O Violão de 8 Cordas Como Instrumento Acompanhador Do Canto Popular Brasileiro
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS !!!!!!!!!!!
O VIOLÃO DE 8 CORDAS COMO INSTRUMENTO ACOMPANHADOR DO CANTO POPULAR
BRASILEIRO
!!!!!!!!!!!Clidney de Amorim Couteiro Orientador: Prof. Dr. Werner Aguiar !!!!!!!!!!!!
Goiânia 2012
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CLIDNEY DE AMORIM COUTEIRO !!!!!!! !!!!!!O VIOLÃO DE 8 CORDAS COMO INSTRUMENTO
ACOMPANHADOR DO CANTO POPULAR BRASILEIRO !!!!!!
Artigo apresentado ao Curso de Mestrado em Música do Programa de Pós Graduação Strictu Sensu da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Música. Linha de Pesquisa: Música, Criação e Expressão Orientador: Prof. Dr. Werner Aguiar !!!!!!!!!!!!!
Goiânia 2012 !
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CLIDNEY DE AMORIM COUTEIRO !!!!!!!!O VIOLÃO DE 8 CORDAS COMO INSTRUMENTO ACOMPANHADOR
DO CANTO POPULAR BRASILEIRO !!!!! Trabalho final defendido no Curso de Mestrado em Música da Escola de Música e
Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (produção artística acompanhada de artigo),
para obtenção do grau de Mestre em Música, aprovado em quatro de abril de 2012, pela
Banca Examinadora constituída pelos seguintes professores:
!!!!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Prof. Dr. Werner Aguiar - UFG Presidente da Banca !!!!
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Prof. Dr. Johnson Machado - UFG !!!!
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Prof. Dr. Luiz Otávio Braga - UNIRIO
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!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Dedico este Artigo a meus pais Vilma e José Couteiro, a tia Wanda e irmãos pelo incentivo e a
minha companheira Sabah Moraes pelas horas de enriquecidos debates.
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RESUMO ! Esta pesquisa tem como proposta a elaboração de quatro arranjos para o violão de 8
cordas, objetivando demonstrar e explorar as potencialidades desse instrumento no
acompanhamento do canto popular. Para a realização deste artigo foram utilizadas
transcrições das canções “Consolação” de Baden Powell e Vinicius de Moraes (1913-1980) e
“Capitu” de Luiz Tatit (1951), que forneceram a base para a criação dos quatro arranjos. Além
disso, foram investigadas as formas de utilização do violão de 7 cordas no choro e no samba,
bem como o uso das “levadas” do contrabaixo na MPB, entre outras construções musicais
típicas do papel do violão na tradição da MPB como forma de subsidiar os arranjos propostos.
!!PALAVRAS CHAVES: Violão, 8 cordas, arranjos, MPB, choro, Garoto, acompanhamento, Paulo Bellinati, Baden Powell, Marco Pereira.
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ABSTRACT
! The purpose of this research is the elaboration of four arranges for the 8-strings guitar,
aiming the demonstration and exploration of the potentialities of this instrument in the
accompaniment of popular singing. In order to compose this article transcriptions of the songs
“Consolação” by Baden Powell and Vinicius de Moraes (1913-1980) and “Capitu” by Luiz
Tatit were used, which provided the base for the creation of the four arranges. Besides that,
the forms of utilization of the 7-strings guitar in “choro” and “samba” were investigated, as
well as the use of the bass beat in MPB, among other musical constructions typical of the
guitar role in the tradition of MPB as a way of subsidize the proposed arranges.
!KEYWORDS: Guitar, 8 strings, arrangement, MPB, choro, Garoto, accompaniment, Paulo Bellinati, Baden Powell, Marco Pereira.
