OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVO (OAC)
Transcript of OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVO (OAC)
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPEPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVO (OAC)
IDENTIFICAÇÃO:
Autora: Maria Nilce Valoski RozárioEstabelecimento: Colégio Estadual Unidade Pólo – São José dos PinhaisEnsino: FundamentalDisciplina: Língua PortuguesaConteúdo Estruturante: O Discurso com Prática SocialConteúdo Específico: Ensino e Aprendizagem de Leitura
1- PROBLEMATIZAÇÃO
CHAMADA: São várias as situações de leitura que o mundo
contemporâneo oferece ao aluno. A escola precisa ensinar estratégias
para a sua apreensão.
TÍTULO: A Efetivação da Leitura
“Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias ... Escutá-las é o inicio da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo ...”(Fanny Abramovich)
(
Desde sempre as pessoas encontraram dificuldades para se
aproximarem dos livros e conseguirem tirar proveito da leitura. Por isso
a necessidade de intervenções específicas que ajudem os alunos a
desenvolverem habilidades no ato de ler como: a interpretação orientada
de textos literários e não-literários, extensos e breves, verbais e não-
verbais. A intenção da proposta é relacionar textos com a experiência e
1
os conhecimentos da turma usando várias estratégias de leitura que vão
desde a divisão da obra por partes, exercícios de representação mental,
encenação, joguinhos, caça-palavras, letras de músicas, momentos de
curiosidade, pensamentos, imagens, contação de histórias, momentos de
brincadeiras, conversas informais para conhecer melhor a turma. Depois
de momentos da leitura e das reflexões realizadas, levar o educando a
usar a criatividade e a imaginação desenvolvendo trabalhos e tarefas
diversificadas. Assim procedendo, acredito estar trabalhando o que vem
disposto nas DIRETRIZES CURRICULARES DO ESTADO (2006) que “...
toda escola tem a responsabilidade de propiciar o contato do aluno com
uma ampla variedade de textos produzidos numa ampla variedade de
práticas sociais.”
REFERÊNCIAS:ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil – Gostosuras e Bobices. 5ª edição. São Paulo. Scipione, 2006.
COLOMER, Teresa e CAMPS Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. 1ª edição. Porto Alegre. Artemed, 2002. LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. E.ed. São Paulo. Brasiliense, 1982.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. Curitiba, 2006.
2 - RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO
2.1 - INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR
TÍTULO: Relação texto e leitura
De acordo com GERALDI (1997) a palavra texto é “uma seqüência
verbal escrita coerente formando um todo acabado, definitivo e
2
publicado.” Sendo o texto uma seqüência verbal que apresenta sentido e
que abre a possibilidade de inúmeras interpretações, cabe ao leitor fazê-
las usando suas estratégias e seu conhecimento prévio para tal.
O texto passa a ser o eixo em torno do qual se constrói o conteúdo
do ensino da língua e a escola é o espaço desses confrontos, onde
encontramos sujeitos com práticas sociais e linguagens diferenciadas. A
prática de escrita precisa ser planejada pelo professor e o aluno para
que este tenha consciência de quem vai ser seu interlocutor. O aluno
deve ter em mente seu possível leitor ao produzir um texto, aspecto este
considerado fundamental nas Diretrizes Curriculares do Estado.
Também ZILBERMAN (1983) concorda com o que vem proposto nas
diretrizes, segundo ela “leitura não é aceitação passiva, mas a
construção ativa, é um processo de interação do texto com o leitor.”
O professor ao propor ao aluno produção de texto deve considerar
alguns elementos tais como: finalidade – para que escrever - qual o
objetivo do texto? Qual o gênero; o lugar de circulação do texto
produzido e, finalmente, quem é o interlocutor?
A determinação do interlocutor aponta o tipo de linguagem
empregada no texto, à maneira de expor o assunto, em virtude do gênero
escolhido e do lugar de circulação, conduzindo o autor a uma construção
mais adequada do texto.
