo Bianchetti 3
Resumo
As espécies tradicionalmente produtoras de palmito, no caso o açaizei-ro e a juçara, estão sofrendo grande pressão antrópica, sendo explora-das de forma predatória, sem a definição de sistemas de manejo ade-quados, portanto é de suma importância encontrar espécies que pos-sam substituí-las, evitando problemas econômicos e ecológicos futuros. Sendo que a pupunheira apresenta elevado potencial em substituir as espécies tradicionais, por sua adaptação regional, baixa exigência nutri-cional e seu palmito apresentar alta qualidade, esta pesquisa comparou
1 Engenheiro-agrônomo, doutor em Genética e Melhoramento de Plantas, pesquisador da Embrapa Amapá, Macapá, AP. 2 Acadêmica de Engenharia Florestal da Universidade Estadual do Amapá, estagiária da Embrapa Amapá, Macapá, AP. 3Engenheiro-florestal,doutoremTecnologiadeSementes,consultordaBioverde.
6 Potencial para a Produção de Palmito em Progênies de Pupunha Provenientes de Populações do Acre/Rondônia e do Peru (Yurimáguas) no Amapá
o desempenho de duas populações provenientes do Acre/Rondônia (100 progênies) e do Peru (64 progênies), delineadas em látice com três repetições e cinco plantas por parcela, avaliando-se os caracteres: altura da estipe (APL); diâmetro da estipe (DAC); número de perfilhos (NP); diâmetro do palmito líquido (DPL); número de toletes de palmito lí-quido (TPL); peso do palmito líquido (PPL); peso do palmito basal (PPB); peso de palmito apical (PPA). As conclusões: as duas populações são distintas em todos os caracteres; o CV experimental indicou que os caracteres NP, TPL, PPL e PPA são mais influenciados ambientalmente; a produtividade sofre influência de forma equitativa por APL e DAC, enquanto que o caráter TPL influencia mais em comparação ao DPL; o teste de Scott-Knott não consegue distinguir as progênies em alguns caracteres, mas a adoção de limites superiores para fins de seleção deve ser estabelecida.
Palavras chave: Bactris gasipaes, produtividade de palmito, seleção genética.
7Potencial para a Produção de Palmito em Progênies de Pupunha Provenientes de Populações do Acre/Rondônia e do Peru (Yurimáguas) no Amapá
Potentiality of Progenies Originated from Pejibaye Palms Populations of Acre/Rondonia and Peru for Palm Heart Production in Amapa
Abstract
The species traditionally of heart palm producers, in case the assai and juçara, are under great human pressure, being explored in a predatory way, without the provision of adequate management systems, thus isextremelyimportanttofindspeciesthatcanreplacethem,avoidingfuture economic and ecological problems. Since the peach palm, it has a high potential to replace traditional species by regional adaptation, low nutritional requirements and your high quality palm heart. The re-search developed compared the performance of two populations, from the Acre/Rondônia (100 progeny) and Peru (64 progeny), delineated inlatticewiththreereplicationsandfiveplantsperplot.Thefollowingcharacteristics were evaluated: stem height (APL), stem diameter (DAC), tiller number (NP); diameter of the liquid palm heart (DPL), num-bers of stalks from the liquid palm heart (TPL); net palm heart weight (PPL); weight of the basal palm heart (PPB), weight of the apical palm heart (PPA). The conclusions are: the two populations are distinct in all the characters, the experimental CV indicated that the NP, TPL, PPL andPPAcharactersaremoreenvironmentallyinfluenced;productivity
isinfluencedequitablybyAPLandDAC,whilethecharacterTPLhasmoreinfluencecomparedtoDPL,theScott-Knotttestfailtodistinguishsome characters in the progeny, but the adoption of higher limits for selection should be established.
Index terms: Bactris gasipaes, palm hearth productivity, genetic selection.