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SUMÁRIO
!1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------- 8
!2. JUSTIFICATIVA ----------------------------------------------------------------------------- 10
!3. ASPECTOS DA TRAJETÓRIA DO VIOLÃO POPULAR BRASILEIRO E O
ACOMPANHAMENTO DO CANTO POPULAR --------------------------------------------- 11
!4. ANÁLISES DE ARRANJOS --------------------------------------------------------------- 16 4.1. Análise da canção “Consolação” ---------------------------------------------------------------------- 17 4.2. Capitu ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 24
!5. O VIOLÃO DE 8 CORDAS E O ACOMPANHAMENTO DO CANTO
POPULAR ---------------------------------------------------------------------------------------------- 26 5.1. Arranjos de “A Lenda do Abaeté” e “Cio das Águas” ---------------------------------------------- 26 5.2. Arranjos de “Pauapixuna” e “Ijexa” ------------------------------------------------------------------ 38
!6. CONSIDERAÇÕES FINAIS -------------------------------------------------------------- 42
!7. REFERÊNCIAS ------------------------------------------------------------------------------ 43
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1. INTRODUÇÃO
!Esta pesquisa tem como objeto principal demonstrar e explorar as potencialidades do
violão de 8 cordas no acompanhamento do canto popular, através da elaboração de quatro
arranjos para o instrumento. Para isso, tomaremos como base a tradição do violão como
instrumento acompanhador na música popular brasileira, a qual é bastante rica sob o ponto de
vista da incorporação de diversas tendências e concepções de diferentes estilos e referências
musicais. Nesse sentido, ressaltamos o estreito relacionamento entre as tradições do samba,
do choro, do jazz mediadas pelo tratamento do discurso musical através de recursos e técnicas
composicionais. Desse diálogo resulta uma linguagem violonística que pode ser observada
mais especificamente nos trabalhos e obras dos violonistas Paulo Bellinati (1950) e Marco
Pereira (1950), em seus respectivos cds: “Afro-Sambas”, com a cantora Monica Salmaso
(1971) e “Eu me Transformo em Outra”, com Zélia Duncan (1964). Justamente por
sintetizarem esse relacionamento e pelo fato desses instrumentistas/arranjadores/compositores
evocarem em seus trabalhos um grande conjunto de possibilidades para escrita, emprego e
execução do violão como instrumento acompanhador do canto popular, eles serviram como
base para a presente pesquisa.
Em sua releitura dos afro-sambas de Baden Powell (1937–2000), Bellinati, consolida
um leque de possibilidades que, além dos aspectos da harmonia, melodia e ritmo calcados na
tradição do violão popular brasileiro, apresentam diversos recursos instrumentais (rasgueados,
harmônicos, pizzicatos, glissandos, scordaturas, campanellas, trémolos, tamboras, son sifflè,
recursos timbrísticos etc.), bem como o uso percussivo do instrumento e outras técnicas e
recursos composicionais.
Em diversas canções do CD “Eu me Transformo em Outras”, Marco Pereira utiliza o
violão de 8 cordas empregando-o em certos momentos como acompanhador ou solista e em
outros, como instrumento de condução grave, “substituindo” o contrabaixo no conjunto
musical. Dessa forma, o CD tornou-se indispensável para o presente estudo, pois nele há a
demonstração da possibilidade de emprego do violão de 8 cordas como instrumento
acompanhador do canto popular.
Para a elaboração deste artigo foram utilizadas transcrições das canções “Consolação”
de Baden Powell e Vinicius de Moraes (1913-1980) e “Capitu” de Luiz Tatit (1951), que
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forneceram a base para a criação dos quatro arranjos para canto e violão de 8 cordas por este
pesquisador. Além disso, foram investigadas as formas de utilização do violão de 7 cordas no
choro e no samba, bem como o uso das “levadas” do contrabaixo na música popular, entre 1
outras construções musicais típicas do papel do violão na tradição da MPB como forma de 2
subsidiar os arranjos propostos.