Sugestão de proposta de atividade de produção textual:
Após pesquisa, produza uma notícia sobre a importância do Ibope
para a televisão. Essa notícia será veiculada através do Jornal do Colégio
e entregue em sala de aula para conhecimento e reflexão do tema pelos
3
leitores (alunos). Portanto, os interlocutores serão os alunos de sala e a
comunidade escolar; o gênero é a notícia; a circulação será no colégio e
na sala de aula; a finalidade será a divulgação da importância do Ibope
para a televisão. EFERÊNCIAS:
GERALDI W. João. Portos de Passagem. 4ª edição. São Paulo. Martins Fontes, 2003.
_______. Concepções de Linguagem e Ensino de Português. In: O texto em sala de aula. 2ª São Paulo. Ática, 1997.
ZILBERMAN, Regina. Sociedade e democratização da leitura. Porto Alegre, 1983.
Conversa com lingüistas: Concepções de língua e sua relação com o sujeito, sociedade, pensamento, cultura e educação. Artigo – Professor e escrita: A construção de comandos de produção de textos –Renilson José Menegassi –UEM, 2003.
2.2 - PERSPECTIVAS INTERDISCIPLINARES
TÍTULO: Responsabilidade da leitura
Assim como Ezequiel, muitos outros estudiosos defendem que
promoção da leitura é responsabilidade de todo o corpo docente de uma
escola e não apenas dos professores de língua portuguesa como estamos
habituados a ouvir. A construção do conhecimento deve ser coletiva,
uma vez que as dificuldades e os desinteresses pela leitura não serão
superadas com ações isoladas. O conhecimento do mundo é constituído
pelo saber adquirido ao longo da vida de cada leitor sobre os diversos
assuntos e nas diversas áreas do conhecimento. Portanto, ler é
familiarizar-se com diversos textos produzidos em diferentes práticas
sociais. Além do mais, a leitura como um processo de aprendizagem deve
4
ser oportunizada por todos os envolvidos na busca e na transformação
do conhecimento. Acredito que se todos os envolvidos no processo de
aprendizagem ensinarem estratégias de leitura na sua área de trabalho,
os resultados serão muito mais positivos, uma vez que a aprendizagem
significativa é o objetivo final de todos.
De acordo com Maria Alexandre de Oliveira, a literatura infantil “é
um dos suportes para o desenvolvimento do processo criativo, pois ele
oferece ao leitor uma bagagem de conhecimentos e informações capaz
de provocar uma ação criadora.” Então, porque não provocar o nosso
aluno com as várias leituras que lhe são oferecidas na escola? Usar o
momento de leitura para desenvolver atividades criativas e prazerosas.
REFERÊNCIAS:
SILVA, Theodoro Ezequiel, da. A produção da leitura na escola – pesquisas e propostas. 2ª edição. São Paulo. Editora Ática, 2004.
OLIVEIRA de A. Maria. Dinâmicas em Literatura Infantil. São Paulo. Paulinas, 1988.
2.3 – CONTEXTUALIZAÇÃO
TÍTULO: Preconceito Lingüístico
Nós, professores, somos formadores de opinião e temos que
combater o preconceito lingüístico. De acordo com Bagno, temos que
nos formar e nos informar para sermos cientistas e investigadores da
língua, abandonando as velhas atitudes. Devemos fazer uma crítica ativa
da nossa prática diária em sala de aula, uma vez que a língua oferece
muitas coisas para serem descobertas. Mostrar à comunidade escolar
5
que todas as ciências evoluem e que a linguagem também evolui, que a
língua tem que ser ensinada de uma maneira diferente e nova. Sabemos
que todo falante da língua é um usuário competente e de que não existe
erro de português, mas existem diferenças de uso. E é na sala de aula
onde encontramos a diversidade lingüística. Temos que trabalhar com
esta diversidade resgatando a superação da linguagem do educando.
Para isto, nada mais coerente que toda a comunidade escolar desenvolva
atividades de leitura, escrita e oralidade durante as aulas. Citando mais
uma vez as Diretrizes Curriculares, afirmo que os conhecimentos
lingüísticos dos alunos devem ser considerados pelo professor como
ponto de partida para a escolha dos conteúdos e o trabalho desenvolvido
com os textos.