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Introdução
Na região amazônica, existem amplas áreas em diferentes níveis de de-gradação que devem ser urgentemente reincorporadas nos sistemas pro-dutivos, evitando-se o desmatamento de novas áreas. Adicionalmente, têm-se observado a substituição das espécies tradicionalmente produto-ras de palmito, como o açaí (Euterpe oleracea) e a juçara (Euterpe edulis), pela pupunheira (Bactris gasipaes) por razões econômicas e ecológicas, graças ao seu múltiplo uso (frutos e palmito) e características vantajo-sas em relação a outras espécies exploradas para produção de palmito, como: a melhor precocidade do primeiro corte (entre um ano e meio a dois anos); a possibilidade de sucessivos cortes anuais posteriores; apresenta também elevada rusticidade; alta capacidade de perfilhamento; melhor qualidade do palmito (palatabilidade, maciez e pouca fibrosidade); ausência de escurecimento do palmito (oxidação) após o corte (CHAIM-SOHN, 2001; MORA-URPÍ et al., 1997; TONET et al., 1999), facilitando o processamento e permitindo que outras formas de acondicionamento do produto sejam desenvolvidas, diminuindo os gastos e simplificando sua industrialização. Esse não escurecimento permite que possa ser ven-dido in natura ou na forma de produto minimamente processado. Todos esses fatores tornam a pupunheira uma espécie de alto interesse nas pesquisas intensivas e em desenvolvimento em várias partes da América tropical (CLEMENT, 1995), podendo também ser trabalhada no Sistema de Agricultura Familiar e/ou de Agrofloresta (SAF), cultivada isolada-mente ou consorciada com outras culturas, o que a torna sustentável do ponto de vista socioeconômico (BOVI, 2000).
A pupunheira é classificada botanicamente como uma planta monóica, perene, pertencente à ordem Arecalis (MORA-URPÍ, 1992). O palmito é formado por um conjunto de folhas imaturas envoltas pelas bainhas das folhas mais velhas (FERREIRA et al., 1976). É uma palmeira perene, nativa da região tropical das Américas, e utilizada há séculos pelos indí-genas, que realizaram um processo empírico de melhoramento genético para a produção de frutos que são, até hoje, a base da alimentação dos habitantes de sua região de origem. Segundo Mora-Urpí (1984), a pu-punheira cultivada é proveniente de diferentes estágios de domestica-
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ção, a partir de populações silvestres e alguns estágios de hibridização com posterior distribuição pelos índios, os quais aplicaram subjetivos critérios de seleção por várias gerações.
Não se sabe ao certo sobre a origem da pupunheira, embora existam várias hipóteses, a mais aceita é a que se originou em uma extensa área na parte oriental dos Andes, desde Bolívia-Brasil, estendendo--se pelo oriente na Bacia Amazônica até a Colômbia e no ocidente dos Andes, desde os oceanos Pacífico e Caribe no Panamá, Colômbia e Venezuela (MORA-URPÍ et al., 1993).
Os limites de distribuição geográfica da pupunha estão localizados pelas rotas migratórias de algumas tribos indígenas que a cultivavam, abran-gendo um imenso território desde o paralelo 15ºN até o 17ºS, ou seja, desde Honduras na América Central (STONE, 1951) até o norte da Bolívia (ANTEZANA, 1972), excluindo-se as regiões secas, pantanosas, pradarias e com altitudes superiores a 1.000 m (MORA-URPÍ; SOLÍS, 1980). Essas áreas possuem temperatura média anual de 25ºC, preci-pitação anual próxima de 1.900 mm, com períodos secos estacionais longos, de 3 a 4 meses (MORA-URPÍ, 1984).
Em termos comerciais, anualmente existe movimentação no Brasil em torno de 30 mil toneladas de palmito, das quais cerca de 40% são provenientes de pupunha (SCHATTAN; KOTONA, 2004). A Costa Rica possui de 15 mil a 20 mil hectares de pupunheiras (ARES et al., 2002) e o Brasil acima de 30 mil hectares. O faturamento anual do setor do palmito é da ordem de 350 milhões de dólares, com a geração de 8 mil empregos diretos e 25 mil empregos indiretos (BOVI, 2000).