Para o emprego do violão de 8 cordas na proposta deste trabalho, optou-se pelo uso de
duas cordas mais graves (7ª corda afinada em Si1 e a 8ª afinada em Fá#1), pois permitem a
expansão da funcionalidade harmônica através do acréscimo do registro grave. Como se sabe,
o aumento da tessitura do violão nesse sentido (seguindo uma tradição em que se acrescentou
uma sétima corda ao violão de 6) permite que o instrumento, como acompanhador, ganhe
mais eficiência, pois amplia a capacidade de execução de frases melódicas típicas do violão
de 7 cordas, aproveita as conduções características do contrabaixo popular, substituindo-o em
algumas ocasiões e enriquece a harmonia com a profundidade sonora dos baixos
Consequentemente, observa-se a necessidade de adequar a notação musical para o
violão de 8 cordas com duas pautas nas claves de sol e fá, mantendo-se a transposição de
oitava. Elimina-se dessa maneira o uso excessivo de linhas suplementares e facilita-se tanto a
leitura como a escrita.
!
Termo utilizado na música popular brasileira que refere-se à condução melódica/rítmica do contrabaixo.1
Sigla usada neste trabalho apenas como abreviação da expressão “música popular brasileira”, não possuindo 2
relação com o gênero conhecido por MPB.
�10
2. JUSTIFICATIVA
! Esta pesquisa se apresenta como forma de contribuir para a difusão do violão de 8
cordas na MPB. Podemos observar o crescimento de sua utilização entre os violonistas atuais,
a exemplo de Marco Pereira, que uniu as características da base harmônica/melódica/rítmica
do violão de 6 cordas, a linha de contraponto do violão de 7 cordas e o apoio harmônico do
contrabaixo. A observação desta complexa e elaborada forma de arranjar nos aponta novos
caminhos, justificando o interesse da presente investigação.
Historicamente, os caminhos do canto popular e do violão sempre se entrecruzaram.
Segundo Lima (2003), “acompanhar requer uma grande habilidade de estabelecer um “clima”
ou uma ambiência sonora apropriada à parte principal, criando nessa ambiência um colorido
adequado aos meios expressivos conforme o caráter da obra.” A riqueza dos arranjos e da
combinação voz e violão encontradas no CD de Salmaso e Bellinati (1996) reafirmam a
importância do cuidado com o arranjo violonístico no acompanhamento do canto na MPB que
articula os recursos jazzísticos, com suas harmonias ricas, o choro, com seus contrapontos
melódicos e o samba, com sua riqueza rítmica explicitamente encontradas nesse CD.
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3. ASPECTOS DA TRAJETÓRIA DO VIOLÃO POPULAR BRASILEIRO
E O ACOMPANHAMENTO DO CANTO POPULAR
!Com o nascimento do choro, por volta de 1870, o violão aparece como um dos
principais instrumentos, tornando-o obrigatório nas diversas formações da então MPB.
O conjunto de choro, inicialmente formado pelo violão, cavaco e flauta
(posteriormente o pandeiro e outros instrumentos solistas, como o saxofone e o clarinete,
entre outros), foi o ambiente propício para o violão galgar novas possibilidades musicais. No
inicio do século XX, o violão de 7 cordas aparece no regional, que segundo Pellegrine (2005)
teria possivelmente chegado através dos russos que frequentavam a casa da Tia Ciata, já que o
instrumento era muito popular entre os ciganos da Rússia ou, seguindo outra teoria, poderia
ter sido trazido da França por Arthur de Souza Nascimento (1886-1957), conhecido como
Tuti, sendo ele o pioneiro da utilização desse instrumento no choro.
Um dos maiores representantes do violão de 7 cordas foi sem dúvida Horondino José
da Silva (1918-2006), o Dino Sete Cordas. Dino revolucionou a forma de tocar o instrumento,
como pode ser observado nas inúmeras gravações deixadas por ele. Entre elas, a do samba-
canção “As Rosas não Falam”, de autoria do mestre Cartola (1908-1980), em que já nos 8
primeiros compassos, vários elementos musicais como arpejos, aproximação cromática e
inversão de acordes são expostos. Estes elementos, os quais denominamos “baixarias” são
bastante utilizados pelo violão de 7 cordas para criação das frases melódicas e se tornaram
idiomáticos do choro. Alguns podem ser observados nesta transcrição:
!Exemplo nº1: “As Rosas não Falam” - transcrição de Manuela Marinho. In: Braga, 2004.