REFERÊNCIAS:
BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico – 0 que é, como se faz. 17ª ed. São Paulo. Edições Loyola, 2003.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. Curitiba, 2006.
3 - RECURSOS DIDÁTICOS
3.1 - SÍTIOS:
Título: Criança e livro: uma história de amor e crescimento
Disponível em : www.educar.com.br Acessado em
11-12-2007 , nº 17
Comentário:
6
O sítio acima apresenta a propaganda do livro que queria ser
brinquedo. Decidiu mudar e foi até o País dos Brinquedos. Só que lá ele
percebeu que não era muito fácil fazer as funções dos brinquedos e
aí ... . Que tal você descobrir o resto?
Também explica o porquê do dia 18 de abril ser o Dia Nacional do
Livro Infantil. Trabalha o imaginário e desperta a criança para a
criatividade.
SÍTIO: www.amigoddolivro.com.br
Possui vídeos que falam sobre a divulgação e promoção de livros,
além de promover o hábito da leitura entre os internautas dando espaço
para comentários sobre as obras.
VÍDEOS E FILMES
Título do filme: Nell
Diretor: Michael Apted; duração: 113 min ; local: Estados Unidos
Gênero: drama
Disponível em: DVD nas locadoras
Sinopse: Nell é uma jovem que nunca entrou em contato com a
sociedade até os trinta anos. Vive com sua mãe eremita que fala um
dialeto próprio. Após a morte da mãe, Nell é encontrada pelo médico
Jerome Lovell que a ajudará a se integrar à sociedade. Nell tem uma
linguagem própria, comunicando-se através da dança, da mímica e de
expressões bem particulares.
Comentário:
7
Os problemas de linguagem de Nell, vindos do contato somente com
a mãe, servem de referência para entendermos eventuais “erros”
cometidos por nossos alunos ao se comunicarem oralmente ou por
escrito. O ambiente doméstico influencia bastante. A língua só pode ser
desenvolvida em sociedade com a escuta e a fala, o que não aconteceu,
inicialmente, com Nell .
MÚSICA
Título da música: Alphaville e a favela
Intérprete: Spainy e Trutty
Letra da música: disponível em http://letras.terra.com.br/spainy-
trutty/1074360/
“Hum...Oh no, no, no, noAlphaville e a favela
Faz muito tempo que a gente não se vêEu to legalComo anda você?
É, eu vou levando a vidaFazendo meu correE a estrada é estreita mas o meu caminhoEu vou driblando os espinhosMas não vou sozinhoTenho uma quadrada, tenho uma PTTo cuidando de mimPreciso me defender, me protegerA lei da rua é assimPura e seca, matar ou morrer
Mas to feliz em te ver fala mais de vocêTa morando aonde?Onde você se esconde?Hum, ta fazendo o que?
Na faculdade me formei doutorTenho uma multinacionalBairro nobre, carro importadoConheci o mundo num jato particularCasa em Miami, ilha nas BahamasTenho tanta granaTanto tempo morando lá foraNem português não sei mais falarEsqueci a pobrezaFartura na mesaVocê ta na mesma,Já deu pra notar.
Tá tirando a favelaNão faz assim não
8
Comigo a vida foi dura,Foi sem opçãoEra isso ou nadaNão vem me julgarVocê não sabe o que é passar fomeNão ter onde dormir,Não ter onde morarVocê conhece o mundoE estudou a fundoEu não conheço São Paulo direitoConheço o ópio, o vício,A boca do lixo,Conheço treta, enguiço, bala de misseoConheço armas de guerra, tudo quanto é favelaConheço o que não é certo, a morte de perto,Conheço a satisfaçãoDe quem pega tomate estragado do final da feiraDe quem come as sobras do lixo do restaurante dos playbaConheço João, conheço MariaMe fala do tio, do primo e da tia.
Meu irmão se casou ta legal,Minha mãe não vai bem de saúde,Meu pai arrumou outro alguémTa morando em ParisE eu tenho varias mulheresSou bem sucedido.E a família, teu irmão ta legal?