Têm-se conhecimento que o palmito brasileiro para consumo inter-no ou exportação foi, em décadas passadas, quase todo oriundo da exploração extrativista da juçara e, depois de esgotadas as reservas dessa espécie no Sul e Sudeste do Brasil, colocando-a na lista das espécies em extinção, pois sem perfilhamento não ocorre a rege-neração das populações nativas, após o corte da planta adulta. Por esse motivo, a produção passou a ser apoiada no açaizeiro, de ampla
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ocorrência no Norte do Brasil, onde até hoje vem sendo explorado de forma extrativa (ORLANDE et al., 1996), A velocidade de extra-ção do palmito do açaí para exportação, por sua vez, também vem reduzindo nos últimos anos suas reservas, tanto em áreas de várzeas como em áreas de terra firme da Amazônia Oriental (ORLANDE et al., 1996).
Os plantios atuais das pupunheiras são feitos com sementes oriundas do Peru ou de produtores que, além do palmito, mantém matrizes para a produção e venda de sementes, compreendendo material não melho-rado, nativo de várias localidades, com ênfase na região de Yurimáguas (BOVI et al., 1992, 1998; CLEMENT, 2000; PADILHA et al., 2001). Esse material apresenta elevada variabilidade que se faz notar a campo por diferenças marcantes em crescimento, perfilhamento, presença de espinhos e rendimento em palmito (MORA-URPÍ, 1984; MORO, 1993). Segundo Nishikawa (1995), a população de pupunheira de Yurimáguas apresenta variabilidade genética suficiente para permitir ganhos com a seleção para todas as características avaliadas por ele, com exceção do diâmetro e incremento em diâmetro da planta.
De acordo com Yuyama (2005), a pupunheira apresenta grande varia-bilidade fenotípica, sendo mais intensa nos frutos, onde em geral, a pupunheira da Amazônia Ocidental apresenta frutos maiores e contém maior teor de carboidrato, e da Amazônia Oriental com frutos menores e maior teor de óleo. Portanto, o fruto de pupunheira sem espinho que é proveniente da região ocidental da Amazônia apresenta frutos maio-res e ricos em carboidrato e vitamina A.
A divergência genética existente entre os acessos torna possível a seleção de parentais que possibilitem promover combinações gênicas favoráveis, mediante efeitos de aditividade, pleiotropia e epistasia (CLEMENT, 1986). A caracterização de bancos de germoplasma permite o conhecimento da variabilidade existente na espécie, orien-tando o trabalho do melhorista no planejamento desses cruzamentos (CLEMENT, 1997; CLEMENT; BOVI, 1999; YOKOMIZO; FARIAS NETO, 2003).
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A seleção de genitores baseada em vários descritores importantes para a atividade pode ser mais vantajosa que aquela baseada em apenas um descritor, principalmente quando efetuada em um grupo de descritores quantitativos complexos, tais como taxa de crescimento, produção de palmito, produção de frutos e sementes (BOVI et al., 1992; CLEMENT, 1986; PADILHA et al., 2001; YOKOMIZO; FARIAS NETO, 2003).
Os dados estatísticos são imprecisos, mas fornecem uma ideia do quantitativo comercializado no Amapá, perfazendo aproximadamente 300 mil quilos de frutos/ano. Existem muitas plantas presentes nos quintais dos municípios, podendo elevar este valor. O principal polo produtor é o Município de Porto Grande, distante cerca de 130 km de Macapá. O fruto da pupunheira é muito apreciado pelos consumidores, com uma variação de preço no início da safra em torno de R$ 8,00/kg até R$ 1,50/kg quando próximo do término. Como é observado que a oferta ainda não atende toda a demanda, pode se esperar que um aumento na produção refletirá num aumento de consumo, porém não é estimado este patamar, devendo-se avaliar mais criteriosamente, antes de incentivar esse processo de maior produção (YOKOMIZO, 2005).
Neste boletim são apresentados os resultados referentes ao desempe-nho de progênies oriundas de populações originadas do Acre/Rondônia e do Peru para caracteres referentes ao desenvolvimento vegetativo das estipes e seu número de perfilhos e, nos caracteres relacionados às dimensões e pesos dos palmitos, visa demonstrar o potencial da espé-cie para as condições do Amapá.