Nas primeiras três décadas do Século XX surgiram instrumentistas que
proporcionaram grande desenvolvimento ao violão, tornando-o instrumento presente em todo
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tipo de espaço de ação cultural e musical. Podemos citar nomes como Américo Jacomino
(1889-1928), o paraguaio Agustín Barrios (1885-1944) e a espanhola Josefina Robledo
(1892-1972). Estes, segundo Antunes (2008), foram os primeiros propulsores da arte solista
do violão no Brasil. Sobre Américo Jacomino, Medeiros (2007) afirma:
!“Canhoto pode ser considerado um dos primeiros violonistas importantes da história do violão brasileiro, pela linguagem instrumental que adotou e pela influência exercida para a geração posterior de instrumentistas da qual faz parte Dilermando Reis.” p. 2. !
Além de Dilermando Reis (1916-1955), podemos destacar também, compositores
instrumentistas que durante a “Era de Ouro” do rádio, período que compreende
aproximadamente as décadas de 30 a 50, tiveram um papel importante para a difusão do
instrumento, seja como instrumento acompanhador, seja como solista, nomes como João
Pernambuco (1883-1947) e Garoto (1915-1955) , entre outros. Aníbal Augusto Sardinha
(Garoto), deixou uma vasta obra, de vital importância para a formação do violão solista
popular brasileiro. Sua forma de compor entrelaça elementos técnicos do violão com os
gêneros da música popular brasileira. Nela “percebe-se uma melodia sinuosa, virtuosística, e
um acompanhamento típico do choro com uma harmonia modulante e inesperada”,
“colocando-a em uma posição de vanguarda em relação ao seu tempo”, como afirma Delneri
(2009).
A partir da influência do jazz, especialmente no que tange a harmonia, Garoto e outros
compositores como Radamés Gnatalli (1906-1988), deram um passo à frente da música de
sua época, na qual as progressões harmônicas eram usadas de forma mais previsível. A
sofisticação harmônica de Garoto inspirou vários instrumentistas e compositores da futura
bossa-nova, como por exemplo, Baden Powell, Luiz Bonfá e outros.
!“A utilização de harmonias cromáticas, nos choros de Garoto, não ocorre apenas com a função estender a tonalidade ou criar ambiguidade. A expressão do movimento melódico por semitons sucessivos, nas passagens de ligação entre acordes, passa a ser um recurso da composição. Servindo-se dos conceitos de substituição e interpolação da harmonia, Garoto cria progressões harmônicas que surgem como informações “inesperadas”, não apenas com a função de ampliação ou para evitar a redundância. Esses elementos gramaticais e paradigmáticos, da teoria da harmonia dos acordes, elevam-se em parâmetros que definem a expressão da arte e a personalidade do compositor.” DELNERI, 2009, p. 40. !!
�13
Dentre esses elementos citados, observamos no choro “Jorge do Fusa” o emprego
também a escala hexafônica, incomum na música popular:
Delneri também ressalta que muitos estudiosos, intérpretes e críticos da MPB
consideram Garoto como o percursor da Bossa Nova:
!“Garoto não sinalizou alguma intenção de inventar uma música ou de estabelecer uma ruptura com a tradição. A consciência e o domínio de sua arte estão aparentes em suas composições. Esse espaço de devaneio e invenção era propício à criação de uma obra que se expande para territórios novos. Garoto fez música popular e se manteve nos limites do seu tempo e lugar.” (p. 39) !
Tinhorão (1997) observa que na Década de 60, no Rio de Janeiro, sendo o violão um
dos instrumentos mais populares, foi bastante utilizado pela maioria dos novos compositores
que buscavam na simplicidade do canto sincopado da bossa-nova uma nova forma de
expressão.