Meu irmão foi baleado num assalto a bancoTa entre a vida e a morte num leito de um hospitalTa mal e tal, não ta legalTambém, o garoto era bicho solto,Era cachorro louco, se julgava o talSó porque tava no time do bola mais um.
Meu pai ta se matando de tanto beber,Minha mãe tem 40 e tralalá,Mas o sofrimento faz envelhecer,A coroa parece que tem 60Mas ta branco.Vamos levando entre trancos e barrancos
Precisamos encontrar, começar a se ver.Somos opostos nada a ver.Aparece lá em casa qualquer dia.Não, não, não, meu lugar é na periferia.Te arranjo emprego, roupa nova.Eu sou do hiphop, e a minha roupa é da hora.Temos o mesmo sangue, vamos se unir.Ah, sobrenome não é nada, e eu não colo com playba,Sai andando fulano me exclui dos seu planos,Eu to revoltado, e eu já tenho aliado,Eu sou reaper véio, você sabe o que é,Sou aliado dos manos. (2X)
We need to see us gave.Somos opostos nada a ver.Come to my place today.No, no, no, my house is the gueto brother.I buy you clothes, another job.Eu sou do hiphop, a minha roupa é da horaWe got a same blood don't knowAh, sobrenome não é nada, e eu não colo com playba,Sai andando fulano, me exclui dos seus planos,Eu to revoltado e eu já tenho
9
aliadoEu sou reaper, você sabe o que éSou aliado dos manos.
We need to see us gave.Somos opostos nada a ver.Come to my place today.No, no, no, my house is the gueto gringo.I buy you clothes, a new job.Sou do hiphop, a minha roupa
é da horaWe got a same blood don't knowSobrenome não é nada, e eu não colo com playba,Sai andando fulano, me exclui dos seus planos,Eu to revoltado eu já tenho aliadoEu sou reaper véio, você sabe o que éSou aliado dos manos.”
Comentário:
A música fala de dois irmãos e dois mundos. Um escolhe a riqueza, o
outro seus irmãos (favelados) que estão onde falta tudo: a favela. A letra
faz uma crítica ao modelo de sociedade que temos e nos convida a
pensarmos nas desigualdades sociais. Aquele que tem acesso à cultura
dominante e o outro que não tem condições de ser valorizado na
sociedade. A linguagem da música é a coloquial, mostrando o
distanciamento do falante e a escola.
CDs Jograis – Fernando Pessoa. GSS Music. São Paulo. 2000.
O grupo de JOGRAIS DE FERNANDO PESSOA compõe-se de seis
integrantes (três brasileiros e três portugueses. O CD é comemorativo
aos 500 anos do Descobrimento do Brasil. Numa parceria entre poetas
brasileiros e portugueses, os integrantes do grupo declamam,
interpretam e cantam as poesias de: Fernando Pessoa, Gonçalves Dias,
Luís de Camões, Olavo Bilac, Antero de Quental, Casemiro de Abreu,
Raimundo Correa, Bocage, Fagundes Varela, Augusto dos Anjos entre
outros.
10
CD – As Melhores Fábulas de Esopo, La Fontaine e Andersen. Compact Disc. Ed. Letra Viva Ltda. São Paulo.
Comentário:
O CD é composto por doze histórias e dez canções que mexem com a
imaginação da criança. As fábulas encantam com seus personagens e
suas lições de moral. Ideal para trabalhar o imaginário e a criatividade
da criança, onde tudo pode acontecer. As diversas músicas podem ser
trabalhadas para brincadeiras, descontração, linguagem dos gestos,
etc...
3.3 - PROPOSTA DE ATIVIDADE
TÍTULO: Lobato e a língua
Acreditando que o conhecimento do mundo é construído pelo saber
adquirido ao longo da vida das pessoas e que é através das várias
leituras que o sujeito se apropria do conhecimento. Como sugestão de
atividade, proponho a leitura da obra de Monteiro Lobato: Emília no País
da Gramática. O livro conta da viagem de Emília, Narizinho, Visconde e o
rinoceronte Quindim ao país da gramática. A língua é representada como
um país onde Portugália é uma cidade que apresenta as classes
gramaticais como sendo os bairros, uns centrais outros de periferia. Os
personagens neste passeio apresentam através do diálogo as classes
gramaticais, além da ortografia, significação e etimologia de alguns
vocábulos.