Material e Métodos
As avaliações foram realizadas em duas populações originadas de pro-gênies de meios-irmãos, uma sendo de materiais provenientes do Peru (Yurimáguas) com 64 progênies, identificadas com a numeração 1 a 64 e a outra proveniente de materiais existentes no projeto RECA do Acre e Rondônia, perfazendo um total de 100 progênies, identificadas com a numeração 65 a 164. As mesmas foram plantadas no Campo Expe-rimental do Matapi, da Embrapa Amapá, que apresenta solo do tipo
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Latossolo Amarelo com topografia plana. O tipo climático é Ami, com precipitação média anual de 2.700 mm, temperatura média de 27ºC e umidade relativa do ar de 75%.
O delineamento adotado foi de látice completo com três repetições, com as parcelas experimentais contendo cinco plantas espaçadas de 2 m x 1 m. Na condução da cultura, foram empregadas as recomenda-ções preconizadas por Nogueira et al. (1995). Os seguintes caracteres foram avaliados no corte de palmito realizado no ano de 2006, em plan-tas que apresentassem no mínimo 9 cm de diâmetro na região basal de inserção da base do palmito na palmeira: diâmetro do palmito em cen-tímetros (DPL); comprimento do palmito líquido em número de toletes obtidos com 9 cm de comprimento (TPL); peso do palmito líquido ou tipo exportação em gramas, sendo a porção que possui 9 centímetros de comprimento (PPL); peso do palmito basal em gramas, obtido após separação da parte contendo o PPL (PPB); e peso de palmito apical ou folha (PPA). Nas plantas, antes do corte, foram avaliados: altura da planta em metros (APL); diâmetro na altura do colo em centímetros (DAC); número de perfilhos (NP).
Para a análise de variância entre populações, o modelo adotado foi o proposto por Vencovsky e Barriga (1992) e as análises estatísticas fo-ram realizadas com o auxílio do programa computacional Genes (CRUZ, 2001) e SAS INSTITUTE (2000), sendo o modelo adotado:
Yijk = m + Pi + Gj + Bk+ eijk
Sendo: Yijk = o valor fenotípico médio do caráter Y medido na j-ésima progênie e k-ésimo bloco (repetição) da i-ésima população; m: média geral paramétrica dos dados em estudo; Pi: efeito da i-ésima população; Gj: efeito da j-ésima progênie; Bk: efeito do k-ésimo bloco; eijk: erro médio associado à observação da j-ésima progênie no k-ésimo bloco da i-ésima população.
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Nos caracteres em que foram observadas diferenças significativas para o efeito de tratamento pelo teste F (P<0,05), promoveu-se o agrupa-mento de médias de progênies de Scott-Knott (1974), porém, na meto-dologia modificada apresentada por Vasconcelos et al. (2007).
Por este método as médias de tratamentos são classificadas em gru-pos, sem sobreposição, através das diferenças significativas existentes, sendo indicado para experimentos com delineamento balanceado e com número de tratamentos superior a 20.
O critério de classificação da metodologia modificada diferencia-se por realizar os agrupamentos de forma simultânea das progênies, separan-do as mesmas num único processo, em relação ao método tradicional baseado num processo hierárquico ou de ramificação, dividindo-se as médias de tratamentos em dois grupos e, assim, sucessivamente em novos subgrupos, cada subgrupo contendo padrões de similaridade em seu conjunto de médias. O processo de divisões encerrou quando se tentou dividir um subgrupo em dois novos e esses não apresenta-ram diferenças significativas. O método de divisão adotado foi o de Edwards e Cavalli-Sforza (1965), que consiste em medir a similaridade das médias individuais de tratamentos dentro dos grupos pela soma dos mínimos quadrados (SQ) dos indivíduos.
O procedimento básico adotado para o teste de Scott-Knott está descri-to a seguir, considerando:
( )⎥⎦⎤
⎢⎣⎡ −πσπ=λ 22
0ˆ2/0B
Sendo: λ: teste da razão de verossimilhança; π: 3,14159…; B0: valor máximo da soma de quadrados entre grupos obtidos sobre todas as possíveis divisões dos t tratamentos em 2 gru-pos;
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)+t/(2
xs+2)..x∑ .ix(=20 ννσ –
:estimador de máxima verossimilhança;
xi:média do i-ésimo tratamento;
t: número de médias de tratamentos sendo divididas;
S2
X : variância da média de tratamento (QMerro / r);
ν: graus de liberdade do quadrado médio do erro;
r: número de observações em cada média.