Podemos verificar que, após a década de 60, houve uma mudança na maneira de se
acompanhar o canto popular. Costa (2006) observa que o violão tinha um papel de base
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rítmico/harmônico e de contraponto com a voz principal no período que antecede a bossa-
nova. Com o surgimento desta, houve uma “simplificação” na forma de tocar o instrumento,
que antes apresentava uma carga maior de informação. Após a bossa-nova o acompanhamento
ao violão se tornou cada vez mais restrito ao aspecto rítmico/harmônico, perdendo sua função
melódica e contrapontística.
Na década de 60, podemos destacar Baden Powell como grande representante do
violão solo. Baden começou seus estudos de violão com um dos grandes professores da
época, Jayme Florence (1909-1982), conhecido como Meira (professor também de Raphael
Rabello (1962-1995) e de outros grandes músicos). Baden navegava fluentemente em duas
vertentes: a música erudita e a popular. Com influências declaradas, segundo Schroeder
(2010), Baden sempre ressaltava por um lado nomes como o de Francisco Tárrega
(1852-1909), Fernando Sor (1778-1839) e Andrés Segovia (1893-1987) e por outro,
Dilermando Reis e Garoto como fontes de inspiração.
Matéria prima de nosso trabalho, os “Afro-sambas” de Baden e Vinícius de Morais
(LP gravado em 1966) tornaram-se relevantes por trazerem elementos que transitam por
vários caminhos: a música de tradição afro conduzida pela poesia apoiada por células rítmicas
em simbiose com o samba; o jazz com suas tensões e progressões harmônicas e por fim, a
melodia modal.
No período em que foram compostos início da década de 60, vale ressaltar que Baden
estudava canto gregoriano com o maestro Moacyr Santos (1926-2006). Percebendo
semelhança entre os cânticos africanos com as melodias modais, segundo Lisboa (2005),
começou a criar composições que transitavam entre as canções africanas oriundas do
candomblé e o modalismo gregoriano. Com base harmônica no jazz e a rítmica africana,
nasceram os oitos afro-sambas que compõem o disco.
Na primeira parte da canção “Consolação” podemos observar a melodia no modo
Eólico usada pelo compositor:
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O LP “Os Afro-Sambas de Baden e Vinicius” foi gravado entre os dias 3 e 6 de Janeiro
de 1966 e teve a regência e arranjos de Guerra Peixe (1914–1993). O maestro buscou obter
uma sonoridade mais rústica, que lembrasse os terreiros de candomblé, gravando tudo ao
vivo, resultando em uma experiência sonora única e genuína. Segundo Lisboa, Baden
considerava o álbum “mal gravado”, regravando-o em 1991 com o emprego de recursos
digitais, o que aumentou sua qualidade sonora. Além dos compositores, Vinicius de Moraes e
o próprio Baden Powell, o disco de 1966, conta com a participação do quarteto em Cy nos
vocais e de amigos, na maioria amadores e teve enorme projeção com excelentes críticas,
tornando-o uma referência mundial para a MPB e influenciou gerações de músicos como
Paulo Bellinati e Monica Salmaso.
Nas décadas que se seguem, de 1970 aos dias atuais, surgiram grandes nomes no
cenário violonístico brasileiro, trazendo de uma forma ou de outra, na bagagem, a herança
musical deixada pelos mestres Garoto e Dino. Citando alguns nomes, de uma extensa lista de
performers, podemos fazer referência a Paulo Bellinati, Raphael Rabello, Sebastião Tapajós,
Nonato Luiz, Marco Pereira, Guinga, Ulisses Rocha, Egberto Gismonti, André Geraissati e os
mais novos como Yamandú Costa, Rogério Caetano, Marcello Gonçalves e Zé Paulo Becker,
Zezo Ribeiro, Alessandro Penezzi, esses dois últimos, misturando influências flamencas com
a MPB.