A partir da atividade de leitura o professor deve conduzir o aluno
para momentos de intuição, imaginação e criatividade fazendo com que
11
ele possa interagir com o texto. Este espaço antes ou depois da leitura
serve para a troca de idéias e comentários pertinentes à compreensão.
Outras sugestões de atividades podem ser: maquete dos personagens
e do país da gramática apresentados no livro, pesquisa bibliográfica e
jornal falado. Ressaltar para os alunos a importância da bonequinha de
pano (Emília) e sua mania de falar tudo o que tem vontade e de trocar o
nome das coisas.
Esta proposta de atividade será válida em 8ª série ou 1ª série do
ensino médio, pois os alunos já estão familiarizados com as
nomenclaturas apresentadas. Acredito que a leitura será uma forma de
revisão gramatical e ao mesmo tempo oportunizar a leitura em sala de
aula para o educando.
Conseqüentemente, uma atividade é a própria leitura, outra é a
revisão do já conhecido com intervenções do professor e explicações no
caso de dúvidas. Outras leituras da mesma coleção de Lobato podem ser:
A Aritmética de Emília na disciplina de matemática; Histórias das
Invenções na disciplina de história; Geografia de Dona Benta na
disciplina de geografia. Tais livros contemplam o trabalho com leitura e
o conteúdo de cada área.
REFERÊNCIAS:
LOBATO, Monteiro. Emília no país da gramática. 27ª edição. Brasiliense. São Paulo, 1994.________. A Aritmética de Emília. 27ª edição. Brasiliense. São Paulo, 1994.
________. Histórias das Invenções. 27ª edição. Brasiliense. São Paulo, 1994.
12
________. Geografia de Dona Benta. 27ª edição. Brasiliense. São Paulo, 1994.
3.4 – IMAGEM
(Fonte: Portal Dia-a dia da Educação)
Comentário:
A imagem selecionada por mim vem ilustrar minhas propostas de
atividades quando selecionei as obras de Monteiro Lobato. O desenho
representa os personagens do Sítio do Picapau Amarelo, onde se
destacam a bonequinha de pano Emília, o Visconde de Sabugosa e o
porco Rabicó. Ao fundo a representação do sítio da Dona Benta.
4 - RECURSOS DE INFORMAÇÃO
4.1 - LIVROS
Sabemos que todo falante de português possui um conhecimento
implícito altamente elaborado da língua, por mais que não consiga
explicar esse conhecimento, ele foi adquirido de maneira natural e
espontânea. E para que haja comunicação é preciso que os
13
interlocutores tenham em comum mais do que o conhecimento de uma
língua, é necessário que compartilhem os mesmos conhecimentos do
mundo em geral. Quanto mais você souber sobre o mundo, mais chances
você terá de entender o que ler ou ouvir.
REFERÊNCIA:
PERINI, Mário. Sofrendo a gramática. Ática. São Paulo, 2005.
Antes mesmo de aprender a ler e a escrever palavras ou frases, já
estamos “lendo” o mundo que nos rodeia. Podemos dizer que a “leitura
da palavra não é apenas precedida da leitura de mundo, mas por uma
forma de escrevê-lo ou reescrevê-lo quer dizer, de transformá-lo através
de nossa prática consciente.” O entendimento das coisas que nos
rodeiam fazem parte da leitura de mundo que vamos adquirindo ao longo
de nossas vidas. Assim, quanto mais eu me formar e informar mais
condições terei de fazer as diversas leituras do mundo que me cerca.
REFERÊNCIA:
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. Cortez. São Paulo, 2005.