A distribuição de λ foi então comparada a uma de distribuição X2 com graus de liberdade para V0, sendo:
V0 = t (π - 2)
Quando o λ calculado foi menor que o correspondente X2 tabulado ao nível de significância escolhido, todas as médias foram considera-das homogêneas; caso contrário, se λ foi maior que o valor tabulado, os dois grupos avaliados não diferiram significativamente entre si.
Resultados e Discussão
Em relação ao comparativo de desempenho entre as populações pro-venientes do Acre/Rondônia e do Peru (Tabela 1), todos os caracteres avaliados (APL, DAC, NP, DPL, TPL, PPB, PPL, PPA) apresentaram dife-renças significativas, indicação de que existe comportamento diferenciado entre as populações nas condições avaliadas, porém Yokomizo e Oliveira (2002) e Yokomizo (2005) não conseguiram observar diferenças entre as populações para os caracteres APL, DPL, PPA e PPL. Assim o caráter PPL, que é o produto comercial da pupunheira, aqui avaliado, demonstrou que as populações conseguiram produzir o palmito de forma diferenciada. Isso
)+t/(2
xs+2)..x∑ .ix(=20 ννσ –
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confirma o que Silva et al. (2003) citaram sobre a população Yurimáguas, do Peru, em ser uma raça única e distinta em relação aos materiais prove-nientes de populações de outras localidades.
Nas médias obtidas para as populações na Tabela 1, todos os caracteres foram inferiores ao observado por Yokomizo e Oliveira (2002), possivel-mente devido ao efeito antecipado do início da estiagem, que causou prejuí-zos no desenvolvimento tanto das plantas como na produção de palmito.
Os coeficientes de variação experimental (CV%) apresentados na Tabela 1 foram altos para NP, TPL e PPA. Nas condições do experimento, houve progênies com amplitudes de respostas às condições ambientais muito elevadas, indicando que esses caracteres podem ser muito influenciados pelas condições que são fornecidas aos materiais avaliados, isso demons-tra que foram superiores aos observados por Yokomizo (2003).
Tabela 1. Resumo da análise de variância conjunta para oito caracteres em pro-gênies (prog) de pupunheiras sem espinhos provenientes de populações (pop) do Acre/Rondônia e do Peru.
GL APL DAC NP DPL TPL PPB PPL PPA
POP 1 4,64** 411,72** 36,44** 31,61** 14,46** 13909,1** 10323,5* 3687,1**
PROG 163 0,23** 23,89** 3,72** 0,42** 1,68ns 209,2** 2404,9** 200,4**
BL 2 1,15** 27,28ns 4, 71ns 0, 12ns 4, 81ns 2,9ns 5552,9ns 19,5ns
ERRO 326 0, 14 15,43 1, 76 0, 28 1, 61 134,98 1541,0 144,19
MÉDIA 2,72 29,19 2,45 2,15 2,23 32,15 96,99 10,10
CV% 13,87 13,46 54,10 24,45 57,00 36,14 40,47 118,9
ª APL: altura da planta em metros, DAC: diâmetro do estipe principal na altura do colo, em centíme-tros; NP número de perfilhos presentes na touceira, DPL: diâmetro do palmito líquido em centímetros; TPL: número de toletes de palmito líquido obtidos com 9 cm de comprimento; PPB: peso de palmito basal, em gramas; PPL: peso de palmito líquido ou tipo exportação, em gramas; PPA: peso de palmito apical, em gramas;POP: populações, PROG: progênies, BL: blocos;**, * e ns : significativos a 1% e 5% e não significativo pelo teste F.