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4. ANÁLISES DE ARRANJOS ! Com o objetivo de criar e sugerir arranjos para o violão de 8 cordas como
acompanhador do canto popular que explorassem suas possibilidades instrumentais e que ao
mesmo tempo tivessem em conta a rica tradição da MPB, orientamos a presente investigação
para a observação e o estudo de arranjos de violonistas reconhecidos no cenário musical
brasileiro. Dessa maneira, tornou-se imprescindível um exame que reconhecesse esses
aspectos em obras representativas da MPB e estruturadas em arranjos articulados a partir de
recursos técnicos composicionais que exploram mais amplamente as potencialidades do
violão, seja no aspecto rítmico harmônico, seja do ponto de vista da capacidade melódico
contrapontística ou ainda quanto a envergadura timbrística ou relativa a efeitos percussivos,
entre outras particularidades instrumentais.
Dentre tantas possibilidades oferecidas pela tradição e repertório da MPB, nos
deparamos com a obra de Baden Powell na visão de Paulo Bellinatti, cujos arranjos dos Afro-
Sambas sintetizam perfeitamente os elementos técnicos, culturais e musicais aqui elencados.
Para esse exame em detalhe e com esse objetivo, a que podemos aqui chamar de análise
musical, escolhemos como foco a canção “Consolação”, buscando nela, os elementos nos
quais pudéssemos posteriormente aplicar na elaboração, por sua vez, dos arranjos das canções
“A Lenda do Abaeté” de Dorival Caymmi (1914–2008) e “Cio das Águas” de João Cintra,
Chico Aafa e Ekton Silva.
Procuramos identificar os elementos e aspectos musicais recorrentes da tradição do
violão e que estruturam o acompanhamento da música popular. Partindo de um primeiro
exame (Quadro 1), obtivemos o Quadro 2 que trata da identificação das estruturas musicais do
arranjo, observando a forma em que ele se organiza.
!!
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4.1. Análise da canção “Consolação” !
Quadro 1 – Análise de “Consolação”
Compasso Ocorrências
1-15
O violão faz uma imitação rítmica dos instrumentos de percussão nos registros grave e agudo. A melodia sofre uma re-harmonização que substitui o Im – Vm da harmonia original por tensões (4ª, 6ª, 7ª e 9ª) no acorde de Dm sem descaracterizar o modo eólico.
16-26
O acompanhamento do violão e a melodia do canto dialogam em uma imitação em 8ª, como pergunta e resposta. O arranjo, no entanto inverte a ordem do diálogo que muitas vezes ocorre na tradição da MPB em que o baixo é utilizado para responder a mesma melodia da linha principal. No caso em questão, a imitação se dá a partir da antecipação do canto na linha do baixo instrumental apoiado com o acorde de Dm7.
27O instrumento faz uma preparação rítmica/harmônica para o IV grau, com base tonal, caracterizando uma convenção rítmica/harmônica.
28-33
O violão assume a base rítmica/harmônica. É bem clara a re-harmonização com o emprego da progressão de quartas, muito usada no jazz e que foi vertida na bossa-nova e na música de Garoto, assim como o uso de dominantes secundárias, para preparar os acordes subsequentes, com seu subV7: G7(13) – Db7(9) – C7(9) – Gb7(9) – F7(13) – Cb7(#9) – Bb7M, seguindo por uma progressão harmônica com baixo invertido com movimento cromático ascendente.
33-35 O violão dobra a melodia pentatônica feita pela voz, acrescentando uma quarta na segunda voz.
36-40 O violão faz uma ponte rítmica sobre o acorde quartal.
40-47 O instrumento realiza um contraponto no grave com a melodia.
48-51 O violão faz a melodia principal seguido de resposta pelo canto.
�18
! Com base na análise da canção identificamos os elementos musicais e os recursos
composicionais diretamente relacionados a realização do arranjo que usaremos como base
para o desenvolvimento dos arranjos propostos:
!