No livro, Histórias de quadros e leitores, nove artistas plásticos e
nove escritores representam o mundo dos livros em diferentes
linguagens. Através de histórias de gente comum que fazem o Brasil, os
autores mexem com o leitor, instigando-o a entrar neste mundo
maravilhoso dos livros. Uma das histórias presente na obra é o texto:
Histórias de mãe e filho, de Moacyr Scliar e o quadro em aquarela e
guache de Lasar Segall, Gestante com livro. A narrativa começa assim:
14
“Vou começar fazendo uma pergunta: quantas pessoas estão no quadro?
Uma pessoa, você diz. Sim uma pessoa a gente vê. Mas na verdade
existem aí duas pessoas. Melhor dizendo, uma pessoa e uma pessoinha.
Minha mãe e eu.” (...)
A história retrata a busca e a realização de uma mulher castigada
pela discriminação. Analfabeta, no início, mas no final consegue realizar
seu sonho.
REFERÊNCIA:
LAJOLO, Marisa. Antologia de contos contemporâneos: histórias de quadros e leitores. 1ª edição. Moderna. São Paulo, 2006.
Sartre tinha uma relação mágica com os livros, tanto que usa da
linguagem dos poetas para falar de seu envolvimento com a leitura e os
livros:
“Deixava-me vagabundear pela biblioteca e eu dava assaltos à
sabedoria humana.
Foi ela quem me fez (...)
As densas lembranças, e a doce sem-razão das crianças do campo,
em vão procurá-las-ia, eu, em mim. Nunca esgaravatei a terra nem
farejei ninhos, nem joguei pedras nos passarinhos. Mas os livros foram
meus passarinhos e meus ninhos, meus animais domésticos, meu
estábulo e meu campo; a biblioteca era o mundo colhido num espelho;
tinha a sua espessura infinita, a sua variedade e a sua imprevisibilidade.”
REFERÊNCIA: REVISTA NOVA ESCOLA. Ano XIII – Nº 112. Fundação Victor Civita. Maio de 1998.
15
4.2 - INTERNET
TÍTULO: Biblioteca Virtual do Estudante de Língua Portuguesa – Escola do Futuro USP.
Disponível em: http://www.bibvirt.futuro.usp.br/content/view/full/211 : Acessado em fevereiro de 2008.
Comentário:
Este sítio está disponível para qualquer navegador da Internet que
queira conhecer mais e ler mais obras literárias. É um recurso que os
jovens podem utilizar para lerem mais, já que o computador se tornou
uma ferramenta de informação e lazer onde os mais novos se vêem
atraídos.
4.3 - REVISTA DE CIRCULAÇÃO
REFERÊNCIA: Revista Discutindo Literatura – Ano 2 , p.10 – Nº 10. Escala Educacional.
Texto:
“A curiosidade do ser humano é insaciável. Na sociedade moderna,
o leitor não se contenta com a obra. Às vezes, ele também quer saber as
motivações e o processo criativo que resultaram naquele trabalho (...) os
livros Por que Escrevo? e Como Escrevo? São coletâneas de depoimentos
de escritores, jornalistas e poetas sobre o ato de escrever. Ao fim de
cada um há uma série de artigos reflexivos sobre o tema.
O primeiro livro da série trata da pergunta que já foi repetida
inúmeras vezes: por que ou para que escrever? José Domingos de Brito
selecionou mais de cem personagens e um acervo de informações,
16
obtidas em entrevistas publicadas em revistas, jornais e livros, sobre o
processo de escrita desses autores.
Não faltam declarações bem-humoradas, como a de Manuel
Bandeira, que dizia que fazia versos porque não sabia fazer música; ou a
de Gabriel Garcia Márquez, que afirmou que escreve para que os amigos
o amem mais. Também há gente que escreve por necessidade – como
diria Monteiro Lobato, por “exigência orgânica” -, outros consideram a
escrita uma missão das mais nobres – Nelida Piñon diz que é o
“compromisso mais avançado” que tem com a vida.
Se o primeiro livro apresenta as motivações que levaram as
pessoas a escrever, o segundo tenta desvendar o processo de criação
literária. Como Escrevo, afirma Domingos de Brito, foi inspirado em um
livro francês de 1932, encontrado por ele em um sebo de São Paulo.