Na Tabela 2 é apresentada a comparação de médias pelo Teste de Scott e Knott (1974) modificada entre as 164 progênies de pupunheira provenien-tes do Acre/Rondônia e do Peru. Apesar da análise de variância ter detec-
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tado diferenças significativas em todos os caracteres avaliados estatisti-camente, o teste de classificação de Scott-Knott não conseguiu distinguir as progênies no caráter DAC, que apresentou apenas um grupo de classifi-cação; nesse caso, o melhorista deve definir, caso for utilizar este caráter, quais limites a serem adotados. O mesmo foi observado nos caracteres TPL e PPL, visto que nesse segundo caráter, que é talvez o mais importan-te por representar a produção de palmito de alto valor comercial, desejan-do-se um mínimo de 150 gramas de PPL por planta, devido à mão de obra para realizar a extração do palmito.Portanto, para este caráter somente oito progênies atingiram valores superiores, sendo seis pertencentes à população do Peru e somente duas à população Acre/Rondônia. Para TPL é interessante a produção de três ou mais toletes em média, com isso, oito progênies foram supe-riores, sendo sete do Peru e apenas uma de Acre/Rondônia.
O caráter APL teve a formação de dois grupos, o primeiro superior, onde as plantas com menos altura facilitam o processo de corte dos palmitos, neste caso, os melhores foram os que compuseram o grupo (B), com médias entre 2,83 m a 1,85 m. Contudo, sabe-se que plantas mais altas produzem maiores quantidades de palmito, sendo que estas plantas compuseram o grupo inferior (A) devendo, portanto, o melhoris-ta buscar uma média que favoreça ambos os caracteres.
No caráter número de perfilhos (NP), foram formados dois grupos de classificação, sendo que o limite inferior do grupo (A), coincidiu com a presença de três perfilhos em média, quantitativo ideal para manejo de touceiras para exploração de palmito, até um limite superior de quatro, havendo portanto 31 progênies neste intervalo, sendo 16 provenientes do Peru e 15 do Acre/Rondônia.
Os caracteres DPL, PPB e PPA também apresentaram a formação de dois grupos de classificação. Para DPL, o grupo (A), com médias entre 4,27 cm e 2,05 cm, pode ser considerado o de maior interesse. Já os caracteres PPB e PPA, que representam a parte basal e a apical do palmito que não atingiram os 9 cm de comprimento exigidos como padrão no palmito comercial, mas que tem sido aproveitado para pro-
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PrA
PLPr
DA
CPr
NP
PrD
PLPr
TPL
PrPP
BPr
PPL
PrPP
A
553,
55a
1939
,00
a14
6,67
a15
4,27
a30
3,25
a55
75,0
0a
5521
9,50
a13
037
,17
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53,
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50a
1536
,00
a
143,
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692,
88a
123,
17a
1260
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75a
1435
,00
a
623,
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3836
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33a
142
2,79
a11
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00a
3158
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167,
25a
7133
,50
a
193,
31a
5536
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a71
5,00
a13
02,
78a
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25Potencial para a Produção de Palmito em Progênies de Pupunha Provenientes de Populações do Acre/Rondônia e do Peru (Yurimáguas) no Amapá
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26 Potencial para a Produção de Palmito em Progênies de Pupunha Provenientes de Populações do Acre/Rondônia e do Peru (Yurimáguas) no Amapá
dução de palmito picado, o desejado é que não haja geração deste tipo de produto. Mas como é praticamente impossível, então para PPB são interessantes os materiais que tiverem maior produtividade de palmito basal, englobando 10 progênies como superiores, oriundas da popula-ção do Peru. Já em PPA, busca-se os materiais com menor produção deste tipo de palmito. No caso dos pertencentes ao grupo (B), pode-se observar que existiram 20 progênies que não produziram esse tipo de palmito, sendo 14 da população Acre/Rondônia e 6 do Peru.
Nas correlações fenotípicas de Pearson, utilizou-se os limites citados por Cohen (1988), considerando-se correlações baixas, os valores entre 0% a 29%, médias entre 30% a 49%, e altas acima de 50%.
Na Tabela 3, são apresentadas as correlações entre oito caracteres para as populações de pupunheira provenientes do Acre/Rondônia e Peru. As correlações foram altas entre APLxDAC, TPLxPPL, PPBxPPL. Aqui, plantas mais altas ou com estipe mais grossos, não apresentaram tendência de correlações com a produção de palmito. Mas continua a existir elevada tendência de plantas mais altas terem maior diâme-tro, para oferecer maior capacidade de suporte no desenvolvimento dos estipes. Havendo também tendência dos caracteres vegetativos apresentarem-se correlacionados positivamente entre si, semelhante ao observado por Padilha et al. (2001), esses mesmos autores citam que obtiveram correlações altas e positivas entre todos os caracteres de produção, divergindo do que foi obtido nesta pesquisa.