52-59A voz e o violão trabalham este trecho baseado na parte do contraponto do violão à melodia nos compassos 40-47. O violão é tocado em pizzicato.
Coda Volta a ideia inicial com uma pequena variação no final.
Quadro 1 – Análise de “Consolação”
Compasso Ocorrências
Quadro 2 – Constâncias Musicais de “Consolação”
Sigla Constâncias Musicais
IR Imitação rítmica dos instrumentos de percussão
DM Dobramento de Melodia
PR Pergunta e resposta
BI Progressões harmônicas com baixo invertido
CM Cromatismo Melódico
CH Cromatismo Harmônico
PZ Pizzicato
CR Convenções Rítmicas
BC Baixo como condução rítmica/harmônica
BS Base harmônica/rítmica
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4.2. Capitu
!Segundo Pereira (2006) e Syllos (2003), podemos fazer uma analogia com a percussão
nos gêneros musicais brasileiros, transpondo as células rítmicas feita por determinados
instrumentos para o violão, tomando como exemplo o Bumba-meu-boi do Maranhão (com os
pandeirões e matracas); o carimbó, (curimbós e maracas) ou o Maracatu (zabumbas e
gonguês). Podemos aplicar as mesmas ideias nos grooves de contrabaixo da música popular,
transpondo para os graves os mesmos padrões rítmicos:
!Matracas:
!
Gonguês:
!
Zabumbas do baião:
!
!Estudamos as possibilidades usadas por Marco Pereira na canção “Capitu” gravada
por Ducan (2005), onde o instrumentista faz uma condução melódica e rítmica característica
do contrabaixo em todo arranjo, como é possível observar logo nos primeiros 8 compassos:
&V
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6 Consolação
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5. O VIOLÃO DE 8 CORDAS E O ACOMPANHAMENTO DO CANTO
POPULAR
!5.1. Arranjos de “A Lenda do Abaeté” e “Cio das Águas”
! Seguindo os mesmos critérios utilizados para analisar a canção “Consolação”, criamos
os quadros de análise para melhor expormos as ocorrências musicais utilizadas nos arranjos
de “A Lenda do Abaeté” e “Cio das Águas”.
!Quadro 3 – Análise do arranjo de “A Lenda do Abaeté”
Compassos Ocorrências
1-8 O baixo faz uma condução melódica/rítmica, dando apoio a melodia.
9 O violão faz uma Aproximação Cromática para iniciar outra seção.
10-13
O instrumento faz uma Base Harmônica/Rítmica usando progressões de dominantes secundárias, seguindo o ciclo de 4as e subV7: A9(13) – D7(13) – Ab7(#11) –G7(13) – Db7(#9) – C7(9) – Bm7.
14-16 Progressões harmônicas descendentes com baixo invertido.
16-19 Condução do baixo usando Aproximação Cromática.
22-34Sequência harmônica com base em Si menor, utilizando movimento melódico cromático na região médio-aguda.
36-41 O violão reapresenta a mesma ideia inicial.
42 O instrumento dobra a voz, acrescentando a 4a na melodia.
�29
Quadro 4 – Análise do arranjo de “Cio das Águas”
Compassos Ocorrências
1-12 O principal elemento é o Arpejo Rítmico.
13-16 O instrumento faz uma ponte melódica preparando para a entrada do canto.
17-28 O arpejo rítmico e retomado, servido de base para o canto.
29-32 R e p e t e a m e s m a p o n t e m e l ó d i c a antecedendo o ritornelo.
33-40 Volta o arpejo rítmico.
41-43 A melodia é dobrada em oitava e 3a menor abaixo.
43-53 Arpejo rítmico.
54-56 A melodia é dobrada na região mais grave do instrumento.
60-63 Solo instrumental.
64-67 Convenção Rítmica.
76-115 A ideia principal é o dobramento da melodia com apoio harmônico.
116-119 Ponte Melódica.