Nesse mundo de paparazzi, câmeras ocultas e Bib Brother é divertido
descobrir as manias e superstições dos escritores.
Existem aqueles que planejam rigorosamente todo o processo:
José Saramago, por exemplo, escreve duas páginas diárias, nem mais
nem menos; Júlio Verne, por sua vez, diz nunca ter iniciado uma obra
sem saber o começo, o meio e o fim dela. Há os partidários da
inspiração, como Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado, da
mesma forma que existem os que não acreditam nessas palavras e são
estritos devotos da disciplina. Uns trabalham ao som de música; outros,
no absoluto silêncio.
Ao apresentar os bastidores da Literatura, o maior mérito do livro é
provar que essas pessoas – quase sempre tidas como ídolos inatingíveis,
17
acima do bem e do mal – possuem as mesmas aflições e dificuldades que
nós, pobres mortais. Que o diga Clarice Lispector, para quem “o
processo de escrever é feito de erros.”
Comentário:
A reportagem apresentada acima fala a respeito da coleção
Mistérios da Criação Literária, onde revela o processo criativo e a
inspiração de autores consagrados como Saramago, Garcia Márquez,
Clarice Lispector e Júlio Verne entre outros. Afirma que os escritores
possuem as mesmas aflições e dificuldades que nós quando diante do ato
da escrita.
4.4 – DESTAQUE TÍTULO: Entre o papel e o eletrônico
REFERÊNCIA: Estado de Minas – 12/03/2008 – Jackson Romanelli
Texto:
“Ler algo em torno de 50 livros num ano é algo raro. Mas é o que
faz o estudante Thiago Lana, de 16 anos e no 2º ano do Colégio Santo
Antônio. Sempre com um livro à mão, tomou gosto pela leitura ainda
criança e a prática fez com que conseguisse ler de forma mais dinâmica.
Na escola percebe que são poucos os amigos que apreciam a leitura. A
maioria prefere ficar no vídeo-game, computador ou outras diversões.
Creio que temos uma carga de estudo muito pesada, exigindo do aluno
longas horas de estudo. Então compreendo que nas horas vagas não
queiram mais estar diante de um livro,”opina.
18
Apesar de gostar de ler, Cecília Reis Braga Macedo, de 16 anos,
confessa não devorar tantos livros quanto gostaria. Fã de Harry Potter e
Senhor dos Anéis, diz adorar histórias de fantasias. Obras mais
reflexivas também fazem parte de sua biblioteca, tais como 1984 e
Admirável Mundo Novo. “Leio mais nas férias do que durante o período
que estou em aulas, quando tenho muito o que estudar”, justifica. O
contraste entre as obras literárias e a versão cinematográfica a fascina.
“Acho interessante essa comparação. Não deixa de ser um exercício que
compara a maior capacidade crítica de quem lê. Percebo um maior
amadurecimento, maior capacidade de organizar as idéias, melhoria na
escrita e fluidez na fala no texto em quem tem o hábito de ler”, destaca
Cecília que é aluna do 3º ano do Colégio Santo Antônio.
André Luiz Silva, de 22 anos, cursando o 4º período de jornalismo,
lê muito, de preferência, crônica. Tem em Machado de Assis, Affonso
Romano de Sant’ana, Rubem Alves e Carlos Drummond de Andrade seus
escritores prediletos. É deste último um dos livros que mais apreciou: De
notícias e não notícias fazem-se crônicas, lido duas vezes. “A leitura
molda minha forma de lidar e ver o mundo, pois passo a carregar
diferentes opiniões para formar a minha”, reflete.
Por perceber que é um hábito em desuso, até entre os colegas de
classe, no último Natal André optou por dar apenas livros de presente.
Foram 17 obras diferentes. “O Brasil tem o problema de o livro ser caro.
Mas as pessoas conseguem boa literatura e exemplares conservados em
sebos, a um preço bem melhor. As editoras deveriam apostar na venda
em quantidade, para garantir o lucro. E o governo poderia isentar de
19
impostos”, propõe André, que em parceria com o irmão publica alguns
de seus textos no blog www.insightrepetido.blogspot.com.br.