Existiu correlação alta entre os aspectos: número de pedaços comerciais de toletes com 9 cm com a produção de palmito de primeira, e que quanto maior a produção de palmito de primeira (PPL) existe também a produção de palmito basal (PPB), fato interessante, por serem características de elevado interesse para produção de palmito comercial.
Correlações médias foram observadas entre APLxPPB, DACxPPB, TPLx-PPB, APLxPPL, DACxPPL, PPBxPPA. A correlação entre DAC com PPB e PPL indica uma tendência média de que plantas com maiores diâme-tros de estipe no campo apresentarem maiores produções de palmito
27Potencial para a Produção de Palmito em Progênies de Pupunha Provenientes de Populações do Acre/Rondônia e do Peru (Yurimáguas) no Amapá
basal e comercial (PPL). Plantas mais altas tendem a produzir maior quantidade de palmito comercial (PPL) e basal, ou seja, para obter maiores produções de palmito há a necessidade de plantações mais al-tas, mas, por outro lado, pode dificultar o processo de corte e extração dos referidos palmitos. Existe tendência média de plantas com maior produção de palmito apical (PPA) terem maiores produções de palmitos basais (PPB). Observando-se os dados de correlação pode-se observar também que quanto maior o quantitativo de toletes com 9 centímetros de comprimento há tendência de maior produção de palmito basal e intensidade média a alta para produção de palmito comercial. Tam-bém é conveniente citar que os caracteres morfológicos (APL e DAC) correlacionaram-se positivamente com os de produtividade, semelhante ao comportamento obtido por Padilha et al. (2001).
Para as correlações entre APLxDAC, APLxPPL e DACxPPL, comporta-mento semelhante foi observado por Yokomizo e Farias Neto (2003), porém em maior intensidade.
Tabela 3. Correlações fenotípicas de Pearson entre oito caracteres em progê-nies (Prog) de pupunheiras sem espinhos provenientes de populações (Pop) do Acre/Rondônia e do Peru.
DAC NP DPL TPL PPB PPL PPA
APL 68,12** 11,01 -14,03 20,20** 40,39** 38,58** 19,30*
DAC 17,73* 5,04 23,87** 43,30** 36,79** 23,20**
NP -2,19 -0,33 10,11 -6,18 10,40
DPL -12,71 -3,27 14,62 0,88
TPL 32,96** 71,74** -4,03
PPB 58,67** 47,89**
PPL 19,87*
ª APL: altura da planta em metros, DAC: diâmetro da estipe principal na altura do colo, em centíme-tros; NP número de perfilhos presentes na touceira, DPL: diâmetro do palmito líquido em centíme-tros; TPL: número de toletes de palmito líquido obtidos com 9 cm de comprimento; PPB: peso de palmito basal, em gramas; PPL: peso de palmito líquido ou tipo exportação, em gramas; PPA: peso** e *: significativos a 1% e 5% e não significativo pelo teste t.** *: Significativo a 1% e 5% de probabilidade pelo teste t
28 Potencial para a Produção de Palmito em Progênies de Pupunha Provenientes de Populações do Acre/Rondônia e do Peru (Yurimáguas) no Amapá
Conclusões
Com base na experiência, verifica-se que as duas populações avalia-das apresentam comportamento distinto em todos os caracteres. Além disso, os valores elevados para CV indicam que os caracteres NP, TPL, PPL e PPA sofreram grande influência dos ambientais, portanto, esse fato é indicativo da necessidade de oferecer o melhor ambiente para haver respostas favoráveis das progênies, pois o fator disponibilidade de água é responsável por permitir o sustento de maior quantidade de perfilhos e um maior peso e tamanho de palmitos.
Verificou-se também que a produtividade sofre influência de forma equitativa pelos caracteres APL e DAC. Houve também maior influência do caráter TPL no peso final do palmito do que o DPL.
Apesar do teste de classificação de Scott-Knott não ter conseguido dis-tinguir as progênies em alguns caracteres, o melhorista deverá adotar limites superiores para fins de seleção.
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