121-126 Variação rítmica do solo instrumental.
�38
5.2. Arranjo “Pauapixuna” e “Ijexa”
!Seguindo o pensamento do arranjo de “Capitu”, no qual a condução rítmica/melódica
do baixo prevalece, arranjamos as canções “Pauapixuna” de Paulo André (1946) e Ruy Barata
(1920-1990) e “Ijexá” de Edil Pacheco (1945), conhecida na voz de Clara Nunes
(1940-1983), onde notamos o “calçar” rítmico/melódico que o baixo propõe para o
acompanhamento da canção, seguindo como referencia, as conduções rítmicas e melódicas
que o contrabaixo executa na música popular brasileira.
!Quadro 5 – Análise do arranjo de “Pauapixuna”
Compassos Ocorrências
01-13 Utilização do Baixo como condução rítmica/melódica.
14 Convenção Rítmica/Harmônica
15-19 Utilização do Baixo como condução rítmica/melódica.
20 Dobramento da melodia no baixo.
24-34 Convenção Rítmica com baixo melódico descendente.
35-37 Utilização do Baixo como condução rítmica/melódica.
38 Dobramento da melodia no baixo.
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Violão 8
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D#m7(b5) D7Mq = 110 œ œ œn œœœ œœ ˙̇.œ œ œ œn œ œ œ œ
C#m7 C7M(9) œ œn ˙#œœ œœ œœ œœ.œ œ œ œ œ œ œ œ
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A
IjexáEdil Pacheco
© Concertoria 2011
Intro em Fade Out
INTRO
CANTO
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
! Ao abordar um tema atual e oportuno, este artigo aponta para a necessidade de uma
sistematização de elementos musicais importantes para a criação de arranjos nos quais o
violão desempenha o papel de instrumento acompanhador do canto popular. Esta
sistematização serve de base tanto para acompanhadores dos mais variados instrumentos
como para compositores e arranjadores. Nesse sentido este trabalho contribui para o aumento
do acervo bibliográfico sobre o temas ao preencher uma lacuna do que diz respeito ao arranjo
para o instrumento acompanhador. Aponta também para as técnicas de acompanhamento ao
violão consagradas na tradição da música popular brasileira.
Ao analisar a canção “Consolação” de Baden Powell em arranjo de autoria de Paulo
Bellinati, verificamos que este contém elementos musicais em tal quantidade que justificam
sua importância, na medida em que apresenta uma gama de informações musicais e aspectos
composicionais presentes na tradição do violão popular brasileiro, especialmente em relação
ao, à harmonia, ao timbre, além de recursos composicionais, tais como imitação,
fragmentação, aumentação, diminuição, dobramento, inversão, entre outros. Tudo isto fornece
uma série de parâmetros não só para a composição em si, mas para a realização dos arranjos
para o violão de 8 cordas como instrumento acompanhador do canto popular brasileiro.
Constatamos também que o violão de 8 cordas permite uma maior amplitude
harmônica, pois ao incorporar as cordas com registro mais grave, oferece como benefícios a
profundidade e a maior densidade harmônica. Isto enseja a exploração de maiores
possibilidades de utilização desse recurso composicional, ao valer-se dos registros graves que,
muitas vezes, faltam no violão de 6 cordas.
Os arranjos sugeridos neste trabalho são fruto não apenas da atividade musical deste
pesquisador desenvolvida durante 22 anos, mas também do processo de investigação do uso
do violão como instrumento acompanhador do canto na rica tradição da música popular
brasileira. Da mesma forma que esses arranjos resultam dessa relação simbiótica entre a
experiência e a investigação, futuros pesquisadores e arranjadores devem ser encorajados a
tomá-los sob a mesma perspectiva criativa que venha a utilizar as conduções rítmicas e as
construções harmônicas de forma mais livre, cujo limite se estabelece na medida em que se
preserve as inversões e tensões sugeridas.
�43
7. REFERÊNCIAS
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