No lado oposto está o estudante do 7º período de ciências de
computação na Famec, Victor Montanari Gott, de 26, que admite não ler
praticamente nada. “Quando leio alguma coisa, opto por jornal ou
assuntos relacionados ao meu curso, profissão ou futebol. Mas no meu
tempo livre prefiro algum programa de entretenimento na TV ou filme.
Lia mais quando ainda estava no colégio. Sei que deveria ler mais, mas
falta tempo. Creio que hoje a maioria dos adolescentes e jovens é assim.
Se perguntar se prefere ler um livro ou jogar vídeo-game, vai preferir o
eletrônico”, pontua ele, que não consegue se lembrar de um livro que
tenha lhe marcado.
O ritmo de leitura é menor do que o desejado para Raquel
Gonzaga de Oliveira, de 22, e no 7º período de veterinária na UFMG.
Segundo ela, o volume de livros caiu bastante na universidade. “Gosto de
leitura nacional, especialmente Machado de Assis, mas só consigo ler um
livro a cada dois meses. É uma ótima ferramenta para ampliar o
vocabulário. Essas obras mais antigas sempre trazem alguma palavra
nova. O dicionário tem que estar sempre perto”, sinaliza.
Comentário:
Através do depoimento de jovens de diversas idades, a reportagem
consegue evidenciar a falta de leitura que há mesmo no ambiente
escolar. Muitas desculpas para não se efetivar o ato de ler. É uma pena
que ainda tenhamos esta realidade, embora a Escola desde os primeiros
anos tente formar esse hábito.
20
4.5 – PARANÁ
TÍTULO: Crianças têm Gincana da Leitura na Biblioteca Pública
durante as férias.
REFERÊNCIA: Agência Estadual de Notícias / janeiro de 2008.
Texto:
A criançada pode aproveitar o período de3 férias escolares para
participar da Gincana da Leitura na Biblioteca Pública do Paraná. A
atividade cultural será realizada sempre às segundas, quartas e sextas-
feiras,durante este mês, e a entrega de prêmios está marcada para 16 de
fevereiro. As inscrições abertas nesta segunda-feira(7), na Seção Infantil
da Biblioteca Pública e podem ser feitas das 8h30 às 19h.
Neide Camargo Muti, chefe da divisão de Coleções Especiais,”
explica que a idéia do projeto é motivar as crianças para a prática da
leitura como lazer.”Crianças de 5 a 12 anos serão agrupadas por faixa
etária e cada grupo terá listagem com 10 livros. O participante da
gincana escolhe 5 obras para ler até o dia 12 do mês que vem. A leitura
poderá acontecer na Seção Infantil ou mediante empréstimo do livro
para leitura em casa. De cada título sugerido um exemplar ficará
reservado na seção.
Durante o período da gincana, todas as segundas, quartas e sextas-
feiras, das 10h às 12h e das 16h às 18h, a criança vai à Seção Infantil
para responder a três perguntas de cada livro. “As perguntas serão
sorteadas de um total de 10 para cada título e cada resposta certa vale 5
21
pontos. Com a leitura de cinco livros e acerto de todas as perguntas, a
criança poderá alcançar até 75 pontos, diz Neide.”
Segundo Neide, para completar a pontuação (máxima de 100
pontos) a criança deverá fazer um trabalho em artes plásticas na Seção
Infantil (desenho, dobradura, pintura ou colagem), conforme sua
escolha, representando algo relacionado ao livro lido. Os materiais serão
fornecidos pela Biblioteca Pública do Paraná (sucata, tinta, papel e lápis
de cor).
Todos os participantes que alcançarem no mínimo 50 pontos
receberão certificado.Troféus serão entregues aos três primeiros
colocados de cada faixa etária, no dia 21 do mês que vem a partir das
15h.
Comentário:
A iniciativa é válida e pode ser seguida pelos professores da rede
pública para incentivo à leitura, pois todo projeto que promova o ato de
ler é bem-vindo. Só resta fazermos acontecer nas realidades das escolas.
22